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    Paco Stefano Dadda Garcs

    Lionel Tertis e William Primrose:

    a divulgao da viola no incio do sculo XX

    Trabalho apresentado ao Departamento deMsica da Escola de Comunicaes e Artes dani!ersidade de S"o Paulo# formulado sob aorienta"o do Prof$ Marcelo %aff# para aConclus"o de Curso de &acharel em Msica

    com habilita"o em 'iola de Arco$

    CM(ECA(SP

    S"o Paulo# )*+,

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    Epigrafe

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    AG-ADEC.ME/T0S

    Agradeo a

    3

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    -ESM0

    O presente trabalho objetiva relacionar o desvelar da viola nas primeiras dcadas do sculo

    XX e as carreiras de Lionel Tertis e William Primrose Para isto! ser" necess"rio voltar #s origens da

    $am%lia do violino para entender o por&u' desse aparente desinteresse pela viola como instrumento

    solista! seguido de uma e(plana)o sucinta do uso da viola nos repert*rios de or&uestra e c+mara at

    o sculo X,X Ap*s isso! o momento de e(aminar a biogra$ia de ambos violistas com en$o&ue na

    maneira como $oi $eita a divulga)o de seu instrumento! seja na utili-a)o de transcri.es ou

    estreitando a rela)o com compositores de seu c%rculo! em busca de maior espao para atua)o ereconhecimento do grande p/blico

    PA1A'-AS(C2A'E

    Lionel Tertis0 William Primrose0 1iola

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    SM3-.0

    Lista de iguras 4se houver5 p

    ,ntrodu)o p

    6ap%tulo 78 Origem da $am%lia do violino p

    77 Primeira $ase p

    72 9egunda $ase p

    73 Terceira $ase p

    6ap%tulo 28 Apontamentos anal%ticos p

    27 :e$erencial te*rico p

    22 Sonata op. 12, n.3 p

    227 1 movimento: Allegro p

    222 2 movimento: Andante p

    223 3 moviment: Presto p

    6onclus)o p

    ;ibliogra$ia p

    Ap'ndices 4se houver5 p

    Ane(os 4se houver5 p

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    1ista de 4i5uras

    ig 7 = 6ompara)o de um instrumento moderno e do sculo X1,,0

    >

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    ./T-0D670

    ?o caso de um instrumento musical! a divulga)o e$ica- &uando este se torna conhecido

    do grande p/blico O $ato de ser aceito ou n)o depende da ade&ua)o aos padr.es estticos vigentes

    Ao contr"rio de seus parentes violino e violoncelo! &ue des$rutaram de consider"vel prest%gio desde

    o in%cio do sculo X1,,! a viola $oi pouco e(plorada como instrumento solista at a chegada do

    sculo XX Os motivos desta neglig'ncia pelos compositores e intrpretes podem ser e(plicados por

    &uest.es de gosto! cujo brilho e tessitura do violino se ad&uam #s e(ig'ncias estil%sticas da poca!alm de di$iculdades em manusear as violas de grande porte usadas ent)o 6omo conse&@'ncia da

    escasse- de repert*rio! a viola passou &uase despercebida por sculos

    ?esta pes&uisa! vamos $ocar nas $erramentas utili-adas pelos violistas Lionel Tertis e

    William Primrose em busca da di$us)o de seu instrumento no meio musical Para tal $eito! ambos os

    instrumentistas valeram=se! alm de muita consist'ncia no manuseio da viola! de recursos como

    transcri)o de obras consagradas em outros instrumentos! visto &ue o repert*rio viol%stico

    di$icilmente $orneceria material para preencher um recital! e atua)o intima ao lado de compositores

    com a $inalidade de estimular novas composi.es para seu instrumento

    Tertis iniciou o processo de divulga)o da viola em 7B>! uma poca em &ue! mesmo em

    pa%ses com intensa atividade musical como a ,nglaterra! era um instrumento desconhecido ou

