Santa Terezinha do Menino Jesus (1873-1897) nasceu emAlençon, França, no dia 02 de
Janeiro de 1873. Foi uma criança muito amada, muito mimada também, especialmente por seu
pai. Era uma criança comum, expansiva, alegre. Não havia nada de extraordinário nela. Tinha
dificuldade nos estudos em gramática e cálculo, mas gostava de história e geografia.
A primeira grande perda de sua vida foi sua mãe, que morreu quando ela tinha 04 anos. Santa
Terezinha, então, apegou-se a sua irmã Paulina, adotando-a como sua mãe. Mas, quando ela
tinha 10 anos, Paulina ingressou no Carmelo. Foi um grande sofrimento para ela. Santa
Terezinha ficou doente, uma doença misteriosa, que ela atribui ao diabo, mas que na verdade
era depressão grave. Ela sempre foi hipersensível, o que agravou seu quadro. Mas, num
domingo de Pentecostes, quando estava imóvel na cama, ladeada pelas irmãs que rezavam
por ela, é curada pelo sorriso de Nossa Senhora.
O dia de sua primeira comunhão, muito esperada por ela, aconteceu quando tinha 12 anos e foi
uma festa em seu coração. Um dia, Leônia deu para Celina e Terezinha uma caixa cheia de
bugigangas suas, para que cada um escolhesse alguma coisa. Celina logo tirou um
objeto. Terezinha então puxando a caixa para perto de si, disse: “ESCOLHO TUDO!” Essa
será uma marca em sua espiritualidade: OU TUDO OU NADA! Depois foi a vez de Maria Luíza,
sua irmã mais velha, ir para oCarmelo. Mais uma perda. Foi a época também em que Santa
Terezinha adquiriu a doença dos escrúpulos, que a fez sofrer e que muito atrapalhou a sua
vida espiritual. Agora era a vez de Leônia sair de casa.
Leia este artigo: Santa Terezinha do Menino Jesus – Santa por inteiro
Santa Terezinha teve a cura dos escrúpulos e de sua hipersensibilidade no Natal de 1886, o
dia de sua “conversão completa”: quando ela tinha 13 anos, quase 14. Apesar de já ser
adolescente ainda colocava presentes nos sapatos juntos à lareira, uma tradição para as
crianças da Europa na época do Natal. Sem saber de sua presença na sala, naquela noite de
Natal, seu pai comentou, já enfastiado, que estava satisfeito porque aquele seria o último ano
em que ela faria aquilo. Para ela foi um choque ouvir isso de seu amado pai, seu “rei”, como ela
dizia. Mas, nesse momento ela teve uma reação surpreendente, um momento de cura e de
conversão mesmo.
Aos 14 anos, fala com seu pai que quer entrar para o Carmelo. Mas ainda não tinha idade
suficiente pelo Direito Canônico. Seu pai vai conversar com o Bispo. Era preciso esperar aos
21 anos de idade. Mas a decisão e a determinação de Santa Terezinha a levaram até o Papa,
na época, Leão XIII. No fim de tudo, ela consegue a autorização: entra no Carmelo com 15
anos. Terezinha, que toma o nome de Irmã Tereza do Menino Jesus da Sagrada Face será
uma irmã como as outras. Poucas companheiras percebiam que ela era especial. Na
monotomia do Carmelo, no serviço cotidiano, ela vai se aperfeiçoando. Em 1894, ano da morte
de seu pai, ela descobre a “pequena via”.
A “pequena via” é um caminho que pode ser seguido por todos, pois é um caminho de
simplicidade que não exige ne êxtases e nem penitências extraordinárias, mas somente a
sabedoria de revestir de amor todas as atividades da nossa vida, até mesmo as mais
ordinárias”. Viver tudo com amor, principalmente as pequenas coisas.
Ela nos ensina, com isso, a viver a “Infância Espiritual”, a sermos crianças para atrairmos o
olhar de Deus. E isso nos faz viver a pequenez – ser pequeno, viver o escondimento combate o
nosso orgulho e agrada o coração de Deus. “Sou o que Deus pensa de mim!”
Santa Terezinha morreu no dia 30 de setembro de 1897. Suas últimas palavras foram: “Meu
Deus eu vos amo!” As irmãs rezam o Credo. A cabeça dela se mexe, ela sorri. Entra um
passarinho em sua cela, que voa sobre o seu leito e sai. Ela morre. Entrou na vida!
