SÃO PAULO, 1922.
Semana de Arte Moderna
SEMANA DA ARTE MODERNA
Semana da Arte Moderna
• Ocorreu em São Paulo de 13 a 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal.
MODERNISMO
Antropofagia – Tarsila do Amaral
• Revista Klaxon – Mensário da Arte Moderna (1922 – 1923)
• Manifesto da Poesia Pau Brasil (1924 – 1925)
• A Revista (1925 – 1926)
• Verde-Amarelismo (1926 – 1929)
• Manifesto Regionalismo de 1926
• Revista Antropofagia (1928 – 1929)
• E outros
1ª Fase – Manifestos e Revistas
Artistas idealizadores Anita Catarina
Malfatti;
Di Cavalcanti;
Lasar Segall;
Tarsila do Amaral;
Manuel Bandeira;
Oswald de Andrade;
Ismael Nery;
Mario de Andrade;
Heitor Vila-Lobos.
Principais nomes do modernismo brasileiro
Tarsila do Amaral
Artes plásticas
Principais nomes do modernismo brasileiro
Di Cavalcanti
Artes plásticas
Principais nomes do modernismo brasileiro
Anita Malfatti
Artes plásticas
Principais nomes do modernismo brasileiro
Lasar Segall
Artes plásticas
Principais nomes do modernismo brasileiro
Manuel Bandeira
Literatura (poesia)
Manuel Bandeira – Os Sapos
Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - "Meu pai foi à guerra!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: - "Meu cancioneiro É bem martelado.
Longe dessa grita, Lá onde mais densa A noite infinita Veste a sombra imensa; Lá, fugido ao mundo, Sem glória, sem fé, No perau profundo E solitário, é Que soluças tu, Transido de frio, Sapo-cururu Da beira do rio...
Principais nomes do modernismo brasileiro
Mario de Andrade
Literatura
Mario de Andrade – Principais obras
Poesia Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), Paulicéia Desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927), Remate de Males (1930), Poesias (1941), Lira Paulistana (1946), O Carro da Miséria (1946), Poesias Completas (1955).
Romance Amar, Verbo Intransitivo (1927), Macunaíma (1928).
Contos Primeiro Andar (1926), Belasarte (1934), Contos Novos (1947).
Principais nomes do modernismo brasileiro
Oswald de Andrade
Literatura
Oswald de Andrade – Principais obras
Romances Os Condenados (1922), Memórias Sentimentais de João Miramar (1924), Estrela de Absinto (1927), Serafim Ponte Grande (1933), A Escada Vermelha (1934), Os Condenados (l941) - reunindo os livros de 1922,1927 e 1934, constituindo a Trilogia do Exílio, Marco Zero I - Revolução Melancólica (1943), Marco Zero II - Chão (1946).
Poesia Pau-Brasil (1925), Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade (1927), Poesias Reunidas (1945).
Teatro O Homem e o Cavalo (1943), A Morta, O Rei da Vela, (1937).
Oswald de Andrade – Serafim Ponte Grande
“Fim de Serafim
Fatigado Das minhas viagens pela terra
De camelo e táxi
Te procuro Caminho de casa
Nas estrelas
Costas atmosféricas do Brasil
Costas sexuais
Para vos fornicar
Como um pai bigodudo de Portugal
Nos azuis do clima
Ao solem nostrum
Entre raios, tiros e jaboticabas.”
Ode ao Burguês
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos; e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os "Printemps" com as unhas!
Prefácio Interessantíssimo
Está fundado o Desvairismo. Este prefácio, apesar de interessante, inútil. Alguns dados. Nem todos. Sem conclusões. Para quem me aceita são inúteis ambos. Os curiosos terão o prazer em descobrir minhas conclusões, confrontando obra e dados. Para que me rejeita trabalho perdido explicar o que, antes de ler, já não aceitou. Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo que meu inconsciente me grita. Penso depois: não só para corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste Prefácio Interessantíssimo. Aliás muito difícil nesta prosa saber onde termina a blague, onde principia a seriedade. Nem eu sei.
Velhice
O menino jogou os óculos
Na latrina.
Crônica
Era uma vez
O mundo
Fazenda
O mandacaru espiou a mijada da moça
66. Botafogo ETC.
Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol.
Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam o verde dos montes interiores.
No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava.
Barcos. E o passado voltava nas brisas de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava entre túneis.
• Profundamente
• Quando ontem adormeci Na noite de São João Havia alegria e rumor Estrondos de bombas luzes de Bengala Vozes, cantigas e risos Ao pé das fogueiras acesas. No meio da noite despertei Não ouvi mais vozes nem risos Apenas balões Passavam, errantes Silenciosamente Apenas de vez em quando O ruído de um bonde Cortava o silêncio Como um túnel. Onde estavam os que há pouco Dançavam Cantavam E riam Ao pé das fogueiras acesas? — Estavam todos dormindo
• Estavam todos deitados Dormindo Profundamente.
• Quando eu tinha seis anos Não pude ver o fim da festa de São João Porque adormeci Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Minha avó Meu avô Totônio Rodrigues Tomásia Rosa Onde estão todos eles? — Estão todos dormindo Estão todos deitados Dormindo Profundamente.
Autorretrato
Provinciano que nunca soube Escolher bem uma gravata; Pernambucano a quem repugna A faca do pernambucano; Poeta ruim que na arte da prosa Envelheceu na infância da arte, E até mesmo escrevendo crônicas Ficou cronista de província; Arquiteto falhado, músico Falhado (engoliu um dia Um piano, mas o teclado Ficou de fora); sem família, Religião ou filosofia; Mal tendo a inquietação de espírito Que vem do sobrenatural, E em matéria de profissão Um tísico profissional.
Andorinha Andorinha lá fora está dizendo: — "Passei o dia à toa, à toa!" Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa . . .