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    FEDERAO DAS INDSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL FIERGS

    Federao das Indstrias do Rio Grande do Sul

    Paulo Gilberto Fernandes Tigre Presidente do Sistema FIERGS

    Conselho de Relaes do Trabalho e Previdncia Social CONTRAB

    Ayrton Luiz Giovannini Coordenador

    Grupo de Gesto do Ambiente do Trabalho GEAT

    Beatriz Santos Gomes Coordenadora Tcnica

    MINISTRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO

    Luiz Marinho Ministro do Trabalho

    Neuza de Azevedo Delegada Regional do Trabalho

    Maria Silveira Chefe da Seo de Segurana e Sade do Trabalhador da DRT/RS

    SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDSTRIAS METALRGICAS E MECNICAS DE MATERIAL ELTRICO DE CAXIAS DO SUL STIMMME

    Assis Flvio da Silva Melo Presidente do STIMMME

    Jorge Antnio Rodrigues Diretor Jos Antnio de Oliveira Leite - Diretor

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    Manual Bsico de Segurana em Prensas e Similares

    Trabalho elaborado em parceria com o Ministrio do Trabalho e Emprego, atravs da Delegacia Regional do Trabalho do Estado do Rio Grande do Sul DRT/RS, e Sindicato dos Trabalhadores nas Indstrias Metalrgicas, Mecnicas e de Material Eltrico de Caxias do Sul STIMMME, sob a coordenao, orientao e superviso do Grupo de Gesto do Ambiente do Trabalho e Previdncias Social CONTRAB e da Federao das Indstrias do Rio Grande do Sul FIERGS.

    Coordenao Geral Beatriz Santos Gomes GEAT Coordenao Tcnica Ainda Cristina Becker Joo Baptista Beck Pinto Elaborao Ainda Cristina Becker Aline Mauri Fabrizio Alves Muffo Joo Baptista Beck Pinto Leonardo Andrade do Nascimento Luiz Fernando Souza dos Santos Maisa Ramos Arn Marcelo Roberto Saraiva dos Santos Paulo Costa Ebbesen Rita Rutigliano Missiaggia Roberto Misturini Srgio Xavier da Costa Reviso Gramatical, Lingstica e Pedaggica

    Jairo Brasil Vieira

    Consultor Normalizao Bibliogrfica Enilda Hack SENAI RS /

    UNET Reproduo CEP SENAI Artes Grficas

    Henrique Dvila Bertaso

    F 293

    FIERGS. Manual de segurana em prensas e similares. Porto Alegre: Conselho de Relaes do Trabalho e Previdncia Social, Grupo de Gesto do Ambiente de Trabalho, 2006. 134p. il

    1.Operao de Prensas 2. Zona de prensagem 3. Segurana no Trabalho 4. Preveno contra acidentes I. Ttulo CDU 621.979.1:614.8

    Endereo para contato: FIERGS Conselho de Relaes do Trabalho e Previdncia Social CONTRAB Av. Assis Brasil, 8787 Bairro Sarandi CEP 91140-001 Porto Alegre RS Fone: (51) 3347 8871 / e-mail: [email protected]

    Rio Grande do Sul, dezembro de 2006.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 PMEEC completamente desprotegida ................................................. 15 Figura 2 Desenho esquemtico da cadeia cinemtica da PMEEC .................... 16 Figura 3 Eixo excntrico da PMEEC .................................................................. 16 Figura 4 Biela da PMEEC .................................................................................. 16 Figura 5 Eixo rompido da PMEEC ..................................................................... 16 Figura 6 Martelo ................................................................................................. 17 Figura 7 PMEEC com risco de queda de biela por rompimento do eixo ............ 17 Figura 8 PMEEC com proteo contra queda da biela ...................................... 17 Figura 9 Mecanismo de acionamento da chaveta (caixa de disparo) ................ 18 Figura 10 Componentes do acoplamento: chaveta, pino L, buchas e eixo ........ 18 Figura 11 Pino L e chaveta: detalhe ................................................................... 18 Figura 12 Componentes montados .................................................................... 15 Figura 13 Chaveta quebrada .............................................................................. 15 Figura 14 Reservatrio fludo instalado na prensa desprotegida ....................... 20 Figura 15 Reservatrio de fludo ........................................................................ 20 Figura 16 PMEEC totalmente desprotegida com pedal ..................................... 21 Figura 17 PMEEC totalmente desprotegida com alavanca ................................ 21 Figura 18 Pedal eltrico protegido contra acionamento acidental (caixa de proteo) ...............................................................................................................

    22 Figura 19 PMEEC desprotegida ......................................................................... 23 Figura 20 PMEEC dotada de proteo mvel intertravada na zona de prensagem..............................................................................................................

    23 Figura 21 Desenho esquemtico cadeia cinemtica e estrutura da PMEFE ..... 25 Figura 22 Eixo excntrico ................................................................................... 26 Figuras 23 e 24 Biela com martelo acoplado e martelo biela simples ............... 26 Figura 25 PMEFE desprotegida no conjunto eixo biela e zona de prensagem . 26 Figura 26 PMEFE protegida ............................................................................... 27 Figura 27 Conjunto freio / embreagem instalado ............................................... 27 Figura 28 Conjunto freio/embreagem: detalhes ................................................. 27 Figura 29 Sistema de freio/embreagem posio de repouso mquina parada 28 Figura 30 Sistema freio/embreagem posio de funcionamento mquina em movimento .............................................................................................................

    29 Figuras 31 e 32 Vlvula pneumtica de segurana de fluxo cruzado com silenciador incorporado para PMEFE ....................................................................

    30 Figura 33 PMEFE: zona de prensagem desprotegida ....................................... 32 Figura 34 PMEFE: zona de prensagem protegida ............................................. 32 Figura 35 Exemplo de fluxo seqencial dos dispositivos de segurana de parada da PMEFE .................................................................................................

    32 Figura 36 PMFAF completamente desprotegida ................................................ 33 Figura 37 Desenho esquemtico da cadeia cinemtica da PMFAF .................. 34 Figura 38 Fuso ................................................................................................... 34 Figura 39 Volante ............................................................................................... 34 Figura 40 PMFAF com zona de prensagem desprotegida ................................. 35 Figura 41 PMFAF com proteo nos volantes ................................................... 37 Figura 42 PMFAF: detalhe alavanca desprotegida ............................................ 37

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    Figura 43 PH: Prensa hidrulica ........................................................................ 39 Figura 44 Cilindro hidrulico ............................................................................... 39 Figura 45 Desenho em corte de cilindro hidrulico ............................................ 39 Figura 46 Conjunto motobomba ......................................................................... 40 Figura 47 Vlvulas hidrulicas ........................................................................... 40 Figura 48 Reservatrio de fludo hidrulico ........................................................ 40 Figura 49 Bloco de segurana para PH ............................................................. 41 Figura 50 Vlvula de segurana para PH .......................................................... 41 Figura 51 Vlvula hidrulica de reteno anti-queda ......................................... 41 Figura 52 PH com zona de prensagem desprotegida ........................................ 43 Figura 53 PH protegida ...................................................................................... 43 Figura 54 Martelo desprotegido ......................................................................... 44 Figura 55 Martelo de queda ............................................................................... 46 Figura 56 Dobradeira vista frontal ...................................................................... 47 Figura 57 Dobradeira vista traseira .................................................................... 47 Figura 58 Dobradeira com uso inadequado de pedal ........................................ 49 Figuras 59 e 60 Desenho do curso da ferramenta de dobra .............................. 50 Figura 61 Posicionador imantado ....................................................................... 50 Figura 62 Colocao da pea no posicionador imantado .................................. 50 Figura 63 Encosto imantado .............................................................................. 51 Figura 64 Encosto imantado sobre a pea ......................................................... 51 Figura 65 Guilhotina ........................................................................................... 52 Figura 66 Guilhotina com proteo frontal ......................................................... 53 Figura 67 Guilhotina com proteo lateral e traseira ......................................... 53 Figura 68 Calandra sem proteo ...................................................................... 54 Figura 69 Calandra com proteo do tipo mesa deslizante e empurrador ........ 54 Figura 70 Cilindro misturador de borracha ......................................................... 55 Figura 71 Desenho em corte ferramenta ........................................................... 57 Figura 72 Estampo ............................................................................................. 57 Figura 73 Armazenamento de ferramentas ........................................................ 58 Figura 74 Movimentao por ponte rolante ........................................................ 58 Figura 75 Movimentao por carrinho ................................................................ 59 Figura 76 Dispositivo salva-mo ........................................................................ 60 Figura 77 Alimentao manual com pina ......................................................... 61 Figura 78 Alimentao manual em zona de prensagem protegida .................... 61 Figuras 79, 80 e 81 Gaveta ................................................................................ 62 Figura 82 Sistema de alimentao por gaveta ................................................... 63 Figura 83 Sistema de alimentao por bandeja rotativa ou tambor de revlver 63 Figura 84 Exemplo de alimentao por gravidade ............................................. 64 Figura 85 Zona de descarregamento de peas ou retalhos (parte traseira da prensa) ..................................................................................................................

    64 Figura 86 Sistema de alimentao por rob ...................................................... 65 Figura 87 Alimentador contnuo com brao magntico e proteo fixa de policarbonato na zona de prensagem ...................................................................

