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Um olhar da Amazônia para a

conferência Rio+20

Paiva Netto escreve “Em defesa da sociedade”. Dados alarmantes revelam alto índice de tragédias no trânsito após consumo de bebida alcoólica. É hora de unir autoridades e povo na conscientização dos motoristas.

aMoR e SolidaRiedade Artistas, esportistas e personalidades apoiam a Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, na distribuição das cestas de alimentos a milhares de famílias de baixa renda.

Saúde A osteoporose já atinge 10 milhões de brasileiros; cuidados devem começar na infância.

Leia também:

Daniel Nava, mestre em Ciências Ambientais e Sustentabilidade, geólogo, secretário de Mineração e Recursos Hídricos do Amazonas,

analisa a participação do Brasil em esperançoso e aguardado encontro sobre essa relevante agenda do planeta.

Helô Pinheiro

Otavio Mesquita

NadjaHaddad

Milene Domingues

Lucimara Parisi

Noca da Portela

Roberto Justus

TicianePinheiro

Luciana Mello

Meio aMBieNte

Jaqueline Carvalho

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8 8 “Em dEfEsa da sociEdadE”

Paiva Netto

11 HomEnagEm a Zumbi dos palmarEsPaiva Netto

14 cartas, E-mails, livros E rEgistros

21 opinião Esportiva por José Carlos AraújoFeliz ano velho

22 samba & História por Hilton Abi-RihanNoca da Portela

26 acontEcE Em minas gErais

28 JornalismoMaurício Azêdo — Agentes da sociedade

32 EsportEInclusão social nas UPPs cariocas

35 opinião — Educação por Arnaldo NiskierAflições do magistério

36 tErcEiro sEtorPerspectivas para a sociedade civil organizada

40 saúdEFirme e forte

44 sustEntabilidadE por Daniel Borges NavaUm olhar da Amazônia para a Rio+20

48 rEsponsabilidadE socialDesenvolvimento e preservação

52 EspiritualidadE EcumênicaComemorações dos 22 anos do TBV

Paiva Netto escreve: “Em defesa da sociedade”. 40 A osteoporose atinge 10 milhões de brasileiros. A

doença pode ser facilmente evitada com atitudes preventivas a partir da infância.

22noca da portEla"O samba é um patrimônio cultural deste país"

14lucilia diniZ

apresenta Comer light

18HEloisa sEixas E ruy castro

com a obra Terramarear — Peripécias de dois turistas culturais

15 mariZa tavarEse o Manual de Redação CBN

14maurício kubrusly

lança Me leva mundão

15marcElo tasconta suas

experiências em livro

Sumário

PrEVINA-sE

DA osTEoPorosE

4 BOA VONTADE

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88

62 congrEsso Em pauta por Paulo Kramerorçamento 2012

65 tElEvisãoo direito de ser cidadão

66 litEraturaJesus, o Profeta Divino e as revelações do Apocalipse

72 fEira do livro dE porto alEgrEFesta gaúcha da cultura

76 música Humberto Gessinger se reinventa

80 intErnacionalLBV da Argentina completa 26 anos e cria centro de

capacitação profissional

83 comportamEnto por Suelí PeriottoDesequilíbrio sexual: onde os valores se perderam?

86 natal pErmanEntE da lbv Família unida e mais feliz

108 ação JovEm lbv por Juliano Bento"A Ciência do Novo Mandamento de Jesus"

111 mElHor idadE por Walter PeriottoInclusão digital em foco

112 soldadinHos dE dEus

114 aprEndEndo português por Adriane SchirmerUso do subjuntivo

A campanha de Natal da LBV distribui milhares de cestas de alimentos a famílias de baixa renda

28maurício aZêdoO papel social

da mídia

36dr. airton graZZioli

Perspectivas para a sociedade civil

organizada

76HumbErto gEssingEr

Cantor gaúcho comemora sucesso de novo projeto e pensa

em literatura

72JanE tutikian

Patrona da Feira do Livro de Porto Alegre

35arnaldo niskiEr

Aflições do magistério

75flávio facHElCompartilha

experiências em livro

44 Um olhar da Amazônia para a rio+20: análise da participação do Brasil em aguardado encontro sobre o futuro do planeta

21 José carlos araúJo

Feliz ano velho

BOA VONTADE 5

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Ao leitor

BOA VONTADEA N O 5 5 • N o 2 3 1 • S E T / O U T / N O V 2 0 1 1

A chegada de um novo ano é tempo de refletir sobre a Vida, e nada melhor que os ensinamentos deixados por Jesus, o Cristo Ecumênico, em Sua passagem pela Terra para inspirar a Alma e aclarar ideias e sentimentos. A dimensão do significado da família, em especial, está presente nas lições do Educador Celeste. Por meio de Sua palavra, somos convidados a vivenciar o diálogo fraterno e a Solidariedade, base que alimenta o vínculo familiar e transforma de dentro para fora as criaturas, com a promessa de unir os seres humanos em favor de um mundo melhor e mais justo.

É nessa sintonia de fraternidade irrestrita que amigos e admiradores da Legião da Boa Vontade se mobilizam, mais uma vez, para apoiar a Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Nesta edição, mostramos a ação solidária que está movimentando em todo o país colaboradores empenhados em ajudar a Instituição a arrecadar e distribuir cestas de alimentos e livros educacionais a famílias em situação de risco social e, assim, fazer mais feliz o Natal de milhares de pessoas.

O tom fraterno está também no artigo “Em defesa da sociedade”, do jornalista e escritor Paiva Netto, que faz importante alerta sobre os perigos do consumo de bebi-da alcoólica, sobretudo quando associado à direção: a embriaguez ao volante, condição que põe em risco a vida de motoristas, passageiros e pedestres. No texto, o autor ainda pondera sobre os danos que esse e outros vícios, a exemplo do fumo e das drogas ilícitas, provocam à saúde.

A BOA VONTADE destaca entrevistas com expoen-tes de dois estilos musicais. Do rock e pop nacional, o cantor e músico gaúcho Humberto Gessinger, que depois de 25 anos de carreira se reinventa e está na estrada com projeto novo, fala sobre vida e profissão. E o compositor Noca da Portela é o personagem da seção “Samba & História”, por representar a tradição de sambistas da velha guarda.

E mais: a opinião do presidente da Associação Bra-sileira de Imprensa, dr. Maurício Azêdo, sobre o papel preponderante da mídia na inclusão social e melhoria da qualidade de vida do povo; e a seção “Saúde”, que traz informações a respeito da osteoporose, doença que atinge 10 milhões de pessoas no Brasil, especialmente as mulheres.

Termina o ano, e o nosso desejo é que esse sentimen-to solidário do Natal seja permanente e motivo de alegria a todos os corações. A você, leitor, um feliz 2012!

Boa leitura!

Reflexão de BOA VONTADECidadania Espiritual — A tantos quantos

buscam mitigar a sede na Divina Fonte disposta a todos pelo Sublime Provedor, Ele concede

direito ao acesso à Cidadania Espiritual. Contudo, somente à medida que nos libertamos

da ignorância das Coisas Divinas, vamos merecendo constituir reino (por conseguinte, poder espiritual) e sacerdotes (isto é, virtude

religiosa) para Seu Deus e Pai. Portanto, não para um poder fugaz, uma religiosidade

efêmera, uma cidadania que será desfeita com a passagem dos séculos.

Extraída da página 132 do livro Jesus, o Profeta Divino (6a edição), de autoria do escritor Paiva Netto. A obra, lançada

em setembro deste ano, ficou entre as mais vendidas da 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro e da 57a

Feira do Livro de Porto Alegre (veja mais na página 66)

Tiragem: 50 mil exemplaresEdição fechada em 25/11/2011

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

DiRetoR e eDitoR-Responsável: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

CooRDenAção geRAl: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira

sUpeRintenDênCiA De mARketing e ComUniCAção: Gizelle Tonin de Almeida

JoRnAlistAs ColAboRADoRes espeCiAis: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitombeira, Daniel Borges Nava, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.

eqUipe elevAção: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Natanael Rodrigues, Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Valéria Nagy, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

pRoJeto gRáFiCo: Helen Winkler

CApA e DiAgRAmAção: Felipe Tonin, Helen Winkler e Kátia Borba

impRessão: Editora Parma

CRéDito DAs Fotos De CApA: Helô pinheiro: Ivan Shupikov; imagem da capa: shutterstock.com, Jaqueline Carvalho: Ivan Shupikov; luciana mello: Ivan Shupikov; lucimara parisi: Ivan Shupikov; milene Domingues: Ivan Shupikov; nadja Haddad: Ivan Shupikov; noca da portela: Divulgação; otavio mesquita: Ivan Shupikov; Roberto Justus: Vivian R. Ferreira; e ticiane pinheiro: Ivan Shupikov.

enDeReço pARA CoRResponDênCiA: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected]

A revista boA vontADe não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

6 BOA VONTADE

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Olá! Somos a edp.Estamos crescendo, inovando, evoluindo,

porque sabemos que tudo que fazemos

tem impacto.

para que eles continuem cantando…

…nadando……e respirando.

Sabemos que só a boa energia nos trará boa energia.

E, assim, conseguimos pôr tudo para funcionar…

Podemos ver o futuro porque estamos construindo-o.

Vamos construir juntos.

uma boa energiawww.edpbr.com.br

…sem prejudicá-lo…

É por isso que mais de 60% da energia que produzimos no mundo é limpa.

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Em defesada sociedade

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Em defesa da sociedade

8 BOA VONTADE

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João

Pre

da

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da LBV.

Natal Permanente de Jesus na LBV, expansão da Fra-ternidade.

Ano-novo, esperança que res-surge, mas cujo resultado depende de nós. Por isso mesmo, tratarei aqui de um problema que tem abalado a paz das famílias, incluída esta época de festas de fim de ano: álcool (drogas) e volante. Resolvê--lo é missão de todos.

Qual é o presente mais impor-tante que um filho, um neto, uma mãe, um pai, um avô ou avó, enfim, um amigo pode querer no Natal ou em qualquer outro período do ano senão a presença física dos entes queridos? Mas esse regalo corre sério risco em virtude da levianda-de daqueles que dirigem bêbedos.

Ora, conduzir veículo em-briagado, ainda que não cause acidente, já é considerado crime, conforme recente decisão por unanimidade da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Consoante o artigo 306 do Có-digo de Trânsito Brasileiro, quem dirigir com concentração de álcool

por litro de sangue igual ou supe-rior ao permitido pode ter pena de seis meses a três anos de prisão, multa e suspensão da habilitação.

Trata-se de medidas valiosas em defesa da sociedade, pois qualquer viatura, na mão de um irresponsável, se torna uma arma. É evidente que, para se alcan-çarem os melhores resultados, necessário se faz eficientemente conscientizar a população do imenso perigo que a bebida repre-senta a motoristas, passageiros e pedestres. As diversas campanhas que mostram os danos que o fumo provoca à saúde são exemplo a ser seguido.

Tolerância zero ao álcoolDestaco ainda a muito bem-

-vinda providência da Comissão de Constituição, Justiça e Cida-dania (CCJ) do Senado que, no dia 9 de novembro, aprovou, em decisão terminativa, tolerância zero ao álcool ou outra substância psicoativa ao volante. Segundo di-vulgou a Agência Senado, “essas medidas constam do PLS 48/11,

A cada Cerca de

minutos20 2,5

milhões

Vítimas do álcool

alguém é internado em decorrência do uso de bebida alcoólica, de acordo com

recente levantamento da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

de pessoas morrem por ano no mundo em decorrência da ingestão de álcool, segundo estimativa da Organização

Mundial da Saúde (OMS).

do senador Ricardo Ferraço. (...) Se não for alvo de recurso para votação pelo Plenário do Senado, seguirá direto para a Câmara dos Deputados”.

Porta de entradaRecente levantamento da Se-

cretaria Estadual de Saúde de São Paulo aponta para um triste fato: em média, a cada vinte minutos, uma pessoa é internada em decor-rência do uso de bebida alcoólica, da qual decorrem doenças sérias, como cirrose hepática e câncer. É um grave problema de saúde pública e não se restringe à capital bandeirante. A ingestão de álcool, de acordo com estimativa da Orga-nização Mundial da Saúde (OMS), é responsável pela morte de cerca de 2,5 milhões de pessoas por ano no mundo.

Dados alarmantesCrianças e jovens experimen-

tam esse mal cada vez mais cedo. O Centro de Referência em Tra-tamento de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) chegou

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Em defesa da sociedade

Para combater essa ter-rível realidade, o governo

de São Paulo, em 19 de outu-bro, sancionou a Lei Estadual no 14.592/2011, que proíbe a venda, o oferecimento de bebidas alcoóli-cas, bem como a permissão da pre-sença de menores consumindo-as no interior dos estabelecimentos. Mas, como declarei, ao celebrar o 22o aniversário do Templo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF, Brasil, se as mulheres não parti-ciparem de tudo isso, se as mães não se levantarem e também não fiscalizarem o cumprimento da lei,

esperando que a polícia, o governo ou o Judiciário resolvam sozinhos, o resultado poderá não vir tal qual o esperamos. Vejam a chamada Lei Seca. É claro que ela melhorou a si-tuação. No entanto, continuam por aí aqueles que, bebendo, provocam número crescente de vítimas no trânsito. Quanta gente está morren-do! E vocês sabem disso.

Confio muito no poder das mu-lheres. Se elas tiverem realmente condições para vigiarem e atuarem sobre o funcionamento das coisas, as boas iniciativas alcançarão sucesso. E que o exemplo de São Paulo inspire outros Estados bra-sileiros. Jamais esqueçamos que o abuso do consumo de álcool é porta de entrada para outras drogas, sem contar o estímulo a compor-tamentos de risco, à violência no lar, à infelicidade nas famílias, ao descontrole no sexo.

Invistamos em uma boa saúde, protegendo desde já as futuras gerações.

Homenagem especialAo se findar mais um ano de

frutíferas realizações em prol da felicidade de tanta gente necessita-da de socorro material e espiritual, deixo minha particular homena-gem aos colaboradores da LBV, aos artistas, aos esportistas, às personalidades, aos Legionários da Boa Vontade. Só pudemos alcançar grandes feitos de Solidariedade porque não “jogaram a toalha”, mas, sim, compareceram com o seu imprescindível apoio.

Na seara do Bem, com a ajuda de todos Vocês, 2012 já nasce vitorioso.

Ilustração: William Luz

à conclusão de que 80% dos pa-cientes diagnosticados alcoólatras tiveram o primeiro contato com o álcool antes dos 18 anos. Essa in-formação vem ao encontro do que indica outra pesquisa, feita pelo Ibope, a pedido do governo pau-lista: 18% dos adolescentes entre 12 e 17 anos bebem regularmente. A facilidade na compra de bebida alcoólica por menores é mais um dado alarmante.

A Campanha Vá sem pressa, faça uma Prece!, promovida pela LBV, visa à conscientização de motoristas e pedestres, para que levem em conta o código de trânsito e valorizem a própria vida e a dos outros. Na foto, a faixa da Campanha da Instituição em Salvador/BA, durante a comemoração do Dia do Motorista (25/7).

Nize

te S

ouza

10 BOA VONTADE

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Homenagem a Zumbi dos Palmares

Estamos no Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, declarado pela Organização

das Nações Unidas em 10 de de-zembro de 2010. O que tornou mais especial neste ano o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares (1655-1695). A data foi instituída pela Lei no 10.639/2003, que também tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana nas escolas.

Conforme declarou a dra. Navi Pillay, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, “este Ano Internacional oferece uma

Afro XXI

oportunidade única para redobrar nossos esforços na luta contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e outras formas de intolerância que afetam as pessoas de ascendência africana em toda parte”.

Daí a grande importância do Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescenden-tes (Afro XXI), realizado em Sal-vador/BA, de 16 a 19 de novembro, que reuniu, em seu encerramento, chefes de Estado e representantes de países da América Latina, Ca-ribe e África.

Na “Declaração de Salvador”, um dos documentos elaborados

pelo Afro XXI, ficou registrado: “Convocada pelo Governo da República Federativa do Brasil, Governo do Estado da Bahia e pela Secretaria-Geral Ibero--americana, com o apoio da Or-ganização das Nações Unidas, os objetivos centrais da cúpula foram dar visibilidade às contribuições sociais, culturais, políticas e eco-nômicas afrodescendentes para a América Latina e o Caribe para aumentar o conhecimento da situa-ção vulnerável na qual a maioria desta população vive e recomendar estratégias nacionais, regionais e internacionais para promover a in-clusão total dos afrodescendentes e

A presidenta Dilma Rousseff posa ao lado de chefes de Estado durante o Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes (Salvador/BA, 19/11/2011).

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BOA VONTADE 11

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Homenagem a Zumbi dos Palmares

superar o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata”.

Na década de 1980, no Daily Post (circulação internacional) e em vários outros jornais e revistas do Brasil e exterior, escrevi um artigo ao qual dei o título “Ra-cismo é obscenidade”. De lá para cá, graças a Deus, expressivas conquistas vêm sendo alcançadas no aumento da consciência de que fazemos parte de uma única raça, a Raça Universal dos Filhos de Deus. Portanto, que o acesso à Educação, ao Trabalho e à Saúde seja igual para todos, em qualquer parte do mundo.

Sangue rima com vidaDesde tempos imemoriais, o

sangue apresenta várias simbo-logias. Entre elas, a da honra, da luta e principalmente da vida. Instituído pelo decreto presidencial no 53.988, de 30 de junho de 1964, 25 de novembro passou a ser o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue. Em 2003, foi lançada, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, comemorada sempre no fim de novembro.

Apesar de todos os esforços de conscientização da importância de ser doador, o brasileiro, que é solidário, ainda não fez desse gesto um hábito.

No site www.amigodoador.com.br tomamos conhecimento de que apenas 1,5% da população doa sangue anualmente, índice bem abaixo da porcentagem norte--americana, com quase 5%. Outros

[email protected]

www.paivanetto.com

dados interessantes revelam que, desse 1,5%, 75% são pessoas de baixa renda e 70% estão na faixa de 26 a 45 anos. Os homens respon-dem por 78% das doações.

Hoje, com a internet, pode-se tirar qualquer dúvida que possa inibir o cidadão a se tornar doador de sangue. Orientações quanto aos benefícios e restrições estão acessíveis a todos.

Em 26 de novembro, a Juven-tude Ecumênica Militante da Boa Vontade, da LBV, realizou um mu-tirão nacional de doação de sangue em postos de saúde e hospitais. Não perca tempo. Seja também um doador de vida.

Dedico aos que, a partir de hoje, se juntarão a esse time da

solidariedade o que escrevi em Re-flexões e Pensamentos – Dialética da Boa Vontade (1987): Assim como o sangue, circulando pelo corpo, oxigeniza e alimenta as células humanas, o Amor, percor-rendo os mais recônditos pontos de nosso Espírito, fertiliza-o e o torna pleno de vida. (...) Ao final de tudo, ele — que se expressa das mais surpreendentes formas na grande tarefa de conduzir os homens à sobrevivência — ven-cerá! Continuamos acreditando na vitória final do ser humano e de seu Espírito Eterno, a obra máxima do Criador.

Escultura de Zumbi dos Palmares, do Museu Afro Brasil.

Na década de 1980, no Daily Post (circulação

internacional) e em vários outros jornais e revistas do Brasil e exterior, escrevi um artigo ao qual dei o título ‘Racismo é obscenidade’. De lá para cá, graças a Deus, expressivas

conquistas vêm sendo alcançadas no aumento da consciência de

que fazemos parte de uma única raça, a Raça Universal dos Filhos de Deus. Portanto, que o acesso à Educação, ao Trabalho e à Saúde seja igual para todos, em qualquer

parte do mundo.

Paiva Netto

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Cartas, e-mails, livros e registros

Visão amplaO professor João Rai-

mundo Alves dos Santos, mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e dire-tor da empresa educacional Unitalentos, Educação e Formação de Talentos, de Brasília/DF, co-mentou, em mensagem enviada

A empresária Lucilia Diniz promoveu, na capital federal, uma noite de autógrafos para o lançamento de seu livro Comer light, da coleção “Boa Forma”. A autora conta os segredos dela para perder peso sem sacrifícios e derruba mitos, como o que proíbe o consumo de carboidrato à noite. Também traz ao leitor dicas para uma alimentação saudável e balanceada no dia a dia, além de receitas de pratos leves e saborosos, testadas pela própria escritora e que compõem o seu cardápio.

Lucilia autografou um exemplar da obra dedicando mensagem ao diretor-presidente da LBV: “Ao meu querido José de Paiva Netto, com carinho, Lucilia”.

por e-mail, o artigo do jornalista Paiva Netto com o título “Presidenta Dilma abre sessão na ONU”, publicado em 20 de setembro no Jor-nal de Brasília. “Fiquei

extremamente fascinado com a leveza e a diversidade de assuntos abordados pelo autor. Fazendo

considerações sobre a ONU, o clima de Brasília, as perspectivas científicas para aqueles que sofrem do mal de Alzheimer e, finalmente, sobre a participação num evento literário, ele ratifica a sua visão ampla, concatenada e prospecti-va da realidade. Certamente que Paiva Netto é uma pessoa de um vasto conhecimento.”

João Raimundo dos Santos

O roteiro de pesquisa sobre muitas culturas feito pelo jornalista Maurício Kubrusly se tornou livro. A sessão de autógrafos da obra Me leva mundão movimentou a 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em setembro.

Depois de anos percorrendo o Brasil, em busca de casos e personagens curiosos, Kubrusly ampliou o leque de opções e foi procurar relatos peculiares e histórias inusitadas além das fronteiras nacionais. O resultado é um saboroso conjunto de crônicas, temperadas pelo olhar bem brasileiro do repórter.

Na ocasião, o autor recebeu os cumprimentos de representantes da Legião da Boa Vontade e dedicou ao dirigente da LBV um exemplar com o seguinte autógrafo: “Para o Paiva Netto, com um abraço. Maurício K”.

Lucilia Diniz apresenta

Comer light

Kubrusly escreve Me leva mundão

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14 BOA VONTADE

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Em 1o de outubro, a Central Brasileira de No-tícias (CBN) completou 20 anos de jornalismo diário. Para comemorar a data, a Rádio CBN reuniu profissionais da mídia para o lançamento do livro Manual de Redação CBN, no Rio de Janeiro/RJ.

A autora da obra, a jornalista Mariza Tavares, diretora-executiva nacional de Jornalismo da emis-sora, dedica dois capítulos para interatividade, mídias sociais e edição para sites, incluindo a ava-liação dos conteúdos colaborativos de internautas. Apresenta também questões éticas que envolvem a conduta jornalística, além de três anexos com explicações sobre termos jurídicos, políticos e econômicos. Ao lado da escritora, palestraram os jornalistas Álvaro oliveira Filho e Júlio Lubianco. Todos comentaram a publicação e ainda contaram histórias marcantes da CBN.

Na oportunidade, representantes da Legião da Boa Vontade parabenizaram a autora e os demais profissionais da rádio presentes. Ao diretor-presidente da LBV, os comunicadores dedicaram exemplar da obra, com as seguintes mensagens: “Para o jornalista Paiva Netto, com carinho! Seja bem-vindo à aven-tura CBN. Mariza Tavares”; “Ao amigo Paiva Netto, um pouco do dia a dia da CBN. Espero que goste da leitura. Álvaro O. Filho. 08.11.11”; e “Ao jornalista Paiva Netto, um grande abraço, Júlio Lubianco”.

Os jornalistas Álvaro Oliveira Filho, Mariza Tavares e Júlio Lubianco.

CBN celebra 20 anos e publica

manual de redação

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O jornalista e apresentador Marcelo Tas reúne histórias de sua trajetória profissional no livro É rindo que se apren-de: uma entrevista a Gilberto Dimenstein. A obra, que tem como base uma entrevista do autor ao amigo e também jornalista Gilberto Dimenstein, conta as experiências de Tas e revela como o prazer de aprender orientou sua vida.

A concorrida sessão de autógrafos ocorreu em 20 de setembro, na capital paulista, e atraiu fãs, personalidades e amigos do escritor. Na ocasião, recebeu os cumpri-mentos da LBV e dedicou exemplar do título ao diretor--presidente da Instituição, com a seguinte mensagem: “Para José de Paiva Netto, com carinho. Marcelo Tas”.

Marcelo Tas conta suas experiências em

É rindo que se aprende

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Bor

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Terra

Crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade em Goiânia/GO visitaram a sede da TV Anhanguera (repetidora da Rede Globo) em novembro, por conta do aniversário de 48 anos da emissora. O jornalista Jackson Abrão recepcio-nou a garotada, que o

presenteou com uma camiseta personalizada, em que a LBV inscreve uma dedicatória. Em agradecimento a essa homenagem, disse Abrão às crianças: “Agradeço em nome da TV Anhanguera o belo presente. Deixo as portas da emissora abertas para ajudar no que for possível e estiver ao nosso alcance. Deus as abençoe e ilumine o passo de cada um de vocês”.

Visita à TV Anhanguera

BOA VONTADE 15

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Cartas, e-mails, livros e registros

recebe pela terceira vez consecutivao Selo Escola Solidária

Instituto de Educação José de Paiva Netto, da LBV,

16 BOA VONTADE

Page 17: Revista Boa Vontade, edição 231

O Instituto de Educação José de Paiva Netto, da Legião da Boa Vontade, re-cebeu o Selo Escola Solidária 2011,

do Faça Parte — Instituto Brasil Voluntário, presidido pela ilustre dra. Milú Villela. É a terceira vez consecutiva que a unidade de ensino da LBV na capital paulista é agraciada com o certificado. Criado em 2003, o prêmio é um reconhecimento às escolas que desenvolvem projetos de vo-luntariado educativo.

A iniciativa do Instituto Faça Parte conta com a parceria do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Secre-tários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Nessa edição do prê-mio, o trabalho do Instituto de Educação José de Paiva Netto ganhou destaque com o seu projeto “Vo-luntariado de monitoria — Um exercício de cida-

dania”. Por meio da ação, educandos são incentivados a atuar voluntariamente como monitores dos colegas mais novos, no pe-ríodo de contraturno escolar, promovendo atividades de reforço aos conteúdos que precisam ser mais bem assimilados. Desse modo, é feito um reforço com revisão sobre as dúvidas que envolvam as disciplinas de Física, Química, História, Geografia, Inglês, Português e Matemática.

