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Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

0102030405060708090

100

1 10 100 250 500

Concentrações (µµµµg/mL)%

de

inib

ição

de

DP

PH

Et Hex DCM Ac But HE

Avaliação da Atividade Antioxidante de Mentha sp. Sthéfane G. Araújo (IC)*, Marcela I. Morais (IC), Maria Eduarda A. Pinto (IC), Fernanda Viera Coelho (IC), Rodrigo Resende Ribeiro (PQ), Carlos Alan Cândido Dias Júnior (PQ), Luciana A. R. Santos Lima (PQ). *[email protected] Campus Centro-Oeste Dona Lindu - UFSJ, Rua Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis, MG, CEP:. 35501-296.

Palavras chave: Mentha sp., atividade antioxidante, extratos.

Introdução

A família Lamiaceae possui distribuição cosmopolitana, incluindo cerca de 300 gêneros e 7500 espécies. No Brasil ocorrem 26 gêneros, com aproximadamente 350 espécies.1

Os antioxidantes têm se tornado um tópico de progressivo interesse nos últimos anos e as publicações relativas a esse assunto quadruplicaram na última década. Vários dos compostos isolados na espécie estudada possuem enorme potencial para a atividade antioxidante, principalmente compostos fenólicos como os flavonóides. Desta maneira, a espécie escolhida, além das atividades já conhecidas, será estudada quanto à atividade antioxidante, já que existem poucos relatos na literatura sobre essa atividade para esta planta.2 As plantas são uma fonte promissora de antioxidantes naturais, pelo fato de apresentarem uma grande variedade de compostos. Dentre os diversos gêneros da família citada acima, considerou-se a hortelã (Mentha sp.) que é popularmente usada como vermífugo, sendo utilizada também na culinária.

Metodologia

A planta foi coletada e macerada em etanol por dez dias. O solvente foi retirado em rotavapor, obtendo-se o extato etanólico (Et). Realizou-se então a partição do extrato etanólico, utilizando hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol, originando as frações hexânica (Hex), diclorometano (DCM), acetato de etila (Ac), butanólica (But) e hidroetanólica (HE). Após a partição, o extrato e as frações foram submetidas ao ensaio de atividade antioxidante de acordo com a metodologia proposta por Burda & Oleszek.3

As amostras foram solubilizadas com o solvente padrão e diluições seriadas foram realizadas para se obter as concentrações de 1, 10, 100, 250 e 500 µg/mL. As amostras foram preparadas em triplicata e as leituras foram realizadas no comprimento de onda de 517 nm, no intervalo de tempo de 30 minutos.

O percentual de inibição do DPPH (ou a % da atividade antioxidante) foi calculado pela seguinte fórmula: % de inibição do DPPH = 1 – Aa / Ab x 100, onde Aa = absorbância da amostra e Ab = absorbância da solução de DPPH.

Resultados e discussão

Os resultados para o ensaio de atividade antioxidante utilizando DPPH estão apresentados no gráfico 1.

Gráfico 1: Atividade antioxidante do extrato e frações da espécie Mentha sp.

O extrato etanólico e as frações testadas apresentaram atividade antioxidante em todas as concentrações testadas. A fração butanólica (But) foi a que apresentou maior inibição de DPPH na concentração de 10 µg/mL.

Nas concentrações de 250 e 500 µg/mL, todas as amostras testadas apresentaram inibição maior que 90%. A fração hexânica (Hex) foi a menos ativa, mas a atividade aumentou com o aumento da concentração. Na concentração de 100 µg/mL, o extrato etanólico (Et) e as frações acetato de etila (Ac) e butanólica (But) apresentaram atividade semelhante.

O gráfico mostra que em maiores concentrações, há maior inibição de DPPH, mas que não há grande aumento desta, nas concentrações de 100, 250, e 500 µg/mL.

Conclusão

A partir dos resultados obtidos, foi possível notar o significativo aumento da percentagem de inibição do DPPH a partir do aumento das concentrações das amostras testadas. A Mentha sp. obteve bons resultados na atividade antioxidante comprovando o potencial que a família Lamiaceae pode possuir neste aspecto. Existe a necessidade de um estudo mais profundo para busca de mais detalhes desta atividade.

Agradecimentos

Bolsista da Fapemig. 1 Sousa V.C., Lorenzi, H. Botânica sistemática. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda., 2005, 640p. 2Huang D., Ou B., Pnor R.L., Journal Agricultural Food Chemistry 2005, 53, 184. 3Burda S., Oleszek W. Journal Agricultural Food Chemistry 2001, 49, 2774.

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

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Síntese e avaliação alelopática de nitroestirenos substituídos.

Aline Salgado Reis (IC)1, Marina Goulart da Silva1 (PG), João Máximo Siqueira (PQ)1, Gustavo H. R. Viana(PQ)1, José Augusto F. P. Villar (PQ)1*.

*[email protected]. 1Universidade Federal de São João Del Rei, Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis/ MG, 35501-296, Brasil. Palavras chave: Alelopatia, nitroestireno.

Introdução

Alelopatia é comumente definido como um efeito direto ou indireto, sendo de inibição ou estímulo por uma planta, ou um microrganismo (alga, bactéria, fungos, etc) produzido no meio ambiente ou em outro agente e por liberação de substâncias químicas (geralmente metabólitos secundários)¹. Um dos alvos mais importante dos estudos alelopáticos é a descoberta de herbicidas, que são ambientalmente e toxicologicamente mais seguros que os herbicidas sintéticos usados atualmente na agricultura².

Resultados e discussão

Neste trabalho foram sintetizados uma série de nitroestirenos com diferentes substituições no anel aromático. Para síntese dos compostos foram utilizadas duas metodologias, a primeira, hidróxido de sódio em MeOH/H2O e a segunda o AcNH4/MeNO2 (Esquema 1). Os compostos sintetizados (Figura 1) foram obtidos em bons rendimentos, purificados e caracterizados por análises de RMN de 1H e 13C.

O

HNaOH, MeNO2, MeOH/H2O

ou AcNH4, MeNO2

NO2

R R

Esquema 1. Métodos de preparo dos nitroestirenos.

NO2

N

NO2NO2

Cl

NO2

O2N

NO2

O

NO2

HOO

NO2

OO

O

NO2

OH

PN NE (1) NE (2)

PNO2 NE (4)

PCl NE (3)

PO NE (5)POH NE (6)

MONO NE (7) 3OH NE(8)

Figura 1. Compostos sintetizados.

Os ensaios de avaliação da atividade alelopática foram realizados com sementes de dicotiledônea (Lactuva sativa) e monocotiledôneas (Allium cepa), sendo avaliado o crescimento da radícula e do hipocótilo3. Diferentes concentrações e condições pré-estabelecidas foram utilizadas, além do acompanhamento com branco e controle positivo,

hormônio de crescimento das plantas AIA (Ácido-3-indolacético), herbicida sintético 2,4-D (ácido 2,4 diclorofenóxiacético) e herbicida comercial (Glifosato).

Os compostos que apresentaram maior inibição foram: NE (2), PCl NE (3), PO NE (5) e 3OH NE (8). Pode-se perceber que as diferentes porcentagens de inibição se devem à variação dos substituintes no anel aromático (Tabela 1). Tabela 1. Resultado de inibição dos principais compostos.

Conclusão

Os compostos sintetizados apresentaram bons níveis de inibição do crescimento das duas espécies utilizadas. A comparação com os herbicidas comerciais mostrou uma boa correlação. Cálculos de densidade eletrônica estão sendo feitos para fazer uma análise mais apurada da estrutura/atividade.

Agradecimentos

FAPEMIG, CNPQ, UFSJ, UFPR. 1 Taiz, L.; Zeiger, E. Fisiologia Vegetal. 3 ed. Porto Alegre: Editora Artmed, (2002). 2 Macias, F. A., Castellano, D., Molinillo, J. M. G. J. Agric. Food Chem. 2000, 48,

2512. 3 Rodrigues, P. R. Dissertação de Mestrado. UFMS (2009)

Hipocótilo Cebola Radícula Cebola

% inibição % inibição

[10-5] [10-4] [10-3] [10-5] [10-4] [10-3]

NE (2) 24 49,8 100 24,8 69,2 100

PCl NE (3) -7,1 23,3 100 28,6 51,5 100

PO NE (5) 23,8 48,7 100 25,3 77,1 100

3OH NE (8) 41,8 27,2 100 23,8 64,2 100

Glifosato 4,3 48,1 49,9 10,4 51,8 86

2,4-D 4,6 24,8 100 100 100 100

AIA -12 27,1 33,4 -14 26,9 32,5

Hipocótilo Alface Radícula Alface

% inibição % inibição

[10-5] [10-4] [10-3] [10-5] [10-4] [10-3]

NE (2) 21,7 100 100 22 100 100

PCl NE (3) -32,8 100 100 2,3 100 100

PO NE (5) 11,8 100 100 34,6 100 100

3OH NE (8) 23,5 8,7 100 30,8 34,7 100

Glifosato 13,6 23,3 57,3 25,5 69,8 84,1

2,4-D 100 100 100 100 100 100

AIA 14,6 35,2 100 -2,3 -5,2 100

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Síntese e atividade antimalárica de chalconas e flavonas.

Amanda T. Ouchida (IC)1, Ludmila O. Andrade (IC)1, Renata C. de Paula (PG)2, Alaíde Braga de Oliveira (PQ)2, Fernando P. Varotti (PQ)1, José Augusto F. P. Villar (PQ)1*. *[email protected] 1Laboratório de Síntese Orgânica – Universidade Federal de São João del-Rei – Campus Centro Oeste Dona Lindu / Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Chanadour, Divinópolis/MG – CEP: 35501-296 . 2 Departamento de Produtos Farmacêuticos – Faculdade de Farmácia - Universidade Federal de Minas Gerais, Av. Antônio Carlos, 6627, Belo Horizonte/MG, 31270-901, Brasil.

Palavras chave: Chalconas, síntese, antimaláricos.

Introdução

A malária é a principal doença parasitária de grande crescimento no mundo, e uma das mais preocupantes para a saúde pública em regiões tropicais e subtropicais[1]. Além disso, a evolução contínua da resistência do parasita à drogas é um sério dilema e, assim, a pesquisa de novos avanços na quimioterapia antimalárica é um problema vital. Com exceção da artemisina e seus derivados para o tratamento da malária, há medicamentos efetivamente utilizados contra malária, porém estes têm uma toxicidade significativa e apresentam vários efeitos secundários. Recentemente, uma série de chalconas e derivados têm sido previamente sintetizados e identificados como potenciais antimaláricos[2,3]. O objetivo deste trabalho é a síntese de hidroxi-chalconas e a realização de ensaios antimaláricos.

Resultados e discussão

A partir do resorcinol (1) foi sintetizado a resacetofenona (2) através da reação de acilação utilizando o sistema ZnCl2/AcOH em 63%. Na etapa seguinte, (2) foi protegido com 3,4-dihidro-2H-pirano (DHP), utilizando PPTS/CH2Cl2, obtendo (3) em 77%. Em seguida (3) foi submetido à reação de condensação aldólica com diferentes aldeídos aromáticos (Esquema 1). Os compostos (4a-e) foram purificados por cromatografia em coluna ou recristalização e analisados por RMN de 1H e 13C. O rendimento destes compostos variou entre 75 e 80%.

OHHO OHHO

O

AcOH, ZnCl2

63%

DHP, PPTS

CH2Cl2, 77%OHO

O

O

NaOH, MeOH

70 - 80%OHO

O

O

R1

R2

R3

4a - R1 = R2 = H, R3 = Cl4b - R1 = R2 = H, R3 = F4c - R1 = R2 = H, R3 = H4d - R1 = R2 = H, R3 = OH4e - R1 = Cl, R2 = Cl, R3 = H

(1) (2) (3)

Esquema 1. Rota de síntese das chalconas.

A chalcona (4a) foi desprotegida utilizando sistema PTSA/MeOH, obtendo-se (5) em 75%, um sólido amarelo (Esquema 2).

OHO

O

O

Cl

PTSA, MeOH/H2O

76% OHHO

O

Cl

(4a) (5)

Figura 2- Desproteção de 4a.

As chalconas (4a-e) e (5) tiveram a sua atividade antimalárica in vitro avaliadas pelo teste de incorporação de hipoxantina-[H3] contra uma cepa cloroquina-resistente de P. falciparum (clone W2) e apresentaram uma redução significativa da parasitemia em duas concentrações 25 e 50 µg/mL variando de 47 a 100%.

Como perspectiva futura desse trabalho, pretendemos realizar a hidrólise das demais chalconas e realizar modificações estruturais para potencializar a atividade antimalárica. A estratégia sintética é utilizar essas chalconas como intermediário chave na síntese de flavonóides (Figura 1).

OHO

O

O

R1

R2

R3OHO

OR4

R1

R2

R3

Figura 1.

Conclusão

A síntese das chalconas (4a-e) e (5) foi realizada com sucesso e outras moléculas com substituição no anel B estão sendo preparadas. Pretendemos agora realizar a síntese de novos compostos e avaliar a estrutura/atividade.

Agradecimentos

FAPEMIG, CNPq, UFSJ e UFPR. 1 Valla, A.; Valla, B.; Cartier, D.; Le Guillou, R.; Labia,R.; Potier, P. European

Journal of Medicinal Chemistry. 2006, 46, 142–146. 2 Domı´ngueza,J., Charrisa, J., Loboa, L., Gamboa, N., Rosenthale, P. European

Journal of Medicinal Chemistry. 2001, 36, 555-560. 3 Zdzis1awa Nowakowska. European Journal of Medicinal Chemistry. 2007, 42, 125-

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TRANSPORTE GASOSO EM ERITRÓCITOS IRRADIADOS: O EFEITO DA ESTOCAGEM DE HEMOCONCENTRADOS IRRADIADOS

Daniele C. d’ Ávila (IC), Hérica L. Santos (PQ), Leandro A. Barbosa (PQ)*

Email: [email protected]

Laboratório de Bioquímica Celular, Universidade Federal de São João del Rei, Campus Centro-Oeste Dona Lindú, Divinópolis. Palavras chave: radiação gama, Na,K-ATPase, membrana eritrocitária

Introdução

O uso da irradiação de produtos derivados do sangue utilizando radiação-γ, inativa linfócitos T, que são as células responsáveis pela doença enxerto versus hospedeiro, prevenindo assim o desenvolvimento da patologia. Apesar da importância da irradiação como meio preventivo, trabalhos prévios na literatura demonstraram que a irradiação de concentrados de hemácias induz um aumento da concentração plasmática de K+ com o tempo de estocagem. A validade de hemoconcentrados irradiados prevista em portaria da ANVISA é de 28 dias após a irradiação. É necessário estudos para verificar se o tempo de estocagem interfere diretamente na dinâmica do transporte gasoso o que pode levar a produção de protocolos específicos para utilização de hemoconcentrados irradiados.

Metodologia

Bolsas de sangue irradiadas com 25Gy de radiação-γ foram utilizadas para os experimentos de dosagem de hemoglobina, oxi-hemoglobina, meta-hemoglobina, grau de hemólise, desnaturação da hemoglobina e dosagem de TBARS. As bolsas de sangue foram separadas em 2 unidades: controle, irradiada e foram estocadas por 14 dias em 4oC. As alíquotas para os experimentos foram retiradas sob condição estéreis. A dosagem de hemoglobina, oxi-hemoglobina e met-hemoglobina foram realizadas a partir da metodologia de complexação com ferrocianeto de potássio e cianeto de potássio, com leitura em espectrofotômetro a 540-630nm. O grau de hemólise foi realizado através da dosagem de hemoglobina livre no plasma comparada a dosagem de hemoglobina total dos eritrócitos lisados em tampão fosfato, com leitura em espectrofotômetro a 522nm. Para a desnaturação da hemoglobina foi realizado uma lise eritrocitária com água destilada e complexação com ferrocianeto, com leitura em espectrofotômetro a 500-563nm.

Resultados e discussão

A dosagem de meta-hemoglobina mostrou uma maior concentração nas hemácias irradiadas nos dias inicais

mantendo-se praticamente constante com o tempo de estocagem. A concentração de oxi-hemoglobina não sofreu alteração pelo processo de irradiação e nem de estocagem. Uma forma de geração de meta-hemoglobina é o processo de peroxidação causada por radicais livres. Para verificarmos se a irradiação causa esse processo nós realizamos ensaios de TBARS na membrana eritrocitária. Ocorreu um aumento significativo de formação de TBARS na amostra irradiada, demonstrando que o processo de irradiação provocou peroxidação lipídica na membrana plasmática dos eritrócitos irradiados. O grau de desnaturação da hemoglobina pelo processo de irradiação não apresentou mudanças significativas. Foi verificado um grau de hemólise acentuado nos eritrócitos irradiados, ocorrendo um efeito acumulativo com o tempo de estocagem, passando de 20% a mais no 3o de estocagem para 40% a mais no 11o dia de estocagem.

Conclusão

Nossos resultados preliminares apontam para um aumento discreto da meta-hemoglobina em eritrócitos irradiados em combinação com o período de estocagem. Entretanto, não houve modificação da desnaturação da hemoglobina e nos níveis de oxi-hemoglobina. A irradiação causou um aumento considerável na hemólise dos eritrócitos. Tanto a hemólise quanto o processo de formação de meta-hemoglobina podem estar relacionados com o aumento da peroxidação por radicais livres, visualizados pelos níveis aumentando de TBARS.

Agradecimentos

FAPEMIG, CAPES, HEMOMINAS

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Projeto multidisciplinar sobre a prevalência da esquistossomose mansônica em escolares de Divinópolis: fatores de risco e alvos vacinais

Autores: Karina Santana* (IC), Bianca Cardoso (IC), Camila Rossignoli (IC), Flávia Mendonça (IC), Francielli Araújo (IC), Igor Brito (IC), Ihan Rabelo (IC), Thiago Oliveira (IC), Kayo Pêgo (IC), Larissa Rodrigues (IC), Karla Oliveira (PQ), Karla Sbampato (PQ), Gisele Rebelato (PQ), Débora Lopes (PQ)

[email protected] Palavras chave: Schistossoma mansoni, kato-katz, vacina.

