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LAMINAÇÃO DE FLEXÍVEIS • PANETONES INOVAM EMBALAGENS

Ano III • Nº 28 • Novembro 2001 • R$ 6,00

www.embalagemmarca.com.br

Com boas embalagens, o setor navega em mar tranqüilo

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into-me no feliz de-ver de partilhar com

os leitores o sentimento derecompensa da equipe deEMBALAGEMMARCA pelaaprovação manifestada deforma crescente a nossotrabalho. Ninguém aquitem a falsa modéstia deafirmar que não apreciaaplausos. Da mesma for-ma, não há um só que sejulgue melhor do que nin-guém, que desconsidere aconcorrência e não enten-da que ela tem contribui-ções a dar ao setor.Mas, como ensina a sabe-doria básica do marketing,não se deve falar da con-corrência. Falemos de nós:os elogios têm o duploefeito de alegrar a equipee, ao mesmo tempo, im-por-lhe o dever de fazersempre melhor.Com o perdão dos leitorespela citação banalizadanos concursos de miss, as-sumimos que nos torna-mos eternamente respon-sáveis por aquilo que con-quistamos. Estamos com-penetrados de que não po-demos decepcionar quemaprova e apóia nosso tra-balho. Isso fica aqui regis-trado para efeito de reitera-ção de nosso compromissode continuar fazendo umarevista informativa, impar-cial, criativa e útil aos pro-fissionais atuantes na ca-deia de embalagem.O uso da revista como veí-culo de amostragem temdado interessantes resulta-dos, segundo diferentes e,para nós, importantíssimos

depoimentos. Os mais di-retos são os de quem pa-trocina ações em que sãomostrados materiais e pro-cessos de produção de em-balagem, como encartes,rótulos e envelopes. Nasinúmeras ações desse tipojá realizadas, seus promo-tores manifestaram alta sa-tisfação com o retorno.Isso é bom e mostra queestamos no caminho certo,contribuindo com criativi-dade para que os patroci-nadores de tais ações forta-leçam as marcas de seusprodutos e vendam mais.Mas não é apenas comgestos incomuns que, emEMBALAGEMMARCA, osanúncios têm mais visibili-

dade e dão mais retorno.Isso é explicado, entre ou-tras, por três razões. Pri-meiro, pela credibilidadeque a revista angariou pornão ter compromissos comnenhum segmento especí-fico da cadeia de embala-gem, mas tão-somentecom o crescimento e como fortalecimento do setorinteiro. Segundo, porque arevista é realmente lida – epor maior número de leito-res. Finalmente porque,em EMBALAGEMMARCA,não há congestionamentode anúncios. Faça um testecom o seu.Até dezembro.

Wilson Palhares

Como nos concursos de miss

S

Aplausos alegram e aumentam o compromisso de fazer sempre melhor

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ENTREVISTA: ALUISIO QUINTANILHADE BARROSPresidente da Abima – AssociaçãoBrasileira das Indústrias de Massas Alimentícias,explica a evolução das embalagens de macarrão

CAPAEmbalagens esquentam o jogo do mercado de brinquedos

ADESIVOS ESELANTESSoluções de laminação de embalagens flexíveissão cada vez mais estratégicas

MERCADONovas embalagens de panetones e entrada da Nestlé no setor agitam Natal 2001

BEBIDASDepois da Smirnoff, outras marcas despontam no segmento de ices

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Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro [email protected]

Thays [email protected]

ColaboradoresJosué Machado e Luiz Antonio Maciel

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Wagner Ferreira

Circulação e AssinaturasClaudia Regina Salomão

[email protected] anual (11 exemplares): R$ 60,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Tiragem desta edição7 500 exemplares

Filiada ao

Impressa em papel Couché Image Mate 115g/m2 (miolo) e Couché Image Art 145 g/m2

(capa) da Ripasa S. A. Celulose e Papel

Impressão: Grande ABC

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.br

O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

novembro 2001

6 Cartas

A opinião, a sugestão e os comentários dos leitores

25 Prêmios

Setor de logística premia seus destaques

42 Display

Lançamentos e novidades no mercado de consumo

39 Panorama

Movimentação na indústria deembalagens e seus lançamentos

3 Editorial

A essência da edição do mês,opinião – e mudanças

34 Making of

A criação do projeto Flexo Film & Design

46 Almanaque

Fatos não muito conhecidos douniverso das embalagens

26 Materiais

Celulose Irani investe paracrescer em embalagem

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Redação: Rua Arcílio Martins, 53CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel (11) 5181-6533Fax (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas poderão tertrechos não essenciais eliminados, epoderão ser inseridas no site da revista(www.embalagemmarca.com.br).

MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA

Mais uma vez EMBALAGEM -MARCA saiu com uma edição sensa-cional, com ênfase na bricolagem.A embalagem externa está primoro-sa. O encarte da Suzano é um en-canto. Continuem deslumbrandoseus leitores.

Arnold DiesendruckDo-It

São Paulo, SP

Gosto bastante do conteúdo edesenvolvimento da revista EMBA-LAGEMMARCA. Assim sendo, nós,da Codil, gostaríamos de assinaresta pelo período de um ano, compossibilidade de continuação.

Hugo GuerraDepartamento de design

Costa & Dias Lda – CodilCesar, Portugal

Somos leitores assíduos da revis-ta EMBALAGEM MARCA e queremosparabenizá-los pelo empreendimen-to. Admiramos as matérias tão cau-telosamente selecionadas, o fatorestético e de leitura agradável, ca-

racterísticas em pleno e visível apri-moramento. Gostaríamos, entretanto, de notifi-cá-los de um equívoco constatadona edição de agosto de 2001, página30. Trata-se da foto número 3 damatéria “A volta da Bohemia”, ondefoi atribuído à Mead a fabricação daembalagem mencionada. Na verda-de, após análise do desenho, layoute sistema de fechamento da embala-gem, constatamos facilmente que éum de nossos produtos. Gostaría-mos, portanto, que fosse notificadoo erro que observamos.

Carlos Alberto Zardo Jr.Supervisor de Marketing

Riverwood do Brasil

N.R. – a informação de que a emba-lagem mencionada é fabricada pelaMead foi dada pela DM9DDB,agência responsável pela reestrutu-ração da marca Bohemia.

A Revista EMBALAGEM MARCA

tem proporcionado um grande espa-ço democrático e contribuído, emuito, na informação e valorizaçãodo segmento de rótulos auto-adesi-vos, que cresce a cada dia nas suasmais variadas aplicações. Parabénsa toda equipe da revista.

Roberto InsonGerente de Marketing

Prakolar Rótulos Auto-Adesivos

Sou estudante de design de emba-lagem da Anhembi Morumbi e aca-bei de assinar EMBALAGEM MARCA.Estou apaixonado pela revista, que

já me ajudou muito em trabalhosda faculdade e espero que futura-mente na profissão.

Carlos Alberto da SilvaSão Paulo, SP

Quero elogiar toda a equipe deEMBALAGEM MARCA pelo magnífi-co trabalho que vem sendo realiza-do, concretizando ainda mais a fi-delidade do público, de maneiraqualificada e verdadeira. Parabe-nizo a todos da equipe por seus es-forços quanto à qualidade da re-vista, pela veracidade das infor-mações nela contida, pelo belíssi-mo atendimento prestado, artes ematérias até aqui publicadas. Nãopoderíamos deixar de citar o ca-derno especial da Semana de De-sign de Embalagem da Abre. Dacriação à editoração, do layout àarte, só me resta agradecê-los porme manter informado e atualiza-do, sempre um passo à frente doque acontece hoje.

Arylton Kaeda BularaShine Comunicação e Design

São Paulo, SP

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8 – EMBALAGEMMARCA • nov 2001

lém de aguçar a inventivi-dade de autores de folhe-tins eletrônicos, a imigra-ção italiana no Brasil aju-dou a formar um vigorosomercado. Hoje o país é o

terceiro maior consumidor de macarrãodo mundo, atrás apenas dos EstadosUnidos e, claro, da Itália. Mais de 1 mi-lhão de toneladas de massas alimentí-cias são vendidas anualmente no Brasil.De 1994 para cá, o consumo per capitado produto saltou de 4 para 5,5 quilospor ano.A preferência pelas pastas não se restrin-ge à capital paulista, tradicional redutode cantinas e mammasde mão cheia.Existe hoje no país mais de uma centenade indústrias produtoras de macarrão,cuja distribuição cobre desde as grandesmetrópoles até os mais afastados rincõesdo país. Cada vez mais o macarrão fazparte do cardápio do brasileiro.Tal realidade tem aberto um oceano deoportunidades de negócio, num panora-ma em que a embalagem vem se tornan-do cada vez mais estratégica. Feitas ex-clusivamente de simplórios filmes mo-nocamada de polietileno (PE) até bempouco tempo atrás, nos últimos anos elaspassaram a ser devidamente avaliadaspelos fabricantes de macarrão, ou seja,são vistas hoje como uma forma de va-lorizar marcas e aumentar as vendas.Para discutir esse processo de evolução,EMBALAGEM MARCA ouviu o presidenteda Abima – Associação Brasileira dasIndústrias de Massas Alimentícias, Alui-sio Quintanilha de Barros. Com o know-how de quem está a par das iniciativasdos principais fabricantes do país, elecorrobora a tese de que diferenciação vi-sual no ponto-de-venda é fundamentalpara sobreviver num mercado crescente-mente segmentado e invadido por mar-cas estrangeiras. Barros comenta tam-bém a política de importação de trigo noBrasil e os avanços proporcionados peloSelo de Garantia Abima.

A

ALUISIO QUINTANILHA

DE BARROS, presidente

da Abima - Associação

Brasileira das Indústrias

de Massas Alimentícias,

diz que, com a entrada de

marcas estrangeiras no

país, a embalagem se

consolidou entre os

fabricantes de macarrão

como uma maneira de

gerar valor e aumentar as

vendas do setor

entrevista

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“Diferenciação visual é fundamental”

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Como pode ser resumida a história daevolução das embalagens de macarrão?A impressão que prevalece é a de que,até pouco tempo atrás, elas eram vulne-ráveis, tinham pouca barreira e chega-vam até a possibilitar a proliferação deinsetos nos produtos.O processo de evolução das embalagensutilizadas pela indústria de massas ali-mentícias se divide basicamente em doismomentos. Até 1990, existia o monopó-lio do trigo no Brasil e o preço do ma-carrão era controlado pelo governo.Essa interferência fazia o setor ser nive-lado por baixo. Assim, todos os aspectosdo mercado, inclusive as embala-gens, eram marcados pela econo-mia de custo. Feitas praticamentede polietileno (PE), as embala-gens eram muito parecidas e nãoera possível pensar em adotar so-luções mais modernas e diferen-ciadas, pois as condições do mer-cado não permitiam. Na épocanão se admitia nenhum tipo de se-gregação do setor. A partir de1990, com a abertura do mercado,as empresas começaram a sepreocupar com marca e posicio-namento de gôndola, o que gerouuma nova fase na embalagem demacarrão no país. Os fabricantesde macarrão tiveram de pensartanto no visual das embalagensquanto na questão da proteção,das barreiras. Nesse processo, asmarcas estrangeiras tiveram importânciafundamental. Foi uma evolução muitogrande em um período muito curto.

Quais foram os prós e contras da entra-da de empresas estrangeiras no merca-do de massas alimentícias do país? Na minha opinião, esse processo nãoafetou muito o setor. Embora seja ine-gável que o mercado venha se concen-trando nos últimos anos, não acreditoque este fenômeno se deve à entrada deempresas estrangeiras. A única empresaestrangeira que tem uma participaçãorepresentativa no mercado brasileiro demacarrão é a argentina Socma (contro-ladora do Grupo Adria, que detém mar-

cas como Basilar, Zabet e Isabela). Aitaliana Barilla, que muitos acreditamter dominado o mercado, só trabalhacom importação e não tem mais do que1% de share. Mas o setor ainda é pulve-rizado. Para ter idéia, a participação dalíder Socma não é superior a 15% domercado.

Os players internacionais introduziramnovas alternativas em embalagem, comoos cartuchos de papel cartão e os berçostermoformados. Como essas tendênciasde embalagem têm sido assimiladas pe-los produtores brasileiros?

Sem dúvida, a importação de mas-sas da Itália representou um incen-tivo à criação de embalagens pelasindústrias nacionais. O papel car-tão é inegavelmente uma idéia es-trangeira, que confere nobreza evalor agregado ao produto. Masainda há muito a ser criado em ter-mos de embalagem, e o Brasil estáno início desse processo de dife-renciação visual. Na linha de ten-dências, as embalagens voltadasao público single, que acondicio-nam menos quantidade de produ-tos, com certeza deverão crescermuito. Na Europa, já está consoli-dado o conceito de embalagensque funcionam como kits. Comelas, o consumidor compra umaporção de macarrão própria parauma única refeição, e na embala-

gem já há a quantidade específica demolho para esta situação de consumo.Essas oportunidades ainda não foramplenamente aproveitadas no Brasil.