Foi canonizada em 1925, pelo Papa Pio XI.
Foi declarada padroeira das missões em 1927, pelo mesmo Papa.
Foi proclamada Doutora da Igreja no centenário de sua morte, pelo Papa João Paulo II em
1997.
Sua festa é comemorada em 01 de outubro.
A caridade deu-me a chave da minha vocação. Compreendi que, se a Igreja tinha corpo,
composto de vários membros, não lhe faltava o mais necessário, o mais nobre de todos.
Compreendi que a Igreja tinha coração, e que o coração era ardente de amor. Compreendi que
só o amor fazia os membros da Igreja atuarem e que, se o amor extinguisse, os Apóstolos já
não anunciariam o Evangelho e os mártires se recusariam a derramar seu sangue…
Compreendi que o amor abrange todas as vocações, alcançando todos os tempos e todos os
lugares…Numa palavra, é eterno…
- Então no transporte de minha delirante alegria, pus-me a exclamar: Ó Jesus, meu amor,
minha vocação, encontrei-a afinal: MINHA VOCAÇÃO É O AMOR. Sim, atinei meu lugar na
Igreja, e tal lugar, ó meu Deus, fostes vós que me destes… No coração da Igreja, minha mãe,
serei o amor… Assim serei tudo… Assim se realizará meu sonho!!!
(Santa Terezinha do Menino Jesus)
Santa Terezinha
O presente texto foi produzido em 1997 e caracteriza-se como um comentário
à obra de Santa Teresinha de Jesus – História de uma alma . ( São Paulo:
Edições Loyola, 1996 )
A história de um encontro segundo um momento de oração
Helio de Araujo Evangelista
( www.feth.ggf.br )
Quando participava das atividades da Igreja Católica, enquanto jovem,
valorizava um santo como São Francisco de Assis que de uma posição de homem rico
opta pela situação de um pobre, rompe com o pai em nome de um caminho de fé, depois
ele e seu grupo de seguidores têm a ousadia de se dirigir ao Papa Inocêncio III para
obter a provação de suas regras, e em seguida vão ao Oriente Médio e tentam converter,
simplesmente, o sultão - líder dos muçulmanos. Ao longo de sua curta vida ( 1182 -
1226 ) agrega milhares de pessoas que passam a comungar o seu ideal. Poxa, pensava,
que vida ! [1]
E Santa Terezinha do Menino Jesus ? Nunca conheceu a pobreza material, teve
uma família feliz, por sinal muito feliz, embora perdesse a mãe muito cedo, o que deve
ser uma perda dolorosísima de modo que muitos que já viveram esta experiência, se
pudessem optar, prefeririam em perder os seus bens materiais mas não um ente querido.
Depois o silêncio, o silêncio de um claustro que ela deixou de experimentar quando
morreu ainda cedo, muito cedo, com apenas 25 anos incompletos.
De ato concreto de sua passagem na Terra não deixou nenhuma ordem fundada,
nem propiciou a criação de novos prédios, porém deixou páginas preciosas de sua vida
interior que a tantos ilumina e incentiva. Eis o segredo de Santa Terezinha do Menino
Jesus - o de ser uma santa no lugar comum, na vida cotidiana, sem espalhafatos, sem
grandes movimentos, é como se DEUS indicasse que a santidade também se obtêm na
vida obscura. Com Santa Terezinha do Menino Jesus DEUS resolveu escrever no
silêncio !
Na verdade só vim a perceber a vitalidade de Santa Terezinha do Menino Jesus
ao ler a obra Teresa de Lisieux de Henri Ghéon editado pela editora Quadrante em
1996. A sensação ao ler este livro era de difícil expressão; da leitura ficou uma sensação
de que ela encontrou alguma “coisa diferente”, e a encontrou se portando enquanto uma
criança.
A vida de Santa Terezinha do Menino Jesus expressa, de um lado, uma
meiguice, uma candidez, um respeito à natureza e às pessoas que a cercavam, mas, por
outro lado, fica explícito que a mesma tinha uma têmpera, uma força interior fincada
numa descoberta. Esta descoberta, ao contrário de um São Paulo que precisou cair
literalmente do cavalo para descortinar o mundo da fé, ou de um Santo Agostinho que
teve em sua mãe a verdadeira embaixatriz do Evangelho que tanto chorou por ele. [2] A
conversão de Santa Terezinha do Menino Jesus ocorreu tão naturalmente quanto o
fluxo do leite que sai do seio materno para a sua filha. A evangelização de Santa
Terezinha do Menino Jesus começou no colo da mãe, e depois passou para o ombro do
pai. Até nisso, a conversão de Santa Terezinha do Menino Jesus é natural, nada de
excepcional, coisa que qualquer pai e mãe não relaxados com a educação religiosa de
seus filhos pode vir a realizar.
