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Page 1: ROTEIRO PARA ENTRAR NA E=R

UM ROTEIRO PARA QUEM ESTÁ

ENTRANDO NA ESCOLA-DE-REDES

Augusto de Franco

Setembro 2010 – Revisado em Outubro 2012

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Invista 5 minutos do seu tempo

olhando esta imagem...

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Sim, estamos todos emaranhados...

Isto é rede!

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Na minha opinião

Não adianta pular essa “etapa”. Ou você encara o desafio, lê os textos e tenta entendê-los, ou vai ficar falando de redes por ouvir dizer.

É claro que existem muitos caminhos e vários outros textos introdutórios. Esta é apenas a minha indicação: porque acho que Linked, Six Degrees e Connected são mais fáceis, mais completos e mais disponíveis.

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Outras indicações

Existem textos mais suaves e talvez mais amigáveis

(como os indicados abaixo), mas eles não

substituem o estudo dos textos de Barabási, Watts e

Christakis & Fowler. Por exemplo:

MARTINHO, Cássio (2003): Redes

UGARTE, David (2007): O poder das redes

FRANCO, Augusto (2008): A rede

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Mais três indicações

Outros textos de caráter introdutório que você

pode ler (mas que também não substituem os textos

de Barabási, Watts e Christakis & Fowler indicados

acima):

PISANI, Francis entrevista Fritjof Capra (2007):

Redes como um padrão unificador da vida

FRANCO, Augusto (2011): É o social, estúpido!

MIEMIS, Venessa (2010): O futuro é a rede

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Se você prefere começar não-lendo

Você pode preferir começar assistindo vídeos. Mas fique sabendo que isso não substitui o estudo dos textos básicos indicados aqui. Você pode assistir por exemplo:

O poder dos seis graus: Parte 1 | Parte 2 | Parte 3

Redes sociais: como funcionam as ligações entre as pessoas: Video

A influência oculta das redes sociais: Video

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Uma lista de 15 idéias provocadoras

Segue agora uma lista de idéias sobre redes que

já foram objeto de conversações na Escola-de-

Redes.

Atenção: nem todos os conectados à E=R

concordam com tais idéias. Algumas delas são

bastante heterodoxas e complexas. Mas podem

servir como uma provocação à reflexão.

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1 Redes sociais são pessoas

interagindo, não ferramentas

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idéia clique aqui

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Alastrou-se como uma praga a idéia de que redes

sociais são a mesma coisa que mídias sociais, redes

digitais, ambientes virtuais, sites de relacionamento

(como Facebook ou Orkut) ou plataformas interativas

(como Ning ou Elgg). Essa idéia é equivocada,

sobretudo porquanto elide o fato de que redes

sociais são pessoas interagindo, não ferramentas.

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2 As redes sociais não surgiram com

as novas tecnologias de informação

e comunicação

Para aprofundar essa idéia faça uma

busca em http://escoladeredes.ning.com

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Também está bastante difundida a idéia de que

redes são um novo tipo de organização surgida com

as novas tecnologias de informação e comunicação

(TICs). Essa é outra idéia problemática, sobretudo

porque deixa de ver o fundamental: redes são um

padrão de organização que pode ser ensaiado com

diferentes mídias e tecnologias (até com sinais de

fumaça, tambores, conversações presenciais, cartas

escritas à mão em papel e transportadas à cavalo et

coetera).

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3 Redes mais distribuídas do que

centralizadas são possíveis, sim,

no “mundo real”

Para aprofundar essa

idéia clique aqui

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Outra idéia “furada” é a de que redes sociais (mais

distribuídas do que centralizadas) não são possíveis

(no “mundo real”) como forma de (auto) organização

da ação coletiva.

Nada disso: elas são possíveis. Uma rede não precisa

ter 100% de distribuição para ser considerada

distribuída (basta que ela tenha mais de 50% de

distribuição; ou, dizendo de modo inverso, menos de

50% de centralização).

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4 Redes sociais não são redes de

informação

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Redes sociais são redes de comunicação, é óbvio.

Ainda que o conceito de informação seja bastante

elástico, isso não é a mesma coisa que dizer que elas

são redes de informação. Redes são sistemas

interativos e a interação não é apenas uma

transmissão-recepção de dados: se fosse assim não

haveria como distinguir uma rede social (pessoas

interagindo) de uma rede de máquinas

(computadores conectados, por exemplo).

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5 Redes são ambientes de interação,

não de participação

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idéia clique aqui

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Na participação estamos abrindo a (nossa) fronteira

para que o outro possa entrar. Em uma rede (mais

distribuída do que centralizada), as fronteiras são

sempre mais membranas do que paredes opacas, não

precisam ser abertas, não se estabelecem antes da

interação e todos os que estão em-interação estão

sempre "dentro" (aliás, estar "dentro", neste caso, é

sinônimo de estar interagindo, mesmo que alguém só

tenha começado ontem e os demais há anos).

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6 Os fenômenos que ocorrem em

uma rede não dependem das

características intrínsecas dos

seus nodos

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busca em http://escoladeredes.ning.com

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A idéia de que a fenomenologia de uma rede é

função das características de seus nodos (das suas

idéias, conhecimentos, habilidades, valores,

preferências ou condicionamentos) faz parte de uma

herança cultural difícil de ser questionada. Dizer que

a fenomenologia de uma rede é função da sua

topologia é um verdadeiro choque para essa cultura

que encara as sociedades humanas como coleções de

indivíduos e não como sistema de relações entre

pessoas, como configurações de fluxos ou interações.