Mas já é percebida uma crescente apos-ta das empresas no mercado de refei-ções individualizadas, principalmenteem pratos de rápido preparo, com desta-que para massas liofilizadas.O mercado de massas instantâneas, ape-sar de ter um bom potencial de desen-volvimento, ainda é imensurável, pois oBrasil, infelizmente, é um país de popu-lação carente, onde as pessoas estãopreocupadas em se alimentar, não im-porta como. Mas não há dúvida de que o

A partir de1990, com a

abertura do merca-do, os fabricantes

brasileiros começa-ram a se preocupar

com marca e posicionamento degôndola. Essa novavisão modernizou o

desenvolvimentodas embalagens

de macarrão

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nov 2001 • EMBALAGEMMARCA – 11

mo per capita/ano no Brasil está porvolta de 5,5 quilos, o que dá aproxima-damente 1 milhão de toneladas por ano.No ranking mundial, o Brasil apareceem 13º lugar. O líder é a Itália, e a Ve-nezuela aparece em segundo.

Chama atenção a posição da Venezue-la...Sem dúvida. Isso fez com que essse paísse tornasse um caso internacional de es-tudos. Na verdade, há uma complexaquestão cultural envolvida. Lá, arroz efeijão não fazem parte das refeições co-tidianas da população, como ocorre no

Brasil, por exemplo. Além disso, aimigração italiana naquele paísocorreu após a Segunda Guerra,quando a industrialização já haviaocorrido. De alguma forma esseprocesso ajudou a consolidar aidéia de que um prato de macarrãorepresenta uma refeição completa.No nosso caso, temos muita in-fluência da colonização portugue-sa. Mas talvez mais importante doque estas particularidades seja ofato de que, historicamente, o go-verno não fomentou investimen-tos na indústria brasileira do ma-carrão. Mas ao invés de umaconotação negativa, isso mostraque temos um potencial de cresci-mento muito grande. Mas em vo-lume, já somos o terceiro maiorconsumidor do mundo, atrás ape-

nas da Itália e dos Estados Unidos.

A impressão que se tem é de que noBrasil as donas de casa parecem nãoser plenamente influenciadas pelasmarcas na hora de comprar macarrão.Considerando que preço é um pontocrucial em se tratando de produtos deprimeira necessidade, como o senhoravalia a força da marca no mercado demassas alimentícias?Novamente, é preciso dizer que tudodepende da faixa do consumidor. Masconvém considerar também que, porprincípio, macarrão é um produto muitobarato. Hoje um quilo do produto, capazde alimentar cerca de dez pessoas, pode

macarrão vai ao encontro das necessi-dades do público urbano que clama porpraticidade em suas refeições. Qualquerpessoa pode fazer macarrão, especial-mente se ele for comprado semipronto,ou fresco, nos kits individuais e commolho.

A embalagem, portanto, pode contri-buir com o crescimento do mercado edar mais credibilidade ao produto e àsmarcas.Sem dúvida a embalagem tem um papelimportante, inclusive quando se fala naqualidade do macarrão. A partir damodernização de seu processoprodutivo, o Brasil passou a terum dos melhores macarrões domundo. Parte desse méritoinegavelmente pertence à emba-lagem.

Com população majoritariamentede baixo poder aquisitivo, o Bra-sil comporta embalagens de ma-carrão que agravam custo finaldo produto? Aliás, em média,qual o peso da embalagem nacomposição dos custos de macar-rão?É preciso ter em vista que o mer-cado de macarrão é segmentado.Há embalagens de produtos decombate, onde o custo é menor, jáque a idéia é atender a um públi-co específico. Há também o mer-cado institucional, que exige embala-gens mais baratas. Por outro lado, há osprodutos segmentados, voltados a pú-blicos com maior poder aquisitivo. Aí,sim, a embalagem assume inegável ape-lo de venda. Acredito que, em média, opeso da embalagem no custo final deum pacote de macarrão varie entre 8% e10%. Mas há produtos, como macarrãoinstantâneo, por exemplo, em que opeso é sem dúvida muito maior.

Qual é o consumo de macarrão per ca-pita por ano no Brasil, e que posição opaís ocupa no ranking mundial?Segundo a Unipi (União Nacional dasIndústrias de Pastas Italianas), o consu-

No Brasil, o público single é

um nicho praticamente

inexplorado. Umaforte tendência é a venda de macarrão em

embalagens quecontenham porçõesde massa e molho

próprias para uma pessoa

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Pulverização parece ser um ponto forteno setor, já que mais de 80% das indús-trias de massas alimentícias brasileirassão classificadas pela Abima como pe-quenas ou médias. Esse grupo já se deuconta do poder comunicativo das emba-lagens? Ou seja, sabe, por exemplo, queé preciso terceirizar projetos para agên-cias de design e convertedores especia-lizados?Esse processo é muito embrionário.Poucos acordaram para a necessidade deinvestir na roupagem dos seus produtos.Essa tendência vai ser puxada primeiropelos grandes, mas não tenho dúvidas

de que pequenos e médiosacabarão sendo despertados para anecessidade de investimentos emembalagem.

Qual o histórico e quais os resul-tados mais relevantes que o Selode Garantia Abima trouxe para aindústria de massas alimentícias?O selo foi criado em 1994 e conse-guiu aumentar a qualidade do ma-carrão brasileiro. Chegamos à con-clusão de que, se não fizéssemosalguma coisa, estaríamos fadadosà invasão de empresas estrangei-ras. Essa ação nos uniu e possibili-tou que modernizássemos nossoparque industrial. Evoluímos tantoque, hoje, estamos entre os cincomelhores países do mundo em tec-nologia de produção de macarrão.

O senhor poderia comentar a origem doDia Mundial do Macarrão, celebradoem 25 de outubro ?A iniciativa surgiu na Itália, com o obje-tivo de informar à população os benefí-cios nutricionais do alimento e aumentaro consumo per capita de macarrão. NoBrasil, fazemos um jantar, para o qualos grandes chefs do país são convidadosa mostrar suas receitas. Neste ano, fo-ram apresentadas até sobremesas feitasde macarrão. Os resultados têm sidomuito positivos. De 1994 para cá, o con-sumo per capita de macarrão no Brasilsubiu de 4 para 5,5 quilos por ano.

12– EMBALAGEMMARCA • nov 2001

ser comprado a 2 reais. Mas é exata-mente por isso que o valor da marca eda embalagem tem uma importânciamuito significativa – e não existe valorde marca sem uma apresentação e umaembalagem atraentes e funcionais.

No início deste ano, a Abima estimavaum crescimento para o setor que parecenão se ter concretizado. O que de fatoocorreu?As projeções não se concretizaram, poisquando foram feitas, imaginávamos queeste seria um ano de calmaria, já que aeconomia no ano passado indicava essecaminho. Mas, como todo o país,fomos surpreendidos pela alta dodólar e pela crise da vizinha Ar-gentina. Como o nosso setor émuito sensível ao dólar, já que opreço do trigo é cotado na moedanorte-americana, enfrentamos umperíodo bastante turbulento. Acrise energética também foi fatalpara nós. Sinceramente, não co-nheço um setor que possa dizerhonestamente que não enfrentouproblemas este ano.

Falando em Argentina, que é omaior fornecedor de trigo doBrasil, como está a política deimportação do produto?Antes de mais nada, devo esclare-cer que o Brasil não tem nenhummecanismo de proteção aos seto-res que dependem do trigo. Daí nossavulnerabilidade. Em função de uma po-lítica agrícola equivocada adotada nopassado, o país hoje depende basica-mente do trigo produzido na Argentina.Mas existe um movimento muito fortepara que o trigo brasileiro readquiracompetitividade. Isso pode ser visto eminiciativas empreendidas no Centro-Oeste do país e no norte do Paraná.Acredito que a partir do ano que vempoderemos diminuir a dependência daArgentina, produzindo internamentecerca de 50% do trigo que consumimos.Hoje importamos mais de 80% do queconsumimos do país vizinho.

O Brasil hoje depende do

trigo produzido naArgentina. Mas háinvestimentos paraque o trigo brasilei-ro readquira compe-titividade. O cultivotem sido fomentadoprincipalmente noCentro-Oeste dopaís e no norte

do Paraná

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epois de mais de um ano depesquisas e testes de qualida-de, a Ripasa colocou no mer-cado o papel Ripax Design,

uma linha especialmente desenvolvida paradesigners e profissionais que precisam dematerial de trabalho de qualidadesuperior para impressões coloridasem equipamentos laser color.

O produto está disponível nasversões Gloss, um papel com re-vestimento couché brilhante nosdois lados, e Extra Liso, com aca-bamento fosco. Ambos permitemimpressão frente e verso e são bemencorpados (120 a 150g/m2).

Aembalagem do Ripax Design, desenvolvi-da pela empresa em parceria com a agênciaPacking, no formato A3, com até 120 fo-lhas, é feita de papel cartão PEX. Esse ma-terial, revestido por extrusão na origem, demodo a garantir super proteção contra umi-

dade, é outro lançamento recenteda Ripasa e contribui para consoli-dar sua condição de líder brasileiraem papel cartão para alimentoscongelados. No caso do Ripax De-sign, a embalagem tem entre seusatributos, segundo o fabricante, apraticidade de poder ser utilizadapara o acondicionamento segurodas apresentações.

Papel da Ripasa para impressão a laser valoriza apresentações

lançamento

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Para designers

Ripasa(11) 3491-5010www.ripasa.com.br

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conteúdo pode ser para brin-car, mas a embalagem é coi-sa séria. Apesar de os brin-quedos estarem voltados ao

entretenimento e ao desenvolvimento dascrianças, sua apresentação passa ao largode qualquer brincadeira. Esse aparenteparadoxo vem se tornando cada vez maisforte nos últimos tempos e gerando aten-ções progressivamente maiores dos fabri-cantes quanto à política de marketing queenvolve o acondicionamento dos seusprodutos. Motivos para isso não faltam.

Um deles, talvez o mais óbvio, é acrescente competitividade, um jogo mui-to sério, onde quem brinca fica de fora.Cerca de 330 produtores nacionais dispu-tam um lugar ao sol num mercado em ex-pansão: a estimativa da Associação Bra-sileira dos Fabricantes de Brinquedos(Abrinq) é de que o segmento amea-lhe cerca de 920 milhões de reais em2001, perto de 8% a mais que noexercício anterior. “Apesar devariadas dificuldades, co-mo o cenário de racio-namento de energia, osegmento está empleno cresci-mento”, diz

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Synésio Batista da Costa, presidente daAbrinq. “Ficamos surpresos com a res-posta do varejo”, assinala Carlos Tilkian,presidente da Estrela, líder de mercado noBrasil, que tem a expectativa de fechar2001 com um crescimento de 15%. Nesteponto, vale lembrar que o último trimestredo ano é o momento crucial para as pre-tensões das empresas. A briga se acirrapor causa do Dia das Crianças e do Natal.

Em outra frente, há que se levar emconta o crescimento da atenção dos paiscom a segurança e com a qualidade dobrinquedo como instrumento de ajuda nodesenvolvimento intelectual de seus fi-lhos. Por isso, a embalagem deve comonunca trazer informaçõesclaras e completas.

Brinquedos têm embalagens cada vez mais comunicativas e funcionais

reportagem de capa

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Um jogo muito sérioPor Guilherme Kamio

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Mídia forteOs movimentos do mercado publicitá-rio também ajudam a compreender avalorização da embalagem para osbrinquedos. “Como os custos de comu-nicação em mídias como televisão vêmaumentando nos últimos anos, a emba-lagem desempenha uma função cadavez mais forte” analisa João NaganoJr., diretor da Grow, tradicional fabri-cante nacional. Vale lembrar tambémda invasão cada vez maior dos produtosimportados e contrabandeados, que en-golem gorda fatia do mercado.

Essa importância está chegando aponto de as empresas “avisarem” oconsumidor de seu cuidado com a em-balagem, como um estímulo para queele a perceba como um diferencial sig-nificativo. Essa tática não é rara nosdias de hoje. A Toyster, por exemplo,faz questão de divulgar ser a única nomercado a acondicionar seus produtosem uma exclusiva caixa dura de pape-lão laminada com couché, resultado deum investimento em uma máquinaamericana Crathern & Smith para sualinha de embalagem. Uma estampa nascaixas trata de comunicar esse padrão,

u t i l i z a d oem larga es-cala em vários países.

“Embalagem para nós étudo, é o que vende”, argu-menta Adriane Ruri Kimu-ra, gerente de desenvolvimentode produtos da Toyster. O caso da Toys-ter revela o papel estratégico da emba-lagem pelo fato de a empresa fazerquestão de manter uma unidade de em-balagem própria. “Como renovamosconstantemente as diversas linhas ecerca de 90% de nossas embalagens sãocartonadas, ganhamos agilidade produ-zindo-as internamente”, diz Adriane.

