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No texto La via para el futura de la humanidad, Morin tenta claramente problematizar o vo existente entre os acontecimentos humanos e a conscincia de seu significado, entre pensamento e ao. Essa distncia, segundo ele, fruto tanto da opresso, como da fragmentao do conhecimento. Logo no comeo do primeiro captulo, Morin afirma que a poltica uma arte, sugerindo um novo tipo de poltica mais atenta s relaes entre os seres humanos e menos interessada na opinio de peritos e especialistas. Nesse sentido, em que medida a interdisciplinaridade e o pensamento complexo podem se articular com a formao de uma nova classe poltica? Em contrapartida, podemos nos questionar tambm em que medida os agentes do pensamento complexo e da interdisciplinaridade esto comprometidos com uma nova poltica?

No dilogo com Gil Delannoi, Morin deixa a entender que um dos fatores para crise do marxismo no sculo XX e a fragmentao das esquerdas, seria a ausncia de um pensamento ecolgico. Entretanto, a dimenso ecolgica proposta por Morin, envolve tambm uma nova organizao das prprias ideias e no somente das articulaes polticas. Ademais, Morin enftico a respeito de como a reforma poltico-social e a reforma pessoal so sempre inseparveis. Nessa problemtica, questionamos: existe abertura na cultura e no pensamento da esquerda para uma nova organizao de ideias? Existe a possibilidade de pensar em transformaes individuais a partir do pensamento social marxista, to repleto de determinismos sociais?

No video As fronteiras do conhecimento - O caminho para o futuro da humanidade Morin aponta que os desdobramentos sociais, humanitrios e ambientais levam a sociedade contempornea a uma crise generalizada, muito mais do que a apenas crises econmicas. Apesar desse alerta catastrofista, pode-se entender a partir de sua fala uma certa esperana na transformao social: "mudar o caminho da humanidade improvvel, mas no impossvel". Em que instncias podemos realar os aspectos otimistas a respeito do futuro da humanidade na fala de Morin? E, nessa linha de raciocnio, qual a importncia tica em nos mantermos minimamente otimistas (ainda que realistas) em relao s transformaes da sociedade contempornea?


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