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Editora
Rua Curupira, 101 Mooca CEP 03179-140 So Paulo SPFone: (11) 6605-4651 [email protected]
Editor e Diretor de arte: Victor Rebelo
Jornalista: rika Silveira
PROGRAMA
Msica & Mensagem
Espiritismo, msicas,
entrevistas, auto-ajuda
e estudo das religies
Aos sbados,
s 16 horas
Rdio Mundial95,7 FM (SP)
Apresentao
Victor Rebelo
Nas bancas de todo Brasil
oua pelo site www.rcespiritismo.com.br
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Textos doscolaboradores da
Revista Crist de Espiritismo
Jesus e o Espiritismo
Entrevistas realizadas pelo sitewww.irc-espiritismo.com.br
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ndice1a Parte - Entrevistas
1 - Falando de Jesus 132 - As parbolas de Jesus 253 - O consolador prometido 294 - A reencarnao na Bblia 395 - O Cu e o Inferno 536 - O natal 637 - As curas de Jesus 79
2a Parte - Textos
1 - O lado esotrico do Cristianismo 892 - Os essnios e o Cristianismo 1053 - O poder da F 117
O Espiritismo (pgina 128)Trecho da introduo de
O Evangelho Segundo o Espiritismo
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IntroduoNeste quarto volume da Coleo Sem Mistrios apre-
sentamos ao leitor o tema Jesus e o espiritismo, que encer-ra a srie que aborda esclusivamente a doutrina esprita.
A doutrina esprita uma religio? Se for uma religio,pode ser considerada crist?
Primeiramente, temos que partir do princpio de quereligio vem do termo religare, que significa religar, as-sim como o termo snscrito yoga, que significa unio. Masunio com o qu?
Unio com nosso Eu Superior, nossa natureza ver-dadeira (como diz o budismo), nosso atman (hindusmo),nosso Cristo Interior ou, finalmente, com nossa CentelhaDivina (espiritismo). Ou seja, a proposta da religio nosmostrar como despertar a natureza Divina que existe emns. Portanto, sob este aspecto, o espiritismo pode ser con-siderado uma religio.
Quando Jesus veio Terra, Ele no tinha o objetivo deacabar com as religies j estabelecidas. Veio esclarecercertos pontos que foram deturpados ao longo dos anos. Paraisso, exemplificou em sua vida diria todo poder e bondadeque um ser iluminado j conquistou. Mais que isso: nos ensi-nou que tambm temos a capacidade de vivenciarmos todaessa Luz, que somos igualmente Filhos de Deus e que Ele apenas um dos nossos irmos mais velhos.
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A doutrina de Jesus de carter universal. Muitascoisas que ele ensinou, Buda, por exemplo, j tinha ensi-nado sculos antes. Portanto, o esprito de sectarismo e fa-natismo no partiu de Jesus, mas de muitos daqueles quese dizem cristos, mas atacam a religio alheia.
O espiritismo adota como conduta exemplar de vidaa do Mestre de Nazar. Primeiro, porque considerado umacontinuao do prprio cristianismo, o Consolador Prome-tido. Segundo, porque sua fora est no Ocidente, regiodo planeta mais influenciada pelos ensinamentos cristos.
Mas isso no significa que o esprita no possa estu-dar os ensinamentos de outras doutrinas, como o Taosmo,hindusmo etc. No s pode como deve, pois como eu jdisse, os ensinamentos de Jesus so universais, pois a fonte uma s: Deus. E o esprita um livre-pensador que deveestudar de tudo, fazendo uso, como disse Allan Kardec, desua f raciocinada.
Nosso objetivo com este livro no diminuir a rea-leza espiritual e os mritos de Jesus, mas mostrar que atodos est reservada a herana Divina. Vs sois deu-ses!, disse Jesus.
O espiritismo cristo, sem ser sectarista, pois os ensi-namentos de todos os mestres so iguais em sua essncia.
Que a tolerncia religiosa esteja entre ns!
Victor RebeloEditor
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1a parte
Perguntas erespostas
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Entrevista com Ana Guimares
Ao longo do tempo, a figura extraordi-nria de Jesus tem suscitado as maisdiversificadas elaboraes de temas. Pertode 65 mil livros j foram escritos sobre ele,sem contar as reportagens, poemas, artigos,pesquisas etc. E percebemos que o tema inesgotvel.
A poca que Jesus escolheu para vir Terra era realmente difcil. Os povos sedigladiavam em guerras que pareciam in-terminveis e o povo de Israel, que iria lhereceber, encontrava-se sob dominao ro-mana. As notcias a respeito de sua chega-da no so to conhecidas pelas pessoascomo deveriam ser, muitos acreditam quesomente o Velho Testamento traz as profe-cias sobre isso. Porm, na realidade, me-dida em que velhos povos vo sendo reti-
Falando de Jesus
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rados do ostracismo do passado, desco-bre-se que j se falava de um ser especialque viria e os velhos templos traziam refe-rncias ao fato.