Processo similar acontece na Grow,que desde sua fundação mantém umagráfica interna. Segundo Nagano, ape-sar de não ser uma regra no mercado,isso facilita o processo produtivo, jáque a quase totalidade das embalagensda empresa é de papel cartão acopladoa papelão micro-ondulado, com impres-são em off-set. “Também temos depar-tamento próprio de design, tanto gráfi-co como estrutural”, diz. Frente às on-das que ditam a moda no terreno dosbrinquedos, o design feito internamentepode ser uma ferramenta poderosa.Para se ter idéia, a Abrinq calcula queeste ano fechará com um total de 2 500lançamentos de produtos, 25% a maisque em 2000. Nesse sentido, dá paraimaginar que o que não falta no seg-mento é demanda por projetos de emba-lagem.

Materiais combinadosEntre esses projetos, são progressiva-mente maiores os que estão saindo doâmbito exclusivo das embalagens celu-lósicas. “Há uma tendência forte paraas embalagens que associem papel complástico”, analisa Adriane, da Toyster.Ela diz que a empresa começou a usar

Caixa dura, um trunfo daToyster paraagregar valoraos seus produtos – oque é ressaltadona caixa

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plásticos de dois anos para cá, e vemtendo sucesso em embalagens como asda linha Tand, que combinam maletas eoutros modelos de recipientes plásticoscom luvas de cartão. “O plástico nos dáa vantagem da transparência”, diz.

Já no caso da Grow, blisters e filmesplásticos também fazem parte das em-balagens, mas de maneira reduzida.Contabilizando todas essas “peças” daembalagem, mais as caixas de transpor-

te em papelão, a parti-cipação da embala-gem no custo totaldos produtos fica emtorno de 15%, calculaNagano.

A seu ver, a emba-lagem cumpre um pa-

pel crucial para o

bom desempenho dos produtos daGrow. “Por terem um perfil educativo,precisam ter seu conceito explicado aoconsumidor pela embalagem”, diz Na-gano. Uma estratégia focada em emba-lagem que está fazendo sucesso é o dosdisplays feitos totalmente de cartãopara sustentar os cartuchos elípticosdos mini-puzzles Turma da Mônica, eleconta. “Pelo destaque visual e pelo con-

junto, o display passou a ge-rar grande apelo para as

compras por impulso,perto dos check-outs.”

Ao lado das tira-gens altamente flexí-veis, essa multiplici-dade de detalhes quecompõe as embala-gens dos brinquedoscomplica a relaçãocom os fornecedores.“A sazonalidade, astiragens irregulares ea grande quantidadede itens, entre outrasvariáveis, dificultamque uma empresacomo a nossa, de per-fil fortemente indus-trial, penetre expres-sivamente no segmen-

Ilustrações dão o tom à caixa do jogo Perfil

Júnior, da Grow

Rótulos sobrepostosque giram, o diferencial do potede Lego Bionicle

Toyster: formatos inusitados de cartucho

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Combinar produtos de consumode massa com brinquedos é táti-ca de sucesso para elevar asvendas de bens cujo público-alvoé o infantil. Quem não se lembrado caso do chocolate KinderOvo, que vendeu como água nodeserto em meados da décadapassada ao trazer um brinde emseu interior? Tal estratégia conti-nua a render boas experiências,sobretudo em promoções, e de-manda cada vez mais projetosespeciais de embalagem. Exemplo é a AmBev, que estádando grande visibilidade aoGuaraná Antarctica Caçulinhaatravés de “casamentos” combrinquedos. Primeiro foi com aturma Pokémon, que vinha emminiaturas plásticas no interiorde uma cápsula acoplada à tam-pa do produto. O conjunto eraenvolto em um sleeve (manga defilme plástico) especial, fornecidopela Propack. Depois veio umaedição de Páscoa, em que umamultipack cartonada da River-wood acondicionava algumasunidades do produto e um coe-lho de pelúcia. A ligação da Am-Bev com brinquedos, aliás, estásendo reforçada com o lança-mento da boneca Susi GuaranáAntarctica. A fashion doll da Es-trela vem vestida com motivosque aludem à marca e às suascampanhas publicitárias.Outra estratégia “velha de guer-

Para mais de um produto. Ou até para brincar

to”, aponta Fábio Pereira, da área demarketing da Rigesa Westvaco, grandefornecedora de soluções em embala-gens de papelão ondulado e papel car-tão. Ele ressalta, porém, que esses fato-res não impedem que a Rigesa atendaao segmento, o que até acontece espo-radicamente. É o mesmo caso da Bra-silgráfica, uma das maiores processado-ras de embalagens de papel cartão nopaís, que fornece, mas eventualmente,aos fabricantes de brinquedos. “Nor-malmente o segmento pede caixas comquatro pontos de cola, envernizadas,com janelas de polietileno ou acetatoaplicadas internamente”, diz Célio Coe-lho de Magalhães, diretor de marketingda empresa.

Uma amostra do trabalho da Brasil-gráfica, que pode ser vista atualmenteno mercado, é a caixa da boneca MeuBebê, da Estrela. “É uma caixa grande,com aproximadamente 70 centímetrosde altura, impressa em off set e comuma grande janela em acetato”, descre-ve Magalhães. Para ele, esse convite àscompras pelo esmero em apresentaçãoé inversamente proporcional à idadedas crianças. “As menores, que não sa-bem ler, são muito mais influenciadas

Combinação de plásticos epapel cartão é o chamarizda linha TAND, da Toyster

ra”, mas que não perde a utilida-de, é a de promover embalagensque sirvam de brinquedo. Casosrecentes, no mercado de alimen-tos, são dados pela Parmalat epela Kellogg. A primeira está in-troduzindo jogos nas embalagensdos produtos lácteos dirigidos àscrianças. As caixinhas do leitefermentado formam peças de do-minó, e há um jogo da memóriaimpresso no verso do cartão-luvado petit suisse Stickadinho. Ojogo da memória também está noverso do cartucho do novo cerealKellogg’s Digimon Doce de Leite,impresso pela Brasilgráfica. Nointerior da caixa há “dedoches”(fantoches de dedo). Em cosméti-cos, um caso de destaque é o daNatura, cuja linha Natura Criançatraz peças de borracha que, com-binadas com os cartuchos dosprodutos, viram brinquedos (vejaedição 13 de EMBALAGEMMARCA).

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√ Quanto menor a faixa etáriapara a qual está destinado o pro-duto, maior deve ser a preocupa-ção em atrair os pais através daembalagem, com qualidade de in-formação e signos que transmi-tam segurança e atributos positi-vos do produto.

√ Janelas e áreas para visualiza-ção dos produtos nas embala-gens são elementos importantespara atrair a atenção das crian-ças.

Dicas dos profissionais das empresas para o desenvolvimento de embalagens de brinquedos

√ Personagens licenciados atri-buem um forte apelo aos produ-tos, mas é salutar encontrarmeios de evidenciar e fortalecer amarca do fabricante na embala-gem, para não deixar a impressãode que a detentora dos direitosautorais é também quem produz obrinquedo.

√ Se a embalagem puder fazer asvezes de acessório do brinquedo– como uma casa para o bicho depelúcia, uma ficha para colecionar

ou podendo se transformar emuma nova brincadeira – melhor.

√ Também é valorizada a embala-gem que destaca as ações sociaisou que traz informações educati-vas em seu verso.

√ Nunca é tarde para lembrar quese deve evitar o uso de formatos eelementos de embalagem pontia-gudos e os sacos de filmes plásti-cos em produtos para criançascom idade reduzida.

Abrinq(11) 3816-3644www.abrinq.com.br

Brasilgráfica(11) 4191-4422www.brasilgrafica.com.br

Estrela(11) 6951-8700www.estrela.com.br

Grow(11) 4393-3000www.grow.com.br

Propack(11) 4781-1700www.propack.com.br

Rigesa Westvaco(19) 3869-9330www.rigesa.com.br

Riverwood(11) 4589-4500www.riverwood.com.br

Toyster(11) 3687-5544www.toyster.com.br

pelo visual da embalagem”, opina.Aliás, na Estrela, considerada a

maior fabricante de brinquedos daAmérica Latina, algumas das principaisapostas para este ano têm embalagensde destaque. O tradicional Jogo da Vidaestá com caixa remodelada, com novodesign, e o modelo Bionicle, da famosasérie de blocos para montar Lego, vemem frasco especial de PET, importado,com rótulos sobrepostos – o externo,com janelas, gira, apresentando todosos personagens da brincadeira. Estessão alguns dos cerca de 350 itens que aEstrela planeja lançar até dezembro,num investimento que totaliza 28 mi-lhões de reais, incluindo aí uma novaplanta industrial na cidade mineira deTrês Pontas. Prova inequívoca de que,no mercado de brinquedos, a briga é degente grande.

Novo design para a caixa do popular Jogo da Vida

Display cartonado ajudou a Grow aestimular compras porimpulso dosmini-puzzles

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No ano em que comemora seu 125º aniversário, a Henkel se destaca

como maior fornecedora mundial de adesivos, operando internacionalmente

com amplo e variado portfólio de produtos. Este segmento respondeu por

23% do faturamento de US$ 2,9 bilhões obtido pelo Grupo Henkel em 2000,

um aumento de 12% sobre as vendas do ano anterior. O resultado deve-se,

sobretudo, ao uso de novas tecnologias em adesivos industriais, como

Euromelt®, Liofol® e Technomelt®. Um aspecto muito importante desse

crescimento é que ele se dá, cada vez mais, de forma sustentada.

Em sua trajetória, a Henkel sempre se guiou pela inovação, pela

competência e pelo profissionalismo no fornecimento de produtos e serviços.

Foram esses fundamentos que transformaram uma pequena indústria de

detergentes numa empresa global, com posições de liderança nos mercados

em que atua. A Henkel se destaca, também, por seus altos padrões na

preservação ambiental. Simplesmente porque o foco da Henkel é o futuro.

Caminhos para a sustentabilidade: Tecnologia

- Confiança em suas Capacidades Internas, concentradas em tópicos

estratégicos.

- Investimentos de Capital de Risco para acesso a novas tecnologias.

- Cooperações com aproximadamente 500 universidades e institutos

pelo mundo.

w w w . h e n k e l . c o m . b r

Aderimos ao fuAderimos ao fu

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futurofuturofoco: sustentabilidadefoco: sustentabilidade

Novas formas de cooperaçãoCombinação da competência da Henkel em negócios com a experiência

científica e o espírito pioneiro de pesquisadores empreendedores. Seu

principal diferencial é que as patentes ficam em poder dos pesquisadores e

no país de desenvolvimento das novas tecnologias.

Um exemplo que ilustra essa política é o da empresa SusTech, de

Darmstadt, na Alemanha, cujo nome deriva da expressão em inglês sustainable

technologies, ou tecnologias sustentáveis. Desde agosto de 2000 a Henkel

vem administrando essa empresa de pesquisa em parceria com a Universidade

Técnica (TU) de Darmstadt e com professores de diferentes disciplinas.

A SusTech desenvolve produtos auto-sustentáveis e processos baseados

em nanotecnologia. Seus pesquisadores trabalham, por exemplo, em adesivos

que possibilitam separar, para fins de reciclagem, até materiais compostos.

Novos empregos, orientados para o futuro, são criados. Convencido de que

essa parceria contribuirá para o desenvolvimento sustentado, o Ministério

da Educação e Pesquisa (BMBF) da Alemanha está providenciando substancial

apoio financeiro aos projetos iniciais da SusTech.

No Brasil, a implantação deste modelo está em curso e espera-se a

aplicação comercial dos primeiros resultados em 3 anos.

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á muito mais coisas aconte-cendo na cadeia produtiva dasembalagens do que aquiloque aparece nos produtos. No

caso das flexíveis, tratadas nesta reporta-gem, os consumidores e às vezes até

profissionais da área nem sempreatentam para a importância vital

que os adesivos e seladorestêm para que os filmes de-sempenhem adequadamen-

te suas funções.No tocante à parte visível,

não é preciso recorrer aos primór-dios da venda de bens de varejo paraperceber que o mercado de embala-

gens está entre os setores que maisse renovam no cenário econômico. A

simples comparação entre uma gôndolaatual e a mesma prateleira vista em um su-permercado há cinco ou dez anos dá idéiada velocidade com que novos conceitos,tecnologias e materiais são desenvolvidospara o acondicionamento dos mais diferen-tes tipos de produtos.

É claro que algumas mudanças mere-cem destaque especial, à medida que alte-ram hábitos de consumo ou implodem atradicional estrutura competitiva de ummercado. A disseminação das garrafas PETentre os fabricantes de refrigerantes é umdesses casos, pois levou ao crescimento demarcas regionais em nichos onde, até en-tão, só prosperavam os grandes players. É ofenômeno que ficou conhecido como tubai-nização do setor.

Importância econômicaPara muitos especialistas, depois do PET aevolução das embalagens flexíveis seriaum dos fatos mais marcantes na históriarecente da cadeia do packaging. Mas nãoexatamente por fazer com que pequenasempresas assustassem marcas líderes emseus segmentos, mesmo porque projetos

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Esquenta a disputa no mercado de laminação de flexíveis

adesivos e selantes

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Setor estratégicoPor Leandro Haberli

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de embalagens flexíveis não têm no baixocusto de produção sua característica maismarcante.

