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São Luís, 17 de abril de 2013

Série: 3ºD EM

Disciplina: História

Aluna:

Klécia Patrícia de Melo Lindoso

Uma Breve História da África (resumo)

São Luís

2013

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EDUCATOR

São Luís, 17 de abril de 2013

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Disciplina: História

Professor: Paulo César Furtado Almeida

Resumo

Uma Breve História da África (resumo)

Trabalho apresentado como requisito para a avaliação parcial da disciplina História, 3º Ano do Ensino Médio do Colégio Educator

São Luís

2013

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Introdução

- No Brasil, apesar da forte influência da África que o país sofreu, costumava-se falar sobre os africanos apenas como escravos. Com a força dos movimentos negros, surgiu toda uma preocupação em falar dos africanos não apenas nessa visão, buscou-se entendê-los quanto a cultura, religião, cotidiano e costumes.

- Os povos e sociedades da África apresentam aspectos diversos e viveram processos históricos bem variados, mostrando-se um continente bastante heterogêneo. A ideia de identidade de cada povo, destruída pelo mundo escravocrata, só veio se desenvolver no continente nos séculos XIX e XX, a partir das lutas de independência.

- O termo "África" não tem origem definida. Há, porém, especulações sobre uma possível origem do termo: alguns dizem que deriva de "afri", nome de uma tribo berbere que habitava o norte do continente; outros que significa "façanha, proeza, valentia", usado pelos europeus para se referir as dificuldades de conquistar o continente.

- "África" começou a ser utilizado pelos romanos a partir da conquista de Cartago.

- No século XVI, com o avanço europeu para o sul, o termo passou a ser amplamente utilizado.

- Houve diversos tipos de sociedades no continente, cada uma com sua forma de organização social. Na unidade familiar, a figura masculina predominava, e, a partir destas, que se construíam as aldeias e núcleos comerciais. Poderia até haver ofícios e saberes especiais ou específicos, mas no geral predominavam as tradições e normas familiares e seus vínculos de parentesco, baseados em tradições e costumes mantidos pelos mais velhos, sendo esses muito valorizados, o que ajudava a conservar a ordem social familiar (a virilidade e coragem dos mais novos também era, igualmente, exaltadas).

- Terra e/ou rebanhos costumavam ser bens coletivos. Os pais de família recebiam um lote de terra do chefe local e tinham a obrigação de pagar um tributo em troca. Por isso, eram comuns e valorizadas as famílias em que os homens possuíam várias mulheres e filhos, já que aumentava a produção. Era a "economia de poligamia".

- Nesse ponto, também é possível entender a necessidade da escravidão doméstica, já que também ajudava a aumentar a produção.

- Nas sociedade sem Estado, é possível a existência de povos nômades. Os grupos viviam de comércio, caça, coleta, agricultura ou pastoreio e deslocavam-se quando eram obrigados pelas condições climáticas ou oportunidades de comércio.

- Alguns povos eram sedentários, vivam da agricultura e do pastoreio. Os homens ficavam com a tarefa de desmatar a terra, enquanto as mulheres cultivavam. A colheita era coletiva.

- Nas sociedades de Estado, que se organizavam como grandes civilizações, guiadas por uma dinastia dominante, com economias diversificadas e obras de irrigação e destacadas construções, expandindo-se, dominando e explorando outros povos. A organização social familiar e o trabalho coletivo poderiam continuar existindo nesses povos, embora a posse de terra fosse dos grandes proprietários ou do Estado. Existia uma relação de servidão coletiva.

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Outras vezes, a população conquistada acabava escravizada e dominada, mantendo a organização familiar praticamente inalterada. Muito Impérios surgiram e caíram.

Uma visão geral

- A África é conhecida como berço da humanidade, já que os primeiros ancestrais humanos teriam vivido lá há cerca de 4,4 milhões de anos. O mais antigo fóssil humano foi achado em 2009 na Etiópia, e é provável que o Homo sapiens tenha surgido em terras africanas em torno de 200 e 150 mil anos atrás.

- A África conheceu a metalurgia logo após ela ter surgido, por volta do século V a.C., na região da Anatólia. À época das primeiras grandes civilizações da Antiguidade, o Egito, o porto de Alexandria, a Núbia e cidades com Zanzibar estiveram ligados a circuitos comerciais e culturais do Mediterrâneo e do Oriente.

- No final do século I, o cristianismo chega ao continente pelo Egito, propagando-se. Com a expansão islâmica no século VII, a religião cristã se retraiu, voltando a ser amplamente difundida apenas no século XV por meio de missionários com a expansão marítima européia.

- Pelas características econômicas e culturais compartilhadas entre o norte/nordeste africano e os árabes, não surpreende que toda a região do Saara e o litoral orientam adotassem o islamismo como religião e doutrina a partir do século VII. Em muitos lugares, a fé em Alá se desenvolveu paralelamente aos cultos ancestrais (eles continuaram existindo). Havia também a conversão apenas de soberanos e a conversão de populações inteiras. Os muçulmanos se aproximavam de monarcas e chefes, que os empregavam como administradores letrados e se beneficiavam da suposta "superioridade" do Deus único do Islã

- O islamismo foi propagado pela força da palavra, de acordos comerciais e das armas (as guerras santos, as jihad). Um dos primeiros povos a se converter ao islamismo foram os berberes (povo nômade do Deserto do Saara, costumavam enfrentar condições naturais adversas a fim de desenvolverem o comércio), na África do Norte. Eles ajudaram bastante a difundir o novo credo por meio do comércio. A influência muçulmana na área era gigantesca.

- O islã tentou expandir-se em direção ao sul e ao lesta, mas esbarrou em reinos cristianizados, como a Núbia e a Etiópia. Comunidades islâmicas também foram fundadas no litoral oriental, como Moçambique.

-Na Idade Moderna (séc. XV-XVIII), com as grandes navegações europeias, as sociedades do litoral atlântico e do sul do continente também passaram a fazer parte de circuitos de relações intercontinentais.

- Os lusitanos, bem como outros povos europeus, entraram para o negócio da escravidão, já praticado pelos árabes. A história africana e a brasileira, então, se aproximam. A economia do Brasil dependia da força de trabalho africana e o povo e a cultura brasileira se formaram com uma maciça participação dos afrodescendentes.

- A escravidão e a conquista colonial eram justificadas como um "processo civilizatório", pelo desprezo que os europeus e as elites brancas sentiam pela cultura negra, passando a ideia de que eram inferiores e sem moral. Os povos africanos, porém, possuíam amplo saber medicinal,

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sanitário, de cálculo e astronômico. Na Uganda, em 1879, cesarianas já eram realizadas com sucesso pelos médicos, em virtude das ótimas técnicas de anestesia, assepsia, hemostasia e cauterização. Havia um real estudo racional dirigido para prevenir e remediar doenças.

- O comércio de escravos intensificou os conflitos internos e desequilíbrios populacionais africanos. No fim do século XVIII, os movimentos liberais passaram a intensificar suas críticas em relação à escravidão. Surge o movimento abolicionista.

