23/11/2011
CONVERSA COM ROLLAND BARTHES
... e com quem gosta de ensinar o pecado de ousar vislumbrar algo aqum do horizonte
permitvel levando-nos alm do interior oculto...
Cada instante de minha vida permeado pelos sons voclicos sibilados pelos malditos e
mordazes lbios (agradeo imensamente por isso) que prazerosamente fora bifurcao
dos sentidos, deixando sempre o delimitado e esttico ponto de alar-se e conquistar
valores nunca antes imaginados. Isso realmente filosofia?
Pipoqueiam em minha mente os mesmos vermes que na antiga e longnqua adolescncia
pululavam em minha anal e prematura vivncia... Talvez no mais veja meus antigos e
adorveis mestres, talvez no mais nos falemos, talvez o talvez no mais exista e a com
certeza ficar marcado em mim os momentos de filosficas dores, descobertas e amores
vividos pelo acesso ao saber... Por hora, contemplo o rolar em minha face, das j conhecidas
e velhas amigas lgrimas, que correm feito rio em direo aos lbios j sedentos do toque do
conhecer, no h certezas e afirmaes neste pargrafo, somente a inteno de se dar luz
mais um trabalho que deliciada escrevo nesse momento... bom escrever algo... Mas
necessrio o devido retorno que muito necessrio e gratificante.
Olhar para frente no significa algo para mim, pois hoje minha percepo no mais
direcionada, e sim imanente e radiante... Meus olhos habitam meus sentidos e meus
sentidos captam o todo como algo que atinge o corpo, invade a alma e no mais d-me
chance de exercer domnio sobre o que sou... Estou a deriva e a mar leva-me com certeza
ao obscuro... Para aquilo que procuro e que me novo. A aventura anteriormente iniciada,
agora toma p e alucina o pr estabelecido, na nsia de buscar esse inovar...
RLESSA Folclorista e Pesquisadora [email protected]
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H muito de confuso no ar, e eu o respiro; algo novo, de visceral... como brincar de
casinha novamente... Pular amarelinha, resgatar o que fora guardado sete chaves, para
ningum ter acesso, ou que sabe eu promoveria acesso sim, mas de risos...
Rolland Barthes[1] me permite sobrevoar sobre o inimaginvel, sair do academicismo ou
perme-lo de ousadias educacionais. Quem sabe sublimar o saber e contrapor o literrio
transpondo o j escrito em funo daquilo que se inova em troca do libertar mentes, em
favor da absolvio dos reais culpados pela liberdade de expresso. Vamos ao texto...
Desenvolver uma introduo de uma leitura to especial, algo para mim to
delicioso como sobreviver ao prazeroso coito das idias com a ousadia, o que me resta nesse
momento se no desfrutar desse momento. Dignificar Rolland Barthes seria endeus-lo, o
que para mim e para o prprio autor seria perda de tempo, ento resta a mim, eterna
iniciante do ato do pensar, desfrutar das inventivas e salutares palavras desse autor.
(...) A vida como uma pelcula infindvel de vivncias (...)[2]
Rolland Barthes isso... Um eterno prazer impossvel de ser contido nos hermticos e
asspticos gabinetes dos saberes... a lama social sendo exposta de forma a recriar o
conceito da arte de se dar aula... o viajar sem bagagem moral no universo do indizvel e
provar que nada detm uma fonte que insiste em jorrar, mesmo que ela no mais a exista
nesse nosso plano. Ser isso eternidade?
O que eterno jamais se corrompe... O que fora gerado na essncia de um ser buscador
sempre servir de somatria aos que tambm buscam, e no h acidentes[3] que apague o
que somos...
Mas o que somos?
Os acadmicos jamais podero academizar ou compartimentar Rolland Barthes, seu blico
potencial literrio explode filosoficamente sobre a semiologia, sendo v quaisquer forma de
cerceamento que aprisione a liberdade explicita no que escreves... Conhecer uma de suas
escritas mais do que ler um bom livro, um convite contemplao e prtica de uma
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existncia diferenciada, onde no mais se aceita vmitos sociais como verdades acabadas e
estabelecidas, pereniza-se tudo o que fonte de embotamento mental.
