RODRIGO SANGUINETTI ELTZ
REVISAO BIBLIOGRAFICA SOBRE SiNDROME DA FIBROMIALGIA
Monografia apresentada ao curso de Fisioterapiada Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude daUniversidade Tuiuti do Parana como requisito parcialpara obten~ao do grau de Fisioterapia.
Orientador: Professor Mestre Luis Carlos da CamaraVi celli
CURITIBA2005
TERMO DE APROVACAO
RODRIGO SANGUINETTI ELTZ
REVISAO BIBLIOGRAFICA SOBRE SiNDROME DA FIBROMIALGIA
Este trabalho foi julgado e aprovado para obtenyao do titulo de Bacharel emFisioterapia da Universidade Tuiuti do Parana.
Curitiba, __ de de 2005.
Coordenador(a):
Professor: Luis Carlos da Camara Vicelli
Orientador( a):
Proferssor( a):
Professor( a):
Professor( a):
ii
iii
SUMARIO
TERMO DE APROVACAo.......................................... iiRESUMO............................................................................ ivABSTRACT........................................................................ v1. INTRODUCAO................................................................ 1
2. REVISAO DE LlTERATURA.......................................... 2
2.1 FIBROMIALGIA - HIST6RICO E DEFINIC;AO............. 2
2.2 MANIFESTAC;OES CLINICAS ASSOCIADAS 5
2.3 ETIOLOGIA E PATOGENESE...................................... 6
2.4 a.v. DOS PACIENTES COM FIBROMIALGIA 10
2.5 DIAGN6STICO.............................................................. 11
2.6 TRATAMENTO 13
2.6.1Terapeutica Nao-medicamentosa 13
2.6.2Terapeutica Medicamentosa....................................... 17
2.7 PROGN6STICO........................................................... 19
3. MATERIAlS E METODOS 21
4. DISCUSSAO........ 22
5. CONSIDERACOES FINAIS............................ 24
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS............................... 25
RESUMO
A fibromialgia e conceituada como uma srndrome de etiopatogeniadesconhecida, que acomete preferencialmente as mulheres, carcaterizada pordores difusas pelo corpo, referidas como de origem muscular e locais de palpa~aodolorosa especificos, associada frequentemente a disturbios do sono, fadiga,cefaleia cronica e sindrome do colo irritavel. A fisioterapia pode vir a auxiliar notratamento da fibromialgia, promovendo melhora da dor e do impacto dos outrossintomas, restabelecendo a capacidade fisica, mantendo a funcionalidade epromovendo a melhora da qualidade de vida dos pacientes. 0 objetivo desteestudo e realizar uma atualiza~ao bibliografica sobre a sindrome da fibromialgia.Para este estudo, foram selecionados 20 artigos restringindo periodo de tempoentre 1986 a 2005, nos idiomas portugues e ingles, literaturas encontradas nasprincipais universidades de Curitiba - Pr (Unicenp, UTP e UFPR). Foramselecionados tambem 10 literaturas como fonte de dados, no periodo de 1980 a2005. Considerando as opinioes dos autores citados neste estudo, encontrou-seconcordancia quanto ao conceito , criterios diagnosticos, manifesta~oes cHnicas ecomorbidades em fibromialgia, bem como um vasto arsenal de tecnicas emetodos, principalmente no tratamento fisioterapeutico desta doen~a.
Palavras - chave: Sindrome da Fibromialgia, Tratamento Fisioterapeutico
IV
ABSTRACT
The fibromyalgia is appraised as a syndrome of unknown etiopathogenesis,that affects preferential the women, charactherized for diffuse pains for the body,related as of muscle origin and specific places of painful palpation associatedfrequent the riots of sleep, fatigue, chronic chronic headache and syndrome of theirritable col. The physical therapy can come to assist it in the treatment of thefibromyalgia, promoting improvement of the pain and the impact of the othersymptoms, reestablishing the physical capacity, keeping the functionality andpromoting the improvement of the quality of life of the patients. The objective ofthis study is to carry through a bibliographical update on the syndrome of thefibromyalgia. For this study, they had been selected 20 articles restricting period oftime enters 1986 the 2005, in the languages Portuguese and English, literaturesfound in the main universities of Curitiba - Pr (Unicenp, UTP and UFPR). 10literatures had been selected also as source of data, in the period of 1980 the2005. Considering the opinions of the authors cited in this study, agreement howmuch to the diagnostic concept, criteria, clinical manifestations and comorbidities infibromyalgia met, as well as a vast armory of techniques and methods, mainly inthe physical rehabilitation of this illness.
Key -words: The Fibromyalgia Syndrome, Physical Rehabilitation.
v
1. INTRODUCAO
o tema deste trabalho esta direcionado para a Sindrome da Fibromialgia
(SFM) com 0 objetivo principal de estudar 0 conceito e as causas, alem de
atualizar 0 tratamento fisioterapeutico e salientar a importancia do diagn6stico
precoce em todos os pacientes, p~r mais simples que seja cada caso.
Fibromialgia e uma sindrome reumatica nao inflamat6ria, de etiologia
desconhecida, que acomete predominantemente as mulheres, caracterizada por
dor musculo-esqueletica difusa e cronica, alem de sitios anatomicos especificos
dolorosos a palpayao, denominados tender points. Frequentemente estao
associados diversos sintomas, como fadiga e rigidez matinal, disturbios do sono,
disturbios gastrointestinais e psicol6gicos. (MARQUES, 2002; CHIARELLO, 2005)
o tratamento atual da Sindrome da Fibromialgia esta voltado principalmente
para a reduyao dos sintomas. A Fisioterapia tern urn importante papel na melhora
do controle da dor e no aumento ou manutenyao das habilidades funcionais de
cada paciente; entretanto, e preciso born senso na hora de adequar uma terapia
com componentes exclusivos para seu paciente, associando sempre quais serao
os efeitos beneficos e principalmente os efeitos prejudiciais ao paciente
fibromialgico. (CHAITOW, 2002; MARTINEZ et ai, 2002)
o objetivo principal deste trabalho e realizar uma atualizayao sobre a
Sindrome da Fibromialgia, envolvendo aspectos como conceito, etiologia,
fisiopatologia e tratamento clinico e fisioterapeutico da doenya, atraves de umarevisao da literatura atual.
