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Expediente

ExpedienteDAMHA URBANIZADORA

José ParanhosDiretor Superintendente

Diretores e GerentesAkira WakaiAmauri Barbosa JuniorCarlos Eduardo Meyer FreireFernanda ToledoJuliana LiberatiLuiz LissnerMaurício CavalheireNélio GalvãoPaulo Montini

A revista Estilo Damha é uma publicação bimestral da Damha Urbanizadora e distribuída gratuitamente a todos os clientes e moradores dos empreendimentos Damha.

São Carlos (SP) - Fone (16) 3413 4637

SELO FSC

Quem somos? A Damha Urbanizadora é uma empresa parte do Grupo Encal-so Damha, conglomerado empresarial fundado em 1964, que atua nos seguintes segmentos: Engenharia Civil, Agronegócios, Shopping Center, Concessão de Rodovias, Energia e Empreen-dimentos Imobiliários.

Presente no cenário nacional desde 1979, a Damha desenvolve e executa loteamentos fechados e condomínios residenciais, reco-nhecidos pela alta qualidade urbanística e construtiva. Em seus projetos, aplica o que há de melhor em conceito de urbanismo no País e infraestrutura qualificada, em perfeita harmonia com o meio ambiente. Ao projetar empreendimentos que integram padrão di-ferenciado de moradia, lazer e segurança, a Damha transforma o cotidiano dos moradores e das cidades em que se insere.

A Damha Urbanizadora conta atualmente com 52 empreendimen-tos e aproximadamente 20 mil unidades comercializadas e está presente em 16 Estados brasileiros. Em 2012, obteve crescimento de 67%, alcançando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 585 mi-lhões. O land bank total é de aproximadamente 100 milhões de m².

Auditado pela

Fale conosco:!

REVISTA ESTILO DAMHA

Daniele GloboEditora

Edson SuguiharaNicole ThomasoAssistentes

Fotos: Beatriz LVM, Dirlene Ribeiro Martins, Edgard Cesar, GenilsonNunes, Juan Cogo, Kris Tavares,Marcelo Corrêa, Marcos Hermes,Maxizoo, Nilton Santolin, Thatiana Miloso e Vanusa Campo

Textos e revisão: Editora 10(Décio Junior, Dirlene RibeiroMartins, Marília Dominicci,Maysa Rodrigues, Patrícia Volpee Thatiana Miloso), Fabiano Menna, Henrique Fruet, Nicole Tomasoe Rodrigo Brandão

Tiragem: 20 mil unidades

Foto Capa: Marcelo Corrêa

Escreva sua opinião sobre a revista.Sugira matérias. Mande fotos doseventos do seu condomínio.

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Carta do Presidente

vista essa importante máxima. Afinal, daquelas que figuram entre as melhores do mundo para se viver, entre elas Vie-na, Berna, Copenhague, Amsterdã, Bruxelas, Melbourne e Estocolmo, nenhuma conquistou esse status pela alta concentração populacional, mas, sim, por atributos que as tornaram mais humanizadas, somados aos serviços públicos de grande qualidade.

De um ponto de vista mais amplo, é inimaginável crer que as principais cidades brasileiras continuem no modelo estrutural de hoje, que não é tão diferente do da época da Copa de 70, sob pena de haver colapso muito em breve, não somente pelo aspecto da mobilidade urbana, tema mais latente, como também, ainda que em prazo mais alargado, no uso dos recursos hídricos, dos energéticos, da emissão de gás carbônico e do volume de resíduos.

Em menos de um ano nos veremos novamente torcendo pela seleção brasileira, e não mais 90, mas sim 200 milhões de brasileiros estarão em ação, curtindo intensamente o evento histórico, dessa vez sediado em nosso país. Na ocasião, bilhões de reais terão sido gastos no evento, parte em obras de infraestrutura que há muito já deveriam ter sido feitas, parte em obras que não nos serão tão úteis.

O que importa é que a Copa do Mundo no Brasil tem a propriedade de trazer para discussão os grandes temas urbanos atuais e se constitui em excelente oportunidade para a melhoria da nossa qualidade de vida na urbe.

Vamos torcer pela nossa seleção, sem dúvida, com a esperança de que sejamos vencedores, e vamos torcer, inclusive, e desde já, para que o legado desses jogos não se limite à conquista de um novo título mundial de futebol, mas, também, à conquista de efetivas melhorias na vida das pessoas que habitam as cidades e são influenciadas direta, ou indiretamente, pela Copa do Mundo no Brasil.

Todos juntos vamosPra frente Brasil, Brasil!!!

s pessoas com mais de 50 anos devem se lembrar do hino da Copa do Mundo de 1970.

Eu, à época com 15 anos, ficava emocionado ao ouvir a composição de Miguel Gustavo e ver que todos os brasileiros estavam vibrando com

aquele futebol épico da nossa seleção de ouro.Éramos 90 milhões de brasileiros, e nem faz tanto

tempo assim, embora hoje já sejamos impressionantes 200 milhões.

Muita coisa mudou desde então, é claro, a começar pelo próprio futebol, assim como a televisão, os carros, os hábitos, o conhecimento e até o clima, imagine só!

Tudo se intensificou também. O ritmo de vida, a veloci-dade da informação, as transformações tecnológicas, os problemas urbanos.

A despeito da intensificação desses problemas urbanos, onde estão mais de 85% dos 200 milhões de brasileiros, há, ao longo de décadas, um consistente movimento mi-gratório das pessoas do campo para as cidades. Elas têm preferido conviver com o trânsito complicado, a poluição, o alto custo das moradias, entre outras questões, a per-manecerem no campo. Afinal, é nas cidades que ocorrem mais intensamente as trocas, é onde estão as estruturas de saúde, é onde há diversidade de trabalho, é onde se encontram os centros de conhecimento.

Esses movimentos migratórios, somados ao grande crescimento populacional, têm exigido das cidades, entre muitas outras coisas importantes, a expansão territorial, a construção de um grande número de moradias e a reformulação das vias.

Há uma corrente de urbanistas que defende maior concentração populacional, com mais verticalização, para a redução do custo dos serviços urbanos, redução dos deslocamentos das pessoas e diminuição da emissão de poluentes produzida com esses deslocamentos. Faz muito sentido.

Entretanto, para além do racional, as cidades têm de servir aos seus habitantes com ambientes humanizados, com bons serviços e espaços públicos, com boa rede de transporte de massa, parques e áreas verdes de dimen-sões adequadas. Elas foram feitas pelo homem e para o homem, e cabe aos planejadores urbanos trabalhar com a exata compreensão do que é realmente melhor, tendo em

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JOSÉ PARANHOSDiretor Superintendente

Damha Urbanizadora

Noventa milhões em ação,Pra frente Brasil,Do meu coração...

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Editorial

DANIELE GLOBOEditora

e simplicidade, ele falou por quase duas horas, num bate-papo delicioso em que contou sobre os rumos de sua carreira, o peso de ser um galã, a vida de homem de família, enfim, tantos temas que nos permitiram conhecer melhor esse grande nome da dramaturgia nacional. E admirá-lo ainda mais.

Também estampamos nas páginas desta edição duas cidades que em breve receberão novos lan-çamentos Damha: Catanduva, a pequena notável, e Araraquara, a terra da laranja que desponta como um dos principais centros econômicos do interior paulista.

Entre tantas outras matérias que recheiam esta edi-ção especial, não poderíamos também deixar de falar sobre um projeto que está dando o que falar na Casa Cor Brasília, evento que vai até o dia 5 de novembro na capital federal. Para mostrar aos brasilienses o conceito de “morar bem” em um lote de 390 m² (tama-nho médio dos nossos terrenos em Brasília), a Damha levou ao maior evento de Arquitetura e Decoração do Centro-Oeste brasileiro uma casa surpreendente projetada pelo renomado escritório Studio Zuba, de Brasília. Fomos conferir o resultado dessa ação e constatamos que os esforços para fazer o projeto sair do papel valeram a pena: a casa ficou linda e tem arrancado elogios dos visitantes do evento.

Por fim, gostaria de parabenizar aqui a todos que participam e colaboram com a Estilo Damha. Conta-mos com o apoio e participação de vocês para que venham novos aniversários!

Boa leitura!

m ano, 365 dias, sete edições, 140 mil exemplares, 95 mil leitores, 40 profissio-nais envolvidos diretamente, 36 cidades, 16 estados. Lugares fantásticos, sabores intensos, histórias envolventes, gente do

bem, gente que manda bem, casas para inspirar, carros para sonhar, entrevistados incríveis, leitores que entusiasmam.

No mês em que a revista Estilo Damha completa seu primeiro ano de vida, temos, sim, muito a comemo-rar. Primeiro porque se aventurar a fazer uma revista institucional envolve desafios inimagináveis. E fazer uma revista institucional que ultrapasse as barreiras corporativas, incluindo em seu conteúdo informações de qualidade que vão além do dia a dia da empresa, com temas superinteressantes que contribuem com o repertório cultural de nossos leitores, é algo delicio-samente laborioso.

É claro que todo esse trabalho só é possível porque a Damha Urbanizadora acredita neste projeto. Porque ela acredita que o relacionamento com seus clientes jamais deve acabar após a conclusão de um negócio. Porque ela tem ciência de seu papel como agente transformador.

A cada edição, nos esforçamos para melhorar o que nos comprometemos a fazer. É por isso que ainda estamos experimentando, testando novas fórmulas, novas ideias para transformar a Estilo Damha em uma leitura prazerosa e aguardada.

Nesta edição comemorativa, fomos até o Rio de Janeiro para entrevistar o ator Thiago Lacerda, que estrelou uma campanha da Damha Urbanizadora em Campos dos Goytacazes. Esbanjando simpatia

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Um ano,muitos desafi os,alegrias imensas

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Turismo:Londres, muito além da terrada rainha

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Índice

Arquitetura:Casa Cor

Brasília

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Nossa Capa:Thiago Lacerda

Coluna Comportamento:Seja o chefe que você gostaria de ter tido

Gastronomia:Esquina Mocotó

Futuros Lançamentos:Catanduva e Araraquara

3340

58

10

Coluna Automóveis:O maior salão de automóvel do mundo53

Coluna Economia:Seu planejamento vai falhare não é o fim do mundo67Comportamento:Supermulheres64Coluna Gastronomia:Tirando uma casquinha da sogra62

Coluna Consumo:Chega de branco, a ordem são os coloridos!

Viagem do Leitor:Chapada Diamantina

My Pet:Adoção

Faça o Bem:Remédicos do Riso

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76

96

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Esportes:Ana Mesquita79

Varal Cultural:O que vem por aí

Coluna Condomínio:Associação de condomínios e loteamentos

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Cultura:Salão Internacional de Humor

Damha News:O que aconteceu na Damha

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Música:Milton Nascimento

Coluna Moda:Para vestir-se bem

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OPINIÃO DOS LEITORES Parabéns pelo texto da Coluna de Moda! Realmente, quando não estamos bem parece que tudo dá errado. Quando sua autoestima está bem, você se veste melhor, conversa melhor e se torna mais bonita, eu pelo menos penso assim... Janaína NelliSecretária, Lençóis Paulista (SP)

A matéria sobre o filme Elena muito me despertou a atenção para um tema essencial e tabu dos nossos dias: o suicídio. Com afeto e leveza nada apelativos, a reportagem nos mostra com delicadeza os meandros trágicos pelos quais os envolvi-dos pelo drama se acham enleados e como sublimar/digerir a dor infinita pela perda irreparável por meio de uma perspecti-va poética e sensível. Levando-se em conta que no Brasil 26 pessoas se matam por dia, o assunto foi muito apropriado. Ricardo NascimentoProfessor de literatura, Ribeirão Preto (SP)

A revista está cada vez mais interessante, ainda mais com a coluna sobre automóveis.João Paulo EgídioDesenhista Industrial, São Carlos (SP)

Ótimas dicas a do Eduardo Amuri (Coluna Economia)! Como profissional do ensino de línguas, ainda agregaria que aulas particulares ou em grupos pequenos são vantajosas pela pos-sibilidade de pagar apenas as aulas, de fato, vistas. As esco-las populares chegam a cobrar até mês de férias dos alunos.Stella DanaPesquisadora, São Paulo (SP)

Linda matéria sobre o cinema brasileiro. Casou bem com a entrevista com o Lázaro e a Thais.Aline JordãoEstudante, Belo Horizonte (MG)

É muito gratificante ver Feira de Santana, a cidade que ad-ministro pela terceira vez, ser destacada em uma publicação nacional de qualidade. São matérias sobre o artista plástico Gil Mário, criador de projetos de monumentos implantados no meu segundo governo, e sobre a comunidade São Francisco de Assis, bairro sustentável com ações da Damha Urbaniza-dora. Ambas dão visibilidade positiva e elevam a cidade.José Ronaldo de CarvalhoPrefeito de Feira de Santana (BA)

Colaboradores

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Catanduva

EspecialCidades

CATANDUVA,A PEQUENA NOTÁVEL

Praça Nove de Julho, no coração de Catanduva: ar de cidade do interior, mas com muitos atrativos a oferecer

Com elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o município do noroeste paulista se destaca como a 44ª melhor cidade para se viver no Brasil, provando que tamanho não é documento Texto e fotos: Thatiana Miloso

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Catanduva

EspecialCidades

Praça Nove de Julho, no coração de Catanduva: ar de cidade do interior, mas com muitos atrativos a oferecer

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Catanduva

e que cresceu impulsionada pela ferrovia, teve no cultivo do café uma das molas propulsoras para seu desenvolvi-mento econômico. Até hoje a atividade ainda é um marco de Catanduva, tendo na Cocam sua principal represen-tante. A empresa, que diariamente presenteia a população com o aroma inconfundível da torra dos grãos, é a única fábrica do Brasil a descafeinar café verde, obtendo como subproduto a cafeína anidra purificada.

O cultivo da cana-de-açúcar também é popular entre os habitantes, o que coloca a região como um dos principais polos canavieiros do estado. Mas o que os catanduvenses gostam mesmo de contar – com a boca cheia – é que o município é a “Capital Nacional dos Ventiladores”. O título é absolutamente justo: 90% dos ventiladores brasileiros são fabricados lá, e o setor é responsável por empregar 60% de toda mão de obra disponível na cidade.

Se a oferta de empregos vai bem, o mesmo se pode dizer em relação à educação. São oito instituições de ensino superior, entre elas a tradicional Faculdade de Medicina de Catanduva (Fameca), que já formou milhares de médicos e contribui decisivamente com a economia local. Essa vocação para a área médica é bastante perceptível quando se anda pelas ruas do município: são tantos consultórios, hospitais (quatro) e outros dispositivos ambulatoriais que, na saúde ou na doença, é sempre bom estar por lá!

iajar pelo noroeste paulista pode revelar surpresas que vão muito além das belas paisagens típicas do cerrado brasileiro. No estado que leva consigo o status de mola propulsora da economia nacio-

nal, as margens das rodovias são capazes de revelar cidades que nada se parecem ao antigo e ultrapassado conceito de interior que tanto insistimos em ter em mente: nas entrelinhas desta palavra, pequeno não mais significa precário, distante não significa isolado e simplicidade não significa matutice ou timidez. Agora o interior é cool, é o lugar para quem busca a qualidade de vida e o equilíbrio que se perderam pelas ruas e becos das grandes metrópoles.

Os dispositivos interioranos de cultura e lazer são bons o suficiente para atrair um número cada vez maior de pessoas que estão deixando o frenesi das capitais para viver a vida tranquila do interior. Para essa gente, cidades como Catan-duva (384 Km da capital) tornaram-se ideais de vida. Com apenas 95 anos, o município coleciona atrações e indicado-res bons o suficientes para deixar qualquer grande centro urbano com uma pontinha de inveja. O alto IDH avaliado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a 44ª posição no ranking Desenvolvimento Municipal da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) são apenas alguns dos indícios de que vale a pena investir, morar ou simplesmente conhecer a “pequena notável” do noroeste paulista.

A cidade que emergiu às margens do Rio São Domingos

VCom economia pujante e indicadores sociais positivos, Catanduva se destaca no interior paulista

Principal tela de Benedito Calixto na Matriz de São Domingos: delicadeza e sensibilidade ao retratar cenas bíblicas

FuturosLançamentos

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Catanduva (SP)

FuturosLançamentos

Com economia pujante e indicadores sociais positivos, Catanduva se destaca no interior paulista

Nas paredesda igreja, Calixto

Matriz de São Domingos guarda maior coleção de telas do artista Benedito Calixto, um dos principais expoentes da pintura brasileira do início do século XX

Principal tela de Benedito Calixto na Matriz de São Domingos: delicadeza e sensibilidade ao retratar cenas bíblicas

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FuturosLançamentosCatanduva

róquia integra o roteiro turístico do estado de São Paulo não apenas pela beleza de sua arquitetura, mas também por abrigar o maior conjunto de obras do artista Benedito Calixto, um dos grandes expoentes da pintura brasileira.

As 19 telas de Calixto expostas na igreja ilustram os apóstolos de Cristo e algumas das cenas bíblicas mais célebres da história do catolicismo. São verdadeiras obras de arte que saltam aos olhos dos fiéis e que impressionam pela grandiosidade, beleza e leveza dos traços. E não pre-cisa ser expert no assunto para saber que ali encontram-se verdadeiras preciosidades da arte brasileira.

aminhar pelas ruas centrais de Catanduva é um exercício capaz de despertar diferentes sensa-ções. Se, por um lado, prevalece o ar de cidade do interior, por outro, a beleza das construções,

o comércio com lojas de bom gosto e a limpeza das ruas dão certo quê de lugar incomum, que não se parece nem com as pequenas nem com as grandes cidades que es-tamos habituados a encontrar pelo Brasil.

É bem no meio desse cenário curioso que desponta a Praça da Matriz, local que guarda um dos principais tesouros da cidade: a Matriz de São Domingos. A pa-

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Matriz de São Domingos: de arquitetura simples e harmoniosa, igreja integra o roteiro turístico do estado de São Paulo

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Catanduva (SP)

FuturosLançamentos

As pinturas começaram a ser produzidas em 1925, ano de inauguração da paróquia, após uma visita de Benedito Calixto ao local. A presença do artista em Catanduva deveu-se a um convite do padre português Albino Alves da Cunha e Silva (1882-1973), primeiro vigário do município e homem muito à frente de seu tempo. Além da devoção às questões religio-sas, o padre dedicou toda a sua vida ao desenvolvimento da cidade, contribuindo para a fundação da Santa Casa de Misericórdia (hoje chamada de Hospital Padre Albino), do Lar dos Velhos, além das faculdades de medicina, administração de empresas e educação física. Seu enorme empenho em prol do município lhe rendeu duas belas homenagens: além de ter seu túmulo abrigado na Matriz de São Domingos, padre Albino também ganhou um museu com seu nome, onde estão guardados alguns de seus objetos pessoais.

Matriz de São Domingos: de arquitetura simples e harmoniosa, igreja integra o roteiro turístico do estado de São Paulo

Vista geral da Matriz de São Domingos, igreja que abriga o maior conjunto de obras de Benedito Calixto

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Catanduva

Castelinho, casarão tombado pelo Condephaat e que funciona atualmente como Pinacoteca Municipal

Biblioteca municipal: mais de 50 mil títulos disponíveis para a população

Objetos antigos expostos no Museu Municipal: história preservada

FuturosLançamentos

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Catanduva (SP)

Os museus, aliás, são uma paixão dos catanduvenses. Além do Museu Padre Albino, a cidade também conta com o Museu da Cachaça (leia texto nas próximas páginas) e com o Museu Municipal – antigo Museu da Imagem e Som –, que reúne desde artigos usados pelos heróis da Revolução de 1932 e da II Guerra Mundial até objetos de comunicação do início do século XX e pertences dos imigrantes que viveram no município.

Como uma boa cidade que adora a cultura, Catanduva também sabe dar valor às letras. A Biblioteca Municipal, localizada no mesmo prédio do Museu, abriga um acervo de mais de 50 mil títulos, das mais variadas vertentes da literatu-ra a conceituadas obras das ciências físicas e matemáticas.

Esculturas, pinturas, desenhos e exposições de artis-

tas locais e regionais também têm espaço garantido na cidade: periodicamente eles são expostos na Pinacoteca Municipal, também conhecida como “Castelinho”.

O nome é uma alusão à arquitetura do casarão onde a Pinacoteca está instalada, localizado na Praça da Indepen-dência e construído entre 1919 e 1925. Os historiadores da cidade dizem que, ao projetar a imponente residência, o primeiro proprietário, Emílio Barrinuevo, se inspirou nos castelos medievais europeus, com suas torres e recortes monárquicos típicos das moradias dos antigos lordes feudais. O prédio foi tombado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico (Condephaat) de Catanduva em 2001, garantindo que sua história perdure por gerações e gerações.

Biblioteca municipal: mais de 50 mil títulos disponíveis para a população

FuturosLançamentos

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Catanduva (SP)

Jamón e cachaça,prazeres gastronômicosCatanduva é a terra da “Jamones Salamanca”, única empresa brasileira a produzir o jamón serrano, famoso presunto cru espanhol

Pernis em estágio de cura na “Jamones Salamanca”: ousadia ao produzir o jamón serrano em solo brasileiro

FuturosLançamentos

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Catanduva

ara os amantes da boa comida, Catanduva também é o lugar certo para um roteiro gas-tronômico peculiar: a cidade é a única do país a produzir o saborosíssimo jamón serrano,

embutido espanhol considerado uma das iguarias mais apreciadas da culinária internacional.

A ideia de produzir o genuíno jamón foi de três irmãos espanhóis, vindos da região de Salamanca, que imigraram para o Brasil em meados da década de 1960. Depois de alguns anos fabricando embutidos como linguiças, mor-tadela e salsichas, eles decidiram ampliar os negócios com um plano audacioso: produzir, em solo tupiniquim, o tradicional presunto cru ibérico.

O processo é tão artesanal e específico que até hoje, quase 40 anos depois do primeiro jamón produzido pelos irmãos “Salamanca”, nenhuma outra empresa brasileira ousou fabricar o alimento. Maria Teresa Bernardo Chumah, gerente de produção da “Jamones Salamanca” e filha de um dos fundadores, revela que o que torna essa iguaria tão especial é o fato de o processo de desidratação ocorrer

naturalmente. “O tempo mínimo de cura dos pernis é de 12 meses, chegando a 18 meses. Durante esse período, a temperatura das câmaras varia de -2oC até a temperatura ambiente”, conta.

Atualmente a fábrica comercializa cerca de três mil pe-ças de pernil por mês, o que equivale a 30 toneladas do produto. Essa respeitável quantia só é possível porque os herdeiros dos imigrantes espanhóis souberam não apenas preservar as raízes do negócio, mas também agregar tecnologia e alta qualidade à produção dos jamones: o processo continua artesanal, mas câmaras frias que arma-zenam até 5 mil peças e que permitem o controle preciso da temperatura foram fundamentais para a produção em alta escala da “Jamones Salamanca”.

Além do jamón serrano, a empresa também fabrica três tipos de salame, lombo, copa e linguiça. O presunto conti-nua sendo o carro-chefe, mas a diversificação também é importante para a expansão dos negócios. Um exemplo perfeito de que a modernização é uma ótima estratégia para manter a tradição.

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Pernis em estágio de cura na “Jamones Salamanca”: ousadia ao produzir o jamón serrano em solo brasileiro

Maria Teresa Bernardo Chumah, herdeira de um dos fundadores e hoje responsável pela produção do presunto cru

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Catanduva (SP)

No engenhoou museu,a cachaçaé protagonista

Pintura que retrata a produção da cachaça: história nas paredes do Engenho Santo Mario

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Catanduva (SP)

Pintura que retrata a produção da cachaça: história nas paredes do Engenho Santo Mario

utro tour gastronômico imperdível para quem visita Catanduva é o Engenho Santo Mario, que no último mês de setembro completou 30 anos de fundação. O local, situado às margens da

Rodovia Comendador Pedro Monteleone, é resultado do sonho de Mario Seghese, mais conhecido como Seo Mario, filho de imigrantes italianos que transformou a fazenda da família em um dos melhores polos produtores de cachaça de alambique do Brasil.

A cana-de-açúcar usada como matéria-prima da bebida é produzida na própria fazenda, por meio de técnicas não impactantes ao solo, em uma demonstração clara de respeito ao meio ambiente. A partir dela são produzidas quatro linhas de produtos: as cachaças premium artesa-nais, as cachaças tradicionais, coquetéis de cachaça e licores. As bebidas são comercializadas no empório que a família Seghese mantém na fazenda.

“Ao longo desses 30 anos, o objetivo de toda a família sempre foi o de conquistar o reconhecimento dos nossos clientes quanto à qualidade das bebidas do Engenho.

