Universidade Zambeze
Faculdade de Ciências e Tecnologia
5º Ano – Engenharia Civil
Período Laboral
Cadeira:
Saúde Qualidade de Vida no Trabalho
Discente: Docente:
Tsambe, Arsénio José-111032031075 Dr. C. Jorge Alberto Vigueras Moreno
Beira, Abril de 2015
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Índice
1. Resumo ..................................................................................................................... 2
2. Introdução ................................................................................................................. 3
3. Objetivos ................................................................................................................... 5
3.1. Geral ................................................................................................................... 5
3.2. Específicos ......................................................................................................... 5
4. Riscos associados às condições de segurança .......................................................... 6
4.1. O LOCAL E A SUPERFÍCIE DE TRABALHO ........................................... 6
4.2. AS FERRAMENTAS .................................................................................... 8
4.3. AS MÁQUINAS .......................................................................................... 10
4.4. A ELETRICIDADE ..................................................................................... 12
4.5. OS INCÊNDIOS .......................................................................................... 14
4.6. O ARMAZENAMENTO, A MOVIMENTAÇÃO MANUAL E O
TRANSPORTE ...................................................................................................... 17
4.7. SINALIZAÇÃO ........................................................................................... 19
4.8. A MANUTENÇÃO...................................................................................... 20
5. Conclusão ............................................................................................................... 22
6. Bibliografia ............................................................................................................. 23
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1. Resumo
Um dos principais fatores de risco a que os trabalhadores estão sujeitos é a segurança
durante a realização dos seus trabalhos, isto implica uma grande reponsabilidade por parte
do patronato em zelar pela segurança dos seus trabalhadores visto que esses acidentes tem
também implicações na produtividade da empresa. De um modo geral os riscos
associados ás condições de segurança no trabalho podem ser: o local e a superfície de
trabalho, as ferramentas, as máquinas, a eletricidade, os incêndios, o armazenamento, a
movimentação manual e o transporte, a sinalização, a manutenção. É objetivo da
segurança, diminuir a possibilidade da ocorrência de acidentes no trabalho. Para tal é
necessário que as empresas ou instituições dispunham de meios de combater os riscos que
advém das condições de segurança na empresa de modo a garantir não só a saúde e
segurança dos seus trabalhadores como também é fundamental para o garante da
produtividade na empresa visto que os trabalhadores são a parte ativa da empresa no que
diz respeito a produtividade da mesma.
Quanto à prevenção dos riscos vários autores colocam o seu parecer de acordo com o tipo
de risco a que o trabalhador está sujeito, ou seja para cada tipo de risco há que se
implementar as medidas de segurança adequadas, visto que se não houver adequação das
medidas preventivas podemos não conseguir “eliminar” o risco e por conseguinte
estaremos sempre sujeitos ao mesmo tipo de acidente. Para o caso de incêndios por
exemplo se for a usar um agente extintor não adequado ao tipo de fogo não será possível
extingui-lo.
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2. Introdução
A quando da realização de um trabalho, o trabalhador enfrenta vários riscos aos quais se
não tomar as devidas ações de modo a evita-los podem lhe custar a própria vida. Esses
riscos podem advir de várias condições, que devem ser eliminadas de forma a evitar a
ocorrência dos acidentes. Para tal é fundamental que se garanta a segurança no trabalho
de modo a se reduzir os acidentes de trabalho.
O presente trabalho visa relatar aquilo que são os riscos aos quais o trabalhador pode estar
sujeitos durante o exercer das suas atividades riscos esses associados à segurança. Estes
riscos podem ser agrupados em vários grupos de acordo com a tipologia e podem ser:
arranjo físico deficiente; máquinas sem proteção; o local e a superfície de trabalho, as
ferramentas, as máquinas, a eletricidade, os incêndios, o armazenamento, a
movimentação manual e o transporte, a sinalização, a manutenção.
A não verificação das condições de segurança e o não cometimento dos empregadores no
que diz respeito a proteção dos seus trabalhadores, bem como a negligencia dos
trabalhadores em relação a sua segurança podem ser dos fatores que causam mais
acidentes associados a segurança no trabalho.
O local de trabalho é todo o lugar em que o trabalhador se encontra, ou donde ou para
onde deve dirigir-se em virtude do seu trabalho, e em que esteja, direta ou indiretamente,
sujeito ao controlo do empregador (NEBRA).
As ferramentas facilitam a execução de tarefas que, de outra forma, obrigariam a um
trabalho manual extenuante. No entanto, se não forem devidamente utilizadas e
conservadas, estas ferramentas do dia-a-dia podem causar lesões graves (na otica do
autor).