2. REVISAO DA LITERA TURA
2.1 FIBROMIALGIA: HIST6RICO E DEFINIC;Ao
Durante muitas decadas, a fibromialgia nao foi aceita como uma entidade
clinica distinta. Conceituavam-na ora como disturbio psicol6gico, ora como
sind rome dolorosa regional. Essas divergencias revelavam que a doenc;a parecia
diferente a cada observador. Em 1971, Smythe e Moldofsky desenvolveram os
primeiros criterios diagn6sticos para a fibromialgia. Esse estudo provocou 0
aparecimento de uma serie de publicac;6es cientificas de criterios diagn6sticos
para a fibromialgia. No entanto, os criterios propostos apresentavam problemas
metodol6gicos e de aplicac;ao clinica, e nenhum dos grupos de criterios foi testado
entre os varios centr~s de estudo. (HAUN, 1999)
A fibromialgia era conhecida inicialmente como fibrosite, fibromiosite,
miofasceite e reumatismo muscular. Preferiu-se 0 termo fibromialgia, ja que a
inflamac;ao nao e predominante nessa doenc;a. Quando nenhum outr~ distUrbio
era encontrado como causa ou contribuic;ao para 0 quadro, era utilizada a
nomenclatura de fibromialgia primaria, porem ocorrida secundariamente a
determinadas condic;6es, fossem elas reumaticas ou nao, como osteoartrose,
doenc;a reumatica, lupus e outras doenc;as do tecido conjuntivo, trauma,
hipotireoidismo e outras doenc;as end6crinas, infecc;6es ou doenc;as malignas.
(CHIARELLO, 2005)
°estabelecimento dos criterios de classificac;ao da fibromialgia pelo comite
do American College of Rheumatology representa um marco na pesquisa dessa
sind rome. A partir desse estudo, solidificou-se 0 termo fibromialgia, foi
abandonada a distinc;ao entre fibromialgia primaria e secundaria e foram
estabelecidos os criterios diagn6sticos. (CHIARELLO, 2005)
Segundo MENGSHOEL e HAUGEN em 2001, a fibromialgia pode ser
definida como uma sindrome reumatica nao inflamat6ria, caracterizada p~r dor
musculo esqueletica generalizada e sensibilidade exacerbada a palpac;ao de
determinados pontos dolorosos (tender points), associ ada frequentemente a
3
fadiga excess iva e a distUrbios do sono, persistentes por mais de tres meses.
(MENGSHOEL; HAUGEN, 2001).
Em 1990, Wolfe et aI., apos a realizac;ao de urn estudo multicentrico
envolvendo 16 centr~s de estudos em fibromialgia do Canada e Estados Unidos
da America, publicaram uma proposta de criterios para a classificac;ao da
fibromialgia. De acordo com 0 estudo do Colegio Americano de Reumatologia, os
criterios ficaram restritos a: historia de dor difusa; dor em 11 dos 18 pontos
dolorosos, a palpac;ao digital realizada com pressao aproximada de 4kgf. (WOLFE
et al,1990).
Durante a elaborac;ao deste estudo pelo American College of Rheumatology
(ACR), foi levantada a hipotese de que, a priori, a localizac;ao e a distribuic;ao da
dor, os sintomas de rigidez matinal, a fadiga, 0 disturbio do sono e 0 numero e a
localizac;ao dos tender points poderiam diferenciar efetivamente os pacientes dos
individuos controle. Os resultados mostraram que os criterios mostravam melhores
indices de especificidade, sensibilidade e acuracia em relac;ao a outras doenc;as
reumaticas. Oeste modo, tais criterios poderiam ser apropriados tanto em
investigac;6es clinicas ou epidemiologicas, como no diagnostico da propria
fibromialgia. Os resultados deste estudo mostraram que os criterios poderiam ser
aplicados em ambos os casos em que a fibromialgia ocorria concomitantemente a
outras doenc;as (chamada de fibromialgia secundaria) ou nao concomitantemente
(fibromialgia primaria);sendo entao, abolida a distinc;ao entre fibromialgia primaria
e secundaria. Portanto, de acordo com os criterios, a presenc;a de outra doenc;a
nao excluia 0 diagnostico de fibromialgia. (WOLFE et al,1990; HAUN et ai, 1999)
A definic;ao de sindrome da fibromialgia (SFM) como apresentada pelo
American College of Rheumatologists (ACR 1990) e a seguinte:
1. Uma historia de dor generalizada pr pelo menos tres meses. A dor e
considerada generalizada quando todos os seguintes sintomas estao presentes:
dor no lado esquerdo do corpo, no lado direito do corpo, abaixo da cintura e acima
da cintura. Alem disso, deve haver dor axial (coluna cervical ou parte anterior do
peito ou coluna toracica ou lombar).
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2. Dor (com 0 paciente relatando "dor" e nao apenas sensibilidade) em 11 dos 18
pontos senslveis quando submetidos a pressao digital envolvendo 4K de pressao.
As localizac;oes sao todas bilaterais e sao situadas:
• Nas inserc;oes musculares subocciptais (perto de onde 0 rectus capitis
posterior minor se insere).
• Nos aspectos anteriores dos espac;os inter-transversos entre C5 e C7.
• No ponto medio da borda superior do musculo trapezio superior.
• Nas origens do musculo supra-espinhal, sobre a espinha da escapula.
• Na segunda junc;ao costocondral, na superficie superior, ligeiramente ao
lado das junc;oes.
• 2 centlmetros distalmente dos epicondilos laterais dos cotovelos.
• Nos quadrantes superiores externos das nadegas na prega anterior do
gluteo medio.
• Posterior a proeminencia do grande trocanter (inserc;ao do piriforme)
• No aspecto medio dos joelhos, no coxim gorduroso pr6ximo a linha
articular.(CHAITOW, 2002)
Em 1992, no 2° Congresso Mundial de Dor Miofascial e Fibromialgia,
realizado em Copenhagen, foi criado e mais tarde publicado urn documento de
consenso sobre fibromialgia (Consensus document on FMS 1992). Esta
declarac;ao aceitou a definic;ao de fibromialgia do ACR como a base para urn
diagn6stico, e adicionou uma serie de sintomas aquela definic;ao, incluindo fadiga
persistente, rigidez matinal generalizada e sono nao reparador. (CHAITOW, 2002)
Esta declarac;ao reconheceu que pessoas com SFM podem, de fato,
apresentar, por vezes, menos de 11 pontos dolorosos - 0 que e importante se a
maioria dos outros criterios para diagn6stico e satisfeita. Em tais casos, urn
diagn6stico de "possivel SFM" e considerado apropriado, com urn
acompanhamento cllnico sugerido para confirmar a condic;ao. (CHAITOW, 2002)
o documento de Copenhagen acrescenta que a SFM parece ser parte de
urn complexo maior que inclui sintomas como cefaleia, irritac;ao da bexiga,
dismenorreia, extrema sensibilidade ao frio, pernas inquietas, padr6es indefinidos
5
de adormecimento e formigamento, intolerancia a exercicios, entre outros.