A exemplo do que propõe esse projeto da LBV — que objetiva despertar nos educandos a vivência de valores fraternos e ecumênicos —, todas as demais ações empreendidas nas escolas da Legião da Boa Vontade, há décadas, têm como diretriz uma Educação que desenvolva “Cérebro e Coração”, conforme define o criador da proposta pedagógica da LBV, o educador Paiva Netto. Firmada na Pedagogia do Afeto (direcionada às crianças de até 10 anos de idade) e na Pedagogia do Cidadão Ecumênico (des-tinada a indivíduos a partir dos 11 anos), a linha educacional da Instituição evidencia possibilidades para o crescimento do edu-cando, visando à formação de cidadãos comprometidos com uma sociedade mais justa e fraterna.

Suelí Periotto (E), pedagoga e diretora da Escola da LBV em São Paulo/SP, e a dra. Milú Villela, presidente do Centro de Voluntariado de São Paulo (CVSP), durante a edição 2009 do Selo Escola Solidária.

Reprodução do certificado concedido pelo Instituto Faça Parte à escola da LBV na capital paulista

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Os escritores ruy Castro e Heloisa seixas lançaram, em setembro, no Rio de Janeiro/RJ, a obra Terramarear — Peripécias de dois turistas culturais. O trabalho mostra ao leitor a possibilidade de conhecer locais que quase sempre estão de fora das rotas de guias de turismo.

Nas viagens pelo Brasil e exterior, os autores têm o hábito de, juntos ou separados, buscar o perfil de cada lugar. Antes de fazer as malas, eles realizam uma vasta pesquisa, incluin-do livros, músicas e filmes sobre a região de destino. Chegando lá, são capazes de traçar roteiros originais, os quais agora compartilham com o público leitor.

No roteiro do casal, mais de 10 países registrados em seus passaportes. Os escritores dedicaram um exemplar da obra ao dirigente da LBV, com a seguinte mensagem: “Caro Paiva Netto, um abraço do Ruy, e um abraço da Heloisa Seixas”.

Casal de escritores

vai além dos roteiros de

viagem

Cesar Vanucci lança livro sobre José Alencar

Cartas, e-mails, livros e registrosLu

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Um debate sobre o elemento do acaso no cotidiano marcou um encontro na 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em setembro, entre o físico e escritor norte-americano Leonard Mlodinow e o rabino brasileiro Nilton Bonder, com mediação de Bernardo Esteves.

Na oportunidade, o religioso apresentava ao público o seu novo livro, Segundas Intenções — Vestindo o corpo moral, cujo conteúdo remete-se à obra anterior do autor, A Alma Imoral, adaptada com su-cesso para o teatro.

Para Bonder, a obra contribui para uma reflexão mais profunda sobre a vida, e isso “sempre exige que a gente não esteja num lugar de compreensão estagnada”.

Durante o lançamento, o autor recebeu os cumprimentos fraternos da equipe da LBV e, ao agradecer, afirmou: “Tenho muito respeito e uma admiração enorme por Paiva Netto, pelo trabalho lindíssimo!”. Nilton Bonder dedicou, ainda, um exemplar do título ao dirigente da Instituição, com a seguinte mensagem: “Para o amigo Paiva Netto, com um grande abraço”.

Rabino Nilton Bonder e o equilíbrio entre

corpo e Alma

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O jornalista, escritor, advogado e professor Cesar Vanucci es-colheu a capital mineira para lançar, em 11 de novembro, o livro José Alencar — Missão Cumprida. A obra reúne textos do autor sobre o saudoso vice-presidente da República José Alencar, pu-blicados em jornais e blogs nos quais é colaborador, em especial o Diário do Comércio.

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Cesar Vanucci lança livro sobre José Alencar

Pescadores de corações, pelo padre

Antonio MariaSimone e crianças da LBV encantam

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O padre Antonio Maria lançou, em 23 de novembro, o livro Pescadores de corações, em sessão de autógrafos que reuniu fiéis, amigos e familiares do autor, na zona sul do Rio de Ja-neiro/RJ. Na obra, o leitor encontra relatos emocionantes que marcaram sua vida religiosa, exemplificando como o pároco e outros “pescadores” superaram os obstáculos para cumprir sua vocação. “O livro lembra aquele momento em que Cristo chama alguns para serem pescadores de homens”, afirmou.

Ao ser cumprimentado por representantes da LBV, o autor reafirmou os laços de antiga amizade: “Agradeço a presença de vocês aqui, só me traz alegria. Quero aproveitar para mandar meu abraço ao nosso Irmão Paiva Netto, por quem eu nutro uma admiração e um carinho muito grande. Sinto que é recí-proco da parte dele. Somos todos irmãos em Cristo, e é lindo que isso aconteça”.

Na oportunidade, o religioso encaminhou um exemplar do novo título ao dirigente da LBV, com a dedicatória: “Meu Irmão Paiva Netto, continue sendo Pescador de Corações. Padre Antonio Maria”.

O escritor Cesar Vanucci (E), ao lado do representante da LBV no evento, Ronei Ribeiro.

O lançamento ocorreu na sede do Sistema Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais). Na ocasião, o escritor autografou exemplar da obra ao dirigente da LBV, com esta dedicatória: “Para José de Paiva Netto, figura exponencial das lidas humanísticas e espirituais, com apreço e estima do Cesar Vanucci”.

O Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade, formado por meninas e meninos atendidos no Programa LBV — Criança: Futuro no Presen-te!, na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, apresentou-se na abertura do evento Natal de Luz, na Praça da Liberdade, em 25 de novembro. O convite foi feito pela prefeitura local, responsável pela organização.

A atração cultural reúne anualmente cer-ca de 360 cantores de 40 corais da cidade. Nessa edição, a cantora simone fez a apre-sentação principal ao lado dos grupos corais. Simpática, a famosa intérprete da MPB posou para fotos com as crianças da LBV durante o ensaio do coral e ainda convidou-as para uma visita ao seu camarim.

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Cartas, e-mails, livros e registros

Colégio de São Paulo homenageia o dirigente da LBV

O professor Luiz Paulino (E), diretor do Colégio Lebiste, planta uma muda de árvore ao lado do representante do educador Paiva Netto no evento, Alziro Paolotti de Paiva.

Em Itapecerica da Serra/SP, o professor Luiz Paulino, diretor do Colégio Lebiste, promoveu, no dia 26 de outubro, o plantio de 70 mudas na área verde da escola. A iniciativa representou uma homenagem ao presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, por sua constante dedicação a causas humanitárias e por completar neste ano seu septuagésimo aniversário. Esse

mesmo gesto de admiração se repetiu no Conjunto Educacio-nal da LBV na capital paulista, com o plantio de um manacá--da-serra.

“Estamos diante de um gran-de brasileiro, um educador por excelência, e a gente tem de homenagear as pessoas que me-recem. Temos de honrar os que estão dizendo alguma coisa para a sociedade brasileira. (...) Pre-

tendemos plantar ainda muitas árvores em homenagem a ele”, afirmou o diretor do Lebiste.

Em seu trabalho de conscien-tização ambiental, ao longo de décadas e em conjunto com as ações socioeducacionais, a LBV realiza atividades em favor da preservação do meio ambiente por intermédio de sua campanha pioneira A destruição da Nature-za é a extinção da Raça Humana.

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Amigos e amigas, caminhamos juntos nesta resenha durante mais um ano. Não faltaram

palavras e muito menos emotividade — uma gama de sentimentos, alter-nando-se em momentos de frustração e de superação, tristeza e felicidade, permeou estas páginas. Isso tudo tem um significado que todos nós conhecemos bem: o futebol! Do iní-cio ao fim, o Campeonato Brasileiro foi bastante acirrado: o mais difícil e imprevisível da história dos pontos corridos. Disputas pelo título, por vaga na Taça Libertadores da Améri-ca, na Copa Sul-Americana e, é claro, a luta para escapar do rebaixamento. Ainda que alguns reclamem que o nível técnico não tenha sido dos me-lhores, houve de fato muita emoção, bons jogos, lindas jogadas.

Vale relembrar o reerguimento

do Vasco da Gama, com muita supe-ração após o drama passado por seu treinador, Ricardo Gomes, gerando comoção e solidariedade, inclusive, entre torcedores e equipes rivais. Merecem destaque a boa participação das equipes cariocas, o competitivo e bem armado time corintiano, a garra gaúcha e a surpreendente campanha do Figueirense, de Santa Catarina, sobretudo o ótimo rendimento da equipe no returno.

O bom momento econômico do país proporcionou a manutenção de novas promessas do esporte, tais como Neymar, Lucas, Ganso, Dedé e Leandro Damião, bem como a importação de nomes consagrados como Juninho Pernambucano, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Tiago Neves. Todos estes se juntaram a outros grandes jogadores, como Loco Abreu, Fred, Felipe e Rogério Ceni. Assim, não poderíamos duvidar de que seria um grande campeonato.

Todavia, velhos problemas, ainda sem solução, persistem. O torcedor continua maltratado pela escala de jogos em horários absurdos, por preços incompatíveis com a natureza popular do nosso futebol, pela ação de cambistas, por estádios descon-fortáveis etc.

A arbitragem, outro ponto bastante discutido ao longo do ano, continua amadora. Erros primários foram cometidos, gerando polêmica e até desconfiança sobre a lisura do torneio. O atleta que ousasse reclamar disso seria punido. E o que aconteceu com quem errou? Nada!

Da mesma forma, não podemos deixar de comentar a situação precária do gramado de alguns estádios, ex-pondo jogadores ao risco de contusão. Não é possível que o futebol penta-campeão do mundo seja praticado sob determinadas condições.

O que dizer, também, dos amis-tosos da Seleção Brasileira, que desfalcaram os times em momentos importantes do campeonato? Fo-ram jogos sem importância, contra equipes de pouca expressão, o que banalizou o selecionado canarinho, que já não encanta tanto o torcedor. Isso é outra coisa que precisa ser repensada.

Portanto, companheiros e com-panheiras, vamos nos despedir deste emocionante e intenso ano, de ale-grias e tristezas, e nos preparar para uma nova jornada, com as esperanças renovadas, as melhores vibrações e a expectativa de assistir a muitos e belos gols. Boas festas para todos!

Opinião EsportivaJosé Carlos Araújo

José Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro.

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Samba & HistóriaMúsica brasileira de raiz

Nocada Portela

Aos 79 anos, 56 deles dedicados à música, sambista lança novo trabalho.

Hilton Abi-Rihan | Especial para a BOA VONTADE

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* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Rede Educação e Futuro de Televisão e pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o telespectador pode conferi-las aos sábados, às 14 e 22 horas; aos domingos, às 14 e 21 horas; e às terças, às 21 horas.

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Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

Cantor, compositor e instrumen-tista, Noca da Portela nasceu na mineira Leopoldina, em

1932, mas é carioca por adoção. Chegou com 5 anos ao Rio de Janei-ro, onde desde criança se interessou pela música. Ganhou sua primeira nota dez no carnaval com o samba--enredo O Grito do Ipiranga. Tinha apenas 15 anos quando começou a compor para a extinta escola de sam-ba Unidos do Catete. Em quase seis décadas de carreira, ele conta com mais de 360 canções gravadas, além de vários sambas-enredo campeões na avenida.

Antes de adotar o nome artístico, Osvaldo Alves Pereira compôs para blocos e agremiações carnavalescas e escolas de samba. Em 1958, atuou como cantor e compositor no Trio Tropical, com apresentações em Minas Gerais, Pernambuco e Bahia. Ingressou na escola de seu coração em 1967, levado por Paulinho da Viola. Antes de entrar, porém, teria de provar ao saudoso Candeia, então presidente da Ala dos Compo-sitores da Portela, que merecia estar lá. “Ele falou: ‘Não, senhor, aqui ninguém cai de paraquedas. Você

está bem recomendado, mas terá de provar que é compositor’. Era mais ou menos meio-dia, o Candeia pagaria meu almoço se eu trouxesse um samba depois”, lembra Noca. Os compositores Picolino da Portela e Colombo (que se juntariam ao sam-bista para formar posteriormente o Trio ABC) estavam ao lado dele e sabiam que a missão não seria fácil.

Noca voltou do almoço com uns rabiscos na mão e, para surpresa do presidente da Ala dos Compositores, apresentou dois sambas. “‘Ô meu ir-mão, você é um moleque audacioso, pedi um e você me traz dois?! Você é o nosso ídolo’, ele dizia [risos].” Uma das músicas escritas por ele e seus dois parceiros naquela tarde foi Portela Querida, que está entre as suas mais famosas composições. Na primeira estrofe, o prenúncio da ligação duradoura com a escola: “Minha Portela querida/ És razão da minha própria vida/ Se algum dia eu me separar de ti/ Muito vou sentir”. Com essa composição, ga-nhou o primeiro dez pela escola — hoje, Noca soma seis notas dez com sambas-enredo de sua autoria.

A parceria do Trio ABC deu certo, e os sambistas passaram a se apresentar em festivais e fazer shows por todo o país. Como Noca costuma afirmar, “o samba é o meu passaporte”. Classificou seus sambas em diversos concursos e teve músicas gravadas pelo MPB-4 e pelas cantoras Eliana Pittman, Alcione e Maria Bethânia, entre outros artistas. Participou também do grupo de samba Os Autênticos,

Brasileiro tem o defeito de não prestigiar

tanto seus produtos. Agora, graças a Deus, estão começando a

perceber que o samba é um patrimônio cultural

deste país, porque, quando viajamos para o exterior, só falta botar

tapete vermelho pra gente.

entre 1966 e 1968, o qual reunia ain-da Mauro Duarte, Delcio Carva-lho, Eli Campos e Walter Alfaiate.

A segunda canção daquele de-safio, segundo Noca, era um samba de partido-alto, estilo que mais se

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gravada por grandes nomes da mú-sica popular brasileira, a exemplo de Zeca Pagodinho, Dudu Nobre e Jair Rodrigues. O samba, coescrito por Tião de Miracema, ganhou o mundo e chegou ao orquestrador Paul Mauriat, responsável por uma versão para o francês. “A única música com a qual ganhei dinheiro foi essa, porque lá fora eles levam

a sério esse negócio de direitos autorais. Aqui, a gente ganha uma merreca. Foi uma pequena loteria que eu ganhei na época. Comprei a casa onde moro, um telefone, uma antiga Brasília amarela…”, conta, rindo.

Para o cantor, a falta de reconhe-cimento da música de raiz no Brasil incomoda muitos artistas. “Brasilei-ro tem o defeito de não prestigiar tanto seus produtos. Agora, graças a Deus, estão começando a perce-ber que o samba é um patrimônio cultural deste país, porque, quando viajamos para o exterior, só falta botar tapete vermelho pra gente.”

Perto de celebrar 60 anos de dedicação ao samba, Noca lançou em julho o CD independente Cor da Minha Raça, com a assinatura do produtor musical de Zeca Pago-dinho, Rildo Hora. O álbum resgata sucessos da carreira e representa, se-gundo ele, a realização de um sonho,

aproxima da origem do batuque africano. “E o Candeia botou logo as duas [músicas] na quadra”, disse, rememorando o quanto ele comemorou a aprovação.

A partir daí, Noca viu sua vida mudar. Com tantos anos de carreira e parcerias importantes no currículo, coleciona muitas histórias e suces-sos, como É Preciso Muito Amor,

Samba & História

Tenho um sonho, um de

que eu não abro mão: o de ver a minha Portela ser campeã na

avenida com um samba escrito por mim e parceiros.

(1) Colombo, Noca e Picolino. (2) Noca no

quintal de sua casa. (3) Noca, Arlindo Cruz e Beth

Carvalho. (4) O compositor com Paulinho da Viola (C). (5) E, a partir da esquerda,

Nei Lopes, Dudu Nobre, Sandrá de Sá e Noca da

Portela.

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já que não gravava desde 2004. “É o melhor trabalho da minha vida, de samba sério, de raiz”, declarou. Nesse trabalho, o artista apresenta clássicos como Ilumina (gravado por Maria Bethânia), Peregrino (fa-mosa na voz de Paulinho da Viola) e Eu sou de lá (ode à Portela).

Noca, aliás, cita Peregrino como uma das músicas de que mais se orgulha. Certo dia, em uma festa na Mangueira, sentou-se ao lado do grande amigo Paulinho da Viola, que logo o interpelou: “‘Ô com-padre, você nunca me mostrou um samba seu’. Eu lhe disse que tinha juízo [risos], mas, já que ele abriu a guarda, passei em sua casa no dia

seguinte. Levei uma fita com três sambas e ele gostou de todos”. Con-tou que, para eleger a música a ser gravada, Paulinho fez um plebiscito em casa: “Ele chamou a patroa, as filhas, a empregada, o faxineiro, o porteiro do condomínio, e a música foi Peregrino”.

O trabalho de compor para a escola do seu coração continua. Os sambas-enredo de 1985 (Recordar É Viver) e 1998 (Os Olhos da Noite) são seus, de parceria com outros compositores. Integram a lista de sucessos Capital do Samba, Isto Tem que Acabar (com Mauro Duarte), Aos Pés do Altar (com Nelson Gonçalves), Ilumina, Re-

cordar É Viver (com Edir, Jorge Careca e Poli), Virada (com Gil-per, e sucesso de Beth Carvalho), Caciqueando, Nossas Senhoras Meninas (com Toninho Nascimen-to) e Minha Missão (com Adauto Megalha). Apresenta-se com a Velha Guarda da Portela, atuando como intérprete também. Mesmo após tantas realizações, ele guarda um objetivo especial: “Tenho um sonho, um de que eu não abro mão: o de ver a minha Portela ser campeã na avenida com um samba escrito por mim e parceiros”.

Com informações do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

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Acontece em Minas Gerais

55 anos de Solidariedade Atendidos e amigos comemoram aniversário da LBV

Uberaba comemora este ano mais de meio século de atuação da Legião da Boa Vontade. O município do Triângulo Mineiro recebeu a LBV em 28 de

setembro de 1956, data marcada pela inauguração de uma unidade socioassistencial para atender pessoas e famílias da cidade em situação de pobreza.

No dia 22 de setembro, a Instituição comemorou os 55 anos de atuação em Uberaba e os 61 anos da Legião da Boa Vontade, completados em 1o de janeiro. A festividade reuniu pessoas atendidas e amigos no Centro Comunitário de Assistência Social. As crianças emocionaram o público

Elvira Trindade

Crianças atendidas pela LBV cantam o tradicional Parabéns a Você, na comemoração dos 55 anos de atuação da Legião da Boa Vontade em Uberaba/MG.

Idosos do Programa Espaço de Convivência participam do 4o Concurso da Primavera

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Conheça o trabalho da LBV em Uberaba

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

LBV – Criança: Futuro no Presente!

Espaço de Convivência para Adolescentes

Espaço de Convivência para Idosos

Crianças de 6 a 11 anos

Jovens de 12 a 17 anos

Terceira Idade

Contribuir para a reinserção e permanência no sistema educacional

Incentivar o protagonismo juvenil

Promover capacidades e potencialidades para novos projetos de vida

ao interpretar músicas alusivas à Paz. Idosos que integram o Pro-grama Espaço de Convivência participaram do 4o Concurso da Primavera, que elegeu a rainha, a princesa e a Miss Simpatia.

Entre as persona-lidades que presti-giaram o evento, o ex-jogador Djalma Santos, bicampeão mundial; Maria Cé-lia dos Reis, coorde-nadora da Seção de Apoio ao Trabalho e Geração de Emprego e Renda, da Secretaria de Desenvolvimento Social de Uberaba; o vereador Samuel Pereira; a dra. Maria Angélica Cosci, coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica da Universidade de Uberaba; o dr. Sebastião Severino, coor-denador do Procon em Uberaba; o advogado Helder Silva Batista, pro-fessor e presidente da Ordem dos Ad-vogados do Brasil (OAB) em Ubera-ba; e o professor dr. Júlio César Mariano Abdalla.

Durante o desfile do Concurso da Pri-mavera, o jornalista e, na ocasião, mestre de cerimônias Edson Santana, da Rádio Sete Colinas, destacou: “Podem contar sempre comigo.

Colaborar nos eventos da LBV é sempre um prazer”. O jornal Abadia Notícia também divul-gou a comemoração, a respeito

Em Uberaba/MG, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado na Rua Iguatama, 160, Abadia. Tel.: (34) 3312-4132.

da qual comentou o diretor do Procon na cidade, Sebastião Severino: “Foi uma tarde muito alegre!”.

Abaixo, alguns dos programas desenvolvidos pelo Centro Comunitário de Assistência Social da LBV na cidade mineira, o público-alvo e o objetivo deles.

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JornalismoMaurício Azêdo

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Presidente da casa que é re-ferência do jornalismo no país, a Associação Brasileira

de Imprensa (ABI), o jornalista Maurício Azêdo é um veterano com mais de cinco décadas de car-reira — atua na área desde 1957. Exerceu as funções de repórter, redator, cronista, editor, chefe de reportagem, editor-chefe e dire-tor de redação em periódicos de expressão, entre os quais Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Jornal dos Sports, Última Hora, O Dia, O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, além de revistas desta-cadas, como Manchete, Fatos & Fotos, Pais & Filhos, Realidade e Placar. Foi também vereador do Rio de Janeiro/RJ, por três legislaturas (de 1983 a 1996), e presidente da Câmara Municipal (1983/1985).

Nesta entrevista, o presidente da ABI explica por que uma das

Agentesda sociedade

O presidente da ABI, Maurício Azêdo, destaca a missão social do jornalista

principais missões do jornalista é ser “um agente da sociedade”, comenta o papel que a imprensa nacional desempenha neste século e oferece dicas importantes para os jovens profissionais.

BOA VONTADE — Quando a imprensa brasileira incorpo-rou a ideia da liberdade de expressão?

Maurício Azêdo — Esse termo está muito associado à evolução

das instituições na Grã-Bretanha, na Inglaterra. O país foi pioneiro nas questões relacionadas aos direitos civis e às liberdades pú-blicas. Entre nós essa ideia foi absorvida, e no momento do nasci-mento da imprensa assegurava-se a liberdade de informação associada ao princípio da responsabilidade. A pessoa possui a liberdade para escrever, mas deve ser responsável civil e penalmente pelas ideias que expuser em publicações.

BV — Quantos jornais circulam hoje no Brasil?

Maurício Azêdo — Devemos ter entre jornais diários e publica-ções periódicas de toda natureza, semanais, quinzenais e mensais, algo em torno de 5 mil. Esse é um processo crescente, porque na vida moderna se acentua essa necessidade de comunicação; te-mos empresas privadas e públicas que necessitam manifestar suas

“Imparcialidade é discutível, o jornal

precisa servir a uma causa. (...) Essa ideia

de que a imprensa seja algo insípido, inodoro e incolor, isso inexiste.”

Simone Barreto e Leila Marco

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Jornalismo

realizações pela mídia. (...) No ano passado, houve um crescimento de 4,2% na circulação de jornais, mas é ainda insuficiente, ela gira em torno de 5 milhões de exemplares diários, o que é pouco em relação, por exemplo, a um único jornal do Japão, o Asahi Shimbun, que circula com tiragem de 12 milhões de exemplares por dia.

BV — O que representou o pe-ríodo do governo militar para a imprensa?

Maurício Azêdo — Foi um período muito difícil para a im-prensa e para as liberdades em geral, inclusive as relacionadas à liberdade de informação e de opinião. Havia uma autocensura imposta pelo poder. Todas as for-mas de comunicação sofreram, como a literatura, o teatro e o cinema. Tudo isso constituiu em um aprendizado forte, levou a comunidade jornalística e o país a terem ideia da importância desses bens, e se instalou, no conjunto da sociedade, a vontade de defender esses bens a qualquer preço.

BV — Como a ABI tem reagido ao cerceamento da liberdade de informação?

Maurício Azêdo — A ABI tem uma intervenção permanente, não há restrição ao exercício da liber-dade de informação contra a qual a Casa do Jornalista não se manifes-te, seja por meio de declarações e notas oficiais, seja pelo pedido de providências às autoridades. Re-centemente, houve um problema grave de censura prévia no interior de São Paulo, no Diário da Região, de São José do Rio Preto, e por duas vezes manifestamos ao minis-tro da Justiça a oposição da ABI a uma decisão do Departamento de Polícia Federal, que desejava que o jornalista desse jornal, chamado Alan, revelasse a fonte de sua in-formação, quando a Constituição assegura expressamente o sigilo da fonte.

BV — Pioneiro do jornalismo brasileiro, Hipólito da Costa* dizia que “o primeiro dever do homem em sociedade é ser útil aos membros dela”. Esse pen-

samento deve nortear a prática da profissão?

Maurício Azêdo — Sim, por-que na verdade o jornalista não trabalha para si, é um agente da sociedade. A informação que bus-ca e divulga não pode ser de inte-resse pessoal, e sim do conjunto da sociedade. Esse é o papel que o jornalista exerce. O grosso da categoria profissional tem cons-ciência dessa missão social que lhe cabe, e na minha visão tem exercido essa incumbência com competência e seriedade.

BV — Sendo de interesse da so-ciedade, há como ser imparcial?

Maurício Azêdo — Na verda-de, a imparcialidade é discutível, o jornal precisa servir a uma causa. Ele pode ser isento, respeitoso em relação aos contrários à sua linha de atuação, à sua filosofia como publicação, mas não pode ser imparcial. Essa ideia de que a imprensa seja algo insípido, ino-doro e incolor, isso inexiste.

BV — O que pode melhorar a qualidade dos novos profis-sionais?

Maurício Azêdo — Primeiro lugar, o conhecimento da própria imprensa. Uma das deficiências do ensino de comunicação no Brasil é que pouco se ensina sobre a história da nossa imprensa e da imprensa em geral, a leitura, de modo geral, seja dos clássicos, da literatura mais corrente, aparen-temente sem a profundidade dos clássicos, mas que permite que se

* Hipólito da Costa (1774-1823) — Jornalista brasileiro, fundou o Correio Braziliense, publicado em Londres (1808-1823), Reino Unido. Além de ter sido o primeiro periódico brasileiro, foi o primeiro jornal em língua portuguesa a circular sem censura.

O jornalista Maurício Azêdo recebe homenagem das crianças da LBV

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desenvolva no profissional da co-municação aquilo que é essencial para a sua atividade: a capacidade de dizer verbalmente ou dizer em letra de fôrma.

BV — Por onde caminhará a imprensa brasileira?

Maurício Azêdo — É difícil prever, mas temos um estreitamen-to muito grande do mercado de pu-blicações diárias e periódicas. Em-bora haja um aparecimento intenso de publicações de outra natureza como os veículos de instituições públicas e de empresas privadas, o fato é que a informação será cada vez mais forte pelas necessidades da própria evolução social.

