nº 1603 – 23 abr. 2020 Desde 1989 auxiliando na tomada de decisões.
Sumário
Palavra da Casa
Condições Meteorológicas
Grãos
Hortigranjeiros
Olerícolas
Frutícolas
Outras Culturas
Criações
Preços Semanais
Notas Agrícolas
Regionalização da Emater/RS-Ascar
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Emater/RS-Ascar
I43 Informativo Conjuntural / elaboração, Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises. – (jun. 1989) - . – Porto Alegre : Emater/RS-Ascar, 2020. Semanal. 1. Produção vegetal. 2. Produção animal. 3.
Grão. 4. Produto hortigranjeiro. 5. Meteorologia. 6. Extrativismo. 7. Análise de conjuntura. 8. Cotação agropecuária. I. Emater/RS-Ascar. II. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
CDU 63(816.5)
© 2020 Emater/RS-Ascar – Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a
fonte.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 2, 23 abr. 2020
Palavra da Casa
Um ano de avanços na Aters gaúcha
Ao completarmos um ano à frente da Emater/RS-Ascar, queremos destacar alguns dos trabalhos
realizados pela nossa Instituição, em especial neste momento em que direcionamos ações de
enfrentamento à estiagem e à prevenção da disseminação do novo coronavírus (Covid-19) neste período
de pandemia, em que a sociedade carece de notícias positivas.
Desde o início desta gestão, fortalecemos a parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura,
Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e, através do secretário Covatti Filho, desenvolvemos o
fomento à produção de grãos, desde ações de manejo e conservação dos solos, passando pela irrigação à
secagem e armazenagem de grãos. Melhorar a qualidade do solo favorece inclusive a Bovinocultura de
Leite, setor em que trabalhamos do planejamento forrageiro até melhoria genética do plantel, refletindo
na qualidade do leite que é oferecido e consumido pela nossa população. A sanidade vegetal e animal
também é foco de nossa atuação, enquanto prestadores de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social
(Aters), uma vez que, através das diversas tecnologias, buscamos a Defesa Sanitária em nosso Estado.
O Saneamento Básico e Ambiental também é um importante fator que, através das ações de
nossos extensionistas, garante a proteção de fontes, a organização da propriedade, a melhoria da
habitação e do paisagismo e pode inclusive favorecer a capacitação da mão de obra, o Turismo Rural e a
geração de renda das famílias agricultoras, incentivando a permanência da juventude no campo,
promovendo a Sucessão Rural com qualidade de vida.
Na capacitação que oferecemos a agricultores e também a nossos técnicos e extensionistas,
destacamos, neste último ano de gestão, o incentivo à Agroindustrialização e boas práticas de fabricação,
auxiliando no acesso a mercados e feiras. E ao Cooperativismo, promovendo e qualificando a gestão
cooperativa, a intercooperação e a qualificação fiscal e tributária das cooperativas que assessoramos.
Para favorecer e fortalecer as agroindústrias familiares, nos últimos dias lançamos a Feira Virtual
da Agricultura Familiar (Fevaf), que objetiva ser um canal de comunicação entre agroindústrias e
agricultores familiares ao público consumidor e, para nossa alegria, tem tido boa aceitação e as consultas
no nosso hotsite têm superado as expectativas iniciais.
Além disso, um dos principais atos da nossa Diretoria é a aprovação do Programa de
Desligamento Incentivado (PDI) 2020, medida que promove o reconhecimento pelo trabalho daqueles
que se dedicaram à Aters, possibilitando o equilíbrio econômico-financeiro da Instituição, com a redução
de cerca de 25% da folha de pagamento. Com a efetivação do PDI, vislumbramos um novo momento de
ganho de eficiência com investimentos em tecnologia, fazendo mais com menos, além de buscarmos a
reestruturação do atendimento no campo com planejamento estratégico.
Através do Termo de Colaboração que estende os efeitos do convênio com a Seapdr, garantimos
a execução de 81 ações técnicas e de políticas públicas, iniciando pela implantação do Gerenciamento
Matricial de Custos e Receitas (GMCR), que já garantiu, neste período, a contenção de gastos e a redução
de 15% das despesas de custeio em 2019 em relação ao ano anterior, o que corresponde a R$ 4 milhões.
Tudo isso, e muito mais, só é possível com uma aproximação da DIRETORIA com os empregados,
comunidades assistidas, prefeituras e entidades parceiras. Por isso é necessário a continuidade da
colaboração de todos para a manutenção de uma Aters gratuita e de qualidade a todos os agricultores
familiares gaúchos!
Geraldo Sandri – presidente da Emater/RS e superintendente-geral da Ascar
DESTAQUES
Resta menos de 10% de área de soja e arroz para colher.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 3, 23 abr. 2020
Condições Meteorológicas
CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS OCORRIDAS NA SEMANA DE 16 A 22/04/2020
O período entre 16 e 22 de abril permaneceu seco e com temperaturas baixas em
praticamente todo RS. Na quinta (16), sexta-feira (17) e no sábado (18), a presença do ar
seco e frio manteve as temperaturas baixas, com valores abaixo de 10°C durante a noite na
maioria das regiões, e inferiores a 2°C na Campanha e na Serra do Nordeste. Entre o
domingo (19) e a terça-feira (21), o tempo seco predominou, com elevação das
temperaturas e valores próximos a 30°C durante o dia. Na quarta-feira (22), a aproximação
de uma frente fria favoreceu a maior variação da nebulosidade e ocorreram pancadas de
chuva, fracas e isoladas.
Na grande maioria das áreas do Estado novamente não houve registro de volumes
significativos, e apenas em algumas localidades da faixa Leste e no Litoral ocorreram
pancadas isoladas de chuva, com valores inferiores a 5 mm.
A temperatura mínima ocorreu em Quaraí (1,8°C) em 16/04 e a máxima da semana
foi observada em 21/04, em Bagé (32,0°C).
Observação: totais de chuva registrados até as 10 horas do dia 22/04/2020.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 4, 23 abr. 2020
PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 23 A 29/04/2020
A semana de 23 a 29 de abril deverá ter chuva significativa na maioria das regiões do
RS. Entre a quinta-feira (23) e o sábado (25), o tempo permanecerá sem chuva, e a presença
do ar quente e úmido manterá as temperaturas elevadas, com valores superiores a 10°C
durante a noite na maioria das regiões. No domingo (26), haverá maior variação de nuvens e
poderão ocorrer pancadas isoladas de chuva, principalmente no Oeste e no Sul. Entre a
segunda (27) e a quarta-feira (29), o deslocamento de uma frente fria vai provocar chuva em
todo Estado, com valores mais elevados e com a possibilidade de temporais isolados na
Metade Sul e na fronteira com a Argentina.
Os totais previstos são inferiores a 10 mm nas faixas Norte e Nordeste. Nas demais
regiões, os volumes de chuva deverão variar entre 20 e 45 mm. Na Zona Sul são esperados
volumes entre 60 e 70 mm em algumas localidades.
Fonte: Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 5, 23 abr. 2020
Grãos
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
CULTURAS DE VERÃO
Soja
As chuvas ocorridas na semana foram de baixos volumes e esparsas. O predomínio
do tempo seco se manteve em todo o RS e permitiu que a colheita avançasse para 91%.
Fases da cultura no Rio Grande do Sul
Soja 2020
Fases
Safra atual Safra anterior Média*
Em 23/04 Em 16/04 Em 23/04 Em 23/04
Plantio 100% 100% 100% 100%
Germinação/Des. Vegetativo 0% 0% 0% 0%
Floração 0% 0% 0% 0%
Enchimento de Grãos 1% 2% 2% 2%
Em Maturação 8% 14% 10% 13%
Colhido 91% 84% 88% 85%
Fonte: Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
*Média safras 2015-2019.
À medida que a colheita avança, seguem as solicitações de vistorias de Proagro nas
lavouras que utilizam a política de crédito rural. No Estado, até 23/04 foram realizadas 8.970
vistorias de Proagro em lavouras de soja por técnicos da Emater/RS-Ascar. A totalidade de
solicitações em culturas e hortigranjeiros chega a 14.233 vistorias; os números vêm sendo
contabilizados desde 01 de dezembro.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a colheita avançou para 99%
das áreas e se aproxima do encerramento. O rendimento médio atual está em 2.140 quilos
por hectare. Nos cultivos tardios, semeados em áreas com irrigação, o potencial produtivo
está em 1.500 quilos por hectare, enquanto que nas áreas sem irrigação o rendimento
diminui para menos de 600 quilos por hectare. Os impactos da estiagem na região reduziram
a produtividade da cultura em 45% em relação ao potencial esperado inicialmente. Alguns
produtores já estão planejando a próxima safra e reservaram sementes. Os grãos estão
sendo submetidos à classificação e ao teste de germinação; os primeiros resultados apontam
produto de regular poder de germinação, mas baixo vigor. Essa medida visa avaliar a
necessidade de aquisição de semente no mercado para safra 2020-2021.
Na região de Santa Rosa, 5% das áreas estão em enchimento de grãos, 1% encontra-
se em maturação e 94% já foram colhidas. Em vários municípios, a colheita da soja safra
2019-2020 está encerrada; naqueles da região do entorno de Santa Rosa e Horizontina em
que há cultivos tardios, as colheitas ocorrerão de final de abril a início de maio. As últimas
chuvas ocorridas na região não trouxeram mudanças no cenário geral, que sinaliza redução
de rendimento com perdas de 41%, chegando à produtividade média de 1.924 quilos por
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 6, 23 abr. 2020
hectare. As diferenças de produtividade estão relacionadas aos diferentes tipos de solo
(rasos têm maior perdas), ao volume de chuvas irregulares registrados ao longo do ciclo de
produção, ao período de plantio, ciclo da cultivar e às altas temperaturas registradas no
verão. A produtividade das lavouras onde é solicitado amparo do Proagro deverá ser abaixo
da média regional, devendo atingir em torno de 1.200 a 1.500 quilos por hectare.
Favorecida pelo clima seco na regional de Bagé, a colheita avançou durante a
semana, alcançando 75% da área cultivada. Os avanços são maiores na Fronteira Oeste, com
a maior parte dos municípios alcançando 90% da área colhida, enquanto que na região da
Campanha o índice é próximo de 60%. O rendimento médio está em 1.300 quilos por
hectare, com perda de 50%. A tendência é reduzir ainda mais nas lavouras mais tardias. Em
geral, o estado fitossanitário das lavouras é bom.
Na regional de Soledade, o predomínio do tempo seco continua a favorecer as
atividades de colheita, que já chega a 96%. As lavouras mais atrasadas são as do Vale do Rio
Pardo. A média de produtividade se mantém em 1.680 quilos por hectare.
Na de Frederico Westphalen, a colheita avança e chega a 95%. Das demais
lavouras, 3% delas estão em enchimento de grãos e 2% em maturação. As perdas na região
estão atualmente em 26%. A produtividade média tem se mantido em 2.420 quilos por
hectare, e os grãos colhidos apresentam tamanho e peso menores, além de
desuniformidade de maturação.
Na região da Emater/RS-Ascar de Erechim, 98% da cultura foi colhida e 2% das áreas
estão em maturação. A produtividade média tem se mantido em 2.560 quilos por hectare,
com perdas de 33,5% em relação à produtividade inicial esperada.
Na de Caxias do Sul, a colheita avança e se aproxima do final, estando mais atrasada
nos municípios de maior altitude nos Campos de Cima da Serra, onde a semeadura é mais
tardia. As lavouras tardias apresentam queda de rendimento muito mais expressiva que as
do cedo em decorrência da estiagem que, desde fevereiro, atinge todos os municípios
produtores de soja na região. Verifica-se que áreas onde o manejo do solo é adequado, com
palhada na superfície e pouca compactação, apresentam rendimento significativamente
superior às áreas onde o manejo é inadequado, com solo compactado ou até mesmo áreas
onde é feita a integração com a pecuária sem observar as técnicas de pastoreio rotativo e a
manutenção de altura mínima da planta forrageira. O rendimento médio teve redução de
37% em relação à expectativa inicial, ficando em 2.440 quilos por hectare.
Na de Porto Alegre, 9% dos cultivos estão em enchimento de grãos, 51% em
maturação e 40% já foram colhidos. Em geral, o desenvolvimento das plantas está abaixo do
normal para o período, conforme o ciclo de cada cultivar. Com o avanço da colheita, a perda
média está em 55%; porém, as maiores perdas são esperadas nas lavouras mais do tarde,
que correspondem à maior área da região.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, as precipitações ocorridas
na semana foram de baixos volumes e não atingiram a maioria dos municípios. A cultura
está em plena fase de colheita. Destaques para Morro Redondo, com 95% já colhidos;
Cerrito, 80%; Pelotas, São Lourenço do Sul, Pedro Osório e Santana da Boa Vista, com 70%
colhidos. As produtividades têm variado entre 700 e 1.620 quilos por hectare. Nas cultivares
precoces, o rendimento chega até a 2.100 quilos por hectare. Já nas cultivares de ciclos
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 7, 23 abr. 2020
normal e tardio, a produtividade tem sido menor, pois sofreram mais fortemente os efeitos
da estiagem nos períodos críticos de falta de água.
Na de Passo Fundo, a colheita segue em ritmo acelerado e chega a 98% das áreas; o
restante se encontra em maturação. O rendimento médio atual é de 2.256 quilos por
hectare. Em geral, a estiagem prejudicou o desenvolvimento da cultura, que apresenta
perdas. Até o momento, foram realizadas na região 1.800 perícias de Proagro. O rendimento
médio nessas áreas é de 1.350 quilos por hectare.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja
comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 90,89/sc., com acréscimo de 0,34% em
relação à da semana anterior.
Na região de Santa Rosa, a soja vem sendo comercializada a R$ 87,80/sc.; em Ijuí, a
R$ 88,45; em Caxias do Sul e Frederico Westphalen, a R$ 88,50; em Porto Alegre, a R$ 92,50.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, o preço da saca foi cotado a R$ 90,00; na de
Passo Fundo, a R$ 89,50; na de Soledade a R$ 89,00; na de Bagé, a R$ 92,00; na de Pelotas,
ficou entre R$ 93,00 e R$ 99,70/sc.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2124, de 23 de abril de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Milho
Durante a semana, ocorreram precipitações no Estado com intensidade e volumes
variados, trazendo a diminuição das temperaturas e o registro de geada em algumas regiões.
A fase predominante da cultura é a colheita, que já chega a 83%.
Fases da cultura no Rio Grande do Sul
Milho 2020
Fases
Safra atual Safra anterior Média*
Em 23/04 Em 16/04 Em 23/04 Em 23/04
Plantio 100% 100% 100% 100%
Germinação/Des. Vegetativo 0% 0% 0% 0%
Floração 1% 2% 2% 2%
Enchimento de Grãos 4% 6% 10% 10%
Em Maturação 12% 13% 15% 16%
Colhido 83% 79% 73% 72%
Fonte: Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
*Média safras 2015-2019.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 8, 23 abr. 2020
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, 84% das lavouras já foram colhidas.
Das demais áreas, 2% estão em desenvolvimento vegetativo, 5% em floração, 8% em
enchimento de grãos e 1% está em maturação. Estas lavouras que somam 16% da área total
correspondem às áreas de milho safrinha. Apesar do baixo percentual de perdas de
produtividade das lavouras do milho-safra, esse percentual aumenta quando se incluem as
lavouras de safrinha que sofreram com a estiagem, pois elas apresentaram redução do
crescimento, da área foliar e da formação da espiga. A redução do número e quantidade na
espiga acarreta em novo destino dessas lavouras e passe a ser utilizada como forragem para
alimentação animal. Com as últimas chuvas, a situação das lavouras de milho segundo
plantio melhorou parcialmente. As perdas se mantêm em torno de 50% em relação à
produtividade esperada. O rendimento está em 3.600 quilos por hectare. Em geral,
considerando todas as lavouras de milho destinadas para grãos – de primeiro e segundo
plantio, a perda é de 11%, chegando à produtividade média de 7.118 quilos por hectare. As
maiores perdas ocorreram nos municípios da região das Missões.
Na de Frederico Westphalen, 97% das áreas cultivadas já estão colhidas, 1% está
em enchimento de grãos e 2% em maturação. O rendimento médio é de 6.840 quilos por
hectare, com boa qualidade dos grãos. A perda está em 21% em relação à produtividade
inicial; os produtores continuam a solicitar cobertura de Proagro.
Com a finalização da colheita da soja na região administrativa da Emater/RS-Ascar
de Ijuí, cerealistas e cooperativas se preparam para receber o milho que ainda não foi
colhido, tanto do primeiro cultivo quanto do segundo, realizado em janeiro. A área colhida já
representa 97%. O rendimento médio está em 7.260 quilos por hectare. As lavouras por
colher se apresentam com baixo potencial produtivo e baixa qualidade do grão. A exceção
são as lavouras em que a irrigação foi adotada. Em Salto do Jacuí, o milho de segundo cultivo
foi severamente prejudicado pela estiagem, inviabilizando a continuidade da cultura e a
colheita.
Na regional de Erechim, o milho foi colhido em 95% da área plantada. A retomada da
colheita ocorrerá a partir da finalização da atividade na soja. O rendimento médio é de 7.880
quilos por hectare, com perdas de 15% em relação ao inicial. Os produtores que planejam a
próxima safra têm acompanhando a redução no consumo do grão em nível mundial para
elaboração de etanol, o que pode sinalizar preços menores na safra 2020-2021.
Na de Passo Fundo, a cultura já foi colhida em 97% da área, e o rendimento atual é
de seis mil quilos por hectare.
Na de Caxias do Sul, a colheita avança e vai apresentando rendimentos menores nas
últimas áreas, fundamentalmente em decorrência dos efeitos da estiagem que agravaram o
desenvolvimento das plantas no final do período de enchimento de grãos. A média de
rendimento da safra é de 5.170 quilos por hectare, com perda de 37% em relação à
expectativa inicial.
Na de Soledade, 67% das lavouras já foram colhidas. Das demais, 4% estão em
floração, 15% em enchimento de grãos e 14% em maturação. As lavouras de milho tardias
apresentam perdas de 51% em relação à produtividade inicial; o rendimento médio é de
2.800 quilos por hectare. Embora de baixos volumes, a chuva ocorrida na terça-feira (14) em
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 9, 23 abr. 2020
muitos municípios atenuou a situação de estresse hídrico nas lavouras que se encontram na
fase de floração e enchimento de grãos.
Na de Bagé, a colheita avançou lentamente, alcançando 77% da área cultivada, tendo
em vista que os produtores têm priorizado a operação em outras culturas. Das lavouras, 13%
estão na fase de maturação e 10% em enchimento de grãos. O rendimento alcançado é de
1.600 quilos por hectare, o que representa uma redução de 55% em relação à produtividade
inicial.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a colheita do milho avança à medida em
que for finalizando a das culturas do arroz irrigado e da soja. Em São Lourenço do Sul, 60%
das lavouras estão colhidas, em Pelotas, 45% e em Canguçu, 25%. As produtividades têm
variado: em Piratini, está em 450 quilos por hectare; em Canguçu, 1.700 quilos por hectare;
e em São Lourenço do Sul, é de 2.090 quilos por hectare. As perdas atingem a média de 69%
em relação à produtividade esperada.
Na de Porto Alegre, segue a colheita. A cultura continua se ressentindo da escassez
de água, embora tenham ocorrido chuvas de baixos volumes durante a semana. A safra do
milho grão tem apresentado queda no rendimento de 46% em relação à produtividade
projetada de 4.400 quilos por hectare. Muitas lavouras que seriam destinadas à produção de
grãos devido à baixa qualidade do milho grão vêm sendo utilizadas na alimentação animal,
frente à escassez de forragem de qualidade.
Mercado (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar, o preço médio
chegou em R$ 45,26/sc. no Estado, com acréscimo de 0,11% em relação ao da semana
passada.
Na regional de Santa Rosa, o preço está cotado a R$ 45,00/sc.; em Frederico
Westphalen, a R$ 43,00; em Bagé e Erechim, a R$ 45,00; na de Pelotas, os preços variaram
entre R$ 45,00 e R$ 58,00; em Ijuí, ficou em R$ 43,75. Em Caxias do Sul, o preço permaneceu
em R$ 42,50; na regional de Soledade e na de Passo Fundo, em R$ 44,00; em Porto Alegre a
R$ 54,00/sc.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2124, de 23 de abril de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 10, 23 abr. 2020
Milho silagem
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a colheita e o preparo da
silagem continuam a ser realizadas. No momento, a colheita segue lentamente, tendo em
vista que a prioridade é a colheita de soja. A silagem tem apresentado qualidade inferior e
baixo rendimento. A produtividade tem variado de seis a nove mil quilos por hectare. Muitas
lavouras que vêm sendo destinadas para silagem destinavam-se originariamente a grãos.
Na de Porto Alegre, a colheita do milho silagem teve um avanço significativo nas
últimas duas semanas, em face da antecipação do ponto de colheita por conta do tempo
seco, e chegou a 83% da área. O milho do tarde está com danos irreversíveis e perdas
estimadas de 43% na produção de grãos. O rendimento alcançado está em 14 toneladas por
hectare. Atualmente, o valor por tonelada está em R$ 280,00.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, o milho safrinha deverá ter a
colheita antecipada e ser destinado à silagem. Tanto a qualidade quanto a quantidade são
inferiores aos padrões das safras passadas, circunstância que tem preocupado os produtores
diante do período de vazio forrageiro.
Na região de Ijuí, o milho tem apresentado muita variabilidade de potencial
produtivo, conforme a área dos plantios e o histórico de precipitações.
Arroz
As precipitações nas regiões produtoras foram de baixos volumes e não modificaram
o quadro de escassez de água nos mananciais. O tempo seco predominou durante a semana
e favoreceu a colheita de arroz, que alcança 92% no RS.
Fases da cultura no Rio Grande do Sul
Arroz 2020
Fases
Safra atual Safra anterior Média*
Em 23/04 Em 16/04 Em 23/04 Em 23/04
Plantio 100% 100% 100% 100%
Germinação/Des. Vegetativo 0% 0% 0% 0%
Floração 0% 0% 0% 0%
Enchimento de Grãos 1% 2% 1% 4%
Em Maturação 7% 17% 10% 14%
Colhido 92% 81% 89% 82%
Fonte: Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de Informações e Análises.
*Média safras 2015-2019.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita avançou durante a semana; as
lavouras colhidas atingiram 93% da área cultivada, restando 7% em maturação fisiológica. O
mapa da colheita mostra um índice maior na Fronteira Oeste, onde, em municípios como
Uruguaiana e Barra do Quaraí, resta apenas 1% da área por colher. Em Bagé e Aceguá, na
Campanha, cerca de 30% das lavouras ainda não foram colhidas. A atual safra tem se
caracterizado pela pequena incidência de doenças e insetos, proporcionando boa sanidade
às plantas. O controle de ervas daninhas foi adequado devido à correta aplicação dos
herbicidas e à alta disponibilidade de água na fase inicial do cultivo. A ausência de
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 11, 23 abr. 2020
precipitações tem possibilitado boas condições de trafegabilidade no acesso às lavouras. A
capacidade de armazenagem na região é suficiente para o volume colhido. Há preocupação
com o volume dos reservatórios hídricos, fator determinante para o planejamento da área a
ser cultivada no próximo ano. Em algumas situações, é preciso que no inverno ocorra
elevado volume de chuvas para repor os mananciais utilizados na produção.
Na região de Pelotas, a colheita está se encaminhando para a conclusão. Em Piratini,
Cerrito, Santana da Boa Vista, Herval e Pedras Altas, a colheita foi finalizada. Em São
Lourenço do Sul e em Rio Grande, 90% das áreas já foram colhidas e em Pelotas, 99%. As
áreas com maior atraso estão em São José do Norte. O rendimento tem variado na região:
em Rio Grande a média chegou a 9.205 quilos por hectare; em Pelotas, 8.782 quilos por
hectare; em Pedro Osório, a 8.600 quilos por hectare; em Jaguarão, a 8.366 quilos por
hectare; e em São Lourenço do Sul, a produtividade chegou a 7.547 quilos por hectare.
Na regional de Soledade, a fase predominante é de colheita, que já alcança 85% das
áreas cultivadas, favorecida pela predominância de tempo seco na semana. O rendimento
médio é de 6.640 quilos por hectare. Os demais cultivos estão em maturação. Muitas
lavouras em colheita apresentam queda de produtividade devido ao racionamento de água
nas fases de enchimento de grãos e maturação fisiológica; além disso, a restrição de água na
fase de maturação deixa o grão suscetível a danos mecânicos, reduzindo o rendimento de
engenho. Há áreas que apresentam plantas com falhas na formação dos grãos devido ao
abortamento de flores provocado por alternância de temperaturas durante a fase de
florescimento.
Na de Santa Maria, a condição de tempo seco tem permitido bom desenvolvimento
das lavouras e condições favoráveis para colheita, que já alcança 61%. Em Ivorá, a colheita já
está concluída; em Toropi, São Pedro do Sul, Dilermando de Aguiar e São Francisco de Assis,
chegou em 80%. Os demais cultivos na região estão 33% em maturação e 6% em
enchimento de grãos.
Na regional de Santa Rosa, a colheita já alcança 95%. O rendimento médio está em
oito mil quilos por hectare. As áreas colhidas vêm recebendo bovinos de corte para
aproveitamento da resteva na alimentação do rebanho.
Na da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, a colheita está em 60% da área plantada. Os
grãos colhidos têm se apresentado com boa qualidade. Nas demais áreas das lavouras, há
1% em floração, 6% em fase de enchimento de grãos e 33% em maturação. Em geral, as
lavouras estão sadias, com pouca presença de doenças e pragas; há perdas de 13% no
rendimento em relação à produtividade esperada, devido à permanência da estiagem que
tem reduzido a disponibilidade de água.
Mercado (saca de 50 quilos)
No levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, a cotação
média do arroz no Estado foi de R$ 53,29/sc., um aumento de 2,05% em relação ao preço
cotado na semana anterior.
Na regional de Bagé, o preço variou entre R$ 46,50 e R$ 56,70/sc.; na de Soledade, o
arroz foi comercializado a R$ 49,00; na de Pelotas, entre R$ 51,00 e R$ 58,40; em Santa
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 12, 23 abr. 2020
Maria, chegou a R$ 52,20; na de Santa Rosa, a R$ 52,00, e na regional de Porto Alegre, o
produto foi cotado a R$ 54,00/sc.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2124, de 23 de abril de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Feijão 1ª safra
Na região administrativa de Pelotas, a cultura se encaminha para o final do ciclo, e a
colheita já atinge 97% da área plantada. Nesta safra, a cultura foi bastante afetada pela
prolongada estiagem na região. Apenas parte das lavouras plantadas se destinou
exclusivamente para fins comerciais. As perdas médias chegam a 60% da produtividade
esperada. O rendimento médio está em 540 quilos por hectare.
Feijão 2ª safra
Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 9% das lavouras de
segunda safra estão em estádio de desenvolvimento vegetativo, 31% em floração, 28% em
enchimento de grãos, 12% em maturação e 20% já foram colhidas. As chuvas ocorridas na
semana foram de baixo volume e praticamente não surtiram efeito na cultura. As perdas na
região estão em 35% do rendimento inicial de 1.800 quilos por hectare. Em geral, as
lavouras apresentam limitações para a realização do controle de pragas e doenças e da
adubação nitrogenada de cobertura.
Na de Santa Rosa, as lavouras do feijão safrinha estão nas fases de formação de
vagens e enchimento de grãos. Os cultivos têm apresentado folhas secas e amareladas por
deficiência de umidade. As chuvas da semana beneficiaram parcialmente as lavouras. As
perdas registradas são inevitáveis e já chegam a 70% em relação ao rendimento esperado de
1.500 quilos por hectare.
Na regional de Ijuí, 11% das lavouras estão em floração, 59% em enchimento de
grãos, 25% em maturação e 5% já foram colhidos. As primeiras colheitas ocorreram em
áreas de cultivos irrigados e evidenciaram produto de boa qualidade. O rendimento médio
está em 1.520 quilos por hectare.
Na de Soledade, a colheita avança na região e chegou a 10% das lavouras da segunda
safra. Das demais áreas, 25% encontram-se em floração, 55% em enchimento de grãos e
10% em maturação. Em geral, as chuvas ocorridas na região, apesar do baixo volume,
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 13, 23 abr. 2020
ajudaram a amenizar as perdas que já chegam a 65% da produtividade inicial de 1.300 quilos
por hectare.
Na de Porto Alegre, a cultura está nas fases de florescimento e em maturação,
próxima ao ponto de colheita. As chuvas ocorridas na semana foram esparsas e de baixo
volume, e não alteraram a situação das perdas de 30% em relação à expectativa inicial de mil
quilos por hectare.
Mercado (saca de 60 quilos)
O preço médio do feijão no Estado ficou em R$ 170,50/sc., com aumento de 1,79%
em relação ao da semana anterior, conforme o levantamento semanal de preços da
Emater/RS-Ascar.
Na região de Frederico Westphalen, o preço está cotado a R$ 140,00/sc.; na de
Soledade, chegou a R$ 160,00; na de Ijuí, a R$ 148,00 e na de Porto Alegre, a R$ 300,00. Na
regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, o preço varia entre R$ 180,00 e R$ 290,00/sc.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2124, de 23 de abril de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
Hortigranjeiros
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
OLERÍCOLAS
A Emater/RS-Ascar criou a Feira Virtual da Agricultura Familiar (Fevaf) – canal entre
consumidores e produtores de alimentos que trabalham com vendas virtuais e televendas
nos municípios gaúchos, que também traz informações sobre cuidados durante a
comercialização e o consumo de alimentos em época de pandemia (Covid-19). Informações
sobre os fornecedores em cada município podem ser acessadas em
http://www.emater.tche.br/site/fevaf/.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, há em torno de 350
hectares com as mais diversas olerícolas, com produção doméstica bastante significativa,
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 14, 23 abr. 2020
principalmente nos municípios menores. As últimas chuvas vêm colaborando com o
desenvolvimento das hortaliças, principalmente em relação ao preparo e plantio de novas
áreas a campo que estavam abandonadas devido à falta de umidade do solo. As
temperaturas amenas também melhoraram as condições de desenvolvimento das
hortaliças. Nas hortas caseiras, após o retorno das chuvas, foi iniciada a implantação de
espécies de inverno adquiridas no mercado local. A produção continua baixa, com garantia
de entrega apenas pelos produtores que dispõem de irrigação, que também seguem
efetuando transplante de mudas. Alguns produtores deixaram de entregar produtos no
PNAE, tanto por não terem o produto como devido à redução de compra das escolas neste
momento de pandemia. Há aumento geral de preços em função da produção e distribuição
das olerícolas; nos mercados das cidades menores, o preço do tomate é de R$ 7,50/kg.
Na regional de Ijuí, ainda com baixo aporte de precipitações, os produtores
encontram dificuldades no manejo das áreas e na implantação de novos cultivos. No
município de Ijuí, onde se concentra a maior área cultivada da região, produtores haviam
retomado a semeadura e o transplantio na semana anterior devido ao retorno das
precipitações. No entanto, como não ocorreu chuva nesta semana, foi constatada morte de
plântulas e mudas pequenas nos locais com baixo estoque de água para irrigação,
impactando no aumento do custo de produção e na diminuição da oferta futura. Produtores
com cultivos a campo estão com as atividades paralisadas esperando o retorno da umidade
no solo. Já nos municípios onde as precipitações estão mais regulares, embora ainda de
baixa intensidade, seguem os cultivos planejados e com bom estabelecimento inicial,
principalmente das culturas e cultivares de inverno. A produção em ambiente protegido tem
excelente desenvolvimento, baixa incidência de doenças e constante ataque de mosca-
branca, tripes e ácaros. O volume comercializado nas feiras está muito abaixo do normal,
devido à ocorrência da pandemia; supermercados com bom abastecimento e serviço de tele-
entrega vêm aumentando gradativamente as vendas.
Preços médios praticados na região Produto Unidade Preço (R$)
Alface cab. 2,20
Beterraba kg 3,69
Brócolis kg 4,70
Cenoura kg 3,73
Couve-flor kg 5,00
Mandioca com casca kg 1,83
Mandioca sem casca kg 5,10
Pepino kg 5,25
Repolho kg 3,75
Rúcula maço 2,28
Tomate kg 4,98
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritório Regional de Ijuí.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, o arrefecimento das temperaturas
contribuiu para o desenvolvimento das culturas implantadas recentemente, em especial
alface, cenoura, beterraba e repolho. Em Bagé, foi decretado o retorno parcial de feiras-
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 15, 23 abr. 2020
livres às terças e sextas-feiras na praça central do município. As feiras estavam suspensas
desde março devido ao coronavírus. A comercialização de hortaliças nos supermercados,
mercearias e feiras permanece em queda, pela restrição de acesso e pela menor frequência
aos pontos de comercialização. A colheita de batata-doce e mandioca segue sendo
escalonada. Entretanto, horticultores apontam uma redução de demanda, reduzindo os
preços dos produtos. A cultura da alface em ambiente protegido foi favorecida pela
diminuição da população de tripes.
Na de Santa Maria, a alface é comercializada a R$ 15,00/dz.; o tomate a R$ 55,00/cx.
de 24 quilos; aipim a R$ 18,00/cx. de 20 quilos e a batata-doce a R$ 20,00/cx. de 20 quilos.
Na de Soledade, as chuvas fracas ocorridas na terça-feira favoreceram cultivos a
campo sem irrigação, mesmo que as culturas apresentem perdas irreversíveis em função da
seca. Com um leve aumento da umidade no solo, alguns olericultores preparam a terra para
plantio na semana que segue. Seguem as entregas de hortifrutigranjeiros a domicílio.
Temperaturas mais amenas favorecem o desenvolvimento de espécies folhosas e temperos,
que apresentam boa oferta. Tomate cultivado em estufas apresenta bom desenvolvimento e
sanidade; colheita abastece mercados locais. O tempo seco é favorável à cultura. No baixo
Vale do Rio Pardo, há ocorrência de mosca-branca. Segue a colheita de abóbora, moranga,
aipim e batata-doce. O preço praticado para a moranga Cabotiá é de R$ 20,00/sc. de 20
quilos; vermelha a R$ 8,00/sc. O do aipim está em R$ 28,00/cx. de 22 quilos e o do milho
verde é de R$ 0,30/espiga.
Na regional de Pelotas, o mercado de hortaliças está estabilizado, mas em patamares
inferiores se comparado ao mesmo período do ano passado. Com a reabertura de bares,
restaurantes e pequenos mercados, produtores esperam retomada gradual das compras
com o aumento da demanda, principalmente de folhosas. Persistem problemas com falta de
água; as precipitações são insuficientes para recuperar os mananciais de água. Segue a
colheita de tomate; há incidência de traça do tomateiro. Pimentão em tratos culturais e
colheita, com boa oferta. Em plena colheita a vagem e o milho verde e doce. A oferta de
brássicas vem diminuindo, mas com boa sanidade. Batata-doce e cenoura em colheita.
Preços médios praticados na região Produto Unidade Preço (R$)
Alface cx. com 18 unid. 10,00 a 12,00
Batata-doce branca/amarela kg 1,75
Brócolis unid. 2,50 a 3,00
Cenoura cx. com 20 kg 40,00 a 45,00
Couve-flor unid. 4,20 a 5,00
Couve molho 0,90 a 1,10
Couve manteiga molho 1,10 a 1,20
Milho verde e doce unid. 0,30 a 0,35
Pimentão cx. 10 kg 20,00 a 25,00
Repolho unid. 2,30 a 3,00
Tomate cx. 20 kg 60,00 a 70,00
Vagem kg 4,50 a 5,00
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritório Regional de Pelotas.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 16, 23 abr. 2020
Na regional de Passo Fundo, as medidas de restrição do Covid-19 ainda prevalecem,
e a maioria das feiras continua suspensa. Alguns produtores realizam televenda com entrega
a domicílio. Os preços se mantiveram estáveis na região.
Na de Porto Alegre, agricultores encontram dificuldades para estabelecer novos
plantios em função da indisponibilidade de água para irrigação. As temperaturas amenas
permitiram ousar novos plantios, pois a evapotranspiração não é tão elevada, o que permite
estabelecer as mudas com umidade mínima, principalmente na região litorânea e na encosta
da Serra. O mercado está estabilizando oferta e procura, esta prejudicada em função da
pandemia. A procura por produtos vegetais está sendo restabelecida, o varejo está voltando
a acessar à Ceasa, e as feiras aos poucos de restabelecem.
Alho
Na regional de Passo Fundo, produtores vêm realizando o preparo do solo e a
vernalização da semente para iniciar o plantio assim que as condições climáticas forem
favoráveis, principalmente a umidade do solo. A área a ser cultivada deverá permanecer
igual à da safra passada. Produto sem comércio e cotação regional.
Batata
Na regional de Caxias do Sul, a ausência de precipitações e a umidade bastante baixa
do ar e solo favoreceram o andamento da colheita da safra, restando apenas algumas
últimas lavouras da olerícola. A forte deficiência hídrica durante a fase de enchimento dos
tubérculos afetou de forma considerável o desenvolvimento e, consequentemente, o calibre
das batatas e a produtividade das lavouras. No fluxo comercial, há poucas alterações;
permanece travado e com poucos negócios, em função da qualidade do produto. O preço
médio para batata lavada e sem classificação está em R$ 70,00/sc. 50 quilos.
Na regional de Passo Fundo, as lavouras de safrinha implantadas em fevereiro e
março estão em desenvolvimento vegetativo e formação de tubérculos, prejudicadas pela
estiagem e baixa possibilidade de irrigação desde o plantio, o que atrasou o ciclo e afeta a
produtividade e qualidade do produto. A colheita está prevista para a segunda quinzena de
maio. Produto sem comercialização e cotação regional.
Cebola
Na de Passo Fundo, a previsão de plantio da próxima safra é de uma área um pouco
maior que os 265 hectares cultivados na anterior. O clima segue desfavorável, com poucas
chuvas e irregulares. Produtores preparam o solo para plantio definitivo e realizam preparo
e semeadura em sementeiras para posterior transplante, que ocorrerá no momento em que
as condições de umidade do solo mostrarem-se favoráveis. Produto sem comercialização e
cotação regional.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, segue a semeadura de cebola para
produção de mudas, devendo se estender até o final do mês. A semeadura das cultivares
precoces já foi realizada em 10% da área prevista de 2.785 hectares a serem cultivados com
todas as variedades de cebola. Produtores continuam comprando insumos e encaminham
projetos de custeio da próxima safra. Ainda há cebola para comercializar; preços estáveis.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 17, 23 abr. 2020
Tomate
Na regional de Caxias do Sul, as condições climáticas de secura, bastante insolação e
noites de temperaturas baixas vêm favorecendo a manutenção da sanidade dos tomateirais,
com isenção quase que total de fitopatias e ataque de pragas. Se a fitossanidade se
beneficia, a fisiologia das plantas está sendo bem afetada pelas baixas temperaturas
noturnas e matutinas, que travam o desenvolvimento e a floração dos tomateiros e,
principalmente, retardam a maturação das frutas. Reservatórios de água com níveis
bastantes críticos deixam produtores preocupados com o suprimento hídrico dos
tomateirais. Fluxo comercial com boas melhoras, mostrando claros sinais de aquecimento na
procura pelo mercado, refletindo-se naturalmente na precificação do produto. A cotação
média na propriedade para o grupo longa vida é de R$ 75,00/cx. de 22 quilos.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, a cultura apresenta condição
fitossanitária boa, com atenção à larva minadora e a alguns casos de traça. Em Feliz, novas
áreas implantadas se encontram em fase de desenvolvimento vegetativo, floração e
frutificação, com previsão de iniciar a colheita no final do mês. Segue a colheita das demais
áreas; o preço do tomate-cereja baixou e ficou entre R$ 4,50 e R$ 5,50/kg. Em Alto Feliz, a
cultura está em desenvolvimento vegetativo e colheita. O clima dos últimos dias favoreceu
os manejos relacionados ao cultivo. No momento, predomina a colheita de tomate-cereja;
em relação às outras variedades, houve uma significativa redução de área em função da falta
de chuvas e do calor excessivo, pois são cultivadas a céu aberto. Produtores de mudas
relatam que muitos pedidos foram adiados, mas poucos cancelados. Preocupam bastante a
falta de água para irrigação e as perspectivas futuras. Os preços reagiram um pouco nos
últimos dias, se situando em torno de R$ 5,80/kg.
