Olhar
?Reserva particular do patrimônio natural
?Micheline Drumond, consultora socioambiental, fala sobre sustentabilidade
Vestindo o verde nas empresas
?Cozinhas mais eficientes com conceito sustentável
SustentavelNº 0
Saiba o que fazer para a sua empresaobter um
certificado
Tecnologia e SustentabilidadeParceria que traz resultdos
Energia NuclearUma alternativa realista
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De 16 a 20 de agostoCentro de Convenções do Ceará
Fortaleza - CEwww.icid18.org
Segunda Conferência Internacional - Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas - ICID 2010
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É muito comum pensar na natureza apenas em termos de quantidade. Quantos milhões de litros de água doce ainda nos restam, quantas árvores faltam cair, quantos minerais podemos extrair. Esquecemos que o meio ambiente funciona como um filtro; os recursos que a Terra possui são possíveis porque há um ciclo constante de transformação. A degradação ambiental se assemelha a uma intoxicação alimentar. Quando comemos algo estragado não conseguimos fazer a absorção de determinados elementos. O mesmo ocorre com a natureza. Ela consegue “digerir” grande parte da poluição que causamos e renovar seus recursos, porém esse processo leva tempo. Dependendo da quantidade e da gravidade da destruição, são necessárias décadas eoucentenas de anos. No ritmo em que estamos entupindo o funil ambiental o ciclo de recomposição não consegue sequer começar. A nossa economia não dá importância a variável “natureza”, tratando-a como uma fonte inesgotável de matéria-prima e comportadora de quantidade infinita de bens. “Um mito fez os demógrafos darem ênfase aos números relativos e não aos absolutos. Esses mitos fizeram os economistas olharem também para o crescimento relativo dos fluxos e não os absolutos. Ninguém se importa com o aumento gigantesco de casas e veículos em termos absolutos, apenas com a taxa de crescimento. Focamos em fluxos e em crescimento relativo, as variáveis econômicas principais são fluxos. Isso é fruto do mito que está colocando a humanidade numa rota suicida, tanto do ponto de
vista ecológico quanto econômico.” Disse Hugo Penteado, economista-chefe do Banco Real e autor do livro Ecoeconomia: Uma nova abordagem. Os lixões das cidades representam muito bem esta visão. Estão lotados e as iniciativas para ordená-los são apenas paliativas. Tecnologias como o fosfogesso, que aceleram o processo de decomposição de produtos orgânicos através de sulfetos, não vão conseguir eliminar o problema, pois a demanda do lixo é grande e cresce a cada dia. O problema do lixo é análogo a todos as questões da poluição como emissão de gases tóxicos e contaminação dos rios. Os produtos da nossa sociedade não desaparecem instantaneamente, ignoramos seus destinos. “Em um ano somos capazes de produzir mais bens e serviços que desde o início da humanidade até a Segunda Guerra Mundial.” (idem) É preciso mudar a concepção de sustentabilidade dentro das empresas, estudando a questão para visualizar sua importância imediata. Tratar a questão do desenvolvimento sustentável apenas como estratégia organizacional e imagem não vem funcionando mais, pois líderes mundiais, cientistas e economistas estão levando à sociedade o problema para ser pensado. Os efeitos da poluição são cada vez mais constatados por nós através das mudanças climáticas e doenças causadas pelos gases da frota de carros das grandes cidades, indústrias e pecuária, além do desaparecimento de espécies de peixe dos rios.
EditorialO reverso da mesma moeda Marcel T. Otsuka
De 16 a 20 de agosto
Segunda Conferência Internacional - Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas - ICID 2010
Laíze RopelatoÉrick Cirqueira Marcos Antônio Teixeira
Fernando Lima Marcel Otsuka
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Index
EntrevistaMicheline Drumond 5
TendênciaCamisas EcológicasSustentabilidade à La Carte
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EcologiaUma floresta no meu quintal 12
PolêmicaSr. Burns, o vilão que pode salvar o mundo
TecnologiaAperto de mãos: tecnologia e sustentabilidade 16
CapaComo obter o selo verde 18
Artigo: Marcos Antônio TeixeiraLiderança Situacional 21
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ExpedienteDiretoria Geral e Conselho editorialLaíze Ropelato
Gestor Administrativo e FinanceiroLaíze Ropelato
Editor ChefeMarcos Antônio Teixeira
Especialista em SustentabilidadeJosé da Silva
Gestão de Distribuição, prospecção de anunciantes e Assisnaturas Fernando Lima
Repórter/FotógrafoÉrick Cirqueira
Repórter/DiagramadorMarcel Otsuka
Olhar Sustentavel
ImpressãoGráfica EtcOlhar Sustentável é uma publicação da Editora Atena Ltda.Caixa Postal 72650São Paulo/SPCEP 01429-230E-Mail: [email protected]
www.olharsustentavel.com.br
Conselheiro EditorialHugo Penteado
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Micheline DrumondMicheline é engenheira de minas formada pela UFMG, Universi-dade Federal de Minas Gerais, em �000. Em �00�, se tornou espe-cialista em Gestão Ambiental também pela UFMG. Tem mestrado em Geotecnia Ambiental aplicado à Mineração pela UFOP, Uni-versidade Federal de Ouro Preto, em �006, além de ter cursado o programa de gestão responsável para sustentabilidade pela Funda-ção Dom Cabral, em �009. Trabalha há 10 anos em projetos de mineração e meio ambiente, com grande experiência em licencia-mento ambiental em empreendimentos de mineração, siderurgia e indústria.Atualmente está coordenando projetos socioambientais e de de-senvolvimento sustentável dentro dos projetos da empresa Hatch Consultoria, em São Paulo, principalmente em plantas siderúrgicas e complexos minerários, dando suporte as Unidades de Negócio do Brasil. Atua diretamente nos aspectos e impactos ambientais e sociais, gerenciando riscos e oportunidades, propondo tecnologias limpas e visando o desenvolvimento de procedimentos sustentáveis dentro dos projetos. Alguns projetos que Micheline já participou: Vale – Projeto Alpa em Marabá-Pa, due diligence Anglo América – Projeto Minas Rio, Nucor - Planta Integrada Minero Siderúrgica - Corumbá/MS, Vo-torantim- Projeto Cobra-Planta Siderúrgica na Colômbia.
