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Bikes & Bicicletas

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Prêmio Museu da Casa Brasileira

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Promosedia: a cadeira italiana

Paredes e pisos bem revestidos

McLaren, d

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o movim

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Bikes & Bicicletas

AR

C D

ESIG

N

22

2

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1

REVISTA B IMES TRAL DE DES IGN ARQU ITETURA INTER IORES CULTURA

Prêmio Museu da Casa Brasileira

ISS

N1

41

5-0

27

1

Promosedia: a cadeira italiana

Paredes e pisos bem revestidos

McLaren, d

esigner d

o movim

ento

Tony Cragg nas ceu em Li ver po ol, In gla ter ra, em 1949. Hoje

vive e tra ba lha em Wup per tal, Ale ma nha. Um dos mais im por -

tan tes ar tis tas in gle ses con tem po râ ne os, ini ci ou seus es tu dos

no Glou ces ter Col le ge of Art cur san do, de pois, o Ro yal Col le ge

of Art, em Lon dres, numa épo ca na qual es ta vam no auge os

mo vi men tos mi ni ma lis ta, con cei tu a lis ta e a “arte po ve ra”.

Cragg de fi ne-se ma te ri a lis ta, “por que to das as co no ta çõ es e re -

fe rên ci as de meu tra ba lho são ti ra das da ma té ria”. As me tá fo -

ras pre sen tes em seus tra ba lhos, co men ta Ag nes Kohl me yer,

cu ra do ra da mos tra “Chairs in Con tem po rary Art”, “con vi dam à

per cep ção e ao res pei to às qua li da des ma te ri ais dos ele men tos

que uti li za (pra tos que bra dos, gar ra fas, ins tru men tos me tá li -

cos, mó veis etc). É uma lin gua gem cla ra e ma te ri al”.

Tony Cragg, des de 1978, é pro fes sor da Aca de mia de Be las Ar -

tes de Dus sel dorf, Ale ma nha.

“Acho que os ob je tos são im por tan tes, pois são ca pa zes de for -

ne cer in for ma çõ es vá li das so bre nós mes mos”, afir ma Cragg.

Além de suas ex po si çõ es in di vi du ais re a li za das a par tir de

1977, como na Ro yal Aca demy of Arts, Lon dres (1999), e, nos

anos se guin tes, em di ver sas ga le ri as da Ale ma nha, da Itá lia e

na Henry Mo o re Foun da ti on em Ha li fax, na In gla ter ra, par ti ci -

pou tam bém da Do cu men ta de Kas sel (1982 e 1987), Bi e nal de

Ve ne za (1988 e 2001).

Nesta página, obras de Tony Cragg; imagensgentilmente cedidas pela Galeria Bernd Klüser,Munique, Alemanha. Acima, imagem da capa: "Unschaerfelation",1991; madeira, 160 x 115 x 85 cm. Foto Mario Gastinger

“Chairs in Con tem po rary Art”, mos tra com cu ra do ria de Ag nes

Kohl me yer, pro mo vi da pela Pro mo se dia e pela pre fei tu ra da ci da -

de de Udi ne, foi re a li za da de 8 a 11 de se tem bro em Udi ne, Itá lia.

“A pos si bi li da de de que uma ca dei ra de ar tis ta pro du za pen sa -

men tos, idéi as, as so ci a çõ es, que, de al gum modo, te nham re la -

ção com nos sa vida, com nos so eu pro fun do, nos so cor po e

nos sa alma, com nos sos há bi tos co ti di a nos, nos sa so li dão e

nos sa so ci a bi li da de, com a nos sa fan ta sia, a iro nia e o di ver ti -

men to, e tam bém com nos sos me dos e nos sos pro ble mas”, es -

cre ve Kohl me yer na in tro du ção do ca tá lo go da mos tra. “São in -

ter ro ga çõ es e ao mes mo tem po res pos tas. As ca dei ras de ar tis -

ta po dem ser tudo isso, e ain da mais: a elas é per mi ti do abrir

nos sos olhos e ou vi dos, alar gar nos so ho ri zon te e, mes mo,

trans for mar em seu exa to con trá rio to das as cer te zas que tí -

nha mos até hoje”, con clui.

Acima, African Culture Myth, 1984; fragmentosde plástico preto; 320 cm de altura

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ARC

DES

IGNDesign Brasil 2000 + 1 é o título de uma série de artigos que resenham o projeto

brasileiro para a casa, nos últimos dois anos. Essa coletânea, que inclui o prêmio

anual do Museu da Casa Brasileira, foi publicada em separata e distribuída durante

a cerimônia de premiação no museu. As matérias inéditas dessa separata são pu -

blicadas nesta edição.

O design internacional, as grandes exposições e feiras têm sido assunto constante

em ARC DESIGN. Acreditamos que é conhecendo e confrontando nossas idéias com

o que está sendo produzido no mundo (ao menos no mundo ocidental) que podere-

mos absorver novas idéias, processá-las e gerar uma produção de personalidade, ao

mesmo tempo brasileira e internacional.

Empresas e profissionais brasileiros já aparecem, a cada edição da revista, ligados

ao universo internacional. Na Cersaie, feira de revestimentos cerâmicos, em Bolonha,

Itália, havia seis empresas brasileiras; no desenvolvimento de uma bicicleta de

bambu pelo estúdio de Ross Lovegrove há um designer brasileiro na equipe; a Magis,

empresa italiana de vanguarda, convidou Fernando e Humberto Campana para

desenvolverem um novo produto; McLaren, o genial cineasta canadense, teve em sua

equipe o brasileiro Marcos Magalhães, que assina a matéria “McLaren, Designer do

Movimento”, publicada nesta edição.

Escolhemos nossa capa, um objeto de Tony Cragg, porque nos remete a todas as

questões que, mesmo de modo subliminar, temos procurado passar. “As cadeiras de

artistas abrem nossos olhos e ouvidos, alargam nosso horizonte e, mesmo, transfor-

mam em seu exato contrário todas as certezas que tínhamos até hoje. As metáforas

presentes no trabalho de Tony Cragg convidam à percepção e ao respeito às qualidades

materiais dos elementos que utiliza”, escreve Agnes Kohlmeyer, curadora da mostra

“Chairs in Contemporary Art”. E Tony Cragg acrescenta, “acho que os objetos são

importantes porque são capazes de fornecer informações básicas sobre nós mesmos.”

Boa reflexão!

Maria Helena Estrada

Editora

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ÍNDICE ÍNDICE ÍNDICE ÍNDIC

Ima gem da capa: “Unschaerfelation”;

Tony Cragg, 1991.

Foto: Mario Gastinger

REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES CULTURA

Nº 22, novembro/dezembro 2001

PRÊM

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A CASA

BRASI

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IGN POSS

ÍVEL

Ma

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O resultado do XV Prêmio Museu da

Casa Brasileira mostra uma das ver-

tentes do design para a casa no

Brasil: aquela que namora a indústria,

mas ainda não está inserida em seu

contexto

BIK

ES &

BICICLE

TAS

Win

nie

Ba

stia

n

Mais de 200 anos foram ne -

cessários para transformar a

velha e capenga bicicleta nas

ultraperformáticas bikes con-

temporâneas. Confira conosco

Uma nova geração de designers vem

modificando (mas só um pouco) o

panorama dos produtos para a casa.

Jovens designers com um trabalho

solitário e NoTech, coleção coerente de

objetos que parte da sensibilidade em

relação aos materiais

Me, coleção-conceito, é o novo

lançamento de Issey Miyake, que

também gerou o projeto de um novo

espaço de exposição e vendas no

Japão

DES

IGN B

RASI

L 20

00 +

1NOV

OS JO

VENS ES

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Y MIYAKE

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ção

44 282822221818

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CE ÍNDICE ÍNDICE ÍNDICE ÍN

NEWS 6

CADER NO DE DESIGN GRÁ FI CO 53

MATERIAL CONNEXION 62

EXPEDIENTE

QUEM INVES TE NO DESIGN? Publi-reda­cio­nais 65

PROMOSE

DIA

: O SALÃ

OIN

TERNACIONAL DA CADEIR

A

Ma

ria

He

len

a E

stra

da

Uma feira anual só de cadeiras, em

Udine, Itália. Evento altamente com-

ercial, mostra a força da indústria

moveleira italiana e agrega valor

trazendo referências ao design e à

arte. Na Promosedia encontramos a

obra de Tony Cragg que ilustra

nossa capa

MCL

AREN, D

ESIG

NER

DO MOV

IMENTO

Ma

rco

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lhã

es

Animar é decodificar o tempo.

Este é um conceito que define a

obra de Norman McLaren, rea -

lizador de grandes filmes de ani-

mação, como “Neighbours”, tal vez

o mais co nhecido no Brasil

Empresa italiana, a Magis reúne os

melhores designers internacionais

criando não apenas novas formas,

mas novas tipologias, sempre com a

mais moderna tecnologia

A arte imita a vida? O design,

seguramente, imita a natureza.

Entre a tecnologia e a tradição, a

feira Cersaie em Bolonha, Itália,

mostra que os novos revestimen-

tos cerâmicos vão buscar suas

cores e texturas nas pedras natu-

rais

RIG

OR E TÉC

NICA: A

IDÉIA M

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ção

TECN

OLO

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E TRADIÇÃO

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3636 50504444

82

ASSINATURAS 83

5454

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4ARC DESIGN

Is sey Mi ya ke lan ça ou tra nova abor da gem do ves -

tir. A ino va ção, ago ra, tam bém se es ten de ao modo

de com prar a rou pa, com Me. Mar ca-con cei to e

con cei to-es pa ço. In te ra ção to tal en tre con su mi dor

e pro du to, no pro je to do es cri tó rio ja po nês Cu ri o sity

para a pri mei ra loja, lan ça da re cen te men te em Tó quio.

uma­grande­vending­machine

atua­li­da­des

Page 7: Revista ARC DESIGN Edição 22

5ARC DESIGN

Agi li da de, di na mis mo, pra ti ci da de. Uma ob ses são ja po -

ne sa? Tal vez. A ver da de é que Me, nova mar ca de Is sey

Mi ya ke, in cor po ra um novo con cei to de loja, pos sí vel

gra ças a um de ta lhe: ven de ape nas par tes su pe ri o res

(tops, ca mi se tas, blu sas), que, por se rem al ta men te elás -

ti cas, são ofe re ci das em ta ma nho úni co.

A rou pa, nes se con tex to, é tra ta da como um pro du to de

mas sa: já sai da fá bri ca em ba la da em um tubo plás ti co

trans pa ren te – pro je ta da es pe ci al men te para esse fim –

e é dis pos ta na loja em “ven ding ma chi nes”.

As cli en tes con fe rem a for ma da blu sa em um ca bi de

e se le ci o nam a cor e a tex tu ra de se ja da na má qui na.

Ao re ti rar o tubo pela fren te do dis play, au to ma ti ca -

men te ou tro tubo apa re ce. Não há ne ces si da de de uma

em ba la gem ex tra; o com pra dor re ce be o tubo, que

pode ser reu ti li za do mais tar de. Este, com sua tam pa

ros quea da, é trans pa ren te e tem o logo em re le vo na

par te fron tal. Am bos, tubo e logo, tam bém fo ram pro -

je ta dos pela Cu ri o sity.

Ape sar de pe que na – me nos de 20 me tros qua dra dos –,

essa loja in tro duz uma nova abor da gem no de sign de in -

te ri o res. Nela, o pro du to é re al men te o ele men to que do -

mi na o es pa ço in ter no.

Pa re des em pers pex trans pa ren te, como uma gran de “ven -ding ma chi ne”; tu bos em PET trans pa ren te; rou pas stretch,bri lhan tes, co lo ri das; o pro va dor, um cu bí cu lo com ro dí zi -os. É Me, a loja-con cei to das no vas rou pas para con su mo demas sa de Is sey Mi ya ke

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SHOW-ROOM DA PLANCORP

A Plan corp, que já im por ta va as co zi nhas ale mã Gag ge nau, apre -

sen ta em seu novo show-room ou tras duas mar cas: a ale mã Mi e le

(for nos, fo gõ es vi tro ce râ mi cos) e a ita li a na Lo fra (for nos e fo gõ es).

Além des tes, es tão sen do im por ta das as lu mi ná ri as do Cen tro De sign

ita li a no, que in clui La Mur ri ne, a Ilti-Luce, a Lu ci fe ro e a Alva-Line.

No show-room do em pre sá rio An to nio de Quei roz Neto, um es pa ço

gas tro nô mi co foi pro je ta do es pe ci al -

men te para pro mo ver en con -

tros, works hops, cur sos, lan ça -

men tos de pro du tos e ser vi ços re la -

ci o na dos ao se tor ali men tí cio e gas tro nô mi co.

Plan corp: Rua Lo pes Ama ral, 98, São

Pau lo, SP. Tel.: (11) 3845-0240.

6ARC DESIGNARC DESIGN

NEWS.NEWS.NEWS.NEWSVANCEVA

Uma nova ge ra ção de vi dros. As sim a So lu tia,

em pre sa nor te-ame ri ca na lí der na produção

da pe lí cu la PVB (Po li vi nil Bu ti ral, uti li za da na

fa bri ca ção do vi dro la mi na do), de fi ne os pro -

du tos da Van ce va, mar ca re cém-lan ça da pela

em pre sa. Além dos be ne fí ci os do PVB (se gu -

ran ça, pro te ção con tra os rai os UV, con tro les

so lar e acús ti co, va ri a ção de co res), os no vos

vi dros irão ofe re cer di ver sos pa drõ es ge o mé -

tri cos. A Van ce -

va di vi di rá seus

pro du tos em

cin co li nhas:

De sign, Co lor,

So lar, Acús ti co e

Se cu re. As duas

pri mei ras já es -

tão no mer ca do

e as de mais de -

vem ser lan ça -

das em 2002.

Na li nha Co lor,

o des ta que são

as mais de 600

co res trans pa -

ren tes ou trans -

lú ci das que po dem ser ob ti das pela com bi na -

ção de fil mes PVB em di ver sas to na li da des. A

li nha De sign, por sua vez, per mi te a com bi na -

ção de co res e de se nhos (atu al men te são ofe -

re ci dos nove pa drõ es, que in clu em bo li nhas,

lis tras, qua dra dos e pon to de cruz). Se gun do a

em pre sa, em bre ve será pos sí vel aos ar qui te -

tos e de co ra do res de fi nir de se nhos per so na li -

za dos para pro je tos es pe cí fi cos.

Mais in for ma çõ es e so li ci ta ção de amos tras

pelo site www.van ce va.com, pelo e-mail

ar qui te tu ra@so lu tia.com ou pelo te le fo ne

(11) 3365-1806.

VISUAL FUTURISTA

A nova li nha de ócu los de sol Sun we ar 2001, da Cal vin Klein,

pri o ri za o ace ta to, tem tons dé gra dé e es ti los tech no e avi a dor.

Uma das op çõ es, para ho mens e mu lhe res, é o mo de lo 2008

(acima, à esquerda), que re e di ta o es ti lo avi a dor, com for ma to

Wrap em me tal e bor ra cha, e tem has tes tipo “he ad pho ne”, que

se ajus tam me lhor e ga ran tem mais con for to. As len tes são em

dé gra dé em di ver sas co res. Ousado, o mo de lo 3017 (acima, à

direita), possui len tes de po li car bo na to, bor da de bor ra cha me -

tá li ca e has tes com uma alça la te ral elás ti ca. As co res? Ar ma -

ções cin za-chum bo, mar rom e gelo; len tes la ran ja, rosa e cin za.

As li nhas CK e Cal vin Klein são im por ta das pela Mar chon Bra -

sil. Mais in for ma çõ es pelo te le fo ne 0800 - 243218 ou pelo e-mail

sao@mar chon.com.br

Page 9: Revista ARC DESIGN Edição 22

7ARC DESIGN

S.NEWS.NEWS.NEWS.NEWPRÊMIO ABILUX DESIGN EMPRESARIAL

A As so ci a ção Bra si lei ra da In dús tria da Ilu mi -

na ção, Abi lux, anun cia a nova edi ção de seu

prê mio, des ti na do às em pre sas pro du to ras de

lu mi ná ri as e equi pa men tos para ilu mi na ção.

Po dem ser apre sen ta dos pro du tos que já se en -

con trem no mer ca do e se rão três as ca te go ri as,

se gun do os ti pos de ilu mi na ção: co mer ci al/in -

dus tri al; re si den ci al/de co ra ti va; pú bli ca. As

ins cri çõ es e en tre ga de pro du tos de ve rão ser

fei tas no pe rí o do de 7 a 31 de ja nei ro de 2002.

Ótima a ini ci a ti va da Abi lux no sen ti do de ele -

var a qua li da de não só fí si ca como, prin ci pal -

men te, for mal, das lu mi ná ri as bra si lei ras. Ex -

ce len te se o con cur so ser vir tam bém para es -

ti mu lar a pes qui sa e o de sen vol vi men to de tec -

no lo gias mais avan ça das que per mi tam ao de -

sig ner re a li zar um bom pro je to.

