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Expansão e Consolidação da fronteira agrícola em Rondônia: análise dos
dados preliminares do Censo Agropecuário 2006
Rosangela M. Carnevale Carvalho Pesquisadora IBGE [email protected]
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Pressupostos/Motivações– No contexto dos anos 2002-2006, o aumento e o ritmo
acelerado do desmatamento devem-se a expansão da produção de commodities
– Grande parte do desmatamento ocorrido na Amazônia estão em unidades de conservação ou área menores de 100 h a ->formas de escapar do monitoramento do desflorestamento/soja (IMAZON).
– Oportunidades no mercado externo para a pecuária-> expansão e modernização da pecuária (erradicação da febre aftosa,síndrome da vaca louca na Europa, manejo do pasto,..); em menor medida, aos preços favoráveis da soja (com o diferencial de não transgênica) em 2002-2004.
– Valorização das terras na particularidade de Guajará Mirim e Porto Velho -> a licença prévia para construção das hidroelétricas Santo Antônio e Jirau estava prevista para ser liberada em 2006 (CONAB).
– O Programa Aceleração Crescimento, voltado para obras de infra-estrutura (energia e transporte), atende aos objetivos desenvolvimentistas de produção, processamento e comercialização de carnes e grãos para o mercado externo.
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BR 230 BR 364 BR 163
Cabedelo (PB) até Benjamim Constant(AM)
Limeira (SP) até Rodrigues Alves (AC)
Tenente Portela (RS) até Santarém (PA)
Anos 60 e 70 Projeto de Integração Nacional
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Anos 2000 Projeto de Integração Sul Americana
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Corredor para escoamento da produção de commodities
• Área de influência direta: Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Acre. – Expansão da fronteira agrícola do Centro – Oeste para o Norte
do país. – Criação de cadeia produtiva e logística que garanta a
exportação de carnes e grãos ao menor custo Brasil. • Acesso pelo Brasil ao Pacífico e em seguida ao mercado asiático e
costa oeste americana. “As usinas (Santo Antônio e Jirau) são só uma alavanca
econômica para um mercado substancial que deverá focar os países sul-americanos banhados pelo Pacífico” FIER
• Acesso pelas países da bacia Amazônica ao Oceano Atlântico e ao mercado europeu. “As duas usinas são estratégicas para interligação hidroviária da
bacia do Amazonas com as dos rios Orinoco, na Venezuela e do Prata, no sul do continente” ( CONAB, 2006)
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Indicativos da Pecuarização em Rondônia: 1985-2006
Período Lavoura Pecuária Florestas
1985 19,3 % 9,3% 71,4%
1995 5,1% 34,4% 60,5%
2006 5,9% 57,7% 36,5%
• Área Média dos estabelecimentos – 1985 -> 75 ha – 1995 -> 116 ha – 2006-> 100 ha
• Mudança no Uso da Terra
• Evolução da contribuição do rebanho de RO para o crescimento do efetivo Brasil
- 1985 e 1995 -> 13% - 1995 e 2006 -> 28%
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Soja em Rondônia
• No último período de boom do produto no mercado internacional (2003-2004), Porto Velho desponta como a nova região de expansão da soja em RO (IBGE-Pesquisa Agrícola Municipal).
2002 2003 2004 2005 2006 2006/2002
Brasil 16.376.035 18.527.544 21.601.340 23.426.756 22.082.666 34,85Norte 140.656 212.264 359.434 514.296 517.943 268,23Rondônia 28.914 41.600 56.443 75.275 103.110 256,61Porto Velho 70 - - 455 710 914,29Guajará-Mirim - - - - -Ariquemes 450 - - - 50 -88,89J i-Paraná - - - - -Alvorada D'Oeste - 100 - 100 300Cacoal - - 100 - -Vilhena 23.100 31.300 37.500 44.500 51.750 124,03Colorado do Oeste 5.294 10.200 18.843 30.220 50.300 850,13
Brasil, Região Norte,
Rondônia, e
Microrregião
Geográfica
Ano
Fonte : IBGE- Pesquisa Agricola Municipal 2002-2006
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Matas e Florestas:confronto de dados
censitários 1996-2006 Grafico V : Rondônia e Microrregiões: Percentual (%) de matas e
florestas sobre área do estabelecimento : 1996-2006
58
77
44
82
4243
17
53
45
29
5954
37 37
65
30
41
36
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1996 2006
Matas e Florestas %
Rondônia
Porto Velho
Guajará-Mirim
Ariquemes
Ji-Paraná
Alvorada D'Oeste
Cacoal
Vilhena
Colorado do Oeste
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.
Guajará Mirim e Porto Velho, beneficiadas pelo corredor hidroviário do Rio Madeira, despontam como principais áreas para
intensificação da agropecuária em Rondônia
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Considerações FinaisPolíticas Públicas procuram atender a interesses nacionais (institucionais e sociais) e internacionais diversos resultando em ações não coordenadas e contraditórias.
•No âmbito do planejamento local, RO foi o primeiro estado a concluir o Zoneamento Econômico Ecológico (2004) e, até então, este não foi implementado para ordenar a ocupação do solo.
•A reforma do código florestal prevista por decreto que transmita no senado desde 2005 deve ter resultados diferentes sobre áreas/ produtores e, conseqüentemente, sobre a preservação e manejo das áreas de floresta; em Rondônia convivem grandes pecuaristas, médios e pequenos produtores, estes últimos incluindo assentados por políticas governamentais nos últimos 15 anos.
•Legalização da ocupação/posse das terras como forma de regulamentação fundiária e fator inibidor de grilagem futura.
•Selos de certificação social e/ou ambiental podem vir a ter impactos negativos sobre a preservação da floresta a partir da valorização monetária destes produtos diferenciados.