As maquinas são, por definição perigosas e a sua utilização e manuseamento traz muitos
riscos e é a causa de grande número de acidentes no trabalho (NEBRA).
A eletricidade é um dos tipos de energia mais utilizados, proporcionando ajuda e
comodidade à maioria das atividades do ser humano, mas apresenta riscos sérios que é
necessário conhecer e prever (Moreno, 2015).
O incêndio é um fator de risco que está normalmente presente em todas as micro e
pequenas empresas quer industriais quer comerciais ou de serviços (NEBRA).
A movimentação de cargas é toda a operação de movimentação ou deslocamento
voluntário de cargas, compreendendo as operações fundamentais de elevação, transporte
e descarga (Ribeiro, 2006).
A sinalização é uma forma de informação aos trabalhadores e as demais pessoas que
frequentam um local de trabalho sobre os riscos que foram identificados e avaliados e a
que podem estar exposto (NEBRA)
Os trabalhos de manutenção são necessários para prevenir paragens e avarias ou para as
reparar sem que se produzam. Em Portugal, cerca de 30 trabalhadores perdem a vida todos
os anos, em trabalhos de manutenção (Moreno, 2015).
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Das definições acima podemos constatar que é inevitável que o trabalhador esteja por fora
dos riscos que advém das condições acima mencionadas visto que o mesmo para exercer
as suas atividades diárias necessita de estar em contato direto com todos esses
componentes, ou seja, o trabalhador exerce as suas atividades em um local que é o local
de trabalho, usa as ferramentas para montar bem como fazer a manutenção das maquinas
e estas por sua vez algumas senão a maioria necessitam da corrente elétrica para o seu
funcionamento.
Para tal faz-se necessário que o trabalhador esteja a par de todas as situações que possam
prejudicar a sua segurança sendo que os patronos devem fornecer todos os equipamentos
necessarios para a sua segurança bem como oferecer locais de trabalho seguros para as
atividades a desenvolver.
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3. Objetivos
3.1. Geral
Apresentar os riscos associados a segurança do trabalhador.
3.2. Específicos
Analisar os riscos devido ao local e superfície de trabalho;
Analisar os riscos devido as ferramentas;
Analisar os riscos devido as maquinas;
Analisar os riscos devido a eletricidade;
Analisar os riscos devido aos incêndios;
Analisar os riscos devido ao armazenamento, movimentação manual e transporte;
Analisar os riscos devido a sinalização;
Analisar os riscos devido a manutenção;
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4. Riscos associados às condições de segurança
Pode-se definir o risco como sendo a combinação da probabilidade de ocorrências de um
evento perigoso ou exposição e a severidade da lesão ou doença que pode ser causada por
um evento ou exposição (OHSAS-18001, 2007). Os riscos podem advir das condições de
trabalho as quais o trabalhador se encontra durante o exercício das suas atividades no
ambiente de trabalho.
Segundo (Moreno, 2015) os riscos associados ás condições de segurança podem ser
agrupados em:
1. O LOCAL E A SUPERFÍCIE DE TRABALHO
2. AS FERRAMENTAS
3. AS MÁQUINAS
4. A ELETRICIDADE
5. OS INCÊNDIOS
6. O ARMAZENAMENTO, A MOVIMENTAÇÃO MANUAL E O TRANSPORTE
7. A SINALIZAÇÃO
8. A MANUTENÇÃO
4.1. O LOCAL E A SUPERFÍCIE DE TRABALHO
É todo o lugar em que o trabalhador se encontra, ou donde ou para onde deve dirigir-se
em virtude do seu trabalho, e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao controlo
do empregador (NEBRA).
Para (Moreno, 2015), é importante que o local em que o trabalho é realizado apresente
boas condições de segurança, porque só assim se evitarão os acidentes e se trabalhará
com uma maior comodidade. Os acidentes podem ser evitados se conhecermos os perigos
do meio ambiente e aplicarmos algumas medidas de prevenção elementares.
Por interpretações do autor a localização imprópria de máquinas e equipamentos; má
arrumação e limpeza; sinalização incorreta ou inexistente; pisos fracos e/ou irregulares
podem ser alguns dos fatores que podem gerar situações de risco para os trabalhadores
no que refere ao local e a superfície de trabalho.