Mas um de ta lhe nos cha mou a aten ção: paga-

se para ins cre ver um pro du to para a pre mi a -

ção, mas não se re ce be um prê mio em di nhei -

ro! Acre di ta mos que seja di fí cil, e tal vez inú til,

um prê mio em di nhei ro para a em pre sa, mas

não para os de sig ners res pon sá veis pelo pro -

je to, aos quais não ser vi rá nem o tro féu, nem

o di plo ma ou selo. E a pu bli ci da de, cer ta men -

te, dará ên fa se à in dús tria.

O Prê mio Abi lux tal vez seja o úni co no Bra sil

com a in ten ção ex plí ci ta de es tí mu lo à in dús -

tria, mas sem o de sig ner não nos pa re ce que

mu i ta coi sa pos sa ser re a li za da.

Mais in for ma çõ es no site www.abi lux.com.br

ou pelo te le fo ne (11) 251-2744.

GUGGENHEIM, POR ENQUANTO, SÓ NO PAPEL

Re ci fe, Cu ri ti ba, Rio de Ja nei ro, Salvador... en quan to au men ta a po -

lê mi ca em tor no da ci da de bra si lei ra que de ve rá abri gar uma fi li al do

im por tan te mu seu nor te-ame ri ca no no país, o ar qui te to ca na den se

Frank Gehry vi si tou o res tau ran te Tra pi che, em Sal va dor, em no -

vem bro de 2000, e fez no car dá pio o es bo ço do que se ria o mu seu

numa en cos ta em uma área vi zi nha. Pla cas me tá li cas (as fi gu ras re -

tan gu la res so bre a in cli na ção) se guem a des ci da, que, do pon to mais

alto até o ní vel do solo, soma 42 me tros. O res tan te da cons tru ção fi -

ca ria 5 me tros aci ma do solo. O mu seu de sem bo ca ria no mar, que é

in di ca do na ex tre mi da de di rei ta: a li nha que re pre sen ta a su per fí cie

da água ter mi na num bar qui nho, to que lú di co em um cro qui que, à

pri mei ra vis ta, pode pa re cer ape nas um ra bis co.

ECOS DE ARC DESIGN

“(...) Pre fe re algo que pos sa fa zer em casa, dig no do que há de me lhor

no mun do, mas vis to com olhos bra si lei ros? Com pre um exem plar da

re vis ta ARC DE SIGN. Pos so afir mar que in gle ses, nor te-ame ri ca nos e

ita li a nos têm de ti rar seus cha péus en car di dos do ran ço ‘Uó Pa per’,

para ad mi rar esta pu bli ca ção bra si lei ra so bre arte (de sign, n.d.r.),

design grá fi co e ar qui te tu ra, de be le za e so fis ti ca ção re con for tan tes”.

Pau lo Lima (edi tor da re vis ta Trip), Jor nal da Tar de, em 2 de ou tu bro de 2001

“(...) que tex to gos to so, Ma ria He le na. Suas pa la vras são em ba la gens

para be lís si mas idéi as. Men sa gem para todo o pes so al da re da ção e

arte: a re vis ta con ti nua re fi na dís si ma, e em sin to nia com um de sign

lú di co, ten dên cia mun di al.”

E-mail de Jo Ta ka has hi, di re tor de pro je tos cul tu rais da Fun da ção Ja pão

Page 10: Revista ARC DESIGN Edição 22

8ARC DESIGN

NEWS.NEWS.NEWS.NEWSCATÁLOGO ANUAL

A Tok & Stok lan çou seu Ca tá lo go

2001: são 200 pá gi nas com toda a

co le ção de mó veis e pe ças da loja.

O con teú do traz in for ma çõ es pre -

ci sas, apre sen ta das de ma nei ra

sugestiva para o com pra dor, bem

de acor do com o es pí ri to da Tok

& Stok: pra ti ci da de e di na mis -

mo. O ca tá lo go pode ser ad qui ri -

do em to das as lo jas da rede.

Mais in for ma çõ es no site www.toks tok.com.br

MOVELSUL, O PODER DA INDÚSTRIA MOVELEIRA

A Mo vel sul, fei ra de mó veis que se re a li za rá em Ben to Gon çal -

ves, RS, de 11 a 15 de mar ço de 2002, se trans for ma, a cada

edição, em um even to mais in te res san te para in dus tri ais, dis tri -

bu i do res, de co ra do res e de sig ners.

Além do in te res se pela pró pria fei ra, o Sa lão De sign Mo vel sul,

even to pa ra le lo, re ve la no vos ta len tos vin dos de to dos os paí -

ses do Cone Sul. A ex po si ção com os pro du tos ven ce do res do

Sa lão De sign tem mos tra do que a pro xi mi da de das gran des

in dús tri as de mó veis em MDF é mu i to pro vei to sa.

Para a fei ra de 2002, a Mo vel sul in tro duz mais uma no vi da de, o

Sa lão Ven de De sign, que cons ta rá de ro da das de ne gó ci os com

os pró pri os fa bri can tes.

Uma re a li da de das mais im por tan tes

no Bra sil. Vale a pena con fe rir!

www.movelsul.com.br

Chai se Chro nos, pre mi a da com men ção hon ro sano Sa lão De sign Mo vel sul 2001. De sign Jo si a neLei te e Ju li a na Treis de Oli vei ra, alu nas da PUC deCu ri ti ba, Pa ra ná. Este ano a ca dei ra é o sím bo lo dafei ra, mos tra da em todo o seu ma te ri al grá fi co

PACOTE COMPLETO

A Gi ro flex, lí der no mer ca do de mó veis para es cri -

tó rio, e a Avan ti aca bam de fir mar um acor do para

que a Gi ro flex pas se a dis tri bu ir a li nha de car pe tes

ins ti tu ci o nais Avan ti com ex clu si vi da de.

Des sa for ma, am bas pas sam a ofe re cer so lu çõ es in -

te gra das para es pa ços em pre sa ri ais. “Ob ser va mos

um in te res se cres cen te en tre nos sos cli en tes na

aqui si ção de um pa co te com ple to de so lu çõ es para

am bi en tes cor po ra ti vos, man ten do a qua li da de e o

su por te que ofe re ce mos”, ex pli ca Mar kus Schmidt,

di re tor de mar ke ting da Gi ro flex.

A Gi ro flex pos sui cer ca de 87 show-ro oms em 73

ci da des do Bra sil. www.gi ro flex.com.br

PRODUÇÃO E INSTALAÇÃO NOTA 10

A Es cri ba aca ba de re ce ber a cer ti fi ca ção ISO 9002

pelo sis te ma de qua li da de em pre ga do na fa bri ca ção

de suas li nhas de mó veis para es cri tó rio. Fo ram

ado ta das uma sé rie de me di das para ob ter ex ce lên -

cia em to das as fa ses da pro du ção que, se gun do o

vice-pre si den te da em pre sa, José Ro ber to Ca le jo,

além de obe de ce rem aos prin cí pi os am bi en tais, es -

ten dem esse res pei to a seus cli en tes, for ne ce do res,

fun ci o ná ri os e co mu ni da de.

Escriba: Av. Europa, 715. Tel.: (11) 4787-3800.

www.escribanet.com.br

Page 11: Revista ARC DESIGN Edição 22

S.NEWS.NEWS.NEWS.NEWDECORAÇÃO EM ALTA

Im por tan tes mar cas como

Daum, Sé vres, Bul ga ri,

Ver sa ce e Ro sen -

thal em 650 me -

tros qua dra dos

nos fa zem vi si tar

di ver sos sé cu los

ao mes mo tem po

na Gri fes & De sign, show-room inau gu ra do re cen te men te.

Du ran te a apre sen ta ção à im pren sa es pe ci a li za da, a Daum

de mons trou a “que bra do mol de”, uma téc ni ca an ti quís si -

ma de fa bri ca ção. An tes de tudo é fei ta a re pro du ção tri di -

men si o nal do de se nho num mol de de ges so em es ca la 1: 1.

A se guir esse mol de é co ber to de cera para que seja fei to

o con tra mol de. Este é pre en chi do com elas tô me ro para

que se ob te nha o mol de de fi ni ti vo. O mol de é en tão re co -

ber to por pe dras de cris tal. A peça toda é fe cha da numa

cai xa de ges so e le va da ao for no a 1.000 graus cen tí gra -

dos, tem pe ra tu ra que vai de cres cen do num pe rí o do mé dio

de 15 dias. De pois des se pe rí o do, o ges so é que bra do

cuidadosa men te para que a peça não trin que. Em ge ral,

50% das pe ças são apro vei ta das; as res tan tes, com pe que -

nas im per fei çõ es, são des car ta das.

Gri fes e De sign: Al. Ga bri el Mon tei ro da Sil va, 795, São

Pau lo, SP. Tel.: (11) 3062-1251.

NOVA COLEÇÃO DPOT

Su bi ta men te, abre-se a gran de opor tu ni da de para os de sig ners

bra si lei ros de mó veis: cri se ver sus co ta çõ es do dó lar, e eis

que sur ge uma nova re a li da de. A fa mo sa Ga bri el Mon tei -

ro da Sil va, ex-re du to ita li a no, na ci o na li za-se.

A Dpot, que já fa zia al gu mas in cur sõ es no de sign na ci o nal,

lan ça uma nova co le ção – co e ren te e ar ti cu la da –, da qual fa -

zem par te o mes tre Sér gio Ro dri gues, os jo vens gaú chos Tuti

Gior gi e Beto Sal vi (boa sur pre sa!), Nido Cam po lon go, Ma ri e ta

Fer ber (com uma óti ma ca dei ra), além de Pe dro Use che, An -

dré Cruz, e da du pla Ger son de Oli vei ra e Lu ci a na Mar tins.

To das as pe ças são ex clu si vas, a qua li da de de pro du ção e

aca ba men to é im pe cá vel e pode ser acres cen ta do ain da o

“plus” eco ló gi co, com as pe ças de Sér gio Ro dri gues, to das

em re e di ção e ago ra pro du zi das em Lyptus, ma dei ra ob ti -

da de plan ti os flo res tais re no vá veis e am bi en tal men te con -

tro la dos. Dpot: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.250, São

Paulo, SP. Tel.: (11) 3082-9513.

Biblioteca Fresh,for ma da por mó - du los em ma dei -ra que po dem seragru pa dos nasmais di ver sas for - mas. O sis te maFresh é com pos to por ele men tos va -za dos, com ga ve tas e por tas em di ver sasme di das e for ma tos. São pro du zi dos emMDF e o aca ba men to pode ser em car va -lho, tau a ri ou laca. O sis te ma de fi xa çãoé fei to pela par te pos te ri or dos mó veis

A ex po si ção XV Prê mio De sign Mu seu da Casa Bra si lei ra tem

pro je to do ar qui te to Pe dro Men des da Ro cha, exe cu ta do com

ma té ria-pri ma da Ma si sa – em pre sa chi le na com fi li al no Bra -

sil –, pro du to ra de pai néis de MDF (me di um den sity fi ber -

bo ard) e OSB (ori en ted strand bo ard).

A em pre sa, uma das lí de res no se tor, é a pri mei ra no

país a fa bri car o OSB, ma te ri al de gran de re sis tên -

cia me câ ni ca e ver sa ti li da de, mu i to di fun di do

em ou tros paí ses, em di ver sos se to res:

cons tru ção ci vil, ar qui te tu ra de in te ri o -

res, em ba la gens e in dús tria mo ve lei ra.

Eco lo gi ca men te cor re ta, a Ma si sa, sete me ses an tes da inau -

gu ra ção de sua fá bri ca em Pon ta Gros sa, Pa ra ná, ini ci ou um

pro gra ma flo res tal com in ves ti men to de 20 mi lhõ es de dó la -

res e pre vi são de plan tio de 2 mil hec ta res/ano. A em pre sa

pro duz os pai néis com Pi nus El li ot tii e Pi nus Tae da; sua fá -

bri ca é a pri mei ra na Amé ri ca do Sul a uti li zar um sis te -

ma fe cha do de tra ta men to de água, cuja mai or vir tu -

de é a re du ção dos re sí du os ge ra dos pelo pro -

ces so. Além dis to, a fa bri ca ção de di fe ren tes

ti pos de pai néis ga ran te o apro vei ta men to

má xi mo dos in su mos. www.ma si sa.com.br

MASISA

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O re sul ta do do con cur so de de sign pro mo vi do pelo Mu seu da Casa

Bra si lei ra ex põe, ao lado de no mes já co nhe ci dos, uma se gun da

ge ra ção de pro fis si o nais. Mu i tos dos de sig ners já re co nhe ci dos,

com pe ne tra ção no mer ca do, não mais se sub me tem à apre ci a ção

de um júri (in clu si ve por que, de um modo ou de ou tro, este já foi

ob je to de con tro vér si as quan to à sua ca pa ci da de), abrin do es pa ço

para aque les que es tão che gan do.

Há pou cas pe ças se le ci o na das para a mos tra? Sim. Mas de pois de

to mar mos co nhe ci men to dos tra ba lhos apre sen ta dos e da se le ção

do júri, não vi mos ou tras com o mí ni mo su fi ci en te de qua li da de

pos sí veis de se rem ex pos tas. Pa ra béns ao jú ri pelo cri té rio e pela

es co lha: im pe cá veis.

Na ten ta ti va de co la bo rar com con cur sos fu tu ros, a jor na lis ta Ethel

Leon, mem bro da co mis são jul ga do ra, en de re çou ao mu seu o do -

cu men to “Al guns Co men tá ri os”, do qual ex traí mos o tex to a se -

guir. “O que pa re ce fal tar ao Prê mio MCB é um sen ti do, uma vo ca -

ção es pe cí fi ca. Fa lou-se no júri da au sên cia de em pre sas mai o res

que in ves tem em de sign. São elas que o prê mio pre ten de lau re ar,

en ten den do que o es for ço de de sign não se faz sem a in dús tria?

Ou o prê mio pre ten de mos trar a em pre sá ri os que exis te um gran -

de time de de sig ners ávi do para cri ar na in dús tria, mas até ago ra

no ban co de re ser va? Se ria pa pel do mu seu pro mo ver o tal en con -

tro de ofer ta e de man da que os pro gra mas ofi ci ais vi vem fa lan do

em fa zer? O pa pel do mu seu se ria o de um ban co de ne gó ci os? Ou

o mu seu se pro põe a uma ta re fa cul tu ral, aque la de iden ti fi car nas

áre as afins ao gran de tema do mu seu (a Casa Bra si lei ra) aque les

pro du tos e ser vi ços (en ten den do de sign de for ma am pla como

pro je to não ape nas de coi sas, mas de in for ma ção e de ser vi ços)

que mos tram um avan ço, ori gi na li da de, no vas con cep çõ es com

pa pel cul tu ral re le van te? Des sa de fi ni ção pode de cor rer um prê -

mio, um con cur so de idéi as com um ou mais ob je ti vos es pe cí fi cos.”

ARC DE SIGN pu bli cou em mar ço de 2001 o pri mei ro ar ti go de

O D E S I G N P O S S Í V E L

No alto, fru tei ra Eira em alu mí nio re pu xa do em tor no e aca ba men to em ver -niz acrí li co, de Anet te Ring e Sara Ro sem berg. A es pes su ra fi nís si ma doalu mí nio (1.25 mm) ga ran te be le za, le ve za e – pre o cu pa ção ain da rara noBra sil – eco no mia de ma té ria-pri ma. Ob je to re ci clá vel e com pos si bi li da -de de ser pro du zi do em es ca la in dus tri al.Ao lado, ca dei ra Giro, de sign Lars Di e de rich sen. Con cha em cha pa depo li car bo na to re cor ta da e do bra da, es tru tu ra em aço car bo no compin tu ra epó xi. Duas con fi gu ra çõ es pos sí veis, de acor do com o “giro”do ma te ri al: ca dei ra com en cos to alto, pol tro ni nha com bra ços

O XV Con cur so De sign Mu seu

da Casa Bra si lei ra vê nas cer a

se gun da ge ra ção de de sig ners

con tem po râ ne os. De sign Pos -

sí vel – que não é um ju í zo

qua li ta ti vo – tal vez seja a ex -

pres são que me lhor de fi na os

pro je tos apre sen ta dos

Maria Helena Estrada

XV P

rêmio

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a

Fotos Andrés Otero

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uma sé rie so bre o de sign bra si lei ro 2000 + 1. Fa la va-se das idéi as que

gi ram em tor no ao de sign, bem como da si tu a ção da pro du ção e do mer -

ca do que os pro fis si o nais en con tram. Ana li sa vam-se as ba ses do de sign

bra si lei ro con tem po râ neo, qua se sem pre ori gi ná rio de uma es té ti ca que

po de re mos cha mar de “es té ti ca do pos sí vel”.

Por quê? As ra zõ es já são bem co nhe ci das e vão da fal ta de for ma ção, à

fal ta de apoio da in dús tria, às di men sõ es re du zi das de um mer ca do que

ain da não é “ex port ori en ted”. Um cír cu lo vi ci o so? Tal vez. Mas mu i tas

ten ta ti vas e açõ es já es tão sen do re a li za das para que brá-lo.

