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Curso PneumoAtual de Radiologia – aula 10 1

Hilos pulmonares

Gustavo de Souza Portes Meirelles1 1 – Doutor em Radiologia pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP

1 – Introdução

Os hilos pulmonares são compostos pelas artérias pulmonares e seus ramos principais, linfáticos, brônquios

principais e veias pulmonares. As dimensões hilares variam de pessoa para pessoa, não existindo um “valor

normal” para os hilos. Algumas condições promovem alteração da densidade e/ou das dimensões hilares e

exemplos delas serão demonstrados neste capítulo.

2 – Os hilos normais Apesar de compostos por artérias, veias, brônquios e linfáticos, as principais estruturas responsáveis pelas

imagens hilares na radiografia de tórax são as vasculares, especialmente as artérias pulmonares (figuras 1

e 2).

Figura 1. Hilos normais na radiografia de tórax em PA (setas).

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Figura 2. Hilos normais na radiografia em perfil. APE = artéria pulmonar esquerda;

APD = artéria pulmonar direita; BLSE = brônquio para o lobo superior esquerdo.

3 – Aumento hilar

Várias são as causas de aumento hilar. A primeira informação a ser obtida é se o aumento é uni ou bilateral.

Caso seja unilateral, as principais causas de aumento hilar são as neoplasias pulmonares centrais,

aneurismas vasculares, estenose da valva pulmonar (geralmente cursa com aumento da artéria pulmonar

esquerda, pela diferença de direção do fluxo sanguíneo), linfonodomegalias. Caso o aumento seja bilateral,

devem-se considerar as possibilidades de linfonodomegalias (sarcoidose é sempre uma causa a ser

lembrada) e alterações vasculares, geralmente cursando com hipertensão pulmonar. Algumas dessas

condições estão exemplificadas nas figuras de 3 a 8.

Figura 3. Paciente com tuberculose pulmonar no lobo médio e aumento acentuado

do hilo direito, por comprometimento dos linfáticos desta topografia.

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Figura 4. Novamente aumento do hilo direito, mas desta vez decorrente

de carcinoma pulmonar epidermóide central.

Figura 5. Massa periférica no pulmão direito associada a aumento

do tamanho e da densidade do hilo ipsilateral.

Adenocarcinoma pulmonar com linfonodomegalia hilar.

Caso gentilmente cedido pelo Dr. Jorge Kavakama (in memoriam)

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Figura 6. Paciente jovem com aumento do hilo direito e opacidade amorfa

na base pulmonar ipsilateral, associada a estruturas tubulares

dirigindo-se para o hilo. Malformação arteriovenosa pulmonar.

Figura 7. Paciente com múltiplas alterações intersticiais bilaterais, caracterizadas por

opacidades reticulares de predomínio basal e espessamento do feixe peribroncovascular,

associadas a aumento hilar bilateral, tanto em tamanho quanto em densidade. A radiografia

em perfil demonstra com clareza o aumento dos hilos. Sarcoidose pulmonar e linfonodal.

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Figura 8. Aumento dos hilos pulmonares em paciente com sarcoidose linfonodal.

Reparar no clássico aspecto de “hilos em batata”.

Figura 9. Paciente com hipertensão pulmonar por esquistossomose, cursando

com abaulamento do tronco arterial pulmonar e aumento hilar bilateral,

decorrente de dilatação das artérias pulmonares principais.

4 – Redução hilar

Redução bilateral dos hilos pode ser encontrada em doença cardíaca congênita, principalmente nas formas

cianóticas associadas com estenose pulmonar, tais como tetralogia de Fallot e transposição dos grandes

vasos. Caso a redução seja unilateral, devem-se considerar as possibilidades de agenesia ou hipoplasia de

uma artéria pulmonar ou embolia pulmonar (figura 10).

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Figura 10. Redução do hilo pulmonar direito, que se apresenta com alta

densidade, decorrente de opacidades lineares seguindo o trajeto dos feixes

broncovasculares. A paciente apresentava dispnéia e relatava ter sido submetida a

vertebroplastia recentemente. Embolia pulmonar pelo cimento da vertebroplastia.

5 – Leitura recomendada

Felson B. Chest Roentgenology. WB Saunders, Philadelphia, PA, 1973: 574p.

McLoud TC. Thoracic Radiology: The Requisites. Mosby, 1998, 512p.

Muller NL, Webb WR. Radiographic imaging of the pulmonary hila. Invest Radiol 1985;20:661-671.


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