O cenário da sustentabilidade
Entrevista
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Qual a importância, para as empresas, da inserção dos conceitos da sustentabilidade em suas atividades? Historicamente focado na obtenção de resultados financeiros, o mundo empresarial começa agora a se ver às voltas com cobranças da sociedade quanto ao impacto de suas atividades tanto na sociedade quanto no meio ambiente. Esta mudança de atitude reflete a tendência do impacto dos consumidores nas empresas, no sentido de questioná-las sobre seu desempenho para a sustentabilidade e tomar decisões de compra que refletem seus valores pessoais. Não só os consumidores mas os investidores no mundo inteiro se preocupam cada vez mais com as ações sociais praticadas pelas empresas nas quais pretendem investir. Segundo Christopher Wells, ex-analista do antigo Banco ABN Amro Real, “a prática vem provando que a preocupação com a ética não é mais uma questão apenas de consciência, mas de lucro maior ou menor para o investidor”.Você poderia citar algumas dicas para as empresas que querem aplicar estes conceitos em sua corporação?As dicas mais significativas proporcionadas pela busca efetiva por negócios mais sustentáveis são:Economizar custos, reduzindo os impactos ambientais e tratando bem os empregados; aumentar a receita, promovendo melhorias ambientais e beneficiando a economia local; reduzir riscos, por meio do engajamento dos stakeholders; melhorar a reputação, incrementando a eficiência ambiental; desenvolver o capital humano, com uma gestão de recursos humanos mais eficiente; facilitar o acesso ao capital, com uma melhor governança; criar outras oportunidades, promovendo o desenvolvimento da comunidade e lançando produtos que não prejudiquem o meio ambiente.Este é, sem dúvida, o assunto do momento. Como está o Brasil neste cenário? Você acredita que nosso país ainda está atrasado com relação a outros países?As economias emergentes tornam-se cada vez mais importantes nos negócios. A rápida industrialização levou ao crescimento de mercados consumidores em países como Brasil, China e Índia. Mão de obra barata, progresso nos transportes de carga internacionais, facilidade de extração de minerais do subsolo são alguns dos fatores que atraem as empresas multinacionais a
atuarem nesses paísesComparando-se a situação das empresas em mercados emergentes, como o Brasil, com as dos países desenvolvidos, observa-se que, enquanto as empresas de mercados emergentes estão ainda bastante focadas em redução de custos e em aumento de receitas no curto prazo, as de países desenvolvidos têm grande foco em interesses mais intangíveis, como o valor da marca e questões relativas à reputação da organização. Em países desenvolvidos, o investimento na comunidade e seu desenvolvimento são encarados como projetos com custo fixo. Já nos mercados emergentes esses fatores se mostram importantes para a redução de riscos e para a própria continuidade das atividades da empresa. Você acha que as Instituições de Ensino do Brasil deveriam conscientizar os jovens com relação a preservação do meio ambiente?Sim. O Brasil, no contexto internacional, mesmo com os avanços observados nas últimas décadas, não se encontra em posição social favorável, destacando-se por ser muito desigual e estar principalmente em posição de atraso educacional que pode exigir anos para ser superada. Nós atualmente nos encontramos abaixo das médias de analfabetismo e longevidade mundiais. Todo esforço do governo e de instituições relativos a educação, principalmente com conscientização socioambiental, é fundamental. Você acredita que os empresários estão mais cientes de seu papel e de suas responsabilidades com a sociedade e o meio ambiente e estão levando isso em consideração nos seus empreendimentos? Diversas iniciativas de empresas brasileiras são realizadas buscando o desenvolvimento de comunidades vizinhas. As empresas percebem que não há como se expandir em um ambiente limitado por problemas relacionados à saúde, educação, água, saneamento. Em muitos casos, as empresas consideram o desenvolvimento da comunidade local como um fator indispensável para o sucesso de seus negócios, pois a escassez de infra-estrutura e capital humano se torna um problema insuperável.Para tornar uma empresa sustentável são necessários grandes investimentos? É possível obter retorno financeiro ainda maior sendo uma companhia preocupada com a sustentabilidade?
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Como em qualquer atividade comercial, melhorar o desempenho ambiental, social ou administrativo da empresa não dá nenhuma garantia de sucesso. Seu investimento vai depender de vários fatores, como por exemplo o ramo empresarial. A capacidade de identificar os riscos e capitalizar as oportunidades torna-se cada vez mais importante à medida que o conceito de sustentabilidade se intensifica.A busca da sustentabilidade criará novas oportunidades de negócio e, conseqüentemente, novos mercados. Explorar tais mercados significa direcionar nesse sentido a inovação. Os investidores e financistas esperam aumentar ganhos e reduzir riscos em seus negócios. As empresas com ações na bolsa de valores têm obtido constantes benefícios advindos da responsabilidade corporativa. Uma prova disso é o DJSI – Dow Jones Sustainability Index, que mede o desempenho das ações das empresas socialmente responsáveis, superando desde sua existência o DJGI – Dow Jones Global Index, que mede o desempenho das empresas em geral. Os fundos éticos, aqueles que compreendem investimentos em empresas socialmente responsáveis, movimentam cerca de US$ �,9 trilhões por ano, e estão em franca expansão no mercado mundial. No Brasil, destaca-se a iniciativa do ISE, Índice de Sustentabilidade da Empresarial, que tem como objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro.As empresas que utilizam práticas ambientais eficientes possuem uma vantagem competitiva, uma vez que consigam sensibilizar o consumidor e usufruir o consumo consciente. Você acha que falta iniciativa do Governo para motivar as empresas?Sim, pois atitudes dos governos, como a adesão aos acordos internacionais, introduzem novos compromissos para as empresas de seu país. Os governos atuam como órgão regulador da legislação ambiental e têm poder
de divulgação das irregularidades praticadas pelas empresas, podendo provocar uma má relação dessas com os consumidores em geral e portanto incentivar práticas sustentáveis. Os governos possuem influência política para indicar os rumos do desenvolvimento em suas nações, estabelecendo políticas públicas de interesse da sociedade como um todo.Porém, em alguns países emergentes, assim como no Brasil, do ponto de vista do desenvolvimento dos países, os governos encontram-se hoje face a face com desafios ainda sem solução, alguns dos principais: políticas econômicas não apropriadas, corrupção, instabilidade política e regulamentações inconsistentes. Algumas empresas, esporadicamente, investem em conscientização de seus funcionários através de palestras sobre sustentabilidade em parceria com ONGs, entre outras. O que acha dessa atitude?Os trabalhadores esperam das empresas melhores
