Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social
Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA
CURSO
Facilitador(a): Cyntia Medeiros
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM
VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL
Módulo III
MAPA DA REDE SOCIOASSISTENCIAL E INTERSETORIAL
“O conjunto integrado da oferta de serviços, programas, projetos ebenefícios de assistência social mediante articulação entre todas asunidades de provisão do SUAS” (NOB/SUAS, 2012, p. 05).
A Rede socioassistencial do SUAS tem características similares às diversasperspectivas de rede apresentadas anteriormente, porém, existe umainclinação ao padrão gerencial do Estado, com o aumento de normatizaçãoe padronização de atuação no território. Santos (1996) alerta que quandoa criação de rede é vista exclusivamente na produção de ordem e naconstituição de solidariedade espacial, que interessam a determinadosagentes, gera um processo de homogeneização que oculta aheterogeneização, embora esta continue presente.
O objetivo é transformar este conceito de rede em uma rede
socioassistencial “viva”, dinâmica, emancipatória, capaz de
alterar-se a partir das necessidades dos atores e do território
que a constituem, capaz de expandir-se de forma a incluir a
heterogeneidade que é ocultada pelos processos de
padronização.
Uma rede que garanta legitimidade a experiências não
demarcadas ainda na política de assistência, que não estão
descritas na tipificação, mas que podem enriquecer o objetivo
do SUAS, que é a defesa e a garantia dos direitos
socioassistenciais.
A vigilância socioassistencial deve elaborar relatório comgeorreferenciamentodas unidades:
1. públicas e privadas da rede referenciada, isto é, a rede de proteção social de assistência social;
2. públicas e privadas de outras políticas públicas que possam auxiliar no desenvolvimento da capacidade protetiva das famílias, como escolas, saúde da família, núcleos de inclusão produtiva e conselhos tutelares.
O QUE SÃO INDICADORES SOCIAIS E COMO ELES PODEMNOS AJUDAR?
https://www.youtube.com/watch?v=2Ns1Bnmhrn4
São ferramentas que transformam fenômenos e conceitos abstratos em medidas, em número com significado substantivo.
Indicadores sociais são as medidas que nos permitem analisar os conceitos e fenômenos na medida em que nos permite quantificá-los e falar de sua representação empírica.
Segundo Januzzi (2009, p. 22), os indicadores sociais se
prestam a :
• subsidiar as atividades de planejamento público e a
formulação de políticas sociais nas diferentes esferas de
governo;
• possibilitam o monitoramento das condições de vida e
bem- -estar da população por parte do poder público e
sociedade civil e;
• permitem o aprofundamento da investigação
acadêmica sobre a mudança social e sobre os
determinantes dos diferentes fenômenos sociais.
Na área da saúde, por exemplo, poderá levantar alguns indicadores comoesperança de vida ao nascer, taxa de mortalidade infantil, número de leitospor mil habitantes, e número de estabelecimentos de saúde por milhabitantes.
Para construir esses indicadores, você precisará ter acesso a um conjunto deinformações tais como anos de vida da população, número de nascidosvivos, número de médicos, e número de estabelecimentos de saúde.
Ou seja, utilizamos as estatísticas em formato bruto e as combinamos naforma de taxas, proporções, índices ou mesmo em valores absolutos;assim, esses dados se transformam em indicadores sociais.
Indicadores simples (ou simplesmente “números”) consideram uma informaçãonumérica simples, uma unidade de medida atribuível a uma variável – o número deobjetos, pessoas, observações ou eventos em um grupo. Não representam umarelação entre duas ou mais variáveis (informações), mas, normalmente, a quantidadede determinado serviço, produto, processo ou tarefa. Simplificando, são a contagemou a estimativa em valor absoluto que tem um significado substantivo.
Exemplos de indicadores simples:
• Número de notificações de violações de direito, em Juazeiro do Norte, em 2014.• Número de atendimentos no SCFV, em Juazeiro do Norte, em 2013.• Número de funcionários do CRAS, em Juazeiro do Norte, em 2007.
Indicadores simples
Indicadores compostos representam a relação entre duas ou mais variáveis(estatísticas ou informações), ou seja, são constituídos de mais de uma variável, e porisso mostram a relação entre elas. Vejamos alguns exemplos.
Média aritmética simples é a soma de todos os valores de uma população ou eventodividida pelo número dos elementos que foram somados.
Exemplos:Esperança média de vida ao nascer, em Alto Feliz, em 2014.Renda média das famílias cadastradas no CadÚnico, em Alto Feliz, em 2013.Renda média das famílias cadastradas no CadÚnico com chefe de domicílio comensino superior, em Alto Feliz, em 2013.Renda média das famílias cadastradas no CadÚnico com chefe de domicílioanalfabeta(o) , em Alto Feliz, em 2013.