Di ver sos ór gãos e ins ti tu i çõ es, go ver na men tais ou não, têm um dis cur so

in sis ten te: ex por ta ção. Va mos agre gar a nos sos pro du tos o va lor de sign

para po der mos ex por tar em con di çõ es com pe ti ti vas. Mas, acre di ta mos,

sem uma base só li da para este de sen vol vi men to – que co me ça ria com

uma re for ma cur ri cu lar – qual quer es for ço é inú til. E o po bre re sul ta do de

to dos os úl ti mos con cur sos de de sign, se jam do mu seu ou não, é uma pro -

va con cre ta de que a mai o ria dos jo vens de sig ners não tem a for ma ção ne -

ces sá ria para lan çar no mer ca do (e aqui fa la mos de ade qua ção, de idéi as

ino va do ras e do mar ke ting do pro je to, para fazê-lo acei to pela in dús tria)

um pe que no ob je to nem, mu i to me nos, as su mir seu pos to na in dús tria.

Quais, en tre ou tras, se ri am as ques tõ es que de ve ri am ser dis cu ti das an -

tes de se dar o “start” para um es tí mu lo à pro du ção e à ex por ta ção?

De fi ni ção da iden ti da de? É a ma dei ra ma ci ça o ma te ri al que re fle te a

iden ti da de bra si lei ra? Qual a pri o ri da de: ca pa ci ta ção ar te sa nal ou tec no -

ló gi ca (o “exó ti co” de nos sa pro du ção ar te sa nal tem gran de acei ta ção

em mer ca dos eu ro peus)? Qual o pa drão de qua li da de fí si ca a ser atin gi -

do? É su fi ci en te esse “de sign pos sí vel” que es ta mos pra ti can do?

Por ou tro lado, uma dis cus são so bre de sign deve ne ces sa ri a men te ser

É um pra zer ver os tra ba lhos de He loi sa Croc co.Pes qui sa, pre o cu pa ção com a eco lo gia, aca ba -men to per fei to, e mais. Aci ma, cai xa em pi nusel li ot ti tra ta do (30 anos de ga ran tia con tra da -nos bi o ló gi cos) para uten sí li os do més ti cos, pro -du zi da pela Du ra pi ne. Lou ça da Por ce la na Vis taAle gre do Bra sil

Aci ma, pri mei ro prê mio para mo bi li á rio, a Mesa

Fina, pro je to de Ivan Si e wers, tem tam po em ma de -

fi bra de 20 mm e sus ten ta ção em aço car bo no; pi

n -

tu ra em tin ta mi cro tex tu ri za da em di ver sas co res

19ARC DESIGN

Page 22: Revista ARC DESIGN Edição 22

an te ce di da por ou tra ques tão: de que de sign es ta -

mos fa lan do?

Se nos ati ver mos ao de sign de mo bi li á rio, ilu mi na ção,

ob je tos, mes mo as sim te mos an ta go nis mos: aque le

pra ti ca do pe los gran des pó los mo ve lei ros – que já ex -

por tam, e mu i to, mas sem um real va lor agre ga do; o

da pe que na in dús tria; o do “pás sa ro so li tá rio” que

deve des co brir, ga rim par suas pró pri as saí das, do

for ne ce dor de ma té ria-pri ma ao pon to-de-ven da.

No con cur so do Mu seu da Casa Bra si lei ra é este úl ti mo que en con tra mos.

Ana li san do a se le ção fei ta pelo júri do mu seu, po de mos se pa rar uma boa idéia de um pro du to

de sen vol vi do vi san do a pro du ção in dus tri al. Um tra ba lho de li ca do em ma dei ra do uso in dis cri -

mi na do da ma dei ra ma ci ça. O prê mio de ve ria ser sem pre dado ao pro du to com me lhor qua li -

da de de aca ba men to? E as “ins pi ra çõ es por pro xi mi da de”, como fi cam?

A ma dei ra, essa ve lha he roí na/vilã de nos so de sign, con cor reu com um gran de nú me -

ro de “já vis tos”, sem pre na óti ca de der ru bar uma ár vo re para cons tru ir um mó vel. To -

dos des clas si fi ca dos. Pa ra béns ao júri! Foi se le ci o na do o tra ba lho da de sig ner e pes qui -

sa do ra gaú cha He loi sa Croc co.

Uma boa idéia: a trans po si ção de uso do me lhor pro du to bra si lei ro

pro du zi do em lar ga es ca la: a san dá lia ha vai a na. Re sul tou um

sim pá ti co re vis tei ro, ain da um pri mei ro es tu do, acre di ta mos, ou ape -

nas uma di ver ti da iro nia de Pe dro Use che.

A qua li da de fí si ca, que qua se sem pre é pre cá ria

nos ob je tos apre sen ta dos para jul ga men to, está re pre -

sen ta da pela fru tei ra Eira, de Sara Ro sem berg e Anet te

Ring e pelo pri mei ro prê mio, a mesa Fina, de Ivar Si e -

wers. A ino va ção ma té ri ca che gou com a em ba la gem

em re si na para uma co le ção de jói as, de Fer nan do e

Hum ber to Cam pa na. No que diz res pei to à in dús tria, es -

tão pre sen tes a Bras mo tor e a Deca, esta com um bom

chu vei ro, o Aqua max, que so fis ti ca a moda do “pa ne lão”.

Quin ze anos inin ter rup tos de re a li za ção e, a con si de -

rar o ob je ti vo ex pres so no edi tal, “in cen ti var a re ve -

la ção de no vos ta len tos”, o museu pode con si de rar

sua mis são com pri da.

Ma dei ra la mi na da e per cin tas de al -go dão: um pro je to in te li gen te, queapro vei ta o mes mo mol de para cur -var to das as pe ças de ma dei ra. Es -pre gui ça dei ra Pis cis (aci ma), de signMi chel Sca ra no.À di rei ta, ga ve tei ro San fo na, em bor -ra cha de PVA do bra da e pres si o na da,ser vin do como ele men to de sus ten -ta ção e fi xa ção de pra te lei ras e ga -ve tas em acrí li co. De sign Ilse Lang

Os prin ci pais ele men tos es tru tu -rais da pol tro na Eno ra, de sign Jor -ge Mon ta na, ba sei am-se na jan ga -da nor des ti na (foto à direita). Es -tru tu ra em ma dei ra cer ti fi ca dacom aca ba men to em laca po li u re -ta no, as sen to em pa lhi nha e en cos -to em te ci do de al go dão. Ofe re cetrês po si çõ es de re gu la gem paraen cos to e as sen to

À esquerda, cadeira Coringa,design Flavia Pagotti Silva, ven -cedora do prêmio para pro -tótipo na categoria Mo biliárioResidencial; desenvolvido du -rante o curso de mestrado noRoyal College of Arts, Londres

20ARC DESIGN

Foto divulga

ção

cadeira... girando... poltrona

Page 23: Revista ARC DESIGN Edição 22

21ARC DESIGN

Acima, em ba la gem em re si na fle xí vel para jói as.Pro je ta da para uma co le ção es pe cí fi ca (veja ARCDE SIGN nº 20), é moldada internamente segundo ode se nho da jóia, per mi tin do sua per fei ta aco mo da -ção e sua vi su a li za ção ex ter na. De sign Ro ber to Stern,Fer nan do e Hum ber to Cam pa na

Acima, poltrona e banqueta Pop Up, em chapa de acrílico com pig-mento de fósforo, parafusos em latão, assento e encosto em filmede PVC cristal de 35 mm, pneumáticos. Design Vilmar Pellisson.No pé da página, escorredor de pratos desmontável D´Agua.Projeto de Renata Costa Mendes. Uma única peça de polipropilenoinjetado, é desmontável, podendo ser embalada na forma plana

Acima, revisteiro Havaianas, um projeto divertidode Pedro Useche. Usa a marca registrada brasileiracomo elemento irônico e perfeitamente funcional.Estrutura em metal, fixação com ventosas

• MOBILIÁRIO RESIDENCIAL1º lugar: Mesa Fina (design Ivar Siewers)2º lugar (empate): Linha Painel (design Flávio Borsato e Maurício L Nunes) e SofáNinho (design Marcus Ferreira)Menção honrosa: Poltrona Enora (design Jorge Montana)1º lugar de protótipo: Cadeira Coringa (design Flávia Pagotti Silva)

• UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS1º lugar: Vaso Dois Irmãos (design Eduardo Lopes Malot)1º lugar de protótipo: Escorredor de Pratos (design Renata Costa Mendes)Prêmio Incentivo ao Design: Caneta Surf (design Guto Índio da Costa e Martin Birtel)

• PRÊMIO ESPECIAL POR DESIGN INOVADOREstojo de Jóias (design Roberto Stern, Fernando e Humberto Campana)

• TÊXTEIS E REVESTIMENTOS 1º lugar: Vassourinhas (Kelley Brian White)

• ILUMINAÇÃO1º lugar: Arraia (design Daniel Lafer)Prêmio Incentivo à Produção do Design: Linha Led Point (design Ricardo Monteiroe Adriano Andrade)1º lugar de protótipo: Movediça (Paulo Biacchi e Aleverson Ecker)

• EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS1º lugar: Centrífuga (design Gustavo Chelles e Míriam Romi Hayashi)2º lugar (empate): Ventilador de Teto (design Guto Índio da Costa e Martin Birtel)e Linha de Refrigeradores e Freezers (design Newton Gama Jr.)

• EQUIPAMENTOS DE CONSTRUÇÃO1º lugar: Chuveiro Aquamax (design Ana Lúcia de Lima Pontes Orlovitz)2º lugar (empate): Lavatório de Tampo Redondo e Lavatório de Semi-EncaixeQuadrado (ambos design Edison Luiz Anholon) Menção honrosa: Maçaneta Lisa da Linha Design (design Luciano Deviá)

• ENSAIOS CRÍTICOS1º lugar: Hot-dog no Fogão à Lenha: Inovações Transformando o Gosto Ca rioca(autora: Luciana Montenegro)

PREMIADOS NO XV PRÊMIO DESIGN, NAS CATEGORIAS:Foto Ferna

ndo Silveira

A montagem da exposição, projeto do arq. Pedro Mendes da Rocha, foi rea lizadacom o MDF e o OSB da empresa Masisa

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22ARC DESIGN

À di rei ta, lu mi ná ria Li nha Pop, daem pre sa Mar ton Mar ton, concor-reu ao Prêmio MCB, não foi se le ci -o na da pelo júri, mas re ce beu ovoto de ARC DE SIGN. Acrí li co lis -ta do em vá ri as co res (sis te ma demon ta gem das lis tas pa ten te a do),fe cha men to com sis te ma de ímã;lâm pa da PL fria

“Adap tar nun ca foi pro ble ma. E a nos sa tra di ção de au ten ti ci da -

de é aque la de acei tar cri a ti va men te a ex pe ri ên cia dos ou tros.

Pe ga mos o que te mos, apro vei ta mos idéi as dos an te pas sa dos,

mis tu ra mos tudo num cal dei rão de et ni as ge ne ro so, com mu i to

cal do de ga li nha gor da”, es cre ve Nina Hor ta na co lu na gas tro -

nô mi ca da Fo lha de S. Pau lo de 27 de se tem bro.

Abs train do-se o cal do, cha ma nos sa aten ção essa vi são su til

de nos sa iden ti da de. No de sign, não acon te ce o mes mo?

A cada nova ge ra ção aper fei çoa-se o pro je to, in tro -

duz-se mais al gu mas pi ta das de tec no lo gia com

no vos ma te ri ais, e no vas idéi as sur gem no ar.

Mas não saem da lem bran ça de nos sos de -

sig ners os cin co sé cu los cons tru í dos com

ma dei ra (são su fi ci en tes, não?). Que tal olhar para

os la dos e des co brir as fi bras, o bam bu, a bor ra cha?

Ca mi nha-se, é ver da de, mas os ví ci os per ma ne cem. Re tor na a

cada nova ge ra ção a fal ta de pes qui sa e a pres sa, que faz con fun -

dir o pri mei ro pro tó ti po com o pro du to fi nal; a acei ta ção fá cil da

pri mei ra so lu ção en con tra da; a pe ri go sa fo lha de po li es ti re no, ou si -

mi la res de ou tra na tu re za, ca pa zes de re du zir es for ços e as pi ra çõ es;

o con for mis mo di an te do já ci ta do “de sign pos sí vel” (veja ar ti go so bre

Mu i to

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Maria Helena Estrada

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23ARC DESIGN

Acima, luminária Tetraedro, de Valentina delNero. Um círculo repetido nas quatro faces, emacrílico translúcido leitoso. Montagem por meiode encaixes. Ao lado, miniforno Cuca aquece,cozinha, assa, tosta, descongela graças ao seumaterial, a cerâmica, e à sua forma. Bonito e ele-gante, pode ser levado à mesa. Utilizado nachama do gás. Design Paula Dib

D E S I G N B R A S I L 2 0 0 0 + 1

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Ao lado e acima, mesa Ozônio: com estrutura emferro pintado (branco ou preto) e tampo em acríli-co e vidro, é uma boa surpresa encontrada por ARCDESIGN na Benedixt. Design Guto Marcondes

Com es tru tu ra em fer ro pin ta do e per cin -tas plás ti cas trans pa ren tes, o re vis tei roPVC (foto acima), de Guto Mar con des, éexem plo bem-su ce di do do “de sign pos sí vel”:sim ples e bem-re sol vi do

Um de ta lhe prá ti co com ape lo for mal: a mesa de cen -tro Send (acima e ao lado) traz uma ban de ja em bu ti -da no tam po. Pés e pu xa do res em aço inóx po li do;tam po em MDF re ves ti do com com pos to ze bra no;ban de ja re ves ti da em cou ro. De sign Mar cus Fer rei ra

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Aci ma, lu mi ná ria S1, em cha pas de po li pro pi le no. De signSauê Fer lau to, de sen vol vi do para o sis te ma Clic, da Se cu rit.Abai xo, pa ti ne te com mo tor elé tri co, tem au to no mia de 25km e 6 ho ras. Es tru tu ra em alu mí nio, ca re na gem ex ter na emABS in je ta do. Pro je to de Fa bio Fer nan des

o con cur so do MCB), que se gu ra men te não é o de sign de se já vel.

As es co las de de se nho in dus tri al, pelo me nos al gu mas de -

las, es tão ten do um pa pel fun da men tal para a in ser ção do

de sig ner no pro ces so in dus tri al. Na opi ni ão de Cyntia Ma -

la gu ti, de sig ner, pro fes so ra e con sul to ra da FI ESP, “hoje

há um en ten di men to mu i to mai or por par te dos em pre sá -

ri os em re la ção aos de sig ners e des tes em re la ção à re a li -

da de in dus tri al. Já se ca mi nhou mu i to e a par ce ria está co -

me çan do a acon te cer. Nes se pro ces so, as pró pri as es co las

con du zem os acor dos com as em pre sas”.

Na ver da de, quan do re ce be mos na redação um pro je to de

alu no ou de ex-alu no, de um de sig ner saí do de al gu ma boa

fa cul da de, este ime di a ta men te se faz no tar. É o caso do for -

no ce râ mi co, de Pau la Dib (FAAP), e da pa ti ne te mo to ri za -

da, de Fa bio Fer nan des, alu no da Uni ver si da de Fe de ral do

Pa ra ná. A fal ta de for ma ção aca dê mi ca dei xa trans pa re cer

a gran de fra gi li da de de mu i tas so lu çõ es e pro je tos.

Boas idéi as, sim. Sur gem sem pre. Com es sas boas idéi as,

po de rí a mos for mar a base de uma nova es té ti ca. Mas sem

os ins tru men tos ade qua dos, as idéi as são lan ça das como

pi pas ao ven to: cha mam a aten ção, so bem e de sa pa re cem.

Abai xo e à es quer da, cha vei ro Qui!, de sign Ro dri -go Leão, do Es tú dio Mut. Uma peça in tei ri ça embor ra cha que, em bo ra de sim ples lei tu ra, vemacom pa nha da de bula

25ARC DESIGN

ONDE ENCONTRAR

• Estúd io Mut - te l . : ( 1 1 ) 3801- 1639

• Bened ix t - te l . : ( 1 1 ) 3064-1438

• Decameron Des ign - te l . : ( 1 1 ) 5641- 1884

• Fáb io Fernandez - te l . : ( 1 1 ) 3085-2017

• Marton (Casa 21 ) - te l . : ( 1 1 ) 3088-9698

• Paula D ib - te l . : ( 1 1 ) 287-0127

• Sauê Fer lauto - te l . : ( 1 1 ) 255-3969

• Va lent ina De l Nero - te l . : ( 1 1 ) 5579-9190

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lipe

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Aci ma e ao lado, lu mi ná ria Ne bu lo sa, de sign Ma ri a na Du pas e Rosa Ber -ger. De sen vol vi da a par tir da man guei ra co nhe ci da como cor da lu mi no sa,re ves ti da por uma rede de po li e ti le no (saco de la ran ja). Pode ser exe cu ta -da em qual quer com pri men to, pen du ra da ao teto ou no chão

Abaixo, lu mi ná ria Vic tor: pro tó ti po em po li es ti re no,cri a do a par tir de do bras. O de se nho tira pro vei to doma te ri al elé tri co, que con tri bui na fi xa ção das par -tes. Em duas ver sõ es: mesa e piso (foto), este comum me tro de al tu ra. De sign Tetê Knecht

Se nos sa ga rim pa gem, nes ta edi ção, mos tra mu i tos exem plos

iso la dos de pro je tos, ti ve mos a ale gria de ver nas cer o No Tech,

mo vi men to ou co le ção, com pro je tos de um gru po de de sig ners.