BV — Qual a sua avaliação acer-ca das propostas que exaltem a comunicação social, a exemplo do trabalho desenvolvido pela Super Rede Boa Vontade?

Maurício Azêdo — Com essa rede a Legião da Boa Vontade cumpre um papel de realce nesse campo, graças ao descortino do dr. José de Paiva Netto que, para honra nossa, é um sócio destacado da Associação Brasileira de Im-prensa. Órgãos como os da LBV têm a possibilidade de influenciar o conjunto da área de comuni-cação para o interesse crescente pelas questões relacionadas com a vida social e, sobretudo, com a diminuição das desigualdades e injustiças sociais, que infeliz-mente são ainda muito fortes em nosso país. (...) Parabéns à LBV! E deixo o abraço cordial da ABI ao dr. Paiva Netto e aos seus co-laboradores.

Liberdade de imprensa No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a expressão define “o

direito que tem a imprensa de emitir opiniões e pensamentos sem cen-sura prévia, mas guardando critérios éticos”. Segundo o entendimento de juristas, a chamada liberdade de informação jornalística, nos termos da Constituição, não pode sofrer restrições. A liberdade de imprensa não é apenas a liberdade de alguns, dos donos dos meios de comunicação, mas de todos; “deve incluir o direito do cidadão de ser informado de modo correto, não distorcido”, conforme o artigo “Liber-dade de imprensa, direito absoluto”, de Eugênio Bucci, publicado no site do Observatório da Imprensa.

(Da redação)

A revista BOA VONTADE agradece ao ilustre presidente da Associação Brasileira de Imprensa por tão gentis palavras em reconhe-cimento ao trabalho da Legião da Boa Vontade. São antigos os laços de amizade entre as duas instituições. Foi na sala da diretoria da ABI, em outubro, novembro e dezembro de 1949, que o radialista e jornalista Alziro Zarur (1914-1979) realizou as reuniões preparatórias para o sur-gimento da LBV, que, logo após ter

sido fundada, em 1o de janeiro do ano seguinte, Dia da Confraternização Universal, deu os primeiros passos plenos de liberdade e universalismo, ideais estes que igualmente inspiram a Casa do Jornalista. A primeira reunião pública da LBV, comandada por Zarur, em 7 de janeiro de 1950, ocorreu justamente no Salão do Conselho da ABI, com o apoio de sócios, diretores e do então presiden-te da associação, o ilustre jornalista Herbert Moses (1884-1972).

(1) Herbert Moses lança a pedra fundamental do edifício da ABI, em 30 de setembro de 1935. A solenidade foi acompanhada por centenas de jornalistas. (2) O saudoso Prudente de Moraes, neto, em frente ao prédio da ABI.

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social Inclusão

LBV recebe homenagem por incentivo à prática esportiva em comunidades pacificadas no RJ

EsporteFormando atletas nas UPPs cariocas

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Mariane de Oliveira

A Federação de Artes Marciais Educativas do Distrito Fede-ral e Entorno (FAME-DF)

homenageou, em 8 de outubro, o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, pelo apoio da instituição ao ensino do caratê a crianças e adolescentes de comunidades pacificadas do Rio de Janeiro/RJ.

A solenidade, que também saudou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, fez parte da abertura do Campe-onato Sul-Americano de Karatê

Escolar (IMAT Brasil), disputado no Ginásio Poliesportivo do Sesc Ceilândia, na capital federal, entre 7 e 9 de outubro.

Na ocasião, o dirigente da LBV foi representado pelo administra-dor da Instituição no DF, Paulo Medeiros, que agradeceu a honra-ria e destacou o trabalho da Obra. “Com mais de seis décadas de experiência, a Legião da Boa Von-tade apoia a prática de esporte, por meio de sua pioneira Cam-panha LBV — Esporte é Vida, não violência! Ficamos felizes

em receber essa homenagem pela parceria que a LBV tem com as UPPs [Unidades de Po-lícia Pacificadora], no Rio de Janeiro, incentivando o caratê e as artes marciais”, afirmou.

Page 33: Revista Boa Vontade, edição 231

Da esq. à dir.: o professor Paulo Roberto Borges, presidente da FAME-DF (Federação de Artes Marciais Educativas do Distrito Federal e Entorno); Paulo Medeiros, representando o dirigente da LBV; o cabo Hernani Lopes; e o sr. Eduardo Sanchez, presidente da Federação Internacional de Artes Marciais na Argentina.

Se a gente pudesse, faria uma homenagem todos os dias para a

LBV (...). Eu digo aos nossos companheiros da LBV que havia um cabo Hernani antes de conhecer a LBV e um cabo Hernani depois.

Hernani Barbosa LopesCabo da PM - RJ

O objetivo da iniciativa da Ins-tituição é promover o esporte como elemento capaz de contribuir para a transformação da realidade de jovens e famílias de baixa renda que vivem em comunidades mais expostas à violência e às drogas, oferecendo-lhes uma atividade saudável, com perspectiva de for-mar atletas e descobrir valores do esporte de alto rendimento — o que é importante para a cidade, que se prepara para receber dois me-gaeventos esportivos: a Copa do Mundo Fifa de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio, internet e publicações), o presidente da FAME-DF, o pro-fessor Paulo Roberto Borges, declarou: “Quero aproveitar a oportunidade para homenagear José de Paiva Netto por essa ini-ciativa de apoio às artes marciais como inclusão social. Esse projeto [realizado nas UPPs] será um modelo para o Brasil”.

Para o cabo PM Hernani Barbosa Lopes, coordenador de Artes Marciais das UPPs, da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer do Rio de

Janeiro, a honraria ao dirigente da Instituição é mais do que me-recida. “A união LBV, Governo do Estado e Super Rádio Brasil é só sucesso. (...) Essa homenagem é o reconhecimento de um traba-lho realizado ao longo de quase

um ano e meio dentro das co-munidades pacificadas, com o caratê dando resultado. Se a gente pudesse, faria uma homenagem todos os

dias para a LBV, ao presidente Paiva Netto, que é uma pessoa muito importante. Eu digo aos nossos companheiros da LBV que havia um cabo Hernani antes de conhecer a LBV e um cabo Hernani depois.”

O projeto Rio 2016 é realizado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, implementado pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEEL) e Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), com o apoio da LBV e da Super Rádio Brasil — 940 AM, emissora da Boa Vontade na capital fluminense. A Super RBV também recebeu o reconheci-mento da FAME por divulgar am-plamente a iniciativa. “Agradeço o carinho e o reconhecimento. Esse prêmio ratifica que estamos no caminho certo, ajudando a cons-truir um Brasil melhor, com Amor e Fraternidade. Este evento era um sonho distante que hoje está materializado. Na LBV, esporte

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é Vida!”, destacou Pedro Paulo Torres, da Super Rádio Brasil.

Futuro melhorA Suderj e a SEEL também

saudaram, em outubro, o diretor--presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, por incentivar a prática esportiva.

Ao dirigente da Obra foram entregues uma placa com uma

BOA VONTADE 33

Page 34: Revista Boa Vontade, edição 231

Esporte

Placa de homenagem e pedaço de concreto da arquibancada do Estádio do Maracanã

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Ajude a LBV a expandir esse trabalho.Acesse: www.euajudoamudar.org

inscrição de agradecimento e um pedaço de concreto da arquibanca-da do Maracanã, símbolo do estádio que já foi um dos maiores do mundo e hoje segue em reforma para a Copa do Mundo Fifa de Futebol, em 2014, no Brasil. Além disso, o presidente da Suderj, Everardo Cândido da Silva, presenteou-o com a obra literária Grandes Jogos do Maracanã (1950-2008) — Uma viagem no tempo através de fatos e fotos que fize-ram história no futebol, de autoria dos jornalistas Roberto Assaf e Roger Garcia.

Em correspondên-cia, Everardo ressal-tou: “É com grande prazer que lhe encaminhamos este singelo presente (...) em reconhecimento ao excelente trabalho que vem sendo prestado por essa ilustre Instituição ao projeto Rio 2016 nas

Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). São parcerias como essa

da LBV e da Super Rádio Brasil que colaboram com um futuro melhor para nossas crianças. Agrade-cemos pelo apoio”.

Jiu-jítsuNo dia 29 de outubro, a LBV e

a Super Rádio Brasil promoveram a entrega de novos quimonos aos jovens atletas de jiu-jítsu da co-munidade do Morro dos Macacos,

em Vila Isabel, zona norte carioca. A iniciativa con-tribui para que eles par-ticipem de competições importantes.

Para o presidente da Federação de Jiu-Jitsu

Desportivo do RJ, Rogério Ga-vazza, presente à cerimônia de entrega, “o apoio a essas crianças é uma conquista imensa não só para o jiu-jítsu, mas também para a cidadania”.

Alunos de jiu-jítsu do projeto Rio 2016 comemoram a entrega dos novos quimonos.

Por sua vez, o comandante da UPP do Morro dos Macacos, o capitão Felipe Barreto, afirmou: “Quando a LBV veio pra cá, fez com que os projetos sociais da comunidade tivessem um suporte melhor. Com isso, a gente con-seguiu tirar muitas crianças da ociosidade e fazer com que fossem inseridas na sociedade por meio do esporte, que agrega e traz disciplina”.

O projeto Rio 2016 promove inclusão social e possibilita que crianças de comunidades cario-cas desenvolvam habilidades por meio de atividades esportivas. A iniciativa também visa à formação de atletas de alto rendimento, para importantes competições, a exem-plo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Rogério Gavazza

Felipe Barreto

Everardo Cândido

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34 BOA VONTADE

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Arnaldo Niskier | Especial para a BOA VONTADE

do magisterioAflicoes

O que havia para comemorar no Dia do Professor? Em 15 de outubro celebrou-se a

conquista de melhores salários? A reforma dos cursos de Pedagogia? A volta do respeito aos professores?

Sem me entregar aos braços do niilismo, penso que a data re-presenta excelente pretexto para reflexões necessárias. Foi o que fiz ao falar na Universidade Católica de Petrópolis (UCP), a convite do reitor José Luiz Rangel Sampaio Fernandes, para uma interessada plateia de educadores e alunos da respeitável instituição, nascida nos idos de 1953, por inspiração do bispo dom Manoel Pedro da Cunha Cintra.

Em primeiro lugar, mostrei-lhes o espanto de constatar que neste ano de 2011 já tivemos 13 greves de professores públicos — em igual número de Estados, praticamente

Divu

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ão Arnaldo Niskier, doutor em Educação, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do CIEE–RJ.

na metade do Brasil. Não foram movimentos vazios. Pelo contrário. Todos mostraram uma espécie de revolta da categoria contra salários aviltantes e condições de trabalho muito aquém do razoável. Por que um Estado com a tradição de Minas Gerais, por exemplo, teria paralisado o seu sistema por mais de 100 dias? E o do Rio de Janeiro por mais de 60 dias?

Enquanto se discute a amplia-ção do ano escolar, que é de 200 dias letivos, não há uma comoção nacional em virtude dessas inter-rupções, hoje tidas como normais. Como se fosse aceitável pagar 860 reais de salário a um professor em início de carreira, contrariando, in-clusive, decisões do próprio gover-no, que estabeleceu um piso maior, mas que a maioria dos Estados finge desconhecer. Quem custeia as aulas perdidas, sacrificando o aprendizado dos estudantes?

Quando terminei a conferência, na qual também abordei as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), abriu-se um respeitoso de-bate. Começou com a pergunta de uma professora, se poderia haver otimismo em relação ao futuro da nossa educação. A resposta foi afirmativa, pois a meu ver não há outro caminho para assegurar o

crescimento definitivo do país. O PNE estima a aplicação de 7% do PIB em educação, o que representa um grande reforço se os recursos forem bem empregados.

Vieram outras questões. “É possível acreditar no projeto pre-sidencial do livro popular, para ampliar o índice de leitura do povo brasileiro?” É claro que sim.

“Ser educador é ter coragem. Gostei quando o senhor fez voltar a Filosofia ao currículo oficial”, comentou a professora Rosane. “Nas suas diversas viagens ao ex-terior, o que mais o impressionou?” Respondi: “Foi, é claro, a atenção prioritária aos professores”. Já o educador Lauro receia que a educação à distância pos-sa amedrontar os mestres brasilei-ros, opinião com a qual não concordei. E ainda houve uma simpática referência ao trabalho do Centro de Integração Em-presa–Escola com os seus bem-sucedidos estagiários e apren-dizes, inclusive em Petrópolis/RJ. Foi um bom encontro.

Opinião — EducaçãoArnaldo Niskier

BOA VONTADE 35

Page 36: Revista Boa Vontade, edição 231

Terceiro Setor

O Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística — IBGE estima em centenas de mi-

lhares o número de organizações do Terceiro Setor em plena ati-vidade hoje no Brasil. Elas são classificadas dessa forma por não pertencerem nem ao setor público (governamental) nem ao privado (empresarial). São entidades civis sem fins lucrativos, que contribuem diretamente para o desenvolvimen-to do Brasil, em áreas estratégicas como educação, saúde e assistên-cia social. Faculdades, hospitais,

Congresso discute os desafios do Terceiro Setor no Brasil

Perspectivaspara a sociedade civil organizada

abrigos, escolas, institutos, ONGs integram esse setor.

As recentes ações empreendidas por essas entidades e as perspectivas para os próximos anos foram tema dos debates do 3o Congresso Brasi-leiro de Fundações e Entidades de Interesse Social, realizado em 21 de novembro, no Memorial da Améri-ca Latina, na zona oeste paulistana. Promovido pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, o evento reuniu autoridades, formadores de opinião, gestores e profissionais de organizações não governamentais.

Daniel Guimarães e Rafael Bruno | Fotos: Vivian R. Ferreira

3o Congresso Brasileiro de Fundações

36 BOA VONTADE

Page 37: Revista Boa Vontade, edição 231

Fernando Henrique Gilberto Carvalho

A abertura do encontro ficou a cargo do renomado maestro e pianista João Carlos Martins, dedicado militante da área social, que regeu a orquestra da Fundação Bachiana Filarmônica, com a par-ticipação especial de ritmistas da escola de samba paulistana Vai-Vai e do jovem tenor Jean William, que solou a bela Melodia Sentimental, de Heitor Villa-Lobos.

As conferências trouxeram ex-planações aprofundadas sobre o presente e o futuro da sociedade civil organizada no Brasil, tema central das discussões ao longo do dia. Foram ministradas pelo ex-presidente da República dr. Fernando Henrique Cardoso; pelo ministro-chefe da Secretaria

Geral da Presidência da República, dr. Gilberto Carvalho; pelo dr. Eurípedes Sales, conselheiro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo; e pelo coordenador do Congresso, dr. Airton Grazzioli, promotor de Justiça do Ministério Público e curador de Fundações de São Paulo.

Durante sua palestra, o dr. Fer-nando Henrique Cardoso ressaltou a pluralidade característica dessa área no país. “Cada um escolhe o seu tema, a sua forma de ação, ou seja, o Terceiro Setor é, por definição, um espaço de liberdade e de diver-sidade”, afirmou. Por sua vez, o dr. Gilberto Carvalho explicou como está sendo organizada a discussão sobre a nova legislação do setor.

“Nós fizemos um seminário que reuniu entidades de toda a socie-dade civil, representantes em todo o país e, a partir do seminário e das reflexões, constituímos um grupo de trabalho que tem representantes do governo e da sociedade civil para iniciar esse processo”, explicou o representante do governo federal, em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

O dr. Eurípedes Sales recomen-dou às entidades presentes a adoção do método TQM (Total Quality Ma-nagement; em português: Gestão da Qualidade Total), para que elas se tornem mais eficientes. Segundo ele, essa metodologia foi respon-sável, por exemplo, na projeção do Japão entre as grandes economias mundiais. Nessa linha, conforme declarou à BOA VONTADE, a LBV se destaca como uma insti-tuição de referência: “Ela realizou, com um custo muito baixo, uma grande benfeitoria para o cidadão, para a comunidade, para a cidade, para o Brasil”.

Ao término das discussões, o dr. Airton Grazzioli fez um balanço do encontro. “Foi bastante pres-tigiado tanto com autoridades de expressão quanto com um público de fundações e entidades associa-tivas de interesse social. Mais de 1.200 pessoas discutindo temas de relevante magnitude, de forma que foi bastante positivo.”

Interesse nacionalAutoridades representativas

de importantes segmentos da sociedade prestigiaram o Con-gresso, demonstrando assim que o Terceiro Setor tem ocupado um

Airton GrazzioliEurípedes Sales

BOA VONTADE 37

Page 38: Revista Boa Vontade, edição 231

papel central na agenda do país. O trabalho social nascido no âmbito religioso, berço de inúmeras ins-tituições benemerentes, também se fez presente. O cardeal dom Claudio Hummes, prefeito eméri-to da Congregação para o Clero da Igreja Católica Apostólica Roma-na, comentou: “O Terceiro Setor é sempre muito importante, é a sociedade que se organiza, entre o Estado e os indivíduos, e presta serviços. O Estado, por sua vez, deveria sempre subsidiar essas organizações”.

O lama Gangchen Rinpoche, presente ao evento, afirmou: “As

organizações não go-vernamentais (...) são as mais importantes deste nosso século 21 para a sociedade. Nós estamos trabalhando

através da Fundação Lama Gang-chen por um trabalho de Paz no Brasil e também no mundo”. Na ocasião, o mestre budista tibetano lembrou a antiga amizade dele com o jornalista Paiva Netto. Um exemplar da manta representativa de sua tradição, oferecido como homenagem pelo sacerdote ao diretor-pre-sidente da LBV, encontra--se exposto no memorial do Templo da Boa Vonta-de, em Brasília/DF, como símbolo desse fraterno relacionamento.

Na esfera pública, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi re-presentado pela secretária de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania, dra. Eloisa de Sousa Arruda. Em entrevista, ela realçou

a crescente importância do traba-lho das fundações. Para ela, essas entidades se transformaram “em verdadeiras parceiras do Estado no enfrentamento das questões

relativas a direitos hu-manos, para dar resposta a importantes tarefas na área social”.

A vice-prefeita de São Paulo/SP, Alda Marco Antônio, chamou a aten-ção para o fato de o Con-gresso debater o novo marco regulatório, a nova legislação para o Terceiro Setor. “Este congresso vai dar novos parâmetros e vai aperfeiçoar o que já existe, (...) as regras de contratação e de trabalho conjunto”.

Na opinião da vereado-ra Edir Sales, o encontro serviu, também, para que a

Alda Marco Antônio

Eloisa de Sousa ArrudaLama Gangchen Rinpoche

Dom Claudio Hummes

Terceiro Setor

O maestro e pianista João Carlos Martins rege a orquestra da Fundação Bachiana Filarmônica durante o 3o Congresso Brasileiro de Fundações. A fundação é a realização de um sonho de um grupo de músicos e empresários brasileiros, entre eles o próprio maestro, com a finalidade de democratizar a música erudita. No destaque, o jovem tenor Jean William, que se apresentou no encontro, outro talento descoberto por João Carlos.

38 BOA VONTADE

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sociedade valorizasse ainda mais o Terceiro Setor, que, conforme res-saltou, “vem fazendo um trabalho maravilhoso, vibrante, imprescin-dível para a nossa cidade de São Paulo, para o nosso Estado, para o país”. Amiga de longa data da Le-gião da Boa Vontade, a parlamen-tar acrescentou: “Quero transmitir meu abraço ao presidente da LBV, Paiva Netto, e a toda a sua equi-pe. Meu carinho, minha gratidão, meu abraço a toda essa Instituição, tão importante e tão séria”.

Reflexão e aprofundamento

Parte da programação foi destinada aos painéis temáticos paralelos, com atividades em vários am-bientes do Memorial da América Latina, palco des-se Congresso Brasileiro de Fundações. O objetivo foi aprofundar as discussões sobre tópicos de relevância do Terceiro Setor, como: “A Lei da Filantropia — Debates para pro-posta de alteração legislativa”, “As Fundações de Apoio e perspectivas de regulação”, “As novas regras de contabilidade para o Terceiro Setor”, “As Fundações partidárias” e “Gestão e profissionalização nas entidades do Terceiro Setor”.

Um dos debatedores do painel que tratou sobre “O velamento das Fundações e fiscalização das Associações pelo MP”, o dr. José Eduardo Sabo Paes, procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios,

Lançamento literário

Após o 3o Congresso Brasileiro de Fundações e Entidades de Inte-resse Social, o promotor de Justiça dr. Airton Grazzioli lançou o livro Fundações Privadas — Das Rela-ções de Poder à Responsabilidade dos Dirigentes. A obra trata da regulamentação do Terceiro Setor e descreve os aspectos envolvidos no nascimento e até na eventual extinção de uma fundação pri-vada, explicando os direitos e deveres e as responsabilidades de seus administradores.

Na ocasião, o autor dedicou um exemplar da obra ao diretor--presidente da Legião da Boa Von-tade, com a seguinte mensagem: “Ofereço o presente estudo a José de Paiva Netto, com os meus cum-primentos e homenagens, além do reconhecimento pelo relevante serviço que tem prestado ao Ter-ceiro Setor. SP, NOV/2011, Airton Grazzioli”.

Sabo Paes

Ana Maria Garms

Edir Sales

avaliou positivamente a discussão acerca do tema. “Do nosso painel participaram promotores de Jus-tiça de 19 Estados da Federação, além de diversos integrantes da so-ciedade civil organizada no Brasil, e eles foram unânimes em dizer que nós precisamos aprimorar essa re-

gulação do Terceiro Setor, este velamento, inclusive para dar mais segurança jurídica às entidades”, observou.

O Congresso realizado pelo Ministério Público Paulista (MP–SP) contou com o apoio institucional da Fundação José de Paiva Netto e de outras 34 en-tidades.

O dr. Sabo Paes destacou o papel das parcerias no su-cesso do evento: “A minha avaliação [do Congresso] é totalmente positiva, gra-ças a um colega que se chama Airton Grazzioli, aqui de São Paulo, que con-ta com o apoio de diversos

parceiros e diversas instituições, in-clusive a LBV, que têm apoiado esse evento de forma muito substancial”.

Promotora de Justiça do Mi-nistério Público e curadora de Fundações de São Paulo e membro da comissão organizadora, a dra. Ana Maria de Castro Garms também comemorou: “O evento foi um sucesso graças ao interesse dos integrantes do Terceiro Setor, graças a Deus e à colaboração das fundações. Saíram ideias fantásticas... Eu achei que foi muito positivo”.

Page 40: Revista Boa Vontade, edição 231

SaúdeO tempo e os ossos

Natália Lombardi

40 BOA VONTADE

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A aposentada Benedicta Eva Saraiva, 77 anos, andava pelas ruas de Botafogo,

zona sul do Rio de Janeiro, quando sofreu uma queda e quebrou o colo do fêmur (quadril). Para a surpresa dela, não se tratava apenas de uma fratura, ela também apresentava quadro de osteoporose — descal-cificação progressiva da densidade óssea, também conhecida como ossos porosos ou ocos.

No Brasil, a silenciosa doença dos ossos atinge 10 milhões de pes-soas, principalmente as mulheres, a exemplo de dona Eva. “Após os 50 anos, são duas mulheres para cada homem com a doença. Precisamos lembrar que o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz são funda-mentais para que sejam evitadas fraturas osteoporóticas”, explica o ginecologista e obstetra Bruno Muzzi Camargos, presidente da Sociedade Brasileira de Densito-metria Clínica (SBDens). Para ele, a falta de conhecimento atrapalha essa detecção.

O que a maioria não sabe é que a osteoporose pode ser facilmente evitada. A cada ano são registrados 2,4 milhões de fraturas por fragili-dade; dessas ocorrências, 200 mil pessoas morrem um ano após as fraturas, enquanto 75% dos casos só são diagnosticados após a pri-meira fratura, quando a doença já está em estágio avançado.

A campanha Firme Forte — promovida pela SBDens em parce-ria com a Sociedade Brasileira de Osteoporose (Sobrao) e a Socieda-de Brasileira para o Estudo do Me-tabolismo Ósseo e Mineral (Sobe-mom), com o apoio do Ministério

da Saúde — busca conscientizar a população da importância dos exames preventivos entre os jovens e eliminar alguns mitos sobre a doença. Um deles, que poderia ter ajudado dona Eva, é o de que a osteoporose está associada apenas à Terceira Idade. Apesar da maior incidência entre as pessoas com mais de 50 anos, cuidados devem ser tomados mesmo na infância. Isso porque a massa óssea adquiri-da durante a juventude é que ditará a probabilidade de surgimento do problema em idade mais avançada.

Fatores de riscoA massa óssea do adulto (pico

de massa óssea) reflete o acúmulo de tecido ósseo durante o cresci-mento. Tende a chegar ao limite máximo em torno dos 20 anos de idade, podendo estender-se até os 30 anos. O dr. Bruno Muzzi insiste que não só a infância e a adoles-cência são importantes para o pico. “É importante a manutenção desse pico pelo maior tempo possível antes que a menopausa comece a atuar, espoliando a massa óssea. Por isso, quando a mulher faz 25 anos, não precisa entregar os pontos.”

O sedentarismo e a alimentação inadequada, aspectos comuns da vida moderna, oferecem riscos con-sideráveis à saúde do osso. Segundo o reumatologista Marcelo Pinheiro, coordenador do estudo “Brazos” (Brazilian Osteoporosis Study), o mais importante já produzido sobre o assunto no Brasil, feito em 150 municípios, os principais grupos de risco são as pessoas brancas, as magras, com um histórico familiar

2,4

200

75%

de fraturas

são registrados a cada ano em consequência da fragilidade

do osso

pessoas morrem um ano após as fraturas

dos casos de osteoporose só têm diagnóstico após a

primeira fratura

milhões

mil

de osteoporose, cálculo renal, os fumantes, os sedentários e os que possuem dietas pobres em cálcio ou vitamina D — na ausência dessa vitamina, de 10% a 15% do cálcio apenas é absorvido. “A gente pode

BOA VONTADE 41

Page 42: Revista Boa Vontade, edição 231

Saúde

1Dose diária (1.000mg)de alimentos ricos em cálciopode ajudar naprevenção da osteoporose:

3Cuidados com a alimentação:

1 copo de leite (300 mg)1 copo de iogurte (300 mg)2 fatias de queijo branco (300 mg)1 concha grande de feijão (50 mg)4 colheres e meia (sopa) de brócolis* (35 mg)3 colheres (sopa) de espinafre* (122 mg) 1 colher e meia (sopa) de couve refogada* (47 mg)

Fonte: SBDens* É importante observar que praticamente todos os vegetais possuem fitato, substância que impede a absorção de cálcio pelo organismo, portanto, é desaconselhável substituir totalmente o leite e derivados por verduras.