Todos o reconheceram. Quando dize-mos todos, no nos referimos aos homensem si, porque estes no o identificaram, masfalamos daqueles que tiveram oportunida-de de encontr-lo, pessoas pertencentes avrias camadas sociais que, inspiradas pelomundo espiritual ou pela personalidade no-tvel de Jesus, reconheceram-no imediata-mente. No tiveram dvida alguma a res-peito do filho de Deus.
Jesus deixou um cdigo de respeito aDeus e s criaturas de uma forma geral. Suaspalavras ressoam com fora e vigor na almade muitos, mas, ainda assim, vrios de seusensinamentos profundos permanecem qua-se inatingveis pela maioria das pessoas,talvez porque no parem para analis-los.Ao estudarmos a assertiva de que os man-sos herdaro a Terra, isso pareceria uma
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coisa inadmissvel, j que vemos a violn-cia se multiplicar e os violentos pareceremvitoriosos, alm de lembrarmos de homenspoderosos do passado, que dominaram ter-ritrios, subjugaram e escravizaram povos,mas se perderam nas pginas da histria,como tila, Alarico, Alexandre e Jlio Csar.S que isso no a expresso da verdade.Pensemos, por exemplo, em um Franciscode Assis, imortal em sua mansuetude, pure-za e bondade, bem como reconhecido emtodos os quadrantes de nosso planeta, paradepois ouvirmos Jesus falando que os man-sos herdaro a Terra. Ou seja, ao lembrar-mos de figuras extraordinrias no campo dobem, que tiveram, como nicas posses, umcorao gentil e um crebro voltado para aconstruo do amor na Terra, observamosque as palavras de Jesus continuam atuais.
Quando Jesus diz que o caminho, averdade e a vida, o que fica para ns que seus convites esto mais atuais do quenunca. Diante de tanta violncia, tanto or-
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gulho e personalismo, temos de pensar nogentil chamado que Ele nos fez, pedindoque amemos uns aos outros como eu vosamei.
Jesus um esprito que j era perfeitoantes da fundao do mundo. No seriaum modelo muito distante da nossa reali-dade para tentarmos alcanar?
No, no to distante assim. Segun-do Emmanuel, a Terra realmente foi organi-zada por Jesus e por um grupo de espritosafins. A lei de amor aqui estabelecida delee toda a Terra est envolta nela, respiramosisso em todas as nossas reencarnaes.
Por que as religies tradicionais insis-tem em transformar Jesus em Deus se elenunca disse s-lo, mas sempre que era omensageiro, o filho, o enviado?
Exatamente para mant-lo distante. Aspessoas o glorificam, idolatram e ficam te-merosas de segui-lo. Porm, o Espiritismo
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Jesus deixou um cdigo de respeito a Deus es criaturas de uma forma geral.
Suas palavras ressoam com fora e vigor naalma de muitos, mas, ainda assim, vrios deseus ensinamentos profundos permanecemquase inatingveis pela maioria das pessoas
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apresenta o Jesus real, o amigo, o condu-tor, o pastor amado. E ns somos as suasovelhas.
Mas h a necessidade de ser perfeitopara poder ter participado da formao dosistema? Segundo O Livro dos Espritos, oesprito perfeito no est mais sujeito re-encarnao e nem h condies para tal.Ser que isso no mais uma tentativa deendeusar Jesus?
uma questo de semntica, podemosutilizar a palavra que a gente quiser, espri-to puro, perfeito. Na Terra, os espritos queesto sujeitos reencarnao so os erran-tes, ou seja, todos ns. Temos necessidadedesse retorno, mas isso no quer dizer queapenas ns reencarnamos na Terra. Os mis-sionrios reencarnam na Terra por amor eno so mais espritos errantes. So nomescomo Siddhartha Gautama, o Buda,Krishna, Confcio, Gandhi, entre outros,que, assim como Jesus, tambm no esta-
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vam sujeitos reencarnao, mas vierammesmo assim.
Humilde como todo bom esprito deveser, Jesus poderia ter dito a frase eu sou ocaminho, a verdade e a vida na primeirapessoa? No teria ele dito isso sobre o Paique o enviou e, posteriormente, a frase tersido alterada pela insistncia em se dizerque Jesus Deus?
No existe nenhum tipo de vaidadenessa frase, porque Jesus realmente o ca-minho, toda a sua vida foi um roteiro decomo deveramos proceder, o mapa que eledeixou na Terra. Ento, ele o caminho etodos eles levam a algum lugar, que, no caso, Deus. Assim, fica bem demonstrado queJesus no Deus, porque se ele o cami-nho, ento, o objetivo outro.
Se tomarmos como base a hiptese ouo fato de que Jesus era perfeito na pocaque voltou carne, por que temos uma pe-
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quena variedade de comportamentos nele,como os vendilhes do templo, que reve-la uma certa fria, ou o por que me aban-donaste dito a Deus na cruz, mostrandoalguma fraqueza, ao mesmo tempo em queapresentava uma mansuetude no geral?
