História 6º ano
PARTE I: DA UNIÃO IBÉRICA À RESTAURAÇÃO
1. A morte de D. Sebastião e a sucessão ao trono.
No século XVI, se por um lado, entravam muitas riquezas no reino, por outro, as despesas
também eram grandes porque:
- era necessário manter e defender os territórios:
- proteger os navios de ataques de pirataria e corsários.
Por isso, D. João III abandonou parte de África e prestou mais atenção ao Oriente e ao
Brasil.
Em 1557, sucedeu-lhe o neto, D. Sebastião, que era menor, ficando a sua avó D. Catarina,
como regente.
Quando D. Sebastião assumiu o governo quis pôr em prática os princípios de cavalaria em
que tinha sido formado, portanto:
- partiu para Marrocos com 17000 homens mas foi derrotado em Alcácer-Quibir, onde
morreu.
D. Sebastião não tinha descendentes e sucedeu-lhe o Cardeal D. Henrique, seu tio-avô,
elemento do clero e de idade avançada.
1.1. Os pretendentes ao trono
O Cardeal D. Henrique morreu e deu origem a uma crise de sucessão.
Os pretendentes ao trono são três: D. Filipe II (rei de Espanha), D. António (Prior do
Crato) e D. Catarina de Bragança.
A sociedade portuguesa divide o seu apoio aos vários pretendentes:
D. Filipe II D. António D. Catarina (rei de Espanha) (Prior do Crato) APOIOS
APOIOS
APOIOS
Nobreza Clero
Povo Alguns elementos da Nobreza e do Clero
RAZÕES DO APOIO
RAZÕES DO APOIO
RAZÕES DO APOIO
Esperavam obter títulos, cargos e mercadorias.
Medo de perder a independência
Legítima herdeira por ser da linha masculina.
2. O domínio filipino e os levantamentos populares.
Em 1581, D. Filipe II reúne Cortes em Tomar e aí é aclamado rei, jurando cumprir
promessas:
- respeitar a língua e a moeda nacionais, mantendo-as.;
- manter o governo e a exploração do império ultramarino exclusivamente a cargo dos
portugueses;
- manter todos os cardos da administração e governo de Portugal na mão dos portugueses;
- conceder, em Portugal, terras a portugueses.
Inicia-se um período em que Portugal vai ser governado por reis espanhóis.
Durante o domínio Filipino, Portugal vai combater nas guerras em que os reis espanhóis
estavam envolvidos.
E relativamente ao governo do nosso país, se Filipe II de Espanha conseguiu cumprir as
sus promessas, os seus sucessores não e:
- lançaram impostos cada vez mais pesados para os portugueses – o que provocou uma
grande desordem um pouco porto o país e vários motins.
Estes motins tiveram uma grande importância, porque foram formando um
descontentamento dos diferentes grupos sociais.
3. A revolta do 1º. de Dezembro de 1640 e a Guerra da Restauração.
O descontentamento era cada vez maior e a vontade de recuperar a autonomia ia
aumentando.
Em 1640, rebenta uma revolta em Barcelona que obriga a coroa espanhola a enviar tropas
para esta região.
Aproveitando a situação, os conspiradores portugueses escolhem D. João como
candidato ao trono.
Um grupo de nobres vai ao Paço da Ribeira prende a duquesa de Mântua (representante
do rei Espanhol em Portugal), mata o secretário de Estado, o português Miguel de Vasconcelos,
que é atirado pela janela.
São convocadas Cortes para Lisboa, mais tarde, e aí D. João IV é aclamado rei. Inicia-se
a quarta dinastia.
3.1. Guerra da Restauração.
A principal preocupação do novo rei vai ser tomar medidas para preparar a defesa do reino.
- criou um exército permanente, pagando aos militares em serviço;
- mandou restaurar os castelos e as fortalezas próximos da fronteira;
- desenvolveu a industria do armamento;
- enviou embaixadores para procurar o apoio de outros reis europeus.
A primeira batalha da Restauração trava-se em 1644, no Montijo. No reinado seguinte (D.
Afonso VI) vão travar-se muitas batalhas.
Em 1668, já no reinado de D. Pedro II, 28 anos depois do início dos combates, Portugal e
Espanha põem fim à Guerra da Restauração, assinando um tratado de paz.