- Ocorre um distanciamento radical entre África e Brasil a partir de 1850, ocasionado pela Lei Eusébio de Queirós (proibia o tráfico internacional de humanos) e pela adoção de ideias evolucionistas e racistas pela elite brasileira. A abolição da escravidão deixou o negro associado a uma figura de atraso (remetia ao passado escravista e a uma África primitiva).

- A escravidão interna na África, no entanto, durou até o século XX.

- Em meados do século XIX, o processo do neocolonialismo/imperialismo é iniciado, ligado à consolidação do capitalismo e à Revolução Industrial europeia. A África foi "repartida" entre alguns países europeus. A segregação racial começa a tomar grandes proporções nessa época, exemplificada pelo regime do apartheid, na África do Sul.

- A partir dos anos 1950, os países conseguiram sua independência política. As fronteiras impostas entre os países durante o neocolonialismo, que não respeitavam as peculiaridades de cada região, ainda geram violentas consequênciais e processos de segregação racial.

Kush

- Civilização surgida na Antiguidade, por volta de 1700 a.C., no sul do Egito. As relações entre Egito e Kush eram de influência mútua e de disputa, principalmente em relação as minas de ouro da Núbia.

- As relações entre Egito e Kush eram conflituosas em decorrência de disputas, por exemplo, em relação a recursos minerais (como o ouro). Em Kush, existia uma origem divina dos governantes: o rei era tudo como representante das divindades na Terra, sendo sagrado (se assemelha às crenças egípcias). O povo de Kush escrevia em hieróglifos e construíam pirâmides de tamanho reduzido. As mulheres recebiam posição de destaque, chegando a ocupar altos cargos (rainha Amanirenas).

- Os kushitas acreditavam que a fertilidade do solo, regime fluvial e o bem-estar comunitário dependiam do estado emocional e físico do monarca. O soberano era, raramente, visto em público, costumava se pronunciar escondido por uma espécie de cortina ou se pronunciava através e um porta-voz. Abaixo do rei, havia uma hierarquia de nobres, sacerdotes e militares, depois os súditos, submetidos à escravidão coletiva.

- Por volta de 900 a.C., Kush obteve independência do Egito e mudou sua capital para Napata, que se destacou pelo caráter religioso, com a presença de diversos templos. A civilização de Kush se tornou uma grande potência, chegando, inclusive, a dominar o Egito.

- A economia baseava-se em produtos agrícolas, pedras preciosas, madeira, pele e marfim. Kush representava um ponto estratégico de comércio.

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- Presume-se que Kush foi sendo invadida, aos poucos, por tribos rivais, em especial Axum (reino que se tornou conhecido por volta do século I), ocorrendo assim o seu declínio. No século VIII adere ao islamismo.

Etiópia

- O reino da Etiópia formou-se em torno de 1000 a.C., com capital em Aksum. Por essa época, a região conheceu uma certa prosperidade, graças ao marfim. Seu apogeu se dá no reinado do imperador Azna. A Igreja Cristã-Católica se tornou bastante influente no país.

- Na Idade Moderna, no século XVI, a Etiópia cristã passou a guerrear com seus vizinhos muçulmanos. Não eram apenas guerras religiosas, mas disputas econômicas para controlar rotas comerciais e áreas com minérios.

- Por ser um reino cristão imenso em uma área de reinos muçulmanos, surge a lenda do reino de Preste João, que seria um soberano cristão que governa regiões cercadas por territórios muçulmanos. Falava-se que seria um descendente de Baltasar.

Gana

- Entre os séculos IX e XV, Gana, Mali e Songai surgiram no Sudão Ocidental. Ficaram famosos pelas posses de minas de ouro e rotas de comércio. O comércio, que acontecia por meio de caravanas e rotas marítimas, era dinâmico e e englobava várias regiões do mundo. O comércio ocasionava um intercâmbio cultural intenso.

- Gana surgiu no século IV, constituindo-se ao longo dos séculos como um -poderoso império, dominando territórios que hoje abrangem os atuais Mali e Mauritânia. Apresentava o comércio a praticava a agropecuária, embora a quantidade abundante de ouro fosse a maior riqueza do local.

- O ouro permitia manter cidades com mais de 15 mil habitantes (Kumbi Saleh, a capital) e um exército, que protegia as rotas comerciais, de mais de 200 mil soldados. Comercializavam sal, tecidos, cavalos, tâmaras, escravos e ouro. A atividade comercial era de controle do Estado.

- Não foi um império expansionista. As populações de Gana eram submetidas a um regime de servidão. O reis tinham o título de "gana", daí o nome do reino, embora alguns chamasses aquelas terras de Uagadu.

- A sucessão era matrilinear: o filho da irmã do rei herdava o trono. O monarca era rodeado de pompa e prestígio. A princípio, adotavam uma religião politeísta (cultuavam, principalmente, o Deus-Serpente). Depois, boa parte de população converteu-se ao islamismo.

- Atinge seu auge no século VIII, declinando no século IX com o esgotamento das minas, a expansão do islamismo e as disputas internas pelo poder.

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Mali

- O Império Mali foi um verdadeiro herdeiro de Gana. Surgiu por volta do século XIII, na região do Rio Níger, atribuindo-se a sua fundação a Sundiata Keita. A figura desse rei é rodeada por uma série de lendas, relatadas até hoje, transmitidas pelos griots.

- Sundiata Keita, o "Leão de Mali", era filho do rei Naré. Nasceu com deficiências motoras e mentais, as quais curou posteriormente após se tornar um mago. Virou um grande caçador e guerreiro e formou um poderoso exército a fim de libertar a sua terra natal. Após conquistas Gana, expandiu ainda mais o território Mali, um dos mais importantes da África.

- Mali possuía as três principais minas de ouro da região e um comércio amplo e bem desenvolvido, abrangendo o norte do continente. A cidade de Jenné era um grande centro comercial e agropecuarista (produção de milhete, sorgo, arroz, artesanato de couro, algodão, ouro e criação de gado)

- Praticavam a tolerância cultural com os conquistados. Abubakari, um dos governantes, enviou, no século XIV, uma expedição com mais de dois mil pequenos barcos para checar a extensão do Atlântico. Nenhum barco, porém, retornou. Há hipóteses de que chegaram à América antes de Colombo.

- Seu apogeu se deu no século XIV, durante o reinado de Mansa Musa. Tal rei se converteu ao islamismo e passou a difundir sua religião em Mali. Pela presença de escolas muçulmanas, Tombuctu virou centro de estudos religiosos. Havia um intenso comércio de livros e muito conhecimento repassado.

- Em 1324, para mostrar o esplendor de Mali, Mansa Musa realizou uma peregrinação à Meca com uma comitiva de 15 mil pessoas e muito ouro, distribuído fartamente. Mali, dessa forma, se tornou uma região bastante conhecida.

- Depois de Mansa Musa, houve a dificuldade em manter um território tão vasto. Disputas e ataques internos e externos marcaram o início da decadência daquele enorme império. No século XV, o Império Songai se tornou o mais importante da região.

- Como muitas outras da África, foi marcada por uma enorme mistura de influências, mesclando o islamismo a religiões tradicionais.

Songai

- Foi uma potência africana do século XV até o final do século XVI. Sua capital, Gao, era um importante centro comercial. Era um povo originário do noroeste da Nigéria, conquistando boa parte do território Mali (região do Rio Níger).

