SISTEMA DE GESTÂO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
SIADAP 1
Relatório de Actividades
Casa Pia de Lisboa
Abril de 2010
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 2 Abril de 2010
ÍNDICE
I – NOTA INTRODUTÓRIA: CONTEXTO DE DESEMPENHO 4
II - AUTO-AVALIAÇÃO: GRAU DE DESEMPENHO DOS PADRÕES ESTRATÉGICOS
E OPERACIONAIS
6
1) QUAR 2009 7
1.1) Análise dos parâmetros de avaliação 11
1.2) Análise de produtividade 22
1.3) Análise de custo – eficácia 24
2) APRECIAÇÃO DOS UTILIZADORES 26
3) AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLO INTERNO E REFORÇO DE
DESEMPENHO
30
4) FIABILIDADE DO SISTEMA DE INDICADORES DE DESEMPENHO 31
5) AUDIÇÃO DOS DIRIGENTES INTERMÉDIOS E DEMAIS COLABORADORES 33
6) RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009 41
7) BENCHMARKING 43
III – ARTICULAÇÃO COM O BALANÇO SOCIAL 45
IV - BALANÇO SINTÉTICO DE DESEMPENHO 55
ANEXOS
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 3 Abril de 2010
“A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original.”
Albert Einstein
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 4 Abril de 2010
I - NOTA INTRODUTÓRIA: CONTEXTO DE DESEMPENHO
No quadro das suas orientações, a UE elege a promoção da integração social como um
eixo essencial da estratégia global para concretização do seu objectivo estratégico mais
estruturante, no decénio corrente: tornar a economia de conhecimento europeia a mais
competitiva e dinâmica a nível mundial, capaz de promover um crescimento económico
sustentável, melhorando qualitativa e quantitativamente a coesão social e o emprego.
A concretização destes objectivos contribui de forma determinante para a luta contra a
exclusão social, tendo presente que o crescimento económico e o desenvolvimento se
reforçam mutuamente: Uma sociedade com maior coesão social e menos exclusão constitui
a garantia de uma economia com melhor desempenho.
Esta abordagem pluridimensional exige um amplo leque de intervenções no âmbito da
estratégia global. Paralelamente às políticas de emprego, cabe à protecção social um papel
primordial que envolve áreas sensíveis como, entre outras, a educação, a formação, a
saúde ou a cultura.
Por outro lado, a nova sociedade do conhecimento oferece possibilidades consideráveis
para reduzir a exclusão social, criando novas modalidades de participação na sociedade e
facilitando condições económicas para uma maior prosperidade.
Neste contexto, a identidade e as vertentes dos sistemas de protecção social são de suma
importância. No caso português e tal como os Planos Nacionais de Acção para a Inclusão e
os Planos Nacionais de Emprego deixam transparecer, a protecção social é marcada
estrategicamente pela prevenção dos riscos de exclusão, actuando em favor dos mais
vulneráveis, promovendo a participação no emprego e mobilizando parceiros sociais,
organizações não governamentais, empresas e cidadãos, co-responsabilizando-os
socialmente.
A natureza e o perfil da exclusão social no nosso país impõem que as Instituições
desenvolvam uma estratégia coerente com as linhas de orientação nacionais e
resolutamente focalizada nos cidadãos, capaz de ir ao encontro das suas necessidades,
perspectivas e aspirações e, sobretudo, de romper com o ciclo da exclusão, prevenindo a
reprodução intergeracional das desigualdades e promovendo a inclusão.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 5 Abril de 2010
É com esta visão que deve ser interpretada e assumida pelo Estado e pela sociedade a
missão da Casa Pia de Lisboa, I.P. (CPL ou Casa Pia de Lisboa):
Integrar crianças e jovens, designadamente os desprovidos de meio familiar
adequado, garantindo-lhes percursos educativos inclusivos…e, sempre que
necessário, acolhendo-os.
Desta forma, à CPL, inserida no contexto político, sócio cultural e legal de uma
Administração Pública em transformação, foi requerido um esforço contínuo de
modernização, cujos desafios implicam mudanças globais profundas.
Assim, sobrevieram à intervenção e à gestão da CPL exigências de maior racionalidade,
responsabilização, transparência, eficiência e eficácia. Exigências que impuseram a
necessidade de alteração do modelo de organização e de gestão, com apuramento e
elevação do grau de sofisticação dos respectivos processos, consignados no diploma que
cria a nova orgânica.
Na sequência do ano de 2008, 2009 ficou marcado por um maior envolvimento dos seus
recursos humanos, quer em número, quer em ocupação, nas várias actividades inerentes ao
projecto GIP – Gerir, Inovar, Participar, agora em desenvolvimento pleno. O desempenho
globalmente positivo da CPL no presente ano resultou, desta forma, de um esforço
acrescido de todos os seus colaboradores.
O presente documento visa a descrição das actuações de maior relevância da CPL em
2009, obedecendo às directrizes do SIADAP 1 e seguindo linhas orientadoras dispersas por
diversas fontes (legislação e orientações técnicas do GEP e DGAEP, entre outras).
Do ponto de vista interno, pretende-se que este Relatório seja cada vez mais assumido pela
organização como um instrumento de gestão, fonte de análise e base de articulação de
objectivos e metas delineadas pelos diversos níveis da sua estrutura, permitindo e
fomentando a racionalização da afectação de recursos aos programas, projectos e
actividades em geral, com particular atenção aos que concretizam os compromissos
assumidos no Quadro de Avaliação e Responsabilização.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 6 Abril de 2010
II- AUTO-AVALIAÇÃO: GRAU DE DESEMPENHO DOS PADRÕES ESTRATÉGICOS E
OPERACIONAIS
Enquanto instrumento dinamizador de organismos e serviços, introduzindo justiça na
avaliação do seu desempenho, o SIADAP oferece à Administração Pública, uma
oportunidade para a mudança, designadamente no que se refere ao desenvolvimento dos
processos de Planeamento e de Controlo e na Gestão por Objectivos.
Efectivamente, este modelo, assentando na definição de objectivos a médio prazo (Carta de
Missão) e a curto prazo (QUAR e Objectivos individuais), introduz uma alteração profunda
na forma de planear, conferindo globalidade e coerência ao processo.
Por outro lado, a monitorização periódica e a avaliação da execução dos objectivos, resulta
num processo de controlo que permite o acompanhamento da evolução dos resultados face
aos padrões de desempenho previamente fixados, com a consequente, quando necessária,
reformulação por introdução de medidas correctivas de desvios.
Na perspectiva dos recursos humanos, sendo as pessoas decisivas em qualquer
organização, é no seu envolvimento empenhado, aliado à co-responsabilização, que reside
um dos “segredos” da eficácia da gestão e, consequentemente, da eficácia de qualquer
instrumento de gestão. Para que tal aconteça, é necessário que os colaboradores se
motivem, se envolvam, dêem o seu melhor e reforcem as suas competências.
Com transformações estruturantes em curso com vista a um novo modelo de gestão, a CPL,
ao longo do ano de 2009, aprofundou a participação dos colaboradores neste movimento,
ciente de que só assim a mudança é possível e sustentada.
Este princípio deve ser tido como sempre presente em todos os aspectos de auto-avaliação
que se seguem.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 7 Abril de 2010
1. QUAR 2009
No âmbito da missão da CPL e no contexto do seu papel na sociedade portuguesa, de
protecção de alguns dos seus estratos mais desfavorecidos, a definição do QUAR 2009
partiu de valores e vectores estratégicos, desdobrando-os e assumindo prioridades em torno
da intervenção.
Dos QUAR apresentados pela CPL no desenvolvimento da Carta de Missão dos seus
dirigentes máximos para o período de 2007 a 2010, o de 2009 é o que melhor reflecte uma
incontestável estratégia de desenvolvimento organizacional, pela introdução de factores de
melhoria no parâmetro da eficiência, nomeadamente no que se refere às metas ligadas aos
processos.
Por outro lado, através do QUAR é possível concluir acerca da relevância atribuída às áreas
nucleares da Instituição - Acolhimento Residencial e Educação e Formação -, evidenciadas
nos objectivos de eficácia assumidos para o ano transacto.
Num percurso clara e decisivamente marcado pela abertura da CPL ao exterior (com dois
movimentos simultâneos: de saída para contacto com o exterior e de entrada do exterior na
CPL), destacam-se a aposta nas ligações e parcerias institucionais e um cada vez maior
contributo para uma sociedade que defende e procura a igualdade de direitos e de
oportunidades.
Assim, os objectivos de eficácia apresentados no Quadro I reflectem:
� A consolidação da nova cultura na área de acolhimento residencial, que privilegia a
inserção sustentada dos educandos na sociedade, só possível através do trabalho
continuado com as famílias – apoiando-as na aquisição de competências que lhes
permitam o exercício das suas funções parentais – e da articulação com a comunidade,
utilizando os seus recursos, em complemento ou substituição dos apoios
disponibilizados pela CPL.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 8 Abril de 2010
� O compromisso na área da certificação de competências para adultos, com destaque
para os que mais dificuldade têm de aceder ao conhecimento, por motivos decorrentes
das suas necessidades especiais, muitas vezes na raiz da exclusão social.
� O esforço em melhorar o sucesso escolar, no domínio da educação e da formação,
novamente sob o desígnio do combate a uma das causas severas de exclusão social.
Quadro I - Objectivos de eficácia do QUAR 2009 da CPL
Objectivos estratégicos (OE):
OB 1 Ponderação de 30%
Ind 1 74 70
Supera 74
Peso 100%
OB 2 Ponderação de 20%
Ind 2 200
Supera 210
Peso 100%
OB 3 Ponderação de 30%
Ind 3 9,30%
Supera 9,35%
Peso 100%
OB 4 Ponderação de 20%
Ind 4 3 1
Supera
Peso 100%
QUADRO DE AVALIAÇAO E RESPONSABILIZAÇÃO - 2009
Última actual ização: (2008/12/26)Serviço: Casa Pia de Lisboa, I.P.
Missão: Integrar crianças e jovens, designadamente os priva dos de meio fami liar adequado garantindo-lhes percursos educativos inclusivos, assentes, nomeadamente numaescolaridade prolongada, no ensino profissional de qualidade e numa aposta na integração profissional e, sempre que necessário, acolhendo-os.
OE 1 Apoiar o desenvolvimento integral das crianças e jovens, sobretudo os em risco e em perigo, salva-guardando a sua identidade pessoal e promovendo a sua integração famili ar e social, numa perspecti va de igualdade de oportunidades e de direi tos.
OE 2 Desenvolver e qualificar as respostas sociais, tendo em consideração os di ferentes perfis das crianças e jovens, as suas necessidades e as das suas famílias.