Como sur ge o No Tech?

Com um cur so que teve iní cio de for ma des pre ten si o sa, au las

qua se sem pre ao ar li vre, nas es ca da ri as do MUBE, em São Pau -

lo, com dois “mes tres”, que se que ri am mais in ter lo cu to res, ou

ati ça do res de idéi as – Fer nan do e Hum ber to Cam pa na –, e um

gru po de jo vens dis pos tos a fa zer de sign com as mãos.

O fato novo é que há mu i tas dé ca das não ví a mos o que se po de -

ria cha mar de “es co la” ou “mo vi men to” (mes mo nas ar tes), ou

seja, um gru po de pes so as, qua se sem pre jo vens, reu ni do em

tor no de idéi as co muns. Na ver da de, no de sign bra si lei ro, te mos

re gis tro ape nas do mo vi men to “Bran co e Pre to” nos anos de

1960, for ma do por um gru po de ar qui te tos, tam bém pro je tis tas

de mó veis, que se uni am em tor no dos mes mos con cei tos es té ti -

cos ou for mais. À par te esse exem plo, não se “cri ou es co la”, nin -

guém fun dou as ba ses de uma es té ti ca bra si lei ra.

N o T e c h

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o

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Aci ma, lu mi ná ria Bóia Fria, de sign José Ma cha do. Bói astrans pa ren tes, nas co res azul, ver de ou rosa, com 70 cm dedi â me tro e 20 cm de es pes su ra, aco mo dam per fei ta men te,ape nas pela pres são so bre o raio in ter no da bóia, uma lâm pa da flu o res cen -te cir cu lar. O de sig ner co men ta que, mais que um pro je to, “é uma coin ci -dên cia in dus tri al”. Em nos sa opi ni ão, é um óti mo pro du to

Um gru po de jo vens, ago ra, qua se sem per ce ber, re a li zou a fa ça nha.

Tudo co me çou com as au las, ou me lhor, ofi ci nas. Os ir mãos

Cam pa na trou xe ram da me mó ria cai pi ra esse fa zer com as

mãos, pe gan do qual quer so bra ou ga lho que hou ves se por per -

to; um olhar que atra ves sa a ma té ria e re de fi ne seu des ti no.

Uma ati tu de pró pria do ir fa zen do, ex pe ri men tan do, en tran do na

alma de cada ma te ri al para en ten der o que este quer di zer.

Foi esse sa ber in tu i ti vo que con ta mi nou seus alu nos e per mi tiu que,

des sas au las, sur gis se uma co le ção de ob je tos com lin gua gem pró -

pria, co e ren tes en tre si, ex pres san do uma idên ti ca in ten ção.

Uma es té ti ca bra si lei ra? Tal vez. Não se in ven tou nada. A trans po si -

ção de uso dos ma te ri ais é usa da por di ver sos

de sig ners – em ou tros paí ses. O novo é o olhar

bra si lei ro – li vre, leve, sol to, co lo ri do, de li ca do e

bem-hu mo ra do. Nova, e mu i to ve lha, é essa re -

cei ta de alma bra si lei ra da qual fala a “food de -

sig ner” ou qui tu tei ra Nina Hor ta, no iní cio des -

sas re fle xõ es so bre o de sign bra si lei ro. �

À di rei ta, ta pe te Pi ru li to, de sign Car la Ten nen baum,“te ci do” em ar go li nhas de PVA (des car te de ou tropro du to) e ara me, com um in crí vel re sul ta do

Ao lado, di fu sor, de sign Cris ti na Jans tein. Fi xa do ao so que te para re du zir o ofus ca -men to cau sa do pela lâm pa da flu o res cen tecom pac ta, é tam bém um ele men to de co ra ti- vo. Em tela sin té ti ca co lo ri da e vel cro; hátam bém ver sõ es em cha pa de po li pro pi le no e pa pel ja po nês, en tre ou tras

Os produtos da NoTech estão à venda no Santodo Pau Oco, rua Cônego Eugên io Le i te 1 . 152, São Pau lo , SP. Te l . : ( 1 1 ) 3518-9104

Foto Andrés Otero

Foto

And

rés

Oter

o

Utilizando a recicla gem,a designer Teresa Sandes, de

Goiânia transformou uma latapara material fotográfico de uso

hospitalar em uma bolsa “up-to-date” (fotoacima). Teresa Sandes não participou damostra NoTech, mas a prioridade dos con-ceitos nos fez colocá-la neste artigo

Page 30: Revista ARC DESIGN Edição 22

Qua dros em fi bra de car bo no e liga de

ti tâ nio, múl ti plos sis te mas de mar cha

e ci clo com pu ta do res para me dir

a dis tân cia per cor ri da são

ape nas al guns dos mu i tos

avan ços pe los quais a

bi ci cle ta pas sou, até se

trans for mar na “bike”

con tem po râ nea

Win nie Bas ti an

Bikese

Bicicletas

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29ARC DESIGN

Na pá gi na ao lado, de ta lhe da bi ci cle ta Su per8, pro du zi da pela em pre sa nor te-ame ri ca naSan ta Cruz. Aci ma, pôs ter da em pre sa The Qua drant Tricy cleCo., 1885. A pro pa gan da mos tra um tri ci clo compneus de bor ra cha com pac ta: o pneu in flá vel se -ria in ven ta do dois anos de pois. À di rei ta, Drai si a -na, cons tru í da em ma dei ra com as sen to em cou -ro. Abai xo, Ari el, pri mei ra bi ci cle ta alta pro du zi dana In gla ter ra (Smith, Star ley & Co.Co ventry, 1872)

Qua dro “but ted-tube”, gar fos te les có pi cos, ca tra cas, mo -

las pneu má ti cas ou de elas tô me ros, co ro as, en gre na -

gens, sis te mas de trans mis são, ma ne tes, sa pa ti lhas, per -

ni tos, man gui tas, são al guns itens que com põ em o com -

ple xo uni ver so dos “bi kers”. Mas não foi sem pre as sim.

Duas ro das li ga das por uma viga de ma dei ra e mo vi das

por im pul sos al ter na dos dos pés so bre o solo, sem di re -

ção mó vel (an da va em li nha reta): era o ce le rí fe ro – cri a -

do pelo con de fran cês Mede de Si vrac, avô tor to da bi ci -

cle ta –, pri mi ti vo de mais, se gun do al guns his to ri a do res,

para ser con si de ra do seu an te ces sor.

Em 1817, o ba rão ale mão Karl Fri e drich Drais von

Sau er bronn ins ta la o gui dom no ce le rí fe ro e cria a

Drai si a na. O veí cu lo pas sa a des per tar o in -

te res se dos no bres, que pre ten di am usá-lo

para subs ti tu ir o ca va lo em seus pas sei os. Al -

gu mas drai si a nas tra zi am, em sua par te

fron tal, uma ca be ça de ani mal, pro vá vel

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30ARC DESIGN

Aci ma, bi ci cle ta para bom bei ros, Grã-Bre ta nha, 1905: o qua drofoi pro je ta do para in cor po rar uma man guei ra en ro la da. À di rei -ta, dois anún ci os de 1890, am bos pro du zi dos pela Fre de rickDan ger fi eld Lith. Abai xo, Kan ga roo, pro du zi da em 1884 pelaHill man, He bert & Co o per. Ape sar de alta, era mais fá cil de mon -tar do que as ou tras, gra ças à im plan ta ção de uma en gre na gemna roda di an tei ra, que per mi tiu a re du ção do di â me tro. Pri mei ra aim plan tar este me ca nis mo com su ces so, a Kan ga roo foi co pi a dapor mu i tos fa bri can tes. Aci ma dos pe dais, des can sos para os pés

ana lo gia à subs ti tu i ção do ca va lo pelo novo veí cu lo,

que pas sou a ser co nhe ci do como “hobby-hor se”.

Esse en tu si as mo, po rém, du rou me nos de dois anos.

A ine fi ci ên cia do apa re lho e a fal ta de pra ti ci da de –

cada vi a gem cus ta va um par de bo tas! –, além da pés -

si ma con di ção das es tra das, con tri bu í ram para o fim

da moda do “hobby-hor se”.

So men te com a co lo ca ção de ma ni ve las e pe dais pelo

es co cês Kirk pa trick McMil lan, em 1840, esse veí cu lo –

ago ra cha ma do ve lo cí pe de – pas sou a atin gir um pú bli -

co mai or. O “pe dal” de McMil lan con sis tia em duas

bi e las, li ga das ao eixo tra sei ro por bar ras de fer ro,

que eram aci o na das pe los pés: ago ra o ci -

clis ta po dia mo ver seu veí cu lo sem

co lo car os pés no chão; no en -

tan to, a pe da la da era des con -

for tá vel e ha via di fi cul da de

de equi lí brio.

O aper fei ço a men to do

pe dal e sua trans fe -

rên cia para a roda

di an tei ra, na dé ca da

de 1860, au men tam

a po pu la ri da de do

ve lo cí pe de, que se

tornou moda in ter na -

ci o nal. Em Pa ris, a pre -

fei tu ra co me ça a cons -

tru ir vias es pe cí fi cas para

bi ci cle tas em 1862!

Dez anos de pois, os ve lo cí pe des

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31ARC DESIGN

No alto, à es quer da, “Tan dem”, bi ci cle ta para duas pes so as.Aci ma, Spa ce lan der, pro je ta da por Frank Bow den em 1956 epro du zi da em 1960 pela in dús tria nor te-ame ri ca na Bo mard.O anún cio des te mo de lo pro cla ma va: “Não é um jato! Não éum Cor vet te! Não vem do es pa ço!” Abai xo, mo de lo Ex cel si or, para cor ri da; pro du zi do em 1889pela Bay liss, Tho mas & Co., Lon dres

per dem es pa ço para uma nova in ven ção: as “bi ci cle -

tas al tas”, cu jas ro das di an tei ras che ga vam a atin gir

diâ me tros de 1,50 m, en quan to as tra sei ras di mi nu í am

pro por ci o nal men te para es ta bi li zar o qua dro e fa ci li -

tar a su bi da e des ci da do “mo to ris ta”. Esse novo

mo de lo não ape nas per mi tia ve lo ci da des mai o res,

como mai or con for to: os lon gos rai os da roda di an -

tei ra au xi li a vam, jun ta men te com os pneus com -

pac tos de bor ra cha, a di mi nu ir as sa cu di das cau sa -

das pe las es tra das de ter ra ou pa ra le le pí pe dos. O

au men to, po rém, fez sur gir má qui nas pe ri go sas:

os ci clis tas per di am com ple ta men te o con ta to com

o solo en quan to es ta vam pe da lan do.

Uma ino va ção per mi tiu, por vol ta de 1876, a cri a -

ção de um modelo mais se gu ro e que, sal vo os

aper fei ço a men tos, é o que usa mos até hoje: os pe -

dais fo ram des lo ca dos para o cen tro da bi ci cle ta e

a tra ção pas sou para a roda tra sei ra por meio de

uma cor ren te de trans mis são.

No fi nal da dé ca da de 1870, Ja mes Star ley in tro du -

ziu um dis po si ti vo que mul ti pli ca va o giro da

roda por meio de duas cor rei as den ta das li ga -

das ao pe dal e ao eixo tra sei ro, o que per mi -

tiu di mi nu ir o di â me tro da roda di an tei ra sem

per der a ve lo ci da de das bi ci cle tas al tas. Já era

um alí vio não ter de “su bir às al tu ras” para al -

can çar o se lim.

Logo de pois, o pneu in flá vel – cri a do pelo in glês

John Dun lop em 1887 e aper fei ço a do pou cos

anos de pois pe los ir mãos Mi che lin – adi ci o nou con -

for to e efi ci ên cia. A re a ção pú bli ca à nova má qui na foi

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32ARC DESIGN

Abaixo, da esquerda para a direita, mo de los Mas ter Kro no Re corde Fer ra ri, am bos fa bri ca dos pela Col na go, uma das em pre sas pre -fe ri das pe los cor re do res do Tour de Fran ce, tradicional provaciclística, que acon te ce des de 1903. A Mas ter Kro no Re cord é ummo de lo de 1986, uti li za do por ci clis tas pro fis si o nais em pro vasde ve lo ci da de e pos sui ro das com dis cos de fi bra de car bo no

sur pre en den te até mes mo para os fa bri can tes. Não se

tra ta va mais de uma moda pas sa gei ra.

“Em 1896, o New York Jou nal of Com mer ce es ti ma va que

a fe bre da bi ci cle ta ha via cau sa do uma per da anu al aos ou -

tros ne gó ci os de cer ca de 112.500.000 dó la res. Jo a lhei ros

e re lo jo ei ros re cla ma vam que as pes so as não es ta vam

mais eco no mi zan do para com prar seus pro du tos. Os ven -

de do res de pi a no ti ve ram suas ven das re du zi das pela me -

ta de, pois po dia-se com prar duas bi ci cle tas pelo pre ço

de um pi a no”, afir ma o his to ri a dor Pryor Dod ge em seu

li vro “The Bicy cle”. A dé ca da de 1890 fi cou co nhe ci da

como a “Épo ca de Ouro” da bi ci cle ta: ha via cer ca de 3

mi lhõ es de bi ci cle tas nos Es ta dos Uni dos, um mi lhão

na Fran ça e na In gla ter ra e meio mi lhão na Ale ma nha!

No fi nal da dé ca da de 1890, quan do os pre ços fi ca ram

bas tan te re du zi dos, a clas se tra ba lha do ra pas sou a ter

aces so à bi ci cle ta, uti li zan do-a como meio de trans por -

te e la zer. Com isso, os mem bros da eli te re tor na ram

aos seus ca va los, e as clas ses mais abas ta das pas sa -

ram a uti li zar o au to mó vel.

As sim, a bi ci cle ta usa da como meio de trans por te

se tor nou ob so le ta, e os fa bri can tes pas sa ram a se

pre o cu par mais com a for ma do que com a fun ção.

As bicicletas de bambu, acima, têm sido um sonho recorrente. A

da direita foi produzida em 1894 pela Bamboo Cycle Co.; a da

esquerda é um protótipo que está sendo desenvolvido pelo estúdio

de Ross Lovegrove (com a colaboração do designer brasileiro

Flavio Deslandes) para a empresa britânica Biomega. A diferença

entre ambas? A tecnologia existente nas conexões metálicas. O

aspecto formal, porém, não reflete os 107 anos que as separam

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Acima, En du ro Ex pert FSR, fa bri ca da pela em pre sa nor te-ame ri ca na Spe ci a li zed. Qua dro exe cu ta docom tec no lo gia de mol da gem Trans Form, que pos si bi li ta a exe cu ção de de se nhos mais ela bo ra dos,per mi tin do qua dros mais le ves com a mes ma a re sis tên cia. Abaixo, Spe ed 5200, pro du zi da pela nor -te-ame ri ca na Trek: para cor ri da, é o mo de lo es co lhi do pelo cam pe ão Lan ce Arms trong. Leve (pesaape nas 7 quilos), pos sui qua dro em alu mí nio e fi bra de car bo no sem emen das apa ren tes, o que re -pre sen ta me lhor ae ro di nâ mi ca, tam bém fa vo re ci da pela me nor quan ti da de de rai os nas ro das

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34ARC DESIGN

À esquerda, mo de lo Car ve, para Cross Country. Pro du zi dopela ca na den se Rocky Moun tain, pos sui “full sus pen si on” equa dro em alu mí nio; pesa ape nas 12 quilos. No pé da páginaao lado, mo de lo Oc ta ne, pro du zi do pela nor te-ame ri ca naScott. Para Free Ride, pos sui “full sus pen si on” (dois amor te -ce do res: di an tei ro e tra sei ro) e freio a dis co (mais efi ci en te).Re for ça da, pos sui qua dro em alu mí nio com du pla es pes su rae pesa cer ca de 14 quilos

Aci ma, mo de lo Su per 8, para Dow nhill.Pro du zi do pela em pre sa ca li for ni a naSan ta Cruz, pos sui qua dro re for ça do emalu mí nio; um ver da dei ro “tan que”: pesa23 quilos. À direita, detalhe da suspensão

Por vol ta de 1920, sur ge nos Es ta dos Uni dos a “mo tor -

bi ke”, uma bi ci cle ta de se nha da para se as se me lhar às

pri mei ras mo to ci cle tas. Di ver sos mo de los se gui ram

esse pa drão, in flu en ci a dos, além do au to mó vel, pelo

avi ão, como o Bow den Spa ce land, fa bri ca do em 1960.

