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Tânia Frias

Coimbra, 2007

Ficha Técnica  

 

Disciplina: Fontes de Informação Sociológica 

Docente: Professor Paulo Peixoto 

Projecto: Trabalho no âmbito da avaliação continua 

Título: Co‐incineração 

Realizado por: Tânia Sofia de Jesus Frias             

                    Nº 20070926               

        1º Ano de Sociologia 

 

 

Imagens da capa: 

Fonte:  htpp://www.arlivre.com/ambiente/imagens/cimenteira03.jpg 

             htpp://www.mundopt.com/noticias/fotos/0002263.jpg 

 

 

 

Coimbra, 31 de Dezembro de 2007  

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

 

Índice

 

1. Introdução…………………………………………………………………………………………………………….1 

2. Desenvolvimento………………………………………………………………………………………………….3 

2.1. Estado das Artes……………………………………………………………………………………….3 

2.1.1.  Processo de co‐incineração…………………………………………………………3 

2.1.2.  Vantagens e desvantagens da co‐incineração…………………………….5 

2.1.3. Diferenças entre a co‐incineração e Incineração Dedicada………….9 

2.1.4. Resíduos em Portugal………………………………………………………………….11 

2.1.4.1. Gestão de resíduos…………………………………………………………13 

2.2.  Descrição detalhada da pesquisa…………………………………………………………….17 

3. Avaliação da página da internet…………………………………………………………………………….19 

4. Ficha de Leitura……………………………………………………………………………………………………..20 

5.  Conclusão……………………………………………………………………………………………………………..27 

6. Referências Bibliográficas………………………………………………………………………………………28 

 

 

ANEXO A 

  Página da Internet avaliada: <htpp://www.fe.up.pt/~jotace>. 

 

ANEXO B 

 Suporte da Ficha de Leitura do  livro “O Mercado dos Resíduos em Portugal”.

Co‐incineração  

‐ 1 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

 

 

1. Introdução

Ao longo das últimas décadas tem-se assistido a uma acumulação de resíduos (urbanos,

hospitalares, industriais, entre outros) na maior parte dos países desenvolvidos, uma vez

que o processo de globalização tem aumentado a cada dia que passa e com isso o

desenvolvimento dos países cresce sem olhar a meios. Perante essa tal acumulação é

necessário tomar medidas e determinar soluções para a eliminação ou valorização

desses resíduos, já que o evitar da produção de resíduos é uma tarefa quase impossível.

Assim, a elaboração deste trabalho centra-se num dos tratamentos a dar a esses resíduos,

de entre os quais se trata da co-incineração.

No âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica optei pela realização do

trabalho, de modo, a colocar em prática as aulas leccionadas ao longo de todo o

semestre. Para a realização do trabalho elegi o tema «Co-incineração», pois de todos os

disponíveis os que mais me convieram foi esse e as «Profissões de Risco», mas visto ser

um tema muito geral, optei por a co-incineração sendo mais objectivo. Um dos

primeiros obstáculos que tive foi o encontrar informação precisa sobre o processo de co-

incineração, visto que este tema desde há poucos anos para cá passou a ser um assunto

muito debatido em Portugal em função da decisão da tomada de escolha de Souselas

para aí se proceder a incineração de resíduos na cimenteira. Portanto, perante este ponto

de vista, muita da informação recolhida e analisada restringia-se a esse conteúdo. Outro

aspecto ainda a considerar era o facto de o tema de co-incineração surgir sempre ligado

ao processo da incineração dedicada existindo assim uma espécie de comparação entre

ambos.

A escolha do tema deveu-se também ao facto de esse me agradar e ter curiosidade por o

explorar, talvez exactamente pela ocorrência dos episódios polémicos ocorridos nos

últimos anos no nosso país. Sendo assim, em primeiro lugar optei por o meu estado das

artes ser constituído por quatro sub-temas, tentando assim falar do procedimento da co-

incineração e da sua situação em Portugal, estando no seu todo interligados entre si. O

estado das artes está assim formulado da seguinte maneira: “2.1.1. Processo de co-

incineração”; “2.1.2. Vantagens e desvantagens da co-incineração”; “2.1.3. Diferenças

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‐ 2 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

entre a co-incineração e a incineração dedicada” e “2.1.4. Resíduos em Portugal”.

Dentro deste último sub-tema ainda desenvolvo a gestão de resíduos em Portugal.

Depois elaboro e descrevo no ponto 2.2. a descrição detalhada da minha pesquisa. De

seguida, o ponto 3. diz respeito à avaliação da página seleccionada da internet e o ponto

4. à ficha de leitura. O ponto 5. corresponde à conclusão e por fim o número 6. é

relativo ás referencias bibliográficas.

Com a realização do trabalho, espero que o tema e todo o processo que o

envolve fique mais esclarecido e “aclarado”, visto que a sua elaboração abrangeu uma

pesquisa trabalhosa, tanto a nível da internet como de periódicos e não periódicos.

Co‐incineração  

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2. Desenvolvimento 2.1. Estado das artes

2.1.1. Processo de co-incineração A incineração é o processo de queima de resíduos perigosos a altas temperaturas. “A

incineração consiste no tratamento de resíduos por via térmica, com ou sem recuperação

do calor, produzido por combustão.” (Levy et al., 2002). Este processo pode realizar-se

de duas formas: incineração dedicada e a co-incineração. Visto que o

meu tema de trabalho é a co-incineração, então vai ser esse o processo que irei

desenvolver, ao qual vou dar mais relevo.

Quando a incineração de resíduos se efectua numa instalação onde a principal função é

a produção e geração de energia e materiais e que utiliza resíduos como combustível,

este processo térmico domina-se por co-incineração. Unidades industriais que atinjam

altas temperaturas de funcionamento durante períodos alongados de tempo são fortes

candidatos à co-incineração de resíduos.

“A co-incineração de resíduos perigosos tem sido tentada e aplicada numa série de processos industriais, tais como, centrais termoeléctricas, fornos metalúrgicos, fornos de cal e fornos de cimenteiras, mas em termos práticos o processo industrial que se tem afirmado como o mais adaptado para a co-incineração de resíduos perigosos tem sido a produção de cimento.” (Pio et al., 2003: 72)

O cimento é um material existente na forma de um pó fino, que resulta da mistura de

clinquer (matéria-prima na produção do cimento) com outras substâncias, como o gesso

ou escórias siliciosas. De modo a se formar o clinquer, os fornos de cimento têm de

atingir temperaturas superiores a 1450ºC, chegando mesmo a atingir os 2000ºC, durante

períodos de tempo de até 6 segundos. Estas temperaturas e resistência de tempo, são os

mais elevados, conseguidos a nível industrial em processos de combustão alternativos,

como a incineração dedicada. Para serem queimados, os resíduos quando chegam à

unidade fabril, têm que possuir uma composição uniforme e conhecida. Assim, o

processo de co-incineração implica adaptações mínimas nas cimenteiras. Os resíduos

numa primeira fase, são enviados para uma estação de pré-tratamento, onde podem

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‐ 4 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

sofrer várias alternativas como, o serem fluidizados1, impregnados com serradura ou

centrifugados e rearmazenados em lotes. Numa segunda fase, os resíduos são

transportados para as cimenteiras. Aí são introduzidos no forno, tirando partido do seu

poder calorífico ou utilizados como matéria-prima substituta na produção de cimento.

