Informativo Científico da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas de São Caetano do Sul - Ano XIV - nº 86 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2011
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Caros colegas! Hoje re-
solvi falar da importância do
exame tomográfico para o
planejamento de cirurgia
de implantes.
Antigamente os exames
tomográficos, imagem 3D,
eram muito caros e de bai-
xa qualidade de imagem, poucas clí-
nicas de radiologia disponibilizavam
o aparelho. Devido à baixa qualidade
da imagem (tomógrafos lineares) só
o radiologista ou um cirurgião muito
treinado conseguia ler os exames
com segurança. Assim, acostumou-se
a fazer cirurgia para implantes dentá-
rios usando imagem 2D, as radiogra-
fias panorâmicas ou periapiais.
Com o desenvolvimento dos to-
mógrafos de feixe cônico, a populari-
zação desses aparelhos e o desenvol-
vimento de programas para o plane-
jamento virtual das cirurgias, o preço
do exame baixou,a qualidade da ima-
gem melhorou e a facilidade para se
ler o exame aumentou muito e qual-
quer profissional hoje,com um pouco
de treinamento, pode se beneficiar
desses exames.
Entre várias vantagens de se ope-
rar com o auxílio de uma tomografia,
gostaria de salientar dois aspectos. O
primeiro é que como o implante é tri-
dimensional, se planejar-
mos a nossa cirurgia com
uma imagem 2D, corremos
o risco de após aberto o
campo cirúrgico, não en-
contrarmos espessura sufi-
ciente para perfuração da
loja cirúrgica, ou de posi-
cionar o implante em uma inclinação
desfavorável para a execução da pró-
tese posteriormente ou ainda de não
ter disponível um implante de diâme-
tro compatível com a espessura do
rebordo ósseo.
Outro aspecto que gostaria de
destacar é o legal. Em caso de insu-
cesso na cirurgia,e isto é uma possibi-
lidade, quando não se consegue re-
solver no consultório, e a questão vai
para o âmbito judicial, a primeira coi-
sa que o perito vai questionar é se
não havia um exame mais indicado
para se realizar este procedimento.
Nessa hora, não adianta dizer que
teve intenção de economizar para o
paciente, por que ele vai ser o primei-
ro a dizer que não pediu para econo-
mizar com a sua saúde.
Uma boa Odontologia a todos e
até a próxima.
Dr. Francisco Candido Gouveia
Pontos a ponderar com o avanço tecnológico
Atualidades | Caderno Científico
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MARIA SOUZA PICORELLI; MAIOR, BRUNO SALLES SOTTO. Estudos
clínico e radiográfico randomizado (RCT) prospectivo com im-
plantes Cone-Morse ImplantNews;5(2):191-195, Março/Abril 2008.
Cristiano SchroederEspecialista e mestre em Implantodontia -
Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia APCD-SCS - Diretor EAP SCS
Implantes Cone MorseNovos designs de conexões protéticas entre a prótese e o implante surgiram no mercado afim de solucionar objetivos esté-
ticos, funcionais e técnicos. Em 1864 foi desenvolvido por Stephen A. Morse o sistema morse porém apenas em 1985 o siste-
ma foi adaptado e iniciou-se seu uso na implantodontia.Dentre seus benefícios estão o fornecimento uma interface reforça-
da entre implante e abutment, gerando uma soldadura fria entre esses elementos, ausência de microgap e aumento da resis-
tência aos micromovimentos proporcionando uma união rígida e minimizando o infiltrado bacteriano na interface osso-
implante e menor movimentação rotacional que os implantes de conexão interna e externa hexagonais.
INDICAÇÕES
1 - Perdas dentarias unitárias, parciais e totais, inclusive
implantes zigomáticos
2 - Áreas com grandes reabsorções ósseas tanto verticais
quanto horizontais
CARACTERÍSTICAS
1 - Comprimentos de 5.0( implantes curtos) a 52.5mm
(implantes zigomáticos)
2 - Diâmetros de 2.9mm até 7.0 mm
3 - Cônicos ou cilíndricos
4 - Inclinações do cone interno de 3° a 12°
IMPLANTES CONE MORSE
É responsabilidade do profissional escolher o melhor método indicado a cada caso juntamente com o paciente, informan-
do-o dos riscos, benefícios e efeitos adversos através de um consentimento informado e lembrando sempre que estatistica-
mente referente ao processo osseointegração entre os implantes cone morse e os implantes com conexões hexagonais as dife-
renças são insignificantes, que os mesmos apresentam maiores custos e que não são indicados quando da necessidade de
grandes inclinações dos implantes, como exemplo a técnica do All-on-4™...