Na verdade, em virtude de importantesvantagens comparativas, como diferencia-ção visual e obtenção dos mais diversos ti-pos de barreira, as embalagens flexíveisvêm sendo apontadas como excelente alter-nativa para o acondicionamento de inúme-ros produtos, como snacks, cafés, leites empó, pet food, molhos prontos, sucos e atébebidas alcoólicas.

O que poucas pessoas sabem é que, senão fossem componentes que sequer sãonotados pelo consumidor, a preferência demuitas indústrias usuárias pelas flexíveisseria muito menos contundente. São os ade-sivos e seladores utilizados para laminar,isto é, fixar e manter unidas, as diferentescamadas, ou filmes, que compõem umaembalagem flexível. Para quem não é doramo é difícil acreditar, mas por trás destassubstâncias há um mercado cuja relevânciaeconômica é fabulosa.

Mundialmente, as estimativas são deque o setor de adesivos e seladores movi-mente 4 bilhões de dólares por ano. Entre acadeia envolvida no fornecimento dessesprodutos, parece não haver dúvidas de quetais resultados são em boa parte impulsio-nados pela importância estratégica do dinâ-mico e próspero mercado de embalagensflexíveis.

Prova disso é a recente movimentaçãodos fornecedores que atuam no Brasil, numpanorama em que, além da crescente ofertade soluções livres de solventes, ou solven-tless, e por isso não agressivas ao ambiente(ver quadro), são claramente perceptíveisduas estratégias de atuação: garantir a fatiajá conquistada ou ampliá-la a partir de no-vos mercados.

Na primeira tática desponta a Liofol,pertencente ao grupo alemão Henkel, queno Brasil fornece adesivos e seladores para

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convertedores de embalagens há mais devinte anos. Líder de mercado (a estimativainterna é de que os produtos Liofol res-pondam por 70% da demanda do setor),suas últimas ações têm sido interpretadascomo uma estratégia voltada à preserva-ção desta condição.

“Para agilizar a oferta de novas solu-ções, a partir de agora a Liofol deixa de seruma joint-venture e passa a se enquadrar naestratégia global de negócios da Henkel”,conta Julio Muñoz Kampf, diretor Américado Sul adesivos industriais. Ele argumentaque, com essa nova estrutura, o braço daHenkel para o mercado de laminação deembalagens terá mais competitividade nodesenvolvimento e na venda de adesivossem solventes e de alta performance.

“Para a Henkel, hoje o Brasil é, ao ladoda Alemanha e dos Estados Unidos, umcentro de excelência em pesquisa e desen-volvimento daquilo que chamamos de

quarta geração de selantes paralaminação de embalagens”, dizKampf. “Mas, além de produtoscada vez mais sofisticados, que-remos também disponibilizarpreços competitivos.”

Reação em cadeiaDando sucessivas provas de quenão devem se conformar facil-mente com a liderança da Liofolestão nomes como a norte-ameri-cana Rohm and Haas e, mais recentemente,a italiana Coim. No primeiro caso, trata-sede uma gigante mundial de especialidadesquímicas, que entrou na disputa pelo mer-cado de adesivos e seladores para conver-são de embalagens há aproximadamentedois anos, quando adquiriu a Morton.

A Coim adotou estratégia semelhante.No Brasil desde 1989, a empresa era conhe-cida pela sua atuação no mercado de resinasde poliéster para calçados. No início do se-gundo semestre deste ano, entretanto, a ma-triz da companhia, que fica em Milão,anunciou a aquisição da Novacote, fabri-cante anglo-holandesa dos mais diferentesprodutos para selagem de embalagens, numnegócio em que, mundialmente, foram in-vestidos 100 milhões de dólares.

No caso da Rohm and Haas, os adesivose seladores representam 10% de sua receitamundial de 7 bilhões de dólares. O merca-do de embalagens divide esta participaçãocom clientes da área de construção civil ecom a indústria automotiva, setores que re-centemente impulsionaram a gigante norte-americana a adquirir a Megum, da alemãChemetall.

Crescimento das flexíveisampliou demanda porsoluções de laminação

Se até pouco tempo atrás praticamente uma única empre-sa fornecia produtos para quase todos os transformadoresde flexíveis, hoje segmentação já não é uma palavra deslo-cada no mercado de laminação de embalagens. Atuandomais fortemente com rotulagem e adesivos industriais, aHB Fuller, situada em Sorocaba (SP), é uma das empresasque querem fortalecer sua presença entre os convertedo-res que trabalham com filmes flexíveis. João de Araújo Jú-nior, coordenador da área de embalagem, diz que a com-panhia, também de origem alemã, já conta com uma linhade seladores sem solvente, específica para laminação defilmes poliolefínicos. “A idéia é disponibilizar adesivos que

exijam um tempo de cura cada vez mais curto”, explica Jú-nior, acrescentando que as soluções da Fuller não interfe-rem no coeficiente de atrito dos filmes. “Isso tem elimina-do problemas relativos à rugosidade das embalagens.”

Correndo por fora

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Além de alimentos, selantes têm empregono mercado farmacêutico

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Mas a empresa também tem demonstra-do que o fornecimento para convertedoreslhe parece atraente. Prova disso deverá con-cretizar-se em março de 2002, quando aRohm and Haas pretende inaugurar uma fá-brica de adesivos em Jacareí (mesmo muni-cípio do interior de São Paulo em que aHenkel possui sua planta no Brasil).

“Será uma fábrica modelo, que forne-cerá adesivos para todo o Cone Sul”, afirma

Mauro Trevizan, diretor regional de adesi-vos e seladores da companhia, informandoque a construção da planta custará 15 mi-lhões de dólares. “A idéia é fazer com que,a partir do Brasil, a região torne-se auto-su-ficiente para a operação de poliéster”.

Nesse cenário, a disputa pela vice-lide-rança do mercado de laminação de embala-gens flexíveis está incerta. ACoim Novaco-te, como passa a ser denominada a compa-nhia italiana, afirma que já no ano que vemquer ter pelo menos 30% do setor. “A estra-tégia é trabalhar com produtos de qualida-de, mas com custos reduzidos graças à uti-lização de matéria-prima própria”,diz Paulo Roberto Giorgiani, geren-te de vendas da empresa.

Além do mercado de embalagensflexíveis, a Coim Novacote deveráatender às indústrias naval, automobi-lística e de construção civil, numa táti-ca que, segundo Giorgiani, demandaráinvestimentos de mais 20 milhões dedólares para a modernização da fábri-ca atual, situada em Vinhedo (SP), e aconstrução de uma nova planta.

HB Fullerwww.hbfuller.com(15) 238-6201

Coimbrasilwww.coimbrasil.com.br(19) 3876-6772

Rohm and Haaswww.rohmhaas.com(11) 5185-9000

Liofolwww.liofol.com.br(11) 3848-2441

Embalagens de snacks dependem cadavez mais de adesivos para laminação

Ecológica e economicamente corretosPrivilegiar adesivos e selantes quenão utilizem solventes tem sido umadas características mais marcantesdo mercado de laminação de emba-lagens flexíveis nos últimos anos.Há quem diga que hoje, de cada dezmáquinas de laminação adquiridaspor convertedores, nove foram pro-jetadas para atuar com adesivos li-vres de solventes. Além de legisla-ções ambientais cada vez mais rígi-das e da preferência de fatias ex-pressivas de consumidores por pro-dutos isentos de aditivos químicos,essa tendência é explicada por fato-res econômicos.Mesmo que custem mais barato, asmáquinas laminadoras que traba-lham com adesivos à base de sol-ventes acabam apresentando opera-ções mais onerosas, segundo infor-ma José Antonio de Castro, enge-nheiro químico e gerente de vendasda Liofol. “O consumo de energia émuito maior, pois elas precisam de

estufas para a secagem dos solven-tes”, ele diz. Graças à óbvia econo-mia advinda da não utilização desolvente e também ao aumento davelocidade produtiva das máquinas,Castro defende que o investimentoneste tipo de equipamento tem re-torno rápido e garantido. Na verdade, para a Henkel, empre-sa que controla a Liofol, o discur-so de que os adesivos e seladoressem solventes são mais vantajo-sos que os produzidos com basesolvente não constitui grande novi-dade. Há mais de quinze anos aempresa desenvolve esses produ-tos, que hoje formam a linha Sol-ventless da Liofol.Com ela, defende o executivo, tam-bém são eliminados riscos conside-ráveis à imagem das marcas. “Ima-gine, por exemplo, do que seria ca-paz um consumidor de snacks quesentisse cheiro de solvente ao abriro pacote do seu salgadinho favori-

to”, exemplifica. “No mercado depet food esse risco é muito maior, jáque cães e gatos têm olfato extre-mamente apurado.”Os dois outros grandes players dosetor também têm defendido o aper-feiçoamento de máquinas e produ-tos para laminação de filmes flexí-veis sem solventes. “Nós nos carac-terizamos por sermos uma empresatotal solution, e isso significa quetambém temos uma ampla linha deadesivos produzidos sem empregode solventes”, diz Mauro Trevizan,da Rohm and Haas, citando as mar-cas Mor-Free e Mor-Quik como oscarros-chefes desse mercado. Já Paulo Giorgiani, gerente de ven-das da Coim Novacote, diz que sualinha de adesivos sem solvente nãocompromete a resistência térmica equímica dos seladores. “Além deaderir a uma vasta gama de substra-tos, como poliolefinas tratadas, alu-mínio, papel e filmes metalizados.”

Consumidores de pet food“exigem” soluções solventless

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á transformada num dos principais aconteci-mentos do setor, realizou-se nos dias 17 e 18 deoutubro, em São Paulo, a entrega do II do Prê-mio ABML de Logística, dedicado às empresas

usuárias de logística e escolhido por júri de professores es-pecializados no assunto. O evento foi realizado durante o IIICongresso Internacional da Associação Brasileira de Movi-mentação e Logística, cuja importância também se acentuaa cada edição. A premiação é uma homenagem não aos as-sociados da entidade, mas a empresas usuárias das práticas de logística em cinco categorias. A Procter & Gamblefoi o destaque, levando o prêmio em duas categorias.

ABML homenageia criação de soluções inteligentes em logística

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Prêmio à eficiência

“Sistemas de Embalagem e Unitização de Carga” • Procter & GambleO projeto visou à paletização integral eficiente, partindo da reconfiguração da modulação de todos os produtos vendidos pela Proc-ter & Gamble, adequação do Programa de Eficiência Logística a novos padrões, suportado pela terceirização dos paletes junto aoprovedor de pool especializado. Entre os benefícios encontram-se aumento de embarques paletizados para 85% do volume vendi-do, redução do prazo médio de entrega para três dias, 93% das entregas em tempo e aumento de 30% na capacidade de expedição. Empresa fornecedora: CHEP Brasil

“Terceirização em Logística” • SodexhoDiante da complexidade que permeia o processo de abastecimento dos restaurantes industriais, a Sodexho do Brasil desenvolveuprojeto visando à migração da descentralização para a centralização de seus estoques e operações relacionadas. Através da tercei-rização de suas atividades logísticas, junto ao provedor especializado, foi possível melhorar as condições de negociação de com-pras de produtos alimentícios e insumos, reduzir o número de fornecedores, concentrar as suas entregas, melhorar a administra-ção dos estoques e otimizar o abastecimento junto às suas filiais. Empresa Fornecedora: Logisplan – Serviços Logísticos

“Sistemas de Movimentação e Armazenagem” • PanamcoO CELOG 1 caracteriza-se como um do mais modernos centros de distribuição da América Latina. Suportado por ampla revisão emodelagem da malha logística, este CD com área construída de 40 000 m2, localizado no quilômetro 18 da via Anhanguera, apre-senta uma série de inovações em tecnologia de movimentação e armazenagem, incluindo armazenagem dinâmica, push-back, em-pilhadeiras elétricas com dupla rodagem e deslizador lateral, transpaletes elétricos, rádio frequência, scanners e softwares. Empresas Fornecedoras: Águia Sistemas de Armazenagem, Toyota Equipamentos Industriais, Intermec Technologies Corporation eC.E.T. Consultoria (WISTM).

“Automação e Tecnologia da Informação Aplicada a Logística” • Procter & GambleO projeto VMI (Vendor Managed Inventory), desenvolvido em conjunto com a rede de supermercados Angeloni/SC, resultou na re-dução dos níveis de ruptura, na loja e no centro de distribuição da rede, aumento da performance dos serviços logísticos e melho-ria na eficiência do departamento comercial. O projeto foi suportado por soluções em tecnologia da informação que incluíram inter-faces para troca de dados, introdução do software KARS (desenvolvido pela P&G) e simulador.