OE 3 Promover a qualidade e o sucesso da aprendizagem
OE 4 Promover a inserção sócio profissional
OE 5 Promover e apoiar a participação a todos os níveis
OE 6 Desenvolver os Recursos Humanos: Qual ificar as pessoas e reforçar a cultura de cooperação e de trabalho em equipa
OE 7 Modernizar a CPL, fortalecendo a sua marca de rigor e de inovação e implemen-tando um novo mode-lo de gestão
Objecti vos operacionais Meta Ano n=1 Meta Ano n
Ano N
Desvios
Concretização
Resul tado
Classificação
Superou Atingiu Não atingiu
EFICÁCIA
Pro mover processos de
transição ou de saída
sustentada para 25% das
crianças/jovens das
u nidades de acolhimento
r esid en cial
Nº de process os de t ra ns ição e de saída concluídos e
em curso
Certifi car competências de 200 adult os
Nº de adultos com c ompetênci as
certi ficada s
Reduzir em 10% a tax a de insuc esso escolar
cal cula da para 2008 ( )
(Taxa de ins uce sso es colar: Nº de educandos
re tidos+Nº de educandos
desi stentes) / Tot al
Int egrar na comunidade a totzlidade das res idências de
acolhimento intra muros
Nº de pedidos de autorização
superi or pa ra aquis ição de
imóve is, com v ista à inte gração da s
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 9 Abril de 2010
Na medida em que eficácia traduz a concretização de um objectivo em função da respectiva
meta, uma boa gestão deve averiguar se essa execução foi obtida com eficiência, ou seja,
melhorando as metodologias de trabalho e os procedimentos administrativos, diminuindo,
em consequência e progressivamente, os recursos dispendidos.
Neste espírito, a CPL, associando-se à reforma da Administração Pública, colocou alto a
sua fasquia ao abraçar a gestão por processos como modelo futuro para a gestão
institucional, legalmente consagrado.
No Quadro II estão patentes os objectivos e indicadores que concorrem para a
modernização da CPL, na linha do desenvolvimento das suas competências de gestão.
Especial relevância deve ser conferida ao compromisso de desenho e documentação dos
processos identificados nos estatutos da CPL, bem como à respectiva implementação, uma
vez que têm por trás e resultam de uma dinâmica que envolve toda a Instituição, co-
responsabilizando os colaboradores (organizados em Grupos de Trabalho de acordo com os
seus conhecimentos e experiência no âmbito das matérias em análise e reformulação),
dinamizando, por esta via, toda a organização e, transformando/modernizando ideias e
padrões de comportamento da cultura organizacional.
Quadro II - Objectivos de eficiência do QUAR 2009 da CPL
OB 5 Ponderação de 35%
Ind 5 19
Supera 20
Peso 100%
OB 6 Ponderação de 35%
Ind 6 20
Supera 21
Peso 100%
OB 7 Ponderação de 30%
Ind 7 PMP<40 dias PMP<35 dias
Supera 30
Peso 100%
EFICIÊNCIA
Implementar 80% dos processos
identi ficados nos Estatutos da CPL
Nº de proc essos i mplementa dos
Desenhar e documentar 75% dos processos
identi ficados nos Estatutos da CPL
Nº de proces sos desenhados e doc umenta dos
Reduzi r para menos de 35 dias o prazo médio
de pagamento (PMP) a fornecedores
Pra zo mé dio de pagamento a f ornecedores
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 10 Abril de 2010
A CPL tem um padrão de desempenho orientado segundo uma matriz bidimensional:
clientes (educandos e famílias), e colaboradores. Atendendo à natureza da missão como
Instituição, os segundos são factor determinante para o sucesso alcançado junto dos
primeiros.
Assim, no QUAR 2009, estão previstos objectivos para a área da qualidade dirigidos
directamente à capacitação e ao grau de satisfação dos colaboradores com um processo da
área da realização, conforme Quadro III.
Assume particular relevância o investimento na qualificação dos colaboradores, no intuito de
lhes assegurar as competências necessárias ao desempenho que lhes é exigido.
Paralelamente, a aferição do nível da sua satisfação (bem como o dos educandos e das
suas famílias), com o processo de admissão constituiu uma prioridade e um compromisso
assumido para o ano de 2009.
Quadro III - Objectivos de qualidade do QUAR 2009 da CPL
OB 8 Ponderação de 40%
Ind 8 3,23 3,55
Supera 3,73
Peso 100%
OB 9 Ponderação de 60%
Ind 9
Supera
Peso 35%
Ind 10
Supera
Peso 30%
Ind 10
Supera
Peso 35%
68% das respostas iguais ou superiores a satisfaz
68% das respostas iguais ou superiores a satisfaz
68% das respostas iguais ou superiores a satisfaz
QUALIDADE
Aumentar em 10% o
rá cio hora s de
formação /
c ol aboradores
Total horas f ormaçã o / total colaboradores
Melhorar a qual idade do processo de admissão e
orientação na perspectiva dos educandos, dos
colaboradores e das famílias envolvidos
Pe rce ntagem de respos tas de ní vel sat isf az ou superior, por parte dos e ducandos, às pergunta s sobre a informaç ão
disponibi lizada e en trev ista s
60% das respostas iguais ou superiores a satisfaz
65% das respostas iguais ou superiores a satisfaz
Pe rce ntagem de respos tas de ní vel sat isf az ou superior, por parte dos col aboradores, às perguntas sobre e nt re vis ta,
provas de av aliaç ão e c rit érios de admissã o60% das respostas iguais ou superiores a satisfaz
65% das respostas iguais ou superiores a satisfaz
Pe rce ntagem de respos tas de ní vel sat isf az ou superior, por pa rt e das família s, à s perguntas sobre entrev ist a, prov as de
a val iaçã o e crité rios de a dmiss ão 65% das respostas iguais ou superiores a satisfaz
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 11 Abril de 2010
Encontrando-se, naturalmente, o grau de realização dos objectivos estratégicos dependente
dos objectivos operacionais, importa correlacioná-los, como ilustra o Quadro IV.
Quadro IV – Relação entre Objectivos estratégicos e operacionais do QUAR 2009
Grau de realização dos padrões de Desempenho Estratégico
Objectivo 2009 OE1 OE2 OE3 OE4 OE5 OE6 OE7
OO 1 X OO 2 X X OO 3 X OO 4 X X OO 5 X X OO 6 X X OO 7 X OO 8 X X
OO 9 X
Numa leitura transversal, é possível identificar as áreas estratégicas eleitas em 2009,
centradas essencialmente na missão, na participação e consulta, envolvendo a comunidade
interna e externa, e na modernização, assente no fortalecimento das competências de
gestão.
1.1) Análise do desempenho dos parâmetros de avaliaç ão
Relativamente aos parâmetros de eficácia, com uma avaliação global de 138,25%
constata-se que, no cômputo geral, todas as metas foram confortavelmente alcançadas,
verificando-se a superação de 3 delas, conforme ilustram o Quadro V e o Gráfico I.
Quadro V – Avaliação global da Eficácia em 2009
Objectivos Indicadores Peso Indicadores Grau realização Contribuição Peso do OO Contribuição Avaliação globalOperacionais nos OO das metas oper para OO no parâmetro para o parâmetro da Eficácia
OB 1 1 100,00% 180,00% 180,00% 30,00% 54,00%OB 2 2 100,00% 158,00% 158,00% 20,00% 31,60%OB 3 3 100,00% 108,84% 108,84% 30,00% 32,65%OB 4 4 100,00% 100,00% 100,00% 20,00% 20,00%
Parâmetro de Eficácia
138,25%
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 12 Abril de 2010
Gráfico I – Grau de realização das metas operacionais para os Indicadores de Eficácia
180,00%158,00%
108,84%100,00%
100,00%
140,00%
180,00%
1 2 3 4
Indicadores de Eficácia
Grau realização das metas operacionais
Grau realização das metasoperacionais
Na medida em que traduzem directamente o contributo da CPL para a sociedade
portuguesa, revela-se oportuna uma análise mais detalhada das tendências dos diversos
indicadores de eficácia.
Objectivo Operacional 1: Promover processos de transição ou de saída sustentada
para 25% das crianças/jovens das unidades de acolhimento residencial
Com especial relevância nas orientações em termos da política de acolhimento residencial
da CPL, o Nº de processos de transição e de saída concluídos e em curso, cuja meta
apontava para 70, cifrou-se nos 126 (desvio de 56), o que representa um nível de
execução de 180%.
Reflectindo o esforço interno de qualificação e acompanhamento das equipas técnicas e
educativas que trabalham com os educandos nas diversas respostas sociais da CPL, esta
execução constitui um sucesso particularmente significativo, na medida em que vai ao
encontro de um princípio que norteia a intervenção da CPL: o abaixamento do tempo de
permanência das crianças e dos jovens em acolhimento residencial.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 13 Abril de 2010
Objectivo Operacional 2 - Certificar competências de 200 adultos
O objectivo 2, Certificar competências de 200 adultos, representa um esforço
considerável na política de intervenção social da CPL, nomeadamente na actuação
estratégica e concertada junto da população adulta com deficiências sensoriais.
A análise da execução deste objectivo não pode ser feita sem algumas considerações
prévias que se prendem com alterações circunstanciais, verificadas ao longo do ano de
2009.
Em primeiro lugar, deverá notar-se que a meta foi determinada no âmbito da candidatura ao
POPH, como a mais adequada à CPL, por escolha entre metas previamente fixadas pelo
referido programa. Porém sem ter em linha de conta as dificuldades decorrentes da
certificação de competências de cidadãos com deficiência sensorial.
Acresce que se previa o início da certificação de competências no Ensino Secundário pelo
CNO da CPL no primeiro trimestre de 2009, o que apenas foi possível concretizar no 4.º
trimestre, uma vez que, por orientação da Agência Nacional para a Qualificação, foi
necessário aguardar a aprovação do referencial para o Ensino Básico. Ora, este foi
apresentado oficialmente em Junho de 2009, seguindo-se o período de férias. Esta situação
encontra-se evidente no incremento de adultos em processo de certificação no referido
trimestre, conforme os dados constantes do SIGO.
Tendo presente a situação descrita, o exercício de monitorização levado a cabo com o GEP
do MTSS levou a uma reflexão conjunta acerca do âmbito do referido indicador e a uma
melhoria na concepção deste, que foi incorporada no QUAR 2010. Reflectiu-se sobre a
pertinência de alargamento do âmbito deste indicador, na medida em que o processo de
reconhecimento, validação e certificação de competências se desdobra num conjunto de
etapas intermédias, todas elas consumidoras de recursos do CNO.
Partindo do que atrás ficou dito e ressaltando que circunstâncias alheias à CPL impediram o
início da execução no tempo previsto, torna-se evidente que não se poderia avaliar o
cumprimento deste objectivo sem introduzir factores de correcção. Assim, foram
contabilizados não só os adultos que obtiveram efectivamente a certificação, por terem
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 14 Abril de 2010
chegado ao fim do processo, mas também os que se encontravam em reconhecimento e
validação de competências, em etapas intermédias do processo. Sublinhe-se que nem o
objectivo operacional, nem o indicador sofreram reformulação, tendo-se procedido apenas
ao alargamento do seu âmbito.