    66 Figura 88 Desbobinadeira desprotegida ............................................................ 67 Figura 89 Desbobinadeira protegida ................................................................. 67 Figura 90 rea de desbobinadeira desprotegida ............................................... 68 Figura 91 rea de desbobinadeira protegida ..................................................... 68 Figura 92 Enclausuramento da zona de prensagem ......................................... 70 Figura 93 Enclausuramento da zona de prensagem ......................................... 71

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    Figura 94 Enclausuramento da zona de prensagem por protees regulveis . 71 Figura 95 Enclausuramento da zona de prensagem por protees mveis intertravadas ..........................................................................................................

    72 Figura 96 Enclausuramento da zona de prensagem por protees mveis intertravadas ..........................................................................................................

    72 Figura 97 e 98 - Adaptao de proteo fixa em ferramentas .............................. 73 Figura 99 Proteo em policarbonato ................................................................ 73 Figura 100 Rel de segurana ........................................................................... 75 Figura 101 - Comando bi-manual com boto de emergncia ............................... 75 Figuras 102 e 103 Cortina de luz ....................................................................... 76 Figura 104 Cortina de luz instalada .................................................................... 76 Figura 105 Cortina de luz com espelhos para proteo frontal e lateral ............ 76 Figura 106 Prensa hidrulica protegida com proteo fsica nas laterais e conjugao de cortina de luz e comando bi-manual .............................................

    77 Figura 107 Conjugao de cortina de luz e gaveta em prensa hidrulica ......... 77 Figura 108 Conjugao de cortina de luz e gaveta em prensa hidrulica ......... 78 Figura 109 Scanner ............................................................................................ 79 Figura 110 Monitor de rea a laser (scanner) .................................................... 79 Figura 111 Monitor de rea a laser (scanner) .................................................... 80 Figura 112 Monitor de rea a laser (scanner) .................................................... 80 Figuras 113 e 114 Tapetes de segurana .......................................................... 81 Figura 115 Exemplo de aplicao de tapetes de segurana ............................. 81 Figuras 116, 117 e 118 Acionadores de parada de emergncia ....................... 82 Figuras 119 e 120 Exemplos de monitores de curso de martelo ....................... 83 Figura 121 Chave seletora de posies tipo yale .............................................. 84 Figuras 122 e 123 Chaves para intertravamento de protees mveis ............. 84 Figura 124 Controlador lgico programvel de segurana ................................ 85 Figura 125 Diagrama de ligao do circuito de segurana ................................ 86 Figura 126 Rels de segurana ......................................................................... 86 Figura 127 Calo de segurana com interligao eletromecnica ..................... 88 Figura 128 Calo de segurana em uso ............................................................ 88 Figura 129 Plataforma de manuteno .............................................................. 89 Figuras 130 e 131 Resultados de manutenes inadequadas .......................... 90 Figuras 132 e 133 Dispositivos de bloqueio e sinalizao.................................. 91

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    SUMRIO

    APRESENTAO .............................................................................................. 9

    1 INTRODUO ................................................................................................. 13

    2 PRENSAS ........................................................................................................ 14 2.1 PRENSAS MECNICAS EXCNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE PMEEC ............................................ 14 2.1.1 Estrutura ............................................................................................. 15 2.1.2 Cadeia cinemtica ............................................................................. 15 2.1.3 Zona de prensagem ........................................................................... 20 2.1.4 Proteo em prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta ......................................................................................................... 22 2.2 PRENSAS MECNICAS EXCNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM PMEFE ............................................................................................................. 23 2.2.1 Estrutura ............................................................................................. 25 2.2.2 Cadeia cinemtica ............................................................................. 25 2.2.3 Sistema freio/embreagem ................................................................. 27 2.2.3.1 Sistema conjugado ........................................................................ 28 2.2.3.2 Sistema separado .......................................................................... 28 2.2.4 Vlvula de segurana ........................................................................ 29 2.2.5 Zona de prensagem ........................................................................... 30 2.2.6 Proteo em prensas mecnicas excntricas com freio/embreagem ......................................................................................... 31 2.3 PRENSAS MECNICAS DE FRICO COM ACIONAMENTO POR FUSO - PMFAF................................................................................................. 33 2.3.1 Estrutura ............................................................................................. 24 2.3.2 Cadeia cinemtica ............................................................................. 34 2.3.3 Zona de prensagem ........................................................................... 35 2.3.4 Proteo em prensas com acionamento por fuso ......................... 35 2.4 PRENSAS HIDRULICAS PH ............................................................... 38 2.4.1 Estrutura ............................................................................................. 38 2.4.2 Principais componentes da PH ........................................................ 39 2.4.2.1 Vlvula ou bloco de segurana hidrulico ..................................... 40 2.4.2.2 Vlvula de reteno ....................................................................... 41 2.4.3 Zona de prensagem ........................................................................... 42 2.4.4 Proteo em prensas hidrulicas .................................................... 42

    3 EQUIPAMENTOS SIMILARES ....................................................................... 44 3.1 MARTELO PNEUMTICO ......................................................................... 44 3.1.1 Proteo em martelos pneumticos ................................................ 44 3.2 MARTELO DE QUEDA .............................................................................. 45 3.2.1 Proteo em martelos de queda ...................................................... 45 3.2.2 Cinta .................................................................................................... 46 3.2.3 Volantes e polias ............................................................................... 46

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    3.3 DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA ................................................. 47 3.3.1 Proteo em dobradeiras .................................................................. 48

    3.4 GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECNICA E HIDRULICA) ................................................................................................. 51 3.4.1 Proteo em guilhotinas, tesouras e cisalhadoras ....................... 52 3.5 ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA ................................. 53 3.5.1 Proteo em rolo laminador, laminadora e calandra ..................... 53

    4 FERRAMENTAS, ESTAMPOS OU MATRIZES ............................................. 56 4.1 MOVIMENTAO DE FERRAMENTAS ................................................... 58

    5 SISTEMAS DE ALIMENTAO / EXTRAO .............................................. 60 5.1 MANUAL .................................................................................................... 60 5.2 GAVETA .................................................................................................... 62 5.3 BANDEJA ROTATIVA OU TAMBOR DE REVLVER .............................. 63 5.4 POR GRAVIDADE, QUALQUER QUE SEJA O MEIO DE EXTRAO ... 64 5.5 MO MECNICA OU ROB ..................................................................... 65 5.6 TRANSPORTADOR OU ALIMENTADOR AUTOMTICO ........................ 65 5.7 DESBOBINADEIRA E ENDIREITADEIRA ................................................ 66 5.7.1 Proteo em desbobinadeiras e endireitadeiras ............................ 66

    6 DISPOSITIVOS DE PROTEO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA DE PRENSAGEM OU DE TRABALHO ............................................................. 69 6.1 PROTEES FIXAS ................................................................................. 69 6.2 PROTEES MVEIS ............................................................................. 69 6.3 ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM .............................. 70 6.4 FERRAMENTA FECHADA ........................................................................ 72 6.5 COMANDO BI-MANUAL ............................................................................ 74 6.6 CORTINA DE LUZ ..................................................................................... 75

    7 OUTROS DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA MONITORAMENTO DE REA .......................................................................... 79 7.1 SCANNER ................................................................................................. 79 7.2 TAPETE DE SEGURANA ....................................................................... 80

    8 DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGNCIA .......................................... 82

    9 MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO ........................................... 83

    10 COMANDOS ELTRICOS DE SEGURANA .............................................. 84 10.1 CONTROLADOR LGICO PROGRAMVEL (CLP) DE SEGURANA . 85 10.2 RELS DE SEGURANA ....................................................................... 85

    11 SISTEMAS DE RETENO MECNICA CALOS DE SEGURANA .... 87

    12 PLATAFORMAS DE ACESSO ..................................................................... 89

    13 MANUTENO ............................................................................................. 90

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    14 ATERRAMENTO ELTRICO ........................................................................ 92

    15 TRANSFORMAO DE PRENSAS E SIMILARES - RETROFITING ......... 93

    16 ASPECTOS ERGONMICOS ...................................................................... 94

    17 TREINAMENTO ............................................................................................. 17.1 CONTEDO PROGRAMTICO MNIMO ............................................... 95 95

    18 DAS RESPONSABILIDADES ....................................................................... 97 18.1 DO FABRICANTE .................................................................................... 99 18.2 DO EMPREGADOR, PROPRIETRIO OU USURIO DE PRENSAS E SIMILARES ...................................................................................................... 100 18.3 DO EMPREGADO (OPERADOR DE PRENSAS E SIMILARES) ........... 101

    19 CONSIDERAES FINAIS .......................................................................... 102

    ANEXOS ............................................................................................................. 103 ANEXO A Nota Tcnica n 16/2005 ................................................................ 103 ANEXO B Diagrama de hierarquia da legislao ............................................ 112 ANEXO C Classificao e resumo das principais normas de segurana de mquinas ............................................................................................................ 113 ANEXO D Sugesto de planilhas e check-list de cadastro, treinamento, manuteno e procedimento seguro de trabalho ............................................... 119

    REFERNCIAS .................................................................................................. 129

    GLOSSRIO ...................................................................................................... 133

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    APRESENTAO

    No incio da dcada de 1980, entidades representativas de trabalhadores, comeavam a externalizar para a sociedade o sofrimento das vtimas de acidentes de trabalho. Significativa parcela das leses dos membros superiores se originava de trabalho com prensas e similares.

