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ONU e as prioridades para a Educação Mundial

Paiva NEttO escreve “Tempo de repensar no divã” e lança Jesus, o Profeta Divino, um dos campeões de vendas na Bienal do Livro do RJ

saúdE E MEiO aMbiENtE O médico e pesquisador dr. Paulo Saldiva adverte que a poluição do ar e o aquecimento global poderão ser a causa dos maiores problemas de saúde pública neste século

HOMENagEM Coral da LBV emociona personalidades gaúchas na entrega do Troféu Guri, do Grupo RBS

Jair Rodrigues

Paulo Kramer

Nilze Carvalho

Zuenir Ventura

SusanaWerner

Nívea Stelmann

Leia também:

Ações intersetoriais da LBV no combate

à miséria são repercutidas em

Reunião de Alto Nível do Ecosoc, da ONU, em Genebra, Suíça.

LBV promove e coordena

painel sobre ensino de

qualidade a representantes

dos 5 continentes

A Legião da Boa Vontade compartilha experiências

com delegações internacionais

em pronunciamento oficial transmitido pela TV ONU para o mundo

Lucinha Araújo

Marcel Souto Maior

U M L I V R O Q U E E S C L A R E C E E C O N F O R T A

P a i v a N e t t o

JESUS

DIVINOOFETAO P

MAIS DE

1,5 MILHÃODE LIVROSVENDIDOS

IV VOLUME DA COLEÇÃO O APOCALIPSE DE JESUS PARA O

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CORA

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8 8 “Tempo de repensar no divã”

Paiva Netto

12 CarTas, e-mails, livros e regisTros

23 opinião esporTiva por José Carlos AraújoEquilíbrio traz emoção de volta

24 Homenagem — 22o prêmio da músiCa Brasileira26 samBa & HisTória por Hilton Abi-Rihan

Jovem porta-voz da música brasileira

28 aBrindo o CoraçãoZuenir Ventura — O tempo e as realizações

33 opinião — ensino por Arnaldo NiskierPerspectivas da Educação para o Brasil

34 aConTeCe no rio grande do sul36 inTernaCional

• LBV na ONU — Destaque na Educação

44 espeCialAção solidária e Cultura de Paz — Declaração da LBV para a

Reunião de Alto Nível 2011, do Ecosoc (ONU), é sucesso

50 espiriTualidade Marcel Souto Maior — Uma descoberta impressionante

54 aConTeCe no mundoAniversário — LBV da Bolívia comemora 25 anos

57 aConTeCe no rio de Janeiro58 músiCa

Jair Rodrigues — Talento e descontração

60 aConTeCe nos eua62 saúde e meio amBienTe

O ser humano em perigo na questão ambiental, na análise do

médico dr. Paulo Saldiva

Paiva Netto escreve: “Tempo de repensar no divã” 36 Ação da LBV para a Educação é recomendada

pela ONU durante Reunião de Alto Nível do Ecosoc em Genebra (Suíça)

33 arnaldo niskier

Perspectivas para a Educação do Brasil

26nilze CarvalHo Jovem porta-voz da música brasileira

15 miguel falaBella

Apresenta livro de memórias

16 José Burnier

Escreve biografia de José Alencar

23 José Carlos araúJo

Seleção e clubes

12miriam leiTão

Lança Saga Brasileira

16edney silvesTre

Publica o primeiro romance

Sumário

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Luz

4 BOA VONTADE

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80

67 aConTeCe no espíriTo sanTo68 susTenTaBilidade por Daniel Borges Nava

Energia na Amazônia, Belo Monte e licença social

72 Congresso em pauTa por Paulo Kramer Projetos de lei em tramitação

76 Templo da Boa vonTade78 TerCeiro seTor

Intersetorialidade e regulamentação

80 eduCação • Uma visão além do intelecto

94 TelevisãoNívea Stelmann — Sucesso e engajamento

96 responsaBilidade soCial98 opinião — mídia alTernaTiva por Carlos Arthur Pitombeira

Resistência e foco local — Jornais com mais de 100 anos e

seus exemplos para a mídia do interior

100 arTe na Tela por Marta JabuonskiValorizar as diferenças

102 ação Jovem lBv

106 melHor idade• Amor e carinho reduzem internações hospitalares (p. 106)

• Escolha bem o seu cardápio — Atenção à quantidade e à

qualidade dos alimentos (p. 108)

110 soldadinHos de deus

112 aprendendo porTuguês

114 semana da páTria

Congresso Internacional de Educação da LBV apresenta caminhos para ampliar o ensino de qualidade: uma visão além do intelecto.

50marCel souTo maiorUma descoberta impressionante

58 Jair rodrigues

Talento e descontração

28 zuenir venTuraO tempo e as

realizações

72 paulo kramerProjetos de lei em tramitação

57 susana WernerVisita à LBV

94 nívea sTelmann

Sucesso e engajamento

98 Carlos arTHur

piTomBeiraResistência e foco local

62 Saiba as graves consequências da poluição e das mudanças climáticas para o seu organismo neste século

BOA VONTADE 5

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Ao leitor

BOA VONTADEA N O 5 5 • N o 2 3 0 • J U N / J U L / A G O 2 0 1 1

BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

Diretor e eDitor-responsável: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

CoorDenAção gerAl: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira

sUperintenDênCiA De mArketing e ComUniCAção: Gizelle Tonin de Almeida

JornAlistAs ColAborADores espeCiAis: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.

eqUipe elevAção: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Natanael Rodrigues, Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

proJeto gráfiCo: Helen Winkler

CApA e DiAgrAmAção: Felipe Tonin, Helen Winkler e Kátia Borba

impressão: Editora Parma

CréDito DAs fotos De CApA: Jair rodrigues: Vivian R. Ferreira; lucinha Araújo: Ricardo Chagas; marcel souto maior: Editora Planeta/Bel Pedrosa; nilze Carvalho: Divulgação; nívea stelmann: Priscilla Antunes; paulo kramer: Arquivo pessoal; plenária da onU em genebra: Divulgação; susana Werner: Priscilla Antunes; e Zuenir ventura: Matheus Cabral.

enDereço pArA CorresponDênCiA: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected]

A revista boA vontADe não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

Nesta edição da BOA VONTADE, duas reportagens es-peciais põem em evidência os avanços e desafios por um ensino de qualidade e a proposta pedagógica do educador Paiva Netto: a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico. A inovadora linha de ensino da Legião da Boa Vontade — que, além de promover a formação intelectual, desperta para o exercício de valores éticos, ecumênicos e espirituais — tem chamado a atenção de instituições e profissionais da Educação pelos resultados alcançados nas escolas e nas unidades socioassistenciais da LBV.

A primeira reportagem destaca a agenda das Nações Unidas para a educação básica, assunto que mereceu abor-dagem especial na Reunião de Alto Nível 2011, do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), da ONU, ocorrida em Genebra, Suíça, de 4 a 7 de julho. Nesse encontro, a LBV foi convi-dada a representar a sociedade civil, levando às delegações de vários países ali presentes suas boas práticas colhidas na América do Sul e em Portugal.

No Brasil, a cobertura completa do 10o Congresso Internacional de Educação da LBV, realizado na capital paulista, nos dias 29 e 30 de junho e 1o de julho. Mais uma vez, o tema foi o ensino de qualidade, e a presença de especialistas e as oficinas pedagógicas atraíram para o debate educadores, estudantes de Pedagogia, autoridades e profissionais de áreas afins.

No artigo “Tempo de repensar no divã”, o jornalista Paiva Netto traz trecho de seu mais novo título: Jesus, o Profeta Divino, um dos campeões de vendas na 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. A obra, que esclarece e conforta, é o 4o volume da série “O Apo-calipse de Jesus para os Simples de Coração”.

O leitor também acompanha uma entrevista descontraída com o consagrado jornalista, escritor e feliz octogenário Zuenir Ventura. Sem jamais deixar de olhar adiante, para ele é boa a convivência na Terceira Idade, algo diferente da importância excessiva que as pessoas, em geral, dão à fase da juventude.

E mais: em “Samba & História”, um pouco da trajetória de Nilze Carvalho, divulgadora da música brasileira no exterior. Ainda no âmbito cultural, homenagem aos mais de 50 anos de carreira do cantor Jair Rodrigues. Na seção “Saúde e Meio Ambiente”, a revista ouviu o médico e pesquisador dr. Paulo Saldiva, que traz estudo segundo o qual a poluição do ar e o aquecimento global poderão ser a causa principal dos maiores problemas de saúde pública neste século.

Também a partir desta edição, contamos com a grata colaboração do veterano jornalista Paulo Kramer, doutor e mestre em Ciências Políticas, que trará as atualidades do Congresso Nacional.

Boa leitura!

Reflexão de BOA VONTADENum improviso que fiz na cidade do Rio de Janeiro/RJ, em 20 de junho de 1987, no

sugestivo auditório do Ecumenismo Total, da antiga sede da LBV na capital fluminense,

reiterei que não se erige uma pátria melhor e um povo mais feliz fazendo coleção de seus defeitos, todavia os corrigindo e catalisando os acertos dela. É verdadeiro suicídio querer compatibilizar os homens por aquilo que têm de condenável. A conciliação tem de ser feita

por cima: por suas virtudes e qualidades eternas. Um país progride na razão direta do talento e da pertinácia de seus filhos (...). O

mesmo ocorre em âmbito planetário.

Extraída do livro É Urgente Reeducar!, de autoria do escritor Paiva Netto.

Tiragem: 50 mil exemplaresEdição fechada em 7/9/2011

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

6 BOA VONTADE

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Tempo de repensar no divã

Tempode repensar

no divã

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João

Pre

da

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LBV.

No dia 1o de setembro, lancei Jesus, o Profeta Divino, durante a 15a

Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro.

Trata-se do quarto volume da série de palestras “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, na qual proferi a respeito do Apocalipse no rádio e na TV. Jesus, o Profeta Divino é mais uma contribuição aos que discutem seriamente o tema profético acerca do Fim dos Tempos.

O Cristo, os profetas bíblicos, os vates das religiões e muitos pesqui-sadores, crentes ou ateus, cada um a seu modo, falam sobre ou analisam a possibilidade de uma grande mu-dança ou monumental reforma em tudo o que conhecemos como so-ciedade e aspecto físico deste orbe.

Apresento despretensiosamente no livro elementos dessas transfor-mações. Elas se realizarão, creia-mos nós ou não creiamos nelas? Quando?! 2012?! 2057?! 2060?! 3797?! Num futuro mais distante?! Não sei... porém deixo à reflexão

rem transformações mais profundas que em outros, e este pode ser um deles. Aliás, todos os indicadores econômicos vêm apontando anos difíceis. Daí ser imprescindível en-xergarmos a Economia como a mais religiosa das ciências, no sentido mais amplo da Fraternidade Ecumê-nica. A Economia precisa descobrir o espírito altruístico.

O centro da Economia Altruísta

Na entrevista que concedi, em 10 de outubro de 1981, ao meu velho amigo Paulo Parisi Rappoccio, jornalista italiano ra-dicado no Brasil, reitero:

(...) O ser humano, com seu Espírito Eterno, é o centro da Economia Altruísta, a geratriz de todo o progresso. Sem ele, não há o trabalho nem o capital.

A riqueza de um país está no coração do seu povo. No entanto, nações inteiras ainda sofrem mi-séria. Convém lembrar que barri-gas vazias e Espíritos frustrados geralmente não estão dispostos a ouvir. (...)

Numa época em que pelo avanço da tecnologia as expectativas de pro-dução ficam ultrapassadas, a fome

dos estimados leitores. Apenas como lembrança, recordo-lhes esta passagem do Apocalipse, 1:3:

— Bem-aventurados aqueles

que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia deste Livro e guardam as coisas nele escritas, pois o tempo está próximo.

O que significa esse próximo? Verifiquem as explicações no

capítulo “A questão espiritual do tempo”, constante da obra, a partir da página 235, bem como nos ou-tros volumes de “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”: As Profecias sem Mistério, Somos to-dos Profetas e Apocalipse sem Medo.

O Tempo das grandes mudan-ças, no entanto, pode estar em pleno curso. Elas são inevitáveis, desde as simples às mais complexas?

Alziro Zarur (1914-1979), fundador da Legião da Boa Vonta-de, dizia, quanto à Terceira Guerra Mundial, ser ela inevitável.

Muitos estremecem ante a pers-pectiva da escassez e do alto preço dos alimentos; da falta de água potável; do fim do petróleo; da ex-plosão populacional; do ferimento da camada de ozônio; do aquecimento global; do covarde bullying; do la-mentável consumo cada vez maior de bebidas alcoólicas por adoles-centes; das repulsivas pedofilia e efebofilia; da forte queda da umidade relativa do ar, afetando garganta, narinas, olhos, cabeça — os pais das crianças que o digam... —, entre outras ameaças.

Ainda sobre 2012 marcar o fim do planeta Terra, não creio nisso. Na verdade, existem anos em que ocor-

BOA VONTADE 9

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tanta fartura e, por outro, tanta pe-núria. Está faltando Solidariedade à Economia. Até que o último dos seus filhos tenha as condições mínimas para uma vida digna, qualquer país não será independente, mas apenas escravo das limitações que a si mes-mo se impõe. Os impedimentos de ordem interna são mais prejudiciais ao progresso de sua gente que os de ordem externa (...). Se um povo não se prepara, como vencerá?

Profundas reformasVejam o que ocorre, agora mes-

mo, no campo econômico-financeiro,

por consequência social, a partir da mais potente nação da Terra na atualidade, os Estados Unidos, sem falar na Europa. O capitalismo está se repensando no divã, pelo qual ainda passa o socialismo.

Zarur costumava declarar, há mais de cinquenta anos, que o poder se tornaria fluídico nas mãos dos poderosos e, assim, escaparia entre os dedos deles.

Hoje, século 21, os Estados nacionais flagrantemente não têm mais a força de outrora. Poder-se-ia afirmar que “o mundo está à beira de um precipício”. Mas isso é um velho chavão. Todavia, certos con-ceitos vão mudar profundamente. Aliás, já estão sendo revistos.

Vivemos tempos de crise, e esta sempre implica alguma transforma-ção, no decorrer dela ou em seguida. Diante dessa conjuntura terráquea e espiritual, é mais que urgente que estudemos as previsões de Jesus, o Profeta Divino. Por isso, criei a série “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”.

O lançamento de Jesus, o Profeta Divino é destaque no estande da Editora Elevação na 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Na Livraria Saraiva também está entre os mais vendidos. A próxima edição da BOA VONTADE trará reportagem completa sobre o evento literário.

Tempo de repensar no divã

Ilustração: William Luz

O ser humano, com seu Espírito Eterno, é o centro da Economia Altruísta, a geratriz de todo o progresso. Sem ele, não há o trabalho nem o capital.

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é realmente um escândalo! Não somente a do corpo, como também a de conhecimento, isto é, Educação espiritualizada, sem a qual nenhum povo é forte. Anacronicamente, nun-ca o mundo conheceu, por um lado,

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e AinDA...A editora elevação apresenta obras já consagradas de paiva netto no formato e-book:

conforta e esclarece

Autor com mAis de 4 milhões de

livros vendidos

Autor com mAis de 4,7 milhões de livros vendidos

Um livro que

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Cartas, e-mails, livros e registros

Gratidão“Que maravilha o artigo [‘En-

contro mundial em Genebra’], que demonstra a força do Amor! Real mente, o sr. Paiva Netto é um grande missionário, e alegra--me o coração por tê-lo na defesa dos direitos humanos, levando ao mundo a Pedagogia do Afeto e a do Cidadão Ecumênico. Colocar a mensagem do Evangelho de Jesus construindo o homem de bem, no dia a dia, é a nossa meta. Recebe-remos um companheiro de Mar del Plata (Argentina). Estou fazendo a programação para incluir uma visita ao Instituto de Educação da LBV. Juan Carlos Belino é escritor e pertence à Sociedade Espírita Pancho Sierra, mantenedor da Instituição Assistencial Humberto Mariotti/Logarzito de los Niños de Mar del Plata. Que Jesus os ampa-re sempre. Recebam as vibrações

de carinho e meu senti-mento de gratidão

por lembra-rem desta pequenina aprendiz

do Evangelho de Jesus” (Miltes Appareci-

da Soares de Carvalho Bonna, presidente da Instituição Assis-tencial Meimei (IAM), de São Bernardo do Campo/SP).

Felicidade“Quero dizer que é uma alegria

muito grande poder conversar com todos (...) da LBV e pedir ao nosso Senhor que abençoe esse trabalho em favor das crianças e dos menos favorecidos. Agradeço muito, de co-ração, a visita das crianças da LBV,

pelo carinho, pela homenagem que me deixou bastante feliz. Quanto à energia positiva das crianças da LBV, rogo ao Papai do Céu pela saúde de todos, e também do vovô Dom [como as crianças passaram a chamá-lo]. Que o nosso querido Pai Eterno abençoe

todas as nossas crianças” (Bispo Dom Geraldo Majela de Castro, arcebispo

emérito da Arquidiocese de Montes Claros/MG).

Realizações“Querido amigo Paiva

Netto, estamos muito fe-lizes por tudo o que tem

A jornalista Miriam Leitão lança livro em concorrida noite de autógrafos no Rio de Janeiro/RJ

A consagrada jornalista Miriam Leitão lançou recente-mente no Rio de Janeiro/RJ, a obra Saga brasileira, a longa luta de um povo por sua moeda. Jornalistas, autoridades, familia-res e amigos compareceram ao evento. O livro narra a trajetória da moeda brasileira, do Plano Cruzado até o Real, apresen-tando depoimentos pessoais, entrevistas, fatos, bastidores de governo, que a autora acompa-nhou dentro e fora das redações. Um grupo de 15 pessoas con-tribuiu com relatos para a obra, os quais somaram 35 horas de gravação.

Entre os colaboradores, foi importante a participação dos economistas Persio Arida, um dos idealizadores dos planos Cruzado e Real; André Lara Resende, ex-presidente do Ban-co Nacional de Desenvolvimen-to (BNDES); e José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretá-rio de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

A colunista autografou um exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte mensagem: “Jornalista Paiva Netto, sucesso. Um abraço. Miriam Leitão”.

Obra relata trajetória da moeda brasileira

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12 BOA VONTADE

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RegistRO A ministra do Desenvolvimento So-cial e Combate à Fome, dra. Tereza Campello, recebe representantes da LBV. O encontro cordial, ocorrido em julho em Brasília/DF, também foi registrado pelo ministério. Da esquerda para a direita: Paulo Medeiros e Gizelle de Almeida, da LBV; ministra Tereza Campello; Antonio Paulo Espeleta, da LBV; e Luciana de Barros Jaccoud, assessora especial da ministra. Muito há de se fazer pelo Brasil.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) dr. Ubiratan Aguiar lançou, em 12 de julho, o livro Tropel do Tempo, em prestigiada noite de autógrafos, em Brasília/DF.

Sobre a obra, o autor afirmou: “Eu trouxe versos para amenizar a violência que contamina hoje o mundo. Ele deveria ser o da Paz, da Solidariedade, da mão estendida, da construção da família; esses são os valores que devem realmente povoar as pessoas”.

Estiveram presentes ao evento o ministro do TCU Valmir Campelo; o vice-governador do Ceará, Domingos Aguiar Filho; o deputado estadual do Ceará Francisco José Pinheiro; o senador e ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho; e o jorna-lista e historiador Adirson Vasconcelos, entre outros.

Na ocasião, o dr. Ubiratan dedicou um exemplar da obra ao dirigente da LBV, com estes dizeres: “Paiva Netto, quem povoa o bem deve recolher poesia como forma de alimentar os sonhos e pavimentar a vida. Com o abraço do Ubiratan”.

O escritor Ubiratan Aguiar, durante o lançamento da obra Tropel do Tempo, no Salão

Nobre do ParlaMundi da LBV, na capital federal.

Ministro Ubiratan Aguiar lança livro

de poesias

feito para ajudar o povo carioca e brasileiro, com as necessidades que tanto nos afligem. Tivemos a oportunidade de ver suas realizações na revista BOA VONTADE Especial, de 2/3/2011. A grande creche construída pelo senhor [em Del Castilho, no Rio de Ja-neiro] está realmente esplêndida, de muito bom gosto, e beneficia muitas crianças. Parabéns para o senhor e

toda sua equipe! (...) Que Deus continue ajudando-o, bem como a toda sua família. Grande abraço” (Gelva Cavalcanti Pinto, Rio de Janeiro/RJ).

“Reflexões da Alma”“Quero parabenizá-lo [o jornalista e escritor Paiva

Netto] pelo importante e solidário artigo com título “Abo-minação da desolação no lugar santo”, publicado no jornal A Tribuna, da cidade de Santo Ângelo/RS. Minha família e eu, sensibilizados, nos solidarizamos acompanhando as suas palavras sobre as 12 crianças vitimadas e seus familiares, por conta da triste tragédia de Realengo, Rio de Janeiro, em 7 de abril. O respeito e o carinho à sagrada pessoa humana e seu Espírito Eterno ficaram marcantes nesse artigo. E realmente, como o senhor destacou (...) na página 18 de seu belo livro Reflexões da Alma: ‘Um dos maiores perigos que a Humanidade atravessa é a vulgarização do sofrimento. De tanto assistir a ele pela mídia, os povos podem passar a tê-lo como uma coisa corriqueira e, pior, que não é passível de ser mudada’. Muito obrigado pelos seus excelentes ensinamentos e sua nobre atenção” (Nildo Evaldo da Silva, Porto Alegre/RS).

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Em movimentada sessão de autógrafos, o jornalista Ernesto Paglia apresentou recentemente seu novo livro: O diá-rio de bordo do JN no Ar. Acompanhado da esposa, a também jornalista Sandra Annemberg, o repórter da TV Globo recebeu amigos, fãs e colegas de trabalho em uma livraria paulistana.

A obra é um registro pessoal da experiência do autor ao percorrer 27 cidades brasileiras (representando cada um dos Estados e o Distrito Federal) e mostrar os problemas locais e as características de sua gente. As viagens ocorreram no ano passado, e os relatos do repórter focalizaram as diversas reali-dades de lugares muito distantes entre si no território brasileiro.

Sobre o trabalho, afirmou o autor: “O retrato que surge deste diário de bordo, falado ou antevisto nas belas e por ve-zes pujantes fotografias que acompanham o volume, por um lado, pode parecer desalentador, mas, por outro, nos enche de ânimo e certeza do compromisso de tantos brasileiros, dos homens comuns deste país, de torná-lo uma grande nação, onde seus filhos possam nascer e crescer com justiça”.

O repórter autografou um exemplar ao dirigente da LBV, com a seguinte mensagem: “Para o ilustre Paiva Netto, com votos de bons voos e leitura agradável, Ernesto Paglia”.

Crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade em Belo Horizonte homenagearam o governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Junho Anas-tasia, pela passagem de seu aniversário, em 9 de maio. Elas cantaram o tradicional Parabéns pra você e Amigos para Sempre. Em seguida, presentearam-no com um quadro no qual se vê a majestosa estampa de Jesus, o Cristo Ecumênico, com o registro da Prece para ter tranquilidade, de autoria do escritor Paiva Netto, e um cartão feito pelas próprias crianças (foto). “Estou muito feliz e emocionado com esta demonstração de carinho e apreço. Quero agradecer e aproveitar para dizer, mais uma vez, que vimos uma bela apresentação das crianças da LBV que, de maneira tão afetuosa e fraterna, cantaram a belíssima música Amigos para sempre”, disse Anastasia.

Crianças da LBV parabenizam o governador Antonio Anastasia pela passagem de seu aniversário

O governador mineiro é homenageado com quadro, no qual se vê a majestosa estampa de Jesus, o Cristo Ecumênico.

governador de Minas gerais recebe

crianças da LBV

ernesto Paglia lança O diário de bordo

do JN no Ar

O jornalista Ernesto Paglia apresenta sua obra

A simpática jornalista Sandra Annenberg (D), esposa do autor, e Renata Tabach de Paiva, da LBV.

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Cartas, e-mails, livros e registros

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O ator, diretor, produtor, dramaturgo e autor de novelas Miguel Falabella lançou Vivendo em voz alta, uma autobiografia. Na concorrida sessão de autógrafos, ocorrida em maio, na cidade de São Paulo/SP, estiveram presentes atores, personalida-des e amigos do autor.

Na obra, Falabella descreve emoções que guarda no coração, com detalhes sobre a tenra infância e pensamentos nascidos nos bastidores do teatro. O autor afirma que procura fazer das pequenas coisas da vida um espetáculo sensível; por isso, ao apre-sentar suas memórias, convida o leitor à reflexão dos temas cotidianos sob novas perspectivas.

Miguel Falabella apresenta livro de

memórias

Durante sessão de autógrafos, Falabella recebe a Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio, internet e publicações).

escritor português Valter Hugo Mãe

encanta público do RioO público carioca teve mais uma oportunidade

de conhecer um pouco do trabalho e do pensamento do escritor, músico e poeta angolano, naturalizado português, Valter Hugo Mãe. O autor de A máquina de fazer espanhóis, lançado com sucesso na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), palestrou so-bre a obra em evento bastante prestigiado na capital fluminense no dia 14 de julho.

Em entrevista à BOA VONTADE, o escritor comen-tou a proposta do livro: “Ele pretende ser uma espécie de conhecimento acerca da Terceira Idade. Minha geração, quando chegar à Terceira Idade, terá um problema grave de ser mãe e pai de poucos filhos. Então, é um problema social. E este livro pretende antecipar um pouco ou intensificar desde já a preo-cupação com essa questão”.

O poeta ressaltou, ainda, seu fascínio pelo país e elogiou a receptividade dos brasileiros. “Minha pas-

O escritor Valter Hugo Mãe autografa o livro A máquina de fazer espanhóis

Ao diretor-presidente da LBV, o ator dedicou um exemplar com a seguinte mensagem: “Para José de Paiva Netto, com carinho e admiração por sua bela obra. Miguel Falabella 2011”.

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sagem pelo Brasil é um dos momentos inesquecíveis da minha vida. Não sei como agradecer a tantas pes-soas que me disseram coisas incríveis, muito bonitas. Saio daqui energizado, com vontade de fazer melhor. Obrigado aos leitores brasileiros! Vou planejar voltar.”

Valter Hugo encaminhou um exemplar da publica-ção ao diretor-presidente da LBV, no qual escreveu a seguinte dedicatória: “Ao Paiva Netto, com um abraço. A máquina da digna idade”.

BOA VONTADE 15

Page 16: Revista Boa Vontade, edição 230

Cartas, e-mails, livros e registros

edney silvestre autografa Se eu fechar os olhos

agoraJornalista e escritor, agraciado com o Prêmio

Jabuti (2010), Edney Silvestre conversou com leitores e promoveu uma sessão de autógrafos do seu primeiro romance, Se eu fechar os olhos agora, lançado na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 3 de setembro.

O livro narra a história de dois meninos de 12 anos que investigam por conta própria um assassinato ocorrido em abril de 1961 no Rio de Janeiro, contando com a ajuda de um velho senhor que mora no asilo da cidade. Com elogios da crítica e do público, no ano passado a obra já havia conquistado o Prêmio São Paulo de Lite-ratura de autor estreante.

Durante o lançamento de seu livro na Bienal do Rio, o autor recebeu os cumprimentos da equi-pe da LBV e gentilmente dedicou um exemplar ao dirigente da Instituição: “Para o Guerreiro Paiva Netto, com o melhor do abraço do Edney Silvestre”.

O jornalista Edney Silvestre apresenta a obra Se eu fechar os olhos agora ao público da Bienal do Livro do Rio de Janeiro

O jornalista José Roberto Burnier autografa o livro Os últimos passos de um vencedor

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De um olhar mais próximo sobre a fase final da trajetória do empresário e político mineiro José Alencar (1931-2011), nasceu o livro Os últimos passos de um vencedor, de autoria do jornalista José Roberto Burnier, repórter da TV Globo. Lançada em 4 de setembro, no Rio de Janeiro/RJ, a obra focaliza os últimos cinco anos do popular vice de Lula. Depois de 13 anos de luta contra o câncer, o ex-vice-presidente morreu em março deste ano.

Em 2006, Alencar fora diagnosticado com um tipo raro de câncer próximo do abdome, e Burnier então foi escalado para fazer a cobertura do tratamento. A coragem e a disposição com que o político encarou o difícil episódio, tendo de enfrentar 18 horas de cirur-gia, conquistou o jornalista, que decidiu ali escrever o livro.

No lançamento, o autor conversou com repre-sentantes da LBV e autografou um exemplar ao dirigente da Instituição, com esta dedicatória: “Caro Paiva Netto, a solidariedade está no seu sangue. E no sangue de Alencar sempre esteve a coragem de encarar a morte de frente e privilegiar a vida. Um abraço. Burnier”.

José Roberto Burnier e a biografia de

José Alencar

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O Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, em

Brasília/DF, foi escolhido pela Advocacia-Geral da União (AGU) para sediar o I Encontro Nacional da AGU sobre Direitos Humanos e Políticas Setoriais de Gênero e Raça. Nesse espaço, em 23 de agos-to, reuniram-se para os trabalhos os titulares de três ministérios e o representante da Advocacia-Geral.

A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH da PR); a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM); a ministra Luiza Helena de Bairros, da Secretaria de

Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir); e o ministro Luís Inácio Lucena Adams, advogado--geral da União, debateram as polí-ticas públicas aplicadas pelo gover-no e as estratégias para alcançar a equidade entre homens e mulheres no trabalho e combater toda forma de discriminação — notadamente, aliás, uma das bandeiras defendidas pela presidenta Dilma Rousseff.

O ministro Lucena Adams, a quem coube a abertura da ceri-mônia, explicou o desempenho da AGU na efetividade das políticas proativas referentes a direitos humanos e igualdade racial e de gêneros. Exemplos disso são a im-plementação de cotas nas universi-

dades federais e a regularidade dos processos de demarcação de áreas indígenas e de quilombolas.