- No ano 1000, parte do Império Songai aderiu ao islamismo. Askia Mohammed, um dos governantes, organizou uma luxuosa peregrinação à Meca, assim como Mansa Musa. Apesar das práticas islâmicas, a maioria da população continuou com os costumes religiosos tradicionais.

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- Com um poderoso exército, realizaram grandes guerras expansionistas. O império era mais organizado que o do Mali, com forte controle por parte do imperador e funcionários públicos. A estrutura administrativa era bastante complexa. O exército era numeroso, utilizavam o sistema de pesos e medidas árabe.

- A economia girava em torno da agricultura, comércio, artesanato e e exploração de minas auríferas e salinas (ouro, sal e cauris serviam como moeda). Os tributos pagos eram pesados, principalmente para os povos conquistados. Sobrava pouco para as comunidades locais, que vivam em extrema pobreza.

- As cidades eram populosas e, muitas delas, eram centros de estudos religiosos e de direito (destaque para a Universidade de Sankore). Tinham enormes bibliotecas que atraíam muitos pensadores. As casas eram de argila e madeira, embora os templos e palácios fossem de pedra. O Rio Níger abastecia as cidades.

- A partir do século XVI, Marrocos ambicionou conquistar Songai para conquistar suas riquezas, feito concretizado em 1591.

Iorubá e Daomé

Iorubá

- A região do Golfo da Guiné é caracterizada por possuir ótimas condições naturais (solos férteis, abundância hídrica, rota obrigatória para quem vinha do deserto em direção ao mar). Sendo assim, muitas civilizações se desenvolveram por lá, dentre elas, a Iorubá, situada no sudeste da atual Nigéria. Acredita-se que tenham migrado do nordeste africano entre os séculos VI e XI. A capital era Ifé, grande entro comercial e, principalmente, religioso. Era um povo bastante religioso, adepto das tradicionais religiões africanas e depois do islamismo e do cristianismo.

- Ficou famosa a produção artística do Iorubás (máscaras, cabeças e figuras), seus tecidos de algodão, jóias de ouro e cerâmicas ricamente decoradas. Era uma sociedade predominantemente urbana, com grandes cidades e atividade mercantil.

- Passa-se a idéia de que a sociedade era uma grande família, na qual cada indivíduo tinha um papel. No século XV, durante a Expansão Marítima Europeia, Portugal chegou a essa região, mantendo relações diplomáticas com ela.

- A civilização iorubá entrou em decadência no século XVII, em virtude de disputas internas por poder, pelas agressões europeias (escravidão) e por ataques do povo peul. Os peules acabam dominando a região, escravizando vários iorubás (aqui ficam conhecidos como nagôs).

Daomé

- Outra grande civilização do Golfo da Guiné foi a de Daomé ou Adomei. Atualmente chamado de Benin, foi fundado no século XVII, com um governo centralizado e um forte exército. O reino fica famoso pelo comércio de escravos negros. Costumavam atacar outros povos para vendê-los como escravos aos europeus. O escravos também eram empregados na economia

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interna do reino, chegando a representar um terço da população. A capital era Abomei, todo o comércio era controlado pelo rei, que também era proprietário das terras e exigia impostos pelo uso delas. Seu auge ocorreu no século XIX, destacando-se e produção e venda do azeite de dendê. Acabaram conquistados pela França no século XIX.

- Um fato curioso é que em Daomé era mantido um corpo militar apenas feminino. Eram as "amazonas africanas", selecionadas ainda jovens para a guerra. O treinamento era duro e manejavam bem as armas. Nos ataques franceses no século XIX, representaram o maior foco de resistência.

Congo, Ndongo e Zimbábue

Congo

- O Império do Congo estava localizado no sudeste africano. Fundado no século XIII, sua capital M'banza Kongo chegou a possuir 30 mil habitantes. No século XV, com a presença portuguesa durante a Expansão Marítima, o catolicismo se propagou no império, apesar da permanência das crenças tradicionais (havia uma resistência a monogamia). Manteve intensos negócios escravistas com Portugal e Brasil, chegando a ser vítima de uma "influência" (domínio) português.

- As terras eram férteis, cultivavam o milhete, sorgo, bananeiras, inhames, etc. Criavam porcos, ovelhas e galinhas e fabricavam um vinho fortíssimo. A moeda era o zimbo. Como riquezas, também possuíam um marfim, minas de cobre e a pesca. Não possuíam escrita, mas dominavam a metalurgia e era, habilidosos artesãos . A população pagava impostos e servia ao exército.

- No século XVIII, após uma série de ataques, o Império do Congo sucumbiu, o domínio da região foi passado para Ndongo.

Ndongo

- O reino de Ndongo apresentava um monarca com o título de ngola, daí o termo "Angola". Ndongo se destacou dentro do tráfico negreiro. Acabou conquistada pelos portugueses no século XVI, depois de uma enorme resistência africana. Em 1579, os portugueses fundaram a cidade de São Paulo de Luanda, a fim de defender seu domínio. Luanda se tornou uma grande feira de comércio de seres humanos, representando o maior fornecedor de escravos para a América espanhola e portuguesa entre os séculos XVI e XVIII. Os laços entre Angola e Brasil foram fortíssimos, até mesmo por vínculos culturais, familiares e comerciais.

- Nzinga Mbandi foi um dois maiores símbolos da resistência africana aos europeus. Ficou famosa como combatente, estrategista militar e diplomata. Teve de proteger seu país, Ndongo, contra invasores portugueses, inimigos vizinhos e contra a oposição interna. Não aceitava a escravidão do seu povo e defendia a religião tradicional de Ndongo. Apenas após a sua morte que os portugueses conseguiram controlar o país.

Zimbábue

- o Império Monomotapa, outra poderosa civilização dos séculos IX e XIII, localizava-se onde hoje é o Zimbábue. Dominava a metalurgia e mantinha um intenso comércio com o Norte da

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África e regiões da Ásia. Sua capital era Zimbábue, onde foram erguidos grandiosos palácios de pedra, demonstrando a capacidade técnica dessa povo.

- No século XVI, os portugueses se instalam na região, causando agressões e estimulando disputas internas. No século XVII, o Império é conquistado por Portugal.

- A ideia estereotipada de uma África Negra composta por florestas impenetráveis e atrasada foi difundida, principalmente, pelo cinema de Hollywood. A floresta tropical, na verdade, representa uma parte ínfima do continente. A maior parte da África encontra-se divida em savanas e regiões desérticas. No geral, havia muitas cidades por quase todo o continente, com intensa atividade comercial e cultural. Um dos personagens que contribuiu com a visão distorcida do continente foi Tarzan, sua história se relaciona ao imperialismo inglês.

Religiões nativas da África.

- É comum uma associação com a "macumba", eventualmente, feita com preconceitos. Existia, na verdade, uma diversidade enorme de religiões e crenças no continente, a maioria com seus ritos e deuses próprios, apesar do grande intercâmbio de culturas e presença de elementos culturais comuns. As religiões tradicionais eram muitas e predominam, ainda hoje, no centro e no sul da África. Não utilizavam textos escritos. O universo das religiões afro-brasileiras é complexo e diverso.