Introdução

A esquistossomose faz parte da lista das principais doenças negligenciadas em todo o mundo. No Brasil estima-se que existam aproximadamente 7 milhões de pessoas infectadas. A doença é disseminada em todo o território nacional e em especial na região centro-oeste de Minas Gerais, onde está situada a microrregião de Divinópolis1. A quimioterapia é hoje considerada a principal forma de controle da doença, entretanto, as altas taxas de reinfecção sugerem a necessidade da implantação de novos métodos de intervenção, como por exemplo, os programas de monitoramento e vigilância juntamente com a pesquisa básica, desenvolvimento de novas tecnologias (vacinas) e participação ativa da sociedade. O estudo está inserido no Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde – Vigilância em Saúde (PET-Saúde/VS) e visa determinar a prevalência e o levantamento dos fatores de risco associados à esquistossomose em escolares de Divinópolis, implementar ações de vigilância e educação através da articulação ensino e extensão e avaliar a reatividade do soro de pacientes contaminados com potenciais alvos vacinais já identificados.

Metodologia

Levantamento sócio-econômico e identificação de comportamentos de risco em escolas do município de Divinópolis - MG Coleta de material para exame parasitológico Pesquisa de ovos de Schistosoma mansoni pelo método kato-katz Identificação da espécie de caramujo presente nas coleções hídricas Avaliação da presença de cercárias

• Mapeamento das áreas de risco • Identificação dos Grupos de Saúde localizados nas

áreas de risco e implementação de um programa de educação e prevenção contra a esquistossomose

• Identificação de escolares infectados • Encaminhamento para a equipe de saúde

responsável • Busca de alvos vacinais contra o

parasito

Resultados e discussão

O estudo encontra-se em andamento. Até o momento foram visitadas a Escola Municipal Dona Maria Rosa e a Escola Municipal José Quintino Lopes. Não foram identificados casos de infecção por Schistosoma mansoni através dos exames parasitológicos realizados via método kato-katz. Porém, foi identificado via inquérito sócio-econômico que alguns escolares vivem em situação de risco para esquistossomose. Além disso, foram identificadas outras parasitoses nos escolares. necessária a implementação de um programa de educação quanto aos fatores de risco para esquistossomose e hábitos higiênicos. É de fundamental importância também o desenvolvimento de políticas públicas e melhorias no saneamento básico.

Conclusão

O estudo tem impacto potencial para o sistema de vigilância da microrregião e à comunidade pois além de informar os casos encontrados, traça os principais pontos de risco dos municípios estudados, evitando assim, novas contaminações. Além disso, contribui no processo de conscientização levando mudanças no comportamento dos indivíduos, facilitando ações de controle dos parasitos em populações de maior risco.

Agradecimentos

1 IBGE. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Censo 2009. Disponível

em: <http://www.ibge.gov.br/censo/>. Acesso em: 09.04.2007.

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1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

EFEITO DA RADIAÇÃO GAMA NA MEMBRANA ERITROCITÁRIA E NA Na,K-ATPase

Grazielle AS Maia (PG), Camila Zambalde (IC), Leandro A Barbosa (PQ), Hérica L Santos (PQ)*

Email: [email protected]

Laboratório de Bioquímica Celular, Universidade Federal de São João del Rei, Campus Centro-Oeste Dona Lindú, Divinópolis. Palavras chave: radiação gama, Na,K-ATPase, membrana eritrocitária

Introdução

O uso da irradiação de produtos derivados do sangue utilizando radiação-γ, inativa linfócitos T, que são as células responsáveis pela doença enxerto versus hospedeiro, prevenindo assim o desenvolvimento da patologia. Apesar da importância da irradiação como meio preventivo, trabalhos prévios na literatura demonstraram que a irradiação de concentrados de hemácias induz um aumento da concentração plasmática de K+. Por essa razão é interessante compreender os danos gerados pela irradiação na membrana eritrocitária em relação a estocagem dos hemoconcentrados, possibilitando um melhor controle de qualidade.

Metodologia

Bolsas de sangue irradiadas com 25Gy de radiação-γ foram utilizadas para os experimentos de dosagem de ferro oxidado (Fe+3), colesterol, e atividade da Na,K-ATPase. As bolsas de sangue foram separadas em 2 unidades: controle, irradiada e foram estocadas por 14 dias em 4oC. As alíquotas para os experimentos foram retiradas sob condição estéreis. A dosagem de ferro oxidado foi realizada por complexação com KSCN e medido em espectrofotômetro a 480nm. A dosagem de colesterol foi realizada a partir da metodologia do colesterol oxidase e medido em espectrofotômetro a 500nm. Para a dosagem da Na,K-ATPase foi realizada preparação de membrana de eritrócitos (ghosts). A mesma quantidade de proteína foi utilizada para os experimentos e para obtenção da atividade especifica da Na,K-ATPase foi realizada a dosagem da liberação de fosfato inorgânico total e tratada com ouabaína (inibidor específico da bomba), representando a diferença a atividade total da Na,K-ATPase. A medição do fosfato inorgânico foi feita a partir da complexação com molibdato de amônia e lida em espectrofotômetro a 355nm.

Resultados e discussão

Os níveis de ferro oxidado são uma medição indireta do processo de peroxidação causada por radicais livres. Foram realizadas medições em 3 condições: no sangue total, plasma e no ghost. No sangue total não houve mudanças significativas dos níveis de

ferro, entretanto, no ghost houve um aumento de 20% a partir do 7o dia de estocagem que se manteve constante até o 14o dia. No plasma ocorreu um efeito semelhante, mas em uma magnitude maior, com um aumento de 26% no 3o dia, 59,6% no 7o dia e 400% no 14o dia, mostrando claramente um efeito aditivo com o tempo de estocagem. Um dos efeitos da peroxidação por radicais livres é o processo de peroxidação lipídica. Esse processo pode levar a uma diferença do conteúdo lipídico da membrana plasmática. Apenas foi visualizadas mudanças no colesterol a partir do 14o, ocorrendo aumento do colesterol plasmático em 24% e na membrana eritrocitária uma diminuição de 18%, demonstrando um efeito de depleção lipídica da membrana eritrocitária pela irradiação. O microambiente de membrana pode alterar a atividade da Na,K-ATPase. Uma vez que foi visualizado mudanças no perfil lipídico, experimentos foram realizados para verificar a atividade da bomba. Foi verificado uma diminuição progressiva da atividade da Na,K-ATPase com o tempo de estocagem, diminuindo sua atividade em 12% no 7o dia e 40% no 14o dia.

Conclusão

Os efeitos da radiação gama nos eritrócitos demonstraram um maior nível de peroxidação com uma reorganização do conteúdo lipídico da membrana eritrocitária, demonstrado pelo menor conteúdo de colesterol. Provavelmente esse efeito no perfil lipídico está influenciando a atividade da Na,K-ATPase e modulando o controle iônico dos eritrócitos irradiados.

Agradecimentos

FAPEMIG, CAPES, HEMOMINAS

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

Síntese e avaliação alelopática de nitroestirenos substituídos.

Aline Salgado Reis (IC)1, João Máximo Siqueira (PQ)1, Gustavo H. R. Viana(PQ)1, José Augusto F. P. Villar (PQ)1*.

*[email protected]. 1Universidade Federal de São João Del Rei, Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis/ MG, 35501-296, Brasil.

Introdução

Alelopatia é comumente definido como um efeito direto ou indireto, sendo de inibição ou estímulo por uma planta, ou um microrganismo (alga, bactéria, fungos, etc) produzido no meio ambiente ou em outro agente e por liberação de substâncias químicas (geralmente metabólitos secundários)¹. Um dos alvos mais importante dos estudos alelopáticos é a descoberta de herbicidas, que são ambientalmente e toxicologicamente mais seguros que os herbicidas sintéticos usados atualmente na agricultura².

Metodologia

Neste trabalho foram sintetizados uma série de nitroestirenos com diferentes substituições no anel aromático. Para síntese dos compostos foram utilizadas duas metodologias, a primeira, hidróxido de sódio em MeOH/H2O e a segunda o AcNH4/MeNO2. Os compostos sintetizados foram obtidos em bons rendimentos e analisados por análises de RMN de 1H e 13C.

Os ensaios de avaliação da atividade alelopática foram realizados com sementes de dicotiledônea (Lactuva sativa) e monocotiledôneas (Allium cepa), sendo avaliado o crescimento da radícula e do hipocótilo. Diferentes concentrações e condições pré-estabelecidas foram utilizadas, além do acompanhamento com branco e controle positivo, hormônio de crescimento das plantas AIA (Ácido-3-indolacético), herbicida sintético 2,4-D (2,4 diclorofenóxiacético) e herbicida comercial (Glifosato).

Resultados e discussão

Os compostos que apresentaram maior inibição foram: NE (2), PCl NE (3), PO NE (5) e 3OH NE (8). Pode-se perceber que as diferentes porcentagens de inibição se devem à variação dos substituintes no anel aromático.

Tabela 1. Resultado de inibição dos principais compostos.

Conclusão

Os compostos sintetizados apresentaram bons níveis de inibição do crescimento das duas espécies utilizadas. A comparação com os herbicidas comerciais mostrou uma boa correlação. Cálculos de densidade eletrônica estão sendo feitos para fazer uma análise mais apurada da estrutura/atividade.

Agradecimentos

FAPEMIG, CNPQ, UFSJ, UFPR. ¹ Taiz, L.; Zeiger, E. Fisiologia Vegetal. 3 ed. Porto Alegre: Editora Artmed,

(2002).² Macias, F. A., Castellano, D., Molinillo, J. M. G. J. Agric. Food Chem.

2000, 48, 2512.

Hipocótilo Cebola Radícula Cebola

% inibição % inibição

[10-5] [10-4] [10-3] [10-5] [10-4] [10-3]

NE (2) 24 49,8 100 24,8 69,2 100

PCl NE (3) - 23,3 100 28,6 51,5 100

PO NE (5) 23,8 48,7 100 25,3 77,1 100

3OH NE (8) 41,8 27,2 100 23,8 64,2 100

Hipocótilo Alface Radícula Alface

% inibição % inibição

[10-5] [10-4] [10-3] [10-5] [10-4] [10-3]

NE (2) 21,7 100 100 22 100 100

PCl NE (3) - 100 100 2,3 100 100

PO NE (5) 11,8 100 100 34,6 100 100

3OH NE (8) 23,5 8,7 100 30,8 34,7 100

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: AÇÕES INTEGRADAS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE DIVINÓPOLIS-MG

*Prisciana Mayumi Dias Koga (IC), Valeriana Valadares Pereira (PG), Letícia Gonçalves R. Ferreira (TC), Leandro

H. S. Maximiano (IC), Soraya M. F. de Oliveira (IC), Marina L. S. Leite (IC), Diego A. G. Sousa (IC), Marcelo

Donizete Lopes, Bruno Tonelli Elisei (IC), Jacqueline Domingues Tibúrcio, (PQ), Eduardo Sergio da Silva (PQ).

[email protected]

Palavras-chave: Enteroparasitoses, Diagnóstico parasitológico.

Introdução

A implementação do Programa de Educação pelo

Trabalho para a Saúde - PET: “Educação Em Saúde e

Meio Ambiente: Ações Integradas para Promoção da

Saúde da Criança nas Escolas Municipais de Ensino

Fundamental da Rede Municipal Urbana de Divinópolis”

busca o estabelecimento de uma relação entre a

Universidade e outros setores da sociedade. O objetivo

do projeto é a prevenção e identificação da prevalência

das enteroparasitoses.

Metodologia

Os responsáveis pelas crianças que concordam em

participar do projeto assinam um termo de

consentimento e preenchem um questionário, conforme

aprovação pelo Comitê de Ética: parecer número

56/2009. Todas as amostras são transportadas, para o

Laboratório de Parasitologia do CCO/UFSJ, onde são

processadas pelo método de sedimentação

espontânea, para pesquisa de parasitos em

microscópio óptico, com quatro leituras para cada

amostra. Aqueles alunos que apresentam exame

positivo, é encaminhado para avaliação e tratamento.

Trabalha-se a educação em saúde através de palestras

e teatros.

Resultados e Discussão

O projeto teve início em junho de 2009 e até o

momento foram estudadas cinco escolas com um total

de 1800 crianças matriculadas. No entanto a adesão

para participação do projeto ocorreu em apenas 800

alunos. Destes apenas 637 entregaram o pote com as

fezes. A freqüência dos protozoários encontradas na

microscopia foram Entamoeba coli 15,54% (99/637),

Giardia lamblia com 11,46% (73/637) de casos, seguido

pelo complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar

com 4,39% (28/637). No caso dos helmintos:

Enterobius vermicularis 0,47% (3/637), Ascaris

lumbricoides 0,16% (1/637), Stongyloides stercoralis

0,16% (1/637), Trichuris trichiura 0,16% (1/637),

Ancylostomidae 0,16% (1/637), Hymenolepis nana

0,16%(1/637).

Conclusão

A participação dos pais ou responsáveis das crianças

no estudo tem apresentado pouca adesão. É nítido

também a dificuldade para a coleta das amostras de

fezes, justificada muitas das vezes por esquecimento,

perda do pote, vergonha. Os parasitos intestinais

patogênicos mais freqüentes são Giardia lamblia e o

complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar. No

caso dos helmintos o Enterobius vermicularis é o mais

freqüente 0,47%(3/637).As próximas etapas do estudo

serão a diferenciação entre a E. histolytica e E. dispar

por métodos imunológicos e de biologia molecular que

é fundamental para o manejo clínico de pacientes e

adoção de medidas de prevenção.

Agradecimentos

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

Análise molecular do vírus do Dengue em pacientes suspeitos do Hospital São Judas Tadeu, Divinópolis (MG)

Autores: Laíse Sofia de Macedo Rodrigues (IC), Karine Evangelista Lima (IC), Leandro César da Silva (IC), Debora de Oliveira Lopes (PQ), Rosângela Franco Guedes (PQ), Álvaro Cantini Nunes (PQ), Jaqueline Maria Siqueira Ferreira (PQ), Luciana Lara dos Santos (PQ)*.

*[email protected] Palavras chave: Dengue, diagnóstico molecular.

Introdução

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dengue é considerada a arbovirose de maior relevância em todo o mundo. O vírus causador da doença pertence à família Flaviviridae, que tem o RNA como seu material genético, sendo transmitido ao homem pelo mosquito-vetor Aedes aegypti. No Brasil, atualmente, circulam quatro sorotipos do vírus, DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Devido ao aumento significativo de casos nestes últimos anos, especialmente em Minas Gerais, medidas profiláticas e a busca de um melhor diagnóstico clínico e laboratorial vêm sendo alvo de pesquisas. Portanto, o objetivo desse estudo consiste na detecção viral, baseando-se nas técnicas de biologia molecular em amostras de sangue de pacientes suspeitos de dengue no município de Divinópolis, MG.

Metodologia

Foram coletadas amostras de sangue de 80 pacientes com suspeita de dengue no Hospital São Judas Tadeu, na cidade de Divinópolis no primeiro trimestre de 2010. Informações como idade, sexo, bairro de residência, sintomas presentes e dias de sintomas, foram obtidas dos pacientes. As amostras biológicas foram processadas da seguinte forma: separação do soro, extração de RNA viral com o QIAGEN - QIAamp RNA viral KIT, transformação do RNA em cDNA pela técnica de RT-PCR seguida de PCR para amplificação do produto de 511 pb do vírus. Os primers utilizados foram descritos por Lanciotti e cols., 1992. A visualização do produto amplificado foi feita através da técnica de eletroforese, com gel de poliacrilamida 8% corado com nitrato de prata.

Resultados e discussão

Das 80 amostras coletadas, 75 já foram testadas pelas técnicas de biologia molecular, sendo posteriormente classificadas como negativas e positivas. Dentre as amostras analisadas, 23 (31%) foram positivas e 52 (69%) negativas. Entre os pacientes que tiveram a confirmação do vírus, 07 eram do sexo masculino (31%) enquanto, 16 eram do sexo feminino (69%). Em relação à faixa etária, 12 do total de positivos (52%) tinham de 12 a 30 anos de idade, 07 (31%) tinham de 31 a 60 anos e 04 (17%) acima de 60 anos. Os bairros do município em que um maior número de casos confirmados por RT-

PCR foram, Centro (34%), Bom Pastor (18%) e São José (18%). Entre os casos confirmados 02 (9%) apresentavam 1 dia de sintomas, 08 (35%) 2 dias, 07 (30%) 3 dias, 05 (22%) 4 dias e 01 (4%) 6 dias de sintomas. Os sintomas mais prevalentes nos casos confirmados foram febre, cefaléia, mialgias, artralgia, dor retroocular, prostração, sonolência e extremidades frias. As ocorrências de dor abdominal, vômitos, hipotermia e pequenas hemorragias (petéqueas) foram também associadas, embora com uma menor prevalência. Coletas do soro de pacientes suspeitos serão retomadas no primeiro trimestre do próximo ano e os estudos de tipagem do vírus dos soro-positivos já foram iniciados.

Conclusão

Observa-se um grande número de casos confirmados na região central (34%) da cidade de Divinópolis, em concordância com os dados de notificação de dengue da Vigilância epidemiológica. Os sintomas mais freqüentes entre os pacientes confirmados são febre, cefaléia, mialgia, artralgia, dor retroocular e prostração. Dentre as amostras negativas, não se pode afirmar a ausência do vírus, já que foram coletadas com até oito dias de sintomas, levando a redução significativa da viremia e a não detecção viral em alguns casos. Foi observado que entre os positivos os dias de sintomas mais prevalentes são inferiores a seis, confirmando a eficiência da técnica na detecção precoce da viremia em comparação ao diagnóstico sorológico. A sorotipagem, a ser realizada posteriormente, será necessária para indicar o perfil dos sorotipos circulantes na cidade de Divinópolis e gerar dados para futuras intervenções.