A respeito da perfeio dele na pocada construo da Terra, no uma hipte-se, porque se Jesus trabalhou na organiza-o da vida terrena, j possua os valoresrelativos ao nosso entendimento. Quanto questo dos vendilhes do templo, nopodemos levar ao p da letra o que estescrito. Recordando o fato de que Jesus fa-lava em aramaico, uma lngua muito pobreem vocbulos, e que o que temos hoje re-presenta uma sntese, feita por So Jernimo,de todos os escritos que foram recolhidossobre ele, ento no podemos falar em f-ria. Sobre a fraqueza, na verdade, Jesus re-citava um salmo de Davi naquele momen-to, era a hora da prece. Portanto, no existevariedade de comportamento nele, Jesus era
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austero sem subjugar as pessoas, era respei-tado e amado, como so as grandes almasvoltadas para o bem.
Temos relatos sobre a infncia de Je-sus at por volta dos 12 anos de idade e,em seguida, encontramos um perodo noesclarecido de sua vida, que vai at prxi-mo dos 30 anos. Existem relatos escritossobre estes anos desaparecidos? O queele teria feito nesse perodo?
O evangelho realmente s se refere a Je-sus na infncia e em sua ltima apario, aos12 anos, no templo de Jerusalm. Depois, elereaparece como homem feito. Todos os rela-tos que so feitos do perodo do desapareci-mento so hipotticos. O que sabemos a res-peito o que os espritos nos dizem, isto ,que Jesus levou uma vida normal.
H alguma informao no sentido deque Jesus voltar a encarnar, como afirmamoutras religies?
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No h nenhuma notcia de que Jesusvoltar a encarnar, mas ele prometeu queprepararia um lugar para todos e que era ocaminho que conduziria para esse local.
Que concluso podemos tirar do fatode Jesus ter ressuscitado depois de trs dias?
Trabalhando na organizao do plane-ta, Jesus conhecia as leis que o regem. Sehoje ns temos mdiuns que sedesmaterializam e voltam a se materializar,equivalendo a dizer que h uma desagre-gao molecular, ou tambm fenmenos detransporte, com a matria transpondo-seatravs de matria, sem que haja ainda umaexplicao de nossa cincia para isso, Je-sus podia manipular a matria conforme asua vontade. Alis, foi o que aconteceu emNazar. Ele estava sendo pressionado pelamultido para um precipcio, ento simples-mente desapareceu e ressurgiu junto aosdiscpulos, que estavam atrs dela. Semcontar quando caminhou sobre as guas,
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no fenmeno de levitao. E se Jesus podiacurar cegos, aleijados e leprosos ou expul-sar espritos, poderia fazer o que quisessecom seu prprio corpo.
Jesus precisou contar com o apoio deespritos desencarnados durante o tempoem que esteve aqui na Terra?
Ele o senhor dos espritos, ento, to-dos ns o servimos. Vendo dessa forma, eleprecisa da gente, no ? Portanto, cada vezque voc convocado para ser atenciosocom algum, ser gentil com seus pais e ir-mos, alimentar um faminto ou atender umenfermo, voc est a servio de Jesus.
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Por que Jesus utilizava-se de Parbolasao invs de falar ao povo de maneira direta?
Parece-me que toda a narrativa de umfato externo a ns mesmos, mas referente snossas prprias vivncias facilita-nos o en-tendimento porque sempre mais fcil en-xergarmos as dificuldades nos outros, emacontecimentos externos do que em nsmesmos. Por outro lado, colocaes dire-tas de ordem moral, muitas vezes nos blo-queiam o entendimento por repercutirem demaneira vigorosa em nossas almas. Assim,mais fcil termos uma narrativa para me-diar o impacto da verdade que a reflexonos traz.
Quer dizer ento que as parbolas sohistrias de ns mesmos?
Entrevista com Iole de Freitas
As parbolas de Jesus
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As parbolas se referem a situaesmorais que espritos como ns, ainda habi-tando num mundo de provas e expiaesatravessam.
E o que poderia comentar a respeitoda Parbola do Festim de Bodas?
Nesta Parbola, parece-me que uma dasquestes mais importantes a da indica-o das sublimes faculdades medinicas deJesus ao transformar a gua em vinho aten-dendo um pedido de Maria, Ele atesta apossibilidade de seu esprito de, agindocomo Mdium de Deus, atuar sobre a ma-tria - a gua - transformando-a em sua com-posio para que isto resultasse em benef-cio de tantos. A mediunidade de Jesus atuacom clareza nas mais diversas reas : na curafsica ou espiritual, na transfigurao, nofenmeno do caminhar sobre as guas, sem-pre com o intuito de estimular a nossa fem Deus e sanar as nossas dores, na medi-da das nossas necessidades espirituais, o
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que ocorre at hoje e, sabemos, continuara ocorrer atravs dos sculos. Esta Parbola a indicao viva do captulo XXVII de OEvangelho Segundo o Espiritismo : PEDI EOBTEREIS .
As parbolas no serviriam para dei-xar certos entendimentos para um momen-to em que o homem, no futuro, pudessecompreender coisas que na poca de Jesusno seriam entendidas?