De modo a evitar os riscos que advém do local e a superfície de trabalho é necessário que
se faça o arranjo físico do ambiente de trabalho, que seria segundo (CURY, 2005, P. 396)
citado por (Lima, Lima, Ferraz, & Santos) corresponde ao arranjo de diversos postos de
trabalho nos espaços existentes na organização, envolvendo, além de preocupação de
melhor adaptar as pessoas ao ambiente de trabalho, segundo a natureza da atividade
desempenhada, a arrumação dos móveis, máquinas, equipamentos e matérias-primas.
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(Peinado & Graeml, 2004), definem o arranjo físico como sendo a preocupação com a
localização física dos recursos de transformação ou seja, decidir onde colocar as
instalações, maquinas, equipamentos e pessoal de produção.
Figura 1: arranjo fisico adequado (Moreno, 2015)
Figura 2: Arranjo físico inadequado obtido em http://2.bp.blogspot.com/-
lQpDUm53p7Y/UKbOv4NmHsI/AAAAAAAAAJw/RN4A9H8-Pu0/s1600/RISCOS.png
O arranjo físico, de acordo com (Peinado & Graeml, 2004), pode ser:
Posicional – o produto em elaboração permanece estático e os recursos de
transformação se movimentam ao seu redor.
Por produto – as máquinas são de acordo com a sequência de montagem do
produto.
Por processo – agrupa em uma mesma área todos os processos ou equipamentos
do mesmo tipo e função.
Celular – agrupa em uma única célula as maquinas que possam fabricar o produto
inteiro e o material se desloca dentro da célula buscando os processos, porem em
linha.
Misto – utiliza conjuntamente dois ou mais arranjos descritos anteriormente.
Segundo (Moreno, 2015), os perigos devidos ao local de trabalho podem ser:
Quedas no mesmo nível
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Quedas de um nível diferente
Pisadela de objetos
Choques contra objetos imóveis
Choques contra objetos móveis
Atropelamentos com veículos
Quedas de objetos por desequilíbrio ou derrubamento
Para (Moreno, 2015), é possível conseguir-se um local de trabalho mais seguro,
implementando, entre outras, as seguintes recomendações:
As máquinas devem manter uma distância de segurança que permita aos
trabalhadores um espaço suficientes para o acesso e uma movimentação segura à
volta da máquina.
Os postos de trabalho devem estar claramente delimitados e dispor de um local
fixo para depositar utensílios e ferramentas.
As matérias primas devem chegar facilmente ao local de trabalho e deve ser
possível retirar os produtos acabados e os resíduos sem comprometer os
movimentos dos operários.
As passagens, os corredores e as escadas devem ter dimensões adequadas e
estarem livres de obstáculos.
Deve existir sinalização adequada nas esquinas e nos obstáculos fixos.
Devem existir condições de iluminação adequadas.
Os edifícios e as instalações gerais (eletricidade, água, gás, ar comprimido, etc.)
devem estar em bom estado de conservação, através de uma manutenção
adequada.
Devem existir passagens de circulação diferentes para os trabalhadores e para os
veículos, que devem estar bem sinalizadas.
Os pavimentos devem ser anti-derrapantes e deverá ser utilizado um tipo de
calçado apropriado para o tipo de pavimento.
Devem ser colocadas proteções adequadas nos buracos e nas paredes que possam
provocar a queda de materiais ou pessoas.
4.2. AS FERRAMENTAS
Facilitam a execução de tarefas que, de outra forma, obrigariam a um trabalho manual
extenuante. No entanto, se não forem devidamente utilizadas e conservadas, estas
ferramentas do dia-a-dia podem causar lesões graves nos dedos ou nas mãos, ou mesmo
nos olhos. As ferramentas avariadas (com deficiências) ou que tenham sido modificadas
por curiosos podem tornar-se perigosas. As ferramentas elétricas defeituosas podem
provocar queimaduras e choques ou mesmo a morte por eletrocussão. Algumas
ferramentas pneumáticas provocam muito ruido e pode criar riscos para a audição
(resumo feito por interpretações do autor após leitura de alguns blogs e apostilas).
Muitas das lesões que se produzem nos locais de trabalhado devem-se à utilização de
ferramentas, sejam elas manuais ou motorizadas. As ferramentas manuais mais utilizadas
são: os martelos, cinzéis, lâminas, machados, tenazes, alicates, as chaves de fendas e a
chave inglesa (Moreno, 2015).
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Para (Moreno, 2015), as principais causas das lesões durante o manuseio de ferramentas
são:
Utilização incorrecta das ferramentas
Utilização de ferramentas defeituosas
Emprego de ferramentas de má qualidade
Transporte e armazenamento incorrecto
Segundo (Moreno, 2015), os perigos mais comuns durante o uso de ferramentas podem
ser:
Contacto com elementos cortantes.