    Em 1989, com o apoio da DRT/SP, Magrini e colaboradores1 pesquisaram condies de trabalho com prensas mecnicas nas indstrias da zona norte da cidade de So Paulo, revelando que 91% destas mquinas eram do tipo engate de chaveta; 38% exigiam o ingresso das mos dos operadores nas zonas de prensagem e 78% apresentavam a zona de prensagem aberta. Tais situaes corroboravam o elevado nmero de acidentes graves apresentados nas estatsticas da Previdncia Social.

    A grande quantidade destas mquinas instaladas no parque fabril nacional levou necessidade de aes coletivas.

    Num esforo para reverso desta situao, de 1993 a 1995, a Conveno Coletiva Geral dos Metalrgicos de So Paulo promoveu a criao de uma subcomisso bipartite de carter permanente, especfica para estudar o assunto.

    Em 1996, a DRT/SP, em busca de um diagnstico aperfeioado, abriu a discusso com rgos pblicos, tcnicos e acadmicos, alm das representaes sindicais, visando o estabelecimento de protees e procedimentos para trabalho seguro com prensas e similares. Nascia assim o PPRPS Programa de Preveno de Riscos em Prensas e Similares.

    Na continuidade, a Portaria DRT/SP n 50 de 11/9/1997 cria a Comisso de Negociao Tripartite sobre proteo em Prensas Mecnicas, onde evoluiu o entendimento entre as partes.

    1 MAGRINI Rui; MARTARELLO, Norton. Condies de trabalho na operao de prensas. In: Costa e cols.

    Programa de sade dos trabalhadores, Experincia da Zona Norte : Uma Alternativa em sade pblica. So Paulo, Hucitec, 1989. p. 267-294.

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    Em abril de 1999, o Brasil foi sede do XV Congresso Mundial de Segurana e Sade no Trabalho, que premiou com o 1 lugar, dentre concorrentes internacionais, o vdeo elaborado em conjunto pela DRT/SP/Fundacentro e o Sindicato dos Metalrgicos de SP, Mquina Risco Zero, demonstrando o andamento das negociaes e meios de preveno de acidentes com prensas e similares.

    Embalados pelo clima festivo da premiao e pelo estabelecimento, desde o final de 1997, da proibio de construo de prensas com engate de chaveta, atravs da Norma ABNT NBR 13930 - Prensa Mecnica Requisitos de Segurana, foi firmada, em 27 de maio de 1999, a Conveno Coletiva adotando a obrigatoriedade de implantao do PPRPS pelos signatrios, com alcance aos municpios de So Paulo, Mogi das Cruzes e regio.

    Em outros estados do Brasil, como MG e RS, os acidentes de trabalho demonstravam a necessidade de enfrentamento do problema e a busca por solues coletivas.

    Trabalhando em Caxias do Sul/RS, o Dr. Joo Fernando dos Santos Mello e colaboradores, analisaram extensa casustica de traumatismos de mo, causados por acidentes de trabalho.

    Nos cinco primeiros meses do ano de 1993 foram analisados 1.700 acidentes: 500 (30%) atingiram a mo do trabalhador, sendo que 398 restaram em amputao de dedos. O mesmo estudo apontou que a indstria metalrgica foi responsvel por 50% dos acidentes, destacando-se as prensas como as mquinas que mais vitimaram trabalhadores.

    A DRT/RS procurou estabelecer instncias de negociao tripartite, a exemplo do que j vinha acontecendo no centro do pas, buscando a sinergia das aes desenvolvidas em conjunto pelo Ministrio do Trabalho e Emprego e representaes de trabalhadores e empregadores.

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    Orientados pelo planejamento nacional, que subdividiu a geografia de riscos do trabalho no pas, em 2000 foi estabelecida como meta macro regional no Estado do RS, a reduo de acidentes na indstria metalrgica.

    Durante o ano de 2000 foi elaborado um diagnstico para priorizao de estratgias de reduo de acidentes, o qual foi confirmado pelo estudo apresentado pelo Ministrio da Previdncia e Assistncia Social Mquinas e Acidentes de Trabalho, que identificou dentre as mquinas que mais causam acidentes, as prensas para metalurgia, responsveis por 42% dos casos de esmagamento de dedos ou de mos registrados em 1995 e 25% de todos os acidentes graves causados por mquinas no mesmo ano. Grande parte desses acidentes ocorre em razo da utilizao de mquinas obsoletas e inseguras.

    Em 2001, dentre as aes para enfrentamento do problema, surgiu a necessidade da criao do Manual Bsico de Segurana em Prensas e Similares, instrumento para difundir, de forma mais efetiva e abrangente, a identificao e formas de erradicao dos riscos mais comuns presentes nas operaes com prensas e similares, incluindo a divulgao da NBR 13536 - Mquinas injetoras para plsticos e elastmeros - requisitos tcnicos de segurana para o projeto, construo e utilizao.

    Mais recentemente, a conveno coletiva que estabelecia o PPRPS foi ampliada para as outras convenes j existentes, como de injetoras e galvnica, e estendida para todo estado de So Paulo.

    Em 2004, o Ministrio do Trabalho, a fim de uniformizar e divulgar boas prticas em nvel nacional, ouvidos os trabalhadores, empregadores e fabricantes, publicou nota tcnica, que levou o nmero NT 37/2004, a qual estabeleceu princpios para proteo de prensas e similares, nota esta que foi substituda pela Nota Tcnica de nmero NT 16/2005, com pequenas adequaes.

    O presente manual, fundamentado na NT 16/2005, tem como objetivo potencializar as aes tripartites, divulgar boas prticas a serem adotadas por todos aqueles que fabricam e utilizam prensas e similares, reduzir os acidentes de

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    trabalho, e, fundamentalmente, bem orientar empresas e empregados com relao s regras bsicas de segurana que devero ser atendidas no dia-a-dia, no intuito de preservar a integridade fsica do trabalhador.

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    1 INTRODUO

    Todas as mquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que no tenham proteo adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurana, conforme disposto na NR 12 Mquinas e Equipamentos. Esta norma regulamentadora traz medidas de ordem geral. Como o objetivo deste Manual trazer condies mnimas de proteo a um grupo especfico de mquinas (prensas e similares), de acordo com a NT 16/2005, passar-se- a enfocar os aspectos peculiares a cada mquina e equipamento.

    Este Manual classifica as prensas mais encontradas na indstria, e que devero ser equipadas com dispositivos de segurana citados na NT 16/2005, conforme segue.

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    2 PRENSAS

    Prensas so mquinas utilizadas na conformao e corte de materiais diversos, onde o movimento do martelo (puno) proveniente de um sistema hidrulico/pneumtico (cilindro hidrulico/pneumtico) ou de um sistema mecnico (o movimento rotativo transformado em linear atravs de sistemas de bielas, manivelas ou fusos).

    As prensas, quanto ao sistema de transmisso do movimento do martelo, apresentam diversas modalidades. Neste manual abordaremos as mais utilizadas no parque industrial brasileiro.

    2.1 PRENSAS MECNICAS EXCNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE - PMEEC

    As Prensas Mecnicas Excntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) tm como caractersticas o curso limitado, energia constante e fora varivel do martelo em funo da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de C (com um montante) ou em forma de H (com duplo montante), com transmisso direta do volante ou com reduo por engrenagens, com mesa fixa ou regulvel, horizontal ou inclinada.

    O volante, movimentado por um motor eltrico, est apoiado na extremidade de um eixo, atravs de uma bucha de engate onde se encaixa uma chaveta rotativa (meia cana). Em sua outra extremidade o eixo est fixado em uma bucha excntrica, alojada em uma biela, responsvel pela transformao do movimento rotativo em movimento linear.

    Quando acionada, atravs de um pedal eltrico, pneumtico ou hidrulico, ou comando bi-manual ( proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas), um dispositivo mecnico ou pisto hidrulico movimenta um pino em forma de L, puxando uma mola que faz com que a chaveta rotativa seja acoplada bucha de engate, transmitindo o movimento de rotao ao conjunto eixo/bucha excntrica,

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    transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo.

    As Prensas Mecnicas Excntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), uma vez acionadas, possuem ciclo completo de trabalho, que consiste no movimento do martelo a partir de sua posio inicial, no Ponto Morto Superior (PMS), at o Ponto Morto Inferior (PMI), e retorno posio inicial do ciclo, no sendo possvel comandar a parada imediata do martelo aps iniciado o seu movimento de descida.

    Este o tipo de prensa mais utilizado no Brasil, por seu menor custo e baixa complexidade construtiva, sendo largamente encontrada em estamparias onde so requeridos maior preciso e repuxos pouco profundos.

    Figura 1 MEEC completamente desprotegida. 2.1.1 Estrutura

    A PMEEC pode ser confeccionada em ferro fundido, ao fundido ou em chapa de ao soldada.

    2.1.2 Cadeia cinemtica

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    So todas as peas que geram um movimento para ser aplicado no martelo. So exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as bielas, as guias, as correias, etc.

    Figura 2 Desenho esquemtico da cadeia cinemtica da PMEEC.

