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Resumo PI – Processo Penal I

1. Processo Penal: É um instrumento, não tem realidade concreta. Significa que o direito penal “flutua”, diferente do processo civil, que se auto-executa nas ações do dia-a-dia.

Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há crime sem processo que o defina.Assim, processo penal é um caminho necessário para que se chegue à pena. Não há possibilidade de pena sem processo prévio. Qualquer tentativa de aplicar a pena sem processo é nula.

Além de ser à principio da pena, o processo penal é à principio da CF.A CF é a lei do débil. O réu é o débil no processo, há uma debilidade estrutural.Dizer que o processo é à principio da CF significa que as regras do jogo devem seguir o que diz a CF, isso é o “due processo of law” – devido processo legal.

2. Processo: limita a ação do Estado. É uma garantia que o réu tem de que não será penalizado sem prévio processo.

I. SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS:

1. Sistema acusatório Século XII. Prevê a separação das funções de acusar e julgar. Tem de ser oral e público.

2. Sistema Inquisitório 1576. O juiz passa a fazer tudo, inclusive ir atrás da prova. È escrito. Pode-se dizer que é o “fundo do poço”.

3. Sistema Misto Século XVII até hoje. Tem origem no código Napoleônico.

Modelo inquisitório:- ausência de separação entre as funções de acusar e julgar;- aglutinação das funções do juiz;- gestão e iniciativa da prova nas mãos do juiz (juiz ator – atua na investigação);- o processo é secreto;- tem que ser escrito;- a confissão é a rainha das provas;- prisão cautelar é regra;- o direito de defesa é nulo ou limitado;- há o uso de tortura (disposição do corpo do réu).

Modelo acusatório:- há a separação das funções;- a produção de provas compete às partes (o juiz é espectador);- o processo é público;- é oral;- nenhuma prova é absoluta e vigora o livre convencimento motivado.

Exposição de Motivos CPP VII:- Abandonou a certeza legal;- prisão cautelar é uma exceção;- contraditório e a ampla defesa é um direito amplo.

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Brasil Hoje:- Sistema Comum Teórico - Misto:- fase pré- processual inquisitória;- processo acusatório.

Crítica a luz da CF:

Premissas:- A CF permite um sistema acusatório!

Art. 129,I;Art. 5º LV;Art. 95, IX;Art. 5º, LIX.

- Qual é o núcleo do nosso sistema?Sistema Inquisitório: Princípio: inquisitivo: gestão da prova nas mãos do

juiz.Sistema Acusatório: Princípio: dispositivo, as partes é que trazem as

provas.

II. Processo Penal Brasileiro:

1. Pré- processual: inquisitório.2. Processual: Art. 156; 125; 127; 240; 311; 312; 385 do CPP.- Fundam um sistema inquisitório mascarado.- Tais normas são consubstancialmente inconstitucionais.

3. Conclusão: Os artigos do CPP estão em desconformidade com a CF. O juiz deve adequar o processo à CF, que prevê o sistema acusatório.

III. Ordem do Processo no rito ordinário.

1. Fato aparentemente criminoso;2. Polícia – boletim de ocorrência ou noticia crime;3. Inquérito policial: investigação preliminar;4. Foro MP: - arquivamento (juiz determina);- diligências (a polícia faz);- denuncia (o MP oferece a acusação ao juiz).5. Juiz:- rejeita a denuncia liminarmente – Art. 395 CPP;- recebe a acusação.6. Recebida a acusação, o juiz cita o réu para “defesa prévia” – Art. 396 CPP.7. Após a defesa prévia o juiz:- absolve o réu sumariamente;- não absolve.8. Se não for absolvido sumariamente o juiz marca a audiência de instrução e julgamento para:- oitiva de testemunhas de acusação;- oitiva de testemunhas de defesa;- acareações (peritos);

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- interrogatório do réu;- debates orais / memoriais;- e, se for o caso, sentença em audiência.

IV. Princípios do Processo Penal:

1. Principio da Jurisdicionalidade: o réu tem a garantia de que vai ter um juiz para julgá-lo.

a. Principio do Juiz Natural: é a garantia de ser julgado por um juiz anterior ao fato, definido por lei. A competência é pré-definida.

b. Principio da Imparcialidade: Não existe juiz neutro. O que se busca é qe o juiz sea imparcial – “tercieta” – o juiz tem que star alheio ao caso. Tranqüilidade necessária para julgar.

O juiz deixa de ser imparcial quando:- faz pré- questionamento;- quando é ator (vai trás das provas);

c. Principio do Prazo Razoável – Art. 5º, LXXVII: é o direito de ser julgado no prazo razoável, celeridade de tramitação.

1) tempo objetivo: é o tempo do relógio.2) tempo subjetivo: é o o que o tempo que representa para cada um. ser processado já é uma pena; prisão cautelar aumenta o sobrestamento da pena.