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Caderno Científico
Entendendo o mecanismo de ação dosanestésicos locais: update
Francisco Barata Ribeiro
Professor de Anestesia & Sedação
Capacitado em Sedação Oral e Parenteral
University of Southern Califórnia
Member ADSA American Dental Society of
Anesthesiology
Master Level -College of Sedation-ADSA
Member-European Resuscitation Council
www.aprendasedacao.com.br
Introdução:
Os anestésicos locais são a espinha dorsal para o con-
trole e prevenção da dor na Odontologia e Medicina, esti-
ma-se que no Brasil seja comercializado algo em torno de
130 milhões de tubetes ao ano1, nos Estados Unidos é
estimado cerca de 300 milhões de tubetes anestésicos ao
ano2, cada Dentista no Canadá administra 1.800 tubetes
anualmente3, no entanto complicações mais sérias rela-
cionadas a sua administração são muito raras. Os anesté-
sicos locais são drogas mais utilizadas na Odontologia e
são seguras quando utilizadas de forma recomendada.
Os anestésicos locais são utilizados com outras finalida-
des diferentes do bloqueio nervoso, tais como controle da
dor aguda durante o parto, analgesia no período pós ope-
ratório, no controle da dor crônica onde a injeção do anes-
tésico local pode ter um efeito prolongado e efeitos sistê-
micos benéficos no processo inflamatório4, a Dibucaína
um anestésico local tipo amida é utilizada no diagnóstico
da apnéia do suximetonio, além do uso da Lidocaína na
medicina de emergência (arritmias cardíacas) e a cocaína,
um anestésico local tipo Ester, é uma droga recreativa,
droga de abuso.
Propriedades gerais dos anestésicos locais
Os anestésicos locais bloqueiam a condução nervosa
de forma reversível, prevenindo assim a excitação ao lon-
go da fibra nervosa, impedindo que os impulsos cheguem
ao Sistema Nervoso Central originando a sensação da dor
(Figura.1).
Os anestésicos locais tem ação em todos os tecidos ex-
citáveis do corpo, nervos periféricos,os neurônios do cére-
bro, medula espinhal, do músculo do coração (miocárdio)
da musculatura estriada e lisa.
Os anestésicos locais ligam-se aos canais de sódio no
estado inativado, impedindo a subsequente ativação do
canal e o grande influxo transitório de sódio associado à
despolarização da membrana5,6, podemos dizer que é um
bloqueio nervoso não despolarizante. Outras drogas co-
mo Toxinas, bloqueadores dos canais de cálcio (drogas pa-
ra tratamento de doenças cardíacas e hipertensão), ago-
Figura 1. Forma esquemática da ação do Anestésico local,
onde a partir de um estímulo de dor (ex: dor de dente), com a
deposição do AL ao longo da fibra nervosa, interrompe a
propagação do estímulo nervoso, impedindo que os impul-
sos cheguem ao cérebro originando a sensação dolorosa.
Figura2. Estrutura do anestésico local. Todos os anestésicos
locais consistem em 3 componentes principais, cada compo-
nente apresentando propriedades distintas.
nistas -α2 adrenérgicos* (ex: clonidina),
anestésicos gerais voláteis e meperidina
também podem atuar nos canais de Sódio.
Os agonistas α2-adrenérgicos consti-
tuem uma classe de drogas com proprie-
dades que incluem: efeito anti-hipertensi-
vo, analgesia, sedação entre outros.
A molécula de anestésico local consiste
em 3 componentes: um anel aromático li-
pofílico, cadeia intermediária tipo Ester ou Amida e a Ami-
na terminal, cada um desses componentes contribuem pa-
ra propriedades distintas dos anestésicos locais (Figura.2).
O radical aromático é a porção lipossolúvel da droga,
responsável pela penetração no nervo, uma maior lipos-
solubilidade determina uma melhora na difusão do AL na
fibra nervosa, essa propriedade então está relacionada a
potencia do anestésico local, ex: a Bupivacaina HCl é mais
lipossolúvel do que a Lidocaína HCl, e mais potente então
se apresenta na concentração de 0,5%, ao passo que a Li-
docaína se apresenta na concentração de 2%, a cadeia in-
termediária (Ester ou amida) é a parte ionizável da molé-
cula, que vai sofrer influencia do PH.
De acordo com a natureza química da ligação entre o
anel aromático e o agrupamento amina, os anestésicos lo-
cais são divididos em 2 grandes grupos; ésteres e amidas.
Alguns exemplos são:
Ester: Procaína, cocaína, cloroprocaina e tetracaína
Amidas: Lidocaína, Mepivaciana, Bupivacaina.
Os anestésicos locais tipo ésteres não são mais disponi-
bilizados em tubetes para uso Odontológico, e
sim na forma tópica, exemplo Benzocaina.
Para que os anestésicos locais (base) perma-
neçam estáveis em uma solução, eles são formu-
lados como um cloridrato (sal) ou sais clorídricos,
então os anestésicos locais são referidos como
por exemplo; Lidocaína HCl, Mepivacaina HCl.