condições de trabalho e oportunidades de desenvolvimento. Através de motivação oferecidos pelas empresas e valores pessoais, eles podem contribuir de forma significativa para a sustentabilidade da empresa. Uma boa reputação da companhia é um dos critérios de escolha daqueles que buscam empregos e de investidores do
mundo inteiro que se preocupam cada vez mais com as ações sociais praticadas pelas empresas nas quais pretendem investir.Algumas empresas estão aderindo a digitalização para reduzir a quantidade de papel impresso. Outras estão preocupadas em reciclar lixo, além de buscar o descarte correto de seu lixo eletrônico. Você acha que essas atitudes bastam para uma empresa se considerar sustentável?Não. A sustentabilidade tem seu conceito baseado no “Triple Bottom Line”, numa tradução forçada, tríplice linha de fundo. Este conceito extrapola a prática de balanços econômico-financeiros, que lançam o resultado do lucro na última linha do demonstrativo (daí o bottom line). Partindo-se do principio de que a sustentabilidade é alcançada com o equilíbrio de resultados econômicos, sociais e ambientais, este
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conceito define três orientações básicas dos objetivos empresariais: econômico (crescimento, eficiência, inovação e valor para acionistas); sociais (mobilidade social, gestão social e identidade cultural) e ambientais (integridade de ecossistemas, preservação do meio ambiente, biodiversidade). Este conceito tem servido para orientar a gestão empresarial das empresas que pretendem inserir nas práticas sustentáveis.Vivemos a geração saúde, que faz dietas e vai a academia todos os dias, mas não percebe que o meio ambiente tem influencia direta em suas vidas. O que você acha de pessoas que prezam pela saúde e negligenciam, ironicamente, o lugar onde vivem? Na realidade elas são pessoas egoístas e que não prezam pela sua saúde. Os recursos naturais, utilizados por toda sociedade, têm sido devastados pelo modelo de desenvolvimento vigente e vários não são renováveis a preço algum. Por exemplo: a escassez de água é uma ameaça; se não soubermos utilizá-la de maneira eficiente esta ameaça se concretizará. A emissão de poluentes e a exploração irracional da agricultura causam danos irreversíveis ao ecossistema e a toda população do planeta.O Brasil é um país com um potencial energético gigantesco. Por que dependemos tanto das hidrelétricas?O problema da geração de eletricidade no Brasil realmente existe. Desde do apagão de �001, os riscos de um novo “apagão” - reais ou imaginários - rondam o país. A produção de energia elétrica na quantidade necessária para atender às necessidades do País é um problema relativamente simples. Afortunadamente, temos um imenso potencial hidrelétrico e a construção de mais usinas - a tempo e hora - evitaria quaisquer sobressaltos. Apenas ��% do potencial hidrelétrico do País foi utilizado até agora. Não dependemos, nessa área, nem de combustível nem de tecnologia importada. A energia hidrelétrica é renovável e limpa e, uma vez construídas, as usinas custam pouco para operar, em contraste com as termoelétricas, que necessitam de combustíveis como gás, carvão ou urânio enriquecido (para usinas nucleares). Hidreletricidade não necessita de subsídios e compete com vantagens com a eletricidade que é produzida de combustíveis fósseis. As outras energias
renováveis, como a eólica (do vento), a solar, a geotérmica e outras (denominadas “novas renováveis”) ainda necessitam de subsídios.Qual e a maior dificuldade encontrada para incutir na população, de um modo geral, que é importante “poupar” o planeta?A situação social do nosso país é um grande dificultador. As condições gerais de saúde, dadas pelo seu nível relativamente baixo de esperança de vida ao nascer, assim como a desigualdade social e atraso educacional, são problemáticas e podem exigir um tempo longo para alcançar os padrões de excelência internacionais.Mesmo dentro deste quadro algumas comunidades estão se redefinindo, tornando-se mais organizadas, com mais voz ativa e poder de influenciar a atividade empresarial.Os efeitos da evolução das comunidades sobre as atividades empresariais se dão desde a dificuldade de implantar fábricas em locais de preservação ambiental ou de interesse social, até a defesa de populações afetadas pela desativação de fábricas. Ou seja, repete-se nas comunidades o fenômeno da estruturação da utilização dos direitos individuais.Na Islândia 80% da energia é renovável, graças, em grande parte, às usinas geotérmicas. Não temos vulcões em atividade, mas temos água, sol e vento em abundância. Qual a probabilidade de termos algo parecido por aqui?O Brasil é maior mercado mundial de energias renováveis, de acordo com um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Cerca de �6% da energia utilizada no país vem de fontes renováveis, segundo a ONU. Além disso, “��% do poder de geração de energia do Brasil se deve às enormes usinas hidrelétricas do país e à indústria dos biocombustíveis, que já está há muito tempo instalada no território brasileiro”, diz o texto.De acordo com o relatório “Tendências Globais de Investimentos em Energia Sustentável”, cerca de 90% dos automóveis novos no Brasil funcionam tanto com álcool quanto com gasolina (misturada com ��% de etanol). No final de �00�, diz o documento, o etanol representava mais de ��% do combustível consumido por veículos leves. D
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EcologicasCamisas
Saiba por que elas vieram para ficar
A destinação correta dos resíduos é um assunto bastante difundido. A adoção do conceito dos � Rs (redução, reutilização e reciclagem) é muito útil para as empresas que visam otimizar seus processos. Um seguimento que tem buscado soluções in-teressantes é o têxtil. A úl-tima novidade é a camisa de PET reciclado. Algumas empresas, dentre as quais a Nike, têm investido em tec-nologias para aproveitamen-to deste material. Durante a Copa do Mundo as seleções patrocinadas pela gigante estadunidense, como Bra-sil e Portugal, envergarão uniformes feitos de PET. O início deste procedimento começa desde quando a gar-rafas são segregadas do lixo comum. Depois de recolhidas, passam por um pro-cesso de lavagem e separação por cores. Os rótulos, feitos de PS, e as tampas, de PP, não são utilizados no processo, por serem outros materiais. Passada essa etapa, as garrafas são levadas para a seca-gem, a etapa que antecede a trituração em moinho. Após a trituração, a matéria prima é submetida a uma temperatura de �00 graus, filtragem e eliminação de impurezas. Para garantir a
qualidade e a pureza, o processo após a moagem é repetido. Por fim, a resina triturada é levada à máquina extrusora, onde serão produzidos os filamentos de poliéster. A fibra obtida é cerca de �0 % mais fina, se comparada com o algodão.