Um querido, antigo e como Rolland, maldito[4] professor, disse-me um dia, h mais de dez
anos atrs, em conversas pelos corredores da filosofia, que gostaria de viver na poca e ao
lado de uma determinada filsofa. Contestei de imediato, interpretando essa afirmao
como sendo fruto de um machismo opressor da parte dele... Hoje compreendo que tambm
assedioessa condio de expectadora/amante de alguns personagens de nossa literatura,
pelo simples fato de serem fontes que ampliam meu horizonte do saber, j to limitado e
ignorante devido aminha existncia humanidica reprimida. Mas aposto em mim.
A paixo move e destri montanhas... a carncia tambm... Sou eterna sedenta pelo saber e
quando percebo que algo valoroso chega s minhas mos, muitas vezes, como criana
birrenta, no mais sei o que fazer de tudo isso. Sento-me releio aquilo que me instiga e
retomo escrita.
E como sou teimosa, teimarei e tentarei ser uma boa e dedicada pessoa que dedilha no piano
cantigas que ninam a alma sob forma de letras de nosso alfabeto, mas que sai noite
procurando pela madrugada o som do batuque que alimenta o corao e a alma do ser.
Como nossa alma, que ar, nos governa e sustem, assim tambm o sopro e o ar abraam o
cosmo(...).
Convido-o a firmarmos um contrato torto, sem regras, determinaes ou mesmo moral,
acrescento a esse convite uma bacia de suculentas pipocas recheadas de estouros incidentais
que, a cada mordida crocanteiar e dar um novo tempero criatividade de cada um de ns.
Convido-o tambm, viajar comigo no pouco que compreendi desse carinha[5], o qual
gostaria realmente de estar juntinho, agarradinha, s para ver se por osmose a
semiologia[6] ficasse mais prxima de mim.
Vamos l...
Um inconcebvel e impensvel anarquista, o que me vem minha
surpreendida mente quando solicito ao intelecto nomenclaturar, codificar ou fichar um
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autor desse porte... Percebo que quase que inimaginvel conceber mundos, vivenciar a
sociedade, estabelecer parmetros; sem determinadas pessoas que privilegiem a questo da
livre docncia fomentando em quem teve o privilgio de assistir suas aulas o exerccio cruel e
necessrio de deixar de ser levado pelas mars do senso comum para sublimar a filosofia
atravs de seus signos e significados reais ou imaginrios.
Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta e que no h ningum que explique e
ningum que no entende.[7]
Poderes o so permanentes por devida inadimplncia do saber... Veja bem, o
autor questiona incansavelmente em seu livro Aula, o que ocorre com a linguagem
semiolgica, quando a mesma relegada ao plano de se bastar somente enquanto objeto de
utilizao de grupos com interesses escusos e como mecanismo opressores da liberdade de
expresso.
Quando Rolland Barthes enumera a condio humana como sendo de incio,
vitimada pelas posturas repressoras e tendenciosas dos poderes existentes na sociedade
humana, nada mais agua, se no a vontade de levantar bandeiras e agir em funo de um
idealismo acadmico que ele prega... apaixonante... Mas e a prtica? O que nos viabilizar
transportar as letras para a realidade fsica e transform-la em mecanismo sim de abertura
uma educao digamos, mais apropriada e direcionada libertao do livre pensar?
CONDIO HUMANA
A trapaa das trapaas...
Como Rubem Alves[8]; Ah! Mais um delicioso maldito ser que ilumina minha
alma; d-nos a chance de sobreviver ao estigma da dominao, com a frmula mgica de um
feiticeiro aloprado que atravs de palavras ele nos fornece sugestes para obter-se a
liberdade conceitual: a famosa e adorvel literatura, que poder ou no subverter nossa
mente, dando-nos chances de visualizar aes que transgridam o que estabelecido pelo
poder.
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Sobre o poder, Rolland Barthes deixa bem claro o equvoco do ser humano em
acreditar ser ele o poder um sujeito nico, pois ele modifica essa concepo conceito,
estabelecendo critrios de pluralizao desse conceito...
H de se ter maior clareza quando verificada em sua aula inaugural, a
diversidade quanto ao contexto histrico de poderes diferenciados de dominao. O poder
est dentro do indivduo e exercemos seu domnio atravs da linguagem.