    &uando reconhecido! recebia coment"rios com conota)o depreciativa Primrose! violista atuante

    por volta da segunda dcada de 7BCC! j" tinha o terreno preparado para sua atua)o alm de um

    repert*rio mais $arto e graas a suas &ualidades terminou o processo iniciado por Tertis

    Paralelamente # popularidade desses dois artistas a viola consolidou=se na posi)o de solista

    6omo $onte primordial desta pes&uisa! utili-amos a autobiogra$ia de Lionel Tertis e o livro

    DPlaEing the violaF! uma espcie de entrevista $eita a Primrose por Gavid Galton! aluno e amigo do

    violista! para desvendar seus papis na divulga)o da viola A pes&uisa inicia=se com o retorno ao

    sculo X1, e os prim*rdios da $am%lia do violino! para entender o processo de reclus)o da viola

    Logo ap*s $eita uma e(posi)o sucinta das principais obras para viola e sua $un)o em conjuntos

    de c+mara e or&uestrais at o sculo X,X Por $im! abordamos a vida e campanha dos violistas

    Lionel Tertis e William Primrose em bene$%cio da viola

    H

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    Cap8tulo +9 0ri5em da fam8lia do !iolino

    Os instrumentos da $am%lia do violino! tal &ual o conhecemos hoje! s)o $ruto de um processo

    de sculos de trans$orma.es! impossibilitando a tare$a de atribuir sua cria)o a algum 9egundo

    ;oEden! o termo DviolF tem origem italiana e era usado no sculo X1, para re$erir=se a

    instrumentos de $am%lias distintas! onde o su$i(o da palavra indicaria suas caracter%sticas 4viol+one,

    viol+ino, viol+etta5 7 I t)o variada sua utili-a)o! dependendo do pa%s! &ue se torna imposs%vel

    deci$rar sobre &ual instrumento os autores da poca se re$eriam 9omente no in%cio do sculo X1,,

    os italianos adotaram uma nomenclatura clara para distinguir as principais $am%lias das cordas8violas da gamba con trasti 4violas Jda pernaK! &ue possu%am trastes5 e violas da bracciosenza tasti

    4violas Jdo braoK sem traste! ou violinos5 Go mais agudo pro mais grave eram chamados de

    soprano de viola da braccio (violino)! alto de viola da braccio (viola),tenor de viola da braccio

    (violoncelo)e basso de viola da braccio 4contrabai(o5

    Apesar das incerte-as podemos a$irmar &ue seu nascimento se deu em meados do sculo

    X1,! descendendo diretamente da $am%lia das rabecas A documenta)o pict*rica mais conhecida

    &ue representa a $am%lia do violino em seus prim*rdios uma pintura do santu"rio de 9aronno

    4cidade ao norte da ,t"lia! pr*(ima de il)o5! datada de apro(imadamente 7

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    centros de irradia)o de cultura Alm disso! :oma tornava=se a nova sede da ,greja 6at*lica! a

    mais rica institui)o Ocidental da poca! acumulando poder! ri&ue-a e in$lu'ncia pol%tica

    Onde h" poder! ri&ue-a! $lu(o comercial! produ)o intelectual! e(iste demanda para art%$ices

    e! conse&@entemente! produ)o art%stica abundante O ambiente era prop%cio a e(perimenta)o e a

    aplica)o dos ideais da antiguidade 6l"ssica! moldados aos anseios da&uela sociedade Pode=se

    di-er &ue o violino a adapta)o de uma $erramenta de origem remota! visando atender

    necessidades e(pressivas da esttica europia I a este conte(to &ue a $am%lia do violino deve sua

    cria)o

    1.1 Caracterizao e ascenso da famlia do violino no sculo XVI

    A ades)o de uma &uarta corda 4a corda aguda tanto em violinos &uanto violas5 acontece por

    volta de 7

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    D?*s chamamos violas da gamba a&uelas com as &uais cavalheiros! mercadores e outras

    pessoas virtuosas passam seu tempo O outro tipo chamado violino0 comumente utili-ado para

    dana Mu n)o ilustrei o dito violino por&ue voc' pode imagin"=lo como algo semelhante # viola da

    gamba! alem do &ue h" pouca gente &ue o e(ecuta! salvo a&ueles &ue o usam pro$issionalmenteF3