Para cada camisa fabricada pela Nike para os selecionados nacionais que estarão na África são utilizadas oito garrafas de dois litros. No Brasil existem empresas têxteis que fabricam a camiseta ecológica, mas, ao contrário da Nike, combinam o poliéster de PET com algodão. As vantagens são inúmeras. Além de ser um produto ecologicamente correto, gera empregos diretos e
indiretos, desde os catadores das cooperativas até os funcionários das empresas de confecção. Estas camisas têm uma durabilidade maior com relação aos outros tecidos. Trata-se de uma malha de secagem rápida e confortável. No caso das camisas da Nike, se moldam ao corpo do atleta, são 1�% mais leves e a circulação de ar é �% mais eficiente. Por fim, a economia de energia é de �0%.
Érick Cirqueira
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Tendencia
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Muitos se perguntam como é possível agir de forma sustentável num ramo como o
alimentício. A resposta está nas decisões tomadas desde o início do empreendimento. A arquitetura do restaurante, a escolha dos fornecedores, a compra de utensílios e o descarte final de resíduos, tudo isso contribui – e muito – para criar um ambiente agradável, no qual é possível ter bons momentos sem destruir o planeta. Donos de restaurantes estão se adaptando a essa nova realidade. Muitos deles já incorporaram os conceitos da sustentabilidade em seus negócios e perceberam que é possível suprir suas necessidades,
desenvolver a reflexão sobre a responsabilidade social e ainda aumentar seus lucros. A iniciativa deu origem a uma nova categoria de restaurantes ecológicos, os também conhecidos como “Restaurantes Verdes”, que incorporam a filosofia de construção ambientalmente responsável, baseada em tecnologias que minimizam impactos durante a implantação e operação das unidades. Construídos com as práticas mais avançadas no campo da sustentabilidade ambiental, os novos restaurantes privilegiarão o emprego de energia limpa, fontes de grande eficiência energética, reutilização e consumo consciente de água,
Combate ao desperdício de alimentos Laíze Ropelato
Sustentabilidade
à la carte
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além do uso de materiais naturais, renováveis, reciclados e de produção regionalizada. O funcionamento de um restaurante tradicional implica em muitos gastos e desperdício de recursos naturais e algumas atitudes pensadas durante o projeto podem mudar esse quadro. As instalações da cozinha, onde há um grande consumo de energia e água, poderiam ter parte dessa energia elétrica substituída pelo fornecimento alternativo de energia solar. Muitos estabelecimentos, inclusive, dependendo de sua estrutura, criam estufas nos telhados destinadas a plantação de “tomatinhos” e temperos. Tudo é colhido na hora da preparação das refeições. Além disso, os filtros convencionais, de água encanada, deverão ser usados no preparo dos pratos. As minerais engarrafadas são destinadas apenas aos clientes. O processo de preparação da comida até seu produto final, um delicioso prato, exige consciência na escolha dos fornecedores e ingredientes, capacitação da equipe e comprometimento com os custos. Nesta fase é muito comum o desperdício de alimentos, geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos. É preciso levar em conta, na contratação dos fornecedores, a responsabilidade social do restaurante. A princípio, comprar de um grande fornecedor pode ser até mais cômodo, porém, comprar de pequenos produtores ou cooperativas locais, que apresentem a mesma qualidade, tem várias vantagens: negociação dos preços diretamente com quem produz; alimentos mais frescos – se a encomenda vem de um produtor ou cooperativa próxima ao restaurante é evitado o grande percurso que o alimento faz, o que acaba comprometendo a qualidade; além de subsidiar várias famílias. Roberta Sudbrack, chef e dona do restaurante carioca RS, afirma que ser sustentável significa ter responsabilidade e fazer “uma gastronomia que não trabalha só em cima de receitas, mas de pensamento, reflexão e responsabilidade social”.
Para aproveitar as frutas e verduras da época, o ideal é trocar o menu a cada quatro meses. A preparação de molhos, pães e temperos poderá ser feita no próprio estabelecimento. Isso diminui os impactos ambientais e ainda acrescenta muito mais sabor ao prato. Outra boa alternativa é associar-se aos restaurantes vizinhos e compartilhar o mesmo serviço de entregas, pois os custos são divididos e ainda contribui para diminuir as emissões atmosféricas causadas pelo transporte na cidade. Com relação ao lixo produzido, é importante incorporar o conceito da coleta seletiva de resíduos, com separação e aproveitamento dos recicláveis. As sobras de comida podem virar adubo, garrafas plásticas podem ser substituídas por
garrafas de vidro retornáveis e o papel reciclável passa por um reprocessamento com a finalidade de gerar novos produtos. Uma cooperativa poderia ficar responsável por recolher todo o material reciclável produzido pelo restaurante. Até mesmo na decoração do ambiente é possível ter
uma atitude sustentável. Os móveis podem ser feitos a partir de madeira de reflorestamento, certificada ou de demolição, o que contribui para que haja menos desmatamento. Bambu, vime, taboa são materiais alternativos que servem para fazer mesas, cadeiras e decorações em geral. Os pisos também podem ser de material reciclado, feitos com compostos de concreto e borracha, e até de vidro de lâmpadas fluorescentes. A tinta ecológica, de base mineral, dispensa o emprego de massa corrida. O cimento utilizado na obra pode ser do tipo CP III, que emprega de ��% a �0% da escória resultante da fundição de minério. Um restaurante que cria o hábito do “ser sustentável” pode levantar essa discussão entre seus funcionários, fornecedores e até mesmo seus frequentadores. Além das delícias gastronômicas, o meio ambiente também agradece.