Outras moléculas com estrutura química di-
ferente podem apresentar propriedades anes-
tésicas, mas não são utilizados clinicamente para
essa finalidade (ex: atropina, propanolol, amitri-
pillina, meperedina, fentanil e difenildramina)7-9.
Os ésteres são biotransformados rapida-
mente no plasma, pela colinesterase plasmáti-
ca, enquanto que os amidas dependem de bio-
transformação pelos microssomos hepáticos, as
isoenzimas do citocromo P 450 primariamente envolvidas
no metabolismo dos anestésicos locais são CYP3A4,
CYP2D6 e CYP1A210.
Características funcionais dos Anestésicos locais
As características funcionais dos anestésicos locais são
determinadas pela constante de dissociação (pKa), solubi-
lidade lipídica e ligação protéica (Quadro1).
O pKa é o pH no qual 50% das moléculas estão na for-
ma ionizada e 50% na forma neutra (BH → B + H+)no que
diz respeito aos anestésicos locais o pKa é o pH no qual a
solução anestésica esta em equilíbrio, com metade em ba-
se neutra (sal) e metade no estado ionizado (cátion). O pKa
dos anestésicos locais têm valores próximos do pH fisioló-
gico, a maioria dos AL apresenta um pKa maior que 7.4 em
pH fisiológico (Quadro.2).
A forma da base neutra (quaternária) do AL é mais lipo-
fílica, e pode penetrar no nervo mais rápido, conforme a
porcentagem do estado ionizado aumenta o início de ação
do AL é diminuído (Figura.3).
A potência do anestésico local esta relacionada a solu-
Solubilidade lipídica Início de ação Aumento da liposolubilidade, melhor difusão do AL atravésda fibra nervosa.
Ligação química Metabolismo, Ester: hidrolisado pela colinesterase plasmática (plasma) Biotransformação e Amidas metabolismo hepático (P450)
Ligação Protéica Duração A afinidade pelas proteínas plasmáticas corresponde a afi-nidade pelas proteínas no sítio receptor dos canais de Na+
Características Funcionais dos Anestésicos Locais
Quadro.1 Características Funcionais dos anestésicos locais, inicio de ação, tipo
de ligação química e ligação protéica, explicação de forma resumida.
Quadro2. Propriedades físico-químicas dos anestésicos locais, adaptado da
referência 11.
Agente Peso pKa Início Coeficiente Potência LigaçãoMolecular (25º) da ação de partição Protéica (%)
ESTERCocaína 303 8,7 lento - Alta 98Procaína 236 9 lento 1,7 Baixa 62-Cloroprocaina 271 9,3 rápido 9 Intermediária -Tetracaína 264 3,5 lento 221 Intermediária 76Benzocaina 165 3,5 lento - - -AMIDASLidocaína 234 7,7 rápido 43 Intermediária 64Mepivacaina 246 7,9 lento 21 Intermediária 77Bupivacaina 288 8,1 lento 346 Alta 95Levobupivicaina 288 8,1 lento 346 Alta 96Etidocaina 276 7,9 rápido 800 Intermediária 94Prilocaina 220 7,9 rápido 25 Intermediária 55Articaina 321 7,8 rápido - Intermediária 95
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bilidade lipídica,a medida que aumenta a liposolubilida-
de,a habilidade da molécula do AL penetrar na fibra
nervosa e tecidos conectivo aumenta,aumentando a
potencia.
A Procaína é um dos anestésicos locais menos liposso-
lúveis e menos potente, a Bupivacaina apresenta uma alta
liposolubilidade e se apresenta como a mais potente. Na
prática clínica, os anestésicos locais com alta solubilidade
requerem o uso de soluções com menor concentração pa-
ra atingir o mesmo bloqueio nervoso (por ex: Bupivacaina
0,25%-0,5% e Prilocaína 1-4%).
Em um ambiente ácido onde os tecidos estão inflama-
dos, com alteração do pH fisiológico, inflamações ou infec-
ções diminui a quantidade não ionizada do anestésico
local (B), presumivelmente pode ser a dificuldade da ten-
tativa de anestesiar tecidos inflamados ou infectados bem
como a demora do início de ação, uma vez que poucas
moléculas na forma de quaternária (B), lipofílica, serão dis-
ponibilizadas para penetrar no nervo. Nessas situações a
Bupivacaina (pKa 8,1) pode ser menos efetiva e a Mepiva-
caina (pKa 7,9) provavelmente seria mais efetiva12.
Os fatores mais importantes que afetam o início de
ação dos AL são pH do tecido e pKa da droga.O pH pode
diminuir em locais de infecção, o que provoca um atrazo
no início de ação dos AL ou até mesmo o não início da sua
ação. Clinicamente, não há diferenças significativas no pKa
entre as amidas, com exceção de Bupivacaína, que tem
um pKa ligeiramente superior e, portanto, apresenta mais
lento início de ação.