    ?essa poca! ocorrem aper$eioamentos na $isionomia da $am%lia do violino impulsionados

    pela sua compatibilidade com o movimento musical embasado no canto &ue se desenvolvia I no

    in%cio do sculo X1,, &ue vemos o $lorescer de um estilo oper%stico di$erente dos antigos motetos e

    madrigais! representado por 6laudio onteverdi! &ue tem como caracter%sticas a ornamenta)o

    abundante! harmonias audaciosas! instrumenta)o de$inida e! o mais interessante8 a busca pelo

    cantabile 6ada ve- mais essa busca incitava instrumentistas e luthiers a assemelhar as capacidades

    e(pressivas do instrumento # vo- humana uito re&uisitada! a $am%lia do violino passa a integrar

    e(tensivamente os grupos or&uestrais e acaba suplantando a $am%lia da viola da gamba

    ?a troca de hegemonia da $am%lia das gambas para violinos e(iste uma pre$er'ncia not*ria

    pelo soprano 4violino5! principalmente nas e(press.es art%sticas da ,t"lia ?)o compete a esta

    pes&uisa esmiuar o por&u' dessa preval'ncia sobre as demais! porm! t'=lo em perspectiva nos

    au(ilia a entender a $un)o recorrente da viola! resignada a um papel coadjuvante! &uase sempre de

    preenchimento harmSnico

    1.2 A Viola -Luthieriade Cremona e Brescia

    As dimens.es ideais de uma viola ainda hoje s)o $ruto de muita controvrsia! e(istindo

    basicamente dois tamanhos8 o contralto! com mdia de C cm de corpo! e o tenor! acima de > cm

    Mspecula=se &ue nos prim*rdios constru%am=se violas de pe&ueno porte por comodidade do

    e(ecutante! a$inal de contas nove entre de- violistas eram violinistas Ao passo &ue a manipula)o

    de um instrumento pe&ueno permite mais agilidade! perde em sonoridade por conta da diminuta

    cai(a de resson+ncia O bene$%cio de possuir uma viola grande reside na robuste- sonora!especialmente nas cordas graves! porm mais desgastante devido ao peso do instrumento e

    distancia entre os tons

    9abemos &ue para a e(ig'ncia tcnica do repert*rio anterior ao sculo X1,,,! indi$erente

    manipular uma viola contralto ou tenor! visto &ue n)o se ultrapassa a terceira posi)o Porm! a

    partir do momento &ue se torna mais comple(a a escrita surge a d/vida no momento de optar pelo

    tamanho ideal8 comodidade e virtuosismo ou &ualidade de som Gi-em os especialistas &ue a viola

    3;oEden! p"gina algumaAl$red Nill U p"gina BH

    7C

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    com a sonoridade ideal seria pe&uena demais para e(ecutar apoiada na perna 4como uma viola da

    gamba5 e grande demais para apoi"=la abai(o do &uei(o Apesar dessas controvrsias! devido #

    crescente demanda aos lt!iers,no sculo X1,! surgem grandes centros de $abrica)o de

    instrumentos da $am%lia do violino! com desta&ue para 6remona e ;rescia! ambos na ,t"lia

    Mm 6remona! o nome mais antigo Andrea Amati 4c7

    escritas especi$icamente para viola como solista! provavelmente por&ue havia muito pouco

    demanda 45F >

    Ainda em 6remona outra $am%lia de disc%pulos de ?icolo Amati de desta&ue s)o os

    uarneri Andrea uarneri 47>2> U 7>B5! seu $ilho iuseppe uarneri 47>>> U 7H3B5 e neto

    DMarlE in the 9eventh 6enturE the pre$erence o$ the italians $or the violin as a solo instrument precluded the choice o$the viola bE composers $or their Vors 45 1erE $eV Vors Vere Vritten speci$icallE $or the viola as a solo instrument!