- As religiões tradicionais crêem que mesmo as coisas físicas apresentam elementos espirituais, sendo classificados como animistas. Cada ato de vida pode ser associado com o sobrenatural. Os ritos costumam receber a participação de toda a comunidade, se utilizando de danças, músicas e adornos. Os cultos podem ocorrer em uma cabana, uma montanha ou um altar. Determinados ritos envolvem esforços, como animais e mutilações.

- Acreditam quase sempre em um Ser Supremo (para os iorubás, Olorum ou Olodumaré), onipotente, criador de tudo e associado aos céus. Abaixo dele, têm-se as entidades associadas a fenômenos naturais ou comportamentos humanos, podendo ser invocadas. Alguns orixás mais conhecidos: Exu, Ogum, Xangô, Oxóssi, Oxalá, Oxum, Obaluaiê, Oxumarê, Iansã, Ossaim e Iemanjá.

- Em algumas religiões o Ser Supremo resolve se retirar para o céu após sofrer decepções com os homens. Normalmente, o homem não recorre ao Deus Supremo e sim aos deuses "menores".

- Existe a crença no poder de curandeiros e magos, uma espécie de sacerdote e médico. É fundamental em sociedades sujeitas a várias doenças. Também serviam para afastar os praticantes de "magia negra"

- Muitas tribos possuíam os "fazedores de chuva", que praticavam uma magia "homeopática". A "magia de contágio" baseava-se na relação entre a parte e o todo. Adivinhos tentavam saber a vontade dos espíritos usando muitas técnicas, em rituais que envolviam música, dança e possessões.

- A religião confunde-se com a moral, qualquer ação que prejudique a convivência humana ou o equilíbrio das forças naturais pode ser punida pelas lideranças tribais e reparadas em rituais religiosos. Os deuses, inclusive, poderiam ficar irritados. Por esse motivo, deve-se respeitar as

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pessoas, os bens e a vida, todas as desgraças eram vistas como fruto desordem da sociedade. Não há uma separação clara entre religião, política e justiça.

- A importância dos grupos familiares é evidenciada nas relações religiosas também. O antepassado morto permanece junto à tribo, preservando seus descendentes e o cumprimento dos costumes. Na família, estavam também os que ainda não eram nascidos. Para um casal, não gerar filhos era algo negativo pois não haveria alguém para perpetuar o culto dos ancestrais.

Afro-brasileiras

- Macumba, na verdade, é um instrumento musical utilizado nas cerimônias e festas religiosas africanas. É uma expressão recusada pelos praticantes dos cultos afro-brasileiros.

- O candomblé, religião afro-brasileira, cultua os orixás, entidades espirituais ligadas à natureza e ao comportamento humano, trazidos da África pelos negros. Foi duramente reprimido no Brasil, sendo obrigado a recorrer ao sincretismo religioso (associação aos santos católicos). As cerimônias são feitas em terreiros, a preparação é fechada e costuma envolver o sacrifício de pequenos animais. São celebradas em língua africana, há a presença de músicas e danças. Os pais de santo e mães de santo também recebem os fiéis individualmente (cada um possui seu orixá).

- A umbanda é um culto mais recente (fim do séc. XIX, início de XX), mesclando elementos do candomblé, espiritismo e catolicismo. A religião considera o universo povoado de guias, entidades espirituais, que apresentam uma hierarquia e entram em contato com os homens.

Cristianismo e islamismo

- O cristianismo atingiu a África em torno do século I. Teve enormes dificuldades em se expandir a partir do século VII, com a chegada do islamismo pela Península Árabe, área que sempre manteve muito contato com os africanos. O islamismo é, hoje, a religião predominante no continente.

- Em muitas ocasiões, houve um sincretismo religioso entre o islamismo e o cristianismo e as religiões tradicionais africanas. O árabes e europeus viam os africanos como primitivos e pagãos.

A escravidão doméstica na África

- A maior parte dos africanos trazidos para o Brasil veio da África Atlântica. Dois grupos se destacaram: os sudaneses (África Ocidental, Sudão e Costa da Guiné) e bantos (Angola, Congo, Moçambique e Cambinda).

- Havia escravidão na África antes mesmo da chegada europeia na Idade Moderna, o trabalho escravo era utilizado nas produções. Era a escravidão doméstica ou patriarcal, bastante diferente da comercial feita pelos árabes e europeus, embora fosse igualmente opressora.

- Na escravidão doméstica havia o aprisionamento de alguém para utilizar sua força de trabalho em geral, na agricultura de pequena escala, na produção artesanal ou serviços domésticos. Servia para aumentar o número de pessoas a serem empregadas no sustento de uma família ou

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um grupo. Os escravos eram pouco utilizados por unidade familiar, mas a posse deles assegurava poder e prestígio para seus senhores. Havia a preferência por mulheres e crianças.

- O escravo apresentava pequenos direitos e havia, em alguns povos, a possibilidade de de, inclusive, ser liberto, incorporando-se à comunidade e à família do senhor. Havia uma escravidão mais "branda" (afazeres domésticos) e uma mais exploradora (minas de ouro e fazendas)

- O indivíduo poderia se tornar escravo ao ser aprisionado em guerras ou como por punição para quem fosse condenado por certos crimes. A penhora (rapto individual), a troca e a compra também eram formas de se tornar escravo. Em algumas sociedades, era uma estratégia de sobrevivência.

- Algumas civilizações utilizaram o trabalho escravo em quantidade, devido a um desprezo elitista pelos trabalhos manuais.

A escravidão comercial muçulmana

- Do contato com os árabes, povos do norte da África passaram a vender escravos para o Oriente Médio. Era a escravidão comercial, que visava o lucro. O cativo era objetificado, representando apenas uma mercadoria. As principais fontes de escravos eram as guerras.

- Na metade do século VII, os escravos eram os principais produtos dos caravaneiros do Saara. Calcula-se que, entre 650 e 1800, o tráfico transaariano vitimou cerca de 7 milhões de pessoas.

- Os escravos preenchiam uma série de funções no mundo árabe: eram concubinas, agricultores, artesãos, domésticas, funcionários encarregados da burocracia, tecelões, ceramistas e soldados.

- Ainda no século IX, o califado de Bagdá chegou a contar com 45 mil escravos trazidos pelos comerciantes berberes. Com o passar dos séculos, o número de escravos africanos apenas cresceu, o mundo árabe foi se revelando um bom mercado para os cativos. O Alcorão, inclusive, não condenava a escravidão. Para os muçulmanos, representava uma espécie de missão religiosa.

- A escravidão doméstica foi dando lugar à escravização comercial em larga escala. Coma chegada européia no século XV, o processo de escravização ganhou dimensão intercontinental.

Escravidão comercial cristã ou escravidão moderna

- A escravidão comercial aumentou ainda mais com a expansão marítima europeia, tornando-se fonte de riquezas para diversas nações da Europa (muitos burgueses e grandes comerciantes encontraram o enriquecimento). Estima-se que vieram para a América 10 milhões de africanos em 300 anos de tráfico.

- Havia, basicamente, duas formas de se obter os cativos: atacando diretamente as comunidades e escravizando as populações ou montando feitorias e castelos para obter os escravos de comerciantes, chefes e reis locais (método mais seguro).

