tecnologia a serviço da Saúde
Osiris Canciglieri Jr., pesquisador da PUCPR
OUT / NOV / DEZ 2012
InovaçãoCuidados na transferência de tecnologia
negócIosInovatec aproxima academia e empresariado
a o l e I t o r
Esta edição chega num momento extrema-mente positivo para a inovação tecnológica paranaense: foi finalmente aprovada a Lei de Inovação do Paraná. O Estado deixa de ser o único das regiões Sul e Sudeste sem uma legis-lação voltada a este importante aspecto.
A nova lei deve ter reflexos em curto prazo na pesquisa e no desenvolvimento científico e tec-nológico paranaenses, na medida em que dá segurança jurídica e estabelece os mecanis-mos de cooperação entre os setores público e privado e a academia. Também incrementa a concessão de incentivos fiscais para as empre-sas que desenvolvem projetos inovadores, atraindo novos investimentos e parcerias.
A lei chega a tempo de movimentar ainda mais o setor produtivo, que já entende que inovar é o caminho certo e até mesmo o fator de sobre-vivência de uma empresa, principalmente as instituições de base tecnológica. Também che-ga num cenário em que já estão mais claras para as empresas as vantagens da união com a academia, para a qual constitui uma necessida-de investir em pesquisa e desenvolvimento.
O nosso Tecnoparque é mostra disso. Já são 15 empresas instaladas, desenvolvendo projetos de inovação tecnológica em conjunto com a Univer-sidade. Com a Lei da Inovação do Paraná, a ten-dência é aumentar ainda mais essas parcerias.
Boa leitura!
Prof. Luiz Márcio SpinosaDiretor da Agência PUC e do PUCPR Tecnoparque
e x p e d I e n t eJornaliSta reSponSável
Ir. Franki Kleberson Kucher (MTB 8607)edição e textoS
Danielle Sasaki (MTB 4731)reviSão de conteúdo
Editora Universitária ChampagnatFotoS
João BorgesproJeto gráFico e diagramação
espresso designimpreSSão
Gráfica APC
agência pUc de ciência,
tecnologia e inovação
Rua Iapó, 1225 - Prado VelhoCEP: 80215-900 - Curitiba/PRTelefone: (41) 3271-1389E-mail: [email protected]
comentárioS, SUgeStõeS e críticaS
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A revista PUC_Inovação é uma publicação trimestral com distribuição dirigida, produzida pela Assessoria de Comunicação do Grupo Marista – Divisão APC.
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C uritiba recebeu, de 16 a 18 de outubro, a segunda
edição da Inovatec Paraná – Feira de Negócios em Inovação Tecnológica entre Empresas, promovida pela PUCPR, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná e Sistema Fiep. O evento reuniu cerca de 20 instituições de ensino e pesquisa que ofertaram mais de 1.000 pro-jetos de pesquisa, 350 patentes, 600 competências, além de 300 serviços e laboratórios para o público, formado, em sua maioria, por empresários interessados em desenvolver projetos de inova-ção em suas organizações.
A cerimônia de abertura contou com a presença, dentre outras autoridades, do secre-tário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Alípio Leal, do vice-presidente do Sistema Fiep, Rodrigo Martins, do vice-reitor da PUCPR, Paulo Mussi Augusto, e do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
r e p o rta g e m
Paralelamente à Inovatec, aconteceu o Innovation Day, evento que promove uma série de palestras sobre ges-tão da inovação e é voltado
a empresários e estudantes de graduação e pós-gradua-ção. A palestra de abertura, sobre empreendedorismo, foi ministrada por Sabirul Islam,
22 anos, autor dos livros The World at Your Feet e Young Entrepreneur World, que já tiveram mais de 60 mil cópias vendidas.
INNOVaTION Day
da PUCPR, Waldemiro Gremski, que foi o curador do evento.