(CHAITOW, 2002)
2.2 MANIFESTAyOES CLiNICAS ASSOCIADAS
A dor e 0 sintoma cardinal da fibromialgia. Entretanto, a literatura tern
apresentado varios outros sintomas que podem acometer os pacientes com essa
sindrome. (CHIARELLO, 2005)
Conforme citam HELFESTEIN e FELDMAN em 2002, a complexidade das
manifestayoes clinicas da fibromialgia tern sido relacionada a procura de muitos
pacientes por medicos de diversas especialidades. Esses pacientes sao muitas
vezes submetidos a multiplos exames complementares e tern recebido diversos
r6tulos diagn6sticos.( HELFESTEIN e FELDMAN, 2002)
No estudo multicentrico de classificayao da fibromialgia desenvolvido por
WOLFE et ai, em 1990, foi constatado que cada urn dos sintomas de rigidez,
fadiga e disturbio do sono estava presente em rnais de 75% dos pacientes.
(WOLFE et ai, 1990)
Sintomas citados como freqOentes na fibromialgia sao: parestesia,
dificuldade de memorizayao, palpitayao, tontura, sensayao de inchayo, dor
toracica, cefaleia cronica, ansiedade, depressao, irritabilidade, zumbido,
epigastralgia, dispneia, enjoo, dificuldade de digestao, fenomeno de Raynaud,
dismenorreia e c610n irritavel. Suas ocorrencias sao variadas entre os estudos.
(HELFESTEIN e FELDMAN, 2002; RIBERTO, 2002)
Em urn estudo realizado por HAUN e colaboradores em 1999, foi dado por
objetivo validar os criterios do ACR-1990 para a classificayao da fibromialgia em
uma populayao brasileira, atraves de exame fisico e avaliayao atraves de
questionarios. Foi possivel, neste estudo, verificar as manifestayoes clinicas
apresentadas pelos entrevistados, sendo que sintomas tais como sono nao
reparador e fadiga persistente ocorreram em mais de 80 % dos pacientes. 0
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sintoma dor difusa combinado a 9 ou mais pontos dolorosos apresentou
especificidade, sensibilidade e acuracia altas neste estudo. (HAUN et ai, 1999)
Em urn estudo qualitativo da percepyao dos pacientes sobre a fibromialgia,
Martinez, em 2002, observou uniformidade em relayao as descriyoes da
sintomatologia. Oor e fadiga sao os sintomas referidos como mais freqOentes e
importantes. Outros sintomas relevantes sao disturbios do sono, ansiedade ou
angustia, dificuldade de memoria e de concentrayao. 0 inicio insidioso de uma dor
de dificil descriyao foram as principais observayoes feitas neste estudo.(MARTINEZ, 2002)
Sindrome do intestino irritavel e urn sintoma associado comum da
fibromialgia, e pode derivar de uma ampia gama de fatores causais, incluindo
estresse, intolen3ncia alimentar, infecyao, flora intestinal desequilibrada,
deficiemcia enzimatica, deficiencia de serotonina, entre outras. 0 resultado final da
sind rome do intestino irritavel e uma funyao digestiva inteiramente desequilibrada
que pode envolver irritayao da mucosa estomacal, rna absoryao, disbiose e
toxicidade, assim como urn aumento da probabilidade de intolerancia alimentar _
uma causa suspeita de mialgia e fadiga. Outros efeitos da disruptura da funyao
digestiva podem envolver deficiencias nutricionais e estresse dos orgaos de
desintoxicayao - figado e rins, por exemplo - com ramificayoes adicionais em
termos do declinio da saude. (CHAITOW, 2002).
2.3 ETIOLOGIA E PATOGENESE
A etiologia e a fisiopatologia ainda sao desconhecidas, apesar de varias
hipoteses patogenicas terem sido propostas, como: central, periferica, imunologicae infecciosa.(SABBAG et aI., 2000)
Por meio de estudos histologicos e metabolicos, comprovou-se que os
musculos de individuos fibromialgicos sao normais, indicando que a patofisiologia
desta sindrome nao ocorre por disturbios musculo-esqueleticos (BENGTSSON etaI., 1986; SIMMS, 1998).
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Em 1993, Atra afirmou ser a Fibromialgia uma doenc;a de etiologia
desconhecida, e salientou que, como em outras sindromes, provavelmente deve
ter substrato multifatorial, conforme mostram diversas linhas de pesquisas
internacionais. (ATRA, 1993)
Conforme Monteiro (2005) a etiologia da sindrome da fibromialgia (SFM)
permanece desconhecida. Sabe-se que varios fatores contribuem para sua
ocorrencia, mas nao ha um agente que possa ser responsabilizado como
causador. (MONTEIRO, 2005)
Varias teorias para as causas da SFM tem surgido, conforme mostra
CHAITOW (2002), com muitas dessas sobreposic;oes, e algumas sendo
essencialmente as mesmas que outras, com apenas pequenas diferenc;as com
relac;aoa enfase na etiologia, causa e efeito. Acredita-se diversamente que a SFM
compreende qualquer combinac;ao dos seguintes fatores causais, cada um dos
quais origina questoes, assim como sugere respostas e possibilidades
terapeuticas:
• Honeyman, em 1997 alertou sobre a possibilidade de que a SFM poderia
ser um disturbio neuroendocrino, particularmente envolvendo desequilibrios
do hormonio tireoidiano e/ou desequilibrios do hormonio de crescimento da
hipofise.
• Duna propos em 1993 que 0 sono desordenado leva a reduc;ao da
produc;ao de serotonina e conseqOente reduc;ao dos efeitos moduladores da
dor, das endorfinas e aumento nos niveis de substancia "P", combinado
com mudanc;as no sistema nervoso simpatico resultando em isquemia
muscular e aumento da sensibilidade a dor.
• Microtrauma muscular pode ser a causa, conforme Wolfe e colaboradores
em 1992, possivelmente devido a predisposic;ao genetica (e/ou disfunc;ao
do hormonio de crescimento), levando a uma perda de calcio e entao
aumentando a contrac;ao muscular e reduzindo 0 suprimento de oxigenio.
Uma diminuic;ao associada na produc;ao de energia mitocondrial poderia
levar a fadiga local e incapacidade de retirar 0 excesso de calcio das
celulas, resultando em hipertonia local e dor.
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• Segundo 0 modelo de Goldstein (1996), SFM pode ser uma desordem na
modulayao da dor resultando, pelo menos em parte, de disfunyao cerebral
(sistema Hmbico) e envolvendo rna traduyao dos sinais sens6rios e
conseqOente rna interpretayao.