Projecção de fragmentos.
Quedas por esforço excessivo.
Como forma de evitar estes perigos, é necessario que algumas medidas de prevenção
sejam tomadas. Essas medidas segundo (Moreno, 2015), são:
Aquisição de ferramentas de qualidade
Usar as ferramentas apenas para o fim a que se destinam
Formação adequada para a utilização de cada tipo de ferramenta
Uso de óculos de protecção sempre que existirem riscos de projecção de
partículas.
Uso de luvas ao manipular ferramentas cortantes.
Manutenção periódica (reparação, afiação, limpeza, etc.)
Revisão periódica do estado dos cabos, dos revestimentos, isolamentos, etc.
Arrumação em caixas ou painéis adequados, onde cada ferramenta tenha um lugar
próprio.
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Figura 3: Ferramentas bem arrumadas (Moreno, 2015)
Exemplo de uso de ferramentas na construção
Nos estaleiros de construção, os equipamentos avariados são frequentemente alvo de
reparações improvisadas, para evitar a interrupção dos trabalhos. Essas reparações são
muitas vezes feitas à pressa recorrendo a soluções precárias (por exemplo, substituir um
fusível por um prego, amarrar com fita um cabo elétrico danificado). No entanto há que
se ter muito cuidado, visto que equipamentos que não são reparados por profissionais
podem tornar-se perigosos.
4.3. AS MÁQUINAS
As máquinas são, por definição perigosas e a sua utilização e manuseamento traz muitos
riscos e é a causa de grande número de acidentes no trabalho. É obrigação do empregador
assegurar que estes equipamentos de trabalho são adequados e convenientemente
adaptados ao trabalho a efetuar e garantem a segurança e a saúde dos trabalhadores
durante a sua utilização. Aquando da aquisição e escolha das máquinas, os responsáveis
devem atender às condições e características específicas do trabalho, aos riscos existentes
para a segurança e a saúde dos trabalhadores, assim como aos novos riscos resultantes da
sua utilização (NEBRA).
Na seleção de novas máquinas e equipamentos o empregador deve ter em consideração
os postos de trabalho e a posição dos trabalhadores durante a utilização dos equipamentos
de trabalho, bem como os princípios ergonómicos (NEBRA).
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Para (Moreno, 2015), os perigos associados as maquinas podem ser agrupados em:
1. Perigos mecânicos: são um conjunto de fatores físicos que podem originar uma lesão.
1.1.Lesões ocasionadas por elementos móveis
1.2.Lesões ocasionadas por elementos de transmissão
1.3.Lesões ocasionadas pela projeção de elementos da máquina, por rotura
1.4.Lesões ocasionadas pela projeção de partículas do material trabalhado.
2. Perigos eléctricos: estes perigos podem ocasionar lesões ou morte por eletrocussão ou
queimaduras.
3. Outros perigos: de origem térmica, decorrentes da exposição ao ruído, às vibrações
e derivados da não aplicação das regras de Ergonomia ao posto de trabalho.
(NEBRA), acrescenta dizendo que se as máquinas possuem elementos móveis não
protegidos, como sejam correias de transmissão, polis, correntes e engrenagens, o seu
grau de perigo aumenta, uma vez que colocam em posição de risco os seus operadores.
Medidas de prevenção segundo (NEBRA):
Todas as máquinas devem ter proteções de segurança
Os elementos móveis de motores e órgãos de transmissão, bem como todas as
partes perigosas das máquinas que acionem, devem estar convenientemente
protegidos por dispositivos de segurança, a menos que a sua construção ou
localização sejam de molde a impedir o seu contato com pessoas ou objetos.
As máquinas de trabalho não devem ser modificadas.
Junto das máquinas devem estar afixadas instruções de funcionamento e
segurança.
As máquinas devem ter sinalização de obrigatoriedade do uso dos equipamentos
de proteção individual.
As máquinas antigas, construídas e instaladas sem dispositivos de segurança
eficientes, devem ser modificadas ou protegidas sempre que o risco existente o
justifique.
O espaço junto das máquinas deve estar limpo e arrumado.
Assegurar a manutenção adequada.
Proceder a verificações extraordinárias dos equipamentos de trabalho se
ocorrerem acontecimentos excepcionais, nomeadamente transformações,
acidentes, fenómenos naturais ou períodos prolongados de não utilização, que
possam ter consequências gravosas para a sua segurança.
As verificações e ensaios dos equipamentos de trabalho referidos nos números
anteriores devem ser efetuados por pessoa competente, a fim de garantir a correta
instalação e o bom estado de funcionamento dos mesmos.
