SUMÁRIO:

Introdução

Paradoxo de Olbers

Teoria e Descobertas Pró Universo Finito

Origem do Universo – Pré Ciência

Teorias - Origem do Universo

Teoria do BIG BANG

ESTADO ESTACIONÁRIO

INFLAÇÃO CÓSMICA

INFLAÇÃO CAÓTICA de Andrei Linde

Conclusão

ROLAGEM MANUAL USE O RATINHO

Só faz sentido desenvolvermos sobre a “origem do universo” se o universo for finito ou seja, não for eterno.

Antes do século XIX, acreditava-se que o universo era eterno. Entretanto, essa crença começou a ser abalada com o Paradoxo de Olbers em 1826, e tornada insustentável com teorias e descobertas ao longo do século XX.

Entretanto, existem cientistas que discordam dessa posição e acenam com a possibilidade da antiga crença de um universo eterno tornar-se alternativa científica.

Assim, dentro da corrente majoritária que entende a crença de um universo eterno como insustentável, existem só duas alternativas para a origem do universo:o universo foi feito; eo universo se fez (Resultado do Acaso).

A primeira hipótese é desenvolvida pela “Ciência Iniciática das Idades”.

Os fatos não deixam de existir porque são

ignorados. Aldous Huxley

Heinrich Wilhelm Olbers

Em 1826, Heinrich Olbers (1758-1840), médico e astrônomo alemão questionou sobre a escuridão da noite.

Porque a luz das estrelas não ilumina as noites?

Se existem bilhões de estrelas no universo enviando luz para o nosso planeta porque a noite é escura?

Isso acontece porque o universo tem uma idade finita, ou seja, ele teve um início e ainda não houve tempo suficiente para a luz das estrelas chegarem até nós.

Se o universo sempre existisse, fosse eterno, a luz de todas as estrelas teria chegado até o nosso planeta e a noite seria necessariamente clara.

Em 1915, Albert Einstein (1879-1955), filósofo e físico alemão publica sua Teoria da Relatividade Geral em que analisa as leis da Física em referenciais acelerados e desenvolve uma nova teoria da gravitação.

Para Einstein, os corpos produzem em torno de si uma curvatura do espaço, sendo que, quanto maior a massa do corpo, maior será a curvatura. A atração entre corpos deve-se ao seguimento da linha do espaço curvo do corpo de maior massa. A causa não seria uma força de atração.

Albert Einstein

Willem De Sitter

Em 1917, Willem De Sitter (1872-1934), matemático, astrônomo e cosmólogo

holandês demonstrou, de forma teórica, que o Universo está em expansão.

George Lemaître

Em 1927, Georges Lemaître (1894-1966), padre, físico e astrônomo belga propôs a “Hipótese do Átomo Primordial”, teoria da origem do universo, na qual toda a matéria do Universo estava concentrada num átomo primordial.

Edwin Hubble

Em 1929, Edwin Hubble (1889-1953), astrofísico norte americano analisando a luz que vinha das estrelas,

enunciou sua famosa lei, segundo a qual, a velocidade com que uma galáxia se afasta de nós está relacionada

diretamente com a sua distância até nós.

Assim, percebeu que o universo estava em expansão e concluiu: “se o universo aumenta de tamanho, um dia ele

esteve menor e num passado muito remoto o universo estava no ovo cósmico.

Por volta de 1960, Fred Hoyle, crítico da teoria do big bang e adepto da teoria do Estado Estacionário afirrmou: “se tivesse havido um big bang, deveria haver um vestígio do evento, preservado no universo, uma espécie de radiação fóssil.” Os teóricos do big bang saíram em busca desse vestígio, mas quem o descobriu e, por acaso, foram pesquisadores da Bell Telephone Laboratories.

Em 1965, Arno Penzias, astrofísico norte-americano de origem alemã (1933- ) e Robert Woodrows Wilson, astrônomo, norte-americano (1936 - ), ao pesquisarem novo uso para a antena – corneta construída para receber as primeiras emissões de rádio de satélites, descobriram, com a consultoria do Professor Bob Dicke e do aluno David Wilkinson, ambos da Univeridade de Princeton, esse vestígio, essa radiação fóssil, conhecida como Radiação de Fundo.

Arno Penzias e Robert Wilson, ao fundo

Em 1966, Stephen Hawking, físico teórico e cosmólogo britânico (1942 - ) concluía seu doutorado na Universidade de Cambridge. De todas suas contribuições pró universo

finito destacam-se:primeiro teorema que provava a singularidade (propriedade

de conter ponto de densidade infinita) do big bang; e

demonstração de que a teoria da Relatividade de Einstein implicava em que o universo tinha de ter começado com um big bang. Essa contribuição foi a que lhe proporcionou o título de Doutor.