Uma passagem bblica refora esse conceito de poderes mltiplos e d-nos base
que o mesmo detectado por outros segmentos de saberes: Meu nome legio, porque
somos muitos (Marcos 5.1-14, a fim de constatar a idia de que o poder no uma figura
isolada e nica na sociedade.
Rolland deixa claro que os poderes existem em tudo o que se possa imaginar,
detm-se afirmando tambm que a busca pelo prazer coisifica gestos, personalizando-os
como aoites sociais, a sim somos vitimados pela opresso do corpo que fala por si,
desenvolvendo uma linguagem prpria desnudo da fala. Ao lecionar o professor tem por
obrigao quase que impossvel de despojar-se do desejo de exercer o poder, mas o que fica
tambm esclarecido, que guardadas as devidas propores, o professor pode sir a ser to
poderoso quanto o mais infiel militar na poca da ditadura no Brasil ou um audaz poltico
to contemporneo ns.
De forma ideolgica e criminosa, o poder enraizou-se nos mais diversos locais,
muitas vezes inimaginveis, e note: Com carteira devidamente assinada, autoriza-se essa
estrutura, ou melhor, permiti-se, concede-se pseudo direitos reais, com finalidade de
fortalecimento dessa legio de poderes que tem a permisso de exercer o doce e sdico
sabor de domnios seculares naqueles que si quer admite ou percebe de tal ao m si.
Verifica-se na escrita de Barthes, a afirmao de que o poder que o homem
exerce no outro, se instalou em tudo o que o cerca. Nas nuances do plano fsico corporificado
em gestos, falas... at mesmo nas entrelinhas do nvel mental. O que se espera dessa
devassido que nos torna serviais e que nos submetemos e somos submetidos? [9]
O que se espera disso?
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O poder est interligado toda histria dessa humanidade, atravessa por toda
conjuntura social. Ele reside tal qual um parasita na linguagem, reinventa o ato de fuzilar
idias e ideais, germinando e enraizando mais profundamente ainda, sem necessariamente
tornar-se visvel. O poder personifica-se, torna-se uma persona[10], transgride o auto
domnio do indivduo e do coletivo. A linguagem, nessa questo, torna-se vil de primeiro
plano, pois ela, que deveria estabelecer conceitos de liberdade, relida e reinventada
enquanto fonte mantenedora de poder. Verifica-se que o sujeito ou um grupo com tais
intenes, faz uso da linguagem, a fim de tornar-se efetivamente tornar-se mais forte. O
mesmo se faz super humano por causa da linguagem.
(...) O que fao no mais do que a conseqncia do que sou, da mesma maneira sou obrigado a
escolher sempre o masculino e o feminino, o neutro e o complexo me so
proibidos(...)[11]
Com a linguagem se domina o meio, a mensagem que se percebe tambm estar
inserida subliminarmente em todas as situaes da sociedade, obrigando poderosamente o
individuo a agir de determinada e direcionada forma e abrigando somente aquele que
mantm esse crculo de poder.
A LNGUAGEM NOS DOMINA
O que nos resta?
O verdadeiro desespero de no poder modificar o j estabelecido?
E a teimosia... palavra sbia esta que tem em seu crdito o adjetivo de ser
fonte segura para reabilitar no homem a insatisfao de no querer ser dominado ou pior
ainda: dominar.
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Barthes, malicioso das idias confirma mais uma vez sua genialidade quando
mostra-nos desavergonhadamente a possibilidade potica de transformar aquilo tudo que
somos submetidos conscientes ou inconscientemente.
AO PODER: O PODER...
H na literatura um parasita filosfico, e sua fora impede que exeramos
domnio sobre ele. D - nos a sensao de termos opo de utilizarmos dele, mas jamais
de domin-lo. Tornou-se essencial e primordial literatura que abarcou esse parasita e com
ele habita o reino da subverso[12], chave mgica para conseguir tornar-nos cientes de que
habitamos a rbita do mundo, mas que podemos e/ou devemos evitar aceitar os limites
impostos pela ideologia reinante. A linguagem, feito serpente, est sempre atenta a qualquer
deslize do poder para ento dar seu bote e rumar liberdade do livre pensar. A ideologia faz
uso de tais saberes...