Nesta perspectiva, o CNO da CPL abrangeu 316 adultos (desvio de 116),
representando um nível de execução de 158,00% , sendo a meta muito superada.
Iniciaram o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências 253
adultos e obtiveram a certificação 63, de acordo com a fonte SIGO.
Objectivo 3 - Reduzir em 10% a taxa de insucesso esc olar calculada para 2008
Representando o segundo pilar estratégico da CPL, o objectivo de reduzir a taxa de
insucesso escolar em 2009 apontava para uma meta de 9,3%, vindo a fixar-se nos
8,54%, correspondendo a 108,84%.
Para um universo de educandos correspondendo a 3113 no início do ano lectivo 2008/2009.
(Fonte: Unidade de Educação e Formação), 266 não obtiveram aproveitamento geral, tendo
desistido ou ficando retidos (Fonte: Gabinete de Desempenho Organizacional e Qualidade,
Aproveitamento - escolar 08-09).
Objectivo 4 - Integrar na comunidade a totalidade da s residências de acolhimento
intra - muros
Completando um ciclo de abertura da CPL ao exterior, iniciado com a reestruturação, a
integração das Residências de Acolhimento na comunidade materializou-se no número de
pedidos de autorização superior para aquisição de imóveis.
Com uma meta de 1, este indicador viu a sua execução atingir os 100,00% no terceiro
trimestre de 2009. Note-se que a natureza deste indicador não permitiu o apontar de uma
meta de superação.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 15 Abril de 2010
A execução alcançada tem um impacto estratégico significativo nos compromissos
assumidos pela CPL em matéria de Acolhimento Residencial, pois vai permitir que as
crianças e os jovens abrangidos por esta resposta vivam em comunidades de vizinhança
iguais ao comum das crianças e jovens. A palavra institucionalização deixará em definitivo
de ter razão de ser na CPL.
No que respeita aos parâmetros de eficiência, com uma avaliação global d e 168,37%
constata-se que, no cômputo geral, o desempenho é positivo, essencialmente atendendo á
melhoria dos procedimentos administrativos inerentes aos timings de satisfação dos
compromissos, junto de fornecedores, conforme ilustram o Quadro VI e o Gráfico II.
Quadro VI – Avaliação global da Eficiência para 2009
Objectivos Indicadores Peso Indicadores Grau realização Contribuição Peso do OO Contribuição Avaliação globalOperacionais nos OO das metas operacionais para OO no parâmetro para o parâmetro da Eficiência
OB 5 5 100,00% 21,05% 21,05% 35,00% 7,37%OB 6 6 100,00% 85,00% 85,00% 35,00% 29,75%OB 7 7 100,00% 437,50% 437,50% 30,00% 131,25%
168,37%
Parâmetros Eficiência
Gráfico II – Grau de realização das metas operacionais para os indicadores de Eficiência
21,05%85,00%
437,50%
0,00%100,00%200,00%300,00%400,00%
5 6 7
Indicadores de Eficiência
Grau realização das metas operacionais
Grau realização dasmetas operacionais
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 16 Abril de 2010
Centrando-se essencialmente na melhoria de procedimentos e de instrumentos de trabalho
inerentes aos processos de realização, de gestão e de suporte, os indicadores de eficiência
da CPL exigem uma reflexão que contemple e respeite a dimensão da dinâmica de criação
de conhecimento e valor que envolve actualmente a CPL.
Objectivo 5 - Nº de processos implementados
Objectivo 6 - Nº de processos desenhados e documentados
A ambição de inscrever no QUAR, no horizonte temporal de um ano, dois objectivos cuja
execução depende de uma profunda reflexão estratégica interna, sedimenta a orientação
de, com os colaboradores, conceber o novo modelo de gestão previsto nos seus Estatutos.
De facto, a mudança deve fazer-se para as pessoas mas também, num espírito de
participação e consulta, com as pessoas. A inscrição destes objectivos no QUAR é uma
afirmação deste princípio.
O Projecto GIP – Gerir, Inovar, Participar, em que se inserem os objectivos acima
enunciados, agitou a dinâmica da Instituição e está a envolver toda a rede interna
constituída pelos Centros de Educação e Desenvolvimento, Centro Cultural Casapiano e
Serviços Centrais, no desenho, documentação e implementação de todos os processos de
realização, de gestão e de suporte que traduzem a vida da organização. É no contexto desta
metodologia e dimensão que deve ser vista a execução dos objectivos acima enunciados.
Encontrando-se prevista inicialmente para o objectivo 6 uma meta de 20, foram apenas
concluídos, de forma segura e coerente, o desenho e a documentação de 17
processos, representando uma execução de 85%.
Consequentemente, também a programação da respectiva implementação, por
coerência com o calendário organizacional, necessitou de ser alterada, traduzindo um
sentido de oportunidade que opta pela consistência e maturidade, em detrimento da
celeridade.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 17 Abril de 2010
Nestes moldes, o objectivo 5 que inicialmente apontava para uma meta de 19
processos, não ultrapassou a implementação estruturada de 4, representando uma
execução de 21,05%.
Contudo, mesmo sem ser possível atingir as metas enunciados no QUAR 2009, é oportuna
uma abordagem em termos de indicadores de esforço , que complementam a execução
apresentada.
Assim, o número de sessões de trabalho ao longo de 2009, por processos de realização,
gestão e suporte, espelha o esforço dos colaboradores da CPL no desenvolvimento destes
trabalhos, em acumulação com as actividades normais inerentes ao seu conteúdo funcional.
Quadro VII - Sessões de trabalho no âmbito do projecto GIP relativas aos processos de
realização
Processos de realização Vaga de Início
Nº de Sessões de
trabalho Admissão e inserção em acolhimento residencial 2ª 86
Acolhimento residencial e familiar 1ª 86
Admissão e orientação em respostas educativas e formativas 1ª 71
Creche, ensino pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico (CEB) 3ª 25
2º CEB e 2º CEB Ensino Integrado da Música 1ª 32
3º CEB 4ª 6
Formação Inicial Qualificante 3ª 30
CNO 5ª 4
Educação, reabilitação e inserção de surdocegos 5ª 4
Animação, educação e formação agro-ambiental 5ª 3
Intervenção comunitária 5ª 2
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 18 Abril de 2010
Quadro VIII - Sessões de trabalho desenvolvidas no âmbito do projecto GIP relativas aos
processos de gestão
Processos de Gestão Vaga de Início
Nº de Sessões de
trabalho Planeamento 1ª 30
Controlo 1ª 29
Auditoria 2ª 25
Participação e consulta 2ª 31
Gestão da qualidade 3ª 20
Gestão estratégica de recursos humanos
4ª 12
Gestão do conhecimento e inovação / Organização e métodos
5ª 4
Quadro IX - Sessões de trabalho desenvolvidas no âmbito do projecto GIP relativas aos processos de suporte
Processos de Suporte Vaga Nº Sessões de trabalho
Administração de pessoal 5ª -
Gestão de sistemas de informação e comunicação
3ª 31
Gestão da saúde, higiene e segurança
1ª 67
Comunicação interna, externa e gestão da imagem
4ª 16
Gestão do inventário 4ª 11
Manutenção de infra-estruturas e equipamentos
1ª 33
Gestão de bens em armazém / Qualificação de fornecedores
3ª 40
Gestão do património 1ª 36
Contratação de empreitadas e obras públicas
5ª 1
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 19 Abril de 2010
O desenvolvimento das actividades inerentes a este projecto ao longo de 2009 encontra-se
bem patente no anexo I (GIP News), reflectindo o envolvimento e esforço dispendido pelos
grupos de trabalho e atestando a dinâmica de criação técnica e de multidisciplinaridade,
estruturantes para o resultado final, em termos de documentação e implementação dos
processos.
Acresce que o número de colaboradores envolvidos no projecto rondou 140, em sede de
desenho e documentação.
Em síntese, embora a CPL não tenha alcançado as meta s previstas nos indicadores
de resultados, encontram-se reunidas evidências relativas à dimensão reconhecida
aos indicadores do esforço desenvolvido.
Objectivo 7- Prazo médio de pagamento a fornecedores
O indicador relativo ao PMP apresentou uma execução significativamente favor ável em
2009. Efectivamente, com um compromisso inicial de se fixar em 35 dias, este
indicador fixou-se em 8 dias, representando uma execução de 437,50%.
Importa ainda referir que este indicador, enquanto elemento integrante da Carta de Missão
voltou a ser eleito no QUAR para 2010, desta feita com uma reformulação, nomeadamente
na que respeita à data de entrada das facturas, desta feita, nos Serviços Centrais.
Por último, no que concerne aos parâmetros de qualidade, com uma avaliação global de
137,40% verifica-se o cumprimento da totalidade das metas objecto de compromisso, sendo
todas largamente superadas, conforme Quadro X e Gráfico III.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 20 Abril de 2010
Quadro X – Avaliação global da Qualidade para 2009
Objectivos Indicadores Peso Indicadores Grau realização Contribuição Peso do OO Contribuição Avaliação globalOperacionais nos OO das metas operacionais para OO no parâmetro para o parâmetro da Qualidade
OB 8 8 100,00% 120,28% 120,28% 40,00% 48,11%9 35,00% 149,74% 52,41% 31,45%10 30,00% 141,85% 42,55% 25,53%11 35,00% 153,85% 53,85% 32,31%
60,00%137,40%
OB 9
Parâmetros de Qualidade
Gráfico III – Grau de realização das metas operacionais para os indicadores de Qualidade
120,28%
149,74% 141,85%
153,85%
100,00%
120,00%
140,00%
160,00%
8 9 10 11
Indicadores de Qualidade
Grau realização das metas operacionais
Grau realização dasmetas operacionais
Consequência directa de uma abordagem orientada para as pessoas, (educandos e
famílias), com as pessoas, (colaboradores), este indicador de qualidade representa a aposta
da CPL na qualificação do seu papel na sociedade, investindo num trabalho de participação
e consulta.
Efectivamente, com uma execução expressiva, os parâmetros de qualidade espelham a
orientação estratégica que atribui prioridade a esta filosofia de trabalho.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 21 Abril de 2010
Objectivo 8- Aumentar em 10% o rácio horas de formaç ão / colaboradores
Com uma meta inicialmente definida de 3,55 horas de formação por colaborador em
2009, para um universo 1220 colaboradores que exigem a construç ão de um plano
interno de formação pluridisciplinar e multifacetado, foi possível uma execução de
4,27 horas de formação por colaborador, correspondendo a uma superação muito
considerável (120%).
Ao longo do ano em análise, foi possível concluir o CET - Curso de Especialização
Tecnológica “Acolhimento em Instituição”, dirigido a educadores de juventude e que
representou um volume de horas de formação muito avultado.
Objectivo 9 - Melhorar a qualidade do processo de ad missão e orientação na
perspectiva dos educandos, dos colaboradores e das famílias envolvidos.
Sem prejuízo de uma análise mais aprofundada no ponto relativo à apreciação dos
utilizadores do presente relatório, a aferição do nível de satisfação dos clientes internos e
externos da CPL representa um momento importante de auscultação que permite identificar
fraquezas, ameaças, mas também as oportunidades de melhoria.
Os indicadores de satisfação revelaram uma execução muito favorável, superando as
expectativas, enriquecendo o desempenho do QUAR 2009 com um vector
considerado estratégico para a qualidade da intervenção da CPL na sociedade
portuguesa. Os resultados apresentados pelos diversos indicadores que concorrem
para este objectivo são objecto de uma análise mais cuidada no ponto Ii.2 do presente
relatório.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 22 Abril de 2010
1.2) Análise de produtividade
Mais que a análise da taxa de realização global dos objectivos, importa contextualizá-la em
termos dos recursos dispendidos para a alcançar, aferindo o nível de produtividade, pela
comparação entre os recursos humanos orçamentados e os efectivamente utilizados.
Tendo por referência os colaboradores inscritos no Mapa de Pessoal da CPL em 2009, foi
possível apurar no Quadro XI, com base nos 225 dias úteis, os pontos planeados e
executados por rubricas, relativos à área de recursos humanos.
Da leitura conjunta dos Quadros XI e XII conclui-se que a taxa de utilização de Recursos
Humanos é baixa, uma vez que existe um diferencial significativo entre as unidades
equivalentes de Recursos Humanos Planeadas (UERHP) e as Executadas (UERHE).
Embora objecto de uma análise mais profunda no âmbito do capítulo dedicado à articulação
com o Balanço Social, é possível explicar este diferencial essencialmente pelo nível de
absentismo global verificado, medido em dias de ausência ao trabalho durante o ano.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 23 Abril de 2010
Quadro XI – Unidades Equivalentes de Recursos Humanos Planeados e Executados em 2009
Colaboradores Dias uteis Absentismo UERHE Pontos
Dirigentes - Direcção Superior 3 225 675 60 0 675 60 0
Direcção Intermédia e Chefes de Equipa 23 225 5175 368 36 5139 365 -3
Técnicos Superiores 807 225 181575 9684 15537 166038 8855 -829
Coordenadores Técnicos 11 225 2475 99
Assistentes Técnicos 334 225 75150 2672
Encarregados Gerais Operacionais 225 0 0
Encarregados Operacionais 225 0 0
Assistentes Operacionais 210 225 47250 1050
Total 1388 312300 13933 29305 282995 12691 -1242
7864 69761
UERHP Pontos
77625 2771
Planeado Executado
Recursos Humanos
RECURSOS HUMANOSDesvio
2490 -281
47250 1050 5868 41382 920 -130
O apuramento da afectação real de Recursos Humanos, traduz-se num desvio de 1242 pontos, considerado significativo, atendendo ao
número de colaboradores envolvido.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 24 Abril de 2010
Apesar deste constrangimento, salienta-se um índice de produtividade relevante
que recentra o cerne da análise nos indicadores de esforço.
Quadro XII – Índice de produtividade em 2009
Indicadores Fórmula de Cálculo Resultado
Taxa de realização global dos objectivos
Média ponderada das avaliações globais dos
parâmetros de avaliação
146,99%
Taxa de utilização dos Recursos Humanos
(RH utilizados/RH planeados) *100 91,08%
índice de produtividade
(Taxa de Concretização Global de objectivos/Taxa de utilização de RH)*100
161,38%
1.3) Análise de custo – eficácia
Raciocínio análogo deverá ser feito para a área dos recursos financeiros
orçamentados e dispendidos.
Quadro XIII – Recursos Financeiros Planeados e Executados em 2009
Recursos Financeiros Orçamento (milhões de €) Estimado Realizado Desvio(MC)
Funcionamento 79.425.752,76 49.241.814,66 30.183.938,10 PIDDAC 850.000,00 332.084,81 517.915,19
Os 79,4 milhões de euros estimados na componente de funcionamento,
consubstanciavam cerca de 25 milhões de euros, resultantes da alienação de
património, consignados a despesas com a construção ou aquisição de imóveis para
aumentar e diversificar a capacidade de resposta e acolhimento por parte da CPL e 6
milhões de euros decorrentes de heranças e recebimento de créditos da extinta
Fundação Salazar, igualmente consignados a despesas de investimento.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 25 Abril de 2010
Considerando que, em 2009, tendo sido adquiridos imóveis para o âmbito acima
referido no valor total de 1.774.100 €, a execução do restante daquela componente
orçamental (29.397.730,94 €) aguarda oportunidade de carácter estrutural, podendo-
se, por conseguinte, concluir que o desvio real do orçamento de funcionamento se
situou apenas em 786.827,44 €.
Da análise do Quadro XIV constata-se que para uma taxa de execução de recursos
financeiros consideravelmente baixa, associa-se um nível de execução global
dos objectivos muito relevante.
Em paralelo com a índice de produtividade, também o Índice de custo - eficácia
sustenta a auto - avaliação proposta.
Quadro XIV – Índice de custo - eficácia em 2009
Indicadores Fórmula de Cálculo Resultado
Taxa de realização global dos objectivos
Média ponderada das avaliações globais dos
parâmetros de avaliação
146,99%
Taxa de execução de Recursos Financeiros
(funcionamento+PIDDAC)
(Despesa Executada/Despesa Orçamentada)*100
61,75%
índice de Custo - eficácia
(Taxa de Concretização Global de objectivos/Taxa de
execução dos Recursos
Financeiros)*100
238,02%
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 26 Abril de 2010
2. APRECIAÇÃO DOS UTILIZADORES
Enquanto elemento crucial que pauta a abertura da CPL ao exterior, projectado nos
seus educandos e respectivas famílias, mas também no interior, centrado nos
colaboradores, a auscultação dos índices de satisfação constitui uma prioridade.
Recorrendo a entrevistas telefónicas efectuadas pelos técnicos da Unidade de Acção
Social e Acolhimento aos educandos, famílias e colaboradores, foi possível aferir o
seu nível de satisfação com os serviços, relacionado directamente com o processo de
Admissão e Orientação em repostas educativas e formativas.
Por outro lado e como resultado da implementação do processo de Auditoria e
Garantia de Conformidade, acção desenvolvida sobre a implementação do processo
de Admissão e Orientação, decorrida no ano lectivo 2009/2010, foi possível a
validação das conclusões dos inquéritos aplicados.
Efectivamente a operacionalização da referida acção de Auditoria Interna, que recaiu
sobre seis CED da CPL, atestou a conformidade dos procedimentos desenvolvidos.
Nos inquéritos realizados aos utilizadores, foi possível aferir a sua satisfação em três
eixos: educandos, famílias e colaboradores.
Satisfação dos educandos
Representando o elemento central da análise, os principais destinatários do processo
de Admissão e Orientação em respostas educativas e formativas foram inquiridos
respectivamente, por etapa do processo de admissão, 187, 188 e 166 educandos e
medida a sua satisfação, no que concerne à informação disponibilizada, à realização
das entrevistas familiares e aos próprios educandos, conforme Quadro XV.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 27 Abril de 2010
Quadro XV – Satisfação dos educandos: percentagem de respostas igual ou superior
a satisfaz
Indicador - Percentagem de respostas igual ou superior a Satisfaz
N.º de respostas
MAU INSUF. SUF. BOM MT. BOM Total
Nível igual ou superior a
"Satisfaz" (%)
Tema da Resposta
(a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) = (c)+(d)+(e)/(f)x100
Informação Disponibilizada 0 10 75 83 19 187 95%
Entrevista Individual 0 4 57 93 34 188 98% Educandos
Entrevista Familiar 0 1 54 83 28 166 99%
Fonte: UASA
Conclui-se que o índice de satisfação dos educandos se centra respectivamente
em 95%, 98% e 99%, superando a meta prevista no QUAR, de 60% das respostas
iguais ou superiores a satisfaz.
Foi, assim, possível compreender que esta satisfação se prende essencialmente com
os meios privilegiados de contacto dos educandos com as equipas técnicas que
realizam as entrevistas.
Satisfação das famílias
Enquanto parte nuclear do processo de Admissão e Orientação dos educandos da
CPL, as famílias, naturalmente porque devem assumir o seu papel, também devem
ser auscultadas, envolvidas e responsabilizadas.
O seu envolvimento representa, assim, uma quota substancial do sucesso dos
percursos educativos, pelo que a entrevista familiar deverá ser um momento de
cooperação com as equipas técnicas dos CED.
Com um nível de satisfação muito expressivo no que c oncerne aos itens de
Entrevista, Provas de Avaliação e Critérios de Admissão, foram inquiridas
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 28 Abril de 2010
respectivamente 60, 26 e 57 famílias, de acordo com os resultados disponíveis
no Quadro XVI.
Quadro XVI – Satisfação das Famílias: percentagem de respostas igual ou superior a
satisfaz Fonte: UASA
Indicador - Percentagem de respostas igual ou superior a Satisfaz
N.º de respostas
MAU INSUF. SUF. BOM MT. BOM Total
Nível igual ou superior a
"Satisfaz" (%)
Tema da Resposta
(a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) = (c)+(d)+(e)/(f)x100
Entrevista 0 0 7 25 28 60 100%
Provas de Avaliação 0 0 2 20 4 26 100% Famílias Critérios de Admissão 0 0 8 42 7 57 100%
Consequentemente, verificou-se que na generalidade, a política da CPL, no que
respeita à participação das famílias na vida dos CED, se tem revestido de uma certa
assertividade e eficácia.
Satisfação dos colaboradores
Constata-se, pela análise do Quadro XVII, que, na ge neralidade, mais de 70% dos
inquiridos apresenta uma resposta igual ou superior a satisfaz que traduz a
dimensão da motivação e dedicação com que assumem os seus papeis,
nomeadamente no que respeita a Critérios de Admissão, Provas Práticas, Provas
Psicológicas, Entrevista Individual, e Entrevista Familiar.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 29 Abril de 2010
Quadro XVII – Satisfação dos colaboradores: percentagem de respostas igual ou
superior a satisfaz
Indicador - Percentagem de respostas igual ou superior a Satisfaz N.º de respostas
MAU INSUF. SUF. BOM MT. BOM Total
Nível igual ou superior a
"Satisfaz" (%)
Tema da Resposta
(a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) = (c)+(d)+(e)/(f)x100
Critérios de Admissão
1 0 11 14 5 31 97%
Provas Práticas 0 0 5 2 0 7 100% Provas Psicológicas
0 2 1 4 0 7 71%
Entrevista Individual
0 1 2 9 3 15 93%
Colaboradores
Entrevista Familiar 0 0 4 14 3 21 100%
Fonte: UASA
Naturalmente revelando aspectos passíveis de melhoria, destacados pela já referida
auditoria interna, a actuação dos colaboradores no processo de admissão incorporou
novas práticas, novos mecanismos de interacção com os educandos e famílias que
permitirão que o seu nível da satisfação progrida de forma sustentada já em 2010.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 30 Abril de 2010
3. AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLO INTERNO E REFORÇ O DE
DESEMPENHO
Fruto de um percurso feito a par dos mecanismos legais de controlo, nomeadamente
em sede de SIADAP, a CPL criou, em 2009, o seu próprio sistema de controlo interno,
através da implementação do processo de controlo, cuja documentação se anexa
(anexo II) ao presente relatório.