“Em Portugal, as cimenteiras funcionam com fornos de via seca, porque são os mais

eficazes termicamente.” (Pio et al,. 2003) O local ideal para a injecção dos resíduos no

forno é o queimador principal, junto à saída do clinquer, pois nestas condições a

temperatura e o tempo são maximizados, onde os gases no forno de clinquer atinjam

temperaturas máximas de 2000ºC e permaneçam a temperaturas entre 1200ºC e 1800ºC

por períodos de três segundos. O forno do clinquer tem assim boas condições para a

queima ou destruição eficaz dos resíduos, mesmo das substâncias orgânicas mais

refractárias à destruição. Nos fornos de cimento as variações de temperatura são lentas e

mais facilmente controláveis, esta característica é vantajosa quando se queimam

substâncias com composição e poder calorífico variável como são os resíduos

industriais. A co-incineração permite ainda a economia de recursos não renováveis,

como o carvão fóssil, uma vez que uma indústria cimenteira para produzir cerca de sete

milhões de toneladas de cimento por ano, tem um consumo médio energético de

novecentos milhões de toneladas de carvão. Uma outra característica importante dos

fornos de cimento, é que qualquer produto inorgânico introduzido no forno, ou

resultante da queima, reage quimicamente durante o processo de sinterização, sendo

incluído na estrutura do clinquer. “Assim, a co-incineração de resíduos perigosos no

queimador principal de um forno da cimenteira proporciona condições óptimas de

destruição térmica, uma lavagem eficiente dos gases de combustão2, e uma

incorporação no clinquer dos restos inorgânicos incombustíveis dos resíduos.” (idem,

2003:74)

Portanto, também este desconhecimento científico sobre todo o processo da queima de

resíduos em cimenteiras ou qualquer outra instalação, pode ser considerado uma das

causas do porque de este procedimento ser nos dias de hoje um problema sociológico.

Pois, o modo de processamento, causas e efeitos dos resíduos industriais perigosos na

vida pública e privada da sociedade é muito trivial e obscura, onde não existe uma

verdadeira informação e importância no seu entender.                                                             1 Trituração, dispersão e separação dos materiais ferrosos. 2  Gases resultantes da queima no queimador principal onde a cimenteira possui um sistema natural de lavagem de gases que permite removerem por adsorçao uma parte substancial de qualquer produto de combustão. 

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2.1.2. Vantagens e desvantagens da co-incineração3

Vantagens:

Temperaturas elevadas, pois a temperatura média de operação de um forno de

cimento é da ordem dos 1450ºC, por imperativo da produção do próprio cimento,

chegando mesmo a atingir os 2000ºC na zona da queima dos combustíveis no

forno durante períodos de tempo de até seis segundos. “Estas temperaturas e estes

tempos são dos mais elevados, conseguidos presentemente e, tendo em atenção o

crescimento exponencial da velocidade de destruição térmica dos campos

orgânicos com a temperatura, fornecem as condições para uma destruição quase

completa…”. (Pio et al., 2003: 72) (sublinhado por mim)

Inércia térmica elevada dada pela enorme quantidade de massas das matérias-

primas de produção do cimento presentes no interior do forno, que irá assim

retardar o abaixamento da temperatura no mesmo, nos casos de haver paragens

momentâneas ou alterações da normal operação.

Meio alcalino, pois a base da matéria-prima presente no interior de um forno de

cimento é o calcário, por isso, todo o meio é alcalino e desse modo os gases e os

vapores ácidos, como por exemplo o dióxido de enxofre (SO2), o dióxido de

carbono (CO2), o ácido clorídrico (HCI), são neutralizados e em grande parte

fixos na massa do cimento havendo assim uma substancial redução das emissões

gasosas desses poluentes;

                                                            3 André Ramalho, 2003;    Rui Berkemeier, 2005;    s.a., 2003. 

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Devido às características das matérias-primas, do seu processo de cozedura e ao

meio alcalino no interior do forno, os metais pesados têm todos um ambiente

químico extremamente favorável para serem fixos pelo cimento. As taxas de

fixação dos metais pesados pelo cimento são de um modo geral bastante elevadas;

A instalação de um sistema de co-incineração nos fornos de cimento não possui

encargos económicos muito elevados, pois enquanto os custos de operação para

tratar os resíduos industriais (exploração mais manutenção) num sistema de co-

incineração custa cerca de cento e cinquenta euros por tonelada, na incineração

dedicada é da ordem dos quatrocentos euros por tonelada.

Desvantagens:

Quando o processo é interrompido, os filtros deixam de funcionar e os gases

escapam-se praticamente sem tratamento, pela chaminé porque os filtros de

mangas previstos para as poeiras não têm capacidade para reter os gases mais

voláteis;

Os fornos das cimenteiras não têm uma temperatura constante, uma vez que têm

uma extremidade com temperaturas muito elevadas e outra com temperaturas

mais baixas o que não garante a não formação de gases indesejados como as

dioxinas, substancias classificadas com cancerígenas, entre outras;

Para as co-incineradoras o limite máximo do valor das emissões é cerca de três

vezes superior ao máximo admissível para uma unidade de incineração;

Não está suficientemente estudada a questão das emissões de metais pesados

pelas cimenteiras na sequência da queima de resíduos industriais perigosos, nem

a incorporação de substâncias cancerígenas no cimento.

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Não se conhece ao certo a composição química dos gases produzidos pela co-

incineração contudo, apenas se sabe que há em maior ou menor percentagem

elementos como: dióxido de enxofre, ácido clorídrico, ácido fluorídrico, óxido

de azoto, monóxido de carbono, mercúrio, cádmio, níquel, entre outros.