    probablE because there Vere verE $eV demands $or viola solos 45F

    77

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    iuseppe DGel esF 47>B = 7H5! &ue reconhecido como o /nico rival # altura de Antonio

    9tradivari! mantiveram a prima-ia na ac/stica dos instrumentos! porm sem a preocupa)o de um

    acabamento per$eito! o &ue acarretou no estigma de possu%rem um estilo DtoscoF Assim como

    9tradivari a $am%lia uarneri possui poucas violas! n)o passando de do-e

    A ;rescia era outro $amoso centro de $abrica)o de instrumentos e avi-inhada de 6remona!

    porm di$eria drasticamente no estilo de constru)o dos instrumentos Mm compara)o com

    6remona! ;rescia tinha um estilo mais r/stico! sem tanta preocupa)o com o re$inamento das

    $ormas! porm as &ualidades sonoras n)o deviam nada aos demais asparo da 9alY 47CB5

    o e(poente dessa escola e &uanto as suas violas possu%mos de-essete hoje em dia e somente um

    contralto &ue temos conhecimento de sua autoria 9egundo :ileE! especi$icamente as violas do

    modelo 9alY s)o muito apreciadas hoje em dia pela grande cai(a de resson+ncia! o &ue permite um

    melhor desempenho em grandes salas de concertos H

    As gera.es de lt!iersposteriores a asparo da 9alY! dentre eles iovanni Paolo aggini

    47325 e Zanetto 4(((( U ((((5! mantiveram caracter%sticas do seu mestre! porm vis%vel a

    in$lu'ncia recebida de 6remona no &ue concerne aos acabamentos do artesanato! como nas

    in/meras violas contraltos &ue e(istem hoje

    I not*ria a pre$er'ncia por violas contraltos do $inal do sculo X1,, em diante8

    D"t!ierscontinuaram a $a-er violas de grande porte 4tenores5 atravs dos sculos X1,, e

    X1,,,! porm em meados do sculo X1,,, a diminui)o de demanda para violas grandes resultou na

    redu)o das violas tenores para dimens.es menores para torn"=las mais $"cil de e(ecutar a m/sica

    &ue era escrita para viola45F

    1. ! uso da viola at o sculo XIX

    ?o cat"logo publicado por ran- ZeEringer em 7B

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    A primeira obra publicada para viola solo! segundo o cat"logo de ZeEringer! uma sonata

    para viola e continuo de assimiliano ?eri de 7>

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    m/sica de o-artK! Jessa obra pouco conhecidaK! Jesses homens e(ecutaram uma &uase

    desconhecida 6oncertante de o-artKFB

    Publicada em Namburgo no ano de 72C! a&antasia para viola e or'estraOp B de

    Qohann ? Nummel 47HH U 73H5 representante do momento de transi)o do estilo 6l"ssico para

    o :om+ntico A obra uma espcie dePotporridas grandes *peras do sculo X1,,,! incluindo a

    adapta)o &uase id'ntica da "ria Dl io *esoro ntato da *pera Gon iovanni de o-art A

    antasia possui tr's momentos bem de$inidos8 a introdu)o! com a indica)ograve&ue e(plora o

    cantabile da viola0 a parte central &ue o uso da "ria de o-art! de $arta ornamenta)o0 e a terceira

    parte &ue uma espcie de dana r"pida! e(igindo mais agilidade Apesar de ser interessante

    musicalmente n)o uma pea tecnicamente desa$iadora! e(igindo at a terceira posi)o do

    instrumento

    Go escasso repert*rio para viola e or&uestra do per%odo :om+ntico! ou &ue se en&uadre

    neste estilo mesmo &ue tenha sido escrito tardiamente! se destaca a sin$onia 6oncertante DNaroldo

    na ,t"liaF 47

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    era mal vista Mssa 9onata uma obra de elevada e(ig'ncia tcnica para m)o es&uerda e direita!

    compar"vel a seus 2 $apric!ospara violino solo! onde $eito uso e(tensivo de arpejos &ue

    ultrapassam o espelho do instrumento! e(plora)o da regi)o aguda! golpes de arco variados! ou seja!