“Projetos Especiais” • FCCPartindo de uma pesquisa entre seus clientes, que mostrou a insatisfação quanto aos serviços prestados, a FCC reestruturou todaa área de logística, revisou os processos das áreas de vendas, marketing, PCP e produção, terceirizou todas as operações internasde movimentação, armazenagem de matéria-prima, material em processo e produto acabado. Além disso, intensificou o treinamen-to de seus funcionários, implantou programas visando a "qualidade total" da operação logística, investiu fortemente em infra-estru-tura e equipamentos de envase, bem como ampliou as entregas de catalisadores em veículos especiais. Após esta série de mudan-ças, nova pesquisa apontou significativa melhoria em todos os serviços prestados pela FCC junto aos seus clientes.Empresa Fornecedora: Logisplan – Serviços Logísticos e Transportadora Transultra

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ompletando 60 anos em 2001como líder na produção de pa-pel kraft de baixa gramaturano Brasil, a Celulose Irani,

empresa de capital aberto controlada pelogrupo gaúcho Habitasul, quer crescer noramo de embalagem. Para isso, ela está in-vestindo alto, e um passo decisivo foi dadocom a inauguração, no dia 28 de setembro,de uma nova fábrica de embalagens emVargem Bonita, município no Meio-Oestede Santa Catarina. Fruto de 38 milhões dereais investidos, ela dobra a capacidade deprodução da Irani, cujos negócios de emba-lagem ficavam concentrados em uma uni-dade situada em Santana do Parnaíba (SP).“O mercado de embalagens traz boas pers-pectivas e vem crescendo nos nossos negó-cios”, diz Péricles Druck, diretor de opera-ções e de apoio estratégico da Irani.

Na nova planta, que tem 15 000 metrosquadrados e está gerando 250 novos empre-gos diretos e cerca de 700 indiretos, come-ça a operar uma máquina de papel Hergenrecém-adquirida, totalmente informatizada,que responderá por 45% do total de mate-rial fabricado. Com isso, a Irani espera ele-var sua produção anual de papel de 83 258toneladas em 2000 para 144 000 toneladasem 2002. Metade desse total será direciona-da à fabricação de embalagens, já que a em-

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presa também as converte, com a vantagemde ser auto-suficiente em matéria-prima.

Produto inéditoOutro aspecto importante é que a nova uni-dade de embalagens da Irani fabricará ummaterial inédito no mercado nacional, o pa-pelão triplex Hard Box. Composto por trêsondas internas, o produto atualmente é im-portado. Sua principal aplicação é na forma-ção de embalagens de alta resistência, comoas para os setores automotivo, químico e defruticultura para exportação, entre outros. Onovo papelão deverá ser lançado oficial-mente até o fim de 2001. “Comparadas àsde madeira, as embalagens feitas com eletrazem vantagens econômicas, logísticas eambientais”, argumenta Péricles Druck.

Tal produto se encaixa na estratégia deconcentrar a atuação em nichos de valoragregado, em vez de privilegiar uma estra-tégia de escala. Nesse sentido, o novo ma-quinário cumpre papel fundamental, garan-tindo agilidade e flexibilidade no serviço. Aexpectativa da Irani é fechar 2001 com umfaturamento de 175 milhões de reais, já in-cluídas aí as expectativas com a expansão.“Esperamos que a embalagem de papelãoondulado responda em breve por 50% denosso faturamento”, afirma Druck.

Irani prioriza negócios em embalagem e investe para crescer

materiais

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Mais poder de fogo

Irani(11) 4154-8200www.irani.com.br

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Para a nova planta,uma novíssimamáquina de papel

Nova unidade pos-sui 15 000 metrosquadrados de área

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este ano, além das tradi-cionais inovações nosabor e na fórmulados produtos, o mer-

cado de panetones apresentou umquadro de agitação especial, noqual investimentos em diferencia-ção no ponto-de-venda dividiramas atenções com anúncios de no-vas estratégias por parte de gran-des players.

A Nestlé, por exemplo, confir-mou a intenção de colocar a marcaSão Luiz, líder em biscoitos, nadisputa por uma parcela das 25 000 to-neladas de panetone que deverão servendidas até o final do ano no país.

Embora a cartada da gigantesuíça não tenha surpreendido osanalistas – uma vez que, no anopassado, ela já havia empreendidouma experiência bem sucedidacom panetones São Luiz numarede de lojas de São Paulo –, a es-tratégia estarreceu os concorren-tes. Evidentemente, todos eles sa-bem que a empresa não vai invo-car uma de suas mais prestigiadasmarcas em vão (sobretudo no anoem que comemora oito décadasde presença no mercado brasileiro).

Talvez mais surpreendentes tenhamsido as negociações entre a Bauducco e aVisconti, sua grande concorrente quando oassunto é satisfazer o paladar dos aprecia-dores de panetone. Além da compra de50% das ações da Visconti pela Bauducco,o acordo congregou uma estratégia inéditade colaboração mútua, focada basicamentena distribuição dos produtos natalinos dasduas marcas. Portanto, a idéia será agilizara entrega e garantir a presença dos paneto-nes mais cedo nos pontos-de-venda nestenatal.

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Sem descuidosMesmo em meio a esse quadro, quepode ser classificado como atípico,os investimentos em diferenciaçãovisual não foram relegados pelos fa-bricantes de panetones. Ao contrá-rio, o que se observa em todas as es-tratégias é um esforço para desfazera sensação de que as marcas sãosempre apresentadas em embala-gens com pouca distinção de mate-

riais e formatos. Até porque as em-presas da área sabem que, por lidar

com produtos cuja decisão de compraacontece basicamente no ponto-de-venda, não podem descuidar naapresentação de suas linhas.

A própria Visconti comprovouque a aposta em diferenciação nasgôndolas jamais deve ser esquecida.Este ano, a empresa lançou o pane-tone Speciale, que será vendido emembalagens de papel cartão dotadasde topo com cortes que conferemum formato hexagonal à tampa dosprodutos. O mesmo conceito será

usado na já tradicional linha MonteBianco, que ganhou um novo sabor, o

Creme Confeiteiro. O azul é a cor pre-dominante no visual dos produtos,

numa estratégia que, de acordo com Cristi-na Komatsu, designer responsável pelo pro-jeto, visa criar identificação visual com osconsumidores.

Para o Panetone tradicional versão pre-mium, foram mantidas as latas de 1 quilo,que passam a ser fornecidas pela Metalúrgi-ca Itaquá. O mix de produtos é compostoainda pelo panetone Di Milano, vendido emtrês tamanhos, e o Ao Chocolate, quesegundo a empresa conquista cada vez maisadeptos. Todos são acondicionados em em-balagens de papel cartão, com impressão daGráfica Romiti.

Novos players e diferenciação nas gôndolas no setor de panetones

mercado

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Além de biscoitos,Nestlé quer São Luiz

líder em panetoes

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Flexíveis com forçaMesmo que as latas de aço já tenham seconsolidado, basicamente por ressaltar ocaráter de presente dos panetones e assegu-rar a reutilização das embalagens, as em-presas seguem buscando outras alternativasao clássico papel-cartão. Mais conhecidano Brasil por sua linha de candies e choco-lates, a argentina Arcor espera este ano sefirmar entre os quatro primeiros players domercado de panetones. Para isso, a empre-sa segue investindo nas embalagens flow-pack, fortalecendo no cenário brasileiro autilização de filmes laminados com acaba-

gráfico da agência BC&H Design.Tradicional fabricante de panetones ar-

tesanais, a Ofner também está de olho nasvendas fora do país. Este ano a empresapretender exportar 30 toneladas do produtopara o Japão e para os Estados Unidos. Agrande estrela da marca deverá ser o pane-tone Sapore de Angeli. Com recheio de li-cor Cointreau, o produto será vendido emembalagens artesanais feitas de veludo edecoradas com fitas para presente.

No mercado interno são usados cartu-chos de papel cartão, com formato hexa-gonal e uma dobradura projetada de formaque, entrelaçadas, as abas garantam o fe-chamento. “Mesmo tendo nossos paneto-nes vendidos basicamente na rede de fran-quias Ofner, não temos dúvida de que aembalagem exerce grande influência nadecisão de compra dos nossos consumiro-dres”, analisa Laury Roman, diretor co-mercial da Ofner.

Disputando um segmentode mercado semelhante ao daOfner, a Kopenhagen prefe-riu manter a tradiçãono visual de seus

mento metalizado, tão comuns entre outrosgêneros alimentícios.

“No ano passado, a receptividade doPan Dulce e do panetone Tradicional foimuito boa”, diz Luiz Roberto Bönecker, di-retor de marketing da Arcor, em referênciaaos produtos que utilizam as flow-pack. “Étambém a partir da diversidade de embala-gens que esperamos aumentar a venda dalinha natalina este ano”, conta o executivo.

Ao lado de inovação em embalagens, omote da estratégia de outros fabricantesneste ano é amealhar consumidores no mer-cado externo. Aprópria Nestlé, mesmo semdar maiores detalhes, informa já ter contra-tos de exportação fechados com Argentina,Paraguai, Estados Unidos e Portugal. Nes-ses mercados, os produtos deverão ser ven-didos nas mesmas embalagens que já sãovistas nos pontos-de-venda brasileiros: car-tuchos de papel cartão da Klabin, com im-pressão da Gráfica Nova Página e projeto

panetones premium, que são acon-dicionados nos sempre atuais cubos de pa-pel cartão. O visual ficou a cargo da agênciaPacking Design. “O resultado é traduzidoem embalagens que despertam o apettite ap-peal e destacam o caráter premium dos pro-dutos”, comenta Márcia Camargo, diretoracomercial da Kopenhagen, acrescentandoque a empresa espera ampliar em 25% asvendas da linha natalina neste ano.

Visconti: apostaem diferenciaçãotambém no formato

Flow-pack tem feito sucesso na linha natalina da Arcor

Kopenhagen buscaidentificação com segmento premium

Ofner: embalagens artesanais para

conquistar o mercado externo

ST

UD

IO A

G –

AN

DR

É G

OD

OY

Arcor(11) 3046-6800

Bauducco0800 11 83 57www.bauducco.com.br

Gráfica Romiti(11) 272-2188

Klabin(11) 3084-4800www.klabin.com.br

Komatsu Design(11) 5561-5372

Kopenhagen0800 100 678www.kopenhagen.com.br

Metalúrgica Itaquá(11) 6966-0977

Nestlé(11) 5508-9000www.nestle.com.br

Ofner(11) 5693-8600www.ofner.com.br

Packing Design(11) 3064-9822www.packing.com.br

Visconti0800 19 17 17www.visconti.com.br

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mpacto, beleza, demonstraçãode qualidade e de que omelhor caminho paraconsegui-la é inte-

grar todos os participantes deum processo produtivo. Es-sas foram as principaismetas do Projeto Fle-xofilm e Design, ini-ciado na edição ante-rior de EmbalagemMarca,com a produção de um envelo-pe e de um encarte impressos emflexografia, com definição de imagemcomparável à feita pelo processo off-set. Olançamento do projeto, que prossegue nes-ta e em mais quatro edições da revista, pro-vocou grande número de contatos de pro-fissionais e amigos interessados em deta-lhes. Aqui é contado como se desenvolveuo projeto, que visa também demonstrar aimportância das embalagens para o êxitodos produtos e das marcas.

Na verdade, como comprovam à exaus-tão os clássicos casos de Coca-Cola, Omo,Maizena e Fermento em Pó Royal, entretantos outros, a embalagem é o produto, aembalagem é a marca. Não se pode disso-ciar um elemento do outro. Convicta disso,EmbalagemMarca vinha cultivando hábom tempo a idéia de que, além da capa (aembalagem primária da revista), era neces-sário desenvolver para a postagem um en-velope (a embalagem secundária) que re-fletisse a qualidade de seu conteúdo. Aomesmo tempo, a revista buscava ma-terializar em suas páginas o concei-to de integração, segundo o qualos vários participantes de umprojeto de embalagem de-vem trabalhar juntos embusca das melhores soluções epara que os trabalhos transcorramsem imprevistos.

34– EMBALAGEMMARCA • nov 2001

A oportunidade surgiu no iníciodeste ano, num contato com a então

recém-fundada Arco Con-vert, empresa de São

Paulo dedicada exclu-sivamente a prestar ser-

viços terceirizados naárea de impressão, lami-nação e acabamento de

embalagens flexíveis.Seu diretor, EugênioAugusto Giacomelli,

queria apresentar concre-tamente um diferencial em seu

segmento: era, e por enquantoé, a única no Brasil em condi-

ções de realizar impressões emflexografia, em banda larga, com

até 60 linhas. O projeto ampliou-se: mais que apenas o envelope, nasceu aidéia de comparar a impressão em off-set,no papel, com a flexográfica, em filme.

O passo seguinte foi buscar parceirosque se destacassem em seu expertize nas di-

ferentes etapas do processo. Entraram noprojeto a Flexopower (equipamen-

tos de impressão), a Foto-grav (clichês), a Pac-king Design (projeto

visual e artes finais), aTupahue (tintas) e a Vo-

tocel (filmes flexíveis).Aconcepção do design e a

criação de produtos fictícios fi-caram a cargo da Packing, agên-

cia especializada que se dedica ex-clusivamente ao design de embala-

gem. A produção das matrizes de im-pressão ficou a cargo da Fotograv, reco-

nhecida no mercado pela alta qualidade deseus serviços e também porque dispõe detecnologia e de equipamentos de última ge-ração, como os de gravação a laser dos cli-chês de impressão.