Agradecimentos

Ao Hospital São Judas Tadeu e ao Laboratório ClinLab em Divinópolis que nos permitiu a coleta de amostras e dados de seus pacientes. LANCIOTTI, R.S et al. Rapid Detection and Typing of Dengue Viruses from Clinical Samples by Using Reverse Transcriptase-Polymerase Chain Reaction . Journal of Clinical Microbiology, v. 30, n. 3, Mar. 1992, p. 545-551.

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

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1 10 100 250 500

Concentrações (µµµµg/mL)

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e D

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H

Et Hex DCM Ac But HE

Avaliação da Atividade Antioxidante de Smilax cissoides Fernanda Vieira Coelho (IC) *, Sthéfane G. Araújo (IC), Maria Eduarda A. Pinto (IC), Marcela I. Morais (IC), Carlos Alan Cândido Dias Júnior (PQ), Luciana A. R. Santos Lima (PQ). *[email protected]. 1Campus Centro-Oeste Dona Lindu - UFSJ, Rua Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis, MG, CEP:. 35501-296.

Palavras chave: Smilax, atividade antioxidante, extratos.

Introdução

A família Smilacaceae possui distribuição predominante nos climas tropical e subtropical, incluindo dois gêneros e cerca de 300 espécies, quase todas pertencentes à Smilax. No Brasil, apenas o gênero Smilax é encontrado, com aproximadamente 30 espécies, conhecidas popularmente como salsaparrilha ou japecanga, encontradas em bordas de florestas menos úmidas, particularmente em cerradões e florestas estacionais1.

Acredita-se que os antioxidantes absorvidos a partir dos alimentos vegetais, incluindo substâncias polifenólicas, vitaminas E e C e carotenóides são efetivos na prevenção dessas doenças relacionadas com o estresse oxidativo. Assim, é de grande interesse, a nível medicinal e nutricional, o conhecimento da capacidade antioxidante dos constituintes dos alimentos e chás que consumimos. Neste contexto, os antioxidantes têm se tornado um tópico de progressivo interesse nos últimos anos e as publicações relativas a esse assunto quadruplicaram na última década. 2

Metodologia

A planta foi coletada e macerada em etanol por dez dias. O solvente foi retirado em rotavapor, obtendo-se o extato etanólico (Et). Realizou-se então a partição do extrato etanólico, utilizando hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol, originando as frações hexânica (Hex), diclorometano (DCM), acetato de etila (Ac), butanólica (But) e hidroetanólica (HE). Após a partição, o extrato e as frações foram submetidas ao ensaio de atividade antioxidante de acordo com a metodologia proposta por Burda & Oleszek3.

As amostras foram solubilizadas com o solvente padrão e diluições seriadas foram realizadas para se obter as concentrações de 1, 10, 100, 250 e 500 µg/mL. As amostras foram preparadas em triplicata e as leituras foram realizadas no comprimento de onda de 517 nm, no intervalo de tempo de 30 minutos.

O percentual de inibição do DPPH (ou a % da atividade antioxidante) foi calculado pela seguinte fórmula: % de inibição do DPPH = 1 – Aa / Ab x 100, onde Aa = absorbância da amostra e Ab = absorbância da solução de DPPH.

Resultados e discussão

Os resultados para o ensaio de atividade antioxidante utilizando DPPH estão apresentados no gráfico 1. O extrato etanólico (Et) apresentou um aumento da inibição de DPPH com o aumento da concentração. É importante salientar, que houve um aumento significativo da concentração de 10 para 100

µg/mL e de 100 para 250 µg/mL, sendo que de 1 para 10 µg/mL e de 250 para 500 µg/mL, este aumento não foi tão significativo. Gráfico 1: Atividade antioxidante do extrato e frações da espécie Smilax cissoides.

As frações diclorometano (DCM) e butanólica (But) apresentaram atividade semelhante ao extrato etanólico (Et). As frações acetato de etila (Ac) e hidroetanólica (HE) apresentaram atividade semelhante nas concentrações de 100, 250 e 500 µg/mL, merecendo destaque as duas últimas com porcentagem de inibição maior que 90%.

A fração hexânica (Hex) foi a que teve menor atividade entre as amostras testadas, mas atividade aumentou com o aumento da concentração. Todas as amostras testadas apresentaram atividade antioxidante, merecendo destaque as frações acetato de etila (Ac) e hidroetanólica (HE) que apresentaram porcentagem de inibição maior que 80% na concentração de 100 µg/mL.

Conclusão

A partir dos resultados obtidos, foi possível notar o significativo aumento da percentagem de inibição em DPPH a partir do aumento das concentrações das amostras testadas.Entretanto, vale ressaltar que na fração hexânica, o aumento não foi tão expressivo quanto nas outras frações. Assim, o extrato e as frações de Smilax cissoides mostraram potencial atividade antioxidante a partir do ensaio com DPPH.

Agradecimentos

UFSJ, FAPEMIG, CNPq.

1Sousa, V. C; Lorenzi, H. Botânica sistemática. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda., 2005, 640p. 2Huang D., Ou B., Pnor R.L., Journal Agricultural Food Chemistry 2005, 53, 184. 3Burda S., Oleszek W. Journal Agricultural Food Chemistry 2001, 49, 2774.

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

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Concentração (g/mL)

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Oleo Soja Oleo Milho Oleo Girassol FAME Soja FAME Milho FAME Girassol

Avaliação da Atividade Antioxidante de Óleos Comerciais e de Seus Ésteres Metílicos (FAMEs)

Maria Eduarda Amaral Pinto (IC) *, Marcela Ísis Morais (IC), Fernanda Vieira Coelho (IC), Sthéfane Guimarães Araújo (IC), Carlos Alan Cândido Dias Júnior (PQ), Luciana Alves Rodrigues dos Santos Lima (PQ). *[email protected] Campus Centro-Oeste Dona Lindu - UFSJ, Rua Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis, MG, CEP:. 35501-296. Palavras chave: Atividade antioxidante, ésteres metílicos e óleos comerciais.

Introdução

Ácidos graxos são os componentes mais abundantes dos óleos, sendo constituídos principalmente de triglicerídeos (90 a 98%), que são ésteres formados por três ácidos graxos e glicerol. O consumo de uma dieta enriquecida de ácidos graxos essenciais confere muitos efeitos benéficos para a saúde.1

Os ésteres de ácidos graxos são obtidos comumente através de reações de transesterificação, principalmente ésteres metílicos, conhecidos pela sigla em inglês como FAME. Na transesterificação de óleos vegetais, um triglicerídeo reage com um álcool (metanol ou etanol) produzindo uma mistura de ésteres de ácidos graxos correspondentes e liberando a glicerina como subproduto (Figura 1).2

Figura 1: Transesterificação de triglicerídeos.

Assim, como os antimicrobianos, outra área que tem despertado interesse nos últimos anos é a de antioxidantes. A oxidação é a geração de espécies reativas de oxigênio (radicais livres) que pode ocorrer, por exemplo, pela decomposição dos ácidos graxos, sendo prejudiciais para os organismos vivos.3 Acredita-se que os antioxidantes absorvidos a partir dos alimentos vegetais, incluindo substâncias polifenólicas, vitaminas E e C e carotenóides são efetivos na prevenção dessas doenças relacionadas com o estresse oxidativo. Assim, é de grande interesse, a nível medicinal e nutricional, o conhecimento da capacidade antioxidante dos constituintes dos alimentos que consumimos.4

Metodologia

Neste trabalho foi avaliada a atividade antioxidante dos óleos comerciais e de seus ésteres metílicos. O teste foi realizado pelo método quantitativo espectrofotométrico: atividade capturadora de radicais livres com o 2,2-difenil-1-picril-hidrazila, DPPH.5

As amostras foram solubilizadas com o solvente padrão e diluições seriadas foram realizadas para se obter as concentrações de 1, 10, 100, 250 e

500 µg/mL. As amostras foram preparadas em triplicata e as leituras foram realizadas no comprimento de onda de 517 nm, no intervalo de tempo de 30 minutos. O percentual de inibição do DPPH (ou a % da atividade antioxidante) foi calculado pela seguinte fórmula: % de inibição do DPPH = 1 – Aa / Ab x 100, onde Aa = absorbância da amostra e Ab = absorbância da solução de DPPH.

Resultados e discussão

Os resultados do ensaio de atividade antioxidante estão apresentados no gráfico a seguir: Gráfico 1: Resultado da atividade antioxidante para os óleos comerciais e seus ésteres metílicos. Todas as amostras testadas apresentaram atividade antioxidante. A melhor atividade antioxidante foi apresentada pelo FAME de Girassol na concentração de 500 µg/mL, com inibição do DPPH de aproximadamente 90%. Os outros óleos e FAMEs em diferentes concentrações apresentaram resultados aproximados com inibição em torno de 25 a 40%.

Conclusão

O melhor resultado da atividade antioxidante foi a do FAME de Girassol, enquanto que os outros óleos e FAMEs apresentaram inibições com porcentagens aproximadamente semelhantes.

Agradecimentos

Bolsista UFSJ. 1 Korul’kina, L. M.; Zhusupova, G. E.; Shul’ts, E.E.; Erzhanov K. B., Chem. Nat. Comp. 2004, 40, 417. 2 Carioca, J.O.B. et al., Impact of Sciences on Society 1988, 148, 315. 3 Marinova E.M., Yanishilieva N.V. Food Chem. 2003, 81, 189. 4 Huang D., Ou B., Pnor R.L. Journal Agricultural Food Chemistry 2005, 53, 184. 5 Burda S., Oleszek W. Journal Agricultural Food Chemistry 2001, 49, 2774.

+ 3 ROHcatalisador

H2C

HC

H2C

O R1

O

R

O R2

O

R

O R3

O

R

OH

OH

OH

+

H2C O R1

O

HC O R2

O

O R3

O

H2C

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

0102030405060708090

100

1 10 100 250 500

Concentrações (µµµµg/mL)

% d

e in

ibiç

ão d

e D

PP

H

Et Hex DCM Ac But HE

Avaliação da Atividade Antioxidante de Smilax campestris Marcela I. Morais (IC)*, Sthéfane G. Araújo (IC), Maria Eduarda A. Pinto (IC), Fernanda Vieira Coelho (IC), Rodrigo Resende Ribeiro (PQ), Carlos Alan Cândido Dias Júnior (PQ), Luciana A. R. Santos Lima (PQ). *[email protected] 1Campus Centro-Oeste Dona Lindu - UFSJ, Rua Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis, MG, CEP:. 35501-296.

Palavras chave: Smilax, atividade antioxidante, frações.

Introdução

A família Smilacaceae possui distribuição predominante nos climas tropical e subtropical, incluindo dois gêneros e cerca de 300 espécies, quase todas pertencentes a Smilax. No Brasil, apenas o gênero Smilax é encontrado, com aproximadamente 30 espécies, conhecidas popularmente como salsaparrilha ou japecanga, encontradas em bordas de florestas menos úmidas, particularmente em cerradões e florestas estacionais1.

Uma definição biológica de antioxidante é substância natural ou sintética que é adicionada a produtos para prevenir ou retardar sua deterioração pela ação do oxigênio do ar. Em bioquímica e medicina, antioxidantes são enzimas ou outras moléculas orgânicas como vitamina A, β-caroteno, vitamina C e os compostos fenólicos, que são capazes de contra-atacar os efeitos danosos da oxidação em tecidos animais2.

Acredita-se que os antioxidantes absorvidos a partir dos alimentos vegetais, incluindo substâncias polifenólicas, vitaminas E e C e carotenóides são efetivos na prevenção dessas doenças relacionadas com o estresse oxidativo. Assim, é de grande interesse, a nível medicinal e nutricional, o conhecimento da capacidade antioxidante dos constituintes dos alimentos e chás que consumimos. Neste contexto, os antioxidantes têm se tornado um tópico de progressivo interesse nos últimos anos e as publicações relativas a esse assunto quadruplicaram na última década2.

Metodologia

A planta foi coletada e macerada em etanol por dez dias. O solvente foi retirado em rotavapor, obtendo-se o extato etanólico (Et). Realizou-se então a partição do extrato etanólico, utilizando hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol, originando as frações hexânica (Hex), diclorometano (DCM), acetato de etila (Ac), butanólica (But) e hidroetanólica (HE). Após a partição, o extrato e as frações foram submetidas ao ensaio de atividade antioxidante de acordo com a metodologia proposta por Burda & Oleszek3.

As amostras foram solubilizadas com o solvente padrão e diluições seriadas foram realizadas para se obter as concentrações de 1, 10, 100, 250 e 500 µg/mL. As amostras foram preparadas em triplicatas e as leituras foram realizadas num comprimento de onda de 517 nm, no intervalo de tempo de 30 minutos.

O percentual de inibição do DPPH (ou a % da atividade antioxidante) foi calculado pela seguinte fórmula: % de inibição do DPPH = 1 – Aa / Ab x 100, onde Aa = absorbância da amostra e Ab = absorbância da solução de DPPH.

Resultados e discussão

Os resultados para o ensaio de atividade antioxidante utilizando DPPH estão apresentados no gráfico 1. Gráfico 1: Atividade antioxidante do extrato e frações da espécie Smilax campestris.

Entre as frações testadas, a butanólica (But) foi a que apresentou maior porcentagem de inibição de DPPH em todas as concentrações testadas. Desta forma, infere-se que esta fração é a que apresenta maior atividade antioxidante. Nas concentrações de 250 e 500 µg/mL a fração hidroetanólica (HE) também apresentou atividade significativa. A fração hexânica (Hex) e a diclorometano (DCM) foram as que mostraram menor atividade. O extrato etanólico apresentou inibição dose-dependente, ou seja, quanto maior a concentração, maior a % de inibição de DPPH. A fração acetato de etila (Ac) apresentou boa atividade na concentração de 500 µg/mL.

Conclusão

Todas as frações apresentaram inibição do DPPH, ou seja, atividade antioxidante, merecendo destaque o extrato etanólico (HE) e a fração butanólica (But) na concentração de 100 µg/mL, com inibição de DPPH maior que 90%.

Agradecimentos

UFSJ, FAPEMIG, CNPq. 1Sousa, V. C; Lorenzi, H. Botânica sistemática. Nova Odessa: Institudo Plantarum de Estudos da Flora Ltda., 2005, 640p. 2Huang D., Ou B., Pnor R.L., Journal Agricultural Food Chemistry 2005, 53, 184. 3Burda S., Oleszek W. Journal Agricultural Food Chemistry 2001, 49, 2774.

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

Estudos de Modelagem Molecular Aplicados às Asaronas Ana Paula Carregal (IC)*, Alex G. Taranto (PQ), Moacyr Comar Jr (PQ), Stênio Nune Alves (PQ), João

Máximo de Siqueira (PQ)

Endereço para correspondência: [email protected] Palavras chave: asarona, Triagem Virtual Inversa, ancoragem molecular.

Introdução

Muitos extratos vegetais e óleos essenciais podem ser

fontes alternativas para o controle de insetos de

produtos armazenados, pois constituem uma rica fonte

de substâncias bioativas e muitas delas são em grande

parte livre de efeitos adversos. O rizoma de gramineus

Acorus Solander, pertencente à família Araceae,

posssui vários compostos, dentre eles a (E)-asarona e

(Z)-asarona. Estudos anteriores mostram que a

atividade furmicida é mais pronunciada na (Z)-asarona

do que na (E)-azarona. Estes resultados indicam que a

toxicidade das asaronas pode ser devida à

configuração espacial dos substituintes (1). No entanto,

o receptor para estes compostos não está descrito até

o presente momento. A Bioinformática possui

metodologias que podem auxiliar nesta questão, dentre

elas destaca-se a Triagem Virtual Inversa (TVI). A TVI

consiste em encontrar receptores farmacológicos de

atuação para um determinado ligante de interesse em

banco de dados de proteínas in silico (2). A seguir, a

metodologia de ancoragem molecular (docking) é

utilizada para encaixar ligantes no sítio ativo da enzima,

com base que os grupamentos do ligante e do receptor

são complementares entre si. Dispondo das

ferramentas mencionadas acima o objetivo deste

trabalho é encontrar receptores farmacológicos para as

asaronas.

Metodologia

As estruturas dos compostos (E)-asarona e (Z)-asarona

foram submetidas ao programa sc-PDB (3), que

encontrou potencias alvos moleculares para estes

ligantes. De posse da estrutura molecular dos possíveis

receptores, os trabalhos de investigação seguiram para

os estudos de ancoragem molecular usando o

Autodock Vina (4).

Resultados e discussão

Como resultado da busca pelos receptores das asaronas, foram encontrados dois alvos moleculares com código PDB 2A4Z e 1EH4. A seguir, as asaronas e os ligantes complexados nos respectivos alvos foram encaixados pela metodologia de ancoragem molecular, conforme mostrado na tabela abaixo. Tabela: Resultado da energia de ligação (Kcal/mol) da ancoragem molecular entre os ligantes com os alvos moleculares

Proteína 1EH4 2A4Z

Ligante 1EH4 -8,0 -6,5

Ligante 2A4Z -8,7 -10,0

Z - asarona -6,4 -6,2

E - asarona -6,5 -6,5

Como pode ser observado na tabela, as asaronas foram capazes de se complexar com os receptores obtidos pela metodologia TVI de forma similar entre si.

Conclusão

A metodologia TVI foi capaz de encontrar alvos moleculares para as asaronas, e a ancoragem molecular estimou a interação destes. Estes achados fornecem informações da interação ligante-receptor, as quais podem ser empregadas para o aperfeiçoamento de novos compostos derivados das asaronas

Agradecimentos

Ana Paula Carregal agradece a bolsa PIBIC/CNPq. 1 Park, C.;, Kim, S. e Ahn Y.J. , J. of Stored Products Research 2002, 441,744. 2 Rognan, D., J. Physiol 2006, 232-244. 3 Kellenberger, E., Muller P., Schalon C., Bret G., Foata N., e Rognan

D. J. Chem. Inf. Model 2006, 717,727. 4 Trott, O. e Olson, A. J. , Journal of Computational Chemistry 2010,

455–461.