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- Havia, no início, desconfiança acerca do destino dos cativos embarcados (havia uma crença de que europeus seriam canibais). Depois de vencida a desconfiança, as elites africanas e os europeus se aliaram na obtenção de cativos. Estabeleceu-se uma imensa rede de traficantes, mercadores e caçadores de escravos. Muitos povos se especializaram em vender escravos, comunidades viviam a atacar ou sequestrar pessoas de comunidades, numa espécie de "jogo de gato e rato".

- No litoral, a escravidão passou a determinar a prosperidade e força de uma minoria e a miséria de uma maioria. O comércio com os europeus reforçou o poder de chefes dispostos a guerrear contra povos inimigos apenas objetivando obter escravos. Alguns reinos chegaram a experimentar seu apogeu apenas pela captura de cativos, como Daomé, Sadra, Achanti e Oió. Formou-se um mercado bastante competitivo, em que os vendedores de escravos competiam pelos produtos europeus e os europeus pelas pessoas a serem "exportadas".

- A escravidão teve dramáticas consequências para o continente africano, gerando regiões despovoadas e ocasionando uma série de mortes. Além disso, a economia se desorganizou completamente (retirou muita mão de obra das produções), muita destruição material foi causada pelos invasores e vidas foram perdidas.

Imperialismo e neocolonialismo

- Na segunda metade do século XIX, o capitalismo tomou impulso em decorrência do aumento do comércio, do aperfeiçoamento dos processos de produção, de comunicação, etc. A esse conjunto de transformações se denomina Segunda Revolução Industrial, iniciada no século XVIII. O capitalismo se tornava dominante.

- Com uma internacionalização da economia cada vez maior, aumentavam as disputas entre os países por matérias-primas, mercados consumidores, áreas onde pudessem aplicar seus capitais e obterem lucros. Tais disputas, inclusive, desencadearam Guerras Mundiais.

- Na busca por mercados, as nações/empresas se voltaram para a América Latina, África e Ásia. Muitos países foram invadidos e à força submetidos à condição de colônia. Quando um povo domina e explora o outro, ele é chamado de imperialista. Grandes Impérios Coloniais foram formados, a dominação era justificada com a ideia que de os europeus, "melhores e superiores" segundo o imperialismo, trariam "progresso e civilização" aos outros povos.

Os impérios coloniais europeus na África

- No início do século XIX, o domínio europeu era pequeno e a África era vista como fornecedora de produtos exóticos e de escravos. A Revolução Industrial, porém, fez a Europa passar a ver a África como um possível local a ser explorado.

- A Conferência de Berlim (1884-85) foi quando as potências capitalistas se juntaram para estabelecer as "regras" de divisão do continente negro, levando em conta apenas seus interesses. O objetivo era delimitar as fronteiras e áreas de influência de cada potência, sem levar em conta as particularidades dos povos africanos. Era uma dominação brutal e sanguinária.

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- A França estava presente na África desde 1830, dominando uma região conhecida como África Ocidental Francesa.

- Entre 1837 e 1901, a rainha Vitória esteve no trono da Inglaterra, coincidindo com o auge econômico e político do país. Na África, buscaram estabelecer um domínio vertical, dominando áreas do Mar Mediterrâneo ao cabo da Boa Esperança

- A expansão inglesa entrou em choque com a francesa no Egito. Houve um pesado investimento francês inicial, como na construção do Canal se Suez. O Egito, porém, viu-se obrigado a vender uma parte do canal aos ingleses, que adentraram no país. O Egito estava em uma complicada situação financeira, completamente independente de outros países. Assim, explodiu no Egito, a revolta nacionalista chamada de Arabi Paxá. A Inglaterra invadiu o país e reprimiu a revolta, tornando ele sua colônia ("protetorado").

- Em 1876, o rei da Bélgica tornou o Congo como propriedade pessoal, promovendo massacres no país. No início do século XX, apenas a Abissínia e a Libéria (país formado por ex-escravos americanos, mandados para lá após a proibição do tráfico de escravos), eram livres.

- Itália e Alemanha começaram suas "corridas imperialistas" mais tardiamente, conquistando áreas de "menor importância". A pressão que esses países fizeram por uma "redivisão" provocou tensões e conflitos, que levaram a Primeira Guerra Mundial. Portugal, decante, manteve poucos domínios.

- Os europeus organizavam os territórios conforme seus interesses. Muitas aldeias foram deslocadas e os africanos amontoados em terras infeteis, muitas terras foram entregues a colonos brancos e empresas.

- A produção foi direcionada para a exportação, sendo adotado na agricultura o sistema de platation. Milhares de africanos expropriados de suas terras foram brutalmente explorados.

- Todas as bases africanas foram desestruturadas. Na verdade, a ideia dos europeus era mesmo destruir aquelas organizações sociais, a fim de gerar uma maior dependência dos colonos. Os salários pagam eram baixos e eram a única alternativa para os povoa africanos. Nada era feito em benefício dos nativos.

- A Guerra dos Bôeres foi uma das revoltas que ocorreu em oposição a expansão do imperialismo. Foi na África do Sul (1899-1902), entre os descendentes de holandeses ("bôeres") e ingleses.

- Originalmente, a África do Sul era habitada por povos negros. A partir do século XVII, imigrantes holandeses passaram a ocupar a região. Em 1806, os ingleses se instalaram no lugar, atraídos por riquezas minerais, passando a lutar contra os nativos negros e contra os bôeres. Os holandeses perderam e os ingleses anexaram seus territórios. Como os negros eram maioria, havia um medo disso poder ameaçar o domínio de minoria branca. Daí nasceria, no século XX, o apartheid.

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A descolonização da África

- Na segunda metade do século XX, cresceu o processo de emancipação política de várias colônias que eram subordinadas às potências da Europa. Tal processo deve ser associado à Segunda Guerra Mundial, que, quando terminada, deixou as potências em decadência e sem condições de manter suas colônias. Inclusive as nações europeias, havia um pressão de certos grupos da sociedade pelo fim dos impérios coloniais.

- Os povos "colonizados" também lutavam por suas independências, por meio de lutas armadas ou organizações políticas. Havia uma solidariedade de várias outras nações aos africanos e asiáticos. Inclusive, um dos princípios da ONU é a autodeterminação dos povos.

- A Guerra Fria também contribuiu para o fim, visto que tanto os EUA quanto a URSS almejavam ampliar áreas de influência, apoiando as mobilizações pela independência.

- As descolonizações pacíficas ocorreram por meio de acordos com a metrópole, que mantinha alguma influência sobre a colônia e preservava as estruturas sociopolíticas. Ocorreu, principalmente, com as colônias inglesas (no sistema britânico, a autoridade das elites nativas ainda era conservada). Sistema de "parceria subordinada". Adotavam a estratégia do "sair para ficar".

- As descolonizações violentas ocorreram mediante luta armada. Muitas vezes, eram pelo independência e por mudanças nas estruturas sociais e implantação do socialismo. Aconteceu nas colônias francesas, que se apegavam aos métodos de dominação colonial direta e à prática da assimilação cultural. Como exemplos, temos a guerra de independência da Argélia e o conflito do Vietnã.