Gremski lembrou que a Inovatec tem suas origens na Mostra de Pesquisa e Inovação da PUCPR, em 2007. “No momento em que o Governo do Paraná assumiu a condução do evento em parceria com a indústria, representada pelo Sistema Fiep, e com a academia, considero que conseguimos alcançar o nosso objetivo”. Segundo ele, a adesão do setor empresarial e a presença de todas as insti-tuições que produzem ciência no Paraná são a prova de que a Inovatec está consolidada.
Para Alípio Leal, a Inovatec deve ser expandida nos próxi-mos anos em eventos regionais, que privilegiem os sete polos tecnológicos do Paraná. “Vive-mos um novo momento, em que buscamos o desenvolvimento sustentável, mudando a matriz de desenvolvimento do Estado e agre-gando valor às commodities”. _ Waldemiro Gremski, curador da Inovatec
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HoradenegociarInovatec Paraná aproxima instituições de pesquisa, empresariado e poder público
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r e p o rta g e m e s p e c I a l
A competitividade internacio-nal cada vez mais acirrada
e o modelo de desenvolvimento pautado na abertura de merca-dos exigem interação cada vez maior entre os setores gerado-res do conhecimento e o setor produtivo. “Neste novo contexto, há necessidade crescente da transferência de tecnologia, que é a transformação do conhecimento gerado nas instituições de ensino superior e nos institutos de ciência e tecnologia em benefícios para a sociedade”, afirma o coordenador da Rede PUC de Competências, unidade da Agência PUC de Ciência, Tecnologia e Inovação, Mauro Katsushi Nagashima.
O número de parcerias no Brasil aumentou especialmente após a criação da Lei da Inovação, de 2004, mas, para Marcus Julius
Zanon, coordenador da Agência Paranaense de Propriedade Inte-lectual (APPI), ligado ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), ainda é insuficiente para alavancar as pesquisas compartilhadas no Brasil. “Ainda não existe uma cultura de parceria formada. Os pesquisadores das universidades ainda têm em mente a pesquisa de base e, quando ocorre uma pesquisa centrada nas necessida-des reais do mercado, o pesquisa-dor muitas vezes não protege sua invenção, por falta de orientação.”
Segundo Zanon, a recente aprovação da Lei da Inovação do Paraná pode colaborar para alavancar a pesquisa e o desen-volvimento científico e tecnológico do Estado. A lei oferece segu-rança jurídica e define a política de propriedade intelectual, além
Competitividade exige interação entre os geradores do conhecimento e o setor produtivo – e cuidado para proteger as inovações
compartilhados e protegidos
de criar benefícios e estabelecer mecanismos de cooperação entre setor público, setor privado e academia. Ainda institui o Sistema Paranaense de Inova-ção, integrado por empresas e instituições com atuação na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e prevê a participação do Estado em fundos de investi-mentos de empresas paranaenses cuja atividade principal seja a inovação tecnológica. Além disso, a nova lei permite a concessão de incentivos fiscais para o desenvol-vimento de projetos inovadores.
A APPI é responsável por gerenciar os ativos de proprieda-de intelectual do Tecpar e atua na disseminação da cultura da propriedade intelectual em todo o Estado, por meio de cursos e palestras, tendo já capacitado
CONHECIMENTOS
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Mauro Nagashima,
coordenador da Agência PUC
“ Quando ocorre uma pesquisa centrada nas necessidades reais do mercado, o pesquisador muitas vezes não protege sua invenção, por falta de orientação.” Marcus Zanon
Marcus Zanon, coordenador da Agência Paranaense de Propriedade Intelectual
O Escritório de Transferência de Tecnologia é fruto de um pro-cesso de fortalecimento da Agência PUCPR. Tem como objetivo oferecer suporte aos pesquisadores da Universidade na identi-ficação de meios legais que facilitem a realização de pesquisas em cooperação com empresas, permitindo que estas utilizem os benefícios fiscais existentes para quem investe em inovação.O Escritório oferece os seguintes serviços:• Suporte para a realização de contratos de transferência de tec-
nologia, tais como licenciamento de patentes e de prestação de serviços técnicos especializados;
• Adequação dos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento rea-lizados em cooperação com empresas aos critérios definidos pela Lei da Inovação e Lei do Bem, de modo que a empresa parceira possa pleitear os benefícios fiscais existentes.