    Figura 3 Eixo excntrico da PMEEC.

    Figura 4 Biela da PMEEC. Figura 5 Eixo rompido da PMEEC.

    Legenda: A - Motor B - Volante C - Eixo D - Biela E - Martelo

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    IMPORTANTE O conjunto ponta do eixo biela dever ter proteo fixa, integral e resistente, pois em caso de ruptura do eixo (Figura 5) por sobrecarga ou fadiga, evitar que a biela se projete sobre o operador.

    Figura 6 Martelo.

    Figura 7 PMEEC com risco de queda Figura 8 PMEEC com proteo contra queda de biela por rompimento do eixo. da biela.

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    Figura 9 Mecanismo de acionamento da chaveta (caixa de disparo).

    Figura 10 Componentes do acoplamento: chaveta, pino L, buchas e eixo.

    Figura 11 Pino L e chaveta: detalhe.

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    Figura 12 Componentes montados. Figura 13 Chaveta quebrada.

    IMPORTANTE Devido s suas caractersticas construtivas, freqente nestas prensas a ocorrncia de um fenmeno denominado REPIQUE (repetio de golpe), devido a falhas mecnicas no sistema de acoplamento, como a quebra ou desgaste da chaveta ou do pino L, relaxamento das molas, entre outros, ocasionando a descida involuntria do martelo, por uma ou mais vezes.

    Principais causas do REPIQUE:

    1. Aps ter efetuado uma volta, a chaveta no encontra a lingeta partindo ento para uma nova volta. Este se trata do golpe redobrado imediato.

    2. O outro tipo se refere escora, ou lingeta, que retorna para sua posio desligada ou desengatada muito tarde: a chaveta pra, mas em posio precria ou instvel e, desse modo, ela pode ento retomar novo ciclo, sem ter havido imposio do mecanismo de acionamento. Este ltimo caso representa o mais inesperado, portanto o que oferece o maior risco de acidentes.

    3. Outro ponto que deve ser destacado como integrante da formao do golpe redobrado ou repique a ruptura da chaveta por fadiga. Este elemento da mquina est normalmente submetido a diversos e repetitivos esforos, que podem alcanar 8000 ciclos/dia.

    Merece especial ateno:

    Prensas que utilizam bolsa (almofada) de ar, pois sofrem contra-golpe aps a batida, desincronizando o engate e rompendo a chaveta causando o repique. Quando a mquina possui elementos acumuladores de fludos incorporados ao seu sistema de comando, dever ser analisada a necessidade de inspeo no(s) reservatrio(s), conforme estabelecido na NR13.

    RUPTURA DE

    CHAVETA

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    Figura 15 Reservatrio de fludo.

    Figura 14 Reservatrio de fludo instalado na prensa desprotegida.

    2.1.3 Zona de Prensagem

    O espao entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, chamado Zona de Prensagem, sendo a rea onde o martelo aplica a fora. Nela encontra-se a maior rea de risco, visto que a exposio do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se vrias vezes ao longo da jornada.

    Por este motivo dever ser impedido o acesso por todos os lados, atravs de proteo fsica fixa durante o ciclo normal de trabalho.

    Para manuteno ou troca de ferramental, poder se dispor de proteo mvel intertravada que garanta a parada total da mquina (monitor de deteco de movimento); dever ainda se utilizar dispositivo de reteno mecnica (calo) instalado entre a mesa e o martelo. A mquina dever ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficcia, dotado de bloqueio que impea qualquer partida inesperada.

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    IMPORTANTE proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas para o acionamento. Comandos do tipo bi-manual podero ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porm no constituem proteo.

    Figura 16 PMEEC totalmente Figura 17 PMEEC totalmente desprotegida desprotegida com pedal. com alavanca.

    Poder ser admitida a utilizao de pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, dentro de uma caixa de proteo, respeitando as dimenses previstas na NBRNM-ISO 13853, desde que no haja acesso Zona de Prensagem atravs de barreira fsica ou quando utilizada ferramenta fechada.

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    Figura 18 Pedal eltrico protegido contra acionamento acidental (caixa de proteo).

    2.1.4 Proteo em prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta

    Para as prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta dever ser garantido o impedimento fsico ao ingresso de qualquer parte do corpo, vestimenta, e especialmente das mos do operador na zona de prensagem. Para tanto, as empresas devem valer-se dos seguintes recursos tecnolgicos:

    a) ser enclausuradas, com protees fixas, e, havendo necessidade de troca freqente de ferramentas com protees mveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurana, de modo a permitir a abertura somente aps a parada total dos movimentos de risco ou,

    b) operar somente com ferramentas fechadas. IMPORTANTE

    Para as prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta dever ser adotado pelo menos um dos recursos acima apresentados, sendo considerada situao de grave e iminente risco a falta de proteo que impea o acesso das mos do trabalhador na zona de prensagem, podendo levar a imediata interdio do equipamento pela fiscalizao do Ministrio do Trabalho. Dispositivos como pinas magnticas ou mecnicas e tenazes podem ser utilizadas somente para atividades de forjamento a quente ou a morno, com medidas de proteo que garantam o distanciamento do trabalhador rea de risco, ficando vedado o uso de afasta-mo ou similar para operaes de qualquer espcie.

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    Devero ainda, ser providas de proteo fixa integral e resistente, atravs de chapa ou outro material rgido que impea o ingresso das mos e dedos nas reas de risco tais como volantes, polias, correias e engrenagens. Estas protees devero prever a reteno mecnica dos componentes quanto queda por ruptura dos mesmos.

    2.2 PRENSAS MECNICAS EXCNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM - PMEFE

    As Prensas Mecnicas Excntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) tambm tm como caractersticas o curso limitado, energia constante e fora varivel do martelo em funo da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de C (com um montante) ou em forma de H (com duplo montante), com transmisso direta do volante ou com reduo por engrenagens, com mesa fixa ou regulvel, horizontal ou inclinada.

    O volante, movimentado por um motor eltrico, est apoiado na extremidade de um eixo, ligado a um sistema de freio/embreagem. Em sua outra extremidade o eixo est fixado em uma bucha excntrica, alojada em uma biela, responsvel pela transformao do movimento rotativo em movimento linear.

    Figura 19 PMEEC desprotegida. Figura 20 PMEEC dotada de proteo mvel intertravada na zona de prensagem. (prpria para troca freqente de ferramenta)

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    Quando acionada, atravs de um pedal eltrico, pneumtico ou hidrulico, ou comando bi-manual, uma ou mais vlvulas pneumticas ou hidrulicas recebem o sinal, permitindo a entrada do fludo, liberando o freio e, simultaneamente, acoplando a embreagem, transmitindo o movimento de rotao ao conjunto eixo/bucha excntrica, transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. Uma vez executado o ciclo, este fludo liberado e o martelo pra, atravs do freio que acionado por molas, pois estas unidades so normalmente freadas.

    Diferentemente das Prensas Mecnicas Excntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), estas prensas, uma vez acionadas, podem ter o movimento de descida do martelo interrompido durante o ciclo de trabalho.

    As Prensas Mecnicas Excntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) tambm podem apresentar o repique (repetio de golpe), devido a falhas na vlvula ou no sistema de acoplamento, como o desgaste do freio, entre outros, ocasionando a descida involuntria do martelo, por uma ou mais vezes.

    Os pedais de acionamento esto historicamente ligados a acidentes e devem ser evitados, porm em casos onde tecnicamente no possvel a utilizao de acionamento atravs de controle bi-manual, poder ser admitido o uso de pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica desde que instalados em uma caixa de proteo contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem protegida atravs de barreira fsica, cortina de luz ou utilizao de ferramenta fechada. O nmero de pedais dever corresponder ao nmero de operadores na prensa, com chave seletora de posies tipo yale ou outro sistema com funo similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados.

    Este tipo de prensa, por ser mais confivel e ter as mesmas caractersticas de produo, tende a substituir as Prensas Mecnicas Excntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) nas indstrias do Brasil, a exemplo do que vem acontecendo no restante do mundo.

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    2.2.1 Estrutura

    Pode ser confeccionada em ferro fundido, ao fundido ou em chapa de ao soldada.

    2.2.2 Cadeia cinemtica

    So todas as peas que geram um movimento para ser aplicado no martelo. So exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias, etc.

    Figura 21 Desenho esquemtico cadeia cinemtica e estrutura da PMEFE.

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    Figura 22 Eixo excntrico.

    Figura 23 e 24 Biela com martelo acoplado e martelo biela simples.

    Por se tratar de prensa excntrica mecnica, dever receber proteo fixa, integral e resistente contra queda da biela e nas transmisses de fora, atravs de chapa ou outro material rgido que impea o ingresso das mos e dedos nas reas de risco tais como: volantes, polias, correias e engrenagens.

    Figura 25 PMEFE desprotegida no conjunto eixo biela e zona de prensagem.

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    Figura 26 PMEFE protegida.

    2.2.3 Sistema Freio/Embreagem

    Sistema utilizado em prensas para acoplar o eixo de rotao ao mecanismo biela/manivela, garantindo a parada do movimento em qualquer posio do curso de deslocamento do martelo.

    Figura 27 Conjunto Freio / Embreagem Figura 28Conjunto Freio/ Embreagem: instalado. detalhe.