Era uma bi ci cle ta co mum com uma “capa” em fi bra de

vi dro, dis po ní vel em sete co res.

Mes mo com o de clí nio do uso da bi ci cle ta, seus com po -

nen tes con ti nu a ram a ser pro du zi dos e, iro nia, usa dos

na cons tru ção de au to mó veis e avi õ es – tu bos le ves de

aço, rai os me tá li cos, cor rei as den ta das, câm bi os di fe -

ren ci ais e va ri á veis, pneus in flá veis, frei os se gu ros etc.

Cu ri o si da de: a idéia da pri mei ra ca dei ra com es tru tu ra

tu bu lar cur va da, cri a da por Mar cel Breu er, par tia do

pró prio gui dom da bi ci cle ta que pe da la va!

O sur gi men to do moun tain bike, na dé ca da de 1970,

deu gran de im pul so ao de sen vol vi men to tec no ló gi co da

bi ci cle ta. O es por te ga nhou po pu la ri da de ins tan tâ nea e,

ló gi co, se es pe ci a li zou: hoje, mo da li da des bem-de fi ni -

das exi gem ti pos es pe cí fi cos de bi ci cle ta. Em pro vas de

ve lo ci da de, a le ve za da “ma gre la” pode ser de ter mi nan -

te na clas si fi ca ção do atle ta; para uma pe da la da de

lon ga du ra ção, con for to (leia-se “full sus pen si on”) é

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Page 37: Revista ARC DESIGN Edição 22

35ARC DESIGN

As bi ci cle tas pu bli ca das nas pá gi nas 14, 15, 16 e 17 po dem ser en -con tra das nas se guin tes lo jas:Bike Tech: Rua da Con so la ção, 3.344, São Pau lo, SP. Tel.: (11)3088-1922.www.bi ke tech jar dins.com.brPe dal Po wer: Rua Go mes de Car va lho 541, São Pau lo, SP. Tel.:(11) 3845-6997.www.pe dal po wer.com.br

Imagens das páginas 29 a 32 extraídas dos seguintes livros:The Bicycle; Pryor Dodge. Flammarion, 1996.Bicyc le : Le Bic ic let te ; Fermo Galb iat i e NinoCiravegna. Chronicle Books, 1994.

fun da men tal; em ou tros ca sos, como no “Dow nhill” (per -

cur so que in clui só des ci das), a pa la vra-cha ve é re sis tên -

cia: a bi ci cle ta pre ci sa ser um ver da dei ro “tan que”.

To das es sas exi gên ci as le va ram os fa bri can tes a in ten si fi car

as pes qui sas para oti mi zar a per for man ce da bi ci cle ta nos

mais di ver sos ter re nos. Ma te ri ais le ves e re sis ten tes, avan -

ça das tec no lo gias de sus pen são e de con tro les de mar cha

são o re sul ta do des sa bus ca: a bi ci cle ta, as sim, se trans for -

ma em race bike, moun tain bike, com “full sus pen si on” ou

“hard tail”, se lins so fis ti ca dos, ci clo com pu ta do res. Tal “má -

qui na” tor nou-se tão com ple xa que um mo de lo top de li nha

pode ser com pos to por até 150 pe ças!

Era uma vez duas ro das e uma viga de ma dei ra... �

Ao lado, mo de lo Ra ven, da em pre sa nor te-ame ri ca na Can non da le; para Free Ride, ex -tre ma men te re sis ten te e leve (12 quilos).Qua dro com pos to por “es pi nha dor sal”em mag né sio (que ab sor ve as car gasli nea res) e car ca ça ter mo plás ti ca defi bras de car bo no ori en ta das (re -sis tem à fle xão); os re bai xes côn -ca vos ma xi mi zam a ri gi dez do qua -dro (ex ce len te re sis tên cia às car -gas de tor ção ge ra das ao pe da lar)

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36ARC DESIGN

A mai or fei ra in ter na ci o nal de re ves ti men tos

ce râ mi cos e de equi pa men tos para o ba nho,

Cer saie, re a li zou-se em Bo lo nha, Itá lia, de 2

a 7 de ou tu bro. Di vi din do-a em seus dois se -

to res, na pró xi ma edi ção pu bli ca re mos os

ma ra vi lho sos equi pa men tos para o ba nho, que

cer ta men te não des per ta rão sau da des de nos -

sa sin ge la ba nhei ra nem do ve lho chu vei ro

“Li de ran ça e Ino va ção Hoje” é o tí tu lo do se mi ná rio que

inau gu rou a Cer saie. “In ves tir é ar ris car, e ar ris car é

olhar sem pre à fren te. A tec no lo gia está ao al can ce de

to dos, pode ser com pra da. A ca pa ci da de do em pre sá -

rio fará a di fe ren ça”, afir ma Ser gio Sas si, pre si den te da

As so pi as trel le, as so ci a ção dos pro du to res de re ves ti -

men tos ce râ mi cos. Uma afir ma ção ou sa da, mas na tu -

ral na Itá lia, país que cons tru iu seu pres tí gio gra ças à

vi são e à ou sa dia de seus em pre sá ri os.

Se no Bra sil a tra di ção para o re ves ti men to de pi sos é a

ma dei ra, na Itá lia fala-se na pe dra, no vi dro, na ce râ mi -

ca. Uma tra di ção de raiz lon gín qua, mas ain da hoje de

for te pre sen ça: o mos tei ro de Mon re a le, em Pa ler mo,

cons tru í do no século XII, e a nova loja Swatch, no cen -

tro de Mi lão, usam o mes mo la dri lho de vi dro, ou mo -

sai co; o “cot to”, ou la jo ta de ce râ mi ca, vem da tra di ção

etrus ca, dos sé cu los VII a IV a.C. – na ci da de de Vi ter -

bo ain da se po dem ver as ru í nas de um ce mi té rio

etrus co, e em Si e na, ou em toda a Tos ca na, a me mó ria

do bar ro está pre sen te. Mas os no vos usos do “cot to”

na ar qui te tu ra são um bom exem plo de sua con -

tem po ra nei da de: fei tos de bar ro, como na tra -

di ção mi le nar, ou cri a dos pela trans for ma ção da

ar gi la, gra ças às no vas tec no lo gias.

“A fi lo so fia é sim ples”, afir ma um dos em pre sá ri os do se -

tor, “te mos como pon to de re fe rên cia a na tu re za e re pro -

du zi mos na fá bri ca aqui lo que já está fal tan do, e que é

ARC DESIGN visitou a Cersaie a convite do ICE,Instituto Italiano para o Comércio Exterior

Tecnolo

gia

e T

radiç

ãoMaria Helena Estrada

Page 39: Revista ARC DESIGN Edição 22

Acima e ao lado, mosaicos devidro da Vitrum, uma divisãoda Ceramgres. Com acaba-mentos metalizados e mo -saicos em diversas dimen-sões, a empresa mostrou astendências em revestimentoscom pastilhas de vidro

Na pá gi na ao lado, de ta lhe does tan de da Bi zaz za, uma dasmai o res in dús tri as ita li a nasde mo sai co de vi dro. Pro je todo arquiteto e de sig ner Fa bioNo vem bre, as pa re des apre -sen ta vam su ges tõ es de com -bi na ção dos mo sai cos. Nafoto, mo de lo Tar tan

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Page 40: Revista ARC DESIGN Edição 22

38ARC DESIGN

cada vez mais di fí cil en con trar nas con di çõ es na tu rais.”

“Cot to” e “gres” são hoje pro du zi dos a par tir da ar gi la,

usan do-se o pro ces so do co zi men to úni co, como o da por -

ce la na, o que fez nas cer a de no mi na ção: por ce la na dos.

No en tan to, se hoje a tec no lo gia é a mes ma, co mum

a to dos que a pos sam com prar, como di ver si fi car,

como dis tin guir uma em pre sa de ou tra, onde está a

qua li da de do pro du to? A gran de arma para a li de ran -

ça, como afir ma o tí tu lo do se mi ná rio inau gu ral da

Cer saie, é a ino va ção.

Ino va-se com base em no vas tec no lo gias e ma qui ná rio,

e a ve lo ci da de na ino va ção

pre ci sa ser cada vez mai or:

bas ta pen sar mos que, a

cada má qui na para a pro du -

ção de re ves ti men tos ce râ -

mi cos ven di da pela Itá lia,

trans fe re-se o mais atu a li za -

do know-how. As sim, ino -

var é a prin ci pal ta re fa das

em pre sas lí de res. Ino va çõ es

Ao lado, com po si ção em gres por -ce la na do, uma su ges tão de co ra ti -va da Iris, Fab bri ca di Mar mo ri eGra ni ti para ser apli ca da em gran -des re ves ti men tos com la jo tas domes mo ma te ri al. Abai xo, lajotadecorada da Flavinker.No pé da página: à esquerda, pro -pos ta da In ce pa, em pre sa bra si lei -ra pre sen te na Cer saie; à direita,mosaico de gres com desenhopara compor motivos decorativosem pisos ou paredes, produçãoMarca Corona

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Barba

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Gui

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39ARC DESIGN

Ao lado, um bom exem plo das ten dên ci as em re ves ti men tosce râ mi cos: de si gual da de nas to na li da des, com bi na ção de di -ver sas me di das de la jo tas for man do de se nhos: uma pro pos -ta da Lea Ce ra mi che

que, no ano se guin te, se rão as ten dên ci as vi gen tes, co -

muns a todo o se tor.

Ino va-se na qua li da de, nas ca rac te rís ti cas es té ti cas ou

for mais. Ino va-se no mer ca do a ser atin gi do; nos usos

que se faz do pro du to; nas di men sõ es das la jo tas, que

hoje al can çam me di das de até 3 x 3 me tros, o que é con -

di ção es sen ci al para as no vas apli ca çõ es da in dús tria.

Um mer ca do ex tre ma men te com pe ti ti vo, no qual o Bra -

sil ocu pa o ter cei ro pos to, de pois da Itá lia e da Es pa nha

(ex clu in do-se a Chi na). A Cer saie é seu even to má xi mo,

do qual tam bém par ti ci pam nos sas prin ci pais em pre sas:

en con tra mos Por to bel lo, Ce cri sa, Sant’Anna, Eli a ne,

Ceu sa e In ce pa.

Mas na Cer saie pre do mi nam as em pre sas ita li a nas, qua -

se to das da re gião da Emi lia Ro mag na, e os nú me ros dão

uma idéia do que é este mer ca do para o país: mais de

630 mi lhõ es de me tros qua dra dos por ano (pro du zi dos

por cer ca de 250 em pre sas), o que cor res pon de a 20% da

pro du ção mun di al e 43% da pro du ção eu ro péia e, em

ter mos de ex por ta ção, a 70% das ven das to tais.

A tec no lo gia hoje é co mum a to dos? Pa re ce que sim.

Todas as empresas produzem o gres por ce la na do, ou

seja, uma mis tu ra de ar gi las e pós mi ne rais pro ces sa -

dos como a por ce la na: quei ma úni ca (e não mais du pla)

a tem pe ra tu ras mu i to al tas – em tor no de 1.250 graus.

Este é o pro du to que do mi na va a fei ra, em to das as

suas no vís si mas va ri an tes cro má ti cas e de tex tu ras.

Um pro ces so que se ini cia com a tri tu ra ção da ar gi la,

do cao lim, do quart zo, dis sol vi dos na água; se gue-se a

ato mi za ção, ou eli mi na ção da água; de pois, a pren sa -

gem (e hoje já se pra ti ca a du pla pren sa gem, que oti mi -

za os de se nhos em re le vo), quan do tam bém se acres -

cen tam os co ran tes – pós mi ne rais – que im preg nam

toda a ma té ria, fa zen do sur gir as va ri a çõ es cro má ti cas,

tudo ri go ro sa men te pro gra ma do no com pu ta dor; em

se gui da faz-se a quei ma em for nos de mais de 120 me -

tros de com pri men to; por fim, o aca ba men to das bor -

das e a eli mi na ção das pe ças im per fei tas.

As sim, “ar gi las doc” são em be le za das, me ta mor fo se a das, Foto

Gui

do B

arba

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ata

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40ARC DESIGN

trans for man do-se em ar ti gos de gran de pres tí gio. A

pro du ção di á ria de uma em pre sa, como a Iris, é de 15

mil me tros qua dra dos de la jo tas!

Van ta gens da nova tec no lo gia? Mai or re sis tên cia à

abra são e ao des gas te, às que bras, mai or pos si bi li da de

de va ri a çõ es cro má ti cas e, hoje, com as no vas pes qui -

sas e so fis ti ca ção do ma qui ná rio, a in ser ção das tex tu -

ras das pe dras na tu rais.

Ten dên ci as? Cla ro! Per ma ne ce a von ta de de re cri a ção

da na tu re za, ou seja, o gres por ce la na do em suas di ver -

sas “ver sõ es” da pe dra na tu ral, cada peça re ve lan do to -

das as nu an ces da na tu re za. Tons pre do mi nan tes? Os

be ges, os azu is, e o cin za, mes cla dos com o fer ru gem,

en ve lhe ci dos, ir re gu la res em sua co lo ra ção, ru go sos,

en ri que ci dos pe las mais di ver sas tex tu ras. Um sa bor

de ar te sa na to. Uma sen sa ção de coi sa só li da, pe re ne.

Essa a no vi da de, e qua se una ni mi da de na fei ra – as tex -

tu ras da pe dra, mi me tis mos per fei tos da na tu re za.

Mas, sur pre sa: sou be mos que o mer ca do bra si lei ro,

prin ci pal men te nas fai xas mais po pu la res, não acei ta o

belo re sul ta do des se avan ço tec no ló gi co, ou seja, a ir -

re gu la ri da de cro má ti ca e, prin ci pal men te, de tex tu ras.

Vi si ta mos Del Con ca, in dús tria que, ino van do a pro du -

ção de pai néis para re ves ti men to de pi sos ele va dos,

com bi nou o gres por ce la na do com uma laje de ci men -

to ar ma do; ou tra ino va ção diz res pei to às pa re des ven -

ti la das, cuja tec no lo gia vem sen do usa da por ar qui te tos

como Nor man Fos ter e Ren zo Pi a no.

Tec no lo gia e tra di ção, com o va lor agre ga do do ar te sa -

na to “que bran do” a gran de es ca la in dus tri al. Ar te sa na -

to como si nô ni mo de ca lor e au ten ti ci da de é uma ca rac -

te rís ti ca mu i to pre sen te na in dús tria ita li a na – e não

ape nas na que la ce râ mi ca.

Na mes ma in dús tria Del Con ca, ao lado dos gran des for -

nos li ne a res de alta tem pe ra tu ra, das es tei ras para res -

fri a men to, dos ro bôs – pre sen ças fan tas ma gó ri cas – que

cir cu lam por toda a fá bri ca, vi mos cai xi nhas de pa pe lão

com la dri lhos pin ta dos à mão. Ex pli ca ram que são com -

pra dos de uma em pre sa vi zi nha e que se rão com bi na -

dos com as la jo tas de re ves ti men to e pro pos tos ao mer -

ca do, como uma for ma de de co ra ção. Um re tor no ao ar -

te sa na to pre sen te tam bém no Bra sil, como pro põe o es -

tú dio Pa cha Mama, de Cri ci ú ma, Santa Catarina.

Foto

Gui

do B

arba

Gel

ata

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41ARC DESIGN

Aci ma, de ta lhe de ce râ mi ca da Por to bel lo, em pre sa bra si -lei ra que ado ta a ten dên cia dos "bar ra dos" pro du zin do de -se nhos es pe ci ais que se rão pro pos tos aos cli en tes

Uma tecnologia avançada é capaz de ditar tendências,introduzindo as novas lajotas que reproduzem quase à per-feição o aspecto de determinadas pedras, seja na coloraçãoou na textura. Na página ao lado, o gres em diversas corescontrastantes, do tijolo ao cinza.Ao lado, lajotas da cerâmica Fenicia em uma com-posição que mescla peças em tons azulados com outrasavermelhadas. Acima, propostas da Del Conca: gresporcelanado rugoso e ladrilhos pintados à mão, possi-bilitando personalizar a oferta

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Ao lado do gres e do cot to, en con tra-se ou tra be lís si ma

tra di ção ita li a na, o la dri lho de vi dro, ou mo sai co. De ori -

gem ve ne zi a na, o mo sai co de vi dro se gue uma his tó ria

di ver sa da ce râ mi ca e pro cu ra, em cada de ta lhe, re to -

mar a tra di ção. Um exem plo é o mo sai co Oro, da em -

pre sa Bi saz za – uma das mai o res da Itá lia –, no qual

uma fo lha de ouro de 24 qui la tes é co lo ca da en tre dois

vi dros, po den do ser usa do tan to em pa re des quan to em

pi sos. Re mon tan do à tra di ção ve ne zi a na, a em pre sa

tam bém está lan çan do a Av ven tu ri na, pe dra de sín te se

que era pro du zi da em Ve ne za no sé cu lo XVII, e que dá

ao mo sai co um bri lho es pe ci al.