CONHEÇa O ESCRITóRIO DE TRaNSfERêNCIa DE TECNOlOgIa Da agêNCIa PUC
Entre em contato com o Escritório de Transferência de Tecnologia pelo telefone (41) 3271-1389.
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r e p o rta g e m e s p e c I a l
CRIaÇõES qUE DEVEm SER PROTEgIDaS Invenções: Novo produto ou processo.modelos de utilidade: Objetos práticos que apre-sentam nova forma ou disposição.Desenhos industriais: Forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que proporcione resultado visual novo e origi-nal na configuração externa de um produto.Tecnologia ou know-how: Por força de lei, não é paten-teável. Usualmente, é protegida por acordo de confi-dencialidade entre as partes que usarão a tecnologia, chamado de segredo de empresa ou de indústria.
fORmaS DE PROTEÇãOPatente: Título de propriedade temporária sobre invenção ou mode-lo de utilidade, outorgado pelo Estado aos detentores de direitos sobre a criação. Em troca da propriedade temporária, o inventor revela o conteúdo técnico da matéria protegida. O prazo de duração da proteção depende do tipo ou categoria. Para patente de inven-ção, são 20 anos. Para modelo de utilidade, 15 anos.Registro de marca: Protege a marca, que, segundo a lei brasileira, é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distin-gue produtos e serviços de outros análogos, de procedência diversa, bem como certifica a conformidade deles com determinadas normas ou especificações técnicas. Tem duração de dez anos, que podem ser renováveis indefinidamente.Registro de Programa de Computador: Os programas de computa-dor são protegidos pelo Direito Autoral e não pelo Direito Patentário. Por isso, o registro é opcional, sendo, contudo, importante, pois tor-na mais fácil a comprovação da autoria. Registro de Desenho Industrial: Protege a criação por dez anos, prazo que pode ser prorrogado por três vezes, por períodos de cinco anos.
ções para impedir que terceiros a usem por um tempo determinado, que pode chegar a 20 anos, no caso de concessão de patente. “O inventor pode também comer-cializar sua invenção, gerando retorno do investimento, ou ainda licenciar para um ou mais interes-sados, gerando royalties”, explica.
Para ser submetido ao pedido de patente, o produto tem que ser necessariamente novidade (não tendo sido publicado ou tornado acessível ao público, em qualquer forma de divulgação em todo o mundo) e ter aplicação indus-trial, ou seja, pode ser fabricado ou utilizado industrialmente. O inventor deve fazer uma pes-quisa em base de dados quanto
à originalidade de seu invento, a chamada pesquisa de ante-rioridades. Uma vez constatado que em lugar algum existe algo similar, o inventor pode começar a redigir seu pedido de patente ou registro de marca de acordo com as normas do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela proprie-dade intelectual no Brasil.
Existem várias empresas especializadas em busca de ante-rioridades, como a própria APPI e o Escritório de Transferência de Tecnologia da Agência PUC, assim como a redação de patentes. É importante que o processo chegue ao INPI sem erros, para que não retarde ainda mais sua análise. O prazo para a concessão da paten-te é de, em média, dez anos. _
“ O inventor pode também comercializar sua invenção, gerando retorno do investimento, ou ainda licenciar para um ou mais interessados, gerando royalties.” Marcus Zanon
mais de 3 mil pessoas. Ainda auxilia os Núcleos de Inovação Tecnológica das universidades estaduais e federais, capaci-tando-os para o processo de transferência de tecnologia.