Me parece que elas vieram facilitar onosso entendimento sobre as dificuldadesmorais que ns atravessamos h tantos s-culos. As chagas morais, as dvidas e mes-mo as virtudes nascentes de espritos, ain-da no incio de sua escalada evolutiva,como ns que viemos encarnando na Ter-ra, so o alvo da ateno das parbolas.Considerando a possibilidade de constan-te progresso das almas, sabemos que hojetemos melhores condies de compreender-mos e aplicarmos os ensinamentos do Mes-
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tre Jesus, mas considerando as nossas ne-cessidades morais atuais podemos perceberque se crescemos em valores intelectuais,ainda continuamos a engatinhar quanto aosvalores morais, numa medida bastante se-melhante a da poca de Jesus.
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O Consolador prometido
Um novo messias poderia vir Ter-ra, nos dias atuais, no papel de ConsoladorPrometido?
No haveria necessidade. O retorno deJesus se fez por meio da doutrina espritaque justamente o Consolador que Eleprometeu.
No muita pretenso de nossa partechamarmos o Espiritismo de o ConsoladorPrometido por Jesus?
Por qu? Se o Espiritismo nos d todasas respostas capazes de sossegar o nossocorao, de falar ao nosso entendimento,preenchendo as lacunas deixadas pela cul-tura humana; se o Espiritismo preenche to-das as expectativas anunciadas por Jesus por
Entrevista com Nara Coelho
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ocasio de sua passagem entre ns; se oEspiritismo nos diz de onde viemos, paraonde vamos e o que estamos fazendo naTerra e, mais do que isso, nos ensina comoviver. Dizer que seria pretenso nossa seriaconsiderar pretensiosas vrias afirmativas doMestre, dentre elas a que Ele se disse o ca-minho, a verdade e a vida.
Tendo a certeza de que Jesus o mes-sias, como ficam os que no o conhecemainda?
Acredito que ficam entre aqueles queviro a conhec-lo. Mas, de qualquer ma-neira, j foram beneficiados pelos melhora-mentos que o mundo recebeu a partir doadvento do Cristianismo.
O Espiritismo considerado a TerceiraRevelao (aps as revelaes de Moiss eJesus). Que dizer das demais revelaessurgidas em outros povos, em outras po-cas (China, ndia, Tibete, etc)?
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Essas revelaes do mundo orientalconcentram ensinamentos que tambm par-ticipam das trs revelaes citadas. A ver-dade uma s: est contida em todos osramos do conhecimento humano, s quens, os homens, temos o mau hbito dedeturpar esses ensinos com os nossos pr-prios erros. Isto , materializamos o que espiritual. Como espritas sabemos que nin-gum est abandonado. Em qualquer partedo mundo somos espritos em evoluo.
Qual o sentido exato da expresso:...porque ele ficar convosco e estar emvs, usada por voc na introduo quefez ao tema?
O Consolador, que a complementa-o dos ensinos de Jesus, na ocasio apro-priada, ficar entre ns eternamente. Essamensagem que nos instrui o esprito fon-te inesgotvel de aprendizado.
O que devemos entender por No prin-
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cipio era o verbo, e o verbo estava comDeus, e o verbo era Deus... E o verbo se fezcarne e habitou entre ns...(na introduodo Evangelho de Joo)? Ser Jesus Deus,como querem os cristos em geral, ou serele o Filho unignito de Deus, como sev em vrias partes do Novo Testamento?
Jesus cansou de afirmar que era filho deDeus. Em diversas partes do Evangelho Elese refere s ordens que recebeu de Deus. Noh dvida quanto a individualidade do Mes-tre. Tampouco Ele unignito. Eis que exis-tem muitos espritos do nvel de Jesus poresse Universo infinito.
Que Jesus nos ama, no resta dvida,pois nos deu inmeras demonstraes; en-tretanto, como ns poderemos, tambm pornosso turno, darmos o testemunho de amora Ele?
Isso muito importante. Amamos a Je-sus quando nos esforamos para seguir-lheos ensinos. Amamos a Jesus quando luta-
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mos para vencer as nossas ms tendncias.Tomamos da nossa cruz e o seguimos pormeio da exemplificao que pudermos re-alizar.
Qual o significado de Messias, Cris-to, Jesus Cristo?
Messias significa o mensageiro deDeus. O que traz um recado de Deus. Cris-to o pensamento grego infiltrado no Cris-tianismo, mitificando um esprito cuja di-ferena reside na sua iluminao. muitoimportante essa pergunta porque, comoespritas, precisamos trabalhar para restituira Jesus o valor que lhe cabe. Precisamos,mesmo como espritas, tirar o cunhoigrejeiro que envolve a personalidade deJesus, muitas vezes anulando-a. Jesus onosso irmo mais velho, mais experiente,mais iluminado.
O que podemos e devemos fazer, con-siderando que realmente o Espiritismo oConsolador Prometido por Jesus?