Para resumir, a sequência do bloqueio nervoso consiste
na difusão da base do anestésico (sem
carga B) local através da bainha do nervo-
sa e bicamada lipídica, e no canal de Na+
(bloqueio), o que impede o fluxo de íons
Na+ para dentro da célula (condutância
de sódio diminuída). Isto leva a uma dimi-
nuição da despolarização elétrica, alte-
rando o potencial limiar, e um fracasso
para propagar um potencial de ação que
culmina no bloqueio da condução. Espe-
cificamente os anestésicos locais blo-
queiam a condução nervosa por ligação
reversível com a parte D4-S6 da subuni-
dade α do canal de sódio voltagem de-
pendentes na membrana nervosa13. Este
sitio de ação é intracelular, exigindo que
os anestésicos locais se difundam através
da membrana nervosa.
A afinidade do anestésico local em relação ao canal de
sódio varia de acordo com o estado do canal, as mudan-
ças conformacionais podem revelar ou ocultar a ligação
dos anestésicos locais, a afinidade é maior quando os ca-
nais de sódio estão abertos (ativado ou inativado) e me-
nor quando o canal se encontra fechado (desativado e re-
pouso), então a ordem de afinidade para os diferentes es-
tados dos canais de Sódio é aberto>inativado>repouso14.
Como outras drogas os anestésicos locais variam quan-
do a tendência de ligação as proteínas plasmáticas. Quan-
do na circulação sanguínea, os AL se ligam de forma rever-
sível a proteína plasmática principalmente a Alfa1-glico-
proteína ácida (AGP).
A duração do efeito do anestésico local esta relaciona-
da a ligação proteica,os AL que apresentam afinidade a
ligação proteica permanece nas membranas nervosas por
mais tempo,resultando no aumento da duração da anes-
tesia. A Lidocaína é um anestésico local de curta duração
e a bupivacaina é de longa duração de ação,em função da
distinção quanto as caractecticas relacionadas a ligação
proteica12.
Ligação Proteica:
Administração do Anestésico local →ação no sítio (adminis-
trado) →absorção sistêmica (corrente sanguínea) →ligação
protéica no plasma→ biotransformação
Grosseiramente as proteínas plasmáticas podem apre-
sentar um efeito tampão, isto é,uma barreira para que os
anestésicos locais quando na corrente sanguínea alcance
o SNC e ocorra a toxidade. A ligação protéica pode variar,
Figura.3. Evidencia a sequência do bloqueio nervoso, difusão da base
anestésica(B) através do nervo, e ação no canal de Na+, o que impede o fluxo
de íons Na+ para o interior da fibra nervosa e bloqueio da condução nervosa.
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aumento no trauma, cirurgias maiores, inflamações crôni-
cas, câncer e uremia15. Muitos dos pacientes que se apre-
sentam abaixo do peso, desnutrição, bulimia ou pacientes
debilitados apresentam baixas proteínas, causando mais
facilmente a toxidade anestésica. As proteínas plasmáti-
cas também se encontram diminuídas durante a gesta-
ção, no recém nascido e com o uso de contraceptivos
orais11. Na gestação as proteínas plasmáticas estão dimi-
nuídas e a gestante então apresenta maior risco de apre-
sentar toxidade aos anestésicos locais, o que inclui tam-
bém o aumento da penetração das drogas nas membra-
nas dos tecidos (hormonal), redução da ligação protéica e
aumento da cardiotoxidade causada pela progesterona16.
Os anestésicos locais são capazes de se difundirem atra-
vés da placenta, embora o anestésicos locais tipo Ester são
rapidamente no sangue (plasma), provavelmente não
chegarão a placenta em grandes quantidades. As amidas
variam consideravelmente em sua velocidade de transfe-
rência placentária e grau de retenção fetal, no entanto a
transferência placentária se mostra mais ativa em anesté-
sicos locais com maior liposolubilidade11.
Toxidade sistêmica dos anestésicos locais
Logos após Carl Koller17 em 1884 introduzir a cocaína
para anestesia regional nos olhos e William Halsted em
188418 o primeiro a realizar um bloqueio nervoso com co-
caína, os médicos mundialmente iniciaram o seu uso, inje-
tando a cocaína próximos aos nervos periféricos, a litera-
tura na época começou a relatar o “envenenamento por
cocaína”. Os anestésicos locais são essenciais para o suces-
so na prática da anestesia regional, os médicos e dentistas
que administram os anestésicos locais, devem estar fami-
liarizados com os sinais e sintomas da toxidade dos anes-
tésicos locais.
Uma injeção acidental intra-vascular durante um blo-
queio nervoso com anestésicos locais pode causar uma
toxidade sistêmica em função do excesso de anestésico
local na concentração plasmática. Menos frequente, a ab-
sorção do AL a partir do sitio da injeção resulta no exces-
so de AL na concentração plasmática.
A extensão da absorção sistêmica do AL administrado
depende de:
1. A dose administrada, 2. Vascularização do sitio da inje-
ção, 3. A presença de adrenalina na solução anestésica e
4. propriedades físico-química da droga.