• As causas fundamentais da SFM sao analisadas por urn vasto grupo de
pesquisadores (Abraham et aI., 1981; Cleveland et aI., 1992; Vorberg, 1985;
Bland, 1995) como resultado do envolvimento (em geral combinado) de
fatores como alergia, infecyao, toxicidade e deficiencia nutricional, que por
si produzem os maiores sintomas da SFM, como fadiga e dor, ou que sao
associados com os desequilibrios end6crinos e as varias conseqOencias
descritas acima como disfunyao do hormonio tireoidiano e/ou disturbios do
sono.
• Estudos mais antigos (Janda, 1988; King, 1988; Readhead, 1984)
afirmaram que muitos pacientes de SFM demonstram baixo nivel de di6xido
de carbono quando estao em repouso - uma indicayao de possivel
envolvimento de hiperventilayao. Os sintomas de hiperventilayao refletem
com muita semelhanya aqueles da SFM e da Sindrome da Fadiga Cronica,
e 0 padrao de respirayao toracica que isto envolve estressa gravemente os
musculos da parte superior do corpo que sao mais afetados na SFM, assim
como produz maiores deficits de oxigenio no cerebro, e influencia seu
processamento da informayao, tal como mensagens recebidas de
receptores da dor. Quando tendencias a hiperventilayao estao presentes,
elas podem ser analisadas em alguns casos como sendo uma resposta aos
niveis elevados de acidos (talvez por disfunyao organica) ou podem ser 0
resultado de habitos. A reeducayao respirat6ria pode, em alguns pacientes
de SFM, oferecer urn meio de modificar os sintomas rapidamente.
• Segundo Hallgren et al.(1993), traumas como 0 chicote cervical, por
exemplo, parecem ser uma caracteristica-chave no comeyo de muitos
casos de fibromialgia, e especial mente lesoes cervicais, em particular
aquelas envolvendo a musculatura subocciptal. (CHAITOW, 2002)
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Estudos realizados sobre tecido muscular de pacientes com fibromialgia,
nao demonstrando qualquer evidencia de altera«;ao morfol6gica significativa nos
pacientes, segundo MONTEIRO (2005). Entretanto, outros trabalhos sugerem a
presen«;a de altera«;oes metab61icas nesse sistema. Estas altera«;oes seriam
caracterizadas por uma diminui«;ao do fluxo sanguineo, com diminui«;ao do
oxigenio disponivel para as fibras musculares e urn metabolismo celular anormal,
inclusive com evidencias demonstrando os niveis mais baixos de adenosina-
trifosfato. (MONTEIRO, 2005)
Acredita-se ainda, que uma vasoconstri«;ao ocorre na pele sob os tender
points, levantando a hip6tese de que esses pontos dolorosos na fibromialgia
poderiam estar relacionados com uma hip6xia local. Em urn estudo da
microcircula«;ao e da temperatura da pele sob os tender points, Jeschonneck et al
observou uma diminui«;ao na velocidade dos eritr6citos, urn aumento na sua
concentra«;ao, e consequentemente uma diminui«;ao do seu fluxo na pele sob os
tender points, alem da temperatura mais baixa nestes pontos comparativamente
aos individuos do grupo de controle. (JESCHONNECK et aI., 2000)
Dada a dificuldade de se encontrar uma altera«;ao organica especifica,
inumeros autores atribuem a fatores psicol6gicos a origem da fibromialgia.
Utilizando diversas tecnicas e testes, diferentes resultados tern sido obtidos, desde
a inexistencia de altera«;oes psiquiatricas como depressao e ansiedade, ate a
correla«;ao de mais de 80 % dos pacientes com personalidades depressivas. Os
resultados conflitantes nos diversos trabalhos podem ser atribuidos a dificuldades
metodol6gicas, entre estas a falta de uniformidade nos criterios diagn6sticos, a
ineficiencia dos testes psicol6gicos para avaliar sintomas psiquicos em pacientes
com doen«;as organicas e, especial mente, de dor cronica, bern como a falta de
grupos controle adequados. (ATRA, 1993)
Em urn estudo realizado por Bansevicius e colaboradores (2001), 0 quadro
algico foi atribuido a urn disturbio do sistema nervoso simpatico, verificando que
este quadro nao e induzido pela atividade muscular, porem, pode ser induzido por
respostas psicoI6gicas.(G6ES apud Bansevicius e col., 2003)
10
Conforme afirmou Bennet, em 2002, esta cada vez mais evidente que a
percepyao da dor na fibromialgia e devido, em parte, a mudanyas no sistema
nervoso central, resultando em aumento dos impulsos nociceptivos. (G6ES apud
Bennet, 2003)
A fibromialgia pode estar associada com a desmineralizayao 6ssea,
causando osteopenia e osteoporose precoce, devido a reduyao da atividade fisica,
do sedentarismo, ao descondicionamento, assim como a depressao.(SWEZEY e
ADAMS, 1999)
2.4 QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM FIBROMIALGIA
A fibromialgia afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes ,
sendo expressa quando ha deteriorizayao da capacidade funcional, da qualidade
do sono, da sexualidade e da vida profissional.(MARTINEZ et aI., 1998)
o impacto da fibromialgia na qualidade de vida tem se demonstrado
importante, a ponto de ser compara-Ia com doenyas deform antes como a artrite
reumat6ide. Este impacto e, mesmo a modulayao de seus sintomas sao
dependentes da forma como cada paciente adapta-se aos sintomas. A forma de
adaptayao pode ser conseqUencia da hist6ria de vida e de caracteristicas da
personalidade;por outro lado, nao se pode deixar de pensar que a percepyao que
os pacientes tem sobre a fibromialgia, sobre 0 impacto produzido em suas vidas e
mesmo suas preocupayoes com 0 futuro e duvidas poderia malimentar ou gerar
ansiedade. Esta, por sua vez, produz sintomas adicionais aqueles classicos da
fibromialgia, ou ainda pode intensificar os pre-existentes.Esta situayao pode levar
a uma maior dificuldade de adaptayao a essa sindrome dolorosa cronica.
(MARTINEZ et aI., 2002).
o principal sintoma da sind rome da fibromialgia e a dor difusa e cronica.
Diversas vezes ela se apresenta tao intensa que interfere no trabalho, nas
atividades de vida diaria e na qualidade de vida dos pacientes fibromalgicos.