    uma obra com o virtuosismo &ue tornou Paganini conhecido ao longo dos sculos

    :ichard 9trauss 4(((( U ((((5 com seu poema sin$Snico0on iotepSs a viola em

    evid'ncia

    A viola na m+sica de c,mara

    Para in$elicidade da viola! durante o sculo X1,, o trio sonatase consolida como predileto

    por toda a Muropa I considerado um g'nero de c+mara $ormado por dois instrumentos soprano

    4violinos! obos ou $lautas5 e bai(o cont%nuo! constituindo=se normalmente de tr's movimentos

    curtos 4allegro largo 4 allegro5 M(istem algumas composi.es e(cepcionais dos alem)es Neinrich

    von ;iber 47> U 7HC5! Qohn 9chmel-er 47>23 U 7>C5 e Ganiel 9peer 47>3> U 7HCH5 &ue

    acrescentam a viola nesta $orma)o! pondo=a no lugar do violino ,,77

    ?o sculo X1,,, o uso de teclado no bai(o cont%nuo sai de voga! dei(ando tr's vo-es

    solistas sem o suporte harmSnico I compensada a car'ncia do preenchimento harmSnico com a

    inser)o da viola no grupo solista! nascendo o g'nero de &uarteto de cordas ?os prim*rdios desta

    $orma)o a viola n)o atuava t)o independente &uanto no sculo seguinte! encarregando=se &uase

    sempre das notas intermedi"rias da harmonia como observamos na Sonata a atrode Alessandro

    9carlatti 47>>C U 7H2

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    mas tambm compSs seis &uintetos de cordas &ue incluem duas partes de viola Tambm

    estabeleceu a viola na m/sica de c+mara com piano! em seus dois &uartetos com piano e seu trio [

    B para piano! viola e clarinete em i bemol maior 6ompSs dois duetos para violino e viola! onde

    a supremacia do violino evidente! e in/meros trios para violino! viola e violoncelo onde os tr's

    instrumentos s)o tratados de $orma semelhante

    O estilo composicional de o-art estava especialmente desenvolvido no &uarteto de cordas

    esmo &ue o primeiro violino ainda dominasse! ele apro(ima=se mais do &ue NaEdn na distribui)o

    e&u+nime de atividade para os &uatro instrumentos A compositora e violista brit+nica :ebecca

    6lare $ala sobre o-art e a import+ncia para o &uarteto8

    DO advento de o-art! com seu estilo mais poli$Snico! no entanto! mudou as coisas

    consideravelmente 9eu e(traordin"rio talento para $a-er todas as partes interessantes por si s*! e

    seu entendimento nato das caracter%sticas essenciais de cada instrumento! trou(e possibilidades

    inimagin"veis no &uarteto de cordasF73

    Assim como o-art! L van ;eethoven 47HHC = 72H5 atuou como violista durante sua

    carreira! principalmente em &uartetos de corda e como integrante do naipe de violas da or&uestra da

    capela da corte de ;\nn 9ua escrita para viola n)o e(cedeu o g'nero sin$Snico e de &uarteto! porm

    j" dei(am uma herana incomensur"vel ao instrumentista &ue deseja ter contato com sua obra ?o

    g'nero de &uarteto de cordas! ;eethoven serviu de re$er'ncia para os compositores da posteridade

    Mle $a- ressaltar as caracter%sticas de cada instrumento! como ningum havia $eito 9e observada em

    ordem cronol*gica! temos uma dimens)o do uanto a e'anso da %armonia e forma torna-se

    dr/stica na sua +ltima fase 0!'.12" refleo disso na escrita a dificuldade tcnica acentuada

    'ara as uatro vozes" cada vez mais inde'endentes. !utra 'ea de c,mara interessante o

    dueto 'ara viola e violoncelo ).