Para a ministra Maria do Rosário, um encontro como esse é de grande importância, na medida em que unifi-ca os ministérios na condução dessas políticas. “A AGU é parte de uma série de ações formais. A instituição firma dentro do governo pressupostos de legalidade dos direitos, é parte de uma série de ações formais. A insti-tuição firma dentro do governo pres-supostos de legalidade dos direitos, que, quando perpassam os Direitos Humanos, fortalecem conceitos e mudam de fato a estrutura de Estado hoje e para o futuro”, afirmou.

(Fonte: Advocacia-Geral da União.)

AGU e três ministérios reúnem-se no ParlaMundi da LBV em concorrido evento

de igualdade racial e de gênero em pautaDireitos humanos e políticas

A partir da esquerda, os ministros Maria do Rosário, da SDH da PR; Luiza Bairros, da Seppir; Luís Adams, da AGU; e Iriny Lopes, da SPM, que debateram, em Brasília/DF, as políticas públicas e estratégias para alcançar a equidade entre homens e mulheres no trabalho e combater toda forma de discriminação.

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Ana Maria Machado publica livro de fábulas

Frei Betto apresenta Minas do Ouro

Dicas sobre a escrita correta, por sérgio Nogueira

O pensador, humanista e escritor Frei Betto lançou no dia 4 de setembro o romance Minas do Ouro. Nele, o autor conta a atribulada saga da família Arie-nim, suas tragédias e aventuras à procura de metais preciosos pelo território brasileiro, busca que se iniciou logo que os por-tugueses começaram a dominar.

Com mais de 50 títulos publicados, Frei Betto estreia no romance histórico com a nova obra. A concorrida ses-são de autógrafos contou com a presença de representantes da Legião da Boa Vontade. O religioso deixou em um dos exemplares seu apoio ao dirigente da LBV: “Ao Paiva Netto apóstolo do bem, com amizade”.

O lançamento de O urso, a gansa e o leão, de autoria da acadêmica e secretária-geral da Academia Brasileira de Letras (ABL), a escritora Ana Maria Machado, ocorreu em presti-giada sessão de autógrafos, no dia 3 de setembro, na capital fluminense.

O livro, dedicado ao públi-co infantil, reúne três joias da tradição fabulista atribuídas a Esopo e recontadas com o toque especial da autora. No trabalho, o leitor se depara com histórias que falam de amizade, indife-rença, ambição, impaciência e astúcia.

Ao término do evento, a au-tora recebeu os cumprimentos de representantes da LBV e dedicou um exemplar do livro, com esta mensagem: “Para Paiva Netto, um abraço cordial, Ana Maria Machado”.

O livro Ortografia, do escritor e professor de português Sérgio Nogueira, foi relançado em 5 de se-tembro, na 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Produzida

com o novo acordo ortográfico em vigência, a obra permite que as pes-soas se atualizem com as mudanças.

No título, o escritor dá dicas sobre a escrita correta das palavras e oferece aos leitores um elaborado teste. “O objetivo é simplificar a vida daquele que precisa conhecer melhor os novos sistemas”, comenta o autor.

Sérgio Nogueira autografou o livro para o dirigente da Legião da Boa Vontade, com estas palavras: “Ao presidente da LBV, Paiva Netto, com minha estima e desejo de sucesso. Um abraço”.

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O cantor, compositor e es-critor Martinho da Vila recebeu no dia 6 de setembro represen-tantes da LBV durante o lança-mento do seu livro Fantasias, Crenças e Crendices, na 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. A obra aprofunda temas relacionados a misticis-mo, crenças e amor.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, o sambista afirmou: “É uma missão. Com minha literatura eu busco tocar as pessoas que não têm o hábito de ler e, por gostar de mim, acabam lendo um livro”.

Na ocasião, dedicou um exemplar do novo trabalho literário ao dirigente da Institui-ção: “Grande Paiva Netto, Boa Vontade, sempre. Martinho da Vila 2011”.

saulo gomes autografa obra As Mães de Chico Xavier

Responsável pela organização dos textos do filme As Mães de Chico Xavier, o jornalista e escritor Saulo Gomes recebeu os leitores, no dia 3 de setembro, em movi-mentada sessão de autógrafos na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

A obra traz os bastidores do filme, baseado em histórias reais de três mães que viveram dramas distintos. Na ocasião, o autor foi recepcionado pela equipe da LBV, que, em nome do diretor-presiden-te da Instituição, levou um abraço fraterno ao conceituado jornalista,

ao que ele retribuiu, enviando um exemplar com a dedicatória: “Ao querido amigo irmão Paiva Netto, o meu respeito, o meu apreço, o fraterno abraço do amigo Saulo Gomes”.

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Martinho da Vila escreve

Fantasias, Crenças e Crendices

O jornalista Heródoto Barbeiro e o engenheiro José Renato Santiago Júnior lançaram, no dia 3, na capital paulista, o livro Buscando o equilíbrio — Reflexões sobre a vida, o conhecimento, as relações pessoais e profissionais.

Na obra, os autores defendem que, ao longo da vida pessoal e profissio-nal, as pessoas compartilham alegrias, tristezas e desafios. Segundo eles, essas experiências são positivas e ajudam a formar o caráter.

Durante a noite de autógrafos, os autores receberam os cumprimentos fra-ternos da equipe da Legião da Boa Vontade (LBV) e dedicaram um exemplar da obra ao diretor-presidente da Instituição, com a mensagem: “Paiva Netto, muito obrigado pela lembrança, espero que goste, pois ELE ESTÁ VOLTANDO, um grande beijo. José Renato e Heródoto Barbeiro”.

Heródoto Barbeiro e José Renato santiago lançam livro em sP

O jornalista Heródoto Barbeiro (E) e o engenheiro José Renato Santiago Júnior.

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Foi lançado recentemente, no Rio de Janeiro/RJ, o livro O tempo não para — Viva Cazuza, escrito pela fundadora e presidente da Sociedade Viva Cazuza, Lucinha Araújo, mãe de Agenor de Miranda Araújo Neto (1958-1990), o artista homenagea-do pela obra; e por Christina Moreira da Costa, gerente da organização.

No trabalho, as autoras com-partilham histórias comoventes de crianças atendidas pela Sociedade Viva Cazuza e as dificuldades que a entidade enfrenta para manter o projeto (referência no enfrentamento da aids), por conta dos preconceitos que ainda cercam a doença.

O comovente amparo da sociedade Viva Cazuza agora em livro

As autoras Lucinha Araújo (E) e Christina Moreira da Costa autografam durante o lançamento do livro O tempo não para — Viva Cazuza.

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asCartas, e-mails, livros e registros

Entre as personalidades e amigos que prestigiaram o evento, os jorna-listas e escritores Guilherme Fiuza e Sérgio Cabral; os atores Marcelo Brou e Viviane Victorette; a empre-sária Flora Gil; e a socialite Narcisa Tamborindeguy.

Amiga antiga da Legião da Boa Vontade e de seu dirigente, Lucinha Araújo foi homenageada pela Insti-tuição em ocasiões especiais, por conta do importante trabalho dela à frente da Sociedade Viva Cazuza. Como exemplo desse reconheci-mento, ela teve o perfil publicado na BOA VONTADE Mulher, edição especial dirigida aos participantes

da 49a Sessão da Comissão do Sta-tus da Mulher, nas Nações Unidas, em Nova York (EUA), em 2005, que destaca a biografia de batalhadoras que com carinho, coragem e garra transformaram para melhor a socie-dade. Durante a noite de autógrafos, esse apoio recebido da Organização foi lembrado pelas autoras, que autografaram um exemplar do livro ao dirigente da LBV.

“Ao querido companheiro Paiva Netto, com admiração e carinho”, escreveu Lucinha. A gerente da Sociedade Viva Cazuza registrou: “Querido Paiva, obrigada pela confiança”.

AjudE! Sociedade Viva Cazuza: Rua Pinheiro Machado, 39 • Laranjeiras CEP 22231-090 • Rio de Janeiro/RJ • Tel.: (21) 2551-5368

Internet: vivacazuza.org.br • E-mail: [email protected]

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O ministro da Defesa, Celso Amorim (D), e o representante da LBV Paulo Medeiros durante o lançamento da obra.

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O ex-chanceler Celso Amorim, atualmente minis-tro da Defesa, lançou em 23 de agosto o livro Con-versas com jovens diplomatas, em Brasília/DF. A obra reúne o conteúdo de palestras proferidas por ele sobre importantes temas relacionados à carreira e à vida de um diplomata. O trabalho é fruto da experiência de muitos anos na diplomacia e, principalmente, ao longo de sua passagem pelo Ministério de Relações Exteriores, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — período no qual ajudou a firmar a atual imagem do Brasil no mundo.

Na concorrida noite de autógrafos, o autor de-dicou um exemplar do título ao dirigente da LBV, com os seguintes dizeres: “Ao amigo Paiva Netto, com o abraço forte, Celso Amorim”.

Celso Amorim lança Conversas

com jovens diplomatas

etCO e iFHC publicam obra literária

O Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) promoveram o lançamento do livro Cultura das transgressões no Bra-sil — Cenários do amanhã, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo/SP, no mês de agosto.

A obra, coordenada pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso em parceria com o ex-embai-xador Roberto Abdenur, presidente do ETCO, completa a série “Cultura das transgressões no Brasil” — composta por Lições da História (2007) e Visões do presente (2009) — e reúne textos de Aristides Junqueira, Gilmar Mendes, Marcílio Marques Moreira, Paul Singer e Renato Janine Ribeiro. Trata-se de reflexão sobre o que é possível fazer para deixar o passado de transgressões e caminhar para um futuro mais justo.

Na prestigiada sessão de autógrafos, FHC recebeu os cumprimentos da equipe da Legião da Boa Vontade e dedicou um exemplar do título ao diretor-presidente da LBV, com a mensagem: “Ao José de Paiva Netto, com toda consideração. Um abraço do Fernando”.

PREsIdENtE dA CELPE ANIvERsARIA E GANhA hOMENAGEMO presidente da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe),

Luiz Antônio Ciarlini, recebeu a homenagem de crianças atendidas pela LBV no Estado, por ocasião da passagem de seu aniversário, em 17 de março. O aniversariante foi presenteado com um car-tão personalizado — feito por meninas e meninos atendidos pelo Programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, durante a Oficina dos Arteiros — e um quadro com a majestosa estampa de Jesus, o Cristo Ecumênico. “Muito obrigado pela surpresa!”, agradeceu Ciarlini, abraçando as crianças.

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tELEFôNICA vIsItA INstItutO dE EduCAçãO dA LBvEm junho, o conjunto educacional da LBV em São

Paulo/SP recebeu a visita fraterna de integrantes da equipe da Telefônica. A partir da esquerda: Enio Teruhito Asano, gerente de faturamento; Nelson Verpa Junior, gerente de vendas; Sidnei Balestra, da LBV; Mariana Araújo Barbosa e Luciana Ferreira Guimarães, analistas de faturamento; e Claudio Chrisostimo, da LBV. Na mão dos visitantes, um cartão de boas-vindas entregue pelas crianças atendidas no local. A simpática equipe da Telefônica

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Livraria Delamor do Aeroporto Internacional

Salgado Filho, em Porto Alegre/RS. No

destaque, a divulgação de obra recente do

escritor Paiva Netto, o livro É urgente reeducar!.

“É um privilégio trabalhar com livros que falam ao povo, como são os livros do Paiva Netto. (...) É uma satisfação, temos um bom resultado de

vendas na nossa loja” (Juliano Fontoura, assessor comercial da Livraria Delamor, de Porto Alegre/RS, sobre o lugar de des-taque que os títulos do escritor Paiva Netto ocupam no display digital, por estarem sempre entre os mais vendidos).

entre os mais vendidos

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Leda Nagle e a mineirice de

personalidades brasileiras

De Minas para o mundo — Levando Minas no gesto e no coração é o novo livro da jornalista Leda Nagle, lançado em 3 de setembro, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Nele, a autora compartilha com o leitor a minei-rice peculiar de mais de 80 personalidades brasileiras, incluindo uma conversa que teve com o ex-presidente Itamar Franco (1930-2011) e outra com o consagrado poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).

Em cada entrevista, a autora, nascida em Juiz de Fora/MG, destaca o valor de ilustres conterrâneos dela, assim como o trabalho que realizam nas mais diversas áreas e profissões.

Ao receber os cumprimentos de representantes da LBV, a jornalista dedicou um exemplar ao dirigente da Instituição com esta mensagem: “Para Paiva Netto, com meu abraço carinhoso e minha torcida para que goste das histórias mineiras, Leda Nagle”.

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José Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro.

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emoção de volta

Opinião Esportiva José Carlos Araújo

Desde 2003, ano em que o Campeonato Brasileiro pas-sou a ser disputado por pon-

tos corridos, em turno e returno, talvez seja esta edição de 2011 a mais emocionante e equilibrada. Há muito tempo não tínhamos tantos clubes embolados nas primeiras co-locações, todos em reais condições de conquistar o título de campeão.

O equilíbrio é flagrante. Tanto que até o momento ninguém se arrisca a dizer que um ou outro clube será o campeão. Ao término do primeiro turno, pelo menos seis times permanecem vivos na dispu-ta. Nos campeonatos passados, ao contrário, mal começava o segundo turno, já despontava o provável vencedor, tamanha era a diferença de qualidade entre os participantes. Essa obviedade desestimulava o torcedor. Faltava-lhe entusiasmo para ir aos estádios, já que se sabia praticamente quem seria o ganhador

da partida e quem fatalmente se tornaria o campeão brasileiro.

Muitos atribuíam à fórmula de disputa o desinteresse, a qual estaria fazendo do Brasileirão uma disputa longa e monótona. Porém, o que fal-tava era exatamente o nivelamento técnico do futebol jogado, não por baixo, mas, sim, em alto nível, a exemplo de agora.

A razão desse equilíbrio é sim-ples: a maioria dos clubes procurou se reforçar e formar times competi-tivos. O resultado só poderia ser um cenário de forças equivalentes, jogos menos previsíveis, de alto nível téc-nico, e um campeonato muito mais emocionante, com vários clubes brigando diretamente pelo título.

Portanto, não é a fórmula de disputa que garante emoção ao cam-peonato. O regulamento pode con-templar o modelo de pontos corridos ou a definição em jogos eliminatórios. Mas o que empolga de verdade o torcedor são equipes bem montadas, competitivas, plenamente habilitadas a pensar no título nacional. O que leva o público aos estádios são os craques, muitos deles de volta ao futebol brasi-leiro, e são os jogos equilibrados, em que qualquer resultado é admissível. Tudo isso traz de volta a alegria e o entusiasmo, elementos que despertam novamente a paixão do torcedor.

Aliás, a emoção está em todas

as partes da tabela, do primeiro ao último colocado. Se pelo menos seis clubes brigam no alto, outros tantos estão embolados do meio para a parte de baixo e se utilizam de todos os trunfos que têm para afastar a ameaça do rebaixamento. E vale lembrar que esse fantasma não respeita tradi-ções e arre-bata qualquer agremiação, seja a mais humilde, seja ela portadora de títulos nacio-nais.

Economia brasileira mais forte, quadro de crise internacio-nal e expectativa quanto à Copa do Mundo em nosso país, e m 2 0 1 4 , criam uma r e a l i d a d e que empolga: os craques, ao invés de sair, querem ficar no Brasil. Que esse cenário seja dura-douro!

Equilíbrio traz

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O Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi palco da festa de entrega do 22o

Prêmio da Música Brasileira, em 6 de julho. Nesta edição, o homenageado é o compositor, cantor e poeta Noel Rosa (1910-

Festa para

1937). Segundo o idealizador do evento José Maurício Machline, o prêmio passará por seis capitais do Brasil este ano, exaltando can-ções e histórias que marcaram os 26 anos de vida e intensa criação artística do “Poetinha da Vila”,

como ficou conhecido. “O Noel é um compositor imbatível e está sendo homenageado pelo melhor que tem na MPB”, afirmou.

Em entrevista à BOA VON-TADE, a cantora Leny Andrade, vencedora na categoria Álbum

Homenagem

Lisias Macedo | Fotos: Priscilla Antunes

22o Prêmio da Música Brasileira

um poetaNoel Rosa

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Page 25: Revista Boa Vontade, edição 230

já é estar aqui. Este momento de descontração, de encontro com os amigos, é muito bom. Um abraço para a Legião da Boa Vontade, que faz um trabalho maravilhoso no país inteiro. Eu me sinto bem na LBV, onde recebi uma menção e fiquei muito feliz”.

Emílio Santiago, que come-mora 40 anos de carreira, foi premiado como Melhor Cantor. “Espero contribuir com a música brasileira, produzindo bons discos, cantando da melhor maneira possí-vel. (...) Quero mandar um abraço para o Paiva Netto. Estive algumas vezes no Templo da Boa Vontade. A LBV cumpre exatamente seu papel no que diz respeito ao coração, ao Amor”, disse.

Sandra de Sá, escolhida Me-lhor Cantora, lembrou o valor do evento para a música nacional. “O José Maurício faz esse tra-balho há muito tempo. Já ganhei vários [prêmios], mas esse é de Noel Rosa, é especial.”

Alcione, outra consagrada cantora também homenageada,

Prêmio da Música Brasileira homenageia o talento de Noel Rosa

Carlinhos de jesusAlcione sandra de sá

Emílio santiago Leny AndradeMargareth Menezesjosé M. Machline

de Língua Estrangeira, destacou: “Sou fã de vocês [da LBV] pelas obras lindas que realizam há anos e anos. Adoro o Templo da Boa Vontade, em Brasília. Antes de fazer qualquer show, vou dire-to visitá-lo, sou apaixonada pelo TBV. Ele me dá uma paz, uma tranquilidade interna”.

Indicada ao troféu de Melhor Cantora Regional, Margareth Menezes comentou: “Premiação

ressaltou: “O Prêmio da Música Brasileira sempre tratou com muita dignidade o cantor brasi-leiro, unindo todos os estilos, e hoje o samba foi homenageado através de Noel Rosa. Manda um beijo para o Paiva Netto e um abraço a todos da LBV. Conti-nuem com esse trabalho lindo”.

A exemplo de Alcione, o dan-çarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus deixou seu recado à Insti-tuição: “Mando um beijo a todos da LBV, sempre com belíssimo trabalho e mostrando a cultura deste país”.

O Prêmio da Música Brasileira passará por seis capitais do país, exaltando canções e

histórias que marcaram os 26 anos de vida de

Noel Rosa.

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Page 26: Revista Boa Vontade, edição 230

Samba & História Nilze Carvalho e o talento da cantora e compositora

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Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História*.

A revista BOA VONTADE foi até o bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro/RJ,

para conhecer Nilze Carvalho, uma das mais versáteis cantoras e compositoras do país. Desde os 5 anos de idade, ela relembra, já era determinada: aprendeu a tocar cavaquinho e, aos 6, passou a se apresentar em público, na Rádio Solimões (na extinta TV Rio) e no Fantástico (Globo). Dos 11 aos 14 anos gravou, como bandolinista, a série de LPs Choro de Menina, em quatro volumes, entre 1981 e 1984.

A carreira internacional, iniciada precocemente, aos 15 anos, levou a jovem a mostrar seu talento em tea-tros e casas de show da Argentina, Itália (onde cantou Aquarela, de Toquinho, em italiano), Espanha, França e Suíça. Excursionou pela China e Austrália; passou um ano nos Estados Unidos e, entre idas e vindas, sete anos no Japão. Nas

Jovemda música

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domin-gos, às 14 e 20 horas. Pela Rede Educação e Futuro de Televisão e pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o telespectador pode con-feri-las aos sábados, às 14 e 22 horas; aos domingos, às 14 e 21 horas; e às terças, às 21 horas.

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apresentações, além de cantar, to-cava cavaquinho, bandolim, banjo e violão. Voltou ao Brasil em 1998 para lançar o CD Chorinhos de Ouro e para ingressar na faculdade de música.

Com o tempo, Nilze tem se consolidado como nome impor-tante da nova safra de intérpretes do samba. Tornou-se também pre-sença querida em casas do circuito cultural do Rio, onde se apresenta semanalmente. E ela mostra fô-lego para realizar outras tarefas: é líder do grupo Sururu na Roda, pelo qual já lançou dois CDs (em um deles faz dueto de A Rita com Chico Buarque), produz e toca um projeto solo. “Faço muitas coisas ao mesmo tempo. Apesar de pare-cer quietinha, sou hiperativa, não consigo ficar parada”, afirmou.

Admiradora do trabalho de Dona Ivone Lara, a can-tora fez uma homenagem a essa dama do samba em seu mais recente CD, lançado em abril: cantou Doces Recordações, co-escrita por Délcio Car-valho. “Sou apaixonada por ela, pela musicalidade que passa. Eu já tinha muita vontade de gravar essa música há algum tempo, aí só

Nilze Carvalho viajou os quatro cantos do mundo para apresentar o melhor do samba

MuLtI-INstRuMENtIstA Nilze Carvalho se destaca por tocar diversos instrumentos e por incorporar novos elementos musicais ao samba. A artista explica que não tem preferência por um instrumento específico, mas que, para cada música, cada interpretação, há um som mais adequado. “Para solar, pela intimidade, o bandolim é um instrumento que dá mais recursos. Agora, para acompanhar, o cavaquinho e o violão são os melhores. (...) Já o banjo incorpora o samba; na verdade, é a afinação do cavaquinho, só que com uma sonoridade completamente diferente. Tem o coro, que é muito percussivo; então, junta melhor com o som do cavaquinho... Fica sensacional.”

aproveitei a oportunidade desse disco”, contou.

Essa mesma canção foi apre-sentada por Nilze no III Festival Mundial das Artes Negras, no Senegal, no começo deste ano. Foi mais uma oportunidade em que ela pôde divulgar a música

brasileira. “Um evento grande, uma festa mui-to bonita. Representei o Brasil junto com outros cantores, como a Sandra de Sá , Rappin Hood , Margareth Menezes, Rita

Ribeiro, Olodum...”Nesse novo trabalho solo, pro-

duzido por ela e coproduzido por Edu Krieger, a artista procura

resgatar o conceito que guiava as produções do maestro e produtor Geraldo Vespar em LPs de can-tores consagrados, como Clara Nunes e João Nogueira.

Para Nilze, o novo trabalho pro-cura apresentar o samba à altura da sua história, além de enriquecê-lo com outras referências bem bra-sileiras, a exemplo do choro e do samba-canção, com elementos da valsa e da toada. “Tive a participa-ção de vários amigos na finaliza-ção, mas queria ter a experiência de colocar a mão na massa. Fiz quatro arranjos e dei alguns para amigos competentíssimos (...). Fui muito bem assessorada; ficou um trabalho muito bonito.”

Ivone Lara

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Page 28: Revista Boa Vontade, edição 230

Jornalista, escritor e professor de línguas neolatinas, Zuenir Ventura marcou a literatura

e o jornalismo com seu livro de estreia, 1968: O ano que não ter-minou. Nele, o autor reconstitui im-portantes acontecimentos da recente trajetória social e política do país e descreve os dramas e paixões de uma geração que lutava para trans-formar o mundo. Esse ano, aliás, é considerado por muitos um divisor de águas na história contemporânea.

Escrita a pedido da esposa, Mary Ventura, a obra serviu de base para a pesquisa da minissérie Anos Rebel-des (Globo, 1992). “É que essa foi uma geração muito especial não só no Brasil, mas no mundo todo. Para ter uma ideia, há pelo menos quatro legados positivos em movimentos sociais: o feminista, que ganhou muita força neste período; o negro; o gay; e o ecológico. São quatro movimentos que ganharam força

e as realizaçõesO tempo

em 1968 e até hoje pautam a agenda planetária”, comenta o autor.

Nesta entrevista à BOA VON-TADE, bem-humorado, Zuenir Ventura compartilha opiniões sobre a vida, lembra o choque de ser chamado de idoso pela pri-meira vez e avalia a importância excessiva dada à fase da juventu-de: “A distância idealiza muito as coisas. (...) Sou mais feliz hoje do que era aos 18, 19 anos”. Apesar da notoriedade que alcançou com seus mais de dez livros publica-dos, o premiado autor admite não gostar de escrever e desprende-se da fama. “Eu não considero essa coisa de sucesso. Sucesso tem o Roberto Carlos! O reconhecimento dos meus pares, colegas, amigos, é que é fundamental.”

BOA vONtAdE — No livro Con-versas sobre o Tempo (2010), o senhor e o também escritor Luiz

Fernando veríssimo falam de suas trajetórias em diálogo me-diado pelo jornalista Arthur da-pieve. Como foi a experiência?

Zuenir Ventura — Foi mara-vilhosa. Passamos quatro ou cinco dias numa fazenda só comendo, bebendo e gravando a entrevista. O Arthur funcionou, como disse o Luiz Fernando, como uma espécie de psicanalista ou confessor. Ele levantava as questões, e a gente fa-lava livremente. Foi tudo gravado e editado em livro; uma experiên-cia realmente muito legal, porque nós, os dois casais, somos muito amigos, tanto a Lúcia (Veríssimo) e a Mary (Ventura) quanto o Luiz Fernando e eu. Foi uma consagra-ção da amizade.

Bv — O primeiro livro que es-creveu, 1968: O ano que não terminou (1988), parece ter mudado a sua vida.

Natália Lombardi e simone Barreto

Abrindo o CoraçãoZuenir Ventura

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“A distância

idealiza muito as

coisas (...). Sou

mais feliz hoje do

que era aos 18,

19 anos.”

Zuenir Ventura, jornalista e escritor.

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Zuenir — Mudou tudo. Eu não pensava em ser escritor. Esse livro surgiu por pressão da minha mulher. Eu faço o que ela manda [risos]. Em 1988, ia fazer 20 anos desde 1968, e ela me disse, em 1987, que havia se encontrado com o editor Sérgio Lacerda, um querido amigo, e ambos deci-diram que eu devia escrever um livro para comemorar esses 20 anos. O ano de 1968 foi mágico; muitas coisas aconteceram aqui e no mundo. E eu, que nunca tinha pensado em escrever um livro, acabei tendo de escrevê-lo porque a Mary me deu essa ordem, né? [risos] Eu achava que nada acon-teceria, cheguei a apostar com dois colegas do Jornal do Brasil que o livro não passaria nem da primeira edição... Quer dizer, ele já está na quadragésima... não sei quantas edições, e eu nunca paguei a aposta ao Chico Vargas e ao Fábio Dupin.

Bv — Como avalia a geração de 1968 em comparação com a atual?

Zuenir — Aquela foi uma ge-ração muito especial, o momento era especial. Deve-se considerar que muita coisa mudou, o país hoje é outro. Mudou até o conceito de geração: naquela época, é como se houvesse apenas uma geração, a de 1968. Hoje, a gente vive em um mundo muito fragmentado, seg-mentado; não tem mais gerações, tem tribos, e cada tribo é uma gera-ção com a sua cultura própria, seu modo de vida... Aquela história de que “Ah, aquela época era boa!”, e os próprios jovens dizendo: “Eu morro de inveja de 1968...”, não é bem assim. A distância idealiza muito as coisas. Quando escrevi a segunda parte do livro, 1968 — O que fizemos de nós (2008), tive muito contato com jovens e me surpreendi! (...) Encontrei jovens muito interessantes e interessados no Brasil, preocupados, inclusive, com o destino da própria geração. Então, não se pode generalizar: aquela geração era engajada e participante, a de hoje não quer nada... Não! Tem um exemplo mui-to convincente da maior revolução feita pelos jovens: a da tecnologia, a da internet.

Bv — sente nostalgia, alguma saudade de tudo por que pas-sou?

Zuenir — Sou adepto do pre-sente. É como diz meu amigo Paulinho da Viola: “Meu tempo é hoje”, ou um dos meus gurus, o cronista João do Rio [1881-1921]:

Zuenir Ventura e a esposa, Mary. No colo do jornalista está a neta Alice, de 2 anos. “Tenho uma família incrível, maravilhosa, e uma netinha que é um encanto. A Alice é um gênio! As pessoas riem quando eu digo isso”, conta o avô coruja.

Eu não tenho essa visão saudosista,

nostálgica do passado (...).

Quero realmente viver, e viver o

presente, porque o passado é

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“Hoje é melhor que ontem e pior que o amanhã”. Eu não tenho essa visão saudosista, nostálgica do passado (...) Há coisas que eu vivo aos 80 anos com muito mais prazer do que vivia aos 17, 18 anos. A gente mitifica muito a juventude, a adolescência, que é uma época de angústia; o adolescente é inseguro, cheio de conflito, não sabe o que é, o que vai ser, tem conflito no amor, nos sentimentos. (...) Sou mais feliz hoje do que era aos 18, 19 anos; enfim, eu nem me preocupo com isso porque quero realmente viver, e viver o presente, porque o passado é lição. A epígra-fe do meu [primeiro] livro é esta: “Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição...” (Mário de Andrade). Quer dizer, acho que o passado serve para iluminar o presente e, quem sabe, anunciar um pouco o futuro, esclarecê-lo.

Bv — O senhor enfrentou um desafio pessoal há mais de dez anos. Como foi escrever Inveja — Mal Secreto (2001) enquanto lutava contra o câncer?

Zuenir — Pois é. O Roberto Face, editor da Objetiva, me cha-mou porque lançariam uma série sobre os sete pecados capitais. Então, me ofereceram um dos pecados; fui o primeiro e escolhi a inveja, não sei por que, talvez por ser o pior pecado, né? Co-mecei a fazer o livro, e no meio surgiu o câncer na bexiga. Aí, imagine, um câncer está sempre associado à morte... Eu queria até retornar ao livro, mas não queria terminá-lo porque só pensava em

sobreviver... Isso já tem 14 anos, muito mais até... Tive de parar o livro durante algum tempo, vol-tei, retomei e incluí o câncer na história, porque a inveja é muito parecida com ele: (...) corrói. Vi uma analogia muito curiosa na pesquisa que fiz para o livro. Foi muito sofrido, mas de certa ma-neira me gratificou muito, pois acabou tendo sucesso. Foi bom tê-lo feito, mas foi realmente uma parada dura.