(CHIARELLO, 2005)
11
Em um estudo realizado em 1997, MARTINEZ e colaboradores avaliaram a
qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia e compararam com individuos
de um grupo controle. Constatou-se que a qualidade de vida dos pacientes era
significativamente inferior, pois estes apresentavam maior limitac;ao funcional nas
atividades de vida diaria, maior limitac;ao fisica relacionada ao trabalho, maior
impacto de aspectos psicologicos (como ansiedade e depressao) no bem-estar,
maior intensidade da dor e de sua interferencia nas atividades de vida diaria,
menor vitalidade, menos integrac;ao na sociedade e pior bem-estar pSicologico. Os
autores utilizaram 0 questionario SF-36 para avaliar a qualidade de vida dos
pacientes. (MARTINEZ e col., 1997)
o comportamento doloroso, estendido pelo conjunto de atos, e crenc;as
desenvolvidos como forma de adaptar-se a dor, pode ser considerado adequado
quando resulta em controle dos sintomas sem prejuizo psicossocial, ou
inadequado quando resulta em isolamento social e do trabalho, transtorno
psiquico ou usa excessivo do sistema de saude. (RIBERTO, 2002).
2.5 DIAGN6STICO
o diagnostico de fibromialgia e bastante direto. Existem poucas condic;6es
que causam a dor muscular difusa com um curso cronico caracterizado pelo
aumento e diminuic;ao dos sintomas. Varias condic;6es podem imitar fibromialgia,
incluindo a polimialgia reumatica, doenc;a do tecido conectivo, hipotiroidismo,
miopatia e osteoartrites. Entretanto, na maioria dos casos, estas considerac;6es de
diagnosticos adicionais podem ser rejeitadas por um historico cuidadoso e um
exame fisico com documentac;ao dos pontos sensiveis tipicos. (CHAITOW, 2002)
Outros autores alertam para a possibilidade da realizac;ao de exames
complementares alem do necessario, pois ao avaliar um paciente com fibromialgia
e obrigatorio termos a noc;ao que disturbios funcionais relativos a outros sistemas
(que nao apenas 0 locomotor) estejam presentes. A tentativa em manter 0 foco da
consulta exclusivamente na abordagem da dor musculo-esqueletica resulta em
12
frustra<;ao tanto do avaliador, quanto do paciente, que se ve orientado a procurar
multiplos atendimentos com especialistas e profissionais diferentes. (RIBERTO;
BATTISTELLA, 2002)
Goldenberg em 1987, afirmou que testes laboratoriais uteis para triagem
incluem velocidade de hemossedimenta<;ao, creatinofosfoquinase serica,
hemograma completo, testes de fun<;ao tireoidea e testes para fatores reumaticos
e anticorpo antinuclear. (CHAITOW apud Goldenberg, 2002)
Foi constatado como dado mais relevante, em urn estudo qualitativo sobre a
percep<;ao dos pacientes sobre a fibromialgia realizado por Martinez e col., em
2002, a presen<;a unanime nas entrevistas de medicos e outros profissionais da
saude que apresentavam desconhecimento sobre a sind rome da fibromialgia.
Consultas a mais de tres medicos foram referidas por todos os seus entrevistados,
sendo a especialidade Ortopedia, a mais procurada. (MARTINEZ et aI., 2002).
Conforme G6ES, em 2003, exames laboratoriais nao sao necessarios para
incluir ou excluir 0 diagnostico de fibromialgia, 0 qual e essencialmente dado pelas
caracteristicas da propria doen<;a. E citado em seu estudo que os criterios do
ACR-1990, somados aos sintomas mais comumente associados sao suficientes
para um diagnostico seguro. (G6ES, 2003).
Wolfe et ai, em 1990, validaram em seu estudo os criterios diagnosticos
para a fibromialgia, com 0 intuito que fossem universalmente aceitos e basearam-
se principalmente na acuracia dos resultados, sendo que, desta forma, esses
criterios poderiam ser utilizados para qualquer estudo de fibromialgia. (WOLFE et
ai, 1990)
Em 1999, Haun aplicou os mesmos criterios do ACR-1990 em uma
popula<;ao brasileira, tendo verificado uma semelhanc;a que permite que
classifiquemos como validos os criterios recomendados pelo Colegio Americano
de Reumatologia. (HAUN et ai, 1999)
13
2.6 TRATAMENTO
Embora tenha sido devotado esfor~o para determinar a etiopatogenia da
fibromialgia, 0 seu tratamento continua sendo urn desafio para os profissionais da
saude. A principal enfase esta na melhora do controle da dor e na visualiza~ao do
aumento ou da manuten~ao das habilidades funcionais em casa ou no trabalho,
seguida da redu~ao de outras manifesta~6es que causam sofrimento a estes
pacientes. (CHIARELLO, 2005).
Em urn estudo sobre a reabilita~ao das doen~as reumaticas, ARAUJO e
colaboradores descrevem que a reabilita~ao deve ser feita atraves de uma equipe
multidisciplinar, envolvendo reumatologista, fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta
ocupacional, ortopedista, fonoaudi610go, ortopedista, nutricionista, enfermeira e
assistente social. 0 autor relata que ao realizar 0 tratamento de reabilita~ao do
paciente reumatico, devem-se ter dois conceitos fundamentais: prote~ao articular,
conserva~ao de energia e adapta~6es (ARAUJO e col, 2002).
o alivio sintomatico, atraves de diferentes metodos e drogas, sao utilizados
com freqClencia no tratamento da sindrome. (ATRA, 1993).
Conforme MARQUES, sustentando afirma~6es anteriores, 0 tratamento
atual da fibromialgia esta voltado ao alivio dos sintomas apresentados pelos
pacientes. (MARQUES et al.,2002).
E consenso que as propostas terapeuticas incluem terapia medicamentosa
e nao medicamentosa, abrangendo basicamente a fisioterapia e a terapia
cognitivo-comportamental. (MENGSHOEL; HAUGEN, 2001; CHIARELLO, 2005;
CHAITOW, 2002; MARTINEZ, 2002).
2.6.1 Terapeutica Nao-medicamentosa
Intervenyao cognitivo-comportamental: Alguns autores acreditam que a
maneira como as pessoas avaliam os eventos diarios poderia influenciar nas suas
rea~6es emocionais e comportamentais. Assim, os pacientes com dor cronica em
geral, e os reumaticos em particular, tendem a julgar suas incapacidades e seus
14
sintomas como incontrolaveis, negando qualquer beneficio advindo das varias
terapeuticas propostas. Bradley, em 1989, propoe que os pacientes sejam
submetidos a sessoes de orientayao e treinamento de tecnicas de mudanya
comportamental, a semelhanya de outras situayoes de dor cronica.Yunnus et ai,
em 1989 apontam 0 apoio psicol6gico convencional como muito util no tratamento
destes pacientes. (ATRA, 1993)
Em 2002, Chaitow afirma que todo programa de gerenciamento da dor
moderno esta fundamentado nos principios da terapia comportamental cognitiva
(TCC). A TCC reconhece que as respostas comportamentais a doenya sao
influenciadas pelo reforyo positivo e negativo, urn dos principios da teoria
comportamental operante. A TCC apresenta como objetivos principais: ajudar os
pacientes a mudar suas crenyas de que seus problemas sao intrataveis e estao
alem de seu controle; informar os pacientes sobre suas condiyoes; capacitar os
pacientes a tornarem-se solucionadores ativos de problemas para ajuda-Ios a lidar
com suas dores; ajudar os pacientes a monitorar 0 pensamento, as emoyoes e os
comportamentos, e identificar como eles sao influenciados por eventos internos e
externos; ajudar os pacientes no gerenciamento de sua pr6pria saude, em relayao
aos programas de exercicio fisico. (CHAITOW apud Bradley, 2002).
Estudos citados por Chiarello sugerem resultados positivos com relayao aeficacia da terapia cognitivo-comportamental, sem haver, porem, comparayao
metodol6gica apropriada com grupos-controle. (CHIARELLO, 2005).
Tratamento Fisioterapeutico: °tratamento fisioterapeutico auxilia 0 paciente
a assumir 0 controle da fibromialgia e focar sua atenyao em urn estilo positivo de
vida. Uma abordagem postural adequada permite maior funcionalidade aos
musculos, 0 que contribui para diminuir fadiga e dor. Exercicios leves de
alongamento ajudam a melhorar a flexibilidade e reduzir a tensao muscular. °relaxamento utilizando tecnicas de biofeedback tambem e recomendado.
(CHIARELLO, 2005).
Os programas de exercicios fisicos sao freqOentes no tratamento da
fibromialgia, podendo ser realizados de diversas maneiras. Oentre os mais
15
comuns, destacam-se a bicicleta, a caminhada, a natac;:aoe os jogos em grupo.
(SABBAG, 2000; MARQUES, 2002).
Em um estudo desenvolvido por G6es em 2003, de revisao literaria sobre a
influencia do exercicio fisico na fibromialgia, verificando que 0 exercicio fisico tem
grande significado no tratamento da fibromialgia, podendo em alguns casos ser
utilizado como terapeutica (mica. Conforme afirma mais adiante, tanto 0
treinamento aer6bico quanto 0 anaer6bico podem ser utilizados, desde que sejam
executados adequadamente e sem excesso, produzindo desta maneira, beneficios
sobre a sintomatologia da sind rome, principalmente em relac;:ao a dor
generalizada, qualidade do sono, capacidade fisica funcional e fadiga, alem de
atuar tambem na esfera psiquica (produzindo melhoras no humor, depressao,
ansiedade, autoconfianc;:a e autocontrole). (G6ES, 2003).
Atraves de um estudo de acompanhamento sobre pacientes fibromialgicos,
submetidos a um programa de treinamento de exercicios aer6bicos durante 23
semanas, constatou impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes
observados. Foi constatada melhoria na aptidao fisica dos individuos testados, e
diminuic;:ao dos sintomas referentes a fibromialgia, atraves da aplicac;:ao do
Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ). (GOWANS, 2004)
Exercicios de alongamento muscular tambem parecem desempenhar um
papel positivo no tratamento da fibromialgia, entretanto, estao freqOentemente
associados a outros recursos terapeuticos, como os exercicios aer6bicos ou a
eletroterapia. (GASHU, 2001; MARQUES 1994; MARQUES, 2002).
Em 1994, uma pesquisadora submeteu um grupo de 20 pacientes com
fibromialgia a avaliac;:aoe tratamento a partir da reeducac;:aopostural global (RPG).
Dos 20 pacientes, 18 referiram algum tipo de melhora, sendo que 65 % a
c1assificaram como de nivel 6timo e bom. A pesquisadora apontou as cadeias
posterior, antero-interna, e inspirat6ria como as cadeias mais comprometidas.
(MARQUES, 1994).
A utilizac;:ao do TENS como um recurso para melhorar a sensibilidade
dolorosa dos tender pOints, associado a um programa de exercicios de
alongamento muscular em pacientes com fibromialgia foi tema de um estudo
16
realizado por GASHU e MARQUES em 1997. As autoras verificaram melhora
progressiva da sensibilidade dolorosa ao longo do tratamento, e ao final houve
diminuic;ao significativa da dor difusa mensurada pela escala analogica visual.
(GASHU; MARQUES, 1997).
Conforme CHAITOW, em 2002, 0 foco principal do exercicio fisico e reparar
os efeitos da falta de condicionamento prolongada. 0 autor divide em dois
componentes principais: alongamento, para aumentar 0 comprimento dos tecidos
moles e a mobilidade das articulac;oes; e condicionamento aerobico, para melhorar
o condicionamento fisico, onde exercicios contra-resistidos deveriam ser
introduzidos com precauc;ao em virtude de possiveis efeitos indesejaveis.
(CHAITOW, 2002).
Segundo Moreira (2001), na fibromialgia os exercicios sao particularmente
uteis. No entanto nota-se que muitas pessoas com fibromialgia ficam
desencorajadas a fazer atividades fisicas, poupando os movimentos nos locais
dolorosos por temerem urn agravamento de seus sintomas. Esse raciocinio e
erroneo, pois, por meio de exercicios fisicos, pode-se promover urn relaxamento
nos locais de dor, bern como uma melhora dos sintomas e da qualidade de vida.
Os exercicios fisicos na fibromialgia, alem de promover urn melhor
condicionamento cardiovascular, atuam sobre 0 sistema musculoesqueletico, ou
seja, favorecem a mobilidade de grupos musculares que se encontram em
contrac;ao prolongada, promovem 0 alongamento de tendoes, melhoram 0
equilibrio durante a marcha, enfim, fazem a pessoa sentir-se melhor e mais
saudavel. E importante esclarecer algumas caracteristicas dos programas de
exercicio fisico para a fibromialgia. Uma delas e a caracteristica aerobica, ou seja,
os movimentos nao podem ser extenuantes porque isso prejudica 0 metabolismo
da fibra muscular e favorece 0 acumulo de substancias que levam a dor.
(MOREIRA,2001 ).
Portanto, trabalhos cientificos sao favoraveis a exercicios leves,
progressivos, em pequena quantidade, mas que sejam realizados diariamente, de
modo criterioso, regular e obedecendo a uma sequencia programada de forma
personalizada. 0 limite do que pode ser feito e determinado pela propria pessoa e
17
e influenciado pela idade, presenya de doenyas concomitantes e limitayoes do
sistema locomotor, que se agravam com algum movimento especifico. Alem disso,
de acordo com as pesquisas os exercicios devem ser praticados no periodo da
manha, mas os cuidados com a postura devem ser tornados durante 0 dia todo, no
sentido de prevenir sobrecargas e esforyos repetitivos. (MOREIRA,2001).