Empresas se unem para mostrar excelência em flexografia

making of

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Projeto integradoF

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No envelope, ademonstração

material do que arevista sempre

afirma: o produtoé a marca

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Os filmes foram rodados numa impres-sora Flexopower produzida pela empresade mesmo nome, 100% nacional e caracte-rizada pela inovação. O equipamento, deoito cores, com sistema de troca de bobinasautomático, entre outros avanços técnicos.oferece altíssima qualidade de reprodução.

Foi decisiva para o resultado final a con-tribuição dos fabricantes de insumos, isto é,os filmes e as tintas de impressão, garantin-do a base de aplicação para tudo o que foicriado: a Votocel, empresa do grupo Voto-rantim, que vem produzindo no Brasil am-pla gama de filmes capazes de atender àsmais rigorosas exigências da indústria; e aTupahue, que fabrica tintas consideradasentre as melhores disponíveis para impres-são flexográfica.

Espírito de pesquisaEm comum, todas as empresas envolvidasdispõem de alta tecnologia e espírito depesquisa, e isso era fundamental para o pro-jeto. Mas o aspecto técnico em nada resul-taria se não se propusessem, como se pro-puseram, a efetivamente trabalhar de formaintegrada, contribuindo com seus recursose conhecimentos sem reservas, interferindono projeto sempre que tivessem algo aacrescentar para melhorar o resultado final.

Dentro desse espírito, o design foiorientado para proceder de maneira a favo-recer o trabalho das demais empresas e queresultasse em imagens da mais alta qualida-de. E, embora possa parecer contraditório,foi sugerida a inclusão de imagens queapresentassem dificuldades típicas da fle-xografia, para que elas pudessem ser en-frentadas e demonstrassem o avanço conse-

guido na impressão em situações críticas.Em resumo, o design deveria explorar todasas possibilidades, favorecer alguns aspectose complicar outros. O designer Roney Ca-

melo, da Packing, que assina o dese-nho, combinou fotografia, ilustração,

desenho geométrico e texturas paraexplorar as possibilidades dos recursos

disponíveis.No desenvolvimento dos clichês, a Fo-

tograv, além de acompanhar o trabalho dedesign garantindo que os arquivos finais es-tivessem da melhor forma, aplicou no tra-balho sua exclusiva tecnologia de retículasturbo screen. Essa tecnologia oferece umtipo de ponto esculpido para não deformarquando comprimido na impressão. Assim,a imagem não distorce, garantindo nitidez eprecisão, como se pode observar nas filigra-nas, nas cores e no traço tanto dos envelo-pes como das lâminas encartadas na ediçãoanterior e na presente.

Patamar mais altoA Arco Convert procedeu a laminação dosfilmes, a impressão do encarte e do envelo-pe. As tintas fornecidas pela Tupahue são asmesmas fornecidas para a impressão flexo-gráfica de alta qualidade e não necessitaramde alterações ou maiores cuidados.

Os filmes produzidos pela Votocel utili-zados no projeto são de sua linha regular,com uma alteração: foi deixado um peque-no espaço transparente na borda do filmepara que se pudesse utilizar uma combina-ção de metalizado e transparência no de-sign, de modo que o logotipo da revistaaparecesse apenas sugerido no topo do en-velope. Embora não participasse na condi-ção de parceira do Projeto Flexofilm e De-sign, a Gráfica do Grande ABC, que impri-miu a revista, teve papel decisivo na fase deacabamento, com a aplicação dos encartes.

O resultado superou todas as expectati-vas, despertando o entusiasmo de profissio-nais que trabalham com embalagens e fle-xografia. De modo geral, vislubram no pro-jeto novas possibilidades para seu trabalhoe entendem que, com ele, esse sistema deimpressão está sendo firmado num patamarmais alto e mudando para melhor a manei-ra como era visto até aqui pelo mercado.

Comparação dedetalhes mínimosde impressoõesoff-set e emflexografia

Na aba da lâminade BOPP, foto deum mocape doproduto fictício

Arco Convert(11) 6161-8099

Flexopower(11) 4043-4230www.flexopower.com.br

Fotograv(11) 5572-3872www.fotograv.com.br

Packing(11) 3064-9822www.packing.com.br

Tupahue(11) 4093-6500www.tupahue.com.br

Votocel(15) 242-9800www.votocel.com.br

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ançar uma marca e, com ela,criar uma nova categoria deproduto. Eis um dos desafiosmais gratificantes para qual-

quer profissional de marketing. Afinal,em mercados crescentemente segmenta-dos, descobrir o caminho das pedras emum nicho até então inexplorado exige erevela, a um só tempo, inventividade,destreza e também um pouco de sorte –atributos importantes quando se pensaem conquistar a cada vez mais disputadaatenção do consumidor.

Essa conjunção de fatores parece tersido atingida pela Guiness UDV, compa-nhia de bebidas que detém marcas muitobem estabelecidas em seus segmentos,como a vodca Smirnoff, o uísque JohnnieWalker e a tequila Jose Cuervo.

A estratégia vanguardista da empresafoi detonada em 1999, ano em que colo-cou no mercado europeu a Smirnoff Ice.Mistura de água gaseificada, suco de li-mão e vodca, em proporções que lhe con-ferem teor alcoólico de 5,5 graus, o pro-duto chegou ao Brasil há pouco mais deum ano. Foi tempo suficiente para setransformar numa coqueluche de consu-mo em bares, restaurantes e, principal-mente, casas noturnas – tornando-se pra-ticamente inseparável de uma extensa le-gião de notívagos, que não dispensa drin-ques adocicados em suas badalações.

Cooler ou ice ?Como, no mundo dos negócios, estaratento a novas tendências não é crimenem demérito, mas na verdade um fatorde sobrevivência, outros fabricantes nãotardaram a disponibilizar, em semelhan-tes locais de consumo, suas versões debebidas carbonatadas que misturam vod-ca e sucos de frutas. Resumidamente, foiassim que surgiu a categoria de bebidas

36– EMBALAGEMMARCA • nov 2001

ice, na qual a Guiness UDV irrompecomo pioneira.

Sucede que alguns fabricantes, comoque se negando a reconhecer o pioneiris-mo da Smirnoff Ice, defendem que seuslançamentos no setor se enquadram na ca-tegoria dos coolers. Porém, o simples de-talhe de terem incluído o sobrenome iceem suas marcas reforça por si só o surgi-mento desta nova categoria de produto.

Mas o fato que realmente interessa éque novos produtos demandam investi-mentos em embalagem. Portanto, para acadeia do packaging a invasão de ices nomercado de bebidas prontas tem esta-do para lá de salutar.

Vendidas em garrafas long neck devidro incolor, muitas delas têm apre-sentando interessantes inovações vi-suais, capitaneadas tanto pelo designdas garrafas como por sofisticadosprojetos de rótulos. Com garrafas de-senvolvidas pela Cisper, a Orloff Ice,lançada no mercado brasileiro em ou-tubro pela Seagram, chega até a bri-lhar mediante a exposição desuas embalagens à luz negra queincide nas pistas das danceteriase boates.

Outro exemplo dessa buscapor diferenciação visual para se-duzir o público jovem partiu da

Ices repetem fenômeno de mercado dos energéticos

bebidas

Quebrando o gelo

Orloff Ice,da Seagram,

vem emembalagem

que brilhano escuroF

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28ices 13/11/01 19:38 Page 36

nov 2001 • EMBALAGEMMARCA – 37

Indústrias Reúnidas de Bebidas Tatuzi-nho-3 Fazendas (IRB), que recentementecolocou no mercado a First Ice, maisnova marca da linha First One, da qualfaz parte o energético Atomic EnergyDrink. Vendida nos sabores limão e laran-ja, a bebida também é acondicionada emgarrafas da Cisper e conta com rótulos bi-colores de polipropileno (PP). O projetofoi desenvolvido pela Prodesmaq e se di-ferencia por explorar o efeito no labellook, que confere um visual clean edespojado ao produto.

O grafismo segue os equities dalinha First One, que conta tambémcom uma soda alcoólica de mesmonome, que a IRB criou em 1998. Osrótulos de toda essa família foramdesenhados pelo próprio presidenteda empresa, Cesar Rosa. Com con-tribuição inegável das embala-gens, aos poucos o mercado deaguardente tem deixado de sero core businessda empresa.(Rosa estima um faturamentode 85 milhões de reais para acompanhia em 2001, resultadomais de 10% acima do contabi-lizado no ano anterior e impul-sionado basicamente pela linhaFirst One).

Esperando o verãoOs exemplos de que no merca-do de ices as embalagens po-dem ser molas de propulsão devendas não param por aí.Dona de uma marca de energético demesmo nome, a Red Devil também sedispôs a investir em diferenciação visualpara garantir sua fatia no setor. Para isso,optou por um rótulo de PVC termoenco-lhível, que, impresso em cinco cores apartir de rotogravura, ornamenta as garra-fas do Black Ice, versão dos drinques fei-tos com vodca, água gaseificada e con-centrado de limão da empresa. Desenvol-vido pela Propack, o rótulo ocupa 360graus da superfície da garrafa, caracterís-tica que, além de inovar na categoria, dis-pensa o uso de um contra-rótulo. A Pro-pack defende também que este detalheaumenta a resistência das garrafas, vanta-

gem que reverteria em diminuição de per-das nos processos logísticos da bebida.

Também disputando o movimentadofilão de bebidas energéticas, lideradopela australiana Red Bull, a Brickel Co-mércio e Importações é outra companhiade bebidas que foi despertada para asoportunidades de negócios surgidas naesteira do Smirnoff Ice. Conhecida pelamarca Red Fox, a empresa adicionou nosegundo semestre deste ano o Ice Red

Fox ao seu portfólio de marcas. CarlosAlberto Bueno, diretor comercial daBrickel, diz que garantir assepsia éuma das preocupações das embala-gens do novo drinque.

A boca das garrafas recebeu umrótulo termoencolhível, ou sleeve,que, além do apelo da higiene, uneas vantagens de uma decoração

premium à funcionalidade de umlacre de segurança. Os rótulossão fornecidos pela Hervás, asgarrafas, também long neckstransparentes, são da Saint-Gobain e as tampas, da TaponCorona. A produção inicial doIce Red Fox é de 15 000 caixaspor mês, e a expectativa é quesejam comercializadas 100 000caixas no verão 2002. É um in-

dício de que, não obstante aprosperidade que o setor já al-

cançou nas grandes metrópo-les, as vendas de ice devemesquentar também nas cidadeslitorâneas do país.

Rótulo do Black Ice ocupa

360 graus da superfície das garrafas

Sleeve do IceRed Fox garante

segurança e assepcia

First Ice, daIRB: expectati-va de aumento

nas vendas da empresa

Brickel(11) 6193-9154

Cisper(11) 6542-8000www.cisper.com.br

Guiness UDV(11) 3897-2166www.udv.com

Hervás0800-55-5311www.hervas.com.br

Ind. Reunidas de BebidasTatuzinho – 3 Fazendas(11) 263-1411

Prodesmaq(19) 3876-9300www.prodesmaq.com.br

Propack(11) 4781-1700www.propack.com.br

Saint Gobain Embalagens(11) 3874-7482www.saint-gobain.com.br

Seagram do Brasil(11) 7295-9990www.seagram.com.br

Tapon Corona(11) 3835-8662www.tapon-corona.com.br

28ices 13/11/01 19:39 Page 37

FLEXOFILME D E S I G N

VER PARA CRER

FICHA TÉCNICA

epois do rótulo do Mix Tropical, marca fictícia de um suco de frutas sortidas, apresentado na edição anterior de EmbalagemMarca parademonstrar o quanto avançou a tecnologia de impressão flexográfica emnosso país. Isso pode ser observado no envelope de sua revista e napágina ao lado, uma embalagem de café - requintada, para um produtogourmet, especial.

Os principais objetivos do Projeto Flexofilm e Design são:1. colocar em suas mãos a prova de que já é possível aliar alta qualidade de impressão com as vantagens da flexografia.

projeto Flexo Film & Design é o resultado do trabalho integrado de seis empresas. Nesta edição, foram utilizados os filmes de BOPP Volen CT.20.C e CM.S108.20 (laminados no envelope) e CF.S120.20.C eCM.S108.30 (no encarte ao lado), da Votocel Filmes Flexíveis. A concepção visual e a criação da embalagemapresentada são do designer Roney Camelo, da Packing Design de Embalagem. A pré-impressão foi feita naFotograv, que utilizou a tecnologia de gravação a laser, com implantação dos pontos em alta resolução TSP.A impressão e a laminação foram realizadas na Arco Convert, sendo a impressão feita em 60 linhas por cm,com uma impressora flexo Omega 1000/8, da Flexopower. A laminação foi feita com tecnologia solventless,em um equipamento italiano da marca Nordmecanica modelo Super Simplex, com adesivo de altíssima performance da Liofol. Foram utilizadas tintas flexográficas de alta definição da Tupahue.