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

O uso da Bioinformática na caracterização de alvos vacinais utilizando como modelo proteínas do tegumento do Schistosoma mansoni.

Flávia Costa Mendonça (IC)*, Karina Talita de Oliveira Santana (IC), Flávio Martins Oliveira (PG/TC), Arnaldo Basso Rebelato (PG), Débora de Oliveira Lopes (PQ).

Laboratório de Biologia Molecular – Divisão de Bioinformática

Universidade Federal de São João Del Rei – Campus Dona Lindu, Divinópolis- MG

[email protected]

Palavras chave: bioinformática, alvos vacinais, Schistosoma mansoni

Introdução

O avanço do conhecimento do genoma do Schistosoma mansoni, das técnicas de Biologia Molecular e da Bioinformática permite que várias proteínas ligadas a superfície do parasita sejam isoladas e caracterizadas para avaliação do seu potencial imunogênico. A esquistossomose continua sendo um problema de saúde pública e causa cerca de 250.000 mortes por ano em todo mundo1. A estratégia de controle da doença baseia-se na quimioterapia porém, devido a constante reinfecção é necessário uma estratégia de controle a longo prazo como o uso de vacinas contra esse parasito.

Utilizando como modelo as proteínas do tegumento do Schistosoma mansoni SM1290, SM6340 e SM8710, foi realizado isolamento e caracterização dessas proteínas através de análises de Bioinformática.

Metodologia

Obtenção da sequência gênica do banco de dados público do Schistosoma mansoni Genedb (http//www.genedb.org/genedb/smansoni). Uso das ferramentas computacionais: BLAST – NCBI, Translate tools, ProtParam, ProtScale, SOSUI, TMHMM, SignalP, YinOYang e SYFPEITH do Expasy Proteomic Server.

Resultados e discussão

Conclusões e Perspectivas

As análises in silico indicam que as proteínas de membrana SM1290, SM6340 e SM8710 são possíveis

alvos vacinais uma vez que apresentam uma região exposta ao meio extracelular presa a uma ou mais hélices transmembrânicas, epítopos e padrões de glicosilação característicos , o que lhes conferiria potencialidade imunogênica. Essas análises consistem em uma avaliação preliminar para posteriores análises in vitro e in vivo que devem ser realizadas para avaliação do potencial imunogênco através de expressão e purificação dessas proteínas utiizando técnicas de Biologia Molecular, imunização de camundongos e avaliação da proteção induzida após infecção com cercárias.

Agradecimentos

FAPEMIG – UFSJ 1Lopes, DO; et al. Sm21.6 a novel EF-hand family protein member located on the surface of Schistosoma mansoni adult worm that failed to induce protection against challenge infection but reduced liver pathology.Vaccine 2009; 27 (4127-4135).

Análise de bioinformática da SM6340

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE FITOTERÁPICOS OBTIDOS EM FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE DIVINÓPOLIS-MG

Autores:, Diego Pinto de Oliveira* (Graduado em Farmácia), Tatiane Rodrigues de Mendonça (Graduada em Farmácia), Patrícia Oliveira Pereira (Graduado em Farmácia).

[email protected] Palavras chave: avaliação microbiológica, fitoterápicos, farmácias de manipulação.

Introdução

O uso de fitoterápicos como recurso terapêutico remota desde os primórdios com as primeiras civilizações, hoje em dia seu uso continua expressivo devido a fatores sociais, econômicos e culturais1. Os fitoterápicos englobam-se no grupo dos produtos farmacêuticos não estéreis, sendo passíveis de contaminação devido ao alto teor de água presente em sua composição, por se tratar de uma droga de origem vegetal, o que torna necessário a realização de analises quantitativas de microrganismos mesófilos aeróbios ou viáveis, bem como de microrganismos patogênicos2.

Por se tratarem de produtos manipulados, estes entram mais em contato com pessoas, sendo que estas são portadoras de microrganismos de forma transitória ou residente, sendo portanto outro fator de contaminação. Perante esses fatores a legislação vigente estabelece limites para a carga microbiana nesses produtos a fim de assegurar que pessoas debilitadas quando ingerirem o medicamento não sejam acometidas por uma infecção oportunista, e que essa carga microbiana não interfira na estabilidade do produto alterando características organolépticas, físico-químicas, dentre outras3.

Metodologia

A metodologia utilizada na revisão bibliográfica foi analítica, descritiva a partir de dados obtidos em livros, textos e artigos científicos.

Foram analisadas amostras de carqueja e cascara sagrada oriundas de quatro farmácias de manipulação, no período de setembro a novembro de 2009, sendo que a seleção destas farmácias foi realizada de forma aleatória. A contagem total de microrganismos mesófilos-aeróbios foi realizada pelo método semeadura em profundidade em placas ou “pour plate” e para pesquisa de microrganismos patógenos foi realizado um pré-enriquecimento das amostras e semeadura por esgotamento primário em placa contendo o meio seletivo ao microrganismo patogênico de interesse de acordo com o que é preconizado pela Word Health Organization (WHO).

Resultados e discussão

Os resultados das análises quantitativas de microrganismos mesófilos aeróbios estão descritos nas tabelas a seguir.

TABELA 1 Contagem total de bactérias mesófilas aeróbias

expressas em UFC/g de amostra.

Origem Cáscara Sagrada M.P. Cáscara Sagrada P.F. Carqueja M.P. Carqueja P.F.FARMÁCIA A 1,4X10

1,9X10⁴ 8,5X10³ 1,4X10FARMÁCIA B 1,5X10³ 2X10³ <5X10² 2X10³FARMÁCIA C <5X10² 5X10² 1X10³ <5X10²FARMÁCIA D 1X10³ 5X10² <5X10² <5X10²

CONTAGEM TOTAL DE BACTÉRIAS MESÓFILAS AEROBIAS

Nota: M.P. = Matéria ; P.F. = Produto final TABELA 2

Contagem total de fungos, bolores e leveduras, expressas em UFC/g de amostra.

Origem Cáscara Sagrada M.P. Cáscara Sagrada P.F. Carqueja M.P. Carqueja P.F.FARMÁCIA A 3X10

2,5X10³ 4,5X10³ 2X10³FARMÁCIA B 1X10³ 5X10² 5X10² 2X10³FARMÁCIA C 1X10³ 2,5X10³ 5X10² <5X10²FARMÁCIA D <5X10² <5X10² 5X10² <5X10²

CONTAGEM TOTAL DE FUNGOS, BOLORES E LEVEDURAS

Nota: M.P. = Matéria ; P.F. = Produto final Os limites estabelecidos pela WHO (1998),

para medicamentos não estéreis de uso oral, é aceitável a presença de até 5X105 UFC/g ou mL de produto para bactérias heterotróficas e de 5X103/g ou mL de produto para fungos e ausência de microrganismos patógênicos. Os resultados das análises de contagem total de microrganismos mesófilos aeróbios e da pesquisa de patógenos revelaram que das quatro farmácias analisadas apenas a Farmácia A estava fora dos padrões para fungos e apresentou positividade na pesquisa para E.coli nas amostras de matéria-prima e produto final de Cáscara Sagrada, estando, portanto imprópria para o consumo. O que denota uma correlação entre a contaminação de microrganismos mesófilos aeróbios e patógenos, uma vez que a Farmácia A apresentou resultados elevados de contaminação por mesófilos aeróbios. A Farmácia D, também apresentou resultados positivos para E.coli, somente para a amostra de Cáscara Sagrada produto final, sugere-se que esta contaminação tenha ocorrido no processo de manipulação do produto, sendo que tais resultados já foram observados em outros estudos.

Conclusão

Tendo em vista tais resultados torna-se necessário o estabelecimento de práticas que sejam capazes de reduzir a contaminação fúngica, bem como a de enterobactérias, em todas as etapas de produção dos medicamentos, a fim de não comprometer a qualidade microbiológica do produto antes mesmo do seu uso pelo consumidor final.

Agradecimentos

Agradeçemos a todos colaboradores deste projeto. 1 SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R.. Farmacognosia da planta ao medicamento. 5° ed.Editora da UFRGS. Rio Grande do Sul. 1999. 1102p. 2 PINTO, T. J. A.; KANEKO. T. M.; OHARA, M. T.. Controle Biológico de Qualidade de Produtos Farmacêuticos, Correlatos e Cosméticos. 2° Ed.. Atheneu Editora. São Paulo. 2003. 326p. 3 BUGNO, A.; BUZZO, A. A.; NAKAMURA, C. T.; PEREIRA, T. C.; MATOS, D.; PINTO, T. J. A.. Avaliação da contaminação microbiana em drogas vegetais. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. vol. 41, n. 4, out./dez., 2005.

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DIABETES MELLITUS TIPO 1: a interferência na terapia com insulina glargina na dosagem de glicohemoglobina

Autores: Tatiane Rodrigues de Mendonça* (Graduada em Farmácia), Diego Pinto de Oliveira (Graduado em Farmácia)

[email protected] Palavras chave: Diabetes mellitus tipo1, Glicohemoglobina (HbA1C ), Insulina glargina.

Introdução

A terapia com insulina glargina em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1 tem como objetivo proporcionar maior conforto ao paciente associado a um melhor controle glicêmico. Para avaliar este controle é usada a dosagem de glicohemoglobina (HbA1C); uma redução em seus níveis equivale a um menor risco de complicações micro e macrovasculares1.

O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células β do pâncreas. A deficiência de insulina leva a um estado de hiperglicemia, que se não tratado provoca complicações micro e macrovasculares. Estas complicações acarretam altas taxas de morbidade e mortalidade da doença2. O DM1 acomete milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente crianças e jovens agravando-se com a idade. Diante do crescimento mundial desta patologia, este trabalho visa estabelecer uma melhor compreensão da doença e avaliar uma possível alteração nos níveis de HbA1C após a terapêutica com insulina glargina.

Metodologia

A metodologia utilizada na revisão bibliográfica foi uma pesquisa realizada em diversos livros associados a artigos científicos sobre a fisiopatologia da doença, diagnóstico e terapêutica. Estes artigos foram retirados de sites como Scielo e Pubmed e também de revistas científicas. A pesquisa sobre a influência da insulina glargina na dosagem de HbA1C foi realizada na Regional de Saúde de Divinópolis/MG entre os dias 15 ago. 2009 até 29 set. 2009 em que foram consultados processos deferidos de solicitação para fornecimento da insulina glargina a pacientes diabéticos tipo 1. O critério de seleção dos dados baseou-se em processos de pacientes que já usam a insulina glargina. Estes processos deveriam conter pelo menos um exame laboratorial antes e após a data de prescrição da insulina glargina. O exame laboratorial não precisava ser necessariamente a glicohemoglobina. Baseados nestes critérios foram selecionados 16 pacientes.

Resultados e discussão

O estudo mostrou uma redução dos níveis de HbA1C em 56,50% dos pacientes pesquisados, parte destes apresentaram redução menor ou igual a 1% e outros maior ou igual a 1%. Em alguns casos houve aumento dos níveis e uma pequena parcela dos

pacientes não possuíam dados comparativos para a dosagem de glicohemoglobina.

O reflexo da terapêutica com insulina glargina não se mostrou muito significante uma vez que apenas 31,5 % dos pacientes reduziram seus níveis em valores maiores ou iguais a 1%. No entanto, qualquer redução demonstra um controle glicêmico melhor e um menor risco de desenvolver complicações micro e macrovasculares. Mesmo aqueles pacientes que apresentaram uma redução menor ou igual a 1%, devem ter seu valor reconhecido. Somados os dois grupos em que houve redução obtem-se 56,5% dos pacientes avaliados, comprovando um melhor controle por parte dos pacientes que utilizam a insulina glargina.

Contudo, um fato inusitado é observado, pois em 31,5% dos pacientes ocorreu um aumento dos níveis de HbA1C, possivelmente estes pacientes não realizaram um bom controle glicêmico. Em 12,5% dos pacientes estudados não apresentaram dados comparativos para dosagem de HbA1C, apesar de cumprirem com os requisitos de seleção.

Não se pode afirmar que esta elevação ou redução dos níveis de HbA1C ocorreram apenas pelo uso da insulina glargina, pois interferentes externos como hábitos alimentares e prática de exercícios físicos não tiveram sua influência considerada no estudo.

Conclusão

A realização deste estudo apesar de inconclusivo mostrou que após o uso da insulina glargina, a maioria dos pacientes tiveram seus níveis de HbA1C reduzidos, consequentemente um melhor controle glicêmico. O acompanhamento destes pacientes diabéticos tipo 1 por um tempo maior seria o ideal para se determinar a verdadeira interferência da insulina glargina na dosagem de glicohemoglobina.

Para abordagens mais conclusivas deve-se realizar a pesquisa de maneira randomizada abrangendo várias localidades e grupos étnicos. Devido à escassez de dados e o não preenchimento de todos os requisitos que deveriam constar no processo, a pesquisa ficou um pouco restrita.

Agradecimentos

Agradeço a todos colaboradores deste projeto. 1 Dunn, Christopher J. et al. Adis International, 2003, v. 63, n. 16, 1744-1755. 2 Robbins, Stanley L.; Cotran, Ramzi S. Robbins e Cotran Pat.: as bases patológicas das doenças, 2005, cap.24, 1243-1260.

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Estudo teórico de propriedades moleculares de produtos naturais potencialmente bioativos e seus complexos de inclusão em β-ciclodextrinas

Mateus G. Soares* (IC), Beatriz A. Ferreira (PQ), Cristina A. Alves (IC) & João M. de Siqueira (PQ).

([email protected]) - Campus Centro Oeste Dona Lindu, Universidade Federal de São João Del-Rei. Palavras chave: produtos naturais, ciclodextrinas, modelagem molecular.

Introdução

A bioatividade de produtos naturais tem sido intensivamente investigada como fonte para a formulação de novos fármacos. A biodisponibilidade e toxicidade de fármacos – naturais ou sintéticas – são as principais limitações para seu uso. Por outro lado, as ciclodextrinas (oligômeros constituídas por unidades de glicose unidas por ligações α(1→4)) possuem a habilidade de formar complexos solúveis em água, o que aumenta a biodisponibilidade e diminui a toxicidade do fármaco1. Isso ocorre porque as unidades de glicose na estrutura da ciclodextrina (CD) levam à formação de uma cavidade (interior lipofílico e exterior hidrofílico), que pode receber uma molécula “hóspede”, atuando como “hospedeira”, sistema conhecido como “drug delivery system”, de liberação controlada de fármacos. Neste trabalho foram realizados cálculos para as seguintes classes de compostos naturais, potencialmente antitumorais2: alcalóides aporfínicos (boldina, duguetina, N-nitrosoanonaína, N-nitrosoxilopina), quinonas (aloína, emodina, lapachona e β-lapachol) e flavonóides (rutina e quercetina), além de seus respectivos complexos de inclusão em β-CD (7 unidades de glicose).

Metodologia

Otimização das geometrias dos compostos puros e complexos em β- CDs via Mecânica Molecular (campo de força AMBER, 298 K, vácuo) e Mecânica Quântica (nível de teoria semi-empírico, método PM3, 298 K, vácuo). Todos os cálculos foram realizados com o programa Hyperchem Professional 7.5.

Resultados e discussão

Os resultados estão sumarizados nas tabelas a seguir (Tabelas 1, 2 e 3). Tabela 1. Propriedades dos alcalóides puros e seus complexos em β- CDs obtidos à 298 K (fase gasosa) no nível MQ/semiempírico.

sistema/ propriedade

puro complexo em β-CD

boldina ∆Hf:-114,87 kcal/mol µ: 2,32 D Log P: -2,85

-1590,29 kcal/mol 3,49 D -10,86

duguetina ∆Hf:-58,87kcal/mol µ: 1,67 D Log P: -1,24

-1534,89 kcal/mol 3,59 D -5,69

N-nitrosoano-

naína

∆Hf: -9,96 kcal/mol µ: 2,87 D Log P: -0,76

-1467,59 kcal/mol 3,81 D -2,76

N-nitrosoxilo-

∆Hf:-75,39 kcal/mol µ: 1,76 D

-1551,57 kcal/mol 4,28 D

pina Log P: -1,75 -4,38 Tabela 2. Propriedades das quinonas puras e seus complexos em β-CDs obtidos à 298 K (fase gasosa) no nível MQ/semiempírico.

sistema/ propriedade

puro complexo em β-CD

aloína ∆Hf: -335,29kcal/mol µ: 5,55 D Log P -2,88:

-1813,59kcal/mol 5,84 D -5,41

emodina ∆Hf: -188,92 kcal/mol µ: 3,34 D Log P: -1,94

-1662,95 kcal/mol 3,10 D -2,77

β-lapachona

∆Hf: -66,02 kcal/mol µ: 3,85 D Log P: 2,24

-1542,00 kcal/mol 5,04 D 0,09

lapachol ∆Hf: -75,39 kcal/mol µ: 2,44 D Log P: 2,30

-1551,57 kcal/mol 2,48 D -1,84

Tabela 3. Propriedades dos flavonóides puros e seus complexos em β- CDs obtidos à 298 K (fase gasosa) no nível MQ/semiempírico.

sistema/ propriedade

puro complexo em β-CD

rutina ∆Hf: -587,66kcal/mol µ: 5,75 D Log P: -5,91

-2019,59 kcal/mol 5,16 D -18,98

quercetina ∆Hf: -218,26 kcal/mol µ: 3,68 D Log P: -4,01

-1704,34 kcal/mol 4,97 D -7,57

∆Hf: entalpia de formação; µ: momento de dipolo; Log P: coeficiente de partição octanol/água = [octanol]/[água].