Bv — O senhor parece escre-ver freneticamente, tem mui-tas crônicas, livros. No que se inspira para produzir tantos textos?

Zuenir — Primeiro, eu não gosto de escrever.

Bv — Não gosta?Zuenir — Não. Eu escrevo por

obrigação, porque não sei fazer outra coisa. Eu gosto de ler muito

Ao completar 80 anos em 1o de junho, o jornalista e escritor Zuenir

Ventura foi homenageado na Associação Brasileira de Imprensa

(ABI), no Rio de Janeiro/RJ, por sua trajetória profissional. Ele atua

há mais de 50 anos no jornalismo brasileiro e passou por quase

todos os tradicionais veículos de comunicação, inclusive pela mídia alternativa nos emblemáticos O Sol e O Pasquim — polêmico semanário brasileiro, conhecido por seu papel

de oposição ao regime militar. Na foto acima, Zuenir está ao lado do amigo e

cartunista Ziraldo e o jornalista Cícero Sandroni, na sede da ABI.

mais do que escrever. A minha rotina não tem muita graça para quem vê de longe, mas para mim tem. Eu acordo muito cedo e ando no calçadão, onde geralmente me inspiro para escrever as crônicas, já que tenho de fazer duas por semana, e histórias do calçadão realmente me inspiram muito. [São] cenas do cotidiano, a reali-

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BOA VONTADE 31

Page 32: Revista Boa Vontade, edição 230

dade é muito criativa, tem muita imaginação, às vezes mais que a ficção. Então, esse cotidiano re-almente é a minha matéria-prima. Às vezes, são os acontecimentos públicos da política; às vezes, da economia; notações do dia a dia etc. Gosto de trabalhar com esses fragmentos.

Bv — Foi o caso de uma crônica sua sobre o idoso, na fila do detran...

Zuenir — Essa crônica está em todas as antologias. É minha crônica mais famosa e é uma ex-periência, algo que realmente se passou comigo. Eu estava numa fila do Detran para trocar a carteira, e aí havia aquela fila enorme... Vi uma senhora arrumando a fila, e ela começou a falar: “Abre espaço aí para passar o idoso. Tem um idoso, um idoso!”. Eu também ajudei a abrir espaço. De repente, vi que o idoso era eu. Tinha 65 anos, e era a primeira vez que me consideravam um idoso. Foi um choque.

Bv — Como encarou a chegada dessa fase da vida?

Zuenir — Eu lido bem. Fiz 80 anos. Talvez o choque maior foi, sei lá, aos 60, 70 anos? (...) Até escrevi uma crônica chamada Setentinha. Os 80, estou encarando muito bem; já é o começo da reta final. Mas eu olho isso com muita serenidade, não tenho problema com a morte, não é uma coisa que me angustia ou que me persegue. O que não quero é o padecimento, ficar sofrendo com uma doença incurável. Isso é realmente terrível, mas a morte em si não me angustia.

Zuenir Carlos Ventura, filho de Antônio José Ventura e Herina de Araújo, nasceu em 1o de junho de 1931, em Além Paraíba/MG. Formou-se em Letras Neolatinas, em 1958. No ano seguinte, ganhou uma bolsa de estudos do governo francês para frequentar o Centro de Formação de Jornalistas, em Paris.

Ao retornar ao Brasil, conheceu Mary Akiersztein, sua fu-tura esposa, com quem teve dois filhos, Elisa e Mauro. Nesse período, trabalhou como editor internacional no Correio da Manhã. Em 1964, ano do golpe militar, Mary foi enviada para cobrir o Festival de Cannes (França) pelo Jornal do Brasil, acompanhada do marido. A viagem foi oportuna, já que eram considerados “subversivos” pela polícia do regime. Em 1968, Zuenir, a esposa e o irmão foram presos. O jornalista passou três meses dividindo a cela com Hélio Pellegrino, Ziraldo, Gerardo Mello Mourão e Osvaldo Peralva.

Considerado um dos grandes nomes da imprensa, segundo críticos, Zuenir traz em suas crônicas lucidez, um posiciona-mento firme e atenção a problemas nacionais e outros temas do cotidiano, a exemplo da série de reportagens sobre a morte do seringueiro Chico Mendes, em 1988, que lhe rendeu os prêmios Esso de jornalismo e Vladimir Herzog de Direitos Humanos; e do livro Cidade Partida, que nasceu da experiência do escritor ao frequentar a favela do Vigário Geral e pelo qual ganhou o Prêmio Jabuti 1995 de Melhor Reportagem.

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Niskier, doutor em Educação, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do CIEE-RJ.

O meu amigo Luiz Gonzaga Bertelli, presidente-exe-cutivo do CIEE-SP, chama a

atenção para a qualidade do livro De-senvolvimento e perspectivas novas para o Brasil, escrito pelo professor Márcio Pochmann, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que é presidente do Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea).

Encontramos na obra recomen-dações explícitas para a maior apro-ximação possível do ensino aos re-quisitos da demanda econômica, por meio do estágio (já consagrado) e de curtos períodos de labor, ao longo do ano, como nas férias escolares.

Para se ter ideia do crescimento, veja-se a expectativa de vida do bra-sileiro, que era de 55 anos de idade, na década de 1960, e hoje cresceu nada menos de 18 anos. O ensino superior, na época mencionada, abrigava 93 mil graduados (1% dos

jovens de 18 a 24 anos) e atualmente encontra-se perto de 13%, o que ainda é insuficiente, tanto que se projeta com rapidez chegar aos 20%, com a ressalva de que se deve assegurar a indispensável qualidade.

Se pensarmos nos últimos 50 anos, devemos considerar que 82% das oportunidades educacionais estavam localizadas no centro-sul do país, mostrando uma brutal desi-gualdade. Hoje, porém, esse processo está em início de correção, com a bela contribuição de maiores e melhores acessos da classe média aos bens da produção. Caminha-se para a socieda-de pós-industrial sonhada por tantos economistas.

Na página 172 da obra de Márcio Pochmann, é abordada a implemen-tação do plano de expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica. Virão 214 novas uni-dades, previstas para funcionar em diferentes espaços geográficos, “po-dendo anotar-se esforços importantes em termos de ampliação do ensino superior público”. Sinceramente, nesse último aspecto, sente-se uma deplorável lerdeza, acompanhada de barreiras impostas pelo excessivo corporativismo das instituições, e uma clara politização que conduz à inércia, como se vê no noticiário em torno da Universidade de Brasília, outrora uma grande esperança.

A escolaridade média da população ainda se encontra abaixo do índice de oito anos, que seria o mínimo tolerável pela Constituição de 1988. Vivemos um desencontro que o livro de Pochmann registra com muita firme-za: “Para os 20% mais ricos, a escolaridade média supera os 10 anos, enquanto os 20% mais pobres mal chegam aos cinco anos”. Eis, por-tanto, o quadro dramático da desigualdade nacional, difícil de corrigir quando se sabe que ações para crian-ças e adolescentes se espa-lham por 110 programas da esfera federal, dispersos em diversos ministérios, sem contar iniciativas semelhantes de governos estaduais e municipais.

O papel estratégico da edu-cação é ressaltado na passagem para a sociedade pós-industrial, conforme destaca o autor (p. 180): “Devemos passar da fase em que somente estudam crianças, adolescentes e alguns jovens”. A nova realidade social é portadora de exigências muito sérias, como a educação para toda a vida. É o ideal que perseguimos.

para o BrasilPerspectivas da Educação

Arnaldo Niskier | Especial para a BOA VONTADE

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Page 34: Revista Boa Vontade, edição 230

Acontece no Rio Grande do Sul

Os agraciados com o prêmio: a partir da esquerda, a pecuarista Lila Franco tellechea; a jornalista Patrícia Poeta; o presidente do grupo Dimed-Panvel, julio Mottin; o ministro do Superior Tribunal de Justiça dr. Gilson dipp; o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul, Cláudio Bier; o escritor gaúcho Carlos Nejar; Artur Lemos, representando a irmã e senadora Ana Amélia Lemos; o advogado Roberto davis jr.; o presidente da Unidade de Mercado Individual da Vivo, o agropecuarista Paulo Cesar teixeira; e o presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, Rodi Borghetti.

O Grupo RBS e a Rádio Gaúcha promoveram, na noite de 30 de agosto, a 14a edição de

entrega do Troféu Guri, na Casa RBS, no Parque de Exposições Assis Brasil, na cidade de Esteio/RS. O evento integrou a programação da Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários). Consa-grado como um dos principais sím-bolos culturais do Estado, concedido anualmente, o troféu homenageia personalidades gaúchas que se des-tacam, cada qual em sua atuação, promovendo o Rio Grande do Sul para o Brasil e o mundo.

A cerimônia de abertura reuniu os músicos Cristiano Quevedo e Elton Saldanha e o Coral Ecu-

mênico Infantil Boa Vontade, da LBV, convidados para interpretar a canção Guri, de João Machado da Silva e Júlio Machado da Silva Filho, música que traduz o tradicionalismo gaúcho e dá nome ao troféu.

Entre as personalidades regionais que marcaram presença, o presiden-te emérito do Grupo RBS, Jayme Sirotsky, falou à Super Rede Boa Vontade de Comunicação sobre o valor desse prêmio. “Esse é um dos

troféus que mais chamam a emoção. Tem essa visão holística do Estado, premiando pessoas que vivem no Rio Grande do Sul ou fora daqui.” Quanto à apresentação musical dos meninos e meninas atendidos pela Legião da Boa Vontade, comentou: “Nós temos muito respeito pela LBV e uma relação de décadas. A presença de vocês foi uma demonstração desse espírito de Ecumenismo que a gente tem. Muito obrigado!”.

O presidente do Grupo RBS, Nelson Pacheco Sirotsky, ressaltou a importância do troféu. “É uma oportunidade de mostrar para o Rio Grande do Sul pessoas que fazem a diferença, em reconheci-mento e gratidão pelo trabalho magnífico que realizam pelo nosso

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Estado.” Nelson Sirotsky lembrou, ainda, o ideal de Fraternidade da LBV: “Nunca podemos perder a perspectiva da visão do coletivo, um ponto comum entre os valores que vocês focam e nós focamos. Queremos prestar um serviço sé-rio, com ética e dignidade, como a LBV faz. Agradeço ao Paiva Netto [diretor-presidente da Instituição] e a todos vocês em nome dos 6.700 colaboradores da RBS”.

Presente também no evento, a jornalista Patrícia Poeta, apresenta-dora do programa Fantástico, da TV Globo, declarou ter ficado emocio-nada com o canto das meninas e dos meninos atendidos pela LBV. “Achei um amor as crianças cantando. É com a música, a arte e a cultura que a gente muda o nosso Brasil, desde cedo despertando o amor pelas tradi-ções. É nisso que eu acredito. Muito obrigada! Um abraço a todos vocês.”

O juiz de direito e apresentador do Grupo RBS Cláudio Brito, a exemplo de outras personalidades que compareceram à festa do Troféu Guri, parabenizou o trabalho da Obra e do seu dirigente. “Sobre o Paiva Netto, só quero dizer que ele se sai maravilhosamente bem nessa mis-são. A preocupação com as crianças, a crença no futuro deste país, todas essas energias estiveram aqui presen-tes e isso é muito importante, isso nos faz muito felizes. Estamos sendo pres-tigiados pelas vozes encantadoras dessas crianças, que estão traçando o futuro delas e de todos nós a partir da grande missão da Legião da Boa Vontade”, afirmou.

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Em Porto Alegre/RS, o Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade está localizado na Av. São Paulo, 722 – São

Geraldo. Para outras informações, ligue: (51) 3325-7000.

O cantor e compositor Elton Saldanha e integrantes do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade interpretam a música Guri

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Grupo RBS e a Comenda do ParlaMundi da LBV

No ano de 1999, o presidente emérito do Grupo RBS, Jayme Sirotsky, foi homenageado no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, com a Comenda da Ordem do Mérito na categoria Comunicação. Na época, comentou: “Fiquei muito honrado por estar entre os agraciados com a Comenda da Legião da Boa Vontade. Gos-taria de renovar meus sinceros agradecimentos à LBV pela distinção que passarei a ostentar com orgulho, pois não há maior honra para um ser humano do que ser reconhecido por seus semelhantes como um homem de Boa Vontade”.

O homenageado foi representado na ocasião pelo filho Sérgio Sirotsky, que destacou: “É um orgulho muito grande para mim, como filho e como profissional da RBS, receber essa homenagem em nome de meu pai. (...) Ter esse reconhecimento da LBV com esse aspecto humanitário, e principalmente ser colocado junto de um grupo de brasileiros tão ilustres, tão importantes, deixa-me emocionado”.

A Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica — ins-tituída, em 1996, pelo diretor-presidente da LBV, o jornalista, radialista e escritor José de Paiva Netto — homenageia pessoas físicas e jurídicas que se destacam em suas áreas de atuação, tanto no cenário nacional como internacional, por realizar ações em favor do bem-estar comum e de uma sociedade justa e fraterna.

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Page 36: Revista Boa Vontade, edição 230

InternacionalLBV na ONU

Ação socioeducacional da LBV é recomendada oficialmente pela ONU

durante Reunião de Alto Nível do Ecosoc, em Genebra, Suíça.

Entre as maiseficazes do mundo

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Na primeira semana de julho, autoridades do mundo intei-ro estiveram em Genebra,

Suíça, para a Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico, Social (Ecosoc), das Nações Uni-das. No centro dos debates, o atual cenário da Educação, as metas, os desafios e as boas práticas que têm transformado para melhor a realidade de muitos países.

A participação da Legião da Boa Von tade no evento, a exem-plo de edições anteriores, mais uma vez honrou o nome do Brasil na ONU. Além de divulgar os resultados de seu trabalho socio-educacional — com a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cida-dão Ecumênico —, a Instituição

Painel da LBV mostra que talento

não tem a ver com riqueza ou pobreza e ressalta o

acesso universal à educação de

qualidade.

representou a sociedade civil em diversos momentos do encontro. Em especial, compartilhou com delegações internacionais e re-presentantes de todo o mundo as boas práticas na área educacional, desenvolvidas na América do Sul, nos Estados Unidos e em Portugal.

Logo no primeiro dia de reu-nião, 4 de julho, os participantes tomaram conhecimento de uma série de recomendações elaboradas pela LBV (veja na p. 44) e tradu-zidas pela ONU para os seus seis idiomas oficiais. As delegações internacionais receberam, ainda, uma publicação especial: a BOA VONTADE Educação, editada em espanhol, francês, inglês e português.

Em Genebra, Suíça, autoridades receberam dos representantes da LBV a publicação especial

da Instituição para o evento: a BOA VONTADE Educação. Entre elas (1) o secretário-geral das

Nações Unidas, Ban Ki-moon; (2) Nikhil seth (E), diretor do Departamento de Assuntos Econômicos e

Sociais da ONU; e Asha-Rose Migiro, vice- -secretária-geral das Nações Unidas; e (3) Irina

Bokova, diretora-geral da Unesco, que conversa com Angélica Periotto, da LBV, sobre a inovadora

proposta pedagógica da Instituição.

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Page 38: Revista Boa Vontade, edição 230

tamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN/Desa); e a pedagoga Suelí Periotto, supervi-sora da linha pedagógica da LBV, aplicada com sucesso na rede de ensino e nos programas socioas-sistenciais da Instituição. Essa pro-posta educacional foi criada pelo educador Paiva Netto e é formada pela Pedagogia do Afeto e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico.

Durante o painel, o dr. Andrei Abramov afirmou que “a Legião da Boa Vontade tem um lugar muito especial” no cenário de avanço educacional e destacou: “Não apenas pelo histórico estável na Educação, mas também

Internacional

Durante o evento, a LBV apresentou a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico. A partir da esquerda, a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, chefe da Missão Permanente do Brasil junto à ONU em Genebra; Danilo Parmegiani, mediador do painel; o dr. Andrei Abramov, chefe da Seção de ONGs do UN/Desa; e a pedagoga Suelí Periotto, supervisora da linha pedagógica da LBV.

Reeducar para transformarNeste ano, a Instituição foi

convidada a integrar a programa-ção oficial do evento, organizando o painel temático “Educação de qualidade e equitativa: um desafio

intersetorial para atingir os Ob-jetivos de Desenvolvimento do Milênio”. Nesse painel,

ministrou a palestra “Educação de excelência superando a misé-ria: Como formar o cidadão inte-gral para a Sociedade Solidária”.

Compuseram a mesa a embai-xadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, chefe da Missão Perma-nente do Brasil junto à ONU em Genebra; o dr. Andrei Abramov, chefe da Seção de ONGs do Depar-

BOA VONTADE Educação, elaborada para o encontro do Ecosoc e editada em espanhol, francês, inglês e português. A publicação contém propostas inovadoras para os ensinos formal e informal, para a erradicação da miséria e para o desenvolvimento das nações.

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pela ação em outras áreas. A LBV aplica sua abordagem holística nas favelas, locais, provavelmen-te, mais violentos nas cidades do Brasil. A Organização trabalha em parceria com o governo, com as autoridades locais e outras ONGs, unindo programas de aprendizado para crianças e adolescentes e seus pais em situação de risco social”.

Para ele, essa característica distingue a Obra e contribui para a quebra do círculo vicioso que leva gerações seguidas a não ter direito a um ensino de qualidade e, por consequência, a sofrer com a pobreza: “A LBV inspira o coração e a mente de alunos e pais, para conscientizar e sensibilizá-los na educação como um direito humano, oferecendo a eles a oportunidade de melhorias em suas vidas, no seu bem-estar econômico e social e de exercer a cidadania. Isso é o que diferencia a Legião da Boa Vontade das outras instituições”.

O pronunciamento oficial da Legião da Boa Vontade na ple-nária da ONU ocorreu no dia 6 de julho. A LBV estava entre as organizações não governamentais que ganharam espaço para expor suas ações socioeducacionais. A declaração foi traduzida simultaneamente para os seis idiomas oficiais das Nações Uni-das, podendo assim ser acompanhada pelas delegações interna-cionais. Trata-se de uma intervenção que permanecerá gravada nos anais da Conferência, registrada também pela TV ONU — o conteúdo pode ser acessado no www.unmultimedia.org ou pelo link rápido: http.://t.co/coJsinB.

TV ONU transmite declaração oficial da LBV para o mundo

Karen Westley (C),

gerente in-ternacional

de inves-timentos

sociais da Shell, com

representan-tes da LBV.

No encontro, Elizabeth King, diretora de Educação do Banco Mundial, afirmou: “Ficamos muito felizes por ter a palavra da LBV representando a sociedade civil”.

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RepercussãoA proposta da LBV obteve ampla

aceitação no evento, despertando o interesse de autoridades dos países membros da ONU. “Muito se falou sobre qualidade na Educação ao lon-go desses dias, mas foi a LBV quem trouxe a resposta do que é qualidade na Educação”, disse Anke Bruns, representante da S.E.R. Foundation (Alemanha e Suíça). A prefeita co-munitária do Harlem, em Nova York, Delois Blakely, também comentou: “O modelo que a LBV apresentou em Genebra e utiliza em suas uni-dades de ensino é a melhor prática de que o Harlem precisa”.

Essa renomada educadora dos Estados Unidos, aliás, fala com co-nhecimento de causa: é doutora pela Universidade Columbia e mestre por Harvard, tendo sido aluna exemplar no célebre Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). “Analisando os sistemas e a educação, gostaría-mos de adotar essa prática da LBV como a melhor para o cumprimento da meta do milênio para a educação.

Internacional

Nurul Islam Nahid (C), ministro da Educação de Bangladesh, e os demais representantes da delegação do país com Danilo Parmegiani.

jorge sequeira, representante da Unesco para a América Latina e o Caribe, com integrantes da equipe da LBV no evento. Nas mãos, a BOA VONTADE Educação em espanhol e francês.

Foi um prazer participar deste evento organizado pela Legião da Boa Vontade. (...) Ouvi e gostei muito de conhecer melhor a Instituição, me tornei uma fã e vou participar. Já combinei: vou a São Paulo e vou visitá-los, passar a ser uma contribuinte atuante da LBV. Parabéns pelo trabalho que vocês têm feito!Maria Nazareth Farani AzevêdoChefe da Missão Permanente do Brasil junto

à ONU em Genebra

Equipe Solidária Legionária em Genebra. Da esquerda para a direita: Suelí Periotto, Noys Rocha, Adriana Rocha, Danilo Parmegiani, Pedro Augusto Periotto, Adalgiza Periotto, Rosana Bertolin, Angélica Periotto e o suíço Oliver Rizzi Carlson, simpatizante da LBV.

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joseph deiss, presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas, recebe a BOA VONTADE Educação em inglês.

Rosana Bertolin, da LBV, entrega a BOA VONTADE Educação em espanhol a Eduardo Aragundi, vice-ministro de Educação da Argentina e subsecretário de Planejamento Educativo do Ministério de Educação do país.

Radhika Padayachi, do Departamento da Assembleia-Geral da ONU, com Noys Rocha, representante da LBV no evento.

Martha Moreno, ministra da Missão Permanente da Embaixada do Paraguai em Genebra, recebe de Angélica Periotto, da LBV, a BOA VONTADE Educação em espanhol.

(...) Essa apresentação foi, para mim, uma oportunida-de de ouro. Nada tem a ver com riqueza ou pobreza; uma criança pode ser talentosa mesmo sendo de família pobre e ninguém pode tirar dela o direito de receber uma boa educação”, afirmou a dra. Blakely.

A representante da Fundação S.E.R. também se identificou com a proposta educacional da LBV. “Essa abordagem vai ao encontro daquilo em que eu acredito; nosso trabalho é focado na educação pela reconciliação e de forma holística.” Anke Bruns afirmou que, mesmo depois de acompanhar muitos painéis que tratavam do tema da qualidade na educação, para ela, a questão ainda não havia sido respondida satisfatoriamente. “Mas neste painel da LBV foi dada uma resposta para o que isso de fato significa. Gostei muito”, salientou.

A partir da esquerda, Adriana Rocha, da LBV; homero hernández sánchez, embaixador da Missão da República Dominicana; Carlos Robelo Raffone, embaixador da Missão da Nicarágua; e Germán Mundaraín hernández, embaixador da Missão da Venezuela.

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LBv representa sociedade civil em reunião ministerial a convite da unesco, da OIt e do Banco Mundial

Na reunião ministerial promo-vida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), pela Organi-zação Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Banco Mundial, no dia 5 de julho, a Legião da Boa Vontade novamente represen-tou a sociedade civil. A diretora--geral da Unesco, Irina Bokova, e o diretor-geral da OIT, Juan Soma-via, lideraram o painel, que reuniu representantes das maiores empre-sas e corporações internacionais.

Depois de ouvir a palavra da LBV, em defesa dos valores da

Internacional

Espiritualidade Ecumênica para um ensino de qualidade, a diretora de Educação do Banco Mundial e mediadora dos diálogos, Elizabeth King, agradeceu: “Vocês não imaginam como fiquei feliz por lhes ter passado a palavra”.

Sensibilizado com a mensa-gem e com as histórias de supe-ração dos atendidos pela Institui-ção, ali relatadas, o embaixador Pedro Ayarce Yuraszeck, do Chile, comentou: “Tudo o que ouvimos aqui [no evento] já era do nosso conhecimento, mas o que a LBV trouxe é a novidade

que temos de implantar: os va-lores na Educação”.

No balanço da participação da LBV na Reunião de Alto Nível do Ecosoc, além do reconhecimento internacional às recomendações e boas práticas na Educação apre-sentadas, foram muitos os pedidos e convites para a Instituição multi-plicar o conteúdo da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico nos mais diversos lugares do mundo, fomentando assim novas parcerias que resul-tem em avanços globais na área educacional.

O documento com as recomendações da LBV

traduzido pela ONU para seus seis idiomas ofi-

ciais. Para ler, acesse o site documents.un.org e digite o código: E/2011/

NGO/34

Naciones Unidas

E/2011/NGO/34

Consejo Económico y Social Distr. general 9 de mayo de 2011

EspañolOriginal: inglés

11-33528X (S) *1133528*

Período de sesiones sustantivo de 2011

Ginebra, 4 a 29 de julio de 2011

Tema 2 b) del programa provisional*

Serie de sesiones de alto nivel: examen ministerial anual

Declaración presentada por la Legião da Boa Vontade,

organización no gubernamental reconocida como entidad

consultiva por el Consejo Económico y Social

El Secretario General ha recibido la siguiente declaración, que se distribuye de

conformidad con lo dispuesto en los párrafos 30 y 31 de la resolución 1996/31 del

Consejo Económico y Social.

* E/2011/100.

Организация Объединенных Наций

E/2011/NGO/34

Экономический и Социальный Совет Distr.: General 9 May 2011 Russian Original: English

11-33527X (R) *1133527*

Основная сессия 2011 года Женева, 4–29 июля 2011 года Пункт 2(b) предварительной повестки дня* Этап заседаний высокого уровня: ежегодный обзор на уровне министров Заявление, представленное Легионом доброй воли — неправительственной организацией, имеющей консультативный статус при Экономическом и Социальном Совете

Генеральный секретарь получил следующее заявление, которое распро-

страняется в соответствии с пунктами 30 и 31 резолюции 1996/31 Экономиче-

ского и Социального Совета.

* E/2011/100.

Nations Unies

E/2011/NGO/34Conseil économique et social Distr. générale 9 mai 2011

FrançaisOriginal : anglais

11-33526X (F) *1133526*

Session de fond de 2011 Genève, 4-29 juillet 2011 Point 2 b) de l’ordre du jour provisoire* Débat de haut niveau : examen ministériel annuel : mise en œuvre des objectifs arrêtés et des engagements pris sur le plan international en matière d’éducation Déclaration présentée par Legião da Boa Vontade,

organisations non gouvernementale dotée du statut consultatif auprès du Conseil économique et social Le Secrétaire général a reçu la déclaration ci-après, dont le texte est distribué

conformément aux paragraphes 30 et 31 de la résolution 1996/31 du Conseil

économique et social.

* E/2011/100.

املتحـدة ألمــما

E/2011/NGO/34 واالجتماعياالقتصادي س

اجملل

Distr.: General

9 May 2011

Arabic

Original: English

220711 220711 11-33523 (A)

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٢٠١١ ٢٠١١يوليهمتوز٤٢٩جنيف ب٢البنداملؤقت عمال

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١٩٩٦٣١

.E/2011/100

联 合 国

E/2011/NGO/34

经济及社会理事会 Distr.: General

9 May 2011

Chinese Original: English

11-33524 X (C) 030611 080611

*1133524*

2011 年实质性会议

2011 年 7 月 4 日至 29 日,日内瓦

临时议程* 项目 2(b)

高级别部分:年度部长级审查

具有经济及社会理事会咨商地位的非政府组织友善社提交的

声明

秘书长收到了下列声明,兹根据经济及社会理事会第 1996/31号决议第 30

和第 31 段分发。

* E/2011/100。

United Nations E/2011/NGO/34

Economic and Social Council Distr.: General 9 May 2011

Original: English

11-33525 (E) 080611

*1133525*

Substantive session of 2011

Geneva, 4-29 July 2011

Item 2 (b) of the provisional agenda*

High-level segment: annual ministerial review

Statement submitted by Legião da Boa Vontade, a

non-governmental organization in consultative status with

the Economic and Social Council

The Secretary-General has received the following statement, which is being

circulated in accordance with paragraphs 30 and 31 of Economic and Social Council

resolution 1996/31.

* E/2011/100.

juan somavia, diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), conversa com Danilo Parmegiani sobre a proposta pedagógica da Legião da Boa Vontade.

Vista parcial da reunião ministerial, que tratou de juventude e mercado de trabalho, com a presença de representantes de governos e empresários. No detalhe, Danilo Parmegiani, da LBV.

EspanholÁrabe

ChinêsInglês Francês

Russo

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42 BOA VONTADE

Page 43: Revista Boa Vontade, edição 230

dELEGAçõEs RECEBEM MENsAGEM dA LBv

Conheça a proposta pedagógica da Legião da Boa Vontade e saiba como é aplicada com sucesso a metodologia própria da LBV nas escolas--modelo e nas unidades socioassistenciais da Instituição. Acesse o site www.lbv.org.br e veja o endereço da LBV mais perto em sua cidade.

Representantes da LBV têm a oportunidade de conversar com delegações de vários países, a exemplo de (1) dato’ seri shahrizat Abdul-jalil (E), ministra da Mulher, da Família e do Desenvolvimento Social da Malásia; (2) de sam K. Ongeri, ministro da Educação do Quênia; (3) do embaixador do Egito Ahmed Gamal El-din Moussa; (4) do ministro da Educação do Senegal (C), Kalidou diallo, e do coordenador da Coalizão de Organizações em Sinergia para a Defesa da Educação Pública (Cosydep), Cheikh Mbow; (5) de Essossimna Legzim-Balouki, ministra da Educação Primária e Secundária e da Alfabetização do Togo; (6) da dra. Asma jahangir, presidente da Associação de Advogados da Suprema Corte do Paquistão, condecorada em 2010 com o Prêmio Unesco/Bilbao pela promoção da cultura dos direitos humanos; (7) de Wendy Ramage hawkins, diretora- -executiva da Intel Foundation; (8) do dr. Abdulaziz Othman Altwaijri, diretor-geral da Organização Islâmica para Educação, Ciência e Cultura (Isesco); e (9) do professor Mamadou diouf, diretor do Instituto de Estudos Africanos da Universidade Columbia (EUA).

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BOA VONTADE 43

Page 44: Revista Boa Vontade, edição 230

EspecialAção solidária e Cultura de Paz

Reunião deAlto Nível do ecosoc 2011

Declaração da LBV para a

A seguir, trechos da decla-ração da Legião da Boa Von tade (LBV) encami-

nhada às Nações Unidas, tendo em vista a Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), da ONU, em 2011, que teve como pauta a Educação. As recomendações foram fruto da experiência de mais de seis décadas da LBV nessa área e do resultado dos amplos esforços de mobilização social promovidos pela Instituição por intermédio do 8o Fórum Intersetorial Rede Sociedade Solidária — 5a Feira de Inovações, ocasião em que foram realizados 13 eventos, de 22 de junho de 2010 a 1o de abril

de 2011, na América do Sul e na Europa.

Massacre em escola do Rio

Este relatório foi preparado sob o impacto emocional da tra-gédia do dia 7 de abril de 2011, quando 12 crianças foram víti-mas de um massacre na escola pública em que estudavam na cidade do Rio de Janeiro. Como em casos similares ocorridos no mundo, o assassino havia estu-dado no mesmo colégio, padecia de transtornos mentais e, na in-fância, sofrera bullying. O fato de esses indivíduos crescerem sem que tais distúrbios fossem

precocemente diagnosticados e tratados merece a reflexão de toda a sociedade.

Por essa razão, a LBV promove discussões sobre educação com um diferencial: “a visão além do inte-lecto”, preconizado pelo educador Paiva Netto. Com uma preocupa-ção que vai além dos conteúdos curriculares, a LBV considera os

44 BOA VONTADE

Page 45: Revista Boa Vontade, edição 230

valores e a subjetividade de cada educando, trabalhados por uma proposta pedagógica que alia ao desenvolvimento do intelecto uma perspectiva de Espiritua-lidade Ecumênica, orientada para a Cultura de Paz. Daí a assertiva do dirigente da LBV que sintetiza todo esse trabalho: “Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração”.

Essa nova visão amplia o sen-tido de cidadania e renova a es-perança de que fatalidades como esse massacre no Rio jamais se repitam. E mais: possibilita multiplicar o impacto positivo de inúmeras histórias de superação, demonstrando que é possível a formação integral de indivíduos para uma sociedade solidária.

Na Legião da

Boa Vontade, a

Espiritualidade

Ecumênica

orienta para a

Cultura de Paz.

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BOA VONTADE 45

Page 46: Revista Boa Vontade, edição 230

Movimentação em frente à Escola Municipal Tasso da Silveira, após a tragédia.Sh

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O caso da menina Maria (nome fictício para ter a identidade pre-servada), de 12 anos, é emblemá-tico. Moradora da Providência, área conflagrada no Rio, Maria tinha um irmão aliciado pelo trá-fico, que foi morto em confronto com a polícia durante a ocupação da comunidade. A tragédia na família aumentou nela o medo de amargar o mesmo destino. Após a ocupa ção, os policiais passaram a construir laços de confiança com a comunidade, contando com treinamento específico e o apoio de entidades parceiras.

A menina e sua família vivem agora nova realidade. Atualmen-te, ela frequenta aulas de caratê ministradas na UPP-Providência e é medalhista em torneios da modalidade. Essas conquistas

refletem uma transformação ainda maior, proporcionada pelo proje-to, apoiado pela LBV. Conforme relatos da equipe multidisciplinar da Instituição, a ênfase dada ao seu desenvolvimento emocional ajudou a criança a superar o trau-ma. A revolta e o medo deram lugar à afetividade e à esperança, expressas em um renovado e har-monioso convívio.

A história dela remete à de muitas outras crianças e adoles-centes da comunidade e evidencia o sucesso da metodologia, que pode ser replicada pelo mundo, es-pecialmente em áreas de conflito.

Recomendações Entre as recomendações reuni-

das, também por meio de ampla pesquisa, destacam-se:

— aperfeiçoar o emprego de tecnologias da informação e da comunicação no ensino, incluin-do educadores, pais e familiares em programas de formação, bem como promovendo projetos in-terdisciplinares que contemplem a utilização dessas ferramentas em ações que beneficiem as co-munidades;

— envolver diversos atores sociais (como empresas, universi-dades e organizações da sociedade civil) em estratégias conjuntas de fortalecimento do ensino, criando novos espaços educativos comu-nitários;

— fortalecer a atuação dos pro-fessores, privilegiando nos cursos universitários disciplinas orienta-das à prática docente, adotando programas de formação continuada e incentivos para que a carreira

(Você conhece mais sobre a pro-posta na p. 80.)

Educação em áreas conflagradas

Na maior operação de seguran-ça pública da história recente brasi-leira, o governo do Rio de Janeiro, de parceria com outras esferas do poder público, tem implantado nas favelas cariocas as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Em áreas antes sob o controle do tráfico e de milícias clandestinas, o Estado tem passado a ofertar serviços pú-blicos essenciais, complementados pela ação decisiva de organizações da sociedade civil, a exemplo da LBV. Desse modo, revertem-se gradativamente as condições de exclusão que favoreciam a crimi-nalidade.

Especial

46 BOA VONTADE

Page 47: Revista Boa Vontade, edição 230

Com a criação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da

Providência (na região central do Rio de Janeiro/RJ) e do

curso de caratê na comunidade, em 2010, a LBV ampliou ainda

mais as ações realizadas na localidade. Passou, inclusive,

a facilitar o curso com sua metodologia educativa e

abraçou a ideia. A Instituição, em parceria com a Super

Rádio Brasil e o Governo do Estado do Rio de Janeiro

(por meio das Secretarias de Segurança, de Assistência

Social e Direitos Humanos e de Esporte e Lazer, com o apoio

da Superintendência Estadual de Desportos — Suderj),

possibilitou que jovens atletas participassem de competições

esportivas.

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Morro da ProvidênciaA comunidade da Providência, região central do Rio de Janeiro/RJ, Brasil.

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docente se torne mais atrativa;— capacitar e instrumentalizar

os professores para trabalhar com a diversidade, incluindo crianças com deficiência ou transtornos de aprendizagem. Maior ênfase também às temáticas orientadas à promoção da justiça social e do desenvolvimento sustentável;

— promover ações de afirma-ção e desenvolvimento do pluri-linguismo nos países da América Latina, desde os cursos de forma-ção de professores, resgatando a cultura dos povos originários;

— criar ou fortalecer meca-nismos que tornem a gestão das escolas mais descentralizada, com a efetiva participação de

conselhos de pais e membros da comunidade;

— implementar melhorias de gestão nas escolas e redes edu-cacionais, otimizando os gastos e aliviando profissionais da área pedagógica de processos burocrá-ticos e administrativos;

— estabelecer mecanismos legais eficazes de cooperação entre o poder público e as escolas comunitárias, considerando-as em suas especificidades;

— promover ampla discussão global a respeito dos parâmetros de avaliação dos estudantes, con-siderando as características cultu-rais de cada país e as necessidades da nova economia.

BOA VONTADE 47

Page 48: Revista Boa Vontade, edição 230

A LBV agradece a todos os par-ceiros, especialmente o suporte e a participação de diversos órgãos do Sistema ONU na América Latina, e ao sr. Andrei Abramov, chefe da Seção de ONGs do Departa-mento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, que,

Visite, apaixone-se e ajude a LBV! No Rio de Janeiro/RJ, o Centro

Educacional José de Paiva Netto está localizado na Av. Dom Hélder

Câmara, 3.059 — Del Castilho. Outras informações, ligue: (21)

2501-0247 ou acesse o portal www.boavontade.com

Foto

s: V

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erre

irapresente aos even-tos como palestrante, desempenhou papel--chave nas principais conferências, trazen-do insights e orienta-

ções inestimáveis ao longo de todo o processo.

A Instituição coloca-se à dispo-sição para colaborar com os países membros da ONU e organizações da sociedade civil comprometidas com o fortalecimento da Educação em todo o mundo. Também reitera

sua defesa de vanguarda de que as transformações sociais mais pro-fundas e duradouras começam na Educação.

Nas palavras do dirigente da LBV: “Gente educada, instruída e ecumenicamente espiritualizada é povo que rebenta os grilhões da miséria e os lança fora. (...) Enquanto não prevalecer o ensino eficaz por todos os de bom senso almejado, qualquer nação pade-cerá cativa das limitações que a si mesma se impõe”.

Especial

48 BOA VONTADE

Page 49: Revista Boa Vontade, edição 230

sEdE CENtral: Rua Sérgio Tomás, 740 • Bom Retiro • São Paulo/SP • Brasil • CEP 01131-010 • Tel.: (+5511) 3225-4500 • www.lbv.org • www.boavontade.com • lbv da argENtiNa: Calle José Mármol 964 • Boedo • Buenos Aires • CPA C1236ABL • Tel.: (+5411) 4925-5000 • www.lbv.org.ar • lbv da bOlívia: Calle Asunta Bozo Bistrot 520 • Zona Alto Obrajes (sector A) • La Paz • Casilla de Correo 5951 • Tel.: (+5912) 273-3759 • www.lbv.org.bo • lbv dOs EstadOs UNidOs: 36 W 44th Street Mezzanine (entre a 5a e a 6a Avenidas) • Manhattan • Nova York • 10036 • Tel.: (+1646) 398-7128 • www.legionofgoodwill.org • lbv dO ParagUai: Calle Curupayty, 1452 • Barrio Villa Cerro Corá • Ciudad de Lambaré • Tel.: (+59521) 921-100/3 • www.lbv.org.py • lbv dE POrtUgal: Comandante Rodolfo de Araújo, 104 • Bonfim • Porto • CP 4000-414 • Tel.: (+35122) 208-6494 • www.lbv.pt • lbv dO UrUgUai: Av. Agraciada 2328 • Aguada • Montevideo • CP 11800 • Tel.: (+5982) 924-2790 • www.lbv.org.uy

Um mundo

melhorpode comecar por um gesto

ajude! www.euajudoamudar.org.br

Faça sua

parte!saiba onde encontrar a lbv

Page 50: Revista Boa Vontade, edição 230

No dicionário do jornalista e escritor Marcel Souto Maior, a palavra “tédio” foi

riscada em definitivo. A realidade dele — casado, com três filhos, o caçula de apenas 2 anos — prende--se a uma agenda profissional agitada, que o obriga a dividir o tempo entre compromissos no Rio de Janeiro/RJ, onde mora, e em São Paulo/SP, em virtude da direção do programa Profissão Repórter, da TV Globo, apresentado pelo colega Caco Barcelos. O segredo para manter esse ritmo, afirma Marcel, “é administrar bem o tempo, ser o

Umadescobertaimpressionante

mais eficiente possível, trabalhar com meta e ter uma equipe apoian-do. Na editora, na TV Globo, eu sou muito ajudado”.

O jornalista experimenta o su-cesso também na atividade de escri-tor, marcada por um fenômeno edi-torial, com a publicação de As vidas de Chico Xavier (2003) e Por trás do véu de Ísis — Uma investigação sobre a comunicação entre vivos e mortos (2005). Embora fosse assu-midamente cético, sem nenhuma ligação religiosa, interessou-se em pesquisar a fundo a vida do mé-dium Francisco Cândido Xavier

(1910-2002). A iniciativa o levou a escrever a primeira biografia do famoso sensitivo mineiro. Os fatos que se seguiram a essa decisão, se não transformaram por completo a forma de ele encarar os assuntos espirituais, fizeram-no descobrir que nem tudo pode ser explicado racionalmente. Na entrevista à BOA VONTADE, o jornalista conta como essa experiência enriqueceu a sua vida e a de muitas outras pessoas.

BOA vONtAdE — Em 2003, você publicou o livro As vidas de

simone Barreto e Leila Marco

EspiritualidadeMarcel Souto Maior

50 BOA VONTADE

Page 51: Revista Boa Vontade, edição 230

O jornalista e escritor Marcel Souto Maior conta como passou de cético a divulgador da Espiritualidade

Chico Xavier. Como foi o contato com o médium mineiro?

Marcel Souto Maior — Eu não sou espírita, sou jornalista mesmo, e a gente tem essa mania, defeito de fabricação, de estar sempre questio-nando. Nunca consegui ter uma fé absoluta, inabalável, e aí entro nesse território... Foi muito importante o contato com Chico; descobri um mundo novo e impressionante. O que atraiu este jornalista, que gosta de boas histórias, é que Chico escre-veu mais de 400 livros, vendeu mais de 20 milhões de exemplares e doou toda a renda dos direitos autorais a

instituições beneficentes. Por quê? Ele dizia: “Os livros não me perten-cem. Eu não escrevi nada; eles, os espíritos, escreveram”. De vez em quando alguém afirmava: “O Chico mais cedo ou mais tarde vai cair’’. E o Chico respondia: “Não vou cair porque nunca me levantei’’. Morreu na cama estreita, no quarto simples, na modesta casa de Uberaba. Para um cético, como eu era há 15 anos, é uma história muito interessante.

Bv — O ator Nelson Xavier con-tou que sentiu uma emoção forte quando recebeu de você

Nunca consegui ter uma fé absoluta,

inabalável, e aí entro nesse território... Foi

muito importante o contato com Chico [Xavier]; descobri um mundo novo e impressionante.

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BOA VONTADE 51

Page 52: Revista Boa Vontade, edição 230

que ele volta a ser o Nelson de antes?”. Aí, ela comentou: “Nunca mais!”.

Bv — Antes de conhecer melhor Chico Xavier, que impressão tinha dele?

Marcel — Eu não era um ad-mirador do Chico Xavier. Ficava muito impressionado e desconfiado com a possibilidade de comunicação entre vivos e mortos; por isso, eu o via com certo ceticismo. Era muito crítico também do que considerava um assistencialismo dele, ao fazer distribuição de alimentos, caridade. Era daquela turma que acha que não tem de dar o peixe, tem de ensinar a pescar; eu dizia essas bobagens. (...)

Aprendi, então, a respeitar muito mais as obras de doação, de ajuda, que às vezes parecem pequenas, mas fazem uma diferença imensa.

Bv — Quando foi colher o de-poimento do sensitivo, você chegou a chorar...

Marcel — No primeiro encontro com o Chico, sem ter nenhuma ad-miração especial por ele, eu fui ao Centro em que trabalhava. Fazia uns seis meses que não participava das reuniões, mas nessa noite apareceu. Só tinha eu e mais seis pessoas em um Centro que vivia lotado, mas, como o Chico não ia havia muito tempo, estava vazio. Ele se sentou a dois metros de onde eu estava e começou a ler O Evangelho Segundo o Espiritismo [de Allan Kardec]. Comecei, então, a sentir gotas e go-tas caindo na minha camisa... uma camisa branca, até me lembro. Era muita água, e recordo-me de que olhei para o teto, de telhas, e pensei: “Gente, não está chovendo. Que goteira é essa?”. Demorei a acreditar, porque não tinha nenhuma emoção, nada, mas eram lágrimas jorrando dos meus olhos. Esse foi um dos fenômenos, que chamo de “lágrimas inexplicáveis”. Depois, para vencer o cerco — não queriam que me aproximasse do Chico —, recorri a uma mentira, coisa que não faria hoje. Liguei para o filho adotivo que catalogava a obra dele, o Vivaldo, ele morava em um anexo, nos fundos da casa do Chico, aí falei: “Vivaldo, eu sou jornalista de uma revista semanal do Rio, estou realizando uma reporta-gem sobre o Espiritismo no Brasil”. Quando estou lá conversando, de repente toca uma campainha, e ele

Fascinado pela informaçãoBrasiliense de nascimento, carioca de criação — transferiu-se ainda

pequeno com a família para o Rio de Janeiro/RJ —, Marcel Souto Maior tentou, no início, não seguir os passos do pai, Ronan Soares Ferreira, que foi brilhante repórter. Chegou a cursar Administração de Empresas e Hotelaria, mas logo viu que não eram a sua vocação. “Gosto de contar história, acho que está mesmo no sangue da família esse fascínio por informação.”

Assim, na década de 1980 tornou-se correspondente do Correio Braziliense, no Rio; depois, foi subeditor do “Caderno B” e da revista Programa, ambos do Jornal do Brasil; e ainda, por pouco tempo, passou pela sucursal carioca de O Estado de S. Paulo, do qual se transferiu para a TV Globo, em que trabalha há 15 anos.

Espiritualidade na arte, no jornalismo“A gente demorou demais para contar essas histórias. (...) Estamos acertando as contas com essa falta de informação. E outra coisa: as pessoas, hoje, estão entendendo que só matéria, ‘o correr atrás do prejuízo’, não leva a nada, é um vazio absoluto.”

esse livro com dedicatória na qual manifestava a vontade de vê-lo no papel de Chico...

Marcel — Foi mesmo. Nunca havia feito isso com nenhum ator, não faço isso de jeito nenhum, e não estava negociando; não existia nem projeto para o cinema. E foi ele, Nelson Xavier, o Chico Xavier no filme do Daniel Filho e continuou a ser no As mães de Chico Xavier, baseado no segundo livro meu, Por trás do véu de Ísis. Então, o Nelson incorporou realmente o Chico — e ele que sempre foi um comunista e absolutamente cético. (...) O Nelson mudou completamente. Falei com a atriz Via Negromonte, ex-mulher dele, e perguntei: “Será

Espiritualidade

52 BOA VONTADE

Page 53: Revista Boa Vontade, edição 230

vira para mim e fala: “É meu pai; ele tem um interruptor do lado da cama, deve estar precisando de ajuda’’. E, mal se levantou, sumia pela fresta da porta. A minha mão, que segurava uma caneta, esquentou violentamen-te, tão quente que pulei do sofá, desci as escadas para o quintal e fiquei sacudindo a mão de um lado para o outro, na noite fria de Uberaba. Aí chega o Vivaldo e, lá do alto mesmo, contrariado, falou: “Parabéns. Meu pai mandou dizer que o seu livro vai ser um sucesso’’.

Bv — Como reagiu? Marcel — Fiquei envergonha-

díssimo. Peguei meu gravador, caneta. Pedi desculpas e fui em-bora. Vi que tinha de percorrer esse território com maior cuidado e respeito.

Bv — Em evidência, a Espiritua-lidade torna-se um novo tema para o cinema e a televisão?

Marcel — Acho que sim, mas a gente demorou demais para contar essas histórias. Há mais de 20 anos

ia-se ao cinema ver Gandhi [filme de 1982 sobre a vida do líder polí-tico e religioso indiano Mahatma Gandhi], e cadê os nossos per-sonagens? Um Brasil mágico é o religioso, que talvez por preconceito não seja retratado, como deveria, na arte, no jornalismo. Usando um ter-mo econômico, existe uma demanda reprimida. Estamos acertando as contas com essa falta de informação. E outra coisa: as pessoas, hoje, estão entendendo que só matéria, “o correr atrás do prejuízo’’, não leva a nada, é um vazio absoluto.

Bv — Foi uma satisfação para nós, da BOA vONtAdE, tê-lo como entrevistado.

Marcel — Muito obrigado! Para mim, é sempre um prazer falar com vocês da LBV. Eu gosto muito do Paiva Netto, ele é uma referência para mim importante, me apoia, sempre me trata com muito carinho. Por isso, quando recebi o convite, fiz questão de vir. Sucesso para a LBV, que ajuda tantos milhões de brasileiros!

Ordem do MéritoO célebre médium brasileiro

Francisco de Paula Cândido Xavier, ao tomar conhecimento do trabalho desenvolvido e dos propósitos da LBV — por intermédio do saudoso fundador da Instituição, o jornalis-ta, radialista e poeta Alziro Zarur (1914-1979) —, inscreveu-se, em 3 de julho de 1956, Legionário da Boa Vontade, sob o no 15.353. Tinha 46 anos de idade e, desde então, manteve os laços de amiza-de que o uniam à Obra.

Em 1997, o Parlamento Mun-dial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, por iniciativa de Paiva Netto, prestou-lhe justa homenagem com a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica (categoria Religião). Por questões de saúde, foi representado pelo filho, Eurípedes Humberto Higino dos Reis, que, na ocasião, expressou seus sentimen-tos: “Muito sensibilizados, agrade-cemos à venerável Instituição LBV a homenagem do setor Religião ao companheiro Francisco Cândido Xavier, na honrosa solenidade, que merece nosso respeito e admira-ção. Somos servidores comovidos e profundamente gratos pelo ines-quecível evento”.

Ao centro, o diretor do filme Chico Xavier, daniel Filho, com os atores que interpretaram o médium no cinema, em

fases diferentes: jovem (Ângelo Antônio), criança (Matheus Costa) e em idade mais

avançada (Nelson Xavier).

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BOA VONTADE 53

Page 54: Revista Boa Vontade, edição 230

N a Bolívia, onde mais da metade da população vive em situação de pobreza

(conforme estudo da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura — OEI — de 2006), a Legião da Boa Vontade encontrou há 25 anos vasto campo de atuação e muito trabalho a fazer. A partir de 1986,

Acontece no mundoComemoração

damir Foronda | Fotos: Leilla Tonin

LBV da Bolívia comemora 25 anos

a LBV passou a manter na capital do país, La Paz, uma creche para crianças de baixa renda. Em 1994, o atendimento foi ampliado, e pas-sou a funcionar o Jardim Infantil Jesus, que hoje ampara crianças de 2 a 5 anos de idade.

Em 8 de julho de 2011, a LBV da Bolívia comemorou mais de duas décadas de ação socioe-

ducacional em prol dos menos favorecidos. Com o trabalho da LBV, veio a credibilidade, e o povo boliviano acompanhou, além do apoio à infância, a criação do Centro de Capacitação Técnica e do Centro de Alfabetização. Graças à iniciativa, pais que não tiveram oportunidade de frequentar a esco-la podem aprender a ler e escrever,

54 BOA VONTADE

Page 55: Revista Boa Vontade, edição 230

bem como ter acesso a técnicas e outras ferramentas de capacitação profissional — o que significa muito para um país onde cerca de um milhão de pessoas (ou 10% da população, segundo dados do Censo 2001) ainda não têm acesso à Educação.

Para o voluntariado, há a Rede de Cooperação, que impulsiona a participação social em espaços va-riados, como hospitais e escolas, e nas lideranças comunitárias rurais. O objetivo é propiciar melhores

condições de vida a milhares de pessoas de baixa renda. Aliado a isso, a LBV da Bolívia promove a entrega de alimentos em locali-dades pobres do interior e de kits de material pedagógico a crianças de família em situação de risco social, ajudando assim a combater a evasão escolar.

saúde bucalUma das ações da LBV de

maior sucesso no país são as campanhas preventivas de saúde bucal. As doenças relacionadas à falta de higiene oral estão entre os problemas de saúde pública que mais afetam as crianças bo-livianas. No estudo mais recente sobre o assunto (1998), a prevalência de cá-ries não tratadas na faixa dos 12 anos

foi de 84,6%. Nessa mesma idade, o índice CPOD (dentes cariados, perdidos ou obturados) foi de 47,93% (dados da Organização Mundial da Saúde — OMS).

Em cidades mais isoladas, as casas não possuem banheiro. Nessas localidades rurais, a LBV realiza palestras com profissionais, dirigidas a pais, jovens e crianças, apresenta peças teatrais e entrega kits com toalha, escova, creme dental e sabonete. Meninas e me-ninos também são orientados por dentistas sobre a maneira correta de fazer a higiene bucal. “A LBV

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Acontece no mundo

foi muito importante na minha vida... [Aprendi] os primeiros pas-sos, a estudar, a ter responsabili-dade e a escovar os dentes após as refeições”, afirma Luis Aguillar, 25 anos, atendido na infância pela LBV e hoje músico em um grupo folclórico.

MulheresEstudo recente do Programa

das Nações Unidas para o Desen-volvimento (PNUD) mostra que

as mulheres da Bolívia têm jor-nada semanal maior do que a dos homens por conta das atividades domésticas. A boliviana trabalha, em média, 61 horas/semana (quase 9 horas/dia, incluindo fins de sema-na), enquanto a jornada do homem é de 51 horas/semana (pouco mais de 7 horas/dia). Esse cálculo, com base na última pesquisa domiciliar realizada na Bolívia (em 2001), considera tanto o serviço remune-rado como o doméstico.

Às mães que trabalham o dia todo e ganham pouco, a Legião da Boa Vontade oferece orientação e capacitação profissional e apoio na educação dos filhos. Com essa aju-da, segundo relatam muitas dessas mulheres, é possível vislumbrar um futuro melhor.

Sempre feliz por contar com o auxílio da LBV, primeiro na educação dos filhos e agora na dos dois netos, que estudam no Jardim Infantil Jesus, a vovó Alicia agradece a presença da Organização. “A Legião da Boa Vontade tem a missão na Terra de nos ajudar, em especial as pessoas da Terceira Idade. Vocês tão generosamente nos ensinam tudo, com

bondade e Amor.” Ela se diz satis-feita por, além de aprender técnicas de artesanato, ver a família toda amparada e completa: “Espero que Deus abençoe a todos vocês”.

Aos 64 anos, a dona de casa Rosário descobriu na Instituição um talento pessoal: o de tecelã. Hoje, confecciona tapetes, toalhas e tudo o mais que a criatividade permitir. Dessa forma, colabora na renda familiar. “Agradeço a Deus por ter conhecido a LBV. (...) Aprendo muitas coisas; gos-to também do artesanato, uma especialidade que tenho agora. Parabenizo a todos que trabalham aqui nesta Legião e agradeço a Deus pela ajuda à minha pátria, a Bolívia”, manifesta.

Outras informações: www.lbv.org.bo.

(1 e 2) Atividades dos alunos do Centro de Capacitação Técnica da LBV, na cidade de La Paz. (3 e 4) Voluntários participam do pioneiro programa Ronda da Caridade nas ruas de El Alto e da campanha de conscientização sobre a importância da higiene bucal na zona rural da Bolívia.

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Acontece no Rio de Janeiro

O Centro Educacional da Le-gião da Boa Vontade no Rio de Janeiro/RJ recebeu em 3

de agosto a visita da atriz, modelo e apresentadora Susana Werner. “Foi maravilhoso ver o trabalho belíssimo de vocês. A escola é linda e organizada. Os professores são alegres, as crianças todas com o sorriso no rosto. Ficou marcado para mim. Eu vi que elas são mui-to bem tratadas e felizes aqui”, destacou.

A atriz promoveu um bate-papo entre o seu esposo, Julio Cesar,

susana Werner visita escola da LBV

goleiro da Inter de Milão e da Seleção Brasileira, e os estudan-tes da LBV. O jogador — que se encontrava em Pequim, na China — conversou com os pequenos via internet. “Ele ficou muito feliz, senti que estava com vontade de participar”, afirmou Susana.

A apresentadora, que passava férias na capital fluminense, deixou também sua colaboração, levando uma grande quantidade de aga-salhos arrecadados por meio de campanha feita por ela com a clas-se artística. Doação que ajudará o

trabalho promovido pela Escola e pelo Centro Comunitário de As-sistência Social da LBV, onde a Instituição desenvolve importantes programas socioeducativos para mais de 500 crianças e cerca de duas mil famílias de baixa renda.

Cerca de duas semanas depois dessa visita, de volta ao Rio, o goleiro recebeu representantes da Legião da Boa Vontade em sua casa. Na opor-tunidade, autografou e doou uma camisa oficial da Seleção Brasileira com a mensagem: “Para a LBV, com carinho, Julio Cesar”.

(1) Logo ao chegar à unidade educacional da LBV, Susana foi carinhosamente recepcionada por alunos da Instituição. (2) A atriz concede entrevista à Boa Vontade TV. (3) Julio Cesar, goleiro da Inter de Milão e da Seleção Brasileira, com a camisa que doou para a LBV.

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Talento e

A trajetória de Jair Rodrigues em mais de 50 anos de carreira

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Isabela Ribeiro e Edson Moreno

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Aos 72 anos de vida, o cantor Jair Rodrigues é um exem-plo de quem soube conviver

bem com o tempo. Basta ver que mantém a jovialidade e o carisma da época em que cantava em pro-gramas de calouros.

Paulista de Igarapava, Jair ini-ciou a trajetória artística como crooner, em 1957, apresentando-se em casas noturnas no interior de São Paulo. Gravou o primeiro disco em 1962. Dois anos depois, começou a ganhar popularidade com a música Deixa isso pra lá e com o modo peculiar de interpretar, no qual fa-zia movimentos com a palma das mãos. Essa canção é considerada precursora do rap brasileiro por seu refrão “falado”.

Em 2009, quando completou 50 anos de profissão, fez um show comemorativo no auditório do Ibi-rapuera, na capital bandeirante. O espetáculo teve a presença de vários amigos, entre eles Max de Cas-tro, Simoninha, Rappin’ Hood e Rodrigo Ramos — que dividiram o palco com Jair —, e rendeu a gra-vação do CD e do DVD Festa para um rei negro, em que também há a participação especial de Alcione, Chitãozinho & Xororó, Pedro Mariano, Jorge Aragão e os filhos do cantor, Luciana Mello e Jair Oliveira. “Eu festejava meus 70 anos de idade e gravei esse disco. A maioria das músicas são sucessos meus através dos anos”, rememora.

A primeira versão desse traba-lho, em LP de mesmo nome, foi gravada em 1971. No vinil, Jair in-terpreta o samba-enredo homônimo da escola de samba carioca Aca-dêmicos do Salgueiro, criado pelo

compositor Zuzuca. A canção é um de seus grandes sucessos e contém um dos mais conhecidos refrãos da história do carnaval brasileiro: “Ô lê lê, ô lá lá/ pega no ganzê/ pega no ganzá”.