2. demonstrar na prática que projetos de embalagem envolvendo vários parceiros são bem sucedidos quando há efetiva integração entre eles.3. reiterar que embalagens premium podem promover produtos brasileiros e a "marca Brasil" no exterior, contribuindo para incrementar as exportações de produtos com valor agregado.

Como no caso anterior, a marca do produto apresentado nesta edição - Café do Brasil - é fictícia e seenquadra no último desses três escopos. Na embalagem, buscou-se diferenciação, desde o formato e aquantidade de produto: um stand-up pouch de 300 gramas. A flexografia coloca à sua disposição uma gamaenorme de recursos. Observe, na amostra ao lado, a textura do filme, que propicia uma sensação de materialaveludado, uma forma de atrair a atenção do consumidor não só pela visão e pelo olfato, mas também pelo tato.

flexofilm 14/11/01 18:18 Page 1

nov 2001 • EMBALAGEMMARCA – 39

Comunicação verticalPara destacar produtos no

ponto-de-venda, principal-

mente os leves, como es-

covas dentais, pilhas, con-

dimentos e materiais es-

colares, entre outros, a

Novelprint está lançando a

etiqueta plástica Hang

Tag. Ela permite a exposi-

ção vertical em displays

com gancheiras, propi-

ciando assim maior visibi-

lidade e comunicação com

o consumidor. “As princi-

pais vantagens da Hang

Tag são o impacto visual e

a redução nos custos da

embalagem”, afirma Ana

Maria Teixeira, gerente de

engenharia da Novelprint.

(11) 3768-4111www.novelprint.com.br

AGULHA AFIADAAs codificadoras que operam por sis-tema de micro-puncionamento, da fa-bricante francesa SIC, são as novida-des que a Sunnyvale está trazendo aoBrasil. Elas realizam gravações per-manentes em substratos como plásti-cos e aço numa profundidade de até0,5mm. A precisão é garantida pelaagulha codificadora, confeccionadaem carbono e tungstênio, que possibi-lita registrar informações como data,números seriais, códigos em data ma-trix e logotipos mesmo em superfíciesirregulares. Acompanha software quepermite uma pré-visualização da áreaa ser codificada e, de acordo com aSunnyvale, seu custo de manutençãoé baixo.(11) 3048-0133www.sunnyvale.com.br

TRICAMPEÃO NO PAÍS DO PERFUMEPela terceira vez uma em-

balagem de O Boticário é

premiada no concurso

francês Oscar de L’Embal-

lage, concedido pelo Insti-

tuto Francês de Embala-

gem e Acondicionamento.

Neste ano o laureado foi o

perfume masculino Clip-

ping. O frasco do produto,

criado pelo designer espa-

nhol Juan Carlos Rustara-

zo, tem o diferencial na

válvula de propulsão, que

permite que o perfume

saia pela sua face supe-

rior. O Clipping também

conquistou o primeiro lu-

gar do Prêmio Inovação,

da revista francesa For-

mes de Luxe.

Sem babar!

Uso mais prático e higiênico.Esse é o principal argumentoque a holandesa EasyCan Com-pany utiliza para difundir suatampa para latas, cujo design er-gonômico busca proporcionarconsumo semelhante ao de umabebida envasada em uma garra-fa, sem derramamento do líqui-do. A empresa também sustentaque o centro da tampa, ligeira-mente levantado, evita que o lí-quido escape para a borda dorecipiente. A tampa se ajusta aqualquer latinha.www.easycan.com

Muito a crescer

Cinco velas para o bolo da a10 De-

sign, agência especializada em de-

sign de embalagem que está fazen-

do aniversário. Diante da data espe-

cial, a agência lançou um novo por-

tifólio, contendo um apanhado de

significativos trabalhos realizados

em meia década de existência. Ou-

tra empresa de design de embala-

gem que também comemora cinco

anos é a Packing Design, dirigida

por Fabio Mestriner. Para marcar a

data, a Packing criou um selo co-

memorativo.

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Total recallOmo, Coca-Cola e Nestlé ganharamo “Top do Top of Mind” como asmarcas mais fortes nas mentesdos consumidores brasileiros, se-gundo pesquisa anual do Datafolha.

Comando nacionalPara atender com maior precisão omercado brasileiro, para o qualsuas vendas cresceram 30% em2000, a fabricante de equipamen-tos para codificação Zebra Techno-logies nomeou um gerente geralpara cuidar das operações no país,o executivo Carlos Levenstein.

Mais parceriasA Associação Brasileira das Indús-trias de Vidro (Abividro) fechou no-vas parcerias para coletar embala-gens, com as associações VidaNova e a Adere – Associação paraDesenvolvimento da Educação eRecuperação do Excepcional. Asentidades se tornaram pontos vo-luntários de coleta de vidro, queserá comprado pela indústria vi-dreira.

AdiamentoA nova unidade de PET que a Rho-dia-ster quer inaugurar no paísestá com data de inauguração in-certa. Sabe-se que serão investi-dos US$ 80 milhões e que ela pro-duzirá 140 mil toneladas/ano daresina. A construção deve começarem 2003.

Laminados em altaO grupo de investimentos europeuCinven está prestes a adquirir osnegócios da Klöckner-Werke AG,braço alemão da Klöckner Penta-plast America, um dos maioresprodutores mundiais de filmesplásticos rígidos. Caso seja apro-vada pelos órgãos fiscalizadores, atransação será de US$ 827 milhões.

Portal para negócios de embalagemEstreou oficialmente na web o Justi2i, divisão de negócios B2B que aDatamark Market Intelligence crioupara facilitar o relacionamento entreprodutores e usuários de embala-gem. Segundo Graham Wallis, dire-tor da Datamark, o Just i2i (de “in-dustry to industry”) pretende setransformar na primeira comunidadelatino-americana do setor de emba-lagem na internet, para abrigar ne-gócios de sua cadeia de valor. Paratanto, o portal disponibiliza um mó-dulo de e-commerce, através doqual empresas poderão fazer cota-ções, pesquisar fornecedores e con-cretizar transações. “Não temos in-tenção de substituir a relação tradi-cional entre compradores e vende-

dores”, diz Graham Wallis. “Ao con-trário: pelo Just i2i eles poderão es-treitar esse relacionamento, além demelhorar a performance de suasáreas administrativas.”

(11) 3038-1790www.justi2i.com

Praticidade é confiança. E lucroA Fasson está disponibilizando aomercado seus sistemas de fecha-mento de embalagens através deetiquetas auto-adesivas (reclosure

systems). Com eles, o consumidorpode armazenar com maior pratici-dade diversos produtos, o que ostorna uma ferramenta de fideliza-ção a marcas – como a Fasson sa-lienta, dispositivos do tipo são iden-tificados como bastante práticos efuncionais. É possível conhecer osdesenvolvimentos para a conversãode lacres de multi-fechamento nosite da empresa. 0800 7017660

www.solution.fasson.com

40 – EMBALAGEMMARCA • nov 2001

Compras de PS mais fáceis pela webA Innova, braço do grupo petroquími-

co argentino Perez Companc, está ini-

ciando o comércio eletrônico de po-

liestireno (PS) no país. O serviço de e-

commerce, nomeado Contato Imedia-

to, é o primeiro totalmente automatiza-

do na seara do B2B petroquímico na-

cional, o que é garantido pelo uso de

avançados softwares de Custo-

mer Relationship Management

(CRM) e de Supply Chain Mana-

gement (SCM). Na prática, a Inno-

va será capaz de monitorar toda

sua cadeia de suprimentos, garantin-

do maior agilidade e comodidade aos

clientes. “Pretendemos que a web

abrigue 80% de nossos negócios já

em 2002”, afirma Marcelo Calil Bian-

chi, diretor comercial da Innova. Os

investimentos na empreitada chegam

a 6,5 milhões de dólares.

www.innova.ind.br

28panorama 13/11/01 19:52 Page 40

42 – EMBALAGEMMARCA • nov 2001

É JÓIA? NÃO, É SORVETE

As lojas da Gelateria Parmalat

estão recebendo novas embala-

gens de sorvetes para presente e

viagem. Desenvolvidas pela

Mazz Design, as caixas de pa-

pel cartão de 500 gramas, 1

quilo e de torta possuem forma-

tos diferenciados, trapezoidais e

com linhas retas. Fornecidas pela

Lingraf, as caixas têm tampa pi-

cotada para facilitar a abertura

no momento do consumo e tam-

bém trazem a nova assinatura

"Gelateria Parmalat - Inovando a

Arte de Fazer Sorvete". Segundo

Maurício Girard, diretor de cria-

ção da Mazz, a intenção foi

"criar uma embalagem que pu-

desse ser servida em qualquer

ocasião, desde uma festa de ani-

versário a um jantar refinado".

Amostra inovadoraUm novo conceito de embalagempara amostra grátis. É disso que aEurofarma Laboratórios está lançan-do mão para divulgar o laxante emforma de microenema Minilax. Apósuma análise de mercado e de conta-tos com médicos, verificou-se a ne-cessidade de melhorar a visualiza-ção da embalagem primária do pro-duto, uma bisnaga de 6,5 gramas.Por isso, uma nova embalagem se-cundária foi elaborada – blister dePVC em vez de cartucho. Essa alte-ração visa proporcionar maior prati-cidade e diferenciais como bula re-

sumida no verso e três bisnagas naparte frontal. Para as farmácias edrogarias o Minilax continua sendocomercializado na mesma apresen-tação, em caixa com sete bisnagas.

BOPP para a turma do SítioA volta da turma do Sítio do Picapau

Amarelo à televisão está movimen-

tando diversos segmentos de mer-

cado. Entre eles, o de biscoitos. A

Cory, sediada em Ribeirão Preto,

está lançando uma linha com todos

os personagens da obra de Montei-

ro Lobato comercializada em duas

embalagens. Os pacotes de 200 gra-

mas podem ser encontrados nos sa-

bores chocolate, morango, flocos e

tutti-fruti, este último, inédito, e os

pacotes de 85 gramas, nos sabores

chocolate e morango. No interior

das embalagens, com estrutura que

combina BOPP e BOPP metalizado

e fornecidas pela Inapel, há figuri-

nhas para colecionar.

Flow pack mensageiraAs clássicas balas Icekiss, fabrica-das pela Cory, estão ganhando umanova linha, a Icekiss Recado. Novi-dades: os recadinhos sobre amor eamizade, símbolo da marca, agoravêm do lado de fora das embala-gens, que passam a ser flow packsem poliéster e BOPP, fornecidas

pela Inapel. Ilustrando as frases hádesenhos do cartunista Glauco, cria-dor do personagem Geraldão, entreoutros. Com isso, a Cory pretende"sair na frente outra vez", pois Ice-kiss foi a primeira marca a trazer re-cadinhos, a ter embalagem metali-zada, a vir com figurinha metalizada,

a ter recheio de chocolate e agora apioneira nos recados e figurinhas dolado externo da embalagem.

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44 – EMBALAGEMMARCA • nov 2001

FO

TO

S:

DIV

ULG

ÃOEMBALAGEM

DOS IRMÃOS CAMPANA GANHA PRÊMIODE DESIGNOs irmãos Campana aca-

bam de ganhar mais um

prêmio. A embalagem

criada pela dupla para as

jóias da coleção Campana

da H.Stern conquistou o

Prêmio Incentivo ao De-

sign do Museu da Casa

Brasileira de São Paulo.

Feita em borracha trans-

parente, o que permite

que a jóia seja vista antes

de a embalagem ser aber-

ta, a peça se destaca pela

originalidade da forma e

do material utilizado.

Cada uma é confecciona-

da à mão pela H.Stern em

um processo inteiramente

artesanal.

O prêmio faz parte do XV

Prêmio de Design do Mu-

seu da Casa Brasileira,

iniciativa instituída pela

Secretaria de Estado da

Cultura em 1986 e realiza-

da regularmente para pro-

mover o design nacional.

A premiação foi no dia 13

de novembro, data de

abertura da exposição

das peças vencedoras.

Château Duvalier ganha novo visualA Bacardi-Martini do Brasilinvestiu 1,2 milhão de dóla-res no reposicionamento damarca de vinhos ChâteauDuvalier. O investimento no rejuve-nescimento da marca de vi-nho envolveu a realizaçãode diversas pesquisas demercado, onde a opinião doconsumidor foi determinan-te para as mudanças queacompanham o produto. Otrabalho demandou mais deum ano, período em que fo-ram experimentados dife-

rentes caminhos.A mudança mais visívelestá no rótulo que integra anova estética do produto,idealizada pela Benchmark.A mais sutil está no própriovinho, resultado das novastecnologias incorporadaspela vinícola. A campanha de comunica-ção, programada para serveiculada no início de 2002,está nas mãos da agênciade publicidade McCann-Erickson. Os vinhos Château Duvalier

são produzidos no Vale dosVinhedos, em Garibaldi(RS), pela Casa VinícolaDe Lantier, divisão de vi-nhos da Bacardi-Martini doBrasil.