Deve ser dada aos trabalhadores e seus representantes para a segurança, higiene e
saúde no trabalho a informação adequada sobre os equipamentos de trabalho
utilizados.
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Figura 4: Como proceder durante o manuseio de maquinas (GEP/MTSS, 2009)
4.4. A ELETRICIDADE
A maior parte da energia elétrica vem das hidrelétricas. Para chegar às casas, ela passa
pelos cabos elétricos instalados nos postes e nas torres, e é importante que esse caminho
seja feito com muita segurança. Acidentes com energia elétrica são muito graves,
podendo levar, inclusive, à morte, portanto, devemos evitar que eles aconteçam
(constatações do autor).
A eletricidade é um dos tipos de energia mais utilizados, proporcionando ajuda e
comodidade à maioria das atividades do ser humano, mas apresenta riscos sérios que é
necessário conhecer e prever (Moreno, 2015). O contato com a corrente elétrica pode ser
direta e indireta.
O contato direto é o que se produz com as partes ativas da instalação, enquanto que o
contato indireto é o que se produz com massas em tensão.
Figura 5: tipos de contato com a eletricidade (Moreno, 2015)
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Para (Moreno, 2015), como forma de evitar o contato com a eletricidade, deve-se:
1. Contato direto
Afastar os cabos e as ligações dos locais de trabalho e de passagem
Interpor ou colocar obstáculos para protecção
Cobrir as partes em tensão com material isolador
Utilizar tensões inferiores a 25 volt.
2. Contato indireto (uso dos seguintes meios de proteção)
A ligação à terra
O disjuntor diferencial
Quando se produz um contacto eléctrico indirecto, a ligação à terra desvia uma
grande parte da corrente eléctrica que, de outro modo, passaria através do corpo do
trabalhador. Mas ATENÇÃO! Nem todas as ligações à terra se encontram em
bom estado. É necessário verificar se estão bem efectuadas e cuidadas pelo técnico
especializado. O disjuntor diferencial é um aparelho de grande precisão que corta a
corrente quase instantaneamente, assim que se produz uma corrente de defeito (Moreno,
2015).
Medidas de prevenção básicas (Moreno, 2015):
Não realize trabalhos de electricidade se não estiver devidamente habilitado e
autorizado a fazê-lo.
Tenha cuidado com os fios eléctricos. Mantenha a distância de segurança.
Utilize equipamentos e meios de protecção individual certificados.
Nos locais molhados ou metálicos, utilize apenas aparelhos eléctricos
portáteis com tensão reduzida de segurança (24 V).
Certifique-se de que o seu meio ambiente de trabalho é seguro.
Se tiver de trabalhar em instalações eléctricas, lembre-se das: 5 REGRAS DE OURO
1. Cortar todas as fontes sob tensão
2. Bloquear os aparelhos de corte
3. Verificar a ausência de tensão
4. Ligar à terra e pôr em curto circuito todas as fontes de tensão possíveis
5. Delimitar e sinalizar a zona de trabalho
Segundo (Moreno, 2015), em regra, deve comprovar-se que...
Os conectores, as fichas, os interruptores automáticos e os fusíveis são os
adequados.
É impedido o acesso aos elementos que se encontram sob tensão, mantendo
fechados os respectivos invólucros, se possível com chave, a qual deverá ser
guardada pela pessoa responsável.
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Os interruptores de alimentação estão acessíveis e todos sabem como utilizá-los
em casos de emergência.
As instalações são verificadas periodicamente por electricistas qualificados,
que devem efectuar as reparações e manutenções necessárias.
Existe uma lista dos aparelhos portáteis que visa assegurar que são revistos
periodicamente.
Qualquer aparelho que se suspeite apresentar algum problema é retirado de
utilização e guardado num local seguro, com uma etiqueta “não usar”, enquanto
aguarda ser revisto
por pessoal qualificado.
A revisão periódica dos disjuntores diferenciais será realizada pelo pessoal
responsável.
Antes de serem limpos, regulados ou mantidos, as ferramentas e os equipamentos
serão
desligados da rede eléctrica.
Figura 6: Instalação elétrica inadequada obtido em http://i.ytimg.com/vi/vPd2k_byJYI/hqdefault.jpg
4.5. OS INCÊNDIOS
O incêndio é um fator de risco que está normalmente presente em todas as micro e
pequenas empresas quer industriais quer comerciais ou de serviços. O empregador tem a
responsabilidade de estabelecer todas as medidas de prevenção possíveis que permitam
evitar o incêndio, ou não conseguindo evitá-lo ter os meios necessários ao seu combate e
que possibilitem a evacuação dos trabalhadores e outras pessoas presentes nas instalações
sem causar danos ou lesões (NEBRA).
