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DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS � SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 3, 4 E 5 DE JUNHO DE 2017 11

Política

Possibilidade de rediscutir decisão tomada há seis meses pelos ministros do Supremo TribunalFederal ganha adeptos de um lado, mas incertezas de outro, que indicam “c a s u í s m o” na retomada

Rever prisão em 2ª instância divide juristasLAVA JATO

Diego FelixSão Paulod i e g o r@ d c i . c o m . b r

� Na possibilidade do Supre-mo Tribunal Federal (STF) re-ver a decisão que possibilita aprisão de condenados em se-gunda instância, juristas e ad-vogados se dividem quanto ànecessidade de revisão do te-ma. De um lado há quem de-fenda a revisão e, do outro,quem observe um ataque àOperação Lava Jato.

A questão foi decidida pelopleno do Supremo há seismeses, por 6 votos a 5, sendoque em fevereiro do ano pas-sado outro julgamento já ha-via dado o entendimento daprisão em segunda instância.Acontece que há duas sema-nas, o ministro Gilmar Men-des – favorável à decisão – re -tomou a importância de sediscutir novamente o tema.

Segundo o ministro, umestudo da Defensoria Públicamostra que a regra afeta a po-pulação que não conseguepagar um advogado e acabana prisão sem apresentar di-reito de defesa. Ele indicaque mudará seu voto dada a“e n x u r ra d a” de recursos quesão apresentados, mas des-considerados pelos juízesque aplicam sentenças.

Autor de uma Ação Diretade Inconstitucionalidade(Adin) contra a decisão, o ad-vogado criminalista AntônioCarlos de Almeida Castro, oKakay, argumenta que é pre-ciso pensar no cidadão quan-do se discute o tema. Res-ponsável pela defesa de

políticos da alta estirpe, comoo senador Romero Jucá(PMDB-RR), Kakay disparacontra procuradores que di-zem que a Lava Jato será afeta-da pela revisão e que eles “p re -cisam procurar um psiquiatra”.

“Esse julgamento vai ter im-pacto em dezenas de milharesde pessoas que estão desassis-tidas e não têm advogado.Quem diz isso não sou eu, quedizem que sou advogado depoderosos. Quem diz é a De-fensoria Pública. Os procura-dores da Lava Jato fizeram tan-to sucesso na mídia que agoraestão com um complexo de su-per ior idade”, afirmou.

Em sua opinião, conduzir

uma decisão com base no queespera a Operação, é um “for-çação de barra” e uma “visãolimitada de mundo dos procu-ra d o re s”. “É preciso ressaltar aimportância desse julgamento.Ele é histórico porque foi umjulgamento feito sob muitapressão. Colocaram que eranecessário para a Lava jato,mas não tem relação.”

AfetadosFavorável à decisão do Supre-mo, o ex-procurador estadual econselheiro da Ordem dos Ad-vogados do Brasil (OAB), JorgeEluf Neto avalia que a mudan-ça é “d i s c u t í ve l”. Por outro la-do, rever o tema no momento

em que políticos como AécioNeves (PSDB) e o presidenteMichel Temer começam a en-trar na rota da Justiça Federal,pode ser lido como mero “ca-s u í s m o” de Mendes.

“Como houve um avanço daLava Jato atingindo outras pes-soas, essa decisão do Gilmarpode ser um casuísmo, pen-sando em não prender o presi-dente, ou Aécio”, avaliou Eluf.

Ele indica que mudanças emdecisões são aplicadas quandoapresentado recurso, ou em al-teração de composição do ple-no do STF – apenas Alexandrede Moraes foi adicionado aocorpo de magistrados e nãovotou sobre o tema. “Mudar dedecisão a cada semestre trásinsegurança jurídica.”

Presidente da OAB no perío-do do impeachment do ex-pre-sidente Fernando Collor, Mar-celo Lavenère é favorável àrevisão. Ele segue Kakay naquestão dos desassistidos enos presos sem culpa.

“Não vejo essa preocupação[dos procuradores] com o pre-servar a Lava Jato. O Supremotem que preservar o direito decada um. Se os ministros en-tenderem que não é a melhordecisão, então é preciso rever.O mundo jurídico ficou dividi-do quanto ao tema”, observou.

Para ele, o problema da im-punidade pode ser resolvidocom agilidade de juízes, que àsvezes tomam meses, ou anos,na aplicação de uma sentença.

DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO CONTEÚDO

Gilmar Mendes votou favorável à decisão em novembro, mas já disse que vai rever seu posicionamento

S e n a d o raGleise venceeleição no PT

PA RT I D O S

� O PT elegeu sábado (3) a se-nadora Gleisi Hoffman (PR)como presidente do partido,em substituição a Rui Falcão,com 367 votos, contra 226 dosenador Lindbergh Farias(RJ).

Indicada pela correnteConstruindo um Novo Brasil,a mesma do ex-presidenteLula, Gleisi vai comandar opartido pelos próximos doisanos e era a favorita.

Em seu discurso, Gleisi dis-se que não iria ficar apontan-do os erros do PT para que "aburguesia e a direita se apro-veitem disso". "Nós não so-mos uma organização religio-sa, não fazemos profissão deculpa nem tampouco nosa ç o i t a m o s”, declarou. “Nãoteve, na história de 500 anosde país, governos melhoresque os do PT”, acrescentou.

O evento serviu de apoioao ex-presidente. "Muita gen-te aposta todo dia que o PTacabou. Mas esse partido vol-ta mais forte a cada ataqueque recebe", disse. /Re u t e r s

ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE NELORE DO BRASILASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

EDITAL DE CONVOCAÇÃOSão convidados os senhores associados da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil – ACNB a se reunirem em ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA a ser realizada no dia 20 de junho de 2017, às 14h (quatorze horas), em primeira convocação, caso haja o comparecimento da maioria dos associados fundadores, contribuintes e beneméritos, ou às 14h30 (quatorze horas e trinta minutos), em segunda convocação, com a presença de qualquer número de associados, na Rua Riachuelo, 231 – 1º andar - Centro - São Paulo/SP, na sede da Associação, a fim de deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA: a) Explanação dos Trabalhos da Diretoria – Exercício 2016; b) Análise e aprovação das Contas e Demonstrações Financeiras, bem como do Balanço Patrimonial da Associação – Exercício encerrado em 31.12.2016; c) Eleição dos membros do Conselho Fiscal e seus Suplentes; d) Eleição dos novos membros do Conselho Deliberativo, para renovação de seu quinto; e) Demais assuntos de interesse da Associação.

São Paulo, 05 de junho de 2017.Renato Diniz Barcellos Corrêa

Presidente da ACNB

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