Hoje, estamos incorporando produtos selecionados de outras marcas, como doces, massas, vinhos e embutidos, de modo a tornar nosso ponto na fazenda uma espécie de empório gourmet, com ampla oferta de sabores”, conta Mario Sérgio Seghese, filho do fundador e um dos herdei-ros responsáveis pela direção do negócio.

Quem visita o Engenho Santo Mario também tem a opor-tunidade de conhecer o Museu da Cachaça, construído ao lado do empório para receber a coleção particular de cachaças do “Seo Mario”. São mais de cinco mil garrafas produzidas por alambiques de todo o Brasil. Pitoresco, o local é reconhecido como o maior museu do tipo de todo o país, o que faz do lugar um roteiro obrigatório e imperdível para os apreciadores da mais popular bebida brasileira. ▪

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Museu da Cachaça, no Engenho Santo Mario: coleção particular com mais de 5 mil garrafas. No destaque, o Empório do Engenho Santo Mario, local onde são comercializados todos os tipos de bebidas produzidas na fazenda

Foto: Divulgação

FuturosLançamentos

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A LISTA DOS ORGULHOS

Araraquara, a cidade onde Mário de Andrade escreveu Macunaíma, foge da preguiça do personagem principal do livro e atinge níveis de desenvolvimento econômico e social sem precedentes em sua história

Textos: Rodrigo BrandãoFotos: Kris Tavares

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Araraquara (SP)

FuturosLançamentos

Ferroviária, um dia, foi imponente e gloriosa”, em referência ao período de conquistas do time de futebol. “A terra da laranja”, em alusão à Cutrale, gigante global do setor. “A cidade de Ignácio de

Loyola Brandão”, sobre o escritor e cronista e sua relação com a terra natal, relatada e revisitada em livros e crônicas. É com uma dessas saudações que, geralmente, um arara-quarense gostaria de ser recebido Brasil afora..

Não obstante a grandiosidade das três menções, a lista de orgulhos de Araraquara (SP) vai além. Os mais recentes aportaram, respectivamente, no final do segundo semestre de 2012 e no primeiro semestre deste ano: o anúncio da instalação de uma unidade da Random em 2017, com investimentos de R$ 500 milhões – a indústria de vagões e semirreboques canavieiros vai gerar 2.500 empregos diretos e indiretos –, e a divulgação do Atlas PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), da ONU, que colo-ca Araraquara com o sétimo IDH (Índice de Desenvolvimento

“AHumano) mais alto do Estado e o 14º mais alto do País.

A posição privilegiada é resultado de investimentos consistentes e sistemáticos em Saúde e Educação e da diversificação da economia. Numa leitura mais ampla, é provável que a Embraer seja o símbolo desse movimento. Apesar de implantada em Gavião Peixoto, município vizinho, a companhia aeronáutica impulsionou dois setores: o mer-cado imobiliário de Araraquara e a abertura de indústrias de TI (Tecnologia da Informação), como a EDS, hoje HP. Na esteira do processo de industrialização, cursos técni-cos, superiores e de pós-graduação foram lançados por instituições de ensino. Só a Unesp tem quatro unidades na cidade: a Faculdade de Odontologia (FO) e a Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), no Centro; o Instituto de Química (IQ), no Quitandinha; e o campus da Faculdade de Ciências e Letras (FCL), no km 1 da rodovia que liga Araraquara a Jaú, que abriga os cursos de Administração Pública, Economia, Ciências Sociais, Pedagogia e Letras.

O marco central do município. A ocupação urbana de Araraquara se deu ao redor da capela erguida em 1816 em louvor a São Bento, padroeiro da cidade. As feições e dimensões da atual Matriz datam de 1957 A ferrovia foi decisiva tanto na moldagem urbana da cidade quanto no desenvolvimento econômico do município

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Araraquara (SP)

FuturosLançamentos

Faculdades Logatti, Uniara e Unip completam o universo acadêmico de Araraquara.

Em 2011, uma década após o início das atividades da Em-braer, a Big Dutchman, líder mundial na produção e comer-cialização de equipamentos para avicultura e suinocultura, inaugurou seu parque fabril em Araraquara. Nesse ínterim, outras empresas de destaque na geração de empregos e na arrecadação municipal se juntaram às tradicionais Lupo, Nigro, Nestlé, Iesa, Sachs e Heineken.

A própria agroindústria se modernizou. A Raízen assumiu o controle da Usina Tamoio e da Usina Zanin, que compõem o setor sucroalcooleiro regional ao lado das usinas Santa Cruz (Américo Brasiliense) e Maringá.

O cenário atual abrange ainda a pujança do setor de comércio e serviços (a reformulação do Shopping Jaraguá, focada na expansão, prevê a abertura de 70 novas lojas, salas de cinema de última geração e mais 900 novas vagas de estacionamento), a expressão cultural (uma vocação

O marco central do município. A ocupação urbana de Araraquara se deu ao redor da capela erguida em 1816 em louvor a São Bento, padroeiro da cidade. As feições e dimensões da atual Matriz datam de 1957

inquestionável, da qual os araraquarenses não abrem mão) e um desafio que vai remodelar a cidade: a retirada dos trilhos da região central.

Com o novo contorno ferroviário, abre-se uma área de mais de um milhão de metros quadrados para um novo desenho urbanístico, pautado pela ocupação sustentável e a integração do Centro com a Vila Xavier, uma espécie de segunda cidade dentro de Araraquara.

Enquanto debate seu futuro urbano e sonha com um novo cartão-postal, para figurar com outros já consagra-dos, como a Fonte Luminosa, a Igreja Matriz e a Torre da Lupo, da antiga fábrica no Centro, retratada por Loyola em Dentes ao Sol, Araraquara prospera como jamais antes. E o mais importante: sem perder a esperança de que a Ferroviária retornará e brilhará na elite do futebol paulista, sem perder seu amor pela arborização, sem perder a exigência pela manutenção dos indicadores, sempre altos, de qualidade de vida.

A ferrovia foi decisiva tanto na moldagem urbana da cidade quanto no desenvolvimento econômico do município

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Arena da Fonte:as mulheres também jogam

unicipalizado, o estádio “Doutor Adhemar de Barros” – ou Fonte Luminosa, em menção ao bairro – tornou-se o primeiro do País a atender a todas as exigências da FIFA (entidade que controla o futebol mundial).

A cidade aguarda com ansiedade o retorno da Ferroviária à primeira divisão do Paulista, chance que a equipe terá a partir de janeiro de 2014, quando disputa a Série A-2.

Enquanto o futebol masculino batalha para reencontrar seu lugar ao sol, o feminino tem feito bonito com a camisa da Ferro-viária. Em julho deste ano, representando Araraquara nos Jogos Regionais, as “Guerreiras Grenás” conquistaram a medalha de ouro, com vitória sobre Franca nos pênaltis, na Arena. E estão na semifinal do Paulista, com vaga garantida para a Copa do Brasil de 2014, o mais importante torneio nacional de futebol feminino.

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Arena da Fonte: um dos orgulhos do araraquarense

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Araraquara (SP)

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Arena da Fonte:as mulheres também jogam

Arena da Fonte: um dos orgulhos do araraquarense

As coxinhas douradas de Bueno: a força da palavra

ara Ignácio de Loyola Brandão, o caso do Bar e Mercearia Freitas e as coxinhas douradas de Bueno de Andrada, distrito de Araraquara, revelam na prática uma convicção que o autor

mantinha na teoria: a força das palavras.O Caderno 2 do Estadão de 23 de março de 2001 é

inesquecível para Sônia e Freitas, proprietários do esta-belecimento. Aquela edição trazia um texto que, despre-tensiosamente, mudaria a vida do casal. Em “As coxinhas douradas de Bueno de Andrada”, Loyola descreve o distrito. “Penso na mania que temos de dizer: ‘Ah, preciso ir à Toscana, a Toscana é linda’. Lindíssima, concordo. No entanto, aquele trecho que conduz [de Araraquara] a Bueno e Silvânia [distrito de Matão] não fica devendo”. E prossegue: “Bueno de Andrada é uma pequena vila, três ou quatro ruas, silenciosa, limpa”. Até que o texto chega à mercearia. “A coxinha me atraía. ‘Quem faz?’. A senhora respondeu, orgulhosa: ‘Eu’. Pedi uma, era saborosa, massa de batata, crocante, recheio generoso, frango desfiado em quantidade, bem temperado. Letícia, minha sobrinha, comeu duas, considerou almoçada.”

Se o texto tinha em sua gênese a relação entre a ferro-via e Bueno de Andrada na infância do escritor, terminou como uma dica contra o estresse da semana e o marasmo do domingo. Araraquara, as cidades vizinhas e o Brasil, quando por aquelas bandas, aderiram ao hábito. E, apesar de recente, o passeio se tornou tradicional na região. Pas-sando pelo Bar e Mercearia Freitas, a parada é obrigatória.

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Rua Cinco:as copas que se beijam

pesar do nome oficial, “Voluntários da Pátria”, em homenagem a 30 voluntários araraquaren-ses na Guerra do Paraguai (1864), prevalece o nome prosaico: Rua Cinco.

Inicialmente Rua Alegre, consta do primeiro mapa ur-bano de Araraquara, datado de 1877. Em 1908, a cidade passa por um processo de reurbanização. Os oitis da Rua Cinco chegam três anos depois, em 1911. São eles que, combinados ao bucolismo e ao charme dos paralelepípe-dos, conferem à via a beleza que a caracteriza: o “túnel verde” se forma quando as copas dos oitis se encontram, fechando naturalmente a rua.

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Um recanto verde em meio ao concreto

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Cultura:pensadores e artistasde ontem, hoje e sempre

lista de araraquarenses célebres na área de humanas ou na cena cultural é vasta. Pio Lourenço Corrêa, por exemplo – que pode ser menos famoso do que seus pares –, foi, além

de fazendeiro, um linguista. É autor da obra Monografia do Nome Araraquara, em que defende a tradução de “Arara-quara” como “Morada do sol”, e não “Cova (ou buraco) das araras”. Trocou vasta correspondência com o modernista Mário de Andrade. O livro Pio & Mário – Diálogo da Vida Inteira, que compila o conjunto de cartas, foi lançado em 2009, no SESC Araraquara, com a presença de Antonio Candido, que assinou o prefácio. Candido foi casado com Gilda Rocha de Mello e Souza, filósofa, crítica literária, ensaísta e professora universitária, que passou a infância em Araraquara. A apresentação do livro foi escrita por ela.

Ruth Cardoso e Heleieth Saffioti são outros dois casos

de araraquarenses ilustres no ambiente acadêmico. A primeira dispensa apresentações. A segunda, socióloga, que na verdade é natural de Ibirá, mas que despontou na carreira universitária pela Unesp Araraquara, foi, em 2005, uma das 51 brasileiras incluídas na lista de indicação cole-tiva “1000 Mulheres” para receber o Prêmio Nobel da Paz.

Wallace Leal Valentin Rodrigues foi o principal expoen-te daquela Araraquara efervescente. “Padrinho artístico” de gente como o escritor Ignácio de Loyola Brandão e os diretores de teatro (e irmãos) Zé Celso Martinez Corrêa e Luiz Antonio Martinez Corrêa, Wallace Leal foi diretor do Teatro Experimental de Comédia de Araraquara (TECA), um dos mais expressivos coletivos artísticos do Estado na década de 1950. Apesar de relacionado à dramatur-gia, foi com o TECA que dirigiu o filme Santo Antônio e a Vaca, de 1958.

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Ao lado de Ruth Cardoso e Zé Celso Martinez, Loyola Brandão é um dos muitos nomes famosos da cidade

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Araraquara não foi menos significativa na pintura. Mário Ybarra de Almeida e Ernesto Lia são nomes que a cidade reverencia. O pintor e artista plástico Ernesto Lia foi laurea-do com a Grande Medalha de Ouro, do Salão dos Artistas Unidos do Brasil, em reconhecimento à sua abrangência dentro da arte brasileira. Lívio Abramo foi um gravador, desenhista e pintor de renome internacional. Morreu em 1992, em Assunção, onde fundou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai.

Baluarte da dança contemporânea, Gilsamara Moura foi diretora, coreógrafa e dançarina do espetáculo O Homem Que Odiava a Segunda-Feira, baseado no livro de contos de Loyola. Paulo Martelli foi considerado um

dos melhores violonistas de sua geração pelas revistas norte-americanas Soundboard Magazine e Guitar Maga-zine. É apontado como um dos principais especialistas em transcrições de obras do compositor alemão Johann Sebastian Bach para o violão erudito. E, finalmente, Tero-ca, engenheiro de formação, sambista de vocação, vem, com suas composições, conquistando o reconhecimento da crítica mais exigente do gênero. Em seu segundo e último álbum, Elos do Samba, gravou com bambas como Monarco (da Portela), Chapinha (do Samba da Vela), Zé Luiz (do Império Serrano) e Délcio de Carvalho (autor de “Sonho meu”, composto com Dona Ivone Lara e gravado por Maria Bethânia, Gal Costa e Clementina de Jesus).

FILOSOFIA E FUTEBOL:O DIA EM QUE SARTREE PELÉ ESTIVERAMEM ARARAQUARAO filósofo francês Jean-Paul Sartre havia acabado de lançar Crítica da Razão Dialética. Interessado em se aprofundar sobre a aproximação entre existencialismo e marxismo, o filósofo Fausto Castilho, professor da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (FFCL), posteriormente incorporada à Unesp Araraquara, enviou-lhe uma pergunta. Sartre considerou-a complexa demais: a in-dagação só poderia ser respondida numa palestra. Estava organizada “A Conferência de Araraquara”, como ficou conhecida.

Na plateia do auditório da FFCL estavam, dentre outros, Simone de Beauvoir, Jorge Amado, Antonio Candido, Gilda Rocha de Mello e Souza, José Celso Martinez Corrêa, Bento Prado Jr., Fernando Henrique Cardoso, Ruth Cardoso, Jorge Na-gle e Luiz Roberto Salinas Fortes, autor da tradução de Sartre no Bra-sil – A Conferência de Araraquara.

Naquele mesmo domingo, 4 de se-tembro de 1960, o Santos, campeão do Paulista daquele ano, adentrava o campo da Fonte Luminosa com Mauro Ramos de Oliveira, Zito, Dorval, Pagão e Pelé para enfrentar a Ferroviária de Faustino, Dudu, Baiano, Bazzani e Beni. Os anfitriões foram implacáveis com os visitantes: a Ferroviária goleou o alvinegro praiano por 4 a 0.

Bazzani, maior ídolo da Ferroviária, e Pelé: eles se enfrentaram em 1960, naquele jogo que aconteceu no dia em que Pelé e Sartre estiveram em Araraquara.

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Os girassóis:uma década de desenvolvimento urbano

uando a Damha Urbanizadora anunciou pública e oficialmente sua chegada a Araraquara, no início de 2004, comunicando o lançamento do Parque Residencial Damha para o primeiro

semestre do ano seguinte, a campanha publicitária que divulgava seu ingresso no mercado imobiliário local dizia, por meio de três placas de outdoor, uma ao lado da outra: “Chegamos”. “Para ficar”. “Nossa casa, sua casa”.

Antes, porém, das obras de urbanização que a Damha realizou no Jardim Botânico, como a criação da Avenida Dom Carlos Carmelo e a revitalização do Bosque do Bo-tânico, e do próprio empreendimento residencial, chamou a atenção da cidade uma esquina toda de girassóis que a empresa plantou em frente à portaria do loteamento, àquela altura ainda no papel.

“A estratégia visava embelezar a região, estabelecendo um link com o próprio nome do bairro, numa preliminar do

projeto de transformação que tínhamos preparado para o Botânico”, relembra o diretor de Relações Institucionais do Grupo Encalso, Marcelo Eugênio da Paz, responsável à época pela implantação.

Em quase uma década de atividades ininterruptas em Araraquara, a Damha Urbanizadora remodelou a região. Além do Parque Residencial Damha, vieram o Village Damha I, em 2008, e o Village Damha II, em 2011. Nesse espaço de tempo, o Jardim Botânico se tornou o vetor do desenvolvimento urbano de Araraquara. A infraestrutura da Damha beneficiou uma série de incorporadoras e constru-toras que empreenderam depois. A Avenida Dom Carlos Carmelo consolidou-se como um corredor utilizado para levar ao Centro. E o Bosque do Botânico, além de dispor do novo Estádio Municipal, funciona abertamente como parque, frequentado por pessoas que praticam corridas e caminhadas.

QUm dos Residenciais Damha na cidade de Araraquara

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Um dos Residenciais Damha na cidade de Araraquara

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Thiago Lacerda

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ThiagoLacerda,um homem de família

Seja na TV, cinema ou teatro, ele esbanja talento e alça voos cada vez mais altos na dramaturgia brasileira. Em entrevista à revista Estilo Damha, o versátil galã de múltiplas faces (todas lindas)prova que, acima de tudo,é um homem de família

Thiago como Hamlet: “Interpretá-lo foi incrível e inesquecível”

Texto: Thatiana Miloso e Daniele Globo

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Thiago Lacerda

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uando Terra Nostra estreou em rede nacio-nal, em setembro de 1999, a empatia dos brasileiros com a novela foi imediata. A his-tória da luta dos imigrantes italianos que

vieram ao Brasil em busca de uma vida melhor fisgou em cheio milhares de telespectadores que viam o dra-ma de seus próprios pais e avós exibido para todo o país, em pleno horário nobre. Mas não foi somente a familiaridade com o enredo que fez o público – femi-nino, principalmente! – parar diante das telas da TV: o jovem protagonista, interpretado pelo então novato Thiago Lacerda, hipnotizou as telespectadoras com seu romântico Matteo, jovem italiano cheio de sonhos que veio ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café. Com o desenrolar da trama, a atuação do ator conven-ceu e, rapidamente, ele provou que não era apenas mais um rostinho bonito que emergia em cena. Direto-

res e críticos de TV ficaram à espreita e não demorou muito para perceberem que um nome de peso surgia na dramaturgia brasileira.

De lá para cá, 14 anos se passaram e muita coisa mu-dou na vida de Thiago Lacerda. Interpretar Matteo lhe deu visibilidade e ele soube aproveitar como ninguém cada oportunidade que bateu à sua porta. Hoje, aos 35 anos e com uma serenidade surpreendente, o ator ainda é uma estrela em ascensão. Seja na TV, no cinema ou no teatro, Thiago é absoluto. Garoto-propaganda de um novo produto da Damha Urbanizadora, ele concedeu en-trevista exclusiva à equipe da revista Estilo Damha duran-te os intervalos da gravação da campanha publicitária, gravada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Logo após sua chegada ao estúdio, poucos minutos foram suficientes para perceber que Thiago é daquelas pessoas cujo magnetismo contagia a todos.

QThiago como Hamlet: “Interpretá-lo foi incrível e inesquecível”

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Thiago Lacerda

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Ao mesmo tempo em que a beleza incontestável lhe dá certo ar majestoso, o carisma e a simplicidade o fazem parecer um cara comum, como se fosse aquele velho amigo que você não vê faz tempo e que tem muita coisa para contar. Em meio a uma rotina tumultuada, a palavra pressa definitivamente parece não existir em seu voca-bulário – ao menos quando se trata de um compromisso profissional: mesmo após um dia intenso de trabalho – que começou às 9h no Projac e terminou por volta das 3h30 da madrugada com as gravações para a Urbani-zadora – ele ainda encontrou disposição para conversar com a revista Estilo Damha. Em quase duas horas de entrevista, o ator falou de sua carreira, personagens, as-pirações, projetos futuros e família, deixando claro que, como um bom ator, tem muito a dizer.

ara surpresa dos fãs, a carreira de ator foi um acaso na vida de Thiago Lacerda. “Meu proje-to era trabalhar em banco, nunca havia pensa-do em fazer teatro. Mas, de tanto as pessoas

insistirem, acabei fazendo um teste e foi aí que algo real-mente aconteceu comigo. Logo que terminei a primeira cena, foi como um estalo, e então descobri que era isso o que queria para minha vida”, relembra.

A grande estreia na TV ocorreu em 1997, no seriado Malhação, e desde então Thiago atuou em mais de uma dezena de novelas, além de acumular no currículo uma longa lista de participações em seriados, humorísticos, minisséries e outros formatos produzidos especialmente para a televisão. Ele não tem problema nenhum em admi-tir que a beleza é responsável por boa parte de sua quí-mica com a TV e, sem falsa modéstia ou culpa, assume que sempre será galã nas telas da televisão. “É um veícu-lo que tem uma estética e é impossível fugir dela. Obvia-mente, não aceito um papel porque o personagem é ou não galã, mas sim porque ele me desafia e me interessa. Galã é um rótulo que o cinema americano estabeleceu a partir da década de 30, e isso nunca me preocupou.”

Muito maisque um galã

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Thiago enfatiza que é preciso entender a dinâmica de cada meio, e a TV, como um veículo de comunicação de massa, tem um público com necessidade estética, o que dificulta romper com os velhos padrões estabelecidos. “A autonomia que temos na TV é menor, mesmo porque, quando um ator atua neste meio, ele passa a fazer parte de um mecanismo que foge ao seu controle, pois a estru-tura envolvida é muito grande. Mas confesso que, mes-mo quando atuo no teatro, onde tenho mais autonomia, não procuro romper com minha estética, não tento fugir disso. É por isso que meu Hamlet foi bonito, meu Calígula foi bonito. Minha única preocupação é contar histórias que me interessem, que me deem tesão independente do meio onde elas estejam.”

Embora o meio não seja o fator crucial na hora de aceitar um papel, a autonomia permitida no teatro e a oportunidade de levar para os palcos personagens nada convencionais atingiram em cheio o âmago do ator. A investiga-ção – a qual prefere chamar de “car-pintaria” – envolvida na construção do personagem, a possibilidade de provocação e interação com o públi-co, além de todo o processo de leitura e experimentação envolvido, seduziram Thiago. “O que pega de mais maravilhoso é a necessidade que o ator tem de fazer teatro, é qua-se uma obrigação técnica. Ao mesmo tempo, representar sobre os palcos permite uma autonomia única. Como é que eu vou conseguir convencer a Globo de que quero interpretar Macbeth, de Shakespeare, por exemplo? No teatro eu consigo reunir pessoas, elaborar um projeto e levar isso em cena, o que é maravilhoso.”

E ele provou que realmente tem talento para isso. Nos últimos anos, Thiago Lacerda interpretou nos teatros brasileiros personagens complexos e grandiosos como Calígula, em uma readaptação da peça de Albert Ca-mus, e Hamlet, de William Shakespeare, na obra consi-derada pelo ator o texto mais importante do Ocidente.

“Hamlet é o personagem mais investigado do mundo. Interpretá-lo foi incrível e inesquecível, transformou de-finitivamente o ator que eu era. Poderíamos fazer essa peça durante muito tempo, de milhões de formas di-ferentes, pois Shakespeare permite isso. A cada nova experiência, saímos diferentes. É o mecanismo shakes-peariano em que cada palavra te leva a uma próxima, é sempre um novo abismo.”

A experiência com Hamlet – que saiu de cartaz no últi-mo mês de junho – foi tão intensa e profunda que Thiago já tem planos de interpretar nos palcos mais um persona-gem do dramaturgo inglês. Os detalhes ainda são guar-

dados a sete chaves, mas o ator adianta que a nova produção também será dirigida pelo renomado

diretor Ron Daniels, responsável por trazer Hamlet ao Brasil. O projeto ainda não

tem data para sair do papel, mas ele garante que a peça está de pé. “Por enquanto, o que posso dizer é que vou fazer sim este projeto, só preci-so organizar minha vida para que o teatro não atrapalhe a TV e a TV não atrapalhe o teatro.”A TV, no caso, é a novela Joia Rara,

que estreou na Rede Globo no último mês de setembro. Na trama de Thelma

Guedes e Tuca Rachid, ele interpreta o ope-rário Toni, terceiro personagem italiano de sua car-

reira. “Embora ele não esteja na trama central da novela, é um personagem maravilhoso”, conta Thiago. Além do interesse pelo personagem, um dos motivos que levou o ator a aceitar o convite para atuar na novela é o fato de ela ser dirigida por Amora Mautner, com quem ele ansia-va por trabalhar. “Para mim, o que a Amora tem feito é uma das coisas mais interessantes que acontecem hoje na televisão brasileira. Sua proposta de fazer televisão é revolucionária, e seus dois últimos trabalhos provaram isso. Se Joia Rara tiver a metade do que teve a novela Cordel Encantado [também dirigida pela Amora], já fico muito feliz. Ela é realmente uma figura especial.”

“Interpretar Hamlet foi

incrível e inesquecível, transformou

defi nitivamente o ator que

eu era.”