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Exemplificar. Acima de tudo, ter muitacoragem para seguir os ensinos de Kardec,porque so eles que nos trazem de volta lgica e praticidade dos ensinos liberta-dores do Mestre. Mas, repito, precisamoster coragem para no permitir que interfe-rncias externas influenciem na nossaexemplificao. Como nos disse Emmanu-el: Cristianismo significa Cristo em ns.
Como conciliar a moral e os ensinosde Jesus (se algum lhe bater na face...), demansido e no-violncia, com o momen-to atual? No estaramos criando ovelhaspara entreg-las aos lobos?
No! Tais ensinos dizem respeito anossa compreenso para com aqueles queainda atuam na faixa da violncia. Cabe-nos, com o conhecimento da doutrina es-prita, melhorarmos de tal maneira a nossafaixa vibratria que nos coloquemos dis-tantes da violncia. E, alm disso, trabalharsempre para contagiar a todos que convi-
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vem conosco com a compreenso de quemsabe que responsvel pelo prprio futu-ro, para que tambm eles sejam estimula-dos no-violncia.
No futuro teremos s uma religio oucrena?
Na verdade, Jesus no veio trazer-nosnenhuma religio. At a palavra cristianis-mo foi inveno dos homens. Jesus (assimcomo outros mestres iluminados) veio nosexemplificar a Verdade, que um dia serconquista de todos.
Jesus teria passado por muitas encar-naes para evoluir e chegar ao grauevolutivo em que se apresentou a ns outer ele sido criado diferente dos outroshomens, j cheio de conhecimentos e sa-bedoria?
Claro que passou por muitas encarna-es em outros planetas. Por isso Ele temmoral para nos ensinar. Para nos concitar a
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segui-lo. Ele sabe, por experincia prpria,qual o melhor caminho, qual a melhor for-ma de agir. Por isso, pode nos ensinar. Almdo mais, com o Espiritismo sabemos queno existe privilgios nas Leis de Deus eentendemos porque o Mestre nos disse quepoderamos fazer tudo o que Ele fazia emuito mais ainda.
O Espiritismo realmente nos desperta amente para a profundidade dos ensinos deJesus. importante que nunca nos canse-mos de estud-lo. E mais ainda, que estu-demos tudo o que estiver ao nosso alcancepara fortalecer a nossa convico esprita.O Espiritismo no pode ser contaminadopelo fanatismo, o que sempre mais fcilquando no estudamos. Estar sempre em diacom os preceitos de Kardec para que recu-semos informaes que contradigam dacodificao. Com o Espiritismo, Jesus des-ceu da cruz, matou a morte e nos proporci-ona um destino de responsabilidade, masde liberdade. Somos artfices do nosso fu-
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turo. No precisamos ser santos para se-gui-lo, mas precisamos ter determinao evontade de atuar no bem. Jesus apresentan-do-nos o Espiritismo atravs do Esprito daVerdade, cortou-nos os grilhes com o pas-sado, permitindo-nos desvendar um hori-zonte cheio de luz e paz que j podemosvislumbrar nas pequenas alegrias que con-seguimos atingir atravs do esforo no bem.
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A reencarnao na BbliaEntrevista com Srgio Aleixo
Onde especificamente est menciona-da a reencarnao, na Bblia?
A palavra reencarnao no se encon-tra nas escrituras, mas na cultura judaico-crist. Havia o conceito de ressurreio,que, em muitos casos, justamente o quechamamos hoje de reencarnao. S paracitarmos o caso mais inquestionvel de re-encarnao, lembraramos da afirmao deJesus, no captulo 11, v. 10, do Evangelhosegundo So Mateus: Ele mesmo o Eliasque h de vir, disse Jesus a respeito de JooBatista. Alis, a referncia correta Mateus,cap. 11, vv. 12 a 15.
O Gnosticismo afirmava que a
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ressureio deveria ser entendida de modosimblico. Pregavam a reencarnao an-tes de Jesus. H alguma evidncia de queos Apstolos maiores admitiam a reencar-nao?
Sim. Como citamos nas consideraesiniciais, a epstola aos hebreus, em seu ca-ptulo 11, vv. 35 e 36, diz que mulheresreceberam seus mortos pela ressureio.Falando ainda sobre resgate, provao elivramento, o que s se pode aplicar re-encarnao. A epstola aos hebreus tra-dicionalmente atribuda a Paulo, emborase saiba hoje que mais provvel no serde sua autoria direta, mas com marcantesinfluncias.
Muitos afirmam que se a reencarnaoexistisse, Jesus teria sido mais claro, nodeixaria sob a necessidade de interpreta-o. Ou seja, teria dito sobre a reencarna-o como o faz o Espiritismo. Como vocanalisa este entendimento?
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Aconselho a leitura atenta do Evange-lho Segundo So Joo, no seu captulo 16,v. 12, onde Jesus, pessoalmente, afirma aseus discpulos: Teria ainda muitas coisasque vos dizer, mas vs no as podeis su-portar agora. Prova mais que evidente danecessidade de aguardar-se a evoluo dahumanidade, a fim de que pudesse supor-tar certos contedos que no poderiam serfranqueados ao entendimento limitado dapoca.