Perante vantagens e desvantagens, o processo de co-incineração é ainda um tema a ser

debatido e a sua prática a ser decidida em Portugal. O tipo de resíduos, os tratamentos e

os fins a atribuir a cada um deles no nosso país é ainda um assunto a ser discutido e

emblemático, envolvendo por vezes algum tipo de críticas para além dos defensores

dessas práticas. Por isso, o processo de co-incineração torna-se num problema

sociológico, uma vez que se envolve e participa em diversas temáticas da vida da

sociedade. Sendo um assunto que aborda as vantagens e desvantagens ambientais, tais

como a nível da saúde pública, qualidade de vida dos animais e plantas e ainda a

contaminação dos solos e do ar, em redor do local onde se pratica a queima de resíduos

em cimenteiras. Para além destes problemas ambientais, a co-incineração abrange

também a legitimação política sobre esse processo. Um dos principais entraves à

queima de resíduos em Portugal é o problema ambiental. População em geral,

principalmente os autarcas da comunidade onde se localiza a cimenteira e

ambientalistas possuem uma oposição à realização da co-incineração, defendendo que

esse procedimento tem efeitos nefastos no ambiente e saúde pública. Esses opositores

afirmam que o processo da queima de resíduos perigosos em cimenteiras liberta

elevadas emissões de gases, poluentes e poeiras, como dioxinas, pelas chaminés das

cimenteiras, o que põe em risco a saúde pública e a qualidade do ar. Existe também o

risco de contaminação das plantas, águas, solos que se encontram abrangidos pela

cimenteira. Tal como afirmam que o grau de contaminação do cimento, da pedra, é

elevado. Porém, com a presença de uma acumulação cada vez maior de resíduos

industriais perigosos no nosso país, as soluções que persistiam anteriormente como o

seu abandono a céu aberto, aterros ou a sua exportação, não são já suficientes e

totalmente correctas e acertadas. Portanto, perante a necessidade de uma solução

definitiva para os nossos resíduos surgiu a hipótese do método da co-incineração, que

muitos, apesar da oposição, consideram ser a mais acertada e eficaz, eliminando por

completo os resíduos e poluentes que deles provinham, defendendo que não existem

quantidades elevadas de libertação de gases e que esse processo, tal como o que envolve

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o fabrico do cimento, tem sofrido alterações e evoluções positivas ao longo dos anos,

não contribuindo para o desenrolar situações perigosas.

A oposição que ocorre na sociedade em relação ao processo de co-incineração, também

acontece a nível político. Assim, a legitimação política em relação a este processo é

também desconexa. Pois neste sentido, o ambiente político observado não é de todo

estável, existindo posições diferentes por parte dos políticos, os quais, uns são a favor e

outros opositores, existindo assim uma desunião. Tal como existe alguma população

contra políticos, bem como os ambientalistas, onde se gera um clima de instabilidade

entre eles, não possuindo assim, uma conclusão definitiva nem chegando a um

consenso. Esta situação, tal como os problemas ambientais continuam a gerar uma

desconfiança por parte da sociedade em relação ao processo de co-incineração, o que,

mesmo que se adopte uma decisão final, sempre ficará alguém descontente.

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2.1.3. Diferença entre a co-incineração e incineração dedicada

O quadro contém as principais diferenças entre a co-incineração e a incineração

dedicada4:

Co-incineração Incineração dedicada

Labora com a entrada de 10% de

combustível e 90% de matérias-primas;

Labora com a entrada de 100% de

combustível ou seja, resíduos;

Tratamento de gases menos eficientes; Tratamento de gases mais eficientes;

Não pode tratar alguns resíduos

industriais perigosos (não podem ser

queimados resíduos com elevados níveis

de cloro, por causa dos problemas para a

fabricação de clinquer, nem com

mercúrio e cádmio, porque sairia sem

controlo maioritariamente pela chaminé);

Mais abrangente no tipo de resíduos a

tratar, pois pode lidar com resíduos

contendo níveis elevados de cloro e

mercúrio, caso exista scrubber (sistema

de lavagem de gases) e sistema de

carvão activo.

Não produz novos resíduos perigosos, os

produtos inorgânicos (cinzas) são fixados

no clinquer, em combinações químicas

estáveis;

Produz novos resíduos perigosos, como

escórias, poeiras e líquidos de lavagem;

Pouco exigente no volume de resíduos a

tratar, pois o objectivo principal é a

produção de clinquer (exemplo nas

cimenteiras);

Necessita de um volume mínimo de

resíduos perigosos para tratar por ano,

de modo a poder ter custos de

tratamento suportáveis pela indústria;

                                                            4  Cátia Rosas, 2005;     Centro Cientifico Independente, 2002;     s.a, 2004. 

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‐ 10 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

Elevado rendimento energético; Baixo rendimento energético;

Destrói com grande eficiência as

moléculas orgânicas;

Destrói menos eficientemente as

moléculas orgânicas (1100ºC/2 seg.);

Menor flexibilidade de localização, pois

localiza-se em unidades já existentes;

Maior flexibilidade de localização, o que

permite minimizar os efeitos ambientais

de emissões e risco de transporte dos

resíduos desde dos locais de produção

até às incineradoras;

Custo de instalação mais baixo, visto que

se recorre a infra-estruturas já existentes.

Custo de instalação mais elevados, uma

vez que o investimento da instalação de

uma unidade de incineração dedicada é

bastante grande.

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‐ 11 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

2.1.4. Resíduos em Portugal De acordo com João de Quinhones Levy et al. (2002), o mercado de resíduos sólidos

em Portugal é constituído por três tipos de resíduos que são os resíduos sólidos urbanos,

os resíduos hospitalares e os resíduos industriais.

De um modo geral, os resíduos urbanos são provenientes de habitações, de

estabelecimentos comerciais, escritórios ou similares e industriais, a par de um ou mais

componentes que sejam semelhantes aos resíduos domésticos, desde que a produção

diária não exceda os mil e cem litros.

“Os diferentes tipos de tratamento a que são sujeitos os resíduos estão nomeados por ordem de prioridade conforme o princípio orientador de hierarquia dos resíduos e esses são em primeiro lugar a prevenção, redução e reutilização; seguindo-se a valorização orgânica (por compostagem), depois a valorização energética (por digestão anaeróbia e incineração) e por fim a incineração sem recuperação de energia e a deposição em aterro.” (Levy et al., 2002)

Os resíduos hospitalares são “Os resíduos produzidos em unidades de prestação de

cuidados de saúde, em seres humanos ou animais e nas actividades de investigação

relacionadas com a saúde.” (Artigo 3º do Decreto-Lei nº.239/97 apud Levy et al., 2002:

77)

O tratamento dos resíduos altera automaticamente as suas características quer ao nível

mecânico, físico, químico ou biológico, de modo a reduzir o seu volume ou

perigosidade, bem como facilitar a sua movimentação, valorização ou eliminação, isto

para que o objectivo final seja a defesa da saúde e do ambiente na vida do ser humano.

Em Portugal, até finais dos anos oitenta, por ausência de legislação os resíduos

hospitalares não eram sujeitos a tratamentos específicos. Já com base no despacho

nº.16/90, de 21 de Agosto surgiram nos hospitais e alguns centros de saúde pequenos

equipamentos incineradores, sem qualquer tipo de tratamento das emissões gasosas,

libertando significavas quantidades de dioxinas para a atmosfera. “Actualmente, [no

nosso país], os métodos de tratamento para os resíduos hospitalares, mais frequentes

são: a incineração, a desinfecção química e a desinfecção térmica. Dos trinta e seis

incineradores em funcionamento em Portugal no ano de 1998, apenas cinco se

encontram em funcionamento, uma vez que não reúnem os critérios de qualidade

desejados.” (Levy et al., 2002: 89)

Co‐incineração  

‐ 12 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

Os resíduos industriais são considerados os resíduos resultantes da actividade industrial,

bem como das actividades de produção e distribuição de electricidade, gás e água.