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Thiago Lacerda

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nipresente, não foi só na TV que Thiago Lacer-da entrou “em cartaz”. Em setembro ele tam-bém chegou às telas do cinema com o filme O Tempo e o Vento, adaptação de Jayme Mon-

jardim da célebre obra de Erico Veríssimo, O Continente. No longa-metragem que narra a história da luta das

famílias Terra Cambará e Amaral – e a consequente for-mação do Rio Grande do Sul – Thiago interpreta o herói Capitão Rodrigo, personagem que até hoje é considera-do um dos mais marcantes da literatura brasileira. “Tenho certeza de que qualquer homem que eu conheço gos-taria de ser o Capitão Rodrigo; ele é um desses perso-nagens que exercem um fascínio mágico nas pessoas. Quando eu estava no set de filmagem e incorporava o Capitão, desde o figurino até o jeito com que fumava seu palheiro, sentia que todas as pessoas lá presentes esta-vam comigo. Até o cachorro que visitava diariamente o set [e o qual Thiago acabou adotando] parava tudo o que

No cinema,um épico

Oestava fazendo para observar o personagem em cena.”

O filme recém-chegado aos cinemas conta com um elen-co de peso, com nomes como Fernanda Montenegro, Mar-jorie Estiano, Mayana Moura e Vanessa Loés. Na data da entrevista para a revista Estilo Damha, o ator ainda não ha-via assistido ao longa-metragem, mas a expectativa era a melhor possível. “Tenho certeza de que será um bom filme, principalmente porque foi fiel à obra de Erico Veríssimo.”

Com um rol tão grande de papéis de destaque na TV, cinema e teatro, foram tantos personagens marcantes que Thiago não conseguiria eleger seu preferido. Ele reconhece que o italiano Matteo, primeiro protagonista, mudou sua vida. “Da mesma forma que Irmãos Coragem e Roque Santeiro, Terra Nostra foi um marco para sua época, e a repercussão do Matteo foi algo realmente in-crível. Terra Nostra pontuou uma época. Por outro lado, há também outros personagens especiais, como o Gari-baldi, que sempre foi o meu hobby.”

Capitão Rodrigo, personagem de Thiago Lacerda em O Tempo e o Vento: herói fascinante

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Na novela Joia Rara, ele faz o operário Toni,terceiro personagem italiano de sua carreira

Antes de interpretar Giuseppe Garibaldi na minissérie A Casa das Sete Mulheres, exibida pela Globo em 2003, ele conta que o interesse pelo general italiano era tanto que houve uma época em que dedicava suas horas vagas para estudar a biografia do herói da Revolução Farroupilha. “Sem-pre achei Garibaldi fascinante, estudava a vida dele. Mas Hamlet e Calígula também são extraordinários, então, é muito difícil es-colher apenas um personagem, pois cada um tem sua especificidade.”

Mesmo com um currículo tão vasto e di-versificado, a verdade é que Thiago Lacer-da nunca se preocupou em se reinventar como artista para se adaptar às particulari-dades dos diferentes meios e personagens. Ele garante que sua versatilidade é resulta-do de uma inquietação constante por novas experiências e que sua única preocupação como ator é procurar papéis desafiadores, que o estimulem a estar na frente das câ-meras ou mesmo sobre os palcos. “Nunca me conformo com o que já fiz, quero sem-pre um papel mais interessante, e é assim que encaro meu trabalho. Não se trata de querer me reinventar, mas sim de querer fa-zer coisas que me instiguem. Não gosto da ideia de me acomodar, e acho que é isso que me leva sempre para frente.”

Dono de opiniões fortes e um humor um tanto sagaz, Thiago defende com unhas e dentes que um ator que se recusa a inves-tigar caminhos é um ator que não entende seu papel. “O ator tem que estar em todos os lugares, tem que fazer tudo: dublagem, locução, evento em praça pública. Eu te-nho que sair do Projac e fazer uma cam-panha como esta para a Damha, isto faz parte do meu mecanismo, da minha roda. É assim que entendo a profissão.”

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mbora a enorme quantidade de compromis-sos profissionais torne a rotina de Thiago um pouco caótica, ele consegue encontrar paz e tranquilidade quando está em casa, junto com

a família. Casado há 12 anos com a atriz Vanessa Lóes, o ator é pai de Gael e Cora, 4 e 2 anos, respectivamen-te. Sobre o casamento que já dura mais de uma década – algo um tanto incomum num meio em que os relacio-namentos parecem ser tão voláteis – ele é absolutamen-te sincero ao admitir que nem tudo são flores na vida a dois. “O casamento é maravilhoso enquanto dura, mas é uma loucura como todo casamento. Temos todos os pro-blemas que qualquer casal tem, e acho que, enquanto existir um plano em comum, uma parceria, amor e tudo o mais, as coisas caminham. Mas não acho que as rela-ções no meio artístico durem menos; o que acontece é que estamos na mídia e, quando acontece algo que não é legal, todos ficam sabendo. É um leão por dia e, se não correr atrás, a casa cai.”

Num mundo cibernético em que os smartphones per-mitem a qualquer um fotografar e gravar vídeos de tudo e de todos, Thiago até que consegue, na medida do possí-vel, manter seus filhos e seu relacionamento com Vanes-sa longe dos holofotes. O segredo para isso? “O grande lance é não fazer da minha vida pessoal o meu negócio, e tem muita gente que faz exatamente isso. Eu vivo de contar histórias e meus filhos não têm nada a ver com isso. Minha preocupação é estar aqui pelos motivos cer-tos, minha profissão é outra, não é exibir ninguém, não é tomar champanhe de roupão e colar de rubi.”

Sim, Thiago é avesso à ideia de um mundo supérfluo

Casamento, fi lhos e fama

Eque muitos tentam associar à vida das celebridades e, com certa pitada de ironia, diz entender esse tipo de tra-balho, mas que simplesmente não compactua com ele. E quando se trata de Thiago Lacerda, impossível não perguntar qual o segredo para manter a boa forma, tão apreciada cada vez que ele aparece nas telas da TV, ci-nema ou mesmo sobe aos palcos. Modesto, parece não concordar com o elogio. “Tenho me cuidado muito mal, não acho que estou em boa forma. Desde que meus fi-lhos nasceram tenho tentado me encaixar na loucura que minha vida se transformou. Quando não estou trabalhan-do, estou com meus filhos. E quando não estou com eles, estou com minha mulher, então não sobra tempo para me cuidar. É claro que isso não está certo, porque depois dos 35 o buraco é mais embaixo.”

Com um tom de culpa, Thiago assume que precisa adotar uma alimentação mais saudável e que voltar a praticar natação, esporte ao qual dedicou boa parte da infância e adolescência, está nos planos. “Às ve-zes, a responsabilidade que tenho com meu trabalho é maior do que a responsabilidade que tenho comigo mesmo, e isso não é legal. Preciso repensar tudo isso e me cuidar mais.”

Com a vida pessoal e beleza colocadas em pauta, fi-nalizamos a entrevista. Ao final de quase duas horas de uma conversa deliciosa, algo ficou bastante claro: dono de uma personalidade intensa e com um profissionalismo que chega a espantar, o ator merece cada degrau que venceu rumo a sua escalada para o sucesso. Que ve-nham mais papéis, mais desafios e mais Thiago Lacerda com bons personagens para encantar o público. ▪

Thiago contracena com Fernanda Montenegro no épico O Tempo e o Vento, filme recém-chegado às telas do cinema

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ive o privilégio de ser palestrante na 15ª C ONESCAP, em Gramado (RS), o maior evento dos empresários de serviços, promo-vido pela FENACON, cujo tema foi “Credibi-

lidade, sensibilidade e visão estratégica”. Para mim, o interesse dessa categoria no poder da

comunicação para os negócios foi tanto uma honra quanto um grande desafio. A responsabilidade de falar para essa plateia aumentou ao saber que dividiria o dia com James Hunter, autor de O Monge e o Executivo, best-seller sobre liderança. Conversei mais de duas ho-ras com ele, sobre o desafio, as agruras e a responsa-bilidade de ser líder em casa e no trabalho. Dr. Hunter tem uma conversa leve, com atitude comunicativa per-feita: fala simples, sorriso nos lábios e olhar de quem já viu de tudo e continua com esperança. Falar difícil é fácil! O difícil mesmo é falar fácil e transmitir uma mensagem clara. Como consultora em comunicação, percebo que muitas vezes as pessoas complicam para parecerem importantes, enquanto o ideal é simplificar!

Quero aproveitar este espaço privilegiado na revis-ta Estilo Damha para destacar alguns pontos do que aprendi com James Hunter, nessa conversa que fica-rá registrada, em minha memória e em meu coração, como um momento especial.

Essa foi a 22ª visita do Prof. Hunter ao Brasil, que já fez conferências em 28 cidades brasileiras, desde 2005, logo após seu livro ter sido publicado em português. O Prof. Hunter destacou que nada é mais poderoso do que uma ideia cujo momento finalmente chegou, e este é o momento da liderança servidora. Liderança é um gran-de problema no mundo atual. As pessoas demandam liderança, e as ideias para resolver esse problema, vei-culadas em seu primeiro livro, são conhecidas há mais

de dois mil anos. O Prof. Hunter diz que apenas reuniu ideias de filósofos, pensadores e religiosos em um livro, por meio de uma metáfora, para deixar um legado à sua família, principalmente ao perceber a fragilidade de nos-sa existência e o fato de ter uma filha pequena. Essas ideias, embora sejam milenares, fazem sentido nos dias de hoje e precisam ser relembradas constantemente.

A principal mensagem é a de que não somos per-feitos, não somos os melhores cônjuges, empresários, gerentes, filhos, mas temos de ser melhores a cada dia. A busca pela qualidade humana deve ser um marcador essencial. A liderança servidora é dar ao outro, não o que ele quer, mas, sim, tudo o que precisa. É essencial reconhecer a necessidade de nossos filhos, familiares, amigos, colaboradores e fazer de tudo para contem-plar o que é preciso para o desenvolvimento de cada um. Isso exige enorme trabalho, e a maior parte das pessoas tem preguiça de fazê-lo, por esse motivo, são poucos os líderes servidores. Os elementos básicos desse tipo de líder são: respeito, paciência, gentileza, humildade, generosidade, honestidade e dizer a verda-de sobre a performance de seus colaboradores. Con-cordar com isso é fácil, porém, é muito difícil colocar em prática tais qualidades e os princípios de liderança: ouvir melhor, comunicar melhor e agir de forma respei-tosa em relação aos outros.

Liderança é caráter em ação, é fazer a coisa certa, mesmo quando você não quer. Não se nasce um líder servidor; isso é uma escolha e, para tanto, você tem de ultrapassar as necessidades de seu ego. Gerencia-mento é o que você faz, liderança é sobre quem você é. A universidade não o ensinará a ser líder. Um bom ges-tor não será necessariamente um grande líder, e muitos grandes líderes são gestores muito limitados.

Mara Behlau – Fonoaudióloga e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, consultora e coach certificadapelo Neuroleadership Group (NLG). Professora de Comunicação para Negócios no INSPER e também docente do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana na UNIFESP. Qualificada no instrumento Emotional Quocient Inteligence – EQi-2.0.

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Mara Behlau

ColunaComportamento

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SEJA O CHEFE QUE VOCÊ GOSTARIA

DE TER TIDOEncontro com James Hunter

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Mara Behlau

ColunaComportamento

Liderança é diferente de poder, liderança é autoridade. Autoridade é a habilidade de as pessoas realizarem a sua vontade, de bom grado, por sua influência pesso-al. Quando alguém com autoridade fala, as pessoas o seguem, por serem inspiradas. Autoridade não é cargo! Liderança é amor, e amor não é algo que você sente, como estar apaixonado. O verdadeiro amor trata do que você faz, sua atitude: é o ato de dedicar-se aos outros, de identificar e atender às necessidades legítimas do outro. Você sabe que foi um bom líder quando deixa as pesso-as melhores do que as encontrou.

O que nos impede de ser um líder servidor? Principal-mente preguiça e procrastinação. James Hunter escreveu

seu primeiro livro em seis semanas, seu segundo, em seis anos e o terceiro, a ser lançado nos EUA e no Brasil no fi-nal deste ano, levou oito anos para ser finalizado. Na nova obra os personagens do primeiro livro retornam ao mo-nastério, para serem questionados por Simeon sobre as mudanças que se comprometeram a fazer em suas vidas. Esse livro explora o quanto é difícil mudar, pois ter apenas intenção, sem ação de mudança, não leva a nada.

Seja o chefe que você gostaria de ter tido e ajude os que estão à sua volta a crescerem, desenvolvendo uma liderança servidora, independentemente do cargo e po-sição que ocupa na sociedade. A mensagem é clara, simples e inspiradora! ▪

Registro do meu encontro com James Hunter

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Londres

Turismo

LONDRES, MUITO ALÉM DA TERRA DA RAINHA

Torre que abriga o Big Ben, o relógio mais famoso do mundo

A charmosa cabine telefônica que resiste ao tempo e continua sendo um

dos principais símbolos de Londres

Foto: Beatriz LVM

Fotos: Divulgação

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Londres

Turismo

Com passeios e programas para todos os gostos e bolsos, a cosmopolita capital do Reino Unido é o destino perfeito para uma viagem inesquecível

Texto: Thatiana Miloso

Palácio de Buckingham, residênciaoficial da rainha Elizabeth II

Millennium Bridge com a St. Paul’s Cathedral ao fundo: a fusão perfeita

do novo com o antigo

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Londres

Turismo

om o nascimento de George Alexander Louis, ou simplesmente bebê real, os holofotes do mundo se voltaram mais uma vez para Londres, a esfuziante capital da Inglaterra. Mas a cidade,

cosmopolita por natureza, definitivamente não precisa do (simpático) príncipe William ou de Kate Middleton, nem de toda a pompa da realeza, para ganhar atenção planetária. A cada rua, a cada esquina e, se possível, a cada pub, Londres é capaz de revelar surpresas incríveis, num cenário em que a charmosa arquitetura vitoriana se funde harmo-niosamente com os imponentes edifícios pós-modernos, símbolos do poderio econômico inglês. Como dizia Samuel Johnson, um dos principais pensadores britânicos, “quando um homem se cansa de Londres, ele está cansado da vida”. Clichê ou não, a frase traduz perfeitamente o sentimento que a capital do Reino Unido é capaz de despertar em seus visitantes – até mesmo os mais céticos.

Se Londres está nos seus planos de viagem e você é daqueles que gosta de bater perna e esmiuçar seus des-tinos turísticos, é bom reservar ao menos cinco dias para conhecer a joia da coroa britânica. Embora o lado B da cidade seja interessantíssimo, vale muito a pena começar explorando seus principais cartões-postais, até porque

Cmuitos deles estão próximos uns dos outros e caminhar entre eles é um exercício delicioso para os olhos e para a alma. Se o metrô for seu meio de locomoção, a estação Westminster é o seu ponto de parada – e, ao mesmo tempo, o ponto de partida para uma jornada inesquecível na terra da rainha!

Do lado de fora da estação, é impossível não se impres-sionar com a grandiosidade do Palácio de Westminster, também chamado de Houses of Parliament, local onde estão instaladas as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido. O suntuoso prédio milenar de estilo neogótico, com mais de mil salas, cem escadarias e cinco quilômetros de corredores, abriga a Elizabeth Tower, popularmente conhecida como Torre do Big Ben.

Todos os dias, milhares de turistas param diante do maior relógio da Inglaterra para ouvir as badaladas do famoso sino, que a cada hora ecoam pela capital inglesa. Muitos britânicos e até mesmo os turistas que visitam a cidade consideram o Palácio de Westminster muito mais majes-toso que o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha. Não é para menos: a sede do Parlamento realmente impressiona e se impõe como uma verdadeira obra-prima edificada às margens do Rio Tâmisa .

O majestoso Palácio de Westminster, que abriga as Câmaras do Parlamento do Reino Unido

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Turismo

A poucos metros dali, está a Abadia de Westminster, principal igreja da Inglaterra e famosa por ser o palco de acontecimentos históricos como a coroação da rainha Elizabeth II e os casamentos da realeza britânica. Com 18 libras é possível visitar o interior do templo gótico e conferir de perto a beleza de suas obras de arte e até mesmo os túmulos dos antigos reis e de personalidades como Charles Darwin e Isaac Newton.

Após o tour pela Abadia, vale a pena dar uma es-ticadinha e caminhar até o Palácio de Buckingham. O percurso é charmoso e há a opção de cruzar o St. James’s Park, um cinturão verde de 23 hectares crava-do no coração de Londres e conhecido por ser o mais antigo parque real da capital inglesa. Como é de praxe na cidade, o parque é muito bem cuidado, cheio de flores, cisnes e gaivotas que povoam seu lago central. Você ainda pode ter a chance de tirar uma foto com os exóticos e enormes pelicanos que ficam nas redondezas da lagoa, à espera da generosidade dos turistas que os alimentam com restos de pães e outros quitutes que podem ser comprados no percurso. Mas atenção: ali-mentar aves e alguns outros animais nas ruas e parques de Londres pode render uma multa salgada. Na dúvida,

melhor deixar os cidadãos londrinos alimentarem os bichinhos.

A caminhada pelo St. James é um passeio e tanto, mas se a sua intenção é assistir à Troca da Guarda da rainha, que acontece na frente do Palácio de Buckingham, fique de olho no relógio. Entre os meses de maio e julho, a badalada cerimônia acontece diariamente às 11h30, e a pontualidade é mesmo britânica. Nos demais meses do ano, a cerimônia acontece no mesmo horário, dia sim, dia não. Como esse ainda é o evento de Londres que mais atrai turistas, a dica para garantir um bom lugar é chegar com pelo menos uma hora de antecedência. Terminada a Troca da Guarda, aproveite para apreciar o Palácio e, quem sabe, visitar seus belos jardins e salões de Estado. Para isso é preciso desembolsar a bagatela de 70 libras, com direito a uma taça de champanhe. Claro que não é barato, mas, como diriam muitos por aí, tomar uma taça de champanhe na residência oficial da rainha não tem preço.

Tour completado, parabéns, seu batismo em Londres está feito. Agora é organizar os dias de acordo com seus interesses e continuar explorando o que de melhor a capital inglesa tem a oferecer. Pode apostar: a cada novo passeio você vai ficar cada vez mais apaixonado pela cidade!

O majestoso Palácio de Westminster, que abriga as Câmaras do Parlamento do Reino Unido

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a verdade, a enorme roda gigante situada na margem sul do Tâmisa – bem próxima ao Parlamento – não é tão nova assim, já que foi inaugurada em 1999, como um dos projetos

construídos para marcar a passagem do milênio na capital inglesa. Mas o que são 14 aninhos para uma cidade que foi fundada por volta de 43 d.C.?

E se você ouviu dizer que essa atração é “apenas” uma roda gigante, com certeza a pessoa que lhe contou isso nunca embarcou nela. Com 135 metros de altura, a Lon-don Eye permite ao turista o acesso a uma das melhores

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London Eye, o novo cartão-postal

London Eye, a imensa roda gigante que oferece uma das melhores vistas da cidade

e mais exuberantes vistas de Londres. Suas grandes cabines de vidro fixadas à engrenagem se movimentam de acordo com a rotação da roda, oferecendo aos visi-tantes uma incrível vista em 360o da capital inglesa, com um raio de visão que atinge a respeitável marca de 40 quilômetros. Cada cabine conta com um mapa interativo que ajuda o público a identificar os principais prédios, palácios e museus que podem ser avistados das alturas. A volta completa na roda gigante tem duração de 30 minutos e o valor do ticket para adultos é de, aproxima-damente, 20 libras.

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Saindo da London Eye, você pode aproveitar para dar uma caminhada pela margem do Tâmisa até a London Bridge (sentido leste), um passeio cheio de surpresas que muitos turistas acabam não fazendo. Além de inúmeros bares e restaurantes descolados, é possível apreciar no trajeto preciosidades como o Tate Modern Museum e o Shakespeare’s Globe Theatre, construção de 1599 que teve William Shakespeare como um de seus sócios – e onde, fatalmente, foram representadas peças como H amlet e Rei Lear.

Bem em frente ao Tate Modern está a Millennium Bridge, ponte suspensa pedonal inaugurada no ano 2000. Sua estrutura em aço e suas linhas futuristas são um prato cheio para arquitetos, designers e engenheiros que gos-tam e sabem apreciar as grandes obras da construção civil. Se essa ponte lhe parecer familiar, não estranhe: a Millennium Bridge faz uma ponta no filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe, aparecendo nas telas logo no início do filme, quando é destruída pelos Comensais da Morte. Para sorte de todos, tudo não passou de efeitos especiais, e a ponte continua linda e imponente sobre as águas calmas do Tâmisa.

Uma vez atravessada a Millennium Bridge, vale a pena dar uns passos a mais e ir até a St. Paul’s Cathedral, igreja

London Eye, a imensa roda gigante que oferece uma das melhores vistas da cidade

anglicana do século XVII que é a sede do bispo de Lon-dres. Com a segunda maior cúpula do mundo, a catedral foi palco do casamento do príncipe Charles com a princesa Diana e até hoje é considerada uma das construções mais belas da capital inglesa.

De volta à margem sul do rio e antes que você pense em se cansar, um pouco mais adiante do Tate Modern está a Clink Street, uma ruazinha estreita e pitoresca que é uma das vias de acesso ao Borough Market, o mercado de rua mais antigo de Londres. Cravado sob um viaduto ferroviário, o mercado de 1276 não é, digamos, glamo-roso como Covent Garden, o que (felizmente) mantém a multidão de turistas longe de suas barracas cheias de cores, aromas e sabores incríveis. E se os turistas não são tão comuns por lá, o mesmo não se pode dizer das celebridades do mundo da gastronomia: não estranhe se, entre uma gôndola e outra, você esbarrar em chefs renomados como Jamie Oliver e Nigella Lawson, figu-rinhas carimbadas que frequentam o Borough Market em busca de ingredientes especiais para seus pratos deliciosos e exclusivos. De cogumelos gigantes a frutas frescas, queijos gourmets a salames e peixes, o mercado é uma atração e tanto para quem pretende explorar um pouco do lado B londrino.

Cores e sabores do Borough Market, mercado de rua mais antigo da capital inglesa

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No meio do caminho,um castelo

erto do Borough Market, ainda no bairro de Southwark, está a Tower Bridge, outro cartão- postal de Londres construído sobre o Tâmisa. Para quem está na margem sul do rio, a ponte

báscula e suas duas torres de estilo gótico vitoriano são a porta de entrada para a Tower of London, castelo de 1078 que abrigou antigos reis da Inglaterra e que hoje, entre outras atrações, guarda as Joias da Coroa Britâ-nica. Tão surpreendente quanto se deparar com uma

Pfortaleza medieval em plena área central de Londres é olhar para a outra margem do Tâmisa e observar os edifícios futuristas que compõem a paisagem, como a sede da prefeitura londrina (The Hall) e o 30 St. Mary Axe (chamado pelos britânicos de “pepino”, graças à sua singular volumetria). É a fusão perfeita entre o novo e o antigo, entre o cosmopolita e o medieval, num cenário que só Londres é capaz de oferecer com tanta intensidade aos seus visitantes.

Tower Bridge, a ponte báscula com suas torres góticas se erguem imponentes sobre o Tâmisa

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Turismo

esta altura, você já deve estar pensando que o verbo comprar não combina de jeito algum com Londres, já que a moeda londrina vale quase quatro vezes mais que o real. Okay, fique claro

que não estamos falando de alta costura, mas a verdade é que a cidade britânica é uma das mais democráticas do mundo quando se trata de compras. Nesse universo con-sumista conhecido também como o delicioso ponto fraco dos simples mortais, a Oxford Street impera como deusa absoluta, tanto para quem busca preços acessíveis quanto para quem sonha com as marcas de luxo disponíveis nas lojas de departamentos.

Logo no início da badalada rua, bem pertinho da estação de metrô Oxford Circus, já é possível ver as fachadas de templos do high street como Topshop, Zara, H&M, Mango e Next, lojas que trazem as principais tendências da esta-ção com preços acessíveis e que frequentemente lançam coleções em parcerias com estilistas tops. Um pouco mais adiante estão outros símbolos do fast fashion inglês: Monsoon, Marks & Spencer, John Lewis, Accessorize (com preços bem bacanas, diferente das lojas inauguradas no Brasil), The Body Shop (produtos incríveis para o corpo), Primark, entre tantas outras. Sobre a última, vale falar que a rede de loja de departamentos, originária da Irlanda, tem preços incrivelmente baratos. Muitos itens fashion custam de 1 a 15 libras, incluindo roupas de bebês, vestidos, blusas, calças, lingerie e acessórios como brincos, anéis, cintos e cachecóis. Obviamente, a loja está sempre lotada, mas se você tem paciência, vale muito a pena. Muito mesmo.