- Nas descolonizações, surgiram movimentos como o pan-africanismo, que pregava a união dos povos africanos com o objetivo de conquistar a independência e potencializar as reivindicações do continente no contexto internacional.

Casos de descolonização: Argélia, Congo e Ruanda

Argélia

- Na Argélia, durante os anos 1950, a Frente de Libertação Nacional passou a promover ações terroristas pelas independência do país. Estimulada por sucessivas derrotas francesas e com o apoio internacional, a FLN promoveu, em 1954, um grande levante, atacando colonos franceses. A Argélia entrou em guerra civil, em uma luta dos argelinos contra as milícias organizadas pelos franceses. A metrópole enviou tropas (cerca de 500 mil) para manter o controle, se valendo da prática de torturas e assassinatos.

- A opinião pública francesa era favorável à independência argelina; as elites, os militares e partes das direitas eram contra. Em 1962, o presidente francês Charles de Gaulle reconheceu a independência da Argélia.

Congo

- O Antigo Congo Belga fora entregue pela Conferência de Berlim à Bélgica em 1855. Até 1908, era uma propriedade pessoal do rei, que impunha condições brutais de trabalho aos

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nativos. Nos anos 1950, movimentos nacionalistas do Congo, liderados pelo peta socialista Patrice Lumumba, iniciaram uma luta armada contra o domínio colonial, sendo brutalmente reprimidos. Em 1960, Congo ganha sua emancipação. Lumumba se aproximou da URSS e acabou sequestrado e assassinado em 1961, em um golpe de Estado apoiado pela Bélgica e os EUA. Houve muita instabilidade, até Joseph Mobuto desferir outro golpe, adotando uma ditadura pessoal mais uma vez apoiada pelos mesmos países.

- Mobuto adotou um regime cheio de práticas corruptas, sendo essas admitidas ou consagradas. Apoiado pelos EUA e a França, acumulou uma fortuna incalculável. Com o fim da Guerra Fria, o país deixou de ter importância geopolítica e Mobuto foi abandonado à própria sorte. Em 1977, rebeldes tomaram o poder.

Ruanda

- Ruanda era uma antiga colônia alemã que, com a derrota germânica na Primeira Guerra, passou para o controle da Bélgica. No século XV, Ruanda foi invadida pelos tutsis, pastores de grande estatura que passaram a dominar a região. Com a dominação belga, os tutsis foram privilegiados por serem "mais belos", virando uma aristocracia que detinha o poder político e econômico.

- Em 1950, com os movimentos de descolonização, a Bélgica passou a utilizar a técnica do "dividir para governar", favorecendo o grupo dos hutus. Em 1962, com a Independência, muitos tutsis foram expulsos (de onde lançavam ataques) e os hutus começaram a brigar internamente pelo poder. Foi uma época de instabilidade.

- Os tutsis criaram a Frente Patriótica Ruandesa e invadiram a Ruanda (desde 1990), massacrando a população civil. Em 1993, acordos de paz, intermediados pela ONU e a Tanzânia. Formou-se um governo de transição com a participação da FPR e outros grupos de oposição. Em 1994, houveram novos conflitos, em que milhares de tutsis foram perseguidos e assassinados .

A África na Guerra Fria e o Movimento dos Não Alinhados ou terceiro-mundismo

- A África não ficou indiferente aos interesses da Guerra Fria, mesmo com seus problemas. A URSS apoiava os movimentos nacionalista e emancipatórios, o que trazia pontos para a União Soviética mesmo em meio aos que não se identificavam com o socialismo. Os EUA pressionavam seus aliados europeus a concederem a independência e conservarem as influências (e o capitalismo). Para se livrarem da "ameaça comunista", os estadunidenses chegavam a apoiar ditaduras corruptas e brutais.

- Carentes de quadros técnicos, de tecnologias industriais, capital e até mercados, os países africanos estavam mergulhados em constante situação de subalternidade. As jovens nações, em geral, produziam e exportavam matérias-prima e gêneros agropecuários, não se adaptaram à Nova Ordem Mundial (bens industrializados e tecnologia são mais importantes). Porém, os líderes africanos compreendiam que, pelas riquezas naturais do continente, um crescimento econômico era bastante viável. Por outro lado, os países africanos estavam fragmentados politicamente, eram dependentes tecnologicamente, não possuíam capital, havia grandes rivalidades internas...

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- Diante de tais constatações,, uma parcela mais engajada da primeira geração de líderes da áfrica independente procurou adotar procedimentos práticos para superar os problemas causados pelo (neo)colonialismo. Alguns adotaram o socialismo, outros uma postura nacionalista. O Estado se tornou fundamental para o desenvolvimento.

- Externamente, os líderes africanos buscaram criar um movimento de países não alinhados, junto a estados asiáticos e latinos, que tinham entre suas principais reivindicações a revisão das regras do comércio mundial.

- Assim, nos anos 1950, o Movimento Terceiro-Mundista ou dos Não Aliados foi criado, objetivando dar uma maior visibilidade a esses países na política internacional. A partir da Conferência de Bandung, em 1995, que rejeitava o alinhamento automático aos EUA ou URSS, dentre outras medidas, o movimento criou mais força. Após Bandung e com a pressão da ONU, o processo de independência das nações asiáticas e africanas se acelerou.

- Houve, porém, sérios problemas para as nações africanas, visto que seus interesses conflitavam com os das grandes potências. Como várias países da África se declaram socialistas ou assumiam posturas nacionalistas, os EUA se viam na necessidade de cessar com essa influência soviética, fazendo avançar sua própria influência.

- Com a "diplomacia do dólar", influenciaram os estados africanos, em princípio, condicionando sua inclusão em programas de ajuda econômica e militar à concessão de privilégios para a operação de empresas estadunidenses nestes países e ao alinhamento diplomático e militar com Washington na Guerra Fria. Em outros casos, os EUA ajudaram os grupos de oposição. Além disso, desenvolveram uma política permanente de apoio a regimes racistas (ex: antiga Rodésia e África do Sul), que ajudavam na desestabilização.

- Como resposta a essas ações dos EUA, os governos africanos se aproximaram ainda mais da URSS e de Cuba, a fim de conseguirem apoio. Isso aumentou ainda mais as tensões, gerando mais conflitos e militarização. Os confrontos e rivalidades inviabilizaram ainda mais a cooperação e desenvolvimento comercial entre os países do continente.

- Nesse contexto, surgiu também o movimento do pan-arabismo, que propunha a união de todos os países de maioria árabe-muçulmana a fim de fortalecer a cultura e causa islâmica frente ao mundo ocidental.

África do sul e o apartheid

- A África do Sul é uma das nações mais prósperas do continente. Mesmo assim, a maioria absoluta da população vive em miséria. Isso tem muito a ver com o refime político do apartheid, que marcou o país no século XX.

- Após uma independência limitada dada pelos ingleses, em 1910, os africâners, para atenuar a inferioridade numérica, fecharam o primeiro acordo para a aprovação de leis segregacionistas. A política de segregação racial foi oficializada em 1948, quando o Partido Nacional chegou a poder.