Com exceção da cocaína, todos os anestésicos locais
causam o relaxamento do músculo liso localizados nas
veias e artérias, determinando assim uma ação vasodilata-
dora, o que traz como consequência uma rápida absorção
e diminuição da permanência do fármaco na região apli-
cada. Devido a essa rápida absorção,o seu efeito passa
mais rápido, há maior toxidade anestésica e ainda maior
sangramento no sítio cirúrgico. Vasoconstritores (adrena-
lina) adicionados ao anestésico local em baixas concen-
trações 1:400.000 são capazes de reduzir significativa-
mente a absorção do AL19,a adição de 5 µg de adrenalina
(epinefrina) para cada mililitro de solução de anestésico
local (1:200.000 diluição) diminui a absorção sistêmica do
anestésico local algo em torno de um terço14 para a circu-
lação sistêmica. Conclusivamente a razão mais importan-
te para a adição do vasoconstritores às soluções anestési-
cas locais é o prolongamento da sua ação e simultanea-
mente, uma redução da sua toxidade. O sistema nervoso
central e o sistema cardiovascular são os principais órgãos
envolvidos na toxidade sistêmica dos AL.
O melhor tratamento para a toxidade anestésica é a
prevenção, por que a maioria dessas situações são causa-
das por reações sistêmicas após uma injeção intravascular
não intencional, a aspiração antes da administração do
anestésico local deve ser realizada bem como a adição de
vasoconstritores, no sentido de aumentar a segurança na
utilização dessas drogas. A administração do AL deve ser
realizada lentamente, exemplo 1 tubete de 1,8mL deve ser
administrado em 1 minuto, isto é lentamente, no sentido
de evitar reações sistêmicas, na Odontologia como na
Medicina sempre deve ser realizado a aspiração previa-
mente a injeção, evidente que com o tubete Odontológi-
co fica mais difícil a aspiração, mas esse procedimento não
deve ser ignorado pelo profissional, as seringas carpules
devem apresentar o dispositivo, arpão, Figura 4, para a
inserção no stopper (diafragma de borracha) para a reali-
zação da aspiração, previamente a administração do AL.
Figura 4. Evidenciando o detalhe da seringa carpule,
arpão destinado ao procedimento de aspiração
previamente a administração do anestésico local.
Pág. 8 - Revista Espelho Clínico - Ano 14 - nº 86 - out/nov/dez de 2011 www.apcdscs.com.br
As máximas doses recomendadas dos anestésicos lo-
cais devem ser consideradas e ajustadas de acordo com o
status médicos do paciente, especial atenção deve ser
considerada em relação a crianças, onde a utilização do
anestésicos sem vasoconstritores ou exceder a máxima
dose recomendada pode ser um risco para a toxidade
anestésica sistêmica. Exemplo uma criança de 15kg, onde
a máxima dose recomendada é de Mepivacaina é 6,6
mg/kg, então 6,6mg multiplicado por 15 kg = 99 mg de
mepivacaina, a mepivacaina se apresenta a 3%, isto é,
30mg/mL, então 99 mg de mepivacaina que e igual a 3,3
mL, então 1 tubete = 1,8 mL, conclusão 1,8 tubete é a má-
xima dose recomendada para essa criança.
A máxima dose segura do anestésico local deve ser in-
dividualizada para cada paciente, primariamente baseada
pelo peso (mg da droga/ Kg peso corporal) e status físico.
Para pacientes obesos, o calculo deve ser baseado mais
próximo do “peso corporal ideal”, uma vez que a gordura
corporal excessiva (obesos) apresentam pobre perfusão
sanguínea e não se apresentam como um “reservatório”
de drogas para diminuir os níveis sanguíneos de molécu-
las de anestésico local circulantes apos a absorção sistê-
mica de uma injeção de anestésico local com finalidade
Odontológica.
Sumário
Os anestésicos locais são drogas seguras,eficientes e
as mais utilizadas na Odontologia,a decisão quanto a
seleção da droga deve ser baseada no tempo estimado
de duração do procedimento,histórico medico e poten-
cial interação de drogas,as máximas doses recomenda-
das devem ser ajustadas, isto é, diminuidas. E razoável o
uso da epinefrina (adrenalina) como vasoconstritor no
anestésico local, para a melhor efetividade anestésica e
duração. Muito provável que novas formulações anesté-
sicas sejam incorporados na prática Odontológica em
breve, no entanto na Odontologia atual é possível reali-
zar um controle efetivo da dor para os Odontológicos.