AContinuando as andanças pela Oxford Street, a Selfrid-

ges é uma atração à parte no endereço consumista mais cobiçado de Londres. Famosa por suas vitrines maravilho-sas, a loja de departamentos é o lugar para quem quer (e pode) comprar marcas de luxo como Alexander McQueen, Azzedine Alaïa, Chanel, Céline, Christian Louboutin, Fendi, Givenchy, Hermès, Jimmy Choo e várias outras.

Naturalmente, muitas das lojas citadas vendem os nécta-res dos deuses aos quais chamamos de cosméticos. Mas a dica para pagar menos é comprar cremes e maquiagem em redes de farmácias como a Boots e a Superdrug (am-bas presentes na Oxford Street). Nelas é possível adquirir perfumes de todos os tipos e produtos de marcas como Bourjois, L’Oréal, Clarins, Chanel, Max Factor, Maybelline, entre outras, a preços realmente ótimos.

Agora se o seu budget é mais alto, vale a pena dar uma esticadinha até a Brompton Road, em Knightsbridge, e dar uma boa olhada na Harrods, a mais luxuosa loja de departamentos não apenas de Londres, mas também do mundo. Suas seções vão desde a moda das passarelas a móveis, brinquedos, enxovais e muita, muita comida boa nos 32 restaurantes espalhados pela megastore. Para quem é ligado em moda, a Harrods recebe coleções exclusivas de nomes como Alexander McQueen, Emilio Pucci, Balmain, Proenza Schouler, Armani, Marc Jacobs, Dior, Dolce & Gabbana e todos os outros “deuses” da alta costura. Se os preços astronômicos não lhe atraem, a loja em si já é uma atração turística à parte, e perambular pelos seus 330 departamentos é um passeio imperdível.

Fachada da Selfridges, loja de departamentos que é um dos endereços mais cobiçados da Oxford Street

Shop, shop,shop!

Tower Bridge, a ponte báscula com suas torres góticas se erguem imponentes sobre o Tâmisa

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Turismo

Camden,o reduto punk

ão é novidade que Londres foi uma das cidades do mundo onde o movimento punk se fez mais presente, como uma ex-pressão da contracultura e uma reação ao espírito paz e amor dos hippies. Com o tempo, o movimento perdeu força, mas até

hoje a cultura punk está estampada na capital inglesa, tendo no distrito de Camden Town seu principal reduto. Em meio a mercados que vendem desde antiguidades a discos de vinil e roupas alternativas, é possível andar lado a lado com jovens munidos de toda a indumentária punk: dos cabelos moicanos aos jeans rasgados e coturnos desbotados.

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Punks em Camden Town, expressão da contracultura

Nacional Gallery, obras de Da Vinci, Botticelli, Monet e Van Gogh estão entre as atrações do museu cravado na Trafalgar Square

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Turismo

Efervescência culturaloucas cidades no mundo são capazes de pro-porcionar uma experiência cultural tão intensa quanto Londres. Não só pelo fato de ela ter se transformado numa grande babilônia – onde

é comum observar nas ruas desde mulheres vestidas de burca até chinesas ultradescoladas –, mas também porque oferece uma infinidade de atrações culturais da melhor categoria.

Para explorar esse lado da capital inglesa, o Piccadilly Circus, praça localizada no cruzamento da Regent Street com a Shaftesbury Avenue e Piccadilly Street, é sua porta de entrada para os teatros do West End londrino. Musicais como Fantasma da Ópera, Billy Elliot, Mamma Mia, O Rei Leão, We Will Rock You e muitos outros ficam constantemente em cartaz, e os preços costumam variar entre 20 e 50 libras.

Para quem é fã de museu, Londres também é a cidade certa. São tantas opções e tanta coisa legal para ver

Pque é difícil fazer uma seleção. No British Museum, os visitantes têm a chance de fazer uma imersão completa na cultura mundial: são mais de 13 milhões de peças históricas de toda a humanidade, e a entrada é gratuita. Para os apreciadores da arte moderna, o Tate Modern é perfeito. Instalado em uma usina elétrica desativada, ele também tem entrada gratuita e abriga grandes obras de Pablo Picasso, Umberto Boccioni e muitos outros artistas.

Os turistas que escolherem a National Gallery também não irão se decepcionar. Com um acervo de 2,3 mil pinturas de artistas como Leonardo Da Vinci, Botticelli, Caravaggio, Raphael, Michelangelo, Monet e Van Gogh, o museu de estilo neoclássico é considerado uma das mais importantes galerias de arte do mundo. Ele está cravado na Trafalgar Square, e sua entrada é gratuita. Se quiser esmiuçar melhor esse universo, o site www.reino-unido.net/london/museus.htm pode ser uma boa fonte de consulta.

Nacional Gallery, obras de Da Vinci, Botticelli, Monet e Van Gogh estão entre as atrações do museu cravado na Trafalgar Square

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Londres

Turismo

One pint,please!

ara terminar nosso tour pela capital inglesa, não pode-ríamos deixar de falar dos charmosos pubs londrinos.

Os ingleses a-d-o-r-a-m cerveja; não é a toa que existem cerca de 4.500 pubs espalhados pela cidade. A versão mais comum é, de longe, a pint (copo de 568 ml, valor médio de 3,50 libras), e os estilos larger e ale são os mais consumidos. Se você ficar perdido com tantas opções e tantos nomes diferentes, a Guinness sempre é uma boa opção, e na Inglaterra seu preço é igual ao de qualquer outra cerveja (nos supermercados, inclusive, a lata custa 1 libra).

Sugestão de pub? São tantas opções legais e interessantes que é difícil selecionar uma. O Waxy O’ Connor’s (pertinho da Leicester Square) e o Punch Bowl, em Mayfair, são ótimas escolhas. Mas a dica é escolher um gastropub (como os dois citados), pois a cerveja inglesa é mais forte que a brasileira, então, recomenda-se beber com o estômago cheio. Pub combina muito com fish & chips, o tradicional – e delicioso – prato inglês.

Para finalizar nosso tour em Londres, uma dica importante: nos pubs da In-glaterra não se pede a bebida para os garçons. Para pegar sua cerveja você precisa ir até o balcão e pagar copo por copo. E não se esqueça: esses tra-dicionais bares fecham entre meia-noite e uma da manhã, então chegue cedo se quiser apreciar uma típica noite londrina. Boa viagem! ▪

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Fish & chips, o tradicional prato londrino

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Fish & chips, o tradicional prato londrino

Joel Silveira Leite

ColunaAutomóveis

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ntigamente, o carro conceito era um simples experimento, uma tentativa, na maioria das ve-zes frustrada, de prever o futuro; era a criativi-dade sem limites dos engenheiros e projetistas

da indústria automobilística, sem a pressão dos marque-teiros, que reprimem a imaginação dos artistas em prol da viabilidade comercial do produto.

Hoje, com a tecnologia avançando com rapidez in-ternética, o carro conceito deixou de ser um sonho. Ele aponta não o futuro da indústria, mas o que o consumidor vai usufruir no momento seguinte.

Por isso, por mais ousadas que você possa considerar algumas das ideias apresentadas no Salão de Frankfurt, encerrado no último dia 15 de setembro, saiba que elas

O MAIOR SALÃODE AUTOMÓVELDO MUNDOCarro que anda sozinho, motores potentes, híbridos e conceitos. Veja as tendências que Frankfurt aponta para o mundo do automóvel

não serão guardadas para o futuro; poderão se tornar produtos comerciais em pouco tempo.

A propósito, sabe quem apareceu, sozinho, no estande da Mercedes-Benz na abertura do salão? O S 500 Intelli-gent Drive. Ele mesmo: o carro inteligente que já andou 100 km sem motorista e que, na prática, viabiliza a con-dução autônoma, enfrentando ruas, rotatórias, semáfo-ros, ciclistas, pedestres e outros carros.

O S 500 Intelligent Drive é o representante maior de uma tendência que se delineia como a grande proposta para o próximo período: a do carro que anda sozinho, sem a interferência ou com o mínimo de participação do motorista, garantindo a segurança dos ocupantes e redu-zindo os acidentes.

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Mercedes S500

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Joel Silveira Leite

ColunaAutomóveis

O maior e mais importante salão de automóvel do mun-do indicou ainda algumas tendências que deverão nortear as discussões do setor nos próximos anos. São elas:

▪ A melhoria da dirigibilidade, cada vez mais precisa e eficiente.

▪ O aumento do desempenho das novas motoriza-ções: menores, mais potentes, mais econômicas e me-nos poluentes.

Frankfurt consolidou a tendência de eliminar, ou redu-zir, a dependência do petróleo, elegendo o carro híbrido (mais do que o elétrico) como uma opção palpável para o futuro da mobilidade sustentável.

Veja alguns dos mais notáveis modelos que represen-taram, no salão alemão, essas novas tendências do mun-do automobilístico, além de carros que em breve estarão rodando no Brasil.

UMA FERRARI MUITO SPECIALE!Quando parece que a Ferrari já mostrou tudo, surge mais uma novidade. Com um motor V8 4.5 aspirado de 605 ca-valos, a 458 Speciale tem melhor relação peso-potência: pesa apenas 1.270 quilos, por isso acelera de 0 a 100 km/h em apenas três segundos. O controle do ângulo de derrapagem é o diferencial da macchina: distribui a po-tência entre as rodas de forma a melhorar a estabilidade nas curvas. Como se precisasse! Vai custar cerca de R$ 750 mil.

LEXUS LF-NX, A ESCULTURA DO LUXOA marca de luxo da Toyota mostrou o carro conceito LF-NX, um crossover com motor híbrido e acabamen-to primoroso. O revestimento tem detalhes de metal e estofamento de couro amarelo e preto. Externamente, a cor prata tipo metal escovado passa a ideia de que a carroceria foi esculpida a partir de uma única peça.

Ferrari 458 Speciale

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Joel Silveira Leite

ColunaAutomóveis

UM CONCEITO PARA AS NOVAS GERAÇÕES Com o Concept Coupé, a Volvo apresentou as linhas que farão parte do novo período da fabri-cante no quesito carros de passeio. A motoriza-ção híbrida alcançará potências antes só encon-tradas em motores V8.

UM ELÉTRICO ESQUISITOO Smart conceito de Frankfurt não tem portas nem vidro traseiro. Funciona com um motor elé-trico de 55 kW, e a empresa promete fazer dele um carro de linha já no ano que vem.

S-MAX MONITORA O BATIMENTO CARDÍACO Feita sobre a plataforma do Fusion, a minivan S-MAX é um conceito que traz um diferencial inédito: um sistema de conectividade que, entre diversas funções, monitora o batimento cardíaco dos ocupantes com sensores nos bancos. O mo-tor é 1.5 EcoBoost de 180 cavalos.

Fotos: Divulgação

Lexus LF-NX

Smart Four

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Joel Silveira Leite

ColunaAutomóveis

918 SPYDER: DESEMPENHO DE PISTACarro conceito no Salão de Genebra em 2010, o 918 Spyder foi a estrela da Porsche em Frankfurt. A montadora garante: o carro terá desempenho e tecnologia de um veículo de pista com baixo consumo.

Fotos: Divulgação

UM HÍBRIDO A AR COMPRIMIDOO conceito Cactus é o indicador da nova fa-mília C3 da Citroën, inovando com um sistema híbrido de ar comprimido, mais barato que o convencional. Todos os comandos do carro são acionados por meio de interface digital.

ALTAS VELOCIDADES,BAIXAS EMISSÕES A Jaguar mostra os avanços tecnológicos na produção de estruturas leves, com o C-X17, um crossover totalmente de alumínio. O carro alcan-ça 300 km/h e emite menos de 100 g de CO2 por km rodado. ▪

Porsche 918 Spyder e Citroën Cactus

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Joel Silveira Leite

ColunaAutomóveis

CARROS QUE JÁ, JÁESTARÃO POR AQUIAlguns carros apresentados em Frankfurt são pura fantasia, outros estão restritos a países do Primeiro Mundo, mas algumas boas novidades rodarão por aqui em breve. O Golf novo, sétima geração, já está à venda no Brasil. O carro está 100 kg mais leve e 23% mais econômico. Ace-lera de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e atinge 212 km/h. Duas marcas de luxo apresentaram carros que os brasileiros vão dirigir em breve: a BMW começa a vender aqui, no ano que vem, o 3i, o elétrico que, de barulho, só o contato do vento com a carroceria e o ressonar do pneu no asfalto. E a Mercedes-Benz mostrou dois modelos da família que produzirá no Brasil a partir de 2015: o sedã CLA e o jipinho GLA, que abrem para o consumidor as portas da categoria do luxo.Também de Frankfurt direto para as ruas brasi-leiras irão o Peugeot 3008, que começa a ser importado no ano que vem, além do Duster novo e do Captur, da Renault: o Captur chega em 2014 e o Duster, em 2015.

Fotos: Divulgação

Joel Silveira Leite _ É jornalista e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente. É diretor da Agência AutoInforme, que mantém os sites Autoinforme (carros) e Autoinforme (carros) e Autoinforme Ecoinforme (meio ambiente). Assina o blog Ecoinforme (meio ambiente). Assina o blog Ecoinforme O Mundo em Movimento, no UOL, e apresenta o programa AutoInforme na Rede Bandeirantes de Rádio.AutoInforme na Rede Bandeirantes de Rádio.AutoInforme

Mercedes GLA e novo Golf GTI

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Trattoria Mamma Gema

Gastronomia

Boa comida e hospitalidade, ingredientes que moldaram o sucesso do chef Rodrigo Oliveira e dos seus restaurantes MocotóTexto: Dirlene Ribeiro Martins

O SERTÃONA COZINHA

chef Rodrigo Oliveira estava na faculdade de Engenharia Ambiental quando conheceu uma colega cujo irmão era chef de cozinha. Até aquele momento, era uma profissão des-

conhecida para ele, que já ajudava no pequeno restau-rante do pai, o pernambucano José Oliveira de Almeida. “A gastronomia para mim era uma ideia tão longínqua e desconhecida quanto a astronomia”, brinca. O irmão em questão era Luiz Emanuel, à época chef do restaurante Alez, em São Paulo, e o primeiro contato com esse mun-do, com uma cozinha profissional, é descrito por Rodrigo como uma epifania. “No mesmo momento tive certeza do que queria fazer dali pra frente.”

O apoio da família, em especial do pai, não foi imedia-to. Para Seu Zé Almeida, trabalhar com cozinha signifi-

Ocava resignação, dedicação integral e, sobretudo, muito, muito trabalho duro, sem a contrapartida financeira. Com o tempo, Rodrigo conseguiu entender a preocupação do velho sertanejo, mas foi em frente, com “a coisa aconte-cendo aos trancos e barrancos”, como ele diz. Atualmen-te, ao olhar para trás, Rodrigo acredita que foi a preocu-pação que ele teve em preservar a casa, a origem e os valores da família o que acabou convencendo o pai.

Hoje, o restaurante Mocotó e seu irmão mais novo, o Esquina Mocotó, ambos na Vila Medeiros (bairro em São Paulo), são um grande sucesso. Gente do mundo todo quer experimentar as iguarias, que incluem Caldo de Mo-cotó, Bolinho de Feijão Branco com Linguiça, Mocofava (mocotó com favada) e Sarapatel, e os deliciosos doces artesanais, todos servidos com queijo coalho.

Salão do restaurante Esquina Mocotó

Rodrigo Oliveira: satisfação e alegria de receber pessoas e acolher diferentes desejos e sonhos

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Esquina Mocotó

Gastronomia

A cachaça é outro atrativo do universo Mocotó, isso desde o tempo do pequeno empório do pai. Atualmen-te, um profissional, o Leandro Batista, que é formado no Mocotó e se tornou um reconhecido especialista em ca-chaça, desenvolve blends, auxilia produtores e, sobretu-do, orienta os clientes sobre esse verdadeiro patrimônio da nossa cultura. “No Mocotó temos orgulho de ter tido uma pequenina parcela nessa maravilhosa evolução da cachaça – de um destilado bruto a um produto com nu-ances sensoriais absolutamente únicas no mundo”, diz com satisfação.

Mas o sucesso e os diversos prêmios que recebeu não subiram à cabeça do chef. Para ele, ser bem-sucedido é terminar o expediente à noite e aguardar o dia seguinte com a mesma expectativa e paixão. Com Ligia, sua espo-sa e atriz, Rodrigo conta que aprendeu que, mesmo para um ator consagrado, cada noite no palco é uma estreia. “É o que fazemos em nossas casas. Procuramos abrir as portas a cada manhã com o mesmo entusiasmo da me-lhor noite de todas. A comida é o nosso roteiro, mas o pal-co é a hospitalidade, a satisfação e a alegria de receber pessoas e acolher diferentes desejos e sonhos”, explica.

Para quem se espanta com a proximidade entre os dois restaurantes, Rodrigo explica que ainda tem muito a realizar em seu antigo espaço, então, para ele foi natu-ral que seu mais recente desafio fosse travado próximo do Mocotó, de preferência na parede ao lado, onde ele pudesse passar de uma cozinha a outra de forma rápida e prática. Além do mesmo sobrenome e origem, os dois restaurantes, segundo o chef, preservam o absoluto res-peito pela comida boa, saudável, de origem, justa. Mas, no Esquina, ele tem a liberdade de criar, de apresentar uma visão mais pessoal e autoral da culinária brasileira com um toque do que se faz de mais relevante na cozi-nha contemporânea ao redor do globo. “Continuaremos partindo de nosso quintal, mas sem dar as costas para o mundo. E nunca é demais lembrar Guimarães Rosa, que ensinou que ‘o sertão é o mundo’.”

Para esta edição da Estilo Damha, Rodrigo escolheu uma receita de Nhoca (Nhoque de Mandioca com Polvi-lho), que é um dos pratos mais pedidos no Engenho Mo-cotó, um espaço de pesquisa e investigação culinária, sem fins lucrativos, que congrega o pessoal dos restaurantes, cozinheiros da região e estudiosos de diferentes áreas.

Salão do restaurante Esquina Mocotó

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Esquina Mocotó

Gastronomia

INGREDIENTES DA MASSA

▪ 1 kg de mandioca (cozida e salgada)

▪ 3 ovos grandes (somente a gema)

▪ 60 g de polvilho doce

▪ 270 g queijo coalho (ralado)

▪ 150 g requeijão cremoso

▪ Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

MODO DE PREPARO

Misturar e homogeneizar todos os ingredientes até obter uma massa pouco pegajosa. Se estiver gru-dando um pouco nas mãos, adicionar um pouco de polvilho. Provar o sal. Colocar em um saco de con-feiteiro (bico simples de pelo menos 20 mm) e, em uma assadeira forrada com placas de silicones ou papel manteiga, fazer tiras uniformes com espaço para que não grudem. Levar ao forno pré-aquecido por 14 minutos a 120oC. Deixar esfriar, polvilhar com um pouco de polvilho e cortar.

INGREDIENTES DO MOLHO

▪ 200 g quiabo

▪ 150 g cebola caramelizada

▪ 75 g tomate cereja

▪ 75 g cogumelo paris

▪ 75 g cogumelo shimeji

▪ 75 g cogumelo shitake

▪ 25 g folha de mostarda

▪ 100 g manteiga

▪ 200 ml de tucupi

▪ 250 g de queijo de cabra

▪ 25 g broto de coentro

MODO DE PREPARO

Derreter metade da manteiga e dourar as nhocas. Em outra frigideira acrescentar o restante da mantei-ga, os quiabos e os cogumelos até ficarem macios. Adicionar os tomates, a mostarda e o tucupi, e, em seguida, o sal e a pimenta do reino moída na hora. Juntar o refogado à nhoca e incorporar tudo. Em um prato fundo colocar metade do queijo de cabra, de-pois a nhoca com os vegetais por cima e finalizar com o restante do queijo e os brotos de coentro.

NHOCANhoque demandioca com polvilho (1,5 kg)

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Márcio Moreira

ColunaGastronomia

Marcio Moreira – Presta serviços pela empresa 2M Soluções Gastronômicas para restaurantes e rede hoteleira, minis-trando palestras e oficinas em boa parte do país. Destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha da culinária do programa Mais Você da Rede Globo, pela sua capacidade de criar pratos com sabores do nosso Brasil. Mais Você da Rede Globo, pela sua capacidade de criar pratos com sabores do nosso Brasil. Mais Você

ecentemente – e não para o meu espanto – descobri que existe um “dia da sogra”: 28 de abril. Ano que vem ela vai me cobrar presentes com juros e correção, por todo o tempo que eu

não soube disso, aposto. Dizem que a história por trás da criação da data envolve um safári na África, uma su-curi chamada Sogra (sim, uma cobra de verdade) e um desastre no qual, dizem, a Sogra devorou a cadela de estimação de um presidente.

Cá entre nós: qual homem casado não gosta de falar da sogra? Pois bem, eu não sou diferente! Falo dela porque, na verdade, gostaria de falar da minha mu-lher, mas não sou louco e não gosto de dormir no sofá. Prefiro então falar da sogra, até porque ela está longe. Como diz o ditado, a distância ideal entre a sua casa e a da sua sogra é: não tão longe, para que ela venha com as malas, nem tão perto, para que ela venha de chinelinho.

Se você está se perguntando o que minha sogra tem a ver com esta coluna, saiba que ainda não vou ensinar a cozinhar com veneno de cobra. Acontece que sou uma pessoa justa, e o fato é que, apesar de todo o resto, pre-ciso elogiar a milanesa que ela prepara (apelidada ca-rinhosamente de “bife de casquinha” pela minha filha). Uma dessas delícias que não dá para comer um só – e que faz valer a pena tê-la na família.

O segredo da sogra, pasmem, é um bife de coxão mole bem temperado, empanado numa farinha de rosca que ela mesma produz com os pãezinhos duros que ela guar-da quando sobra do café da manhã (dei um nome para a filha dela e ela me trata à base de pão duro... isso é que é ingratidão das boas!). Junto com o feijão carioquinha e o arroz fresquinho que só ela sabe fazer, vira um manjar

dos deuses com casquinha crocante.O filet à milanesa – originalmente cotoletta alla milane-

se – provavelmente surgiu na cidade de Milão. Embora não haja fatos que comprovem sua origem na cidade ita-liana, os relatos mais antigos desse prato são do escritor italiano Pietro Verri. Em seu livro História de Milão (Sto-ria di Milano), ele escreve que em um almoço ocorrido na Igreja de Santo Ambrósio (Milão, 1134) fora servido um prato de coteletta impanata, fritta nel burro (carne de vitela empanada, frita na manteiga), citando inclusive o preparo com ovos e farinha.

Apesar da origem, o prato provavelmente ganhou fama por causa dos austríacos. O wiener schnitzel, muito simi-lar ao “bife de casquinha”, é um prato típico da Áustria. Provavelmente uma versão do prato aprendida durante o século XVIII, com as disputas internas do Sacro Impé-rio Romano-Germânico, quando as tropas austríacas in-vadiram Milão. Mais uma vez, pura teoria, mas isso não importa: o filet à milanesa já pode ser considerado uma tradição brasileira.

Há muitas variações no preparo dessa delícia. Tradi-cionalmente, na Itália, a milanesa é preparada com carne de vitela, mas o termo hoje é popularmente usado para denominar praticamente qualquer tipo de comida empa-nada, desde cortes mais nobres de carne até frango e berinjela. Empanou, ganha cidadania italiana!

Um ingrediente indispensável é uma farinha de rosca de qualidade. Alguns cozinheiros utilizam farinha de trigo em suas receitas, para que se forme uma crosta mais es-pessa. Há quem aprecie, mas eu considero um pecado.

Brincadeiras à parte, minha sogra – a quem amo muito, acredite quem quiser – é a inspiração da dica supersim-ples, rápida e saborosa desta edição. ▪

TIRANDO UMA “CASQUINHA”

DA SOGRAInspiração simples,

rápida e saborosa

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Márcio Moreira

ColunaGastronomia

INGREDIENTES

▪ 1 kg de bife (coxão mole, patinho... eu prefiro mignon) temperado com sal, azeite, alho e pimenta do reino a gosto;

▪ 4 ovos ligeiramente batidos;

▪ Farinha de rosca (feita com sobras de pão raladas) ;

▪ Óleo o suficiente para fritar por imersão.

MODO DE PREPARO

Cada bife deve ser temperado, imerso em ovos batidos, coberto com farinha de rosca e levado a uma frigideira com óleo quente, para fritar até que fique dourado. Em seguida, deve ser colocado sobre papel-toalha (ou guardanapos) para que o óleo da fritura escorra e o bife fique mais seco, crocante e saboroso.