* A dose de consumo do sal recomendada varia de 4 a 6 gramas/dia.** O consumo do açúcar não deve ultrapassar 10% das calorias na dieta. Um adulto que consome 2.500 calorias/dia deve consumir até 250 cal/dia de açúcar.

Fonte: Fenapco (Federação Nacional de Associações de Pacientes e de Combate à Osteoporose).

2Para evitar perda de massa óssea,

especialistas aconselham:

Pratique exercícios (menos os que exijam torção da cintura e os treinamentos extenuantes)

Consuma o valor recomendado de cálcio (1.000 mg/dia)

Tome sol, sem filtro solar, de 10 a 15 minutos, nos horários recomendados (antes das 10h e depois das 16h)

Evite o tabagismo e o consumo de bebida alcoólicaModere na ingestão de sal e cafeína

Osso com osteoporose

Osso saudável

Cigarro

Café

O fumo interfere no processo de renovação das células ósseas e aumenta o risco de fraturas

O consumo exagerado pode acarretar a perda de cálcio do organismo.

ONDE: Café, alguns tipos de chá e refrigerantes

Esse mineral inibe a absorção do cálcio se for consumido em maior proporção.ONDE: Refrigerantes, carnes conservadas, queijos fortes, molhos industrializados, pães e massas de farinha branca.

Fósforo

Farinha de trigo

Dependendo do nível de consumo, pode até impedir a absorção de cálcio.ONDE: Pão, macarrão, farinha de trigo e arroz branco.

Açúcar

Tem o mesmo efeito que o sal, mas com uma ação indireta: o açúcar** provoca a eliminação de cobre, importante para a mineralização dos ossos.

Sal

O alto consumo de sal* provoca a perda de cálciopela urina

42 BOA VONTADE

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diminuir muitos fatores de risco. Atividade física é fundamental; parar de fumar e ingerir bebidas alcoólicas, por exemplo, terá um impacto direto no tecido ósseo”, afirma o médico.

Doença de mulher?Mais predisposta a desenvolver

a osteoporose, a mulher deve estar atenta às mudanças hormonais que ocorrem na menopausa, entre 40 e 50 anos, e causam o fim da ovula-ção e a diminuição do estrógeno, hormônio que ajuda a regular o depósito de cálcio nos ossos. A fi-xação do cálcio nos ossos tem forte influência do estrogênio, motivo pelo qual após a menopausa grande parte das mulheres passa a perder o cálcio dos ossos em maior velocida-de. Hoje, a osteoporose atinge 30% das mulheres acima dos 50 anos.

No entanto, engana-se quem pensa que a doença está restrita à população feminina. O reumato-logista faz um alerta: o descuido entre os homens pode favorecer um crescimento da doença, justamente por acharem eles que osteoporose é doença só de senhoras idosas. Estu-dos internacionais vêm apontando esse crescimento na população masculina e um risco de fraturas vertebrais agravado consideravel-mente com a ingestão de álcool, sobretudo no consumo a longo prazo. Segundo o estudo “Brazos”, o índice de incidência entre os homens não está tão distante: 20% deles já apresentam perda de den-sidade óssea considerada severa.

O trabalho de ginecologistas tem facilitado o diagnóstico precoce entre as mulheres, em geral, porque

sam, a densidade óssea inicial e a velocidade com que se vai perdendo o cálcio são fatores influenciados pelo estilo de vida. Uma mulher com alto risco de osteoporose teria bene-fícios em adotar uma alimentação mais rica em vegetais, por exemplo. Desse modo, perderia bem menos cálcio. É o caso das orientais, cuja taxa de osteoporose é baixíssima, apesar do pequeno consumo de cál-cio. Mas quando passam para uma dieta industrializada, muito rica em proteína, sua eliminação de cálcio pela urina aumenta, pois o organis-mo gasta muito cálcio para processar a proteína. E isso nada tem a ver com redução de estrogênio. Quanto antes houver mudança de hábitos, claro, será melhor. Porém, deve-se ter também cuidado com o excesso de cálcio no organismo. Equilíbrio é tudo!

são os primeiros a investigar a doen-ça. Todavia, o dr. Marcelo Pinheiro defende o mesmo procedimento para médicos de diferentes especia-lizações, “incluindo clínicos gerais, endocrinologistas, reumatologistas e ortopedistas, podendo, assim, com um diagnóstico precoce, diminuir em até 65% o risco de fraturas vertebrais e em até 70% as não vertebrais”.

O alerta sobre a osteoporose é necessário porque se trata de uma doença que pode levar à morte. Estudo da SBDens mostra que o risco de óbito para mulheres e ho-mens por complicações de fratura de quadril seria o mesmo que o de morrer de câncer de mama ou de próstata, respectivamente.

Alimentação ajudaAo contrário do que muitos pen-

(1) Pré-lançamento da campanha Firme Forte, em São Paulo/SP. (2) O aparelho de densitometria óssea permite diagnóstico mais preciso. O feixe de raios X atravessa o indivíduo e calcula a densidade de cada amostra. O tecido mole (gordura, água, músculos, órgãos viscerais) atenua a energia de forma diferente do tecido ósseo, permitindo a construção da imagem desejada.

1

2

BOA VONTADE 43

Page 44: Revista Boa Vontade, edição 231

1992. Dessa experiência, recordo um tema que muito me marcou à época, levantado pela Legião da Boa Vontade com a Campanha Gente também é bicho. Preserve a criança brasileira*².

Lendo o teor do documento da contribuição brasileira à Confe-rência Rio+20, que se realizará de 20 a 22 de junho de 2012, percebo a defesa, duas décadas depois, da mesma visão vanguardista da LBV, que se caracteriza por uma proposta de governança mundial para a conservação do meio ambiente focada na melhoria da qua-

da Amazônia

Clay

ton

Ferre

ira

Daniel Borges Nava*1

*¹ Geólogo e mestre em Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Amazô-nia. É professor coordenador do Programa Empresa Júnior da Faculdade La Salle Manaus, secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos do Amazonas e voluntário nas atividades da Legião da Boa Vontade.*2 Campanha Gente também é bicho. Preserve a criança brasileira — A iniciativa teve o objetivo principal de despertar os povos para a urgente ne-cessidade de investir no futuro do expoente maior da Natureza: a criança, de quem se espera a construção de um mundo melhor, a partir da Educação para a Paz e de uma mentalidade que privilegie a preservação ambiental. Lançada na Eco-92, no Rio de Janeiro/RJ, esta campanha, desenvolvida pela agência DPZ, ganhou o prêmio Leão de Ouro, no Festival de Cannes/França — 1993.

para a Rio+20

Um olhar

Ainda guardo as lembran-ças da minha participação na histórica Conferência de

Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, promovida no Rio de Janeiro/RJ, em

Daniel Borges Nava | Especial para a BOA VONTADE

Arqu

ivo B

V

Algumas das crianças atendidas pela

Instituição, na capital fluminense, abraçam

a Árvore da Vida durante a Rio-92,

uma grande lição de amor pelo planeta

a ser aprendida e praticada.

SustentabilidadeConservação do meio ambiente

44 BOA VONTADE

Page 45: Revista Boa Vontade, edição 231

lidade de vida. Teria por base o desenvolvimento sustentável inclusivo, uma economia verde e o desafio de erradicar a pobreza.

Certamente, quando anali-samos os processos e relações de vida na Amazônia, uma das conclusões a que podemos chegar é que o maior inimigo da con-servação desse bioma tem sido e continuará sendo a pobreza e sua imensa capacidade de destruição de valores.

Neste sentido, em diversas pa-lestras tenho levantado a seguinte questão: como podemos discutir serviços ambientais da floresta ou a importância de sua preservação, se ainda não conseguimos oferecer às populações amazônidas condi-ções mínimas de sobrevivência, de maneira que elas não tenham que, instintivamente, trocar uma árvore por um prato de comida?

Embora os relatórios da Co-missão Econômica para a Amé-rica Latina e o Caribe*³ (Cepal) indiquem nestas últimas duas décadas uma evolução dos as-pectos sociais em países latino-

*³ Cepal — La sostenibilidad del desarrollo a 20 años de La Cumbre para La Tierra: Avances, brechas y linea-mientos estratégicos para America Latina y El Ca-ribe. Santiago: CEPAL, 2011.

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-americanos e caribenhos (queda da pobreza extrema de 48% para 32%; aumento

do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 0,614 para 0,704; redução da população

sem acesso à energia, de 18% para 6%; entre outros), tais dados não podem mascarar uma realidade amazônica de enormes desafios à in-

clusão social e à superação da má distribuição de renda e das desigualdades territoriais.

Proteção socioambiental De certo, é que o Brasil tem

procurado fortalecer os investi-mentos em projetos de proteção socioambiental que, para a Ama-zônia, constituem-se em impor-tantes instrumentos de promoção de cidadania.

São visíveis os benefícios às populações dessa região com os programas Luz para Todos; Bol-sa Família; Minha Casa, Minha Vida; Brasil Sem Miséria; e Bolsa Verde. Este último, aliás, incen-tiva a melhoria da qualidade de vida das comunidades residentes em Unidades de Conservação, na forma de recompensa financeira pelo trabalho dessas pessoas como guardiãs das matas, preocupadas com a redução do desmatamento e com a manutenção dos serviços ambientais prestados pela floresta em pé.

Dimensionando o desafio do Brasil que será compartilhado na Rio+20, dados do Programa das Nações Unidas para o Desen-volvimento*4 (PNUD) apontam a existência de 16 milhões de

O país defenderá na Conferência Rio+20 temas e medidas importantes para o desenvolvimento sustentável inclusivo. Entre as propostas a serem apresentadas, nos campos social, econômico e ambiental, estão:

social — Erradicação da pobreza extrema, com um programa de segurança alimentar e nutricional que busque permitir o direito à alimentação. Acesso à saú-de. Valoração do trabalho, emprego e responsabilidade

social das empresas, conforme critérios estabelecidos pela Organização Internacional do Trabalho. Acesso à educação, com melhoria da qualidade de ensino. Equidade de gênero/empodera-mento das mulheres; promoção da igualdade racial. Consolidação dos direitos culturais como parte dos direitos humanos, o acesso à cultura, a garantia da diversidade cultural e o reconhecimento dos saberes dos povos originários e tradicionais. Equidade como princípio transversal às diversas relações globais e geracionais.

Econômico — Fortalecimento do papel do Estado como indutor e regulador do desenvolvimento. Estímulo à produção e ao consumo sustentáveis. Ampliação do uso de fontes renováveis e assegurar a oferta de energia

e o acesso a ela. Sustentabilidade das cidades e desen-volvimento urbano. Opção por sistemas de transportes susten-táveis. Fortalecimento da agropecuária e desenvolvimento rural. Promoção da inovação e acesso à tecnologia. Financiamento para o desenvolvimento sustentável. Gestão e fortalecimento da pesca e aquicultura. Valorização das florestas na economia dos países. Reforço do multilateralismo [contexto de cooperação e integração entre vários países que trabalham em conjunto sobre determinado tema] com participação da sociedade civil.

Ambiental — Desenvolvimento de ações de suporte às mudanças do clima. Conservação da biodiversidade. Acesso e uso sustentável da água. Gestão dos oceanos, mares e zonas costeiras.

Conheça a proposta brasileira

Sustentabilidade

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A Amazônia e seus contrastes têm desde já uma função peda-gógica e de inovação no debate mundial de temas relacionados à sustentabilidade, sobretudo nas discussões a partir de 20 de junho de 2012 com o encontro no Rio. Na complexidade dos aspectos econômicos, sociais, ambientais e culturais, nossa região, de ri-quezas naturais estratégicas para este milênio, posiciona-se como ponto central ao desenvolvimento *4 Fonte: www.pnud.org.br

brasileiros que vivem em extrema pobreza. O olhar diferenciado para regiões como a Amazônia e o Nordeste é condição sine qua non para que o país possa consolidar seu progresso social e econômico — no caminho do cumprimento até 2015 dos Objetivos de Desen-volvimento do Milênio, propostos pela ONU — e ao mesmo tempo reduzir o nível de desigualdades regionais, expresso pelo seu ainda elevado índice de Gini (que mede a desigualdade social): 0,538 (2009).

No cerne das propostas que o Brasil apresentará na Rio+20, destaco: a criação de um Pro-grama de Prote -ção Socioambiental Global, no sentido de que as pessoas tenham a quantidade e qualidade mínima de alimento, água e ambiente saudável; a cons-trução coletiva de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para orientar políticas públicas e institucionais de incentivo a com-portamentos mais sustentáveis; o acordo para um Pacto Global para a Produção e Consumo Sustentáveis; e o estabelecimento de uma Estrutura Institucional do Desenvolvimento Susten-tável, que promova a reforma e o fortalecimento do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), a partir de sua transformação em Conselho de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

de processos e ações sustentáveis.O compartilhamento das expe-

riências amazônicas deve alçar o nosso país à posição de protagonista de uma nova página na história da Humanidade. Isso porque, se muitas nações alcançaram o desenvolvi-mento à custa de seus recursos natu-rais, o Brasil propõe a construção de novo paradigma, no qual a dimen-são humana não seja esquecida e a solidariedade, efetivamente, rime com sustentabilidade.

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Desenvolvimentoe preservação

Responsabilidade social de-manda comprometimento do ser humano nas ações

pessoais e de forma coletiva, em especial se estão representadas

Elvira Trindade | Fotos: Divulgação

marcas, ideias ou nações. Com atuação pautada no conceito de desenvolvimento sustentável, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) tem se mostrado

exemplo de empresa que busca promover em suas atividades a educação ambiental.

Maior companhia integrada do setor de energia elétrica do Brasil,

Responsabilidade SocialComprometimento pessoal e coletivo

Administrada pela Cemig, a Usina Hidrelétrica de Três Marias, localizada na região central de Minas Gerais, trabalha para minimizar os impactos ambientais gerados por seu reservatório.

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Cemig faz soltura de peixes nas bacias hidrográficas onde atua e recebe apoio

de comunidades ribeirinhas

Segundo afirmou o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, por essa e outras ações a empresa tornou-se referência no desenvolvimento com práticas sustentáveis. “Conseguimos esse reconhecimento por sermos uma empresa comprometida com os princípios de responsabilida-de socioambiental, além da solidez econômico-financeira e excelência técnica.”

Lançado em 2007, o pro-grama Peixe Vivo trabalha em três frentes: conservação da ictiofauna (o conjunto de peixes de um ambiente ou região) e bacias hidrográficas, produção de conhecimento científico e envolvimento da comunidade nas atividades previstas. Para Djalma Bastos, a proposta é “um grande desafio para a empresa, com 49 usinas hidrelétricas em Minas Gerais, localizadas em sete bacias hidrográficas, que possuem área total de quase 1.230 km²”.

Renovando as espécies A Cemig cria em cativeiro

alevinos para recompor a popula-ção de peixes importantes para o ecossistema da região, a exemplo de algumas espécies ameaçadas de extinção. Denominada de peixamento, a soltura de peixes alevinos e juvenis incentiva a educação ambiental e, por isso, conta com a participação de crianças. A temporada de peixa-mentos neste ano, em dezenas de municípios mineiros, também foi acompanhada por autoridades e representantes de comunidades locais, como forma de sensibili-

zar as pessoas acerca da impor-tância da preservação do meio ambiente. O repovoamento das espécies ocorre preferencialmen-te na época da desova, em que, por exemplo, dourados e pintados migram para se reproduzir e são afetados pelo barramento das usinas, que se tornam obstáculos para os cardumes.

A busca e a aquisição do conhe-cimento científico necessário à rea-lização do programa foram possí-veis a partir da parceria com centros de pesquisa e universidades. O con-teúdo produzido sobre a fisiologia e o comportamento de espécies da ictiofauna nativa é compartilhado com o meio acadêmico, empresas do setor elétrico e a sociedade. No momento, a Cemig está construindo o Centro de Excelência em Ictiolo-gia de Volta Grande, no Triângulo

a Cemig trabalha para minimizar impactos ambientais gerados por seus reservatórios. Para isso, en-tre outras medidas, desenvolve a reintegração de peixes nas bacias hidrográficas onde opera: no sul de Minas Gerais, no Triângulo Minei-ro, no Alto Paranaíba, no norte de Minas, no Vale do Jequitinhonha e no Campo das Vertentes. Por conta dessa iniciativa, a empresa foi a vencedora do 4o Prêmio Brasil de Meio Ambiente na categoria “Melhor Trabalho de Preservação em Fauna e Flora”.

(1) Crianças da cidade de Três Marias/MG participam da soltura

de peixes. (2) Equipe da Cemig em tanque de criação.

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Mineiro, que deverá tornar-se refe-rência nacional em pesquisas sobre a ictiofauna e na gestão de recursos pesqueiros.

Segundo o presidente da Ce-mig, a iniciativa provocou mudan-ças muito positivas no comporta-mento das comunidades. Ele cita o exemplo do trabalho realizado na Usina de Três Marias (localizada no lago formado pelo represamento do rio São Francisco), envolvendo empresa, pescadores, ribeirinhos, rádios locais e Defesa Civil, uni-dos em um verdadeiro mutirão em favor do meio ambiente. “A

Sobre a CemigA Companhia Energética de

Minas Gerais, a maior empresa integrada do setor de energia elétrica do Brasil, atende cerca de 30 milhões de pessoas nos Esta-dos de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Além da geração, trans-missão e distribuição de energia elétrica, atua nos segmentos de gás natural e telecomunicações.

parceria consiste na criação de um canal de comunicação que mantém a população informada sobre as alterações consideráveis na vazão do rio São Francisco. Os pescado-res, localizados estrategicamente ao longo do rio, são alertados com a antecedência necessária, para que possam comunicar aos demais moradores da região e evitar prejuízos. Do outro lado, os pescadores também contribuem, avisando os operadores da usina sobre a movimentação de cardu-mes, o que auxilia no planejamento das manobras operativas para evi-

tar riscos à ictiofauna”, explicou Djalma Bastos.

O programa Peixe Vivo também beneficia alunos da rede pública de Três Marias/MG, com o projeto Versol, que oferece oficinas profis-sionalizantes, além de aulas de edu-cação ambiental e esportes náuticos. Essa ação gerou oportunidades com a prática desportiva na região — que hoje se prepara para receber o 38o Campeonato Brasileiro de Vela da Classe Laser — e favoreceu o turismo que se faz de forma sus-tentável, criando assim um modelo de exploração de reservatórios e de geração de renda.

Um exemplo bem-sucedido de participação da comunidade é o Informativo Peixe Vivo. Veicula-do em uma rádio também de Três Marias, conta atualmente com a ajuda de pescadores na pauta e na produção de boletins e reportagens.

Portanto, quando empresa e comunidade reconhecem o próprio potencial para trabalhar em conjun-to pelo desenvolvimento sustentá-vel, responsabilidade social deixa de ser meramente um dispositivo de lei e torna-se um gesto natural de cidadania.

A comunidade local participa de oficinas

profissionalizantes na Usina de Três Marias

Aluno da rede pública de ensino de Três Marias tem aula de esportes náuticos no reservatório da usina local

Responsabilidade Social

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Durante as comemorações do 22o aniversário do Templo da Boa Vontade (21/10),

dos 66 anos da Organização das Nações Unidas (24/10) e dos 25 anos da LBV dos Estados Unidos (30/10) foi realizado um seminário sobre Educação com Espiritua-lidade em Nova York (EUA). O encontro, organizado pela Legion of Good Will (LBV dos EUA) e pela entidade americana Aquarian Age Community, ocorreu na sede da Comissão Internacional de Justiça Social do Exército de Salvação, entre os dias 20 e 28 de outubro, e integrou o calendário de atividades da Semana da Espiritualidade na ONU, em Nova York.

No painel do dia 27, foi discutido o tema “Desenvolvendo o Cidadão Global por uma Sociedade Susten-

tável: Por que a dimensão espiritual é componente essencial da Educa-ção no século 21?”. Na ocasião, o representante da LBV nas Nações Unidas, Danilo Parmegiani, abriu os trabalhos trazendo à mesa de debates o tópico “Educação com Es-piritualidade Ecumênica: uma visão além do intelecto”. “É uma quebra de paradigmas dentro das dis-cussões das políticas internacionais no ambiente da ONU”, afirmou ele.

A palestra destacou os resultados alcançados com a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumêni-co, preconizadas pelo educador Paiva Netto e aplicadas com sucesso nas escolas e unidades socioassistenciais da Instituição em países da América Latina, nos EUA e em Portugal.

No intuito de ampliar os resulta-dos esperados pelas políticas inter-

nacionais, esse trabalho propõe um paradigma novo e mais abrangente nas discussões dos desafios globais constantes na agenda da ONU.

A Semana da Espiritualidade constitui um movimento anual, iniciado em 2007 pela LBV em con-junto com outras instituições interna-cionais com relações consultivas na ONU, todas integrantes do Comitê de Espiritualidade, Valores e Inte-resses Globais das Nações Unidas. O objetivo é contribuir para um debate aberto e prático sobre o papel da Espiritualidade no desenvolvimento global, bandeira esta defendida pela Legião da Boa Vontade desde suas origens, na década de 1940. Com isso, a cada ano, seminários e even-tos sobre o tema têm atraído mais a atenção de autoridades mundiais para o assunto.

LBV coorganiza seminário sobre Educação com Espiritualidade em NY

Da esquerda para a direita, os palestrantes do seminário: o embaixador Lhatu Wangshuck, representante permanente do Butão nas Nações Unidas; Ida Urso, presidente da Aquarian Age Community (entidade coorganizadora do seminário, com a LBV); dr. William Yotive, diretor do Projeto das Nações Unidas CyberSchoolBus; dr. John Wulsin, professor da escola Green Meadow Waldorf, de Nova York; e Danilo Parmegiani, representante da LBV nas Nações Unidas.

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LBV na ONU

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Espiritualidade Ecumênica22 anos do Templo da Paz

Na comemoração dos 22 anos do Templo da Boa Vontade, o dirigente da LBV convida a Humanidade a vivenciar o ideal

de Jesus, o Cristo Ecumênico.

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Paiva Netto comanda a sessão solene do aniversário do Templo da Paz. Durante o evento, o público superlotou o Conjunto Ecumênico da Legião da Boa Vontade, acompanhando, com entusiasmo e emoção, as palavras do fundador do TBV.

e liberdade

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Ecumenismo

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N o aniversário de 22 anos do Templo da Boa Vontade, completados em 21 de outubro, o mo-numento consolidou-se ainda mais como símbolo

do Ecumenismo, por acolher a todos sem distinção e confraternizar seres terrestres e espirituais. Nesse espaço, a atmosfera ecumênica de concórdia convida a todos os credos religiosos, etnias, ideologias, e mesmo os descren-tes, ateus e materialistas.

Para comemorar a data, no dia 22 de outubro, o fun-dador do Templo da Paz, José de Paiva Netto, comandou a sessão solene. A cerimônia foi o ápice da programação festiva do “Outubro no TBV”, que incluiu uma série de eventos artísticos e culturais (realizados entre 30/9 e 31/10) para celebrar o aniversário do monumento.

No pronunciamento, de improviso, o diretor-presiden-te da LBV emocionou milhares de peregrinos que foram a Brasília/DF, vindos de todo o Brasil e do exterior, para participar da solenidade na Pirâmide de Sete Faces. A exemplo da ampla Nave do TBV, os demais ambientes ficaram superlotados.

A palavra de Paiva Netto — transmitida para o mun-do inteiro, via satélite, pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio e internet) — teve grande au-diência, com repercussão em muitas partes do planeta. A

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A Escolha UrgenteAlziro Zarur

Disse Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores: não podeis servir a Deus e a Mamon”.

Evangelho segundo Mateus, 6:24.

Tempos de treva, de pecado e injúria,Tempos do mal e de ignomínias vis,Agora é inútil toda a vossa fúria,Porque minha alma é de Jesus, que a quis.

Todas as quedas, toda a vã luxúria,De Satanás as tentações sutis — Tudo passou... Porque hoje sou feliz,Vivendo a vida sem temor e incúria.

Bendito sejas Tu, Deus dos eleitos,Que em Teu Amor nos fazes tão perfeitos,Invulneráveis nesta vida insana!

Soldado Teu, Alfa e Ômega de tudo,Hei de lutar, visando, sobretudo,À regeneração da raça humana!...

Alziro Zarur (1914-1979)

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mensagem fraterna, acompanhada em tempo real por internautas da Bélgica, da Bolívia, dos Estados Unidos, da Argentina, do Paraguai, do Uruguai e de Portugal, entre outros países, foi alvo de nume-rosas manifestações de apreço e gratidão.

Para introduzir suas reflexões, o dirigente da Instituição declamou o soneto A Escolha Urgente (boxe na página anterior), de autoria do jornalista, radialista e poeta Alziro Zarur (1914-1979), fundador da Legião da Boa Vontade, que o compôs firmado no contundente trecho do Evangelho do Divino Mestre segundo Mateus, 6:24: “Ninguém pode servir a dois se-nhores (...). Não podeis servir a Deus e a Mamon”.

Em seu discurso, o líder da LBV afirmou: “Há muito progresso tec-nológico, mas o grande avanço

A mensagem do fundador do Templo da Paz emocionou milhares de peregrinos que foram ao Conjunto Ecumênico da LBV. O monumento ficou superlotado, como se pode ver (1 e 2) na ampla Nave do TBV (2 e 3) e nos demais ambientes. Igual sentimento foi vivenciado pelos que acompanharam as palavras de Paiva Netto, via satélite, pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio e internet). A transmissão teve grande audiência, com repercussão em muitas partes do planeta, a exemplo da (5) Bélgica, (6) dos EUA, (7) da Argentina e de (8) Portugal.

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maiores do Etéreo. Assim, nessa integração com Ele, as benesses aguardadas pelas Legiões de Cima, do Alto, bem alto, e as da Terra encontrarão o porto augusto para os tempos atuais, que convidam à reflexão”.

A questão do sexo foi outro assunto analisado pelo prisma do Mundo Espiritual. O dirigente da LBV trouxe relevantes apontamen-tos do Espírito Irmão Flexa Dou-rada, também pela mediunidade de Chico Periotto: “Grande parte da população está se prejudicando com tanto abuso sexual. Como é que pode não ter Armagedom? Ora, a Humanidade quer isso, o flagelo, pede isso, abusa perante a paciência de Deus (...)”.