Conclusão

A partir dos resultados, pôde se observar que: i) os compostos estão aptos a formar complexos ligeiramente estáveis entalpicamente (∆Hreação <0, onde ∆Hreação = ∆Hcomplexo – (∆Hcomposto puro + ∆Hciclodextrina pura)) e ii) a solubilidade em água aumenta (Lop P diminui e o momento de dipolo aumenta no geral). De forma sucinta, pode-se dizer que os resultados dos sistemas estudados apontam, do ponto de vista teórico (nas condições consideradas para os cálculos) a possibilidade de utilização de complexos de β-CD como uma forma alternativa de administração de fármacos para aquelas espécies que podem apresentar atividade antitumoral (atividade citotóxica).

Agradecimentos

PROPE/UFSJ, FAPEMIG

1 Stella, V.J. & Rajewski, R.A. Pharmaceutical Research, 1997, 14, 5. 2 da Silva , D.B. ; Tulli E.C.O., Militao, G.C.G.; Costa-Lotufo, L.V.; Pessoa, C. de Moraes, M.O. Albuquerquea, S. de Siqueira J.M. Phytomedicine, 2009, 16, 1059.

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Proposta de Desenvolvimento de Inibidores de Protease do Vírus da Dengue por Modelagem Molecular

*Ernane São João Garcia (IC), Alex G. Taranto (PQ), Moacyr Comar Jr (PQ),

[email protected] Palavras chave: protease, dengue, triagem virtual.

Introdução

Os vírus da Dengue pertencem ao gênero Flavivirus, da

família Flaviviridae, sendo transmitido através da picada

do mosquito Aedes aegypti. A Organização Mundial de

Saúde (OMS) estima que 40% da população mundial

estejam vivendo em áreas de risco.

Conseqüentemente, são relatados mais de 80 milhões

de casos de infecção por ano no mundo (WHO, 2007)1 .

Até o presente momento, não há uma vacina licenciada

eficaz ou terapias antivirais específicas contra o vírus.

O vírus da dengue codifica uma poliproteína precursora

de aproximadamente 3.400 aminoácidos, que é

processada por proteases virais e da célula hospedeira.

Essa clivagem origina sete proteínas não estruturais

(NS), NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5, as

quais somente a NS3 e NS5 desempenham importante

papel na replicação do genoma viral (PERERA et al.,

2008).2

Assim o presente projeto tem como objetivo desenhar

novos inibidores das enzimas NS3 e NS5 por

modelagem molecular.

Metodologia

As enzimas NS3 e NS5 encontram-se depositadas no

Protein Data Bank (PDB) sobre o código 2JLR e 2J7U.3

Paralelamente, a partir de estruturas de fármacos

depositados no drug bank.4 Através da metodologia

Triagem Virtual, os compostos presentes no drug bank

serão encaixados em ambos receptores usando o

programa Autodock Vina.5

Resultados e discussão

Como pode ser observado pela figura abaixo, as estruturas cristalográficas estão complexadas com inibidores, tanto para NS3 como NS5, figura A e B respectivamente. Com isso, é possível calcular a interação de ligantes com estas enzimas estimando a atividade biológica

A) B)

Figura: Estruturas Cristalográficas depositadas no PDB. A) NS3; B) NS5

Conclusão

De posse do estudo da interação entre ligantes com as

enzimas NS3 e NS5, será possível propor novos

ligantes. Estes novos ligantes poderão ser

desenvolvidos usando o conceito de fármacos

simbiontes, ou seja, fármacos que manifestam ação

simultaneamente sobre duas enzimas, por possuírem

características moleculares que permitem o

reconhecimento por estes diferentes biorreceptores.6

Agradecimentos

Especial agradecimento ao prof. Dr. Alex Taranto, pela confiança, paciência e conhecimento proporcionados. 1 WHO. Geneva, Switzerland: World Health Organization. (http://www.who.int/features/qa/54/en/). Acesso em Outubro de 2007. 2 Perera, R.; Kuhn, R. J. Curr. Opin. Microbiol. 2008, 11 (4), 369-377. 3 ttp://www.ebi.ac.uk/pdbsum/2jlr; http://www.ebi.ac.uk/pdbsum/2j7u . 4 Wishart D.S.; Knox C.; Guo A.C.; Shrivastava S.; Hassanali M.; Stothard P.; Chang Z.; Woolsey J Nucleic Acids Res. 2006; 34:D668-D672. 5 Olson A. J.; Trott O.; Journal of Computational Chemistry. 2010, 11, 455-461. 6 Murphy R.; Kay C.; Rankovic Z. Drug Discov Today. 2004;9:641-51.

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Prescrição de Medicamentos Inapropriados para Idosos Residentes de uma Instituição de Longa Permanência de Divinópolis-MG

Rinaldo E. M. Oliveira (IC), Danielly B. Soares (IC), Marina M. Oliveira (IC), Fabiane C. Costa (IC), Bruna A. Viana (IC), Mariana M. Gonzaga do Nascimento (PG)*, Carlos Alan C. Dias Junior (PQ),

Mariana Linhares Pereira (PQ), Adriana C. Soares de Souza (PQ)

[email protected]

Palavras chave: qualidade da farmacoterapia, idosos, instituição de longa permanência

Introdução

O delineamento da farmacoterapia para idosos deve ser realizado após análise de múltiplos fatores, uma vez que o envelhecimento traz consigo inúmeras alterações fisiopatológicas que podem ocasionar alterações na cinética e dinâmica de fármacos. Há alguns medicamentos, no entanto, que já são tidos como inapropriados para uso nesse grupo de indivíduos por se mostrarem ineficazes e/ou inseguros. O Critério de Beers apresenta uma lista com tais medicamentos 1, e é uma importante referência internacional para avaliação da qualidade de prescrições geriátricas. Inúmeros estudos de uso de medicamentos por idosos demonstram alta freqüência da prescrição de medicamentos inapropriados na comunidade, ambulatórios, hospitais e serviços de emergência. No entanto, são poucos os estudos que avaliam a adequação de medicamentos prescritos a idosos residentes em instituições de longa permanência (ILP).

Metodologia

Foram analisadas as prescrições referentes a um mês de tratamento dos 46 idosos residentes em uma instituição de longa permanência do município de Divinópolis – MG. Identificou-se os medicamentos inapropriados prescritos segundo Critério de Beers atualizados por Fick et al 1.

Resultados e discussão

Dos 46 idosos internos, 44 usavam pelo menos um medicamento (95,7%). Desses indivíduos sob uso de medicamentos, 19 possuíam prescrição com pelo menos um medicamento inapropriado (43,2%). Tais dados diferem dos encontrados por AGUIAR et al 2 e CASTELLAR et al 3, respectivamente: 87,2 e 78,2% dos idosos sob uso de medicamentos, sendo que 28,7 e 46,2% desses utilizavam pelo menos um medicamento inapropriado segundo o Critério de Beers. O medicamento inapropriado mais prescrito ao grupo estudado foi o Diazepan (Valium®) seguido da Digoxina e Nifedipino (Gráfico 1). Três idosos (6,8%) faziam uso concomitante de dois medicamentos inapropriados nas seguintes combinações: “diazepam+doxazosina”, “diazepam+ amitriptilina”, e “diazepam+nifedipino”.

Sete dos nove medicamentos inapropriados prescritos apresentam risco de sedação e/ou hipotensão que predispõem idosos a quedas e fraturas (Tab. 1), que são as mais frequentes causa mortis nessa população 4.

GRÁFICO 1 – Medicamentos inapropriados prescritos aos idosos da ILP em estudo

TABELA 1 - motivo da inapropriação dos medicamentos prescritos

aos idosos da ILP

Conclusão

Os dados do presente estudo demonstram uma ampla exposição dos idosos asilados a medicamentos inadequados. No entanto, há necessidade da avaliação de outros indicadores (duplicidade terapêutica, interações medicamentosas, polifarmácia) para traçar de forma mais abrangente a qualidade da prescrição na ILP em estudo. De qualquer forma, evidencia-se a necessidade da divulgação da lista de medicamentos inapropriados junto aos prescritores geriátricos, bem como da inserção do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico de idosos.

Agradecimentos

Agradecemos à equipe de saúde da ILP em estudo. 1 Fick, D.M. et al. Arch Intern Med. 2003, 163, 2716-25. 2 Aguiar, P.M.; Lyra-Junior, D.P.; Silva, D.T.; Marques, T.C. Lat Am J Pharm. 2008, 27, 454-59. 3 Castellar, J.I.; Karnikowski, M.G.O.; Vianna, L.G.; Nóbrega, O.T. Acta Med Port. 2007, 20, 97-105. 4 Guimarães, J.M.N.; Farinatti, P.T.V. Rev Bras Med Esporte. 2005, 11, 299-305.

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

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Avaliação da mutagenicidade in vitro de uma planta medicinal amazônica

Bárbara C. T. Castro*(IC)1, Luiz Fernando Camargos(IC)1, Isabela V. G. Silva(IC)1, Mariana A. R. Salgado (IC)1, Maria Aparecida M. Maciel (PQ)2, Ilce Mara S. Cólus(PQ)3, Fábio V. Santos(PQ)1

1Laboratório de Biologia Celular e Cultura de Células, Campus Centro Oeste, Universidade Federal de São João Del-Rei (CCO – UFSJ) 2 Laboratório LTT, Departamento de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) 3Laboratório de Mutagênese, Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Londrina (UEL - PR)

Bárbara Castro: [email protected] Palavras chave: Mutagenicidade, DCTN, Ames

Introdução

A espécie Croton cajucara Benth., popularmente conhecida como sacaca, é uma planta amazônica que têm sido utilizada na medicina popular para o tratamento de várias doenças. Devido a sua utilização, vários estudos vêm sendo realizados para avaliar o verdadeiro potencial medicinal de compostos obtidos dessa espécie, bem como para avaliação dos riscos associados à sua utilização. O objetivo do trabalho foi avaliar o potencial do princípio ativo da sacaca, o diterpeno trans-dehidrocrotonina (DCTN), em induzir mutações gênicas in vitro. Fig.1. Folhas de Croton cajucara Fig. 2. DCTN

Metodologia

Para avaliação da mutagenicidade in vitro da DCTN, utilizou-se o Teste de Ames (Mortelmans e Zeiger, 2000), pelo método de incorporação direta em placa. Foram empregadas as linhagens TA98 e TA100 de Salmonella typhimurium para identificação de mutações do tipo frameshift e substituições de bases, respectivamente. Foram avaliadas 5 concentrações (entre 0,3 e 4,8 mg da DCTN por placa). Para o grupo controle negativo foi utilizada uma concentração de 0,08 ml de DMSO, para o controle positivo da linhagem TA98 foi utilizado 10 mg de NPD por placa, e para o controle positivo da linhagem TA100 foi utilizado 0,24 mg MMS por placa.

Resultados e discussão,

Os terpenos são conhecidos por serem compostos não mutagênicos, em maioria. Estudos anteriores com DCTN mostraram que esta não causa mutações cromossômicas (Poersh et al., 2007), corroborando com os resultados aqui apresentados. Entretanto, testes complementares serão realizados usando o fator

de ativação metabólica S9, buscando-se simular o metabolismo animal no sistema microbiano empregado. Tabela 1: Freqüência Média de revertentes por placa e desvio padrão para diferentes concentrações da DCTN nas linhagens TA98 e TA100 de S. typhimurium.

Concentrações(mg/placa)) TA 98 TA 100

CN* 46±4,24 97±8,48

0,3 32 ± 0 118,5 ± 13,43

0,6 32 ± 2,5 94 ± 18,38

1,2 37 ± 7,5 83 ± 28,28

2,4 38 ± 7,5 94,5 ± 33,23

4,8 41 ± 4,5 77 ± 1,41

CP* 431±38,18 475±74,95

*CP =(controle positivo)10 mg de NPD por placa para linhagem TA98 CP= 0,24mg de MMS por placa para linhagem TA100 CN= (controle negativo) 0,08 ml de DMSO por placa Fig. 3: Freqüência média de revertentes por placa após tratamento com diferentes concentrações da DCTN nas linhagens TA98 e TA100.

Conclusão

De acordo com apresentados, conclui-se que as diversas concentrações avaliadas de DCTN não apresentaram mutagenicidade nas linhagens de TA98 e TA100 de Salmonella typhimurium, não sendo, portanto, capazes de induzir mutações gênicas no sistema empregado.

Agradecimentos

À Profa. Dra. Eliana A. Varanda, FCFAR-UNESP, por ceder as linhagens de S. typhimurium.

Ao CNPq e à FAPEMIG pelo apoio financeiro.

Referêrencias:

1 Mortelmans, K.; Zeiger, E. The Ames Salmonella/microsome mutagenicity assay, Mutation Research 455

2000, 29–60 2 Poersch, A. et al. Protective effect of DCTN (trans-dehydrocrotonin) against induction of micronuclei and apoptosis by different mutagenic agents in vitro, Mutation Research 629 2007 14–23

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS DE PLANTAS

FRENTE À Klebsilla pneumoniae

Autores : Lucas Ferreira Alves (IC)*,Ana S. Pereira Andrade (IC), Michelli dos Santos (IC), Marcela Ísis de Morais (IC), Fernanda Vieira Coelho (IC), Vidyleison Neves Camargo (IC), Rodrigo Ribeiro Rezende (PQ), Juliana T. de Magalhães (PQ), Luciana Alves (PQ), Saulo Luís da Silva, Jaqueline Maria Siqueira Ferreira (PQ). *[email protected] 1Campus Centro-Oeste Dona Lindu - UFSJ, Rua Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis, MG, CEP:. 35501-296. Palavras chave: Klebsiella pneumoniae; extratos etanólicos; antibiograma.

Introdução

Os hospitais são importantes fontes de microrganismos patogênicos.¹ Dentre as bactérias de maior prevalência e interesse em infecções hospitalares, estão: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumoniae (K. penumoniae).² Pneumonia hospitalar, causada pela K. pneumoniae é a mais fatal das infecções hospitalares, com taxas de mortalidade de 30 a 60%. Estima-se que 35,46% de todas as mortes associadas à hospitalização estejam diretamente relacionadas a K. pneumoniae.³ Assim, é de extrema importância à pesquisa e descoberta de novas drogas com atividade antibacteriana.

Metodologia

Os extratos da família Amilacaceae foram submetidos a testes antimicrobianos in vitro frente a Klebsiella pneumoniae ATCC 4352, utilizando-se a técnica de difusão em disco. Os extratos foram diluídos em 1 mL de Dimetilsulfóxido (DMSO) e preparados nas concentrações de 8 mg/mL, 4 mg/mL, 2 mg/mL e 1mg/mL. A bactéria foi repicada em caldo nutriente para posterior isolamento em ágar nutriente. Os testes antibacterianos foram feitos utilizando ágar Miller Hinton, e os diâmetros dos halos de inibição foram medidos após 24 e 48 horas de incubação a 37° C. Como controle positivo, foi utilizado o antibiótico Amoxicilina 10 ug/mL e o DMSO foi utilizado como controle negativo.

Resultados e discussão

Tendo em vista o alto índice apresentado pela resistência bacteriana, faz-se necessário a busca de novos princípios ativos que sejam eficazes no tratamento das infecções causadas por microrganismos. Uma alternativa importante é o uso de extratos vegetais, cujos princípios ativos ainda estão sendo estudados. O gráfico 1 apresenta os tamanhos dos halos de inibição da atividade dos extratos Vernonia condensata (boldo), Rosmarinus officinales (alecrim) e Ocimum basilicum (Manjericão), diante a K. pneumoniae, nas concentrações testadas. O controle positivo apresentou halo de inibição de 3,3 cm e o controle negativo não apresentou inibição. O extrato que apresentou o melhor resultado comparado ao

controle positivo foi o boldo. Com diâmetro de 1,1 cm na menor concentração testada, 1 mg/mL.

Gráfico 1: Atividade antimicrobiana dos extratos Vernonia

condensata (boldo), Rosmarinus officinales (alecrim) e Ocimum

basilicum (Manjericão). O diâmetro dos halos de inibição foram

medidos (cm).

Conclusão

Os extratos vegetais foram capazes de inibir o crescimento bacteriano em todas as concentrações testadas, sendo que os melhores resultados obtidos foram àqueles apresentados pelo extrato do Boldo. Portanto, a utilização destes extratos como antibióticos apresenta uma alternativa de baixo custo e eficaz no tratamento das infecções bacterianas.

Agradecimentos

1 BAUER, A.W.; K IRBY, W.M.M.; SHERRIS, J.C.; T URCK, M.

Antibioticsusceptibility testing by a standardized single disc method. American

Journal of Clinical Pathology, v.45,p.493-496, 1966.

² Trabulsi L, Campos L, Whittam T, Gomes T, Rodrigues J, Gonçalves A. Traditional and non-traditional enteropathogenic Escherichia coli serogroups. Rev Microbiol, São Paulo 1999;27:1-6.

³ Levinson W, Jawetz A. Microbiologia Médica e Imunologia. Artmed, Porto Alegre, 2005

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Avaliação da atividade de extratos de plantas frente à Pseudomonas aeruginosa.

Michelli dos Santos (IC)*,LucasF. Alves (IC), Ana Claúdia S. P. Andrade(IC), Sthéfane G. Araújo (IC), Sylvia A. D. Turani (IC), Andiara C.C. Peixoto (IC), Luciana Alves (PQ), Juliana T. de Magalhães (PQ), Karina M. S. Herrera (TC), Jaqueline M. S. Ferreira (PQ) [email protected] Palavras chave: Pseudomonas aeruginosa, resistência, antimicrobianos

Introdução

A bactéria Pseudomonas aeruginosa é um bacilo Gram-negativo e um dos principais causadores de infecções urinárias e hospitalares1. Este fato acarreta graves problemas em relação à Saúde Pública, devido às altas taxas de morbidade, mortalidade e ao elevado custo do tratamento, por ser um patógeno que apresenta multirresistência aos antibióticos disponíveis pela indústria farmacêutica2. Frente a estes problemas, é necessária a busca de novas substâncias antibacterianas, e as plantas medicinais apresentam grande potencial no combate às infecções, devido a possibilidade de empregá-las como fitofármacos. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a atividade antimicrobiana de plantas utilizadas na medicina popular frente à Pseudomonas aeruginosa.