Dica do Chef :BIFE DE CASQUINHADA SOGRA

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SUPERMULHERESDA VIDA REAL:ELAS EXISTEME DÃO EXEMPLOCom talento e bom humor para driblar a correria do dia a dia, elas provam que é possível conciliar uma carreira de sucesso com o intenso papel de mãe

Texto: Thatiana Miloso

s palavras “fácil” e “tranquila” não são exata-mente as melhores para descrever a rotina da fisioterapeuta Camila Volland, 33 anos. Depois do nascimento de Laura, em dezembro de

2011, ela precisou adquirir dotes de malabarista para poder dar conta de sua vida. Proprietária, com o marido, de uma clínica de fisioterapia localizada em São Carlos (SP), onde atua como especialista em Pilates e RPG (Re-educação Postural Global), Camila também coordenada o trabalho de seis funcionários e realiza toda a contabi-lidade do negócio. Se isso tudo já não fosse suficiente para um dia a dia agitado, ela ainda tem sobre os ombros as responsabilidades domésticas comuns a toda mulher casada. Para agravar, seus pais, irmãs e sogros estão a algumas centenas de quilômetros de distância.

O dia da fisioterapeuta termina por volta da 1h30 da madrugada, quando desliga o computador de sua casa após cuidar das questões financeiras da clínica. Logo cedo já está de pé para dedicar-se à filha, que completa um ano e dez meses no próximo dia 24 de outubro. Com uma carreira de sucesso – seus horários na clínica são sempre preenchidos e o número de pacientes não para de crescer –, Camila reconhece que a rotina é cansativa, mas que conseguiu se adaptar à correria e ao grande nú-mero de atribuições diárias. “Estou seguindo o ritmo das coisas. É cansativo, sim, mas ao mesmo tempo é muito bom. É uma delícia ter a Laura em nossas vidas”, conta.

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Sintia em ação nos bastidores de uma campanha publicitária: agenda de trabalho concorrida

Supermulheres

Comportamento

A fisioterapeuta Camila com a filha Laura: organização ajuda a lidar com a correria do dia a dia

Foto: Arquivo Pessoal

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Ela acredita que o fato de ser uma pessoa extrema-mente organizada facilita sua rotina e a não se deixar abater pelo estresse. Essa organização acaba por re-duzir a probabilidade de imprevistos, principalmente no ambiente de trabalho, tornando a vida menos com-plicada. “Assim eu consigo me programar e dar ritmo às coisas. E, no meio de tudo, tento reservar um tempo para mim, fazendo coisas como ir à academia e à ma-nicure. Acho importante estar bem comigo mesma.”

Embora difícil, conciliar a vida de mãe com a carreira pro-fissional também envolveu a questão financeira. Por ser pro-fissional liberal, Camila não teve licença-ma ternidade e preci-sou voltar ao trabalho quando Laura tinha apenas três meses. “Na verdade, nunca deixei de cuidar do gerenciamento da

clínica, mesmo que a distância. Mas quando ela completou três meses comecei a voltar aos poucos, atendendo três pa-cientes por dia. A rotina normal de trabalho só foi retomada quando a Laura completou um ano e entrou na escolinha.”

Hoje, Camila optou por passar as manhãs em casa com a filha. Mas as tardes e as noites são dedicadas ao trabalho. Para tornar essa rotina possível, Laura passa as tardes sob a supervisão dos profissionais da escolinha e duas noites da semana com uma babá. Entre segunda e sexta-feira, a fisioterapeuta acumula dezenas de horas de trabalho, sem relaxar nos cuida-dos com a filha, com o marido e com a casa. Se ela se considera uma supermulher? “Me considero sim, mas só quando consigo levar tudo com bom humor!”

Sintia em ação nos bastidores de uma campanha publicitária: agenda de trabalho concorrida

e conciliar uma carreira profissional de sucesso com apenas um filho já é difícil, imagine com três. A maquiadora e designer de sobrance-lhas Sintia Gasparini, 31 anos, sabe bem o que

é isso. Residente em Campinas (SP), ela trocou a carreira bem-sucedida de modelo por um antigo sonho: atuar nos bastidores do glamoroso universo da moda, como maquia-dora de campanhas publicitárias. Com makes incríveis no portfólio e uma agenda de trabalho concorrida, Sintia preci-sa literalmente se desdobrar para manter o equilíbrio entre a carreira e a vida pessoal: além de ser mãe de três filhos (Gabriel, 13 anos, Felipe, 8 anos, e Rafael, 7 anos), ela ain-

SEntre meninos e makes

da se dedica ao noivo, à casa e aos dois gatos da família.“Conciliar isso tudo não é uma tarefa simples e tran-

quila. Mas acredito seriamente que minha motivação se resume ao amor. Tudo aquilo que é feito com amor não cansa e não sobrecarrega, principalmente quando ele vem de todos os lados e de todas as formas, é recíproco. Não considero nada como obrigação; não me permito fa-zer nada dessa forma. Claro que as obrigações existem, mas as encaro com a maior naturalidade possível e com o menor peso existente, como se fosse uns trocados que dou à vida por todos os presentes que ela me deu”, ava-lia a maquiadora.

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Comportamento

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Mas conseguir encarar a correria do dia a dia dessa ma-neira tão positiva não significa que o processo de se tornar mãe e construir uma nova carreira tenha sido fácil desde o início. Modelo desde os 13 anos, Sintia já acumulava uma bagagem profissional respeitável quando engravidou de Gabriel, com apenas 17 anos. Logo que a gravidez foi con-firmada, ela foi morar com o então namorado (com quem se casaria quatro anos depois), e um novo ciclo de responsa-bilidades teve início em sua vida. “O nascimento do Gabriel foi algo mágico e muito emocionante, foi como se eu hou-vesse ganhado outra vida, crescendo junto com meu filho. A felicidade que ele me trouxe foi tanta que acabei me es-quecendo de mim mesma por um tempo. Foi só quando o Gabriel completou dois anos que me lembrei de que, além de mãe, também era uma mulher.”

Foi então que, aos 23 anos, a maquiadora engravidou novamente. E um ano e meio depois do nascimento de Felipe, a família ficou completa com a chegada de Ra-fael, o caçula. Nesse período, Sintia deixou de modelar para poder se dedicar integralmente à criação das crian-ças. Mas não era só isso. “Havia um sentimento de culpa quando pensava em deixá-los em casa para ir trabalhar. E também não confiava em ninguém para deixá-los tão seguros quanto eles ficavam quando estavam nos meus braços e sob meus cuidados, então não me preocupei em voltar a trabalhar”, revela.

bviamente, ser uma supermulher não é tarefa fá-cil. Conciliar tantas coisas e lidar com diferentes responsabilidades é um prato cheio para o bom e velho estresse aparecer. Para a psicóloga Ana

Frederica, uma das maneiras de ficar imune a esse novo “mal do século” é não ser tão exigente consigo mesma. Ela explica que muitas mulheres se cobram por quererem ser a melhor mãe, melhor esposa, melhor profissional, o que acaba influindo negativamente na autoestima.

“Eu diria que uma boa maneira de driblar o estresse é ser menos exigente consigo mesma e usar todos os arti-fícios capazes de facilitar a vida. Ter alguém para ajudar nos serviços domésticos e trocar uma janta mais elabo-rada por um lanche, por exemplo, são coisas que ajudam as mulheres a terem menos trabalho e concentrarem sua energia onde realmente vale a pena.”

E isso não é tudo. Ainda que o dia seja corrido e os es-forços para manter a harmonia entre a vida profissional e pessoal sejam imensos, a psicóloga recomenda às mulhe-res reservarem alguns períodos da semana para cuidarem de si mesmas. Seja através da prática de atividade física, de cuidados com a beleza ou simplesmente fazendo algo que lhes dê prazer, o importante é estar em sintonia consi-go mesmas para poder lidar com o caos característico da vida de uma supermulher. Pode não ser como receita de bolo, mas as heroínas da vida real estão aí para mostrar que a fórmula para o sucesso pode dar certo. ▪

OMenos cobrança, mais leveza

Esse sentimento de culpa mencionado por Sintia é co-mum nas mulheres que voltam a trabalhar após se tornarem mães. A psicóloga clínica Ana Frederica C. Locilento expli-ca que esse momento delicado tem início muito antes da volta ao trabalho, quando as mulheres começam a tomar decisões como contratar uma babá, enviar o filho à escola, entre tantas outras.

“Isso costuma gerar sentimentos ambíguos, como a cul-pa por ‘abandonar’ o filho e a alegria de retomar a carreira. O sentimento de culpa muitas vezes é acompanhado pelo pensamento de ser uma péssima mãe e que a decisão de voltar ao trabalho pode provocar traumas na criança”, res-salta a psicóloga.

Quando o caçula Rafael completou 2 anos, Sintia e o ma-rido se divorciaram e, hoje, dividem a guarda compartilhada das crianças. Aos poucos, ela retomou a vida profissional, projetando-a de forma que fosse possível conciliar a car-reira com a maternidade. Em vez de abrir o próprio salão, alternativa que a deixaria complemente sem tempo para os filhos, Sintia encontrou na maquiagem uma forma de conti-nuar no mundo da beleza. Tanto o noivo quanto o ex-marido apoiaram a iniciativa. “Trabalho naquilo que amo e me satis-faz, sou uma mãe presente e uma mulher orgulhosa de to-das as escolhas pelas quais lutei e tudo que enfrentei para chegar até aqui e dizer, de boca cheia, que sou realizada em todos os sentidos.”

Supermulheres

Comportamento

Sintia com os filhos Gabriel, Felipe e Rafael: mãe presente e dedicada, ela concilia a criação

dos filhos com uma carreira de sucesso

Foto: Robson Trindade

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Eduardo Amuri

ColunaEconomia

uma animação típica de ano novo, inspirados e felizes, montamos um planejamento. Impre-vistos acontecerão, inevitavelmente. Vem o primeiro e com ele um pouco da animação vai

embora. Mas seguimos. Na semana seguinte, mais dois escorregões, dois fatos não previstos, que não precisa-vam estar ali. Chegam o mau humor e a frustração. Dias depois, o imprevisto derradeiro. Desencanamos do pla-nejamento, justamente quando mais precisávamos dele.

Todos temos um limiar interno. Um balde responsável por armazenar imprevistos e fatos que acontecem contra nossa vontade. Quando esse repositório fica cheio, nos-so potencial de foco e atenção míngua, nós “largamos mão” do projeto, seja ele qual for. Basta a quantidade certa de eventos não desejados e pronto, estamos à de-riva novamente.

Quão cansados precisamos estar para desencanar-mos de uma corrida? Quantos chocolates precisamos comer para descartar o regime que começamos na úl-tima segunda-feira? Quantos deslizes nosso parceiro pode cometer antes que o acordo em prol de um rela-cionamento melhor, firmado na última discussão, seja deixado para lá?

Não suportamos o fato de persistir sem resultados e, em vez de encarar esse fardo, nos apegamos desespe-radoramente a essa justificativa salvadora: não deu certo porque optei por deixar para lá. Mentira.

Se não estudamos e vamos mal em uma prova, tudo bem. Era só ter estudado. Mas e se tivéssemos estudado e mesmo assim o resultado final fosse ruim? É um me-canismo bem rebuscado de autossabotagem, que opera em níveis bem sutis, em planos de qualquer tipo.

Depois da desistência vem o período de ressaca. Por

umas boas semanas, seguimos ao léu. Por fim, brota no-vamente uma chama de disposição. Sentamos e monta-mos uma nova estratégia, um novo planejamento, e as-sim o ciclo segue.

Já que os imprevistos e adversidades continuarão a ocorrer, se quisermos realmente tirar proveito do plane-jamento, é melhor que a gente se conforme com isso. Não adianta gastar horas e horas tentando prever como as situações vão se desdobrar. Cedo ou tarde erraremos. Além disso, não é grande coisa começar um planeja-mento financeiro na segunda e não resistir ao shopping na quarta-feira seguinte. O problema é esse deslize ser tão dolorido, mas tão dolorido, a ponto de fazer com que a vontade de avançar desapareça, e chegue a fase da frustração e da ressaca.

Precisamos de um misto de resiliência e paciência, com as situações e com nós mesmos.

São dois pontos a serem atacados. O primeiro vem na hora de construir o planejamento. Ele precisa ter mar-gens, espaços para vacilos e metas alcançáveis e realis-tas. Caso contrário, cada pequeno erro trará consigo um grande sentimento de frustração. O segundo se relacio-na diretamente com a quantidade de imprevistos com os quais conseguimos lidar sem sentir uma vontade incon-trolável de jogar tudo para o alto.

Mais resistentes, com esse balde maior, permanece-mos estáveis. A tarde de compras vai ocorrer, num dia de cansaço emocional, mas ela não vai nos tirar do prumo em definitivo. Relaxamos, respiramos e seguimos.

Parece filosofia barata de filme americano, mas acho que o Rocky Balboa estava certo. Ao contrário do que parece, não é quem bate mais forte que vai mais longe. É quem consegue apanhar sem cair. ▪

SEU PLANEJAMENTO VAI FALHAR E NÃO É O FIM DO MUNDOVai mais longe quem consegue apanhar sem cair

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: Div

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ção

Eduardo Amuri - Formado em psicologia econômica, escreve sobre finanças e comportamento também noPapodeHomem (papodehomem.com.br) e no PapodeHomem (papodehomem.com.br) e no PapodeHomem Dinheirama (dinheirama.com).

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A ARTEDE FAZER SORRIR

Com proposta de resgatar a criança esquecida dentro de cada paciente, grupo Remédicos do Riso leva alegria a um dos maiores hospitais especializados em tratamento de câncer do país

Texto e fotos: Thatiana Miloso

uinta-feira, 21 de agosto, cinco horas da tar-de. Acabava mais uma visita do grupo Re-médicos do Riso ao Hospital Amaral Carva-lho (HAC), localizado em Jaú, interior de São

Paulo, e reconhecido como um dos principais centros médicos especializados no tratamento de câncer de todo o Brasil. O saldo da visita? Para o grupo de clowns, maxilares doloridos de tanto rir, pernas e pés cansados de tanto andar pelo enorme hospital e uma sensação indescritível de leveza na alma. Para os pacientes, uma alegria tão intensa que nem mesmo a dor ou o sofrimen-to causado pela doença são capazes de anular, mesmo que por alguns minutos.

O trabalho neste dia começou pontualmente às 13h30, quando a equipe se reuniu em uma salinha improvisada

Qdo hospital – transformada em uma espécie de camarim – para dar início ao processo de transformação: roupas formais deram lugar aos trajes coloridos e as caras la-vadas receberam maquiagem e nariz característicos dos clowns. Enquanto pintavam os rostos, iam deixando de lado as preocupações do dia a dia para incorporar de corpo e alma seus personagens. E, então, quase como um passe de mágica, as personalidades do designer Ro-berto Carlos Vanucci, da psicóloga Luciana Lepore e da aposentada Sylvia Guedim saíam de cena para dar lugar aos hilários palhaços Café com Leite, Saraly e Dapavira-da, respectivamente. Estavam preparados para mais um dia de trabalho voluntário como integrantes do Remédi-cos do Riso, prontos para levar alegria e provocar garga-lhadas nos pacientes da instituição.

A adolescente Natália ri da atuação do clown: mesmo que por alguns instantes, a dor dá lugar à alegria

Remédicos do Riso

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Remédicos do Riso

FaçaoBem

O grupo surgiu há 12 anos com o propósito de alegrar as crianças internadas nos hospital, a maioria portadora de algum tipo de câncer e de doenças como leucemia. Com o passar dos anos, o trabalho extrapolou as pare-des da ala pediátrica do HAC e a atuação dos clowns também foi levada para o setor de TMO (ala onde ficam jovens e adultos que necessitam de transplante de me-dula óssea) e para a Unidade Santana (onde ficam inter-nados pacientes com convênio médico).

Atualmente, os 25 integrantes da trupe realizam, todo mês, de 12 a 13 visitas nessas alas, sempre divididos em grupos de dois, três ou quatro palhaços. Eles são escala-dos de acordo com um cronograma em que cada clown é convocado para o trabalho, em média, duas vezes por mês. Tudo é muito bem organizado e seguido à risca pelos “doutores” da alegria, pois o comprometimento de cada membro é o principal elo para manter o grupo vivo e unido.

Sob a maquiagem colorida e os trajes chamativos, es-tão homens e mulheres com idade entre 23 e 61 anos que exercem todos os tipos de profissão: de policial a psicó-

loga, escriturário a artesão, assistente social a bancário, mecânico a dona de casa. Pessoas normais que têm em comum a vontade e a iniciativa de fazer o bem ao próximo.

“Nossa finalidade é levar alegria ao ambiente hospita-lar, resgatando a criança que ficou esquecida dentro de cada paciente em virtude do tratamento. Além das visitas, também participamos de ações promovidas pelo hospi-tal, como campanhas de doação de sangue, tecidos e órgãos”, conta um dos coordenadores do grupo, Rogério César Fabre, conhecido no HAC como palhaço Ligeirinho.

Um dos “doutores” mais antigos da trupe, no próxi-mo ano Rogério completará dez anos como integrante dos Remédicos do Riso. Na época em que entrou para o grupo, a vontade de ser voluntário era grande, mas ele não sabia exatamente o que e como fazer. Foi então que, ao assistir ao filme Patch Adams – O Amor é Contagioso (em que o ator Robin Williams interpreta o estudante de medicina que dá nome ao filme, uma espécie de doutor da alegria), ele se encantou com o trabalho retratado nas telas e decidiu que era isso o que queria para sua vida.

Sylvia Guedim, Luciana Lepore e Roberto Carlos Vanucci no momento da transformação: com a maquiagem e as roupas

coloridas, os palhaços Dapavirada, Saraly e Café com Leite entram em cena com brincadeiras contagiantes e talento de sobra

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Remédicos do Riso

FaçaoBem

Mas o coordenador dos Remédicos do Riso explica que, para se tornar membro da equipe, não basta a vontade de fazer um trabalho voluntário. Os candidatos passam por uma entrevista em que são analisadas, principalmente, a capacidade de comprometimento, a disponibilidade e a vontade de ajudar o próximo. “Se a pessoa é selecionada, ela passa por uma fase de treinamento que tem duração de um ano. Nesse período, o futuro clow n tem a opor-tunidade de trabalhar seu lado psicológico nas oficinas de musicoterapia, psicologia e psicoterapia. Há também oficinas de artes cênicas com o objetivo de proporcionar a desinibição e noções de teatro, além de dinâmicas moti-vacionais e aulas sobre os cuidados com a higiene dentro do hospital”, revela Rogério.

Todo esse período de treinamento, fundamental para os candidatos a clowns se autoconhecerem, também é importante pela própria carga emocional envolvida no trabalho. A maior parte dos pacientes que recebe a vi-sita dos Remédicos do Riso, entre eles muitas crianças e adolescentes, encontra-se com a saúde extremamen-

te fragilizada, seja pelo estágio avançado do câncer ou pela própria gravidade de doenças como a leucemia. E fazê-los sorrir muitas vezes pode não ser tão simples.

Para sorte dos pacientes e de seus acompanhantes, a atuação dos Remédicos do Riso está prestes a se expan-dir consideravelmente, já que neste mês de outubro será finalizado o treinamento de mais clowns que há um ano estão se preparando para se integrarem à equipe. Dos atuais 25 voluntários, o grupo passará a ser composto por 59 pessoas, um aumento significativo que reflete o quão inspirador é o trabalho desses doutores da alegria.

Embora os pacientes sejam os principais beneficiados com o trabalho dos Remédicos do Riso, Rogério garante que são os voluntários quem mais saem ganhando com as andanças pelo hospital. “Saber que você contribuiu, mes-mo que por alguns minutos, para a recuperação do pacien-te é algo maravilhoso. Não há palavra capaz de descrever o que você sente ao saber que alguém que estava tão triste voltou a sorrir, e que você foi um canal para que isso acon-tecesse. É algo transformador”, finaliza Rogério.

Ao ouvir o barulho da trupe no hall da pediatria, criança pediu presença dos doutores da alegria em seu quarto

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Ao ouvir o barulho da trupe no hall da pediatria, criança pediu presença dos doutores da alegria em seu quarto

Remédicos do Riso

FaçaoBem

cada visita dos Remédicos do Riso, a atuação ocorre em um setor específico do hospital, nunca nas três alas juntas. No dia em que a revista Estilo Damha acompanhou o trabalho

da trupe, o setor na escala era a Pediatria, ala onde fi-cam internados crianças e jovens com idade entre 0 e 18 anos, a maioria portadores de câncer e leucemia.

O percurso entre o “camarim” dos clowns e o setor da visita é longo, principalmente porque a equipe interage com todos que cruzam seu caminho: pacientes, acom-panhantes, médicos e demais funcionários do hospital. A reação que causam nessas pessoas é realmente incrível: rapidamente, os semblantes sérios e muitas vezes can-sados vão dando lugar a sorrisos tímidos que acabam se transformando em gargalhadas.

Não só porque a caracterização dos personagens é engraçada, mas também pelas piadas dos clowns, que são realmente boas. Rogério enfatiza que as atuações nunca são ensaiadas e que os doutores palhaços são treinados para serem espontâneos, o que garante a qua-

lidade das atuações. Uma das táticas adotadas pelos in-tegrantes da trupe é tirar sarro uns dos outros, a partir de “pontos fracos” como beleza, peso e idade.

“É claro que isso tudo é consentido e feito de uma forma muito leve para não magoar ninguém. Essas brincadeiras são feitas apenas entre os integrantes dos Remédicos do Riso, nunca com pacientes, acompanhantes ou funcioná-rios do hospital”, explica o coordenador do grupo.

A tática realmente funciona. Em muitos dos quartos onde a equipe da revista Estilo Damha entrou com os c lowns, a primeira reação dos pacientes – muitos com dor e sono – foi olhá-los com certo ar de desânimo, como a jovem Natália, adolescente que aparece na foto que abre esta matéria. Em poucos minutos observando a atu-ação da trupe, a garota já havia substituído o olhar triste por um belo sorriso. “É para isso que estamos aqui. Con-seguir arrancar um sorriso dessas pessoas é tão recom-pensador que não dá para descrever. É algo tão intenso que nos faz ver a vida sob outra ótica.” Não temos dúvida nenhuma disso. ▪

Pelos corredores, alegria contagiante

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FORMAS DE CONTRIBUIROs Remédicos do Riso con-tam com o apoio de parceiros que os auxiliam com materiais como camisetas e adesivos personalizados, nariz de pa-lhaço, equipamentos para bolas de sabão e outros ins-trumentos que os ajudam no trabalho com os pacientes.Quem quiser contribuir pode entrar em contato com o e-mail [email protected] ou diretamente com a Entida-de Anna Marcelina de Car-valho, mantida pelo Hospital Amaral Carvalho, pelo telefone (14) 3621-3064.

Fim do trabalho: cansaço nos pés, leveza na alma

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s eletrodomésticos e companhia estão mudando e se tornando cada vez mais ousados e ino-vadores. A tendência de usá-los

coloridos voltou com tudo, desta vez, com mais cores e formatos para quebrar o bran-co tão comum nas cozinhas. Várias marcas estão fabricando produtos diferenciados para você caprichar na decoração de sua casa. Confira as cores e formatos que vão quebrar a chatice do branco e dar mais vida às cozinhas. Veja as novidades!

CHEGA DE BRANCO,

A ORDEM SÃO OS COLORIDOS!

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Fabiano Menna

ColunaConsumo

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Fabiano Menna _ Figurinista, produtor de moda e decoração, professor universitário, psicopedagogo e ator. Trabalhou no jornal o Estado de São Paulo, no Suplemento Feminino e Folha de São Paulo, na Revista da Folha e Caderno Vitrine.

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Fabiano Menna

ColunaConsumo

1 - Chaleiras em várias cores, de aço inoxi-dável e corpo de silicone, versátil, durável e leve, a primeira chaleira dobrável do mundo, da Taiwan Ecellence.

2 - Liquidificador vermelho Osterize, 110 V ou 220 V.

3 - Máquina de gelo laranja Elettromec, com visor, 110 ou 220 V, produz até 15 kg de gelo por dia, da Suxxar.

4 - Batedeira amarela da linha kMix, da Kenwood, é a perfeita combinação de de-sign de qualidade e cores vibrantes.

5 - Aspirador de pó vermelho, modelo Ergo-easy, da Eletrolux, possui agora design fun-cional, com maior transparência, que facilita a visualização da sujeira armazenada.

6 - Minirrefrigerador retrô amarelo Brastemp, 76 litros.

7 - Máquina de biscoito Biscuit de alumínio vermelho Marcato, 18 x 5 x 21 cm, com 20 tipos diferentes de fôrmas, da Suxxar.

8 - Refrigerador retrô verde, uma porta, é um produto lindo, da Gorenje.

9 - Relógio amarelo de polietileno, para bal-cão ou geladeira, Timer Duck, assinado pelo designer finlandês Eero Aarnio, da Benedixt.

10 - Fogão a gás, na cor Cobalt Blue, 30”, linha professional, da Viking, com quatro queimadores em latão e base antiaderente para facilitar a limpeza.