Por que to difcil para a Igreja acei-tar a reencarnao?
Seu carter extremamente subversivoaos preconceitos tnicos, culturais e soci-ais vigentes, j que o rico de hoje pode sero pobre de amanh; o branco de hoje podeser o negro de amanh. Tambm, no quediz respeito aos dogmas tradicionais, queno so articulveis reencarnao. O in-ferno, por exemplo, deixaria de existir nasua considerao habitual para se tornar
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apenas um estado de conscincia, que podeser superado sem as mediaes institucio-nais humanas. Disse o Mestre: O Reino deDeus est dentro de vs - Lucas, 17:21.
Podemos dizer que a humanidade en-tender a reencarnao sem necessariamen-te se tornar espirita?
Sem dvida! Vejam os casos de BrianWeiss e Patrick Drouot, que afirmam a reen-carnao por bases cientficas, sem nuncater ouvido falar de Kardec. Vale lembrar queo Espiritismo est fundamentado nas leis na-turais que transcendem etnia, religio, etc.
Existe algum movimento da Igreja nosentido de reconhecer a reencarnaocomo fato inconteste?
O que sabemos que eles aceitam, naalta teologia, a reencarnao. No sabemos,porm, se, entre os adeptos, existe movi-mento nesse sentido, no sabemos. O fato,porm, que a verdade triunfar.
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Jesus, pessoalmente, afirma a seusdiscpulos: Teria ainda muitas coisasque vos dizer, mas vs no as podeis
suportar agora. Prova mais que evidenteda necessidade de aguardar-se a evolu-
o da humanidade, a fim de que pudessesuportar certos contedos que no
poderiam ser franqueados ao entendi-mento limitado da poca
Como podemos entender as chamadaspragas impostas por Moiss, na tentativade libertar o povo hebreu da escravidono Egito? Principalmente a ltima praga,da morte dos primognitos?
Acreditamos que boa parte das infor-maes bblicas e evanglicas, at mesmo,esto revestidas por um discurso mitolgi-co, o que quer dizer que representam len-das, contedos do iderio popular sem ne-nhuma base na realidade.
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Como entender a passagem da ressur-reio de Lzaro, no seu prprio corpo an-tes decomposto. Qual a relao com a re-encarnao que a doutrina prega?
O Espiritismo, a princpio, no aceitaque Lzaro estivesse de fato morto, ou seja,desencarnado, mas num estado catalpticoou letrgico. Assim, pelo poder magnticodo Mestre, seu refazimento foi possvel e oesprito reassumiu as funes orgnicas, nohavendo ressurreio propriamente dita,mas cura.
Na Orao do Credo o trecho ... Creiona remisso dos Pecados, na ressurreio dacarne e na vida eterna. uma aceitao ve-lada, pela Igreja Catlica, da reencarnao?
Acredito que sim. Ainda que necessi-temos de uma certa ginstica para enten-dermos assim, pois no a carne que res-suscita, ressurge, mas sim o esprito. Como,nesse fato, ele volta a revestir-se de matriacarnal, podemos entender o dogma catli-
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co no sentido da reencarnao, muito em-bora eles teimem em uma ressurreio, di-gamos, cadavrica; quando, na verdade,trata-se de um novo corpo assumido segun-do a lei imutvel da reproduo das esp-cies, isto , a reencarnao.
O dilogo entre Jesus e Nicodemus no uma aluso reencarnao? Fale algo arespeito deste dilogo.
Sem dvida uma iniciao ao entendi-mento reencarnacionista, pois que o Mestrediz: Necessrio vos renascerdes de novo ecomplementa que deve ser um renascimentode gua e de esprito, ou seja, a retoma-da da experincia fsica, cuja constituio eminentemente lquida. Portanto, o renascerde gua (segundo o Prof. Pastorino de guae no da gua) reencarnar e o renascer deesprito evoluir, progredir moralmente.
Teriamos alguma passagem no velhotestamento sobre a reencarnao?
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Sem dvida! Nos prprios 10 manda-mentos a reencarnao ensinada. xodo,20:5:Eu, o senhor, teu Deus, sou Deuszeloso que visito a maldade dos pais nosfilhos na terceira e quarta gerao. E noat a terceira e quarta gerao, como tra-duzem deturpadamente hoje em dia. A vi-sita de Deus, ou seja, o cumprimento desua lei se dar na terceira e quarta geraoporque o esprito infrator j teve tempo,muitas vezes, de reencarnar na mesma fa-mlia. Por outra, por que Deus deixaria delado a primeira e segunda gerao? No hexplicao sem a reencarnao. Inclusive,somente assim entendemos o que disse oprofeta Ezequiel (18:20):O filho no leva-r a iniqidade do pai, nem o pai a iniqi-dade do filho. A justia do justo ficar so-bre ele e a perversidade do perverso ficarsobre este. Assim, vemos que o confundirvingana com justia algo peculiar aohomem, no a Deus. A alma que pecar que recebe a correo e no outrem.