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Uma floresta no meu quintal
Oasis na cidade grande
Em uma propriedade localizada na Grande São Paulo, mais
precisamente na cidade de Mairiporã, existe aquilo que parecia não existir mais: uma casa com uma floresta, ou melhor, um quintal com �0 hectares. Os donos desse paraíso são Eugenio Victor Follmann, um engenheiro austríaco e sua esposa Kirsten, que ajuda na preservação dessa parte tão especial da casa. O engenheiro possui uma Reserva Particular do Patrimônio Natural
(RPPN), que ocupa cinco dos vinte hectares de sua propriedade, carinhosamente batizada de Sitío Capuavinha. Como a área é protegida, não se pode nem mesmo derrubar uma árvore. Nem seus filhos poderão fazê-lo, pois o registro de uma RPPN é perpétuo e irrevogável. É comum o casal se deparar com animais silvestres, tais como macacos, teiús e porcosespinhos. Não podemos deixar de citar as cachoeiras e mananciais existentes na área, que são um espetáculo à parte.
Erick Cirqueira
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Ecologia
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Uma floresta no meu quintal
Oasis na cidade grande
Para transformar uma propriedade em reserva particular o interessado deve atender os seguintes pré-requisitos: nessa área deve haver animais ameaçados de extinção, nascentes, afluentes de rios ou mananciais e vales de formação rochosa. Superada esta fase o responsável deverá solicitar o trabalho de um topógrafo – profissional que cuida da parte de descrição ou delineação minunciosa de uma localidade –. Após serem feitas as medições do terreno, vem a parte mais burocrática, a homologação. Após esse procedimento essa área de deve ser usada apenas para fins de pesquisas educacionais ou para turismo. No Mato Grosso do Sul também é possível encontrar uma área preservada, existente há �0 anos, e fica localizada no município de Dois Irmãos de Buriti. A RPPN da Fazenda Lageado tem 1�,�� mil hectares e foi criada no mesmo ano do Decreto Federal 9�.91�, que regulamenta as RPPNs, publicado em �1 de Janeiro de 1990. Somente nessa região do Cerrado, onde fica a Lageado, já é possível localizar 1�� áreas protegidas Após o Decreto totalizamos mais de 900 reservas particulares implantadas. Quem confere o registro de RPPN em nível nacional é o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade). No entanto, muitos Estados e municípios têm sua própria legislação. Quando o gestor João Rizzieri resolveu transformar
em reserva a área de �� hectares que herdou do pai, teve que esperar cerca de dois anos para conseguir o registro. ”Era uma burocracia muito grande”, afirma João, que também que é engajado em projetos ambientais. Se o ICMBio demora, em média, um ano para conceder o registro, em São Paulo, que tem legislação própria, o prazo dura até 1�0 dias. Um dos poucos incentivos fiscais para quem tem uma RPPN é que a parte do terreno dedicada à reserva é isenta do ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural). Outra vantagem é que, caso precise de financiamento agrícola, o dono de uma fazenda em que haja uma reserva particular tem prioridade ao crédito em relação a outros agricultores. Uma iniciativa foi criada para incentivar, em �00�, atitudes sustentáveis nestas áreas. Foi implantado o Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, já que, do que restou dela, �0 % são de áreas particulares. Na Caatinga e no Pantanal existem iniciativas semelhantes, que impulsionam quem, como o engenheiro Follmann, quer cuidar da sua própria floresta. Follmann, aliás, tem enfrentado problemas desde a criação da sua RPPN, que enfrenta pelo menos um incêndio por ano. “As pessoas que põem fogo aqui não percebem que não estão destruindo algo meu, e sim, delas”, lamenta o austríaco, que não desiste: “Quando está na medula, não tem como voltar atrás”, conclui.
Eugenio Victor Follmann e Kirsten em sua reserva
“As pessoas que põem fogo aqui não percebem que não estão destruindo algo meu, e sim, delas”
Eugenio
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Energia Nuclear: uma medida para conseguirmos mais tempo
Fernando Lima
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Em �001, a ameaça do apagão elétrico, durante o governo FHC, só não foi uma catástrofe porque
o Brasil cresceu pouca coisa graças à conjuntura econômica mundial. Sem energia os preços sobem, os investimentos descem e os pobres continuam pobres. Para que não existam cenários similares em várias partes do mundo, o ser humano já criou diversas fontes de energia. A energia nuclear é, de longe, o meio mais polêmico de todos. Afinal, seu passado lhe condena: a fissão dessa energia é a tecnologia que gerou a conhecida bomba, usada em Hiroshima e Nagasaki (pelo menos 1�0 mil mortos em menos de 10 segundos no ano de 19��) e que deixou um ar bem quente durante a Guerra Fria e que, nos anos �0, matou �� operários no acidente da usina de Chernobyl, na Ucrânia. A ONU estima que pelo menos � mil pessoas foram vítimas de doenças causadas por conta dessas reações químicas. Mesmo comprovado que o acidente foi por erro
Polemica
Sr. Burns, o vilão que pode salvar o mundo
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humano, Chernobyl fez com que a energia nuclear se tornasse sinônimo de desgraça e destruição. Ambientalistas fizeram dela sua principal inimiga. Tanto que o desenhista Matt Groening criou o Sr.Burns, um empresário louco por dinheiro e sem coração, considerado por muitos o vilão de “Os Simpsons”. Então, energia nuclear não seria mais uma opção. Enquanto usinas nucleares fechavam, plataformas de extração de petróleo e usinas termoelétricas de carvão foram crescendo. Cresceram tanto que, hoje, fizeram a raça humana de refém, num mundo onde o aquecimento global é o grande problema. Fizemos um gigante adormecer e acabamos acordando um ainda maior. James Lovelock, 90 anos, ambientalista inglês criador da Hipótese Gaia, na década de �0, defende a idéia de que a Terra seja um organismo vivo. Em seu último livro, defende abertamente a expansão da energia nuclear para evitar danos ainda maiores na natureza. Segundo ele, tratados como o Protocolo de Kyoto – compromisso dos países de diminuírem suas emissões de gás carbônico na atmosfera – são nada mais que uma maneira política para os governantes ganharem tempo enquanto não sentem na pele a dimensão do problema. Lovelock não foi o único a caminhar para o outro lado da força, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, EUA, passou a apoiar e acreditar na nova fonte de energia. “Atualizem sua visão sobre o tema”, alerta Patrick Moore, um dos fundadores de Greenpeace ao jornal americano Washington Post. Por isso, vale lembrar que os ambientalistas, políticos, economistas, executivos, civis de todo planeta estão juntos na causa, até mesmo porque, se a Terra continuar a aquecer, destruindo calotas polares, subindo o nível do mar, superaquecendo cidades inteiras e devastando a natureza, a fisionomia do planeta pode se tornar bem mais feia do que o rosto enrugado do Sr. Burns.
