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Page 1: Resumão Direito Administrativo

Direito Administrativo e 0 conjunto harmonico deprincipios que regem os orgaos, os agentes e as ativida-des publicas. Para atender a seus fins, 0 Estado atua emtres sentidos: administrativo, legislativo e jurisdicional.E'!1 qualquer deles, 0 Direito Administrativo orienta aorganiza9ao e 0 funcionamento de seus servi90s, aadministra9ao de seus bens, a regencia de seu pessoal ea formaliza9ao de seus atos de administra9ao.

Fontes do Direito Administrativoa) Lei - .E a fonte primaria do Direito Administrativo,

abrangendo a Constitui9ao, as leis ordinarias, delegadase complemen\ares e os regulamentos administrativos.

b) Doutrina - E resultante de estudos feitos por espe-cialistas, que analisam 0 sistema normativo e vaoresolvendo contradi96es e formulando defini96es ec1assifica96es.

c) Jurisprudencia - .E 0 conjunto de decis6es reiteradase uniformes, proferidas pelos orgaos jurisdicionais ouadministrativos, em casos identicos ou semelhantes.

d) Costume - .E a norma juridica nao escrita, originadada reitera9ao de certa conduta por detenninado grupode pessoas, durante certo tempo (usus - elementoobjetivo), com a consciencia de sua obrigatoriedade(opinio juris vel necessitatis - elemento psicologico).

PRINCiplOSPodem ser definidos como os alicerces de uma

ciencia, condicionando toda a estrutura9ao subse-quente. Quatorze sao os principios que devem norteara Administra9ao Pubjica, dos quais os cinco primeirosestao definidos na Constituiyao (311. 37, caput):1. Principio da legalidade - a administrador publico

esta sujeito aos mandamentos da lei e as exigenciasdo bem comum e deles nao se pode afastar ou des-viar, sob pena de praticar ato invalido e expor-se aresponsabiliza9ao disciplinar, civil e criminal, con-forme 0 caso.

2. Principio da moralidade (ou da probidade admi-nistrativa) - A moralidade administrativa constituipressuposto de validade de todo ato da Administra9aoPublica. Sempre que 0 comportamento desta ofendera moral, os costumes, as regras da boa administrayao,a JuSti9a, a equidade, a ideia de honestidade,tratar-se-a de uma ofens a ao principio da moralidade.

3. Principio da impessoalidade - Criterio para evitarfavoritismos ou privilegios. A Administra9ao naopode, no exercicio da atividade administrativa,atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoasdeterminadas, uma vez que e 0 interesse publicoseu elemento norteador.

4. Principio da publicidade - .E a divulgayao oficialdo ato para conhecimento publico e inicio de seusefeitos externos. A publicidade e requisito de efica-cia de qualquer ato administrativo.

5. Principio da eficH~ncia (introduzido pela EmendaConstitucional 19) - Obriga a Adminisll·a9iio Publicaa desenvolver mecanismos para 0 exercicio de umaatividade administrativa celere e com qualidade.

6. Principio da isonomia (ou da igualdade entre osadministrados) - A Administrayao nao pode esta-belecer privilegios de tratamento entre os cidadaos,devendo tratar a todos igualmente.

7. Principio da supremacia do interesse publico - AAdministra9ao existe para a realizayao dos fins pre-vistos na lei, cujo interesse representa convenien-cias e necessidades da propria sociedade, e nao pri-vadas. Assim, havendo conflito entre 0 coletivo e 0individual, reconhece-se a predominfmcia do pri-meiro. As leis administrativas exprimem a posiyaode superioridade do publico sobre 0 particular.

8. Principio da presunl,'ao de legitimidade (ou dapr~sunl,'ao de veracidade do ato administrativo)- E concebido sob dois aspectos: a presun9ao delegalidade e a presunyao de verdade, que diz respei-to a certeza dos fatos.

9. Principio da a~toexecutoriedade - Prerrogativada Administrayao Publica de poder converter ematos materiais suas pretens6es juridicas, sem sesocorrer do Judiciario.

Resumio Juridico [I]

10. Principio da autotutela - A Administrayao PU-blica pode anular os proprios atos quando eivadosde vieios que os tornem ilegais, porque deles nao seoriginam direitos, ou revoga-Ios por motivo de con-veniencia e oportunidade (Sumula 473 do STF).

11. Principio da hierarquia - as orgaos da administrayaosao estruturados de tal fornla que existe sempre umarela9ao de infraordenayao e subordinayao. Desse pl1n-cipio resultam outros poderes, como 0 disciplinar.

12. Principio da indisponibilidade do interesse publico- Administrar e realizar uma atividade de zelo pelosinteresses publicos e nao cabe a Administra9ao delesdispor. As pessoas administrativas nao tern, portanto,disponjbilidade sobre os interesses publicos confia-dos a sua guarda e realiza9ao.

13. Principio da razoabilidade - Exige que os atos naosejam apenas praticados com respeito as leis, masque tambem contenham uma decisao razoavel.Sempre deve haver uma razoabilidade, adequayao,proporcionalidade entre as causas que estao ditan-do 0 ato e as medidas que vao ser tomadas.

14. Principio da motival,'ao - A Administrayao eobrigada a indicar os fundamentos fMicos e dedireito de suas decis6es, de modo a permitir 0controle dos atos administrativos.

E 0 aparelhamento do Estado destinado a realiza-yao de servi90s, visando a satisfayao de necessidadescoJetivas. Para cumprir esse objetivo, a Administra9aoage por meio de entidades, que se classificam em:a) Entidades estatais - Pessoas juIidicas de direito publi-

co que integram a estrutura constitucional do Estado etem poderes politicos e administrativos, tais como aUniao, os Estados-membros, os Municipios e 0 DE

b) Entidades autarquicas - Pessoas juridicas de direi-to publico de natureza meramente administrativa.

c) Entidades fundacionais - Pessoas juridicas dedireito Pllblico assemelhadas as autarquias se insti-tuidas pelo Poder Publ ico.

d) Entidades paraestatais - Pessoas juridicas dedireito privado cuja cria9ao e autorizada por leiespecifica para a realiza9ao de obras, servi90s ouatividades de interesse coletivo.

Conceito de orgaos publicos - Sao centros de com-petencia instituidos para 0 desempenho das fun96esestatais.

Competencia administrativa -.E a medida do poderadministrativo estatal conferida pelo ordenamento juridi-co aos diversos orgaos da pessoa adminisll·ativa. Essaparcela de poder equivale a funyao do orgao.

Avocal,'ao e delegal,'ao de competencia - Requisitode ordem publica, a competencia e intransferivel einlprorrogavel. Excepcionalmente, a satisfa9ao do inte-resse publico pode autOl1zar 0 abandono transitorio daregra, surgindo, assim, a avoca9ao e a delegayao: a avo-cal,'ao ocone quando 0 orgao superior chama a si alli-bui96es do inferior; a delegal,'ao, quando 0 orgao supe-110rtransfere allibuiy6es suas ao subordinado.

Organizal,'ao da Administral,'ao Publica - AAdministra9ao e 0 conjunto dos orgaos que desempe-nham \I atividade administrativa e nao atividades poli-ticas. E por isso que ha Administra9ao nas secretaI1ase servi90s .auxiliares do Legislativo e no propl1oJudiciario. E no Executivo, no entanto, que mais seencontram orgaos administrativos aptos a transfonnarem realidades concretas as previs6es abstratas da lei.

Desconcentral,'ao administrativa - E: a distribui9aode competencias denll·o de uma mesma pessoajuridica.

Descentralizal,'ao - Ocone quando, por lei, detemuna-das competencias sao transferidas a outras pessoas jm1di-cas. Pressup6e a existencia de uma pessoa distinta doEstado, que, investida dos necessal10s poderes de adminis-tra9ao, exercita atividade Pllblica ou de interesse publico.

Administra~~o direta e indiretaa) Direta - Eo conjunto de orgaos das pessoas politicas

que tem como fun9ao tipica a atividade administrati-va do Estad9, por detennina9ao do direito positivo.

b) Indireta - E constituida pelas pessoas juridicas dis-tintas do Estado, cuja fun9ao tipica e a atividadeadministrativa publica, por determina9ao do direitopositivo. Excepcionalmente, algumas dessas enti-dades - sociedades de economia mista e empresaspublicas - exercem atividade economica que nao etipica da Administra9ao Publica,

Entidades da Admini5tra~iio indireta

Autarquia - .E pessoa juridica de direito publico,criada por lei, com capacidade de autoadministra9ao,para 0 desempenho de servi90 Pllblico descentralizado.Nao esta hierarquicamente subordinada a entidade esta-tal que a criou.• a patrimonio inicial das autarquias e formado

com a transferencia de bens move is e imoveis daentidade matriz, que se incorporam ao patrimonioda nova pessoa juridica·.

• as bens e as rendas das autarquias sao considera-dos patrimonio publico.

• a or~amento das autarquias e identico ao das enti-dades estatais:

• as contratos das autarquias estao sujeitos a Iicita9ao.• As autarquias sujeitam-se ao controle administra-

tivo ou tutela, que e exercido pela entidade estatal.• as agentes publicos de uma autarquia SaDservido-

res publicos, assim entendidos aqueles que mantemcom 0 Poder Publico uma rela9ao de trabalho, denatureza profissional e carater nao eventual.

• As autarquias nascem com os privihjgios adminis-trativos da entidade que as instituiu.Autarquia de regime especial - E: aquela a qual a

lei instituidora confere privilegios especificos e au men-ta sua autonomia em compara9ao com as autarquiascomuns, sem infi·ingir os preceitos constitucionais.Exemplos: Banco Central, Universidade de Sao Paulo.