Indicadores compostos
Média
Todos os conceitos relativos a indicadores aqui apresentados têm amplo respaldona literatura que trata do assunto.
Soma da renda de todas as famílias cadastradas no CadÚnico com
chefe de domicílio analfabeta(o), em Alto Feliz, em 2013.
Número de famílias cadastradas no CadÚnico com chefe de domicílio
analfabeta(o), em Alto Feliz, em 2013.
Razão é o número obtido da divisão de uma quantidade por outra; é adivisão entre duas medidas, multiplicada por 100. O ponto que se temque observar é que o denominador não inclui o numerador, ou seja,são medidas separadas e excludentes.
Exemplos da assistência social:
• Razão entre homens e mulheres atendidos pelo SCFV, em Bagé, emfevereiro de 2014.• Razão entre BPC Deficientes e BPC Idosos, em Ji-Paraná, em 2014.• Razão entre idosos que recebem PBF e idosos que não recebemPBF atendidos pelo SCFV, em Pimenteiras do Oeste, em 2014.
Razão
Taxa é a relação entre o número de eventos que de fato ocorreram e os quepoderiam ocorrer, dado o tamanho da população analisada; é a medida deum determinado evento relacionada ao que isso representaria considerando-se toda a população exposta. O resultado pode ser multiplicado por qualquerpotência de 10 (100, 1000, 10.000 etc.) dependendo do fenômeno analisado.A taxa de mortalidade infantil (a cada mil nascidos vivos), por exemplo,observa quantos morreram do total que nasceu.
Exemplos da assistência social:
• Taxa de sucesso de conclusão do curso de capacitação dos profissionais daassistência social, a cada mil profissionais;
Taxa
Taxa:
Número total de profissionais da assistência social inscritos para capacitação no ano de 2013
Número total de profissionais da assistência social no ano de 2013
X 1000
É possível perceber que são necessários levantamentos
de informações internas ao poder público, mas também
às universidades e aos órgãos de pesquisa, bem como
à própria comunidade e às organizações sociais do
município, quando for o caso.
Reafirmamos o entendimento de que as informações
quantitativas são tão importantes e relevantes quanto
as informações qualitativas a ser obtidas pelas
comunidades e pela sociedade civil por meio de
metodologias participativas.
http://www.datapedia.info/public/cidade/4445/pe/ouricuri#mapa
Link para consulta destes indicadores por município:
O diagnóstico socioterritorial serve a múltiplas funções e pode ser construídopara diversos fins. No entanto, uma de suas finalidades principais é ser parteconstituinte do Plano Municipal de Assistência Social, em que o diagnóstico deveexpressar as prioridades e propostas do Executivo visando às especificidades daassistência social, bem como às suas interfaces. Ele deve conter dadosrelacionados aos objetivos, fundamentados em diretrizes e princípiosestabelecidos pela legislação e que norteiam a PNAS em seus diversos marcoslegais.
Portanto, você não pode se esquecer de que, ao elaborar o diagnóstico, épreciso considerar as legislações federal e estadual, além das pactuações feitasna CIT e na Comissão Intergestora Bipartite (CIB), e a legislação feita no nívelmunicipal, como o Plano Diretor, o Plano Plurianual, Caderno a Lei de DiretrizesOrçamentárias e a Lei Orçamentária Anual. Os dados do diagnóstico e aspactuações das CIT e CIB nos ajudarão a ter objetivos muito claros para aelaboração do Plano Municipal de Assistência Social.
Diagnóstico x Plano Municipal
A – Variáveis e indicadores de contexto;
B – Variáveis e indicadores de demanda potencial;
C – Variáveis e indicadores relativos à estrutura de serviços
e benefícios da assistência social;
D – Variáveis e indicadores relativos à estrutura de serviços
e benefícios das demais políticas públicas;
E – Indicadores que correlacionam demanda e oferta –
análise de cobertura.
Variáveis e Indicadores para elaboração do diagnóstico
No âmbito do SUAS o monitoramento é uma atividade da vigilânciasocioassistencial por meio da qual procura-se levantar continuamenteinformações sobre os serviços ofertados à população, particularmente no que dizrespeito a aspectos de sua qualidade e de sua adequação quanto ao tipo e ovolume da oferta.
O monitoramento é fundamental para a identificação de problemas, assim comopara subsidiar as estratégias de correção dos rumos.