Este processo determinou a implementação de mecanismos de monitorização nas
diversas dimensões do desempenho da CPL, operacionalizando um conjunto de
procedimentos internos que permitem aferir o nível de concretização dos objectivos
planeados e apoiar os centros de decisão na concretização eficaz e eficiente da
missão institucional;
Procura-se promover um impacto organizacional que potencie a melhoria contínua,
induzida pela mudança, que se pretende bem sucedida e divorciada de práticas
instaladas, quando ineficazes, permitindo a uniformização e o uso de uma linguagem
comum, fundamental ao novo modelo de gestão da CPL.
Actualmente, o processo de controlo tem como input as metas e os indicadores
definidos no processo de planeamento operacional, decorrentes do Plano de
Actividades, do QUAR e dos processos previstos nos Estatutos da CPL e prevê uma
monitorização trimestral.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 31 Abril de 2010
4. FIABILIDADE DO SISTEMA DE INDICADORES DE DESEMPEN HO
O sistema de indicadores de desempenho centra-se essencialmente em quatro pilares
do modelo de gestão, constituídos pelos processos de:
• Controlo;
• Auditoria e Garantia de Conformidade;
• Gestão da Qualidade;
• Organização e métodos.
O contributo dos processos de Gestão da Qualidade e de Organização e
Métodos para a fiabilidade dos indicadores de desempenho passa por garantir a
integridade e adequabilidade do respectivo sistema. O processo de gestão da
qualidade opera em conformidade com a NP EN 9001, assegurando que as
respostas sociais, educativas e formativas reflectem a missão da CPL e
garantem a satisfação das necessidades dos seus educandos.
Os processos de Controlo e de Auditoria e Garantia de Conformidade (anexo III)
cooperam, assegurando a fiabilidade do sistema de indicadores de desempenho
da CPL.
A construção coerente de um sistema de indicadores cria a estrutura de base à
monitorização do desempenho, no âmbito do Controlo de Gestão. A fiabilidade da
recolha da informação que o alimenta é assegurada pelos Acções de Auditoria Interna.
Este trabalho conjunto e complementar pretende centrar-se na atribuição de
características qualitativas à informação de gestão, nomeadamente:
• Comparabilidade: Pretende-se que a informação de gestão permita comparar o
desempenho intra e inter institucional, potenciando o benchmarking interno e
externo;
• Compreensibilidade: Pretende-se que esta informação seja rapidamente
compreensível pelos clientes internos (colaboradores) e externos (educandos e
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 32 Abril de 2010
famílias), na medida em que se pressupõe que tenham conhecimento razoável
da realidade da Instituição;
• Relevância: A informação deve ser relevante e influenciar as decisões,
permitindo avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros, e
confirmar ou corrigir as suas avaliações passadas.
• Fiabilidade: Para ser digna de confiança, a informação deve representar,
fidedignamente, as operações e outros acontecimentos que pretenda
representar, ou possa razoavelmente esperar-se que represente.
Nestes moldes, pretende-se que a informação que integra o sistema de avaliação de
desempenho seja neutra e contrarie as incertezas que inevitavelmente rodeiam os
acontecimentos e circunstâncias do dia a dia da Instituição.
As actividades que concorrem para esta consistência e coerência do sistema de
indicadores de desempenho incluem a validação por amostragem dos diversos
produtos finais e intermédios e os diversos tipos de registo de informação mantida,
bem como a produção de informação descrevendo as inconformidades detectadas e
propondo medidas correctivas, preventivas e formativas adequadas.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 33 Abril de 2010
5. AUDIÇÃO DOS DIRIGENTES INTERMÉDIOS E DEMAIS COLAB ORADORES
Objectivo
O objectivo fundamental do trabalho que foi desenvolvido neste campo proporcionou
um momento de consulta dos colaboradores da instituição, o que tem um significado
especial no quadro da filosofia e princípios orientadores da gestão da CPL.
Adicionalmente, é importante considerar que a concretização deste projecto se reveste
de carácter experimental, permitindo a introdução de acções de melhoria,
designadamente no que se refere à calendarização e ao desenvolvimento de
metodologias.
As etapas percorridas ao nível do planeamento teórico-conceptual para detalhar a
realização do inquérito são as que se elencam em seguida e que serão alvo de uma
explicação mais aprofundada no anexo VI do presente relatório:
1) Definição da metodologia de recolha e de tratamento da informação
2) Adaptação do instrumento de recolha da informação disponibilizado pela
DGAEP – Direcção Geral da Administração e do Emprego Público - para o efeito
3) Identificação de observadores qualificados nos CED e nos Serviços Centrais
4) Construção da base de dados
5) Aplicação dos questionários
6) Lançamento dos dados recolhidos na base de dados e posterior tratamento
estatístico, utilizando para o efeito o SPSS (Statistical Package for the Social
Sciences).
Metodologia utilizada
Para a recolha de dados foi utilizada a grelha do questionário disponibilizada pela
DGAEP, respeitando as orientações descritas no guião de trabalho para a elaboração
do QUAR do MTSS e de forma a permitir a comparação das várias dimensões nele
previstas, entre os vários organismos públicos.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 34 Abril de 2010
Enquadramento
Este momento de auscultação representa a continuação do trabalho iniciado em 2009
incluído no Relatório de Actividades anterior, de avaliação do grau de satisfação das
direcções dos CED e das unidades dos Serviços Centrais (dados reportados a 2008) e
constitui uma segunda etapa de avaliação, agora alargada ao universo dos colaboradores
da Instituição.
Preparação da condução do projecto de auscultação do grau de satisfação dos
colaboradores – audição dos dirigentes intermédios e demais trabalhadores
A identificação do universo e a definição da amostra foi feita em função dos grupos
profissionais e sua distribuição por CED e Serviços Centrais.
A primeira fase de preparação do projecto iniciou-se com a identificação do universo alvo
desta auscultação, considerando todos os colaboradores, independentemente do tipo de
vínculo laboral.
Apresenta-se em seguida um quadro com a distribuição dos colaboradores inquiridos por
referência às categorias profissionais e sua distribuição por CED e Serviços Centrais. As
carreiras profissionais identificadas são as previstas na actual legislação laboral (LVCR – Lei
n.º 12-A/2008 de 27 de Fevereiro de 2008, que define o regime de vinculação, de carreiras e
de remunerações).
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 35 Abril de 2010
Quadro XVIII – Distribuição de questionários aplicados por grupo profissional e por
CED/serviço
Do universo dos colaboradores em 2009, foi seleccionada uma amostra de 246
colaboradores, calculada com base nos pressupostos que se descrevem em seguida, e
que é composta pelos seguintes elementos: Direcção Intermédia, Técnicos Superiores,
Assistentes Técnicos, Assistentes Operacionais e Pessoal Docente.
Pressupostos:
a) Definição da amostra em função dos grupos profissionais e sua distribuição por CED
e Serviços Centrais;
b) Dimensão da amostra determinada matematicamente, decorrendo da distribuição
Normal Estandardizada, com nível de significância de 10%;
TOTAIS DISTRIBUIÇÃO DE QUESTIONÁRIOS APLICADOS POR GRUPO PROFISSIONAL E POR
CED/ SERVIÇO
90% * PM NAP NSC ST CL JRP DMP ST CT AACF FM CEAS SC e
CCC
Direcção
Intermédia
23 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 13
Técnico Superior 52 6 3 - 10 - 3 15 - - - 15
Coordenador
Técnico
2 - - - - - - - - - - -
Assistente
Técnico
57 12 7 4 7 - 10 7 - - - 12
Assistente
Operacional
52 10 5 5 3 2 8 8 - - - 11
Docentes 60 21 6 6 - 13 14 - - - - -
246 50 22 16 21 16 36 31 1 1 1 51
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 36 Abril de 2010
c) No caso particular dos Serviços Centrais/CCC e dos CED, o número de inquiridos
previstos para a carreira da Direcção Intermédia corresponde ao número de efectivos
em exercício na função;
d) Nos Serviços Centrais, às Direcções Intermédias agregou-se os coordenadores de
Gabinete;
e) O Centro Cultural Casapiano integra, para este efeito, os Serviços Centrais;
A selecção dos inquiridos ficou ao critério da respectiva Direcção do CED, atendendo que
para a categoria «Docente» deveria ser garantida uma representatividade por grupo de
recrutamento através da aplicação dos questionários a todos os grupos.
Resultados do questionário
De forma a ajudar à compreensão dos resultados do questionário, importa tecer dois
comentários prévios:
a) A estrutura do questionário é simples, organizada segundo as diferentes dimensões
que pretende caracterizar. No entanto, e embora se reconheça a pertinência do
registo de sugestões de melhoria, o facto é que, por vezes, os comentários não se
relacionam com as questões, pelo que não puderam ser considerados;
b) Quanto à construção da escala e no que diz respeito à correspondência que se faz
entre a escala de grau 3 e o «pouco satisfeito» é importante enfatizar a seguinte
tendência: o valor médio da escala (3) caracteriza habitualmente as situações
intermédias, o que, neste caso concreto, pode constituir uma explicação para que
esse valor tenha sido escolhido como valor de referência de avaliação intermédio
(que habitualmente é) e não pelo que se indica na legenda da escala deste
questionário em concreto. Esta poderá ser uma das explicações para que as
respostas, de uma forma geral e na maioria das dimensões do questionário, tenham
assumido o nível 3.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 37 Abril de 2010
Aplicação do questionário
A taxa de respostas foi de 78.45% e obteve a seguinte distribuição pelos vários CED e
Serviços Centrais (que inclui o Centro Cultural Casapiano):
Quadro XIX – Taxa de respostas por CED e Serviços Centrais
A taxa de inquéritos não respondidos mais significativa é a dos Serviços Centrais (com 20
respostas, correspondendo a 38,5% dos potenciais inquiridos) e o CED Nuno Alvares
Pereira (com 13 respostas, correspondendo a 59,1%).
Da análise estatística dos inquéritos, ressaltam como mais marcantes:
� Aspectos positivos
1. O grau de satisfação dos colaboradores face à participação em acções de
formação, consolidando as práticas da Instituição no que se refere ao
empenho em garantir aos colaboradores a formação adequada à qualificação
do seu desempenho;
2. O gosto pela participação em projectos de mudança, designadamente no
projecto GIP.