3) tempo do direito: no direito; na sociedade; da sociedade.

deve haver equilíbrio! o processo deve ter razoável duração; recusa aos extremos – nem rápido demais, nem muito demorado.

No Brasil falta definição de prazo razoável em lei, com sanção ao descumprimento.

4) Critérios para definir a violação do prazo razoável:

Art. 46 do CPP: 05 dias quando for réu preso; 15 dias quando for réu solto.

Prescrição pela pena em abstrato.

1º. Critério: Complexidade do caso:- número de réus;- complexidade da prova;- matéria.

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2º. Critério: Atuação dos Órgãos do Estado:- polícia;- Ministério Público;- poder judiciário.

3º. Critério: Atuação das partes:- defesa do réu.

Esses critérios devem ser analisados à luz da razoabilidade, da lógica e da ponderação.

O fato do réu ser condenado, não justifica a demora do processo!

5) Soluções / Paliativos ao Prazo razoável:

1º. Compensatórias:a. Cível: pedir indenização pelo anormal funcionamento do processo penal.b. Penal: detração – Art. 42 CP – AP 70007100902 TJRS – primeira vez que se

discutiu prazo razoável a luz da proporcionalidade.Art. 66 do CP – atenuantes.

c. Processual: não há no Brasil. A jurisprudência alega prova insuficiente.

d. Sancionatória: Art. 93, II, e – Caso o prazo não seja razoável, o juiz não terá promoção.

2. Princípio do Sistema Acusatório: O réu tem direito a ser julgado sob o principio do sistema acusatório, visto que é inconstitucional o ativismo do juiz inquisitor.

3. Direito de defesa e de contraditório – Art. 5º, LV da CF.

a. Direito de defesa: auto defesa: feita pelo próprio imputado. É uma defesa disponível.- defesa positiva: o réu faz a prova para se defender.- defesa negativa: “Nemo tenetur se deteger” nada a temer por se deter – O réu tem o direito de não faz prova contra si. Direito de silêncio. Não existe presunção de veracidade, nem inversão do ônus da prova.

defesa técnica: feita por advogado. Existe uma presunção de deficiência técnica de quem não é advogado. É indisponível, pois é interesse do Estado que nenhum acusado será julgado sem defensor. – Art. 263.- defensor constituído: advogado contratado, pago.- defensor nomeado: defensoria pública ou dativo.- outorga de poderes: procuração específica conforme a matéria; pode ser oral; ou no interrogatório.b. Direito de Contraditório: O réu tem o direito de saber oque está acontecendo e participar no processo. Paridade de armas. Não se aplica oque ocorre no processo civil “inaudita et altera pars” – atos sem ouvir a outra parte.

1º momento do contraditório – Informação: o réu tem direito a ter acesso aos autos para saber o que esta acontecendo.

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2º momento – Participação: o réu tem direito a falar, perguntar, apresentar provas.

Contraditório no Inquérito Policial- Endógeno: o réu tem direito a defesa dentro da delegacia.- Exógeno: o réu tem direito a Habeas Corpus.

- Dentro do Inquérito não há participação só informação. Esta, desde que não prejudique o andamento do inquérito.Se o delegado negar o acesso aos autos pode, o réu, impetrar mandado de segurança.Art. 5º, LV – direito de informação.Art. 7º, XIV, Lei 8.906 – direito do advogado tomar peças e fazer apontamentos (flagrante ou inquérito).

4. Princípio da Presunção de Inocência: Art. 5º, LVII – ninguém será considerado culpado até o transito em julgado da sentença condenatório.

É um dever de tratamento, tratar a pessoa acusada como inocente.Art. 156 do CPP: cabe a acusação provar que o réu não é inocente. Se for caso de legitima defesa não é necessário provar.

Dever de Tratamento: - dimensão interna: dentro do processo, a carga probatória é inteiramente do acusador. O réu só prova se quiser.Prisão cautelar: fere a presunção de inocência.

- dimensão externa: a publicidade abusiva constitui uma violação a presunção de inocência.

5. Motivação das decisões judiciais: Art. 93, IX da CF – Os atos do processo são públicos. A motivação permite o controle dos argumentos usados para condenar.

Toda a sentença deve ser fundamentada. Assim como as decisões interlocutórias.A falta de fundamentação prejudica o duplo grau de jurisdição.

V. Lei Processual no Tempo e no Espaço

1. Senso Comum teórico: As leis dividem-se em:a. Leis Penais Puras:- definem tipos penais;- definem as penas.

A lei mais benéfica retroage. A lei mais gravosa não retroage.

b. Leis processuais Penais Puras – Art. 2º CPP:- definem o rito e as provas;- definem os prazos.

Regem-se sob o Principio da Imediatiedade: a lei processual penal se aplica logo que entra em vigor, e não retroage.

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c. Leis Mistas: - misturam características penais e processuais penais;- se aplicam as regras das leis penais.

A lei mais benéfica retroage. A lei mais gravosa não retroage.

A lei que diz o tipo da ação penal (incondicionada / condicionada), retroage se a nova for condicionada. Assim, as ações voltam a comarca de origem e a vítima é intimada para dizer se tem interesse em representar.

Crítica à luz da CF: A CF assegura, seja qual for a lei, que ela sempre retroaja se for para beneficiar o réu. Essa é a regra geral.

- Tendência: retroage dependendo a fase processual.- Novo CPP: se já estiver na fase de instrução, continua e no final só repete o interrogatório.

2. Princípio da territorialidade – Art. 1º do CPP: A lei processual penal é eficaz até onde ela pode ser exigida.

3. Investigação Preliminar: O interrogatório policial serve como obstáculo ao RISCO de não se livrar das cargas para chegar na sentença desejada.

4. Tribunal do Júri: Aplica-se a lei nova e refaz-se o plenário.

VI. Sistemas de Investigação Preliminar (gênero):

Espécies:- Inquérito Policial;- Inquérito policial militar;- Sindicância;- CPI.

I. Fundamento da existência da Investigação Preliminar:

1º. Buscar esclarecer o fato oculto: O crime em regra, é praticado de forma oculta. A investigação serve para nos dar o “fumus commissi delicti”. O objeto do inquérito é atingir a verossimilhança, para poder acusar.

2º. Função simbólica: O inquérito tem a função simbólica de que o crime está sendo apurado, que o estado está agindo contra a impunidade.

3º. Evitar acusações infundadas: O inquérito evita acusações infundadas. É um filtro para evitar punir inocentes.

1. Órgão encarregado pela Investigação preliminar:a. policial: (modelo do Brasil): investigação e poder de mando da polícia. vantagens: é mais barato; existe uma subordinação. inconvenientes: fragilidade política e econômica da policia.

b. juiz de instrução: O juiz comanda a polícia e a investigação. Modelo da Espanha, França e Uruguai.

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É um modelo inquisitório, superado. O Juiz que investiga é o mesmo que julga.

c. promotor investigador: Modelo da Alemanha, Itália e Portugal). O MP tem poder de mando sobre a policia.

vantagens: melhor sintonia entre investigação e acusação.

Brasil hoje: - O MP pode investigar? No inquérito policial o promotor não pode instaurar, mas pode pedir. (Aury: MP pode fazer seu próprio inquérito) – Art. 129 CF).

1. Objeto: É o campo sobre o qual recaí o conjunto de atos da investigação. A investigação recai sobre um fato aparentemente criminoso.

2. Qual o grau de cognição (conhecimento) que se pretende nesse objeto?Quanto de conhecimento se terá com a investigação?

a. Cognição Processual Plenária: quando se busca pleno e ilimitado conhecimento sobre a matéria. É uma cognição ampla.

b. Cognição Processual Sumária: Há limitação ao conhecimento daquele objeto. É uma cognição restrita.

II. Procedimento Sumário

1. Técnicas de Sumarização da Cognição:

a. Elementos Fáticos:- materialidade (provas da existência do fato).

b. Elementos do Crime:- tipicidade;- ilicitude;-culpabilidade.

Processo de Conhecimento: A Cognição é Plenária (pode-se discutir tudo sobre a tipicidade do fato).

Inquérito: A Cognição é Sumária (não se almeja a certeza, mas sim a verossimilhança. Alcançar o provável).O Inquérito pára na fase do provável = isso é procedimento sumário – Art. 10 do CPP

III. Forma dos Atos:

1. Obrigatória / facultativa2. Oral / Escrita3. Secreta Pública4. Direito de Defesa e Contraditório?5. Valor probatório6. Prazo:

a. inquérito policial: subsidiário á polícia. policia judiciária:- civil / federal = investigação (atuam após o crime).

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polícia preventiva / ostensiva:- militar = prevenção (atua antes do crime).

1. Inquérito policial – Art. 5º do CPP

Ação Penal:- Privada- Pública: Condicionada e Incondicionada.

Caput: inquérito policial:I. começar de ofício;II. mediante requisição:- juiz: inconstitucional – fere o sistema acusatório.- MP.III. requerimento do ofendido (notícia crime, formalizada por escrito).

crimes de ação penal privada sujeitos ao JEC: não há inquérito policial, apenas um termo circunstanciado.

2. Objeto do Inquérito Policial:

fato aparentemente criminoso.Art. 10 – falta sanção.§3º: fato de difícil elucidação;- indiciado solto;- requerer ao juiz.

Forma dos Atos no Inquérito Policial:

Facultativo – Art. 39, §5º: os atos não são obrigatórios. Escrito – Art. 9º. Secreto – Art. 20: é a regra.* interno e externo: parcial ou total. Público: Art. 5º, LV da CF: o advogado tem direito a ver o inquérito, caso seja impedido, o remédio a ser usado é o mandado de segurança.

Crítica à luz da CF:Regra: O inquérito policial deve ser:1. secreto externamente (secreto para quem está de fora, ou seja, evitar a

publicidade abusiva).2. público internamente (público para os que estão dentro da relação

processual, ou seja, polícia, MP, juiz, imputado)

No Brasil hoje:1. publicidade externa;2. ausência total de informação interna.