Rúcula
Na regional de Lajeado, a cultura, produzida anualmente em nove ciclos sucessivos
em ambiente protegido, encontra-se em distintas fases de desenvolvimento vegetativo e
colheita. No momento, há redução da oferta; o produto é comercializado para
supermercados ao preço de R$ 12,00/dz. de molhos.
Pepino
Em Feliz, na regional de Lajeado, a renovação foi realizada em mais de 90% das áreas
previstas. As temperaturas amenizaram, possibilitando o início do plantio no solo, mesmo
com receio de a estiagem prejudicar a cultura. Os cultivos em estufa estão em plena colheita
para alguns agricultores, e outros preparam novas estufas com o plantio de mudas novas. A
principal praga é a tripes, com alta taxa de infestação que requereu medidas de controle. Em
relação à comercialização, a demanda foi baixa no período, com drástica redução de preços
pagos aos produtores. Esta redução de demanda é maior no pepino salada do que para o
Japonês; para ambos, a caixa de 20 quilos foi comercializada a valores que oscilaram entre R$
18,00 e R$ 20,00. Já para o pepino indústria, o preço está entre R$ 40,00 e R$ 50,00/cx. de
20 quilos.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 18, 23 abr. 2020
Abobrinha italiana
Na regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, produtores realizaram o plantio da
cultura entre fevereiro e março para atender a demanda maior próxima ao inverno; e devido
à sensibilidade da cultura ao frio, o produtor espera um melhor preço pelo produto. As
regiões do litoral e encosta da Serra são favorecidas com microclima que permite o plantio.
A colheita iniciou esse mês, e 100% das lavouras estão em produção, que vai até junho.
Foram cultivados três hectares. Os produtores não estão satisfeitos com o preço de
comercialização e a dificuldade de vendas, realizadas para intermediários. O preço pago ao
produtor é de R$ 1,00/kg.
Na regional de Lajeado, a abobrinha colhida em Vale Real apresenta boa qualidade e
boa aceitação no mercado. Em termos fitossanitários, há relato de ocorrência de virose em
algumas áreas e de insetos vetores, os quais demandam controle. Há menos oferta devido à
redução de áreas de cultivo, o que garante comercialização muito satisfatória, com preços
na base de R$ 45,00/cx. de 20 quilos.
Batata-doce
Na regional de Porto Alegre, segue a colheita do plantio do cedo, chegando a 20% da
área. A seca prejudicou a formação de tubérculos, que estão menores e com sabor
descaracterizado. Estima-se uma redução de aproximadamente 30% na produtividade.
Mesmo com o mercado estimulado ao consumo de amiláceas em função das temperaturas
amenas, as negociações estão prejudicadas pela apresentação ruim dos tubérculos da atual
safra. Os preços estão estáveis; na Ceasa, em torno de R$ 25,00/cx. de 22 quilos. O plantio
do tarde encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, também prejudicado pela
falta de chuva e pela pouca umidade de solo. Ainda assim, há condições de recuperação com
uma possível normalidade no regime de chuvas. Em Caraá, produtores preparam as lavouras
para o novo plantio.
Em Feliz, na regional de Lajeado, os plantios de outubro apresentam baixa
produtividade devido à estiagem. Em pequenas áreas cultivadas em canteiros protegidos
com mulching, a qualidade da batata-doce é melhor, e a produtividade se mantém. O preço
segue entre R$ 35,00 a R$ 40,00/cx. de 20 quilos.
Chuchu
Na regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, as precipitações seguem ocorrendo
abaixo da média; no período de 14 dias foram 18,8 mm, com chuva em somente três dias;
reservas com volume muito baixo de água. O predomínio de dias ensolarados facilitou o
desenvolvimento dos trabalhos. Muitas áreas ainda se recuperam da estiagem de dezembro
e janeiro, quando houve também a morte de plantas, principalmente pelo calor excessivo.
Com as poucas chuvas de fevereiro e março, a planta não conseguiu formar a copada normal
e nem emitir flores e frutos de maneira adequada. Em muitas áreas ainda não foi possível
colher; ocorreu a colheita somente onde resta um pouco de água para irrigação. As áreas
encontram-se na fase de florada e em início de colheita; nessa época normalmente estariam
em plena colheita. O preço sofreu variação negativa, apesar dos reflexos da estiagem e da
entressafra de verão, influenciado pela oferta do produto vindo de fora do Estado,
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 19, 23 abr. 2020
principalmente originário da região Sudeste, e suprindo as demandas. O preço médio nas
últimas semanas foi de R$ 1,00/kg.
Beterraba
Na regional de Lajeado, em Vale Real, 30% da área está em fase inicial de colheita. As
raízes apresentam tamanho menor do que o padrão normal devido à falta de umidade
adequada do solo durante o desenvolvimento. Cultivos apresentam boa sanidade. Metade
da área prevista foi preparada para transplante, e está em espera de chuva. A dúzia de
molhos está sendo comercializada a R$ 25,00.
Mandioca/Aipim
Na regional de Santa Rosa, segue a colheita, com produto de boa qualidade e fácil
cozimento; no entanto, segue ainda baixa a concentração de polvilho. O preço pago ao
produtor permanece estável: para mandioca com casca, R$ 2,00/kg; descascada, entre R$
4,00 e 4,75/kg. A caixa de 25 quilos é comercializada a R$ 30,00.
Na de Porto Alegre, devido à estiagem, houve atraso no desenvolvimento da cultura,
que já apresenta perdas na safra. Alguns locais apontam redução de 50% na produtividade.
Estima-se que a colheita tenha sido realizada em apenas 19% da área.
Vagem
Na regional de Lajeado, a cultura encontra-se em entressafra. Produtores retiram
restos culturais dos ambientes protegidos e realizam implantação de novos cultivos. Em
Feliz, produtores que ainda estão colhendo recebem de R$ 40,00 a R$ 50,00/cx. de 10 quilos.
Em Vale Real, algumas áreas com irrigação encontram-se em desenvolvimento vegetativo;
no entanto, mesmo irrigadas, há relatos de perdas na germinação, e o desenvolvimento
vegetativo é lento. Em algumas propriedades, em mais da metade da área o cultivo não foi
realizado na época adequada, ficando para pós-inverno. A saca de 10 quilos de vagem de
primeira foi comercializada a R$ 50,00, e a de segunda a R$ 30,00.
FRUTÍCOLAS
Na regional de Santa Rosa, produtores em geral realizam poda verde, raleio e
preparam áreas para implantação de novos pomares. Segue o trabalho de coleta de
amostras de solo para análise. As chuvas foram benéficas aos citros, em plena frutificação.
Segue a colheita de limão, laranja do Céu, bergamota Satsuma Okitsu, abacaxi Pérola e
abacate, esse com boa carga de frutos até o momento. Nogueira Pecã com baixa carga de
frutos e incidência de cochonilha, pulgão e broca dos ramos. Segue o plantio de
moranguinho. Em relação ao mercado, houve aumento dos preços em fruteiras e
supermercados, especialmente por não haver oferta local nesta época.
Na de Ijuí, os citros apresentam aumento da rachadura da casca e há incidência
elevada do ácaro da falsa ferrugem e de cochonilhas na cultura. Colheita da nogueira em
andamento, com produtividade abaixo da esperada, embora os frutos sejam de boa
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 20, 23 abr. 2020
qualidade. Videiras e pessegueiros têm queda natural das folhas para entrada no período de
dormência. Os preços seguem estáveis na região, sendo os seguintes: bergamota a R$
1,75/kg, laranja e melancia a R$ 1,50/kg e morango a R$ 19,25/kg.
Na regional de Bagé, a maior área da cultura da bergamota encontra-se em
desenvolvimento de frutos. Alguns municípios relatam diminuição de tamanho e queda de
frutos nos pomares com maior restrição hídrica. Em Rosário do Sul, onde são cultivados 325
hectares com bergamotas, estima-se uma redução de 20% na produção e de 30% no calibre
de frutos em função da estiagem. Em São Gabriel, onde são cultivados 46 hectares com a
fruta, iniciou a colheita do cultivar Okitsu. Produtores relatam a baixa demanda por parte
dos supermercados compradores. Seguem tratamentos fitossanitários de entressafra e
tratos culturais em videiras, pessegueiros, pereiras e nogueiras.
Oliva
Na regional de Pelotas, produtores realizam atividades de pós-colheita, com manejo
de adubações, implantação de plantas de cobertura para proteção do solo no inverno,
manejo fitossanitário para controle de pragas e doenças e manejo de pecuária,
principalmente a ovinocultura.
Na regional de Soledade, produtores realizam manejo de pragas e fungos no período
pós-colheita (lagarta da oliveira, repilo e emplumado). Este tratamento tem por objetivo
principalmente evitar a perda de área foliar para não comprometer a próxima safra.
Caqui
Na regional de Erechim, estão implantados 50 hectares com a fruta. A produtividade
apresenta perdas de em torno de 50%, e a média deve ficar em oito toneladas por hectare.
O preço ao produtor permaneceu em R$ 3,00/kg.
Na de Soledade, fruta em plena colheita. O clima seco do período reduziu a
incidência de antracnose, principal doença do caquizeiro. A produção na região é pouco
significativa; em alguns municípios há pequenas áreas cuja produção atende
estabelecimentos locais. Praticamente toda a demanda pelo caqui vem de fora da região. O
preço pago aos produtores é de R$ 2,50/kg.
Maracujá
Na regional de Porto Alegre, o mercado está desestimulando produtores;
historicamente o preço praticado neste período é bem maior, mas nessa safra fica de 22 a
27% abaixo do preço médio. Esta situação é indiferente à oferta, que na verdade está baixa,
pois ainda há dificuldade de transporte da safra para o principal mercado consumidor,
CEAGESP. A coleta de frutas para venda foi retomada. A expectativa é de reação nos preços.