A ideologia utiliza-se de artifcios que a faz obscura e lacunar. Ou seja, nem tudo pode ser
explicitado, preciso haver um certo obscurecimento a fim de que ela se
mantenha(...)[13]
Mas onde encontrar-se uma brecha a fim de ludibriar essa pretensa e tendenciosa fbrica de
chocolates[14]?
Com a subverso da linguagem certamente geraramos um caos ainda maior sob o contexto
oportunizando um anti poder, o que de certa forma abalaria a estrutura geradora da questo
de domnio, mas tambm crucial sabermos o que fazer com isso,para que evitemos que
apenas haja modificaes superficiais e substituies sociais dos sujeitos em questo, tendo
em vista que o condicionamento nos fez h tanto tempo acreditar que o poder dever ser
exercido por algum.
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Na linguagem, tanto o signo, quanto o significado, so utilizados por diversos motivos e
tendncias. Com a luta pela transformao de tudo o que possa vir a ser ideolgico, gera-se
uma verdadeira carnavalizao prejudicial no que tange ao real e ao politicamente
correto.
Quando Barthes lembra-nos da indisciplina da literatura, transfere-nos ao saber que ela ou
est no passado, recolhendo dados para sua sobrevivncia ou desafiando com seus
posicionamentos futursticos[15], inserindo-se de tal forma na realidade das coisas que faz-
nos sentir avaliados constantemente, pois a literatura abarca saberes que acessam as mais
ntimas questes pessoais que nos povoam e que fazemos uso devida ou indevidamente.
DURMA COM ISSO
Como um filsofo insano, que busca incansavelmente a verdade, a linguagem
ousa situar-nos no limite de sua existncia. Faz da escrita, instrumento incessante de
existncia, mas ela deixa de ser ordinariamente existvel, para transmutar-se para uma
forma dramtica que chamamos de realidade. Ao recriar-se a linguagem, descobre-se a sada
perfeita no sentido de sublinhar as ente linhas da literatura o que a transforma em exerccio
correto do saber.
A LITERATURA HABITA O ABISMO DOS SABERES
Como podemos verificar, em Rolland Barthes, semiologicamente, o saber se
estabelece contrapondo-se ao poder. A arte torna-se neste contexto, instrumental de
resistncia a ser considerada enquanto forma efetiva de ao opositora ao pr estabelecido,
pois reinventa padres e comportamentos da sociedade. Inventivamente, o sistema social
caotiza essa cultura de vanguarda e revolucionria, consumindo-a e tornando-a lugar
comum do pice da sociedade que valoriza o desenfreado consumismo: arte torna-se
consumo. A cultura se homogeniza, incorporando-se esse mecanismo, perdendo sua
identidade enquanto objeto subversivo e se incapacita nesse desafio pois afirmativamente a
arte tornou-se consumo.
O ciclo repete-se infinitamente, modificando-se apenas os sujeitos centrais
envolvidos. como um eterno gestar, parir constante, sabendo que o consumismo devorar
certa e invariavelmente nossos filhos. Mas felizmente h rebentos que nunca sero
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absorvidos e nem inseridos no contexto massificado do saber... Eis nossa esperana: Eis
novamente o parasita filosfico tornando-se presente.
AO PODER, O ANTI - PODER!
Para finalizar, ou tentar finalizar o infindo, chego (in)concluso de que
somos eternos viajantes sem morada fixa, tendo como lar a estrada. Tentando a todo custo
manter-se livre, ntegro e firme em suas concepes de vida, detendo-se apenas quando
encontrado algo que substitua suas lapidadas e mais intimas verdades. Nunca deixando de
lado a capacidade de maravilhar-se, e nem mesmo permitindo o crebro coibir a emoo de
sua marcante presena. Muitas vezes seremos ou no levados a srio, mas teremos certeza
de existir pessoas maravilhosas que detm o saber por segundos csmicos e os distribui
impunimente e incanavelmente.
(...) Para a filosofia, o caminho a emioo![16]
A cincia busca o concreto... a arte o abstrato... Observando Guernica[17], de
Pablo Picasso nota-se como ele muito mais simples sem ser simplrio, ele condensa
oportunidades em pontos justos.