Da mesma forma que os diagnósticossocioterritoriais, o monitoramento organizainformações de dados secundários, com dadosprovenientes de sistemas de informação, bases dedados oficiais e relatórios administrativos, bemcomo de dados primários, por meio de visitas inloco.
https://www.youtube.com/watch?v=Gr_FJNpuUPs
Vídeo monitoramento - CEGOV
PRINCIPAIS REFERÊNCIAS PARA MONITORAMENTO
•CENSO SUAS
•ID CRAS E ID CREAS
•NORMATIVAS TÉCNICAS E RESOLUÇÕES
•PACTO DE APRIMORAMENTO DO SUAS
http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/vigilancia/index5.php
A vigilância socioassistencial deve estabelecer, com base nas normativasexistentes e no diálogo com as demais áreas técnicas, padrões dereferência para avaliação da qualidade dos serviços ofertados pela redesocioassistencial e monitorá-los por meio de indicadores. Também devecoordenar, em nível municipal e de forma articulada com as áreas de PSB ede PSE, as atividades de inspeção da rede socioassistencial pública eprivada, de forma a avaliar periodicamente a observância dos padrões dereferência relativos à qualidade dos serviços ofertados.
COMO SE FAZ O MONITORAMENTO?
O monitoramento as seguintes etapas:
• Coleta regular de dados. O monitoramento é realizado com base nos dados
sobre a operação dos programas. Esses dados podem ser produzidos
internamente e/ou coletados a partir de bancos de dados externos. É
importante fazer um levantamento para verificar quais dados estão disponíveis
e onde;
•Processamento e transmissão dos dados. Essa etapa envolve a utilização de
ferramentas e sistemas de informação;
•Produção de indicadores com base nos dados brutos, conforme aprendemos
na aula 3 do Curso de Indicadores para Diagnóstico;
•É possível também utilizar indicadores prontos, produzidos por
agências oficiais e organizações internacionais;
• Acompanhamento e análise da variação dos indicadores ao longo do
tempo;
• Manutenção, correção ou ajuste das atividades. As informações
produzidas na etapa anterior permitem acompanhar o desenvolvimento
das diversas dimensões dos programas e, com isso, ajustar a sua
implementação ao que foi planejado;
https://www.youtube.com/watch?v=WVxsRTEz-Bg
Vídeo avaliação - CEGOV
Uma diferença entre a avaliação e o monitoramento é a capacidade
da primeira de refletir uma relação de causa e efeito e a possibilidade
de inferir um julgamento de valor a uma intervenção ou programa.
Já o monitoramento verifica a realização regular e sistemática das
atividades, seus produtos e resultados, comparando-os com
parâmetros pré-estabelecidos.
O monitoramento utiliza-se de uma quantidade de observações
maior do que a avaliação, pois é um processo contínuo. Já a
avaliação é executada esporadicamente.
Diferença entre Monitoramento e Avaliação
Outra característica que diferencia o monitoramento da avaliação
está relacionada aos resultados de cada uma dessas atividades.
O monitoramento está voltado para a produção de informações,
coleta de dados e observação das ações para verificar se as
pessoas e as organizações estão desempenhando suas
atividades conforme foi determinado no programa.
No caso da avaliação, todos esses dados e informações servirão
de base para que se possam determinar os impactos dos serviços,
pois sua principal preocupação é a determinação da capacidade
do serviço para gerar as mudanças planejadas.
No monitoramento, estamos acompanhando o desenvolvimento
das atividades. O objetivo é produzir e analisar informações
sobre os processos para melhorá-los. Na avaliação, por sua vez,
o estamos preocupados com os impactos decorrentes dos
serviços nos grupos que são seu foco.
Percebemos, contudo, que as diferenças tornam o
monitoramento e a avaliação processos complementares.
Enquanto o monitoramento oferece informações sobre o
funcionamento dos serviços, a avaliação informa se as
mudanças esperadas na sociedade estão sendo alcançadas; se
as situações indesejadas estão sendo superadas.
Avaliação: análise dos efeitos para determinar asua capacidade de gerar as mudanças planejadas.
Monitoramento: atividade para gerarinformações simples e tempestivas sobre aoperação do programa, resumidas em painéis ousistemas de indicadores de monitoramento.
A BUSCA ATIVA refere-se alocalização, inclusão noCadÚnico e atualizaçãocadastral de todas as famíliaspobres, assim como aoencaminhamento dessasfamílias aos serviços da redede proteção social.
A busca ativa se desdobra em três estratégias:
1 - Busca ativa para inclusão no CadÚnico: localizar as famíliasextremamente pobres, incluí-las no CadÚnico e manter suas informaçõessempre atualizadas.2 - Busca ativa para acessar benefícios: incluir no PBF, no BolsaVerde, no Fomento a Atividades Produtivas, no Programa de Erradicaçãodo Trabalho Infantil e no BPC todas as famílias que atendam oscritérios de elegibilidade.3 - Busca ativa para acessar serviços: o Estado assegura que asfamílias extremamente pobres tenham acesso aos serviços sociaisbásicos de saúde, saneamento, educação, assistência social, trabalhoe segurança alimentar e nutricional, entre outros (BRASIL, 2011).