Metodologia

Extratos etanólicos das famílias Asteraceae e Lamiaceae foram utilizados para a realização dos testes antibacterianos. Os extratos foram submetidos a testes in vitro, sendo utilizada a metodologia de difusão em disco3. Os extratos foram utilizados nas concentrações de 8mg/mL; 4mg/mL; 2mg/mL e 1mg/mL. A bactéria Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 foi utilizada para os testes antibacterianos que foram feitos utilizando o ágar Müeller Hinton, onde foram medidos os diâmetros dos halos de inibição 24 e 48 horas de incubação a 37º C. Como controle positivo, foi utilizado o antibiótico gentamicina e o dimetilsulfóxido (DMSO) foi utilizado como controle negativo.

Resultados e discussão

A resistência bacteriana é considerada um problema inerente a terapia antimicrobiana, fazendo com que os produtos naturais sejam uma importante alternativa para a descoberta de novas drogas. O gráfico 01 representa os resultados da atividade antimicrobiana de duas espécies de plantas medicinais Vernonia condensata (boldo) e Rosmarinus officinales (alecrim). Em relação aos resultados obtidos para o boldo, todas as concentrações apresentaram halo de inibição. Entretanto, o extrato de alecrim não apresentou inibição apenas na concentração de 1mg/mL. O controle positivo apresentou um halo de inibição de 3,3 cm e o controle negativo não inibiu o

crescimento da bactéria, validando os resultados obtidos. Gráfico 01: Atividade antibacteriana dos extratos de boldo e

alecrim. Foram utilizados os extratos de boldo e alecrim nas

concentrações de 8mg/mL, 4mg/mL, 2mg/mL e 1mg/mL e os

diâmetros dos halos de inibição foram medidos (cm).

Conclusão

Os extratos boldo e alecrim apresentam atividades antimicrobianas frente à Pseudomonas aeruginosa, bactéria que vem apresentado resistência a maioria dos antibióticos disponíveis no mercado. Assim, a utilização de plantas medicinais com potencial antibiótico apresenta-se como uma alternativa eficaz e de baixo custo para o tratamento de infecções.

Agradecimentos

Universidade Federal de São João del Rei, Apoio financeiro: CNPq, Fapemig 1 FERNANDES, TA. et al .Caracterização molecular de Pseudomonas aeruginosa resistentes a carbapenêmicos e produtoras de metalo-β-lactamase isoladas em hemoculturas de crianças e adolescentes com câncer .Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 43(4):372-376, jul-ago, 2010 . 2 ABREU, E.T. et al . Avaliação da resistência a antibióticos de bactérias isoladas de efluente hospitalar. Acta Scientiarum. Technology Maringá, v. 32, n. 1, p. 1-5, 2010. 3 BAUER, A.W.; K IRBY, W.M.M.; SHERRIS, J.C.; T URCK, M. Antibioticsusceptibility testing by a standardized single disc method. American Journal of Clinical Pathology, v.45,p.493-496, 1966.

0

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cm)

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Concentração dos extratos (mg/mL) Boldo

Alecrim

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Análise e monitoramento da qualidade de plantas medicinais comercializadas em farmácias e herbanários de Divinópolis, MG.

Rinaldo Eduardo Machado de Oliveira (IC)*, João Máximo de Siqueira (PQ), Luís Fernando Soares (PQ),

Mairon César Coimbra (TC), Grazielle Aparecida Silva Maia (TC).

[email protected] Palavras chave: plantas medicinais, qualidade, doseamento

Introdução

O crescente comércio de plantas medicinais e

fitoterápicos ocorre em todo o mundo em razão de

diversos fatores, como o alto custo dos medicamentos

industrializados ou próprio modismo. Este trabalho se

propôs a verificar a qualidade desses produtos

comercializadas em Divinópolis, MG.

Metodologia

Foram adquiridas amostras de Hypericum perforatum L.

em três estabelecimentos distintos em diferentes

épocas. As quatro amostras de Ginkgo biloba L. e as

cinco amostras de Valeriana officinalis L. foram

adquiridas apenas em uma época. Avaliaram-se os

seguintes itens: rótulos, aspectos macro e

microscópicos, seguido de quarteamento, umidade

residual presente na droga vegetal pelo método

gravimétrico de dessecação e teste de cinzas. A

Cromatografia em Camada Delgada procedeu-se de

acordo com o proposto na literatura. Por fim, foi feito o

doseamento e utilizou-se da densitometria para

quantificar o princípio ativo das amostras.

Resultados e discussão

Três amostras comercializadas como

Hypericum perforatum L. eram produtos diferentes

daqueles anunciados, caracterizando uma falsificação

da substituição da espécie verdadeira por Ageratum sp.

Foram avaliados os perfis cromatográficos de todas as

amostras e em seguida analisados no programa Image

J 1.42q, observando a densitometria por pixels. Foi

verificado a eficiência desta técnica. Avaliou a diferença

gráfica e quantitativa das concentrações do princípio

ativo nas diferentes apresentações comercialmente

disponíveis, através das medidas geradas em pixels no

programa.

Figura 1- Cromatografia em Camada Delgada de amostras de Ginkgo biloba L. comercializadas em Divinópolis, MG tendo como padrões rutina, quercetina e folhas de Ginkgo respectivamente. -F -Rf

-0,5

-0 utina Quercetina Padrão G1 G2 G3 G4 Eluente: AcOEt: AcOH: H2O Revelador: NP/PEG G1 – G4 – Amostras 1-4 de concentrações 2µg/20µL Figura 2 - Cromatografia em Camada Delgada de amostras de Hypericum perforatum L. comercializadas em Divinópolis, MG utilizando como padrão o fitoterápico Remotiv® -F Rf -0,50 -0

1.a 1.b 2.a 2.b 3.a 3.b 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1.a, 2.a, 3.a - 2µg/ 20µL 1.b, 2.b, 3.b – 2µg/ 40µL 4 – 12 – Diluições sucessivas do fitoterápico Remotiv® de 1µg a 9µg A diluição deu-se a partir de uma solução mãe de 9µg /20µL.

Conclusão

Verificou-se que as amostras não cumpriram

totalmente os requisitos exigidos pela legislação,

portanto, faz-se necessário reforçar a fiscalização para

garantir aos consumidores, produtos de qualidade

adequados ao uso e função terapêutica indicados.

Agradecimentos

UFSJ/CNPq

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Aperfeiçoamento dos métodos de ELISA Indireta anti-IgG em soros de pacientes na fase crônica da Esquistossomose mansoni

Autores: Watson Herman Martins* (TC), Rafaella Fortini Grenfell e Queiroz (PQ), Elizandra Giani (IC), Vanessa Silva Moraes* (TC), Edward Jose de Oliveira (PQ), Paulo Marcos Zech Coelho (PQ).

Endereço: [email protected], [email protected] Palavras chave: Esquistossomose mansoni, Diagnostico sorológico, Elisa indireto.

Introdução

Atualmente, o método mais utilizado para o diagnóstico laboratorial da esquistossomose mansoni é a pesquisa de ovos do parasito em amostra fecal, demonstrados principalmente pela técnica de Kato-Katz. Porém, uma limitação importante é a variação da sensibilidade de acordo com a quantidade de lâminas, número de ovos eliminados e número de amostras. A utilização simultânea de testes diagnósticos, como exame de fezes e detecção de anticorpos, tem sido utilizada para aumentar a sensibilidade e especificidade do diagnóstico. As técnicas sorológicas tem potencial para o diagnóstico da esquistossomose (principalmente aquelas que detectam IgG – anticorpo produzido em grande quantidade em toda a infecção), mas esta ainda não faz parte da rotina de laboratórios clínicos. Deve-se isto a padronização da técnica e validação da mesma, visando um diagnóstico específico e sensível da doença principalmente em pacientes com baixas cargas parasitárias.

Metodologia

Foram coletadas amostras de soro de pacientes de área endêmica (Penha do Cassiano, MG, Brasil) previamente diagnosticados por Kato-Katz. Amostras de soros negativos foram coletados de doadores adultos e seguramente, não infectados. Estes foram validados em comparação com soro de recém-nascido. Realizou-se ELISA Indireta anti-IgG das amostras humanas, com placas sensibilizadas com SEA (antígeno solúvel de ovos de S. mansoni), SWAP (antígeno solúvel de vermes adultos) e SmTeg (antígeno do tegumento de esquistossômulo).A padronização foi feita por curva representativa de diferentes diluições e com placas sensibilizadas em diferentes concentrações de antígenos. Foram utilizados em todos os experimentos, amostras de soro para controle positivo e negativo. Os resultados foram obtidos em leitor de microplaca a 450 nm. Dados obtidos por valores de absorbância foram analisados pelo software Minitab com teste de Kolmogorov-Smirnov de normalidade e pelo teste t de Student (p> 0,05) para análise entre grupos. A sensibilidade, especificidade, cut off e razão de probabilidade foram determinadas pelo software Prism 4.0.

Resultados e discussão

Ao se comparar os resultados obtidos pelos métodos de SWAP-ELISA, SEA-ELISA e Smteg-ELISA foi

observada que houve relação positiva entre a carga parasitária, previamente diagnosticada pelo método de Kato-Katz e o valor da absorbância em ambos os testes. Os valores de sensibilidade e especificidade de cada técnica para diagnóstico humano foram, respectivamente: 100% e 97% (cut off = 0.189) para SWAP-ELISA, 75% e 75% para SEA-ELISA (cut off = 0.311) e SmTeg-ELISA (cut off = 0.318). Observou-se uma correlação direta entre ovos por gramas de fezes (opg) e títulos dos testes.

Conclusão

Sendo assim, as três técnicas apresentaram um excelente desempenho, sendo que a SWAP-ELISA mostrou melhor eficiência em relação às outras duas técnicas utilizadas com soro humano.

Referências 1. Chaves, A. et al. Revista de Saúde pública, São Paulo, v. 13, 1979, p.

348-352. 2. Gargioni, C. et al. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, fev.

2008, p. 373-379. 3. Junberg, A. D. et al. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 103,

fev. 2008, p. 112-114. 4. Kanamura, H. Y. et al. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 97,

n.4, jun. 2002, p. 485-489.

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Proposta de Desenvolvimento de Antitumorais Derivados de Glicosídeos Cardiotônicos por Ancoragem Molecular

Soraya M. F. de Oliveira (IC), Alex G. Taranto (PQ), Moacyr Comar Jr (PQ), Leandro Augusto (PQ)

Universidade Federal de São João del Rei- Laboratório de Bio-informática. Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Bairro Chanador. Cep: 35501296. Divinópolis-MG. E-mail: [email protected]. Tel: +55 (31) 98131924/ (37) 91149863 Palavras chave: antitumoral, glicosídeo cardiotônico, acoplamento molecular.

Introdução

Glicosídeos cadiotônicos são fármacos utilizados

clinicamente para o tratamento de insuficiência

cardíaca congestiva. Embora o maior problema é o

baixo índice terapêutico devido a atividade pró-

arritmogênico cardíaco. Estes compostos atuam

inibindo a plasma adenosine triphosphatase sódio

potássio (Na+/K+ATPase), uma enzima responsável

pela manutenção intracelular das concentrações de

sódio e potássio, ocasionando um efeito inotrópico

positivo. (1). No entanto, recentes estudos mostraram

que a ouabaína e demais glicosídeos apresentaram

atividade citotóxica para células humanas sugerindo o

mesmo mecanismo de ação.

O presente estudo tem como objetivo compreender as

interações entre os glicosídeos cadiotônicos com a

enzima Na+/K+ ATPase, e correlacionar a atividade

antitumoral com a energia de complexação obtido pela

metodologia de ancoragem molecular (docking).

Metodologia

Os inibidores da Na+/K+ ATPase (1), serão gerados no

programa Gview (2) e aperfeiçoados pelo método PM6

(5).

A seguir, a Na+/K+ ATPase, depositada no Protein Data

Bank (PDB) sobre o código 3A3Y (3), será preparada

para o uso da metodologia de ancoragem molecular

através do programa Autodock Vina (4).

Finalmente, o presente estudo buscará uma correlação

entre os valores de energia de ligação preditos pelo

Autodock Vina com a atividade antitumoral (4),

Resultados e discussão

Como pode ser observado pela figura abaixo, a

ouabaína encontra-se complexada com os aminoácidos

da Na+/K+ ATPase. Esta informação permite realizar

estudos de acoplamento molecular e predizer a

atividade de novos compostos inbidores desta enzimas.

A)

B)

Figura: Estrutura cristalográfica da Na+/K+ ATPase (3A3Y). A) Estrutura completa; B) Em destaque o sítio de ligação da ouabaína.

Conclusão

De posse do estudo da interação entre ligantes com as

enzima Na+/K+ ATPase, será possível propor novos

fármacos derivados dos glicosídeos cardiotônicos com

atividade antitumoral mais seletivos e eficazes.

Referências 1Farr C.D., Craig B., Tabet M.R.., Et. al. Three-Dimensional Quantitative Structure- Activity Relationsship Study of the Inhibition of Na, K- ATPase . Biom. 2002, 41,1137-1148. 2 Radhey S.G., Arvind C. Cross-resistence and Biochemiical Studies with Two Classes Of Hela. J.B.C. 1985, 260,11, 6843-6850. 3<http://www.pdb.org/pdb/explore/explore.do?structureId=3A3Y>. 4<http://vina.scripps.edu/>. 5Stewart J. J. P., Optimization of Parameters for Semiempirical Methods V: Modification of NDDO Approximations and Application to 70 Elements J. Mol. Modeling 13, 1173-1213 (2007).

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INIBIÇÃO DE ACETILCOLINESTERASE A PARTIR DE EXTRATOS DE Bauhinia L.

SANTOS, Kamilla Monteiro dos (IC)*; GONÇALVES, Priscila Sant’ana (IC); LACERDA, Guilherme Araújo (PQ); PAIVA, Maria José Nunes de (PQ).

*[email protected] Palavras chave: acetilcolinesterase, Bauhinia, Cromatografia em camada delgada (CCD)

Introdução

A doença de Alzheimer (DA) é uma patologia progressiva, hoje ainda incurável, e que tem acometido milhares de pessoas acima de 65 anos em todo o mundo1. Uma das causas da sintomatologia é a diminuição de acetilcolina na fenda sináptica. Atualmente, o tratamento que tem demonstrado maior eficácia consiste basicamente na inibição da enzima acetilcolinesterase, responsável pelo controle de acetilcolina na fenda sináptica2. O uso de plantas medicinais tem sido intensamente difundido, dentre estas plantas, as consideradas adaptógenas são cada vez mais utilizadas pela população para o melhoramento da memória. Espécies do gênero, Bauhinia endêmicas do Cerrado são utilizadas popularmente principalmente como hipoglicemiantes sendo consideradas adaptógenas. Conhecidas como pata-de-vaca, possuem vários compostos de interesse medicinal. Por apresentarem tais características, estas espécies representam exemplos a serem usados como possíveis inibidores da acetilcolinesterase e futuramente auxiliar no tratamento da DA, visto que outras plantas, com este potencial comprovado, possuem características similares3.

Metodologia

As amostras de folhas, flores e ramos de Bauhinia ungulata, Bauhinia variegata e Buhinia var. cândida foram coletadas, suas esxicatas produzidas e depositadas no herbário da Unifenas – Divinópolis. As amostras foram secas em estufa a 45ºC durante 5 dias e em seguida, trituradas. Em seguida, 116 g de cada amostra seca foram adicionadas a 1L de hexano protegidos da luz. Os frascos foram então agitados mecanicamente e posteriormente deixados em repouso por 72 horas para que se realizasse a maceração. O filtrado obtido do macerado foi destilado em banho de água à 60°C4. Para a análise da inibição da acetilcolinesterase foi utilizada a prática de Cromatografia em Camada Delgada (CCD) preconizada por Moraes (2008). Os fatores de Retenção foram calculados e a análise estatística das duplicatas realizada (TABELA 01)

Resultados e discussão

A partir das análises cromatográficas foi possível detectar a presença de borrões brancos representantes qualitativamente da inibição da acetilcolinesterase principalmente nas flores (FIG.01), porém sendo detectadas também, com menor intensidade das manchas brancas, nos ramos (FIG. 02). As folhas não apresentaram ação inibitória da enzima (FIG. 03). . As

amostras trabalhadas foram coletadas no período de floração e a partir daí, sugere-se que a presença dos inibidores de acetilcolinesterase, evidenciados nas flores, ocorreu devido as possíveis funções de defesa contra herbívoros, atrativos para polinizadores e ferormônios que estes compostos possuem5. Conforme o crescimento folhear, os compostos secundários tendem a migrar para outras partes da planta, e como foram selecionadas as folhas maduras para a produção dos extratos, acredita-se que esta seleção possa ter influenciado nos resultados obtidos das folhas. FIGURA 01 FIGURA 02 FIGURA 03

FIGURA 01: Perfil Cromatográfico das flores de 1: B. ungulata, 2: B. variegata, 3: B. var. cândida. FIGURA 02: Perfil Cromatográfico dos ramos de 1: B. ungulata, 2: B. variegata, 3: B. var. cândida. FIGURA 03: Perfil Cromatográfico das folhas de 1: B. ungulata, 2: B. variegata, 3: B. var. cândida. TABELA 01 Valores médios dos fatores de retenção Plantas Folhas Ramos Flores B.variegata 0,00 aA 0,12 aA 0,31 aA

B.var.candida 0,00 aA 0,26 aA 0,31 Aa

B. ungulata 0,00 aA 0,12 AB 0,46 aB

Conclusão

A partir dos resultados obtidos das análises cromatográficas, foi possível perceber que os extratos das flores e dos ramos das três espécies apresentam inibição da enzima acetilcolinesterase. E a partir dos resultados obtidos das análises estatísticas pode-se chegar à conclusão que o extrato das flores de Bauhinia ungulata, colhidas dentro do período de floração, é o mais indicado a servir de base para novos estudos sobre esta inibição.