No meio acadêmico, o processo de transferência de tecnologia envolve a identificação da invenção, o patenteamento, a comercialização e a parti-cipação nos resultados pela universidade. Segundo Zanon, é fundamental proteger as inven-
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r a d a r
A pedido da NSN (Nokia Siemens Network), cerca de 2,7 mil de seus colaboradores passaram por um treinamento organizado pelo Núcleo PUCweb. O treinamento teve como intuito atender a algumas necessidades da empresa de telefonia OI, uma das parceiras da NSN. O curso foi realizado a distância, via Eureka, ambiente virtual de aprendizagem da PUCPR, atingindo colaboradores de sete esta-dos brasileiros. O objetivo foi treinar os participantes em Gestão de Sobressalentes de Planta Interna, abordando os principais processos operacionais do cliente, com foco no POP (Procedimento Operacio-nal Padrão), que fornecem os métodos a serem seguidos, a fim de garantir a aplicabilidade no dia a dia da operação. O material didático online foi desenvolvido pelo Núcleo PUCweb, totalizando 125 telas com os procedimentos operacionais padronizados pela OI. Os colaborado-res, divididos em turmas, passaram por avaliações intermediárias e uma avaliação final, além de participarem de um fórum online para esclarecer dúvidas com os pontos focais responsáveis pelas turmas. _
NSN e OI realIzam treINameNtO vIa eureka
O Núcleo de Educação e Humanidades fez uma parceria com o Institu-to Renault no projeto “Educação no Trânsito”, desenvolvido no Centro Municipal de Educação Infantil Maria Leni, em São José dos Pinhais, durante a Semana Nacional do Trânsito, em setembro. O projeto envolve a promoção de um curso de Educação no Trânsito, destinado a alunos de escolas municipais de São José dos Pinhais. O piloto foi rea-lizado com alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I. O projeto conta com a coordenação das professoras Nara Regina Becker Ploharski e Claudia de Fátima de Souza, da PUCPR, e com a participação de duas alunas do curso de Pedagogia da PUCPR, como instrutoras. Pela Renault, a coordenação é de Eliane Tarrit e Cristina Gonçalves. _
educaçãO NO trâNSItO em parcerIa cOm a reNault
O Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) formalizou três termos aditivos com a Siemens, instalada no PUCPR Tecnoparque desde abril de 2012. Os termos aditivos garan-tem a implantação da Fábrica de Software, com a participação de alunos do curso de Sistemas de Informação e Engenharia da Computação; o desenvolvimento
do sistema Integrated Health Monitor (IHM), com o objetivo de definir um ambiente integrado para o monitoramento de um conjunto de atributos, envolven-do disco, rede, memória, CPU, sistema operacional e hardware dos servidores; e desenvolver um projeto de capacitação em C/C++, que será ministrado pelo professor Emerson Paraíso. _
SIemeNS e pucpr INIcIam atIvIdadeS em cONjuNtO
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e n t r e v I s ta
Ensinando a inovarO Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI) do Paraná, dirigido por Marco Antonio Areias Secco, trabalha com o tema inovação há mais de dez anos, por meio do fomento de práticas de estímulo à criatividade, ao empreendedorismo e à inovação nas indústrias. Com o Edital SENAI SESI de Inovação, já desenvolveu 35 proje-tos de inovação tecnológica com indústrias paranaenses, mobilizando mais de R$ 20 milhões, com oito patentes requeridas até o momento e mais de 70% das inovações já inseridas no mercado pelas indústrias.
que poucas são as empresas, no cenário nacional, plenamente preparadas, em termos de cultura e de processos e responsabili-dades claramente definidos e
“ A inovação é muito mais do que ciência, muito mais do que geração de patentes ou desenvolvimento de tecnologias.”
Em 2009, criou o Centro Internacional de Inovação, unidade especializada em gestão da inovação, cuja missão consiste em alavan-car a competitividade e a sustentabilidade das indústrias, por meio da aceleração dos seus empreendimentos inovadores e ações consultivas nas competências-chave. Em 2012, o SENAI-PR inicia nova fase de posicionamento como parceiro no for-talecimento da inovação nas indústrias com a implementação gradual de sete Institutos SENAI de Tecnologia em áreas setoriais e transversais (TICs, Madeira e
Mobiliário, Construção Civil, Alimentos e Bebidas, Metalmecânica, Meio Ambiente e Celulose e Papel) e um Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica, com um investimento global em torno de R$ 200 milhões para os próximo dois anos. Nesta entrevista, Marco Antonio Areias Secco analisa o cenário da inovação no Paraná e no Brasil e destaca as iniciativas do SENAI-PR para fortalecer a competiti-vidade da indústria paranaense, entre elas a parceria com a PUCPR no MBA Interna-cional em Gestão Estratégica da Inovação.