Para isso, devem incorporar a utilização da base
de dados do CadÚnico como instrumento
permanente para identificação, e consequente
orientação para busca ativa, das famílias que
apresentam características de potenciais
demandantes dos distintos serviços ofertados
pela rede socioassistencial.
No trabalho com as famílias, a busca ativa é
direcionada à identificação das condições
objetivas de vida das famílias que vivem em
condição de extrema pobreza. Essas famílias
são consideradas os sujeitos privilegiados da
política de assistência social. Em decorrência
de sua condição social, são identificados como
os “pobres”, “os vulneráveis”. Mas, o que se
reconhece nas ações de busca ativa é que as
famílias.
A vigilância socioassistencial deve organizar, normatizar egerir, no âmbito da política de assistência social, o sistema
de notificações para eventos de violação de direitos,estabelecendo instrumentos e fluxos necessários à suaimplementação e ao seu funcionamento. Tal sistema devecontemplar, no mínimo, o registro e a notificação de
violações de direitos que envolvam eventos de violência
física intrafamiliar, de abuso ou exploração sexual de
crianças e adolescentes e de trabalho infantil.
A vigilância socioassistencial deverá montar umasistemática que permita conhecer os eventos deviolação de direitos que ocorrerem nosterritórios. Nesse caso, as escolas, as polícias e asigrejas são parceiras imprescindíveis paraidentificação desses eventos. Essas informaçõesdeverão nortear as ofertas de serviçossocioassistenciais no município, em especial dosserviços de média e alta complexidade.
Um primeiro passo importante envolve a construção deestratégias que possibilitem o contato entre esses atores,para sensibilizá-los da importância de se incluir em suaspráticas, enquanto uma rotina, a identificação dos casosde violação de direitos e sua posterior notificação. Nessesentido, um primeiro passo seria a realização de reuniõesde sensibilização desses atores para a importância derealizar a notificação.
Poderiam ser feitos, por exemplo, alguns seminários e reuniõesperiódicas com aqueles atores da rede para construir umdocumento básico (protocolo) de notificação que contenha asinformações importantes para cada uma das áreas envolvidas.Considerando-se, por exemplo, a necessidade de dar início àsmedidas protetivas sempre que se identifica um caso deviolência, a área da saúde é normalmente uma das primeiras aser acionada. Os conselhos tutelares, também, são atoresprioritários na identificação e no encaminhamento desses casos.
Depois, poderia ser considerado que o sistema tem váriasportas de entrada. Esse documento, pactuado pelosatores da rede envolvidos nas diversas etapas doprocesso, começaria a ser preenchido pelo profissionalque realizou os primeiros atendimentos à vítima. Neledeverão ser registrados as violações sofridas e osprocedimentos e encaminhamentos realizados. Espera-seque o documento possua também um espaço destinado aregistrar o depoimento dessa vítima a respeito dasviolações de direitos por ela sofrida.
Para assegurar o sigilo e o caráter confidencial dasinformações, esse documento pode ser colocado em umenvelope lacrado e assinado pelo técnico responsávelpelos primeiros atendimentos. Então, poderá circularpara os demais serviços e locais da rede para os quaisessa vítima deverá ser encaminhada.
Recomendação sempre boa de ser ressaltada é a dosigilo ético e da busca de integração dos órgãosenvolvidos incluindo os registros fundamentais para oacompanhamento do cidadão e de sua família.
Para evitar a exposição a esse processo de repetição da violênciavivenciada, aquele documento que começou a ser preenchido na áreada saúde poderia circular pela rede para que fossem incluídas asinformações necessárias para cada um dos setores envolvidos. Como odocumento já possui o depoimento da vítima, espera-se que ela nãoprecise reviver a violência sofrida a cada atendimento pelo qual tiverque passar. Quando o protocolo já possuir as informações suficientes enecessárias para o prosseguimento do trabalho detodos os setores da rede, poderá auxiliar na realização de estudos decaso para avaliar os melhores encaminhamentos a ser realizados, deacordo com as necessidades de cada caso.
https://www.youtube.com/watch?v=6r3_uaUh59Q
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA X COMUNICAÇÃO EXTERNA (DENÚNCIA)
http://mariadorosario.com.br/wp-content/uploads/2017/10/centros_integrados-com-ISBN.pdf
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