Ou tra em pre sa de mo sai cos, a Vi trum, do gru po Ce ram gres,

apre sen tou como no vi da de o mo sai co de apa rên cia me tá -

li ca, pro du zi do de for ma ar te sa nal, além de ver sõ es em

gran des di men sõ es.

Ales san dro Men di ni, ar tis ta plás ti co de

for ma ção, ar qui te to e de sig ner, é um

dos aman tes do mo sai co de vi dro, e o

uti li za em qua se to das as suas obras,

como nas es ta çõ es do me trô de Ná po les,

na Tor re da Paz em Hi ros hi ma, Ja pão, e

no Mu seu Gro nin gen, na Ho lan da, onde

tra di ção e mo der ni da de... re ga das a mu i ta

tec no lo gia, se en con tram. �

A lajota de barro, presente não apenas natradição italiana (sobretudo na toscana) mastambém na brasileira, retoma sua função derevestimento da arquitetura. A empresa SanniniImpruneta expôs na Cersaie vários exemplos nãoapenas de revestimentos mas também de"venezianas" verticais móveis. Acima, exemplode revestimento; ao lado detalhe do início damontagem da cerâmica sobre as barras de aço ;abaixo, fachada de fábrica em Teramo, Itália. Na página ao lado, uma das fachadas do show-room da B.P.Studio, Companhia da Lã e do Algodão, em Florença, Itália

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43ARC DESIGN

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P R O M O S E D I A

Com um olho vol ta do para

o mer ca do e ou tro para o

de sign, re a li zou-se de 8 a 11

de se tem bro em Udi ne, Itá lia,

a úni ca fei ra in ter na ci o nal

de di ca da à ca dei ra

S a l ã o I n t e r nac i o na ld a Cade i r a

Nesta pá gi na, Wa ves, pri mei ro prê mioen tre as Top Ten, as dez ca dei ras se le ci o -na das en tre os lan ça men tos de 2001.De sign Bursch, para a Na ti son

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45ARC DESIGN

Re gião de Fri u li-Ve ne zia-Giu lia, nor te da Itá lia. En vol -

ta por mon ta nhas qua se sem pre com seu pico ne va -

do, está Udi ne, ci da de-sede da Pro mo se dia, fei ra que

reú ne as in dús tri as mo ve lei ras da re gião. Pro du ção: 44

mi lhõ es de ca dei ras por ano, o que sig ni fi ca 80% da

pro du ção ita li a na e 30% da pro du ção mun di al. Do to -

tal des ta “sa fra” anu al, 80% das pe ças são ex por ta das.

Até no Sa lão Oval da Casa Bran ca, em Was hing ton,

es tão as ca dei ras da re gião fri u la na!

A Pro mo se dia 2001 re a li zou-se de 8 a 11 de se tem bro,

com a pre sen ça de mais de 230 em pre sas, o que não

é mu i to ex pres si vo como nú me ro, se pen sar mos que

a re gião pos sui 1.200 pe que nas e mé di as in dús tri as.

Mas o grau de in ter na ci o na li za ção da fei ra é dado pelo

nú me ro de paí ses par ti ci pan tes como ex po si to res, da

Chi na aos Es ta dos Uni dos. Vi si ta ram a fei ra 15.007

ope ra do res de 73 paí ses: um cres ci men to de 2% em

re la ção ao ano an te ri or. Jor na lis tas pre sen tes: 123,

sen do mais de 70 vin dos de fora da Itá lia.

Como se pode ob ser var, este é um pólo mo ve lei ro

que não en fren ta gran des cri ses, gra ças à sua for ma

or ga ni za ci o nal, que, além de tra ba lhar no sis te ma

dos “grap po li d’im pre se” (em pre sas for ne ce do ras ou

as so ci a das que pro du zem com po nen tes), man tém

um es to que zero e des lo ca as pri mei ras fa ses da pro -

du ção para paí ses com mão-de-obra mais ba ra ta,

como aque les do Les te Eu ro peu.

Não é pela van guar da do de sign que se des ta cam as

em pre sas da re gião, em bo ra al gu mas já ve nham sur -

gin do com for ça no ce ná rio in ter na ci o nal gra ças,

exa ta men te, ao de sign: Ma gis (to tal men te “de sign

ori en ted”, veja ma té ria nes ta edi ção), Mon ti na, Snai -

de ro (esta úl ti ma com um bra ço no pólo mo ve lei ro

de Uber lân dia), se gui das pela Sin te si e pela Horm.

Os pon tos al tos são pre ço e qua li da de.

“É pre ci so in ves tir cada vez mais na ino va ção, na

pes qui sa e no mar ke ting de qua li da de”, afir ma Fa bri -

zio Man sut ti, pre si den te da Pro mo se dia.

A vo ca ção para o de sign, no en tan to, é trans pa ren te

na es co lha dos te mas para as ex po si çõ es e para os

Aci ma, ca dei ra Iuta, lan ça da no úl ti mo Sa lão do Mó -vel de Mi lão pela B&B, Itá lia. De sign An to no Cit te riore ce beu o prê mio CA TAS pelo uso ino va dor da redeme tá li ca. Abaixo, cadeira da empresa Horm a qualparticipará da Movelsul, Bento Gonçalves, RS, emmarço de 2002

Ma ria He le na Es tra daCon vi da da pela or ga ni za ção da Pro mo se dia

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Ao lado, es tan te Fun cu bo, for ma da pela jus ta po si çãode es tru tu ras em plás ti co. Um pro du to Na ti son

Aci ma, sé rie de ca dei ras Vic to ria da em pre sa ITF,aca ba men to em ma dei ra ace ti na da, sem pre compe que nas va ri an tes. À esquerda, cadeira Lord Jim,design Paolo Rizzato para a Montina

46ARC DESIGN

even tos pa ra le los. A cada nova edi ção é con sig na do

o Prê mio Er nes to Cai az za, Idéi as para o Pro je to de

uma Ca dei ra Eu ro péia; prê mio à se le ção Top Ten e

para a me lhor ca dei ra do ano, que pri vi le gia as no -

vi da des for mais e tec no ló gi cas; prê mio CA TAS, que

dis tin gue, no pro je to, o va lor do pro du to em ter mos

de se gu ran ça e re sis tên cia.

A gran de mos tra des te ano, be lís si ma – Chairs in

Con tem po rary Art –, teve cu ra do ria de Ag nes Kohl -

me yer e reu niu no Cas te lo de Udi ne 60 pe ças de au -

to res como Claes Ol den burg, Sol Le Witt, Tony Cragg,

Andy Wa rhol, Mi che lan ge lo Pis to let to, en tre ou tros.

Os pro du tos? Ri go ro sa men te se guin do ten dên ci as,

têm pre ço con vi da ti vo e qua li da de ex cep ci o nal, pois

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47ARC DESIGN

À esquerda, ca dei ra Gum,com as sen to e en cos toem plás ti co, da Picotti.Um dos me lho res pre çosen con tra dos: dez dólarescada, para um lote de 50ca dei ras. Ao lado e àdireita, es tan te em plás -ti co, com en cai xes sim -ples e in te li gen tes, na co -le ção Sin te si

À direita, ca dei rasFun ta sia, pro du zi daspela Na ti son, em la -mi na do de ma dei ra

em bo ra mu i tos com po nen tes se jam pro du zi dos fora

da Itá lia, o aca ba men to é ita li a no. As sim, a qua li da -

de é a do Made in Italy.

Mas essa re gião de mo ve lei ros ex por ta tan to para o

Bra sil quan to para os Es ta dos Uni dos e, em vo lu me

bas tan te alto, para a Chi na e para os paí ses ára bes.

Como de cor rên cia, o que ve mos na fei ra con fun de um

Ao lado, pol tro na pen sa dapara o con tract. Com as -sen to gi ra tó rio, é um pro -du to da Mon do, de signGe mi ni e Ro ma nel lo

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46ARC DESIGN

Abaixo, de Tony Cragg, Uns chaer fe re la ti on, emma dei ra (6 ele men tos). Ao pé da pá gi na, de ClaesOl den burg, Pro toty pe of the Hou se Ball, 1985, e, deBob Wil son, Bam boo Chair, 2001, par te do ce ná rioda ópe ra Ma da me But terfly, sob sua di re ção

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49ARC DESIGN

Aci ma, de Mi che lan ge lo Pis to let to, Qua dro de Al mo ço, em ma dei ra.Ao lado, de Ayse Erk men, Sac co, em ala bas tro e pig men to

Obra de In ge borg Lus cherna mos tra Chairs in Con -tem po rary Art. Ca dei raTho net com res tos de ci -gar ro co la dos

pou co o olhar pela di ver si da de de es ti los e, como em

um tú nel do tem po, mu da mos de sé cu lo e de mi lê nio

em um úni co pa vi lhão. A mo der ni da de, no en tan to,

ven ce o exo tis mo re tró gra do dos com pra do res ori en -

tais. Na fei ra pre do mi nam ten dên ci as ino va do ras,

como o plás ti co ou o alu mí nio as so ci a dos à ma dei ra

e os es to fa dos des ti na dos ao con tract.

A gran de aflu ên cia à Pro mo se dia e a acei ta ção de seus

pro du tos têm como uma das prin ci pais ra zõ es a com pe -

ti ti vi da de de seus pre ços. A ca dei ra Gum da em pre sa Pi -

cot ti, por exem plo, com en cos to e as sen to em plás ti co e

es tru tu ra em alu mí nio é co ta da em cer ca de 9 dó la res

para um pe di do a par tir de 50 pe ças; uma pol tro na es to -

fa da da Frag, re ves ti da em cou ro da me lhor qua li da de,

com bra ços, cus ta em tor no de 235 dó la res, na fá bri ca.

A Pro mo se dia, Sa lão In ter na ci o nal da Ca dei ra, com ple -

tou 25 anos. Em 1977, sua pri mei ra edi ção teve 89 ex -

po si to res e 540 vi si tan tes, qua se to dos ita li a nos. Um

cres ci men to sig ni fi ca ti vo quan do se pen sa que ela até

bem pou co tem po en glo ba va ape nas a pro du ção de

uma pe que na re gião do Nor te da Itá lia.

Em 2002 a Pro mo se dia será re a li za da, de 14 a 17 de se -

tem bro, sem pre em Udi ne. �

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Vo ca bu lá ri os, lin gua gens e di a le tos di ver sos, como ele men tos de sur pre sa:

a Ma gis se coloca diante do de sig ner como o di re tor de ci ne ma, que es -

co lhe os ato res ima gi nan do a me lhor ex pres são de suas per so na li da des

Bom, óti mo de sign. E alta tec no lo gia. São

es ses os pres su pos tos para a cri a ção de

um pro du to Ma gis. Pon to de re fe rên cia no

de sign ita li a no, a Ma gis, cri a da em 1976,

al can çou o que mu i tas ou tras em pre sas

per se guem: a ca pa ci da de de ofe re cer pro -

du tos com boa qua li da de for mal por um

pre ço ade qua do – re sul ta do da quan ti da de

e ve lo ci da de de pro du ção, pos sí veis gra -

ças à alta tec no lo gia em pre ga da.

Ou tro razão? A Ma gis tra ba lha com os

me lho res de sig ners in ter na ci o nais e ofe -

re ce pro du tos com alto ri gor de qua li da de

– mas não pos sui uma fá bri ca. Des de sua

fundação, toda a pro du ção é ter cei ri za da.

RiGOR­ e ­ tÉCNiCa: ­ a ­ idÉia­MaGisatua­li­da­des

Isso é pos sí vel gra ças à rede in ter na ci o nal

de de sig ners que a em pre sa for mou ao

seu re dor e à co la bo ra ção com em pre sas

que, mes mo pe que nas, pos su em sis te mas

pro du ti vos mu i to avan ça dos.

Um de les é o “gas moul ding”, mé to do que

uti li za um gás (ge ral men te ni tro gê nio)

para dis tri bu ir uni for me men te a mas sa

nas pa re des do mol de en quan to man tém

as par tes in ter nas ocas. O pro ces so, além

de per mi tir um re sul ta do per fei to, é ex tre -

ma men te rá pi do: a Air Chair, de sign Jas -

per Mor ri son, leva ape nas 3 mi nu tos para

ser pro du zi da! Esta tec no lo gia per mi te,

ain da, me lhor uso do plás ti co do pon to de

50ARC DESIGN

Nesta página, Peb bles, ban -qui nho-cai xa-de-guar da dos,com ro dí zi os. De sign Mar celWan ders, em po li pro pi le noin je ta do, na co le ção 2001

Page 53: Revista ARC DESIGN Edição 22

51ARC DESIGNARC DESIGN

vis ta es tru tu ral, em com pa ra ção ao pro -

ces so tra di ci o nal de in je ção, ao mes mo

tem po que eco no mi za ma te ri al.

Con for me en tre vis ta do di re tor co mer ci al

da Ma gis, Al ber to Pe raz za, à re vis ta Do -

mus, em abril de 2001, o de sen vol vi men -

to de um pro du to Ma gis en vol ve qua tro

eta pas. Na pri mei ra, a em pre sa de sen vol -

ve um bri e fing, que in clui de ci sõ es so bre

tec no lo gia dos ma te ri ais e va lo res apro xi -

ma dos para re ven da. O bri e fing en tão é

des ti na do a um de sig ner. A ter cei ra eta pa

con sis te no de sen vol vi men to do pro je to

pelo de sig ner e, ao mes mo tem po, pelo

par cei ro de pro du ção, que nes se mo men -

to atua como con sul tor téc ni co. No fi nal

des se pro ces so, o pro tó ti po é pro du zi do e

co mer ci a li za do.

Se no iní cio a Ma gis pro du zia ape nas mo -

bi li á rio, hoje seu ca tá lo go en glo ba di ver sas

ti po lo gias: mo bi li á rio, ob je tos com ple men ta -

res à de co ra ção (como o por ta-guar da-chu -

vas e o ces to de lixo), ou tros que pa re cem

ba nais (como a vas sou ra e o ca pa cho) e ob -

je tos po é ti cos. Em to dos eles, um de no mi na -

dor co mum: a bus ca pela es sen ci a li da de.

Em en tre vis ta à ARC DE SIGN (se tem bro

de 2001), Eu ge nio Pe raz za, pre si den te da

em pre sa, re ve lou que o de se jo atu al da

Ma gis é con so li dar a po si ção dos ob je tos

“A tec no lo gia está à dis po si ção de to dos,

bas ta ter di nhei ro e com prá-la.

O im por tan te é a téc ni ca, ou seja,

a nos sa ma nei ra de fa zer fun ci o nar a tec no lo gia.”Eu ge nio Pe raz za

Acima, cabideiro Bridge, designStefano Giovannoni. No pé dapágina, à esquerda, escorredor delouças Dish Doctor, design MarcNewson. Abaixo, ca dei ra de MarcNew son pro je ta da em ma dei rapara o res tau ran te Co ast, em Lon -dres. Ver são pro du zi da pela Ma giscom es tru tu ra em po li pro pi le no efi bra de vi dro, em “air moul ding”;as sen to e en cos to em lã ou cou ro

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52ARC DESIGN

A Ma gis é dis tri bu í da no Bra sil des de 1995 pela Dou ek e Pra do, que tam -bém im por ta os pro du tos das se guin tes em pre sas ita li a nas: Ca sa ma nia,Plank, Ar per, Arr met, Ar met, Midj e Al tek. Dou ek e Pra do: Pra ça Be ne di to Ca lix to, 96, São Pau lo, SP. Tel.: (11) 3061-1351

À esquerda, Bom bo, de sign Ste fa no Gio van no -ni, na ver são para as sen to pú bli co: ca dei ras eme si nhas em in je ção de ABS; ba se em açoinox. No pé da página, à esquerda, Lizard,lagartixa porta-chaves, design Dagmar Trinks.Abaixo, de sign Bjorn Dahls trom, ben ga la empo li pro pi le no e fi bra de vi dro com a tec no lo gia“air moul ding”, nas co res bran co e cin za es cu -ro, com pe que nos re fle to res na ca be ça

no ter ri tó rio do de sign. Para isso, a em pre sa se di re ci o na a

duas açõ es es pe ci ais. A pri mei ra re fe re-se à edi ção de pro -

du tos inu si ta dos, ob je tos po é ti cos, como a Ma gis Dog Hou se (de -

sign Mi chael Young), a Bird Ta ble (de sign Jas per Mor-

ri son) e a ben ga la Joys tick (de sign Björn Dahls tröm).