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    2.2.3.1 Sistema Conjugado

    Seu acionamento pode ser pneumtico ou hidrulico; uma vez acionada a vlvula de segurana o fludo introduzido na cmara, que libera o freio e aciona a embreagem. Executado o ciclo, este fludo liberado e a prensa pra atravs do freio acionado por molas.

    2.2.3.2 Sistema Separado

    Para prensas de grande porte, a embreagem montada de um lado da mquina e o freio do outro. A embreagem ancorada ao volante sendo necessrias duas vlvulas de segurana; seu acionamento deve ser sincronizado liberando o freio antes da embreagem e atuando o freio aps a liberao da embreagem.

    Figura 29 Sistema de freio/embreagem posio de repouso mquina parada. Fonte: SENAI/SP.

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    Figura 30 Sistema freio/embreagem posio de funcionamento mquina em movimento. Fonte: SENAI/SP.

    2.2.4 Vlvula de segurana

    As prensas mecnicas excntricas com freio/embreagem e seus respectivos similares devem ser comandados por vlvula de segurana especfica, de fluxo cruzado, conforme o item 4.7 da NBR 13930 e a EN 692, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009.

    A confiabilidade da preciso de parada de movimento do martelo depende da vlvula de segurana ser livre de presso residual, evitando uma nova descida involuntria do martelo (repique), garantindo ainda em qualquer tempo a parada da descida do martelo atravs de uma rpida liberao do ar e o acoplamento do freio.

    A prensa ou similar deve possuir rearme manual, incorporado vlvula de segurana ou em qualquer outro componente do sistema, de modo a impedir qualquer acionamento adicional em caso de falha.

    Nos modelos de vlvulas com monitorao dinmica externa por pressostato, micro-switches ou sensores de proximidade, esta deve ser realizada por Controlador Lgico Programvel (CLP) de segurana ou lgica equivalente, com redundncia e

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    auto-teste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009. Somente podem ser utilizados silenciadores de escape que no apresentem risco de entupimento, ou que tenham passagem livre correspondente ao dimetro nominal, de maneira que no interfiram no tempo de frenagem. Quando forem utilizadas vlvulas de segurana independentes para o comando de prensas e similares com freio e embreagem separados, estes devem ser interligados de modo a estabelecer uma monitorao dinmica entre si, assegurando que o freio seja imediatamente aplicado caso a embreagem seja liberada durante o ciclo, e tambm impedir que a embreagem seja acoplada caso a vlvula do freio no atue. Os sistemas de alimentao de ar comprimido para circuitos pneumticos de prensas e similares devem garantir a eficcia das vlvulas de segurana, possuindo purgadores ou sistema de secagem do ar e sistema de lubrificao automtica com leo especfico para este fim.

    Figuras 31 e 32 Vlvula pneumtica de segurana de fluxo cruzado com silenciador incorporado para PMEFE.

    2.2.5 Zona de prensagem

    O espao entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental chamado zona de prensagem, sendo a rea onde o martelo aplica a fora. Nesta encontra-se a maior rea de risco, visto que a exposio do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se vrias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das prensas mecnicas excntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem poder dispor de variados recursos para proteo.

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    2.2.6 Proteo em prensas mecnicas excntricas com freio/embreagem

    Para as prensas mecnicas excntricas freio/embreagem, alm das protees fsicas possvel dispor de protees com deteco atravs da aproximao, tais como cortinas de luz e dispositivos do tipo comando bi-manual que atenda a NBR 14152:1998 tipo IIIC. O nmero de comandos bi-manuais deve corresponder ao nmero de operadores na mquina.

    As cortinas de luz devero ser adequadamente selecionadas e instaladas com redundncia e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a EN 61496:2004 e a NBRNM 14153:1998. Havendo possibilidade de acesso a reas de risco no-monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana, garantindo a pronta paralisao da mquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas, conforme NBR NM 272:2002 e NBR NM 273:2002.

    Para manuteno e troca de ferramenta, a mquina dever ter suas energias (eltrica, hidrulica, pneumtica e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, alm do uso de dispositivo de reteno mecnica.

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    Figura 33 PMEFE: zona de prensagem desprotegida.

    Figura 34 PMEFE: zona de prensagem protegida.

    Figura 35 Exemplo de fluxo seqencial dos dispositivos de segurana de parada da PMEFE.

    IMPORTANTE Para garantir a parada da mquina, devero estar adequadamente dimensionados e instalados o sistema freio/embreagem, a vlvula de segurana e a cortina de luz monitorado por rel ou CLP de segurana. fundamental o monitoramento do freio .

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    2.3 PRENSAS MECNICAS DE FRICO COM ACIONAMENTO POR FUSO - PMFAF

    Neste tipo de prensa, conhecida tambm por prensa tipo parafuso ou prensa por fuso, o martelo desce por meio de um grande parafuso (fuso) linear reversvel, sendo acionado por meio de dois robustos volantes laterais, posicionados verticalmente, que friccionam um volante horizontal central, localizado no ponto superior do fuso, permitindo deste modo a realizao do movimento de descida e subida do martelo por meio do atrito dos volantes laterais com o volante horizontal.

    Esta mquina no de ciclo completo, permitindo a parada do martelo durante seu movimento de descida; todavia, a grande inrcia existente no sistema no permite a preciso na parada do martelo.

    Nesta mquina no possvel a adoo de dispositivos de deteco atravs da aproximao, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi-manual para comandar a parada do martelo.

    Figura 36 PMFAF completamente desprotegida.

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    2.3.1 Estrutura

    Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, ao fundido ou em chapa de ao soldada.

    2.3.2 Cadeia cinemtica

    So todas as peas que geram um movimento para ser aplicado no martelo. So exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias etc.

    Figura 37 Desenho esquemtico da cadeia cinemtica da PMFAF.

    Figura 38 Fuso. Figura 39 Volante.

    Legenda: A motor B polias C volantes D eixo E fuso (parafuso) F - martelo

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    2.3.3 Zona de prensagem

    O espao entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental chamado de zona de prensagem, sendo a rea onde o martelo aplica a fora. Neste espao encontra-se a maior rea de risco, visto que a exposio do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se vrias vezes ao longo da jornada. Nesta mquina no possvel a incorporao de dispositivos de segurana como cortina de luz e comando bi-manual para prover proteo na zona de prensagem.

    Figura 40 PMFAF com zona de prensagem desprotegida.

    2.3.4 Proteo em prensas com acionamento por fuso

    Do mesmo modo que as prensas mecnicas excntricas de engate de chaveta, dever ser impedido o acesso zona de prensagem por todos os lados, atravs de proteo fsica fixa durante o ciclo normal de trabalho, podendo ainda operar com ferramentas fechadas, conforme a NBRNM 272:2002.

    Em situaes de trabalho a morno e a quente admite-se a utilizao de pedais de acionamento com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteo parcial na zona de alimentao

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    e descarga com o uso de tenazes ou pinas, desde que sejam adotadas medidas de proteo que garantam o distanciamento do trabalhador

    As transmisses de fora, como volantes, polias, correias e engrenagens, devem ter protees fixas, integrais e resistentes, atravs de chapa ou outro material rgido que impea o ingresso das mos e dos dedos nas reas de risco, conforme a NBRNM-ISO 13852:2003.

    A proteo dos volantes superiores deve ser especialmente resistente para impedir a projeo dos mesmos. No caso de utilizao de cinta de atrito no volante horizontal, esta dever receber proteo para evitar que partes sejam lanadas no caso de seu rompimento.

    Para manuteno ou troca de ferramental, necessria a utilizao de proteo mvel intertravada que garanta a parada total da mquina (monitor de deteco de movimento), devendo ainda utilizar-se dispositivo de reteno mecnica (por exemplo: calo) instalado entre a mesa e o martelo. A mquina dever ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficcia, dotado de bloqueio que impea a partida da mesma.

    proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas para o acionamento. Comandos do tipo bi-manual podero ser utilizados como acionadores, a fim de eliminar o pedal, porm no constituem proteo. Poder ser admitida, para trabalhos a frio, a utilizao de pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, dentro de uma caixa de proteo respeitando as dimenses previstas na NBRNM-ISO 13853, desde que no haja acesso zona de prensagem atravs de barreira fsica ou quando utilizada ferramenta fechada.

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    Figura 41 PMFAF com proteo nos volantes.

    IMPORTANTE Brao de Alavanca de Acionamento. Para evitar acidentes com o brao de alavanca de acionamento, basta fixar um cabo de ao ao brao e parafusar no corpo da mquina. Mesmo que o brao venha a se romper, ficar preso no cabo de ao.

    Figura 42 PMFAF: detalhe alavanca desprotegida.

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    2.4 PRENSAS HIDRULICAS (PH)

    Tais prensas so normalmente utilizadas em operaes de repuxo profundo, pois possuem as maiores capacidades de fora de estampagem. As prensas hidrulicas (PH) tm como caracterstica a fora constante em qualquer ponto do curso do martelo e possuem, geralmente, o corpo em forma de H, com duas ou quatro colunas, com mesa fixa ou regulvel, horizontal ou inclinada, podendo ter inmeras outras caractersticas adicionais, como o duplo e o triplo efeito.