Os muitos anos de batalha en-sinaram-no a compartilhar o co-nhecimento. “A vida é um eterno aprendizado. A gente ensina o que sabe e aprende com o outro. Ao mesmo tempo em que você está ensinando, tem que aprender”, destaca. Foi com esse espírito que, em 1965, substituiu Baden Powell em um show no Teatro Paramount, na cidade de São Paulo. Na oportu-nidade, cantou pela primeira vez ao lado daquela que seria sua grande parceira musical, a estreante Elis Regina. Com ela lançou, em segui-da, o LP Dois na bossa, gravado ao vivo. Em razão do enorme sucesso do disco, formou com a jovem cantora a dupla Jair e Elis, que comandou o programa O Fino da Bossa, produzido pela TV Record. A atração repercutiu fortemente sobre o público, marcando a história da televisão brasileira, e foi respon-sável por revelar muitos talentos da Música Popular Brasileira.

A fama do artista não ficou restrita ao Brasil. Jair realizou exi-bições frequentes em vários países, entre os quais Portugal, Alemanha, França, Suíça, Itália, Estados Uni-dos e Japão. Apresentou-se com Elis Regina e o Zimbo Trio no Cas-sino Estoril, em terras portuguesas; no Teatro Famoso, na Argentina, no Cine Ávis, em Angola; e em outros espaços. O jeito descontraído é marca de sua personalidade até nos momentos em que revive a carreira.

“Canto meus sambas, os boleros, hinos sacros; canto tudo e continuo aí. Não peço mais nada a Deus. Eu só agradeço, porque já pedi muito.”

Admiração antigaAmigo e colaborador de longa

data da Legião da Boa Vontade, Jair Rodrigues acompanha de perto o trabalho da Obra. “Sempre estou ouvindo, escutando e vendo na televisão, viu, Paiva Netto? E é uma coisa bonita o que você faz. (...) Gosto de toda a programação. Continue sendo assim. Que Deus te abençoe”, manifesta. Ele ainda brinca ao relembrar as visitas que fez a abrigos da Melhor Idade da Instituição: “Fiquei sabendo o que era cuidar de menininhas e me-nininhos de mais de 70, 80 anos. Colaboro com todos os eventos da LBV. Costumo dizer que lá o show não é para os menininhos da Terceira Idade, não; é para os se-minovos”. Falando dos 61 anos de atividades da LBV, conclui: “Não precisa provar mais nada; é [um trabalho] realmente extraordiná-rio, indestrutível. (...) Toda vez que vocês precisarem de mim, estarei à disposição para qualquer tipo de evento que possam fazer. Um abraço, Paiva Netto!”.

Colaboro com todos os eventos da LBV. Costumo dizer que

lá o show não é para os menininhos da

Terceira Idade, não; é para os seminovos.

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A alta cúpula da Câmara de Comércio Brasil –Estados Unidos e diplomatas brasi-

leiros visitaram, em 20 de maio, o escritório da Legião da Boa Vonta-de de Nova York, nos Estados Uni-dos da América, ocasião em que foi inaugurada uma placa com o nome das pessoas que contribuem para a manutenção do local e para o cumprimento da missão de Paz da LBV nas Nações Unidas.

O café de boas-vindas teve a presença de John Landers, de

Roberto David de Azevedo e de Sérgio Millerman, respectivamen-te, presidente, diretor-executivo e conselheiro honorário da Câmara de Comércio; do embaixador Osmar Chohfi, cônsul-geral brasileiro em Nova York; e do conselheiro Paulo Uchôa, chefe da Seção de Imprensa e Cultura do Consulado do Brasil nessa cidade.

LBv prestigia premiação a brasileiro nos EuA

A Legião da Boa Vontade partici-

pou também, no dia anterior (19/5), da entrega do prêmio “Homem do Ano”, em Manhattan. A Institui-ção foi convidada pela Câmara de Comércio Brasil–Estados Unidos, que promove o evento anualmente, concedendo a honraria a um líder brasileiro e a um líder americano que tenham colaborado para estreitar as relações comerciais entre os dois países. Foram agraciados com a dis-tinção Fábio Barbosa, presidente do Conselho de Administração do San-tander Brasil, e Duncan Niederauer,

Acontece nos EUA

A alta cúpula da Câmara de Comércio Brasil–Estados Unidos visita o escritório da LBV, de Manhattan, EUA. Para receber os ilustres convidados, foi oferecido um café da manhã, que contou também com a presença do embaixador Osmar Chohfi e do conselheiro Paulo Uchôa. A partir da esquerda, Danilo Parmegiani, da LBV, o embaixador Osmar Chohfi, Sérgio Millerman, John Landers, Roberto Azevedo, Paulo Uchôa e Paulo Medeiros, da LBV. Ao lado, John Landers (E) e o embaixador Osmar Chohfi descerram placa com nomes de mantenedores do escritório da LBV em Nova York.

Autoridades brasileiras visitam LBv de Nova York

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(1) A partir da esquerda, o Legionário Paulo Medeiros, o ex-ministro da Agricultura Marcus Pratini de Moraes, a simpática Mara e seu marido, o jornalista Gilberto Amaral. (2) Um dos homenageados com o prêmio “Homem do Ano”, escolhido como personalidade do Brasil pela Câmara de Comércio Brasil–Estados Unidos, Fábio Barbosa (D), presidente do conselho do Santander, e Danilo Parmegiani, da LBV dos EUA. (3) Entre os ilustres convidados, o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso.

A festa de entrega do prêmio “Homem do Ano” ocorreu no tradicional Waldorf Astoria de Nova York, com recorde de público nos 41 anos de história do evento.

duncan Niederauer

chefe-executivo e diretor da Bolsa de Valores de Nova York.

Entre as personalidades que prestigiaram a cerimônia estavam o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso; a embaixadora Regina Dunlop e Leandro Vieira Silva, respectivamente, chefe em exercício e primeiro-secretário da missão do Brasil na Organização

das Nações Unidas (ONU); o ex--minist ro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Moraes; a presidente do Banco Safra, Simoni Morato; o cônsul-geral adjunto do Brasil em Nova York, Rodrigo Gabsch; e o jornalista Gilberto Amaral, acompanhado da esposa, Mara.

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Para outras informações, acesse:www.legionofgoodwill.org.

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O ser humano na questão ambientalPoluição do ar e aquecimento global poderão ser a causa dos maiores problemas de saúde pública neste século, preveem especialistas.

Saúde e Meio AmbienteAtitude é a palavra de ordem

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Leila Marco e Rodrigo de Oliveira

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Page 63: Revista Boa Vontade, edição 230

A relação entre o meio am-biente e a qualidade de vida da população é o tema

central da entrevista que o médico Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmos-férica da Universidade de São Paulo (USP), concedeu à BOA VONTADE. Para ele, percebe-se facilmente a influência de fatores ambientais — físicos, biológicos e químicos — na saúde humana, desde os efeitos do tempo que se perde em congestionamentos até uma série de doenças que podem advir de situações cotidianas nas megacidades, como o barulho, a poluição do ar e mesmo enfermi-dades facilitadas pelas mudanças climáticas.

O médico comentou importan-tes medidas apontadas na “Carta de Recomendações em Saúde, São Paulo, C40 2011”*, preparada pela Faculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo, resultado de parceria entre o Comitê Gestor Local da C40, a Coordenadoria do Quadrilátero Saúde/Direito da USP e o Instituto Saúde e Sustentabili-dade. No documento, os cientistas mostram que muitas das medidas de combate ao aquecimento global são traduzidas em cobenefícios imediatos para a saúde do ser humano. O trabalho apresenta também dados alarmantes, como este, levantado pelo dr. Saldiva em 2010: “Estima-se que os níveis de poluição da cidade de São Paulo promovam aproximadamente

4 mil mortes/ano prematuras e uma redução de 1,5 ano de vida (...), com um custo financeiro que, dependendo da métrica, pode va-riar entre centenas de milhões a mais de um bilhão de dólares por ano (...)”.

No Brasil, onde mais de 80% da população está concentrada em áreas urbanas, não é difícil ima-ginar cenários semelhantes ao da capital paulista nas demais regiões metropolitanas. Para cuidar dessa saúde debilitada, o dr. Paulo Saldi-va receita investimentos em plane-jamento urbano, transporte público e saneamento básico, exigindo das autoridades ações integradas entre ministérios e secretarias.

BOA vONtAdE — Quando se fala na questão ambiental no Brasil,

a saúde da população ainda não é levada em conta?

Dr. Paulo Saldiva — A gente sente que a agenda ambiental do Brasil é focada nas florestas, e acho que tem de ser mantido isso, sem nenhum demérito, mas falta criar um pouquinho a sociedade protetora do homem. Ou seja, esse ser humano que vive na periferia, que precisa acordar mais cedo para trabalhar, que se acotovela em transporte coletivo inadequado, sofre as consequências das ondas de calor e da baixa umidade ou, quando chove, tem de entrar na enxurrada para salvar os seus bens, ou recebe grande dose de poluen-tes. A Saúde precisa apoderar-se disso. Cerca de 4 mil pessoas mor-rem a mais na capital paulista em consequência da poluição, mais do

* A “Carta de Recomendações em Saúde, São Paulo, C40 2011” foi entregue durante a São Paulo C40 Large Cities Climate Summit, reu-nião internacional realizada de 31 de maio a 2 de junho, na capital paulista. Nessa quarta edição do encontro, prefeitos e representantes das maiores metrópoles do planeta trocaram experiências e debateram ações de combate e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas que podem ser adotadas pelos governos locais.

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O médico Paulo Saldiva, que luta pela implantação de meios de transporte menos poluentes, há muitos anos dá exemplo, saindo de casa de bicicleta para ir à Faculdade de Medicina da USP, onde trabalha.

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que a aids e a tuberculose; existe uma diferença nesses casos. Se eu inventar um remédio para essas doenças, ninguém vai ser contra, mas se discutir quem usará a rua, o ônibus ou o carro, que tipo de combustível... Cada decisão des-sas envolve bilhões de dólares em negócios. Por isso, você precisa ter gestão. Por esse motivo, achamos necessário temperar essa decisão com o conhecimento científico.

Bv — são necessárias ações integradas entre as diversas áreas?

Dr. Saldiva — Foi o que colo-camos na Carta da C40. Existem medidas para combater as mudan-ças climáticas, reduzir gases do efeito estufa, que trazem cobene-fícios imediatos à saúde humana.

Vou dar dois exemplos. Primeiro, quando se cria uma linha de metrô, imagina-se que se ganha apenas tempo, mas é muito mais do que isso: economizam-se cerca de 350 mil barris de petróleo por ano, cada barril a US$ 120; é bastante dinheiro. As pessoas podem dormir mais, ganham saúde, e há uma re-dução de ruído na superfície e de poluição nos corredores de ônibus. A economia de cada linha de metrô em São Paulo fica ao redor de US$ 100 milhões por ano, ou seja, ela se paga com o tempo e o cobene-fício à saúde. Segundo, necessário se faz também estabelecer uma política de transporte ativo, com ciclofaixas que deem acesso, prin-cipalmente, à população de baixa renda, que gasta parte substancial do salário em transporte coletivo.

Isso ainda fará com que eles se exercitem, reduzam a obesidade, que é endêmica. Essas pessoas não vão para academia, não têm tempo, precisam matar um leão por dia. Você reduz emissões de um lado e, por outro, ganha saúde imediatamente, sem ter de esperar décadas para que o clima da Terra volte a se estabilizar.

Bv — uma discussão dessas envolve governo e sociedade civil...

Dr. Saldiva — Dentro do go-verno, vários setores, dependendo da esfera, ministérios e secretarias. Isso envolve muitas coisas com que a própria área de saúde não está acostumada. Veja o exemplo da dengue. Existe o problema de excesso de lixo, que cria locais pro-

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EsCOLhA — É preciso decidir o tipo de cidade que os

brasileiros desejam: partir para o exemplo de (1 e 2) Los

Angeles, EUA, onde 40% do chão é rua e a prioridade é o

veículo particular, ou optar pelo modelo que privilegia o transporte

público, como o de (3) Bogotá, Colômbia, (4) Santiago,

Chile, e (5) Curitiba, Brasil.

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pícios para juntar água. Você tem, então, um criadouro do mosquito: água e calor, que faz com que o desenvolvimento da larva ocorra mais depressa. O que a Saúde faz diante disso? Joga inseticida ou trata os casos de dengue, mas devia participar do manejo do lixo, das ações que envolvem as mudanças climáticas, porque isso afeta a saúde das pessoas. Tem de existir uma vigilância em saúde ambiental bastante parecida com aquela que se faz para os agravos típicos da saúde nas áreas infecciosas.

Bv — Quais os maiores desafios das metrópoles?

Dr. Saldiva — As grandes ci-dades brasileiras deixaram de ser produtoras de bens para vender serviços. Então é escola, comércio, movimentação, e elas cresceram de forma explosiva, sem criar estrutura adequada em termos de habitação, saneamento e mobilida-de. Nessas regiões, o problema da poluição é veicular, mas existem outras questões bastante sérias que interferem na qualidade de vida: a desertificação das cidades, amplificando a poluição; o lixo, que tem emanações e atrai uma série de doenças. Temos de decidir que cidade queremos: partir, por exemplo, para o modelo de Los Angeles [EUA] e de outras cida-des norte-americanas, que, para construir estacionamentos, fizeram do centro delas uma área onde parece que jogaram uma bomba atômica? Eles vão destruindo pré-dios velhos para haver espaço... Em Los Angeles, mais de 40% do chão é rua. Outra colocação são

as cidades europeias, ou mesmo as sul-americanas, como Bogotá [Colômbia] e Santiago do Chile, que fizeram a rua para o transporte coletivo.

Bv — de imediato, o que pode ser feito para garantir maior qualidade de vida?

Dr. Saldiva — Embora os pro-blemas sejam grandes, eu sempre digo: isso é algo que o Brasil tem a oferecer ao mundo, porque os proble-

Boas iniciativas no transporteDados obtidos nas cidades de Londres (Inglaterra) e Nova Délhi

(Índia) indicam redução do sedentarismo e da concentração local de poluentes a partir de medidas de estímulo à mobilidade ativa, como o ciclismo e a caminhada, e da adoção de motores de baixa emissão de carbono (Woodcock, 2009). No caso da capital inglesa, estima-se a redução da incidência de doenças cardíacas e da isquemia cerebral entre 10% e 20%, de câncer de mama entre 12% e 13%, de demência em 8% e de depressão em 5%. Na capital indiana, as projeções indi-cam diminuição entre 11% e 25% do registro de doenças cardíacas e cerebrovasculares e entre 6% e 17% nos gastos com diabetes.

Fonte: “Carta de Recomendações em Saúde, São Paulo, C40 2011”.

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Incentivo à mobilidade ativa — Em várias partes do mundo, o uso de bicicletas tem reduzido o sedentarismo e a concentração local de poluentes. Bons exemplos dessa atitude, que envolve saúde e meio ambiente, podem ser encontrados em (1) Nova Délhi (Índia) e (2) Londres (Inglaterra). (3) Esta última também apresenta eficientes linhas de metrô, transporte público com matriz de energia mais limpa.

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mas dão-nos juntos a capacidade de resolvê-los. Primeiro, temos de nos colocar como parte do meio ambien-te. Vamos pegar algumas medidas simples: você comeu 20% a menos de carne vermelha, o que reduzirá as emissões de metano no pasto, que é um importante gás do efeito estufa; no dia seguinte, o risco de ter doença cardiovascular, síndrome metabólica e colesterol ruim começa a cair. Não precisa esperar décadas para ter um benefício na saúde. Em um programa

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de mobilidade, caso seja de trans-porte coletivo, você terá de andar até o ponto, ou seja, o sedentarismo e o risco de obesidade caem. Até há estudos que mostram que diminui também o risco de depressão, por-que se começa a ver outras pessoas. E mais: no momento em que se passa a utilizá-lo, o serviço me-lhora, pela reivindicação popular, por ter mais gente pressionando. É o que chamo de círculo virtuoso.

Bv — Esforço comum é neces-sário para fazer uma cidade melhor...

Dr. Saldiva — Qual é o preço de não poder mais andar na rua, de as crianças não brincarem por-que passa um monte de carros? Qual é o preço de você retirar, por exemplo, da capital paulista o rio e todos os parques lineares e engessar a avenida com vias mar-ginais, que distanciam o cidadão

Poluição do ar reduz tempo de vida• Estima-se que os níveis de poluição atmosférica na cidade de

São Paulo promovam aproximadamente 4 mil mortes/ano prematuras e uma redução de 1,5 ano de vida.

• Essa redução de expectativa de vida se deve a três desfechos: câncer do pulmão e vias aéreas superiores; arritmias e infarto agudo do miocárdio; e bronquite crônica e asma.

• Viver na capital paulista corresponde a fumar quatro cigarros diaria-mente em virtude das partículas em suspensão no ar. (Saldiva, 2010C)

Energia limpa — Etanol• Caso todos os veículos a gasolina passassem a usá-lo, haveria

redução das internações hospitalares (8.002 casos por ano) e da mortalidade (130 casos por ano), com diminuição de gastos na ordem de US$ 43,10 milhões por ano. (Saldiva, 2010B)

• Caso todos os ônibus a diesel usassem etanol, haveria redução das internações hospitalares (4.588 casos por ano) e da mortalidade (745 casos por ano), o que economizaria US$ 1,4 milhão por ano. (Saldiva, 2010B)

Fonte: “Carta de Recomendações em Saúde, São Paulo, C40 2011”.

de um bem natural? Esses dados são importantes para pensarmos no tipo de cidade que desejamos. E eu não falo só de estética; nós reagimos ao nosso ambiente; se ele é bom, teremos uma reação melhor. Isso tem a ver com ética, dignidade humana, promoção de saúde. Não podemos nos confor-mar com esse estado de coisas, mas começar a ter a consciência de que, no momento em que se limpa o ambiente, também o nos-so organismo está sendo limpo. Assim, você está melhorando a própria saúde e a das pessoas que o cercam.

Bv — Atitude. Essa é a palavra de ordem?

Dr. Saldiva — Precisamos de atitude, de gestão e de inteli-gência. O que eu faria primeiro? Hoje, 7% da frota a diesel da cidade de São Paulo produz 40% da poluição. Vamos de diesel limpo, melhorar a tecnologia, colocando outras matrizes [ener-géticas] no transporte coletivo. É mais fácil negociar com os donos de companhias de transporte, de ônibus, do que com 10 milhões de proprietários de veículos indivi-duais. Em segundo lugar, melhorar a qualidade desse transporte, a velocidade; fazer com que os cru-zamentos dos corredores de ônibus não fiquem parados; dar prioridade para o transporte coletivo, criando calhas para que ande. Quando se faz isso, a pessoa que está de carro, parado naquele congestionamento, pensará: “Eu vou querer andar nesse negócio”, tal como aconteceu com o metrô.

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Acontece no Espírito Santo

O programa Cidadão-Bebê, desenvolvido no Centro Comunitário de Assis-

tência Social da Legião da Boa Vontade em Vitória/ES, ampara mulheres em vulnerabilidade so-cial, acompanhando-as em todo o período gestatório e, depois, até o primeiro ano de vida do bebê. Oferece palestras educativas e oficinas de artesanato, entrega cestas de alimentos e enxoval

LBv ampara gestantes na capital capixaba

Futuras mamães recebem certificado de conclusão do curso, um belo enxoval para o bebê, álbum e CD com registro fotográfico. “Sempre fui muito

tímida, mas neste curso aprendi a

conviver melhor com as pessoas. Hoje, consigo conversar

com elas. É maravilhoso! Gostei

muito e agradeço à LBV”, disse a atendida Sônia

Soares Moreira.

completo para o bebê, além de prestar assistência jurídica, atendimento social, médico e psicológico.

“O curso mudou muito a for-ma de pensar e agir das atendi-das em relação à gestação. Isso traz um prazer enorme, grande satisfação em fazer parte desse grupo”, contou Letícia Scarpati Rodrigues, graduanda em Psico-logia e voluntária da LBV.

Elvira trindade | Fotos: Sandra Teixeira

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Em Vitória/ES, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado na Rodovia Serafim Derenzi, 1.818, Inhanguetá.

Tels.: (27) 3232-3256 / 3322-6144.

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na Amazônia,

Porto Velho, em Rondônia, vem apresentando expressi-vo processo de crescimento

econômico em função das cons-truções das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, ambas no rio Madeira, região do sul do Estado do Amazonas. Em funcionamento, as duas usinas têm a expectativa de

geração de energia, a partir das po-tências instaladas, de 3.150,4 MW e 3.300 MW, respectivamente, com previsão de investimentos na ordem de 21 e 25 bilhões de reais.

Não se contesta a importância dos projetos, que definitivamente retiram do século 19 grande parte das populações residentes nas ca-

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Daniel Borges Nava*1

*¹ Geólogo e mestre em Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Amazônia. É professor coordenador do Programa Empresa Júnior da Faculdade La Salle Manaus, secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos do Amazonas e voluntário nas ativi-dades da Legião da Boa Vontade.

Belo Monte e licença social

Energia

SustentabilidadeOs direitos dos amazônidas

Divulgação

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pitais de Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC), pelo acesso e garan-tia de uma energia renovável e de qualidade, oferecida no contexto do Sistema Interligado Nacional. Contudo, analisando o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), ins-trumento técnico que permitiu ao Ibama emitir a Licença de Ope-ração (LO) das referidas obras e condicionou a adoção de todo um Programa de Compensações Am-bientais às regiões afetadas, alguns pontos chamam a atenção de forma preocupante.

Projeto peca ao reduzir área de impacto

Talvez o mais grave deles seja a inexistência de análise ambiental e social completa do efeito das construções nas comunidades dos Estados do Amazonas e do Acre, aquelas vizinhanças ao reservató-rio a ser formado, e nas que estão ao longo do rio Madeira. Causa surpresa o impacto do projeto estar limitado ao distrito de Calama, no município de Porto Velho, última comunidade do Madeira antes de o rio entrar no Estado do Amazonas. O mínimo de conhecimento sobre a Amazônia e das dinâmicas ter-ritoriais da sua sociodiversidade jamais dimensionaria essas impli-cações a um limite federativo, até porque essas comunidades e o rio Madeira ali coexistem muito antes das divisões dos Estados e dos países na América do Sul (a região em estudo está também na faixa de fronteira entre o Brasil e a Bolívia).

Essas considerações podem ser identificadas quando se visitam as obras da Usina Hidrelétrica de

Santo Antônio e ali se observa um impacto positivo: a geração de emprego e renda na região. Grande parte dos trabalhadores da frente de construção está sendo aproveitada do próprio Estado de Rondônia. Outro percentual significativo dessa mão de obra constitui-se de migrantes oriundos dos Estados próximos: Amazonas, Acre e Mato Grosso.

Assim, Porto Velho acompa-nha um crescimento único em sua história, com consequências positivas e negativas naturais de quem recebe um grande projeto: especulação imobiliária a partir da forte migração populacional, aumento do custo de vida e da vio-lência urbana, investimentos em infraestrutura urbana, entre outras.

Apesar do esforço para a con-tratação de mão de obra local, as especificidades da atividade de engenharia da construção de bar-ragens acabam por registrar, no setor de Recursos Humanos das

IdealistasHomenageio com este ar-

tigo o meu saudoso professor Roberto dos Santos Vieira, que dedicou grande parte da vida à construção do Direito Ambien-tal e à análise de grandes pro-jetos na Amazônia. Das suas ideias germinaram sementes como a da primeira Vara Es-pecializada em Meio Ambiente do Brasil, nascida em 1997 e consolidada no trabalho de um dos seus discípulos, dr. Adalberto Carim Antônio, juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente e de Questões Agrá-rias do Amazonas (Vemaqa).

empresas, a deficiência de técnicos e profissionais de cursos superiores formados na região. As gerências desses consórcios, quase que na totalidade, são compostas por pessoas das regiões Sul e Sudeste do Brasil, o que demonstra que na

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Com essa iniciativa, as empresas contribuiriam significativamente para o aprimoramento dos Progra-mas de Responsabilidade Social — e talvez, a título de sugestão, esse pudesse ser um condicionante adicional aos processos de licen-ciamento ambiental dos grandes projetos, que, neste tema, apenas têm fixado um valor percentual de mão de obra local a ser contratado.

Muito a propósito, recordo as palavras do saudoso professor Roberto Vieira (1986)*² quando, acerca da análise da construção de Tucuruí e do licenciamento do Projeto Carajás no Estado do Pará, reforçava que as avaliações de impacto ambiental, antes de representarem uma necessidade ou obrigação legal a ser atendida pelos planejadores e investidores públi-cos e particulares na elaboração

de projetos de desenvolvimento, deveriam constituir-se em verda-deiros instrumentos de garantia da saúde dos investimentos e, consequentemente, da melhor qua-lidade de vida para as populações relacionadas com o projeto.

Comunidades ainda esquecidas

Vale refletir ainda sobre o fato de que boa parte dessas obras, ao longo dos anos, foi e é responsável por perdas de sítios arqueológicos, por inundação de áreas indígenas, de comunidades ribeirinhas e de populações residentes em regiões de terra firme. Considero, por isso, que o pior dos impactos sociais nesse tipo de empreendimento é, ainda, não garantir a essa gente o usufruto da energia mais limpa e de maior qualidade.

realidade das relações de trabalho e da Educação na Amazônia temos um longo caminho a trilhar.

Por que não conciliar esse pe-ríodo de construção com um pro-grama regional de qualificação em edificação de barragens, atividade que se caracteriza pela alta comple-xidade e especificidade, tendo em vista formar uma geração de en-genheiros amazônidas capacitados nos fantásticos laboratórios que se constituem as próprias obras? Os cursos de Engenharia das universi-dades públicas e privadas regionais têm interesse nessa parceria com os consórcios construtores. Afinal de contas, as universidades federais de Rondônia, do Amazonas, do Acre e do Pará, para citar algumas delas, formam engenheiros, res-pectivamente, há mais de 29 anos, 102 anos, 37 anos e 80 anos.

diferencial — Graças à moderna engenharia, com a escolha e posicionamento de turbinas, os projetos hoje do rio Madeira permitem uma relação mais sustentável entre a área alagada pela usina e a capacidade de geração de energia. Como exemplo, a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, com uma potência instalada de 3.150,4 MW, terá um lago artificial de 271 km². (Fonte: www.uhsantoantonio.com)

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Ao que parece, os atuais pro-jetos, em construção e previstos, caminham por esquecer essas co-munidades amazônidas e até mesmo municípios inteiros limítrofes aos empreendimentos. O que leva às se-guintes questões: A quem atenderão esses projetos de geração de energia? Apenas aos maiores mercados con-sumidores, à população das capitais? Aos grandes projetos mineroindus-triais e/ou às atividades produtivas existentes ou em desenvolvimento? Às populações do Brasil e de outras nações sul-americanas atendidas pelo Sistema Interligado Nacional, que com a entrada de novas usinas de geração pode ampliar as reservas de energia disponível, diminuindo a vulnerabilidade de apagões ou racionamentos?

Se é objetivo dos projetos tam-bém incluir as populações amazô-nidas, por que não condicionar ao licenciamento ambiental deles a imperiosa necessidade da constru-ção de linhas de transmissão que permitam o acesso das comuni-dades na Amazônia a uma energia renovável e de qualidade?

Sob o ponto de vista econômico, os valores investidos na distribui-ção da energia acabam retornando rapidamente, pela substituição de-finitiva dos custos relacionados ao consumo anual de diesel das usinas térmicas (altamente poluentes). Além disso, os frequentes progra-mas de racionamento vivenciados na região, incluindo a triste reali-dade da presença da lamparina nos vilarejos mais pobres, demonstram

que os grandes projetos de geração de energia na Amazônia não se constituíram, historicamente, em instrumentos de acesso deste bem pelas populações.

Numa época em que se cons-troem as usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, e o Linhão Tucuruí-Macapá-Manaus, e se li-cencia o projeto de Belo Monte, no Pará, entendo que o programa Luz para Todos, do governo federal, que vem ajudando as comunidades amazônidas, pode ganhar fôlego novo, crescendo em relevância, na dimensão do desafio lançado pela presidenta Dilma Rousseff, de garantir maior acesso da população mais pobre à luz, pelo Plano Brasil Sem Miséria*³.

Nossa Sociedade Amazônida conserva na história do Brasil e da Humanidade a sustentabilidade da relação água e floresta, que garante hoje o principal combustível des-ses projetos de energia. De forma contrastante, essas comunidades, por vezes, continuam vivendo em condições tecnológicas à maneira do século 19 e não mais suportam

*² Aconselho a leitura do trabalho “Avaliação de Impacto Ambiental: luxo ou necessidade?”, escrito por Roberto Vieira em 1986, que se encontra no livro Carajás: desafio político, ecologia e desenvolvimento, organizado por José Maria Gonçalves Almeida Jr., pp. 494-513.*³ Fonte: www.brasilsemmiseria.gov.br.

Pior exemplo — A Usina Hidrelétrica de Balbina, inaugurada em 1988,

no rio Uatumã, cerca de 180 km de Manaus (AM), pela ausência então

de uma avaliação satisfatória dos impactos ambientais, é o projeto

brasileiro vigente com a menor capacidade de geração de energia (250

MW) em relação à área alagada para o seu reservatório (2.360 km2).

o descaso de não poderem exercer os mesmos Direitos Humanos há tanto tempo já garantidos aos de-mais brasileiros.

Até quando, por exemplo, Hu-maitá (AM), localizada na margem direita do rio Madeira, cidade próxi-ma e de tão fácil acesso por rodovia federal à Usina de Santo Antônio, permanecerá consumindo energia de uma usina térmica a diesel? Por quanto tempo mais as pessoas que se hospedam lá receberão nos quartos de hotel o chamado kit de sobrevivência: um pires, uma vela e uma caixa de fósforos?

É nessa expectativa que a nossa geração almeja ser capaz de cons-truir a Cidadania Amazônica. Basta ouvir os clamores da floresta.

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É para mim motivo de grande honra e alegria dar início a esta colaboração à BOA

VONTADE! A partir de agora, tra-remos aos inúmeros colaboradores e amigos da LBV, em linguagem clara e objetiva, uma seleção das informações mais importantes sobre a produção legislativa e a atividade parlamentar dos re-presentantes do povo na Câmara dos Deputados e no Senado Fe-

Paulo Kramer*, jornalista e cientista político.