“A única forma de energia imediatamente acessível que não causa aumento de temperatura é a nuclear. Não temos tempo para experimentar” - James Lovelock, médico, biólogo, pesquisador e ambientalista inglês.
Nuclear Ponto forte - Não emite gases que causam o efeito estufa, por isso não contribui com o aquecimento global.Ponto fraco - Requer uma solução de milhares de anos para o armazenamento do lixo nuclear e pode facilitar a produção de bombas.
BiomassaPonto forte - É uma energia renovável, que pode ser consumida e replantada, liberando menos carbono que o petróleo.Ponto fraco - Não é eficiente para a produção de energia elétrica: exige muita cana-de-açúcar para poucos watts de potência.
HidrelétricaPonto forte - Energia barata e limpa: a manutenção custa pouco e a represa emite pouco carbono na atmosfera.Ponto fraco - Fonte limitada pela natureza: seu potencial tende a diminuir com o tempo – e pode ser afetado pelo aquecimento global.
Eólica Ponto forte - Não polui e causa pouco impacto ambiental (não exige grandes espaços alagados ou com plantações).Ponto fraco - Como o vento não pode ser represado, é uma en-ergia imprevisível, vulnerável a oscilações climáti-cas.
SolarPonto forte - A luz é gratuita e não emite gases do efeito estufa.Ponto fraco - Necessita de grandes extensões para a produção de pouca energia, e só faz sentido em locais com forte incidência de luz solar.
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Os pontos fortes e fracos de cada tipo de energia
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16 ● Olhar Sustentável16 ● Olhar Sustentável
Tecnologia
Aperto de maos: tecnologia e sustentabilidade.
Diferente do que pregam os filmes, é impossível prever as últimas horas da Terra, mas dá para
acreditar que estamos cada vez mais próximos do fim. Talvez a raça humana consiga se adaptar; a Terra, por sua vez, não. Reciclar, economizar e não desperdiçar são práticas que ajudam, mas o que vai salvar o planeta do super aquecimento é a tecnologia. As eras da humanidade foram bastante abrangentes: tempos das caças, tempos das plantações, tempos de religiosidade, tempos das comunicações e estamos claramente vivendo os tempos das tecnologias. Se você já ouviu que o aquecimento global é um problema, pode acreditar que é. O mundo está mais quente e isso é incontestável. Apesar disso, nós não paramos de comer carne, continuamos demorando no banho, não plantamos árvores ou começamos a criar gado. Acontece que, ainda assim, o mundo tem salvação. A teoria é de Ted Nordhaus e Michael Schellenberger, autores do livro Break Through: From the Death of Environmentalism to the Poli
Fernando Lima
Ecossistema artificial
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de arquitetura James Law, responsável pelo projeto. Várias empresas já adotam o conceito, não só por publicidade ante a sociedade, mas também por causas financeiras e, principalmente, redução de custos. Um gigante no ramo de higiene pessoal mudou o formato das embalagens de um xampu, economizando o equivalente a 1� milhões de recipientes por ano; shoppings estão trocando seus vasos sanitários por novos modelos que consomem 6 litros de água por descarga (os modelos domésticos consomem perto de �0 litros por descarga). O autor do livro Present at the Future, Reggie Mc Neil, é ainda mais ambicioso. Segundo ele “as oportunidades econômicas nas tecnologias limpas e a ‘energia verde’ prosperarão e gerarão dinheiro de uma maneira tão extrema que fará com que a ascensão tecnológica do Vale do Silício nos anos 90 pareça brincadeira de criança”. Parece que Sergey Brin e Larry Page concordam. Afinal, a dupla criadora da gigante Google já investe bilhões em ‘energia limpa’.
tics of Possibility (sem versões em português). Em outras palavras: você não precisará deixar o carro em casa e andar só de bicicleta mas, dentro de alguns anos, os carros serão movidos a álcool produzido a partir de uma planta qualquer ou pela eletricidade. Os combustíveis fósseis, responsáveis por ��% dos gases emitidos na atmosfera, darão lugar aos vindos de fontes de energia renováveis. A energia elétrica que hoje vem em grande parte das usinas hidrelétricas, virá também de outras fontes, como energia solar, eólica, de hidrogênio ou, até mesmo, nuclear. Ou seja, a receita é simples: basta investir em novas tecnologias e logo teremos um mundo tecnologicamente sustentável como, por exemplo, o projeto do edifício “Estrela da Morte” (nome dado a partir do seu formato arredondado, que lembra a Death Star da saga Star Wars) construído na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes, e leva uma arquitetura ecologicamente correta. “O prédio em forma de globo tem painéis solares, reaproveitamento de água e até do vento”, garante o escritório
Aperto de maos: tecnologia e sustentabilidade.
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Como obter o
Selo VerdeNum mundo onde a imagem positiva é importante na hora de angariar consumidores, ter um “selo verde” pode fazer a diferença. Saiba o que fazer para a sua empresa obter um Certificado ISO 14000
Para uma empresa obter um certificado ISO 1�000 deverá possuir um Sistema de
Gerenciamento Ambiental (SGA)A ISO 1�000 é uma norma elaborada pela International Organization for Standardization, com sede em Genebra, na Suíça, que reúne mais de 100 países com a finalidade de criar normas internacionais. Cada país possui um órgão responsável por elaborar suas normas. No Brasil temos a ABNT, na Alemanha a DIN, no Japão o JIS, só para citar alguns exemplos. A ISO é internacional e, por essa razão, o processo de elaboração das normas é muito lento, pois leva em consideração as características e as opiniões de vários países membros.Todo o processo de elaboração da ISO 1�000 foi semelhante ao que aconteceu com a ISO 9000 - Normas para o Sistema de Gestão da Qualidade. Na verdade, é um erro dizer que uma empresa recebeu o certificado ISO 9000, pois não existe certificação baseada nesta norma, mas sim na 9001, 900� ou 900�. A ISO 9000 estabelece as diretrizes para selecionar qual norma deve ser usada em determinada empresa, enquanto que a ISO 9001, 900� e 900� são as normas que determinam quais
são as especificações/requisitos que as empresas deverão seguir e atender para que possam obter a certificação através de auditoria realizada por um organismo certificador, preferencialmente de idoneidade reconhecida.A ISO 1�000 segue a mesma sistemática, ou seja, não haverá certificação ISO 1�000, mas sim uma certificação baseada na 1�001, norma esta que é a única da família ISO 1�000 que permitirá ter um certificado de Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA).A ISO 1�000 - Sistema de Gestão Ambiental - Especificações com Guia para uso, estabelece requisitos para as empresas gerenciarem seus produtos e processos para que eles não agridam o meio ambiente, que a comunidade não sofra com os resíduos gerados e que seja beneficiada num aspecto amplo.Então, para a empresa obter um certificado ISO 1�000, ou melhor, certificado ISO 1�001, é necessário que atenda as seguintes exigências:
Política ambientalA direção da empresa deve elaborar uma política ambiental que demonstre comprometimento com
Marcos Antônio Teixeira
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o meio ambiente, com os requisitos legais e outros itens por ela subscritos, com a comunicação entre as partes interessadas, entre outros, represente seus produtos e serviços, que seja divulgada entre os funcionários e a comunidade. Neste aspecto a direção deve demonstrar que está comprometida com o cumprimento legal dessa política, além de buscar o melhoramento contínuo do desempenho ambiental da empresa.