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7 O conteúdo do que flui pelas

conexões não determina o

comportamento de uma rede

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O comportamento coletivo não depende dos

propósitos dos indivíduos conectados (ou dos seus

valores, habilidades e outras características

individualizáveis). Ele é função dos graus de

distribuição e conectividade (ou interatividade) da

rede.

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8 O conhecimento presente em uma

rede não é um objeto, um conteúdo

que possa ser arquivado e

gerenciado top down

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As pessoas confundem interação com troca de informação e gestão de conteúdo (sobretudo tomando por conteúdo conhecimento). Querem bolar uma arquitetura da informação, urdir esquemas classificatórios, desenhar árvores para mapear relações e organizar os escaninhos para depositar o conhecimento que vai sendo construído coletivamente. Querem facilitar a navegação dos demais. Acabam erigindo uma escola quer dizer, uma burocracia do ensinamento, inevitavelmente centralizada.

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9 Hierarquia não é o mesmo que

liderança

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Não há nenhuma incompatibilidade entre liderança e

estrutura de rede distribuída. Redes são ambientes

favoráveis à emergência de multiliderança. O

problema é a monoliderança, a liderança única e

permanente daquele líder que quer ser líder em

qualquer assunto e que não abandona sua posição.

Toda vez que existe monoliderança é porque existe

hierarquia (centralização).

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10 Centralização (hierarquização) não

é o mesmo que clusterização

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Também é comum a confusão entre hierarquização

(que é uma centralização) e clusterização (ou

aglomeramento provocado pela dinâmica de uma

rede). Isso dificulta a compreensão do fenômeno do

poder nas redes sociais. Desse ponto de vista, aliás, é

o contrário: o poder não surge da clusterização e sim

– juntamente com a exclusão de nodos e a obstrução

de fluxos – do desatalhamento (supressão dos

atalhos) entre clusters (aglomerados).

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11 A escassez que gera hierarquia é

aquela introduzida artificialmente

pelo modo de regulação

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idéia clique aqui

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A hipótese de que foi a escassez (natural, de recursos) que gerou a hierarquia e que, assim, a hierarquia tenha brotado espontaneamente do caos, é tão sedutora para alguns quanto enganosa para todos. Há até os que se põem a promover um deslizamento do conceito de hierarquia (hieros + arché), com base na suposta evidência de que ela é encontrada em toda parte – do mundo físico (e. g., sistemas termodinâmicos) ao mundo biológico (e. g., sistemas vivos aninhados) – e que isso seria uma prova de que a hierarquia é natural e, dessarte, também naturalmente se manifestaria no mundo social.

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12 Em redes distribuídas não se pode

diferenciar papéis ex ante à

interação

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A idéia de que qualquer organização exige

diferenciação de papéis pré-definíveis é aceita como

um axioma na administração. Em alguns casos citam-

se exemplos retirados da biosfera para mostrar que

se trata de uma verdade evidente por si mesma (por

exemplo, freqüentemente se dá o exemplo das

formigas, que já nasceriam com funções

especializadas: forrageiras, operárias, soldados –

conquanto essa crença já tenha sido desmascarada

pela ciência).

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13 Não podem existir pessoas (seres

humanos) sem redes sociais

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Está muito difundida a idéia de que redes sociais são

formadas a partir de escolhas racionais feitas pelos

indivíduos. Segundo essa idéia as redes seriam

voluntariamente construídas com propósitos definidos

e baseados nos interesses dos indivíduos. Quem pensa

assim, evidentemente, avalia que podem existir

pessoas humanas sem redes, quer dizer, que primeiro

existem os indivíduos (já plenamente humanos) para,

depois, se esses indivíduos resolverem se conectar, só

então surgirem as redes sociais.

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14 As redes sociais distribuídas não

são instrumentos para realizar a

mudança: elas já são a mudança

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Também é comum a idéia de que as redes são uma

espécie de instrumento para se fazer alguma coisa.

Como o assunto entrou na moda nos últimos tempos, as

pessoas acham que estão diante de uma nova forma

de organização recentemente descoberta e querem

logo usar as redes com algum objetivo instrumental,

ainda quando desejem colocá-las a serviço de uma

causa que, a seu ver, não poderia ser mais nobre: a

grande mudança da sociedade ou a transformação

social.

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15 É inútil erigir uma hierarquia para

realizar a transição de uma

organização hierárquica para uma

organização em rede

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Deveria ser óbvio, tautológico ou quase. Se queremos

redes devemos articular redes, não erigir hierarquias.

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Bem-vind@ à Escola-de-Redes

A Escola-de-Redes é uma não-escola. Aqui você

poderá aprender, mas não espere ser ensinado. A

escola é a rede.

O objetivo é que você mesmo construa suas idéias

sobre redes sociais. E interaja com os demais para

polinizar suas idéias.

Para saber mais sobre o que é uma não-escola

leia:

Série FLUZZ Volume 4 NÃO-ESCOLAS

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Mas não se esqueça

Você não deve entrar ou permanecer na Escola-de-

Redes sem ler até o fim os textos que estão na

página linkada abaixo:

Sobre a constituição da Escola-de-Redes


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