A ou tra ação, à qual Pe raz za se re fe re como

“pos-com pu ter ga mes”, bus ca res ga tar e re -

vi si tar jo gos cri a dos há cer ca de 200 ou

300 anos. Esse pro je to pos sui duas fren tes prin -

ci pais – uma eu ro péia e ou tra ame ri ca na –, que

es tão pes qui san do o tema para o de sen vol vi men to

de no vos pro du tos. O de sig ner Enzo Mari co or de na -

rá o tra ba lho na Eu ro pa, en quan to na Amé ri ca Ka rim

Ras hid e Jeff Ben nett con du zem uma pes qui sa que

en fo ca os jo gos uti li za dos pe los ín di os nor te-ame ri ca -

nos. No Bra sil, Fer nan do e Hum ber to Cam pa na fo ram con vi -

da dos para res ga tar um pou co de nos sa me mó ria lúdica.

É a ló gi ca do “pen sar di fe ren te” que deu à Ma gis

per so na li da de pró pria e ex clu si va no ce ná rio

do de sign in ter na ci o nal. �

Page 55: Revista ARC DESIGN Edição 22

designcaderno

gráficoGd

Page 56: Revista ARC DESIGN Edição 22

Nor man McLa ren é um ar tis ta in clas si fi cá vel, um fe nô me -

no de cri a ção. Seu es ti lo é jus ta men te o não-com pro mis so

com o es ti lo ou a téc ni ca. Foi um dos pou cos au to res do

ci ne ma ex pe ri men tal a co nhe cer, du ran te pra ti ca men te

toda a vida, o su ces so e o re co nhe ci men to, mes mo sem

tê-los como ob je ti vo ou mo ti va ção. Tra ba lhan do qua se

so zi nho por mais de 40 anos, re a li zan do fil mes de bai xís -

si mo or ça men to, con quis tou uma cen te na de prê mi os e

dis tin çõ es in ter na ci o nais, in clu in do um Os car da Aca de -

mia de Holly wo od.

A ani ma ção, para McLa ren, é mais do que uma lin gua -

gem: é qua se uma fi lo so fia. De fato, o mun do ga nha uma

ou tra di men são quan do o tem po se tor na o ele men to

prin ci pal. Ani mar é de co di fi car o tem po, e isto McLa ren

fez à exaus tão. Se o tem po é a es sên cia, a ma té ria é mu -

tá vel. Daí a mul ti pli ci da de de veí cu los ma te ri ais usa dos

por McLa ren em sua obra.

DESIGNER DO MOVIMENTOMarcos Magalhães

Page 57: Revista ARC DESIGN Edição 22

McLaren inventava mil possibilidades gráficas a partirdo movimento, usando personagens feitas de pedaços depapel recortado (“Le Merle”, 1958, no alto da página aolado), o desenho direto no filme transparente (no pé dapágina ao lado) ou a silhueta de bailarinos em fotogra-mas superpostos (“Pas de Deux”, 1967, nesta página)

COR REI OS ANI MA DOS

A su a vi da de de Nor man McLa ren ca mu fla va um ho -

mem re bel de e in quie to. Nas ci do na Es có cia em 1914,

ain da jo vem se fi li ou ao Par ti do Co mu nis ta es co cês. Sua ti mi dez ex tre -

ma, po rém, le vou-o a mi li tân ci as mais ar tís ti cas. A prin ci pal re vol ta,

que de ter mi nou sua car rei ra, foi con tra a na tu re za es tá ti ca do de se nho.

Na es co la de ar tes, pas sou a fal tar às au las para fa zer ci ne ma.

Seus pri mei ros tra ba lhos fo ram fei tos com so bras de fil mes que ele re -

co lhia em la bo ra tó ri os e mer gu lha va numa ba nhei ra com água sa ni tá -

ria para dis sol ver a emul são. En tão ele po dia de se nhar em cada fo to -

gra ma e fa zer o fil me sem cus to al gum. Com es ses tra ba lhos aca bou

sen do des co ber to por John Gri er son, fu tu ro fun da dor do Na ti o nal Film

Bo ard of Ca na da, na épo ca di re tor do de par ta men to de ci ne ma do cor -

reio in glês (Ge ne ral Post Of fi ce). Um dos men to res de McLa ren no GPO

foi o ci ne as ta bra si lei ro Al ber to Ca val can ti, que o in cen ti vou a re a li zar

seu pri mei ro fil me pro fis si o nal, “Love on the Wing”.

NA TI O NAL FILM BO ARD OF CA NA DA

Em 1941, John Gri er son con vo ca McLa ren para in te grar o re cém-fun -

da do Na ti o nal Film Bo ard of Ca na da. Para man ter a aten ção do pú bli co,

as exi bi çõ es de do cu men tá ri os de guer ra e fil mes edu ca ti vos pre ci sa -

vam ser en tre me a das por men sa gens cur tas, le ves e vi bran tes. A ani -

ma ção era a so lu ção per fei ta.

Nor man McLa ren co me çou a trei nar ou tros ani ma do res, en tre eles

Ge or ge Dun ning, que anos de pois iria re vo lu ci o nar os lon gas-me tra -

55ARC DESIGN

PAS

DE D

EUX

Page 58: Revista ARC DESIGN Edição 22

Em “Blinkity Blank” (1955, sequência

acima), McLaren gravou com um

estilete as imagens sobre a película

velada e depois aplicou cores com tin

-

tas aderentes ao celulóide. As ex

-

plosões de cores têm grande efeito

,

pois são entremeadas por fotograma

s

negros que ajudam a reter as imagen

s

na retina do espectador, criando um

efeito estroboscópico.

Na página ao lado, à direita, imagens em

negativo extraídas de “Blinkity Blank”

Em “Mosaic” (1965, sequência abaixo)

,

os padrões gráficos animados foram

obtidos por meio de tiras de películ

a

riscadas em toda a sua extensão (algu

-

mas pertencentes a filmes anteriores

,

como “Lines-Vertical” e “Lines-Hor

i -

zontal”), que foram superpostos foto -

graficamente no optical printer

gens ani ma dos com o fan tás ti co “Ye

l low Sub ma ri ne”, dos Be a tles. Des de

en tão,

vá ri as ge ra çõ es de re no ma dos ani ma

do res se for ma ram no NFB sob a in flu

ên cia

de McLa ren, cada um se es pe ci a li zan

do em téc ni cas ori gi nais.

De modo a bai xar os cus tos e au men

tar a pro du ti vi da de, McLa ren es ti mu la

va a

equi pe a usar a téc ni ca de re cor tes, e

m que as per so na gens são como ma r

i o ne -

tes de pa pel, mo vi das qua dro-a-qua dr

o so bre o ce ná rio.

Quan to mais sim ples as per so na gens

, mais in te res san tes os efei tos de mo v

i men -

to e trans for ma ção, como em “Le Mer

le”, no qual um pás sa ro dan çan te se c

ons -

trói e des cons trói a par tir de for mas

ge o mé tri cas sim ples.

Em “La Pou let te Gri se”, McLa ren usa

ape nas uma tela de pa pel-car tão, n

a qual

de se nha com pas tel ole o so. A câ me r

a faz fu sõ es ani ma das en tre as al te ra

çõ es

fei tas no de se nho, cri an do uma su ces

são de su a ves me ta mor fo ses.

“Neigh bours” foi o seu fil me de mai o

r su ces so, gra ças ao Os car que re ce b

eu da

Aca de mia em 1953. Quan do o prê mi

o foi anun ci a do, Nor man es ta va no in

te ri or

da Índia e cus tou a ser en con tra do.

Em res pos ta ao te le gra ma, en vi ou se

m ur -

gên cia uma car ta que che gou se ma na

s de pois ao Ca na dá. Ela di zia: “Es tou

mu i -

to fe liz com a no tí cia, mas afi nal o qu

e quer di zer ‘Os car’?”

O fil me foi a es tréia do “pi xi la ti on”. N

es sa téc ni ca, os ob je tos a se rem ani m

a dos

são ato res de car ne e osso, que gra ç

as à fil ma gem qua dro-a-qua dro po de

m fa -

zer mo vi men tos im pos sí veis. McLa ren

ha via fei to al guns tes tes com a téc ni c

a an -

tes de par tir para uma mis são de tre

i na men to di dá ti co na Chi na. Lá pre se

n ci ou,

BL INK I T Y BL ANK

Page 59: Revista ARC DESIGN Edição 22

57ARC DESIGN

com sim pa tia, a re vo lu ção co mu nis ta

to mar con ta da al deia onde tra ba lha

va. Ao

vol tar para o Ca na dá, es ta va acon te ce

n do a Guer ra da Co réia e McLa ren se

sen -

tia em uma po si ção con trá ria à de seu

s com pa tri o tas. Re sol veu uti li zar a “p

i xi la -

ti on” para ex pres sar o ab sur do da gue

r ra. O fil me foi todo ro da do em um pa

r que

em Ot ta wa, qua se de im pro vi so, sem

um ro tei ro rí gi do. O pon to de par ti da

era a

dis pu ta de uma flor que nas ce en tre

duas ca sas, e a par tir daí a ani ma ção

per -

mi tia todo o tipo de ab sur do, ca ri ca tu

ran do a vi o lên cia.

McLa ren de cla ra va ser este o seu fil m

e pre fe ri do, por con ter uma men sa ge

m so -

ci al cla ra, o que só acon te ce de for ma

mu i to su til no res to de sua obra.

A ARTE DA PER PÉ TUA MU DAN ÇA

McLa ren en ca ra va os de sa fi os como

um es tí mu lo a mais. Por exem plo, na

téc ni -

ca do de se nho di re to so bre o fil me tr

ans pa ren te, é di fí cil man ter a pe lí cu l

a lim -

pa e li vre de gor du ra. Para re sol ver e

sse pro ble ma, en con trou duas so lu çõ e

s dis -

tin tas: em fil mes como “Be go ne Dull

Care”, ele in cor po ra va a su jei ra e a i

m per -

fei ção das tin tas como re cur so plá

s ti co. Ig no ran do a di vi são de fo to gr

a mas,

McLa ren pin ta va lon gas ti ras de fil me

e as pu nha para se car ao re len to, re ce

ben -

do par tí cu las de po ei ra. De pois es co lh

ia na edi ção as ce nas que me lhor se e

n cai -

xa vam com as va ri a çõ es da tri lha so n

o ra.

A ou tra so lu ção, ado ta da em “Blin kit

y Blank”, foi ris car so bre a pe lí cu la v

e la da,

na qual a su jei ra apa re cia me nos. O p

ro ble ma, en tão, se ria ani mar sem guia

s de

MOSA IC

Page 60: Revista ARC DESIGN Edição 22

58

ARC DESIGN

re fe rên cia, já que não ha via trans pa rên cia. McLa ren re sol veu de se nhar ape -

nas em al guns fo to gra mas, dei xan do vá ri os es pa ços ne gros en tre os de se -

nhos, usan do seu ma gis tral sen so de rit mo. Nos sa pró pria re ti na se en car -

re ga de su ge rir as po si çõ es in ter me di á ri as, e o efei to es tro bos có pi co é ver -

ti gi no so. O fil me, ge ni al, che ga a ser pe ri go so, pois pode de sen ca de ar cri -

ses em pes so as com ten dên ci as epi lé ti cas. A re sis tên cia de McLa ren ao uso da lin gua gem fa la da che gou ao má xi mo

quan do foi con vi da do a par ti ci par da aber tu ra de um fes ti val de ci ne ma em

Mon tre al. Em vez de um dis cur so, pre pa rou um fil me – “Ope ning Spe ech”

–, no qual o pe des tal do mi cro fo ne toma vida por meio da “pi xi la ti on”, e não

dei xa o pró prio McLa ren ter mi nar a sua fala. Idéia si mi lar foi uti li za da em

“A Chairy Tale” – uma ca dei ra se re vol ta con tra o seu dono, em açõ es mu -

si ca das pela cí ta ra de Ravi Shan kar.McLa ren des co briu tam bém vá ri as for mas de de se nhar so bre a tri lha de

som óti co, cri an do pa drõ es que lhe per mi ti ram fa zer mú si ca sin té ti ca sem

o uso de ins tru men tos. Com este sis te ma so no ri zou vá ri os de seus fil mes,

in clu si ve “Neigh bours”.

Grant Munro (acima), um dos atores de“Neighbours”, é também um dos impor-tantes animadores formados no NFB. Grantfoi colaborador de McLaren em vários deseus filmes, como “Ani mated Motion”(1978), uma série di dática que ilustra asdescobertas de McLaren sobre os princí-pios básicos do cinema de animação

NE IGHBOURS

L A POULE T T E GR I S E

Page 61: Revista ARC DESIGN Edição 22

59ARC DESIGN

Abaixo, os desenhos de “La Poulette Grise”(1947) foram todos feitos so bre a mesmatela, com camadas su cessivas de pasteloleoso. A câme ra registrava cada modifi-cação em lentas fusões, criando um efeitosuave de transformação.À direita, “A Chairy Tale” (1957) é ou trabem-sucedida experiência com “pixilation”

“Neighbours” (1952) é o filme mais popular de McLaren, uma fábula pacifista. Por causa de uma flor, dois vizinhos se enfrentam em situações

cada vez mais absurdas. Com uma técnica batizada de “pixilation”, os atores – filmados quadro-a-quadro – podiam fazer todo o tipo de acroba-

cia ou mesmo voar, num efeito especial simples e criativo

Page 62: Revista ARC DESIGN Edição 22

60

ARC DESIGN

A dan ça era ou tra pai xão de McLa ren. No pre mi a do “Pas de

Deux”, uti li za o “op ti cal prin ter” (pro je tor de ci ne ma de alta

pre ci são aco pla do a uma câ me ra qua dro-a-qua dro, que

pode co pi ar vá ri as ve zes os fo to gra mas de se ja dos), mul ti -

pli can do as ima gens de um balé ao vivo e cri an do be lís si -

mos pa drõ es grá fi cos de mo vi men to.

“Nar cis sus”, seu fil me-tes ta men to, qua se não pos sui ani -

ma ção. Con ta, tam bém por meio do balé, a his tó ria do mito

de Nar ci so. O ci ne as ta, que ra ra men te ex pu nha suas an -

gús ti as pes so ais em seus fil mes, de cla ra aqui co ra jo sa -

men te a sua so li dão, o seu apri si o na men to pela ima gem.

EN CON TRO COM MCLA REN

Es ta va ali, numa edi ção do “Se le çõ es do Re a der’s Di gest”

de 1972, o úl ti mo lu gar onde eu es pe ra va en con trar algo

so bre ci ne ma de ani ma ção: um ci ne as ta ori gi nal fa zia seus

fil mes sem uti li zar uma câ me ra, ou fil man do pes so as re ais

como se fos sem bo ne cos ani ma dos. Na épo ca eu ten ta va

fa zer meus pri mei ros fil mes de ani ma ção usan do uma câ -

me ra Su per-8, que bran do a ca be ça para des co brir a ma -

nei ra “cer ta” de tra ba lhar – não ha via li vros ou es co las

dis po ní veis. Ao me mos trar que ex pe ri men tar tam bém “va -

lia”, McLa ren se tor nou uma re fe rên cia vi tal.

“Spheres” (1969) pode nos dar hoje a impressão de ter sido feitocom o computador. Mas trata-se da animação de círculos de papelde diferentes tamanhos, pintados com aerógrafo e dispostoscuidadosamente sob a câmera para dar a ilusão de profundidade

F IDDLE-DE-DEE

SPHERES

Page 63: Revista ARC DESIGN Edição 22

61ARC DESIGN

Em filmes como“Fiddle-de-dee” (1947), McLaren desenvolveu

milhares de variações de texturas e cores para ocupar o espaçomínimo de cada fotograma, usando todo o tipo de tinta e ferra-menta de desenho. O filme era usado como tela, às vezes deforma totalmente intuitiva, ignorando a divisão de quadros. O sin-cronismo com a música podia ser cuidadosamente planejado oupuramente acidental

Al gum tem po de pois co nhe ci os tais fil mes, em ses sõ es na

Ci ne ma te ca do MAM do Rio de Ja nei ro. O efei to foi ar re ba -

ta dor. Não eram ape nas ex pe ri men tos: ti nham dra ma, hu -

mor, con ta vam his tó ri as de ma nei ra bem di fe ren te. Trans -

for ma ram a mi nha vi são do que po dia exis tir além de um

sim ples de se nho ani ma do.

Fi nal men te, co nhe ci McLa ren pes so al men te quan do es ti ve

no Na ti o nal Film Bo ard of Ca na da em 1981 fa zen do meu

fil me “Ani man do”. O “ído lo” era uma pes soa ex tre ma men te

tí mi da, so lí ci ta e gen til. Pôs à mi nha dis po si ção al gu mas

de suas fer ra men tas há vá ri os anos aban do na das num

can to do es tú dio, como a má qui na que cons tru iu, com len -

tes e pris mas es pe ci ais, para fa ci li tar o de se nho so bre o

mi nús cu lo fo to gra ma de ci ne ma. E, para mi nha ale gria,

mos trou-se en tu si as ma do com o re sul ta do do fil me que

re a li zei lá.

Al guns anos mais tar de, em 1986, vol tei ao NFB, ago ra

como res pon sá vel pelo Nú cleo de Ani ma ção de um con vê -

nio Bra sil/Ca na dá. Eu le va va para a ava li a ção do mes tre os

pri mei ros fil mes pro du zi dos aqui e de ci di gra var em ví deo

a nos sa con ver sa. Foi esta, tal vez, uma das úl ti mas en tre -

vis tas de McLa ren, que fa le ceu em 1987.