> a inovação é algo novo para as empresas brasileiras?A inovação como processo de criação de valor nas empresas, por meio do desenvolvimento de processos, produtos e serviços novos, não é em si algo novo. Podemos, inclusive, mencionar diversos exemplos de empresas brasileiras que têm se fortalecido há certo tempo, por meio de um processo estruturado de inovação. Exemplos nacionais bem conheci-dos são a Petrobras, a Embraer e a Braskem. No Estado do Paraná, em particular, podemos também mencionar o Grupo Boticário, a Prati-Donaduzzi e a Angelus. O que de fato necessitamos reco-nhecer como um fenômeno novo é a necessidade generalizada de todas as empresas, de todos os portes e de todos os setores da
economia, de abraçar a inovação como um processo estratégico-chave de competitividade, em um ambiente socioeconômico globalizado, de complexida-de nunca antes conhecida. O cenário enfrentado pelas nossas indústrias exibe característi-cas singularmente complexas: competição globalizada, taxa cambial e taxa de juros desafia-dores, acesso ao crédito, carência em termos de infraestrutura, alta carga e complexidade tributária, e uma pauta de exportação ainda essencialmente baseada em commodities. Para ser competitivo no século XXI, é preciso inovar.
> as empresas brasileiras estão preparadas para desen-volver projetos de inovação?Devemos infelizmente reconhecer
gerenciados, para inovar de forma contínua e estratégica. A inovação, que definimos como o processo de conversão de conhecimentos novos em resultados de negócios lucra-
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> O executivo deve buscar formação nesta área?A inovação é, antes de mais nada, uma disciplina de gestão. Como toda disciplina de gestão, portanto, é baseada num corpo de conhecimentos, competên-cias e instrumentos específicos que precisam ser incorporados e praticados sistematicamente no dia a dia organizacional, para então usufruir da recompensa do crescimento sustentável e competitivo. A inovação é muito mais do que ciência, muito mais do que geração de patentes ou desenvolvimento de tecnolo-gias. Necessitamos reconhecer que o pleno e eficaz domínio do processo estratégico de inovar necessita aprofundamento em nove competências-chave: cultura de inovação; estratégias de gestão
gestão, no ambiente globalizado, no qual todas as organizações estão atualmente projetadas. Ele foi especialmente desenhado, por meio de um método conhecido como problem-based learning [aprendizagem baseada em problemas reais], para ofertar uma abordagem eminente-mente pragmática de um tema que pode muitas vezes parecer teórico, em primeira abordagem. Efetivamente, os participantes do MBA devem obrigatoriamen-te implementar e aplicar um processo de gestão estratégica da inovação, em que os conheci-mentos e boas práticas apre-sentados são aplicados, em uma empresa real de sua escolha. Isso torna a aprendizagem muito mais eficiente, e bastante diferen-ciada, na nossa avaliação. _
de pessoas para a inovação; gestão da tecnologia; empreen-dedorismo; gestão de recursos financeiros para a inovação; gestão do design estratégico; inovação no modelo de negócio (business innovation); inovação para a sustentabilidade empresa-rial; e gestão do conhecimento.