Para o Espírito Irmão Fle-xa Dourada, esclarecer sobre a conduta da sexualidade com equilíbrio, mostrando as impli-cações das escolhas erradas para o corpo e, principalmente, para o Espírito, é matéria fundamental a ser discutida com os jovens. “Porque é muito fácil escorregar neste mundo, é muito fácil partir para a fornicação. Então, todo mundo tem de estar com a cabeça muito bem, trabalhando certo. O trabalho ajuda para que o sexo na hora certa aconteça e não traga maiores consequências.” E revela: “Aqui em Cima existe algo em que na Terra às vezes não se pensa muito: tudo é por sintonia. Então, não tem como esconder vibração, porque é como um ímã. O Espírito vai para a região onde está ligado, é a questão da sinto-nia. Se ele está ligado ao sexo sem controle, ao abuso, ele vai para

ainda por acontecer é o progresso dentro da ética do Cristo. É esse o desenvolvimento que nos levará à li-bertação. Do contrário, os aparelhos tecnológicos mais modernos poderão ser usados para a nossa gradativa ruína. E vejam que não sou fatalista. Acredito que sempre há uma solução boa quando existe real Boa Vontade”.

Destacou a relevância do Man-damento Novo do Cristo — “Amai--vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evange-lho de Jesus segundo João, 13:34 e 35) —, básico para o desenvol-vimento moral e espiritual do ser humano. “Quando nos amarmos como Ele nos amou, estaremos aprendendo a Ciência de Deus, a Política de Deus, a Religião de Deus, tudo o que se refere ao Cria-dor. Mas o Deus que é Bondade, não aquele que mata, que lança religiões contra religiões, povos contra povos... Esse deus é o deus

do ódio. O que exaltamos aqui é o Deus que é Amor!”

Nessa mesma linha de raciocí-nio, Paiva Netto tratou de assuntos importantes, referentes ao com-portamento humano.

Conforme enfatizou, ao ler mensagem do Irmão Espiritual dr. Bezerra de Menezes (1831-1900), na psicografia do Cristão do Novo Mandamento Chico Periotto: “A singela contribuição dos seres espi-rituais, eles, os nossos (bons)Amigos da Humanidade de Cima, atuantes na vida de cada Espírito encarna-do, se resume na missão de zelar e orientar os passos definitivos na es-trada segura que leva à Vida Eterna, local de paz e imensa harmonia aos que prezam pelo comportamento digno e honrado no planeta Terra”.

O Médico dos Pobres, como também ficou conhecido, comple-tou: “Sintonia com Deus, Pai Celes-tial, Fonte da Vida e da Renovação, recomendam os excelsos dos planos

Durante a 36a Festa dos Casais Legionários, na manhã de 22 de outubro, na Nave do TBV, a ênfase foi a união das famílias no Amor Fraterno do Cristo Ecumênico. Essa harmonia no lar é decisiva para a verdadeira Paz que a Humanidade necessita, a exemplo do que relata a mensagem do Irmão dr. Bezerra de Menezes, publicada no ensaio literário Evangelho do Sexo, de autoria do escritor Paiva Netto: “Só poderemos fortalecer o mundo se fizermos o mesmo com a união conjugal, familiar. Não existe Humanidade firme ou segura se a família não estiver totalmente preservada”.

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onde? Para regiões onde está ligado àquilo. Se o Espírito está ligado ao vampirismo, deixando as forças inferiores sugarem suas energias pelo mau uso delas, ele vai para essas regiões de obses-sores que existem caracterizadas nos umbrais. Agora, se ele está li-gado nas causas maiores da Vida, da elevação do ser humano, ele é automaticamente puxado para as regiões elevadas. Ele vai, sem saber ele vai para lá, porque isso é lei da atração espiritual, é uma das leis mais fortes do Mundo da Verdade”.

Por fim, conclamou o Irmão Flexa Dourada: “Droga, aborto e sexo, esses são os três temas que a própria juventude não pode deixar de abordar. (...) Isso está dominan-do todos os que os estão usando para o mal. Então, vamos falar as teses da Religião de Deus, que são as mais importantes”.

Na oportunidade, Paiva Netto pediu atenção especial dos jovens, rememorando palavras suas pro-feridas em 21 de outubro de 2006, nas comemorações dos 17 anos do Templo da Boa Vontade. “Quando estabeleci o Instituto de Educação da LBV reuni-me com o corpo docente e comentei: Estamos no mundo, e para mim não há assun-to tabu. Vamos estabelecer aulas

Para relembrar a história de um idealNas festividades do Templo da Boa Vontade, a Galeria de Arte

do monumento recebeu a Mostra Cultural e Artística “Juventude: 50 anos de Boa Vontade”, como parte das comemorações dos 55 anos de trabalho de José de Paiva Netto na LBV. Na exposição, o público teve a oportunidade de conhecer a história, a luta e as realizações de um dos mais tradicionais movimentos de protagonismo juvenil: a Juventude Ecumênica Militante da Boa Vontade de Deus.

O visitante pôde saber mais a respeito das ações socioeducati-vas, artísticas e culturais promovidas pelos jovens da Instituição, sempre em defesa da Vida, da justiça social e do meio ambiente, e especificamente contra as drogas, o aborto e o preconceito. Mo-bilização e ideal que se mantêm vivos desde setembro de 1961, quando Paiva Netto recebeu a missão de conduzir o Departamento Infantojuvenil da LBV, cuja criação ele mesmo propusera ao saudoso fundador da Obra, Alziro Zarur (1914-1979), que prontamente oficializou o movimento.

Para retratar momentos marcantes dessa militância, um painel com cerca de dez metros de comprimento reproduziu material infor-mativo em plataforma multimídia (texto, áudio, vídeo, fotografia etc.).

Além de registrar o passeio com fotos, os visitantes também puderam interagir nas redes sociais, compartilhando as impressões do evento. “Apesar de ter sido uma exposição que veio trazer me-mória de 50 anos dessa Militância Jovem, o peregrino pôde repercutir na internet sua visita, na hora em que estava na exposição. Foi uma inovação em relação aos outros anos”, explicou João Periotto, jovem militante da Boa Vontade de Deus, que participou da organização da mostra.

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*Refere-se ao Instituto de Educação da LBV, localizado em São Paulo/SP (Av. Rudge, 700, Bom Retiro — tel.: (11) 3225-4500). Em 25 de janeiro de 1986, foi inaugurada inicialmente a Supercreche Jesus. O Insti-tuto oferece atendimento diário para milha-res de alunos em situação de risco social — entre crianças, adolescentes e adultos — matriculados no berçário, educação in-fantil, ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

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Pela Vida e contra os vícios

Com o objetivo de defender a Vida, o dirigente da LBV convocou o público a reagir ante a aconteci-mentos que merecem consideração especial. “Outro problema é o do álcool e da droga. Está deixando o Brasil sob grande preocupação e prejuízo. Está tomando conta até mesmo do interior do país. A ques-tão do crack, por exemplo, é muito séria. É hora de todos unirem-se e agirem”, convocou.

Segundo dados do estudo “Global Status Report on Alco-

hol and Health” (Relatório Global da Situação sobre Álcool e Saúde), divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no início deste ano, 2,5 milhões de pessoas morrem anual-mente em decorrência do consumo de álcool — número superior ao de mortes causadas pela

aids, pela tuberculose ou por vio-lência física.

O dirigente da LBV ainda pediu a mobilização da socie-dade para a solução de um grave problema: a imprudência e a vio-lência no trânsito. Lembrou que muitos acidentes são causados por embriaguez e que, infeliz-mente, os casos com esse perfil têm crescido. Paiva Netto acres-centou, além de conscientização, a importância da austeridade nas leis (ao lado de outras medidas) a fim de coibir a irresponsabi-lidade de dirigir alcoolizado. “Mas isso só mudará quando as mulheres decidirem que deve acabar. É na firmeza delas que isso se resolve”, afirmou. E completou: “Foi o caso da li-beriana Leymah Gbowee, que dividiu o Prêmio Nobel da Paz, de 2011, com a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, e a ativista do Iêmen Tawakkul Karman. Leymah lançou, em

sobre sexo. Porém, não quero aqui professores de mecânica sexual, mas, sim, de educação sexual, que sejam pessoas acima de tudo equilibradas. Não só passamos a existir porque papai e mamãe foram para a cama, foram para aqui, foram para ali, todavia, por termos primeiro nascido em Deus.”

Para ele, “o domínio do sexo na Terra está ficando incontrolável. (...) O comércio sexual não respeita nem as crianças, elas têm de ser alertadas”.

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Espiritualidade Ecumênica

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2002, uma guerra de sexo, uma greve. Essa iniciativa levou as liberianas de todas as confissões religiosas a negar sexo aos ma-ridos, até que cessassem os com-bates na segunda guerra civil na Libéria. (...) A ação iniciada por aquela notável mulher forçou o entendimento entre os rebeldes e a situação.”

Outro exemplo da força fe-minina, citado pelo fundador do Templo da Paz, foi a própria cons-trução do monumento. “Como é que levantei o Templo da Boa Vontade? Com a ajuda das mu-lheres. Fui falar com elas durante Congresso da LBV, na cidade de Belo Horizonte/MG, em maio de 1985.” Ao término do encontro, transmitido em rede internacional de 600 emissoras, a ajuda come-çou a chegar de todas as partes para viabilizar a construção do TBV. O projeto se tornou reali-dade quatro anos e cinco meses depois, em 1989.

Unir a Humanidade da Terra à do Céu

Perto de encerrar sua preleção, após a prece, o dirigente da LBV convidou os presentes a fazer es-colhas pela vida saudável (tanto para o corpo quanto para o Espí-rito), partindo do bom pensamen-to, integrado na Espiritualidade Ecumênica. Desejando que todos recebessem as bênçãos de Jesus, concluiu sua mensagem bradando o cântico dos Anjos da Milícia Celeste ao anunciar o nascimento do Cristo: “Glória a Deus nas Al-turas, e Paz na Terra aos Homens (e Mulheres, Jovens, Crianças e Espíritos) da Boa Vontade (de Deus)”. E complementou: “Dizia o Irmão Zarur, também, que ‘o segredo do governo dos povos é unir a Humanidade da Terra à Humanidade do Céu’. Quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir está percebendo que estamos fa-zendo isso”.

Ao som da sua música Prece

para ter Tranquilidade, selou as comemorações dos 22 anos do Templo da Boa Vontade, em meio às saudações e ao carinho dos pre-sentes que superlotavam o local.

“Outubro no TBV”Cerimônias ecumênicas e apre-

sentações musicais, culturais e artísticas foram alguns dos eventos comemorativos do 22º aniversário do TBV. No dia 21, o Plenário José de Paiva Netto, no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi da LBV), foi palco das duas sessões do “Espetáculo Música Legionária — Ideal e Militância”. O show, que contou com vários recursos técnicos e incluiu ritmos como pop, rock, hip hop, tango e sertanejo, teve a participação de solistas e coros de diversas regiões do Brasil, os quais expressaram, por meio da arte, o espírito solidário que identifica o trabalho da militância no Bem. As apresentações musicais encontraram-se com outras lin-

O “Espetáculo Música Legionária — Ideal e Militância” contou com vários recursos e técnicas. As duas sessões ficaram superlotadas, com o público emocionado e vibrante, interagindo com os corais. A plateia pediu bis.

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guagens da arte — dança, teatro e peças em multimídia —, retratando situações vividas por Jesus e Seu impacto renovador sobre aqueles que receberam Sua mensagem.

Ato Ecumênico Nesse dia, também ocor-

reu na Nave do Templo da Boa Vontade Ato Ecumêni-co, que reuniu representantes de diversas crenças religio-sas e da sociedade civil. A cerimônia, que celebrou o Dia do Ecumenismo, criado especialmente para homena-gear a Pirâmide das Almas Benditas, foi também acompanhada de perto por peregrinos procedentes de várias partes do Brasil e do exterior. O ideal universalista de Paz e Solidariedade, propagado pelo monumento desde sua fundação, norteou todo o encon-

tro. Após a abertura, com a Prece Ecu-mênica do Pai-Nosso, ensinada por Jesus, os representantes foram con-vidados a percorrer com as crianças ali presentes a espiral, simbolizando

assim o fim da intolerância, onde quer que exista.

Na cobertura da ceri-mônia, a Super Rede Boa Vontade de Rádio acom-panhou cada etapa do Ato Ecumênico e entrevistou

os convidados. A representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Marga Janete Ströher, discorreu sobre a im-portância do entendimento para a construção de uma sociedade mais justa e solidária: “As reli giões precisam se unir, porque elas têm esse potencial de promover a Paz e, quanto mais elas se unirem,

menos intolerância, mais respeito aos direitos humanos a gente vai ter no nosso cotidiano”.

Em carta encaminhada ao fun-dador do TBV, o diretor da Oomoto Internacional, Shigeki Maeda, também se manifestou: “Caro e estimado irmão, senhor Paiva Netto, de cora-ção, expresso minhas felicitações pelo ani-versário de 22 anos da construção da Pirâmide [da LBV]. Com grande emoção, ouvi as palavras de sau-dação do seu filho por ocasião da reunião ecumênica. Vejo que o seu grande esforço durante um longo tempo floresce e dá belos frutos. Al-mejando que seu trabalho siga sendo repleto de realizações, cordialmente, eu o parabenizo e o saúdo”.

Marga Ströher Shigeki Maeda

(1) Representantes de várias áreas do saber humano posam ao fim do Ato Ecumênico. (2) Na oportunidade, todos os convidados realizaram a caminhada pela espiral do TBV ao lado de Soldadinhos de Deus, como são chamadas as crianças nas Instituições da Boa Vontade, simbolizando a Paz e o futuro no presente. (3) O público prestigia o evento.

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Espiritualidade Ecumênica

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A cidade do Rio de Janeiro/RJ recebeu, nos dias 19, 20 e 21 de outubro, a 39a edição da Feira das Américas — Congresso da ABAV (Associação Brasileira de Agên-cias de Viagens). Direcionado a um público qualificado, que busca novidades e oportunidades de ne-gócio no setor de turismo, o evento apresentou produtos, serviços e destinos de expositores de todas as partes do mundo. Corredores com dezenas de estandes mostraram atrativos dos principais pontos turísticos do Brasil, entre eles o Templo da Boa Vontade, destaque no estande da Secretaria de Turis-mo do Distrito Federal (Setur–DF).

Por meio de uma réplica de menores dimensões do TBV, o monumento mais visitado de Bra-sília, segundo dados da Setur–DF,

Feira das Américas destaca o TBVo visitante pôde conhecer detalhes e experimentar sensações pareci-das com as que os peregrinos vi-venciam ao percorrer o Templo da Paz. De acordo com a Secretaria, a escolha do monumento deveu-se ao fato de que nesse mesmo local estão reunidos aspectos que defi-nem a própria cidade e os brasi-lienses: Espiritualidade, bem-estar e arquitetura bela e moderna.

Para o secretário de Turismo do Distrito Federal, Luis Otávio Neves, há motivos de sobra para eleger o TBV como representante da capital federal. “Em Brasília, os turistas procuram muito o Templo da Boa Vontade pela sua magia. Temos também como atra-tivo o fato de ele ser ecumênico. A Nave traz uma simbologia grande para a cidade, que é mística por

natureza. Por isso, o Templo da LBV representa tão bem a cida-de.”

Admirador do trabalho solidário que a LBV realiza há mais de seis décadas, o secretário afirmou: “Te-nho de agradecer à Legião da Boa Vontade por propiciar a Brasília um espaço tão maravilhoso. Convido a todos para que venham conhecer o Templo. É um local completo, muito bem aproveitado. É um presente que a cidade tem. Agradeço ao José de Paiva Netto por ter escolhido Bra-sília para ter um Templo tão belo”.

A Feira das Américas contou neste ano com a presença do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade da capital fluminense, que participou, a convite da Se-tur–DF, da programação cultural do evento.

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es (1) Réplica do TBV, a Pirâmide de Sete Faces, no estande da Setur–DF na Feira das Américas. (2) Neste ano, o evento contou com a presença do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade da capital fluminense.

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Paulo Kramer*, jornalista e cientista político.

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* É professor licenciado do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) e assessor parlamentar.

A votação do Projeto de Lei Or-çamentária Anual (PLOA) é o processo pelo qual a socieda-

de brasileira, por intermédio dos seus representantes no Congresso Nacional, define as prioridades de utilização dos recursos públicos oriundos de impostos, contribui-ções e taxas que você, eu, todos nós pagamos.

Acima, as palavras-chave são representantes e prioridades. No primeiro caso, desde que os vassalos do rei inglês João Sem Terra, em plena Idade Média (1215), obrigaram o monarca a aceitar a Magna Carta, do-cumento que impôs limites ao poder real, a tradição política ocidental consagra o princípio de que nenhum tributo ou gasto público será considerado legítimo e legal se antes não tiver recebi-do a aprovação da representação política eleita pelos cidadãos para compor o Parlamento.

Processo orçamentárioNo segundo caso, fica mais fácil

compreender o processo orçamen-tário federal (ou estadual, ou ainda

Orçamento2012

Paulo Kramer | Especial para a BOA VONTADE

Congresso em pautaAplicação de recursos públicos

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municipal) quando pensamos nas decisões que pais de família e do-nas de casa precisam tomar a fim de equilibrar as receitas provenientes dos salários com as despesas do-mésticas: alimentação, escola dos filhos, o que deve ser gasto agora, quanto pode ser poupado para o futuro, contas de luz, telefone, e assim por diante. Da mesma forma é o Orçamento da União (composto de orçamentos de investimentos das empresas estatais, fiscal e da seguridade social), que define quanto será arrecadado com impos-tos e outras receitas para cobrir os gastos com pagamento de funcio-nários, benefícios previdenciários, juros da dívida pública etc., bem como garantir o investimento em pavimentação de estradas, segu-rança, escolas, hospitais e outras escolhas de interesse coletivo.

A Constituição Federal de 1988 encarrega o Poder Executivo de tomar a iniciativa de elaboração das leis orçamentárias. Com in-formações sobre as necessidades de verbas de todos os órgãos da Administração Pública Federal, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão (MPOG) começam, no primeiro semestre de cada ano, a preparar o orçamento seguinte. Até 15 de abril, a Presidência da República precisa enviar ao Congresso o pro-jeto da Lei de Diretrizes Orçamen-tárias (LDO), que estabelece as prioridades de gastos no próximo exercício e outras orientações para a elaboração da lei orçamentária anual. Cumpre à Casa apreciar e votar a LDO até o dia 17 de julho.

Na sequência, o Executivo tem até 31 de agosto para encaminhar o PLOA ao Congresso, e este, por sua vez, até 22 de dezembro para deliberar sobre o projeto.

Antes que todos os senadores e deputados tomem essa decisão, o grupo formado pelos seus colegas que integram a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) examina o PLOA e seleciona as emendas apresentadas pelo conjunto dos congressistas com a finalidade de redirecionar parte dos recursos constantes da proposta orçamen-tária do Executivo para regiões e atividades do interesse de suas bases eleitorais.

Além das emendas individuais, as regras preveem a apresentação das “emendas de bancada” — de autoria coletiva dos representantes de cada unidade da Federação — e das “emendas de comissão” — de acordo com as competências temá-ticas das comissões permanentes do Senado e da Câmara.

João Sem Terra (John “Lackland”) ou João I da Inglaterra (1166-1216), quinto filho de Henrique II, fez um governo precário, com perdas econômicas para a família real e o Estado, além de conflitos com a Igreja Católica. A pressão de senhores feudais e de influentes famílias da burguesia levou o rei a assinar, em 15 de junho de 1215, a chamada Magna Carta. Marco do início da monarquia constitucional na Inglaterra, o documento foi o primeiro em toda a história da Humanidade a impor limites aos poderes de um monarca absolutista.

Participação popular

Para o exercício de 2012, a CMO é presidida pelo senador paraibano Vital do Rêgo ([email protected], tel.: (61) 3303-6747), tendo por rela-tor-geral o deputado paulista Arlindo Chinaglia ([email protected], tel.: (61) 3215-5966). A principal novidade do processo orçamen-tário consiste na ampliação da participação do povo nos deba-tes e decisões sobre a utilização dos recursos públicos federais. O relator Chinaglia introduziu o mecanismo das emendas de iniciativa popular.

Com base nesse dispositivo, brasileiros e brasileiras que vi-vem em municípios com até 50 mil habitantes terão voz e vez na destinação de parte dessas verbas. Para tanto, as câmaras municipais e as prefeituras deverão promover audiências públicas, destinadas a fazer essas escolhas. Municípios

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Congresso em pauta

com até 5 mil habitantes receberão R$ 300 mil; com 5 mil até 10 mil, R$ 400 mil; entre 10 mil e 20 mil habitantes, R$ 500 mil; até 50 mil habitantes, R$ 600 mil. A inova-ção beneficiará mais de 4,9 mil dos 5.563 municípios brasileiros, alcançando 65 milhões de pessoas, com um desembolso de R$ 2,2 bilhões. Afinal, como ensinava o saudoso ex-ministro da Desbu-rocratização Hélio Beltrão: “O Brasil é um grande país pequeno”.

Para garantir esses recursos, os prefeitos tiveram até 23 de novem-bro para fazer chegar à comissão mista os resultados das audiências públicas, com suas indicações de emendas orçamentárias, acompa-nhadas das atas dessas reuniões. Se o município não fez isso, a verba correspondente será redirecionada para a área da saúde.

Desta vez, cada senador (de um total de 81) ou deputado (513 ao todo) disporá de R$ 15 milhões — R$ 2 milhões a mais do que no ano passado — para dividir entre, no máximo, 25 emendas. Em no-

vembro último, a CMO decidiu que essa diferença será empregada apenas em ações de saúde.

Muita atenção, porém: a popu-lação não deve nutrir expectativas irreais de liberação garantida desses recursos. Os orçamentos públicos no Brasil — em todos os níveis — são meramente autori-zativos. Isso significa que, depois de votados pelo Poder Legislativo e reencaminhados para o Executi-vo, este não tem obrigação de gastar todo o dinheiro exatamente como previsto pelos parlamenta-res, mas, sim, de acordo com as disponibilidades financeiras do Tesouro e as barreiras institucio-nais ao gasto público, como a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no 101/2000), que restringe a limites preestabelecidos gastos, por exemplo, com a contra-tação de pessoal. Parte do que foi orçado pode ser contingenciada, isto é, retida nos cofres. Por isso, nem todas as despesas que a lei orçamentária prevê são necessaria-mente executadas.

Portanto, a participação vigi-lante da cidadania na fiscaliza-ção desses gastos é fundamen-tal para torná-los mais eficazes, garantindo sua correta aplicação. É importante influenciar, legitima-mente, o trabalho dos membros do Congresso com o encaminhamento de sugestões sob a forma de emen-das orçamentárias de iniciativa popular.

A transparência é um direito de todos que só pode ser concre-tizado mediante a colaboração de cada um. Saiba quanto seu Estado e seu município recebem de recur-sos públicos federais e como esse dinheiro é gasto, acostumando-se a acompanhar os dados dispo-nibilizados nos seguintes sítios: http://www2.camara.gov.br/ati-vidade-legislativa/orcamentobra-sil e http://www.9.senado.gov.br/portal/page/portal/orcamento_se-nado/SigaBrasil.

Desejo a você, amigo leitor, um Natal e um Ano-Novo com muita paz, saúde, prosperidade, alegria e muita cidadania também!

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O direito de ser cidadão

O TRE-SP expõe permanentemente a

história da Justiça Eleitoral do Brasil em

seu Centro de Memória.

No ar desde 26 de agosto de 2004, pela TV Justiça, o programa semanal Brasil

Eleitor — produzido pelo Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE) em parceria com os tribunais regionais — consolidou-se como uma im-portante ferramenta de informação e esclarecimento sobre a Justiça Eleitoral. Também é exibido no formato de revista eletrônica, em parceria com a Fundação José de Paiva Netto, em Brasília/DF.

O programa busca conscienti-zar o cidadão da importância de sua participação no processo po-lítico, que não se restringe ao ato de votar, pois envolve também o acompanhamento do debate sobre temas de interesse da população e a fiscalização dos mandatos eletivos,

além de outras ações relativas ao exercício da democracia.

Com duração de 25 minutos, veiculado por cerca de 30 emisso-ras públicas em todo o país, o Bra-sil Eleitor conquistou em 2010 o Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça, na categoria “Programa de TV Nacional”.

O TSE criou também o Centro de Memória. A iniciativa — ao di-fundir a memória da Justiça Eleito-ral por meio de produções teóricas e ações culturais e educativas —, fortalece o sistema democrático, possibilitando a compreensão dos processos sociais e também seus distintos impactos na população brasileira. Em São Paulo/SP, o Centro de Memória Eleitoral do TRE — CEMEL — conta com

exposição permanente, que faz um panorama sobre a história da Justiça Eleitoral Brasileira.

Para esclarecer e orientar me-lhor o eleitor, o TSE desenvolveu o site Urna Eletrônica (www.tse.gov.br/internet/urnaEletronica/). Nesse espaço, o cidadão pode se informar e tirar dúvidas, prestando informações sobre o processo elei-toral, o sistema do voto e a urna eletrônica.

Com isso, o TSE fornece ao eleitor subsídios para que ele exer-ça seu papel de sujeito político — aquele que não apenas vota, mas também acompanha e fiscaliza as decisões políticas e a conduta dos políticos. Com essa atitude, é pos-sível construir uma sociedade mais justa e fraterna no Brasil.

Televisão

Da Redação | Fotos: Edneia Mota

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Page 66: Revista Boa Vontade, edição 231

LiteraturaUm livro que conforta e esclarece

Jesus, o Profeta Divino

do Apocalipse e as revelações

Obra do escritor Paiva Netto

destaca o último livro da Bíblia

Sagrada para a compreensão

das grandes transformações

em curso e mostra que um

mundo melhor é possível

Leila Marco

Page 67: Revista Boa Vontade, edição 231

Entender os fatos que estão transformando o mundo e como tal sucessão de acon-

tecimentos pode determinar o futu-ro próximo da Humanidade não é tarefa fácil. Por vezes, um simples olhar sobre o atual cenário deixa muita gente apreensiva — quadro de guerras, fome, revoltas popu-lares, crise econômico-financeira, sinais de exaustão dos recursos na-turais, além de intensos e atípicos eventos climáticos.