PM NAP NSC SCL JRP MP SCT AACF FM CEAS SC TOTAL
Respondidos
(%)
94,0 59,1 100,0 100,0 100,0 88,9 83,3 100,0 100,0 100,0 38,5 78,5
Não
Respondidos
(%)
6,0 40,9 0,0 0,0 0,0 11,1 16,7 0,0 0,0 0,0 61,5 21,5
Total
Amostra
50 22 16 21 16 36 30 1 1 1 52 246
Total
Respostas
47 13 16 21 16 32 25 1 1 1 20 193
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 38 Abril de 2010
� Aspectos negativos
1. O fraco envolvimento sentido pelos colaboradores nos processos de tomada
de decisão, incluindo-se neste âmbito a definição dos objectivos no quadro do
SIADAP;
2. A falta de alternativas efectivas para conciliação entre o trabalho e a vida
familiar;
3. Condições de trabalho de uma forma geral pouco satisfatórias, incluindo as
dimensões de Higiene e Segurança no Trabalho e a qualidade dos
equipamentos.
Sugestões de melhoria
As sugestões de melhoria apresentadas pelos inquiridos são transversais a todas as
dimensões do questionário, isto é, foram apurados comentários para quase todos os itens
do questionário. As sugestões de melhoria mais evidentes são as que derivam da estrutura
de funcionamento da organização, do envolvimento das pessoas e da existência de
mecanismos de reconhecimento, formais e não formais, do desempenho dos colaboradores.
� No âmbito da estrutura de funcionamento da organização e do envolvimento das
pessoas
Na perspectiva de avaliação da satisfação dos colaboradores esta é uma área que se
pressente sensível, sendo sugerido o desenvolvimento de mecanismos de diálogo mais
profícuos, conducentes a uma maior intervenção e participação, designadamente nas
tomadas de decisão.
Contudo, existem evidências, que os próprios dados do questionário reflectem a motivação
dos colaboradores relativamente à promoção de aprendizagens de novos métodos de
trabalho, ao trabalho em equipa, à participação em acções de formação e à participação em
projectos de mudança.
Esta aparente contradição poderá ser objecto de aprofundamento.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 39 Abril de 2010
� No âmbito dos mecanismos de reconhecimento, formais e não formais do
desempenho dos colaboradores
As respostas apontam para a necessidade de criação de mecanismos de reconhecimento
do desempenho dos colaboradores para além dos instituídos legalmente e decorrentes da
aplicação do SIADAP, nomeadamente os que se referem às alterações obrigatórias de
posicionamento remuneratório e dos prémios de desempenho.
� Condições de trabalho
Neste âmbito, englobam-se duas situações distintas. Por um lado, a caracterização da
satisfação dos colaboradores face às condições de trabalho que decorrem da higiene,
segurança, equipamentos e serviços. Por outro, a sua satisfação face às condições de
conciliação entre o trabalho e a vida familiar e pessoal.
Relativamente à primeira perspectiva, os colaboradores sentem-se, de uma forma geral,
pouco satisfeitos mas não apresentam sugestões de melhoria.
Quanto à segunda perspectiva, os colaboradores apontam para a criação de formas
flexíveis de conciliar o trabalho com a vida familiar e com assuntos pessoais. Relativamente
á conciliação do trabalho com assuntos relacionados com a saúde reflectem uma tendência
ligeiramente diferente revelando-se mais satisfeitos, verificando-se a mesma tendência no
que se refere ao horário de trabalho.
Recomendações
Sendo importante desencadear medidas para melhorar o nível de satisfação dos
colaboradores e tendo presente o conjunto das respostas ao questionário, recomenda-se:
1. Estruturar um programa de conciliação da vida familiar e profissional;
2. Garantir aos colaboradores a prestação de trabalho em condições de segurança, higiene
e protecção da saúde;
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 40 Abril de 2010
3. Reconhecer o mérito dos colaboradores, através de mecanismos de reconhecimento
formais e não formais.
Note-se que as sugestões de melhoria apontadas pelos colaboradores, bem como as
recomendações daí decorrentes, serão previsivelmente satisfeitas pela implementação dos
Processos de Gestão Estratégica de Recursos Humanos e de Saúde, Higiene e Segurança,
estando o primeiro em fase muito avançada de desenho e documentação e o segundo em
início de implementação.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 41 Abril de 2010
6. RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 2009
O presente sub capítulo analisa o contributo dos 14 projectos da CPL inscritos no Plano de
Actividades do MTSS, em 2009.
Integrado num sistema macro de gestão por processos, os referidos projectos, a par do
esforço inerente às actividades de desenho deste novo modelo de gestão, registou o
desempenho, no cômputo geral Bom.
No anexo IV apresenta-se de forma detalhada a evolução anual do cumprimento das metas.
O balanço da execução dos respectivos indicadores é, resumidamente, o seguinte:
� 1 projecto foi anulado, por decisão estratégica decorrente do desenvolvimento do
processo de Admissão e Orientação, Inserção e Autonomização nas Respostas
Educativas e Formativas, associada à criação do Gabinete de Inserção profissional;
� 3 ficaram aquém da execução prevista, (entre 59% e 97%). Destes, o de execução
mais baixa foi o projecto de implantação do novo modelo de gestão organizacional,
cujos motivos de não execução foram já indicados e justificados aquando da auto-
avaliação do QUAR;
� 2 tiveram uma execução de 100%;
� 8 apresentaram uma execução superior a 100%. Destes, 1 quase duplicou a
execução (o projecto de intervenção precoce com bebés surdos) e 1 duplicou
mesmo a previsão (o plano Anual de Formação que, como se viu ao analisar a
execução do QUAR, ultrapassou também a meta prevista neste instrumento)
Pelo que ficou referido, conclui-se que o contributo da execução da CPL para a execução
global do Plano de Actividades do MTSS foi significativo.
Tendo presente, em simultâneo, os Objectivos do MTSS e os principais vectores de
intervenção da CPL, tal contributo da CPL é mais relevante nas seguintes áreas:
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 42 Abril de 2010
1. Reforço das medidas e dos meios que garantam a satisfação das necessidades das
crianças e jovens, no respeito pelos seus direitos à igualdade de oportunidades e
participação
� Desenvolvimento do projecto PIPAS – Projecto Integrado de Prevenção do
Abuso Sexual;
� Desenho e acompanhamento de Planos de Desenvolvimento Pessoal;
� Prevenção do Consumo de Substâncias Psico-Activas;
� MIOEP- Modelo de Informação e Orientação Escolar e Profissional;
� MOVA - Movimento Organizado para o Voluntariado e Associativismo;
2. Promoção da qualificação das pessoas com deficiências e incapacidades, reforçando as
respostas necessárias e alargando a novas áreas
� CNO - Centro Novas Oportunidades.
3. Desenvolvimento de uma gestão integrada e racional de Recursos Humanos, reforçando
a valorização profissional e pessoal
� Constituição de relações jurídicas de emprego público com os colaboradores
necessários ao desenvolvimento das actividades permanentes da Instituição;
� Qualificação dos colaboradores da CPL, nomeadamente no numero de
acções e horas formativas ministradas;
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 43 Abril de 2010
7. BENCHMARKING
Pelas características da sua missão, de intervenções múltiplas, complementares e paralelas,
indo do acolhimento, educação e formação à inserção familiar, social e profissional de
crianças e jovens, a CPL não tem, a nível nacional, entidades com as quais possa comparar
o seu desempenho global e com elas proceder a intercâmbios de boas práticas.
Contudo, dissecando a sua missão nas diversas perspectivas de intervenção acima
apontadas, a CPL não pretende estar, nem está, isolada. E é nesta perspectiva que tem
vindo a desenvolver contactos nacionais e internacionais com o objectivo de,
reciprocamente, serem aferidos procedimentos e determinadas as melhores práticas e sua
aplicabilidade, num processo indiciador e facilitador de benchmarking.
Assim, relativamente ao ano de 2009, pode destacar-se:
a) A nível nacional
• A “importação” de dimensões do Projecto SPA, de prevenção do consumo de
substâncias psicoactivas por estruturas do Ministério da Educação;
• A adopção, também por estruturas do ME, de ideias, princípios e formas de
intervenção dos projectos PIPAS (Prevenção do Abuso Sexual) e MIOEP (Modelo de
Informação e Orientação Escolar e Profissional);
• O aprofundamento local de exemplos de modelos pedagógicos assentes em
metodologias activas de ensino, no intuito de criar um modelo de ensino e de
aprendizagem próprio e identificador da CPL;
• A troca de experiências com diversos CNO, o que levou à transferência para alguns
destes do conhecimento e das práticas do CNO da CPL, especializado em RVCC de
pessoas com deficiência sensorial;
• O MOVA – Movimento Organizado para o Voluntariado e Associativismo, embrião de
uma associação juvenil da CPL que tem promovido contactos regulares para
aquisição de experiencias e de boas praticas com outras associações juvenis;
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 44 Abril de 2010
• A Plataforma para a Cidadania das Crianças, movimento interinstitucional composto
por 25 instituições – sediadas em Lisboa e que actuam na área das crianças e
jovens em risco – e que tem como principal objectivo promover a participação das
crianças e dos jovens. Como resultado do trabalho conjunto destas instituições e da
transferência mútua de saberes e experiências existem já três produtos:
- A formação de agentes, sob a denominação de “Banco de Saberes”;
- A Carta de Compromisso
- O “Encontrão” que, como o nome indica, é um encontro de crianças e
jovens (cerca de 400) com as quais as instituições da Plataforma
trabalham, a realizar ainda no corrente mês de Abril.
b) A nível internacional
• A realização de observação/formação in loco junto de duas entidades, uma
espanhola, outra inglesa, especializadas no acolhimento terapêutico de jovens com
comportamentos disruptivos, com o objectivo de introduzir novas metodologias
(ainda não vulgarizadas entre nós) nas respostas de acolhimento residencial
desenvolvidas pela CPL.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 45 Abril de 2010
III-ARTICULAÇÃO COM O BALANÇO SOCIAL
Desenvolvimento da Gestão Estratégica de Recursos Humanos
Na prossecução do objectivo primeiro, do redesenho das equipas afectas a cada unidade
orgânica, em função das respectivas responsabilidades e dos objectivos estratégicos e
operacionais a que a CPL se propôs, o ano de 2009, traduziu-se num ano absolutamente
crítico. Consolidou-se o esforço de racionalização dos recursos humanos plasmado no
Mapa de Pessoal, nomeadamente através de diminuição de contratação a termo certo de
pessoal docente e do desenvolvimento dos adequados procedimentos concursais criando
condições para a regularização e estabilização do elevado número de vínculos precários.
Sublinha-se assim:
1. O esforço de racionalização dos recursos humanos pertencentes à carreira de
pessoal docente ao ser estabilizado o número de 597 postos de trabalho. Sendo que
antes de 2009, o existente quadro de pessoal contemplava 440 docentes, e para
além destes o número de contratações a termo certo ultrapassava as duas centenas.
Desta feita, ao ter sido promovido, em Maio de 2009, procedimento concursal que
permitiu a contratação por tempo indeterminado de 98 docentes , a CPL pode contar
desde 1 de Setembro de 2009, com cerca de 68,5% de docentes com vínculo
permanente e 31,5% com vínculo contratual a termo certo, percentagem esta que
permite responder às flutuações inerentes às ofertas educativas e formativas anuais
e respectivo número de alunos.