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O que voc aconselha ao esprita, aolidar com irmos de outras crenas, no sen-tido da negao da reencarnao .
Se forem evanglicos, protestantes, en-fim, aconselho aos irmos espritas que nodeixem de argumentar fraternalmente emtermos escritursticos atravs de um estudoperseverante da Bblia, j que no adianta-r argumentarmos em termos de cincia,pois o paradigma desses companheiros ain-da vale o que est escrito. No tera-mos, ns espritas, argumentos suficientes?Quer nos parecer que os temos de sobra. Oque precisamos estudar.
Em que poca, aproximadamente, areencarnao passou a ser retirada dos tex-tos bblicos? E por que isso aconteceu?
Na verdade, ela no foi retirada. O quetentam dissimular os contedos. Mas, te-mos referncias desde o sculo II depois deCristo, do prprio Orgenes, um dos pais daIgreja: Presentemente, manifesto que gran-
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des foram os desvios sofridos pelas cpias,quer pelo descuido de certos escribas, querpela audcia perversa de diversos corretores,quer pelas adies ou supresses arbitrrias.Portanto, vemos que esta inteno , de fato,muito antiga, mas restar sempre malograda.
Alguns evanglicos argumentam contraa reencarnao, citando a parbola do ricoe de Lzaro. O que tem a dizer a respeito?
O pai Abrao, na parbola de Jesus, dizque eles tinham Moiss e os profetas. Pergun-taramos aos irmos que argumentam com estaparbola: No tinham os apstolos mais ain-da que Moiss e os profetas o prprio Evan-gelho do Cristo? No entanto, necessitaram daressurreio do morto mais eminente da nos-sa cultura. Se no vissem o triunfo do Mestresobre a morte, teriam sido o que foram?
A dissimulao do contedo bblicoreferente reencarnao est no uso dapalavra ressurreio?
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Em parte, sim! Pois a expresso gregapalinggenesia, segundo o Prof. Pastorino,era o termo tcnico da reencarnao entreos gregos. No entanto, So Jernimo, ge-ralmente, o traduzia por regenerao. J apalavra ressurreio a traduo da ex-presso grega anastasis originria do ver-bo anistemi, que significa tornar a ficarde p, mas tambm regressar. Como ve-mos, tudo uma questo de resgate dosverdadeiros sentidos das palavras, que as-sumem significados diversos ao longo dostempos. Nos cumpre, ento, a pesquisaetmolgica e, sem dvida, chegaremos verdade reencarnacionista. o que cons-tatamos do trabalho, por exemplo, do Prof.Pastorino.
Pelo que entendi, ento, a crena quese enraizou sobre o chamado pecado ori-ginal, nos textos originais referia-se re-encarnao? De fato, a Bblia est cheia deameaas aos filhos, que pagariam pelos
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pecados de seus pais... Na realidade, se-riam as geraes seguintes em que os mes-mos espritos, j reencarnados, sofreriamas consequncias de seus atos e no umatransferncia de dbitos (que alis seria in-compatvel com a justia divina)?
Sem dvida alguma. exatamente isso!
Que bibliografia aconselharia parauma leitura mais detalhada do tema?
A Reencarnao na Bblia - HermnioMiranda; Cartas a um Sacerdote - AmricoDomingos e Luis Antonio Millecco; VisoEsprita da Bblia e Reviso do Cristianis-mo - Jos Herculano Pires e Reencarna-o: Lei da Bblia, Lei do Evangelho, Lei deDeus de minha autoria.
Jesus deixa claro que Joo Batista a reencarnao de Elias.
Leia O Novo testamento,So Mateus, cap. XVII, v, 10 a 13.
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Jao Batista a reencarnao de Elias
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O Cu e o InfernoEntrevista com Deise Bianchini
As penas e os gozos so inerentes aograu de perfeio dos espritos. Cada umtira de si mesmo o princpio de sua felici-dade ou da sua desgraa. E, como os espri-tos esto por toda parte, no existe um lu-gar circunscrito ou fechado que possamoschamar de paraso, inferno ou purgatrio.Existe o estado moral dos espritos.
Quanto aos encarnados, esses so maisou menos felizes ou desgraados, confor-me mais ou menos adiantado o mundoem que habitam. Inferno e paraso so sim-ples alegorias; por toda parte h espritosditosos ou infelizes. Os espritos de umamesma ordem se renem por simpatia, e,quando so perfeitos, podem reunir-se ondequeiram.
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Por purgatrio devem-se entenderdores fsicas e morais, ou seja, o tempo daexpiao. Quase sempre neste mundo quefazemos o nosso purgatrio, onde Deusnos concede a chance de expiarmos as nos-sas faltas. Ento, o que se deve entenderpor purgatrio? Nada mais que um esta-do de sofrimento fsico e moral, consistin-do, geralmente, nas provas da vida corpo-ral, at que consigamos superar nossas pro-vas, elevando-nos ao estado de espritosbem-aventurados.