11 - Cafeteira La Cupula, azul e de alumínio polido, assinado pelo designer italiano Aldo Rossi, da Benedixt. ▪

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Chapada Diamantina

ViagemdoLeitor

VIAGEM DO LEITOR Nesta nova seção, publicamos dicas e roteiros de viagens dos leitores da revista Estilo Damha. A próxima dica pode ser a sua. Fale conosco: [email protected]!

O CAMINHOÉ O FIM...

Quem?

RAJAN ALEXO que faz?Jornalista, editor-assistente da Panrotas

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Morro do Pai Inácio, um dos principais cartões postais da Chapada

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Morro do Pai Inácio, um dos principais cartões postais da Chapada

Chapada Diamantina

ViagemdoLeitor

ira e mexe algum amigo vem a mim dizen-do que vai começar a planejar as próximas férias e que gostaria de uma dica sobre um bom lugar para onde poderia ir. Como tra-

balho com viagens, muitas vezes acaba-se criando a expectativa de que assim, instantaneamente, eu tire um coelho da cartola capaz de satisfazer plenamente os anseios do futuro viajante.

Ocorre que nosso país e nosso planeta são tão vastos e diversos, e as pessoas tão diferentes entre si, que não me sinto confortável de, no bate-pronto, sugerir que o cara vá para o lugar X, como se houvesse um “destino-commodity” capaz de agradar a todos os paladares.

Quando esses amigos vêm a mim, pergunto do que eles estão a fim: de conhecer uma praia linda, neve, uma imersão na natureza, praticar algum esporte de aventura, se estão na pegada de um mochilão. E pergunto também qual é o estado de espírito do cara no momento: se ele está querendo viajar para ficar sozinho e dar um tempo para si, se quer badalação, conhecer gente, se vai viajar com a namorada, os pais. Dessa forma, com um pouco mais de calma, sem pressa, geralmente se chega à via-gem ideal que a pessoa busca.

Por outro lado, é comum também que a “melhor via-gem” apareça de sopetão, meio sem querer. Foi o que aconteceu comigo em relação à Chapada Diamantina, em 2008. Na época, eu estava em um trabalho do qual não gostava, que não me fazia bem, quando num belo dia fui celebrar o aniversário de alguém e encontrei um amigo recém-chegado da Chapada, um lugar que até então talvez eu nunca nem tivesse ouvido falar. Ele co-mentou brevemente sobre o lugar e, de repente, num es-talo, me dei conta de duas coisas: estava trabalhando direto há quase um ano e meio sem férias e que viajar sozinho para longe, para uma imersão na natureza linda de floresta, trilhas e cachoeiras, era do que eu precisava. Já no dia seguinte, pedi férias, comprei as passagens e contatei o hostel sugerido pelo meu amigo.

mbarquei pra Chapada na semana seguinte. Para chegar lá, é preciso voar até Salvador, ir para rodoviária e pegar um ônibus até Lençóis, a principal porta de entrada da Chapada, em uma viagem de quase seis horas. Cheguei à cidade tarde da noite e fui direto dormir. No dia seguinte, conheci um grupo de holan-

deses e brasileiros no café da manhã e saímos para uma trilha leve, rápida e próxima.A Chapada Diamantina tem uma característica interessante: é um lugar tão privilegiado

em termos de natureza que há diversas opções de passeios e trilhas, com diferentes du-rações, sem que necessariamente as mais longas sejam as mais bonitas. Então há pas-seios e trilhas que duram uma manhã, um dia todo, três dias, cinco dias – como o Vale do Pati, um dos trekkings mais famosos do Brasil. Os passeios são organizados por agências de viagens ou pelo próprio meio de hospedagem, como foi o meu caso.

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Cachoeira da Fumaça, vista de baixo

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Chapada Diamantina

ViagemdoLeitor

o primeiro dia fui a cachoeiras mais próxi-mas, sem a necessidade de grandes des-locamentos, só com um guia e mais uma pessoa que havia conhecido no café da

manhã. No segundo fiz parte de um grupo que reunia talvez umas 10, 12 pessoas e passamos o dia visitan-do diferentes atrações, como cavernas, o Morro do Pai Inácio – o cartão-postal da Chapada –, além de umas cachoeiras que serviram de pano de fundo para algu-mas cenas da novela Pedra sobre Pedra. Já no terceiro dia embarquei numa senhora aventura: uma trilha com duração de três dias e pouco mais de 30 quilômetros para conhecer a parte debaixo da Cachoeira da Fuma-ça, outro ícone da região. Fomos em quatro: eu, outro paulista, uma espanhola das Ilhas Canárias e o guia, Flor, cara campeão.

Começamos a jornada caminhando para ver a Fumaça de cima – demos sorte porque havia chovido nos dias anteriores e o volume de água era intenso. Lá você pode deitar numa pedra, bem na ponta do penhasco, para ver aquela queda d´agua linda. Em seguida, começamos a descer a trilha, e dali para frente foi só o deleite de viven-ciar intensamente a natureza, de estar imerso nela. Fazer uma trilha com essa característica é praticamente uma meditação, não tem passado, não tem futuro, e a atenção é total no que você está fazendo agora, ali no momento: desvia do buraco aqui, sente o esforço de subir uma pe-dra ali, ajuda o outro a subir também, sente o prazer de

NAos Passeios

estar em boa companhia, conversando sobre assuntos despretensiosos, leves e simples.

A cada hora na caminhada você se vê em um contexto mais bonito, no meio de um vale, em cima de uma mon-tanha, mergulhando numa cachoeira. Quando baixou a primeira noite, o Flor arrumou o lugar onde iríamos dormir (sacos de dormir, tipo em uma pequena caverna envolta por uma lona que ele montou), bem ao lado de um rio.

Na manhã seguinte, seguimos viagem e chegamos ao objetivo principal do passeio: a parte debaixo da Ca-choeira da Fumaça. Uma queda d´agua gigante com um poço abraçado por penhascos, tão altos quanto a cacho-eira. Fui nadar no poço e vivi ali um dos momentos Top 5 da minha vida, sentindo-me parte daquela natureza gran-diosa, imponente, ao mesmo tempo doce e acolhedora.

A segunda noite foi ainda mais incrível: dormimos lite-ralmente ao lado de uma cachoeira, desta vez só com o saco de dormir, sem lona, sem caverna, nada. Sabe com o que eu acordei na manhã seguinte? Com um chuvis-car fininho tocando meu rosto com a maior suavidade do mundo. Chamei de chuviscar, mas daria para dizer que era a própria mão de Deus me dando bom dia.

Mais algumas horas de caminhada e estamos de novo em Lençóis, vivendo a sensação boa da chegada, ou do retorno, aquele cansaço delicioso...

Chegar é bom, mas, no caso da trilha da Fumaça, “o caminho é o fim mais do que chegar”, como diz a música do Little Joy. ▪

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Amena, queda d’água se transforma em “escorregador” para turistas da Chapada Diamantina

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Ana Mesquita

Esportes

Texto: Décio JuniorFotos: Juan Cogo

ANA MESQUITAAtleta brasileira celebra 20 anos da travessia do Canal da Mancha

Há 20 anos, uma brasileira conseguiu um feito histórico. Atravessou o Canal da Mancha entre a Inglaterra e a França a nado. Na época, a jo-vem Ana Mesquita, com 23 anos, entrou para

a história por ter sido a terceira brasileira a realizar tal fa-çanha. E mais, por ter batido o recorde latino-americano feminino e o brasileiro absoluto. Vinte anos depois, e ainda sustentando o recorde entre as mulheres, Ana se prepara para o lançamento da segunda edição do seu livro A Tra-vessura do Canal da Mancha. E em meio a essa expecta-tiva, a atleta brasileira conversou com o jornalista Décio Junior, em entrevista exclusiva para a revista Estilo Damha.

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Ana Mesquita

Esportes

Quando ela era pequena, “reclamava que não tinha nada para fazer”. Agora, “tento não reclamar da falta de tempo para fazer tudo: o que preciso e o que quero (e quero fazer tanta coisa!)”.

E faz. Entre uma braçada e outra nas piscinas do Clube Pinheiros, local de treino desde que deixou as piscinas de São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, para morar na capital paulista, ainda na adolescência, Ana di-vide seu tempo. Ora para cuidar da filha Clara, ora para fotografar (sua profissão, apesar de ter se formado em Educação Física pela USP), ora para colaborar como vo-luntária nos projetos da Fundação Gol de Letra e para escrever em seu blog.

Mas antes que tivesse uma vida cheia de compro-missos, a menina do interior gostava de travessuras, de abraço, cafuné, chocolate e mexerica. “Agora gosto de abraço, cafuné, chocolate e mexerica, igualzinho”, es-creveu certa vez, antes de confessar em seu livro que o maior de todos os medos era o da água fria do Canal da Mancha. “Eu imaginava que aquela temperatura de água (16oC) era impossível de se suportar por 11 ou 12 horas, que era o tempo esperado para a travessia”, lembra.

Mas, quando passou a treinar com o argentino Claudio Plit, Ana finalmente enfrentou as águas geladas em um treino de oito horas em Mar Del Plata. “Depois deste treino acon-teceu a convocação para a Copa do Mundo no Canadá, e lá fiz a prova mais difícil da minha vida. De 13 nadadoras só 6 terminaram. E, ao final da prova, a campeã mundial na época, a australiana Shelley Taylor-Smith, que pela primeira vez havia abandonado uma prova, no caso por hipotermia, chegou pra mim e disse: ‘Parabéns, com isso você não vai ter problemas para atravessar o Canal da Mancha’. Eu era a maluca brasileira que queria atravessar o Canal.”

Mas, antes do feito, Ana precisou superar duas frus-trações. A primeira foi a morte da atleta Renata Agondi, enquanto tentava realizar a travessia em 1988. “Eu via a Renata na condição de fã. Ela era referência, uma das melhores nadadoras do mundo, e havia sido vice-cam-peã mundial antes de tentar o Canal.”

A segunda etapa a ser superada foi a primeira tentativa de travessia, frustrada. “Em 1992, eu tentei atravessar. Peguei um dia péssimo com chuva, muito vento, o mar muito bravo e nadei até a metade do Canal. Comecei a passar mal, me sentia péssima, muito pior do que estava realmente. O Cláudio tentou me incentivar, mas meu tio, que acompanhava a travessia, disse: ‘se ela quer sair, ela vai sair’, e foi o que eu fiz.”

“Arregona?” – como diria o amigo e também nadador do Pinheiros, Ricardo Ogata – que nada! Ana treinou por mais um ano e, com maior confiança no técnico, entregou a ele a responsabilidade de tirá-la da água, sob qualquer sinal de hipotermia. “Isso porque, quan-do você entra nesse estado, antes de perder os senti-dos, você perde a consciência e continua nadando, e aí é tarde. Então, eu tinha certo medo, e eu disse a ele: quero muito atravessar o Canal da Mancha, mas não acho que ele valha a minha vida. Então, cuida de mim, porque eu não vou pedir pra sair.”

Dito e feito. Na manhã de 23 de setembro de 1993, precisamente às 5h32, Ana Mesquita entrou na água em Shakespeare, na Inglaterra. Acompanhada pelo barco de apoio, nadou, durante 9 horas e 40 minutos, os 36 quilô-metros que encontrou pela frente, enfrentando o frio, as correntezas (ora vindo do Mar do Norte, ora do Atlântico), as embarcações e as inúmeras águas-vivas. E, às 15h12, tocou as pedras às margens do Cap Griz-Nez, na França.

Ana Mesquita em sua relação de harmonia com a piscina do Pinheiros

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Ana Mesquita

Esportes

oda a aventura da travessia de Ana Mesquita está registrada em seu livro (A Travessura do Canal da Mancha), editado pela Grua. Lança-do em 2009, ela comemora os 20 anos da tra-

vessia (e do recorde) com a segunda edição, que já está nas livrarias e no site da editora. “Espero inspirar outras pessoas”, diz, relembrando que na primeira edição rece-beu diversas mensagens de leitores desconhecidos. “É muito gostoso e gratificante, e isso só aumenta a expec-tativa para a próxima edição.”

Na obra, ela resgata um pouco da sua infância, fala da

T

A Travessura do Canal da Mancha

sua preparação e compartilha os devaneios que passa-vam por sua cabeça durante a travessia. Admite o medo da água fria e das águas-vivas, muito maior do que do tráfego de petroleiros que passa pelo Canal – cerca de 250 embarcações por dia. “Eu conto um pouco de tudo e tem muitas das minhas reflexões. Mas a ideia do livro surgiu quando minha filha, ainda pequenina, achou uma fita VHS com as minhas entrevistas e depois de assistir passou a contar pra todo mundo, do jeitinho dela. Então, decidi que eu deveria escrever, e eu estava escrevendo para a minha filha a história que virou livro.” ▪

BRASILEIROS QUE ATRAVESSARAM O CANAL DA MANCHA

▪ Abílio Couto, em 1958 (12h45m) e duas vezes em 1959 (12h49m e 11h33m – recorde brasileiro durante 34 anos)

▪ Kay France, em 1979 (11h36m)

▪ Rogério Lobo, em 1989 (13h47m)

▪ Dailza Damas Ribeiro, em 1992 (19h40m) e 1995 (10h48m)

▪ Ana Mesquita, em 1993 (9h40m)

▪ José Rodini, em 1994 (12h14m)

▪ Igos de Souza, em 1996 (11h06m) e 1997 (ida e volta - 18h33m, sendo 9h31m na ida e 9h02m na volta)

▪ Chistiane Fanzeres, em 2001 (10h14m)

▪ Percival Milani, em 2003 (10h14m)

▪ Marcelo Augusto Lopes, em 2004 (11h21m)

▪ Marta Izo, em 2006 (12h13m)

▪ Paulo Maia, em 2007 (13h49m)

▪ Luciana Mesquita, em 2009 (11h44m)

▪ Edison Peinado, em 2010 (12h29m)

▪ Marcello Collet, em 2010 (10h06m)

▪ Tiago Sato, em 2010 (9h51m)

▪ Alfredo Araújo, em 2012 (11h38m)

▪ Harry Finger, em 2012 (12h40m)

▪ Max Steinhart, em 2012 (12h30m)

▪ Adriano Passini, em 2013 (11h10m)

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Casa Cor Brasília

Arquitetura

NOVAS PERCEPÇÕES, NOVOS CONCEITOS

Fachada da “Casa sob Medida”, projeto de Denise e Juliana Zuba para a instalação da Damha Urbanizadora na Casa Cor Brasília

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Casa Cor Brasília

Arquitetura

Com proposta arrojada, a Damha Urbanizadora leva para a Casa Cor Brasília uma residência projetada para os empreendimentos da empresa na capital federal, mostrando como é fácil morar bem em um lote de 390 m²

Texto: Thatiana MilosoFotos: Edgard Cesar

Fachada da “Casa sob Medida”, projeto de Denise e Juliana Zuba para a instalação da Damha Urbanizadora na Casa Cor Brasília

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Casa Cor Brasília

Arquitetura

arquitetura de uma casa é capaz de revelar muito sobre seu morador. Estilo de vida, gos-tos peculiares, bagagem cultural e até mesmo sua personalidade podem ser traduzidos em

formas, traços, texturas e cores que compõem o projeto arquitetônico. Mas o que um lote, um espaço vazio des-tituído de qualquer construção, pode dizer sobre si mes-mo e sobre seus futuros proprietários? O que é possível construir, por exemplo, em uma área de 390 m²? Essa metragem é suficiente para abrigar uma residência am-pla e confortável? É possível ter a casa dos sonhos em um terreno desse tamanho e, ainda assim, ter espaço para um belo jardim e uma área de lazer aconchegante?

Para muitas pessoas, um espaço vazio não diz absolu-tamente nada e visualizar o que pode ser construído nele não é tarefa fácil. A partir desse diagnóstico, a D amha Urbanizadora decidiu inovar. Inspirada no conceito Um olhar muda tudo, tema da Casa Cor 2013, a empresa le-vou para a etapa brasiliense do evento uma instalação inusitada: um lote de 390 m² – em tamanho real – e uma casa completa projetada sob medida para os empreendi-mentos da empresa na capital federal.

Com essa estratégia, a proposta da Damha na Casa

ACor Brasília – um dos eventos de Arquitetura e Deco-ração mais esperados do ano e que vai até o dia 5 de novembro – é proporcionar aos visitantes uma experi-ência real sobre o “morar bem” em uma área de 390 m², apostando na experiência do olhar como ponto de partida para alterar as percepções de espaço.

Ao chegarem ao Espaço Damha, os visitantes da mos-tra se deparam com um lote vazio de 390 m² ocupado por apenas três placas informativas que os instigam a refletir sobre as possibilidades de construção no terreno. A saída do lote dá acesso a uma espécie de labirinto com enormes front lights que ilustram áreas comuns do Resi-dencial Damha I – que está sendo construído no Distrito Federal – como quadras esportivas, jardins e piscina.

Após fazer esse percurso, o público chega à casa de 214 m² projetada sob medida para o lote visitado. “Em Bra-sília é comum as pessoas morarem em terrenos acima de 1.000 m². Isso faz com que muitos vejam um lote de 390 m² como uma área pequena, sem ter uma noção real de que o espaço é suficiente para abrigar uma casa confortá-vel e funcional. Nossa ideia na Casa Cor Brasília é mostrar justamente que isso é possível”, explica Edio Moraes, ge-rente de Implantação da Damha Urbanizadora.

No living, a integração de ambientes dá um ar moderno à

casa. A sensação de amplitude é favorecida com o uso abundante de vidros; a escolha de materiais naturais, tanto nos móveis quanto nas peças de design exclusivo,

potencializam o estilo rústico chic dos ambientes. No destaque nesta parte do living, as paredes

de vidro permitem a integração do momento relax com a área externa

da casa, dando a sensação de estar em uma varanda.

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Outubro | Novembro 2013 Esti lo Damha | 87

Casa Cor Brasília

Arquitetura

casa do Espaço Damha na Casa Cor Brasília foi projetada pelas renomadas Denise e Julia-na Zuba, sócias do Studio Zuba. Para aumen-tar a sensação de amplitude dos espaços, as

profissionais mesclaram materiais tradicionais como aço, tijolos e madeira com o uso abundante de vidros, espe-lhos e artifícios como pé direito duplo. “Essa é a casa do futuro. A intenção é proporcionar conforto em espaços funcionais e muito bem aproveitados”, comenta a desig-ner de interiores Denise Zuba.

A escolha por materiais naturais, tanto na estrutura quanto no design, conferiu um ar rústico chic à casa, com o despojamento característico da arquitetura brasi-leira. A integração com a natureza também é outro ponto alto do projeto, com o domínio do conceito casa-varanda valorizando ambientes. “Fizemos uma casa para que o

morador possa se comunicar com a natureza, mostrando que o bom de morar em uma casa é justamente esse convívio com o verde”, destaca Denise.

A combinação da arquitetura com os objetos de de-sign, mobiliário e acabamentos escolhidos a dedo para a casa foi tão surpreendente que selecionamos alguns dos ambientes do projeto “Casa Sob Medida” para ilustrar as páginas seguintes, revelando detalhes desta instalação que está dando o que falar na Casa Cor Brasília.

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Espaços amplos, conforto garantido

O mesmo living, visto sob outro ângulo: porta de entrada imponente, pé direito alto e espelho (ao lado do sofá) são artifícios que embelezam a

casa ao mesmo tempo que aumentam os espaços.

No destaque, a tela com tons de laranja alegra o ambiente e prenuncia a cor escolhida para estampar outras

surpresas da casa; no espelho ao lado do sofá, reflexo da enorme parede de vidro adornada por vasos com

diferentes tipos de suculentas, plantas que vão bem com pouca água.

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88 | Esti lo Damha Outubro | Novembro 2013

Casa Cor Brasília

Arquitetura

A sala de jantar é integrada ao living e a uma pequena sala “reservada” – com poltronas exclusivas em

cor laranja – que serve de apoio para esses dois ambientes. Novamente, o vidro usado no lugar da parede de alvenaria permite visão total da área de

lazer, trazendo o verde para dentro da casa.O primeiro destaque: mesa para seis lugares com design clean não sobrecarrega o ambiente, que é

delimitado com um grande espelho sobre a parede; vaso com bambu mossô é outro elemento que permite

a comunicação com a natureza.Segundo destaque: também no piso térreo, escritório

integrado ao living principal tem paredes texturizadas e objetos únicos que dão ar de sofisticação ao espaço.

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Casa Cor Brasília

Arquitetura

No primeiro piso, os tons claros da suíte do casal conferem leveza ao ambiente. As portas de vidro dão acesso à varanda, que funciona como uma extensão do quarto.

No primeiro destaque: sob outro ângulo, a suíte do casal é integrada ao closet. Assim como em outras áreas da casa,

a madeira e as paredes texturizadas formam uma combinação charmosa e contemporânea.

O segundo destaque: requintado, o banheiro da suíte mescla materiais sofisticados como o limestone com elementos naturais como as pedras que estão sob a

banheira, ilustrando mais uma vez o conceito de rústico chic.

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90 | Esti lo Damha Outubro | Novembro 2013

Casa Cor Brasília

Arquitetura

O design clean se mantém no “quarto dos meninos”; o

destaque vai para o armário, feito com vidro argentato bronze

diamantado, conferindo um ar futurista ao espaço dos

adolescentes. No destaque: a varanda pode

se tornar um espaço de convívio no “quarto dos meninos”, perfeito

para os adolescentes que gostam de privacidade.

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Casa Cor Brasília

Arquitetura

Semi-suíte que divide o banheiro com o “quarto dos meninos” foi

transformada em sala de TV e leitura; o vermelho da poltrona e de alguns

elementos decorativos se sobressai e dá vida ao espaço.

Destaque: as plantas do banheiro compartilhado pelas duas semi-suítes

dão uma sensação de frescor ao ambiente; o ar contemporâneo fica por conta do design moderno da

cuba e torneira, além das grandes placas de mármore arabescato

usadas como piso.

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92 | Esti lo Damha Outubro | Novembro 2013

Casa Cor Brasília

Arquitetura

Na cozinha, as bancadas são feitas com as mesmas placas

usadas como piso em todo o pavimento térreo da casa, dando um efeito moderno ao

ambiente; a sofisticação fica a cargo das gavetas da ilha, que

receberam mármore italiano com espessura mínima.

No destaque: a adega com elementos em cor laranja e as pimenteiras naturais não apenas colorem o ambiente

como também mostram como aproveitar melhor os espaços

da casa.

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Outubro | Novembro 2013 Esti lo Damha | 93

Casa Cor Brasília

Arquitetura

A área de lazer é perfeita para receber amigos. Seja no deck da piscina ou no espaço gourmet, a ideia das

arquitetas foi criar um ambiente funcional com o aproveitamento máximo dos espaços.

No primeiro destaque: elementos da arquitetura balinesa inspiraram a criação do espaço gourmet; dos objetos

decorativos à cobertura do ambiente em palha sapé, a intenção foi criar um espaço relaxante, ideal para receber amigos.No segundo destaque: sob outro ângulo, a cobertura em

pérgula permite a criação de uma área de apoio para jantares e churrascos, que também abriga um lavabo.

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Casa Cor Brasília

Arquitetura

pós ter os sentidos aguçados pela “Casa Sob Medida” e poderem se inspirar em seus es-paços, o público da Casa Cor Brasília finaliza o tour pelo Espaço Damha com um gran fi-

nale: uma visita ao estande da Urbanizadora, estrutura que foi construída logo ao lado da casa projetada para o evento. Neste espaço que leva a assinatura das arqui-tetas Tanara Machado e Andrea Nomura, da Quadratti Arquitetura e Interior, os visitantes da Casa Cor podem conhecer detalhes dos dois empreendimentos da em-presa na capital federal.

Como a proposta do estande é voltada ao atendimento ao público, as arquitetas optaram por projetar um am-biente amplo e confortável. Dentro desse espaço, uma enorme maquete do residencial Damha II permite aos vi-sitantes da Casa Cor conhecerem melhor as dimensões do empreendimento e detalhes de sua infraestrutura. Dispositivos de lazer como piscina, quadra poliesporti-va, quadra de tênis e salão de festa, além de elementos

como projeto paisagístico, podem ser visualizados atra-vés da maquete.

Durante toda a Casa Cor, corretores das imobiliárias parceiras ficarão no estande da Damha Urbanizadora para fazerem um atendimento personalizado aos clientes ou qualquer pessoa interessada em obter informações sobre os empreendimentos da empresa.

Na fachada do estande, a dupla da Quadratti optou pe-las linhas retas, símbolos da arquitetura contemporânea. “A volumetria da fachada em estilo reto, com bastante vidro integrando o espaço interno ao jardim externo, mar-ca a modernidade do projeto”, complementa a arquiteta Tanara Machado.

Seja no lote vazio, na “Casa Sob Medida” ou no estande, o Espaço Damha é uma das grandes atrações da Casa Cor Brasília. A cada detalhe, o estilo Damha de “morar bem” aparece como protagonista da instalação, propor-cionando uma experiência única aos visitantes do maior evento de Arquitetura e Decoração da capital federal.