Funda~iio - Pessoa juridic a de direito privado, podeser definida como uma universalidade de bens persona-Iizada, em atel19ao ao fim, que the da unidade. SegundoMaria Sylvia Zanella Di Piell·o, "quando 0 Estado insti-tui pessoa juridica sob a fonna de fi.mda9ao, ele podeatribuir a ela regime juridico administrativo com todasas prerrogativas e sujei96es que Ihe sao proprias, ousubordina-Ias ao Codigo Civil",

Fundal,'ao de direito publico - Aplicam-se as fun-day6es publicas, alem das normas de natureza publica,as seguintes caracteristicas:• presun9ao de veracidade e executoriedade de seus

atos administrativos;• inexigibilidade de inscri9ao de seus atos constituti-

vos no Registro Civil das Pessoas Juridicas;• nao submissao a fiscaliza9ao do Ministerio Publico;• impenhorabilidade de seus bens e sujeiyao ao pro-

cesso especial de execu9ao estabelecido pelo artigo100 da Constituiyao;

• prescri9ao quinquenal de suas dividas.

Entidades paraestatais - A doutlina coloca a paraes-tatal como genero da qual sao especies distintas asempresas publicas, as sociedades de economia mista e osserviyos sociais autonomos. A paraestatal tem personali-dade privada, mas realiza atividades de interesse publico.

Empresas publicas - Sao pessoas juridicas dedireito privado, autorizadas por lei, de capital publico,que realizam atividades de interesse da Admi-nistra9aO, fi.mcionando como empresas privadas, quepodem adotar qualquer tipo de organiza9ao empresa-rial. Estao sujeitas ao regime das empresas privadas.

Sociedades de economia mista - Sao definidaspelo jmista Hely Lopes Meirelles como "pessoas juri-dicas de direito privado, com participayao do PoderPublico e de particulares em seu capital e em sua admi-niSll·a9ao, para a realiza9ao de atividade economica ouservi90 de interesse coletivo, outorgado ou delegadopelo Estado. Revestem a forma das empresas particu-lares, admitem lucro, e regem-se pelas normas dassociedades mercantis, com as adapta96es impostaspel as leis que autOl1zam sua cria9ao e funcionamento".

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Agencias - As chamadas agencias foram impor-taclas do modelo norte-americano e possuem fun9aoregulatoria. Contudo, as detennina90es nonnativasdas agencias limitam-se a fi?,ar parametros da lei.

Agencias executivas - E a denomina9ao dada aautarquia ou funda9ao que celebre contrato de gestaocom administra9ao direta com quem estao vinculadas.Os decretos 2.487 e 2.488, de 2 de fevereiro de 1998,definem como requisito das agencias executivas aexistencia de celebra9ao de contrato de gestao com 0ministerio supervisor e plano estrategico de reestrutu-ra9ao e desenvolvimento institucional.

Agencias reguladoras - Sao autarquias em regimeespecial, com competencia reguladora. 0 novo papelque se atribui a elas e regular, nos termos da lei, oscontratos de concessao e permissao de servi90 pllblico.

. Cons6rcios publicos - Foram instituidos pela Lei11.107/05, integrando a administra9ao publica indireta, ese con?tituem em associa90es fonnadas pOl' pessoasjuridicas politicas, com personalidade de direito publicoou privado, criadas mediante autoriza9ao legislativa,objetivando a gestao associada de servi90s publicos. 0consorcio podera celebrar contratos, convenios, pro-mover desapropria90es, instituir servidoes, dentre outros.

. 0 TERCEIRO SETOROrganiza~oes sociais

Sao pessoas jUlidicas de direito privado, sem finslucrativos, instituidas pOl'particulares, para desempenharservi90s sociais nao exclusivos do Estado, com incentivoe fiscaliza9ao do Poder Publico, mediante contrato degestao (Lei 9.637/98). 0 Poder PUblico podera destinarpara as organiza90es sociais recursos or<;amentarios ebens necessarios ao cwnprimento do contrato de gestao,mediante pennissao de uso, bem como ceder servidorespublicos, com onus para a origem. A Administra9aopodera dispensar a licita«ao nos contratos de presta«aode servi«os celebrados com as organiza«oes sociais.

Sociedade civil de interesse publicoE pessoa juridica de direito privado, sem fins lucra-

tivos, instituida pOl' particulares, para a desempenhode servi«os sociais nao exclusivos do Estado, incenti-vadas e fiscalizadas pelo Estado, mediante a celebra-<;aode Termo de Parceria (Lei 9.790/99).

ATO ADMINISTRATIVOE toda manifesta9ao de vontade da Administra9ao

que tenha por finalidade imediata adquirir, resguardar,transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ouobriga90es, sob 0 regime juridico de direito publico esujeito ao controle.

Requisitos do ato administrativoa) Competencia - E 0 po del' atribuido ao agente

Pllblico para 0 desempenho de suas fun«oes.b) Finalidade - 0 ato administrativo visa sempre ao

interesse pllblico. A altera<;ao da finalidade caracte-riza desvi~ de podel' ou desvio de finalidade.

c) Forma - E 0 revestimento exterior do ato, em suamaioria a escrita.

d) Motivo - E a situa«ao de direito e de fato que deter-mina ou autoriza a realiza9ao do ato administrativo.

e) Objeto - t 0 conteudo do ato administrativo.A falta de qualquer urn desses requisitos pode con-

duzir a invalida<;ao do ato administrativo.

. Merito do ato administrativolmplica a avalia«ao da oportunidade e conveniencia

da edi«ao do ato administrativo, existindo, portanto,somente nos atos de cunho discriciomirio.

Atributos do ato administrativoa) Presun<;ao de legitimidade - Todo ato administra-

tivo nasce com presun<;ao de legalidade.b) Imperatividade - Conhecida como poder extroverso

do estado, e 0 atributo do ato administrativo que impoea coercibilidade para seu cumprimento ou execu«ao.

c) Autoexecutoriedade - Implica a possibilidade de aAdministra«ao executar determinados atos admi-nistrativos diretamente, independentemente deordem judicial. A auto-executoriedade existe:• quando a lei a preve expressamente;• em caso de providencias urgentes que, se nao ado-

tadas de imediato, podem ocasionar urn prejuizomaior para 0 interesse publico.

Classifica~ao dos atos administrativoso criterio mais aceito para classificar os atos admi-

nistrativos e 0 adotado pOl'Hely Lopes Meirelles, queos classifica da seguinte maneira:

a) quanto aos destinatarios: atos gerais (ou regula-mentares), que nao tern destinatarios especificos;atos individuais (ou especiais), que sao todosaqueles que possuem destinatarios certos, criandouma situa«ao juridica particular.

b) quanta ao alcance: atos intern os, destinados a pro-duzir efeitos dentro da Administra«ao Publica; atosextern os, que alcan«am os administrados, os con-tratantes e, em certos casos, os proprios servidores.Somente entram em vigor depois de divulgadospelo orgao oficial;

c) quanta ao regramento: atos vinculados, para os quaisa lei estabelece os requisitos e condi<;oes de sua reali-za«ao (nao existe liberdade de op«ao para 0 adminis-trador publico); atos discricionarios, nos quais aAdministra«ao pode praticar com liberdade de escolhade seu conteudo, de seu destinatario, de sua convenien-cia, de sua oportunidade e do modo de sua realiza«ao;

d) quanto a forma<;ao: ato simples, que e resultanteda manifesta«ao de vontade de um unico orgao; atocomplexo, que se forma pela conjuga9ao de vonta-des de mais de urn orgao administrativo; ato com-posta, que e resultante da vontade unica de umorgao, mas que depende da verifica«ao pOl'parte deoutro para se tornar exequivel.

Invalida~ao dos ~tos administrativosa) Revoga<;ao - E a supressao de wn ato administrati-

vo legitimo, legal e eficaz, mas que nao mais aten-de ao interesse publico. Efeito ex nunc.

b) AnuIa<;iio - Trata-se da invalida<;ao de ato adminis-trativo ilegitimo ou ilegal, feita pela propriaAdministra«ao ou pelo Judiciario. Efeito ex tunc.

Convalida~ao dos atos administrativosHely Lopes Meirelles entende que nao existe ato

administrativo anulavel. Quando e de exclusivo inte-resse do particular, po de ser mantido ou invalidadosegundo 0 desejo das partes; quando e de interessepublico, sua legalidade e condi«ao de validade. Hoje,porem, ja se admite a convalida«ao para sanaI' umvicio e legalizar 0 ato administrativo.

LlCITA~AoE 0 procedimento administrativo mediante 0 qual a

Administra<;ao Publica seleciona a proposta mais van-tajosa para 0 contrato de seu interesse.

Obieto da licita~aoE a obra, 0 servi<;o, a compra, a aliena9ao, a con-

cessao, a permissao e a loca<;ao que serao contratadoscom terceiros.