A melhor forma de prevenir um incêndio é verificar a quantidade e natureza de materiais
combustíveis que existem nas instalações, manter um bom estado de limpeza e arrumação
e não juntar materiais inflamáveis. Face à carga térmica existente deve selecionar um
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sistema adequado de detecção e alarme de incêndio e escolher os meios próprios de
extinção (NEBRA).
Quando a atuação se encarrega de evitar o início do incêndio, é denominada Prevenção
contra Incêndios (Moreno, 2015). Para que o fogo seja iniciado, é necessário que se
conjuguem uma série de fatores no tempo e no espaço, denominados fatores do fogo:
combustível, comburente e calor.
COMBUSTÍVEL: é qualquer substância capaz de arder: Pode ser sólida, líquida ou
gasosa.
COMBURENTE: o comburente normal é o AR que contém aproximadamente 21% de
oxigénio.
CALOR: Tem de existir um foco que proporcione calor suficiente para que o fogo se
produza. Os focos mais comuns podem ser: cigarros, faíscas, fogos mal apagados, falhas
eléctricas, trabalhos de soldadura, etc.
(NEBRA), divide as classes de fogo de acordo com o material combustível as quais são
apresentadas no tabela abaixo:
Tabela 1: Classificação dos fogos (NEBRA)
Prevenção do Incêndio: Normas gerais para evitar o início segundo (Moreno, 2015).
Armazenar os produtos inflamáveis e combustíveis em locais isolados e afastados
das zonas de trabalho.
Utilizar recipientes fechados hermeticamente, tanto para o armazenamento como
para o transporte e depósito de resíduos.
Licenças de trabalho especiais para intervenções de manutenção ou reparação de
instalações que tenham contido ou pelos quais tenham circulado materiais
inflamáveis.
Proibição de fumar e de introduzir utensílios susceptíveis de gerar chamas ou
faíscas.
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Afastar das zonas de incêndio as fontes de calor como fornos, caldeiras, estufas,
etc.
Evitar que a instalação eléctrica seja origem de focos de calor. No fim do dia, o
trabalhador deverá certificar-se de que todos os aparelhos eléctricos estão
desligados da rede.
Não misturar substâncias químicas cuja reação se desconheça, porque pode gerar-
se calor suficiente para fazer deflagrar o incêndio.
As empresas contratadas que trabalhem nas nossas instalações terão
conhecimento das nossas normas de Prevenção contra incêndios.
(Moreno, 2015), avança algumas medidas de Proteção Contra Incêndios
Consiste no conjunto de medidas destinadas a realizar a ação preventiva.
Uma boa proteção está diretamente associada a um bom sistema de detecção,
extinção e alarme.
Após a deflagração do incêndio, o tempo de atuação é fundamental.
OS EXTINTORES
Um extintor é um equipamento que contém um agente extintor que pode ser projetado e
dirigido sobre um fogo, por ação de uma pressão interna. Os extintores são classificados
como meios de primeira intervenção de combate ao incêndio e devem ser instalados
independentemente de qualquer outra medida de proteção julgada necessária (NEBRA).
Figura 7:Extintor (NEBRA)
AGENTES EXTINTORES MAIS ADEQUADOS ÀS CLASSES DE FOGO:
Os fogos não são todos iguais, e nem todos os agentes extintores são os adequados para
todos os fogos. Um uso incorreto do agente extintor face a um determinado tipo de fogo
pode agravar o problema em vez de o atenuar (Moreno, 2015).
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Tabela 2: agentes extintores adequados aos tipos de fogo (Moreno, 2015)
4.6. O ARMAZENAMENTO, A MOVIMENTAÇÃO MANUAL E O
TRANSPORTE
A movimentação de cargas é toda a operação de movimentação ou deslocamento
voluntário de cargas, compreendendo as operações fundamentais de elevação, transporte
e descarga (Ribeiro, 2006).
A ocorrência de acidentes neste tipo de operação é consequência de movimentos
incorretos ou esforços físicos exagerados, de grandes distâncias de elevação, do
abaixamento e transporte, bem como de períodos insuficientes de repouso, pois o
trabalhador encontra-se por vezes na presença de cargas volumosas.
ARMAZENAMENTO
O correto armazenamento dos diversos materiais evita, em grande medida, os riscos de
desprendimento, escorregamento, etc., com as graves consequências que daí possam advir
(Moreno, 2015).