George Smoot

Satélite COBE

Em 1989, depois de alguns anos de espera e de tentativas com balões e avião U2, a NASA deu a George Smoot (1945 - ), astrofísico e cosmólogo americano a oportunidade de realizar mapa detalhado das radiações do big bang.

Sua pesquisa foi incluída no projeto de lançamento do primeiro satélite cosmológico, o COBE.

O lançamento foi muito bem sucedido e, após um ano de trabalho, Smoot e sua equipe conseguiram mapear as radiações primeiras do universo.

No mapa, as radiações mais quentes representadas pela cor vermelha e as frias pela cor azul, que indicam o início de agrupamento de matéria para a formação de galáxias.

Imagem do universo há 15 bilhões de anos

A abordagem científica usada hoje para entender o universo começou de fato há 3 mil anos.

Antes disso, as idéias baseavam-se em mitos e lendas. Viam as estrelas e indagavam sobre o céu e o firmamento, mas só tinham para lhes ajudar a explicar os dados que os olhos conseguiam captar.

Achavam que tudo viera do mar. Obviamente, atribuíam ao mar um significado cósmico, pois a água era a substância da maior importância. Achavam que o céu era feito de muitos buracos, que eram as estrelas, e que logo atrás havia um fogo divino.

Anaxágoras

Anaxágoras, filósofo pré-socrático que viveu por volta de 500 a. C expressou seu pensamento sobre a origem do universo e, certamente, podemos afirmar, sem exageros, que foi precursor da moderna teoria inflacionária, que veremos mais adiante.

"Todas as coisas estavam juntas, ilimitadas em número e pequenez; pois o pequeno era ilimitado. “

“E enquanto todas elas estavam juntas, nenhuma delas podia ser reconhecida devido sua pequenez. Pois o ar e o éter prevaleciam sobre todas as coisas, ambos ilimitados. Pois no conjunto de todas as coisas, estas são as maiores, tanto em quantidade como em grandeza."

"Antes, contudo, de se separarem, quando todas as coisas ainda estavam juntas, nenhuma cor se podia distinguir, nem uma única. Após terem sido estas coisas assim separadas, devemos reconhecer que todas as coisas juntas não são nem menos nem mais (pois é impossível que sejam mais do que todas), e que todas são sempre iguais." "Como estas coisas giram e são separadas pela força e pela velocidade. E a força produz a velocidade. A sua velocidade, contudo, não se compara à velocidade de nenhuma das coisas que existem agora entre os homens, pois é muito mais rápida. Também, sobre toda a revolução tem o Espírito poder, foi ele quem deu o impulso a esta revolução. E esta revolução moveu-se em um pequeno começo; agora se estende mais e estender-se-á ainda mais." A partir dos filósofos gregos, como Pitágoras, que se passou a ver o universo de um modo totalmente diferente. Achavam que tinham de encontrar maneira mais precisa de expressar sua concepção do universo. Essa maneira foi a matemática.

Ralph Alpher

Robert Hermann

George Gamow

Os enunciadores reconhecidos da Teoria do Big Bang foram:

Ralph Alpher (1921-2007) físico e cosmólogo estadunidense;

George Gamow (1904-1968) físico e divulgador científico soviético; e

Robert Hermann (1914-1997) físico estadunidense. Entretanto, a Hipótese de Átomo Primordial de Lemaître em 1927, já constituía a teoria.

Credita-se essa nomenclatura a Fred Hoyle (1915-2001) astrônomo britânico, que rejeitava a teoria do big bang.

Antes de tudo, em vez do que existe: constelações de estrelas, planetas, cometas, satélites, etc. há aproximadamente 13,7 bilhões de anos, havia um ponto concentrando toda a matéria existente e, por isso mesmo, com uma densidade altíssima. Toda a matéria e energia que existe hoje no universo estavam acumuladas no chamado ovo cósmico ou átomo primordial, que tinha o tamanho menor que a cabeça de um alfinete e temperatura elevadíssima.

Em um momento qualquer houve grande explosão (big bang em inglês), fazendo com que a matéria existente neste ponto se espalhasse e se misturasse, formando todas as coisas existentes e com movimento de expansão em todo o universo. Este movimento um dia irá parar devido à força gravitacional, e toda matéria do universo voltará ao ponto original.

Teoria criada, surgem os problemas, que para dar pequena ilustração dos mesmos, vamos citar dois deles apontados por Andrei Linde, físico moscovita em entrevista dada ao matemático Rudy Rucker e publicada na Revista WIRED (julho/95) e traduzida por Fernando J.M. Walter:

Falsa Previsão do Tamanho do Universo; e Permite Distribuição Aleatória dos Elementos do Universo.