Da leitura da obra de Henri Ghéon sobressaiu-me a vontade de conhecer Santa
Terezinha do Menino Jesus e passei a procurar em diferentes locais o tão citado livro
- A história de uma alma . [3]
Acredito que a valoração que passei a dar à Santa Terezinha do Menino
Jesus decorreu de uma maior maturidade adquirida com o avanço da idade.
Interessante, na via a DEUS a maturidade nos leva a apreciar a criança que ELE tanto
procura encontrar nas pessoas. E neste caso, Santa Terezinha do Menino Jesus veio
para demonstrar que o lugar comum: ponto de ônibus, a queixa de um parente, os
desencontros no ambiente profissional, tudo isto podem ser transformados em
momentos alegres para DEUS. Sim, isto mesmo, Santa Terezinha do Menino Jesus fazia
DEUS sorrir quando, por exemplo, fugia de uma Irmã do Carmelo para evitar
discussão [4] , ou ainda se obrigava a estar com as Irmãs que lhe menos agradava [5] , e
assim por diante.
Porém, se entendemos que o caminho de Santa Terezinha do Menino Jesus vem
a ser empreendido a partir das circunstâncias comuns do cotidiano de qualquer pessoa,
isto não significa que por esta via a pessoa venha a ser também comum , temos de ser
heróis, heróis do cotidiano.
A rigor, mesmo os mais poderosos homens que surgiram entre nós, como
Napoleão Bonaparte, tiveram as suas vidas marcadas por vicissitudes e delicadezas que
nada se aproximavam da figura idealizada que somos levados a apreender , aliás, de
Napoleão Bonaparte, ele dizia que era capaz de controlar um país - a França - e diversas
tropas para a guerra, mas não vencia o temperamento de sua mulher !
Nenhum santo nasce pronto, a rigor qualquer santo assim o foi por um ato de
vontade e de superação de si mesmo. A luta que Santa Terezinha do Menino Jesus
empreende não vem a ser pautada por odiar a sua natureza humana , ou de entender que
esta vida passageira não vale a pena, e sim, por entender que a natureza ( seja do seu
corpo ou fora dele ), assim como do próprio tempo, breve tempo que nós dispomos, são
os meios que temos para chegarmos a DEUS. Uma aproximação feita a partir da luta ...
não é duro à pessoa humana procurar através do ato da fé um novo proceder ao
combater a gula, a ira, etc. ?
Santa Terezinha do Menino Jesus passou a vida olhando para o céu e o céu
olhando para ela. O que há de estranho nisto ? É de um DEUS que assume a altura de
uma criança para comentar o mundo.
Santa Terezinha do Menino Jesus prima pela busca do sacrifício, ela valoriza a
dor, mas não a busca, por exemplo, no cenário de uma guerra, ... não, ela não precisava
ir tão longe.
A dor que Santa Terezinha do Menino Jesus destaca vem a ser aquela que a
própria vida nos fornece e que DEUS permite que ocorra, seja pelos pequenos
aborrecimentos do dia a dia do tipo: “suportar” uma conversa maçante, não enraivecer-
se com o motorista de ônibus ( o que implica ter uma auto-disciplina interior adquirida
com a mortificação ), desculpar uma ofensa, ou então pelos grandes acontecimentos
dados pelas doenças graves e falecimento.
A princípio, esta busca da dor, com lentes humanas poderia ser reprovável.
Afinal, estaria tolhendo a personalidade, estaria forjando um caráter recalcado... Não,
absolutamente não, o que ela nos ensina vem a ser que na vida da Graça a nossa
natureza deve estar submetida a vida do espírito.
A presença de DEUS em nós pressupõe uma abertura ao outro, uma busca ao
bem do outro, e no entanto, pelos impulsos de nosssa natureza o que se busca é o bem
do próprio corpo. A natureza é essencialmente voltada para si.
Assim, fica instalada uma espécie de exercício no qual embora precisando do
corpo, sem ele nada somos, porém com ele e vivendo para ele somos menos ainda.
A pequena via de Santa Terezinha do Menino Jesus vem no sentido que as
próprias agruras do dia a dia nos ensina o desabrochar a nossa vida espiritual ao
vencermo-nos em favor do outro.
Certamente é uma peleja dura pois nem sempre o outro detém o mesmo espírito.
Aí reside a distinção do caminho de Santa Terezinha do Menino Jesus .
Esta busca do outro pela pequena via não vem a ser fundamentalmente um
trabalho ascético de caráter moralista ou ainda por puro sentimento filantrópico na
busca do outro; mas sim, por este caminho, Santa Terezinha do Menino Jesus procura,
no fundo, a DEUS .[6]
Uma busca que passa pela superação de si visando o outro porém não termina aí.
Na superação de si e encontrando o outro tem-se melhores condições de se ver DEUS.
Porém, o que chama atenção neste encontro de Santa Terezinha do Menino
Jesus com DEUS é a sua forma serena, ao contrário do que ocorreu com outros santos
com quem os encontros ocorreram não raro abruptamente, é o crescimento de Santa
Terezinha do Menino Jesus neste encontro de forma misteriosa. Poderíamos nos atrever
a afirmar que o livro História de uma alma nos conta uma parte da história de sua alma,
a outra parte só DEUS conhece.[7] Assim, parece-nos que há duas histórias, ou melhor,
uma única história da qual parte chegamos a conhecer, a outra não.
No entanto, na leitura de História de uma alma de Santa Terezinha do Menino
Jesus , ou de Confissões de Santo Agostinho ou Imitação de Cristo ( obra a qual Santa
Terezinha do Menino Jesus tanto recorria ) o que chama a atenção é a unicidade da
mensagem. Estas obras escritas por pessoas distintas, em épocas históricas díspares
batem na mesma tecla - o amor a DEUS .
Assim, temos em Santa Terezinha do Menino Jesus mais uma expressão da
pedagogia de DEUS, qual seja embora o conteúdo da mensagem seja o mesmo, o
método , a maneira de cativar os corações é diferente.
Ao debruçarmo-nos sobre a história da vida de Santa Terezinha do Menino
Jesus , percebe-se o canto de uma alma que paulatinamente vai ficando cada vez mais
afinada com a Vida de DEUS.
Santa Terezinha do Menino Jesus usa palavras calorosas, fortes, que a princípio
parecem repetitivas, monótonas, mas que no fundo prefiguram uma vida interior
assentada num encontro . Na verdade, parece que Santa Terezinha do Menino Jesus em
seu livroHistória de uma alma apenas balbucia , arrisca termos para relatar o teor deste
encontro.
A espiritualidade de Santa Terezinha do Menino Jesus destaca elementos
básicos da felicidade humana, qual seja, a valorização da interioridade, o silêncio
interior, enfim a cultura da vida interior que podemos considerar como o ponta pé
inicial de uma vida fecunda, útil, boa, enfim, de uma vida que deixa rastro e saudades.
Santa Terezinha do Menino Jesus trata DEUS como uma pessoa em tom
coloquial, claro, objetivo, candido, sem fantasia, mas com calor, através de passagens
tenras que incentivam a imitação por parte de várias pessoas.
É o comentário de uma planta, de um por de sol, de um abraço, de uma janela,
de um costume, que são transfigurados, Santa Terezinha do Menino Jesus tira o véu do
corriqueiro de nossos dias e nos transmite DEUS, ela transmite DEUS ao tratar do
comezinho e tirando o véo do comezinho mostra que DEUS nos acompanha, nos olha,
orienta e aconselha.
Mas como é possível a uma moça que não chegou a ter 25 anos, apresenta cem
anos depois de sua morte a graça de estar viva ?
Viva não só pelas suas memórias mas por comunicar a vida. Santa Terezinha do
Menino Jesus comunica a vida.
Como é possível a um ser tão frágil ( não só por ter falecido nova, mas por não
ter tido ascendência alguma em estrutura de poder ) manter-se ainda viva hoje ?
O segredo de SANTA TEREZINHA DO MENINO JESUS está na
transparência que ela deu à mensagem de DEUS a partir do lugar comum.