Citros
Na regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, segue a ocorrência de ataque de
mosca-das-frutas e de rachaduras nas laranjas. A expectativa é de que os novos plantios na
região cheguem a até 100 hectares. O preço pago ao produtor para variedades Navelina e do
Céu é de R$ 1,00/kg, e para Salustiana e Rubi, R$ 0,80/kg. Segue a colheita de bergamota; o
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 21, 23 abr. 2020
preço da Satsuma Okitsu é de R$ 30,00/cx. de 24 quilos. Entraram para venda a comum e a
Caí, com preço de R$ 1,00/kg.
No Vale do Caí, um dos Coredes da regional de Lajeado, as chuvas ocorridas na
última quinzena foram de pouca intensidade, e não alteraram a grave situação da
citricultura. O estresse hídrico atual está causando decréscimo da produção da área foliar
das laranjeiras e bergamoteiras, fechamento dos estômatos, aceleração da senescência e da
abscisão das folhas. Quando as plantas são expostas a situações de déficit hídrico, exibem
respostas fisiológicas que resultam indiretamente em conservação da água no solo, como se
estivessem economizando para períodos posteriores. Essa resposta da planta ao déficit
hídrico compromete vários dos processos inerentes ao desenvolvimento da cultura, e
acabam determinando a queda de frutas e, em casos mais graves, a morte de plantas. Para
as cultivares de bergamoteiras precoces, como Caí e Poncã, o prejuízo já é irreversível,
principalmente quanto ao calibre das frutas. O mesmo ocorre com as laranjas precoces,
como a do Céu. Em Pareci Novo, muitos citricultores vêm retirando todas as frutas de
pomares jovens, na tentativa de evitar a morte de plantas. Também está atrasado o
desenvolvimento das frutas, determinando atraso do início da colheita. Muitos citricultores
que realizaram o crédito de custeio pelo Pronaf solicitam Proagro – seguro da agricultura
familiar, e os que têm recursos do Pronaf Investimento para implantação de novos pomares
têm solicitado a prorrogação do vencimento das parcelas.
Os citricultores concluíram o raleio nas bergamoteiras das cultivares Caí e Pareci, e
suspenderam na Montenegrina, a última a ser raleada, em função da estiagem. Esta prática
já foi realizada em quase a totalidade nesta safra, durante fevereiro e março, meses em que
os efeitos da estiagem se agravavam. O preço médio recebido pelos citricultores pela
bergamotinha verde nesta safra ficou em R$ 350,00/ton. Como as bergamotas do grupo das
Mediterrâneas são produzidas na maior parte no Rio Grande do Sul, e já que no restante do
Brasil predomina a Poncã, este óleo essencial de bergamota é uma exclusividade, e a
extração ocorre apenas na região do Vale do Caí. A aquisição da bergamotinha verde é feita
por quatro indústrias localizadas na região, sendo que uma pertence a uma cooperativa e
processa bergamotas de produção orgânica, produzindo o óleo essencial orgânico. O volume
de bergamotinha verde processado varia a cada safra, e está na dependência da carga das
plantas em determinada safra e do preço pago pelas indústrias pela bergamotinha. Como o
processo de raleio é mais demorado e trabalhoso quando a fruta será destinada à
industrialização, muitos citricultores só fazem a venda se o retorno for compensador. Nesta
safra de 2020, os preços pagos foram considerados satisfatórios; entretanto, o volume
colhido foi reduzido em função da estiagem. O preço médio internacional pago pelo litro de
óleo essencial de bergamota é de U$ 90,00.
Os cultivos da lima ácida Tahiti em Bom Princípio também vêm sofrendo com a
estiagem. Pomares em áreas de morro estão com folhas bem enrugadas e há a possibilidade
de morte das plantas. Já há bastante tempo não se vê floração devido à estiagem, ocorrendo
queda de frutinhos e atraso no desenvolvimento de frutos. A comercialização está irregular
devido à influência da pandemia. No início do isolamento social, o preço da fruta beirou aos
R$ 40,00/cx. de 25 quilos; arrefecida a demanda motivada pelo receio de desabastecimento,
o preço retornou ao patamar anterior, em média a R$ 25,00/cx. Alguns produtores relatam
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 22, 23 abr. 2020
que não conseguem escoar todos os produtos em Ceasas, devido à falta de compradores,
mesmo baixando o preço.
Na regional de Passo Fundo, o potencial de produtividade dos pomares de laranja é
razoável. Produtores realizam tratos culturais, monitoramento e controle de pragas,
principalmente a mosca-das-frutas. Segue a colheita da bergamota Okitsu e do limão Taiti,
apresentando queda na produtividade. O preço pago ao produtor para a bergamota é de R$
20,00/cx. de 25 quilos; para o limão, R$ 1,00/kg.
Na regional de Soledade, os citros estão em fase de desenvolvimento de frutos e
maturação; bergamota Okitsu em plena colheita; Ponkan, laranjas de umbigo e comuns
precoces começam a mudar a tonalidade, acelerando o processo de maturação. Em
consequência da seca, o número de frutos por planta e o tamanho deles são menores que os
do ano anterior. Produtores seguem o cronograma de manejo fitossanitário para o controle
de pragas e doenças, principalmente da mosca-das-frutas, pinta preta e cancro cítrico.
Doenças fúngicas têm menor incidência.
Pêssego
Na de Caxias do Sul, as condições climáticas de escassez de chuvas, alta insolação,
ventos frequentes e noites com baixas temperaturas vêm propiciando forte deficiência
hídrica no solo, debilitando as plantas. Tal debilidade é facilmente perceptível no
amarelecimento e na queda prematura das folhas. Essas mesmas condições propiciam, de
forma geral, uma ótima sanidade, com isenção de fitopatias e pouquíssimos casos de ataque
de pragas, principalmente de ácaros. O período corresponde ao auge da poda de outono,
prática bastaste adotada e que tem como objetivo principal a antecipação da poda de
inverno, aliviando os produtores desse compromisso futuro. No entanto, o quadro climático
deixa alguns produtores na dúvida sobre a execução dessa atividade, pois há o receio de
que, assim que retornar a chuva, os pessegueiros poderão brotar antecipadamente, ou seja,
no pleno do inverno. Outra prática rotineira, a semeadura das plantas de cobertura, se
encontra inviabilizada pelas condições adversas do solo. Os persicultores que planejam a
renovação dos pomares, ou por estarem decrépitos ou por substituição da variedade, vêm
operando no arranquio das plantas velhas e corrigindo o solo quanto à acidez e fertilidade.
Morango
Na regional de Caxias do Sul, continua preocupante o fluxo comercial da fruta,
bastante afetado pelas medidas restritivas para o controle da pandemia, principalmente nas
regiões tradicionalmente turísticas como Gramado e proximidades, cujos produtores
organizaram suas estratégias de mercado visando o abastecimento local e a venda direta aos
turistas, inexistentes devido à restrição. A produção está dentro da média para a época do
ano, devendo ter reflexos negativos num futuro próximo no que tange à produtividade, haja
vista a sequência de noites com temperaturas bastante baixas. Inicia a colheita de
variedades importadas da Espanha e transplantadas no início do ano. Na venda direta ao
consumidor, o valor recebido ficou entre R$ 10,00 e 15,00/kg. Na venda para mercados, em
fruteiras e na Ceasa da capital e na de Caxias do Sul, o valor praticado ficou entre R$ 9,00 e
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 23, 23 abr. 2020
12,00/kg. De maneira geral, produtores adotaram rígidas medidas de higiene e prevenção de
contágio do coronavírus.
Em Feliz, na regional de Lajeado, onde 100 unidades de produção cultivam 50
hectares de morango, produtores que renovaram áreas com mudas importadas da Espanha
dedicam-se aos tratos culturais normais de irrigação e fertirrigação para o bom
desenvolvimento vegetativo dos cultivos. Os que utilizam mudas nacionais aguardam a
entrega, que está atrasada; os demais que optam por mudas importadas da região da
Patagônia – que chegam a partir de maio, continuam ajustando estruturas do ambiente
protegido como reformas e ajuste de sacolas e substratos. Produtores finalizaram práticas
de poda de renovação e/ou de seleção de coroas nas áreas conduzidas para o segundo ou
terceiro ciclo com as mesmas plantas, sem registro de problemas fitossanitários. A
comercialização está satisfatória para a época, com bom preço. O preço médio é de R$ 2,50
a R$ 3,00/cumbuca de 300 gramas.
COMERCIALIZAÇÃO DE HORTIGRANJEIROS – CEASA/RS
Dos 35 principais produtos analisados semanalmente pela Gerência Técnica da
Ceasa/RS, 17 produtos ficaram estáveis em preços, em seis houve alta e em 12 o preço
baixou. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os
produtos com variação de preços de 25% para cima ou para baixo. Nenhum produto
destacou-se em alta e dois destacaram-se em baixa.
Nesta semana o mercado se manteve abastecido, apesar dos reflexos da seca na
região Sul. A comercialização permanece desaquecida devido à pandemia provocada, às
restrições impostas e também pela insegurança econômica do consumidor. Registre-se,
entretanto, que é tradicional a redução na demanda nesta época do mês; já em condições
normais de circulação dos consumidores, esta ocorrência é naturalmente observada. Nota-
se que produtores e lojistas vêm adequando vendas e níveis de preços na tentativa de
manter coberto o mínimo de seus custos.
Produtos em baixa
Chuchu – de R$ 1,67 para R$ 1,25/kg (-25,15%)
Além da já comentada baixa na demanda pelos hortigranjeiros, acessaram o mercado
volumes de chuchu procedentes do Paraná e do Espírito Santo, equilibrando a oferta com
produtos de boa qualidade. A safra gaúcha de chuchu foi bastante prejudicada pela seca.