    Quando acionada, atravs de um pedal eltrico, pneumtico ou hidrulico, ou comando bi-manual ( proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas), o martelo recebe o movimento de um ou mais cilindros hidrulicos que se deslocam pela ao do fludo (leo) que injetado por bombas hidrulicas de alta presso e motores potentes. Seu movimento, na maioria das vezes, lento e, do mesmo modo que nas PMEFE, pode ser interrompido a qualquer momento do ciclo de trabalho.

    As Prensas Hidrulicas (PH), por suas caractersticas peculiares, podem apresentar falhas como:

    - Avano involuntrio (vlvula pilota sozinha); - Falha no comando das vlvulas (no desliga(m)); - Queda do martelo.

    As prensas hidrulicas podem possuir modo de acionamento contnuo com o uso de alimentadores automticos; nesta condio, os riscos de acidentes so maiores, j que no existe comando do homem para a execuo do ciclo.

    2.4.1 Estrutura

    Este tipo de prensa pode ser confeccionada em ferro fundido, ao fundido ou em chapa de ao soldada.

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    Figura 43 PH: Prensa hidrulica.

    2.4.2 Principais Componentes da PH

    Figura 44 Cilindro hidrulico. Figura 45 Desenho em corte de cilindro hidrulico.

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    Figura 46 Conjunto motobomba.

    Figura 47 Vlvulas hidrulicas.

    Figura 48 Reservatrio de fludo hidrulico.

    2.4.2.1 Vlvula ou bloco de segurana hidrulico

    So dispositivos eletromecnicos especiais instalados em sistema hidrulicos, com a finalidade de controle seguro contra acionamentos involuntrios ou falhos de componentes comandados que acionem partes de mquinas que coloquem em risco o indivduo. Devem possuir redundncia e monitorao do acionamento das vlvulas.

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    Figura 49 Bloco de segurana para PH. Figura 50 Vlvula de segurana para PH.

    2.4.2.2 Vlvula de reteno

    Vlvula de reteno aquela que impea a queda do martelo em caso de falha do sistema hidrulico ou pneumtico.

    Figura 51 Vlvula hidrulica de reteno antiqueda.

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    2.4.3 Zona de prensagem

    O espao entre o martelo e a mesa da prensa onde se coloca o ferramental chamado zona de prensagem, sendo a rea onde o martelo aplica a fora. Nesse espao encontra-se a maior rea de risco, visto que a exposio do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se vrias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das prensas mecnicas excntricas com engate de chaveta, a zona de prensagem poder dispor de variados recursos para proteo.

    2.4.4 Proteo em prensas hidrulicas

    Alm das protees fsicas possvel dispor de protees com deteco atravs da aproximao, tais como cortinas de luz e dispositivos de comando bi-manual, que atenda a NBR-14152:1998 tipo IIIC. O nmero de comandos bi-manuais deve corresponder ao nmero de operadores na mquina.

    As cortinas de luz devero ser adequadamente selecionadas e instaladas, com redundncia e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EN 61496:2004 e a NBR 14009:1997. Havendo possibilidade de acesso a reas de risco no monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana, garantindo a pronta paralisao da mquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas, conforme a NBRNM 272:2002 e NBR 273:2002

    Os pedais de acionamento devem ser evitados; porm, em casos onde tecnicamente no possvel a utilizao de acionamento atravs de controle bi-manual, poder ser admitido o uso de pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica desde que instalados em uma caixa de proteo contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem protegida atravs de barreira fsica, cortina de luz ou utilizao de ferramenta fechada. O nmero de pedais dever corresponder ao nmero de operadores na prensa, com chave seletora de posies tipo yale ou outro sistema com funo similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados.

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    Para manuteno e troca de ferramenta, a mquina dever ter suas energias zeradas e bloqueadas, alm do uso de dispositivo de reteno mecnica.

    Figura 52 PH com zona de prensagem desprotegida.

    Figura 53 PH protegida por cortina de luz.

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    3 EQUIPAMENTOS SIMILARES

    A seguir esto elencados as principais mquinas ou equipamentos similares mais encontrados no parque fabril brasileiro.

    3.1 MARTELO PNEUMTICO

    O martelo pneumtico usado para o forjamento de peas. Possui uma cmara pneumtica que fica constantemente pressurizada por meio de vlvulas de ar. Quando acionado, a vlvula libera o ar comprimido que libera o martelo, permitindo sua descida por gravidade ou pela fora exercida por outra cmara de ar comprimido. No mesmo, no possvel a adoo de dispositivos de deteco atravs da aproximao, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi-manual para comandar a parada do martelo.

    Figura 54 - Martelo desprotegido.

    3.1.1 Proteo em martelos pneumticos

    Do mesmo modo que as prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta, o acesso zona de prensagem dever ser impedido por todos os lados, atravs de proteo fsica fixa durante o ciclo normal de trabalho. Em situaes de trabalho a morno e a quente admite-se a utilizao de pedais de acionamento com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteo parcial na zona de alimentao e descarga com o

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    uso de tenazes ou pinas, desde que sejam adotadas medidas de proteo que garantam o distanciamento do trabalhador.

    Para manuteno e troca de ferramentas, a mquina dever ter suas energias (eltrica, hidrulica, pneumtica e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, alm do uso de dispositivo de reteno mecnica.

    proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas para o acionamento. Comandos do tipo bi-manual podero ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porm no constituem proteo.

    Alm das protees j elencadas para as prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta, devero ser adotados:

    o parafuso central da cabea do amortecedor preso com cabo de ao; o mangote de entrada de ar com protees que impeam sua projeo em

    caso de ruptura; todos os prisioneiros (inferior e superior) travados com cabo de ao para

    evitar a projeo.

    3.2 MARTELO DE QUEDA

    Seu princpio de funcionamento consiste de um conjunto de elementos formados por estrutura de ao, volantes que giram livremente em relao ao eixo central, cinta de lona fixada em uma das extremidades ao eixo central e na outra ao martelo. A trajetria do martelo delimitada pelos perfis de ao fixados estrutura. Uma vez acionado, o eixo passa a girar acoplado aos volantes, enrolando assim a cinta e suspendendo o martelo. Na continuidade, este liberado e desce em queda livre, conformando a pea.

    3.2.1 Proteo em martelos de queda

    Do mesmo modo que as prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta, o acesso zona de prensagem dever ser impedido por todos os lados, atravs de proteo fsica fixa, durante o ciclo normal de trabalho. Em situaes de

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    trabalho a morno e a quente admite-se a utilizao de pedais de acionamento com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteo parcial na zona de alimentao e descarga com o uso de tenazes ou pinas, desde que sejam adotadas medidas de proteo que garantam o distanciamento do trabalhador.

    Para manuteno e troca de ferramenta a mquina dever ter suas energias (eltrica, hidrulica, pneumtica e de gravidade entre outras) zeradas e bloqueadas, alm do uso de dispositivo de reteno mecnica.

    proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas para o acionamento; comandos do tipo bi-manual podero ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porm no constituem proteo.

    3.2.2 Cinta

    A rea de atuao da cinta deve ser munida de proteo fsica fixa que garanta a segurana humana em caso de ruptura da mesma.

    3.2.3 Volantes e polias

    O Volante e as polias devero ser protegidos por estrutura rgida que garanta a conteno dos elementos girantes em caso de ruptura dos eixos.

    Figura 55 Martelo de queda com proteo aberta, exibindo cinta e desenho esquemtico.

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    3.3 DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA

    Os tipos mais comuns de dobradeira ou prensa viradeira possuem acionamento hidrulico atravs de cilindros e acionamento mecnico atravs de freio/embreagem ou engate por chaveta. Seu princpio de funcionamento o mesmo das prensas mecnicas ou hidrulicas. So utilizadas para dobrar chapas de acordo com a matriz que est sendo empregada, normalmente estreitas e longas.

    Figura 56 Dobradeira vista frontal.

    Figura 57 Dobradeira vista traseira.

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    3.3.1 Proteo em dobradeiras

    As dobradeiras devem possuir protees em todas as reas de risco, podendo ser fixas, mveis, dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana e/ou dispositivos eletrnicos, suficientes para prevenir a ocorrncia de acidentes.

    Estes equipamentos tm como concepo construtiva os mesmos elementos das prensas, ou seja, o emprego de chavetas, freio/embreagem ou hidrulico. Assim como as prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta, as dobradeiras com acionamento por engate de chaveta no oferecem segurana contra falhas mecnicas, sendo que o acionamento bi-manual ou proteo contra ingresso da mo na zona de operao por cortina de luz, por si s, no garantem a segurana.

    As dobradeiras hidrulicas e as com freio/embreagem pneumtico podem dispor de protees do tipo cortina de luz, desde que adequadamente selecionada e instalada e/ou acionamento bi-manual.

    Nas operaes com dobradeiras podem ser utilizados os pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, desde que instalados no interior de uma caixa de proteo, atendendo o disposto na NBRNM-ISO 13853:2003. No se admite o uso de pedais com atuao mecnica. Pode ser afastada a exigncia de enclausuramento da zona de prensagem, desde que adotadas medidas adequadas de proteo aos riscos existentes. O nmero de pedais deve corresponder ao nmero de operadores na mquina, com chave seletora de posies tipo yale ou outro sistema com funo similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da mquina sem que todos os pedais sejam acionados, conforme a NBR 14154:1996.