Esta morte prematura não deixa de gerar um contraste com este mundo que tem
uma cultura que valoriza aspectos contraditórios, pois verifica-se de um lado o processo
favorável à descartabilidade, tudo é descartável, chegando a incidir nas relações
humanas,... é o casamento eterno enquanto dure..., é a gravidez indesejada... por aí afora
; por outro lado, verifica-se um esforço em minorar a dor tendo por recurso... a
“higienização” da morte através dos cemitérios impessoais ... um esforço de eternizar-se
pela busca do eterno rejuvenescimento ... chegando, por fim, a defesa da eutanásia.
Quando Santa Terezinha do Menino Jesus morreu não havia televisão, avião, ...
( a grande novidade era elevador que ela comenta em História de uma alma... ) o
telefone era apenas um experimento exótico, ainda de pouca utilidade, o carro só viria a
ser popularizado mais tarde ... e hoje. Hoje temos, computadores, satélites , bombas
nucleares, e o homem já consegue colocar suas máquinas em diferentes planetas .
Como então, neste mundo da tecnologia, há espaço em sua agenda, aberta pelo
Papa João Paulo II, ao conferir-lhe o título de doutora da Igreja, doutora de uma
instituição que já conta com mais de 2000 anos.
Como pode, essa moça, dentre tantos santos, de um tempo que já não é nosso,
vir a ser lembrada para ser doutora e que detém uma mensagem que as pessoas de hoje
entendem e que é acatada por uma instituição que adentra no terceiro milênio de sua
existência .
Bem se nota que aquela moça falecida em Lisieux guardava em si algo que
tantos procuraram e procuram, principamente os jovens, de formas tão diversas que não
raro redundam em imensos fracassos pois procuram DEUS na satisfação do seu próprio
ego.
A que deveria este privilégio dela ter acertado, enquanto tantos outros em sua
faixa de idade fracassaram ?
Em boa hora, ela indica, o que o próprio DEUS costuma firmar na sociedade
humana, a saber, um sinal de contradição.
No caso de Santa Terezinha do Menino Jesus qual foi o método de DEUS ?
Santa Terezinha do Menino Jesus abre um claro contraste à sua época.
Falecendo nova não passou de uma carmelita obscura. Em seu livro História de
uma alma... fica registrado que ao final da vida de Santa Terezinha do Menino Jesus
chegou a ser responsável por algumas noviças, obviamente que é em si uma grande
coisa para quem era tão nova, porém suficiente para denotar de que se tratava de uma
doutora da Igreja ?
Falecendo nova é considerada doutora da Igreja, o que demonstra, pelo menos
ao nível de Igreja Católica que o doutoramento não está relacionado ao acúmulo de anos
de estudo, mas sim ao teor novo que a mesma insere na doutrina da Igreja.
Santa Terezinha do Menino Jesus não se caracteriza por tratados teológicos mas
fundamentalmente, e esta é a sua mensagem aos dias de hoje, por demonstrar na forma
de carne e sangue que na vida obscura, pouco notada, não destacada, sem notícias,
vivendo as vicissitudes banais nos diferentes relacionamentos humanaos é possível
conhecer e chegar a DEUS.
A pequena via vem a ser uma imensa passarela !
Ao olharmos para o mundo de hoje vemos que há um processo ambíguo.
De um lado temos um aspecto muito confuso, porém há um outro que
poderíamos dizer cristalino.
Entendo que no mundo de hoje impera uma solene campanha a - religiosa nos
campos da cultura e comunicação, ou seja o movimento que se dá nestes campos não
luta contra a religião abertamente; não, a rigor, a solapa de forma velada, camuflada.
Este é o processo cristalino, porém se apresenta de forma consfusa, pois não se
apresenta como a - religiosa enquanto tal.
Ao analisarmos a vida hodierna cabe averiguar as raízes subjacentes que
sustentam estes novos valores, a rigor não são valores, é um vale tudo !
No entanto, quando empresas quebram e levam de rodão várias economias
amealhadas ao longo de vários anos poucos sugerem a vinculação do roubo com o
ambiente a-ético que se procura impegir à sociedade.
Neste sentido, a aclamação de Santa Terezinha do Menino Jesus como doutora
da Igreja indica-nos uma outra visita de Santa Terezinha do Menino Jesus à história
humana só que revestida com uma outra autoridade.
A autoridade de quem diante de um mundo acelerado - absorto em suas
descobertas, mas débil em lembrar suas mazelas, representadas pelas guerras, fome e
epidemias - enfatiza a lembrança de sermos santos, cabendo a cada um escrever a sua
história, a história de sua alma a partir do encontro com DEUS.