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- O apartheid impedia, dentre outras coisas, o acesso dos negros à propriedade da terra e à participação política. Impedia relações entre pessoas de raças diferentes e separava, de forma geral, negros e brancos.

- Em 1961, a independência da África do Sul se tornou completa e o apartheid se radicalizou. Os negros passaram a ficar confinados em "imensas favelas rurais", o que dividia ainda mais a população negra e acentuava as diferenças históricas e culturais entre as tribos.

- A oposição ao apartheid ganhou mais força nos anos 50, com a campanha de desobediência civil lançada pelo Congresso Nacional Africano. Em 1960, a polícia racista matou 69 negros durante uma manifestação liderada pelo CNA. Foi o Massacre de Sharpeville, que provocou marchas de protesto em todo o país. A polícia respondeu com mais violência. O CNA foi colocado na clandestinidade e acabou optando pela luta armada como tática. Nelson Mandela o primeiro comandante da facção Umkhonto we Sizwe.

- Em 1964, Mandela foi preso e condenado à prisão perpétua. Vários membros da CNA partiram para o exílio, agindo em outros países contra o apartheid. A luta começou a sensibilizar a opinião pública mundial. Apesar disso, o governo racista contava com o apoio dos EUA e da Inglaterra, pelos investimentos que possuíam e pela política anticomunista do país, um guardião do capitalismo no continente.

- Em 1976, ocorre o levante de Soweto, em que estudantes saíram as ruas para protestar contra as políticas educacionais que privilegiavam os brancos. Novamente, houve violência e centenas de mirtos. A repercussão mundial foi grande. Há quem diga que tal evento marcou os momentos finais do apartheid.

- Em 1984, a Lei Marcial foi estabelecida em tentativa de contar a revolta popular causada pelo apartheid. A economia do país estava em crise, protestos aconteciam, inclusive, no exterior, pedindo pela libertação de Nelson Mandela. As próprias elites sul-africanas começaram a perceber a necessidade de ceder.

- A partir de 1989, Frederik de Klerk passou a realizar reformas que revogaram todas as leis racistas, colocaram o CNA na legalidade e libertou Mandela, que foi eleito presidente em 1994. Os abismos sociais, porém, ainda estão presentes no país.

A independência da África portuguesa

- As possessões portuguesas estavam entre as mais antigas da África e, além disso, foram as que duraram mais tempo. Só chegaram ao fim com a morte do ditador Antonio Salazar (em 1970) e com a Revolução dos Cravos (1974).

- Moçambique, um dos países mais pobres do planeta, permaneceu sob controle colonial de 1505 até 1975. O movimento nacionalista de independência surgiu em 1950 e ganhou força em 1962, com a criação da Frente de Libertação de Moçambique. Por meio de ações de guerrilha, a Frelimo obteve, em 1964, o controle do norte do país. Seu líder foi assassinado em 1969 e substituído por Samora Machel.

- Em 1975, após a Revolução do Cravo, Portugal começa a tirar suas tropas de suas colônias africanas, reconhecendo a independência de Moçambique, e iniciou negociações com Angola.

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- Moçambique passou a ser governado pelo líder da Frelimo, que implantou um modelo socialista que aprofundou laços com a URSS e passou a proteger os refugiados da CNA. Machel precisou enfrentar ações da Resistência Nacional Moçambicana, um grupo terrorista e anticomunista que tinha apoio dos EUA e da África do Sul. As ações da Renamo promoveram o deslocamento das populações para as cidades, agravando o quadro de escassez de comida e proporcionando crises de fome do país (como a de 1984, agravada pela seca)

- Joaquim Chissano assume em 1986, após a morte de Machel. O novo governo se afastou do socialismo a fim de obter ajuda econômica ocidental. Em 1990, após a queda do Muro de Berlim, a Frelimo abandonou o marxismo. Porém, a guerra entre o governo e a Renamo continuou, se encerrando apenas em 1992, após aos de negociação. Em 1990, a pluralidade partidária foi estabelecida no país. A primeiras eleições ocorreram em 1994 e o Frelimo foi o partido mais votado. Chissano continuou no governo, começando a se aproximar do recém-eleito Nelson Mandela, da África do Sul. Moçambique tenta agora se recuperar, por meio de políticas neoliberais, tratados de cooperação econômica, etc.

- Angola, país extremamente afetado pelo tráfico negreiro, se tornou independente apenas em 1970. A luta pela independência em Angola teve início na década de 1960, manifestando-se por dois grupos rivais: o Movimento Popular de Libertação Angolana (MPLA), de esquerda, e a União Nacional para a Independência Total de Angola, conservador.

- A rivalidade entre os dois grupos resultou em uma guerra civil. Cada facção recebeu apoio de um lado da Guerra Fria (Cuba e URSS - MPLA; EUA, França e África do Sul - Unita)

- Em novembro de 1975, Portugal renuncia, o MPLA tomou o controle e proclamou a República Popular de Angola, sob um regime socialista. Os colonos portugueses abandonam o país, levando-o a perder praticamente toda a sua mão de obra qualificada. Em 1976, o MPLA assume o controle de praticamente todo o território angolano. A Unita, porém, continua com as ações guerrilheiras e o apoio capitalista.

- A consolidação do governo da MPLA transformou o sudoeste africano em uma das áreas mais tensas do continente. A África do Sul via em Angola uma ameaça contra seu domínio sobre a Namíbia, que lutava pela independência junto a MPLA.

- Em 1979, Agostinho Neto morre e José Eduardo dos Santos assume o cargo de presidente. A guerra civil prolongou-se até a década de 80. O desmoronar do Socialismo Real possibilitou uma negociação mais aberta entre Angola e a África do Sul. A Namíbia teve prazos para a sua independência e Angola teve eleições democráticas. Houve outras divergências entre a Unita e a MPLA com o resultado das eleições e a guerra civil se reiniciou. O país ficou devastado.

- Guiné-Bissau e Cabo Verde também foram duas colônias portuguesas que conquistaram a emancipação.

O Chifre da África

- É a península da Somália, região nordeste do continente africano (Somália, Etiópia, Djibouti e Eritreia). O nome "chifre" deriva da forma pontiaguda dessa forma do continente. É uma área estratégica por possibilitar o controle do golfo de Áden e de uma série de rotas marítimas envolvendo o Mediterrâneo, o Índico, o Mar Vermelho e o Canal de Suez. A área é um dos principais focos de tensões da África. Somália e Etiópia, no fim do séx. XX, protagonizaram

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disputas armadas pelo deserto de Ogaden, habitado predominantemente por somalis (Guerra Fria).

- Em 1970, somalis e etíopes tinham apoio da URSS; Em 1977, a Somália invadiu a Etiópia pelo controle do Ogaden (Guerra do Chifre da África) e a URSS apóia a Etiópia, irritando a Somália, que vira aliada dos EUA. O conflito fronteiriço se arrastou até 1988, no fim da Guerra Fria, quando a Etiópia incorporou a região por um acordo.

- Em 1991, o ditador somali Barre foi deposto e fugiu do país, derrotado por uma coligação de vários grupos armados rebeldes. Não houve acordo entre os grupos, sendo reiniciada uma guerra civil. A Somália transformou-se num país "acéfalo", onde reinam as batalhas entre clãs. Muitos desses grupos são formados por fundamentalistas islâmicos. O país é dominado pela miséria e desigualdades sociais, em que a pirataria se tornou, para muitos, a única opção de vida.