Direito de Defesa e Contraditório: 1. direito de defesa: - pessoal – Art. 14 CPP- técnica

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2. direito ao contraditório: somente direito à informação.

Valor Probatório dos Atos do Inquérito Policial:

Art. 155: exclusivamente.

1. Atos Investigatórios (investigação):- feitos na fase pré-processual;- feitos pela polícia ou pelo MP;- tem cognição sumária;- se destinam à processar / arquivar;- se destinam ao MP (opinio delicti);- tem função endoprocedimental (é interno ao procedimento);- tem função de formar a verossimilhança;- trabalha sob um sistema inquisitório;- é secreto e possui defesa e contraditório limitado.

2. Atos de prova (processo):- são feitos na fase processual;- são feitos pelas partes e pelo juiz- tem cognição plenária;- se destinam para absolver ou condenar;- se destinam ao juiz;- se destinam a sentença;- se destinam a formar certeza / pleno convencimento;- com eles se pretende o sistema acusatório;- são públicos;- há defesa e contraditório amplo;

O valor probatório no Inquérito Policial é mero ato de investigação, limitado, para atender à fase pré-processual.

Não se pode condenar alguém com base APENAS no Inquérito Policial (pode haver cotejo de informações).

Exceção: No júri os leigos julgam com base no que eles querem!

Provas Irrepetíveis:

1. provas técnicas (feitas no inquérito, podem ser usadas no processo, pois são irrepetíveis. Ex.: local do crime, exame de corpo de delito).

2. provas produzidas no incidente judicial de produção antecipada de provas: Ex.: as testemunhas que podem não estar aqui no processo).* Não é uma situação prevista no CPP. Cautelar de Produção de provas.

O Indiciado;

1. É o sujeito passivo do inquérito policial, é quem sofre os atos da investigação.

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2. Indiciamento: é o feixe de indícios que convergem em direção à alguém. Quando é feito: - Na Policia Federal: durante a investigação, o indiciado é chamado para depor, após o depoimento, o delegado faz seu juízo de valor e indicia ou não.- Na Policia Civil: após a investigação, quando o indiciado já foi ouvido, se decide por indiciar ou não.

O indiciamento é provisório e não vincula o MP.

Art. 6º do CPP: reconstituição – o delegado decide se indicia ou não. todo o crime é passível de reconhecimento. Art. 8º - inquérito começa com a prisão em flagrante. Art. 15 – menor de 18 anos não entra no Código Penal, entra no ECA.- Menor: maior de 18 anos e menor de 21 é menor relativo. Art. 17 – não existe arquivamento pela polícia. Art. 21 – não existe mais (CF).

3. Arquivamento: quando faltarem as condições da ação penal.- O juiz pode não aceitar as condições do arquivamento.* Art. 28 CPP – PGE – denuncia;

- outro órgão – MP; - insiste no arquivamento (juiz tem que aceitar).

Arquivamento:

1. Expresso: O MP pede o arquivamento.

2. Implícito: O MP não pede expressamente, apenas não faz a denuncia.

- Nesse caso o juiz pode:a. silenciar: ocorre o arquivamento implícito. Súmula 524.b. não concordar com o silêncio – usa o Art. 28. PGE.

Ação Processual Penal

Ação é:

dimensão constitucional: é o direito de petição, de invocar a jurisdição.

dimensão processual: “ius ut procedatur” - é o direito potestativo de natureza pública, de acusar, autônomo, abstrato, mas conexo instrumentalmente ao caso penal.Abstrato porque, no processo penal, o direito de ação está condicionado a uma fumaça de crime. Deve haver um mínimo de provas da existência de um fato criminoso.

AÇÃO JURISDIÇÃO PROCESSO (é o que se move).

A Ação Penal Processual pode ser de natureza:

1. Ação Penal Pública:

Princípios:

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a. Oficialidade ou Investidura: É exercida por um órgão público (MP) e assinada por um promotor, devidamente investido.

b. Obrigatoriedade ou Legalidade: É obrigatória ao MP. O MP tem dever de oferecer a denúncia, quando preenchidos os requisitos da ação (fumus comissi delicti, punibilidade concreta e justa causa) – Art. 24.

Relativizado pela Lei 9.099/95: discricionariedade regrada.

c. Insdisponibilidade: É indisponível. O MP não pode desistir da ação, ou dispor de forma ampla. – Art. 42 e 576.

d. Indivisibilidade: É indivisível. Se há mais de uma parte no pólo passivo, ou a denuncia é para todos ou não há denuncia. (todos os que tiverem provas). – Art. 48.

e. Intranscendência: A acusação é pessoal e não DEVIA passar da pessoa do acusado.