Em seu mais recente trabalho, Jesus, o Profeta Divino, o escritor Paiva Netto oferece ao leitor uma visão clara e objetiva da questão, além do necessário lenitivo a quem se preocupa com as mudanças em curso. Lançado durante a 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em setembro, o título foi um dos mais vendidos no

evento, tendo sido destaque nos estandes da Livraria Saraiva e da Editora Ele-

vação.Estudioso dos temas bí-

blicos há 55 anos e autor com 4,7 milhões de livros vendidos, o escritor cercou-se de dados cien-tíficos e históricos, obtidos por meio de investigação jornalística, relacionando-os com o Evangelho-

-Apocalipse de Jesus, para compor a obra e nela evidenciar a verdade

contida nas previsões do último livro da Bíblia Sagrada.

Segundo Paiva Netto, mu-danças climáticas, aqueci-

Jesus, o Profeta Divino, do escritor Paiva Netto, foi destaque na 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.

mento global, buraco na camada de ozônio, poluição das águas, novas enfermidades, entre ou-tros problemas, encontram-se antevistos na Bíblia Sagrada, em especial no Apocalipse, e são

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Um dos campeões de vendas da 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro

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Apocalipse de Jesus, 8:10 e 11:

A Terceira Trombeta10 O terceiro Anjo tocou a trombeta,

e caiu do Céu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas uma grande estrela ardendo como tocha.

11 O nome da estrela é Absinto; e a ter-ça parte das águas se converteu em absinto, e muitos dos homens morreram por causa delas, porque se tornaram amargosas.

Poluição nas águas e falta de recursos hídricos

O que afirmam os cientistas1 Os oceanos estão perdendo a capacidade de autorregeneração. Um exemplo disso é o crescimento da maré vermelha em diversos pontos do planeta, caracterizada pela con-centração de algas supertóxicas.

2 Parte das emissões de dióxido de carbono (CO2 ) pela queima de combustíveis fósseis chega aos oceanos e torna a água cada vez mais ácida.

3 Apesar de o líquido ser abundante no planeta, apenas 1% é de água doce, en-contrada em rios, lagos e lençóis freáticos. Extremamente mal distribuída, a água hoje já falta a mais de 2 bilhões de pessoas. Segundo as Nações Unidas, mantidos os atuais níveis de consumo, em 2050 dois quartos da Humanidade viverão com falta crônica desse recurso.

resultado da própria conduta do ser humano, um trem tirado dos trilhos pela ganância desenfrea-da. Para o escritor, é fundamen-tal valorizar o conhecimento da

vida espiritual, capaz de alterar o comportamento autodestrutivo da espécie e, eticamente, promover uma consciência sustentável para o planeta.

Nesse trabalho, o diálogo é feito com públicos distintos, do agnóstico ao crente, propondo-lhes uma refle-xão sobre os tempos atuais. Apesar do receio que advém dos momentos

Literatura

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O que afirmam os cientistas1 A região conhecida como Chifre da África (que inclui Somália, Djibuti, Quênia, Ugan-da e Etiópia) passa pela pior seca dos últimos 60 anos. Cerca de 17,5 milhões de habitantes foram afetados com a forte estiagem, que ocor-re a cada 2 anos, mas que em 2011 ganhou um perfil ainda mais dramático.

— Estudo dos professores Park Williams e Chris Funk, do Serviço Geológico dos EUA (o USGS) e da Universidade da Califórnia, publicado no começo deste ano, mostra que o aquecimento global pode estar por trás da piora da seca.

2 O ano de 2010 confirmou a tendência de aumento das temperaturas. Segundo a agência da ONU para estudos meteorológicos, Organi-zação Mundial de Meteorologia (OMM), a média de temperatura empata com a dos anos de 2005 e 1998, que até então eram considera-dos os mais quentes. Para a OMM, esses dados confirmam uma tendência significativa do aquecimento no longo prazo da Terra.

Evangelho de Jesus segundo Marcos, 13:19 e 20:

Grande Tribulação19 porque, naqueles dias, haverá uma

tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio da criação divina, até agora, nem jamais se repetirá.

20 E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, que Ele mesmo escolheu, abreviou Deus aquele tempo.

Secas e fomesEm Jesus, o Profeta Divino, o escritor Paiva Netto lança luz sobre a atmosfera de medo e mistério que por séculos tem cercado as Profecias na Bíblia Sagrada, sobretudo no que diz respeito ao Apocalipse. Para o autor, elas servem de alerta para “as coisas que em breve devem acontecer”, citando o Apocalipse do Cristo segundo João, 1:1. Veja nesta seção alguns exemplos destacados pelo escritor em que profetas e homens da Ciência concordam.

de transformação radical, o tam-bém jornalista costuma dizer que “sempre surge um mundo novo, trazendo outras perspectivas para a vida dos povos”.

Série “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, de autoria de Paiva Netto.

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O texto sagrado, ressalta o autor, igualmente traz vaticínios favoráveis, de restauração, Paz e justiça. “O Apocalipse não foi feito para apavorar com os caminhos obscuros do mistério, mas para iluminar as estradas da nossa vida, porque Apocalipse significa Revelação. E como é Revelação, mostra-nos o que estava oculto. E se descobrimos o que estava enco-berto, perdemos o temor de todas as coisas. O desconhecimento é o pai e a mãe da ignorância, a gera-dora do medo”, completa.

Jesus, o Profeta Divino dá pros-seguimento à série “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Cora-ção”, de autoria de Paiva Netto, a qual inclui os livros As Profecias sem Mistério, Somos todos Profetas e Apocalipse sem Medo. A coleção alcançou a expressiva marca de 1,5 milhão de exemplares vendidos.

CONTEúDO DIgITAL Acreditando na importância cada vez maior dos tablets e e-readers para o mercado de livros digitais, a Editora Elevação disponibiliza ao leitor, no formato de e-book, alguns best-sellers de Paiva Netto, entre eles Ao Coração de Deus — Coletânea Ecumênica de Orações, É Urgente Reeducar!, Sabedoria de Vida, Reflexões da Alma e Como Vencer o Sofrimento. Ao público infantil, a editora oferece nesse formato a coleção “Os Milagres de Jesus”, do Selo Soldadinhos de Deus, à venda pelo Clube Cultura de Paz: 0300 10 07 940 (custo de ligação local + impostos) ou pela internet (www.elevacao.com.br).

Literatura

Admiradores falam do livroA forma diferenciada e atual com que o escritor disserta sobre a mensa-

gem do Apocalipse tem conquistado cada vez mais admiradores. Pessoas de todas as classes sociais e de diferentes ocupações e crenças dizem que encontram nessa abordagem ensinamentos úteis para o dia a dia.

“Nas páginas de Jesus, o Profeta Divino há coisas que vêm alegrar o nosso coração, nos dar o entendimento melhor, um conhecimento para que possamos vencer todas as dificuldades.”

Elir BencardiniRio de Janeiro/RJ

“Gostei muito do subtítulo ‘Profundas Reformas’, no qual o escritor Paiva Netto traz notícias da atualidade, mostra como as coisas estão mudando e, também, nos auxilia dando forças para passarmos por elas e sermos vencedores.”

Gabrielle da silva AzevedoPorto Alegre/RS

“Estou adorando Jesus, o Profeta Divino. É um livro excelente; diz que não devemos ter medo do Apocalipse, porque ele traz boas coisas também. Gostei muito do pensamento dele: ‘Jesus totalmente exercerá na Terra o Poder que possui no Alto sob a incorruptível Lei de Deus’.”

Pedro Altair Garcia rubioSão José da Lapa/MG

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e AinDA...A editora elevação apresenta obras já consagradas de paiva netto no formato e-book:

conforta e esclarece

Autor com mAis de 4 milhões de

livros vendidos

Autor com mAis de 4,7 milhões de livros vendidos

Um livro que

Ligue agora e tenha em sua casa esta emocionante obra!

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Acesse: www.clubeculturadepaz.com.brBOA VONTADE 71

Page 72: Revista Boa Vontade, edição 231

Feira do Livro de Porto AlegreMaior evento literário a céu aberto das Américas

Festa gaúchada cultura

Jesus, o Profeta Divino repete em Porto Alegre o sucesso do lançamento, na Bienal do Rio de Janeiro

Centro. Entre 28 de outubro e 15 de novembro, segundo os organizadores, o maior evento literário a céu aberto das Américas recebeu a visita de mais de 1,7 milhão de pessoas. Com uma programação recheada de atividades culturais e oficinas para adultos e crianças, o público acompanhou ainda a inauguração da Biblioteca Moacyr Scliar, na área infantil e juvenil da Feira, em homenagem ao médico e escritor gaúcho que voltou à Pátria Espiritual neste ano.

Há décadas, é escolhido um escritor gaúcho para ser o patrono do evento. Neste ano, a homenagem foi feita a Jane Tutikian — diretora do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Gran-de do Sul (UFRGS) —, a quarta escritora a ocupar esse posto. “A mulher cada vez mais vem ocupan-do lugares de destaque em todas as áreas do conhecimento, nas mais diversas funções, e vem ocupando de uma forma altamente qualifi-

Durante 19 dias, a capital gaúcha atraiu nomes da literatura e do mercado editorial do Brasil e de outros países latino-americanos. Com milhares

de títulos de centenas de autores para um público bem variado, a diversidade marcou a 57a Feira do Livro de Porto Alegre, que tradicionalmente ocupou a área que se estende da Praça da Alfândega até o Cais do Porto, no

Liliane Cardoso

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HOMENAGEMA escritora Jane Tutikian recebe de algumas das crianças atendidas pela LBV, na capital gaúcha, a estampa de São Francisco de Assis, Patrono da LBV.

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Page 73: Revista Boa Vontade, edição 231

cada”, afirmou a homenageada, que também faz parte da Academia Rio-Grandense de Letras.

A Editora Elevação marcou presença nesse importante evento dedicado ao livro e à leitura. Entre os títulos, desta-que para Jesus, o Profeta Divino, do escritor Paiva Netto. Essa e outras obras do autor ficaram em evidência nos estandes da AJR Distribuidora de Livros Ltda., da Livraria Momento Cultural e da Livraria Mania de Ler.

“Neste ano as vendas superaram as expectativas, com uma média de 30% de crescimento. (...) Os livros do escritor Paiva Netto foram sucesso na Feira. Jesus, o Profeta Divino foi um dos mais vendidos aqui na livra-ria”, afirmou o proprietário da Momento Cultural, Abel Perez. Ele chamou a atenção também para o perfil diver-sificado do público que busca os títulos do escritor: “A procura pelas obras é feita por leitores de 8 a 80 anos”.

O livro Jesus, o Profeta Divino, lançado em se-tembro, durante a 15a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, consagrou-se como um dos mais vendidos desse megaevento literário.

A Feira em números• Em 19 dias, 1,7 milhão de pessoas circularam pelo local.

• Foram comercializadas 459.588 obras, 12% a mais do

que na edição de 2010.

• A estrutura contou com 153 barracas de livreiros, além

de dezenas de barracas de apoiadores (veículos de co-

municação social e órgãos públicos).

• Houve 723 sessões de autógrafos e compareceram 675

convidados, em oficinas (37), encontros com autores

(394), atividades artísticas (112), além de mesas-

-redondas, seminários etc.

• Na área infantil e juvenil, 325 encontros com autores

para crianças e adolescentes.

• Dias temáticos criaram espaço para a discussão de tópi-

cos como educação, América Latina, afrodescendência,

gentileza, gastronomia, meio ambiente e viagem.

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Fonte: www.feiradolivro-poa.com.br

Inspiração divinaSão muitos os motivos apontados por leitores para

justificar a procura pelo novo título. “Já li outras obras literárias de Paiva Netto e resolvi adquirir esta para

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Page 74: Revista Boa Vontade, edição 231

Feira do Livro de Porto Alegre

me atualizar. Ele cada vez mais nos surpreende com ensinamentos que vêm da inspiração divina. Obrigado por essa literatura que nos faz tão bem e pelas mensagens no rádio, na TV, pois nos fortalecem para vencer os desafios da nossa vida”, afirmou Leomar Pereira.

A Espiritualidade e o sentido de comunhão com os valores divinos, temas presentes na obra, também levaram Eloi Fioravante Goulart a adquirir um exemplar. “O escritor Paiva Netto capta o Mestre Jesus, o Pedagogo Divino, e esses ensinamen-tos libertadores nos enchem a alma de conhecimento, nos enriquecem, para enfrentar as lutas, os desafios de todos os dias, e levamos essa mensagem para a eternidade”, declarou.

Estande multimídiaOutro destaque da Feira do Livro

de Porto Alegre foi o estande multi-mídia montado pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, internet e publicações). A partir desse espaço, repórteres da Super RBV puderam transmitir, em tempo real, as principais atividades do evento, como atrações do universo livreiro e auto-ral, além das manifestações artísticas inspiradas no mundo literário.

Senador Pedro Simon autografa obra

Também na festa literária da capital gaú-cha, o senador Pedro simon lançou, no dia 10 de novembro, o livro Sobre o país que queremos. Na obra, o escritor e parlamentar trata de temas como justiça social e combate à corrupção, apresentando artigos e comentários, muitos deles proferidos pelo autor no Senado Federal.

Em concorrida sessão de autógrafos, Pedro Simon encaminhou exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte mensagem: “Ao grande líder intelectual e espiritual Paiva Netto, do amigo Pedro Simon”.

Padre Fábio de Melo escreve Tempo de Esperas

Na noite de 2 de novembro, foi realizada no Teatro Sancho Pança, no Cais do Porto, uma noite de autógrafos para o lan-çamento da obra Tempo de Es-peras, do padre Fábio de Melo. Em entrevista à BOA VONTADE, Fábio falou sobre o livro: “Tempo de Esperas é escrito a partir de correspondências entre um pro-fessor de filosofia aposentado e um aluno; o professor está dei-xando tudo aquilo que o aluno vive para alcançar, e, entre eles, uma conversa sobre a vida, sobre questões humanas importantes como amor, fidelidade, felicidade, realização humana, sempre a partir do conceito de esperas”.

Para finalizar, parabenizou o trabalho da LBV: “Tenho um cari-nho muito grande por essa obra, admiro! A Legião da Boa Vontade é sem dúvida um instrumental onde Deus tem acontecido muito. Eu sempre digo que a caridade é a forma mais perfeita de rezar. Obrigado! Que Deus abençoe vocês!”. Na oportunidade, o padre Fábio de Melo autografou um exemplar do livro, com a seguinte mensagem: “Paiva Netto, unidos na missão de dar sentido às esperas humanas! Com meu carinho. Fábio de Melo”.

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Jornalista Flávio Fachel compartilha experiências

em livroO jornalista gaúcho Flávio Fachel, correspondente

internacional da Rede Globo de Televisão em Nova York, Estados Unidos, estreia como escritor com o lançamento de Dicas de #telejornalismo, em 12 de novembro, durante a 57a Feira do Livro de Porto Alegre.

Dirigido a profissionais de comunicação e estu-dantes da área, e para quem admira e conhece o universo televisivo, o livro resume a experiência de 15 anos de trabalho do autor e oferece dicas valio-sas. “Essa foi a maneira que encontrei de ajudar a quem está começando, para que no futuro possa-mos ter um telejornalismo ainda melhor e dividir o conhecimento com os novos profissionais”, afirmou Flávio, em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

Na oportunidade, dedicou exemplar da obra ao dirigente da LBV: “Ao Paiva Netto, um abraço do amigo Flávio Fachel”.

Senador Paulo Paim lança O Rufar dos

TamboresA maior feira literária a céu aberto das

Américas contou com o lançamento da segunda edição de O Rufar dos Tambores, livro de autoria do senador Paulo Paim. A movimentada sessão de autógrafos, em Porto Alegre/RS, ocorrida em 6 de novembro, re-cebeu personalidades, admiradores e amigos do parlamentar.

Segundo o autor, a obra tem o objetivo de mostrar ao cidadão, por meio de fatos, “a importância das articulações da sociedade organizada, das redes sociais, na busca pela melhoria da qualidade de vida de todo o povo”.

Na oportunidade, Paulo Paim visitou o estúdio multimídia da Super Rede Boa Vontade de Comunicação instalado no local. Ali, registrou sua saudação: “A satisfação é nossa em estar aqui. Eu agradeço à LBV, ao Paiva Netto e a toda a equipe que faz esse trabalho social belíssimo em nível nacional. Eu sou testemunha disso”.

Ao diretor-presidente da Instituição, au-tografou um exemplar da obra, com a sim-pática mensagem: “Ao senhor Paiva Netto, com abraços do seu amigo de caminhada na construção de um mundo melhor para todos. Paulo Paim”.

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MúsicaPé na estrada e novos projetos

Humberto Gessinger

se reinventaCantor gaúcho

comemora

sucesso de novo

projeto e pensa

em literatura

Leilla Tonin e Natália Lombardi | Fotos: Márcio Francisco

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Page 77: Revista Boa Vontade, edição 231

Na véspera do Natal, o cantor e músico gaúcho Humberto Gessinger co-

memora 48 anos de vida e os frutos de seu mais recente projeto musi-cal. O líder da banda Engenheiros do Hawaii compõe o duo Pouca Vogal, ao lado do guitarrista Duca Leindecker, do Cidadão Quem, o que para ambos foi um desafio, segundo Gessinger. “O grande problema de estar muito tempo na estrada não é envelhecer... se acomodar e achar que já chegou a algum lugar, esse é o perigo. Então, é bom se reinventar de vez em quando.”

Após 25 anos do lançamento do primeiro CD — Longe Demais das Capitais, com o Engenheiros do Hawaii —, Humberto seguiu como cantor, guitarrista, baixista, colu-nista e escritor; atualmente, tem três livros publicados. A primeira vocação, contudo, levou-o a estu-dar Arquitetura, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O nome da banda, aliás, nasceu de uma provocação e de uma rixa

acadêmica com estudan-tes de Engenharia. Da formação original do grupo, continua ape-nas Humberto.

Apesar de não ter ninguém na família vinculado profissio-nalmente à música, ele atribui aos parentes o despertar musical. “Minha mãe era pro-fessora de História e Geografia; meu pai, de Latim, Francês e Por-tuguês. Mas na família

dele eram dez irmãos, e o que me contam é que o meu avô tinha uma pequena orquestra em casa, cada filho tocava um instrumento: vio-lino, acordeom, piano, órgão... A música foi muito presente.”

Em entrevista concedida à Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o músico fala sobre o trabalho, o que ama na vida, os projetos e o futuro do Engenheiros do Hawaii (em 2008, a banda anunciou uma pausa por tempo indeterminado).

BOA VONTADE — Você esperava todo esse sucesso com o Pou-ca Vogal? E o Engenheiros do Hawaii?

Humberto Gessinger — O Duca é o meu parceiro no pro-jeto, a gente está na estrada, só nós dois no palco tocando vários instrumentos... dei um tempo com o Engenheiros do Hawaii agora e estou na estrada com esse projeto. (...) Eu tinha muita fé em Deus, mas não pensei que fosse acontecer tão rapidamente, porque é uma coisa inusitada: apenas dois caras no palco e uns instrumentos que a gente toca com os pés, ao mesmo tempo em que a gente toca guitar-ra e violão. É quase circense. Eu sabia que tinha muito potencial, mas me surpreendeu ter sido assimilado tão fa-cilmente! Aqui no Sul, Cidadão Quem é uma superbanda, Engenhei-ros já teve a chance de

viajar mais pelo Brasil, e o Pouca Vogal juntou esses dois grupos e os dois públicos. (...) É provável que no segundo semestre de 2012 eu volte à estrada com o Engenheiros, mas isso vai depender basicamente do material que estou escrevendo. Infelizmente, não dá para marcar data de quando vou conseguir es-crever todas as canções. Quando estiver tudo pronto, a gente volta!

BV — Você acha que a dupla já tem um novo público?

Gessinger — O início foi muito na onda das bandas, o pessoal que já me acompanhava, acompanha-va o Duca. Mas, agora, criou-se uma nova sensibilidade em torno do projeto. O Engenheiros era uma banda que, bem ou mal, se enquadrou numa cena de bandas brasileiras de rock que já existia. Com o Pouca Vogal a gente está inventando a própria cena, não tem nada parecido no ambiente. Isso é muito bacana. Abrimos outro canal de sensibilidade para usufruir o que há de melhor na formação. A gente se impôs o limite de não usar playback, trilhas pré-gravadas. Não que eu usasse com o Enge-

Humberto Gessinger (E) e Duca Leindecker.

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Música

nheiros, mas lá havia mais músicos no palco, aqui somos só nós dois. Queremos explorar até onde pode-mos chegar. Hoje em dia tem tanta tecnologia à tua volta que, às vezes, tu esqueces as coisas mais simples, que é olhar no olho de uma pessoa, afinar teu violão, tocar... Às vezes é bom puxar o próprio tapete, sair da zona de conforto, buscar outro ambiente.

BV — Foi um desafio?Gessinger — Sim, é um desa-

fio! E um aprendizado. O grande problema de estar muito tem-po na estrada não é envelhecer. Envelhecer é melhor do que eu imaginei que seria quando eu era moleque; gosto muito de ter a idade que tenho, as rugas, os calos; se acomodar e achar que já chegou a algum lugar, esse é o perigo.

Então, é bom se reinventar de vez em quando. (...) Tem coisa que a gente tem que resguardar: aquele brilho no olhar, aquela sensação que tu tiveste quando compraste ou ganhaste o teu primeiro violão, quando acertaste o teu primeiro acorde, isso tem que te acompa-nhar a vida inteira, não tem idade para esse tipo de emoção. Claro que é difícil, pois a vida real te cerca de coisas muito pragmáticas e compromissos, mas eu acho que sempre dá tempo de regar essa florzinha infantil dentro da gente.

BV — Você toca vários instru-mentos. Mas quem nasceu primeiro, o cantor ou o instru-mentista?

Gessinger — Olha, até hoje eu não me sinto cantor. No Dia do Cantor [27 de setembro], recebi

um monte de cumprimentos no Twitter, fiquei meio constrangido. Prefiro me chamar de cantador, um cara que canta as próprias canções, mas não me sinto um intérprete. Sou um pouco mais familiariza-do com os instrumentos, aprendi sozinho o violão, a guitarra, o baixo, o teclado, e me arrisquei com o acordeom. O único que fiz dois meses de aula foi o bandolim; adoro chorinho. Pra mim, são fer-ramentas, eu nunca vi o canto ou os instrumentos como uma finalidade em si; são canais para eu expressar as minhas composições. Por isso, até hoje levo um susto quando me chamam de cantor. Se não fosse pe-las minhas composições, talvez eu viesse a ser um instrumentista, mas certamente não seria um cantor.

BV — E você também é escritor, autor de três livros...

Gessinger — E engraçado que na minha vida a palavra escrita pintou antes. É aquele clichê... Na escola, todo mundo olhava para aquele menino tímido que gostava de ler, fazia as melhores redações, e achava que a minha vida seria ligada à escrita. Ninguém imaginava que eu seria músico, e agora pintaram os livros; já são três. Escrevi um cha-mado Meu Pequeno Gremista, da

Os cantores Duca

Leindecker (E) e

Humberto Gessinger

(D) com as crianças da

LBV.

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coleção “Meu Time do Coração”, sobre os grandes times do futebol brasileiro, com uma abordagem para o público infantojuvenil, ligan-do a literatura ao futebol, para ver se desperta na molecada a vontade de ler. Muito bonita essa coleção, tem vários times. O Nando Reis escreveu o do São Paulo, Gabriel o Pensador fez o do Flamengo... Depois, fiz livros mais autorais. No primeiro deles, Pra Ser Sincero, conto a minha trajetória como mú-sico. Estou finalizando outro agora. Escrever me dá a oportunidade de participar de várias feiras [literárias] e de sessões de autógrafos e de ob-servar a maneira como as pessoas carregam o livro. Parece que é mais carinhosa do que a maneira como carregam o disco, apesar de ser um objeto mais frágil. O livro é trazido junto ao peito, observava isso outro dia. Acho que é porque a leitura é uma experiência mais solitária do que ouvir música.

BV — Os sentimentos são ex-pressos de diversas formas...

Gessinger — É... Nos dias de hoje, com tantas formas de se ex-pressar, tantas mídias disponíveis — fotografia, filme, escrita, grava-ções —, fica tudo mais acessível. Tem coisas que devem ser expressas

por poemas, outras, por canções. Para mim, não foi fácil perceber a diferença de um poema para uma letra de música. Com o tempo des-cobri que há alguns versos para os quais uma melodia acrescenta sig-nificado, aí é uma letra de música. Mas há versos, por melhor que seja a melodia, que não terão nenhum significado acrescido; então, esses são poemas. Quer dizer, tem uma diferença sutil, mas, se a gente prestar atenção no que escreve, dá para saber se aquilo é um poema ou é uma letra de música.

BV — Você vem se realizando em diversos projetos... É importan-te ter sucesso?

Gessinger — O sucesso co-mercial, de popularidade, não sei, mas o sucesso com letras maiús-culas, pessoal, de botar a cabeça

no travesseiro e dormir à noite, é fundamental! Pelo menos, para mim. Tem gente que mistifica essa coisa do artista. “Não, é que somos seres especiais.” Não! Somos todos iguais, e a arte é a circunstância que nos leva a estar ou em cima do palco ou assistindo. (...) Talvez [essa noção de realiza-ção] seja influência da família da minha mãe, uma família italiana, muito próxima. (...) Não consigo imaginar a minha vida sem família. Casei [com a arquiteta Adriane Sesti] logo no início da banda, te-nho uma filha, a Clara, de 19 anos, e as pessoas me perguntam sobre casamento. Mas eu sou a pessoa menos indicada, porque casei uma vez só e deu certo [risos]! Quer dizer, todo mundo quer acertar nas suas relações, e eu tive sorte, sou muito grato por isso. Não consigo me ver de outra forma.

Pouco tempo depois de con-ceder essa entrevista, Humberto lançou sua terceira obra literária, Mapas do Acaso, na Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 2 de novembro. O autor recebeu os cumprimentos da equipe da LBV e dedicou um exemplar ao dirigente da Instituição: “Querido Paiva Netto: Um Feliz 2012! Abraços. 1berto Gessinger”.

Tem gente que mistifica essa coisa

do artista. (...) Somos todos iguais, e a arte é a circunstância que nos leva a estar ou

em cima do palco ou assistindo.

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Page 80: Revista Boa Vontade, edição 231

A pobreza, a exclusão social e a falta de oportunidades de trabalho e crescimento

pessoal representam hoje uma rea-lidade que — acentuada pela busca desmedida pelo lucro e por leis de mercado que geram competitivida-de exacerbada — precisa incorpo-rar o sentimento de Solidariedade. Para isso, um caminho é promover os valores humanos e fraternos. Essa é a proposta do educador e diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, que defende: “O ser humano, com seu Espírito Eterno, é o centro da Economia Altruística, a geratriz de

LBV da argentinacompleta 26 anos e cria centro

de capacitação profissional

todo o progresso. Sem ele, não há o trabalho nem o capital. A riqueza de um país está no coração do seu povo (…)”.