Segundo Andrei Linde, uma falsa previsão sobre o tamanho do universo, talvez seja o mais sério problema com o modelo do big bang.

Aponta o segundo problema afirmando: “em um modelo de big bang, facilmente poderia ter acontecido de a maioria da matéria galática estar distribuída em, digamos, uma metade do céu, porém podemos observar que em nosso universo a distribuição de galáxias distantes é uniforme em qualquer direção. A teoria do big bang não explica por que diferentes regiões do universo assemelham-se às outras.”

Outro problema apresentado pela teoria do big bang reside na radiação cósmica de fundo, pois as flutuações de densidades observadas hoje na distribuição de galáxias não se conciliam com a homogeneidade da radiação cósmica de fundo, que de acordo com a teoria, é a manifestação atual da bola de fogo inicial da grande explosão

Fred Hoyle

Em 1948, Fred Hoyle (1915 – 2001), astrônomo britânico, propõe a teoria do Estado Estacionário. O universo é homogêneo, isotrópico (que mantém as mesmas propriedades físicas em todas as direções), infinito espacialmente e, além disso, tem uma idade infinita.

Aceitava que o universo estivesse se expandindo, mas pressupunha que, conforme as galáxias se afastavam, mais matéria se criava entre as galáxias, continua e uniformemente.

Matéria criada de forma a garantir a homogeneidade, a isotropia; para manter a densidade do conjunto num estado estável e permanente. Universo em expansão mas, que permanece igual em suas propriedades gerais.

Se voltarmos no tempo não haveria aumento de densidade e, portanto, não houve big bang.

Entretanto, a teoria do Estado Estacionário não tinha resposta para de onde se formara toda a matéria do universo.

Hoyle precisava encontrar locais do universo suficientemente quentes, para que reações nucleares originassem os elementos que temos hoje.

O grupo de astrônomos do estado estacionário , com árduo trabalho, conseguiu demonstrar que era possível juntar elementos nas estrelas, para sintetizá-los noutros elementos mais pesados.

Os defensores do estado estacionário argumentavam que as estrelas nascem quando a gravidade começa a comprimir as nuvens de hidrogênio. Achavam que, à medida que a pressão aumentava, alguns átomos de Hidrogênio se fundiam , dando origem a átomos de Hélio. À medida que as condições no interior da estrela se intensificassem , os átomos de Hélio se fundiriam em átomos maiores, como o Oxigênio ,depois o Carbono e, assim por diante, até formar o Ferro. Seus cálculos sugeriam que, a essa altura, a fusão pararia.

As estrelas pequenas resfriariam e decairiam suavemente, enquanto as grandes teriam morte mais violenta. Uma estrela realmente grande desmoronaria sobre si mesma, dando origem a uma explosão extremamente quente, denominada supernova.

A supernova promove a fusão de todos os elementos mais pesados do que o Ferro e arremessa-os a bilhões de quilômetros pelo espaço. Atravessam o universo sob a forma de poeira , até se misturarem a outras nuvens de poeira, onde a gravidade começaria a formar novas estrelas, planetas e finalmente vida.

A idéia de criação contínua de matéria foi fortemente questionada durante as décadas de 50 e 60, anos que se seguiram à sua proposição. Verifica-se, no entanto, que após os desenvolvimentos das teorias inflacionárias, a partir de meados de 1980, esta idéia tornou-se, de certa forma, muito mais respeitável.

Em 1993, Fred Hoyle, Geoffrey Burbidge e Jayant Narlikar realizaram vários ajustes e correções à teoria inicial. Essa nova versão ficou conhecida como Cosmologia do Estado Quase Estacionário (CEQE).

O universo presentemente está numa época de expansão que será seguida de uma contração, e assim sucessivamente. O período de oscilação é da ordem de 20-30 bilhões de anos.

A cosmologia do estado quase estacionário (CEQE) mantém acesa a chama da busca científica por um modelo consistente para o universo como um todo. Fred Hoyle foi um representante destacado daqueles que trabalham nesta busca.

Em 1981, Alan Guth (1947- ), físico norte-americano propõe a Teoria da Inflação Cósmica, na tentativa de validar a Teoria do Big Bang, ou seja, para resolver alguns dos problemas fundamentais.

Guth tomou a idéia do modelo do big bang e adicionou a idéia de que, no começo, o universo no seu momento inicial passou por uma fase de crescimento exponencial, expandiu-se rapidamente - mais rápido mesmo que a velocidade da luz. Usando-se este modelo, resolve-se o problema do tamanho, e por que todas as regiões do universo, que podemos observar, são semelhantes umas às outras.