Ação Penal Pública Incondicionada:

É movida por iniciativa exclusiva do MP.Art 41: a denuncia deverá conter a exposição do fato criminoso.Art. 395: será rejeitada, a denuncia, se...Art. 46: pode denunciar após esse prazo até que ocorra a prescrição pela pena em abstrato (Art. 109).

A denúncia não pode ser genérica nem alternativa. Ex.: Ele fez isso e estou pedindo a condenação dele por isso.

Ação Penal Pública Condicionada:

a. À Representação:- da vítima ou do seu representante legal – Art. 24, §1º c/c Art. 39: pode ser feita por advogado com procuração.- maior de 18 anos e menor de 21 – Art. 34: não existe mais legitimidade concorrente entre 18 e 21, foi revogada pelo CC.

- menor de 18 anos: não pode representar.

- menor de 18 anos não conta o fato à ninguém: o prazo para representar não corre, porque o representante não sabe. Quando o ofendido fizer 18 anos, começa a correr o prazo para a representação (6 meses – Súmula 594).

- menor de 18 anos conta o fato ao seu representante: se o representante não faz nada, decai o direito de representar. Se o crime foi cometido pelo próprio representante, a ação penal torna-se incondicionada.

Se a representação for somente contra um dos suspeitos, o MP pode proceder contra todos.

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b. À Requisição do Ministro da Justiça: casos de crimes contra o presidente da republica.

Objeto e Forma da Representação:

A representação é a narrativa de um fato, autorizando a investigação.A mera notícia crime já é aceita como forma de representação. A forma não é rígida.Pode ser feita através:- da polícia;- do MP;- do juiz (não é compatível com nosso sistema acusatório).

Prazos para a Representação:

- Art. 38_ decadencial: o prazo não suspende e nem prorroga!

6 meses da data do fato: Ex.: fato (03/02 – sexta-feira) __________________ representação (02/08 às 23h59min – vence o prazo para representação – 6 meses depois do fato, tirando o último dia, se cair no sábado ou no domingo, antecipa-se para a sexta-feira, se não houver plantão).

requisição do Ministro da Justiça: não tem prazo!

a representação é facultativa: não é obrigado a representar.

a representação pode ser oral ou escrita.

Retratação – Art. 25É a faculdade de retirar o que foi dito, desdizer!A Representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. (saiu do MP, ta oferecida a denúncia, não é mais possível se retratar).É possível a retratação da retratação (retirar o que foi retirado) = fazer nova representação: o único detalhe a ser observado é a decadência. Ao retirar a 1º representação, o prazo volta a correr.

Não confundir “oferecida a denúncia” com “recebimento da denúncia”!

Crimes Contra servidores Públicos:- Súmula 714 STF x Lei 11.705/08 – alterou o Art. Do Cód. De Transito.

Exceção: Art. 225 do CP – crimes sexuais:I. condicionada;II. incondicionada.

Súmula 608 STF:- violência real grave, gravíssima ou morte = ação penal pública incondicionada;- violência leve, presumida (menor de 14 anos) = ação penal pública condicionada.

2. Ação Penal de Iniciativa Privada

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Somente se procede mediante queixa.

Princípios:a. Oportunidade e Conveniência: ninguém é obrigado a fazer a queixa.

b. Disponibilidade: é disponível, já que a vítima pode desistir, renunciar, perdoar e dar causa à perempção.

c. Indivisibilidade – Art. 48: O estado permite que a vítima exerça a acusação, mas não permite que a vítima escolha contra qual dos acusados quer representar.

O MP vela pela indivisibilidade: aditando a queixa para incluir os faltantes. Crítica: O MP é parte ilegítima para acusar no crime de ação penal de iniciativa privada. Art. 49: se o ofendido não prestar queixa contra um dos autores do crime, essa renuncia se estende a todos os acusados. Art. 45: é possível o aditamento impróprio, que não inclui pessoas, apenas fatos e fundamentos.

d. Intranscendência: A ação penal privada não pode passar da pessoa do autor do crime.

Sujeitos da Ação Penal Privada:

Ativo: Querelante – Art. 30: É quem faz a queixa ao juiz.

- menor de 18 anos: Súmula 594 STF.- maior de 18 e menor de 21 anos – Art. 34 CPP, revogado pelo CC.

Prazo Decadencial: 6 meses – Art. 38.

Ação Penal privada tem sucumbência.

Espécies de Ação Penal Privada:

a. Originária ou comum: é a ação penal privada básica, feita no prazo de 6 meses.

b. Personalíssima: Somente a vítima, pessoalmente, pode fazer a queixa.Ex.: Art. 236 CP – se o enganado tiver 17 anos, tem que esperar fazer 18 anos, ai começa a correr o prazo decadencial para realizar a queixa. A EMANCIPAÇÃO NÃO TEM EFEITOS PENAIS!!!

c. Art. 29 – Subsidiária ou substitutiva: legitimidade extraordinária: a vítima pode prestar queixa mesmo sendo o crime de Ação Penal Pública, se a ação não for intentada pelo MP no prazo de 6/16 dias. Nesse caso, o prazo para prestar queixa inicia no dia em que se constatou a inércia do MP. Art. 46 c/c 38.

se isso ocorrer, o MP pode retomar a ação:- se o querelante for negligente;- a qualquer tempo, porque a ação é do MP.