Agradecimentos Agradecimento a FAPEMIG, pela bolsa de Iniciação Científica. 1 PASCALE, Maria Aparecida. 2002. Dissertação (Mestrado em Engeharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2 MORAES, Lígia Tereza. 2008. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto. 3 FILHO, Valdir Cechinel; SILVA, Karina Luize da. Química Nova, v.25, n.3, p.449-454, Set. 2002. 4 SOUZA, Weslei Maurício de. Tese (Doutorado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 5 GATTI, Ana Beatriz; PEREZ, Sonia Cristina Juliano Gualtieri de Andrade; LIMA, Maria Inês Salgueiro.. Acta bot. bras. 1V. 8 N: 3, p.459-472. 2004

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Redução do edema de pata em camundongos após administração de 300 mg/Kg de acetato de etila extraído de rizomas de Cochlospermum regium

Aline Aparecida-Saldanha (IC)¹*, Thaís Fernandes-Silva (IC)¹, Fernanda Barçante-Perasoli (IC)¹, Mariana Pertence S. Silva (IC)¹, Gislene F. Almeida-Cota (IC) ¹, Isabela C. Nunes Sá (IC) ¹, Raphael Gomes-Ferreira (PQ)², André Klein (PQ)², João M. de Siqueira (PQ)¹ e Carlos A. Dias-Junior (PQ)¹. *[email protected]

¹Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis-MG, Laboratório de Farmacologia - CCO Dona Lindu, UFSJ. ²Av. Antônio Carlos, 6627, Belo Horizonte, MG, Departamento de Farmacologia, ICB, UFMG.

Palavras chave: F – 52, 300 mg/Kg, edema.

Introdução

Os flavonóides pertencem à classe de componentes fenólicos de baixo peso molecular, constituindo um dos grupos mais numerosos e amplamente distribuídos no reino vegetal, podendo estar presente em qualquer parte da planta. As atividades farmacológicas deste grupo são numerosas e variadas, sendo descritos principalmente pelas suas ações antiinflamatórias e antioxidantes. Neste estudo, avaliamos se a fração acetato de etila extraída de rizomas do Cochlospermum regium (“algodãozinho”, contendo cerca de 60-70% a flavonona 3-O-glicosil-dihidrokanferol - F-52)¹ possui efeito antiinflamatório na dose 300 mg/Kg após administração pela via intraperitoneal acompanhado de redução do edema induzido pela carragenina em camundongos.

Metodologia

Preparamos o extrato a partir de 100 g da droga vegetal (rizomas do “algodãozinho”). Os processos extrativos utilizados foram: maceração, percolação exaustiva e partição. A fração acetato de etila obtida foi submetida à cromatografia em camada delgada para confirmar a predominância da F-52. Uma porção da fração acetato de etila foi solubilizada em salina estéril para obtenção da concentração de 300 mg/Kg. Foram utilizados três grupos (n=6) de camundongos Swiss nos quais administramos sistematicamente: salina e carragenina; dexametasona e carragenina; acetato de etila (300 mg/Kg) e carragenina.

Resultados e discussão

Ao submetermos a fração acetato de etila, obtida pelo processo de maceração seguido da percolação exaustiva da droga vegetal (rizomas de Cochlospermum regium) encontramos predominantemente flavonóides (incluindo a flavonona 3-O-glicosil-dihidrokanferol - F-52). Efetuamos medições do edema de pata (Fig.1), (induzido pela carragenina), em camundongos utilizando o pletismômetro, durante a primeira, segunda, quarta e sexta hora. Fig.1. Edema de pata (grupo controle).

A fração acetato de etila extraída de rizomas do

“algodãozinho” (300 mg/Kg) apresentou redução em 60% (P < 0,05) do edema de pata em camundongos duas horas após a injeção intra-plantar (i.pl.) de carragenina (400 µg/Kg i.pl.) (Fig.2).Na primeira hora não houve formação de edema de pata. Nas horas seguintes, nas quais foram realizadas as leituras, o edema de pata foi reduzido e seu valor manteve – se aproximadamente constante. O efeito de redução do edema causado pelo acetato de etila (300 mg/Kg) se assemelha ao apresentado quando administrado a dexametasona (controle positivo). Fig. 2. Variação do volume de pata após o acetato de etila do rizoma do algodãozinho (300 mg/Kg; via intraperitoneal) após indução do edema.

Conclusão

Estes resultados são consistentes com a idéia que a fração acetato de etila extraída de rizomas do Cochlospermum regium (“algodãozinho”, contendo cerca de 60-70% a flavonona 3-O-glicosil-dihidrokanferol - F-52) na concentração 300 mg/Kg, possui efeito antiinflamatório ativo após administração via intraperitoneal acompanhado de redução do edema.

Agradecimentos

Apoiado pela FAPEMIG. ¹Maria Salete de Abreu Castro. Mecanismos envolvidos no efeito antinoceptivo do 3-O-glicosil–dihidrocanferol, flavonóide extraído dos rizomas de Cochlospermum regium (“algodãozinho”). Tese desenvolvida no Setor de Produtos Naturais, departamento de Farmacologia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, como Requisito parcial para obtenção do Título de Doutora em Farmacologia. ²Prof. Carlos Alan Candido Dias Junior. Possíveis efeitos antiinflamatórios da flavona 3-O-glicosil-dihidrokanferol extraído de rizomas de Cochlospermum regium (“algodãozinho”) em camundongos: inibição de metaloproteinases e estresse oxidativo.

1 2 4 60

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Grupo 300 mg/Kg + Carrage nin a (n= 6)

Grupo De xame tasona 1 mg/Kg + Carrage nina (n= 6)

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1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÕES FARMACÊUTICAS CONTENDO LACTONAS SESQUITERPÊNICAS ISOLADAS DE Lychnophora: COMPARAÇÃO DA

VALIDAÇÃO DE CLAE E UV PARA QUANTIFICAÇÃO DA LIC

Juliane S. Lanza* (IC), Marianne Silva (IC), Renata T. Branquinho (PG), Dênia Saúde-Guimarães (PQ), Marta de Lana (PQ)

[email protected] Lactonas sesquiterpênicas, Trypanosoma cruzi, Validação.

Introdução

A única droga disponível para o tratamento contra a doença de Chagas no Brasil é o Benznidazol (Rochagan®, Roche). Isso motiva estudos acerca do desenvolvimento de novos fármacos. Nesse aspecto, a investigação de propriedades biológicas das plantas ganham destaque. Aliado a isso, vê-se a necessidade do desenvolvimento de formulações farmacêuticas que aumentem o efeito terapêutico e diminuam os efeitos colaterais dos compostos extraídos das plantas, que por vezes, são muito lipofílicos e pouco biodisponíveis. Neste trabalho, LIC, extraída de Lychnophora trychocarpha foi isolada, identificada e caracterizada e posteriormente foi realizado o desenvolvimento e validação de metodologias para o doseamento deste por CLAE e espectrofotometria por ultravioleta (UV) em diferentes formulações.

Metodologia

Partes aéreas da planta foram secadas, reduzidas a pó e submetidas a extração com etanol cujo extrato, foi submetido à coluna cromatográfica de filtração em sílica gel utilizando hexano, acetato de etila e metanol em ordem crescente de polaridade, levando à obtenção de diferentes frações. O LIC foi isolado do fracionamento cromatográfico da fração acetato de etila.

Para metodologia por espectrofotometria no UV, foi realizada uma varredura no espectrofotômetro Helios α, ThermoSpectronic, EUA no comprimento de onda (�) 200-400nm para determinar � utilizado na análise. Para análise por CLAE, foi usado cromatógrafo líquido de alta eficiência Waters (CLAE) Alliance Alliance , bomba Waters 2695 e injetor Waters 2695. O comprimento de onda para quantificação da LIC foi determinado por detector espectrofotométrico por arranjo de foto-diodos (DAD) no espectro ultavioleta-visível (λ=265 nm). Para o desenvolvimento do método utilizou-se uma coluna cromatográfica C18 Phenomenex® (150 x 4,6mm d.i.; 5 µm), pré-coluna C18 Phenomenex® (4 x 3,0 mm) com fase móvel constituída por uma mistura metanol: água (60:40 v/v) com eluição isocrática, fluxo de 0,8 mL min-1, volume de injeção de 20 µL e temperatura de 25ºC.Todos os solventes foram filtrados em filtros Millipore® 0,45 µm e desgaseificado em banho de ultrassom por 30 minutos.

Resultados e discussão

Do fracionamento cromatográfico da fração acetato de etila foi isolado LIC [diclorometano:acetato de etila (90:10)].

Conclusão

Os resultados dos parâmetros de validação avaliados corroboram com a atual diretriz regulatória farmacêutica no Brasil (2003) para métodos analíticos por CLAE e por UV. a quantificação de LS, entre elas a LIC por UV, representou uma alternativa de custo inferior e rápida em concentrações que não excedam 5 µg/mL, sem a presença de interferentes da matriz.

Agradecimentos

BAHIA, M.T; GUEDES, P.M.M; FIETTO, J.L.R; LANA, M; TOLEDO, M.J.O (2005). 5: 99-121. CHIARI, E; OLIVEIRA, A. B; RASLAND, S. et a. Screening in vitro of natural products against blood forms ol Trypanosoma cruzi. Trans, Roy. Soc. Trop. Med. Hyq., v.85.p. 372-374, 1991. COUVREUR, P.; VAUTHIER C. Nanotechnology intelligent design to treat complex disease. Pharm. Research, v. 23, n. 7, 2006.

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1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

Utilização de medicamentos e plantas medicinais por usuários da Estratégia Saúde da Família em Divinópolis – MG Autores: Aline A. Saldanha(IC); Thais T. Arêdes(IC)*;

Aline R. Oliveira(TC), Dirécia C. Silva(TC), Flávia A. França(TC), Janaína S. Dias(TC), Marcus V. S. Alves(TC), Rose A. D. Ribeiro(TC), Thais B. E. Santos(TC), Wander A. Mesquita(TC);

Ana Hortência F. Castro(PQ),João M. Siqueira(PQ), Mariana L. Pereira(PQ),Simone A. M. Mendonça(PQ).

*[email protected] Palavras chave: Medicamentos, plantas medicinais, ESF.

Introdução

Os medicamentos representam o terceiro item de maior custo no sistema de saúde e o primeiro de gasto privado nas populações de baixa renda, o que demonstra sua ampla utilização em nosso meio. O curso de Farmácia da UFSJ se propõe a formar profissionais para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), com ênfase na assistência farmacêutica e preocupação especial referente à utilização de plantas e fitoterápicos. Entre os estágios realizados pelos estudantes no SUS, ressalta-se o Estágio III - Ações integradas à Estratégia Saúde da Família (ESF), que visa propiciar ao estudante a vivência da assistência domiciliar e da atuação do farmacêutico neste contexto, a fim de reduzir os problemas com medicamentos.

Metodologia

As informações foram obtidas através de entrevistas realizadas em visitas domiciliares semanais a usuários da ESF entre os meses de março e junho de 2010 por estudantes do 3º período do curso de Farmácia da UFSJ. Estes foram acompanhados por farmacêuticos preceptores da SEMUSA, sob supervisão docente, realizando intervenções para resolver os problemas detectados durante as entrevistas. O trabalho foi realizado em seis unidades de saúde, sob orientação da equipe da ESF, abrangendo 163 domicílios.

Resultados e discussão

Foram encontrados 973 medicamentos nos domicílios visitados, com uma média de seis medicamentos por domicílio.Dentre estes, os antihipertensivos, antidiabéticos orais e antiagregante plaquetário corresponderam a 33,8 % do total. Embora a maioria dos medicamentos tenha sido fornecida aos pacientes pelo SUS (63,1%), uma parcela significativa foi adquirida em farmácias privadas (24,2%). Foram encontrados 23 medicamentos fora do prazo de validade (2,4%) e 218 armazenados de forma inadequada (Gráfico 1). A partir das necessidades de cada família visitada, foram realizadas intervenções pela equipe de Farmácia. Ao todo foram registradas 166 intervenções realizadas. Com relação às plantas medicinais, 92,0% dos entrevistados, independente da faixa etária, sexo e escolaridade já utilizaram este recurso terapêutico como calmante, sedativo, para problemas estomacais,

combate a flatulências, cólicas menstruais e este uso é tradicional. As plantas são preparadas geralmente na forma de chás por infusão (73,0%), empregando-se plantas frescas, colhidas em hortas caseiras. As plantas mais utilizadas são hortelã (33,0%), capim limão (21,0%), erva cidreira (18,0%), camomila (15,0%) e funcho (8,0%) (Figura 1). Dos entrevistados, 55,0% desconhecem quaisquer efeitos tóxicos associados ao uso de espécies medicinais. Das espécies relatadas é motivo de preocupação o uso interno do confrei, lobeira, arruda, amora, pinhão roxo, entre outras, potencialmente tóxicas. As informações obtidas serão corrigidas a partir de dados da literatura científica e repassadas aos informantes no estágio subseqüente.

Conclusão

As atividades desenvolvidas permitiram aos estudantes de Farmácia uma maior aproximação da realidade vivida pelas famílias quanto à utilização de medicamentos e plantas medicinais. As intervenções realizadas demonstraram as possibilidades de atuação do farmacêutico.Assim, universidade e sistema de saúde cumprem, de forma articulada, seu papel na formação de recursos humanos para atender as necessidades da sociedade.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos usuários das ESF pela disponibilidade, atenção e colaboração durante a coleta das informações e dados descritos no trabalho.

Referências 1. BRASIL, Ministério da Saúde; Universidade

Federal de Minas Gerais. Organização da Assistência Farmacêutica nos municípios brasileiros: disponibilidade e utilização de medicamentos no SUS: pesquisa telefônica. Brasília: Ministério da Saúde; 2002. 153p.

2. ERNST, F.R., GRIZZLE, A.J. Drug-related morbidity and mortality: updating the cost-of-illness model. Journal of the American Pharmacist Association, v.41, n.2, p. 192-199, 2001.

3. Universidade Federal de São João Del-Rei. Campus Centro Oeste. Projeto pedagógico do curso de graduação em Farmácia. 2010.

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1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

Distribuição de casos positivos de Leishmaniose canina em Divinópolis-MG nos anos de 2009 e 2010.

*Klauber Menezes Penaforte(PG), Rafael Gonçalves Teixeira Neto(PG), Bruno Warlley Leandro Nascimento(IC), Renata Aparecida Nascimento(IC), Gabriel Barbosa Tonelli(IC), Vinícius Silva Belo(PG), Eduardo Sérgio da Silva(PQ).

[email protected] Palavras chave: leishmaniose canina, ocorrência, Divinópolis MG.

Introdução

Atualmente a leishmaniose visceral tem sido apontada como doença reemergente e negligenciada, caracterizando nítido processo de transição epidemiológica, apresentando incidência nos últimos anos nas áreas endêmicas(1). No desenvolvimento da doença, o cão tem sido considerado importante reservatório para a manutenção da doença em áreas urbanizadas. A cidade de Divinópolis está localizada na região centro-oeste do estado de Minas Gerais e possui aproximadamente 215.000 habitantes. O município era considerado indene para Leishmaniose Visceral até o mês de novembro de 2009, data onde foi confirmado o primeiro caso humano desta doença.

Metodologia

Levantamento de dados referentes a cães com sorologia positiva para leishmaniose entre janeiro de 2009 e outubro de 2010 no Centro de Referência em Vigilância da Saúde Animal (CREVISA),nos diversos bairros da cidade de Divinópolis-MG

Resultados e discussão

Entre janeiro de 2009 e outubro de 2010 em torno de três mil animais foram submetidos à sorologia para LVC, destes, 229 apresentaram conversão sorológica. Percebe-se que a LVC em Divinópolis apresenta distribuição significativa em diversas regiões do município, predominando no bairro Bom Pastor , Centro, Niterói,São Luís, Porto Velho e Manoel Valinhas, todos com mais de 10 cães positivos. Os demais bairros apresentaram positividade inferior a 10 casos. Tabela X.

Distribuição de sorologias caninas positivas em bairros de Divinópolis - MG entre novembro de 2009 a outubro de

2010

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Conclusão

De acordo com o Programa de Controle de Leishmaniose Visceral (PCLV), o conhecimento da ocorrência de casos caninos em uma localidade é um importante indicador para a adoção de medidas efetivas para o controle da protoparasitose. O crescente número de casos de cães infectados, é por si só, um fator de risco que prediz o aumento dos casos humanos.

Referências

1 Manual de Vigilância e Controle de Leishmaniose Visceral , Editora MS,Brasil 2006.

* 50 outros bairros com menos de 5 cães com sorologia positiva

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE TRÊS EXTRATOS ETANÓLICOS FRENTE À Staphylococcus aureus

Autores: Ana Cláudia dos S.P Andrade *(IC), Michelli dos Santos (IC),Lucas F. Alves (IC), Laryssa de Cássia Ferreira (IC), Hélida A. T. Amaral (IC),

Maria Eduarda A. Pinto (IC), Karina M. S. Herrera (TC), Luciana A. R.

Santos Lima (PQ), Juliana T. Magalhães (PQ), Saulo Luís da Silva(PQ), Rodrigo R. Resende (PQ), Jaqueline M. S. Ferreira (PQ).

[email protected] Palavras chave: Staphylococcus aureus, difusão em disco.

Introdução

Staphylococcus aureus é um microorganismo que apresenta alta patogenicidade, podendo ser encontrado na naso e orofaringe humana, sendo uma das principais causas de infecções graves, incluindo endocardite, abscessos profundos e bacteremia . É considerada também como importante causa de infecção no ambiente hospitalar, particularmente em pacientes imunodeprimidos2. A maioria dos agentes antiestafilocócicos são ineficazes contra S. aureus resistente à meticilina (MRSA) causando grande preocupação entre a comunidade médica3. Diante da alta resistência apresentada pelos S. aureus torna-se essencial a busca de novos fármacos que sejam eficientes contra os mecanismos de resistêcia apresentados por esses microorganismos. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo testar a atividade antibacteriana de três extratos vegetais etanólicos frente S. aureus.