Aspectos ambientaisA organização precisa ter procedimentos que permitam identificar, conhecer, administrar e controlar os aspectos e impactos ambientais, sejam eles positivos ou negativos, diretos e indiretos.
Exigências legaisDeve desenvolver uma sistemática para obter e ter acesso a todas as exigências legais pertinentes à sua atividade. Essas exigências devem ficar claras à direção da empresa e devem ser cumpridas. Os funcionários devem conhecê-las, e também a documentação necessária para o seu pleno cumprimento.
Objetivos e metasÉ de sua responsabilidade criar objetivos e metas que estejam alinhados com o cumprimento da política ambiental que foi definida. Esses devem refletir os aspectos ambientais, os resíduos gerados e seus impactos no meio ambiente. Também deve considerar exigências legais e outros aspectos inerentes ao próprio negócio.
Programa de gestão ambientalA organização deve ter um programa estruturado com responsáveis pela coordenação e implementação de ações que cumpram o que foi estabelecido na política ambiental e as exigências legais, que atinjam os objetivos e metas e que contemplem o desenvolvimento de novos produtos e novos processos. Este programa deve, inclusive, prever ações contingenciais, associadas aos riscos envolvidos e aos respectivos planos emergenciais.
Estrutura organizacional e responsabilidadeO Programa de Gestão Ambiental deve integrar as funções dos funcionários da empresa, através da descrição de cargos e funções relativas à questão ambiental. A empresa deve possuir um organograma que demonstre que suas inter-relações estão bem definidas e comunicadas em toda a empresa. A direção da empresa deve definir um ou mais profissionais para que sejam os representantes dos assuntos específicos da Gestão Ambiental.
Conscientização e treinamentoO Programa de Gestão Ambiental deve prover treinamento aos funcionários com atribuições na área ambiental, para que estejam conscientes da importância do cumprimento da política ambiental, das exigências legais e de outras definidas pela empresa. O treinamento também deve levar em consideração todos os impactos ambientais reais ou potenciais associados as suas atividades de trabalho.
Parceiros comprometidos e responsáveisÉ de extrema importância que a empresa conte com parceiros prestadores de serviços que sejam ambientalmente responsáveis. De nada adiantará ter um controle interno rigoroso e eficiente sobre seus resíduos se a empresa contratada para removê-los não destiná-los corretamente.
ComunicaçãoA empresa deve possuir uma sistemática para enviar e receber comunicados relativos às questões ambientais para seus funcionários e a comunidade.
Documentação do Sistema de Gestão AmbientalÉ necessário elaborar um Manual do Sistema de Gerenciamento Ambiental que contenha as suas exigências ambientais,que contemple seu escopo, dentro das especificações do seu ramo de atividade.
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Controle de documentosA empresa deve manter um sistema bem parecido com o controle de documentos da ISO 9000, ou seja, procedimentos para que todos os documentos sejam controlados e assinados pelos responsáveis, com acesso fácil aos interessados, para mantê-los atualizados, identificados, legíveis e armazenados adequadamente. Os documentos obsoletos também devem ser retirados do local para que seja evitado seu uso indevido.
Controle operacionalA organização precisa ter procedimentos para fazer inspeções e o controle dos aspectos e impactos ambientais significativos, quando pertinente para cumprir as exigências legais, e suas emergências, inclusive procedimentos para a manutenção e calibração dos equipamentos que fazem esse controle.
Situações de emergênciaA empresa deve possuir procedimentos para prevenir, investigar e responder em caso de situações de emergência. Também deve ter planos e funcionários treinados para atuar nestas situações.
Monitoramento e avaliaçãoA organização deve ter um programa para medir o desempenho ambiental através da inspeção das características de controle ambiental e calibração dos instrumentos de medição para que atendam aos objetivos e metas estabelecidos.
Não conformidade, ações corretivas e ações preventivasA empresa deve definir responsáveis com autoridade para investigar as causas das não-conformidades ambientais e tomar as devidas ações corretivas e/ou preventivas.
RegistrosA organização precisa arquivar todos os resultados de auditorias, análises críticas relativas às questões ambientais. O objetivo de ter esses registros é mostrar e provar, a quem quer que seja, que a
empresa possui um sistema conforme o que é exigido pela norma.
Auditoria do Sistema da Gestão AmbientalÉ preciso ter um programa de auditoria ambiental periódica e os resultados das auditorias devem ser documentados e apresentados à alta administração da empresa.
Análise crítica do Sistema de Gestão Ambiental (SGA)Baseado nos resultados da auditoria do SGA,nos resultados do monitoramento e medição, nas planilhas de objetivos e metas, a organização deve analisá-lo de maneira crítica, a fim de promover, se for o caso, as devidas alterações, para que atenda as exigências do mercado, clientes, fornecedores e aspectos legais, na busca da melhoria contínua.
Vá além:Você pode obter a norma no site da ABNT (www.abnt.org.br)
*Colaborou para esta matéria Deivid da Conceição, Gestor Ambiental da Vedatec – Vedações Técnicas Ltda.