2. A CPL procedeu em 2009, à abertura de 2 procedimentos concursais comuns, com
vista à ocupação total de 190 postos de trabalho , na modalidade de contrato de
trabalho em funções públicas por tempo indeterminado.
3. O 1.º recrutamento promovido em Abril visou a ocupação de 65 postos de trabalho ,
a saber:
• 38 postos na carreira de técnico superior: na área da psicologia, 13 postos
de trabalho; na área de serviço social, 10 postos de trabalho; e para a
área do acolhimento residencial, 15 postos de trabalho.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 46 Abril de 2010
• 4 postos de trabalho na carreira de assistente técnico, para a área da
acção educativa.
• 17 postos de trabalho na carreira de assistente operacional, para área de
apoio geral.
• Foi igualmente desenvolvido procedimento concursal para 6 postos de
trabalho na carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica.
4. Em Junho, procedeu-se à abertura do 2º processo de recrutamento visando a
ocupação dos restantes 125 postos de trabalho , a saber:
• Na carreira técnica superior, na área de serviço social: 5 postos de trabalho;
• Na carreira técnica superior, na área de psicologia: 15 postos de trabalho;
• Na carreira técnica superior, no apoio especializado (postos a ocupar nos
Serviços Centrais): 31 postos de trabalho;
• Na carreira de assistente técnico, na área de acção educativa: 16 postos de
trabalho;
• Na carreira de assistente técnico, na área de apoio residencial: 40 postos de
trabalho;
• Na carreira de assistente técnico, na área da formação inicial qualificante: 7
postos de trabalho;
• Na carreira de assistente técnico, na área administrativa: 4 postos de
trabalho;
• Na carreira de assistentes operacionais, na área de apoio geral nas
residências de acolhimento e Centros de Educação e Desenvolvimento: 7
postos de trabalho.
5. Prevendo que, com este procedimento, não seriam ocupados todos os postos de
trabalho necessários à execução das actividades desta Instituição, foi solicitada
autorização à tutela e ao membro do governo responsável pelas Finanças e
Administração Pública, para abertura de um procedimento concursal comum para
recrutamento externo, o que veio a ser concedido, (os despachos autorizadores do
Senhor Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social de 03.09.2009, do Senhor
Secretário de Estado da Administração Pública de 25.09.2009, e do Senhor
Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, de 02.10.2009).
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 47 Abril de 2010
6. Assim, a CPL já promoveu a abertura ainda em 2009, de um procedimento concursal
comum para o recrutamento de 38 postos de trabalho na carreira de assistente
técnico, na área de apoio residencial. Esta área do apoio residencial (vigília nocturna
nas Residências de Acolhimento), tem sido assegurada através de empresas
especializadas, por trabalhadores em trabalho temporário, num total de 34
contratações. Foi o recurso encontrado até agora para que as actividades dos postos
de trabalho nas Residências de Acolhimento, que decorrem essencialmente no
período nocturno.
7. Encontram-se assim, constituídas as pedras basilares para a cabal implementação
do novo modelo sócio-educativo bem como organizativo e de gestão desta
Instituição.
Aos trabalhadores da Casa Pia de Lisboa foi exigido um esforço claramente adicional, já
que, paralelamente à actividade normal, foram chamados a participar como agentes
construtores do novo modelo organizativo. O elevado nível de participação e de
empenhamento nestas tarefas e os resultados evidenciados na realização demonstram um
bom nível de produtividade, índice importantíssimo do carácter progressivo do output de
uma organização.
O Balanço Social da CPL reportado a 2009, foi elaborado em conformidade com o
estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 190/96, de 9 de Outubro, tendo sido respeitada a estrutura
apontada pelo formulário anexo ao referido Decreto-Lei e, também, o modelo solicitado pela
Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) nesta matéria.
Tratando-se de um instrumento de gestão, com a finalidade de possibilitar um planeamento
assente numa melhor coordenação e racionalização dos recursos disponíveis, o documento
que se apresenta (no anexo V) foi complementado, sempre que possível, com alguns
indicadores que efectivamente permitissem obter uma análise mais detalhada dos recursos
humanos da Instituição.
Da análise global do Balanço Social da CPL 2009, importa evidenciar os seguintes
aspectos:
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 48 Abril de 2010
Caracterização dos Recursos Humanos da Casa Pia de L isboa
No contexto de caracterização dos colaboradores da CPL, é importante referir que a
denominação das carreiras reflecte o novo enquadramento legal – introduzido pela LVCR,
lei que regula os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores
que exercem funções públicas. Deste modo, se explica a diferente nomenclatura das
carreiras na coluna correspondente a 2008, face à coluna de 2009.
.
. Gráfico IV – Distribuição dos colaboradores por grupo profissional
DISTRIBUIÇÃO DE COLABORADORES POR GRUPO PROFISSIONAL 2009
3175
237
179 5
587
1220
Dirigente Superior
Dirigente Intermédio
Técnico Superior
Assistente Técnico
Assistente Operacional
Informático
Docentes
Corpos de Saúde
Outro Pessoal a)
Considerando a importância de caracterizar a evolução dos recursos humanos da
Instituição, importa reflectir sobre a variação do número de colaboradores e alguns
indicadores que derivam dessa oscilação:
Variação do número de colaboradores efectivos – Verifica-se uma ligeira diminuição do
número de colaboradores efectivos da Casa Pia de Lisboa, facto que decorre dum
decréscimo na contratação a termo certo de pessoal docente.
Este grupo profissional, em 2008, contava com 310 docentes em regime de contrato
administrativo de provimento. Em 2009, na modalidade de contrato a termo certo, que
substituiu a anterior, conta-se com 185 docentes. Esta diferença reflecte, para além da
diminuição da contratação referida, a celebração com 98 docentes de contrato de trabalho
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 49 Abril de 2010
em funções públicas por tempo indeterminado, na sequência de adequado procedimento
concursal.
Actualmente o mapa de pessoal da CPL contempla 597 postos de trabalho para a actividade
docente, estando a esta data ocupados 587.
Relativamente à variação no pessoal técnico superior (190 em 2008 para 175 em 2009),
ressalve-se que em 2008, os técnicos de diagnóstico e terapêutica, no número de 11,
estavam agrupados na carreira técnica.
Taxa de contratação a termo - esta taxa reflecte, em termos gerais, o número de
colaboradores contratados a termo (18,28%) relativamente ao total de efectivos. Em 2009
essa taxa apresenta uma distribuição mais significativa nas seguintes carreiras:
- Educadores de Infância e Docentes do Ensino Básico e Secundário: 31,52%
- Assistentes Operacionais – 9,50%
- Técnicos Superiores – 8,57%
QuadroXX-Admissões/Regressos e Saídas de Pessoal
2009 2008 N.º % 2009 2008 N.º %Dirigente 2 2 3 2Técnico Superior 6 10 5 20Assistente Técnico 4 3 10 14Assistente Operacional 0 2 19 9Informático 1 0 0 2Corpos de Saúde (TDT e Médico) 5 1 1 5Docentes de Ensino Não Superior 85 103 143 80Outros 0 0 0 8TOTAL 103 121 181 140
29,29
Admissões/ Regressos
Saídas TotaisVariação
AdmissõesVariação Saídas
-18 -14,88 41
Durante o ano de 2009, para um total de 181 colaboradores saídos, foram admitidos ou
regressaram 103 (102 admissões e 1 regresso).
A taxa de reposição, que permite comparar o número de efectivos admitidos com o número
de colaboradores saídos da Instituição, situa-se nos 56,91%.
Face ao ano anterior houve um decréscimo de 14,88% no número de admissões/regressos
(foram admitidos menos 18 colaboradores) e um aumento no número de saídas, de 29,9%,
uma vez que saíram da CPL mais 41 colaboradores do que em 2008. Mais uma vez estas
variações incidem sobretudo na carreira docente.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 50 Abril de 2010
Gráfico V – Admissões segundo o modo de ocupação do posto de trabalho
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2
Procedimento Concursal
Cedência InteressePúblico
Mobilidade interna aórgãos ou serviços
Regresso de licença
Comissão de Serviço
CEAGP
Outras Situações
A maioria das admissões (88%) ocorreu através de procedimento concursal, para
recrutamento de pessoal Docente.
Quanto às saídas de colaboradores, é também na carreira Docente que se evidencia o
maior número de casos (143, correspondendo a 79% das saídas), sendo o principal motivo
a caducidade/termo do contrato de trabalho.
Quadro XXI - Postos de trabalho por ocupar
PT previstos e não ocupados/motivoTécnico Superior
Assistente Técnico
Assistente Operacional
TOTAL
Procedimento concursal improcedente 7 7
Procedimento concursal em desenvolvimento
18 66 84
TOTAL 18 66 7 91
A taxa de ocupação do mapa de pessoal (92,54%) reflecte a existência de postos de
trabalho previstos mas não ocupados.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 51 Abril de 2010
Quadro XXII - Ausências ao trabalho
2009 200849.405 55.969
Ausências mais relevantes 2009 2008
Protecção na Parentalidade 4.127 2.966
Doença 14.469 9.702
Ausências Totais
Comparando com o ano de 2008, verificou-se uma redução substancial no número de dias
de ausências dos colaboradores da CPL: a taxa de absentismo global situou-se nos 15%.
Entre os motivos que causaram mais ausências estão as faltas motivadas por doença (29%)
e as faltas no âmbito da protecção da parentalidade (8%).
Quadro XXIII - Encargos com Pessoal
2009 2008 Valor (€) %
Remuneração base (1) 24.832.777,50 21.813.801,62 3.018.975,88 13,84
Trabalho extraordinário (diurno e nocturno) 136.061,69 103.396,42 32.665,27 31,59
Trabalho normal nocturno 1.760,58 3.319,58 -1.559,00 -46,96
Trabalho em dia de descanso semanal/feriado 141.758,25 159.911,04 -18.152,79 -11,35
Trabalho por turnos 262.604,55 273.478,83 -10.874,28 -3,98
Abono para falhas 12.775,15 12.036,68 738,47 6,14
Ajudas de custo 71.015,44 78.272,04 -7.256,60 -9,27
Representação 99.811,41 96.450,39 3.361,02 3,48
Secretariado 2.723,68 2.589,94 133,74 5,16
Outros suplementos remuneratórios 47.540,90 47.540,90 0,00
Prémios de Desempenho 35.904,20 35.904,20
Encargos com Prestações Sociais (2) 188.338,62 184.058,24 4.280,38 2,33
Subsídio de Refeição 1.116.220,67 1.053.235,73 62.984,94 5,98
Outros encargos com pessoal (3) 3.001.496,01 3.061.913,91 -60.417,90 -1,97
TOTAL 29.950.788,65 26.842.464,42 3.108.324,23 11,58
(3) Inclui 1.013.277,42 de encargos para a Segurança Social e 1.988.218,59 para CGA.
(1) Inclui subsídio de férias e de Natal. (2) Os Encargos com Prestações Sociais incluem o abono de família, os subsídios de educação especial, mensal vitalício, paraassistência a 3.ª pessoa, assim como o subsídio de funeral e o subsídio por morte, e encargos com acidentes de trabalho.