Do ponto de vista da Prevenção, (Moreno, 2015) afirma que é necessário considerar:
a) Os armazéns gerais
Uma má localização dos armazéns, além de originar perdas de tempo
consideráveis, pode ocasionar quedas, atropelamentos, choques, incêndios, etc.
A sua correta localização deve melhorar as condições de trabalho e a
produtividade
O armazém de matérias primas e o armazém de produtos acabados devem
encontrar-se em localizações de acordo com o processo de produção.
b) Os postos de trabalho
Na maioria das empresas, cada posto de trabalho acaba por se transformar num pequeno
armazém que, quando não se encontra bem arrumado e limpo, produz demoras no
trabalho, engarrafamentos e origina muitos acidentes.
Normas a serem seguidas nos postos de trabalho segundo (Moreno, 2015):
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Retirar da zona de trabalho tudo o que não esteja a ser usado ou que não seja
necessário.
Ter apenas a matéria prima necessária para aquele dia.
Evitar colocar materiais no chão, utilizando bastidores com níveis diferentes,
tarimbas de
Madeira, barras de apoio e/ou contentores.
Colocar cada coisa no seu lugar e dispor de um lugar para cada coisa
TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGAS
A movimentação manual de cargas pode ser definida como sendo: qualquer operação de
transporte ou sustentação de uma carga que, devido às suas características ou a condições
ergonómicas desfavoráveis, comporte riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores
(Perreira, 2007).
A movimentação manual de cargas pressupõe a utilização do corpo do trabalhador como
próprio “instrumento” de trabalho. Cerca de 25% de todas as lesões que ocorrem na
indústria e na construção civil estão directamente relacionadas com o levantamento,
transporte e deslocação de materiais (Perreira, 2007).
Dores nas costas, hérnias, lesões nos pés e mãos são consequências normais dos
levantamentos que estão para além da capacidade física dos trabalhadores ou ainda da
aplicação de métodos de trabalho impróprios (Perreira, 2007).
Para além dos riscos associados às lesões dorso-lombares que são normalmente as mais
frequentes e as mais gravosas, as lesões provocadas por quedas de objectos e choques
contra ode objectos são outros riscos com origem na deficiente movimentação manual de
cargas (NEBRA).
Segundo (NEBRA), os factores que podem influenciar o nível de risco são:
• Características da carga a transportar
• Esforço físico exigido
• Exigências da actividade
• Factores individuais de risco
Para evitar ou minimizar os riscos durante a movimentação manual de cargas, (Moreno,
2015) apresenta algumas medidas de proteção e prevenção.
Utilizar de máquinas ou equipamentos que substituam a movimentação manual
pela movimentação mecânica de cargas
Utilizar ferramentas que facilitem o manuseamento de cargas longas
Não transportar em carro de mão cargas longas ou que impeçam a visão
Manter as zonas de movimentação arrumadas e o piso em boas condições
Reduzir as forças de empurrar, ou de transportar
Diminuir o peso e o tamanho dos objectos a transportar
Reduzir os esforços de elevação ou abaixamento da movimentação
Adoptar uma posição correcta de trabalho
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Figura 8: prevenção dos riscos - movimentação manual de cargas (NEBRA)
Figura 9: Postura correta (NEBRA)
4.7. SINALIZAÇÃO
É uma forma de informação aos trabalhadores e as demais pessoas que frequentam um
local de trabalho sobre os riscos que foram identificados e avaliados e a que podem estar
expostos (NEBRA). A falta de uma política de prevenção de acidentes, não identificação
de equipamentos que oferecem riscos, não delimitação de áreas, informações de
segurança insuficientes, entre outros. Comprometem a saúde ocupacional dos servidores.
A legislação define as cores e formas a adoptar em termos de sinalização de segurança,
cujo significado principal se apresenta no esquema a seguir. Compete ao empregador
afixar a sinalização de acordo com a avaliação de riscos efetuada, formar e informar os
trabalhadores sobre o significado da sinalização, fazer cumprir a sinalização de segurança
(NEBRA).
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Figura 10: Significado das cores (NEBRA)
4.8. A MANUTENÇÃO
Os trabalhos de manutenção são necessários para prevenir paragens e avarias ou para as
reparar sem que se produzam. Em Portugal, cerca de 30 trabalhadores perdem a vida todos
os anos, em trabalhos de manutenção (Moreno, 2015).
Para (Moreno, 2015), é importante que os trabalhos de manutenção nunca devem ser
realizados por trabalhadores que não tenham a formação adequada.