A filosofia, no reside apenas em protestos contra o descabimento social, mas
avana sobre tudo isso de forma a gerar no indivduo a capacidade de raciocinar o seu
contexto vivencial, cabe ao humano concatenar essa funo com a sua capacidade de
assimilao o todo. O artista busca a beleza essencial, alertando assim sobre o tema
desenvolvido artisticamente com o que pressente ser verdadeiro. A arte uma verdadeira
mancha utpica na ditadura da existncia. Rolland Barthes assimilou isso em sua vida e
concretizou o sonho de ter a capacidade de discernir o erro correto na literatura, com o
acerto incorreto do poder.
(...) Assim, graas a essa organiozao que o esperito,como um msico,produz em ns a
linguagem e nos tornamos capazes de falar. Este privilgio jamais o teramos, sem dvida,
se os nossos lbios tivessem de assegurar para as necessidade do corpo, acarga pesada e
penosa da alimentao. NASA mos chamaram a si esse cargo e libertaram a boca para o
servio da palavra (...)[18]
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A criao desse artista das letras no se cataloga, a gramtica, a sintaxe de sua
arte, no se ensina, mas se apreende na melhor ou pior forma possvel, pois a ele foi legado o
conhecimento da manipulao das palavras e como tantos que o fazem, Barthes tem
conscincia de seu poder e envia-nos sinais de esperanas concretas de que h sadas
tangenciais, ensina-nos a caminhar com os prprios ps suportando o peso do saber.
Sua criao s se realiza no acaso, transfigurando-nos a alma e
instantaneamente gerando em ns o acaso pessoal e intransfervel. O insigth desse artista
transmuta-se em iluminadas possibilidades de se abastecer no imbatel. Somente se atm a
esse processo o buscador atento e feroz, pois aos outros fica apenas a incompreenso dessa
deliciosa insanidade, dessas confuses mentais, desses desafetos verbais.
O verdadeiro artista contemporaniza sua arte.
o verdadeiro mestre se d com a vontade de compreender o incompreensvel.
Rolland Barthes, fere como a cor que violenta o muro, causando-nos uma
cegueira momentnea para esclarecer o que deveria estar bvio, mas encontra-se
devidamente e propositalmente oculto.
Metfora
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontvel
Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingvel
Por isso, no se meta a exigir do poeta
Que determine o contedo em sua lata
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Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabvel
Deixe a meta do poeta, no discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metfora
Composio e letra : Gilberto Gil - 1982
[1] Escritor, socilogo, crtico literrio, semilogo e filsofo francs. Fez parte
da escola estruturalista, influenciado pelo lingista Ferdinand de Saussure. Crtico dos
conceitos tericos complexos que circularam dentro dos centros educativos franceses nos
anos 50. Barthes usou a anlise semitica em revistas e propagandas, destacando seu
contedo poltico. Dividia o processo de significao em dois
momentos: denotativo e conotativo. Resumida e essencialmente, o primeiro tratava
da percepo simples, superficial; e o segundo continha as mitologias, como chamava os
sistemas de cdigos que nos so transmitidos e so adotados como padres. Segundo ele,
esses conjuntos ideolgicos eram s vezes absorvidos despercebidamente, o que
possibilitava e tornava vivel o uso de veculos de comunicao para a persuaso.
[2] In BARTHES, Rolland, AULA- Aula Inaugural da Cadeira de Semiologia Literria do
Colgio de Frana, ,14 edio, traduo e posfacio Leila Perrone Moiss, editora cultrix,
So Paulo, 1977
[3] Aluso ao falecimento de Rolland Barthes, em novembro de 1980, quando fora
atropelado em uma rua de Paris.
[4] Permito-me uma pequena licena e explico o termo maldito me referindo aos que me
instigam ao saber, aos que promovem em mim o revolver do pensar filosfico.