Limão Taiti – de R$ 1,94 para R$ 1,39/kg (-28,35%)
Devido à característica de o limão ser rico em Vitamina C, a procura se manteve um
pouco acima do normal neste período de pandemia. O limão também é uma fruta muito
utilizada em sucos e bebidas, principalmente nos dias quentes; mas a redução das
temperaturas nas últimas semanas, aliada à baixa na demanda geral de frutas, legumes e
verduras, influenciou a queda nos preços praticados.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 24, 23 abr. 2020
Hortigranjeiros em variação semanal de preço – Ceasa/RS Produtos em alta Unidade 14/04/2020
(R$)
21/04/2020
(R$)
Aumento
(%)
Brócolis unid. 2,08 2,33 +12,02
Cebola nacional kg 2,25 2,50 +11,11
Couve-flor cab. 2,50 2,92 +16,80
Manga kg 2,78 3,06 +10,07
Melão Espanhol kg 3,75 3,85 +2,67
Pepino salada kg 1,67 1,75 +4,79
Produtos em baixa Unidade 14/04/2020
(R$)
21/04/2020
(R$)
Redução
(%)
Abacate kg 2,78 2,50 -10,07
Batata kg 2,60 2,40 -7,69
Batata-doce kg 2,00 1,75 -12,50
Beterraba kg 2,00 1,75 -12,50
Cenoura kg 3,25 3,00 -7,69
Chuchu kg 1,67 1,25 -25,15
Laranja suco kg 1,67 1,50 -10,18
Limão Taiti kg 1,94 1,39 -28,35
Mamão Formosa kg 3,50 3,00 -14,29
Melancia kg 1,20 1,00 -16,67
Ovo branco dz. 5,00 4,67 -6,60
Tomate-caqui longa vida kg 4,00 3,50 -12,50
Fonte: Centrais de Abastecimento do RS – Ceasa/RS.
Outras Culturas
Carvão vegetal
Na regional de Lajeado, a pandemia afetou fortemente a cadeia produtiva do carvão
vegetal. Nesta época, o consumo é menor depois da alta demanda de final de ano e do
período de férias, mas este ano a situação é crítica para muitos produtores, empacotadores
e comerciantes de carvão. Há vários relatos de redução superior a 75% do volume
comercializado e de comercialização estagnada, causando aumento nos estoques de carvão,
principalmente nos empacotadores de maior porte. Outros registros informam paralisação
total no processo de produção do carvão nos fornos, devido ao fechamento de restaurantes
e bares, estabelecimentos que compram carvão em grandes quantidades. O consumo
doméstico está estável, sendo, portanto, a principal forma de escoamento do produto neste
momento. Muitos comerciantes que estão com os estoques cheios tanto de matéria-prima
como de carvão empacotado, aguardam melhor comercialização no segundo semestre.
Ao diminuir fortemente a comercialização do carvão, todos os agentes da cadeia
produtiva são afetados, pois há redução do trabalho nos fornos, no corte de madeira e no
transporte: agricultores que prestam serviços de corte de madeira, como complemento de
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 25, 23 abr. 2020
renda; pessoas que têm a prestação deste serviço como a principal fonte de renda; e os
transportadores, todos vêm enfrentando sérias dificuldades com a diminuição da demanda
de carvão vegetal. O valor pago ao produtor de carvão, em alguns municípios, diminuiu de
R$ 0,90 para R$ 0,85/kg do carvão de acácia-negra e de R$ 0,80 para R$ 0,75/kg do carvão
de eucalipto. A tendência para as próximas semanas é de diminuir ainda mais, em função da
retração da demanda.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, o preço pago ao produtor para o carvão de eucalipto é de R$ 1,75/kg.
Criações
Para acessar o mapa com a regionalização da Emater/RS-Ascar, clique aqui.
PASTAGENS
Em função da estiagem prolongada, os campos nativos e as pastagens cultivadas de
verão tiveram seu ciclo encurtado e apresentaram grande diminuição da produção de massa
verde e aumento do teor de fibras, antes do que normalmente acontece.
A estiagem também provocou atraso na implantação das pastagens cultivadas de
inverno. Somado ao encurtamento do ciclo das forrageiras de verão, tal atraso terá como
consequência um alongamento do período de vazio forrageiro outonal.
As poucas chuvas ocorridas nas últimas semanas propiciaram suficiente umidade no
solo para o plantio de pastagens de inverno na maior parte das regiões, mas é necessário
que chova bem mais para que ocorra a boa germinação e o bom desenvolvimento das
forrageiras implantadas.
Outra consequência da estiagem foi uma grande redução na produção de feno; em
muitas áreas, sequer se tornou possível.
BOVINOCULTURA DE CORTE
Em quase todo o Estado, a maior parte dos rebanhos bovinos de corte apresentam
escore corporal abaixo do normal para a época do ano, com predominância de perda de
peso. Concorre para esse quadro a deficiência alimentar e nutricional, resultante da baixa
quantidade e qualidade dos pastos e da escassez de água para dessedentação, ambas
causadas pela estiagem.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, estima-se que a
perda de peso do gado esteja em torno de 25%.
Outro prejuízo que deve ser causado pela restrição alimentar é a redução da taxa de
prenhez das vacas.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 26, 23 abr. 2020
As condições sanitárias dos bovinos de corte no geral são satisfatórias. É importante
destacar que encerra no final do mês o prazo para que os criadores comuniquem a
Inspetoria Veterinária sobre a vacinação obrigatória contra febre aftosa.
Comercialização
Nesta semana, o preço médio do boi para abate no Rio Grande do Sul caiu 0,76%,
passando de R$ 6,56 para R$ 6,51/kg vivo; o da vaca baixou 0,18%, passando de R$ 5,67 para
R$ 5,66 /kg vivo.
Em comparação com valores registrados há um ano, o preço atual do quilo vivo da
vaca para abate teve um acréscimo de 21,20% e o do boi está 21,00% maior.
Preços médios das categorias de bovinos de corte em regiões e municípios do RS
Categoria
(R$ por kg/cab.)
Região de
Bagé
Região de
Porto Alegre
Região de
Caxias do Sul
Bossoroca
Boi gordo (kg) 6,00 6,60 6,80 6,40
Vaca gorda (kg) 5,10 6,00 5,60 5,40
Vaca de invernar (kg | cab. | kg) 4,50 1.500,00 5,00 -
Vaca c/cria ao pé (cab.) - 2.200,00 - 2.600,00
Novilha (cab.| kg) - 1.250,00 5,10 6,00
Novilho (kg | cab. | kg) 6,50 1.600,00 6,40 6,60
Terneiro (kg) 7,50 7,20 7,30 7,25
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritórios Regionais.
Fonte: Cotações Agropecuárias nº 2124, de 23 de abril de 2020. Emater/RS-Ascar. Gerência de Planejamento. Núcleo de
Informações e Análises. Disponível em: http://bit.do/eRWGv.
BOVINOCULTURA DE LEITE
Neste ano, começa a ser caracterizado um vazio outonal bastante mais severo do que
o ocorrido na média dos últimos anos. O déficit alimentar e nutricional das pastagens nativas
e cultivadas de verão, a escassez hídrica, o atraso na implantação das pastagens cultivadas
de inverno e a redução da quantidade e da qualidade da silagem produzida são os principais
componentes que, no conjunto, resultam no agravamento do quadro. Todos são
decorrentes do longo período de estiagem.
A situação predominante dos rebanhos de bovinos gaúchos de leite continua sendo
de declínio do escore corporal e queda da produção leiteira.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 27, 23 abr. 2020
As estimativas de queda na produção leiteira mais significativas relatadas pelos
escritórios regionais da Emater/RS-Ascar nas respectivas áreas de abrangência foram as
seguintes: regional de Erechim – 15%; Pelotas – 15 a 20%; Lajeado – 20%.; Frederico
Westphalen – 30%; Porto Alegre – 30%; Santa Maria – 33%; Bagé – 50%.
OVINOCULTURA
Na maior parte das áreas de criação do Estado, os rebanhos ovinos gaúchos não
apresentam maior comprometimento de seu estado corporal, mas há relatos de perda de
peso nas regiões da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre e de Soledade. Na de Porto Alegre, a
perda de peso é estimada em 15%.
As condições sanitárias no geral são satisfatórias, com atenção especial para o
controle de verminoses, sarna e piolho.
Na região de Bagé, o baixo nível da água em alguns açudes originou a formação de
atoleiros, ocasionando a morte de ovinos que ficaram presos na lama.
Comercialização
Após registrar uma elevação na semana anterior, o preço médio do cordeiro para
abate no Estado voltou a cair, passando de R$ 7,38 para R$ 7,30/kg vivo, uma redução de
1,08%. Ainda assim, o valor atual é 10,77% mais alto que o registrado há um ano.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, os preços de
comercialização de ovinos foram os seguintes: ovelha – de R$ 5,50 a R$ 6,50/kg vivo, capão
– de R$ 6,00 a R$ 7,50/kg vivo, cordeiro – de R$ 7,00 a R$ 8,50/kg vivo.
Na de Bagé, os preços médios de comercialização de ovinos foram os seguintes:
ovelha de cria – R$ 300,00/cab., ovelha de consumo – R$ 250,00/cab., capão – R$ 5,00/kg,
cordeiro – R$ 6,50/kg.
APICULTURA
O clima na semana transcorreu favorável à atividade e ao manejo das colmeias.
Em algumas regiões, prossegue a colheita do mel, enquanto em outras a safra de
outono está encerrando e são iniciados os preparativos para atravessar os meses de inverno.
Comercialização
Preços praticados na comercialização do mel Região A granel (R$/kg) Embalado (R$/kg)
Bagé 5,00 24,00
Caxias do Sul 6,50 25,00
Erechim 8,00 18,00
Ijuí 15,00 22,00
Passo Fundo - 22,50
Pelotas 4,00 a 15,00 13,00 a 25,00
Porto Alegre 6,00 20,00
Santa Rosa - 15,00 a 20,00
Soledade 6,00 a 7,00 15,00
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritórios Regionais.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 28, 23 abr. 2020
PISCICULTURA
Os níveis dos viveiros continuam baixos, requerendo cuidados especiais. Nos açudes
onde foi realizada a despesca, os piscicultores realizam os procedimentos de conservação e
preparo para um novo ciclo produtivo.
Comercialização
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, o quilo vivo de peixe
inteiro foi vendido durante a semana pelos piscicultores com os seguintes valores: Carpa –
de R$ 10,00 a R$ 12,00; Jundiá – R$ 18,00; Pacu – R$ 15,00; Traíra – R$ 13,00. O filé de
Tilápia ficou em R$ 25,00/kg.
Na região de Ijuí, os preços do quilo vivo pagos aos piscicultores foram os seguintes:
Carpa – de R$ 6,27 a R$ 7,52; Tilápia – R$ 5,52; Jundiá – R$ 8,66.