Dependendo do tipo de resíduo em questão, existem dois tipos de tratamento possíveis:

Valorização – através da recuperação energética, recuperação orgânica,

reciclagem ou com matéria-prima e reciclagem multimaterial;

Eliminação – com o processo de aterro ou incineração.

O Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Industriais (PESGRI)5 prevê que no futuro,

a política de prevenção, reutilização e valorização dos resíduos industriais passe

necessariamente pela construção de aterros para os resíduos industriais banais e resíduos

industriais perigosos, a viabilização da incineração dedicada ou co-incineração em

cimenteiras e a utilização crescente das unidades de tratamento físico-químico,

existentes ou a criar. (idem, 2002)

                                                            5  Aprovado pelo Decreto‐Lei nº.516/99 de dois de Dezembro. 

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‐ 13 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

2.1.4.1. Gestão de resíduos em Portugal A gestão de resíduos em Portugal tem surgido como um assunto de grande discussão,

nomeadamente a sua potencial co-incineração. Apesar de o Plano Estratégico de Gestão

de Resíduos Industriais ter como objectivo reduzir a quantidade e perigosidade dos

resíduos industriais perigosos e de ter sido elaborado o Plano Nacional de Prevenção de

resíduos industriais, na verdade existe uma maior preocupação com a gestão dos

resíduos produzidos do que com a gestão da produção de resíduos. Portanto, se a

produção dos resíduos não se conseguir evitar, é necessária uma solução que assegure a

protecção da saúde humana e do ambiente. Um dos aspectos, a ter em atenção numa

gestão preventiva eficaz da produção de resíduos, é o melhor conhecimento da situação

relativamente ao tipo e quantidade de resíduos gerados no país, de modo a se poder

prever as possibilidades da sua redução, bem como as tecnologias a implementar para a

reciclagem, tratamento, valorização e eliminação desses.

Como refere o Instituto de Resíduos (INR), a produção de resíduos industriais atingiu

treze milhões de toneladas, em 2001; os distritos de Lisboa, Setúbal, Porto, Leiria,

Aveiro e Braga são os que mais contribuem para a produção de resíduos industriais

perigosos, sendo a indústria transformadora a principal responsável (91%) por essa

produção. Desta forma, é urgente a introdução de um sistema de separação de lixos

perigosos e não perigosos e o posterior tratamento dos mesmos.

Uma primeira tentativa de definir uma política nacional de gestão de resíduos foi no ano

de 1985 com o Decreto-Lei nº.488/85 de 25 de Novembro. “Em 1987, foi publicado o

primeiro enquadramento legal abrangente no domínio do ambiente, dominado por a lei

de Bases do Ambiente.” (Arriscado Nunes e Matias, 2003: 131) Mas só após a criação

do Ministério do Ambiente em 1990 é que o Governo deu os primeiros passos na

direcção de uma política ambiental. O tratamento térmico dos resíduos industriais

surgiram como a primeira solução, tendo sido criado um Sistema Integrado de Gestão

de Resíduos Industriais (SIGRI) constituído por uma central de incineração e uma

unidade de tratamento físico-químico.

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‐ 14 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

“A partir de 1995, com a subida ao poder de um Governo socialista a gestão de resíduos tornou-se um problema central da política ambiental, incidindo sobretudo nas questões relacionadas com os resíduos urbanos e industriais. Relativamente a isto, o Governo procurou centralizar a jurisdição através da criação do instituto de resíduos em 1996. A esse instituto seria atribuída a função de elaborar planos estratégicos para os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), os Resíduos Hospitalares (RH), os Resíduos Industriais (RI) e os Resíduos Agrícolas (RA).” (Arriscado Nunes e Matias, 2003: 131) (sublinhado por mim)

A meio do primeiro mandato, esse governo desiste da solução de se construir uma

incineradora em Estarreja (a qual tinha surgido como solução, proposta pelo anterior

governo, Partido Social Democrata) e optou a favor da co-incineração em cimenteiras.

“Ao longo dos últimos anos, multiplicaram-se as situações de conflito na área dos

resíduos [mais objectivamente contra a co-incineração], opondo o Governo a grupos de

cidadãos ou a populações locais.” (idem, 2003: 132) Nesse mesmo ano de 1996 é criado

um consórcio formado pelas duas empresas cimenteiras nacionais (Cimpor e Secil) e

uma empresa francesa (Suez Lyonnaise dês Eaux), denominado de Scoreco, com o

objectivo de pôr em prática o processo de co-incineração. Após o desenrolar de uma

discussão pública para a decisão das duas localizações das cimenteiras onde se havia de

proceder à co-incineração, em Dezembro de 1998, Souselas seria finalmente apontada e

nessa mesma altura foi criada a Comissão de Luta Contra a Co-incineração (CLCC),

sendo esta constituída por várias associações, como a Associação Cívica de Coimbra

(Pro Urbe) e a Associação de Defesa do Ambiente de Souselas (ADAS), Junta de

Freguesia de Souselas, o núcleo de Coimbra da Quercus, entre outros. As acções de

contestação multiplicaram-se6 e em 1999 foi aprovada no Parlamento uma proposta por

a oposição no sentido de se suspender a co-incineração até que uma comissão científica

determinasse se esse era o processo mais seguro para tratar dos resíduos industriais

perigosos. Nesse sentido foi criada, no mês seguinte, a Comissão Cientifica

Independente (CCI). Em primeiro, foi aprovada a Lei 20/99 pelo Parlamento “…que

criava a Comissão Cientifica Independente para o Tratamento de Resíduos Perigosos e

depois o Decreto-Lei 120/99 que criava a Comissão Cientifica Independente para o

controlo e fiscalização ambiental da co-incineração.” (idem, 2003: 133) No entanto foi

                                                            6 Nesse âmbito foi mesmo entregue uma petição ao Parlamento, que apelava à suspensão do processo de co‐incineração até que estivessem definidos estudos mais pormenorizados sobre as suas possíveis consequências.   

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‐ 15 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

no Decreto do Governo que ficou definida “…de forma pormenorizada a composição da

CCI e de forma clara e explicita define as suas competências…” (Pio et al., 2003: 39)

Esse “Decreto-Lei 120/99 permitia [ainda] uma ampla participação das populações no

acompanhamento de todo processo…” (Pio et al., 2003: 127), sendo essa participação e

controlo da população um complemento da actividade da CCI. Essa “representação das

populações deveria fazer-se na Comissão de Acompanhamento Local (CAL), (…)

compete às CAL, acompanhar e prenunciar-se sobre todos os procedimentos de

requalificação ambiental das unidades cimenteiras e das povoações abrangidas…”

(idem, 2003: 127 e 128). Em Dezembro do ano de 1999, a CCI começou a sua

actividade.