Principios da licita~aoa) Procedimento formal - lmpoe a Adininistra<;ao a

vincula<;ao da licita9ao as prescri«oes legais emtodos os seus atos e fases.

b) Publicidade de seus atos - Abrange todos os atosdo procedimento, inclusive a abertura dos envelo-pes da documenta<;ao e da proposta, que devem serfeitos em pllblico.

c) Igualdade entre os Iicitantes - Impede a discrimi-na9ao entre os participantes.

d) Sigilo na apresenta<;ao das propostas - Impede queum licitante proponente conhe«a 0 pre<;odo outro.

e) Vincula<;iio ao editaI - 0 edital e a "lei interna dalicita9ao", vinculando a seus termos tanto os lici-tantes quanto a Administra<;ao.

f) Julgamento objetivo - Deve apoiar-se em fatosconcretos exigidos pela Administra<;ao e confronta-dos com as propostas oferecidas pelos licitantes.

g) Probidade administrativa - E um mandamento cons-titucional (art. 37, § 4°) que pode levar a suspensao dosdireitos politicos, a perda da fi.ll1«aopllblica, a indispo-nibilidade dos bens e ao ressarcimento ao erario.

h) Adjudica<;ao compuls6ria - Impede que aAdministra«ao atribua 0 objeto da licita<;ao a outroque nao 0 proponente vencedor.

Excludentes da licita~aoa) Licita<;iio dispensada - A Lei 8.666/93, no art. 17, I

e II, declaroll dispensada a licita«ao para os casos alienumerados. Trata-se de nonna de regramento vinCll-lado. ao hi! margem de op<;aopara a Administra«ao.

b) Licita<;iio dispensavel - A Lei, no artigo 24,incisos I a XXIX, traz as hipoteses em que a lici-ta«ao e dispensavel (que formam urn 1'01taxativo).Vale destacar:.IV - emergencia ou calamidade publica: so-

mente para os bens necessarios ao atendimento dasitua9ao emergencial ou calamitosa;

• V - desinteresse pela Iicita<;iio anterior: e tam-bem motivo para contrata<;ao direta, desde quemantidas as condi«oes preestabelecidas no editalou no convite (0 desinteresse ocone quando niioacode ao chamamento anterior nenhum licitante;e conhecido tambem pOl' Iicita<;iio deserta);

• XXVI - celebra«iio de contratos para presta«ao deservi«os publicos nos term os autorizados em con-tratos de consorcios publicos;

• XXVIII - fornecimento de bens e servi«os, pro-duzidos ou prestados no pais, que envolvam,cumulativamente, alta complexidade tecnologicae defesa nacional, mediante parecer de comissaodesignada pela autoridade maxima do orgiio.

• XXIX - na aquisi<;ao de bens e contrata<;ao deservi<;os para atender aos contingentes militaresdas For«as Singulares brasileiras empregadas emopera90es de paz no exterior, necessariamentejustificadas quanto ao pre«o e a escolha dofornecedor ou executante e ratificadas pelocomandante da For<;a

c) Inexigibilidade de Iicita<;iio - Ocone quando haimpossibilidade juridica de competi<;iio entre contra-tantes, quer pel a natureza especifica do negocio,quer pelos objetivos sociais visados pela Adminis-tra<;ao, de acordo com os seguintes incisos do art. 25:• 1- produtor ou vendedor exclusivo: a licita<;ao

e inexigivel quando se tratar de aquisi«ao demateria is, equipamentos ou generos que so pos-sam ser fornecidos pOl' produtor exclusivo;

• II - servi<;os tecnicos profissionais especializa-dos: "sao os prestados pOl' quem, alem da habili-ta9iio tecnica e profissional, aprofundou-se nosestudos, no exercicio da profissao, na pesquisacientifica, ou atraves de cursos de pos-gradua«iioou estagios de aperfei«oamento";

• III - contrata<;iio de artistas: e inexigivel a !ici-ta«ao para a contrata9iio de profissionais do setorartistico, diretamente ou pOl' meio de seu empre-sario, desde que 0 artista seja consagrado pela cri-tica especializada ou pela opiniao publica.

Procedimento da licita~ao'A licita«iio compoe-se de duas fases:

1. Interna - Inicia-se com a abertura do procedimen-to, caracteriza«iio e necessidade de contratar, defi-ni9ao clara e detalhada do objeto a ser contratado ereserva de recursos or«amentarios.

2. Externa - Compreende 0 edital ou 0 convite, con-forme 0 caso, que pode ser antecedido pOl' audien-cia publica, habilita9ao, classifica«ao ou julga-mento das propostas, homologa<;ao e adjudica<;ao.a) Audiencia publica - Devera ser diYUIgada pelos

meios previstos para a publicidade do edital erealizada com antecedencia minima de 15 diasantes da ppblica9iio do edital (art. 39).

b) EditaI - E 0 instrumento pelo qual a Adminis-tra<;iio leva ao conhecimento publico a abernlrade concorrencia, de tomada de pre<;os, de con-curso e de leilao, fixando as condi«oes de suareal iza<;ao e convocando os interessados paraapresenta«ao <,Jesuas propostas.

Convite - E 0 instrumento eonvoeatorio dosinteressados nesta modalidade de lidtar;ao. tumajorma simp/ijicada de edital, que dispensaa publicar;ao, sendo enviada diretamente aospossiveis proponentes, escolhidos pela propriarepartir;ao interessada.

c) Habilita<;iio dos licitantes - Abriga 0 recebi-mento da documenta<;ao e a proposta. A habilita-9ao devera contemplar a capacidade juridica, acapacidade tecnica, a idoneidade financeira e aregularidade fiscal do licitante, con forme artigo27 e seguintes da Lei de Licita«oes. A habilita«iioe de cunho vinculado.

d) Classifica<;iio ou julgamento das propostas - 0julgamento devera atender aos criterios de avalia-«ao descritos no edital.

e) Homologa<;iio e adjudica<;iio - 0 ato de homo-loga<;iio implica a aprova<;ao da licita<;ao e de seuresultado; a adjudica<;iio e 0 ato pelo qual a auto-ridade superior declara, perante a lei, que 0 obje-to licitado e do licitante vencedor.

Anula~ao da licita~aoToda licita«ao e passivel de anula<;ao, a qualquer

tempo (art. 49). Anula«ao e a invalida9ao de atoadmi-nistrativo ilegitimo ou ilegal feita pela propriaadministra<;iio ou pelo Po del' Judiciario. Para tanto,devera a Administra9ao observar 0 principio de devi-do processo legal, consagrado constitucionalmente,concedendo aos interessados 0 direito ao contradito-rio e a ampla defesa.

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Re,!oga~aoda licita~aoE a invalida<;ao da licita<;ao por motivo de interesse

publico. Revoga-se somente 0 ate legitimo, mas inopOltu-no e inconveniente a Administra<;ao. Nesse caso, a deci-sao revocatoria deve, necessariamente, ser justificada, e 0interessado, em obediencia ao pl1ncipio de devido praces-so legal, tern direito ao contraditorio e a ampla defesa.

Modalidades de lici~a~aoa) Concorrencia - E propria para contratos de grande

valor, em que se admite a participa<;ao de quaisquerinteressados, cadastrados ou nao, que satisfa<;am atodas as condi<;oes estabelecidas no edita1.

b) Tomada de pre~os - Realiza-se entre interessados pre-viamente cadastrados ou que atendam a todas as condi-,oes para cadash'amento ate tres dias antes da licita<;ao.

Registros cadastrais - sao assentamentos que sefazem nos 6rgaos pilblicos, parafins de qualificar;aodos interessados em contratar com a Administrar;ao.

c) Convite - E a modalidade mais simples, destinadaas contrata<;oes de pequeno valor, consistindo nasolicita<;ao escrita a pelo menos tres interessados doramo, para que apresentem suas prapostas no prazominimo de cinco dias uteis (art. 21, § 2°, IV). Umacopia do instrumento convocatorio deve ser afixadaem local proprio, estendendo-se automaticamenteaos demais cadastrados na me sma categoria, desdeque manifestem seu interesse em ate 24 horas antesda apresenta<;ao das propostas (art. 22, § 3°),mediante a exibi~iio do CRe.

d) Concurso - Destina-se a escolha de trabalho tecni-co ou artistico, predominantemente de cria<;iio inte-lectual, e 4e projetos,

e) Leiliio - E aplicavel a venda de bens moveis quenao servem para a Administra<;ao ou de produtoslegalmente apreendidos ou penhorados (arts. 22,§ 5°, e 53) e, em casos especiais, tambem de imo-veis (art. 19, III). A Lei 9.491/97 passou a admitiro leiliio como forma de licita,iio em varias moda-lidades de privatiza<;iio, entre elas a aliena<;iio dea<;oes (inclusive de contrale acionario); a aliena-,iio, arrendamento, loca<;ao, comodato ou cessaode bens e instala<;oes; e a concessao, permissiio ouautoriza<;ao de servi<;os publicos. Todavia, eimprescindivel que essa transferencia de bens, ati-vos ou encargos para 0 setor privado seja aprova-da pelo Conselho Nacional de Desestatiza<;ao.

f) Pregiio - Modalidade de licita,ao para aquisi,iio debens e servi<;oscomuns, qualquer que seja 0 valor esti-made da contrata<;iio, em que a disputa pelo forneci-mento e feita por meio de propostas e lances em sessaopublica. As fases licitatorias siio invertidas. A plimeirafase e 0 da abertura das propostas comerciais, pracla-mando-se as ofertas de pre,os dos licitantes, admitin-do-se, a partir dai, lances verbais sucessivos. 0 licitanteque ofertar 0 menor pre<;o,apos os lances verbais, terao seu envelope documenta<;ao abelto, sendo declaradovencedor na hipotese da documenta<;ao encontrar-sefonnalmente em ordem. 0 Decreto 5450/2005 deter-mina que as licita<;oes na Undo deverao ser feitasprefe-rencialmente por pregao eletronico.