http://robertalessablog.wordpress.com/wp-admin/post-new.php#_ftnref1http://pt.wikipedia.org/wiki/Literaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADtica_liter%C3%A1riahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Semiologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estruturalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ling%C3%BC%C3%ADsticahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Saussurehttp://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1950http://pt.wikipedia.org/wiki/Semi%C3%B3ticahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Significa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Denotativohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Conotativohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Percep%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Comunica%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Persuas%C3%A3ohttp://robertalessablog.wordpress.com/wp-admin/post-new.php#_ftnref2http://robertalessablog.wordpress.com/wp-admin/post-new.php#_ftnref3http://robertalessablog.wordpress.com/wp-admin/post-new.php#_ftnref4
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[5] Ibidem 2
[6] Cincia da linguagem, conforme sua origem (americana ou europia), a cincia geral
dos signos e da semiose que estuda todos os fenmenos culturais como se fossem sistemas
sgnicos, isto , sistemas de significao. Ambos os termos so derivado de "Semeion", que
significa "signo", havendo desde a antiguidade uma disciplina mdica chamada de
"semiologia".Mais abrangente que a lingstica, a qual se restringe ao estudo dos signos
lingsticos, ou seja, do sistema sgnico da linguagem verbal, esta cincia tem por
objeto qualquer sistema sgnico - Artes
visuais, Msica, Fotografia, Cinema, Culinria, Vesturio, Gestos, Religio, Cincia, etc.
[7] In: MEIRELES, Ceclia. Romanceiro da Inconfidncia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2005
[8] Psicanalista, educador, telogo e escritor brasileiro, autor de livros e artigos abordando
temas religiosos, educacionais e existenciais, alm de uma srie de livros infantis. Com
formao ecltica, transita pelas reas
de teologia, psicanlise, sociologia, filosofia e educao. Sua mensagem direta e, por vezes,
romntica, explorando a essncia do homem e a alma do ser. algo como um contraponto
viso atual de homo globalizadus que busca satisfazer desejos, muitas vezes alm de suas
reais necessidades.
[9] Cito o filme Labyrinth (br: Labirinto - A magia do tempo) um filme norte-americano
e britnico de 1986, dos gneros aventura e fantasia, dirigido por Jim Henson e produzido
por George Lucas.Tm em seu elenco o msico David Bowie, que interpreta um bruxo que
exerce poder nomundo imaginrio e faz conexopermanente com o mundo real.
[10] Na psicologia analtica (Jung), dado o nome de persona funo psquica relacional
voltada ao mundo externo, na busca de adaptao social. Nesta acepo, ope-se
sizgia (animus/anima), responsvel pela adaptao ao mundo interno. No processo
de individuao, a primeira etapa , justamente, a elaborao da persona desenvolvida, em
termos de sua relatividade frente personalidade como um todo. Nos sonhos, costuma
aparecer sob vrias imagens/formas. A palavra derivada do verbo personare, ou "soar
atravs de".
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[11] Ibidem 2
[12] Termo subverso est relacionado a um transtorno, uma revolta; principalmente no
sentido moral. No sentidos de destruir estruturas de autoridade, enquanto subverso se
refere a algo mais clandestino, como erodir as bases da f no status quo ou criar conflitos
entre pessoas dominadas e dominantes.
[13] LUCKEP, C. C., J. P., Aprendendo a Pensar Introduo Filosoia, Editora Cultrix,
So Paulo, 1948.
[14] Referncia ao filme Charlie and the Chocolate Factory (br: A Fantstica Fbrica de
Chocolate ), onde a histria baseia-se em um livro homnimo, do escritor gals Roald Dahl,
publicado em 1964.
[15] Analogia com a arte que inova e incendeia o objeto.
[16] IHU On Line: Revista do Instituto Humanista UNISINOS Henri Brgson, A evoluo
Criadora
[17] Guernica um painel pintado por Pablo Picasso em 1937 por ocasio da Exposio
Internacional de Paris. Foi exposto no pavilho da Repblica Espanhola. Medindo 350 por
782 cm, esta tela pintada a leo normalmente tratada como representativa do bombardeio
sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por avies alemes,
apoiando o ditador Francisco Franco. Actualmente est no Centro Nacional de Arte Rainha
Sofia, em Madrid. A pintura foi feita com o uso das cores preto e branco - algo que
demonstrava o sentimento de repdio do artista ao bombardeio da cidadezinha espanhola.
Claramente em estilo cubista, Picasso retrata pessoas, animais e edifcios nascidos pelo
intenso bombardeio da fora area alem (Luftwaffe), j sob o controle de Hitler, aliado de
Francisco Franco.
[18] Gregrio de Nisa, in Traduo da Criao do Homem, 379 d.C.
[Digite o encerramento]
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23/11/2011
Rlessa
[Digite o ttulo do remetente]
Folclorista e Pesquisadora