A petição entregue no Parlamento em Janeiro de 1999, foi em Junho de 2000 finalmente

discutida. Nesta mesma altura, o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) fez com que

houvesse outra paralisação no processo, até que fossem avaliados os riscos da co-

incineração para a saúde pública. Para a realização dessa avaliação foi formada uma

segunda comissão de especialistas, o Grupo de Trabalho Médio (GTM), presidido por

um dos elementos da Comissão Cientifica Independente. Em Dezembro de 2000 os

resultados dessa avaliação definiam que a co-incineração não tinha efeitos nocivos para

a saúde das populações locais. “Se as emissões fossem controladas, os riscos seriam

socialmente aceitáveis.” (Barros et al, 2000 apud Arriscado Nunes e Matias, 2003: 137)

Porém, apesar destes estudos, pareceres e esforços feitos por a CCI e a GTM para

provarem que o método e a actividade da co-incineração não traria e provocaria

qualquer tipo de poluição e risco para a saúde pública e o ambiente, as criticas e

oposições permaneciam e empenhavam-se para provar e defender a sua posição, a qual

defendia alternativas à co-incineração e afirmava que os relatórios apresentados pela

Comissão Cientifica Independente e o Grupo de Trabalho Médico eram errados e

possuíam defeitos, de modo assim a paralisarem o processo. Uma razão também de

oposição à co-incineração em Portugal é por exemplo a directiva 2000/76 CE, relativa à

incineração de resíduos que regulamenta o funcionamento das cimenteiras que se

dedicam à queima de resíduos [na União Europeia]. “Essa prevê apenas um total de

sessenta horas de emissões não reguláveis (em situações de acidente) para cada linha de

produção. No caso da legislação portuguesa, o número de horas com emissões para

além dos limites estipulados é de cento e setenta horas por cada linha de produção

(Decreto-Lei nº.352/90).” (Arriscado Nunes e Matias, 2003: 139) Este aspecto foi assim

utilizado pelos opositores à co-incineração de modo a mostrar que se o Governo optasse

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‐ 16 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

pela instalação de unidades de co-incineração, esse teria então que adoptar uma

legislação portuguesa compatível com a directiva europeia. Outros defendem ainda que

o Governo deveria ter uma atitude de abordagem mais directa e informativa perante as

populações. No entanto, em alguns casos, a melhor solução para os resíduos não passa

de todo pelo processo de incineração. Por isso, foram criados os CIRVER (Centros

Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos) com vista

a implementar uma solução alternativa para os Resíduos Industriais Perigosos. Os

CIRVER são unidades integradas que conjugam as melhores tecnologias disponíveis a

custos comportáveis permitindo viabilizar uma solução específica para cada tipo de

resíduos, de modo a optimizar as condições de tratamento e minimizar os custos do

mesmo. Estes estão preparados para tratar mais de 90% dos Resíduos Industriais

Perigosos e parte dos restantes poderá ser exportada e incinerada. Contudo, para os

resíduos gerados, a melhor solução irá depender em grande parte da sua composição e

da tecnologia disponível, devendo sempre ser dada preferência à política dos 3Rs e a

minimização dos efeitos nocivos para a saúde humana e para o ambiente. Os CIRVER

representam ainda uma das condições da Quercus, que existe para a defesa e em função

do meio ambiente.

Assim, os riscos de libertação de poluição como, dioxinas e poeiras da co-incineração

para o ambiente e os problemas que isso pode causar na saúde das populações é o

principal entrave à sua implementação em Portugal. Um estudo cientifico considerou a

co-incineração o método mais adequado, mas as associações civis e ambientalistas

alegam que é perigoso para a saúde pública e o meio ambiente, surgindo assim

contradições e grandes problemáticas sobre esse assunto onde até hoje ainda não existe

uma solução definitiva.

Continuando a ser um tema de grande debate e discussão com pós e contras, não

se definindo assim o processo definitivo para o tratamento e eliminação dos resíduos em

Portugal. Portanto, o grande e grave problema da acumulação dos diferentes tipos de

resíduos em Portugal ainda não tem solução à vista.

Co‐incineração  

‐ 17 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

2.2. Descrição detalhada da pesquisa Para a elaboração do trabalho, após definido o tema, foi necessária uma pesquisa de

informação, recorrendo à internet e à biblioteca da Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra.

O primeiro passo dado no sentido da minha pesquisa foi a internet recorrendo ao

motor de busca português Google e depois altavista de modo a comparar resultados.

Iniciei a pesquisa no Google com uma pesquisa simples e com a palavra <co-

incineração> o que obtive 19.100 resultados, uma vez que a quantidade de resultados é

muito grande, tinha que restringir a pesquisa e por isso recorri à pesquisa avançada onde

na opção “frase exacta” coloquei na mesma <co-incineração> obtendo 18.900

resultados, continuando esses com uma quantidade muito grande; tinha que restringir

ainda mais a pesquisa e portanto pesquisei com <co-incineração> em “frase exacta” e

<incineração dedicada> na opção “sem palavras” e em “páginas localizadas” apenas em

<Portugal> e com isto obtive 11.600 registos. O ruído ainda era grande e a restrição da

pesquisa tem de ser mais uma vez efectuada. Assim, coloquei as palavras <resíduos

perigosos> com o operador booleano <e> e depois <co-incineração> e os resultados

foram 3.220, existindo uma descida gradual, mas mesmo assim existindo ainda ruído

optei por <queima de resíduos +co-incineração> e na opção de “páginas localizadas”

apenas em <Portugal>, obtive 1.620 resultados.

Do mesmo modo pesquisei no motor de busca altavista, em pesquisa simples com a

palavra <co-incineração> tendo obtido 54 resultados e com as palavras <queima de

resíduos +co-incineração> na opção de “páginas localizadas” introduzi <Portugal> e

obtive um resultado de 16 registos.

Assim, posso concluir que a quantidade encontrada de resultados é muito menor

no altavista do que Google, o que por vezes isso nos é útil, pois muita informação, ou

seja, muito ruído, só piora a situação, uma vez que pensamos possuir muito conteúdo

que nos interessa mas quando vamos analisar, quase nada é relevante para o nosso

objectivo. Ambas as pesquisas foram proveitosas, uma vez que retirei informação tanto

de sites pesquisados no Google como no altavista. Dessa recolha escolhi e seleccionei

os seguintes sites:

- André Ramalho, 2003;

- Cátia Rosas, 2005;

- Centro Científico Independente, 2002;

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‐ 18 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

- Rui Berkemeier, 2006;

- s.a., 2003;

- wikipédia, 2004.