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A ação não se torna privada só porque foi admitida a queixa!

Renúncia:É um ato unilateral, que significa a renúncia ao direito de representação ou queixa. Só é possível abrir mão daquilo que ainda não se fez.

Pode ser expressa ou tácita. Art. 50 c/c 104 do CP: não implica em renúncia o fato de receber, do autor do

crime, indenização. Art. 74 da lei dos JECs: acordo homologado no JECRIM é igual a renuncia. Art. 50, § único: A renúncia do representante do menor de 18 anos não prova

este de prestar queixa.

A renúncia pode ocorrer na:- ação penal pública condicionada;- ação penal privada originária;- ação privada personalíssima;- ação penal privada subsidiária: há renuncia, porém o MP pode proceder a denúncia.

Perdão:É bilateral, só cabe na ação penal privada, no curso do processo.

Pode ser expresso ou tácito: Art. 106 c/c 51 do CPP: o perdão oferecido para um dos acusados se

estenderá a todos os demais, mas só produz efeitos aos que aceitarem. Não é admissível o perdão após o trânsito em julgado. Art. 106, §2º

Perempção:É uma punição de natureza processual, ao querelante negligente, que conduz à extinção da punibilidade. Art. 60:I. querelante 30 dias inerte;II. morte do querelante;III. querelante ausente na audiência, ou sem ter pedido a condenação nas

alegações finais da queixa. (se pedir JUSTIÇA! Opera-se a perempção).

Aditamento – na ação penal pública:Aditar é incluir, acrescentar.

O aditamento pode ser: Próprio:- real: acrescentar fatos;- pessoal: acrescentar pessoas.

Impróprio: não inclui fatos nem pessoas, apenas corrige erro material da denúncia.

Jurisdição:

É a garantia de ter um juiz para julgar.

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1. Princípios da Jurisdição Penal.

a. Inércia: o juiz só pode atuar mediante provocação. “Ne procedat índex ex officio”.

b. Imparcialidade: violado o primeiro princípio, viola-se tbm o segundo. A imparcialidade só existe se houver inércia.

c. Juiz natural: garantia de ser julgado por um juiz anterior ao fato criminoso. Sua competência, em relação a matéria, pessoa e lugar, é pré-fixada, em relação ao crime, por lei.

Competência:

É a limitação à jurisdição.

a. Competência em razão a matéria: é absoluta. Pode ser decretada de ofício, q qualquer tempo.

b. Competência em razão à pessoa: Quando há prerrogativa de função, ou seja, vai depender do cargo que ocupa.

c. Competência em razão do lugar: É relativa. Pode haver prorrogação da competência.

Art. 69 – tem que ser interpretado com cuidado, não dá para seguir.

Três perguntas:

1. Qual é a justiça / órgão que julga? (matéria/pessoa)

Justiça Especial:- justiça militar: federal ou estadual.

- justiça eleitoral

Justiça Comum- justiça federal- justiça estadual (é dela tudo o que não for das anteriores).

a. Qual é a competência da justiça militar federal?Julgar os membros do exército, marinha e aeronáutica, em todo o território nacional. Art. 124 CF.

requisitos – Art. 9 CPMilitar- ser crime militar, previsto no CPM (abuso de autoridade tem lei própria!)- atender aos requisitos do Art. 9º do CPM- jurisprudência: ser crime de interesse militar.

Civil pode ser julgado na Justiça Federal Militar?

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- sim, desde que cometa crime militar.

b. Qual a competência da justiça militar Estadual: - Art. 125, §4º da CF.Compete a JME julgar os militares do estado, salvo for crime doloso contra a vida, de militar contra civil (competência do JURI).- brigada;-bombeiros;- policial rodoviário estadual.

Acidente de Transito em viatura da policia militar é competência da justiça comum estadual.

Civil pode ser julgado na Justiça Militar estadual?Não, apenas os militares do estado. Súm. 53 STJ: civil = justiça comum estadual.

c. Qual a competência da Justiça eleitoral? Art. 121 da CF.Julgar crimes eleitorais previstos no CE e nas leis conexas.

Estrutura:- Juiz Eleitoral – juiz de direito;- TRE;- TSE.

Justiça Militar e Justiça Eleitoral não se misturam, ao contrario, se separam. – Art. 79 CPP c/c Art. 78, IV. Salvo nos casos em que houver cisão e não prevalência.

eleitoral x comum = eleitoral.

d. Qual é a competência da Justiça Comum federal?Julgar os crimes que prevalecem sobre a Justiça Estadual. – Art. 78, III do CPP c/c Art. 109, IV da CF.