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LideranCa Situacional
O que é e como você pode utlizá-la
Artigo: Marcos Antonio Teixeira
Enchentes em Santa Catarina; tempestades no Rio de Janeiro; ondas de calor ou nevascas
torrenciais no hemisfério Norte. As recentes ca-tástrofes naturais não ocorreram por acaso, foram a natureza vociferando por causa do descaso acumu-lado por décadas. A temperatura média dos oceanos sobe a cada ano, gradual e perigosamente, pela ação do que se convencionou chamar de efeito estufa. É consenso, entre os cientistas de todas as par-tes do globo, que esses fatos estão diretamente relacionados ao aquecimento global. Consequên-cia, sobretudo, da queima de combustíveis fós-seis, que são os derivados do petróleo. Esse tipo de queima gera gases como o ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono, que são de difícil dispersão. Eles formam uma barreira que dificulta a dissipa-ção do calor, gerando o já citado efeito estufa. A relação “causa e efeito” é implacável. Uma vez que a temperatura dos oceanos sobe, as calotas polares derretem. Além do mais, calor causa di-
latação e com a água não é diferente, seu volume aumenta. Esta é a causa. O efeito é o avanço dos oceanos na direção das cidades litorâneas, além da maior evaporação das suas águas, que aquece as correntes de ar. Ao entrarem em contanto com as correntes de ar frio que vêm dos pólos, tornados e furações são formados, causando cada vez mais es-tragos. Isso explica o porquê de o Brasil, até pouco tempo incólume, ter entrado na rota dos furacões. O mundo já abriu os olhos para o que já deix-ou de ser ameaça. Ações visando a diminuição da emissão dos gases que causam o efeito estufa, seja pela ação das queimadas, seja pela queima de combustíveis fósseis, estão sendo discutidas. Em 199� teve lugar no Japão uma conferência mun-dial que reuniu líderes de mais de 1�0 países. Eles assinaram o Protocolo de Kyoto, conjunto de ações legais que estipulou a diminuição em �,�% da emissão de gases estufa, em relação aos níveis de 1990, entre �00� e �01�. No en-tanto os Estados Unidos, maiores responsáveis
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pela emissão desses gases, se negaram a assiná-lo pelo impacto que causaria na sua economia. Em dezembro do ano passado, em Copenh-ague, ocorreu a 1�ª Conferência das Nações Uni-das sobre Mudança do Clima. Embora tenha en-contrado os mesmos entraves vistos no Japão (com o reforço da União Europeia), o que se viu na capital dinamarquesa foi o levante dos países emergentes, entre os quais o Brasil, pela adoção de medidas emergências. Além disso, nomes de peso, como o ex-Vice-Presidente estadunidense e Prêmio Nobel da Paz Al Gore e o cineasta ca-nadense James Cameroon, estão engajados nesta luta, o que confere um peso ainda maior à questão. Novas fontes de energia são buscadas incessante-mente. Em Portugal, o governo de José Sócrates determinou, em �006, que se busque um cresci-mento econômico mais eficiente a partir do uso de fontes de energia renováveis e da diminuição da emissão dos gases causadores do efeito estufa. Na Islândia, do impronunciável vulcão Eyjafjal-lajökull, �0% da energia do país é renovável, sendo �0% desse total gerado por usinas geotérmicas e �0% das usinas hidrelétricas, e o intuito é que, num futuro bem próximo, se alcance a totalidade do que é consumido no país. No Brasil, o nosso Etanol já abastece 100% dos carros fabricados a partir de �00� e o Biodiesel brasileiro é a alternativa mais eficiente ao óleo diesel extraído do petróleo, pois é renovável e biodegradável. Ainda assim, a ex-ploração de energias renováveis, como a eólica e a solar ainda está muito aquém do seu potencial Outra forma que poderia – e deveria – ser bem mais difundida pelas terras tupiniquins é a recicla-gem do lixo. A coleta seletiva, que é a forma mais eficaz e o pontapé inicial para que se aproveite melhor o que se joga fora, é pouco incentivada pelas prefeituras, salvas raríssimas exceções, e está presente em menos de 10% dos lares brasileiros. Como se pode ver, não dá mais para esperar que as autoridades decidam pelo nosso futuro. As ações devem partir de dentro para fora. Um grande passo já foi dado: cada vez mais as empresas estão buscando as chamadas soluções verdes para seus processos produtivos, uma vez que os consumi-
dores estão preferindo os produtos e serviços de empresas que, de alguma forma, compensem o im-pacto que suas ações causam ao meio ambiente. É uma postura recente, já que os antigos gestores foram educados sob a premissa de que sua prin-cipal atribuição era garantir o lucro aos acioni-stas. Como o tema nunca esteve tão em voga, uma nova geração de líderes e empreendedores tem os olhos voltados para a sustentabilidade. Assim, cabe ao líder o papel de conduzir todos os envolvidos neste tipo de processo, que envolve desde a quebra de antigos paradigmas até a con-scientização dos moradores da região. É um pro-cesso complicado, já que envolve, sobretudo, pes-soas. Pessoas não são como máquinas, que agem de acordo com a sua programação. Agem de forma diferente, pensam de maneiras distintas, trazem junto de si toda uma carga emocional e bagagem sócio-cultural peculiar. E ainda possuem mais um complicador: mesmo em situações iguais, o mesmo indivíduo pode agir de forma diferente, dada a oscilação de humor, inerente a todos. Isso posto, entra em cena o líder situacional. Este perfil de liderança exige ações condizentes ao pan-orama apresentado. Ele pode ser mais cordial com seus comandados se o andamento do processo esti-ver dentro de um cronograma previamente estabe-lecido e se não houver ruídos potencialmente perigo-sos para o êxito da tarefa. Caso contrário, poderá exercê-la de forma mais dura, hostil, centralizado-ra. Para que seja bem-sucedido, o líder situacional deve passar segurança aos seus comandados, que o verão como um exemplo a ser seguido e nele confi-arão. Como nem sempre as ações são iguais, a res-posta do líder, obviamente, também tende a mudar. Não é necessário, tampouco cabível, esperar que as mudanças partam do governo, na forma de leis, ou das empresas, como ferramenta para an-gariar mais consumidores. Deve pois, partir de cada um, a partir da própria casa, do bairro, da comunidade. Exemplos existem e estão aí para serem vistos e seguidos. Basta-nos boa vontade e a consciência de que o planeta clama por ajuda. Pode demorar, mas já dizia Mao Tse-tung, uma grande caminhada começa no primeiro passo.
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