O segundo passo foi na direcção da procura de informação na biblioteca da

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra antes de me dirigir a

qualquer outra. Então no catálogo da biblioteca na pesquisa simples introduzo na

opção de “assunto” a palavra <co-incineração> onde obtenho um registo: Co-

incineração, Uma guerra para o noticiário das oito de Casimiro Pio et al., 2003.

Uma vez que deste modo a pesquisa era muito incompleta e por necessidade de

mais informação, optei por colocar as palavras <resíduos perigosos> tendo obtido

15 resultados. Destes, cinco deles eram em língua estrangeira desse modo

coloquei-os logo de lado; dos restantes, a grande maioria deles restringiam muito

ao tipo de resíduos. No entanto, do resultado dessa pesquisa e análise dos livros

ainda seleccionei e optei por dois desses, sendo um uma revista científica e o

outro um livro. Foi assim com a análise do livro: O Mercado dos Resíduos em

Portugal de João de Quinhones Levy et al, 2002 e com o capítulo da Revista

Crítica de Ciências Sociais escrito por João Arriscado Nunes e Marisa Matias

(2003) que elaborei o meu trabalho, não tendo necessidade de recorrer a outros

catálogos e bibliotecas. Portanto, para a realização do meu trabalho, quer

recorrendo à internet quer a bibliotecas as palavras-chave do meu tema são <co-

incineração>, co-incineração em Portugal>, <queima de resíduos> e <resíduos

perigosos>.

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3. Avaliação da página da internet

Dos sites seleccionados para a realização do meu trabalho, optei por avaliar a página de

<www.fe.up.pt/~jotace>, o qual me foi fornecido da pesquisa do motor de busca

Google. A avaliação desta página deve-se ao facto de estar inteiramente ligada ao meu

tema de trabalho; considerando que o Centro Cientifico Independente (CCI) foi criado

no âmbito da realização da prática da co-incineração em Portugal. Do meu ponto de

vista, a página apresenta-se com um bom alcance, sendo acessível a um público vasto e

não só a uma minoria ou público especializado. A sua apresentação é simples, modesta,

e fácil de “manusear” que não exige nenhum software específico para a sua

acessibilidade e sendo uma página gratuita, o que se torna numa grande vantagem para a

podermos consultar e aí acederem. Escrita em português, esta dispõe de uma

diversidade de ícones de fácil acesso, ou seja, de links que nos fornece entradas

adicionais em assuntos amplos relacionados com o ambiente, estando esses divididos

por conteúdo como é o caso de em primeiro estar os temas em destaque, em segundo a

informação relacionada com a gestão e tratamento de resíduos e por ultimo a saúde

pública. Nesta podemos ainda, ter acesso, igualmente através de links, a informação

sobre a actividade do autor da página. Visto que esse (autor) é uma “instituição”, isto é

o Centro Cientifico Independente, podemos considerar que a informação fornecida por

vezes pode ser influenciada e tendenciosa, visto o tema co-incineração, ser tão polémico

em Portugal. No entanto o conteúdo retirado para a elaboração do trabalho foi útil, não

só em termos de assunto mas também de aprendizagem. Assim, a página possui um

bom alcance relativamente ao tema a abordar, contendo diversas dimensões e

circunstâncias. Possuindo uma leitura inteligível e esclarecedora, a apresentação gráfica

de página é simples sem publicidade, o que não prejudica a sua leitura. No que diz

respeito ao período de tempo da página, esta não possui data de elaboração mas

apresenta várias actualizações dos conteúdos do ano de 2002, portanto é uma página

antiga, porém a informação fornecida não se encontra de todo desactualizada, uma vez

que o tema “co-incineração” é um assunto que tem estagnado em Portugal nos últimos

anos. De modo a concluir, posso afirmar que esta página foi importante para

complementar e enriquecer o conhecimento do meu tema de modo assim conseguir

elaborar e finalizar o meu respectivo trabalho.

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‐ 20 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

4. Ficha de Leitura

Título da publicação: O Mercado dos resíduos em Portugal

Autores: João de Quinhones Levy, Margarida Teles, Luís Madeira e Ana Pinela

Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra

Data de publicação: 2002

Edição: 1ª edição

Local de edição: (s.l.)

Editora: AEPSA (Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente)

Cota: 504 MER

Assunto: Resíduos em Portugal

Palavras-chave: Resíduos Sólidos Urbanos; Resíduos Hospitalares; Resíduos

Industriais; gestão; tratamento e mercado.

Data de leitura: Dezembro de 2007

Área Cientifica: Engenharia do Território e do Ambiente

Observações: nada a registar

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‐ 21 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

Notas sobre os autores:

João Quinhones de Levy

É licenciado em Engenharia Civil, pelo IST, e especialista em Engenharia Sanitária,

pela École Nationale de la Santé Publique de Rennes. É Doutorado em Engenharia

Civil, pela Universidade Técnica de Lisboa.

É professor Associado do Instituto Superior Técnico e coordenador da pós-graduação

em Engenharia Municipal e Sanitária, da Faculdade de Engenharia da Universidade

Católica Portuguesa.

Trabalha há mais de vinte anos em empresas e projectos da área do Ambiente e é, à

data, responsável pelo Grupo Ecoserviços e vice-presidente do Cesur, Centro de

Sistemas Urbanos e Regionais.

Margarida Teles

Licenciada em Engenharia do Território, pelo IST, bolseira no CESUR, na linha de

Investigação de Dinâmicas Espaciais e Ambiente.

Luís da Silva

Licenciado em Geografia e Planeamento Regional e Urbano, pela Faculdade de

Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, mestrando em

Planeamento Regional e Urbano, pela Universidade Técnica de Lisboa.

Ana Pinela

Licenciada em Engenharia do Território, pelo IST, bolseira no CESUR, na linha de

Investigação de Dinâmicas Espaciais e Ambiente.

Resumo:

O livro que tem como titulo O Mercado dos Resíduos em Portugal, enuncia os

diferentes tipos de resíduos existentes no nosso país. Sendo esses, os Resíduos Sólidos

Urbanos como também os Resíduos Industriais e os Resíduos Hospitalares. Perante

estudos e como resultado desses, os autores realizaram estimativas da quantidade dos

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‐ 22 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

diferentes resíduos que eram produzidos anualmente em Portugal, tal como

caracterizados os agentes de Mercado e anotadas as estratégias para a gestão dos

resíduos. Contudo, ainda foram quantificados os custos envolvidos em cada um dos

resíduos.

Ao longo da leitura e análise da obra, tal como também os autores referem, a

informação sobre os Resíduos Sólidos Urbanos é muito melhor e em maior quantidade,

relativamente a dos Resíduos Industriais e Hospitalares. Portanto, os Resíduos Sólidos

Urbanos (RSU) têm assim um desenvolvimento mais aprofundado, enquanto que nos

Resíduos Industriais, são também nomeados e caracterizados os seus diferentes subtipos

de resíduos.

Ao emitirem e explicarem os conteúdos do seio do Mercado de resíduos em Portugal, os

autores tinham como objectivo, a clarificação da informação por parte dos leitores e

também fornecer elementos aos sectores Público e Privado, para planearem a sua

actividade.

Estrutura:

Os autores da obra têm o objectivo de analisar o mercado dos resíduos no nosso País e

por isso abordaram os três tipos de resíduos pertencentes ao sector. De modo a facilitar

a leitura e compreensão dos resíduos (Urbanos, Industriais e Hospitalares), os autores

optaram por apresentar cada um deles em capítulo próprio.

Inicialmente, foi elaborado e posto em prática um inquérito a nível nacional relativo aos

Resíduos Sólidos Urbanos (que se encontra em anexo no livro), do qual foi retirada a

informação mais actualizada que se encontra no livro. No caso dos Resíduos

Hospitalares, onde ocorre uma ausência de informação, foram efectuados contactos com

entidades gestoras do mercado de resíduos hospitalares e não só, de modo assim a

conhecer melhor o processo que envolve estes resíduos em Portugal. No que diz

respeito aos Resíduos Industriais, apesar da informação que os autores possuíam,

estabeleceram ainda contactos com diversas empresas e entidades de modo a

complementarem trabalho.

Tal como referi anteriormente, cada resíduo é desenvolvido em cada capítulo próprio e

portanto os primeiros a ser descritos são os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).

Depois de uma definição de Resíduos Sólidos Urbanos, tendo por base os

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‐ 23 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

Decretos-Lei relativos a este assunto, são abordados os diferentes tipos de tratamento e

posteriormente, a recolha de informação, onde é mencionado o inquérito efectuado a

nível nacional. De seguida é caracterizada a gestão dos resíduos, essa que é introduzida

pela Lei de Bases do Ambiente nº11/87 (mencionada também no Estado das Artes);

assim a operação de gestão de Resíduos Sólidos Urbanos é feita, em primeiro lugar,

com a deposição, em segundo a recolha selectiva, seguindo-se a recolha indiferenciada,

depois é efectuado o transporte e a triagem, sendo mais tarde alvo de tratamento que

pode passar por a compostagem, a incineração e a deposição final em aterro. O ponto

seguinte aborda os agentes de mercado que podem ser entidades inter e

multimunicipais, municípios e empresas privadas. Em Portugal, actualmente, as

actividades de tratamento e destino final destes resíduos estão estruturadas em sistemas

multimunicipais e municipais. Mais à frente, os autores referem mais

pormenorizadamente o tipo de tratamento e destino final a dar aos resíduos em Portugal,

fazendo-se uma comparação entre o ano de 1995 e o ano de 2000. Assim, considera-se

que em 1995, apenas 24% do total de Resíduos Sólidos Urbanos produzidos tinham um

destino final adequado no entanto ao longo do período de 1995 a 2000 constou-se uma

significativa evolução onde no ano de 2000 já se assistia a uma melhoria da qualidade

ambiental do país. O próximo item “fornece” exemplos de modelos Europeus de Gestão

de resíduos como os modelos, de Espanha, França, Áustria, Reino Unido, entre outros,

de modo a destacarem os aspectos particulares de cada país. Segue-se a caracterização

da distribuição das Empresas no Mercado Nacional, tal como os custos e receitas das

operações de gestão. Assim, podemos concluir que Portugal precisa de uma maior

coerência na gestão, promovendo a redução da produção de resíduos dissociando-a do

crescimento económico e a implementação de medidas que desenvolvem o sector

empresarial dos resíduos. Relativamente às taxas e tarifas dos resíduos, estas devem

basear-se na produção de resíduos. E uma das principais opções governamentais para o

sector dos resíduos, na opinião dos autores, deveria ser, a de facilitar a entrada de

capitais privados no sector dos Resíduos Sólidos Urbanos de modo a dinamizá-lo,

tornando-o mais competitivo e proporcionando custos mais baixos.

No próximo capítulo são caracterizados e desenvolvidos os Resíduos

Hospitalares que depois da sua definição, esses são caracterizados onde é nomeada a

distinção entre resíduos contaminados e não contaminados e a sua produção. O ponto

seguinte refere-se à deposição e transporte dos Resíduos Hospitalares e esses devem ser

devidamente identificados quanto à sua origem e ao grupo a que pertencem.

Co‐incineração  

‐ 24 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

Actualmente em Portugal, como os autores nos dizem, o destino final ou eliminação dos

resíduos contaminados é o aterro sanitário, licenciado para Resíduos Urbanos, apesar de

estes serem susceptíveis de incineração. Relativamente ao transporte, os trajectos devem

incluir as rotas entre os locais de produção e os de tratamento. O transporte dos

resíduos, no interior dos centros produtores, é feito em veículos apropriados. De seguida

são nomeados os tipos de tratamento dos Resíduos Hospitalares e as práticas em

Portugal, pois o tratamento de resíduos deve ser adequado de forma a defender a saúde

pública e o ambiente. No nosso país, os métodos de tratamento dos Resíduos

Hospitalares mais utilizados são: a incineração, a desinfecção química e a desinfecção

térmica; desenvolvido cada um deles, dentro de este mesmo item. O custo de todo o

processo é o conteúdo a ser tratado de seguida e o livro mostra-nos que o custo total é

como se fosse a soma de vários custos, pois existe uma divisão entre, o custo de

remoção, o custo de transporte e de tratamento. Os custos dos processos e as tarifas

inerentes, podem incentivar a redução da produção de Resíduos Hospitalares. A

quantidade de resíduos recolhida em 2001, foi de cento e setenta e seis mil e

quatrocentos e cinquenta e cinco toneladas e o custo de tratamento cifrou-se em sessenta

milhões de euros. Em conclusão, face às potencialidades do mercado, considera-se

necessária a participação dos agentes privados, tanto ao nível de remoção, como de

tratamento, uma vez que os sistemas de tratamento são insuficientes.

Em terceiro e último lugar aparece a caracterização dos resíduos Industriais.

Após a sua definição e distinção entre Resíduos Industriais Perigosos e Resíduos

Industriais Banais (ou seja, não perigosos) é explicada a etapa dos resíduos, pois após

serem produzidos, podem ser submetidos a variados tipos de tratamento e destino final.

O tratamento e destino final é variável, dependendo do tipo de resíduos industriais em

causa, mas existem sempre dois tipos de tratamento possíveis que é ou a valorização ou

a eliminação. A avaliação do mercado nacional existente, é o próximo conteúdo

desenvolvido, o qual leva a concluir que o valor do mercado correspondente ao

transporte, triagem e tratamento dos Resíduos Industriais apresentará um acentuado

aumento, pois este é, ainda um dos sectores que menos atenção tem tido por parte das

entidades oficiais. Para cumprir a legislação tem que se construir mais aterros para os

Resíduos Industriais Banais e se instalar incineradoras dedicadas ou retomar o processo

de co-incineração para os Resíduos Industriais Perigosos.

Co‐incineração  

‐ 25 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

Nos sub-capítulos seguintes são feitas análises e a valorização de resíduos que têm

como base as actividades económicas realizadas pelas empresas gestoras de resíduos

industriais em Portugal. Alguns desses resíduos são resíduos de papel, resíduos de viro,

resíduos de plástico, resíduos inertes, entre outros. Depois dessa valorização e

caracterização desses resíduos existentes no nosso país, é referida a avaliação do

mercado e sector privado, onde a viabilidade desse no mercado de resíduos perigosos é

total. Assim, o mercado de transporte e tratamento de resíduos industriais é constituído

maioritariamente por empresas privadas, quer sejam empresas de pequena ou média

dimensão, ou multinacionais. Em termos de valor de mercado, isso foi impossível

prever, pois os autores não possuíam dados disponíveis para os Resíduos Industriais

Banais e Resíduos Industriais Perigosos. Em conclusão, o destino final a dar aos

resíduos, produzidos em Portugal, constitui um problema grave. O facto de não se ter

um valor exacto quanto à quantidade dos resíduos industriais produzidos em Portugal,

principalmente os perigosos, torna difícil a avaliação da necessidade da incineração ou

outros tratamentos possíveis. Existem assim, poucas empresas em Portugal que podem

dar tratamento adequado aos Resíduos Industriais Perigosos produzidos. Portanto,

devido a não se ter conhecimento das quantidades e composição dos resíduos gerados

nas indústrias portuguesas, torna difícil a escolha do melhor método de tratamento e

destino final a dar a cada resíduo.

Este livro parece ser constituído por duas partes, onde a primeira é a já referida,

constituída com a descrição dos três tipos de resíduos em Portugal; e a segunda vem

organizada apenas com anexos e inquéritos (também em anexos) realizados para uma

elaboração mais fiel e exacta da realidade. Esses anexos têm no seu conteúdo

essencialmente a legislação portuguesa referente ao processo dos resíduos em Portugal,

enquanto os anexos dos inquéritos tratam sobre a “População e Produção”; “Remoção

de Resíduos Sólidos Urbanos”; “Estações de Transferência”; “ Estações de Triagem”;

“Recolha Selectiva” e “Tratamento” dos resíduos.

A problemática do texto é realmente conseguir-se da melhor maneira e melhor forma

dar a entender e compreender todo o processo, gestão, tratamento e eliminação dos

resíduos em Portugal, já que os autores consideram que este é um tema com pouca

informação e relevância em Portugal.

Co‐incineração  

‐ 26 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

O texto possui uma linguagem clara e coerente, no que diz respeito ao conteúdo é

pormenorizado e objectivo, sendo útil para a elaboração do trabalho.

Entidades referidas e identificadas no texto:

• Sociedade Ponto Verde (SPV);

• Empresa Geral de Fomento (EGF);

• Quercus;

• Serviço Nacional de Saúde (SNS);

• Instituto de Resíduos (INR);

• Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH);

• Direcção Geral do Ambiente (DGA).

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‐ 27 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

5. Conclusão

A acumulação de resíduos tornou-se num grave problema em Portugal, tal como nos

restantes países europeus e por isso é um assunto a resolver. Nas últimas décadas surgiu

o processo ou tratamento da co-incineração, o que para muitos é uma solução, para

outros é um problema e “dor de cabeça”. Portanto, a co-incineração é ainda hoje um

tema problemático que causa grande discussão e dificuldade na escolha por um

tratamento eficaz dos resíduos. Assim, tentei de uma forma simples, explicar e clarificar

em que consiste a co-incineração e como se procedeu em Portugal nesse campo. No

âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, tentei colocar em prática um

pouco de tudo que aprendi ao longo do semestre.

Contudo, surgiram algumas dificuldades e a primeira ocorreu exactamente na procura

de informação sobre o tema. Aí, eu encontrei a informação muito diversificada, ou seja,

era informação correspondente a muitas circunstâncias, talvez devido à sua polémica, o

que foi um pouco difícil construir um índice com informação objectiva só sobre esses

subtemas. Uma outra dificuldade foi a realização da ficha de leitura, devido

essencialmente ao abundante número de páginas a ler. Porém, a elaboração do trabalho

ajudou imenso para a minha aprendizagem, não só a nível do tema, mas também a nível

das pesquisas e descrições executadas.

Assim, este foi um tema que me deu bastante gosto em explorar e a realização do

trabalho foi do meu agrado, tal como vai ser extremamente importante para o decorrer

do curso.

Co‐incineração  

‐ 28 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

6. Referências Bibliográficas

Fontes de imprensa:

Arriscado Nunes, João e Matias, Marisa (2003), “Controvérsia cientifica e

conflitos ambientais em Portugal: O caso da co-incineração de resíduos

industriais perigosos”. Revista Critica de Ciências Sociais, 63, 129-150.

Levy, João de Quinhones; Teles, Margarida; Madeira, Luís e Pinela, Ana (2002),

O Mercado de Resíduos em Portugal. sl: AEPSA.

Pio, Casimiro et al. (2003), Co-incineração, Uma Guerra para o Noticiário das

Oito. Porto: Campo das Letras.

 

 

Internet:

Burkemeier, Rui (2006), “O trabalho da Quercus na área dos resíduos”. Página

consultada a 14 de Dezembro de 2007. Disponível em

<http://www.quercus.pt/scid/webquercus>.

Centro Cientifico Independente (2002), “Co-incineração em cimenteiras”.

Página consultada a 12 de Dezembro de 2007. Disponível em <http://

www.fe.up.pt/~jotace>.

Co‐incineração  

‐ 29 ‐ Fontes de Informação Sociológica  

Ramalho, André (2003), “Co-incineração”. Página consultada a 14 de Dezembro

de 2007. Disponível em <http:// www.arlivre.com/ambiente/co-

incineração.html>.

Rosas, Cátia (2003), “(Co)-incineraçao ou Cirver”. Página consultada a 12 de

Dezembro de 2007. Disponível em <http:// www.confagri.pt/ambiente/área

temática/resíduos/documento/doc.97.htm>.

s.a (2003), “Incineração”. Página consultada a 12 de Dezembro de 2007.

Disponível em <http:// www.geocites.com/reciclagem2000/incineração.html>.

s.a. (2004), “Incineração”. Página consultada no dia 12 de Dezembro de 2007.

Disponível em <http:// www.wikipédia.org/wiki/incineração>.

Anexo A “O Mercado dos Resíduos em Portugal” livro de João de Quinhones

Levy et al ., (2002)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Anexo B Página da internet avaliada: “Centro Cientifico Independente”