Na de Santa Rosa, o quilo de peixe vendido pelos piscicultores obteve os seguintes
valores: Carpa inteira – de R$ 8,00 a R$ 10,00; Carpa eviscerada – de R$ 11,00 a R$ 14,00;
Tilápia inteira – de R$ 5,50 a R$ 6,50. O filé de Tilápia ficou em R$ 23,00/kg.
PESCA ARTESANAL
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, em municípios como
Cidreira e Arroio do Sal, continuam a restrição ao acesso à beira do mar e o estabelecimento
de horários específicos para a pesca. Continua também, na maioria dos municípios, a
suspensão das feiras de peixe. As vendas continuam a ser realizadas na casa dos pescadores
ou por tele-entrega.
Na região de Santa Rosa, a baixa profundidade da água dos rios impede a pesca
embarcada na maioria dos locais. O mau cheiro da água, em virtude da grande proliferação
de algas, é outro problema enfrentado pelos pescadores artesanais.
Comercialização
Na região de Pelotas, na Lagoa dos Patos, o Camarão com casca foi vendido durante
a semana a valores entre R$ 4,00 e R$ 15,00/kg.
Preços do pescado artesanal vendido inteiro na região de Pelotas Espécie R$/kg
Corvina de 2,50 a 4,00
Linguado 8,00
Tainha de 2,50 a 3,50
Traíra de 4,50 a 5,00
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritório Regional de Pelotas.
Na região de Porto Alegre, em Mostardas, o preço do Camarão ficou em R$ 10,00/kg
com casca e entre R$ 40,00 e R$ 45,00/kg descascado. O preço do peixe eviscerado vendido
diretamente aos consumidores ficou entre R$ 8,00 e R$ 10,00/kg.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 29, 23 abr. 2020
Em Arroio do Sal, a Tainha eviscerada foi vendida a R$ 19,00/kg, e o filé de Tainha a
R$ 25,00/kg.
Preços médios do pescado artesanal marinho na região de Porto Alegre Espécie R$/kg peixe eviscerado R$/kg filé
Merluza - 25,00
Papa-terra 12,00 16,00
Pescadinha - 16,00
Tainha 15,00 -
Fonte: Emater/RS-Ascar. Escritório Regional de Porto Alegre.
A regionalização administrativa da Emater/RS-Ascar se organiza em 12 escritórios
regionais, sendo que cada região contempla áreas geográficas dos Conselhos Regionais de
Desenvolvimento – Coredes, conforme mapa abaixo.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 30, 23 abr. 2020
Preços Semanais
COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES
(Cotações Agropecuárias nº 2124, 23 abr. 2020)
Produtos Unidade
Semana
Atual
Semana
Anterior
Mês
Anterior
Ano
Anterior
Médias dos Valores da
Série Histórica –
2014/2018
23/04/2020 16/04/2020 26/03/2020 25/04/2019 GERAL ABRIL
Arroz 50 kg 53,29 52,22 49,44 42,47 49,47 47,24
Boi kg vivo 6,51 6,56 6,63 5,38 6,13 6,14
Cordeiro kg vivo 7,30 7,38 7,38 6,59 6,91 6,61
Feijão 60 kg 170,50 167,50 150,00 179,70 202,28 215,02
Milho 60 kg 45,26 45,21 44,72 32,48 36,83 37,01
Soja 60 kg 90,89 90,58 88,52 70,64 82,20 79,90
Sorgo 60 kg 36,60 35,60 35,40 26,02 30,28 28,29
Suíno kg vivo 3,88 3,83 3,86 3,47 4,30 4,28
Trigo 60 kg 47,27 46,03 44,90 43,28 41,20 39,86
Vaca kg vivo 5,66 5,67 5,73 4,67 5,38 5,41
20-24/04 13-17/04 23-27/03 22-26/04
Fonte: Emater/RS-Ascar. GPL/NIA. Cotações Agropecuárias nº 2124 (23 abr. 2020).
Notas: 1) Índice de correção: IGP-DI (FGV). 2) Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano
Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do
quinquênio 2014-2018 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da
série histórica 2014-2018.
Notas Agrícolas
Como a Lei do Agro pode ajudar o produtor rural?
Apesar de comemorada, o Produtor Rural deve ser alertado que nem tudo é benéfico quanto parece
A atividade agropecuária constitui uma das principais fontes de renda para o Brasil,
tanto é que o setor agrícola atualmente representa um quinto do produto interno bruto
nacional.
A potência do setor agropecuário está fortemente atrelada aos financiamentos
agrícolas, que contribuem no aumento das operações e redução de seus custos, realização
de investimentos, e otimização dos processos de comercialização de produtos
agropecuários.
Com o objetivo de reduzir o custo do crédito rural, em 2019 foi elaborada a Medida
Provisória nº 897, mais conhecida como MP do Agro. Em 07/04/2020 a medida foi
sancionada pelo Presidente da República e convertida na Lei nº 13.986, de 7 de abril de
2020.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 31, 23 abr. 2020
O Portal Agrolink conversou com a Dra. Isabella Nunes, advogada da DASA
Advogados sobre A MP do Agro, agora sancionada e convertida na Lei nº 13.986/2020 ‘Lei
do Agro’.
Como a Lei do Agro vem a ajudar o produtor rural?
A MP do Agro, agora sancionada e convertida na Lei nº 13.986/2020 ‘Lei do Agro’,
estabeleceu diversas providências com o objetivo de facilitar o acesso dos Produtores Rurais
ao crédito rural, bem como reduzir o custo do crédito rural.
A referida lei visa impulsionar o agronegócio no Brasil criando instrumentos como
Fundo Garantidor Solidário (FGS), o patrimônio rural de afetação e a Cédula Imobiliária Rural
(CIR).
Contudo, apesar de comemorada, o Produtor Rural deve ser alertado que nem tudo é
benéfico quanto parece. Assim, podemos destacar algumas “pegadinhas” trazidas pela lei.
O Fundo Garantidor Solidário poderá ser composto, por no mínimo dois devedores,
que deverão integralizar cotas no percentual de 4% sobre o saldo devedor das operações a
serem garantidas. Estes Fundos terão estatuto próprio, que o devedor deverá ter ciência.
O patrimônio de afetação permite que o Produtor Rural a segregação de parte de seu
patrimônio para figurar como garantia em CIR ou CPR. Os bens e os direitos integrantes do
patrimônio rural em afetação não se comunicam com os demais bens, direitos e obrigações
do patrimônio geral do proprietário ou de outros patrimônios rurais em afetação por ele
constituído.
A Cédula de Produto Rural, quando emitida em patrimônio de afetação, além de não
integrar os bens de Produtores Rurais em caso de Recuperação Judicial, poderá ser emitida
com taxa de juros fixa ou flutuante, até mesmo com variação cambial, o que pode implicar
ao devedor a incerteza sobre o valor da dívida a ser paga.
A Lei do Agro caracteriza ainda como estelionato fazer declarações inexatas acerca de
sua natureza jurídica ou qualificação, bem como dos bens oferecidos em garantia da CPR
(penhor, hipoteca etc.). Assim qualquer declaração inexata de bens poderá complicar a vida
do produtor rural.
Em decorrência das novidades trazidas, torna-se ainda mais importante que o
Produtor Rural busque sempre o auxílio de advogados capacitados no assunto, visto que
aparentemente a Lei é benéfica, entretanto quando analisados seus aspectos no cotidiano
rural notamos que poderá causar enormes prejuízos caso não analisado minuciosamente.
- A nova Lei regulamentou o patrimônio de afetação de propriedades rurais e
instituiu a Cédula Imobiliária Rural. Como ficará a situação para o produtor?
O patrimônio de afetação permitirá ao Produtor Rural submeter seu imóvel rural ou
fração dele ao regime através de emissão de CRI ou CPR. Os bens e direitos integrantes do
patrimônio rural em afetação não se comunicam com os demais bens, direitos e obrigações
do patrimônio geral do Produtor Rural, essa incomunicabilidade é limita às garantias
vinculadas às CPRs e às CIRs.
Entretanto, não nos parece razoável as consequências advindas pela regulamentação
destes institutos, sendo necessário ter extrema cautela ao utilizá-los.
Isso porque, embora a constituição do patrimônio de afetação não altere a
titularidade do imóvel, esta impõe restrições à sua disponibilidade pelo Produtor Rural.
Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1603, p. 32, 23 abr. 2020
Primeiramente, não poderá ser constituído sobre o imóvel rural em afetação nenhuma
garantia real, com exceção da própria CIR ou CPR. Além disso, o imóvel não poderá ser
alienado por compra e venda, doação, ou qualquer outra modalidade por iniciativa do
proprietário.
O patrimônio de afetação vinculado a CIR ou CPR torna-se impenhorável, não se
sujeitando a nenhuma constrição judicial. Não podendo, ainda, ser utilizado para realizar ou
garantir o cumprimento de qualquer outra obrigação assumida pelo proprietário estranha e
vinculada a CIR ou CPR.
No mais, está disposto no art. 10, § 4º, da Lei nº 13.986/20[1] que o patrimônio rural
em afetação vinculados a CIR ou a CPR, não serão atingidos pelos efeitos da decretação de
falência, insolvência civil ou recuperação judicial do proprietário de imóvel rural, além de
não integrar a massa concursal dos devedores.
E, mesmo após o STJ reconhecer a legitimidade da Recuperação Judicial de
Produtores Rurais, adveio a Lei do Agro que, de certa maneira, a CPR – principal instrumento
de garantia oferecido por produtores rurais, restou excluída do procedimento
Recuperacional.
Por fim, caso a CIR ou CPR não sejam liquidadas no vencimento, o credor detentor da
garantia poderá exercer de imediato seu direito à transferência de registro de propriedade
da área rural que constitui o patrimônio em afetação, diretamente no cartório de registro de
imóveis.
- Como a advocacia consultiva preventiva pode contribuir?
A referida Lei traz inúmeras “pegadinhas”, visto que seu objetivo era facilitar o acesso
do Produtor ao crédito rural.
Assim, ante todos os efeitos e as consequências jurídicas que poderão sobrevir, é
ainda mais importante a consulta de um advogado, principalmente antes de vincular o
patrimônio rural ao regime de afetação.
Fonte: Agrolink (publicado em 20/04/2020).