A idéia é que a parte visível do universo foi inflada a partir de uma região muito pequena e homogênea; por isso é que vemos similaridades em larga escala.

Alan Guth

Logo após, grande número de variações sobre o mesmo tema básico foi proposto por diversos outros cientistas.

Isso levou a outras formas de teoria de inflação que receberam nomes diversos tais como: "inflação híbrida", "inflação caótica", "inflação eterna","inflação hiperextendida", etc.

Vamos ilustrar com a Inflação Caótica de Andrei Linde, por ser o principal modelo inflacionário aceito pelos cosmologistas.

Andrei Linde

Em 1983 Andrei Linde (1948 - ), físico russo desenvolveu o modelo de inflação caótica.

A teoria de Guth apresentava uma falha, que causava o fato de os universos em seu cenário tornarem-se muito homogêneos após a inflação terminar.

Então, Andrei criou nova teoria da inflação sem o pressuposto, que o universo começou em um estado quente e denso. Desta forma, descartava a idéia do big bang porém manteve a da inflação.

No modelo de Andrei Linde , a inflação pode começar em qualquer ponto, daí este conceito ser chamado Inflação Caótica.

Outra grande diferença da Inflação Caótica com a Teoria do Big Bang está relacionada a forma de representação do universo.

A teoria do Big Bang representa um universo homogêneo, com a aparência de uma bolha isolada, enquanto a Inflação Caótica pensa num universo inflacionário auto-reprodutor, como sendo um fractal.

A representação na Inflação Caótica é a de uma bolha produzindo novas bolhas, e essas produzindo outras e assim por diante.

Este padrão de repetições exatas semelhantes e correspondentes a um padrão global é o que os matemáticos chamam de fractal. Um carvalho, por exemplo, é como um fractal no qual uma de suas rregiões é semelhante a um modelo em escala da árvore inteira. No modelo fractal, não há nenhuma razão específica para o universo interromper seu crescimento.

É de fácil constatação, pela variedade de teorias, que a ciência dos homens tem grande jornada até chegar a uma Teoria, para explicar a origem do universo, que seja aceita sem questionamentos pelos cientistas e que responda a perguntas ainda sem respostas:

qual a origem de toda a matéria e energia?o que causou a alteração do seu estado de repouso, ou o que promoveu o movimento?como a simplicidade deu origem à complexidade?como é que esta explosão ou inflação de tudo (a partir do nada) se organizou?

Para chamar a atenção sobre a aridez do tema vamos destacar dois comentários que encontramos durante a pesquisa.

O brasileiro Mário Novello, doutor em física pela Universidade de Genebra e pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, em seu livro "Do Big Bang ao Universo Eterno", cujo título muito bem define seu conteúdo, em um de seus parágrafos deixa muito clara sua posição:

“O estudo desses diferentes modos de conceber, nas civilizações antigas, de onde e como surgiu tudo que existe possui uma bibliografia vasta e bastante específica. Quanto à forma científica de organizar e divulgar essa questão, a quase totalidade de textos de fácil acesso se limita à versão da criação explosiva. Isso seria aceitável se ela fosse validada pela observação, sem que houvesse qualquer explicação alternativa. Mas, ao contrário, como veremos, ela é precisamente o modelo que inibe uma história racional completa do Universo”.

Richard Morris em seu livro "O que sabemos sobre o Universo" argumenta:

" É possível provar matematicamente que, se a teoria da Relatividade Geral estiver certa, o Universo deve ter começado num estado de densidade infinita da matéria."" Se quiséssemos saber o que aconteceu no momento da criação do Universo, seria necessário uma teoria de gravitação quântica que combinasse a mecânica quântica com a relatividade. Mas tal teoria nunca foi formulada, de modo que as teorias referentes à origem do Universo têm que ser de natureza especulativa."

FONTES: DVD - O Universo de Stephen Hawking – “Ver para Crer”

SITES -allaboutcreation.org; cetesbr.org; Curso-objetivo.br; deducoeslogicas.com; pesformosos.org.br; pro-ciencia.blogspot.com;raffra.com; scielo.br; e wfera.tripod.com

IMAGENS DOS SITES:acropolis.anaxagoras; bnl.gov; cnrs.fr; fsm.edu.br; meumundomagico.com; ndb.com; ovnis-usa.com; ralphalpher.com; sciencephoto.com; scientific-web; ufmg.br; wikipedia.org.

MÚSICA: Estrela da Noite – Richard Wagner