Referências:
Entendendo o mecanismo de acão dos Anestésicos Locais
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Relato de Técnica | Caderno Científico
The aesthetic and functional re-establishment by
dental prostheses made by public service in oral health
of São Caetano do Sul/SP. Case report
Alexandre Ryuki Iwashita-
Especialista em Odontologia Legal - FUNDECTO/FOUSP
Jaqueline Cristina Palma -
Graduanda em Odontologia - UNINOVE
SINOPSE
O Brasil, mesmo com os avanços científicos e a melhora
das políticas de prevenção em saúde bucal, ainda apresen-
ta uma quantidade numerosa de indivíduos desdentados e
os mesmos ainda apresentam dificuldades financeiras em
realizar tratamentos dentários em serviço particular. Assim
a odontologia realizada no âmbito público exerce, para a
sociedade, um papel importante para a melhora da quali-
dade de vida por meio de reabilitação protética. O objetivo
deste artigo é apresentar a importância do serviço público
e da reabilitação protética, por meio de dois casos clínicos,
realizados no Centro de Especialidades Odontológicas
(C.E.O.) de São Caetano do Sul/SP,nos quais realizamos a rea-
bilitação oral dos pacientes que apresentavam prejuízos
das funções dentárias. Após a confecção e instalação das
novas protése atingiu-se um resultado satisfatório restabe-
lecendo a estética e função. Conclui-se que o serviço públi-
co em saúde bucal e as protése dentárias realizadas no
C.E.O.é de suma importância no restabelecimento da saúde
bucal e geral dos indivíduos que necessitam de tal serviço.
Palavras Chave : Prótese dentária . Serviço público. Centro de
Especialidades Odontológicas.
ABSTRACT
Brazil, even with scientific advances and the improvement
of prevention policies in oral health, still has a numerous
amount of edentulous subjects,and many of these have finan-
cial difficulties to pay for dental services. So dentistry in public
service has an important role for society in improving quality
of life through prosthetic rehabilitation. The objective of this
paper is to present the importance of public service and pros-
thetic rehabilitation, through two case studies, conducted at
the Center for Dental Specialties (CDS) of São Caetano do Sul /
SP, in which were conduct the oral rehabilitation of patients
with loss of dental function. After confection and installation
of new prostheses it was achieved a satisfactory result with
restoring aesthetics and function. It is concluded that the pu-
blic service in dental health and dental prostheses made in
CDS is very important in restoring oral and general health of
the individuals who need such service.
Key Words: Dental prosthesis. Public service. Center for Dental
Specialties
INTRODUÇÃO
O Brasil, mesmo com os avanços científicos e a melhora
das políticas de prevenção em saúde bucal, ainda apresen-
ta uma grande parcela, da população, de indivíduos des-
dentados.1,2,3 O edentulismo é um problema de saúde
mais complexo do que a simples falta de elementos dentá-
rios, pois trata-se de uma condição clínica que pode produ-
zir no indivíduo limitações funcionais do sistema estoma-
tognático com consequências na saúde geral do paciente;
comprometimento estético e prejuízos emocionais e so-
ciais.4 Os elementos dentários, juntamente com o sorriso,
são capazes de demonstrar sentimentos o que auxilia as
pessoas a manterem uma relação interpessoal.
Assim a odontologia,mais especificamente em sua espe-
cialidade na protése dentária, torna se uma ciência que re-
presenta para a sociedade um papel importante para a me-
lhora da qualidade de vida, pois é a citada especialidade
que promove a reabilitação funcional e estética de um pa-
ciente desdentado realizando a reposição dos elementos
dentários perdidos.5 Atualmente a reabilitação de pacien-
tes, desdentados totais e parciais, evoluiu muito com o ad-
vento das reabilitações protéticas por meio dos implantes
dentários.5 Entretanto devido as condições sócio-econômi-
cas de uma parcela da população brasileira, o tratamento
de reabilitação por meio de implantes é considerado um
tratamento de difícil acesso, devido ao seu alto custo para
muitos pacientes.6 Desta forma,aqueles pacientes que pos-
suem limitações financeiras buscam seus tratamentos
odontológicos no setor público.
O restabelecimento estético e funcional por meio de próteses dentárias realizadas pelo Serviço Público em Saúde Bucal de São Caetano do Sul. SP. Relato de caso.
RELATO DE CASO
CASO 1 - Paciente xantoderma, 74 anos de idade, sexo femi-
nino, compareceu ao serviço do Centro de Especialidades
Odontológicas (C.E.O.) de São Caetano do Sul / SP, com o
objetivo de realizar o tratamento de protése dentária. Pri-
meiramente realizamos o exame clínico oral, no qual foi ve-
rificado que a paciente é desdentada total superior e par-
cial inferior; usuária de protése dentária total superior, com
perda do canino direito da protése e desgastes oclusais,
incisais e das faces vestibulares dos elementos protéticos
(Figura 1); não utilizava protése parcial removível (P.P.R.)