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    Figura 58 Dobradeira com uso inadequado de pedal.

    IMPORTANTE proibida a utilizao de pedal mecnico para acionamento de prensas dobradeiras.

    Nas dobradeiras com acionamento por engate de chaveta ou freio embreagem mecnico, jamais devem ser trabalhadas peas de pequenas dimenses, onde o operador fica segurando a pea a ser dobrada prximo matriz at a conformao, pois, uma vez acionada, o puno parte do ponto morto superior diretamente para o ponto morto inferior, sendo impossvel parar este movimento.

    O uso das dobradeiras com engate por chaveta s permitido para chapas grandes, onde o operador no necessita aproximar-se da zona de operao.

    Cuidados adicionais, como emprego de posicionadores, devem ser adotados a fim de evitar riscos adicionais no momento da conformao da pea, pois dependendo do ngulo da ferramenta a chapa poder sofrer uma rpida movimentao, partindo da posio horizontal paralela mesa para uma posio prxima da vertical, podendo atingir o trabalhador neste curso, ou provocar a prensagem dos dedos entre a chapa e o corpo da mquina.

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    Figuras 59 e 60 Desenho do curso da ferramenta de dobra.

    Figura 61 Posicionador imantado.

    Figura 62 Colocao da pea no posicionador imantado.

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    Figura 63 Encosto imantado.

    Figura 64 Encosto imantado sobre a pea.

    3.4 GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECNICA E HIDRULICA)

    Seu princpio de funcionamento semelhante ao da prensa mecnica e hidrulica, diferenciando-se apenas pelo movimento vertical que, neste caso, feito pelo suporte das lminas de corte na parte superior.

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    No caso de tesouras, estes equipamentos operam com jogo laminar inferior e superior (facas), geralmente acionados por cames ou cilindros hidrulicos, porm suas funes so de corte.

    3.4.1 Proteo em guilhotinas, tesouras e cisalhadoras

    As guilhotinas, tesouras e cisalhadoras devem possuir na zona de corte, proteo fixa e, havendo necessidade de interveno freqente nas lminas, protees mveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurana, para impedir o ingresso das mos e dedos dos operadores nas reas de risco. As dimenses para distanciamento seguro devem obedecer a NBRNM-ISO 13852. Nas operaes com guilhotinas, com a zona de corte devidamente protegida, podem ser utilizados os pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, desde que instalados no interior de uma caixa de proteo, atendendo o disposto na NBRNM-ISO 13853:2005. No se admite o uso de pedais com atuao mecnica.

    Figura 65 Guilhotina.

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    Figura 66 Guilhotina com proteo frontal.

    Figura 67 Guilhotina com proteo lateral e traseira.

    3.5 ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA

    So equipamentos destinados a conformar e laminar chapas atravs de rolos de ao tracionados por sistema mecnico com motor e redutor ou motor hidrulico.

    3.5.1 Proteo em rolo laminador, laminadora e calandra

    Os rolos laminadores, laminadoras, calandras e outros similares devem ter seus cilindros protegidos, de forma a no permitir o acesso s reas de risco, ou serem dotados de outro sistema de proteo de mesma eficcia.

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    Dispositivos de parada e retrocesso de emergncia devem ser acessveis de qualquer ponto do posto de trabalho. Em substituio ao dispositivo de retrocesso, podero ser aceitos dispositivos de abertura imediata dos cilindros.

    Figura 68 Calandra sem proteo.

    Figura 69 Calandra com proteo do tipo mesa deslizante e empurrador.

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    Figura 70 Cilindro misturador de borracha.

    Cilindro misturador de borracha com seis chaves de emergncia (1 barra inferior frontal e outra traseira, botoeira direita e esquerda na zona de operao frontal e traseira) que uma vez acionadas, ativam o circuito de frenagem e reverso do motor.

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    4 FERRAMENTAS, ESTAMPOS OU MATRIZES

    So blocos de ao que possuem o formato negativo da pea, presos nas partes superior e inferior das prensas e equipamentos similares, que devem atender aos seguintes requisitos de segurana:

    ser armazenados em locais prprios e seguros;

    ser fixados mquina da forma mais segura, sem improvisaes;

    ser construdos de tal forma que evitem a projeo de rebarba sobre o operador;

    ser dotados de dispositivos extratores que facilitem a retirada das peas e que no ofeream riscos adicionais ao operador.

    IMPORTANTE Procedimentos seguros devem ser elaborados e seguidos para manuseio, movimentao e troca de ferramental por trabalhadores capacitados, observando-se sempre o uso de dispositivos de reteno mecnica (calo de segurana);

    As ferramentas podem ainda incorporar, preferencialmente em sua fase de projeto, sistemas de alimentao/extrao como os que veremos em captulo posterior especfico.

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    Figura 71 Desenho em corte ferramenta.

    Figura 72 Estampo.

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    Figura 73 Armazenamento de ferramentas.

    4.1 MOVIMENTAO DE FERRAMENTAS

    A movimentao das ferramentas dever ser executada de maneira segura, atravs de dispositivos de movimentao que reduzam o esforo fsico do trabalhador.

    Figura 74 Movimentao por ponte rolante.

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    Figura 75 Movimentao por carrinho.

    IMPORTANTE Os equipamentos de movimentao de materiais devem seguir os requisitos estabelecidos na NR-11 Transporte, Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais.

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    5 SISTEMAS DE ALIMENTAO/EXTRAO

    5.1 MANUAL

    O operador posiciona e extrai a pea que est sendo trabalhada diretamente na rea da matriz da mquina. Este tipo de alimentao somente aceito quando adotados adequadamente os dispositivos de proteo aos riscos existentes na zona de prensagem ou trabalho, ficando proibido em qualquer circunstncia o uso de salva-mo ou afasta-mo.

    No permitido o uso de pinas ou tenazes, exceto nas operaes a quente ou a morno, desde que sejam adotadas medidas de proteo que garantam o distanciamento do trabalhador s reas de risco.

    Figura 76 Dispositivo salva-mo.

    IMPORTANTE O sistema de salva-mo no pode ser utilizado como proteo para equipamentos de prensas ou similares.

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    Figura 77 Alimentao manual com pina.

    IMPORTANTE A alimentao manual de prensas ou similares atravs de sistema de pinas proibido.

    Figura 78 Alimentao manual em zona de prensagem protegida.

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    5.2 GAVETA

    No sistema de gaveta, a pea a ser prensada alojada fora da matriz, em um dispositivo previamente preparado. Empurra-se o dispositivo em forma de gaveta para a zona de prensagem. Aciona-se a prensa, e ocorre a conformao. Cabe ressaltar que a zona de prensagem dever estar adequadamente protegida.

    Figuras 79, 80 e 81 Gaveta.

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    Figura 82 Sistema de alimentao por gaveta.

    5.3 BANDEJA ROTATIVA OU TAMBOR DE REVLVER

    Neste sistema, a pea a ser prensada colocada na mesa pelo lado de fora da zona de prensagem e girada para dentro dela. Sua remoo pode se dar na continuidade do giro, aps a prensagem. A zona de prensagem deve estar adequadamente protegida.

    Figura 83 Sistema de alimentao por bandeja rotativa ou tambor de revlver.

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    5.4 POR GRAVIDADE, QUALQUER QUE SEJA O MEIO DE EXTRAO

    Neste sistema adaptada ferramenta, calhas inclinadas para alimentao por gravidade. A expulso da pea da zona de prensagem ocorre atravs de ar comprimido, com deslizamento pela calha de sada. A zona de prensagem deve estar adequadamente protegida.

    Figura 84 Exemplo de alimentao por gravidade.

    Figura 85 Zona de descarregamento de peas ou retalhos (parte traseira da prensa).

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    5.5 MO MECNICA OU ROB

    um dispositivo que faz o movimento de colocao e retirada da pea na zona de prensagem da mquina. A pina magntica no considerada uma mo mecnica.

    importante ressaltar que este tipo de alimentao deve ter proteo de permetro que impea a entrada e/ou permanncia do trabalhador na rea de risco com a mquina em funcionamento ou possibilidade de entrar em funcionamento por acionamento acidental, no podendo trazer riscos adicionais.

    Figura 86 Sistema de alimentao por rob.

    5.6 TRANSPORTADOR OU ALIMENTADOR AUTOMTICO

    Neste sistema, a pea a ser conformada deve ser alojada no dispositivo de transporte fora da matriz. O dispositivo transporta a pea do ponto de alimentao at a zona de prensagem, automaticamente. Este dispositivo no isenta a necessidade de proteo adequada da zona de prensagem.

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    Figura 87 Alimentador contnuo com brao magntico e proteo fixa de policarbonato na zona de prensagem.

    5.7 DESBOBINADEIRA E ENDIREITADEIRA

    So equipamentos destinados a preparar a matria-prima para prensas e similares. Usualmente possuem sistemas de controle para sincronizar seu movimento com o da prensa. Desbobinam e endireitam chapas dispostas em rolos.

    5.7.1 Proteo em desbobinadeiras e endireitadeiras

    As desbobinadeiras devem possuir proteo fsica ou eletrnica de forma que impea o ingresso de pessoas ao seu movimento de risco. Podem ser utilizados scanners, cortinas, tapetes ou grades conjugadas com chaves de segurana e rel. A fim de determinar a categoria de risco dever ser utilizada a NBR 14153:1998, para garantir a segurana do sistema.