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em tramitaçãoderal. Discutiremos assistência e inclusão social e profissional; desenvolvimento comunitário; economia solidária; promoção da saúde, da educação, da cultura e do bem-estar para a família e a criança, o jovem e o idoso; volun-tariado; e responsabilidade socio-ambiental, com foco em projetos de lei, emendas constitucionais, audiência e outras iniciativas do Congresso Nacional em prol de

Congresso em pauta

Projetos de leiPaulo Kramer | Especial para a BOA VONTADE

* É professor licenciado do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) e assessor parlamentar.

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elogiar, criticar e, sobretudo, cobrar atitudes, decisões e ações necessárias ao desenvolvimento social do nosso país.

Aguardo sua opinião para fazer uma coluna cada vez mais interes-sante e útil. Basta enviar sua men-sagem (e-mail: [email protected]). Um forte abraço!

O 1o semestre da Câmara dos deputados

A Câmara dos Deputados apro-vou 147 proposições no primeiro semestre de 2011. A Casa apreciou 83 projetos de lei (PL), 25 medi-das provisórias (MP), 35 projetos de decreto legislativo e quatro projetos de resolução. Só na Co-missão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), dos referidos 83 PLs, 58 foram aprovados conclu-sivamente, ou seja: não precisa-ram passar pelo Plenário (a menos que houvesse recurso solicitando essa votação, assinado por, no mínimo, 10% do total dos 513 deputados que compõem a Casa). A CCJ deliberou, também, sobre 53 projetos de decreto legislativo relativos a concessões de rádio e televisão. Várias proposições têm impacto social importante, a exemplo do PL 3.120/2004, do deputado Edson Ezequiel, que obriga a distribuição de kits de hi-giene bucal (escova de dentes, fio dental e creme dental) aos alunos do ensino fundamental nas escolas públicas. Mais informações pelo e-mail: [email protected]). Ou, então, o PL 4.486/2001, do Senado (já transformado na Lei 12.398/2011 e incluído no Código Civil), que

garante o direito de qualquer dos avós a visitar os netos em caso de divórcio dos pais. Ou, ainda, o texto aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) em substituição (por isso denominado substitutivo) ao PL 9.371/2007, da deputada Íris de Araújo, destinando exclusiva-mente aos idosos de baixa renda — com 60 anos ou mais — as moradias vinculadas à cota de 3% em programas governamentais do setor, conforme prevê o Estatuto do Idoso. Conheça mais ou tire suas dúvidas pelo e-mail: [email protected]

O trabalho da Comissão de Assuntos sociais

No Senado Federal, também durante o primeiro semestre, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) deliberou sobre 85 maté-rias e realizou 21 reuniões, abrin-do espaço para ouvir diferentes setores da sociedade e do governo acerca de temas prioritários, como saúde e previdência. O presidente da CAS, senador Jayme Campos, destacou entre os projetos de lei ali aprovados a votação do Siste-ma Único de Assistência Social (Suas), que foi, em seguida, de-liberado pelo Plenário do Senado em regime de urgência, de modo a garantir a implementação da Política Nacional de Assistência Social, para proteção à infân-cia, à adolescência, à família, à maternidade e à velhice. Outro projeto de lei deliberado pela CAS assegura aos alunos da Educação Básica (ensinos fundamental e médio) alimentação nos dias não

um Brasil mais humano e mais cidadão.

A ideia é despertar a atenção dos leitores para a diferença que todos e cada um de nós podemos fazer com a nossa participação cívico-política, não apenas de quatro em quatro anos, elegen-do os nossos congressistas, mas também no dia a dia — ou seja, fazendo contato com os seus ga-binetes ou nas chamadas bases, por e-mail, telefone, fax, cartas ou visitas —, a fim de sugerir,

Saiba o que está sendo produzido no Congresso Nacional e o que pode impactar em sua vida. Participe!

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* Benefício de Prestação Continuada — É um direito garantido pela Constituição Federal, pelo qual é assegurado um salário mínimo mensal ao idoso, com idade de 65 anos ou mais, e à pessoa com deficiência, de qualquer idade, incapacitada para a vida independente e para o trabalho, que comprove não possuir meios de garantir o próprio sustento, nem tê-lo provido por sua família. Em ambos os casos, é necessário que a renda mensal bruta familiar per capita seja inferior a um quarto do salário mínimo vigente. (Fonte: Ministério do De-senvolvimento Social e Combate à Fome.)

Congresso em pauta

letivos, o que amplia-rá a distribuição da merenda escolar. Com foco nas pessoas por-tadoras de deficiência, a comissão promoveu debates sobre a sua

inclusão no mercado de trabalho, aposentadoria especial, o Bene-fício da Prestação Continuada* (BCP), a pensão por morte dos pais, bem como os transtornos do autista e os direitos dos sur-dos. Canal de comunicação do CAS — tel.: (61) 3303-3515 — fax: (61) 3303-3652 — e-mail: [email protected]. Para falar com o presidente do CAS, envie mensagem pelo e-mail: [email protected]

Projetos e proposições do senado

Ao todo, durante o primeiro semestre, o Plenário do Senado aprovou 141 proposições, enquan-to as comissões da Casa aprovaram outras 285 em decisões termina-tivas (isto é, não precisaram ser apreciadas em Plenário, sendo

enviadas diretamente à Câmara ou encaminhadas à sanção da Presidência da República). Para obrigar um projeto terminativo a ser votado em Plenário, pelo menos nove senadores precisam apresentar recurso à Mesa Diretora da Casa, num prazo de cinco dias úteis, após a aprovação do parecer sobre projeto em uma comissão. Do total de 453 projetos votados pelo Senado, 86 foram da própria Casa (PLS); 65 foram Projetos de Lei da Câmara (PLC); 221, Proje-tos de Decreto Legislativo (PDS); 12, projetos de resolução; cinco, mensagens presidenciais; 60, ofí-cios; e cinco, Propostas de Emenda à Constituição (PEC).

Incentivo ao terceiro setor

O deputado Thiago Peixoto, atualmente licenciado, apresen-tou o PL 451/2011 a fim de criar o Programa Nacional de Apoio à Assistência Social (PRONAS), autorizando pessoas físicas ou jurídicas a deduzir do Imposto de Renda (IR) os valores doados a organizações de assistência social autorizadas pelo Ministério do De-senvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e reconhecidas pelo Conselho Nacional de Assistência Social como de utilidade pública federal. Hoje, as pessoas físicas podem deduzir 6%; e as pessoas jurídicas que apuram “lucro real”, 4% do IR devido, doando-os aos

patrocínios culturais no marco das leis Rouanet e do Audiovi-sual. A intenção do deputado, com o PRONAS, é oferecer uma alternativa de investimento social para os contribuintes que queiram destinar esses mesmos percentuais a projetos de proteção à família, à maternidade, à infância, à ado-lescência e à velhice; amparo a crianças e adolescentes carentes; integração ao mercado de tra-balho; habilitação e reabilitação de portadores de deficiência; incentivo ao voluntariado; e as-sistência educacional gratuita. No momento, o projeto aguarda pa-recer do seu relator na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), deputado dr. Jorge Silva. Outras informações pelo conta-to: http://thiagopeixoto.com.br/contato.php e pelo e-mail: [email protected]

Banco popularNo Brasil e em todos os países

em desenvolvimento, o microcré-dito irriga iniciativas comunitárias que contribuem para o resgate econômico e a promoção da digni-dade de milhões de pessoas antes condenadas à miséria, à margina-lização. A fim de chamar a aten-ção da opinião pública para esse poderoso instrumento, o senador Eunício Oliveira, que preside a CCJ do Senado, apresentou re-querimento de “voto de aplauso” ao Banco Popular Palmas. A ins-

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tituição é vinculada ao Instituto Palmas, uma Organização da So-ciedade Civil de Interesse Público (OSCIP), criada há oito anos pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeiras. Trata-se de um bairro da periferia de Fortale-za, com cerca de 32 mil habitantes e uma história de décadas de união e organização pelo direito deles a uma vida melhor. Em seu reque-rimento, Eunício lembrou que, de 2007 a 2009, graças a parcerias com organizações governamentais e não governamentais (nacionais e estrangeiras), o Banco Palmas emprestou um total de R$ 4,12 milhões, beneficiou 2,5 mil fa-mílias, manteve 8 mil postos de trabalho e gerou outros 2 mil. “Os financiamentos envolvem peque-nas quantias que fazem, porém, uma grande diferença na vida de microcomerciantes, artesãos, prestadores de serviços e outros trabalhadores e trabalhadoras por conta própria. Assim, essas pessoas obtêm capital de giro ou de investimento para comprar equipamentos e matérias-primas e tocar ou ampliar seus negócios: um carrinho de pipoca, uma ofici-na de costura, um salão de beleza, e assim por diante”, salientou o

parlamentar. Canal de comuni-cação: Senador Eunício Olivei-ra — e-mail: [email protected]

Em andamentoAinda sem data marcada para

deliberação, a Câmara deixou para semestre a votação do PL 3.800/2008, da ex-deputada Rita Camata. Pronto para a pauta do Plenário desde agosto de 2009, o projeto objetiva a consolidação das leis de assistência social e condensa em 72 artigos de um único texto, a ser incorporado à Lei 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social — Loas), o teor de nove leis atualmente em vigor. A intenção de Cama-ta foi eliminar inconsistências, suprimir dispositivos de caráter transitório ou que foram julgados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesses diplomas legais. Mesmo assim, ela deixou de fora da consoli-dação os Estatutos da Criança e do Adolescente; do Idoso; e da Pessoa com Deficiência, por considerá-los marcos jurídicos fundamentais da inclusão social, verdadeiras “Cartas de Direitos Civis” dos milhões de brasileiros pertencentes a esses segmentos.

Visitando o site www.camara.gov.br, você pode conhecer o tex-to completo do PL 3.800/2008 e as leis que ele pretende unificar, entre as quais as Leis 10.836 e

10.835/2004 (criação do programa Bolsa Família e instituição da “renda básica de cidadania”, respectivamente).

MAIS INFORMAçõESPara conhecer detalhes

das proposições legislativas que tramitam na Câmara dos Deputados, acesse www.camara.gov.br. No mesmo endereço eletrônico, o leitor pode se cadastrar para receber informações atualizadas sobre o andamento dessas matérias. Isso vale também para as proposições que tramitam no Senado (www.senado.gov.br).

Os financiamentos do microcrédito

envolvem pequenas quantias que fazem, porém, uma grande

diferença na vida dos trabalhadores por

conta própria.

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Templo da Boa Vontade

O Templo da Boa Vontade (TBV), também conhecido como a Pirâmide das Almas

Benditas, recebeu recentemente a visita de estudantes que participam do projeto Intercâmbio Acadêmico Cul-tural, reunindo grupos da Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas (Facitec), de Taguatinga/DF, e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, de Diaman-tina/MG.

Nesse encontro, os alunos do Distrito Federal mostraram aos mi-neiros atrações e pontos turísticos de Brasília. O Templo da Paz fez parte do roteiro. “É um local que apresenta, além da estrutura física ideal, uma vivência cultural única. (…) O que mais precisamos [pas-sar] para os alunos de Turismo é a noção real do que é a hospitalidade. É exatamente o que nós encontramos aqui no TBV”, disse a coordenadora do projeto, Maria José Carvalho.

Alunos de turismo fazem intercâmbio cultural no tBvEstudantes do DF e de MG ressaltam ambiência do Templo da LBV

Ao falar sobre o Templo da Paz, o coordenador do curso de Turis-mo da Facitec, Álvaro Quaglia, destacou: “Vocês deixam a gente em outro mundo, outro espaço!

Isso é muito importante para nós e nossos alunos; sabermos que vocês nos representam até na ONU (leia p. 36), uma organização interna-cional. Muito obrigado mesmo!”.

A exemplo dos colegas, a aluna Zélia Lopes, de Diamantina, mani-festou sua admiração pelo TBV. “Eu gostei muito do Templo. Para mim, foi uma experiência única. Aqui tem uma energia boa, coisa que eu não vi em momento nenhum na minha vida.”

Maria Carvalho Álvaro Quaglia

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O programa Globo Comuni-dade DF, da Rede Globo, que traz temas e reportagens

especiais sobre a capital federal, exibiu, em 19 de junho, matéria com foco no monumento mais visi-tado de Brasília. Logo na abertura, destacou: “Muitas vezes, o que as pessoas buscam vai além de um cobertor, um prato de comida, alguém para conversar. Há quem procure um lugar calmo para refletir, pensar na vida, renovar as energias. Um desses locais é o Templo da Boa Vontade”.

Com roteiro e pauta do jorna-lista Marcelo Cosme, imagens de Hélio Marinho e produção de Roniara Castilhos, a reportagem trouxe depoimentos de peregrinos que durante a madrugada estiveram no Templo da LBV para meditar. Uma das pessoas entrevistadas, a

Na Nave do TBV, equipe de reportagem da Rede Globo grava matéria especial sobre o Templo da LBV.

Programa Globo Comunidade DF destaca a Pirâmide da Paz

artista circense Ivone Pinheiro, contou, durante a entrevista, o que fora procurar no TBV: “Vim aqui em busca de Paz, tranquilidade. Gostei muito daqui, eu me senti bem”.

O programa também evidenciou a simbologia mística do número “7”, considerado pela numerolo-gia como o da perfeição. Ele está presente em todo o projeto arqui-tetônico da Pirâmide da Paz: são sete faces, 28 metros de diâmetro e 21 de altura; o Cristal Sagrado, que fica no topo da Pirâmide, pesa cerca de 21 quilos aproximada-mente (números múltiplos de sete).

“É [um ambiente] extremamen-te acolhedor. Há um silêncio neces-sário, principalmente nas horas de desespero. Ter este lugar é como se fosse a própria metáfora dos bra-ços abertos para um acolhimento

e que recebem as mais variadas pessoas, completamente anôni-mas. Elas simplesmente entram e experimentam a Paz (...); um lugar onde elas não são reprovadas ou rechaçadas, são apenas acolhidas. Isso é fundamental em momentos de desespero”, comentou a psi-cóloga Dirce Barroso durante o programa.

Um mês antes, outra reporta-gem da TV Globo, veiculada no Bom Dia DF, teve também como tema o TBV. A chamada para a matéria, levada ao ar em 3 de maio, informava: “O Templo da Legião da Boa Vontade foi eleito uma das Sete Maravilhas de Brasília e recebe um milhão de pessoas por ano. O local é aberto 24 horas para pessoas de todas as religiões que desejam um local para refletir ou rezar”.

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Em Brasília/DF, o Templo da Boa Vontade está localizado no SGAS 915, Lotes 75/76. Tel.: (61) 3245-1070

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O Centro de Apoio Opera-cional ao Terceiro Setor do Ministério Público de

Minas Gerais (Caots), o Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais (CeMAIS) e a Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig) promo-veram, de 20 a 22 de junho, em Belo Horizonte/MG, o 7o Encontro Nacional do Terceiro Setor, que nesta edição sediou também o 1o Encontro Nacional de Direito do Terceiro Setor. O evento reuniu representantes de organizações da sociedade civil de todo o país, tendo por objetivo discutir a gestão administrativa e jurídica das entidades que com-põem o Terceiro Setor, com foco nas parcerias entre o setor privado e o governo.

A Legião da Boa Vontade, que há 61 anos trabalha pela construção de uma Sociedade Solidária, Altru-ística e Ecumênica, esteve no acon-

Terceiro SetorEm Minas Gerais, participação da sociedade civil

Intersetorialidade e regulamentação

Entidades representativas discutem avanços para o Terceiro Setor em encontro nacional

tecimento a convite do organizador deste, o procurador de Justiça e coordenador do Caots, Tomáz de Aquino Resende. A Super Rede Boa Vontade de Comunicação fez a cobertura completa do encontro.

Também presente na oca-sião, o governador de Minas Ge-

rais, Antonio Augusto Anastasia, salientou a importância da atuação do Terceiro Setor para promover avanços no país. “Esse Estado mais forte será alcançado quanto

mais conseguir a participação da sociedade civil organizada na exe-cução das políticas públicas. Basta olharmos pela janela do mundo e observarmos que as nações que estão em grau de desenvolvimento avançado têm na sociedade civil um forte estribo, a pedra angular do desenvolvimento e do progres-so.”

Na opinião do presidente do Sistema FIEMG (Federação das In-

dústrias do Estado de Minas Gerais), Olavo Machado Júnior, o encontro teve amplo relevo para o relacionamento entre os três setores da so-ciedade. “Este evento é fundamental para construir, do ponto de vista legal, jurídico, as questões que surgem, para que essa relação seja consolidada e tenha o seu marco bem constituído”, disse.

A diretora-presidente do C e M A I S , M a r i s a S e o a n e Resende, por sua vez, elencou os pontos principais discutidos e ressaltou a ação da Legião da Boa Von-tade. “Os dois gran-des objetivos do 7o Encontro são: primeiro, discutir a questão da intersetorialidade; o Terceiro Setor precisa ter um peso e um equilíbrio de tanta relevância quanto o primeiro e o segundo setores. Depois, a questão

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do marco regulatório, legal. É um momento histórico de revisão da sua regulamentação, com a parti-cipação de advogados, juristas, do Ministério Público, representantes dos três setores, para tratar desse aspecto decisivo. Agradeço a vocês [da LBV], que fazem um trabalho que é muito importante para a sociedade.”

Para o diretor-presidente da Fundamig, Heliomar Quaresma, as doações para instituições e funda-ções deveriam ser isentas de tribu-

tação. “No Brasil, se você doa para o seu herdeiro ou para uma fundação a tributação é a mesma. As pessoas, empresas, não têm nenhum estímulo para

fazer isso. Nos EUA, não!, então, o filantropo, as pessoas poderosas, ricas, podem devolver para a socie-dade os benefícios que receberam na construção do seu patrimônio. Essa mudança do marco legal que o

governo pretende fazer, no máximo, até o ano que vem, possibilitará que o Terceiro Setor seja realmente empoderado.”

visibilidade ao temaO encontro também ganhou

destaque nos artigos do diretor--presidente da LBV, o jornalista José de Paiva Netto, “Proteção aos pequeninos” e “Quer saber o que é Amizade?”, publicados em centenas de jornais, revistas e sites do Brasil e do exterior.

Sobre o acontecimento e a LBV, o dr. Tomáz de Aquino Resende declarou: “As grandes lideranças e autoridades desse assunto no Bra-sil estão hoje aqui discutindo esse tema, que é tão caro e importante para todos nós. A intersetorialida-de é a necessidade de que os três setores tenham ações em conjunto para resolver os problemas sociais e ambientais. A LBV é especialista nisso. Tenho de agradecer ao escri-tor e professor Paiva Netto e à LBV

pelo trabalho que têm feito e, mais ainda, pela cobertura deste evento, que, com certeza, contribui para uma sociedade mais justa. A gente vê, cada dia mais, que a LBV passou a ser uma protagonista da mudança social no Brasil. Parabéns para vocês, para o Paiva Netto, e muito obrigado pela gentileza de estarem aqui conosco!”.

Heliomar Quaresma

“A gente vê, cada dia mais, que a LBV passou a ser uma protagonista

da mudança social no Brasil.”

Tomáz de Aquino ResendeProcurador de Justiça

Várias personalidades prestigiaram a abertura do encontro.

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Educação10o Congresso Internacional da LBV

Centenas de educadores, estudantes de Pedagogia, pesquisadores e especialistas da área de ensino, gestores de instituições escolares e profissionais

de áreas afins, todos reunidos e tendo em comum a única preocupação de fazer a diferença com seu trabalho. Foi esse sentimento que predominou nos três dias do 10o Congresso Internacional de Educação da LBV, realizado de 29 de junho a 1o de julho, na capital paulista.

Sob o tema “Ensino de qualidade: uma visão além do intelecto”, o evento fomentou a discussão sobre a

Uma visãoCongresso Internacional de Educação da LBV discute caminhos para alcançar um ensino de qualidade

além do intelectoLeila Marco e Rafael Bruno

PEdAGOGiA dO AfETO E PEdAGOGiA dO CidAdãO ECUMêNiCO, dA LBV

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relevância de agregar valores à formação intelectual do educando, com vistas a um ensino que alie qualidade pedagógica e vivência da cidadania, tendo o diferencial da Espiritualidade Ecumênica, estes importantes fatores de promoção da Cultura de Paz.

uma vida dedicada à EducaçãoA solenidade inaugural do encontro ocorreu na noite

de 29 de junho, no Espaço Cultural Ecumênico da LBV.

(1) Coral e Instrumentistas Infantojuvenis Boa Vontade apresentam-se na abertura

do 10o Congresso de Educação da LBV e (2) emocionam o público presente, que se encantou com o desempenho da garotada.

Autoridades, palestrantes, oficineiros e convidados sobem ao palco para a foto

oficial.

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Educação

A data também celebrou os 55 anos de trabalho na Legião da Boa Vontade do educador Paiva Netto, diretor-presidente da Ins-tituição, criador da Pedagogia do Afeto (direcionada às crianças de até os 10 anos de idade) e da Pe-dagogia do Cidadão Ecumênico (que contempla a aprendizagem para a faixa etária a partir dos 11 anos). A inovadora linha de ensino da LBV — que, além de promover a formação intelectual, desperta para o exercício de valores espirituais, ecumênicos e éticos — tem chamado a aten-ção pelos resultados alcançados nas escolas e nas unidades so-cioassistenciais da Obra, que propiciam ambiente favorável à Cultura de Paz e têm registrado índice de evasão escolar zero.

Logo depois da Prece Ecu-mênica de Jesus, o Pai-Nosso, que abriu as atividades do pri-meiro dia do congresso, o Coral e Instrumentistas Infantojuvenis Boa Vontade, grupo formado por mais de 60 alunos do Instituto

Cidadãos éticos e responsáveisUm dos mais renomados especialistas em Educação no país, o

psiquiatra e escritor Içami Tiba discorreu sobre o tema “Quem ama educa: formando cidadãos éticos”, objeto de profundo estudo do conferencista nas últimas décadas. Na palestra, apresentou reco-mendações a pais e a professores, ressaltando, ao mesmo tempo,

a importância dessa parceria no processo educativo para a formação de cidadãos éticos e responsáveis. Segundo o especialista, é preciso avançar no tripé autonomia compor-tamental, independência financeira e respon-sabilidade social.

Ao tratar da postura e do papel do educa-dor hoje, o psiquiatra fez um alerta: “Quem permanece feliz com o seu sucesso, daqui a pouco, é obsoleto. O melhor lampião do mundo não é tão bom quanto a luz elétrica. (...) Experiências mostram que crianças

satisfeitas não têm ambições. Nós temos de saber motivá-las a ‘aprender a aprender’”.

No ambiente doméstico, o psiquiatra apontou a necessidade de “um projeto no qual entre a meritocracia: merece, tem; não merece, não tem. O filho tem de saber quanto custa. Sem isso, não há pessoa que será educada, formada, cidadã, ética e pro-gressiva”.

Ao término da palestra, Içami Tiba destacou a perspectiva de-fendida pelo educador Paiva Netto. “Aí vem a feliz colocação, que é ‘um olhar além do intelecto’, transcender a função conhecida.”

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de Educação da LBV, na capital bandeirante, interpretaram o Hino Nacional e as composições Semeie a Paz e Além do Intelecto.

Representando na oportuni-dade o dirigente da Instituição, o Legionário Alziro Paolotti de Paiva deu as boas-vindas às autoridades, palestrantes e con-gressistas. Também ressaltou o valor da ação da LBV na área educacional, em mais de 70 ci-dades brasileiras e em outros seis países, onde funcionam bases autônomas (Argentina, Bolívia, Estados Unidos, Paraguai, Portu-gal e Uruguai). Em seu discurso, comentou: “A vida do educador Paiva Netto tem sido dedicada às crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos atendidos pela Instituição, sempre preocupado em levar a formação necessá-ria ao desenvolvimento de suas

Ensino de qualidade: direito de todosA professora doutora Maria Luiza Martins Aléssio, diretora de

Fortalecimento Institucional e Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica, do Ministério da Educação (MEC), apresentou a palestra “Políticas públicas para uma Educação Básica de Qualida-de”. Ao falar sobre os avanços e os desafios na Educação, ela lembrou trecho da Constituição Federal, do capítulo dos Direitos Humanos, e salientou: “Educação de qualidade é um di-reito republicano, não deve ser um privilégio de poucos. (...) A dificuldade de fazer uma política pública é que não pode se dar ao luxo de mostrar sucesso localizado”.

Comentando o bom nível alcançado por escolas no Índice de Desenvolvimento da Edu-cação Básica (Ideb), Maria Luiza afirmou que houve resultados muito positivos em lugares onde não se esperava isso. As pesquisas mostraram que a princi-pal razão para esse desempenho “era a relação da escola com os alunos, a crença de que eles podiam aprender; essa era a marca principal”. A representante do MEC acrescentou que encontrou esse mesmo respeito ao Ser Humano no Congresso de Educação da LBV. “Esta mobilização aqui e a Pedagogia do Afeto me dão muita alegria!”

A partir da esquerda, Vera Tabach, presidente da Associação Brasileira de Imprensa Eletrônica; a professora Lúcia Camini, coordenadora-geral de Educação em Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; o psiquiatra, escritor e conferencista internacional Içami Tiba; o dr. João Grandino Rodas, reitor da USP; e a pedagoga Suelí Periotto, supervisora da linha educacional da LBV.

Representando no evento o dirigente da LBV, o Legionário Alziro Paolotti de Paiva deu as boas- -vindas às autoridades, palestrantes e congressistas e destacou a importância do trabalho que a LBV desenvolve na área educacional.

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Educação

Competência e ética na docência“A construção interativa do conhecimento, em busca do de-

senvolvimento de competências” foi o tema da palestra do mestre em Didática das Ciências, também especialista em Avaliação Institucional, prof. Vasco Pedro Moretto. Ao explicar a diferença entre os conceitos de habilidade e competência, definiu esta última

“como a capacidade de mobilizar recursos para resolver situações complexas”. Sobre o porquê de o aluno se sair mal, indicou: “Ele não sabe pensar, só reproduzir”. Por isso, esclareceu o educador, “o modelo atual é o da construção interativa do conhecimento; o professor interage com o aluno, não age sobre ele”.

Para Moretto, cinco pilares determinam o êxito na prática do educador: “conteúdos conceituais; habilidade, saber o que se está falando; linguagem adequada, ela tem de

ser clara e precisa; valores culturais; e, sobretudo, o emocional, aluno motivado facilita a compreensão”.

Em entrevista à BOA VONTADE, ressaltou: “Para o professor competente, a ética tem que ser o pano de fundo de todas as ações; a ética como um conjunto de princípios e valores que regem a vida em sociedade. O professor é competente não por medo de alguma punição, mas porque pergunta: ‘Qual é a consequência do meu ato? Se eu sou competente, vou ajudar a formar um cidadão competente; se for medíocre, formarei uma pessoa medíocre’”.

finalizar, mais uma vez indicou apoio à iniciativa. “São palavras de estímulo e de agradecimento pela contribuição dada pela LBV ao Brasil e em diferentes países do mundo.”

De maneira semelhante, en-fatizou o dr. João Grandino Rodas, reitor da Universidade de São Paulo (USP), o caráter in-ternacional do encontro. “Não se pode tratar de educação simples-mente pelos aspectos do Brasil, por maior que ele seja. Temos de haurir a experiência dos nossos irmãos, e aqui justamente tudo isso se congrega.”

Para ele, é fundamental tam-bém a presença do ensino su-perior nesses debates. “Todos sabemos que sem um ensino fundamental e médio, ao menos razoável, não se faz universidade nem pública nem privada. (...) A Universidade de São Paulo não poderia deixar de trazer as saudações de seus 110 mil in-tegrantes. Agradeço a todas as pessoas que contribuíram para este congresso, iniciando-se pela própria LBV. Um olhar além da mera inteligência, do mero inte-lecto, mas que possa passar por outros aspectos, isso demonstra o grande caminho a seguir, que a LBV já vem fazendo.”

A cerimônia deu início ao ciclo de palestras (veja o resumo nas páginas desta reportagem), que teve continuidade nos dois dias seguintes, voltado a mostrar rumos para que educadores e alunos se tornem pessoas efeti-vamente criativas, cooperativas e solidárias, comprometidas

potencialidades, no exercício da cidadania plena, de forma que as pessoas em situação de risco social possam receber en-sino de qualidade com a marca da Espiritualidade Ecumênica. Por isso, em todas as unidades de atendimento da LBV estabe-leceu o lema: ‘Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração’, para que se alie o intelecto ao sentimento”.

Entre as autoridades presentes ao evento, a professora Lúcia Camini, coordenadora-geral de Educação em Direitos Humanos

da Secretaria de Direitos Huma-nos da Presidência da República, representando a ministra Maria Rosária, falou sobre o legado do encontro para a sociedade. “Serão dias de reflexão e de construção de metodologias, de conteúdos e de caminhos profícuos para garantir que todos aqueles que passam pelas experiências educacionais, desde o berço até o ensino médio, como mostrou muito bem aqui a trajetória da LBV, com oficinas pedagógicas, práticas lúdicas e esportivas, contribuam para a formação do cidadão pleno.” Ao

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Por uma vida sustentávelA educadora Silvana Pepe, especialista na área de Orientação

Educacional e Administração Escolar, levou ao público do 10o Con-gresso Internacional de Educação da LBV sua experiência profissional e o que é importante saber para trabalhar com as novas gerações. Ao fazer a palestra “O desafio da Sustentabilidade Pessoal, Profissional e Organizacional”, ela des-tacou: “Nós, professores, somos um referencial para essa criançada, para esses adolescentes. (...) Temos de arrumar o ambiente externo, mas existe também outro ambiente que deve ser ar-rumado... Posturas que, muitas vezes, existem nas nossas salas, entre alunos e professores”.