Contravenção Penal = Justiça comum estadual (Súm. 38 STJ). Empresas Públicas = Justiça Federal. Franquias = Justiça Estadual.

Crimes contra funcionário Público Federal, no exercício das funções = Justiça Federal. Súm. 147 STJ.

Art. 109, IX da CF: crimes praticados em navios e aeronaves, de médio ou grande porte que tenham capacidade para cruzar divisas estaduais = Justiça Federal.

Art. 109, XI da CF: crimes indígenas = Justiça Comum Estadual. tendência a mudar para a Federal!

Crimes Ambientais = em regra são julgados na Justiça Estadual. Exceção: se o crime for praticado em reserva da União, compete a Justiça

Federal.

Crime praticado por brasileiro, no exterior:

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Art. 7º do CP – aplica-se a lei penal brasileira – Principio da extraterritorialidade.

- O brasileiro será julgado na Justiça Estadual, exceto se houver algum impedimento do Art. 109 da CF.- Art. 88 do CPP: os crimes praticados por brasileiro, fora do território nacional, serão julgados na capital do Estado onde o acusado houver resido por último.

Haverá JURI na Justiça estadual com estiver combinados os requisitos do Art. 109 da CF mais os crimes que ensejam JURI.

Tribunal do JURI: art 74, §1º do CPP: compete ao TJ...

Juizados Especiais Cíveis – Art. 61 da Lei 9099/95.

2. Qual é o lugar / foro competente?

Art. 70 c/c 71 do CPP.

Crimes plurilocais (fato em um local e resultado em outro), considera-se lugar do crime onde se esgotou o potencial lesivo da infração.

- Art. 71 do CPP: crime permanente ou continuado = critério da prevenção (é competente o foro do lugar onde o juiz despachou primeiro).

- Art. 72 do CPP: se o lugar do crime é insabido, julga-se no domicílio do réu.

- Art. 73 do CPP: crimes de ação penal privada, é o único caso em que a vítima pode escolher o foro.

3. Qual é a vara / juízo competente? (prevenção / distinção).

- Art. 83 e 85 do CPP.

Critério da prevenção: (plantão não gera prevenção). O juiz que tiver o 1º ato decisório, na fase pré- processual, será o juiz prevento (prevenção) = fica a competência.

Variáveis de Competência:

1. Prerrogativa de Função:Algumas pessoas, em conseqüência do cargo, são julgadas em tribunal.

Crime antes de assumir o cargo: - adquiro a prerrogativa e meu processo sobe pro tribunal.

Crime durante o exercício do cargo:- já possuo prerrogativa e o processo já inicia no tribunal. (inclusive a investigação).

Crime depois de findo o cargo:

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- Não possui mais prerrogativa, vai ser julgado na Justiça Comum.

- Termina o cargo, o processo volta para a Justiça Comum.

a. Prerrogativas Importantes:

- STF: Art. 102, I, b, c da CF.- STJ: Art 105, I, a da CF;- TJ: Art 96, III (juri federal x tre)- TRF: Art 108, I, a da CF

Deputado Estadual: TJ__ TRF __ TRE.

Prefeito: Art. 29, X- se for crime normal = TJ- se for crime eleitoral = TRE- se for crime federal = TRF

Vereador: não tem prerrogativa. É julgado na Justiça Comum.

JURI x Prerrogativa de Função:

Regra:- ganha prerrogativa = Júri sobe para o Tribunal;- perde prerrogativa = Júri cai para 1º grau.

Crimes Conexos: o conexo sempre acompanha o processo principal.

Concurso de Pessoas: pessoa com prerrogativa (juiz estadual) comete crime junto à pessoa sem prerrogativa (pistoleiro) = o juiz estadual será julgado pelo TJ e o pistoleiro será julgado no JURI.

2. Prerrogativa de função em razão da vítima:

a. Regra: não há prerrogativa de função em razão da vítima.b. Excepcionalmente: Art. 85Nos crimes de ação penal de iniciativa privada, for querelante um juiz. Este faz queixa com “Mané”, que entra com exceção da verdade.Para julgar a exceção da verdade, os pólos da ação se invertem. Nesse caso, um outro juiz não poderia julgar o querelante (juiz), então em razão da vítima, o processo sobe ao TJ. Após julgada a exceção de verdade, o processo volta para a Justiça comum.

3. Causas modificativas da Competência, em razão da conexão ou da continência

Conexão:A conexão exige, sempre, pluralidade de crimes. Reúne crimes para julgamento “simultaneus processus”.

Art. 76 do CPPI.

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a. conexão Intersubjetiva Ocasional / simultaniedade: O crime é cometido ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas. Essa reunião não é pré-meditada.Ex.: velhinhas invadem o Zaffari num protesto contra o aumento do Royal. Uma rouba, outra mata...

b. Conexão Intersubjetiva concursal: o crime é cometido por várias pessoas em concurso, em tempo e lugar diferentes.

Ex.: quadrilha.

c. Conexão Intersubjetiva Reciprocidade: o crime é cometido por várias pessoas, uma contra as outras.