Antes de executar uma operação de manutenção numa máquina, é necessário desligá-la
das redes de alimentação eléctrica, hidráulica ou pneumática, desligando e bloqueando o
interruptor de alimentação e as válvulas de entrada. Também é necessário anular todas as
formas de energia residuais.
A seguir se mostram as normas a serem seguidas segundo (Moreno, 2015) durante os
trabalhos de manutenção.
Para o bloqueio dos interruptores ou das válvulas de alimentação, utilize cadeados
com uma única chave, que deverá estar em poder do trabalhador que executa o
trabalho na máquina.
Quando vários trabalhadores estiverem a trabalhar numa máquina ou instalação,
utilize um dispositivo de bloqueio com possibilidade de colocar vários cadeados
(cada um na sua área).
Só deve ser possível ligar a alimentação da máquina depois de terem sido retirados
todos os contatos.
Sinalize as máquinas que se encontram desligadas.
O que é uma Licença de Trabalho?
É um documento que especifica o trabalho que deve ser efetuado e as precauções a serem
tomadas ao executá-lo. Antes de realizar um trabalho de manutenção, deve considerar-
se a necessidade de dispor de uma licença de trabalho (Moreno, 2015).
Segundo (Moreno, 2015), as licenças de trabalho devem ser utilizadas nos seguintes
locais:
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Na entrada de recipientes, espaços confinados ou máquinas.
No trabalho com ferramentas que possam produzir faíscas, sempre que a
atmosfera possa ser explosiva.
Ao abrir ou desligar recipientes que tenham contido substâncias inflamáveis ou
tóxicas.
Em telhados e valas.
Entre outros locais
O que é um Espaço Confinado
É um recinto com aberturas de limitação de entrada e saída, com ventilação natural
desfavorável, em que se podem acumular atmosferas tóxicas, inflamáveis ou com
deficiências de oxigénio e que não está concebido para uma ocupação contínua por parte
do trabalhador. Entre os espaços confinados que se encontram com mais frequência em
todos os sectores da indústria, contam-se: poços e esgotos, caves, fossas, depósitos,
tanques, cubas, zonas subterrâneas, túneis, etc.
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5. Conclusão
Durante o exercício das suas atividades, o trabalhador está sujeito a vários riscos ligados
a segurança no seu ambiente de trabalho, esses riscos podem advir de situações como a
falta de sinalização, a falta do uso dos EPIs, durante o manuseio de cargas, a falta de
iluminação adequada no ambiente em que está inserido, bem como o uso de ferramentas
defeituosas.
Cabe ao empregador fornecer todos os materiais necessários para que o trabalhador
trabalhe nas condições mais seguras durante o exercício das suas atividades diárias. Ao
trabalhador compete a função de usar adequadamente o material que lhe foi fornecido
pelo empregador de forma a salvaguardar a sua vida.
Importa salientar que nem todos os casos que envolvem acidentes de trabalho são
relatados por isso as estatística que são apresentadas em relação aos acidentes de trabalho
podem ser de certa forma “enganosas”, ou seja não retratam o que na realidade está
acontecendo. Por exemplo para o caso do nosso país, sendo do terceiro mundo a
informação relativa a segurança dos trabalhadores não tem sido difundida conforme e a
maioria dos acidentes não são relatados. Para tal há que chamar a consciência de todos os
envolvidos direta ou indiretamente na segurança dos trabalhadores a um maior
cometimento com a causa.
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6. Bibliografia
GEP/MTSS, G. d. (2009). INTRODUÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA NO
TRABALHO. Portugal.
Lima, K. A., Lima, S. P., Ferraz, E. V., & Santos, A. F. (s.d.). O ARRANJO FÍSICO
COMO FATOR DETERMINANTE PARA O MELHOR FUNCIONAMENTO DA
ORGANIZAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO NUMA LOJA VAREJISTA DE
MÓVEIS NO INTERIOR DA PARAÍBA.
Moreno, J. A. (2015). Riscos Associados às Condições de Segurança .
NEBRA. (s.d.). Manual de segurança e higiene no ambiente de trabalho para pequenas
e medias empresas.
OHSAS-18001. (2007). SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
OCUPACIONAL.
Peinado, J., & Graeml, A. R. (2004). Administração da Produção (Operações
Industriais e de Serviços). Curitiba: Centro Universitário Positivo – UnicenP.
Perreira, A. (2007). MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGAS.
Queiroz, M. T., Pagiola, R. G., Ferreira, W. L., Pereira, P. C., & Oliveira, G. S. (2010).
Impactos da iluminação inadequada em área de internamento hospitalar.
Ribeiro, M. (2006). Segurança no trabalho.