    ?a rana! ap*s o emprego macio de violas nas or&uestras da corte no sculo X1,,! n)o

    temos relato de atividade e(pressiva neste pa%s ?o +mbito de c+mara! podemos citar as tr's sonatas

    para viola e piano do violinista belga Nenri 1ieu(temps 472C U 775 como obras representativasda m/sica $rancesa para viola com maior notoriedade! das &uais duas $oram publicadas ap*s sua

    morte e a sonata Op 3> em 9i bemol de 7>3 Msta /ltima $oi dedicada a eorge 1! :ei de NanSver

    ?a Alemanha! o universo imaginativo de :oberto 9chumann 4(((( U ((((5 resultou em

    obras para o +mbito de c+mara para viola O5rc!enbilder! ou $enas de $ontos de &ada, uma

    73DThe advent o$ o-art! Vith his more polEphonic stEle! hoVever! changed things considerablE Nis e(traordinarE gi$t

    $or maing everE part interesting in itsel$! and his inborn understanding o$ the essential characteristics o$ eachinstrument! brought out undreamt=o$ possibilities in the string &uartetF :ebecca 6lare! DThe NistorE o$ the viola instring &uartet VrittingF! usic and Letters! 4Qan 7B235! p H

    7>

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    obra originalmente escrita 'ara viola e 'iano. 3eus uartetos e uintetos tam4m so

    interessantes tecnicamente 'ara viola.

    Ruartetos e se(tetos de ;rahms

    As transcri.es das duas sonatas Op 72C de Qohannes ;rahms 4733 U 7BH5! originais para

    clarinete e piano! $oram $eitas pelo pr*prio compositor e s)o de $undamental import+ncia para o

    escasso repert*rio rom+ntico de viola Ambas as sonatas s)o audaciosas tecnicamente para o violista

    de ent)o! visto &ue e(igem um registro cada ve- mais agudo Apesar disso! ao transcrev'=las o

    compositor apresenta algumas passagens uma oitava abai(o! ora para $acilitar a e(ecu)o! ora para

    tirar proveito das cordas graves da viola Ruanto #s mudanas de oitava $eitas por ;rahms! Lionel

    Tertis tem uma m" impress)o8

    Dm ponto particular &ue eu observei sobre a viola nos anos 7BC $oi &ue o registro agudo

    era ignorado e ine(plorado 45 esmo ;rahms! &ue morreu mais de cem anos ap*s o-art! era

    econSmico em dar ao violista &ual&uer coisa t)o di$%cil &uanto uma nota na se(ta posi)o Mm seu

    arranjo da sonata para clarinete em i bemol! ele evidentemente pensou &ue um G* na se(ta

    posi)o estaria alm da capacidade do violista da poca 4talve- ele estivesse certo5! pois ele chegou

    ao e(tremo de transpor uma passagem do clarinete! ao $inal do primeiro movimento! para uma

    oitava abai(o! de modo &ue a /ltima nota da $rase! G* bemol! est" abai(o da corda G* e $ica a cargo

    da imagina)oF7

    Alm das mudanas de oitava! ;rahms adicionou notas soando simultaneamente 4situa)o

    ine(e&@%vel no clarinete5 e alguns ornamentos t%picos de escrita para instrumentos de corda! como

    acordes arpejados no primeiro movimento da 9onata em " menor

    A viola na oruestra

    At o in%cio do sculo X1,, a maior parte dos instrumentos tinha como principal $un)o o

    dobramento das partes vocais! alm de n)o e(istir a tradi)o de designar na partitura o instrumento&ue deveria e(ecutar cada linha Por este motivo! s)o muito raras as obras or&uestrais do sculo

    X1, &ue possuem uma parte especi$icamente para viola Por e(emplo! no 6r#eo47>CH5 de 6laudio

    onteverdi 47H U 7>35 cada conjunto instrumental representava uma personagem e a /nica

    in$orma)o &ue temos da sess)o de violinos &ue D0ieci /iole da brazzoF 4de- violas do brao! ou