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No gran fi nale, a arquitetura moderna nas linhas do estande DamhaTour pelo Espaço Damha na Casa Cor Brasília termina com visita ao estande da empresa, espaço projetado especialmente para mostrar ao público os empreendimentos da Urbanizadora

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Adoção

MyPET

uem tem animal de estimação sofre menos com estresse, ansiedade, solidão, depres-são e outros males cada vez mais frequen-tes na vida das pessoas. Com tanto amor e

benefícios, ter um companheiro de quatro patas para a vida inteira é uma ideia cada dia mais interessante, e fica melhor ainda se o escolhido for adotado em algu-ma ONG ou resgatado das ruas. Nesse caso, todos os envolvidos – pessoas e animais – acabam tendo suas

Qvidas mudadas para melhor e para sempre.

Entre as muitas pessoas que encontraram seus “fi-lhos” em instituições ou em situação de abandono es-tão nomes como Isis Valverde, Alexia Deschamps, She-ron Menezzes, Bianca Byington, Danilo Gentili, Marcelo Sebá, Xuxa, Daniel del Sarto, Penélope Nova, Laerte Coutinho e muitos outros. Apaixonada pelos animais, a revista Estilo Damha traz nesta edição três declarações de amor.

BEEEEEEM DELÍCIA!

A felicidade pode estar à sua espera em uma rua qualquer

Textos: Marília Dominicci

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Outubro | Novembro 2013 Esti lo Damha | 97

Adoção

MyPET

“Eles me fizeram ser uma pessoa muito melhor e mais feliz”, Luisa Mell (apresentadora de TV)

Minha vida mudou completamente depois da adoção da Dino, minha primeira cachorra. Passei a enxergar o mundo sob outra ótica. A adoção do Marley e da Gisele também foi um marco na minha vida. Independentemente da raça, a situação de-les me chamou a atenção. Viviam em péssimas condições de abandono. Quase todos os dias eu visitava o local onde eles ficavam e, quando eu ia embora, era um drama. O Marley che-gou a escalar um muro de três metros para ir atrás de mim. As pessoas pensam que eu os salvei, mas a verdade é que eles me salvam todos os dias. Quando você adota um animal com uma história assim, ele tem gratidão eterna por você.

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Adoção

MyPET

“Sou mais feliz, mais tolerante e me sinto mais amada. Tudo por causa deles”, Piky Candeias (escritora e assessora de imprensa)

Quando adotei meus gatos, Pituca e Fellini, na Adote um Gatinho, oito anos atrás, não imaginava a transformação que eles me tra-riam. O tipo de amor que nasce de uma relação com um animal de estimação é tocante, sensível e muito particular. A convivência com dois seres vivos que miam, soltam pelos, arranham, bagun-çam e quebram coisas fez de mim uma pessoa mais tolerante, mais paciente e mais compreensiva. Esses dois bichinhos, que pedem colo, acariciam, ronronam e reclamam quando eu saio, fizeram de mim uma pessoa mais amada, mais divertida e mais feliz. Meus gatos me fizeram mais humana e hoje não imagino minha vida sem eles.

Fotos: Arquivo

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Adoção

MyPET

Fotos: Juan Cogo

“Somos pessoas-gato”, Chuck Hipolitho(VJ MTV e guitarrista da banda Vespas Mandarinas)

Temos quatro gatos em casa. Só um é de raça. O Patê é um Bengal lindo e lorde que ganhei faz tem-po. Os outros são adotados e ‘vira-latas’. A Meianoite é a princesinha da casa. Pelo lindo, meiga... e rabo todo quebrado. A Jesebel é a dona da casa, toda preta. O Vidigal ganhou o nome em homenagem ao morro lá do Rio. Quase se chamou Alemão ou Rocinha. Os gatos, além de terem personalidades completamente diferentes, trazem uma tranquilida-de aqui para casa. São legais porque mantêm algo de selvagem e misterioso, isso atrai o pessoal que vem nos visitar. Somos pessoas-gato. Eu e Gaía (mi-nha mulher) teremos um canal no YouTube chamado “Gato e Gata”, porque é assim que chamamos um ao outro. O desenho do logo foi feito pelo Laerte – cartunista –, inspirado nos “Gato e Gata” dele. ▪

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Milton Nascimento

Música

“Tomara que isso não acabe”

Texto: Nicole Thomaso

MILTON:50 ANOS EMUITO SORRISO

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Milton Nascimento

Especial

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Milton Nascimento

Música

ompletamente à vontade de óculos de sol e calça jeans, Milton Nascimento, com ótimo hu-mor e muita conversa, lançou, em São Paulo, seu DVD e CD duplo comemorativo dos 50

anos de carreira: Uma Travessia. Gravado em novembro de 2012, no Rio de Janeiro, a discografia é composta por 23 músicas que divulgou em turnê por cem cidades do Brasil, Europa e América Latina até ser lançada. Um pre-sente para os fãs, patrocinado pela Natura Musical com o apoio da Universal Music.

O processo de escolha das músicas para o repertório du-rou dois anos, e a seleção foi muito bem pensada e penei-rada. Em seguida, cada canção foi trabalhada com novos arranjos, gerando versões leves e encantadoras. “Mais do que fazer novos arranjos, é fazer com que eles apareçam para as pessoas. Queremos que elas entendam o que real-mente escrevemos, na época que fizemos”, explica Milton.

“Morro Velho” e “Canção da América”, preciosidades de sua carreira que não interpretava há tempos, fazem parte da seleção. Canções simbólicas como “Maria, Ma-

Cria”, “Amor de Índio”, “Trem Azul”, “Nos Bailes da Vida” e “Para Lennon e McCartney” também entram no setlist. Milton diz que a escolha foi muito complicada e que o mais importante é sempre incluir grandes sucessos, pois são esses sons que o público aguarda ouvir.

Sobre o começo da sua carreira, Milton conta que, an-tes de ser reconhecido por sua música, fez teatro e que adora representar, mas parece que essa sua vocação não ganhou credibilidade. “Tem ator precisando de dire-tor”, brinca. Acrescenta que sua vontade era fazer astro-nomia, porém, não havia essa opção na faculdade que cursou. Acabou se inscrevendo em um curso aleatório a pedido da família. Quando saiu da faculdade, Milton botou fogo em toda aquela papelada e gritou: “Viva a música!”. E a partir daí a música popular brasileira nunca mais seria a mesma.

Milton destaca o quanto as viagens e as diferentes pessoas que passaram por sua vida foram importantes na realização dos últimos DVD e CD. Ele acredita que, quanto mais se mistura com outras pessoas, mais ganha

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Milton Nascimento

Música

força para continuar com suas canções. Assim, quando questionado sobre sua inspiração, ele diz que o único segredo é manter a casa cheia e revela que, em suas músicas, família e amizade são as grandes inspiradoras. Milton não gosta de ficar sozinho nem do silêncio. Ele tem 136 afilhados de batismo e algumas tartarugas que, sem saber, apadrinhou quando as levou para o mar.

Ao perguntarmos se tem predileção por alguma mú-sica, ele responde que todas são muito importantes, que não tem como selecionar uma. Seu real xodó é o Wagner Tiso: “Ele é o xodó, e também Lô Borges”. Ali-ás, quando o Clube da Esquina vem à tona, ele cai na risada ao contar que vem gente do mundo inteiro para conhecer o tal ‘clube’ e que é uma dificuldade pro-var para as pessoas que não existe um clube. Lembra também o quanto foi complicada a aprovação daquele disco, pois a gravadora não acreditava no trabalho e a crítica também não foi favorável. Mas eles só estavam preocupados em tocar, assim, não se abalaram com a situação. Por fim, algum tempo depois, o disco entrou

na cabeça das pessoas e se tornou histórico.Milton revela que arte e religião se completaram no iní-

cio de sua carreira. “Fui criado em religião católica, em Três Pontas, mas um dia a Nana Caymmi me levou a um centro espírita de candomblé. Lá, um pai de santo me disse: ‘Nunca fuja, porque você também vai ter um ter-reiro’. Fiquei com aquilo na cabeça, sem entender nada. Mas aconteceu uma coisa em uma cidade pequena. Ti-nha um ginásio e cantei até que, de repente, percebi uma luz amarela na plateia. Olhava nos olhos das pessoas e estavam brilhando. Parei e pensei: ‘Como eu pude ser tão burro, meu terreiro é o palco!’.”

O cantor, que é sempre contido, divertido e tranquilo, muda o tom quando o assunto é idade. Milton diz que sua idade é aquela que as pessoas que o estiverem ouvindo acreditem que ele tenha. Para ele, não se tem idade para a música, e conta de um menino de apenas seis anos que dançou e cantou ‘Maria Maria’ para ele. Sobre seu futuro, diz não pensar no que há de ser, mas que “tomara que isso não acabe”. E cai na risada. ▪

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Salão Internacional de Humor

Cultura

m um período em que o Brasil era marcado pela presença de militares na política e os brasileiros carre-gavam palavras presas à garganta

implorando para que se afastassem os ‘cáli-ces’, algumas pessoas traziam em si o poder do riso. Durante a passagem da Ditadura pelo Gigante Brasil, um regime caracterizado por supressão de direitos constitucionais, censu-ra e repressão política, eis que um grupo de amigos piracicabanos – jornalistas, artistas e intelectuais – tem uma iniciativa corajosa e ino-vadora: inserir uma mostra de humor gráfico no Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba. A primeira, não deu certo.

Após algumas decepções, confusões, con-versas e risadas, o grupo, agora com mais in-tegrantes, resolve criar o Salão de Humor de Pi-racicaba. Para isso, foram até o Rio de Janeiro, buscar apoio do jornal O Pasquim. Consegui-ram! E foi assim que, no meio de uma cidade in-teriorana, tradicional, e em uma época de cen-sura, surgiu a grande amizade entre Piracicaba e os cartunistas mais festejados do Brasil, com alta dose de humor e crítica.

O I Salão de Humor de Piracicaba foi rea-lizado no ano de 1974 e, a partir da terceira edição, o evento se tornou internacional, tra-zendo artistas do mundo todo a Piracicaba.

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Um dos mais importantes encontros do humor gráfico do Brasil e exterior

Texto e fotos: Patrícia Volpe

UMA FESTA DECARICATURAS, CHARGES EQUADRINHOS

Hoje o Salão Internacional de Humor de Piracicaba se tornou um evento de sucesso e um marco na história das artes gráficas,

do quadrinismo e do humor gráfico nacional

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Salão Internacional de Humor

Cultura

Conhecidos cartunistas brasileiros contribuíram para a transformação do Salão de Piracicaba num dos mais importantes encontros do humor gráfico do Brasil e ex-terior, entre eles: Ziraldo, Fortuna, Millôr, Zélio, Henfil, Jaguar, Luis Fernando Veríssimo, Paulo e Chico Caruso, Miguel Paiva, Angeli, Laerte, Glauco, Edgar Vasques, Jaime Leão, Gual e Jal. “O Salão participou de uma for-ma marcante na luta pela redemocratização do país. Por causa da ditadura, grande parte dos cartunistas e artistas daquela época encontrou aqui um espaço para expor suas ideias, debater e repensar como se iria transformar o Brasil”, diz Eduardo Ferreira Grosso.

Neste ano, o Salão Internacional de Humor está co-memorando, com alegria, sua 40ª edição.

COMO FUNCIONA??Há uma seleção antes do evento, e os artistas inscritos ficam hospedados em um hotel en-quanto seus trabalhos são analisados e sele-cionados para participar do Salão. Não existem pré-requisitos para se inscrever, é aberto para profissionais e amadores.“Este ano recebemos 4.180 trabalhos de 966 artistas, vindos de 64 países diferentes. São selecionadas 422 obras que participam da mostra principal, na qual encaram o júri de premiação, que selecionam um vencedor em cada categoria”, explica José Silva Junior, pro-gramador cultural do Salão de Humor.Além da exposição principal, acontecem cerca de 40 eventos paralelos, como oficinas de de-senhos e exposições espalhados pela cidade.

“Eu conheço e participo do salão desde 85. O salão funcionou para mim como uma escola, como um aprendizado, principalmente pelo contato com outros artistas que o Salão proporciona.” – Eduardo Ferreira Grosso ,

diretor do Centro Nacional de Humor Gráfico de Piracicaba

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Salão Internacional de Humor

Cultura

A OUTRA COISA

“Não foi combinado, ninguém planejou, mas acho que todos sentiram. Lança-do em plena ditadura militar, o Salão de Humor de Piracicaba seria um salão de humor e seria outra coisa.Essa outra coisa nunca teve um nome exato. Barricada? Resistência? Válvula de escape? Travessura heroica? O fato é que desde os primeiros salões lá estavam, em Piracicaba, o Millôr, o Jaguar, o Ziraldo, o Henfil, o Zélio, os Caru-so – todos levados pelo instinto e pela necessidade da outra coisa. A ditadura acabou, o Salão cresceu e a outra coisa hoje é outra coisa. Mas seja o que for, continua. É o que distingue o Salão de Piracicaba dos seus imitadores e da concorrência, e nos faz voltar ano após ano. A ideia de que, além de uma ce-lebração do talento brasileiro e um dos grandes eventos do humor mundial, a festa em Piracicaba é… é… assim… como dizer? Outra coisa.” Luiz Fernando Veríssimo, escritor e cartunista. (Imprensa Oficial do Estado, 2003)

!

“A expectativa para esse ano é de 200 mil visitantes durante os 50 dias de salão.” – José Silva Junior, Programador cultural do Salão de Humor

ÚTIL:Entrada gratuita em todos os eventos, inclusive nas oficinas

▪ De 24 de agosto (às 19h30)a 20 de outubro

▪ De terça a sexta-feira, das 14 às 18h. Sábados, domingos e feriados,das 10 às 20h

▪ Local: Parque Engenho Central - Armazém 14

▪ Os acervos e a programaçãocompleta você encontra nowww.salaodehumor.piracicaba.sp.gv.br

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Outubro | Novembro 2013 Esti lo Damha | 107

Salão Internacional de Humor

Cultura

ED: Você é considerado o ‘Pai’ do Salão de Humor de Piracicaba. Por quê? Zélio: Creio que seja porque eu fui o primeiro cartunista profissional a aderir à proposta nascida entre estudantes e intelectuais piracicabanos que me procuraram buscan-do orientação pra se fazer o que se fez.

ED: Tratando-se de humor, quem se inspirou em quem, Ziraldo em Zélio, Zélio em Ziraldo, ou houve alguma outra inspiração para os dois? Zélio: Por ter chegado antes, acho que o Ziraldo se inspi-rou na mamãe e no nosso avô. Eu, sendo muito pequeno, não me lembro muito bem, mas deve ter sido no Ziraldo mesmo. Desde menino, me recordo, a gente fazia teatro cobrando entrada – dois palitos de fósforos – num antigo paiol que tinha no fundo do quintal de nossa casa em Caratinga. O Ziraldo era o palhaço, o Ziralzi, o apresen-tador e administrador – era ele quem fechava o caixa e

negociava as entradas. E eu, o menor, era o trapezista. Caí várias vezes, me lembro, justificando as apreensões da mamãe. Mas era tudo muito divertido. Acho que daí a coisa chegou aos nossos corações e invadiu nossas almas. Como não tinha circo, nós, que gostávamos de ra-biscar, agarramos a desenhar piadas. Mas o Ziralzi, que sempre foi o mais sério, é hoje diretor na Casa da Moeda.

ED: Por que conhecer o Salão de Humor de Piracicaba? Zélio: A história do Salão começou com uma utopia múlti-pla que tinha como proposta despertar um melhor enten-dimento entre homens e mulheres sobre a convivência em harmonia. Continuou num evento alegre e criativo, em um lugar privilegiado – no velho Engenho abandonado e hoje recuperado –, na cidade de Piracicaba. Vale à pena vir ver e se integrar nessa expectativa de um mundo a produzir seres humanos aperfeiçoados a cada leva e cada vez mais bem-humorados. ▪

Ilustrador, pintor, jornalista, cartunista, escritor, Zélio Alves Pinto é irmão do também cartunista Ziraldo – o criador do célebre personagem Menino Maluquinho

Papo rápido:Zélio Alves Pinto

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O que vem por aí

VaralCultural

A REVOLUÇÃO:CONVERSAS SOBRE KABIROSHOA Revolução conta histórias e traz exem-plos simples e cotidianos. Ao longo de nossas jornadas vamos percebendo como, desde muito cedo, nos distanciamos de nossas próprias necessidades, de quem realmente somos e, principalmente, da tão almejada paz de espírito. O livro nos auxilia a romper com cer-

tas condutas que contrariam nossa natureza, como a caça incessante por algo que na

verdade está dentro de nós. Um livro para todos que buscam expansão de consci-ência. Eu indico!

Aline VieiraMarketing

DIÁRIO DE UM BANANAJEFF KINNEYGostaria de sugerir este livro que, para minha surpresa, minha filha de 9 anos me pediu de presente de aniversário. Despertou minha curiosidade e não me arrependi. Retrata a vi-são da criança sobre a sua vida infantil, em especial do autor do livro, Jeff Kinney, que apresenta um herói improvável, com uma vida nada fácil. Na escola, ninguém o acha legal ou

impressionante, por mais que ele se esforce. Em casa, pai, mãe e irmão mais velho parecem

viver para fazê-lo pagar mico. Não espanta ele começar um diário onde colocar as ca-raminholas da sua cabeça. Vale a pena ler e conhecer!

Ana Paula FerronatoNovos Projetos

LER e OUVIRDicas de quem faz parte do dia a dia da Damha.

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SKIN AND BONESFOO FIGHTERSFoo Fighters é minha banda favorita, e Skin And Bones (tanto o CD quanto o DVD) é meu álbum preferido da banda. CD e DVD contam com sucessos do álbum In Your Honor, lança-

do em 2005 e que estreou como o mais vendido da Billboard e foi disco de ouro no Brasil. O DVD traz cinco faixas que não foram incluídas no CD. São 21 músicas em versões acústicas. Confira o primeiro álbum ao vivo do Foo Fighters em DVD! Se o CD já era fantástico, o DVD é ainda melhor!

Edson SuguiharaMarketing

onsiderado por muitos o maior compositor de música eletrônica de to-dos os tempos, Vange-

lis escreveu e criou muitas trilhas de filme e televisão, além de vá-rios álbuns solo de sucesso. Seu trabalho inclui as trilhas sonoras dos aclamados filmes: Blade Runner, de 1982, de Ridley Scott, Alexandre e 1492: A Conquista do Paraiso, de Oliver Stone, e o vencedor do Oscar Carruagens de Fogo, que recentemente foi sucesso num espetáculo teatral em Londres. Esta compilação contém algumas das melhores músicas do impressionante re-pertório do músico grego. Música para lavar a alma.

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LIGHT AND SHADOW:THE BEST OF VANGELIS

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O que vem por aí

VaralCultural

pós uma longa passagem pela Europa, Woody Allen volta aos EUA com Blue Jasmine, comédia dramática que conta a história da nova-iorquina Jasmine (Cate Blanchett), esposa do rico inves-

tidor e clone do golpista Bernard Madoff (Alec Baldwin). Com o marido preso por fraude, ela perde sua fortuna e parte para São Francisco a fim de tentar uma nova vida ao lado da irmã (Sally Hawkins), de quem sempre manteve distância. Entre flashbacks que mostram como era a rotina glamorosa de Jasmine em NY e cenas hilariantes de seu novo e fracassado way of line, Blue Jasmine vale princi-palmente pela riqueza que Cate Blanchett dá ao papel. O filme chega às telas brasileiras em 11 de outubro.

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THE WALKING DEAD

BLUE JASMINE

s fãs da premiada série The Walking Dead, exibida no Bra-sil pela Fox, já podem comprar a pipoca e se preparar para altas

doses de adrenalina. A 4ª temporada estreia no dia 13 de outubro, com 16 episódios que prometem intrigar ainda mais o público com novos tipos de zumbis. Como é de praxe, eles farão de tudo para atrapalhar as tentativas de Rick Grimes e seu grupo de sobreviver num mundo pós-apocalíptico dominado pelos mortos-vivos. O seriado é baseado na história de quadrinhos homônima de Robert Kirkman e seu enredo vai muito além de uma simples historinha de zumbis. Se você ainda não conhece a série, vale a pena alugar as temporadas anteriores e correr para a TV no dia 13.

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onfissões de um Cafamântico é o livro de estreia de Ricardo Coiro, colunista dos blogs “Casal sem Vergonha” e “Entenda os Homens”. Dividido em 18 blocos e ambientado na metró-pole (não especificamente São Paulo), as Confissões giram

em torno de temas como Vaidade, Mentira, Tesão, Paixão, Saudade, Alegria, Amor, Egoísmo, entre outros. Voltado principalmente para as mulheres, engana-se quem pensa que o livro é só para elas. Discutir os relacionamentos, as sensações e as emoções pode ser uma tarefa a dois, num ato romântico, regado a taças de vinho, ou mesmo numa mesa de bar com os amigos, acompanhado de uísque e boas risadas.

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CONFISSÕES DE UM CAFAMÂNTICORICARDO COIRO

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O que vem por aí

VaralCultural

“Teatro é bruxaria, é encanto” (Marcos Damigo)

Texto: Fabiano Menna

TALENTO DE SOBRA!

arcos Damigo trocou a Agronomia pela arte de atuar. Começou com seu grande mestre, escritor e psicanalista Roberto Freire, num grupo de teatro-terapia. Assim surgiu o tea-

tro na vida deste talentoso e querido ator, que já traba-lhou com grandes diretores, como Francisco Medeiros e Zé Rubens Siqueira. Apesar da carreira impecável no teatro, protagonizou a novela Fascinação, do SBT, e fez uma participação importante em Insensato Co-ração, de Gilberto Braga, exibida no horário nobre da TV Globo.

Damigo está rodando o Brasil com o incrível espetáculo Deus é um DJ, um mix de música eletrônica e teatro, do alemão Falk Richter, dirigido por Marcelo Rubens Paiva, ao lado da atriz Guta Ruiz. Depois de longas tempora-das da peça no Rio de Janeiro e em São Paulo, o ator tem planos para um monólogo e pode ser visto também em Joia Rara, novela das 18h da TV Globo, dirigida por Amora Mautner.

ED – Quais espetáculos marcaram profundamente sua vida?MD – Breviário – Gota D’Água, com Georgette Fadel, e Os Sertões, do Zé Celso. Deste eu saí de alma lavada.

MED – Pode falar da sua arte de ser espectador?MD – Vejo tudo, vou porque gosto, nunca saí na metade de um espetáculo por não estar gostando.

ED – Como você chegou a este texto? Com foi ser dirigi-do por Marcelo Rubens Paiva?MD – Através de uma amiga alemã, Annette Ramersho-ven, que também traduziu a peça. Em 2006, o Marcelo me convidou para ler a peça no (projeto) Letras em Cena, no auditório do MASP. Foi aí, na presença de uma plateia, que entendi realmente o poder desse texto. Ser dirigido nesse importante processo criativo por Marcelo Rubens Paiva me fez amadurecer muito como ator, exigiu muito mais sabe-doria, me senti mais livre para criar, mais à vontade.

ED – Quais os seus medos e desejos em relação ao futuro?MD – Medo saudável de não me mobilizar, de ficar parado, de não trabalhar, de não fazer o que eu mais gosto, que é atuar. Desejos são muitos, não que seja questão de ego, mas é relevante nos dias de hoje ter desejos. Desejo o respeito com os artistas, desejo di-zer o que tenho para dizer e com isso conseguir tocar as pessoas, para fazê-las pensar, se divertir e ser feliz.

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O que vem por aí

VaralCultural

poiado pela Damha Urbanizadora, Fernando Dassan apresentou seu trabalho em um ver-nissage, na cidade de São Paulo, no mês de setembro. Cheio de cores, movimentos e sor-

risos, ele conta que sua inspiração vem das paisagens e da natureza de sua cidade de origem, Presidente Pru-dente. A apresentação traz, além das telas, sua adoração pela fotografia, com alguns dos seus melhores cliques.

Fernando mostra-se realizado ao falar do apoio em sua exposição. “Fiquei muito feliz e honrado com o patrocínio da Damha Urbanizadora. Antes de qualquer empresa, quis a Damha ao meu lado nesse momento tão especial, já que sempre tive o estímulo da Dona Márcia e do Dou-tor Anwar Damha (fundador do Grupo Encalso Damha). Queria agradecer-lhes, e também ao seu filho Marco Au-rélio, por este presente e pela confiança”, diz.