Tiposde licita~aoEstao Iigados aos criterios de julgamento adotado

em cada modalidade de licita<;iio: de menor pre<;o; demelhor tecnica; de tecnica e pre<;o; de melhor oferta.

San~oes penaisOs arts. 89 a 98 da Lei 8,666/93 tipificam as con-

dutas criminosas e respectivas penas (deten,ao emulta). Referidos crimes sujeitam seus autores a perdado cargo, emprego ou mandato eletivo.

A Iicita~iio e a Lei Complementar 123/06 - Urndos objetivos da Lei Complementar 123/06 e con-ceder as microempresas e empresas de pequeno porteprivilegios no processo licitatorio, a saber:a) comprova<;iio de regularidade fiscal somente sera

exigida na assinatura do contrato;b) no pracesso licitatorio devera ser apresentada toda a

documenta<;iio exigida para efeito de comprova<;iiode regularidade fiscal, mesmo que esta apresentealguma restri,ao; nessa hipotese, ficara assegurado 0prazo de dois dias uteis, prorrogavel por igual perio-do, para regularizar a situa<;iio, a partir do momentaem que houver 0 vencedor da licita,iio;

c) sera assegurada, como criterio de desempate,preferencia de contrata<;ao para microempresas eempresas de pequeno porte; sera consideradoempate as prapostas apresentadas pelas micraem-presas e empresas de pequeno porte que sejamiguais ou ate 10% superiores a proposta mais bemclassificada (no pregiio, 0 percentual sera de 5%);

d) a administra<;iio podera ainda realizar processo lici-tatorio: 1. destinado exclusivamente a participa<;iiode microempresas e empresas de pequeno porte nascontrata<;oes cujo valor seja de ate R$ 80 mil; 2. emque seja exigida dos licitantes a subconh'ata<;ao demicraempresas ou empresas de pequeno porte,desde que 0 percentual maximo do objeto a ser sub-contratado niio exceda a 30% do total licitado; 3.em que se estabele<;a cota de ate 25% do objetopara a contrata<;ao de microempresas e empresas depequeno porte, em certames para a aquisi<;ao debens e servi<;os de natureza divisive1.

Contrato administrativo e aquele que a Adminis-tra,ao Pllblica celebra com urn particular ou outraentidade administrativa para a consecu<;iio de objeti-vos de interesse publico. Uma de suas caracteristicasmais marcantes e a exigencia de previa licita<;iio, soexcluida nos casos expressamente previstos em lei.Mas 0 que realmente 0 distingue dos demais e a par-ticipa<;ao da Administra<;iio na rela<;iio juridica comsupremacia de poder, fixando, previamente, as condi-<;oes do ajuste a ser celebrado.

Peculiaridades do contrato administrativoa) Altera~iio e rescisiio unilaterais - 0 contrato

administrativo tern por finalidade a realiza,ao dointeresse publico, que pode variaI'. Portanto, podeser alterado. Da mesma forma, e passivel de resci-siio unilateral, observados 0 contraditorio e aampla defesa.

b) Aplica~iio de penalidades contratuais - Adver-tencia, multa, suspensiio, declara<;iio de inidonei-dade (art. 87, lei 8666/93) e impedimento de licitar(arl.7°, lei 10.520/02).

Formaliza~aodo contrato administrativoLei 8.666/93, alterada pelas Leis 8,883/94,

9.032/95 e 9.648/98:a) Instrumento do contrato administrativo - E 0

termo, lavrado em Iivro proprio da reparti<;iio con-tratante. Alem do termo de contrato (obrigatoliopara casos que exigem concorrencia e tomada depre<;os), existem: carta-contrato, nota de empenhode despesa e a)1toriza<;iio de compra de servi,o.

b) Conteudo - E a vontade das partes expressa nomomento de sua formaliza<;iio.

c) Garantias para a execu~iio do contrato - A escolhada garantia fica a criterio do contratado, dentre asmodalidades previstas em lei, que sao dinheira, titulosda divida publica, segura garantia e fian<;a bancaria.

Direitos das partes - A Administra<;iio tern 0 direi-to de exercer suas prerrogativas diretamente, sem ter derecorrer ao Judiciario. 0 principal direito do contratadoe 0 de receber 0 pre<;o, nos contratos de colabora,iio, nafonna e no prazo convencionados ou, do mesmo modo,a presta<;ao devida pela Adminish'a<;ao, nos contratos deatribui<;ao, Tern tambem 0 direito a manuten<;ao doequilibrio financeiro.

Acompanhamento da execu~iio do contrato - AAdminish'a<;iio tern 0 dever/poder de acompanhar a exe-cu,iio do contrato. Esse direito/dever compreende: afiscaliza~iio, a orienta~ao, a interven~iio e a aplica-~iio de penalidades contrah13is.

Recebimento do objeto do contratoa) Provisorio - Acontece sempre em carater experi-mental, por peliodo determinado (quaisquer falhasou imperfei<;oes detectadas nesse periodo deveraoser corrigidas as expensas do contratado; h'anscOlTi-do 0 prazo do recebimento provisorio, sem impugna-,ao da Administra<;iio, entende-se 0 objeto comorecebido defiqitivamente).

b) Definitivo - E 0 que a Administra<;ao faz em cara-ter permanente, incorporando 0 objeto do contratoa seu patrimonio.

~xtin~ao do contratoE a cessa<;ao do vinculo obrigacional entre as par-

tes pelo integral cumprimento de suas clausulas oupol' seu rampimento. ,a) Conclusiio do objeto - E a regra, ocorrendo de

pleno direito quando as partes cumprem integral-mente suas presta,oes cqnh'atuais.

b) Termino do prazo - E a regra nos ajustes portempo detenninado, nos quais 0 prazo e de eficacia

do negocio juridico contratado, de modo que, umavez expirado, extingue-se 0 contrato.

c) Rescisiio - E 0 desfazimento do contrato durantesua execu<;ao por inadimplencia de uma das partes,con forme segue:• rescisiio administrativa: e a realizada por ata

unilateral da Administra,iio, por inadimplenciado contratado (com culpa ou sem culpa) ou porinteresse do servi<;o publico;

• rescisao judicial: e a decretada pelo PoderJudiciario, em a<;iiopraposta pela parte que tiverdireito a extin<;iio do contrato;

• rescisiio de pleno direito: e fato que ocorre inde-pendentemente da vontade de qualquer uma daspartes, tais como 0 falecimento do contratado, adissolu<;iio da sociedade, a falencia da empresa, ainsolvencia civil, 0 perecimento do objeto conh'a-tado e eventos semelhantes.

• rescisiio amigavel: ocorre mediante a celebra<;iiode urn distrato.

d) Anula~iio - E tambem forma excepcional, so poden-do ser dec1arada quando se verificar ilegalidade naformaliza<;ao ou em clausulas essenciais do contrato.

Prorroga~iio do contrato - E 0 prolongamento desua vigencia, alem do prazo inicial, com 0 mesmocontratado e nas mesmas condi<;oes anteriores.

Renova~iio do contrato - E a inova<;iio, no todo ouem parte, do ajuste, manti do, pOl'em, seu objeto ini-cia!. Sua finalidade e a manuten,iio da continuidadedo servi<;o pllblico.

IneJ<ecu~aodo contratoE 0 descumprimento das c1{lUsulas, no to do ou em

parte, Pode ocorrer por a<;ao ou omissiio, com culpaou sem culpa, por qualquer das partes, podendo carac-terizar-se em retardamento (mora) ou descumprimen-to integral do ajustado.

A inexecu~iio culposa resulta de a,ao ou omissiio daparte, decOlTente de negligencia, impericia, impruden-cia ou imprevidencia no atendimento das clausulas con-tratuais; a inexecu~iio sem culpa assenta-se na chama-da teoria da imprevisao (ocorrencia de eventos novos,imprevistos e imprevisiveis pel as partes e a elas naoimputaveis, refletindo sobre a economia ou a execu,iiodo contrato, autorizando sua revisiio para ajusta-lo ascircunstancias supervenientes, sob pen a de rescisiio).

Sao causas justifjcadoras da inexecu,iio:a) For~a maior - E 0 evento decorrente da vontade

humana que impede a regular continuidade do ajus-te (ex.: greve, rebelioes, conturba<;oes sociais, guer-ras, etc.).

b) Caso fortuito - E 0 evento decorrente das for,as danatureza que se opoe como obstaculo intransponi-vel a regular execu<;ao do contrato (ex.: chuvas,inunda<;oes, vendavais, etc.).

c) Fato do principe - E toda detennina<;iio estatal,positiva ou negativa, geral, imprevista e imprevisi-vel, que onera substancialmente a execu<;iio do con-trato administrativo, tornando-o insuportavel aocontratado; 0 fato do principe e um ate geral doPoder Publico (ex.: plano e~onomico).

d) Fato da Administra~iio - E toda a<;iioou omissaodo Poder Pllblico que, incidindo direta e especifica-mente sobre 0 contrato, retarda ou impede sua exe-cu<;iio (ex.: a Administra<;ao deixa de entregar 0local da obra, nao pravidencia as desapropria<;oesou atrasa os pagamentos por longo tempo).

e) Interferencias imprevistas - Trata-se da ocorren-cia de fatos materiais imprevistos, mas existentesao tempo da celebra<;ao do contrato, pOl'em soconhecidos durante a execu<;ao do ajuste (ex.: adiversidade de terrenos conhecidos somente na exe-cu<;ao da obra).