- Em 1992, tentando pacificar a região, tropas americanas invadem a região com o aval da ONU. Não conseguiram sucesso.

- Outro conflito na região envolveu também a Etiópia e a Eritreia. Em 1952, um acordo entre ingleses e etíopes levou à formação de uma federação entre a Etiópia e a Eritreia, Dez anos depois, a Etiópia anexou essa região, transformando-a em colônia. Surgiu um movimento separatista entre a população eritreia de maioria islâmica contra a cristã etíope.

- Em 1974, a monarquia etíope foi derrubada, sendo proclamada a república, que se aliou a URSS (antes era aos EUA). A mudança política, porém, não mudou o desejo de anexar a Eritreia, com repressão ao movimento separatista. A região entrou em guerra, passando por um prolongado impasse em 1980. Com o fim da guerra fria, a Etiópia perde a ajuda soviética e, em 1991, o movimento separatista ganha. Entre 1998-2002, estourou outra guerra relativa a fronteira entre os dois países.

África recente

- Com o fim da Guerra Fria, a África perdeu sua importância relativa à geopolítica mundial, sendo entregue ao esquecimento nos anos 90. Continuaram os conflitos étnicos, as guerras e algumas ditaduras continuaram sendo mantidas por armas e corrupção.

- 1980/90 -> processos de inovação tecnológica eleva os juros internacionais, abaixando o preço de produtos agrícolas e aumento o preço de bens industrializados. A África foi duramente afetada, visto que sua população não tem um alto poder de compra. Os países viram-se também excluídos dos créditos e financiamentos e com um dívida gigantesca a pagar.

- A participação do continente na economia mundial é, atualmente, inferior a 2%. A dívida externa atinge os 315 bilhões de dólares. A renda per capita caiu cerca de 20% desde 1980. Os índices econômicos e sociais são pouco otimistas.

- Apesar disso, algumas regiões que obtiveram certa estabilidade política e que possuem riquezas naturais conseguiram alcançar um grau expressivo de crescimento, como a África do Sul, a Mauritânia, Angola, Moçambique e Malauí. Para esse crescimento, destaca-se os investimentos feitos pela China. A China investe na infraestrutura africana e exporta de lá matérias-primas, principalmente o petróleo.

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- As riquezas e potenciais da África foram percebidos por outros países, incluindo o Brasil. O presidente Lula, por exemplo, fez diversas viagens com finalidade comercial ao continente em seu mandato. A Europa e os EUA também buscaram ampliar os negócios e os investimentos na África, em uma visível ofensiva democrática. Além disso, a Copa do Mundo de Futebol de 2010 ocorreu na África do Sul.

- Há quem compare essa atenção dada a África como uma retomada ao imperialismo dos séculos XIX e XX, visto que causa uma dependência africana pelos governos e empresas estrangeiras. Fora isso, poucas mudanças ocorrem para as classes menos abastadas. Muitos governos e empresas estrangeiras também tiram proveito da instabilidade de algumas nações e acabam intervindo, de forma direta ou não, nas disputas políticas. Também deve ser considerada a questão da corrupção quase endêmica.

União Africana

- Criada em 2002, em Durban, na África do Sul, em substituição à Organização da Unidade Africana.

- O objetivo principal da OUA, no contexto da descolonização, era oferecer suporte aos movimentos emancipacionistas. Ela teve resultados modestos em relação ao desenvolvimento de políticas comuns e de cooperação econômica. Não conseguiu proteger a soberania e integridade territorial dos Estados e mais uma série de fatores.

-A União Africana (UA) aparece em outro contexto: houve a eliminação de parte dos vestígios coloniais (Apartheid na África do Sul), pacificação de áreas antes conflitantes, avanços democráticos e apareceram novos líderes. Assim, há condições para a construção de novos consensos políticos , convergências diplomáticas e cooperações econômicas.

- Como objetivos: a criação de um Parlamento Pan-Africano, do Tribunal de Justiça, de um Conselho Econômico e Social, de uma força comum de defesa e de um sistema financeiro. A melhor alternativa para as nações africanas é, aparentemente, investir nessa unificação/cooperação, fortalecendo o continente e estimulando o intercâmbio cultural.

- A pobreza de boa parte do continente africano não é devido a uma deficiência de recursos naturais, visto que eles existem de sobra no continente. O problema é que, durante séculos, o povo africano foi submetido a situações opressoras por parte de outras nações. Tais situações, como durante o período da escravidão e o imperialista, ainda deixam severas consequências na África. O povo africano é criativo e trabalhador, responsável por uma série de avanços científicos (principalmente no que tange à medicina e aos métodos de assepsia, uma enorme contribuição africana).

Fundamentalismo islâmico

- Nos anos 1950/60 o Egito adotou posturas nacionalistas sob a liderança de Gamal Abdel Nasser, atuando no Bloco dos Não Alinhados, aproximando-se da URSS e defendendo o pan-arabismo. Após sua morte, os novos governantes foram se afastando dos ideais de Nasser e se aproximando dos EUA. Como a população vivia de forma miserável , diversas parcelas da população se desagradaram com os rumos da política externa.

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- Houve uma rejeição ao Ocidente, fortalecendo a ação de grupos radicais islâmicos. Atualmente, esses grupos promovem atentados a hotéis e outros, para "asfixiar" a economia egípcia e enfraquecer o governo.

- Na Argélia, após o pais ter se aberto politicamente, surgiu o partido radical Frente Islâmica de Salvação (FIS). Ele pretende a criação de um Estado Islâmico. Em 1991, o partido estava ganhando força, mas teve que partir para a ilegalidade depois que o exército deu um golpe de Estado.

Guerra de Darfur

- Guerra que acontece atualmente no Sudão, que já teria deixado mais de 500 mil mortos. Darfur é uma pobre região do oeste sudanês, com uma população de maioria muçulmana. O país apresenta sérios conflitos religiosos, étnicos e regionais.

- O norte é mais rico, quase que completamente muçulmano e de indivíduo de origem árabe. O sul é pobre, poucos são de origem árabe e muitos não são muçulmanos. Os negros do sul se rebelaram contra o Estado central e a elite árabe. De 1956 a 2004 vem ocorrendo conflitos na região.

- As populações do sul se sentem discriminadas pelo governo, controlado pela elite do norte. A descoberta de petróleo no sul, em 1978, apenas agravou os conflitos.

- As hostilidades se iniciaram em meados de 2003, depois que um grupo rebelde começou a atacar alvos do governo, alegando negligência dos governantes. Defendiam a separação de Darfur. A resposta do governo foi violenta, muitos deixaram suas casas ou foram assassinados.

-As forças do governo passaram a contar com as forças das milícias de Janjaweed, embora neguem isso publicamente. Práticas de assassinato e estupro são comuns . Muitos falam em um "limpeza étnica", em expulsar a população negra africana de Darfur.

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Referência Bibliográfica

FARIAS, José Airton de. Uma Breve História da África. Fortaleza: Sistema Ari de Sá de Ensino, 2011.