Dentre outros recursos fisioterapeuticos utilizados no tratamento da
fibromialgia, destacam-se as tecnicas manuais, a crioterapia, a termoterapia e a
acupuntura. (MARQUES, 2002; CHAITOW, 2002; ATRA, 1993).
Os medicos osteopatas, quiropraticos e os terapeutas manuais sao
treinados para executar manipulayoes e ajustes. Estas tecnicas podem mobilizar
as articulayoes, melhorar a gama de movimentos, relaxar os musculos e reduzir a
dor muscular. A Massoterapia pode ajudar na diminuiyao da dor em fibromialgia
por varios mecanismos, incluindo 0 relaxamento muscular, melhora da circulayao
e oxigenayao dos tecidos, remoyao de esc6rias musculares, dentre suas mais
variadas tecnicas. A liberayao miofascial, a terapia dos pontos-gatilho, e as
terapias craniossacrais sao exemplos de tecnicas especializadas para ajudar no
alivio da dor em fibromialgia e em outras condiyoes que causam dor. (CHAITOW,
2002).
2.6.2 Terapeutica Medicamentosa
A abordagem de tratamento mais difundida para a fibromialgia envolve 0
uso de varios agentes farmacol6gicos. 0 alMo da dor, a melhora do sono e do
humor sao metas que a prescriyao de medicamentos pode ajudar a realizar .
(CHAITOW, 2002)
Antidepressivos triciclicos: Promovem aumento da quantidade de
neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina, resultando em
urn aumento na quantidade de sono profundo, favorecimento da transmissao
neuronal mediada por serotonina, potencializayao da ayao analgesica das
endorfinas em relaxamento muscular. (MOREIRA, 2001).
18
Trazem beneficio em curto prazo, em geral nas duas primeiras semanas de
tratamento. Oentre os efeitos colaterais destacam-se a sonolencia diurna, secura
da boca, embasamento da visao, obstipa9ao, ganho de peso, reten9ao hidrica e
palpita90es ocorrem raramente com 0 uso de baixas doses. Podem ser mais
proeminentes em idosos, devendo ter cuidados especiais ao se administrar essas
drogas em crian9as abaixo de 12 anos, gestantes e lactantes. (MOREIRA, 2001).
o uso destas drogas e justificado por ATRA, em 1993, que afirma ser a
fibromialgia uma sindrome resultante, entre outras, de respostas anomalas a dor
causada por diferentes estimulos nocivos e provocada por diminui9ao do nivel de
serotonina cerebral.(ATRA, 1993).
Ao mesmo tempo em que parece haver beneficios no uso de baixas
dosagens de antidepressivos, que, em alguns pacientes oferecem alivio
sintomatico, possivelmente melhorando os padroes de sono e reduzindo os niveis
de fadiga e dor, esta abordagem nao parece estar lidando com as causas
fundamentais.(CHAITOW, 2002)
Inibidores da recaptac;ao da serotonina: Promovem aumento da quantidade
de serotonina entre os neuronios e, com isto, reduzem a fadiga, melhoram 0
raciocinio e 0 animo do paciente. Podem atuar tambem sobre a dor, pois tambem
promove um modesto aumento nos niveis de endorfinas. As drogas inibidoras
seletivas da recapta9ao da serotonina levam de duas a tres semanas para
come9ar a agir. Nao causam vicio e nao possuem efeito narc6tico. Na fibromialgia,
da mesma forma que os antidepressivos triciclicos, as doses recomendadas de
inibidores da recapta9ao da serotonina sao bem menores que as necessarias para
a a9ao antidepressiva. (MOREIRA,2001).
A trazodona e considerada uma droga inibidora da recapta9ao da
serotonina e antagonista alfa 2, e, indicada quando 0 disturbio do sono for 0
sintoma mais proeminente.Reduz 0 numero de despertares intermitentes durante
o sono e aumenta a porcentagem de sono profundo durante a noite. A f1uoxetina e
a droga-prot6tipo desse grupo, mas a sertralina e a paroxetina tambem podem ser
empregadas. Recomenda-se 0 uso em associa9ao com antidepressivos triciclicos,
mas tambem podem ser usadas isoladamente, desde que se monitorem seus
19
efeitos sobre 0 sono.Os efeitos colaterais sao agita9ao, sudorese, palpita9ao,
nausea, etc. (LiANZA, 2001).
Benzodiazepinicos: Aumentam a quantidade do neurotransmissor acido
gama-amino-butirico, promovem a inibi9ao da transmissao de estimulos
excitatorios para 0 cerebro, aumentando a quantidade de serotonina, possuindo
efeito analgesico. Assim sendo, os benzodiazepinicos atuam na fibromialgia
promovendo relaxamento muscular e diminuindo os movimentos de pernas
durante 0 sono. (LiANZA, 2001).
No entanto, quando usadas de forma continua, essas drogas podem ter
efeito prejudicial sobre 0 s~n~, uma vez que inibem a instala9ao do chamado sono
profundo, 0 que agrava a queixa de sono nao restaurador. Alem disso, os
benzodiazepinicos podem exacerbar sintomas depressiv~s e promover
dependencia. (LiANZA, 2001).
Analgesicos: Os analgesicos. embora nao curativ~s na fibromialgia, sao
muito uteis no seu tratamento. Muito dificilmente urn remedio analgesico resolvera
totalmente a dor em urn paciente com fibromialgia. Porem, eles podem reduzir a
dor a urn ponto que permita aos pacientes realizarem suas tarefas de vida diaria e,
principalmente, que possam realizar atividade fisica aerobica programada. Se
estes forem usados, devem ser utilizados de maneira continua e em horarios pre-
programados. (LiANZA, 2001).
2.7 PROGN6STICO
Estudos atuais nao concordam sobre 0 prognostico de pessoas com
fibromialgia. Por exemplo, resultados de alguns centr~s de tratamento
especializados mostram urn prognostico pobre, enquanto tratamentos baseados
na comunidade mostram remissao em 24% dos pacientes e melhoria dos
sintomas em 47%. Em adultos as manifesta90es se mantem ao longo dos anos,
no entanto, em crian9as 0 prognostico parece ser mais favoravel. Urn dos
20
problemas que por vezes pode ser determinante e a relac;ao
entre 0 doente, os fam ilia res , os colegas de trabalho e a comunidade, bem
como uma boa relac;ao medico-paciente. (BATES et aI., 1998).