inferior. Ainda na avaliação clínica a paciente apresentava,
em oclusão total: protrusão da mandíbula, desvio da linha
média e dimensão vertical de oclusão (D.V.O.) diminuída
(Figura 3). Terminado o exame clínico, questionamos a pa-
ciente sobre as queixas principais, sendo que a mesma rela-
tou:Protése total superior com pouca retenção; Insatisfação
estética; Dificuldades para fonação e constrangimento em
sorrir. Tais queixas produziam na paciente um prejuízo em
sua condição emocional e um desconforto nas relações
interpessoais.Assim a partir dessas informações iniciamos o
tratamento odontológico para a reabilitação protética, o
qual seguiu o protocolo de procedimentos realizados roti-
neiramente no C.E.O. de São Caetano do Sul. Na sexta con-
sulta instalamos a protése total superior e a protése parcial
removível inferior (Figura 2), no qual observamos os pontos
objetivos do tratamento que foram:
a correção da protrusão, restabele-
cendo a overjet e overbite dentro
dos padrões que gerasse conforto à
paciente, correção da linha média
(Figura 4), retenção mucosa da pro-
tése total satisfatória e melhora na
musculatura labial (Figura 4); Na
sétima e última consulta solicitamos
a paciente que relatasse quais as
diferenças observadas, e subjetiva-
mente a mesma relatou uma satis-
fação estética e que sentia-se mais confiante para falar e
sorrir em público, além de uma melhora na mastigação.
CASO 2 - Paciente leucoderma, 71 anos, sexo masculino,
compareceu ao C.E.O. para realização de tratamento proté-
tico.No exame clínico inicial foi observado que o paciente é
edêntulo superior e inferior, e o mesmo fazia uso de proté-
ses totais , as quais apresentavam desgastes oclusais dos
elementos protéticos; clinicamente apresentava mordida
cruzada anterior, protrusão mandibular, diminuição da
D.V.O. (Figuras 5 e 7), o paciente ainda se queixava do com-
prometimento estético, pois ao sorrir os dentes não se evi-
denciavam, como se o paciente não possuísse dentes, mes-
mo fazendo uso de protése dentária (Figura 9). A reabilita-
ção protética foi realizado respeitando os procedimentos
utilizados pelo setor de protése dentária do referido centro
de serviços odontológicos. Na consulta de instalação das
protéses observou-se um aumento da D.V.O., a correção da
mordida cruzada com o estabelecimento da overjet e over-
bite, observamos a diminuição da protrusão mandibular, o
restabelecimento da musculatura dos lábios superior e in-
ferior de forma mais adequada e confortável e a melhora
do sorriso (Figuras 6, 8 e 10).Questionado sobre o resultado
final o paciente relatou que recebeu elogios e que estetica-
mente estava satisfeito e mais confiante, pois o sorriso se
evidenciava.
Figura 1: Protése total superior
que a paciente do caso 1 fazia uso.
Figura 3: Oclusão que a paciente, do caso 1,
apresentava antes do tratamento reabilitador.
Figura 7: Posição do mento do paciente, do
caso 2, antes da nova reabilitação protética.
Figura 8: Posição do mento do paciente, do
caso 2, após a instalação das novas protéses.
Figura 2: Protése Total superior e Protése Parcial
Removível inferior, do caso 1, realizado no setor
de protése dentária do C.E.O.
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edentulismo, nos diversos municípios do Brasil ainda é al-
to.1,2,3 Como cita BARBOSA (2010)3 “O edentulismo é um
grave problema no país”.
A perda de dente é uma condição que afeta a qualidade
de vida da maioria dos indíviduos.6,7,8 Pois é uma condição
que traz consequências indesejáveis, como dificuldade na
mastigação e prejuízos estéticos e emocionais.4 Tais conse-
quências foram observadas nas condições clínicas dos pa-
cientes em ambos os casos relatados (Figuras 3,5,7 e 9).
A presença de dentes naturais é um aspecto relevante,
pois estudo realizado por GUIMARÃES et al (2005) 9 com o
objetivo de avaliar a qualidade de vida com perda dentária
concluiram que os idosos que possuiam oito ou mais den-
tes apresentavam uma qualidade de vida melhor. Fica claro
que os dentes são essenciais a qualquer indivíduo não ape-
nas por questões estéticas, mas pelas funções que pos-
suem, como a fala, a mastigação, a digestão e a pronúncia.6
Desta forma a reposição dos elementos dentários ausentes
por meio de protéses dentárias, se torna essencial para o
restabelecimento da qualidade de vida dos pacientes edên-
tulos, pois proporciona a recuperação da fisionomia, alegria
e a reintegração social dos indivíduos,4 e pode, melhorar a
qualidade de vida dos idosos,a manutenção da saúde geral
e elevando a expectativa de vida.5 E é este o objetivo do
setor de protése dentária do C.E.O. de São Caetano do Sul,
melhorar a qualidade de vida dos usuários do serviço públi-
co,por meio dos tratamentos reabi-
litadores, recuperando os aspectos
estéticos e funcionais dos pacien-
tes.