Consequencias da inexecu~iio - A inexecu<;aopropicia a rescisao do contrato, acarretando para 0inadimplente consequencias civis e administrativas. Aresponsabilidade civil impoe 0 dever de reparar 0dano patrimonial; a responsabilidade administrativaresulta da infringencia de norma da Administra<;aoestabelecida em lei ou no proprio contra to.

Revisiio do contrato - E a modifica<;iio das condi-<;oes de sua execu<;iio, que pode ocorrer tanto por inte-resse da Administra<;ao quanto pela superveniencia defatos novos que tornem inexequivel 0 ajuste inicial.

Suspensiio do contrato - E prerrogativa daAdministra<;iio, desde que presentes razoes de interessepllblico. Mesmo que os motivos que ensejam a rescisiiosejam transitorios, serao suficientes para sua suspensao.

Page 4: Resumão Direito Administrativo

A RESPONSABILIDADECIVIL DO ESTADO

A responsabilidade civil e a obrigac;ao de reparardanos patrimoniais exaurindo-se com a indeniza-c;ao. A doutrina do direito publico e da responsabi-lidade objetiva do Estado e formulada com base emtres teses:1. Teoria da culpa administrativa - Leva em conta

a falta do servic;o para imp"or a Administrac;ao 0dever de inden.izar, independentemente da culpasubjetiva do agente administrativo (a vitima equem deve comprovar a falta do servic;o).

2. Teoria do risco administrativo - Segundo estateoria, nao sao necessarias a faha do servic;opublico nem a culpa de seus agentes, bastando alesao, sem 0 concurso do lesado (basta que avitima demonstre 0 fato danese e injusto oca-sionado por ac;ao ou amissae d~ Poder Publico).

3. Teoria do risco integral - E a modalidadeextremada do risco administrativo, abandonadana pratica, por conduzir ao abuso e a iniquidadesocial (a Administrac;ao fica obrigada a indeni-zar todo e qualquer dano suportado por tercei-ros, ainda que resultante de culpa ou dolo davitima); jamais foi acolhida entre n6s.

A responsabilidade civil daAdministra~ao no Direito brasileiro

A teoria da responsabilidade objetiva daAdministrac;ao (da responsabilidade sem culpa)funda-se na substituic;ao da responsabiJidade indi-vidual do servidor pela responsabilidade genericado Poder Publico. A Administrac;ao, ao deferir aseu servidor a realizac;ao de certa atividade admi-nistrativa, a guarda de urn bem ou a conduc;ao deuma viatura, assume 0 risco de sua execuc;ao e res-ponde civilmente pel os danos que esse agentevenha a causar injustamente a terceiros.

Todo ate ou omissao de agente administrativo,desde que lesivo e injusto, e reparavel pela FazendaPublica. 0 que a Constitui<;ao distingue e 0 danocausado pelos servidores daqueles ocasionados poratos de terceiros ou por fenomenos da natureza.Observe-se que 0 art. 37, § 6°, so atribui responsa-bilidade objetiva a Administrac;ao pelos danos queseus agentes causem a terceiros. Portanto, 0 legis-lador nao responsabilizou a Adrninistrac;ao por atospredatorios de terceiros nem por fenomenos natu-rais que causem prejuizo aos particulares.

Para a indenizac;ao desses atos e fatos estranhosa atividade administrativa, observa-se 0 principiogeral da culpa civil, manifestada pela imprudencia,negligencia ou impericia na realizac;ao do servic;oque causou ou ensejou 0 dano. Isso explica 0 fatode que a Jurisprudencia tern exigido a prova deculpa da Administrac;ao nos casos de depredac;aopor multid6es e de enchentes e vendavais que,superando os servic;os publicos existentes, causamdanos a particulares. Para tais hipoteses, a indeni-zac;ao pela Fazenda Publica so e devida se se com-provar a culpa da Administrac;ao.

Responsabilidade por atoslegislativos e judiciais

Para os atos administrativos a regra constitucio-nal e a da responsabilidade objetiva da Admin.is-trac;ao, enquanto para os atos legislativos e judiciais

. a Fazenda Publica so responde mediante comprova-c;ao de culpa manifesta em sua expedic;ao, de ma-neira ilegitima e lesiva. Tal distin<;ao resulta da pro-pria Constituic;ao, que se refere somente aos agen-tes administrativos (servidores) sem aludir aosagentes politicos (parlamentares e magistrados),que nao sao servidores da Administrac;ao Publica,mas membros de poderes do Estado.

Repara~ao do danoA reparac;ao do dano causado pela Adminis-

trac;ao a terceiros e obtida amigavelmente ou porac;ao de indenizac;ao. Uma vez indenizada a vitima,fica a entidade com 0 direito de reaver do fun-cionario os valores pagos a vitima, por meio daac;ao regressiva (art. 37, § 6°, CF).

A~ao regressivaEsta tambem prevista no artigo 37, § 6°, da CF.

Para 0 exito dessa ac;ao, e necessario que aAdrninistrac;ao ja tenha sido con den ad a a indenizara vitima do dano sofrido e que se com prove a culpado funciomirio no evento danoso.

AGENTES PUBLICOS"Sao todas as pessoas fisicas incumbidas, defini-

tiva ou transitoriamente, do exercicio de algumafunc;ao estata]", como define Hely Lopes Meirelles,que assim c1assifica os agentes publicos:a) Agentes politicos - Integram 0 Govemo em seus

primeiros escal6es, investidos por eleic;ao, nomea-c;ao ou designac;ao para 0 exercicio de atribuic;5esconstitucionais (politicos eleitos pelo voto popu-lar, ministros de Estado, juizes promotores de jus-tic;a, membros dos Tribunais de Contas).

b) Agentes administrativos - Vinculam-se aoEstado ou a suas entidades autarquicas e funda-cionais por relac;5es de emprego, sujeitos a hie-rarquia funcional, nao exercendo atividadespoliticas ou governamentais.

c) Agentes honorificos - Sao cidadaos convoca-dos, designados ou nomeados para prestar, tran-sitoriamente, determinados servic;os ao Estado,em razao de sua condic;ao civica, honorabilida-de ou notoria capacidade profissional, sem qual-quer vinculo empregaticio e normal mente semremunerac;ao (func;ao de jurado, mesirio eleito-ral, membro de comissao de estudo).

d) Agentes delegados - Sao particulares que rece-bem a incumbencia da execu<;ao de determinadaatividade, obra ou servi<;o publico e a realizamem nome proprio, por sua conta e risco, massegundo as normas do Estado (concessionarios epermissionarios de obras e servic;os publicos,serventuarios de cartorios, leiloeiros, tradutorese interpretes publicos).

Caryo publicoE definido por Hely Lopes Meirelles como "0

Jugar instituido na organizac;ao do servic;o publico,com denominac;ao pr6pria, atribuic;6es e responsa-bilidades especificas e estipendio correspondente".

A criac;ao, transformac;ao e extinc;ao de cargos,func;5es ou empregos do Executivo dependem delei de iniciativa privativa do chefe desse poder(presidente da Republica, governador ou prefeito);do Legislativo cabem a Camara dos Deputados, aoSenado Federal, as Assembleias Legislativas e asCamaras de Vereadores; do Judiciario sac feitasmediante lei de iniciativa dos tribunais. 0 Minis-terio Publico tern a faculdade de propor a criac;aoe extinc;ao de seus cargos e servic;os auxiliares.

Provimento e 0 ate de preenchirnento do cargopublico. 0 provimento origilllirio ou inicial se fazpor meio de nomeac;ao (tanto e provimento iniciala nomeaC;ao de pessoa estranha aos quadros do ser-vic;o publico quanto a de outra que ja exercia fun-c;ao publica como ocupante de cargo nao vinculadoaqueJe para 0 qual foi nomeada). 0 provimentoderivado se faz por transferencia, promo<;ao,remoc;ao, acesso, reintegra<;ao, readmissao, enqua-dramento, aproveitamento ou reversao (e sempreuma altera<;ao na situac;ao de servic;o do provido).

Acessibilidade aos cargos publicos"Os cargos, empregos e fun<;5es publicas sac

acessiveis aos brasileiros, que preen cham os requi-sitos previstos em lei, assim como aos estrangeiros,na forma da lei" (art. 37, I, CF).

Concurso publicoA investidura em cargo ou emprego publico de-

pende de previa aprovac;ao em concurso publico deprovas ou de provas e titulos, salvo as nomea<;6espara cargo em comissao declarado em lei de livrenomeac;ao e exonerac;ao.

o concurso tern validade de ate dois anos, con-tados da homologac;ao, prorrogavel uma vez, porigual periodo (art. 37, III, CF).

Nomeac;iio e 0 ate de provimento do cargo, quese completa com a posse e 0 exercicio. A investidu-ra do servidor no cargo ocorre com a posse. Sem aposse e 0 exercicio 0 provimento nao se completa.

Paridade de vencimentosA remunerac;ao e os subsidios do funcionalismo

publico e dos membros de qualquer dos poderesda Uniao, dos Estados, do DF e dos Municipiosdetentores de mandato eletivo, bem como os pro-ventos, pens6es ou outra especie remuneratoria,percebidos cumulativamente ou nao, incluidastodas as vantagens, nao poderao exceder 0 subsi-dio mensa I dos ministros do STF, aplicando-secomo !imites: no Executivo, 0 subsidio dosprefeitos nos Municipios, e 0 subsidio do gover-

nador, nos Estados e DF; no Legislativo, 0 subsi-dio dos deputados estaduais; no Judiciario, 0 sub-sidio dos desembargadores do TJ, limitado a90,25% do subsidio dos ministros do STF (estelimite se aplica aos membros do Mp, procuradorese defensores publicos).