Sintetizando: Inferno uma vida deprova extremamente penosa, com incertezade uma melhora. Purgatrio uma vida tam-bm de provas, mas com a conscincia deum futuro melhor.
Por alma a penar deve-se entenderuma alma errante e sofredora, incerta de seufuturo, e qual proporcionar o alvio quemuitos vezes solicita, vindo comunicar-seconosco.
Por cu no se deve entender um lu-
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gar onde os espritos bons estejam todosaglomerados, sem outra preocupao quea de gozar, pela eternidade toda, de umafelicidade passiva. Cu o espao univer-sal; so os planetas, as estrelas e todos osmundos superiores onde os espritos gozamplenamente de suas faculdades, sem as pre-ocupaes da vida material nem as angs-tias peculiares inferioridade. As expres-ses quarto, quinto cu, etc., indicamgraus de purificao e, em conseqncia,de felicidade.
Foi por isso que Jesus disse: Meu rei-no no deste mundo. que o seu reina-do tambm no consiste em um aglomera-do de seus sditos neste planeta, mas seexerce unicamente sobre os coraes pu-ros e desinteressados. Ele est onde querque domine o amor do bem. O bem s rei-nar na Terra quando, entre os espritos quea viro habitar, os bons predominarem, fa-zendo com que nela reinem o amor e a jus-tia, fonte do bem e da felicidade. Haver
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a transformao da humanidade, ocorren-do pela encarnao, aqui, de espritos me-lhores, que constituiro na Terra uma gera-o nova. Os espritos maus, que a morteir ceifando a cada dia, e os de todos quetendem a deter a marcha das coisas, serodaqui excludos, pois que viriam a estardeslocados entre os homens de bem, cujafelicidade perturbariam. Iro para outrosmundos, menos adiantados, desempenharmisses penosas, trabalhando pelo seu pr-prio adiantamento e, ao mesmo tempo, pelode seus irmos ainda mais atrasados.
Como fazer para garantir o cu den-tro de ns?
Tanto o cu como o inferno so esta-dos de esprito em que nos colocamos quan-do ainda encarnados. Podemos usufruir des-se cu maravilhoso, que tantos esperam apsa morte. Caridade, humildade, amor, so oscaminhos que nos levam ao Pai e que tra-zem o seu mundo para dentro de ns.
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Como so espritos que tendem a de-ter a marcha das coisas?
So espritos ainda atrasados moral-mente, que se comprazem com o sofrimen-to dos outros, no esto preocupados comsua evoluo, ou ainda no aprenderamque isso ocorrer. Procuram, por todos osmeios e influncias, nos prejudicar. Aindano tem conhecimento do amor, ou per-do. Levam a vida a procurar vingana.Esses, quando a Terra tambm evoluir, nose encontraro mais entre ns, mas comcerteza chegaro l tambm, pois chancesno nos faltam.
Como espritos elevados, como Jesus,sentem nossos sofrimentos e angstias? Issono atrapalha sua felicidade?
como acontece com nossos filhos.Quando esperneiam para tomar vacina, ouchoram diante do dentista e seu apare-lho, ns no os furtamos a essas visitas,pois sabemos que esses sofrimentos so
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momentneos e que s lhes faro bem.Os bons espritos, os evoludos que nosacompanham tambm se penalizam dens, mas sabem que s assim poderemoscrescer, andando com nossas prpriaspernas e tendo nossos mritos a cada vi-tria alcanada eles nos mostram o cami-nho e nos amparam.
Se a Terra est evoluindo, os espritosditos maus no devero ir para um outromundo de igual progresso da Terra atual?
No gosto muito desse termo mau. Sem-pre procuro utilizar infelizes ou pouco es-clarecidos. Procuro entender que a malda-de no inerente a eles, mas sim um esta-do em que se encontram. Portanto, se ape-sar de todas as chances de aprendizado,ainda esto teimosos e se mantendo nomesmo estgio evolutivo devero reencarnarem mundos inferiores, onde estaro aptosa recomear e enfrentar todas as dificulda-des que se apresentarem.
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As regies umbralinas podem ser con-sideradas como uma espcie de purgatrio?
O Livro dos Espritos nos coloca queo purgatrio no um lugar determinado,mas o estado dos espritos imperfeitos queesto em expiao. Quase sempre sobre aTerra mesmo. Normalmente, na literatura, oumbral colocado como um local de ex-tremo sofrimento ,mas nunca ouvi, ou li,comentrios de expiao ali.
Reencarnar em mundos inferiores noseria uma regresso para o esprito?
No, pois o esprito no regride. Eleconserva o aprendizado, mas deve aliar atudo que aprendeu o aprendizado moral.Ele pode estacionar, mas nunca regredir.
Mesmo em mundos inferiores, o esp-rito conserva sua condio hominal e, por-tanto, no ocorrem quaisquer regresses.Por mundos inferiores podemos entenderaqueles mais tecnologicamente primitivos,onde as dificuldades de manuteno da