Para a palestrante, novos caminhos devem ser trilhados na Educação. “Uma pequena chama pode iluminar uma sala inteira. Va-mos celebrar todos os acertos, ser modestos ao mostrar também os nossos erros, elogiar, e isso tem que ser rápido, com alegria, ser sincero.” Com essa atitude, acrescentou Silvana Pepe, virão bons resultados. “Se nós mostrarmos para o aluno a aplicabilidade do que ele está recebendo, duvido que não aprenda.”

Por fim, com uma pergunta, propôs aos participantes do congres-so uma reflexão: “Qual é sua primeira atitude ao entrar na sala de aula?”. Para ela, o educador deve observar o ambiente e avaliar se os alunos estão motivados.

O professor Luis Antonio Gomes, da área de Educação da Seicho-no-Ie do Brasil.

em construir uma escola capaz de acompanhar o tempo e uma sociedade em constante transfor-mação. Para isso, as exposições abrangeram assuntos como o desenvolvimento de competên-cias, a formação para uma vida sustentável, a valorização do professor, motivação, ensino in-clusivo e políticas públicas para a educação básica.

Após as oficinas temáticas, congressistas e oficineiros

reúnem-se em frente à fachada da escola da

LBV para foto especial. À esquerda, o dirigente da

Instituição, José de Paiva Netto, fez colocar a máxima

de Aristóteles: “Todos quantos têm meditado na arte de governar o gênero

humano acabam por se convencer de que a sorte dos impérios depende da educação da mocidade”.

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Em outra apresentação de alunos da LBV, as educadoras Daniela Rocco e

Tatiane Massae do Rosário, utilizando material paradidático, demonstram como um livro é trabalhado em sala

de aula — no caso, sobre o alfabeto e a importância da preservação do meio

ambiente — por meio do Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional,

Emocional e Intuitiva (MAPREI), da Legião da Boa Vontade.

Alunos do 1o ano do ensino fundamental do Instituto de Educação da LBV que participam do Programa LBV — Imersão e vivência na Língua Inglesa apresentam música no idioma. Com essa prática, trabalham o vocabulário aprendido em aula, permeado por valores que levem sempre à Cultura de Paz.

Além do ano letivoPara o mestre em Educação, escritor e conferencista internacional

Jairo de Paula, a influência do educador permanece viva mesmo depois de o educando concluir o tempo de escola. “Nós, professores, não podemos nos esquecer de que, quando terminamos o ano leti-

vo, não acaba o nosso papel na vida do nosso aluno; influenciamos na vida dele por muito mais tempo do que imaginamos”, afirmou.

Jairo proferiu a palestra “Uma marca cha-mada Você”, em que enfatizou a atividade do educador e seu crescimento pessoal e profissio-nal. “Ele [o professor] precisa desenvolver o seu papel com competência, buscar habilitações, atualizações, conteúdos, para poder enriquecer essa oferta de conhecimento para os alunos.”

O conferencista destacou também o valor da família no processo de educação da criança na

escola. “Se eu tratar minha esposa com docilidade, estarei ensinando o mesmo para o meu filho. Se eu for arrogante, o que vai reproduzir na escola? Arrogância.” Além disso, de acordo com o especialista, os pais são essenciais na motivação infantil. “Quando a mãe chama o filho de ‘burro’, ela bloqueia o aprendizado dele por pelo menos 45 dias.”

Ao encerrar a palestra — citando, inclusive, os seis verbos que, segundo ele, ajudam a construir uma marca de sucesso: “sonhar, acreditar, construir, viver, vencer e crescer” —, o prof. Jairo de Paula recomendou: “Pelo amor de Deus, seja sensacional! Oitenta por cento das riquezas vão para os sensacionais, e aqui eu não falo de dinheiro, falo de oportunidades”.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, o sr. Reinaldo Bressani, representando o dr. Paulo Nathanael Pereira de souza, presidente da Academia Paulista de Educação e presidente emérito do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE-SP).

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“Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração.”A professora Suelí Periotto, supervisora da Pedagogia do Afeto

e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, da LBV — inovadora linha educacional criada pelo educador Paiva Netto, diretor-presidente da Legião da Boa Vontade —, apresentou as bases dessa proposta pedagógica, empenhada em formar “Cérebro e Coração”, conforme define o dirigente da LBV. “Para quantos nós queremos dar a nossa aula?”, perguntou; e respondeu em seguida: “Para todos, acredito. Então, é importante nunca perder de vista o aspecto intuitivo, o domínio do conhecimento do que se está falando, e jamais menosprezar as perguntas; explicar quantas vezes precisar ao aluno”.

A fim de ilustrar a mensagem da palestra, Suelí exibiu ao público um vídeo postado na internet com a apresentação de dois bailarinos, a moça sem um dos braços e o rapaz sem uma das pernas (www.youtube.com/watch?v=LnLVRQCjh8c). A “deficiência” verificada nas imagens, em vez de limitar, tornou mais belos e fortes os movimentos. Depois, ponderou: “É fácil entender o que o educador Paiva Netto diz: ‘Ver além do intelecto’. Ele não tem a perna; ela, o braço... Desculpa, detalhe, concordam? O professor de dança deles foi alguém que viu o que havia dentro desses dois”.

A professora Suelí, que é diretora do conjunto educacional da LBV na capital paulista, estendeu o exemplo da dupla de bailarinos e da percepção do talento interior a um pedido aos participantes do congres-so: que buscassem igualmente essa capacidade de “olhar a bagagem espiritual”, apesar de todo consumismo, rótulos, superficialidades, tão comuns na sociedade atual. “Tudo o que for feito, vindo de dentro do educando ao encontro das letras e do desenvolvimento do cérebro, tem um efeito maior não só na aprendizagem, no retorno das notas, como também no desenvolvimento, na motivação, na autoestima.”

Segundo a educadora, pensar nessa essência significa estimu-lar sentimentos, reforçar valores, entre os quais a Solidariedade, a Cidadania Ecumênica, a amizade, o companheirismo. Por isso, completou a palestrante, a Pedagogia da LBV compreende a criatura na integralidade, um ser espírito-biopsicossocial.

Pedagogia da LBv na prática

No último dia do encontro, os conceitos e a prática da Pedago-gia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico ganharam destaque em três momentos. Primeiro, com a apresentação de alunos do 1o ano do ensino fundamental (crianças com 6 anos de idade) que participam do Programa LBV — Imersão e Vivência na Língua Inglesa, sob a responsabilidade da coordena-dora bilíngue Ana Carla Peres, graduada em Relações Internacio-nais e cursando MBA em Gestão Escolar e Supervisão Pedagógica, e de Rodrigo Putarov, professor de Inglês, graduado em Artes Cênicas. Com o uso de recursos cênicos, as crianças interpre-taram a música The wheels on the bus (em tradução livre, “As rodas do ônibus”), que trabalhou o vocabulário com termos que podem aparecer em uma viagem (motorista, passageiro, pai, mãe) e outros que fazem parte do veí-culo (rodas, para-brisa). Nesse contexto, além de serem introdu-zidas, de forma natural, palavras de um segundo idioma a crianças ainda na primeira infância — o que facilita o aprendizado delas e propicia o desenvolvimento de potencialidades —, existe o cui-dado de transmitir-lhes valores de respeito e atenção especial para com idosos, gestantes e pessoas com deficiência.

O segundo momento dedica-do à Pedagogia da LBV veio, também, com uma demonstra-

ção prática. Utilizando recursos simples e muita criatividade, as professoras Daniela Rocco (psi-copedagoga) e Tatiane Massae do Rosário (pedagoga, pós--graduada em Educação Especial

Inclusiva) reproduziram no palco uma aula sobre o alfabeto e a im-portância da preservação do meio ambiente, com base no Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva

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Educação

Educação inclusivaA professora de Libras Sueli Ramalho Segala, especialista em Gestão

Estratégica de Pessoas, pronunciou a palestra “Inclusão: saber Libras é preciso”. A própria experiência de vida dela — surda de nascença, com pais, avós e bisavós com a deficiência — serviu de base para desenvolver o tema.

Ao público, ela contou que o ingresso em uma escola tradicional trouxe sofrimento e fez com que tivesse de enfrentar muitas barreiras, até que descobriu, com o apoio do pai, que “não existe preconceito, o que há é falta de informação”. A partir daí, um novo hori-zonte foi se descortinando diante da jovem, e teve início sua luta em favor da questão do deficiente auditivo. “É muito difícil para o surdo.” Por isso, afirmou Sueli, que levou 30 anos para aprender o português, “a importância de aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras)”.

A educadora ressaltou que somente em 24 de abril de 2002 o governo federal sancionou a Lei no

10.436, que, em seu artigo 1o, reconhece a Libras como “meio legal de comunicação e expressão”. Três anos depois, o Decreto no 5.626/2005, entre outras ações, tornou a Libras disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores. Para ela, tais medidas representam importante avanço para surdos e mudos. “A inclusão está ocorrendo numa velocidade grande. Os professores precisam ter a capacitação profissional para interagir com os alunos.”

Sueli lembrou ainda que é importante ter em mente que a comuni-cação visual é fundamental para o surdo. “A pessoa começa a falar alto comigo; eu não ouço... Se houver um interruptor por perto, acenda e apague as luzes. Isso faz parte da cultura surda.”

(MAPREI), metodologia própria da Legião da Boa Vontade. As seis etapas do método foram aplicadas com êxito por educado-res e alunos do 1o ano do ensino fundamental, mostrando como o educando se torna mais ativo e capaz de atuar como construtor do conhecimento.

Completando a explanação sobre a proposta pedagógica da LBV, Suelí Periotto, supervisora da linha pedagógica educacional da Legião da Boa Vontade e diretora do Instituto de Educação José de Paiva Netto, falou aos participantes (veja quadro na página anterior).

EntusiasmoUm dos pontos positivos do

10o Congresso Internacional de Educação da LBV mais destacados pelos congressistas e pelo público foram os novos horizontes apon-tados, na busca por um ensino de qualidade. “O que estou assistindo neste congresso é uma renovação para a minha prática pedagógica. Tudo ficou mais claro; ampliei o

À esquerda, participantes do Rio de Janeiro. Abaixo, educadores da Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai.

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Especialização na aprendizagemA qualificação de professores passa, cada vez mais,

pelo debate sobre os conteúdos necessários aos cursos de Pedagogia e à obtenção do grau de licenciatura. Esse tema também esteve presente no 10o Congresso Internacional de Educação da LBV, na palestra “Formação de professores para um ensino de qualida-de”, proferida pela dra. Neide de Aquino Noffs, diretora da Faculdade de Educação e coordenadora do curso de Psicopedagogia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Inicialmente, a educadora destacou: “É uma grande honra estar aqui nesta família, chamada LBV, que sempre me acolheu e acolhe a todos”. Em seguida, Neide Noffs comentou a relação entre a sociedade e a tecnologia, que, se por um lado, propiciou mudanças sociais, por outro, também se transformou. “Mudou a organização familiar; mudaram os valores, as atitudes. Então, como fazer esse profissional chamado professor entender essa complexidade, para continuar colaborando no progresso e desenvolvimento das pessoas?”

Em sua avaliação, concluiu: “A escola é construtora de pessoas humanizadas. (...) O professor tem de ser altamente especializado em como as pessoas aprendem, e não neces-sariamente como retêm conteúdo. O conteúdo é mutável”.

meu conhecimento. A proposta do educador Paiva Netto proporciona a oportunidade de educar além do intelecto, o embasamento impres-cindível para a formação integral do ser humano”, afirmou Shirlene Alves Navarro Alonso, professora de educação infantil na cidade de São Paulo.

O encontro atraiu profissionais da Educação de várias partes do Brasil e do exterior, a exemplo de educadores de Portugal, Argenti-na, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Satisfeitos com o alto nível do evento, muitos manifestaram o desejo de compartilhar o que ali aprenderam. “Estou muito feliz de fazer parte deste congresso e poder levar esse conhecimen-to para outras pessoas”, disse Elizabete Veríssimo Mac Lean, de La Paz, Bolívia. Para ela, os palestrantes realçaram a impor-tância do professor na vida do aluno e com isso, completou, “tocaram nosso coração”.

Educadores e outros estudio-sos também puderam conhecer mais do MAPREI de maneira bastante interativa. “Participan-do da oficina, fizemos jogos que trabalhavam vários valores, bons sentimentos, respeito, amizade... Isso é muito bom no dia a dia da minha disciplina. As minhas ideias já estão fluindo, o que vou fazer com a minha turma. Estou com vontade de chegar logo à sala de aula para passar tudo isso para eles. Foi muito bom”, comentou Sandra Regina Curvello Gomes, professora de Cultura Ecumênica no Rio de Janeiro/RJ.

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Participantes de Brasília/DF

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Colaboração: Sarah Jane e Nathan Rodrigues

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Mãos à obraEducadores aprendem, passo a passo, a aplicar a proposta pedagógica da LBV

Em dois dias de atividades (30/6 e 1o/7) do 10o Congresso Interna-cional de Educação da LBV, na capital paulista, os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar na prática o conteúdo assi-

milado nos debates. No total, foram 14 oficinas temáticas, envolvendo uma variedade de disciplinas do ensino, sobre a aplicação da proposta pedagógica do educador Paiva Netto — formada pela Pedagogia do Afeto e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico — e a metodologia que a acompanha, o Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva (MAPREI)*.

Durante a oficina “Apresentar Valores versus Educar com Valores”, as professoras Aline dantas e Márcia Guimarães mostraram diferentes formas lúdicas de abordar princípios e valores nas mais diversas disciplinas.

Na Biblioteca Bruno Simões de Paiva, os inscritos na atividade da oficina “Contando histórias para aprender e brincar” passaram a conhecer estratégias para a contação de histórias, no contexto pedagógico, de forma lúdica e prazerosa. O trabalho foi coordenado pela bibliotecária educacional e contadora de histórias Maria Aparecida Antonio Gama e pela brinquedista Cintia souto santos.

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* Para saber mais sobre o Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva (MAPREI), o leitor tem à disposição o Manual da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que pode ser adquirido pelo Clube Cultura de Paz: 0300 10 07 940 (custo de ligação local + impostos).

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A oficina “Cultivando novas ideias: inovando o conhecimento da Arte”, aplicada por Christiane Aparecida Baptista Miotto, educadora artística e arteterapeuta, trouxe opções para estimular a curiosidade e a participação do aluno, por meio da história de mestres das artes, do estilo vivenciado por eles e de outras formas de expressão.

“Descobrindo o encantamento do Alfabetizar” foi o tema da oficina apresentada pela psicopedagoga daniela Rocco e pela pedagoga tatiane do Rosário. O objetivo principal da atividade foi oferecer ferramentas para facilitar o processo de letramento.

Marlene Pita (à direita), professora de Educação Física e pedagoga, apresentou a oficina “Estimulação motora e seu papel no desenvolvimento infantil”, na qual buscou ampliar o conhecimento dos objetivos e benefícios da estimulação motora em bebês e em crianças de até 3 anos de idade.

Ministrada pelos educadores Iara viana e Roberto davi Marcinari, graduados em Ciências Biológicas, a oficina “Dinâmica da vida: o contexto na aprendizagem” mostrou que os elementos básicos da Natureza, os quais favorecem a vida, estão interligados e são interdependentes. A abordagem propôs a compreensão integral do ser humano, evidenciando as relações entre sociedade e Natureza.

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O incentivo ao hábito da leitura e o gosto dos educandos sobre o que se lê foram o tema da oficina “Leitura e avaliação: estratégias para fidelizar o educando”. A atividade, desenvolvida por tatiana Chamma, graduada em Letras e Pedagogia e pós-graduada em Literatura Brasileira, atraiu principalmente profissionais do ensino fundamental.

A confecção de fantoches para uma apresentação teatral estava entre as tarefas propostas pela oficina “Literatura Infantil: Contar e Encantar”, ministrada por Rosane Escasso, pedagoga com 19 anos de vivência na área educacional. A intenção foi mostrar o conto como uma das formas mais democráticas de expressão artística, em que cada um constrói a sua história.

A oficina “Motivação contínua nas ações da Educação Infantil e Séries Iniciais” apresentou estratégias para a melhoria da qualidade de ensino, por meio de iniciativas diferenciadas capazes de estimular a criatividade e motivar o estudante. As educadoras Carla Cândida Oliveira silva e valdivina Ferreira coordenaram a atividade, dirigida a profissionais da educação infantil e do ensino fundamental.

O professor Eduardo Estácio, graduado em Composição e Regência, com licenciatura em Música, violonista e técnico em teclado, aplicou a oficina “Musicalização para um despertar interdisciplinar”. Na opinião do especialista, “a música facilita no processo educacional, desenvolvendo o físico, o social e o espiritual. É a expressão da Alma através dos sons”.

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Com conteúdo apropriado para educadores de todos os graus de ensino, a oficina “O brincar como eixo norteador do desenvolvimento e da aprendizagem” apontou para a necessidade de incorporar tarefas lúdicas ao cotidiano dos alunos. As atividades foram conduzidas pela pedagoga Márcia valéria Canhete.

Nos trabalhos da oficina “Resolução de situações-problema: um desafio”, ministrada pela educadora Eliana Correia Lima, buscou-se o entendimento acerca da finalidade e do emprego dessa abordagem no processo de ensino-aprendizagem.

A oficina “Utilizando novas tecnologias nas aulas de Ciências Humanas” trouxe para o debate o uso de modernos meios tecnológicos em sala, destacando períodos e fatos históricos com mapas e leituras iconográficas. No comando das atividades, os geógrafos Elisangela Celestino e Rodolpho vegel.

Apresentada pela pedagoga Catarina Nery e pela psicóloga diana Kian Manzano, a oficina “Trocando figurinhas na arte de aprender brincando” ofereceu subsídios para tornar mais atrativo e significativo o processo de ensino-aprendizagem.

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SucessoA atriz Nívea Stelmann fala sobre carreira, fé e crença no Bem

TelevisãoNívea Stelmann

Aos 18 anos, depois de participar de co-merciais de TV, a então modelo Nívea Stelmann sentiu ter chegado o momen-

to de se dedicar à profissão de atriz, um sonho seu de criança. A oportunidade tão esperada veio na época em que cursava Artes Cênicas na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), ao se inscrever no quadro “Estrela por um dia”, do programa Domin-gão do Faustão. A vitória no concurso lhe abriu as portas para uma série de partici-pações na TV Globo, depois de um mês já estava em Malhação. Em seguida, vieram papéis de destaque em outras telenovelas. Seu papel mais recente foi Lavínia, em Morde & Assopra.

Para Nívea, o fator sorte conta na car-reira, porém, ressalta: “A dedicação, o estudo e acreditar em mim mesma foram os principais elementos”. E completa: “Ter fé, lutar, insistir, fazer um milhão de testes, até que alguém lhe dê uma oportunidade.

Se você é bom no que faz, vai acontecer; seja como atriz, médica, jornalista, há espaço

para todo o mundo”.Em entrevista à BOA VONTADE, Nívea

Stelmann falou ainda sobre fé e atitudes corre-tas, segundo ela, aquelas que promovem o Bem. “Acredito muito em Deus, gosto de rezar; se você sente uma energia boa, seja em qualquer religião, é bem-vinda.”

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Para a atriz, a Espiritualidade pode ser expressa no fazer o Bem. Por isso, Nívea não perde oportu-nidade de utilizar o sucesso que alcançou também para ajudar o pró-ximo. “É bacana a gente usar nossa imagem e levantar uma bandeira que seja para uma coisa boa.”

A crescente mobilização do meio artístico em ações solidárias contribui para uma maior percep-ção da importância de causas vol-tadas para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Nívea, por exemplo, já apoiou muitas iniciati-vas de cunho social, como as duas últimas edições da Campanha Na-tal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Somente no fim de 2010 essa ação entregou cestas de alimentos a mais de 70 mil famílias de baixa renda, aten-didas ao longo do ano por meio dos programas socioeducacionais da Instituição.

A artista relembra a presença de colegas em iniciativas da LBV e comenta a sensação de dever cumprido: “Vejo os meus amigos engaja-dos, como o Jorge Fer-nando e a [mãe] dona Hilda... É bonito todos se unirem e fazer a sua parte, ter a consciência como cidadão. Eu fico honrada quando me con-vidam. É muito bom!”.

e engajamentoAlém disso, dos dois anos

em que participou da campanha, Nívea guarda uma grata lem-brança: a apresentação do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade. “Foi tão gostoso, a gente chegou lá e as crianças da LBV cantaram para nós. É emocionante. Você vai, chega lá, coloca a camiseta, participa de algo voltado para o Bem, e ainda elas cantam, agra-decem sua presença. Isso é lindo demais!”

Esse sentimento solidário é uma filosofia

Filosofia de vida que a atriz já ensina ao filho, Miguel, de 6 anos de idade. “Sempre no aniversário, ele ganha muitos presentes. Nós temos um pacto: a quantidade de presentes que ganhar é a mesma que tem de doar. Assim, vai reci-clando e aprendendo a ser gene-roso; acho que é importante (...), a vida é isso.”

* Escola da LBV no Rio — A atriz Nívea Stelmann refere-se ao Centro Educacional José de Paiva Netto, lo-calizado na Av. Dom Hélder Câmara, 3.059, Del Castilho, Rio de Janeiro/RJ. Nesse importante espaço de ensino e

cidadania, milhares de crianças, jovens e famílias inteiras rece-bem, há mais de 15 anos, apoio, estudo e respeito.

Nome completo: Nívea Stelmann Leôncio

Nascimento: Paraíba do Sul/RJ

Gratidão: “Pelos meus pais, Janice e Francisco, pela educação, pelos valores que eu tive. Essa é a herança que ninguém tira”.

Amor incondicional: “O Miguel é o meu maior sonho realizado, sempre quis ser mãe. Ele é o ar que respiro, é o meu amor, a minha vida”.

Sobre a escola da LBV*: “Es-sas crianças sendo atendidas e tendo a oportunidade de ter educação, cultura, segurança, sendo bem tratadas, isso não tem preço para uma mãe... você trabalhar com a sua cabeça leve: ‘Meu filho está num bom lugar’. O trabalho da LBV é incrível!”.

A atriz posa ao lado de algumas das crianças atendidas pela LBV no Rio de Janeiro/RJ

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Responsabilidade SocialCoelce formando cidadãos conscientes

Hábito que ajuda a mudar um país

O papel das bibliotecas no acesso a um mundo que

estimula a imaginação, o da leitura

da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Instituto Pró--Livro, em 2010.

Nesse cenário, o papel das bi-bliotecas passa a ser fundamental para a formação de leitores. Em sintonia com essa necessidade, algumas iniciativas surgem, como a do projeto Baú de Leitura, que há seis anos tem dado sua contribui-ção por meio da tradição do contar histórias e da distribuição de baús

de livros em comunidades de bai-xa renda. O projeto é patrocinado pela Coelce, com o apoio da Lei Rouanet, e realizado pelo Núcleo de Produções Culturais (Nuproc).

Na edição de 2011, o Baú de Leitura chegou a 18 instituições sociais e escolas públicas do ensino fundamental em Fortaleza/CE e no interior do Ceará. Já foram entre-gues neste ano 5.400 livros em nove municípios. Estima-se que, desde

Formar cada vez mais novos leitores é um desafio em nosso país. Entre as dificul-

dades, o pouco acesso ao material de leitura, principalmente ao livro, artigo ainda caro para a renda de boa parte da população. Aliado a isso, existe a mentalidade de que a leitura “não é considerada uma atividade que relaxa e descansa, mas um ‘trabalho’ que cansa”, conforme aponta a segunda edição

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2005, o projeto tenha beneficiado 50 mil crianças e adolescentes em todo o Estado.

Em muitas comunidades, o baú representa o início de uma nova biblioteca; em outros luga-res, reforça o acervo existente, a exemplo da primeira entrega deste ano (21/3), no Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade na capital cearense. Na ocasião, organizou-se uma contação de histórias pelo Grupo Aracê, em que o mote foi o incen-tivo à leitura.

Para Sérgio Araújo, respon-sável pela Área de Responsabili-dade Social Corporativa e Meio Ambiente da Coelce, trata-se de projeto de longo prazo mais sólido. “Ao atingir crianças e adoles-centes em diferentes fases de seu desenvolvimento, o Baú de Leitura é um meio de incentivar não só o hábito da leitura, pois também ajuda numa visão mais ampla do mundo e de si mesmos, formando uma sociedade consciente de seus direitos e deveres.”

Admirador do trabalho da LBV, o representante da Coelce identi-fica na Instituição o diferencial de organização e cidadania. “O que essas crianças estão aprendendo dentro da LBV é uma coisa impres-sionante. A criança que sai com esses ensinamentos não vai riscar muro, pichar, quebrar, danificar um ônibus. Esses ensinamentos ficarão para o resto de suas vidas, e não é só isso: a geração seguinte será ensinada por elas dessa ma-neira”, afirmou.

Os títulos selecionados para compor o projeto são dirigidos

A entrega do Baú de Leitura à garotada atendida pela Legião da Boa Vontade na capital cearense coin-cidiu com outro importante incentivo para a busca do conhecimento. No mesmo dia, os alunos receberam o kit pedagógico da Campanha Crian-ça Nota 10 — Sem Educação não há Futuro!, promovida pela LBV em dezenas de cidades do país, benefi-ciando 12 mil crianças e adolescentes cuja família não dispõe de recursos financeiros. Feliz com o material, a menina Ana Alice, de 8 anos, comen-tou: “Primeiro, quero agradecer à LBV e a Jesus. Ganhei lápis, mochila, canetinha, lápis de escrever, agenda. Quero agradecer a todas as pessoas que ajudam a LBV”.

Em Fortaleza/CE, o Centro Comuni-tário de Assistência Social da LBV está localizado na Rua Alziro Zarur, 275, Vila Manoel Sátiro, e o telefone para contato é: (85) 3484-3533.

Portas para o conhecimento

a três categorias de público, de acordo com a experiência e a capacidade de leitura. Desse modo, 100 se destinam ao “leitor iniciante”, que compreende a fase em que se aprende a ler; outros 100 são voltados para o “leitor fluente”, que abrange a fase da independência na leitura, pois ele já adquiriu as habilidades básicas necessárias; e os 100 últimos são direcionados ao “leitor crítico”, aquele que está na fase de con-firmação da consciência crítica e da leitura independente, com capacidade de reflexão em maior profundidade.

20% da população brasileira

é dona de 66% dos livros.

8% das pessoas entrevistadas em pesquisa não têm nenhum livro em casa, e 4%, somente um.

Fonte: “Retratos da Leitura no Brasil”, pes-quisa realizada pelo Instituto Pró-Livro, em 2010.

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Carlos Arthur Pitombeira, jornalista

Carlos Arthur Pitombeira | Especial para a BOA VONTADE

25 anos, quan-do pe rmane-ceu bom tempo dependendo de verba pública —, o Mossoroense finalmente con-seguiu indepen-dência, passando a contar apenas com publicidade local. Para que isso ocorresse, teve de mudar a linha editorial, até então centrada nos fatos político-ideo-lógicos. Concorreu muito para a nova fase do jornal a corajosa cobertura de um acontecimento de extrema relevância em junho de 1927: o assalto que Lampião e seu bando fizeram à região. Era a primeira vez que o cangaceiro

ResistênciaJornais com mais de 100 anos são exemplo

para a mídia do interior

e foco local

Fundado em 1872, na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte, o Mossoroense

é mais uma prova da resistência dos jornais de circulação restrita e presentes, aos milhares, em nosso país. Muitos deles fazem história há quase 200 anos. De-pois de várias interrupções na sua circulação — uma delas por

investia contra uma ci-dade com as tradições de Mossoró no Nor-deste. O noticiário foi importante na organi-zação da resistência do povo e na agilida-de das providências por parte das autori-dades. A edição, de

19 de junho daquele ano, divulgou com destaque que a cidade havia resistido a tamanha violência e prendido, entre outros cangaceiros, o temido Jararaca, que rendeu boa entrevista, com o bandido relatando suas aven-turas.

O Mossoroense fechou nova-mente quando Getúlio Vargas assumiu o poder, reabrindo mais

Opinião — Mídia AlternativaJornalismo engajado

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tarde, em 1933, com o jornalismo engajado, mais uma vez, na po-lítica ideológica. Com o tempo, mudou, optando pela defesa das questões locais, o que lhe garante, até hoje, sucesso de circulação dos seus três mil exemplares.

Outros exemplosO jornal Gazeta de Oliveira,

surgido em 1887 na cidade de Oliveira, oeste de Minas Gerais, é outra demonstração da valentia da imprensa regional. Também ele acompanhou as diversas trans-formações da sociedade daquela época e, a exemplo dos demais jornais, passou por numerosas mudanças e troca de proprietário. No início, circulava entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde a corte estava instalada, tendo por isso trocado o nome para Gazeta de Minas.

Durante longo período, voltou--se para acontecimentos nacionais e internacionais, concorrendo com os grandes diários, o que não deu certo. A partir dos anos 1960, con-centrou sua atenção somente no noticiário local. Com 12 páginas e tiragem estimada em 1.600 exem-plares, a Gazeta de Minas dedica, ainda hoje, todo o espaço para os acontecimentos de Oliveira e de seus 40 mil habitantes. Esse semanário tem 70% da receita garantida pelos assinantes e não é contemplado com grandes contas no mercado publicitário.

Outra significativa reviravolta editorial sofrida em um órgão da imprensa interiorana no século 19 ocorreu com a Tribuna do Norte, de Pindamonhangaba, São Paulo.

Com tiragem média também de 1.600 exemplares, circulou pela primeira vez em 1882, defen-dendo ideias abolicionistas e do Partido Liberal. Nos anos 1970, começou a apresentar dificulda-des, pois se ressentia da falta de equipamentos e material humano por conta das aposentadorias e da morte dos funcionários mais antigos.