Conforme Martinez em diversas de suas publicac;oes, poucos trabalhos tem
abordado evoluc;ao e prognostico da fibromialgia, em especial em relac;ao a medio
e longo prazo. Parece estar presente na literatura uma estabilidade da
sintomatologia ao longo do tempo. Apesar e 0 envolvimento musculo esqueletico
ser predominante, a nao-evoluc;ao para deformidades atrai a conclusao de que a
incapacidade e decorrente da dor e secunda ria a fadiga. Uma vez que a
terapeutica e ineficiente no controle em longo prazo destes sintomas, a
estabilidade no grau de incapacidade e de certa forma esperada. E digno de nota
que, apesar do insucesso terapeutico, a maioria dos pacientes se mantem em
tratamento, apostando numa melhora da qualidade de vida futura. (MARTINEZ et
ai, 2002; MARTINEZ et aI., 1998)
3. MATERIAlS E METODOS
Para estudo de revisao, foram selecionados artigos e literaturas
encontradas entre as datas de 01/07/2005 ate 25/08/2005, nas principais
universidades da cidade de Curitiba - Pr (PUC-PR, UNICENP, UTP e UFPR),
datadas entre os anos de 1986 a 2005.
Este estudo procurou chegar a urn consenso entre os autores sobre a
Sfndrome da Fibromialgia, levando em considerac;ao principal mente, 0 seu
conceito, causas, manifestac;6es cHnicas e tratamento fisioterapeutico. Assim,
dentre os 25 artigos encontrados atraves desta pesquisa, foram selecionados os
mais atuais, sendo 12 de origem nacional, 8 nao-nacionais e 5 literaturas,
totalizando 25 referencias bibliograficas.
4. DISCUSSAO
A Sindrome da Fibromialgia possui definiyao e criterios diagn6sticos bern
definidos, conforme consenso verificado entre autores e 0 Colegio Americano de
Reumatologia. Conforme afirma CHIARELLO, em 2005, 0 estabelecimento dos
criterios de classificayao da fibromialgia pelo comite do Colegio Americano de
Reumatologia representou urn marco na pesquisa desta sindrome; a partir de
entao, solidificou-se 0 termo fibromialgia e foram estabelecidos os criterios
diagnosticos. Em todos os artigos selecionados, foi observado concordancia e
aceitayao aos criterios diagnosticos, conceito e classificayao da fibromialgia
propostos pelo Colegio Americano de Reumatologia, em 1990 (ACR-1990).
A patogenese da Sindrome da Fibromialgia, bern como sua etiologia, nao
sao totalmente esclarecidas. Uma grande variedade de teorias de causa e efeito
vern sendo apontadas desde muitas decadas, porem, qualitativamente, nao se
encontram na literatura atual, resultados que provem tais teorias. Apos realizar urn
estudo sobre as comorbidades em fibromialgia, RIBERTO (2002) concluiu que a
presenya de sintomas localizados fora do aparelho locomotor com alta frequencia,
da suporte as hipoteses fisiopatologicas da Sindrome da Fibromialgia. ATRA, em
1993 em urn estudo sobre a etiopatogenia da sind rome, sugere urn esquema
multifatorial para explicar sua etiologia. Os sintomas citados como mais frequentes
na fibromialgia sao de acordo entre diversos autores: parestesia, dificuldade de
memorizayao, palpitayao, tontura, sensayao de inchayo, dor toracica, cefaleia
cronica, ansiedade, depressao, irritabilidade, zumbido, epigastralgia, dispneia,
enjoo, dificuldade de digestao, fenomeno de Raynaud, dismenorreia e c610n
irritavel. Suas ocorrencias sao variadas entre os estudos. (HELFESTEIN e
FELDMAN, 2002; CHAITOW, 2002)
A Fibromialgia nao e uma sindrome considerada como deformante, se
comparada a outras doenyas reumaticas como, por exemplo, a artrite reumat6ide.
Entretanto, pela incidencia de condiyoes associadas, ha urn consenso entre os
autores, sobre a importancia dos pacientes buscarem urn diagn6stico precoce, a
fim iniciar corretamente 0 programa de tratamento, incluindo novas alternativas,
tais como a fisioterapia, com 0 objetivo de interromper 0 curso da doenya e
23
alcanyar uma melhor qualidade de vida. Justificando atraves do desconhecimento
sobre a etiopatogenia da fibromialgia, ATRA (1993) sugere que 0 tratamento deve
ser programado com cautela e bom senso, passando por um programa de
exercicios fisicos, apoio psicol6gico e terapia medicamentosa. CHIARELLO em
2005 sustenta as afirmayoes anteriores, e sugere 0 tratamento fisioterapeutico
como principal aliado do paciente fibromialgico, proporcionando beneficios como
alivio para os mais variados sintomas e uma melhora de qualidade de vida.
Conforme foi observado nos estudos de MARQUES (1994 e 2002), G6ES
(2003), GASHU (1997), GOWANS (2004), ATRA (1993), ARAUJO (2002) e
CHIARELLO (2005), a fisioterapia atualmente dispoe de diversas tecnicas e
metodos em seu arsenal para 0 tratamento da fibromialgia; a opyao por
determinada alternativa deve ser feita em conjunto, por parte do terapeuta e do
paciente, analisando a relayao custo e beneficio de acordo com os interesses de
cada uma das partes.
Foi verificada a concordancia dos autores com relayao ao tratamento
fisioterapeutico e uma ampia variedade de tecnicas alternativas para 0 tratamento
da Sindrome.
5. CONSIDERACOES FINAlS
Em urn estudo sobre a reabilita9ao das doen9as reumaticas, Araujo e
colaboradores descrevem que a reabilita9ao deve ser feita atraves de uma equipe
multidisciplinar, envolvendo reumatologista, fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta
ocupacional, ortopedista, fonoaudi610go, ortopedista, nutricionista, enfermeira e
assistente social. 0 autor relata que ao realizar 0 tratamento de reabilita9ao do
paciente reumatico, devem-se ter dois conceitos fundamentais: prote9ao articular,
conserva9ao de energia e adapta90es (ARAUJO e col, 2002).
Apesar de nao ser uma condi9ao grave e nao apresentar carater
deformante, a fibromialgia possui diversas manifesta90es clinicas, e e crucial que
os pacientes portadores desta afec9ao sejam submetidos as terapias
medicamentosas e acompanhamento psicol6gico coadjuvante ao tratamento
fisioterapeutico, permitindo assim uma maior eficiencia no tratamento.
A fisioterapia dispoe de diversas tecnicas e metodos em seu arsenal para 0
tratamento da fibromialgia; a OP9aOp~r determinada alternativa deve ser feita em
conjunto, por parte do terapeuta e do paciente, analisando a rela9ao custo e
benetrcio de acordo com os interesses de cada uma das partes.
o tratamento fisioterapeutico ira preconizar 0 retorno as atividades de vida
diaria, com 0 mlnimo de queixas posslvel, proporcionando ao doente uma melhorqualidade de vida.
6. REFERENCIASBIBLIOGRAFICAS
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