> O mBa oferecido em par-ceria com a pucpr atende à demanda dos executivos que desejam investir na inovação?O MBA propõe uma visão prática, no estado da arte, dos processos e das experiências-referência em Gestão da Inovação. Ao mesmo tempo, agrega dimen-são internacional, por meio de módulo específico, absolutamente essencial para o entendimento e aplicação dessa disciplina de
tivos, competitivos e sustentável, deve ser bem mais do que um conjunto de ações táticas isoladas. A inovação cria valor, a partir do momento em que se torna um pro-cesso estratégico contínuo de uma determinada organização. Nesse quesito, os números da PINTEC [Pesquisa de Inovação Tecnológica conduzida pelo IBGE, referência para o entendimento do estado da arte deste tema no Brasil] são bas-tante reveladores. Em 2008, quan-do foi realizada a última pesquisa, o número total de empresas no Brasil com atividades contínuas de pesquisa, desenvolvimento e inova-ção era apenas de 4.268. O Estado de São Paulo contava então com 1.800 empresas, e o Paraná, em quinta posição do ranking nacional, contava apenas com 336 empresas desenvolvendo essas atividades.
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p e s q u I s a
ENgENHarIa dE prOduTOa serviço da saúde
Pesquisas desenvolvidas pela PUCPR avançam na área de modelagem óssea
A modelagem geométrica perfeita de um osso humano
por meio de modernos sistemas computacionais de Projeto e Manufatura Assistidos por Compu-tador (CAD/CAM – Computer Aided Design e Computer Aided Manu-facturing), associados a técnicas de prototipagem rápida, abre um universo completamente novo de possibilidades para a área da saú-de. Pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Concepção e Desenvolvi-mento de Produtos e Sistemas do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Siste-
mas (PPGEPS/PUCPR), em parce-ria com o Programa de Pós-Gra-duação em Tecnologia em Saúde (PPGTS/PUCPR), têm colaborado para esses avanços e já apre-sentam resultados animadores.
O grupo desenvolveu um sistema que calcula automatica-mente o tipo de implante dentário ideal para cada pessoa. Segun-do o coordenador da pesquisa, o professor Osíris Canciglieri Jr., a partir de um exame de tomografia da arcada dentária, o sistema calcula o diâmetro, o comprimento e o modelo do
implante adequados à densidade do osso onde será implantado. A pesquisa foi apresentada, em setembro, na 19ª ISPE Interna-tional Conference on Concurrent Engineering, na Alemanha.
A pesquisa foi realizada em parceria com um dentista espe-cialista em cirurgia bucofacial, e a comparação com a prática em consultório tem demons-trado que o sistema é eficaz e
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pode representar diferencial nos consultórios odontológicos. “O processo atual é manual e depende muito da experiência do profissional. O sistema possibilita um resultado preciso e em poucos minutos”, considera Canciglieri Jr.
Os pesquisadores dedicam-se ao aperfeiçoamento do sistema e à expansão das pesquisas para outras áreas da odontologia e da medicina. Canciglieri Jr. conta que
“ Esta pesquisa pode trazer inúmeros benefícios para pacientes que sofreram um acidente e lesionaram os ossos e até mesmo pacientes com tumores ósseos.” Osíris Canciglieri Jr.
Pesquisas possibilitam a reprodução de ossos humanos
Da esquerda para a direita: Munir Antônio Gariba, Gerson Linck Bichinho, Osíris Canciglieri Jr., Tiago Francesconi e Anderson Szejka
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o grupo já conseguiu reproduzir ossos humanos perfeitamente e que o objetivo, a partir dessa conquista, é reconstruir ossos danificados ou defeituosos em materiais compatíveis com o osso humano, como vitrocerâmica, titânio e inox. “Esta pesquisa pode trazer inúmeros benefícios para pacientes que sofreram um acidente e lesionaram os ossos e até mesmo pacientes
com tumores ósseos”, explica.O grupo, liderado pelo
professor Osíris Canciglieri Jr., é formado pelos professores Marcelo Rudek, também do PPGEPS, Gerson Linck Bichi-nho, Munir Antônio Gariba e Luiz Roberto Aguiar, do PPGTS, pelo dentista buco-facial José Maurício Perussolo e pelos alunos de doutorado do PPGEPS Anderson Luis Szejka e Tiago Francesconi. _
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