Metodologia

A avaliação da atividade antibacteriana in vitro, foi feita utilizando os extratos etanólicos das espécies vegetais: Manjericão (Ocimum basilicum),Boldo-brasileiro(Plectranthus barbatus) e Alecrim (Rosmarinus officinalis) frente Staphylococcus aureus ATCC 29213 foi realizada neste trabalho. A metodologia utilizada foi a técnica de difusão em disco de papel filtro4. Os extratos foram diluídos em Dimetilsulfóxido (DMSO) e testados nas concentrações: 8mg/mL, 4mg/mL,2mg/mL e 1mg/mL.Os diâmetros dos halos de inibição foram medidos após 24horas e 48horas de incubação em estufa 37ºC. Como controle positivo foi utilizado o antibiótico amoxicilina 10 ug/mL, e como controle negativo, o DMSO. Os experimentos foram realizados em duplicata e as médias dos resultados obtidos foram calculadas e estão apresentadas no Gráfico 1.

Resultados e discussão

Dentre os resultados obtidos neste experimento merece destaque a atividade antibacteriana apresentada pelo extrato de manjericão que apresentou os maiores halos de inibição (1,2cm na concentração de 8mg/mL), dentre as três espécies testadas, em todas as concentrações utilizadas. O extrato de boldo brasileiro também apresentou halos de inibição nas quatro concentrações, enquanto o extrato de alecrim não apresentou atividade nas concentrações de 2mg/mL e 1mg/mL. A

amoxicilina apresentou halo de inibição de 2,4 cm. O controle negativo não apresentou halo de inibição.

Gráfico1: Diâmetro dos halos de inibição apresentados pelos

extratos de manjericão, boldo e alecrim. Os extratos foram utilizados

nas concentrações de 8,4,2 e 1 mg/mL.

Conclusão

Os extratos de manjericão, boldo e alecrim apresentaram atividade antibacteriana frente a espécie Staphylococcus aureus, destacando-se o de manjericão (Ocimum basilicum) que apresentou os melhores resultados.

Agradecimentos

Universidade Federal de São João Del Rei Apoio financeiro: Capes, CNPq, FAPEMIG. Levinson W, Jawetz A. Microbiologia Médica e Imunologia. Artmed, Porto Alegre, 2005

2 Trabulsi L, Campos L, Whittam T, Gomes T, Rodrigues J, Gonçalves A. Traditional

and non-traditional enteropathogenic Escherichia coli serogroups. Rev Microbiol, São Paulo 1999;27:1-6.

3 Naimi S. T, MD, MPH; LeDell H. K, MPH, RN; Como-Sabetti K, MPH; Borchardt M. S, MPH; Boxrud J.D, MS. Comparison of Community- and Health Care–Associated Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus Infection, JAMA,2003, Vol. 290 No. 22

4 Bauer, A. W.; Kirby, W. M.; Sherris, J. C.; Turck, M., Am J Clin Pathol. 1966,45, 493.

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Diâmetro (cm)

Concentração mg/mL Concentração mg/mL

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

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60

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Grupo Salina + Carragenina (n= 6)

Grupo 50 mg/Kg + Carragenina (n= 6)

Grupo 100 mg/Kg + Carragenina (n= 6)

Grupo 300 mg/Kg + Carragenina (n= 6)

Grupo Dexametasona 1 mg/Kg + Carragenina (n= 6)

**

**

**

**

*#

*

* P<0,05 vs. Grupo Salina + Carragenina# P<0,05: Grupo 300 + Carragenina vs. Grupo 100 + Carrageina

Tempo (h)

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Efeito dose - dependente da fração acetato de etila extraída de rizomas de Cochlospermum regium no edema de pata em camundongos

Thaís Fernandes-Silva (IC)1*, Aline Aparecida-Saldanha (IC)1, Fernanda Barçante-Perasoli (IC)1, Mariana Pertence S. Silva (IC)1, Gislene F. Almeida-Cota (IC)1, Isabela C Nunes Sá (IC)1, Raphael Gomes-Ferreira (PQ)2, André Klein (PQ)2, João M. de Siqueira (PQ)1 e Carlos A. Dias-Junior (PQ)1. [email protected] 1Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis-MG, Laboratório de Farmacologia - CCO Dona Lindu, UFSJ.

2Av. Antônio Carlos, 6627, Belo Horizonte-MG, Departamento de Farmacologia, ICB, UFMG. Palavras chave: flavonona 3-O-glicosil-dihidrokanferol, edema.

Introdução

Os flavonóides são compostos derivados do metabolismo secundário de plantas e são descritos principalmente pelas suas ações antiinflamatórias e antioxidantes. Neste estudo, avaliamos se a fração acetato de etila extraída de rizomas do Cochlospermum regium (“algodãozinho”, contendo cerca de 60-70% a flavonona 3-O-glicosil-dihidrokanferol - F-52)1 possui efeito antiinflamatório dose-dependente (0, 50, 100 e 300 mg/kg) após administração pela via intraperitoneal, acompanhado de redução do edema de pata induzido por carragenina em camundongos.

Metodologia

Obtivemos o extrato a partir da maceração em etanol 70%, percolação exaustiva e partição com os solventes: hexano, clorofórmio e acetato de etila. Realizamos cromatografia em camada delgada e a maior concentração da F-52 encontrou-se na fração acetato de etila. No experimento, uma porção da fração acetato de etila foi solubilizada em salina estéril para a obtenção das concentrações 50mg/Kg; 100mg/Kg e 300 mg/Kg. Os camundongos Swiss, foram divididos em cinco grupos (n=6): salina e carragenina; dexametasona e carragenina; acetato de etila (50mg/Kg) e carragenina; acetato de etila (100mg/Kg) e carragenina; e acetato de etila (300mg/Kg) e carragenina. Administramos 0,3 mL de salina estéril, 1mg/Kg de dexametasona e as referidas concentrações de acetato de etila (via intraperitoneal). Injetamos carragenina (400 µL) na região subplantar da pata esquerda dos 30 animais e aguardamos 30 minutos. Logo após, efetuamos as medições da pata edemaciada (esquerda) para analisarmos o edema durante a primeira, segunda, quarta e sexta hora.

Resultados e discussão

Notamos que o acetato de etila, apresentou resultado semelhante ao grupo controle (administração de salina estéril) na concentração de 50 mg/Kg.No entanto,o acetato de etila reduziu o edema de pata de maneira dose-dependente nas concentrações de 100 e 300 mg/Kg (redução em -30 e -60%, respectivamente, P< 0,05) duas horas após a injeção intra-plantar de carragenina (400 µg/kg i.pl.). Esta dose de carragenina induz um pico máximo de edema 4 horas após a injeção i.pl.. Além disso,não observamos formação de edema

após uma hora com a dose de 300 mg/Kg do acetato de etila extraído (P < 0,05) e ainda, o grau de redução do edema observado (2, 4 ou 6 horas após injeção de carragenina) com 300 mg/kg de acetato de etila do rizoma do algodãozinho foi similar ao apresentado pela dexametasona (controle positivo) (Fig.1). Fig. 1. Variação do volume de pata após o acetato de etila do rizoma do algodãozinho (doses 0, 50, 100 e 300 mg/Kg via intraperitoneal) após indução do edema.

Conclusão

Estes resultados consistem com a hipótese de que a flavonona 3-O-glicosil-dihidrokanferol presente na fração acetato de etila possui efeito antiinflamatório ativo após administração via intraperitoneal acompanhado de redução do edema de pata em camundongos.

Agradecimentos

Apoiado pela FAPEMIG. 1Maria Salete de Abreu Castro. Mecanismos envolvidos no efeito antinoceptivo do 3-O-glicosil–dihidrocanferol, flavonóide extraído dos rizomas de Cochlospermum regium (“algodãozinho”). Tese desenvolvida

no Setor de Produtos Naturais, departamento de Farmacologia da

Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, como

Requisito parcial para obtenção do Título de Doutora em Farmacologia. 2Prof. Carlos Alan Candido Dias Junior. Possíveis efeitos antiinflamatórios da flavona 3-O-glicosil-dihidrokanferol extraído de rizomas de Cochlospermum regium (“algodãozinho”) em camundongos: inibição de metaloproteinases e estresse oxidativo.

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

Estudo fitoquímico de espécies de plantas nativas do Brasil

Tamara Ribeiro Longatti (IC), Hygor Kleber Cabral Silva (IC), Leonardo de Queiroz Gomes Belligoli(IC) João Maximo Siqueira (PQ), Arali Aparecida da Costa Araujo(PQ), Natália Nunes Souza(IC), Rosy Iara Maciel de Azambuja Ribeiro(PQ)*. *[email protected]; [email protected] 1Campus Centro-Oeste Dona Lindu - UFSJ, Rua Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis, MG, CEP:. 35501-296.

Palavras chave: Estudo fitoquimico, substâncias fenólicas, testes rápidos.

Introdução

A abordagem fitoquímica é bastante útil para a prospecção de espécies vegetais, são elaborados de tal modo que possam fornecer resultados rápidos, ao mesmo tempo em que permitam ao pesquisador identificar as classes de substâncias presentes no extrato obtido de solventes brutos. No presente estudo foram selecionadas plantas de diversas famílias:

A- Anacardiaceae: 1-Tapirira - amplamente distribuída em todo território brasileiro, sendo importante elemento do estrato lenhoso. 2- Astronium Schott -muito usada na construção civil e naval, a planta tem ocorrência ampla no cerrado brasileiro.

B- Annonaceae 3- Xylopia, típica do Cerrado, mas também tem sido encontrada na floresta Amazônica. 7- Annona nativa do cerrado, sendo utilizada na medicina alternativa por suas propriedades antifúngica e antibacteriana.

C- Rubiacea 4- Guettarda é frutífera tem vasta dispersão pelo Brasil, porem ocorre em matas de galeria em transição para o cerrado.

D- Asteraceae 5- Vernonia, planta típica da Mata Atlântica empregada na medicina popular para o tratamento de pneumonia, bronquite e cálculo renal.

E- Leguminosae, Papilonoideae 6- Andira é uma espécie que ocorre em cerrado, cerrado ralo e cerrado rupestre.

F- Siparunaceae 8-Siparuna, a decocção de folhas é usada como uma bebida contra as desordens estomacais.

Metodologia

A droga vegetal foi mantida em maceração em solução de hidroetanólica (70%). Os extratos obtidos foram testados através de cromatografia em camada delgada com eluição em etanol: clorofórmio + uma gota de ác. acético. As placas foram reveladas em NP-PEG, Cloreto férrico e Reagente Dragendorff.

Realizou-se testes rápidos como teste para fenóis e taninos, teste para saponinas e teste da gelatina.

Resultados e discussão

No teste rápido para taninos pode-se observar que as amostras 1, 7 e 8 apresentam-se positivas para substâncias fenólicas podendo estas ser ou não taninos, pois precipitaram ao entrar em reação como cloreto férrico. O teste para saponinas foi negativo para todas as plantas. No teste de gelatina pode-se observar a precipitação de proteínas nas amostras 1, 7 e 8, podendo caracterizar presença de taninos.

Figura 01: Cromatografia em camada delgada de sílica-gel 20x20 das amostras 1 a 8, reveladas com solução de FeCl3. Observa-se a presença de manchas acinzentas ou pretas em A, B, C e D, confirmando a presença de substâncias fenólicas. Figura 02: Cromatografia em camada delgada de sílica-gel 20x20 das amostras 1 a 8, reveladas com solução de NP/PEG. Observa-se na região mediana da placa cores do amarelo ao vermelho dando fortes indícios de compostos aromáticos. Placa 03: Cromatografia em camada delgada de sílica-gel das amostras 7 e 8, reveladas com solução de Dragendorff .Observa-se presença de intensa coloração alaranjada nas amostras 7 e 8, podendo-se afirmar a presença de componentes nitrogenados.

Conclusão

Observa-se que a prospecção fitoquímica foi satisfatória, pois foi possivel detectar diferentes classes de constituintes, que merecem confirmação através de um estudo quimico mais detalhado. Pôde-se confirmar a presença de substâncias fenólicas, flavonóides ou outros constituintes aromáticos na maioria dos extratos preparados e alcalóides (ou substâncias nitrogenadas) nos extratos 7 e 8.

Agradecimentos

Agradecimentos FAPEMIG, UFSJ. -Matos, F. J. Abreu. Introdução a Fitoquímica Experimental. Fortaleza. Edições UFC 1988 -McLAUGHIN, J. L. CHANG, C-J’, SMITH, D. L. “Bench-top ”Bioassays (brine shrimp and potato disk) for the discovery of plant antitumor compounds in Human Medicinal Agents from Plants, Ed. Kinghorn, Balandrini, ACS 534, 1993, p-113-137 -WAGNER, Hildebert; BLADT, Sabine. Plant drug analysis: a thin layer chromatography atlas. 2.ed. Berlin: Springer, 2001.

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

1° Congresso de Farmácia da UFSJ Divinópolis-MG, 20, 21 e 22 de outubro de 2010.

Efeito da fração acetato de etila extraída de rizomas do Cochlospermum

regium no edema de pata induzido por carragenina em camundongos Fernanda Barçante-Perasoli (IC)1*, Mariana Pertence S. Silva (IC)1, Aline Aparecida-Saldanha (IC)1, Thaís Fernandes-Silva (IC)1, Gislene F. Almeida-Cota (IC)1, Isabela C Nunes Sá (IC)1, Raphael Gomes-Ferreira (PQ)2, André Klein (PQ)2, João M. de Siqueira (PQ)1 e Carlos A. Dias-Junior (PQ)1. *[email protected] 1Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Divinópolis, MG, Laboratório de Farmacologia, CCO Dona Lindu, UFSJ. 2Av. Antônio Carlos, 6627, Belo Horizonte, MG, Departamento de Farmacologia, ICB, UFMG. Palavras chave: flavonona, 3-O-glicosil-dihidrokanferol, edema.

Introdução

O consumo de flavonóides através da dieta está positivamente relacionado com a redução do risco de desenvolvimento de câncer, hipertensão arterial, aterosclerose e agravamento de doenças relacionadas com a inflamação e estresse oxidativo. Os flavonóides são metabólitos secundários de plantas e são caracterizados principalmente pelas suas ações antiinflamatórias e antioxidantes. No presente estudo, avaliamos se a fração acetato de etila extraída de rizomas do Cochlospermum regium (“algodãozinho”, contendo cerca de 60-70% a flavonona 3-O-glicosildihidrokanferol - F-52)1,2 possui efeito antiinflamatório nas doses de 0 e 100 mg/kg após administração pela via intraperitoneal seguido de redução do edema induzido pela carragenina em camundongos.

Metodologia

O extrato foi obtido a partir da maceração em etanol 70%, percolação exaustiva e partição com os solventes: hexano, clorofórmio e acetato de etila. Realizamos cromatografia em camada delgada e a maior concentração da F-52 encontrou-se na fração acetato de etila. Uma porção desta fração foi solubilizada em salina estéril para obtenção da concentração de 100 mg/Kg. Foram utilizados 18 camundongos Swiss divididos em três grupos (n=6), sendo administrado sistematicamente: salina e carragenina (carragenina 400 µL e salina 0,3mL) ; dexametasona e carragenina; acetato de etila (100mg/Kg) e carragenina. Administramos 0,3 mL de salina estéril, 1mg/Kg de dexametasona e a referida concentração de acetato de etila (via intraperitoneal).

Resultados e discussão

Ao efetuarmos as medidas do edema de pata induzido pela carragenina (Fig.1) no pletismômetro, observamos que a fração acetato de etila extraída a partir do rizoma do algodãozinho reduziu o edema na dose de 100 mg/Kg (redução em -30% P < 0,05) duas horas após a injeção intra-plantar (i.pl.) de carragenina (400 µg/kg i.pl., Fig.2). Comparado com o grupo salina e o grupo dexametasona, a dose de 100 mg/Kg da fração acetato de etila não reduziu o edema na primeira hora. A partir da segunda hora, houve uma redução do edema a qual se manteve na quarta e sexta hora (Fig.2).

Figura 1. Indução do edema da pata com injeção

intra-plantar (i.pl.) de carragenina (400 µg/kg).

Figura 2. Variação do volume da pata após a administração da fração acetato de etila do rizoma do algodãozinho (doses 0 e 100 mg/Kg via intraperitoneal).

Conclusão

O resultado confirma que a flavonona 3-O-glicosil-dihidrokanferol presente na fração acetato de etila do rizoma do algodãozinho na dose de 100 mg/Kg possui efeito antiinflamatório após administração via intraperitoneal acompanhado de redução do edema.

Agradecimentos

Apoiado pela FAPEMIG e CNPq. 1Maria Salete de Abreu Castro. Mecanismos envolvidos no efeito antinoceptivo do 3-O-glicosil–dihidrocanferol, flavonóide extraído dos rizomas de Cochlospermum regium (“algodãozinho”). Tese desenvolvida no Setor de Produtos Naturais, departamento de Farmacologia da Universidade Federal de São Paulo– Escola Paulista de Medicina, como Requisito parcial para obtenção do Título de Doutora em Farmacologia, 2000. 2Prof. Carlos Alan Candido Dias Junior. Os resultados deste resumo pertencem ao Projeto Institucional Intitulado: “Possíveis efeitos antiinflamatórios da flavona 3-O-glicosil-dihidrokanferol extraído de rizomas de Cochlospermum regium (“algodãozinho”) em camundongos: inibição de metaloproteinases e estresse oxidativo, Novembro de 2009.

1 2 4 60

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Grupo Salina + Carragenina (n= 6)

Grupo 100 mg/Kg + Carragenina (n=6)Grupo Dexametasona 1 mg/Kg + Carragenina (n= 6)

* P < 0,05 vs. Grupo Salina + Carragenina

* **

**

Tempo (h)

∆∆ ∆∆ v

olu

me

de

pat

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L)

Doenças Negligenciadas: Epidemiologia, Diagnóstico e Tratamento - Perspectivas para atuação do Profissional Farmacêutico

25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ 35


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