Ele usou a tecnologia a favor de suas obras, por meio de vídeos que mostram do começo ao fim o proces-so de criação de suas telas. Vale a pena conferir suas obras e as gravações, que estão disponíveis em seu site: http://fernandodassan.com.br ▪

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PRIMEIROMOVIMENTOEM CORESTexto e foto: Nicole Thomaso

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Juliana Cordeiro

ColunaModa

Juliana Cordeiro – Consultora de estilo pessoal e especialista em compras personalizadas. Escreve diariamente no blog Sem Espartilhos (semespartilhos.com.br).Sem Espartilhos (semespartilhos.com.br).Sem Espartilhos

inspiração para este texto vem da minha ex-periência pessoal e de uma prática que tenho divulgado e incentivado no meu blog Sem Es-partilhos desde o mês de fevereiro. Tudo co-

meçou com minha experiência como figurinista da Lara Monteiro de Barros, do programa Escolhas da Vida, da Rede Vida de Televisão.

Como o tempo era curto para atender à demanda das gravações e do programa ao vivo, eu precisava preparar o figurino da apresentadora para no mínimo cinco dias, e foi quando me dei conta de que era possível programar o meu guarda-roupa também.

Foi assim que surgiu a arara da semana. Todo do-mingo à noite, dedico de 40 minutos a uma hora para separar todas as roupas e sapatos que usarei de se-gunda a sexta.

Por que funciona?1. Não precisamos pensar de manhã: você já pensou

na roupa na hora em que a escolheu e sabe que funcio-na. Agora é só vestir e pronto.

2. Economia de tempo: vestir a roupa e sair é muito mais rápido do que escolher a roupa, provar, decidir se deu certo e só depois sair, não é mesmo?

3. Economia de energia: evite esse stress em suas ma-nhãs. O planejamento funciona. O que eu faço e reco-mendo é sempre pensar em alternativas para dias mais frescos ou de chuva. Olhar a previsão do tempo antes de elaborar a arara é fundamental.

4. Conhecimento profundo do guarda-roupa: este exer-cício faz a gente fuçar no armário com mais tempo do que temos de manhã antes de ir para o trabalho ou outros compromissos e, com isso, a gente redescobre o que há

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PARA VESTIR-SE BEM É PRECISOORGANIZAÇÃO

E PLANEJAMENTO

guardado nele.5. Criatividade: o ato de vestir-se passa a ser também

uma brincadeira criativa de olhar para as peças, pensar com quais outras ela pode ser novamente usada e de que forma.

Quando as primeiras araras foram postadas no blog, comecei a receber perguntas questionando se realmen-te funcionava, se eu usava tudo o que separava, se não mudava de ideia no meio da semana e se os meus hor-mônios não me faziam querer buscar outras roupas no armário.

A resposta para as perguntas são:1. Funciona: se você tiver disciplina para repetir o

exercício semanalmente, vai conhecer muito bem seu guarda-roupa, vai aprimorar sua capacidade de montar combinações e de ampliar suas opções.

2. Eu uso tudo, sim, a não ser quando a agenda da semana de trabalho muda, um compromisso mais ou me-nos formal aparece e eu preciso adaptar o que vou vestir.

3. Mulheres tendem a mudar de ideia o tempo todo. Eu também estou sujeita a isso, mas me policio para seguir minhas escolhas e ficar menos sugestionável às mudan-ças de humor.

Você vai se vestir em cinco minutos e verá que é uma delícia acordar e não ter de se preocupar com qual rou-pa usar. Você pode!!!! Vai treinando. Se não conseguir montar os cinco looks, monte dois, depois três, quatro e, quando se der conta, CINCO. E aí a semana estará toda à mão. Além disso, vai ficar com a sensação gostosa da sexta-feira se aproximando a cada cabide vazio. É flui-dez. Organize-se. ▪

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Damha é TopSustentabilidade ADVB

Damha Urbanizadoracelebra acordocom a prefeitura deFeira de Santana (BA)

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Com 52 empreendimentos e mais de 19 mil unidades comercializadas em todo o país, a Damha Urbanizadora está em plena expansão. Atualment e, a Urbanizadora tem empreendimentos lançados em 16 cidades.

Em breve, as áreas já negociadas em Araçatuba (SP), Arapiraca (AL), Assis (SP), Camaçari (BA), Campinas (SP), Caruaru (PE), Catanduva (SP), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP) e Taubaté (SP) marcarão uma nova fase

O melhor conceitode urbanismo do Brasilestá conquistandoo País

de expansão da empresa. E muito mais vem por aí.Neste espaço que criamos na Estilo Damha, você

vai poder acompanhar passo a passo o nossocrescimento. A cada edição da revista, o mapaserá atualizado com novas cidades e novosestados para onde estamos levando a marca Damha,para que o nosso sucesso seja compartilhadocom pessoas que, como você, são a razãode estarmos aqui.

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Você mora num Damha, gosta de fotografar e não sabe onde expor o seu talento? Então, a Estilo Damha vai te dar uma forcinha...

A partir dessa edição, vamos promover uma disputa entre os moradores de todos os nossos empreendimen-tos, e que tem na fotografia um hobby. A cada edição vamos propor um tema para que os fotógrafos de plan-tão busquem o seu melhor clique para retratar o desafio apresentado. A única regra é: a foto precisa ser tirada dentro de um empreendimento Damha.

Todas as fotos recebidas sobre o tema serão analisa-das pela equipe da Estilo Damha e as 5 melhores serão publicadas na sessão Damha News da edição seguinte, quando será apresentado o novo tema.

E o primeiro assunto proposto é: “Pôr-do-Sol no Damha”. Escolha aquele ângulo diferenciado, aquela paisagem especial do seu condomínio, aquele ponto de

Concurso “PROFISSÃO: FOTÓGRAFO”

vista que é só seu, enfim, libere o fotógrafo que existe em você e mostre a todos o seu pôr-do-Sol favorito.

Você tem até as 23h59 do dia 15 de novembropara enviar sua foto de até 5MB para o [email protected]. No corpodo email você deve informar:

· Seu nome completo· Sua idade· O residencial em que a foto foi tirada· A data em que a foto foi tirada

Fotos recebidas após a data limite, bem como as que não tiverem todas as informações solicitadas não serão consideradas.

Participe e mostre seu talento. Estamos esperando pela sua foto!

Foto: Arquivo

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Damha realiza encontros com a imprensade Campos dos Goytacazes (RJ)

Damha é Top Sustentabilidade ADVB

José Paranhos, Luis Azeredo, Daniele Globo,Paulo Montini e Thiago Bellotti

Jornalistas e equipe da Damha no evento do dia 30 de agosto

A Damha Urbanizadora recebeu, no dia 30 de agosto, a imprensa de Campos dos Goytacazes para apresentar a implantação de mais um importante projeto da ABS (Asso-ciação Bairro Sustentável), que pretende, em parceria com a Prefeitura, iniciar o desenvolvimento de um Parque Linear na cidade. Fernanda Toledo, presidente da ABS, comandou a reunião.

Em 18 de setembro, o case “Damha Urbanizadora: Transformação para o bem”, que relata a iniciativa realiza-da pela Damha, em conjunto com a comunidade local da Vila dos Pesca-dores, em São Luís (MA), através da Associação Bairro Sustentável (ABS), recebeu o prêmio Top Sustentabilidade 2013, da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADBV). É o 4º prêmio recebido pela Urbaniza-dora em menos de 3 meses. Em julho, o reconhecimento veio através dos prê-mios Top de Marketing 2013, também oferecido pela ADBV, Benchmarking Brasil e Marketing Best 25 anos.

Vanessa Peterka, Ricardo Benitez, Fernanda Toledo e Marcelo Martins

Já no dia 17 de setembro, para dar continuidade ao relacionamento com a imprensa da cidade, foi realiza-da uma coletiva, que reuniu mais de 60 pessoas, entre jornalistas, radialistas e repórteres convidados, que pu-deram ouvir a apresentação de José Paranhos, diretor superintendente da Damha Urbanizadora.

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Nos dias 5 e 6 de setembro, a Damha Urbanizadora recebeu represen-tantes dos principais veículos de comunicação de Campos dos Goyta-cazes e Birigui, para uma visita aos empreendimentos Damha em São Carlos e São José do Rio Preto, no interior paulista. Durante a press trip, os convidados puderam conhecer os residenciais Damha nas duas cida-des, além do complexo formado pelo Parque Eco Esportivo e o Parque Eco Tecnológico, pioneiro no país.

Na data de comemoração da emancipação da cidade, 18 de setembro, foi assinada a auto-rização para o início das obras entre as avenidas Nóide Cer-queira e Artêmia Pires, em Feira de Santana. A Damha ficará responsável pela construção de um trecho de 3,8 km que deverá receber o nome de Silvio Antônio de Santos Matos, médico conhe-cido na região por suas ações em prol da comunidade. O pre-feito José Ronaldo de Carvalho e José Paranhos, Diretor Superin-tendente da Damha, estiveram presentes ao evento – além do ex-governador do Estado da Bahia, Nilo Coelho, corretores de imóveis, representantes da imprensa e demais membros da sociedade.

Damha Urbanizadora celebra acordocom a prefeitura de Feira de Santana (BA)

O prefeito José Ronaldo de Carvalho e José Paranhos durante o evento

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Jornalistas de Campos de Goytacazes (RJ)e Birigui (SP) visitam empreendimentos Damha

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Visita ao Villas Damha

Nos dias 20, 21 e 22 de setembro, foi realizada uma visita monitorada dos clientes ao Villas Damha, Campo Grande (MS). Na ocasião, foram visitadas 110 unidades.

Durante as visitas foi apresentado aos clientes e suas famílias a área comum (já mobiliada e com paisagismo) e esclarecidas dúvidas sobre o cronograma de entrega. Eles puderam também visitar a sua própria unidade adquirida, acompanhados por um dos técnicos da equipe Damha, e também a casa modelo, com nova decoração.

Todos os clientes receberam um kit contendo um pen drive com a planta da sua casa, uma trena e um bloco de anotações para os próximos passos que antecedem a mudança. Vale ressaltar que mesmo recebendo visitas, as obras não pararam nem mesmo nestes dias.

O evento foi um sucesso, pois trouxe aos clientes a

tranquilidade que a Damha quer transmitir, de que a obra está caminhando de acordo com as últimas informações transmitidas. A grande maioria expressou enorme satis-fação com o que estará recebendo e com a qualidade do nosso produto.

Os demais clientes que não compareceram poderão visitar em outra data, a ser agendada junto ao nosso escritório local (Escritório Campo Grande: (67) 3383.6100).

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Damha São José do Rio Preto (SP)promove 3ª Corrida Damas no Damha

A Damha Urbanizadora e a ALCER (Associação de Lazer, Cultural e Esportiva Rio-pretense) promoveram no Damha, dia 25 de agosto, a 3ª edição da Corrida Damas. Aproximadamente 300 mulheres vestiram-se de rosa para enfrentar o circuito de 5 km da prova. Todas as participantes receberam kit premiação contendo meda-lha e camiseta do evento. Na chegada, a organização

Feijoada e confraternização marcamlançamento da Damha em Marília (SP)

A Damha Urbanizadora promoveu, em 17 de agosto, uma confraternização em comemoração às vendas do seu primeiro empreendimento na cidade de Marília (SP). O evento, que reuniu clientes, parceiros e convidados, contou com cerca de 700 pessoas para celebrar o suces-so de vendas do Village Damha Marília, que, aliás, teve

todos os seus 430 lotes comercializados em menos de 24 horas na fase de pré-lançamento. Os presentes curtiram uma feijoada, além de música ao vivo, bar-zinho de caipirinhas e playground para as crianças. Uma grande tenda climatizada garantiu o requinte e a comodidade dos convidados.

ofereceu ainda alimentação e hidratação adequadas para as corredoras. As três primeiras colocadas receberam também troféus.

No dia 8 de dezembro, a Damha promove, também em Rio Preto, a 5ª edição da Corrida de Rua Damha, que já é uma das mais tradicionais provas na cidade e deverá contar, este ano, com percursos de 5 e 10 km.

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Damha Urbanizadora e ABSdefi nem criação de Parque Linearem Campos dos Goytacazes (RJ)

Uma área próxima aos bairros Parque Esplanada e Julião Nogueira dará lugar ao novo projeto, que beneficiará os moradores e população da cidade. A ação foi definida em conjunto com lideranças locais.

A Damha Urbanizadora, por meio da Associação Bairro Sustentável, em parceria com a Prefeitura da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ) e o apoio da comunidade, será responsável pela implantação de mais um importante projeto, desta vez na área de influência de seu empre-endimento na cidade carioca: o Parque Linear Valão do Esplanada, localizado próximo aos bairros Parque Espla-nada e Julião Nogueira. O projeto, iniciado no começo de outubro, trará benefícios para os moradores de diversos bairros da região.

Entre os principais objetivos da ação estão: a preserva-ção e recuperação das margens do corpo hídrico; melhoria da qualidade de vida, saúde e segurança dos habitantes locais; a reversão do quadro de degradação da área e potencialização do processo de recuperação e melhoria das condições ambientais; a valorização estética e visual do es-paço público para recreação; a integração da comunidade; e a preservação ambiental.

A implantação do Parque Linear é fruto de um trabalho realizado pela ABS desde o mês de junho de 2013, quando foi feito o diagnóstico de identificação das lideranças locais e principais prioridades dos moradores do território. Então, foi constatada a preocupação com a saúde pública e segu-

rança. Com o crescimento dos bairros que margeiam o valão da antiga fazendinha, assim denominado pelos moradores, o local se tornou vetor de doenças, descarte de resíduos domiciliares e da construção civil, ou seja, uma área potencialmente perigosa e pouco explorada.

O projeto envolve uma série de etapas de execução, entre elas: a criação do projeto “Meu Olhar Cuidando do Meu Ambiente” para alunos do colégio Clóvis Tavares, Parque Esplanada e Escola Municipal Walter Siquei-ra, no bairro Julião Nogueira; a limpeza do 1,5 km de margens do corpo hídrico do futuro parque, por meio de roçagem, retirada de entulhos e outros resíduos; a ins-talação de caminhos, áreas verdes, ciclovias e áreas de convívio; o plantio de espécies arbóreas nas margens, caracterizando mata ciliar; e a criação de grupos que utilizem o espaço para diversas práticas.

De acordo com Fernanda Toledo, presidente da Associação Bairro Sustentável, “a criação de um Parque Linear na região é um passo decisivo para atendermos às prioridades da área de influência direta do empre-endimento, que compreende vários bairros. Sem contar a importância da conscientização ambiental para as crianças e jovens e a otimização do espaço público”.

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Participantes do Programa de Qualifi caçãode Mão de Obra em Barra dosCoqueiros (SE) recebem certifi cados

O programa de qualificação de mão de obra organizado pela Damha Urbanizadora, através da Associação Bairro Sustentá-vel, em parceria com o Centro Comunitário Sócio Cultural de Barra dos Coqueiros, promoveu, conforme previsto, cursos profissionalizantes de garçom, camareira, auxiliar de cozinha e informática básica, com todo o material didático necessário.

Iniciados no dia 16 de junho e concluídos em 6 de agosto,

os cursos contaram com professores que ministraram aulas teóricas e práticas, por meio das quais os alunos puderam aperfeiçoar suas habilidades. Ao final dos cursos, os participantes receberam os certificados em um evento de confraternização. As 80 vagas oferecidas foram preenchidas por pessoas na faixa etária de 20 a 30 anos que estavam fora do mercado de trabalho.

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Taça Gocil: golfe e festa no Damha

Otávio Mesquita, Washington Cinel (Gocil), Álvaro Almeida, Carlos Gonzalez, Felipe Almeida e Giovane Gávio

A sétima edição do Aberto Damha Golf Club – Taça Gocil de Golfe, que aconteceu na metade de setembro, manteve a tradição do clube de São Carlos (SP) de misturar esporte, música e atrações variadas num só evento, que movimentou perto de R$ 2 milhões na economia local. O torneio, que é considerado o melhor do País pela imprensa especializada, mais uma vez surpreendeu os convidados e deixou marcas no golfe nacional.

Grandes empresas ligaram seu nome ao evento, com destaque para a Gocil, uma das líderes no mercado de segurança empresarial, eletrônica e pessoal, com quase 30 anos de atuação e presença em São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e a Damha Urbanizadora, presente no cenário nacional desde 1979 e atualmente com 52 empreendimentos e mais de 19

mil unidades comercializadas em 16 estados brasileiros. Os copatrocinadores foram: a Stéfani Motors, que

expôs e promoveu test drives com veículos da Toyota; a Auxter, uma das principais distribuidoras de máquinas e equipamentos novos e usados para a construção, indús-tria, limpeza e movimentação de materiais do Brasil; a Saccaro, uma das mais famosas e respeitadas marcas de móveis do país, que expôs alguns de seus produtos no evento; e a Allianz Seguros, que, há 107 anos no Brasil, está presente em todo o território nacional.

O evento começou na quinta-feira, dia 12/09, data re-servada para o treino dos golfistas inscritos e para a dis-tribuição do kit de brindes, que incluía de camisas pólo de golfe e toalhas a uma inédita capinha para iPhone personalizada com o logo do clube e a cachaça Damha.

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Texto: Henrique Fruet

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Washington Cinel, a campeã Carla Ziliotto, Carlos Gonzalez,o campeão Glen Boggini e Mário Múcio Damha

Após o treino, o palco do evento foi inaugurado com um show de jazz da cantora carioca Nanny Soul, que atualmen-te faz parte da Banda Altas Horas, do programa do Sergi-nho Groisman na TV Globo. Os convidados puderam beber drinques da Blue Label, Itaipava e TNT, iniciar a degustação de azeites e vinagres especiais da Oil & Vinegar e apreciar grand crus da Nespresso. A festa só não avançou noite

adentro porque o torneio começava no dia seguinte.Os primeiros grupos entraram em campo às 6h39

da sexta-feira, quando aconteceu a primeira rodada da competição. Os golfistas tiveram à sua disposição um brunch das 6h às 17h e, depois disso, puderam se servir à vontade de hambúrgueres do Trem Bão (famosa lanchonete de São Carlos).

Com patrocínio da Gocil, Damha Urbanizadora, Stéfani Motors, Auxter, Saccaro e Allianz Seguros,

a sétima edição do Aberto Damha Golf Clubfoi mais um marco no golfe nacional

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No cair da noite, o palco recebeu um show da Amber-vision, uma Big Band bastante animada e irreverente que traz em seu repertório os maiores hits de todas as épocas. O apresentador Otávio Mesquita, da Band, subiu no palco e deu uma canjinha junto com o grupo.

No sábado, dia da final da competição, aconteceu o já tradicional churrasco de carneiro no rolete, realizado desde a primeira edição do torneio – desta vez, foram 25 carnei-ros. Após a final, o grupo Cantando na Chuva promoveu a primeira flash mob (aglomerações instantâneas de pes-soas para executar ações previamente combinadas) num clube de golfe do Brasil: artistas que estavam misturados ao público começaram a cantar o melhor da MPB. Logo em seguida, uma escola de samba entrou em cena e colo-cou todos os convidados para dançar. Foram distribuídos tamborins personalizados com o logo do Damha para que o público pudesse interagir com os músicos.

Na parte esportiva, o americano Glen Boggini e a pau-

Cinel, Dr. Anwar Damha e Gonzalez; no destaque, Mesquita e a banda Ambervision

lista Carla Ziliotto foram os campeões das principais categorias do Aberto Damha Golf Club – Taça Gocil de Golfe. Boggini somou 147 tacadas, contra 150 de Marcelo Muritiba, de Itu, e 151 de Marcos Negrini, do próprio Damha. “Conheci o Damha há alguns anos e disputei o Aberto em 2012. Este ano consegui me programar para vir novamente ao torneio, um dos mais animados que conheço”, disse o campeão, que vive em Connecticut, nos EUA. “Fiquei muito feliz com o título”, completa. Já Carla, líder do ranking paulista de golfe, somou 140 tacadas, contra 156 de Lucia Guilger e 157 de Ruriko Nakamura.

“Este é um evento que tem feito história no golfe brasileiro”, disse o empresário Washington Cinel, presidente da Gocil. O empresário Dr. Anwar Damha, fundador do Grupo Encalso Damha e idealizador do Damha Golf Club, esteve presente na cerimônia de premiação e foi aplaudido por todos.

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O bicampeão olímpico de vôlei Giovane Gávio foi uma das atrações do torneio. Ele terminou em 16º lugar em sua categoria. O apresentador Otá-vio Mesquita também participou da competição.

Os patrocinadores oficiais da sétima edição do Aberto Damha Golf Club – Taça Gocil de Golfe foram a Gocil e a Damha Urbanizadora. Os copatrocinadores foram a Stéfani Motors – Toyo-ta, Auxter, Saccaro e Allianz Seguros. O evento teve como parceiros o Banco Alfa, Facchini, Lig Veículos, SPA Água Santa, Constantini, Blue Label, Itaipava e TNT e apoio de Toalhas São Carlos, Tapetes São Carlos, Fibras Mil, Tulha Restaurante, Trembão, Nespresso, Oil & Vinegar, Nascimento Turismo, Club Med, São Bento Golfe, Corretora de Seguros Almeida Budoya e Vila Fonte Água Mineral. A realização foi do Damha Golf Club, 4Dot e Federação Paulista de Golfe.

Sede do Damha Golf Club e exposição de veículos da Stéfani Motors/Toyota

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Marcio Rachkorsky – Advogado especializado em condomínios há mais de 20 anos, comentarista e apresentador da TV Globo/SP e comentarista na Rádio CBN. Escreve também no caderno de Imóveis da Folha de São Paulo, aos domingos.

ada condomínio ou loteamento é um ente ju-rídico independente, com administração pró-pria e autonomia plena de gestão. Do portão pra dentro, os moradores rateiam as despesas

e discutem os problemas e soluções nas assembleias gerais ordinárias e extraordinárias. Certamente, um dos temas mais debatidos é a segurança, e os condomínios costumam gastar fortunas com vigilantes, equipamentos e sistemas. E os problemas comuns aos condomínios re-ferentes a uma rua, a um bairro, como são tratados?

Infelizmente, não há união e integração entre os condo-mínios e loteamentos, o que fatalmente dificulta a discus-são e solução de problemas crônicos e graves, tais como iluminação pública, trânsito, conservação de calçadas e, naturalmente, segurança. E por falar em segurança, de que adianta morar num verdadeiro forte, com guarita blin-dada e vigilantes bem treinados, se o entorno é comple-tamente ermo e inseguro?

No caso de condomínios vizinhos, vale a máxima: “a união faz a força”! Integração é a palavra de ordem para que os síndicos possam encontrar soluções mais efeti-vas e econômicas, bem como fiquem mais fortes para pleitear melhorias dos serviços públicos. Em recente visita à Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, conheci um sistema muito interessante de Associação de Condo-mínios e Loteamentos, congregando síndicos e dire-torias dos empreendimentos de um quadrilátero, para implementação de soluções integradas de segurança, transporte, iluminação, manutenção de áreas verdes e praças, dentre outros temas relevantes para os mora-dores do bairro. Lá, as construtoras e incorporadoras participam da associação e já inserem nas conven-ções dos futuros condomínios a adesão à associação, como forma de garantir a unidade e a integração. Em

São Paulo, felizmente, as associações de condomínios já começam a surgir e representam um avanço social grandioso, sobretudo no quesito segurança.

A constituição de uma associação de condomínios e loteamentos é um procedimento relativamente simples e barato e depende da iniciativa de alguns síndicos e diretorias de uma mesma rua ou bairro, mediante os se-guintes passos:

▪ Reunião inicial para definição do escopo e objetivos da associação.

▪ Elaboração de um estatuto social, com todas as re-gras, direitos e deveres dos associados e da diretoria.

▪ Assembleia para eleição da diretoria.

▪ Elaboração de ata e registro perante o Cartório de Títulos e Documentos

▪ Inscrição na Receita Federal e obtenção de CNPJ.

▪ Elaboração, discussão e aprovação de previsão or-çamentária.

Importante contar com a assessoria de um advogado,

bem como de um contador ou administrador, uma vez que a associação de empreendimentos e sua diretoria possuem obrigações legais e devem prestar contas aos associados, com total transparência.

Os projetos DAMHA representam um ótimo case, uma vez que a preocupação com o entorno dos empreendi-mentos, e até mesmo com a comunidade lindeira, já sur-ge na concepção do projeto, sob o conceito de “Bairro Sustentável”. O mercado imobiliário pode e deve contri-buir para um crescimento sustentável, seguro e equilibra-do das cidades, o que requer planejamento, investimento e dedicação. No final das contas, todos ganham, sobre-tudo com a valorização do seu patrimônio. ▪

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ASSOCIAÇÃO DE CONDOMÍNIOS

E LOTEAMENTOSO mercado imobiliário pode

e deve contribuir para um crescimento sustentável, seguro e

equilibrado das cidades

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Marcio Rachkorsky

ColunaCondomínio

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Novidades do Damha Golf Club

GolfNews

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