4. O Império Português no século XVI.
Portugal, ao longo do século XVII, vai passar por um período de crise, que se deveu,
principalmente, a dois fatores:
- durante o domínio filipino, os inimigos de Espanha atacam o império português e fazem
concorrência ao comércio dos produtor orientais, fazendo com que os lucros baixem muito;
- após a Restauração da Independência, Portugal vai enfrentar um longo período de
guerras com Espanha, o que implica despesas muito elevadas.
Assim, a agricultura estava quase ao abandono e, praticamente não tínhamos industria.
Com a queda do monopólio do comércio dos produtos orientais e a descida dos lucros,
instalou-se um grave crise económica.
O Conde da Ericeira vai procurar desenvolver a atividade industrial portuguesa –
procurando diminuir as importações e aumentando as exportações – seguindo os princípios
defendidos pelo mercantilismo.
História 6º ano
PARTE II: DO IMPÉRIO PORTUGUÊS DO SÉC. XVIII À
MONARQUIA ABSOLUTA DE D. JOÃO V
1. O território, os recursos humanos e as riquezas do Brasil.
Após a Restauração da Independência Portugal não consegue recuperar muitos dos
territórios perdidos na Ásia e na África mas aumenta os territórios no Brasil, em direção ao
interior.
O Açúcar e o Ouro são os produtos mais explorados. Ocorre no Brasil um facto de
grande importância: os bandeirantes descobrem ouro e diamantes e começam a exploração
das minas.
O rei obteve grandes lucros com o ouro, pois recebia como imposto o «quinto», ou seja, a
quinta parte do metal extraído. Os bandeirantes alargaram a fronteira do Brasil para além do
estabelecido no Tratado de Tordesilhas.
1.1. Os movimentos da população
Nos séculos XVII e XVIII, o açúcar e o ouro brasileiros provocaram grandes movimentações
da população.
- do reino partiram milhares de colonos para o Brasil, à procura de uma vida melhor e
missionários para espalhar o cristianismo.
- da costa africana foram levados milhares de escravos para o Brasil, para trabalhar na
produção de açúcar e na exploração de ouro.
- no Brasil, os missionários partiram para o interior do território para evangelizar,
proteger da escravatura, e os bandeirantes procuravam ouro, pedras preciosas e índios para
escravizar.
1.2. O tráfico de escravos.
Os escravos eram transportados em navios negreiros, em condições desumanas. Ao
chegarem ao Brasil eram separados e vendidos. Forçados às mais duras tarefas e sofrendo de
maus tratos constantes, tentavam fugir e esconder-se.
Poucos eram aqueles que não concordavam com este tráfico humano – parecia “normal”
nesta época – no entanto, os missionários, por exemplo, tentavam lutar contra a escravatura.
2. D. João V, um rei absoluto.
D. João V concentrou em si todos os poderes e deixou de convocar as cortes, governou
como um rei absoluto, á semelhança do que acontecia na Europa. A forma de governo passou a
ser a Monarquia Absoluta.
O rei detinha o poder legislativo (poder de fazer as leis), o poder executivo (poder de
mandar executá-las, coloca-las em prática) e o poder judicial (poder de julgar quem não
cumpria as leis).
2.1. A vida na corte
O Ouro do Brasil permitiu que a corte vivesse uma vida de ostentação e luxo. Eram feitos
grandes banquetes nos quais eram servidos sete a oito pratos. Havia os bailes e também
sessões de poesia e de música, representações teatrais, feitas por artistas que D. João V
contratava. Os espetáculos públicos, como as touradas, no Terreiro do Paço, e a ida à ópera
eram também do agrado do rei.
Todo este luxo impressionava a população, que via o rei quase como um Deus.
2.2. A sociedade no tempo de D. João V
A sociedade portuguesa no século XVIII estava dividida em: clero, nobreza, burguesia e povo.
Grupos Privilegiados
Grupos não privilegiados
Clero Nobreza
Burguesia Povo
Responsável por: - vida religiosa: - ensino; - tribunal da inquisição: - assistência aos desprotegidos.
- Imitava a vida da Corte no vestuário, na habitação e nos divertimentos; - muitos nobres viviam na dependência do rei.
- Dedicava-se ao comércio e ao artesanato: - a alta burguesia divertia-se em clubes e cafés; - alguns burgueses foram perseguidos pela inquisição.
Continuava a viver com grandes dificuldades.
3. O Barroco.
As obras construídas obedeciam ao estilo Barroco, caracterizado pela abundancia da
decoração e pelo uso de linhas curvas. Assim, no interior das igrejas e dos palácios era
frequente o revestimento a talha dourada – madeira coberta com folha de ouro -, azulejo e
mármore.