A EC 47/05 acrescenta 0 paragrafo 12, no artigo37 da CF, deterrninando que Estados e Distrito Fe-deral poderiio optar, mediante emenda na Consti-tuic;ao Estadual e Lei Organica, como limite unicoo subsidio mensal dos desembargadores doTribunal de Justic;a.

Acumula~ao de cargos, empregose fun~oes publicas

A regra constitucional e pela veda<;ao de qual-quer hip6tese de acumulac;iio remunerada de car-gos publicos, exceto quando houver compatibili-dade de horarios e observado 0 teto salarial dosministros do STF (art. 37, XVI, CF):a) a de dois cargos de professor;b) a de urn cargo de professor com outro tecnico

cientifico;c) a de dois cargos privativos de profissionais de

saude, desde que com profissiio regulamentada,conforrne alterac;ao da EC 34/0 I.

EstabilidadePara adquirir a estabilidade no servic;o publico,

e necessario 0 cumprimento de tres requisitos (art.41, CF):1. nomea<;ao para cargo de provimento efetivo em

virtude de concurso publico;2. efetivo exercicio por tres anos (estagio proba-

t6rio);3. avalia<;ao especial e obrigatoria de desempenho

por comissao instituida para essa finalidade.A exonerac;iio nao e penalidade; e simples dis-

pensa do servidor, por nao convir a Administrac;aosua permanencia. Ja a demissiio se constitui empena administrativa e podera ser aplicada ao servi-dor que cometa infrac;ao disciplinar ou crime fun-cional regularmente apurado em processo admi-nistrativo ou judicial.

Uma vez adquirida a estabilidade, 0 servidorsomente podera perder 0 cargo (art. 41, § 1°, alte-rado pela EC 19/98):a) em virtude de sentenc;a judicial transitada em

julgado;b) mediante processo administrativo em que Ihe

seja assegurada ampla defesa;c) mediante procedimento de ava!iac;ao periodica

de desempenho, na forma da lei complementar,assegurada ampla defesa.A despesa com pessoal ativo e inativo da Uniao,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipiosnao poderi exceder os limites estabelecidos em leicomplementar (art. 169, § 4°, alterado pela EC19/98), 0 que abre outra possibilidade de 0 servi-dor estavel vir a perder 0 cargo.

Extinguindo-se 0 cargo em que se encontrava 0servidor estavel, ficara ele em disponibilidaderemunerada, com remunerac;ao proporcional aotempo de servi<;o, ate seu adequado aproveitamen-to em outro cargo (art. 41, § 3°).

A reintegra~iio e 0 retorno do servidor aomesmo cargo de que fora demitido, com 0 paga-mento integral dos vencimentos e vanta gens dotempo em que esteve afastado, uma vez reconheci-da a ilegalidade da demissao em decisao judicial.

Ap<;lsentadoriaE a garantia de inatividade remunerada para os

servidores que ja prestaram longos anos de servic;oou que se tornaram incapacitados para suas func;5es.

A CF estabelece tres especies de aposentadoria(art. 40, § 1°, I a III):1. por invalidez permanente: com proventos

proporcionais ao tempo de contribui<;ao, excetose decorrente de acidente em servic;o, molestiaprofissional ou doenc;a grave, contagiosa ouincuravel, especificada em lei;

2. compuIs6ria: aos 70 anos de idade, com pro-ventos proporcionais ao tempo de contribuic;ao;

3. voluntaria: quando requerida pelo servidor, desdeque cumprido tempo minimo de dez anos de efeti-vo exercicio no servic;o publico e cinco anos nocargo efetivo em que se dara a aposentadoria.Fica vedada a percep<;ao de mais de uma apo-

sentadoria, ressalvadas as aposentadorias decor-rentes dos cargos acumulaveis na forma da CF,que deverao obedecer ao limite fixado no artigo37, § II, Xl.

Page 5: Resumão Direito Administrativo

Deveres e responsabilidadesdos servidores pliblicos

Estao dispostos nos textos constitucionais e noEstatuto dos Servidores Pllblicos. A doutrina anotaos seguintes deveres: de lealdade (para a entidadeestatal a que 0 servidor esta vinculado); de obe-dH~ncia (a lei e aos superiores); de conduta etica(honestidade, moralidade, decoro, zelo, eficienciae eficacia).

No desempenho de suas fun90es, os servidorespodem cometer infra90es, devendo ser responsabi-lizados no ambito interno da Administra9ao eperante a Justi9a Comum.a) Responsabilidade administrativa - Resulta da

viola9ao de normas internas da Administra9aopelo servidor. .

b) Responsabilidade civil - E a obriga9ao que seimpoe ao servidor de reparar 0 danG causado aAdministra9ao pOl' culpa ou dolo no desempe-nho de suas fun90es.

c) Responsabilidade criminal - Resulta do co-metimento de crimes funcionais, definidosem lei.A responsabiliza~ao e puni~ao dos servidores

public os faz-se por meios internos (processo admi-nistrativo disciplinar e meios sumarios) e externos(processos judiciais, civis e criminais).

BENS PUBLICOSSao definidos por Rely Lopes Meirelles como

"todas as coisas corporeas ou incorporeas, imo-veis, moveis e semoventes, creditos, direitos ea90es, que perten9am, a qualquer titulo, as enti-dades estatais, autarquicas, fundacionais eparaestatais".

Classifica~aoa) Bens de uso comum do povo ou do dominio

publico - Sao os mares, praias, rios, estradas,ruas e pra9as (todos os locais abertos a utiliza-9ao publica, de uso coletivo, de frui9ao propriado povo).

b) Bens de uso especial ou do patrimonio admi-nistrativo (tambem chamados bens indisponi-veis) - Sao os que se destinam especialmente aexecu9ao dos servi90s pllblicos, tais como osedificios das reparti90es publicas, os veiculosda Administra9ao, os mercados e outras serven-tias que 0 Estado poe a disposi9ao do publico,com destina9ao especiaL

c) Bens dominiais ou do patrimonio disponivelou do patrimonio fiscal - Sao aqueles que,embora integrando 0 dominio pllblico como osdemais, nao possuem destina9ao publica.De acordo com a natureza fisica, os bens publi-

cos integram 0 dominio terrestre (imoveis emgeral), 0 dominio hidrico (subdividido em mariti-mo - mar territorial; fluvial - rios publicos; lacus-tre - lagos e lagoas publicos) ou 0 dominio aereo(espa90 aereo).

Utiliza~ao do bem pliblicoPode dar-se pOI' meio dos institutos de direito

publico ou pel a utiliza9ao de institutos juridicos dedireito privado. .a) Autoriza~ao de uso - E ato unilateral, discri-

cionario e precario, gratuito ou oneroso, peloqual a Administra9ao consente que 0 particularse utilize de bem publiso com exclusividade.

b) Permissao de uso - E ato unilateral, discri-cionario e precario, gratuito ou oneroso, peloqual a Administra9ao faculta ao particular autiliza9ao individual de determinado bempublico. .

c) Concessao de usa - E 0 contrato administra-tivo pelo qual 0 Poder Publico atribui a utili-za9ao exclusiva de bem publico a particularpara que 0 explore segundo sua destina9aoespecifica. .

d) Concessao de direito real de uso - E 0 contra-to pelo qual a Administra9ao transfere 0 usoremunerado ou gratuito de terreno publico aparticular para que dele se utilize em fins espe-cificos de urbaniza9ao, industrializa9ao, edifi-ca9ao, cultivo ou qualquer ouh'a explora9ao deinteresse social.

e) Cessao de uso - E a transferencia gratuita daposse de urn bem publico de uma entidade ouorgao para outra, a fim de que 0 cessionario 0utilize nas condi90es estabelecidas no respecti-vo termo, por tempo certo ou indeterminado.

Atributos ou caracteres dos bens pliblicosSegundo Rely Lopes Meirelles, os bens publicos

possuem tres atributos:1. Imprescritibilidade - Decorre da con sequencia

logica de sua inalienabilidade originaria. asbens publicos sao inalienaveis enquanto destina-dos ao usa comum do povo ou a fins administra-tivos especiais.

2. Impenhorabilidade - Decorre de preceitoconstitucional que dispoe sobre a forma pelaqual serao executadas as sentel19as judiciaiscontra a Fazenda Publica, sem permitir a penho-rabilidade de seus bens.

3. Nao onera~ao - E a impossibilidade de on era-9ao dos bens publicos (das entidades estatais,autarquicas e funda90es).

PODER DE POLiclASegundo Rely Lopes Meirelles, e "a faculda-

de de que dispoe a Administra9ao Publica paracondicionar e restringir 0 uso e gozo de bens,atividades e direitos individuais, em beneficia dacoletividade ou do proprio Estado". E urn meca-nismo que permite a Administra9ao conter osabusos do direito individual, que, por vezes, serevela contrario, nocivo ou inconveniente aobem-estar social, ao desenvolvimento e a segu-ran9a nacional.

Policia administrativa e policia judiciariaA policia administrativa tem carateI' preventivo,

para impedir a90es antissociais, e a policia judicia-ria, carMer repressivo, para punir os infratores dalei penaL Essa diferen9a nao e absoluta, pois apolicia administrativa pode agir tanto preventiva-mente (proibindo 0 porte de arma, por exemplo)como repressivamente (cassando licen9a de moto-rista, por exemplo).

Razao e fundamentoA razao do poder de policia encontra-se assen-

tada no interesse social. Seu fundamento e asuprema cia do interesse publico, sobre todas aspessoas, bens e atividades.