Ficha técnica:

Rótulos de papel couché

impressos pela Mattavelli

Gráfica e Fotolito

Design desenvolvido pela

Benchmark Design Total

Garrafas de vidro da Saint

Gobain

Futurismo para divulgar celularOutra solução de transi-

ção é a inclusão de pris-

mas e porta-folhetos.

“Como a produção da es-

trutura permanente em

acrílico é mais demora-

da, bolamos uma linha

alternativa provisória de

custo mais baixo e de

produção mais rápida”,

explica Frederico Gelli,

um dos diretores da

Tátil. A própria agência

confecciona as peças

criadas, em seu parque

gráfico exclusivo.

A Tátil Design acaba de

desenvolver uma linha

de materiais de ponto-

de-venda para a fabri-

cante de telefones celu-

lares Nokia. Uma ampla

pesquisa foi realizada

em lojas, para balizar a

criação das peças, que

procuram passar con-

ceitos modernos e futu-

ristas. Uma estrutura

permanente acompanha

o design da marca, com

variações apenas na

parte gráfica.

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módulos 13/11/01 19:59 Page 1

Almanaque

46 – EMBALAGEMMARCA • nov 2001

The lady is a vampFazer produtos de qualidade e quefacilitem a vida das pessoas é umdos segredos do sucesso da gigan-te alemã Henkel, que este ano co-memora seu 125º aniversário. O

fundador da empresa,Fritz Henkel, iniciou ahistória do conglomera-do em 1876, na cidadede Aachen, com a fábri-ca de detergentes Hen-kel & Cia., que doisanos depois mudaria

para Düsseldorf. Um de seus maisbem sucedidos produtos, o deter-gente Persil, que revolucionou alavagem de roupa e permanece atéhoje como uma das mais impor-tantes marcas alemãs, foi lançadoem 1907. Desde então, a publici-dade do produto se caracteriza pela

imagem de uma mulher jovem eem dia com seu tempo, a “WhiteLady”. Comparada à sua ingênuaancestral, a lady pode ser classifi-cada como uma verdadeira vamp.

Uma suave salva de canhãoCriado em 1953 para come-morar a coroação da rainhaElisabeth II da Inglaterra, oRoyal Salute Whisky já nas-ceu como uma mistura dosmelhores uísques produzidosna Escócia. Seu nome surgiuda celebração com salva de21 tiros de canhão dispara-dos em homenagem a reis eestadistas do Reino Unido.Sua embalagem de porcela-na, verdadeira peça de cole-ção, e sua alta qualidade fa-zem dele um uísque de luxo,respeitado e apreciado porconhecedores no mundo in-teiro. Esses sabem que ape-sar da inspiração para onome, o Royal Salute nãodeixa ruído na cabeça, comoocorre com os legítimosscotches. Sabem, também, deuma coisa que a maioria dosmortais ignora: o Royal Sa-lute é um Chivas Regall dealta estirpe, uma espécie deuísque com título de sir.

Leitura agradá-vel! Fatos nãomuito conhecidosdo mundo da em-balagem!

Atendendo a pe-didos de muitosleitores que nãotêm a coleção

completa da revista, estamos prepa-rando uma EDIÇÃO ESPECIAL doALMANAQUE EMBALAGEMMARCA, coma reprodução de várias páginas comesse título publicadas regularmentetodos os meses, desde que foi lançadaesta publicação, em junho de 1999.

Reserve já seu exemplar. R$ 10,00

[email protected]� (11) 5181-6533

RESERVE SEU ALMANAQUEBrasil acima de tudoAo contrário do que infor-mamos na edição passada,o vermute Amanti é pro-duzido desde o início doséculo XX pela Fábrica deBebidas Cyrilla (e nãoAmanti), de Santa Maria,no Rio Grande do Sul.No rótulo da bebida, onome da fábrica ganhoudestaque duirante aSegunda Guerra Mundial,substituindo a expressão“Fabricado segundo o sistema de Torino” , uma referência à cidade italiana.

28almanaque 14/11/01 14:43 Page 1

A industrialização trouxe enormes benefícios para a humanidade. Basta olhar aonosso redor para ver a quantidade de máquinas e artigos colocados à disposiçãodo nosso conforto e da nossa saúde.

Uma das maiores conquistas foi a produção automática de embalagens, emgrandes quantidades. Com elas, alimentos, bebidas e incontáveis outros produtospodem ser transportados com facilidade de um lugar para outro e armazenadospor muito tempo sem estragar.

No entanto, esse progresso todo trouxe um problema: o acúmulo do lixo e apoluição da Natureza. Uma das formas de combater isso é reciclar as embalagensusadas, isto é, transformá-las em novas embalagens. Mas nem todos os materiaissão facilmente recicláveis.

Nesse aspecto, a embalagem de vidro é privilegiada. De um frasco, um pote ouuma garrafa de vidro usada é possível produzir outra novinha, sem nenhum tipo deperda durante o processo. No Brasil, cerca de 40% das embalagens colocadas nomercado são recicladas.

Esse índice precisa ser melhorado, e você pode ajudar – ajudando ao mesmotempo a preservar a Natureza. Para estimular mais ainda a sua boa vontade, aAbividro publica nas páginas seguintes aquele que é considerado o primeiro mani-festo ecológico de que se tem notícia. Trata-se da carta de um chefe indígena aospresidente dos Estados Unidos em 1855. Ela contém ensinamentos preciosos.Emoldure-a e pendure num local visível, para que outras pessoas possam ler.

Vamos reciclar. A economia, a natureza e a população agradecem. Peça seu kit de reciclagem na Abividro.

O vidro é 100% reciclávelRecicle sempre embalagem de vidro Peça seu kit de reciclagem

na ABIVIDRO

PORQUE É IMPORTANTERECICLAR EMBALAGENS

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Carta do chefe indígena Seattle ao ex-presi-dente dos Estados Unidos Franklin Pearce,em 1855, em resposta à intenção do governode comprar as terras indígenas. O chefe Seat-tle liderou os índios Duwanish, que viveramonde fica hoje parte do Estado de Washing-ton. No documento, o chefe indígena avalia apossibilidade de transferir suas tribos parauma reserva, cedendo suas terras ao homembranco.

"Como podeis comprar ou vender o céu, a te-pidez do chão? A idéia não tem sentido paranós. Se não possuímos o frescor do ar ou obrilho da água, como podeis querer comprá-los?Qualquer parte desta terra é sagrada para omeu povo. Qualquer folha de pinheiro, qual-quer praia, a neblina dos bosques sombrios, obrilhante e zumbidor inseto, tudo é sagradona memória e na experiência de meu povo. Aseiva que percorre o interior das árvores levaem si as memórias do homem vermelho.Os mortos do homem branco esquecem a terrade seu nascimento quando vão pervagar entreas estrelas. Nossos mortos jamais esquecemesta terra maravilhosa, pois ela é a mãe dohomem vermelho.As flores perfumosas são nossas irmãs; os ga-mos, os cavalos, a majestosa águia, todos sãonossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrânciados bosques, a energia vital do pônei e o ho-mem, tudo pertence a uma só família.Assim, quando o Grande Chefe em Washing-ton manda dizer que deseja comprar nossasterras, ele está pedindo muito de nós. O Gran-de Chefe manda dizer que nos reservará umsítio onde possamos viver confortavelmentepor nós mesmos. Ele será pai e nós seremosseus filhos. Se é assim, vamos considerar suaproposta sobre a compra de nossa terra. Mastal compra não será fácil, já que esta terra ésagrada para nós.A límpida água que percorre os regatos e rios

não é apenas água, mas o sangue de nossosancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis devos lembrar que ela é sagrada, e deveis lem-brar a vossos filhos que ela é sagrada, e quequalquer reflexo espectral sobre a superfíciedos lagos evoca eventos e fases da vida de meupovo.Levam as nossas canoas e alimentam nossascrianças. Se vendermos nossa terra a vós, de-veis vos lembrar e ensinar a vossas criançasque os rios são nossos irmãos, vossos irmãostambém, e deveis a partir de então dispensaraos rios a mesma espécie de afeição que dis-pensais a um irmão.Nós sabemos que o homem branco não enten-de nosso modo de ser. Para ele um pedaço deterra não se distingue de outro qualquer, poisé um estranho que vem de noite e rouba daterra tudo de que precisa. A terra não é irmã,mas sua inimiga; depois que a submete a si,que a conquista, ele vai embora, à procura deoutro lugar. Deixa atrás de si a sepultura deseus pais e não se importa. Seqüestra os filhosda terra e não se importa. A cova de seus paisé a herança de seus filhos, ele os esquece. Tra-ta a sua mãe, a terra, e a seu irmão, o céu,como coisas a serem compradas ou roubadas,como se fossem peles de carneiro ou brilhan-tes contas sem valor.Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrásde si só desertos.Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser écompletamente diferente do vosso. A visão devossas cidades faz doer os olhos do homemvermelho. Talvez seja porque o homem ver-melho é um selvagem e como tal nada possacompreender.Nas cidades do homem branco não há um sólugar onde haja silêncio, paz. Um só lugaronde ouvir o farfalhar das folhas na primave-ra, o zunir das asas de um inseto. Talvez sejaporque sou um selvagem e não possa com-preender.E que vida é essa onde o homem não pode ou-

O PRIMEIRO MANIFESTO E

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Recicle sempreembalagem de vidro

O ECOLÓGICO DA HISTÓRIA

vir o pio solitário da coruja ou o coaxar dasrãs à margem dos charcos à noite? O índioprefere o suave sussurrar do vento esfrolandoa superfície das águas do lago, ou a fragrân-cia da brisa purificada pela chuva do meio-dia ou aromatizada pelo perfume das pinhas.O ar é precioso para o homem vermelho, poisdele todos se alimentam. Os animais, as árvo-res, o homem, todos respiram o mesmo ar. Ohomem branco parece não se importar com oar que respira. Como um cadáver em decom-posição, ele é insensível ao mau cheiro. Masse vos vendermos nossa terra, deveis vos lem-brar que o ar é precioso para nós, que o arinsufla seu espírito em todas as coisas quedele vivem. O ar que nossos avós inspiraramao primeiro vagido foi o mesmo que lhes rece-beu o último suspiro.Se vendermos nossa terra a vós, deveis con-servá-la à parte, como sagrada, como um lu-gar onde mesmo um homem branco possa irsorver a brisa aromatizada pelas flores dosbosques.Assim consideraremos vossa proposta decomprar nossa terra. Se nos decidirmos acei-tá-la, farei uma condição: o homem brancoterá de tratar os animais desta terra como sefossem seus irmãos.Sou um selvagem e não compreendo outromodo.Tenho visto milhares de búfalos apodreceremnas pradarias, deixados pelo homem brancoque neles atira de um trem em movimento.Sou um selvagem e não compreendo como ofumegante cavalo de ferro possa ser mais im-portante que o búfalo, que nós caçamos ape-nas para nos mantermos vivos.Que será do homem sem os animais? Se todosos animais desaparecessem, o homem morre-ria de solidão espiritual. Porque tudo queaconteça aos animais pode afetar os homens.Tudo está relacionado.Para que eles respeitem a terra, ensinai a elesque ela é rica pela vida dos seres de todas as

espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aosnossos: que a terra é a nossa mãe. Quando ohomem cospe sobre a terra está cuspindo so-bre si mesmo.De uma coisa temos certeza: a terra não per-tence ao homem branco; o homem branco éque pertence à terra. Disso temos certeza.Todas as coisas estão relacionadas como osangue que une uma família. Tudo está asso-ciado.O homem não tece a teia da vida; é antes umde seus fios. O que quer que faça a essa teiafaz a si próprio.Mesmo o homem branco, a quem Deus acom-panha, e com quem conversa como amigo,não pode fugir a esse destino comum. Talvez,apesar de tudo, sejamos todos irmãos. Nós overemos. De uma coisa sabemos -- e que tal-vez o homem branco venha a descobrir umdia: nosso Deus é o mesmo Deus. Podeis pen-sar hoje que somente vós o possuís, como de-sejais possuir a terra, mas não podeis. Ele é oDeus do homem e sua compaixão é igual tantopara o homem branco, quanto para o homemvermelho. Esta terra é querida d’Ele, e ofen-der a terra é insultar o seu Criador. Os bran-cos também passarão; talvez mais cedo doque todas as outras tribos.Contaminai a vossa cama, e vos sufocareisnuma noite no meio de vossos próprios excre-mentos. Mas no vosso parecer, brilhareisalto, iluminados pela força do Deus que vostrouxe a esta terra e por algum favor especialvos outorgou domínio sobre ela e sobre o ho-mem vermelho. Este destino é um mistériopara nós, pois não compreendemos como seráno dia em que o último búfalo for dizimado,os cavalos selvagens domesticados, os secretosrecantos das florestas invadidos pelo odor dosuor de muitos homens e a visão das brilhan-tes colinas bloqueada por fios falantes. Ondeestá o matagal? Desapareceu. Onde está aáguia? Desapareceu. O fim do viver e o iníciodo sobreviver.

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