Atualmente quando falamos em
reabilitação oral já imaginamos o
tratamento por meio de implantes
dentários. É certo que o avanço
científico torna a qualidade de vida
da população melhor, desta forma
as protéses dentárias sobre implan-
tes promovem um benefício maior
DISCUSSÃO
Nos últimos anos vem ocorrendo um grande avanço no
campo da saúde e diversos estudos tem demonstrado um
aumento na preocupação com a melhora da qualidade de
vida da população, ocasionando um aumento da expecta-
tiva de vida dos indivíduos.1 Como resultado o Brasil passa
por um processo de aumento da população idosa. 1,2,7
Em relação a saúde bucal, um dos problemas odontoló-
gicos mais relevantes que atinge uma grande parte da
população brasileira, principalmente os idosos, é o edentu-
lismo, que é o estado da ausência total ou pracial de ele-
mentos dentários.6 Embora a odontologia atual esteja dan-
do enfase nos processos que envolvem a prevenção das
doenças bucais, a quantidade de indivíduos que sofrem
com a perda de dentes ainda é grande. Haja visto que o
estudo de GUERRA E TURINI (2001) 8, na cidade de Londrina
no Paraná,no qual avaliaram idosos e chegaram a um resul-
tado em que 96,6% da amostra faziam uso de protése den-
tárias, demonstra que naquele período o número de pa-
cientes edêntulos era numeroso, pensamos então, que com
o passar dos anos este problema teria diminuído, entretan-
to estudo realizado por SILVA (2010)1 relata que 80% dos
idosos avaliados, no município de Ribeirão das Neves em
Minas Gerais, apresentavam a necessidade de prótese den-
tária total removível.
Observamos que muitos autores relatam que o nível de
Figura 10: Sorriso do paciente após instalação
das novas protéses.
Figura 4: Oclusão que a paciente, no
caso 1, apresentou após a instalação
das novas protéses.
Figura 5: Posição dos lábios do paciente,
do caso 2, em oclusão, com as protéses totais
que fazia uso.
Figura 6: Posição dos lábios, em oclusão,
que o paciente, do caso 2, apresentou
após a instalação das novas protéses.
Figura 9: Sorriso que o paciente, do caso 2,
apresentava com as protéses antigas
sendo uma das queixas principais.
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em comparação as protése convencionais.5 Entretanto
considerando as condições sócio econômicas de uma par-
cela da população, o acesso aos tratamentos reabilitadores,
por meio de implantes ou protése dentárias convencionais
no ambiente particular, se torna dificultoso, haja visto que
para muitos pacientes é um tratamento de alto custo. Co-
mo opção ao acesso aos tratamentos odontológicos mui-
tos pacientes fazem uso do serviço público, sendo assim
indica-se a necessidade de maior atenção dos serviços pú-
blicos para com a população idosa.8
Além disso não devemos apenas exigir do poder públi-
co, tal valorização ao supracitado grupo populacional, mas
também dos cirurgiões-dentistas em melhorar seus
conhecimentos e estratégias para o tratamento das pato-
logias orais.10
Alguns autores responsabilizam o serviço público de fa-
vorecer a grande quantidade de pacientes edêntulos, devi-
do ao grande número de extrações dentárias,3 e também
de não proceder de forma eficaz ações dos programas de
saúde bucal para os idosos.2 Entretanto a cultura de realizar
exodontias como atendimento primário tem mudado e os
programas de ações voltado à população idosa tem au-
mentado em diversos setores. Em contra partida alguns au-
tores demonstram que o serviço público pode apresentar
um importante papel para o restabelecimento da saúde
bucal dos indivíduos. 11
Como pode ser observado no relato de caso de reabilita-
ção bucal por meio de protése adesiva realizada em serviço
público no qual os autores restabeleceram a função, a esté-
tica e a inclusão social da paciente, e que considerando as
limitações de uma instituição pública, conseguiram realizar
de forma satisfatória o tratamento reabilitador.11
Assim, com os relatos de ambos os casos clínicos, obje-
tos deste trabalho, considera se que mesmo em se tratan-
do de uma prestação de serviço em saúde bucal no âmbi-
to público, podemos atingir o sucesso e restabelecer as
funções mastigatórias e as condições estéticas dos pacien-
tes11 (Figuras 4 e 10). E elucidar que por mais que ainda
exista serviços de saúde e estratégias de políticas de saúde
aquém do desejado, e somando-se à isso a cultura de indi-
víduos de que o serviço público é deficiente em suas pres-
tações de serviço, muitos munícipios conseguem promo-
ver, através de cirurgiões-dentistas capacitados e colabora-
dores técnicos eficientes, a melhora na qualidade de vida
da população.
CONCLUSÃO
Conclui-se que o serviço público em saúde bucal e as
protése dentárias realizadas no C.E.O. é de suma importân-
cia no restabelecimento funcional e estético e consequen-
temente a saúde bucal e geral dos indivíduos que necessi-
tam de tal serviço, desmistificando a visão de que o serviço
público é ineficaz.
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