Objeto e finalidadea objeto do poder de policia e todo bern, direi-

to ou atividade individual que possa afetar a coleti-vidade ou par em risco a segurm19a nacional, exi-gindo, dessa forma, regulamenta9ao, controle econten9ao pelo Poder Publico. Sua finalidade e aprote9ao ao interesse publico em seu senti do maisamplo: a conten9ao das atividades particularesantissociais.

Atributosa poder de policia tem atributos especificos e

peculiares a seu exercicio: discricionariedade,autoexecutoriedade e coercibilidade.

San~iiesImpostas e executadas pela Administra9ao, as

san90es proprias do poder de policia sao a multa eoutras mais graves, tais como a interdi9ao de ativi-dade, 0 fechamento de estabelecimento, a demoli-9ao de constru9ao, 0 embargo de obra, a destrui9aode objetos, a inutiliza9ao de generos e hldo 0 maisque houver de ser impedido em defesa da moral, dasallde e da seguran9a nacional.

INTERVEN~Ao NAPROPRIEDADE PRIVADA

E todo ato do Poder Publico que compulsoria-mente retira ou restringe direitos dominiais pri-vados ou sujeita 0 uso de bens particulares auma destina9ao de interesse publico. as funda-mentos da interven9ao na propriedade privadase baseiam na necessidade publica, utilidadepllblica ou interesse social, previstos em leifederaL Ra seis fonnas de interven9ao na pro-priedade privada.

1. Desapropria~aoE a retirada compulsoria da propriedade para a

realiza9ao do interesse publico, operando a trapsfe-rencia do bem para 0 patrimonio publico. E atoablatorio de direito, consubstanciando-se na formamais drastica de manifesta9ao do poder de imperiodo Estado.

Caracteristicasa) A desapropria9ao e forma origimiria de aqui-

si~ao da propriedade privada. A aquisi9aonao provem de ncnhurn titulo anterior e, porisso, 0 bem expropriado torna-se insuscetivel dereivindica9ao e libera-se de quaisquer onus quesobre ele incidiam precedentemente, ficando osevenhlais credores sub-rogados no pre90.

b) A desapropria9ao e um procedimento admi-nistrativo que se realiza em duas fases: a pri-meira, de natureza declaratoria, pelo decreto dedesapropria9ao; a segunda, de carater execut6-rio, compreendendo a estimativa da justa inde-niza9ao e a transferencia do bem expropriadopara 0 dominio do expropriante.

c) Toda desapropria9ao deve ser precedida de de-c1ara~ao expropriatoria regular, na qual seindique 0 bem a ser desapropriado e se especi-fique sua destina9ao publica ou interesse social.

d) Todos os bens e direitos patrimoniais pres-tam-se it desapropria~ao, inclusive 0 espa90aereo e 0 subsolo. Excluem-se os direitos perso-nalissimos, impossiveis de serem destacados doindividuo ou retirados de sua condi9ao civica.Tambem a moeda corrente do pais nao pode serdesapropriada, porque ela se constitui no pro-prio meio de pagamento da indeniza9ao. Con-tudo, podem ser desapropriadas moedas raras,nacionais ou estrangeiras.

e) A desapropria9ao da propriedade e a regra, mastambem a posse legitima ou de boa-fe pode serexpropriada.

f) A desapropria9ao de a~iies, quotas ou direitosde qualquer sociedade e admitida.

g) as bens publicos saG passiveis de de sapropria-~ao pelas entidades estatais supeliores, desdeque haja previa autoriza9ao do orgao legislativodo ente publico expropriante para 0 ato expro-priatolio e se observe a hierarquia politic a entreas entidades (a Uniao pode desapropriar bens dequalquer Estado; os Estados podem expropriaros dos Municipios; os Municipios nao podemdesapropriar os de nenhuma entidade politica).

h) As areas de jazidas com autoriza9ao, conces-sao ou licenciamento de pesquisa ou lavra naopodem ser desapropriadas pelas entidadesmenores.

i) as destinatarios dos bens exprapriados sao 0Poder Publico e seus delegados.Requisitos constitucionaisas requisitos constitucionais exigidos para

desapropria9ao resumem-se na ocorrencia denecessidade ou utilidade publica ou de interes-se social e no pagamento de justa e previa inde-niza~ao em dinheiro (art. 5°, XXIV, CF) ou emtitulos especiais da divida publica (no caso dedesapropria9ao para observancia do Plano Diretordo Municipio, art. 182, § 4°, III) ou em tihllos dadivida agraria (no caso de desapropria9ao parafins de Reforma Agraria, art. 184).

as motivos ensejadores da desapropria9ao sao:utilidade publica (quando a transferencia de urnbem de terceiros para a Administra9ao e conve-niente, embora nao seja imprescindivel) e interes-se social (quando as circunstancias impoem a dis-tribui9ao ou 0 condicionamento da propriedadepara seu melhor aproveitamento, utiliza9ao ouprodutividade em beneficio da coletividade ou decategorias sociais).

Justa e previa indeniza~ao e tambem requisi-to constitucional para a desapropria9ao. Indeni-za~ao justa e a que cobre 0 valor real e atual dobem expropriado (it data do pagamento), bemcomo os danos emergentes e lucros cessantes doproplietario, decorrentes do despojamento de seupatrimonio. Indeniza~ao previa significa que 0expropriante devera pagar ou depositar 0 pre90antes de entrar na posse do im6vel.

Declara~ao expropriatoriaa ato inicial do procedimento expropriat6rio

e a declara9ao de uti Iidade publica ou interessesocial, que pode ser feita por lei ou decreto emque se identifiquem 0 bem, seu destino e 0 dis-positivo legal que autorize a desapropria9ao. Apublica9ao do decreto de desapropria9ao produzos seguintes efeitos: submete 0 bem a for9aexpropriatoria do Estado; fixa 0 estado do bem,isto e, suas condi90es, melhoramentos, benfeito-rias existentes; confere ao Poder Publico 0 direi-to de entrar no bem para verifica90es e medi-90es, desde que atue com modera9ao e semexcesso de poder; da inicio ao prazo de caduci-dade da declara9ao.

Page 6: Resumão Direito Administrativo

Processo expropriat6rioA desapropriayiio podera ~er efetivada de duas formas:

a) Via administrativa - E 0 acordo entre as partesquanto ao preyo, reduzido a termo para a trans fe-rencia do bem expropriado, 0 qual, se imovel, exigeescritura publica para a subsequente transcriyiio noregistro imobiliario.

b) Processo judicial - a procedimento expropriatoriotem natureza administrativa, havendo a intervenyiiodo Poder Judiciario somente quando niio se chegar aacordo quanto ao valor da indenizayiio.

a processo judicial segue 0 rito especial (Decreto--Lei 3.365/41), admitindo supletivamente a apli-cayiio dos preceitos do cpe. a foro para a ayiio eo da situayiio do imovel, salvo quando houverinteresse da Uniiio, que tom a competente a JustiyaFederal com sede na capital do Estado correspon-dente (art. 109, I, CF; Decreto-Lei 3.365/41;Sumula 218 do STF).

A ayiio de desapropriayiio deve iniciar-se comdespacho de citayiio, no prazo de cinco anos, se pro-veniente de utilidade ou necessidade publica, ou dedois anos, se resultante de interesse social, a contarda data dos respectivos atos declaratorios, sob penade extinyiio do processo com base em ato caduco.Ao despachar a petiyiio inicial, 0 juiz designara umperi to (Decreto-Lei 3.365/41, art. 14) para avaliar 0bem expropriado, mesmo que a ayiio niio seja con-testada, como garantia da justeza da indenizaYiio. aDecreto-Lei 3.365 estabelece limites it contestayiio,que so versara sobre 0 valor da indenizayiio ouvicios do proprio processo judicial (art. 20).

Imissao na posse - Exige os seguintes requisitos(Decreto-Lei 3.365, art. 15):a) que 0 poder expropriante alegue urgencia (no proprio

ato expropriatorio ou no curso do processo judicial);b) que 0 poder expropriante faya 0 deposito da quan-

tia fixada segundo criterios previstos em lei;c) que a imissiio seja requerida no prazo de 120 dias a

contar da alegayiio de urgencia (niio requerida nesseprazo, 0 direito caduca).

Desvio de finalidade - Ocorre quando 0 bem ex-propriado para um fim e empregado em outro sem uti-lidade publica ou interesse social. a bem desapropria-do para um fim pllblico po de ser usado para outro fimpublico sem que ocorra desvio de finalidade.

Anulayao da desapropriayao - A desapropriayiioesta sujeita it anulayiio, que pode ser proferida tantopelo Judiciario cOl1)opela propria Administrayiio.

Retrocessao - E 0 direito do expropriado de exigirde volta seu imovel, caso este niio tenha 0 destino paraque se desapropriou. Nos dias de hoje, esta se entenden-do que a retrocessiio comporta apenas 0 direito de inde-nizayiio. a desapropriado niio pode se utilizar da retro-cessiio quando 0 expropriante del' ao imovel uma desti-nayiio publica diversa daquela mencionada no ato dedesapropria,iio, mas que atenda ao interesse publico.