VariaçãoValor (€)
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 52 Abril de 2010
A análise da despesa com pessoal permite concluir, comparando com os valores de
referência do ano anterior, que ocorreu um acréscimo da despesa de 3.108.324,23€, ou
seja, de mais 11,58%.
O maior aumento registado face ao ano anterior é relativo aos encargos com o trabalho
extraordinário, que aumentou 31,6%, decorrente da nova forma de cálculo de pagamento
consignada na Lei n.º59/2008, de 11 de Setembro (regime de contrato de trabalho em
funções públicas)
Formação Profissional
Quadro XXIV - Acções de Formação
2009 2008
Internas 50 24 4 3 81 69
Externas 63 13 1 2 79 78
TOTAL 113 37 5 5 160 147
TOTAL< de 30 horas
De 30 a 59 horas
De 60 a 119 horas
120 horas ou mais
No capítulo da formação profissional assinala-se, no ano de 2009, uma taxa de execução do
Plano de Formação de 139,66% (relativamente à formação interna, estavam previstas 58
acções e foram realizadas 81).
Quadro XXV- Volume de Formação
2009 2008 Nº. %
89.027 63.318 25.709 40,60
3.184 5.877 -2.693 -45,82
92.211 69.195 23.016 33,26
Horas investidas em acções externas
TOTAL
Horas investidas em acções internas
VariaçãoTOTAL
Em comparação com 2008, realizaram-se mais 13 acções, o que representa um acréscimo
de 23.016 horas, correspondente a um aumento de 33% nas horas dispendidas com a
formação profissional.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 53 Abril de 2010
Sublinhe-se que o Curso de Especialização Tecnológica em Acolhimento Institucional (Nível
IV), representou em 2008, um volume total de 30.485 horas e em 2009, um volume de
50.730 horas.
.
Quadro XXVI- Colaboradores envolvidos (n.º de participações)
2009 2008 Nº. %
1458 872 586 67,20
181 155 26 16,77
1639 1.027 612 59,59
VariaçãoTOTAL
Participações em acções externas
Total
Participações em acções internas
Relativamente ao número de participações em acções de formação, houve um aumento de
60% comparativamente com o ano anterior.
Do total dos colaboradores da CPL, 837 participaram em pelo menos uma acção de
formação (correspondente a uma taxa de participação de 68,61%).
Estiveram envolvidos em acções de formação colaboradores de todas as carreiras, bem
como Dirigentes Superiores e Intermédios. Refira-se que a taxa de participação dos
Técnicos Superiores foi de 92,6%, dos Assistentes Técnicos de 80,59%, dos Assistentes
Operacionais de 47%, dos Informáticos de 40%, dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica
de 72%, e dos Docentes de 62%.
Quadro XXVII- Encargos com Formação Profissional
2009 2008 Nº. %
417.691,26 € 171.722,00 € 245.969 143,24
24.821,14 € 27.008,00 € -2.187 -8,10
442.512,40 € 198.730,00 € 243.782 122,67
Despesas acções internas
Despesas acções externas
TOTAL
VariaçãoTOTAL
O custo com o desenvolvimento de actividades formativas foi de 442.512 €, traduzindo-se
num aumento de 243.782 €, (correspondente a acréscimo em 122,67% face a 2008), o que
se deve à despesa decorrente do Curso de Especialização Tecnológica em Acolhimento
Institucional que, no ano de 2009, se cifra em 282.190€.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 54 Abril de 2010
Considerações finais
De uma forma geral, este Balanço Social da Casa Pia de Lisboa reflecte a fase de
transformações e mudanças em que a Instituição se encontra, apostando em desenvolver
um serviço de qualidade, atendendo às características dos seus utentes e famílias. Os seus
colaboradores, a sua caracterização efectiva e a sua qualificação, são essenciais para a
melhoria dinâmica dos seus processos e das suas estruturas.
O ano de 2009 reflecte ainda, ao nível do Balanço Social, a consolidação da estratégia da
estabilização dos recursos humanos da Casa Pia de Lisboa.
Importa neste contexto extrair as principais tendências de caracterização dos efectivos da
CPL e a sua evolução, atendendo à reestruturação de fundo em a que a Instituição se
encontra imersa.
Destacam-se como principais tendências as seguintes:
� O número de efectivos é menor que o de 2008, contudo os procedimentos concursais
em desenvolvimento, quer para ocupação de postos de trabalho previstos e não
ocupados, quer ocupados através de vínculos contratuais a termo certo ou com
trabalhadores em mobilidade interna, irá estabilizar o mapa de pessoal com os postos
ocupados em número de 1.388, conforme aprovado, já que a CPL conta ainda com a
colaboração de trabalhadores em trabalho temporário.
� A taxa de absentismo diminuiu consideravelmente, de 38% apresentada em 2008 para
os actuais 15%.
� Quanto aos recursos financeiros, o total de encargos com os trabalhadores aumentou
face ao ano transacto em 3.108.324,23€ (mais 11,58% que em 2008).
� No que concerne à formação profissional, a CPL investiu 442.512€, traduzindo-se num
aumento de 243.782 €, (correspondente a acréscimo em 122,67% face a 2008), o que
se deve à despesa corrente com o Curso de Especialização Tecnológica em
Acolhimento Institucional que no ano de 2009 se cifra em 282.190€.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 55 Abril de 2010
IV- BALANÇO SINTÉTICO DE DESEMPENHO
Construída com base no Modelo de Excelência da EFQM (Fundação Europeia para a
Gestão da Qualidade), a adopção dos critérios de excelência organizacional CAF (Common
Assessment Framework), adequado às especificidades dos organismos públicos, constitui o
ponto de partida para melhoria contínua.
Numa lógica de continuidade metodológica com o ano de 2008, a proposta de autoavaliação
sustenta-se em alguns dos pontos críticos da CAF, procurando evidenciar os aspectos mais
significativos do desempenho organizacional em 2009. Promove-se, assim,
simultaneamente, o reforço da mobilização interna para a mudança, com mais-valias no
sentido do auto responsabilização, e proporciona-se ajustamentos ao modo de
funcionamento, por aplicação do ciclo PDCA (Plan, Do, Chec and Act).
Critério da Liderança
Neste âmbito, destacaram-se, em 2009, algumas iniciativas mobilizadoras e de reflexão
conjunta, que contaram com a participação da Gestão de Topo, comprometida em
assegurar a mudança na CPL, nomeadamente:
1. Desenvolvimento e consolidação do projecto GIP com os diferentes Grupos
Interdisciplinares de Processo que o compõem. Este projecto constitui um
modelo democrático de liderança para a mudança em curso na CPL.
2. Visando uma reestruturação sustentada, assente nas pessoas e nos seus saberes
cientificamente apoiados.
3. Encontro GIP, com a presença do professor António Câ mara, fundador e CEO
da Ydreams e Prémio Pessoa 2006.
Em 9 de Julho, numa intervenção centrada nas pessoas e na motivação e
vocacionada para a criatividade, a inovação e o empreendedorismo, foi abordada a
importância a atribuir, numa organização aprendente, à visão, em paralelo com a
paixão por aquilo que se faz e com a capacidade de o concretizar.
4. Apresentação do projecto GIP no 7º Congresso da Admi nistração Pública ,
subordinado ao tema geral “Estado e Administração na resposta à crise”.
Esta apresentação ocorreu no dia 10 de Novembro, inserida no tema “Cuidar das
pessoas e liderar na crise”.
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 56 Abril de 2010
5. Encontro sobre “Política de qualidade na Casa Pia de Lisboa ”.
Este evento, realizado no dia 20 de Novembro, foi dinamizado no âmbito do processo
de gestão da qualidade e contou com cerca de 100 presenças, na maioria
colaboradores mas também alguns educandos e famílias e teve como objectivo a
recolha de contributos para a formulação de uma proposta de política de qualidade
para a CPL.
Critério de Planeamento e Estratégia
Consolidaram-se as seguintes linhas de orientação estratégica :
1. Foco na sustentabilidade do retorno à família das cr ianças e jovens, em
paralelo com a autonomização dos jovens.
2. Desenvolvimento de iniciativas que visem a reformulação do modelo de
Acolhimento Residencial, baseada numa avaliação das necessidades das
crianças e dos jovens, tendo em vista a adequação das respostas às
necessidades diagnosticadas, posta em pratica de forma qualificada, com recurso
a entidades cientificamente reconhecidas.
3. Lançamento do modelo pedagógico institucional, assen te em metodologias
activas e na diferenciação pedagógica. Consolidação da oferta educativa e
formativa no âmbito do modelo socioeducativo.
4. Investimento estratégico na (re) qualificação dos recursos humanos .
5. Criação da base para um sistema integrado de informação de apoio à decisão .
6. Introdução de novos mecanismos de contratualização e de responsabilização dos
centros de decisão, no âmbito do Planeamento Operacional, reflectindo-se
essencialmente na identificação dos seus contributos e respectivas metas.
Critério de Clientes: Educandos e famílias
Realça-se, neste âmbito, um trabalho de continuidade e de reforço de alguns projectos e
programas iniciados em 2008, concretamente:
1. Nova auscultação e avaliação da satisfação dos educandos e famílias fac e ao
processo de admissão e orientação .
Relatório de Actividades da Casa Pia de Lisboa, I.P. 2009 – DAC/UPGE 57 Abril de 2010
2. Alargamento do projecto PIPAS no âmbito da educação e da prevenção do
abuso sexual.
3. Construção de novos programas e início da implementa ção do MIOEP –
Modelo de Informação e Orientação Escolar e Profissional.
4. Alargamento da intervenção precoce .
5. Início do Ensino Integrado da Música no 1.º ano do 2 .º ciclo do ensino básico .
6. Ênfase no trabalho desenvolvido pelo Centro de Novas Oportunidades,
nomeadamente nos processos de reconhecimento e validação de
competências para a população adulta em geral, e com alterações das
estruturas deficiências sensoriais.
7. Reforço do trabalho estruturado do Gabinete de Promoção da Saúde.
Critério da Gestão das Pessoas
O investimento no capital humano traduziu-se, essencialmente, por:
Consolidação da visão de Gestão Estratégica de Recur sos Humanos, assente
numa lógica de estabilização das relações de emprego e de aumento do
investimento na formação profissional.
Após cuidada reflexão sobre o conteúdo do presente Relatório de Actividades, permanece a
convicção de que a CPL em 2009 obteve um Bom Desempenho , devido essencialmente a:
1. Superação da maioria das metas do QUAR ;
2. Boa execução do Plano de Actividades ;
3. Inovação nas respostas sociais no âmbito do Acolhimento Residencial
e no modelo pedagógico institucional, com impacto na sociedade portuguesa;
4. Mobilização interna no sentido de conceber e implantar novas formas de
gestão e novos procedimentos de trabalho;
5. Índices de produtividade e de custo - eficácia re levantes.