Na Argentina desde 1985, a LBV mantém cursos de capacita-ção profissional, o que tem ajudado a população em situação de risco social. Ao longo de 26 anos de atua ção no país, a iniciativa contri-buiu para a melhora da qualidade de vida de milhares de pessoas, que, com esse apoio, puderam aprender um ofício, desenvolver o potencial de trabalho e, assim, en-contrar maneiras de gerar renda. O que começou como programa vol-

tado a oferecer cursos de cozinha profissional e confeitaria, agora, está para tornar-se uma proposta muito mais ampla: o Centro de Capacitação para o Trabalho LBV Argentina.

Projetando 2012 como ano--chave na educação para a inclu-são social, com forte conteúdo de valores de cidadania ecumênica, a Instituição antecipou-se e aumen-tou o leque de atividades já em outubro, garantindo assim a oferta de mais serviços para a população.

Graças a um convênio com a Rede de Formação Contínua do Ministério do Trabalho, Emprego

Laura Leone | Fotos: Arquivo BV

InternacionalInclusão social: ao alcance de todos

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Page 81: Revista Boa Vontade, edição 231

e Segurança Social da Argentina, a LBV abriu cursos gratuitos de telemarketing, auxiliar administra-tivo e auxiliar de gerontologia, com duração de quatro meses; todos tiveram o conteúdo aprovado e ga-nharam a certificação do Ministério do Trabalho.

Para o coordenador de progra-mas da LBV, Ricardo Zanfardini, trabalhar pela inclusão é “uma maneira efetiva de participar na democracia, implementando ações em favor de todos os membros da sociedade. Isso significa satisfazer, por diversos meios, as necessida-des sociais, econômicas, políticas e culturais, tendo como principal fundamento a singularidade e a legitimidade das diferenças”.

Histórias que entusiasmam

A poucos quarteirões da Escola Infantil Jesus, da LBV, o exemplo de força de vontade de uma família de imigrantes emociona. Instaladas em um dos quartos de uma casa an-tiga da Rua Yerbal, no bairro porte-nho de Floresta, a boliviana Magaly Mamani Chambi, de 30 anos, e suas três filhas vivem na Argentina há seis anos. As três meninas, com

Entusiasmo e aprendizado durante o curso de cozinha profissional

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Page 82: Revista Boa Vontade, edição 231

11, 8 e 6 anos de idade, frequentam as oficinas educativas do progra-ma LBV — Criança: Futuro no Presente!, no Instituto Educativo e Cultural José de Paiva Netto.

Magaly conta que duas de suas filhas se tornaram alunas na uni-dade da Instituição. “Gostei muito da Escola. Desde que ingressaram, receberam bons cuidados, educa-ção e alimentação.” Essa mãe, que trabalha atualmente como empregada doméstica, participa desde outubro do curso de auxiliar de gerontologia e faz planos: “Eu quero trabalhar à noite, cuidando de idosos e durante o dia poder estar com minhas filhas”.

A oportunidade do próprio negócio

Além dos cursos quadrimes-trais, a LBV oferece formação em cozinha profissional e confeitaria, com dois anos de duração, que capacita o aluno a trabalhar em restaurantes, hotéis, bares, super-mercados, rotisserias e serviços de catering (refeições coletivas).

Internacional

Muitos dos participantes desses cursos conseguiram desenvolver o próprio negócio. É o caso de Vanina Monzón, 29 anos, e Sergio Spitaleri, 42 anos, que frequentam as aulas na Instituição desde 2010. Recém-casados e prestes a se formar, os dois inicia-ram em julho deste ano um serviço de delivery que tem apresentado bons resultados.

Em sua casa, em Lomas de Zamora (município localizado na província de Buenos Aires), o casal começou a preparar refeições por encomenda e para entrega em do-micílio. Para divulgar os produtos — pratos quentes, pizzas, empana-das etc. —, eles distribuíram folhe-tos em residências e comércios do bairro. Os primeiros pedidos não tardaram e, logo, o serviço deles ficou conhecido na região pela qualidade. Hoje, ambos sonham em ampliar e diversificar o ne-gócio com um ponto próprio em 2012; por isso, já economizam para comprar o equipamento necessário.

Vanina, que havia pouco tempo trabalhava em uma casa de família, conta: “Desde pe-

quena eu gostava de cozinhar, e faz tempo que queria aprender. Fiquei sabendo desse curso por uma co-laboradora da LBV e gosto muito de ir lá. Nós nos sentimos bem na Instituição, é um lindo lugar; sempre pensam em nós, em nosso bem-estar. Aprendemos também ajudando nos chás beneficentes organizados na LBV; é uma forma de mostrar nosso agradecimento à Obra por tudo o que nos dá”.

A jovem comenta também a satisfação dela e do marido com a ajuda recebida: “Sergio trabalhou como garçom e churrasqueiro, sempre esteve relacionado com comida. Ele enfrentou uma doença grave, mas se recuperou e, agora, apostamos nesse empreendimento. Sem a LBV, estudar cozinha [pro-fissional] seria impossível. Conhe-ço muita gente que paga valores muito altos por aí e não se sente tão bem nas aulas como nós”.

Para a Legião da Boa Vontade, é importante promover capacitação profissional a pessoas em situação de risco social. Oferecer a quem precisa os conhecimentos técnicos necessários para exercer um ofício significa fortalecer a autoestima, despertando potencialidades e gerando na pessoa motivação para alçar novas metas de superação. Por acreditar nisso, a LBV abre caminho e oportunidades para o crescimento daqueles que querem completar seus estudos, demons-tram esforço e dedicação para sonhar e viver dias melhores.

“Sem a LBV, estudar cozinha [profissional] seria impossível.”

Vanina Monzón29 anos

Visite, apaixone-se e ajude a LBV!

Em Buenos Aires/Argentina, o Instituto Educativo e Cultural José de Paiva Netto está localizado na Rua Bogotá, 3.940, bairro Floresta,

Tel.: (+5411) 4925-5000 (mais informações pelo site www.lbv.org.ar)

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Page 83: Revista Boa Vontade, edição 231

Desequilíbrio

onde os valoresse perderam?

Suelí Periotto | Especial para a BOA VONTADE

sexual:

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iotto Suelí

Periotto*, supervisora da Pedagogia da Boa Vontade (Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico),

diretora do Instituto de Educação da LBV, em São Paulo/SP.

A iniciação sexual precoce é alvo de preocupações cres-centes na família, tendo

em vista o número de casos de gra-videz na adolescência — uma em cada cinco mulheres grávidas no país tem entre 15 e 19 anos (IBGE, 2007). Os caminhos a serem tri-lhados pelos pais ou responsáveis na condução desses assuntos em casa oferecem desafios cada vez maiores. É importante que jamais viremos o rosto às perguntas que nos chegam.

Existe a necessidade sempre de reforçarmos o diálogo, a fim de que sejamos aqueles a quem nossas crianças e jovens pro curem para esclarecer suas dúvidas, falar sobre seus anseios. Se não abrir-mos espaço para esse diálogo no próprio lar, eles poderão se arris-car a obter informações de quem não os ama como a família, e mes-mo conteúdos que não agreguem esclarecimentos positivos para a saudável formação deles.

* Suelí Periotto é conferencista, pedagoga pós-graduada em Gestão Escolar e Metodo-logia das Ciências Humanas, mestranda em Educação: currículo (PUC–SP) e apresenta-dora do programa Educação em Debate, da Super Rede Boa Vontade de Rádio.

ComportamentoDiálogo em família

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Comportamento

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com o modismo do momento, sem a ponderação dos valores (éticos, ecumênicos e espirituais) nos quais devemos nos pautar, sempre, ao conversar sobre os temas que nos são propostos pela criança ou adolescente.

Também pode partir dos pais tratar do assunto quando este aparecer na programação da TV, apontando erros e acertos na abor-dagem: “Veja, filho, houve um equívoco nesse filme: um jovem

não deve começar sua vida sexual tão cedo, como se fosse algo ba-nal... Viu como nesta cena houve uma situação apenas física, sem nenhum sentimento ou responsa-bilidade?”. A partir daí, já se tem um excelente início de conversa...

Além do diálogo no lar, muitos pais contam com a parceria da escola para reforçar com valores os assuntos ligados à sexualidade. As famílias cujos filhos estudam na rede de ensino da Legião da Boa Vontade encontram esse res-paldo. Tópicos dessa temática são abordados com o necessário equi-líbrio, e jamais de forma vulgar ou depreciativa.

O diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, criou a linha pedagógica da Instituição, forma-da pela Pedagogia do Afeto (que é dirigida às crianças até os 10 anos de idade) e pela Pedagogia do Cidadão Ecumênico (que norteia as atividades socioeducacionais para educandos a partir dos 11 anos). Nas escolas da Legião da Boa Vontade, os educadores sa-bem da importância de tratar os assuntos ligados à sexualidade, sempre, à luz da Espiritualidade Ecumênica — tanto em situação de aula, em quaisquer disciplinas, respondendo às perguntas, quanto em atividades em que, por exem-plo, profissionais de saúde são convidados a falar sobre DSTs (doenças sexualmente transmis-síveis), gravidez na adolescência, comportamentos de risco e pre-venção às drogas.

Há, inclusive, uma disciplina na grade escolar que auxilia os estudantes a encontrar respostas

Não há idade certa para falar sobre sexualidade em casa. “Ma-nhê, de onde eu vim?”, pergunta o filho de 5 anos. Precisamos dar uma resposta simples à criança que, diante de nós, espera um esclarecimento, o qual deve ser conduzido de acordo com as ne-cessidades de cada faixa etária, sem fugirmos ou demonstrarmos constrangimento diante de quais-quer questões colocadas.

Se desde cedo os filhos se habitua rem a ter respostas dos pais, continuarão conversando sobre o assunto dentro da própria casa; se não há resposta nossa ou se demonstramos vergonha em abordar algum tema, então, é na-tural que procurem falar com co-legas ou até desconhecidos, enfim, pessoas fora do convívio familiar. O risco dessa segunda situação é que o objeto do questionamento tratado longe do lar pode ser discutido friamente ou de acordo

Se desde cedo os filhos se

habituarem a ter respostas dos

pais, continuarão conversando sobre o assunto dentro da

própria casa.

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Page 85: Revista Boa Vontade, edição 231

para esses desafios, enfrentados em todas as idades: Convivência.

O importante é que tais as-suntos não fiquem associados unicamente à questão da mecânica sexual (veja mais sobre o assun-to na p. 52). É fundamental que se destaque a responsabilidade envolvida nas relações sexuais, surgida do amadurecimento do sentimento de duas pessoas. Nas aulas de Convivência, os edu-cadores solicitam pesquisas aos alunos, seguindo a faixa etária e as etapas do método próprio da Instituição, o MAPREI (Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva). Assim, os próprios educandos trazem as matérias para enriquecer as discussões, com a mediação do educador, responsável por instigar a reflexão sobre os valores em foco nas pesquisas.

Assim, como o fato de sermos seres integrais requer cuidados num todo, precisamos alertar o educando sobre as consequên-cias físicas e emocionais de uma iniciação sexual prematura, orien-tando-o a respeito de possíveis doenças ou uma gestação precoce, sem esquecer a dimensão espiri-tual, afetada, por exemplo, pelas situações aqui já descritas. Sem sentimento e responsabilidade, constroem-se situações que nos levam a envolvimentos sem amor, o que frustra e deixa marcas difí-ceis de serem apagadas.

Questionamentos sempre sur-gem. Lembremos que outrora, muitas vezes, eles não foram respondidos por nossos pais (por tratar-se de assunto tabu, muito

as novas gerações: “Que é Sexo? Criação, repito. Porém, hoje até mesmo em escolas, quando certos educadores falam sobre ele, ao que talvez se possa assistir são lições de mecanismo sexual. Reduz-se assim o Sexo, como se um quadro valesse apenas por suas tintas, esquecido o valor do artista. Deus é o artista do Cosmos. A arte, Suas criaturas. Sexo é Arte Suprema, não meramente instinto, que qual-quer animal é capaz de consumar... Das tintas nas mãos de, no caso, um pigmeu do espírito surgirão simplesmente borrões...”.

O determinante no lar e na escola é que cultivemos, ampara-dos pela capacidade da intuição, o mais cedo possível, o diálogo, sem desprezar jamais o bom há-bito de abrir espaço para nossos filhos e educandos perguntarem, perguntarem e perguntarem, sempre.

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pouco conversado em família, ou pela falta de conhecimento de como conduzir um esclarecimento adequado). Para garantir que não nos faltem as palavras certas para aplacar dúvidas, uma ferramenta de apoio infalível, no caminho das respostas necessárias a nos-sos filhos e educandos, que não é sinônimo de improviso, mas de preparo e confiança em Deus, é a intuição.

No ensaio literário Evangelho do Sexo (Editora Elevação, 2006), o escritor Paiva Netto nos apre-senta valioso conteúdo, que muito pode contribuir para orientar esse tipo de diálogo. Ele conduz o assunto pela ótica da Espirituali-dade Ecumênica, numa linguagem para a família, que favorece o entendimento de jovens e adultos. Destacamos um trecho da obra que corrobora a importância de leituras esclarecedoras e de qualidade para

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Tradicional campanha da Legião da Boa Vontade beneficia milhares de famílias de baixa renda

Da Redação

Natal Permanente da LBV

LBVA cesta da LBV contém arroz, feijão, óleo, açúcar, leite em pó, macarrão, farinha de mandioca, fubá, farinha

de trigo, extrato de tomate e sal. Cada família atendida também é contemplada com livros educacionais.

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Page 87: Revista Boa Vontade, edição 231

A fim de garantir um Natal sem fome e mais feliz a milhares de famílias em situação de pobreza, a Legião da Boa Vontade vai arrecadar e dis-

tribuir cestas de alimentos não perecíveis em dezenas de cidades brasileiras, com a ajuda de uma legião de voluntários e colaboradores com experiência e Boa Vontade de sobra. A tradicional Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! já mobiliza todo o país.

Há anos, essa ação solidária sensibiliza o povo, que generosa e prontamente faz sua doação. Os ali-mentos serão entregues, em cestas, na primeira quin-zena de dezembro, beneficiando as famílias atendidas ao longo do ano nos programas socioeducativos da Legião da Boa Vontade. Para o sucesso de mais essa iniciativa, a Instituição não está sozinha, pois conta com artistas, esportistas e personalidades que, ves-tindo essa camisa, engrossam o coro da campanha.

“Para mim é uma honra, um prestígio, ter o meu nome ligado ao trabalho da LBV, um trabalho muito sério que eu conheço há muito tempo; já fui visitar, estive lá. Eu sempre agradeço a Deus por ter me dado condição de ter uma família bacana, com filhos legais, que felizmente conseguem ter uma boa alimentação,

amor dos pais. Então, quando vejo esse trabalho, fico pensando: ‘Poxa, deixa eu dar um pouquinho dessa felicidade ou tentar distribuí-la um pouco a quem realmente precisa’. É um trabalho maravilhoso para milhares de crianças, por isso estou aqui”, teste-munhou o jornalista e apresentador de TV Otavio Mesquita.

Nas páginas a seguir, acompanhe a opinião de quem se uniu a essa iniciativa solidária em todas as regiões do país. As imagens utilizadas na campanha foram gentil-mente cedidas pelos artistas, que dispensaram cachê.

Ao lado da ajuda que presta à população mais ne-cessitada, em suas ações humanitárias a LBV busca proporcionar aos atendidos meios que os auxiliem a assegurar o próprio sustento, bem como o desenvol-vimento pessoal e o da comunidade em que vivem.

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gos de longa data da Instituição, bem como os novos, reuniram-se no estúdio BurtiHD, na zona sul paulistana, em 23 de agosto.

“Acompanho a LBV desde pe-quenininha. Minha mãe sempre participou e eu também. Acho muito interessante a gente, como artista,

Tradiçãono bem

poder ajudar (...), e as pessoas que estão em casa podem ajudar de outras maneiras, doando, mas também vindo à LBV, convivendo com as pessoas e dando muito amor [às crianças]”, declarou a atriz e apresentadora Ticiane Pinheiro durante as gravações e ao lado da

No centro financeiro da América Latina, o pensa-mento dos artistas durante

a sessão fotográfica para a campa-nha de Natal da LBV era um só: Solidariedade, o desejo de garantir um fim de ano especial a milhares de famílias de baixa renda. Os ami-

São

Paulo/SP

Luciana Mello, cantora.

Nadja Haddad, jornalista e apresentadora.

Otavio Mesquita, apresentador.

Natal Permanente da LBV

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Page 89: Revista Boa Vontade, edição 231

mãe e eterna Garota de Ipanema, Helô Pinheiro, que declarou: “A LBV é fraternal, cuida muito bem das nossas crianças. Paiva Netto sempre teve bondade no coração, um homem que quer realmente construir uma nação melhor, e ele está conquistando isso. Obrigada,

Trabalho digno e sério“Essa é uma entidade que está aí há tanto tempo para provar que é séria e que realmente faz um trabalho digno. Quem está em casa tem de saber que está doando para uma entidade séria.”

Roberto JustusEmpresário e publicitário, após sessão de fotos na agência Young &

Rubicam (Y&R).

Eli Corrêa, radialista.

Ticiane Pinheiro, atriz e apresentadora.Helô

Pinheiro, empresária.

Roberto Justus, empresário e publicitário.

Patricia de Sabrit, atriz.

Lucimara Parisi, diretora de TV.

Jaqueline Carvalho, jogadora de vôlei.

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Page 90: Revista Boa Vontade, edição 231

Paiva, por esse incentivo, por tudo o que você faz, e por essas crianças lindas que estão aqui com a gente!”.

Veterana nas campanhas da LBV, a cantora Luciana Mello lembrou que desde menina já ingressava na fileira de Amigos de Boa Vontade. “A LBV faz esse trabalho bonito há tantos anos. Muito obrigada por criar projetos

Em família“Conheço a

LBV há muitos anos. Eu me

sinto parte dessa grande família.”

Milene Domingues

Comentarista esportiva

Legião dos que lutam“É uma grande honra estar aqui com vocês, uma legião que luta há muito tempo para que esta ideia se torne uma realidade. (...) Que essas crianças beneficiadas possam ser realmente felizes, receber muito carinho, amor, tenham uma Educação à altura da que elas merecem e que, no futuro, possam ajudar outras pessoas.”

Eriberto LeãoAtor

Eriberto Leão, ator.

Ivan Shupikov, fotógrafo da

campanha em São Paulo/SP.

Frank Aguiar, cantor.

Andrea Corazza, repórter.

Leandro Burti, empresário.

Natal Permanente da LBV

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Page 91: Revista Boa Vontade, edição 231

sociais que ajudam tantas pessoas e obrigada pelo convite! (...) Se as pessoas se unissem mais e fossem mais sérias, assim como a LBV é uma instituição séria, poderíamos realmente acabar com a fome. É um absurdo es-tarmos em 2011 e ainda existir gente morrendo de fome”, disse. A exemplo da cantora, muitos outros

artistas estão conscientes do dra-ma da fome no Brasil, onde 16,27 milhões de pessoas ainda vivem em situação de extrema pobreza, representando 8,5% da população (IBGE-2011).

Também engajada na ação social da LBV, a jornalista Nadja Haddad garante que a Instituição pode contar sempre com seu apoio.

“Optei por essa profissão não só pelo dom, mas pela missão. Eu tenho muito carinho pela LBV e sempre que posso estou aqui, colaboro. Como formadores de opinião, temos a obri-gação de dar o exemplo, estimular as pessoas a terem Boa Vontade, o amor pelo próximo. Toda vez que vejo essas crianças, é muita energia. A LBV é abençoada.”

Inimigos da HP, grupo musical.

Duda Ardito, modelo da Vogue.

Kaluana, grupo

musical.

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Page 92: Revista Boa Vontade, edição 231

Um gesto

No Rio de Janeiro, a LBV mantém com a ajuda do povo uma de suas maiores

obras socioassistenciais e educa-cionais, com sede em Del Castilho (zona norte), onde a Instituição atende mais de 500 alunos e cerca de duas mil famílias de baixa renda.

Rio de

Janeiro/RJ

de amor

A cidade mais feliz do mundo, de acordo com uma pesquisa da revista Forbes (2009), certamente também está entre as mais soli-dárias. Fato que se confirma nas palavras de artistas, esportistas e personalidades da mídia carioca, que renovaram mais uma vez seu

apoio à causa solidária. A sessão de fotos e vídeo da campanha ocorreu em setembro, no estúdio Dr. Bass, na zona oeste.

Um dos primeiros compro-missos da a t r iz Fernanda Ma chado no Brasi l depois de retornar de temporada nos

Serginho Hondjakoff, ator.

Maurício Gonçalves, ator.

Carla Prata, repórter.

Carolina Nakamura, assistente de palco do Domingão do Faustão.

Natal Permanente da LBV

que se renova

92 BOA VONTADE

Page 93: Revista Boa Vontade, edição 231

Orgulho em fazer Caridade“Fico muito orgulhosa por fazer parte da LBV todos os anos. Isso é um pedaço de mim. Doar amor nunca é demais. Todos nós temos amor no coração para doar. Que [essas famílias atendidas pela LBV] recebam o nosso amor.”

Nívea StelmannAtriz

Estados Unidos foi participar da iniciativa da LBV. “Eu sou fã do trabalho de vocês e realmente é uma honra estar aqui, ajudan-do. (...) Um pequeno gesto, uma pequena atitude pode mudar o mundo e fazer dele um lugar melhor”, afirmou.

D'Black, cantor.

Julianne Trevisol,

atriz.

Renato Prieto, ator.

Robert Riskin,

ator.

Fernanda Machado,

atriz.

Page 94: Revista Boa Vontade, edição 231

Natal Permanente da LBV

O c o m e d i a n t e R o d r i g o Sant’Anna também reservou es-paço na concorrida agenda para convidar a população a colaborar na tradicional ação natalina. “A gente tem de ter consciência de que o nosso trabalho não termina no momento em que a cortina se fecha e o público vai para casa. Com essa campanha, a gente estende

Desirée Oliveira,

atriz.

Nando Cunha, ator.

Flávia Rubim,

atriz.

Bênção e admiração“É uma bênção, uma honra estar junto da LBV nesse trabalho maravilhoso feito pelo mundo afora. Já estou junto com a LBV há muito tempo, acho que todo ano faço alguma coisa, porque eu a admiro muito.”Tania AlvesAtriz e empresária

André Fernandes,

fotógrafo da campanha no Rio de

Janeiro/RJ.

André Rebustini, ator.

Gabriel Canella, ator.

94 BOA VONTADE

Page 95: Revista Boa Vontade, edição 231

o nosso trabalho para a vida. Eu agradeço a oportunidade de fazer parte dessa parceria.”

Os dois artistas participam pela primeira vez dessa mobilização contra a fome e por um Natal mais feliz e se juntam agora a um grande time solidário. Dele fazem parte nomes como o do ator Maurício Gonçalves. “Acom-

Mariana Souza,

dançarina e cantora.

Grupo de pagode Perdendo a Linha

panho [esse trabalho] de perto. Desde muito cedo a minha mulher, por exemplo, faz um trabalho muito bonito para instituições. Meu tataravô era agregado, escravo ou da periferia. E vejo que a desigualdade social, eco-nômica, continua... E o trabalho da LBV é de recuperação, um trabalho que tenta diminuir a

desigualdade neste país. Isso é fundamental. Sem educação, sem amor, sem carinho, a gente não vai para lugar nenhum, e a LBV dá tudo isso. As pessoas boas têm que acreditar que o Amor de Jesus muda qualquer um”, destacou.

A apresentadora e atriz Flávia Rubim também abraça a causa por mais um ano. Assim como todos

Consciência, arte e alto-astral“A gente tem de ter a consciência de que o nosso trabalho não termina no momento em que a cortina se fecha e o público vai para casa. Com essa campanha, a gente estende o nosso trabalho para a vida. Eu agradeço a oportunidade de fazer parte dessa parceria.”

Rodrigo Sant'AnnaAtor e comediante

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Page 96: Revista Boa Vontade, edição 231

Natal Permanente da LBV

Equipe de Esportes da Super Rádio Brasil: Gustavo Adolfo, Gerson Junior, Diego Tirre, Marcelo Figueiredo, Gustavo Penna, André Gonçalves e Hugo Lago.

os artistas que ajudam a Institui-ção, Flávia foi recepcionada pelo Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade, formado por alunos do Centro Educacional da LBV no Rio de Janeiro, e presenteada com lembranças confeccionadas pelas crianças atendidas. “Foi

maravilhoso. Que linda surpresa! Não sabia que as crianças iam cantar para mim. A gente doa o nosso trabalho, nossa imagem, doa nosso amor e recebe ainda mais”, ressaltou.

Sobre a felicidade de contribuir mais uma vez com a iniciativa

natalina, salientou: “No Natal não pode faltar esta união que vocês têm na LBV, onde cada um faz a sua parte. (...) Mais uma vez dedico o meu Amor e tudo de bom para vocês. Estou muito feliz por par-ticipar dessa campanha e espero participar de todas! Que cada vez

"Há sempre um jeito de ajudar"“Quem não tem condições de apoiar financeiramente pode apoiar de outras formas, há sempre um jeito de ajudar. Tenho dois filhos e vejo a dificuldade que é criá-los no mundo de hoje. (...) Alimentação é muito importante, mas o melhor alimento para uma criança crescer é o Amor. Todos temos condições de dar carinho, e ninguém cobra nada por isso.”

Fernando PrassGoleiro do Vasco da Gama

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Page 97: Revista Boa Vontade, edição 231

Nadja Neury, estilista.

Nica Bomfim,

atriz.

Giselle Lopps,

atriz.

Marcia Vallera,

maquiadora. Cacá Mendes, maquiador.

Cláudia Cruz,

maquiadora.

vocês cresçam ainda mais para ajudar a todos”.

A atriz e empresária Tania Alves também abraçou a causa. “É uma bênção, uma honra estar junto da LBV nesse trabalho ma-ravilhoso feito pelo mundo afora. Já estou junto com a LBV há

muito tempo, acho que todo ano faço alguma coisa, porque eu a admiro muito”, disse. Assim como milhares de brasileiros, Tania con-fia no trabalho socioassistencial da LBV e sabe que essa cesta de alimentos entregue todo fim de ano é um prêmio a tantas famílias

necessitadas, beneficiadas pelas ações humanitárias da Instituição ao longo do ano. Desta forma, a sociedade unida proporciona aos atendidos meios que os auxiliem a alcançar o próprio sustento, bem como o desenvolvimento pessoal e o da comunidade em que vivem.

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Recife/PE e

Salvador/BA

A rtistas e outras personalida-des também se mobilizam pela Fraternidade Ecumê-

nica na capital da Bahia e na de Pernambuco em prol da campanha de Natal da Legião da Boa Von-tade. “Eu me sinto pequenininho diante da grandiosidade de tudo

isso. A arte tem um poder trans-formador e, quando a gente pode usá-la para, por exemplo, falar de coisas sérias, importantes, que vão transformar vidas de muita gente, é maravilhoso! Eu sempre acompanho a LBV, e participar mais de perto é grandioso. Muito

obrigado pela oportunidade!”, agradeceu o cantor Saulo Fer-nandes, vocalista da Banda Eva, durante a sessão de fotos realiza-da em casa alugada pelo grupo no famoso bairro de Itapuã, em Salvador/BA, onde o novo álbum é produzido.

Aurino Rosendo, jornalista esportivo.

Graça Araújo, jornalista. Rodrigo

Asfora, jornalista.

Monica Mel, jornalista.

Natal Permanente da LBV

Compromissocom o futuro

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Page 99: Revista Boa Vontade, edição 231

Para o técnico de futebol Waldemar Lemos, que comanda o time pernambucano do Náutico, ajudar a Instituição é uma herança da família, tradição que chega à terceira geração. “Recordo que minha avó na cidade do Rio de Janeiro colaborava com as ações da LBV, minha mãe deu

Grandioso momento“Eu sempre acompanho a LBV, e participar mais de perto é grandioso. Muito obrigado pela oportunidade!”

Saulo FernandesCantor

Genival Lacerda, cantor.

João Lacerda, cantor.

Cezzinha, cantor e compositor.

Rithelly, jogador de futebol do

Sport Club do Recife.

Eduardo Moody,

fotógrafo da campanha em Salvador/BA.

BOA VONTADE 99

Page 100: Revista Boa Vontade, edição 231

Natal Permanente da LBV

continuidade e, agora, minha esposa e eu fazemos colaborações à LBV. Conheci as instalações no Recife; o trabalho é grandioso. Dá satisfação como cidadão contribuir com pes-soas que tanto precisam”, afirmou.

A vontade de proporcionar um Natal mais feliz e ajudar a mudar o futuro de milhares de famílias

é um desejo comum de todos os que abraçaram a iniciativa. Que o diga o cantor Genival Lacerda: “Conheço o trabalho da LBV pelo Brasil todo e é tudo o que a crian-çada precisa. Estou felicíssimo em participar da campanha de Natal da LBV. Convido a todos a também fazer parte. Deus é bom para todos nós”.

Na capital do frevo, as gra-vações para a campanha tiveram sabor especial, pois o local esco-lhido foi o próprio Centro Comu-nitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade no Recife. As fotos foram tiradas logo após os artistas, esportistas e persona-lidades visitarem as instalações

Waldemar Lemos, técnico de futebol do Clube Náutico Capibaribe.

Nadya Alencar, jornalista.

Nano Alves, radialista e jornalista.

Nádia Maia, cantora.

Cristina Amaral, cantora.

Daniel França, jornalista. Kuki, assistente técnico do Clube Náutico Capibaribe.

Lina Fernandes, jornalista e radialista.

Natal Permanente da LBV

100 BOA VONTADE

Page 101: Revista Boa Vontade, edição 231

e conhecerem, em detalhes, o trabalho social ali desenvolvido. Cada um deles foi homenageado com um cartão assinado pelas crianças atendidas pela Institui-ção, confeccionado manualmente por elas.

“Essa visita que eu fiz foi muito importante, vi de perto o trabalho

de reeducação, de inclusão social que a LBV faz com essas crianças. Fiquei feliz de ver tudo tão bem feito e bem elaborado. Quero aproveitar para parabenizá-los pela coragem de contar com a ajuda das pessoas. Continuem contribuindo, porque o trabalho é realmente sério e bonito, eu vi

Thiago Cunha, jogador de futebol do Santa Cruz Futebol.

Eduardo Bandeira, jornalista.

Silvana Batalha, jornalista e radialista.

Alcymar Monteiro, cantor.

Marcos Tamandaré, jogador de futebol do Salgueiro Atlético Clube. Weslley, jogador

de futebol do Santa Cruz Futebol Clube.

Roberto Costa, Jeison Wallace e Inaldo Fernando, atores.

de perto. Essas crianças mere-cem!”, disse a cantora Cristina Amaral, no Recife. Participando pela primeira vez da campanha, Cristina afirma que a época é pró-pria para “despertar sentimentos privilegiados”, mas reforçou a solidariedade natalina deve ser permanente.

BOA VONTADE 101

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natalinoEspíritotodos os dias

Belo

Horizonte/MG

Os preparativos para divulgar a edição 2011 da campanha de Natal da LBV começa-

ram cedo na capital mineira. Em parceria com o Studio Dablio, do fotógrafo Weber Pádua, muitas personalidades das Minas Gerais disseram sim à iniciativa, partici-pando da gravação de um videocli-

pe institucional e de uma sessão fo-tográfica. É o caso do ator Amauri Reis, que pela primeira vez aderiu à iniciativa: “Estou numa felicida-de imensa! Doar é sempre muito importante. Parabenizo sempre a LBV por dizer que a fome não é só hoje, mas nos 365 dias do ano. Fico muito emocionado de ver que

há uma entidade voltada só para o bem. Continue forte e, no que eu puder ajudar, estarei sempre à disposição”.

O comediante e apresentador Saulo Laranjeira, ao vestir a ca-misa da Legião da Boa Vontade, afirmou, com satisfação: “O tra-balho da LBV desperta em todos

Roger Flores, jogador de futebol do Cruzeiro.

Thaís Garayp, atriz.

Amauri Reis, ator.

Natal Permanente da LBV

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Page 103: Revista Boa Vontade, edição 231

"Corrente por um mundo melhor"“Quanto mais pessoas engajadas, melhor. Independentemente da profissão, da situação financeira, da crença, o importante é que todas as pessoas se juntem a favor dessa corrente por um mundo melhor, para tornar as pessoas mais felizes.”

Wilson SideralCantor e compositor

nós esta emoção tão necessária de Fraternidade, Amor ao próximo. (...) Ter Jesus no coração é uma atitude sempre necessária para construirmos um mundo melhor. (...) A gente vê aqui crianças bem tratadas, com sorriso nos olhos, com alegria... Poxa, é muito emo-cionante!”.

Igualmente sensibilizado pela iniciativa, o jogador de futebol Roger Flores, do Cruzeiro Esporte Clube, considera importante que o nome da campanha contenha a palavra “permanente”, já que a Instituição promove ações com essas famílias durante o ano e as contempla com a cesta natalina

em dezembro. “As dificuldades permanecem o ano todo, mas é no Natal que as pessoas ficam mais sensíveis. É uma data especial, a gente pensa no próximo. Fico muito lisonjeado por poder dar esse aviso. O gesto de Solidariedade só nos traz o bem, sem dúvida nenhu-ma”, disse.

Weber Pádua, fotógrafo da

campanha em Belo

Horizonte/MG.

Saulo Laranjeira, ator, cantor, humorista e

apresentador de TV.

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Page 104: Revista Boa Vontade, edição 231

Porto

Alegre/RS

A participação na campanha, com a sessão de fotos no Centro Comunitário de

Assistência Social da LBV na capital gaúcha, agradou a todos os participantes da iniciativa. A banda Chimarruts ganhou uma recepção carinhosa das crianças beneficiadas pelo Programa LBV

Esperança

— Criança: Futuro no Presente!, no qual elas aprendem canto na Oficina de Música. “Nós ficamos bem surpresos de saber que eles [meninos e meninas da Institui-ção] gostam da gente, da nossa música. Nós, que somos admira-dores desse trabalho, ficamos con-tentes de poder contribuir com o

que sabemos, que é o nosso som, a nossa música. A gurizada mandou muito bem, cantou bem. E foi legal porque a letra era até extensa, (...) foi ótimo!”, comentou Rafa, um dos integrantes da banda.

Em entrevista à Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o mo-delo Daniel Bueno exaltou a

Dorotéo Fagundes, radialista.

Daniel Bueno, modelo.

Vera Armando, jornalista da TV

Pampa.

de tempos melhores

Natal Permanente da LBV

104 BOA VONTADE

Page 105: Revista Boa Vontade, edição 231

Duca Leindecker,

músico.

Humberto Gessinger, músico.

importância de iniciativas como essa da LBV. “O Brasil ainda está em um processo de crescimento e tenho esperança de que as coisas vão melhorar, mas ainda há muita coisa que podemos fazer nós mes-mos. O povo brasileiro é bastante solidário. E que mais pessoas se unam a essa campanha.”

Leo Meira, jornalista.

Liliana Cardoso,

declamadora.

Rico Villar, empresário.

Alegria que nos renova“Agradeço a oportunidade de fazer parte de um astral tão bom. Visitei [o Centro Socioassistencial da LBV em Porto Alegre], ouvi o coral das crianças, cantando para nós, o que é uma alegria muito grande, pois elas têm uma energia que nos renova.”

Humberto Gessingermúsico

BOA VONTADE 105

Page 106: Revista Boa Vontade, edição 231

Natal Permanente da LBV

Daniel Torres, cantor.

A confiança no trabalho da sexagenária organização brasi-leira vem de resultados sólidos alcançados ao longo dos anos. Testemunhas do resgate social que a LBV vem fazendo no Bra-sil e no Rio Grande do Sul, os artistas gaúchos estampam com

orgulho o coração azul no peito. É o caso do cantor Cristiano Quevedo, que convida: “Vamos todos vestir essa camiseta que, além de bonita, traz a certeza de que estamos fazendo a coisa certa: doar, fazer um pouquinho por nosso irmão”.

Para o jornalista Leo Meira, parceiro da Instituição há cinco anos, “é uma honra ser convidado para uma campanha que cada vez mais ganha adesão no Rio Grande do Sul e no Brasil, como se vê nos veículos de comunicação”. E acres-centou: “As famílias [atendidas]

Banda Chimarruts, grupo de reggae.

Edson Dutra, músico.

Claus e Vanessa, dupla de cantores.

Page 107: Revista Boa Vontade, edição 231

Jair Kobe, humorista.

Cristiano Quevedo, cantor nativista.

Michael Paz, fotógrafo da campanha em Porto Alegre/RS.

Tchê Barbaridade, grupo musical.

vivem em risco social e a gente tem a oportunidade de ajudá-las. É com o apoio de todos que nós vamos conseguir mais uma vez fazer uma grande Campanha do Natal Perma-nente (...) e promover essas pessoas que tanto precisam de ajuda. Quero mais uma vez pedir que, quando a

LBV chamar, recebam-na com o coração e doem”.

Marcelo Quichaloviski, do Tchê Barbaridade, compartilha da mesma vontade e gratidão. Em 20 anos de banda, foram muitos os shows be-neficentes organizados em favor da LBV. “Na verdade, nós é que temos

que agradecer a oportunidade de estar aqui, dar um pouco da nossa fraternidade acima de qualquer coisa. (...) Desde o início, trabalha-mos com humildade e pelo próximo, procurando colaborar de todas as formas possíveis para o crescimento espiritual dos nossos irmãos.”

BOA VONTADE 107

Page 108: Revista Boa Vontade, edição 231

Ação Jovem LBV

Juliano Bento | Especial para a BOA VONTADE

O que é Ciência? No di-cionário*¹ tem-se como definição primeira: “(...) O

conhecimento que inclua, em qual-quer forma ou medida, uma garan-tia de sua própria validade”. Nesse entender, ao analisar a obra Jesus, o Profeta Divino, do escritor, compo-sitor e educador Paiva Netto, pode--se dizer que o autor é igualmente um cientista. Ele observa no Cristo Ecumênico o eixo do conhecimento pelo princípio empírico — muito bem fundamentado e experimen-

Arqu

ivo B

V

Militante daJuventudeEcumênica daBoa Vontadede Deus efísico pelaUniversidadede Campinas(Unicamp).

Velocidade, probabilidades e Espaço-Tempo Divino

do Novo Mandamento“A Ciência

de Jesus”

tado em seus escritos e ações —, segundo o qual a ciência humana é também de Deus, com a ressalva de que o Divino Ser não seja reduzido à noção do deus antropomórfico, feito à imagem e semelhança dos homens, como destacava o saudoso proclamador da Religião de Deus, Alziro Zarur (1914-1979).

Vejamos o que Paiva Netto afirma em sua mais recente obra, no subtítulo “Zarur, Einstein, E = mc2 e a evolução do entendimento das Profecias”: “Ora, quanto às palavras dos Profetas, temos de usar a mesma conceituação antes aqui exposta, pois — à medida que evoluímos — a nossa compreensão dos fatos vai crescendo, até tocar o Infinito, onde as Profecias são concebidas por Deus e postas em andamento por Seus Auxiliares Celestes, de acordo com a evolu-ção das Humanidades, visíveis e Invisíveis”.

Curvas de probabilidadesEsse pensamento nos leva a

refletir sobre o Espaço-Tempo Divino, em que se apreciam não só os fatos, mas também todas as curvas de probabilidades existen-tes que decorrem daqueles para a verificação da maneira pela qual se conceberão as consequências, sen-do a localidade de Deus o próprio Todo (sem pensar em panteísmo, mas, sim, em velocidades infin-das), e Sua habitação, portanto, é o infinito.

Desse modo, temos um vis-lumbre de como Deus (ou as Leis que regem o Cosmos) trabalha, ou seja, permite-nos imaginar a média das probabilidades de ocorrência dos infinitos fatos que surgem e, ao mesmo tempo, participam do processo que leva tudo para o equi-líbrio dentro do Amor Eterno. Seria como um organismo de equilíbrio universal.

*¹ Dicionário de Filosofia, de Nicola Abbagnano, 5a edição, São Paulo, 2007.

108 BOA VONTADE

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A velocidade de ação das Leis do Eterno

Claro que aqui podemos cair, fa-cilmente, em uma análise cativa das quatro dimensões que nos aprisio-nam. Talvez os fatos se desenrolem (e assim devem ocorrer) ao mesmo tempo em que são examinadas as suas consequências. Quando fazemos um estudo do artigo do fundador*² da Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, “A velocidade não existe?”, desponta a possibi-lidade de uma nova interpretação, além-física, desse conceito, pois, ao

infringirmos uma Lei Universal, o julgamento, a sentença e a execução são desencadeados instantaneamen-te. Isso demonstra que não existe impunidade nem mesmo em um único átomo de tempo no Todo Uni-versal. Então, se a velocidade fosse finita, existiria infinita injustiça, já que aceitaríamos a ideia de que Deus estaria confinado a algum lu-gar e as decisões, uma vez tomadas no eterno, demorariam um tempo infinito para se tornar efetivas, algo que não pode ocorrer porque, sim-plesmente, o Senhor do Universo é

sempre (espacialmente e temporalmente) Justiça.

E se o conceito de probabilidades causar algum problema, isso não seria tão diferente de como se porta atualmente a física. A mecânica quântica trabalha com uma realidade fundamentada em probabilidades

*² Fundada em 2007 por José de Paiva Netto, a Academia Jesus, o Cristo Ecumênico é composta pelo Instituto de Estudo, Pesquisa e Vivência do Novo Mandamento de Jesus e pelo Instituto de Estudo e Pesquisa da Ciência da Alma. Por meio da produção de conhecimento universal, isto é, divino e humano, tem por objetivo dessectarizar a forma pela qual muitos veem o Cristo de Deus e o Cristianismo, isto é, mostrar a influência e a aplicabilidade dos ensinamentos ecumênicos e eternos do Acadêmico Celeste em todos os campos do saber espiritual-humano.

Divu

lgaç

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Shutterstock.com

BOA VONTADE 109

Page 110: Revista Boa Vontade, edição 231

maiores de um evento ocorrer em face de outras infinitas probabilida-des possíveis. Quando um chamado “observador” toma uma decisão, ve-rifica-se a ruptura do pacote de onda, que, em termos gerais, é a escolha da maior probabilidade. Um exemplo já bem debatido desse fenômeno é o problema do “gato de Schrödinger”.

O gato e a quânticaO físico austríaco Erwin

Schrödinger (1887-1961) propunha um experimento imaginário no qual se estabelece a seguinte situação: um gato é aprisionado em uma caixa contendo um elemento radioativo nocivo à saúde do felino. Após certo tempo, é impossível saber se o ani-mal está vivo ou morto sem olhar o que ocorreu no confinamento. Obviamente, para saber se o gato está vivo ou morto, bastaria abrir a caixa. No entanto, queremos saber o que ocorre sem abri-la. Nesse momento a física quântica nos diz que o gato está vivo E morto dentro da caixa, e não vivo OU morto. Quando abrimos a caixa, a natureza tende a escolher a maior probabilidade de um dos eventos ocorrer, ou seja, se a maior probabilidade é o gato estar vivo, então a natureza busca con-vergir para essa realidade. Embora pareça estranho, a mecânica quântica funciona muito bem. E é graças a ela que há celulares e, no futuro próxi-mo, haverá computadores quânticos.

Fractais e os ciclos temporais

Voltando ao livro Jesus, o Pro-feta Divino, no capítulo “A ques-

tão espiritual do tempo”, temos a indicação dos ciclos proféticos e de que modo seriam visualizados pela Ciência, e onde no Universo (que aparenta ser caótico) poderiam existir padrões temporais. Isso é constatado em uma derivação da Teoria do Caos, os chamados Frac-tais (formas geométricas comple-xas cujas propriedades, em geral, se repetem em qualquer escala).

Uma maneira de ilus-trar isso seria analisar uma montanha e sua forma. Constataríamos que em alguma parte, seja micros-cópica ou não, o seu padrão fractal se repete. Esse estu-

do hoje, longe de ser um devaneio, é utilizado na matemática, na física, na medicina e até na economia.

Outro aspecto a ser evidenciado em estruturas que se repetem no Universo reside no estudo funda-mental em ciência da computação chamado Pattern Recognition, ou reconhecimento de padrões. Quer dizer, por meio de conhecimentos empíricos ou a priori, é possível criar modelos computacionais para reconhecer padrões.

Portanto, se a natureza no espa-ço se repete, e se o espaço-tempo é uma grandeza física somente, os fatos no tempo também devem se

repetir. O ciclo profético, então, só pode ser um fato a ser verificado, não uma mera hipótese e muito menos um dogma religioso. Se assim não fosse, a história de na-ções e indivíduos não se repetiria tal como observamos, visto que ninguém poderia replicar a ação feita por outrem sem, ao mesmo tempo, cair num modelo que tende a se reproduzir.

Viagem instantânea Ainda nesse capítulo, nota-se a

seguinte assertiva do autor: “(...) Não mais viajaremos: de forma instan-tânea, estaremos ou não, num ou noutro local, nuns ou noutros locais, ou em todos os locais ao mesmo tem-po”. Com isso, compreendemos que, além de derrubar a grandeza física velocidade — que implica sair de um ponto, percorrer um espaço e chegar a outro ponto —, o escritor entende que estar em mais de uma parte ao mesmo tempo significaria dizer que a velocidade não existe.

E veja, amigo leitor, que esta-mos apenas no início das descober-tas que as implicações dessa tese vão trazer ao mundo. Aguardemos os grandes conhecimentos que a Ciência do Novo Mandamento de Jesus descortinará para a Hu-manidade.

Ação Jovem LBV

Erwin Schrödinger

No experimento imaginário do físico

austríaco Erwin Schrödinger, um gato é

aprisionado em uma caixa contendo um elemento

radioativo; a física quântica diz que o gato

está vivo E morto dentro da caixa. Di

vulg

ação

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lgaç

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110 BOA VONTADE

Page 111: Revista Boa Vontade, edição 231

Melhor IdadeNovas tecnologias

Usar computador, caixa ele-trônico ou telefone celular é hoje atividade comum

do cotidiano. Boa parte das pessoas acompanhou o advento das novas tecnologias, até por sobrevivência. No caso dos mais jovens, parece que já nasceram clicando; são os chamados “nativos digitais”. O que muita gente esquece é que, para os mais velhos, migrar para a era digital pode ser uma tarefa bem mais difícil.

Em pesquisa recente, feita pelo Ibope nas regiões metropolitanas

do Brasil, soube-se, por exemplo, que apenas 19% dos idosos entre-vistados costumam acessar a inter-net, com 87% deles pertencendo às classes A e B.

No entanto, a passagem para a era digital não é algo impossível. Procurar cursos especializados, por exemplo, é um caminho reco-mendado para pessoas da Melhor Idade. A Legião da Boa Vontade, atenta a essa necessidade, tem tra-balhado pela inclusão digital, por meio de programas direcionados à população em situação de risco social.

Para o instrutor de Informá-tica Jossemildo de Alvarenga Duarte, do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em São Gonçalo/RJ, a inclusão digital da Terceira Idade é hoje fundamental. “É preciso tornar essas pessoas atualizadas e participantes deste mundo cada vez mais globaliza-

do, em que a tecnologia desponta sempre com novos recursos e possibilidades”, disse Jossemildo.

A satisfação de Sonia Corrêa Madeira, de 63 anos, uma das alunas beneficiadas pelo curso de Informática da Instituição, resume bem quanto esse conhecimento abre novos horizontes. “Hoje tenho mais condições de me comunicar com o mundo. Sem falar do convívio com o grupo, que é uma coisa muito im-portante e muitas vezes não temos em casa, por morarmos sós. A LBV nos proporcionou este curso mara-vilhoso, que mudou a minha vida.”

Vale destacar que o Estatuto do Idoso, em vigor desde 2004, prevê no capítulo V, Art. 21, a necessidade de o idoso ter acesso a técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos nos cursos direcionados a eles, para que sua integração à vida moderna seja, de fato, eficiente.

Inclusão digitalem foco

Walter Periotto | Especial para a BOA VONTADE

Dani

el T

revis

an

WalterPeriotto

BOA VONTADE 111

Page 112: Revista Boa Vontade, edição 231

“Nós devemos amar as pessoas como Jesus nos ama. Sem preconceito,

com Amor verdadeiro. Só assim poderemos seguir

os nossos caminhos.”

Salve 12 de outubro,Dia das Crianças!

Bianca Giulia Barbosa Ferreira, 8 anos. Brasília/DF

Os Soldadinhos de Deus crescem no Amor a Jesus e às Instituições da Boa Vontade. Disse o Cristo:

“Na vossa perseverança, salvareis as vossas Almas. (Evangelho segundo Lucas, 21:19)”.

Na camiseta do Soldadinho de Deus

está a mensagem de José de Paiva

Netto: "Nós nos orgulhamos do que

somos! Somos Legionários da

Boa Vontade de Deus, sim!!!"

112 BOA VONTADE

Page 113: Revista Boa Vontade, edição 231

João Miguel Junior de Araújo, 8 meses. Pais: Marilza Antonia e Paulo Julio de Araújo - Riachuelo, Rio de Janeiro/ RJ.

Rafaela Silveira Dias Pinto, 9 meses. Pais: Fabiane e Alex Dias, Porto Alegre/RS.

Alana Barbosa de Almeida, 4

meses. Pais: Patrícia e João Barbosa

da Silva Neto, Goiânia/GO.

Anna Júlia Silva de Jesus Couto, 2 anos.

São José da Lapa/MG.

Kauã Roger Leite Galdino,

5 anos. Natal/RN.

Marcos Vinícius Borges, 2 anos.

Cabo Frio/RJ

Nicolas de Aguiar Parmigiani, 1 ano e 7 meses. Pais: Renato Parmigiani e Ana Carla de Aguiar Parmigiani, São Paulo/SP.

Estevão Henrique Pacheco, 10 meses. Pais: Flaviana Daiane e Francisco Carlos

Pacheco, Vargem Grande do Sul/SP.

Tarcísio Tiago e Frederico Tiago de Oliveira, 7 meses.

Pais: Tânia e Leonilton Antonio de Oliveira, Brasília/DF.

BOA VONTADE 113

Page 114: Revista Boa Vontade, edição 231

Aprendendo PortuguêsDa

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Adriane Schirmer, professora.

Adriane Schirmer | Especial para a BOA VONTADE

Nesta lição, abordaremos um ponto da gramática que costuma causar dúvidas

e/ou dificuldade em seu emprego: o tempo presente do subjuntivo, modo verbal com que se expressa a ideia de hipótese, desejo, neces-sidade ou expectativa. Isto é, nesse modo, o fato enunciado na oração é incerto, duvidoso, provável, possível, eventual, dependente de outro ou irreal.

Uso do subjuntivoAtente para a frase “Você quer

que eu faço a tarefa?”. Ela está construída de maneira errônea, porque “faço” pertence ao presen-te do verbo “fazer” no modo indi-cativo, que se usa para indicar um fato preciso, certo ou real, como nos seguintes exemplos: “Eu faço o dever de casa todos os dias”, “Ela voltou de férias ontem” e “Nós iremos à festa no sábado”.

A construção correta da primei-ra frase é “Você quer que eu faça a tarefa?”, pois “faça” é uma das formas de “fazer” no presente do subjuntivo. Há um bom exemplo desse modo neste trecho do livro Jesus, o Profeta Divino, do escri-tor Paiva Netto: “(...) quem ama sem interesses escusos realiza-se, mesmo que o mundo inteiro esteja contra essa pessoa”.

Observação importante: Nunca escreva “esteje” e “seje”,

formas que não existem. O certo é empregar “esteja” e “seja”.

Veja mais alguns exemplos do uso adequado do presente do subjuntivo na primeira pessoa do singular: “Meu pai deseja que eu pegue a correspondência dele que chegou”, “A família de minha amiga quer que eu fique para jan-tar”, “Você precisa que eu venha amanhã?”, “Minha mãe necessita que eu a ajude a confeccionar o bolo” e “Ele espera que eu ligue para confirmar o encontro”.

Portanto, se houver ideia de incerteza, suposição, possibilidade ou desejo, empregue o modo sub-juntivo do verbo.

Sugestões de temas a serem abordados e dúvidas são bem--vindas. Elas podem ser encami-nhadas para nossa Redação (veja expediente (p. 6).

Bom estudo e até a próxima!

114 BOA VONTADE

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