Os cenários ao fundo eram desenhados com pastel oleoso, filmadosseparadamente e depois compostos com o plano das esferas porsuperimpressão fotográfica. Os movimentos eram matematicamentecalculados para dar a impressão de movimento em perspectiva

Colaboração: Consulado Geral do Canadá.Imagens cedidas pela Biblioteca Visual doNational Film Board of Canada

National Film Board of CanadaTodos os direitos reservados©

Page 64: Revista ARC DESIGN Edição 22

OKALUXR mc# 3639-02

Pai néis de vi dro iso lan tes e di fu so res de luz que são com pos tos por tu bos ca pi la res ocos en -tre ca ma das de te ci do de fi bra de vi dro, her me ti ca men te se la das com lâ mi nas de vi dro. Elespro por ci o nam luz sem som bra, com in ter pre ta ção real das co res e são iso lan tes con tra ca lore ba ru lho. Apli ca çõ es in clu em cla ra bói as, te lha dos en vi dra ça dos in cli na dos, edi fí ci os co mer -ci ais e in dus tri ais

Ma lha me tá li ca pro du zi da em di ver sos pa drõ es: ma lha al ta men te fle xí vel em la tão acha ta do po -li do; ma lha leve de alu mí nio te ci da em for ma de teia ou em cír cu los, para rou pas e te ci dos emge ral; ma lha de aço inox al ta men te fle xí vel (pode ce der em am bas as di re çõ es) em for ma decír cu los e com cír cu los sol da dos para tor ná-la mais re sis ten te, dis po ní vel em di ver sos ta ma -nhos e es ti los para jói as, ves tu á rio e aces só ri os. Ver sõ es: na tu ral ou com la quea men to me tá -li co (ouro, pra ta, bron ze, pla ti na)

METAL MESH FABRICS mc# 3479-01

Te ci do de po li és ter, li nho e ace ta to, com qua dra dos de li nho so bre pos tos rus ti ca men te apa ra -dos; ur di du ra lis tra da em pre to e bran co e uma tex tu ra ho ri zon tal cri a da pela tra ma que com -bi na fi bras su jei tas ao en co lhi men to com ou tras que não en co lhem. Fa bri ca do na Itá lia

ASTRAL mc# 1975-18

Dre no usa do para con so li dar ar gi la e areia fina. For te, du rá vel e re sis ten te a pro du tos quí mi -cos, mi cror ga nis mos e bac té ri as. É cons ti tu í do de um cer ne cen tral de pro pi le no, que age comoum ca nal de dre na gem, ro de a do por um fil tro ge o têx til fino de po li pro pi le no que tem alta per -me a bi li da de à água ao mes mo tem po que re tém as par tí cu las mais fi nas do solo

Fo lhas não-tó xi cas fei tas de po li e ti le no de bai xa den si da de para pro te ção de co ber tu ras de to -dos os fins, e de pi sos light-duty. Re tar dador de cha mas, não-es tá ti co e es ta bi li za do quan toàs ra di a çõ es ul tra vi o le ta (UV), está dis po ní vel em ro los de 4 me tros de lar gu ra

WICK DRAIN mc# 3568-01

F-PROTEC mc# 3586-03

MATE­RIAL

CON­NE­XION

O ma

te ria

l par

a es

ta seç

ão fo

i for

ne ci d

o pe

loMa

teria

l Con

neXio

n. Tr

aduç

ão: W

innie

Bastian

Page 65: Revista ARC DESIGN Edição 22

ISOBORDT mc# 3657-01

Pai néis for tes e usi ná veis, fei tos de fi bras de pa lha e re si nas não-tó xi cas, não di la tam comumi da de; tem boa elas ti ci da de, vín cu lo in ter no e den si da de; sem emis sõ es no ci vas. Re tar da dorde cha mas, está dis po ní vel em es pes su ras de 6,35 mm a 38,1 mm. As apli ca çõ es in clu em mo -bi li á rio, ar má ri os, por tas, la te rais de ga ve tas, pi sos la mi na dos e es tan tes

Sis te ma de pa vi men ta ção que re duz a mi gra ção do cas ca lho, ao mes mo tem po que man -tém a po ro si da de e mi ni mi za a ma nu ten ção. É com pos to de uma es tru tu ra de plás ti co in -je ta do, fei to de 95% de plás ti cos pós-con su mo, su por ta dos por um te ci do po ro so paraman ter as pe que nas par tí cu las de agre ga dos no lu gar. As apli ca çõ es in clu em áre as de es -ta ci o na men to de veí cu los, ca mi nhos para car ros de gol fe, ruas re si den ci ais, ca mi nhos depe des tres, con tro le de ero são

POROUS PAVING mc# 3889-01

63ARC DESIGN

Con cre to pig men ta do uti li za do para ar qui te tu ra de in te ri o res e ex te ri o res, além de apli -ca çõ es em mo bi li á rio. É co lo ca do em mol des e en tão tra ta do para apre sen tar vei os e parare fi nar a cor

COLORED CONCRETE mc# 4038-01

Fo lha de me tal com re cor tes, de sen vol vi da para co pi ar for mas tri di men si o nais. Pode ser mol da -da à mão e per mi te pro du zir, co pi ar, cor ri gir ou pro je tar for mas com pli ca das e mu i to pe que nas.Uma vez mol da da, pode per ma ne cer no ob je to e ser re ves ti da com te ci dos, fi bra de vi dro, ges soou re bo co, ou ser re mo de la da para vol tar à sua for ma ori gi nal e ser reu ti li za da. Dis po ní vel emalu mí nio e tam bém em ou tros me tais como co bre, aço ino xi dá vel ou gal va ni za do, em fo lhas de100 x 100 cm ou 100 x 200 cm, em di ver sas es pes su ras. Usu á ri os em po ten ci al in clu em en ge nhei -ros, ar qui te tos, de sig ners, ar te sãos, ma que tis tas, ar tis tas, res tau ra do res e or to pe dis tas

Te ci do ma cio, rí gi do, for te e du rá vel (147,32 cm de lar gu ra), 100% li nho cru, ab sor ve até 20%de seu peso em umi da de sem pa re cer úmi do. An ti a lér gi co, fun ci o na como re pe len te de in se -tos. Usa do para pai néis de ja ne las em vir tu de de sua ca pa ci da de de re ter umi da de

NATURAL RAW LINEN mc# 3771-03

FORMETAL® mc# 3810-01

Page 66: Revista ARC DESIGN Edição 22

1ARC DESIGN

1ARC DESIGN

1ARC DESIGN

QQuem investe no design?

VOKO

FIRMA CASA

GIROFLEX

FORMA

Page 67: Revista ARC DESIGN Edição 22
Page 68: Revista ARC DESIGN Edição 22

Nes ta pá gi na, mesa Vai com as Ou -

tras, de sign Clau dia Mo rei ra Sal -

les. Em MDF re ves ti do com no -

guei ra, pos sui pe que nas es fe ras

me tá li cas que po dem ser mo vi -

men ta das com um ímã. O mes mo

ocor re com a me sa Ma ria, na pá gi -

na ao lado, na qual as es fe ras são

subs ti tu í das por li ma lha de fer ro.

Am bas fa zem par te da nova co le ção

cri a da pela de sig ner para Fir ma

Casa, que in clui o apa ra dor Jo a -

tin ga e a mesa Joá

F i r m a C a s a

“A ma dei ra sem pre foi as so ci a da a

meu tra ba lho”, diz Clau dia Mo rei ra

Sal les, de sig ner que in te gra o elen co

de pro fis si o nais bra si lei ros na co le ção

da Fir ma Casa.

For ma da pela Es co la Su pe ri or de De se -

nho In dus tri al, a fa mo sa ESDI – quan do

Berg mil ler, ori en ta dor de mu i tas ge ra -

çõ es de de sig ners, ain da era pro fes sor –,

Clau dia Mo rei ra Sal les dei xa cla ro em

seu tra ba lho essa for ma ção ri go ro sa.

As pe ças cri a das pela de sig ner para a

Fir ma Casa são em MDF fo lhe a do de

ma dei ra, ten do ape nas os pés em ma -

dei ra ma ci ça. “Uso a ma dei ra onde é es -

sen ci al”, ex pli ca, “acho que é um ma te -

ri al para ser usa do, mas não es ban ja do.

É mu i to pre ci o so.”

Há uma idéia lú di ca, e ao mes mo tem po

rica em de ta lhes, que acom pa nha es sas

no vas pe ças da Fir ma Casa. Nas me sas

Ma ria e Vai com as Ou tras, o tam po é

um san du í che de vi dro e tela de aço,

mas com um es pa ço en tre as pla cas, no

qual são co lo ca dos ca va cos ou pe que -

nas es fe ras de fer ro, ou de qual quer

me tal, que po dem ser mo vi men ta das

por meio de um ímã. O vi dro in fe ri or é

re ves ti do com tela de aço, cri an do um

“moi ré” na su per fí cie da mesa.

“Na co le ção que apre sen tei à Fir ma

Casa, pen sei os mó veis como um tra ba -

lho de ar qui te tu ra, para que pu des sem

se in te grar ou ‘su mir’ no es pa ço.”

Com as pe ças de mo bi li á rio de Clau dia

Mo rei ra Sal les, a Fir ma Casa am plia a

sua já fa mo sa co le ção de de sign bra si -

lei ro: ob je tos que con vi vem em har mo -

nia com o de sign in ter na ci o nal.

Fotos Andrés Otero

Page 69: Revista ARC DESIGN Edição 22

FIRMA CASAAl. Gabriel Monteiro da Silva, 1.487 São Paulo, SP - Tel.: (11) 3068-0377

Av. das Amé ri cas, 7777, Rio De sign Bar ra,Rio de Ja nei ro, RJ - Tel.: (21) 2438-7586

www.firmacasa.com.br

Page 70: Revista ARC DESIGN Edição 22

V o k o

VOKOAv. das Nações Unidas, 12.995 - MezaninoBrooklin - São Paulo, SP Tel.: (11) 5507-3730 - [email protected]

Em 1976, a Voko chegou ao mercado

brasileiro trazendo o melhor do design

alemão. Finalmente em 2001 um proje-

to inteiramente concebido no Brasil é

lançado pela Voko: o sistema Physio de

móveis para escritórios, uma cria ção

do designer Paulo Germani, levou dois

anos para ser concluído e se caracteri-

za sobretudo pela mobilidade que pro-

porciona aos novos am bientes de tra-

balho. O sistema inclui biombos e

divisórias montados por meio de

“encaixes” que dispensam ferramentas

e parafusos, propor cio nando maior

flexibilidade na acomo dação interna de

cabos e fios elétricos.

Provando ainda sua sintonia com a van-

guarda do design europeu, a Voko

passa, com exclusividade, a comer-

cializar no Brasil assentos e estofados

para escritório da empresa espanhola

Franch, também expostos na última

Office Solution. A linha de poltronas e

cadeiras Duo chamou a atenção pela

diversidade de modelos, todos com

design clássico, mas adaptado à reali-

dade contemporânea dos escri tórios; a

linha Nela, por sua vez, destacou-se pela

Nes ta pá gi na, ca dei ra

S ita . Es tru tu ra em

tubo de aço (25 mm

de di â me tro) e en cos -

to e as sen to em po li -

pro p i l e no in je ta do;

co ne xão en tre o en -

cos to e a es tru tu ra

tu bu lar em alu mí nio

Page 71: Revista ARC DESIGN Edição 22

descontra ção de suas cores e formas,

intimamente ligadas ao conceito de con-

forto. As duas linhas foram idealizadas

levando em consideração pa drões rígi-

dos de ergonomia, que visam melhores

condições físicas para os usuários e

maior produtividade para as empresas.

Outra novidade da Franch trazida pela

Voko é o programa Sita de cadeiras e

poltronas destinadas às áreas coletivas.

Resistentes, empilháveis e dis po níveis

nas mais variadas versões, permitem

uma “desorganização positiva” cons -

tante nestes tipos de ambiente.

in je ta do No alto e ao lado,

ca dei ra e pol tro nas Nela; per -

mi tem re gu la gem de al tu ra de

bra ços e en cos to, e mo vi men ta -

ção sin cro ni za da de en cos to e

as sen to. Dis po ní veis nas ver -

sõ es fixa ou com ro dí zi os (em

po li a mi da ou alu mí nio po li do),

com ou sem apóia-bra ços (em

tu bos de aço e po li u re ta no)

Page 72: Revista ARC DESIGN Edição 22

G i r o f l e x

Duas linhas de cadeiras inteligentes

e um novo sistema de mesas para

es critórios. Estes foram os produ-

tos, presen tes na 8ª Office Solution,

que cele braram os 50 anos da

brasileira Giro flex.

A linha Giroflex 12, do designer Ton

Haas, combina formas geométricas e

orgânicas, resultando em cadeiras

funcionais, sofisticadas e com grande

variedade de modelos. Já a linha 63,

projetada pela Zemp+Partner Design,

se caracteriza pela introdução do sis-

tema de mecanismo sincronizado

para cadeiras, sejam elas com ou sem

braços, giratórias ou não.

A linha Evo, projetada por Nick

Butcher para a Svoboda, também está

sendo produzida pela Giroflex no

Brasil, com autorização da empresa

austríaca. Projetadas para espaços de

uso comum, mas também para inte-

grar estações de trabalho, as mesas

Evo dinamizam o ambiente e possuem

GIROFLEXRua Dr. Rubens Gomes Bueno, 691 Santo Amaro - São Paulo, SPTel.: 0800 112580www.giroflex.com.br

Page 73: Revista ARC DESIGN Edição 22

estrutura metálica com tampos em di -

ferentes materiais. Outros detalhes da

linha são o formato, concebido para

usuários que passam muito tempo em

seus escritórios, e a procura pela mo -

bilidade máxima, independentemente

da configuração do espaço.

Com essas linhas de móveis e tantas

outras, a Giroflex prova ser líder num

mercado em constante evo lução. Evo -

lução esta promovida, sobre tudo, pela

própria empresa.

Aci ma, vis ta par ci al do es tan de

da Gi ro flex na Of fi ce So lu ti on

2001, pro je to do ar qui te to Fer -

nan do Bran dão. Ao lado,

estações de trabalho combi-

nadas, em exposição no estande,

melhoram o aproveitamento do

espaço; superfícies de traba lho

do sistema Radial, divisórias DA

e cadeira Giroflex 33

Na página ao lado, li nha EVO, da

em pre sa aus trí a ca Svo bo da, um

dos lan ça men tos da Gi ro flex na

Of fi ce So lu ti on 2001. As es ta -

çõ es de tra ba lho pos su em tam po

em ma dei ra e pés – com al tu ra re -

gu lá vel – em alu mí nio ou fi bra de

car bo no. À direita, des ta que

para a in te gra ção en tre os es -

tan des da Gi ro flex (na foto, à

es quer da) e da For ma, am bas do

Gru po Gi ro flex

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Apoio:

Apoio Institucional:

Arc Design: endereço para correspondênciaRua Lisboa, 493 - CEP 05413-000São Paulo – SP

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Uma Publicação Quadrifoglio EditoraARC DESIGN nº 22, novembro/dezembro 2001

Diretora Editora – Maria Helena EstradaDiretor Comercial – Cristiano S. BarataDiretora de Arte – Fernanda Sarmento

Redação:Editora Geral – Maria Helena EstradaEditora de Design Gráfico – Fernanda SarmentoChefe de Redação – Winnie BastianRevisora – Jô A. SantucciProdução – Tatiana Palezi

Arte:Designers – Adriana Lago

Anita CortizasCibele Cipola

Participaram desta edição:Alexandre RochaAndrés OteroFelipe FontouraFernando SallesFernando PerelmutterGuido Barba GelataMarcos MagalhãesSueli Ortega

Departamento Administrativo:Cláudia Hernandez

Departamento de Circulação e Assinaturas:Maurício Grazzini

Conselho Consultivo:Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta; arquiteto JulioKatinsky; Emanuel Araujo, diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo; MaureenBisilliat, curadora do Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina; JoãoBezerra, designer, especialista em ergonomia; Rodrigo Rodriquez, especialista emcultura e design europeus, presidente da Federlegno-Arredo, Itália, consultor de ArcDesign para assuntos internacionais

Fotolito: Relevo AraújoImpressão: Litokromia PrintPapel: Suzano Papel – Couchê Reflex Matt (miolo – 150 g)

Supremo Duo Design (capa – 250 g)

Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARC DESIGN sãode propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidas pelas empresas,instituições, ou profissionais referidos nas matérias. A reprodução de toda e qualquerparte da revista só é permitida com a autorização prévia dos editores, por escrito.

Quadrifoglio Editora, Projetos de Marketing Ltda.Rua Lisboa, 493 – São Paulo – SPCNPJ – 01.792.485/0001-66IE – 116.166.492.118

ISSN 1415 – 027

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