Para que o periódico não fe-chasse, foi preciso que a prefei-tura criasse uma fundação para transformar a Tribuna do Norte no órgão oficial do governo. Com isso, passou a receber verbas oficiais em 1980 e a respeitar ne-cessariamente o compromisso de não abordar temas políticos, por ser obrigado a publicar duas vezes por semana atos dos vereadores, matérias produzidas pelo poder legislativo municipal, e não pela redação do jornal.

No Rio Grande do Sul, há 116 anos surgia o Correio do Povo, com um comportamento apartidá-rio, diferente dos concorrentes. De 1895 a 1980 foi essa sua linha edi-torial, o que lhe permitiu renovar--se com atualizações tecnológicas constantes. Porém, por causa de uma crise financeira naquele ano, parou de circular, reabrin-do somente seis anos mais tarde, sob nova direção e no formato tabloide. Vin-te e um anos depois, em 2007, o Correio foi vendido para a Rede Record, o que lhe assegurou inde-

pendência financeira e tiragem beirando os 160 mil exemplares.

Além desses quatro jornais centenários e de início de circu-lação restrita a pequenas cidades, há pelo menos outros 15 que sobreviveram a toda sorte de contratempo, como golpes de Es-tado, guerras, crises econômicas e censura. Os mais antigos, ali na marca dos 180 anos, são o Diário de Pernambuco (1825), do Reci-fe/PE, e o Jornal do Commercio (1827), do Rio de Janeiro/RJ. O primeiro lançou a edição inau-gural somente com anúncios. O outro, que se propunha oferecer apenas notícias de economia, foi aos poucos mesclando o noticiário com fatos políticos e comerciais. Concorreu muito para que se afir-masse na área econômica o fato de os negócios do Brasil estarem bastante ligados ao campo e ao comércio. O movimento de navios nos portos rendia ótimo material sobre a ligação do Brasil com o mundo. Sua grande transformação ocorreria em 1835, chegando, em meados do século 19, a rivalizar com os periódicos da corte pelo conteúdo editorial.

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Arte na TelaPromovendo a cultura brasileira

desafio e sonho — é como define o ex-ministro da Se-cretaria de Políticas de Pro-

moção da Igualdade Racial e atual presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Eloi Ferreira de Araújo, o trabalho da instituição pública que preside.

Vinculada ao Ministério da Cul-tura, a Fundação Palmares nasceu em 1998 com a missão de promover e preservar a cultura afro-brasileira, buscando garantir o respeito, o

reconhecimento e a difusão desse rico patrimônio cultural. Para isso, segundo o dr. Araújo, formulam-se políticas públicas que evidenciem a participação da população negra no desenvolvimento do país. “É uma parte viva da vida brasileira em todas as manifestações culturais, em todos os ambientes”, afirmou.

Grande incentivadora e engajada na valorização da cultura nacional, a Fundação José de Paiva Netto (FJPN) produziu — com a chancela

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Marta Jabuonski, curadora da Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade.

Valorizaras diferenças

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O Grupo de Jongo, da cidade de Piquete/SP, trabalha para resgatar uma das tradições no Vale do Paraíba.

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da Lei Rouanet e apoio da Kobe Elija Veículos Ltda., concessioná-ria Honda Rio-Tókio, do Rio de Janeiro — a série Mestres e Griôs do Brasil – Vale do Paraíba, que em oito vídeos destaca mestres da tradição da cultura afro-brasileira.

Um fruto dessa parceria foi, re-centemente, a entrega de 2 mil kits da série à Fundação Cultural Palma-res, para distribuição e propagação do material. “Vamos privilegiar escolas e instituições de ensino e culturais, porque é um material que tem de chegar ao maior número de pessoas. Por se tratar de tantas manifestações culturais, como o jongo, a capoeira, a congada, o maculelê, clubes sociais negros, os tambores, a série contribui de forma fantástica para o reconheci-mento e a preservação da cultura negra”, disse o presidente da FCP.

Para o senador Paulo Paim, que defendeu a inclusão do ensino de História e Cultura Afro--brasileira na educação básica, a afirmação da cultura negra confere autenticidade ao Brasil. “Cultivar as raízes da nos-sa formação histórica, evidentes na diversificação da composição étnica do povo, é o caminho mais seguro para preservarmos os valores culturais que conferem autenticidade e singularidade ao nosso país.”

Um projeto como o dessa série ajuda a preservar a memória nacional e não deixa esquecer que, desde a assinatura da Lei Áurea (1888) até os dias de hoje, muitos afrodescenden-tes ainda continuam desassistidos, sem voz. Presta, também, uma ho-

menagem a abolicionistas e grandes nomes da His-tória do Brasil, a exemplo de Zumbi dos Palmares, Joaquim Nabuco, Castro Alves, José do Patrocínio, Luiz Gama, Rui Barbosa

e Antônio Bento de Souza.

Raça universalPor meio do amparo material e

do conforto espiritual, a Legião da Boa Vontade une-se à Fundação José de Paiva Netto pela valorização da cultura. Juntas, ajudam na promoção da igualdade social e racial no Brasil. Ideal presente em uma das máximas

do dirigente da LBV, o jornalista e escritor Paiva Netto: “Só existe uma raça, a Raça Universal dos Filhos de Deus”.

Essa visão é destacada pelo pre-sidente da Afrobras (Sociedade Afrobrasileira de Desenvolvimen-to Sócio Cultural) e reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, de São Paulo/SP, dr. José Vicente: “Paiva Netto é uma joia preciosa. Ele é uma liderança, uma personalidade, uma autoridade nesse tema, (...) tem inspirado muitos trabalhos, pois foi pioneiro. Talvez hoje seja mais fácil falar do negro, por uma série de conjunturas. Mas antes, quando era muito difícil ser a favor do negro, ele já o fazia. Então, é um baluarte na condução desse tema em todos os veículos de comunicação e nas posições doutrinárias”.

O presidente da Fundação

Cultural Palmares,

Eloi Ferreira de Araújo

(D), recebe do jornalista

Enaildo Viana, representante

da Fundação José de Paiva

Netto em Brasília/DF,

os kits da série Mestres e Griôs

do Brasil.

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Ação Jovem LBV

Meio século de

Paula suelí | Fotos: Arquivo BV

“Estudante do Brasil: Desperta para o Mestre!“Não te convidamos para seguires um Jesus estático, incom-

preensível, ausente! Não! O Jesus do Novo Mandamento — ‘Amai--vos uns aos outros como Eu vos amei’ — é o Jesus reforma para o melhor, Jesus antimiséria, Jesus cumprimento das Leis de proteção aos humildes.

“Ele te espera com as ferramentas do progresso na Religião de Deus!”

juventudee protagonismo

Era domingo, 15 de outubro de 1961, e essas palavras, acompanhadas de outras

também nascidas do coração e da mente de um jovem de 20 anos, saíam publicadas na Gazeta de Notícias, tradicional periódico do Rio de Janeiro, apenas sete dias depois de escritas e enca-

minhadas ao saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, o jornalista e radialista Alziro Zarur (1914-1979). Com a publicação desse artigo, inti-tulado “Receita de um jovem para os jovens”, seu autor, José Simões de Paiva Netto, Legio-nário da Boa Vontade de Deus,

recebia a responsabilidade de conduzir o Departamento Infan-tojuvenil da LBV, cuja criação ele mesmo havia proposto ao pre-sidente fundador da Instituição. O texto, que este ano completa meio século, marcou o nasci-mento desse espaço de cidadania e ecumenismo*1 na juventude.

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reira Paula Suelí,

graduada e licenciada em História pela USP e Militante da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus.

102 BOA VONTADE

Page 103: Revista Boa Vontade, edição 230

Alziro Zarur e Paiva Netto: amizade fiel firmada em Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista.

Com 15 anos, ao ouvir Zarur no rádio, o jovem iniciava seu caminho militante; o dia, 29 de junho de 1956. Na mesma data, foi às ruas do Rio para levantar recursos que servissem à causa que o entusiasmara desde o primeiro contato*2. Naturalmente, vieram-lhe mais e mais responsabili-dades no serviço de amparo aos que sofrem. Nesse contexto, reconhece o potencial de mobilização juvenil a ser articulado diante dos muitos desafios que a Obra nascente enfren-tava. Crescia o movimento, e isso fortalecia o idealismo dos jovens que se aproximavam da LBV.

Ao propor a criação de um ambiente para o protagonismo da juventude há meio século, Paiva Netto antecipava uma prática que ainda hoje se apresenta como desa-fio abraçado por poucos: ouvir os jo-vens e propiciar condições para que se desenvolvam, possibilitando-lhes espaços para expressar e vivenciar seus ideais, a fim de contribuir para as transformações coletivas almeja-das por eles e pela sociedade.

Para alcançar esse nobre intento, o Departamento Infantojuvenil da LBV firmou como identidade, des-de suas raízes, viver os ensinamen-tos de Jesus, tendo o compromisso de concretizar no mundo Sua Lei de Solidariedade Universal, como defi-niu Paiva Netto a respeito do Novo Mandamento do Cristo — “Amai--vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evangelho segundo João, 13:34 e 35).

Preservando o idealEm todo esse tempo de militân-

cia ecumênica, os jovens da LBV

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BOA VONTADE 103

Page 104: Revista Boa Vontade, edição 230

jamais fugiram da responsabilidade de se posicionar diante dos grandes desafios da convivência humana e da preservação da Vida — todos eles respondidos vanguardeiramen-te por Jesus, uma solução ainda pou-co (re)conhecida nos mais diversos campos do saber universal.

Entre as décadas de 1960 e 1990 e nesses primeiros anos do Terceiro Milênio, os militantes, que se mantêm jovens (mesmo com idade avançada, pois não perderam o ideal), moveram campanhas de valorização da Vida e de promo-ção universal da dignidade do ser humano. O movimento, nessas cinco décadas, foi chamado de Mocidade Legionária, Juventude do Novo Mandamento e Juventude Ecumênica Militante da Boa Von-tade de Deus, mantendo sempre a capacidade de se redescobrir para, preservando as próprias raízes, jamais se deixar estagnar pela passagem do tempo.

BradosOs brados dos jovens dessa

causa são bandeiras vivas para o militante. É no Cristo Ecumênico

que a Juventude de Boa Vontade se inspira para criar seus brados pela Vida, razão pela qual as campanhas da LBV contam sempre com grande adesão popular, a exemplo de:

— Jesus Vive!;— Não use drogas. Viver é

melhor!;— Gente também é bicho. Pre-

serve a criança brasileira;— Se o corpo da mulher é da

mulher, o corpo do bebê é do bebê;— Esporte é Vida, não vio-

lência!;— Somos todos uma raça: a

Raça Universal dos Filhos de Deus!.

São incontáveis as palavras de ordem, as mensagens em fai-xas, muros, adesivos, panfletos, cartazes, enfim, nos corações... Elas também se materializaram (e ainda hoje se multiplicam) em mutirões sociais, orações, pales-tras, oficinas, passeatas, visitas a lares e hospitais, campanhas de porta em porta, manifestos, recomendações a órgãos oficiais, consultas públicas, fóruns, músi-ca, teatro, dança... Por meio delas,

promovem-se conscientização, reeducação e muita, muita Soli-dariedade Altruística.

Para cada um dos militantes, o sentido da Vida é viver pelo ideal do entendimento e da Paz, tão de-sejados pela Humanidade, ao longo dos milênios. Nas palavras do líder dessa juventude, na Carta ao Jovem de Boa Vontade (na década de 1980), “o Jovem de Boa Vontade é idealista. É homem ou mulher de Fé Realizante que não reclama a toda hora, nem acha sacrifício lutar incessantemente pela heroica e generosa Religião de Deus, pois co-loca Jesus e Sua Obra — pelo Bem de toda a Humanidade — acima de qualquer barreira. Para o Jovem de Boa Vontade, tempo perdido é aquele que passa longe do trabalho da Religião de Deus (...)”. Isso signi-fica que seu trabalho é o de acreditar e construir um mundo melhor para todas as pessoas, sejam estas de que religião forem, adotem a convicção política ou a visão filosófica que melhor as represente, a Ciência que as contemple, a idade que for...

A Juventude Ecumênica Militan-te da Boa Vontade de Deus acredita no futuro a ponto de não desistir dele. Por isso, une forças de todos os que se dedicam ao Bem, teste-munhando o ensinamento diário da

Ação Jovem LBV

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*1 Conheça a abrangente visão de Ecumenismo da LBV no capítulo “Os quatro pilares do Ecumenismo”, no livro Reflexões da Alma, de Paiva Netto, pp. 134 e 135.*2 O primeiro contato de Paiva Netto com a Legião da Boa Vontade ocorreu em 1953, aos 12 anos. Morando no Rio de Janeiro/RJ, rece-beu das mãos de uma alta e bela senhora negra um opúsculo editado pela LBV. Recordando o episódio, afirmou ele certa vez: “Encontrei naquele material de excelente conteúdo ideias universais, com o que prontamente me identifiquei. Li sobre as propostas de Zarur, com o seu pioneiro movimento inter-religioso, denominado Cruzada de Religiões Irmanadas, passo decisivo para o Ecumenismo Irrestrito, que a todos procura confraternizar sem lhes coagir o raciocínio, porquanto é um pensamento libertário, democrático”.

No destaque, o jovem Paiva Netto, que participou desde a primeira Ronda da Caridade, em 1o de setembro de 1962, no Rio de Janeiro/RJ. Na foto, o promissor jornalista faz a cobertura do atendimento prestado pela Legião da Boa Vontade. Enquanto o mundo lembrava os 23 anos do início da malsinada Segunda Guerra Mundial, Zarur, no auditório da Emissora da Boa Vontade, declarava “a guerra mundial contra a fome”. Naquele momento, nascia a Ronda da Caridade, um dos mais antigos programas sociais da LBV.

prática do Ecumenismo, que, na de-finição de Paiva Netto, “é Educação aberta à Paz”. Com esse conceito e essa prática, a pessoa é capaz de compreender e vivenciar a Fraterni-dade sem fronteiras, que deve reger as relações humanas para que estas não resultem em guerras (declara-das ou não). E mais: o movimento jovem da LBV ainda trabalha para desenvolver nos indivíduos a per-cepção humilde e corajosa de que não é possível consertar sozinho os danos que juntos causamos à Terra.

Revolução e vitóriaEm seu livro Reflexões da Alma,

o líder da Juventude de Boa Von-tade afirma:“Jesus veio à Terra realizar a maior revolução jamais vista, pois se concretiza na Alma. Nesta se encontra a geratriz da riqueza ou da miséria, da liber-tação ou da escravatura do Ser. Por isso são tão necessários, sob Sua Divina Claridade, Educação e Cultura, Alimentação (de corpo e espiritual), para que possa haver Saúde e Trabalho, mas com Es-piritualidade Ecumênica, sob a regência da Alma iluminada pelo espírito fraterno, que, além de

proclamar a Solidariedade, a põe em prática”.

Desejamos que, nesse cinquen-tenário bendito, o Pai Celestial, que generosamente designou Seu Filho Unigênito para protagonizar a grande revolução aguardada pela Humanidade, abençoe os militantes da Paz, que, onde quer que estejam, na Terra ou no Céu da Terra, batalham pela felicidade dos povos. Por parte de todas as

gerações da Militância da Boa Vontade de Deus, há a gratidão àquele jovem de 20 anos (agora, jovem de 70) que teve a visão e a iniciativa de criar esse movimento e de lutar, dia após dia, na Seara do Bem, levando adiante, há mais de 55 anos, o espírito perseverante de quem vive o Ideal Jesus. Ao líder e amigo José de Paiva Netto, a homenagem de nossas muitas vozes, brados e corações!

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Amor e carinho

joão Nery

Melhor IdadeAções para ter qualidade de vida

reduzem internações hospitalares

Para que idosos, principalmen-te aqueles que por algum mo-tivo se encontram afastados

de seu núcleo familiar, desfrutem de uma velhice saudável, a Legião da Boa Vontade mantém abrigos em Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, e Uberlândia e Teófilo Otoni, em Minas Gerais.

No Lar para Idosos da LBV em Volta Redonda, o atendimento se dá em duas modalidades: longa permanência (internato), que acolhe idosos em tempo integral no abrigo, onde contam com atendimento 24 horas por dia, durante toda a sema-na; e centro-dia, para as pessoas da Terceira Idade que ali permanecem, das 9 às 16 horas, de segunda a sexta-feira, ficando à noite e nos fins de semana na companhia da família.

O dr. Gustavo Aloísio Viei-ra, responsável pelos cuidados médicos ali oferecidos, destaca a estrutura do local e o carinho dos funcionários como fatores importantes para a saúde dos idosos. “A parte física é muito

boa, ampla, muito arejada; e o carinho, o respeito, isso não se tem em outros lugares.” A opinião se assemelha à da enfermeira-chefe Bianca Aparecida Neiva Silva, que acrescenta: “O algo a mais da LBV é o carinho, que a gente tem para com os idosos, que a gente acaba desenvolvendo, porque eles se apegam a nós como se fôssemos da família deles”.

Nos outros dois abrigos da LBV, o atendimento é o de longa permanência. O conjunto de ações nessas unidades inclui acompa-nhamento nutricional, assistência médica e de enfermagem, terapias e atendimento social. Os atendidos recebem vestuário, fraldas geriátri-cas e medicamentos. Todo esse cui-dado é supervisionado diariamente por profissionais preparados.

Observadas as limitações de cada idoso, eles têm o dia a dia cheio de atividades, como passeios, jogos, danças, cultivo de flores e hortaliças, para que se sintam úteis e ativos. Ainda recebem a visita de

Em Volta Redonda/RJ, o Lar Vovó Ássima e Vovô Elias Zarur, da LBV, possui um espaço dedicado à fisioterapia para proporcionar aos idosos todos os benefícios dessa especialidade.

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Na LBV, tudo é minuciosamente

planejado, a fim de que os residentes se

sintam bem acolhidos.

colaboradores e amigos da LBV, além de grupos de estudantes, o que lhes proporciona não só ale-gria, mas também interação e troca de experiências.

Da seleção dos profissionais até a disposição dos móveis, pas-sando pela limpeza dos ambientes, tudo é minuciosamente planeja-do, a fim de que os residentes se sintam bem acolhidos, e o abrigo esteja imbuído do significado da palavra “lar”.

Outra preocupação da LBV é com aqueles que, com o avanço da idade, embora tenham a companhia da família, acabam se sentindo isolados. Para eles, são oferecidas atividades diversificadas nos Cen-tros Comunitários de Assistência Social da Instituição. Graças a

isso, muitos idosos têm descoberto talentos — na música e na arte, por exemplo — e, sobretudo, reencon-trado a alegria de viver.

Em Teófilo Otoni, no Lar Alziro Zarur, da LBV, uma das

atividades de que os idosos participam é a alfabetização.

O fisioterapeuta Rodrigo Gomide Gonzaga, em atividade recreativa, que trabalha a flexibilidade, força, equilíbrio e coordenação motora, além de melhorar a autoestima e o convívio dos idosos do Lar da LBV em Uberlândia/MG.

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Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Ajude a LBV a expandir esse trabalho. Acesse: www.euajudoamudar.org

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Melhor Idade

Escolha bemAtenção à quantidade e à qualidade dos alimentos

Sempre à procura de novida-des que podem beneficiar as pessoas na Melhor Idade,

trazemos nesta edição dicas da nutricionista Lorena Rodrigues Simões, pós-graduada em Nutrição Geriátrica. Ela realiza um impor-tante trabalho no Lar Alziro Zarur, da LBV, em Teófilo Otoni/MG. Entre outras atividades, ensina aos idosos da Casa como obter os nutrientes necessários para a prevenção e o controle de doenças. Hoje, numerosos estudos mostram que a alimentação está diretamente associada ao bem-estar físico e mental e, portanto, à longevidade.

Uma das primeiras recomenda-ções da especialista é estar atento à qualidade e à quantidade de comida que se vai ingerir, principalmente no caso de pessoas acima dos 50 anos de idade. “São necessárias de cinco a seis refeições diárias, com consumo reduzido de alimentos em

cada uma delas. O fracionamento auxilia na digestão e favorece uma aceleração no metabolismo, con-tribuindo assim para o controle do peso.” Ela explica que um número maior de refeições significa a possi-bilidade de incluir no cardápio itens de todos os grupos alimentares.

Na verdade, ressalta, é neces-sário ter uma alimentação rica em elementos vitais, o que resulta em maior energia e disposição — “as frutas e verduras, ricas em vita-minas e fibras, que auxiliam no funcionamento intestinal e no forta-lecimento do sistema imune; o leite e derivados com pouca gordura, por causa do alto teor de cálcio, cuja função é o fortalecimento dos ossos e prevenção da osteoporose; e também a água e líquidos, que vão ajudar a evitar a desidratação”.

Uma sugestão muito útil da nutricionista da LBV é reutilizar o caldo dos cozidos no preparo, por exemplo, do arroz e do feijão. “O cozimento em água tem uma desvantagem, que é a migração das vitaminas para o caldo. O que mais concentra os nutrientes é o cozimento a vapor.”

Outra opção é beneficiar-se de alimentos crus, por conta do alto teor de fibras que apresentam. Isso, segundo Lorena, “favorece uma maior saciedade, auxilia no contro-le da glicemia, da pressão arterial e dos níveis de colesterol”. No en-tanto, para garantir esse benefício, é fundamental fazer corretamente a higienização e a sanitização (de-sinfecção com uso de sanitizante, como água sanitária, na quantidade mínima adequada).

Walter Periotto

o seu cardápio

Alimentação saudável

Para preparar a solução sanitizante, utilize uma colher de sopa de água sanitária para cada litro d’água (1). Deixe o alimento de molho por 10 a 15 minutos (2), escorra o líquido e enxague-o em água corrente (3). Ao escolher a água sanitária, procure no rótulo do produto a concentração de cloro indicada, que deve estar entre 2 e 2,5 ppm (parte por milhão).

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revis

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WalterPeriotto

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Page 109: Revista Boa Vontade, edição 230

2599-1600www.riomidia.net

Outdoor e Painéis de Qualidade

Page 110: Revista Boa Vontade, edição 230

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Santo Anjo do Senhor*

Galeria

* Santo Anjo do Senhor — Oração católica que a saudosa dona Idalina Cecília de Paiva (1913-1994) ensinou a seus queridos filhos, José de Paiva Netto e Lícia Margarida

(1942-2010), quando crianças, para entoarem antes de se deitar.

Santo Anjo do Senhor,meu zeloso guardador,já que a ti me confiou a

piedade divina,sempre me rege, guarda,

governa e ilumina.Amém!

Crianças e jovens realizam atividades sobre o tema

do Meio Ambiente no Parque Ecológico de Belo

Horizonte/MG. Crianças atendidas pela LBV em Ipatinga/MG fazem plantio de muda de árvore em comemoração ao Dia do Meio Ambiente.

Crianças atendidas pela LBV em Montes Claros/MG exibem com alegria mudas

de árvore a serem plantadas para comemorar o Dia do Meio

Ambiente (5 de junho).

110 BOA VONTADE

Page 111: Revista Boa Vontade, edição 230

Isabela Mello Floriano, 8 anos, Soldadinho de Deus, de Campo Grande/MS, comenta a passagem do Evangelho de Jesus intitulada “A cura de um paralítico”, que narra o

momento em que o Divino Mestre cura um homem levado até Ele por pessoas de Fé Realizante.

Os quatro homens acreditavam que Jesus podia curar o paralítico, por isso ele foi levado até Jesus. A Fé

deles era muito grande, e Jesus, vendo a Fé daqueles homens, não somente perdoou seus pecados, como também o curou. Esse ensinamento nos mostra que

Jesus pode nos curar também de qualquer coisa, Ele nos ajuda em todos os momentos,

pois Sua autoridade pode transformar nossa vida para melhor. E nos ensina o

que podemos fazer para ajudar os semelhantes: praticar o Bem com

Fé Realizante.

Pâmela Tauanny Silva, 7 anos.Montes Claros/MG

Vinícius Bernardino de Lemos Marcon, 10 anos.

Maringá/PR

Sheila Rolón Almeida, 4 ano

s.

Vila Elisa, Paraguai

Daniele Kethelen Santiago Mota,

4 anos. Salvador/BA

Laura Sofia Santos Lima, 1 ano.

Pais: Jandelly e Wenderson Lim

a.

Brasília/DF

Wilson Marco Rodrigues Luz, 4 meses. Pais: Ássima Rodrigues Luz e

Gesiel Cagnoni Luz. São Paulo/SPStefany Soares Bastos

, 2 anos.

Pais: Valéria e Washington Ba

stos.

Araruama/RJ

Larissa Caroline Puga da

Silva,

6 anos.

São Paulo/SP

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Clube Cultura de Paz:0300 10 07 940

André Luís Gutiere, 7 anos.Curitiba/PR

João Victor d

os Anjos Silva, 12 anos,

e Cecília dos A

njos Silva, 10 anos.

São Paulo/SP

Vitória Freíre Melo, 9 anos. Franca/SP

BOA VONTADE 111

Page 112: Revista Boa Vontade, edição 230

“Daqui cinco anos”, “Daqui a cinco anos” ou “Daqui há cinco anos”?

Provavelmente, você já ou-viu alguém perguntar: “O que você fará daqui cinco

anos?”. Mas há um erro grave nessa indagação. Percebeu qual é? Pois bem. O correto é pergun-tar: “O que você fará daqui a cinco anos?”. Estava faltando a preposição “a”. Semelhante equí-voco costuma ocorrer em outras expressões que denotam período de tempo, como “de hoje a uma semana”. Lembre-se sempre de utilizar a preposição “a” nesses casos.

O mesmo vale quando a ex-pressão “daqui a” indica distância a ser percorrida a contar de deter-minado ponto, tal qual em “daqui a 50 metros”, que equivale a “50 metros a contar daqui”.

Reforçando: quando se quiser expressar ideia de tempo futuro a partir do presente ou de certo momento ocorrido no passado ou noção de distância a percorrer, deve-se empregar a preposição “a”. Assim,

— “Daqui a cinco anos, Aman-da se tornará uma linda moça”;

— “Estávamos a quinze mi-

nutos do início do expediente, quando o encarregado anunciou seu cancelamento”; e

— “Daqui a 10 quilômetros, você encontrará um retorno”.

“Há” é flexão do verbo “ha-ver” e usado para transmitir ideia de tempo passado, como na frase “Eles foram contratados há muitos anos”.

Regra prática para compreen-der-se melhor a diferença entre “a” e “há” e saber-se quando usar um e outro:

Substitua “a” ou “há” por “faz”. Se a troca der certo, o termo a ser usado é “há”. Se não der, deve-se utilizar “a”.

Veja este exemplo:“Os alunos saíram há muito

tempo”.Substituindo, teremos: “Os

alunos saíram faz muito tempo”. O sentido da oração ficou ade-quado. Então, o uso de “há” está correto, pois a ideia que se tem é de tempo passado.

Observe agora a frase a seguir:

Dani

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Adriane Schirmer, professora.

Aprendendo Português

112 BOA VONTADE

Page 113: Revista Boa Vontade, edição 230

“O próximo encontro ocorrerá daqui a dois meses”.

Com a substituição, ter-se-á: “O próximo encontro ocorrerá daqui faz dois meses”. A frase não ficou com o sentido apropriado. Então, é realmente a preposição “a” que se deve empregar, pois existe a noção de tempo futuro.

Em resumo: “há” indica pas-sado e equivale a “faz”, enquanto “a” exprime ideia de distância ou de tempo futuro, não podendo ser substituído por “faz”. Atente para os exemplos abaixo:

— “Chegou há uma hora e partirá daqui a dez minutos”; e

— “Ele estava a menos de 20 metros do local”.

Pode-se depreender, portanto, que a expressão “daqui há” é in-correta, não devendo ser usada, já que o termo “há”, em sentenças alusivas a período de tempo, de-notará sempre o passado.

Para que você assimile as pre-sentes dicas, apresentamos-lhe o seguinte trecho do livro As Profe-cias sem Mistério, best-seller do escritor Paiva Netto:

“(...) à Ciência ainda resta muito chão a ser trilhado. Dessa forma, qualquer dia, mesmo sendo daqui a mil anos, ela poderá dar de cara com o Mundo Inteligente Invisível, mais populoso que o orbe terrestre. Se os homens não o fizerem, suas máquinas o conse-guirão...”.

Sugestões de temas a serem abordados e dúvidas são bem-vin-das. Se você as tiver, encaminhe--as para a Redação desta revista.

Bom estudo e até a próxima!

Page 114: Revista Boa Vontade, edição 230

Semana da Pátria

LBV brilha nos eUA e nos desfiles cívico-militares no Brasil

BRAZILIAN DAY IN NEW YORK — Ao centro, o cantor Netinho recebe a medalha e o troféu da Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, da LBV, das mãos de Alziro Paolotti de Paiva, da Legião da Boa Vontade. Ao lado deles está a coordenadora da festa da Lavagem da Rua 46, silvana Magda. Cerca de 1,5 milhão de pessoas prestigiaram o evento.

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Rio de Janeiro/RJ

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LBV é homenageada na Semana da Pátria no Rio Grande do Sul

Vitória/ES Salvador/BA

Cobertura completa na próxima edição

114 BOA VONTADE

Page 115: Revista Boa Vontade, edição 230

ProjetosSociais Coelce.Uma energia cada vez mais

presente na vida do cearense.

Do Ecoelce ao Baú da Leitura, do Cine Coelce ao Troca de Geladeiras. A Coelce é a responsável por estes e muitos outros projetos sociais que, assim como a nossa energia, tornam a vida do cearense cada vez melhor. Afi nal, ter acesso à leitura, à cultura e à sustentabilidade é ter mais qualidade de vida. E é assim que a Coelce trabalha para fi car cada vez mais próxima de você.

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Page 116: Revista Boa Vontade, edição 230