Ex.: briga entre torcidas organizadas.

II.a. Conexão Objetiva ou Teleológica: o crime é cometido por várias pessoas,

cada uma com a função de facilitar ou ocultar as outras.Ex.: uma mata e a outra oculta o cadáver.

III.a. Conexão probatória (é a mais ampla): o crime é cometido por várias

pessoas, sendo qeu a prova de um ajuda na prova do outro.Ex.: lavagem de dinheiro, quando decorre de outro crime (evasão de divisas).

Continência: É a reunião de processos para julgamento simultâneo. Não há pluralidade de crimes.A Continência pressupõe a existência de um único crime.

Art. 77I. duas ou mais pessoas acusadas pelo mesmo crime: Ex.: duas ou mais pessoas cometem homicídio.

II. infração nas condições dos Art. 70, 73, 74 do CP (concurso formal)Ex.: unidade delitiva por ficção normativa. Atropelar 3 pessoas de uma só vez.

Regras do Art. 78

IV. É Justiça Comum Estadual / Federal, Militar ou Eleitoral = Militar / Eleitoral prevalecem.

III. Qual grau de jurisdição (1º ou 2º)? = maior grau prevalece.

I. É crime de JURI ou de outro órgão de 1º grau? = prevalece o júri.

II. a. é competente o lugar da infração que tem pena maior; b. é competente o lugar onde foram cometidos o maior numero de crimes; c. é competente o lugar prevento (juiz despachou primeiro).

Ex.:

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Crime de furto em POA, de roubo em Canoas e de Homicídio em Mostardas = O JURI prevalece sobre os demais órgãos, e o lugar onde a infração cometida tem pena maior é em Mostardas;

JURI em Mostardas.

Crimes conexos, cometidos por um policial militar e um policial civil.Crime de Lesão Corporal cometido em POA, de ameaça em canoas e de abuso de autoridade em Mostardas. PM: Será competente a Justiça Militar Estadual, de 1º grau, em POA, para julgar os crimes de lesão corporal e ameaça, previstos no CPM.Já o crime de abuso de autoridade, por não ter previsão no CPM, será julgado junto ao PC, na Justiça Comum estadual, no 1º grau, em Mostardas.

Cisão – Art. 80

- Art. 82: se surgirem processos em cada cidade, o juiz mais competente avoca os outros para ele! Salvo se já houver sentença em uma das cidades. Aí só vai reunir na execução penal.

- Art. 567: tem que ser lido à luz da CF, portanto, se o juiz for completamente incompetente, não se anulam só os atos decisórios, mas sim todos, desde o início do processo!

Condições da AçãoSão as condições necessárias para o exercício da pretensão acusatória.

1. Teorias:

a. Teoria Geral do Processo:

legitimidade:- ativa: propositor;- passiva: réu.

interesse: interesse de punir. O interesse de punir do MP decorre de lei (é discutível).

pedido juridicamente possível: Tem de haver prova.

justa causa.

b. Teoria para o Processo Penal:

legitimidade:- ativa: MP, quando for ação penal pública; vítima, quando for ação penal privada.- passiva: réu.

fato aparentemente criminoso: Tem de haver o fumus comissi delicti.- tipicidade;- ilicitude;

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- culpabilidade;

punibilidade concreta: não cabe ação se estiver extinta a punibilidade.

justa causa: causa que justifique a acusação.- indícios razoáveis de autoria / materialidade.- instrumento de controle do caráter fragmentário do direito penal: princípio da bagatela.

c. Representação e Requisição de Ministro da Justiça – Art. 395 c/c 41 do CPP:

O juiz poderá rejeitar a requisição:

I. se for inepta. Nesse caso o MP / vítima pode fazer nova acusação.

II. se estiver sem os pressupostos processuais (condições da ação).- se faltou tipicidade = o juiz rejeita fazendo coisa julgada.- se estiver prescrito = o juiz rejeita fazendo coisa julgada.- se a parte for ilegítima = o MP / vítima pode refazer a representação, corrigindo o problema.- se faltar justa causa:

Falta de prova = o MP / vítima pode refazer.O fato se enquadrar no Principio da bagatela = o juiz rejeita fazendo coisa

julgada.

Da decisão que recebe a denúncia, não cabe recurso. Pode, entretanto, impetrar HC para trancar o processo.- Após recebida a denúncia, o juiz cita o réu para apresentar resposta.- Com a resposta, o processo volta para o juiz, que poderá absolver sumariamente.Art. 397: essa absolvição faz coisa julgada.- Caberá recurso de apelação – Art. 593, I.

No caso da Lei de Imprensa, caberá recurso da decisão que recebe a denuncia! (único caso).

Ação Civil “EX DELICTI”

Art. 387, IV c/c 63 o CPP: A condenação imposta pelo juiz fixará um quantum indenizatório que o réu deverá pagar à vítima.Nada impede que a vítima busque mais indenização na área cível.