2. Servidao administrativaCaracteriza-se pelo onus real incidente sobre um

bem particular, com a finalidade de permitir uma utili-zayiio publica. A servidiio administrativa niio transfereo dominio ou a posse do imovel para a Administrayiio,limitando apenas 0 direito de usaI' e froir 0 bem.3. Requisi~ao

Implica a utilizayiio coativa de bens ou serviyosparticulares pelo Poder Publico, para atendimento denecessidades coletivas urgentes e transitorias. a artigo

. 5°, xxv, da CF autoriza 0 uso da propriedade particu-lar, na iminencia de perigo publico.4. Ocupa~ao temporilria

Implica a utilizayiio transitoria, remunerada ou gra-tuita, de bens particulares pelo Poder Pllblico, paraexecuyiio de obras, servi,os ou atividades pllblicas oude interesse publico (art. 5°, XXv, CF).5. Tombamento

Eo a declarayiio editada pelo Poder Publico acerca dovalor historico, artistico, paisagistico, arqueologico,turistico, cultural ou cientifico de bem movel ou imo-vel com 0 objetivo de preserva-Io. Pode ser: de oficio,incidente sobre bens publicos; voluntario, incidentesobre bens particuJares com a anuencia dos proprieta-rios; compuls6rio, incidente sobre bens particulares.6. Ljmita~ao administrativa

E uma das fOt'mas pelas quais 0 Estado, no usa de suasoberania intema, intervem na propriedade e nas ativi-dades particulares, de tres maneiras: positiva (fazeI') - 0particular fica obrigado a realizar 0 que a Administra,iiolhe impoe; negativa (niio fazeI') - 0 particular deve abs-ter-se do que the e vedado; permissiva (deixar fazeI') -o particular deve permitir algo em sua propriedade.

Resumio Juridico

SERVI~OS PUBLICOSServiyo publico e todo aquele prestado pela Admi-

nistrayiio ou pol' seus delegados, sob as normas e con-trole estatais, para satisfazer necessidades essenciaisou secillldarias da coletividade ou simples convenien-cias do Estado (art. 175, CF).

Classifica~ao dos servi~os pilblicosa) Quanto II essencialidade:

• Serviyos publicos - Siio os que a Administrayiiopresta diretamente it comunidade, pOl' reconhecersua essencialidade e necessidade para a sobrevi-vencia do grupo social e do proprio Estado, comoos de policia e saude publica.

• Serviyos de utilidade publica - Siio os que aAdministrayiio, reconhecendo sua convenienciapara os membros da coletividade, 'presta direta-mente ou pennite que sejam prestados pOl' ter-ceiros (concessionarios, permissionarios) e sobseu controle, mas por conta e risco dos prestado-res, mediante remunerayiio dos usuarios.Exemplos: transporte coletivo, energia el6trica,gas, telefone.

b) Quanto II finalidade:• Serviyos administrativos - Siio os que a Admi-

nistrayiio executa para atender a suas necessida-des internas ou preparar outros servi,os queseriio prestados ao publico, tais como os daimprensa oficial, das estayoes experimentais eoutros dessa natureza.

• Serviyos industriais - Siio os que produzemrenda para quem os presta, mediante a remune-rayiio (tarifa ou preyO publico) da utilidadeusada ou consumida. Essa remunerayiio e sem-pre fixada pelo Poder Publico, quer quando 0serviyo e prestado pOI' seus orgiios ou entidades,quer quando pOI' concessionarios, permissiona-rios ou autorizatarios.

c) Quanto aos destinatarios:• Serviyos uli ul1iversi ou gerais - Siio os que a

Administrayiio presta para atender a coletividadeno todo, como os de policia, iluminayiio publica,calyamento. Siio serviyos indivisiveis, niio men-suraveis e mantidos pOl' imposto - e niio pOl' taxaou tarifa.

• Serviyos uli sil1guli ou individuais - Siio os quetem usuarios determinados e utilizayiio particulare mensuravel para cada destinatario, como ocorrecom telefone, agua, gas e energia eletrica domici-liares. Siio serviyos de utilizayiio individual,facultativa e mensuravel, devendo ser remunera-dos pOl' taxa (tributo) ou tarifa (preyo publico).

d) Quanto II natureza:• Serviyos publicos pr6prios - Siio os que consti-

tuem atividade administrativa tipicamente estatal,executada direta ou indiretamente.

• Serviyos publicos impr6prios - Siio os que, em-bora satisfayam necessidades coletivas, siio ativi-dades privadas.

Competencia para presta~ao de servi~oa) Competencia da Uniiio - Em materia de serviyos

publicos, abrange os que Ihe siio privativos (art.21, CF) e os que Ihe siio comuns (art. 23), permi-tindo atuayiio paralela dos Estados-membros eMunicipios. .

b) Competencia do Estado-membro - E residual. Aunica exceyiio diz respeito it explorayiio e distribui-yiio dos serviyos de gas canalizado (art. 25, § 2°).Pertencem aos Estados todos os serviyos niio reser-vados it Uniiio nem distribuidos ao Municipio.

c) Competencia do Municipio - Restringe-se aosserviyos de interesse local. A Constituiyiio Federalelegeu determinados serviyos de interesse localcomo dever expresso dos Municipios, como 0transporte coletivo, a educayiio pre-escolar, 0 ensi-no fundamental, os serviyos de' atendimento itsaude da populayiio e outros.

Co'!cessao de servi~o pilblicoE 0 contrato administrativo pelo qual a Adminis-

trayiio Pllblica delega a outrem a execuyiio de um ser-viyo publico, para que 0 faya em seu nome, pOl' suaconta e risco, assegurada a remuneraGiio mediantetarifa paga pelo usuario ou outra forma de remunera-yiio decorrente da exploraGiio de serviGo (art. 175,CF). Tem as mesmas caracteristicas dos demais con-tratos administrativos, alem dessas exclusivas:

a) so existe concessiio de serviyo publico quando setrata de serviGo proprio do Estado, definido em lei;

b) 0 Poder Publico transfere ao particular apenas a exe-cUyiio dos serviGos, continuando a ser seu titular;

c) a concessiio deve ser feita sempre pOI'meio de lici-tayiio, na modalidade de concorrencia, admitida ainversiio de fases;

d) 0 concessionario executa 0 serviGo em seu pro-prio nome e corre os riscos nonnais do empreen-dimento;

e) a tarifa tem a natureza de preGo publico e e fixadaem contra to;

f) 0 usuario tem direito it prestaGiio dos serviGos;g) a rescisiio unilateral da concessiio antes do prazo

estabelecido denomina-se encampayao;h) a rescisiio unilateral pOl' inadimplemento denomi-

na-se caducidade ou decadencia;i) em qualquer caso de extinyiio da concessiio e cabivel

a incorporayiio dos bens dos concessionarios median-te indenizayiio (e 0 que se chama de reversiio).

A Lei 11.079/04 (PPP) institui a concessiio adminis-trativa: prestaGiio de serviyos publicos diretamente itadminiSlraGiio; e a concessao patrocinada: concessiiode serviGos ou obras publicas com contraprestayiio pe-cuniaria do poder concedente.

Permissao de servi~o piJblicoE lll11 "contrato de adesiio, precario e revogaveluni-

lateralmente pelo poder concedente" (Lei 8.987/95).Depende de licitaGiio e pode sempre ser alterado ourevogado pela AdministraGiio pOl' motivos de interessepublico.

Suas caracteristicas siio:a) e ato wlilateral, discricionario, precario, podendo

ser gratuito ou oneroso;b) depende sempre de licitayiio;c) seu objeto e a execuyiio de serviGo pllblico;d) 0 serviyo e executado pelo permissionario pOl' sua

conta e risco;e) 0 permissionario sujeita-se it fiscalizaGiio do Poder

Publico;f) como ato precario, pode ser alterado ou revogado a

qualquer momento.

Emenda 45: celeridade de tramita~aoA EC 45/05 alterou 0 artigo 5°, inciso LXXVlII, da

CF: os processos administrativos e judiciais deveriiotel' uma durayiio razoavel, com meios capazes degarantir uma celeridade de tramitayiio.

Ii'a ••~Barros, Fischer & Associados

Resumao Juridico

Conselho editorial: Marcos Antonio Oliveira Fernandes,Andrea Barros e Flavia Barros Pinto.

Autor: Antonio Cecflio Moreira Pires, advogado; mestrs E doutoran-do em Direitodo Estado pela PUC/SP;professorde DireitoAdmi-nistrativonos curses de gradua<;:8.oe de p6s-gradua<;:aoda Uni-versidade Mackenzie; professor em diversos cursos preparat6riospara 0 exame da GAB e concursos publicos; exerceu diversos car-gos na administraQ8.o publica municipal, estadual e federal, inclusiveem organismos internacionais.Edic;:8.o:Andrea BarrosArte: MauricioCioffie ClaudioScalzlteRevisao: Marcia Menin e Paulo Roberto PompeoResuma~ Jurfdico - Direito Administratiyo e uma public8<;8.0 daBarros, Fischer & Associados Ltda., sob IIcen<;:8 editorial do aulor.Copyright© 2009 AntonioCeciliaMoreiraPires.Todosas direitosdesta edi<;:8.ores"rvadosparaBarros,Fischer& AssociadosLtda.Importante: acompanhe eventuais atuaJizac;6es legislativas de

Direito Administrativo no site www.resumao.com.br.Enderec;o: Rua Ulpiano, 86Lapa,SaoPaulo,CEP 05050.Q20Telefone/fax:0 (xx) 11 3675·0508Site: www.resumao.com.brE-mail: [email protected]: Eskenazi Industria Grafica Ltda.Distribuic;ao e vendas: Bafisa, tel.: 0 (xx) 11 3675+0508

Atenc;:aoto expressamente

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ISBN 978-858874950-4

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