    As desbobinadeiras, endireitadeiras e outros equipamentos de alimentao devem possuir proteo em todo o permetro, impedindo o acesso e a circulao de pessoas nas reas de risco, conforme a NBRNM-ISO 13852:2003 e a NBRNM 272:2002.

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    Figura 88 Desbobinadeira desprotegida.

    Figura 89 Desbobinadeira protegida.

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    Figura 90 rea de desbobinadeira desprotegida.

    Figura 91 rea de desbobinadeira protegida.

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    6 DISPOSITIVOS DE PROTEO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA DE PRENSAGEM OU DE TRABALHO

    O Art 186 da CLT e NR 12 em seu item 12.2.2 determina que as mquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo devero receber proteo adequada. Segundo a NBRNM 272:2001 Segurana de Mquinas Protees Requisitos gerais para o projeto e construo de protees fixas e mveis, proteo definida como parte da mquina especificamente utilizada para prover proteo por meio de uma barreia fsica, devendo:

    - no apresentar facilidade de burla; - prevenir o contato (NBRNM-ISO 13852:2003, NBRNM-ISO 13853:2003,

    NBRNM-ISO 13854:2003); - ter estabilidade no tempo; - no criar perigos novos; - no criar interferncia.

    As protees podem ser:

    6.1 PROTEES FIXAS

    So protees de difcil remoo, fixadas normalmente no corpo ou estrutura da mquina. Essas protees devero ser mantidas em sua posio fechada sendo de difcil remoo, fixadas por meio de solda ou parafusos, tornando sua remoo ou abertura impossvel sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas em tela metlica, chapa metlica ou policarbonato.

    6.2 PROTEES MVEIS

    Essas protees geralmente esto vinculadas estrutura da mquina ou elemento de fixao adjacente que pode ser aberto sem o auxlio de ferramentas. As protees mveis (portas, tampas, etc.) devem ser associadas a dispositivos de intertravamento de tal forma que:

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    - a mquina no possa operar at que a proteo seja fechada; - se a proteo aberta quando a mquina est operando, uma

    instruo de parada acionada. Quando a proteo fechada, por si s, no reinicia a operao, devendo haver comando para continuao do ciclo.

    Quando h risco adicional de movimento de inrcia, dispositivo de intertravamento de bloqueio deve ser utilizado, permitindo que a abertura da proteo somente ocorra quando houver cessado totalmente o movimento de risco.

    Exemplos de protees fixas e mveis podem ser encontradas na norma NBR NM 272:2002 e NBR273:2002.

    6.3 ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM

    Essa proteo deve impedir o acesso zona de prensagem por todos os lados. Possuem frestas que possibilitam somente o ingresso do material e no da mo ou dedos. Suas dimenses e afastamentos devem obedecer a NBRNM-ISO 13852:2003, e NBRNM-ISO 13854:2003. Pode ser constituda de protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana, garantindo a pronta paralisao da mquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas conforme NBRNM 272:2002 e NBRNM-ISO 273:2002.

    Figura 92 Enclausuramento da zona de prensagem.

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    Figura 93 Enclausuramento da zona de prensagem.

    Podem possuir protees regulveis que se ajustem geometria da pea devendo observar as distncias de segurana da NBRNM-ISO 13852:2003.

    Figura 94 Enclausuramento da zona de prensagem por protees regulveis.

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    Figura 95 Enclausuramento da zona de prensagem por protees mveis intertravadas.

    Figura 96 Enclausuramento da zona de prensagem por protees mveis intertravadas.

    6.4 FERRAMENTA FECHADA

    Neste caso, a matriz fechada de tal modo que permita apenas o ingresso do material e no permita o acesso da mo e dos dedos na rea de prensagem. Esta condio dever ser preferencialmente analisada e desenvolvida durante a fase de projeto e confeco da ferramenta, podendo ser adaptada em ferramentas j

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    existentes, observando-se no criar riscos adicionais com a incorporao da proteo.

    Figura 97 e 98 Adaptao de proteo fixa em ferramentas.

    Figura 99 Proteo em policarbonato.

    OBSERVAO: O tipo de proteo acima apresentado inova com o uso de policarbonato, material resistente que proporciona visibilidade. O fechamento da ferramenta deixando apenas uma fresta para passagem do material (A) adequado, pois no permite o ingresso dos dedos do operador na zona de prensagem. Porm um risco adicional foi criado entre a parte superior da proteo (C) e o movimento do martelo (B), conhecido como "efeito guilhotina".

    (C) (B)

    (A)

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    IMPORTANTE Os dispositivos elencados a seguir no vo prover de proteo fsica a rea de prensagem; portanto, no podem ser considerados proteo adequada para as prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta e seus similares, prensas de frico com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo pneumtico. Ao utilizar os recursos eletrnicos de segurana, deve-se observar se sua categoria apropriada e certificada. A escolha deve estar baseada em anlise de risco prevista pela NBR 14009 e NBR 14153.

    6.5 COMANDO BI-MANUAL

    Este dispositivo exige a utilizao simultnea das duas mos do operador para o acionamento da mquina, garantindo assim que suas mos no estaro na rea de risco. Para que a mquina funcione, necessrio pressionar os dois botes simultaneamente com defasagem de tempo de at 0,5 s (atuao sncrona, conforme NBR 14152:1998, item 3.5).

    Os comandos bi-manuais devem ser ergonmicos e robustos, e possuir autoteste, sendo monitorados por CLP ou rel de segurana. A interrupo de um dos comandos bi-manuais resultar em sua parada instantnea. O autoteste garante a condio de no-acionamento em caso de falha de um dos componentes do circuito eltrico do comando bi-manual; atende, assim, o item 12.2.2 da NR 12 da Portaria 3214/78, NBR 13930:2001 e NBR 14152:1998 Segurana em mquinas Dispositivos de comando bi-manuais, aspectos funcionais e princpios para projeto.

    O nmero de comandos bi-manuais deve corresponder ao nmero de operadores na mquina, com chave seletora de posio tipo yale ou outro sistema com funo similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da mquina sem que todos os comandos sejam acionados, conforme a NBR 14154:1996.

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    Figura 100 Rel de segurana Figura 101 Comando bi-manual com boto de emergncia.

    Os dispositivos de comando bi-manual no servem de proteo contra o ingresso na rea de prensagem para as prensas mecnicas excntricas por engate de chaveta e seus similares, prensas de frico com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo pneumtico. Sua utilizao um recurso complementar importante, quando reduz ou elimina o uso do pedal.

    6.6 CORTINA DE LUZ

    O sistema cortina de luz consiste de um transmissor, um receptor e um sistema de controle. O campo de atuao dos sensores formado por mltiplos transmissores e receptores de fachos individuais. Para cada conjunto de transmissores e receptores ativados, caso o receptor no receba o feixe luminoso de infravermelho do transmissor, gerado um sinal de falha.

    A cortina de luz dever ser adequadamente selecionada de acordo com o tamanho (altura de proteo) e a resoluo (capacidade de resoluo da cortina = percepo de dedo ou mo), e posicionada a uma distncia segura da zona de risco, levando em conta o tempo total de parada da mquina conforme a EN 999:1998 e EN 61496:2004, devendo ainda ser certificada como categoria 4 e monitorada por rel ou CLP de segurana. No serve como dispositivo de segurana para zona de prensagem das prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta e seus

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    similares, prensas de frico com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo pneumtico.

    Havendo possibilidade de acesso a reas de risco no monitoradas pela cortina, devem existir protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por chaves de segurana, conforme a NBRNM 272:2002 e NBRNM 273:2002.

    Figura 102 e 103 Cortina de luz.

    Figura 104 Cortina de luz instalada. Figura 105 Cortina de luz com espelhos para proteo frontal e lateral.

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    Figura 106 Prensa hidrulica protegida com proteo fsica nas laterais e conjugao de cortina de luz e comando bi-manual.

    IMPORTANTE A boa tcnica recomenda a utilizao conjugada de comando bi-manual e cortina de luz, atuando como proteo ao operador e terceiros. Entretanto, em carter excepcional, baseado em uma anlise de risco conforme NBR 14009, outras conjugaes podero ser adotadas, desde que garantam a mesma eficcia.

    Figura 107 Conjugao de cortina de luz e gaveta em prensa hidrulica.

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    Figura 108 Conjugao de cortina de luz e gaveta em prensa hidrulica.

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    7 OUTROS DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA MONITORAMENTO DE REA

    Dispositivos de monitoramento de rea, atravs da deteco por aproximao, so utilizados complementarmente para monitoramento e envio de sinal de que a rea foi invadida, determinando a paralisao da mquina e impedindo o seu funcionamento at que a rea esteja livre da presena de pessoas e um novo comando seja dado.

    Sua instalao deve ser precedida de anlise de risco conforme NBR 14009:1997 e deve ter sua instalao de acordo com a EN 999:1998, para a garantia da distncia de segurana.

    A utilizao do scanner deve ainda observar a EN 61496:2004, e os tapetes e batentes, como possuem contato mecnico, devem observar a EN 1760:1997.

    7.1 SC