    7DA particular point , have made about the viola in the 7BCs is that the upper register Vere ignored and une(plored45 Mven ;rahms! Vho died more than 7CC Eears a$ter o-art! Vas charE o$ giving the viola=plaEer anEthing as di$$icultas a note in the >th position ,n his arrangement o$ his clarinet sonata in Mb he evidentlE thought 6 in the si(th position

    beEond the capacitE o$ the viola=plaEer o$ that era 4he maE have been right5! $or he Vent to the e(traordinarE lenght o$transposing a clarinet passage! toVards the end o$ the $irst movement! na octave loVer! so that the last note o$ the

    phrase! 6b! is beloV the 6 string and has to be le$t to the imaginationF usic and Letters! 7B

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    seja! instrumentos da $am%lia do violino de dimens.es variadas5 representariam Muridice73> arin arsenne descreveu a

    or&uestra $rancesa de cordas A parte de cima! desss! era e(ecutada por violinos As tr's partes

    intermedi"rias! !ate4contre! taillee 'inte! eram tocadas por pe&uenas! medias e grandes violas!

    a$inadas em un%ssono com o d* como corda mais grave! igual #s violas modernas 45 Mssa

    distribui)o ainda manteve=se no meio do sculo! &uando LullE chegou nos 2 violinos 45 Por

    volta de 7>BC e 7HCC o balano nesses conjuntos mudou! polari-ando mais e(tras nos violinos

    4desss5 e menos violas na regi)o centralF 7

    O $oncerto -rosso! nascido na ,t"lia e disseminado pela Muropa! o g'nero or&uestral do

    sculo X1,,, por e(cel'ncia tendo como e(poente os compositores Arc+ngelo 6orelli 47>H U 7H75 ?ele divide=se a or&uestra em grupo concertino4solistas5 e

    ripieno4acompanhamento5 onde os grupos intercalam a linha principal ?ormalmente o grupo

    concertinocompunha=se de dois violinos! violoncelo e teclado e o ripienode violino ,! violino ,,!

    viola e violoncelo! salvo e(ce.es! como composi.es de rancesco eminiani 47>H U 7H>25 e

    Pietro Locatelli 47>B3 U 7H>5 &ue inclu%ram duas violas no grupo concertino

    ?a Alemanha! o repert*rio para viola da primeira metade do sculo X1,,, com algumae(ig'ncia tcnica substancial escasso Gois dos concertos de ;randemburgo 4n] 3 e >5 compostos

    73> arin ersenne described the rench string scoring Theupper part! the desss! Vas plaEed bE violins The three middle parts! !ate4contre, taille! and 'inte! Vere plaEed bEsmall! medium=sei-ed! and large violas! tuned in unison Vith 6 as their loVest note! lie modern violas 45 This

    distribuction still obtained in the middle o$ the centurE! Vhen LullE too over the 1ingt=&uatre 45 ;E the 7>BCs and7HCCs the balances in all three ensembles had shi$ted toVard toVard slightlE more polari-ed te(tures! Vith e(tra violinson the dessus part and $eVer violas in the middleF The ;irth o$ the Orchestra! 9pit-er ^ ?eVman p"gina B7 e B2

    7

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    por Q 9 ;ach 47>< U 7H a $orma)o $oge do

    modelo de $oncerto -rosso,n)o havendo designa)o de concertinoou ripieno. Apesar disso! no

    concerto n] > as duas violas solistas! sem a presena de violinos! ganham status de soprano do

    conjunto! tendo uma parte notadamente destacada das demais

    ?as *peras de Namburgo do sculo X1,,,! compositores como Nandel 47>< U 7HH U 7H3B5 e 6hristoph raupner 47>3 U 7H>C5 dispensam tratamento especial

    para a parte da viola! utili-ando=a de modo a ressaltar suas caracter%sticas sonoras no

    acompanhamento deArias Porm! somente 6 W luc 47H7 U 7HH5 &ue tra- maior interesse

    para a linha da viola! desvinculando=a da $un)o de mera dobra da linha do bai(o! at ent)o usual!

    $a-endo=a desenhar o impacto emocional da cena no acompanhamento # vo- solista Adam 6arse

    descreve a escrita de luc para viola no seu livro de or&uestra)o8

    DPara a viola! a 6inderella da or&uestra de cordas! luc $oi a $ada madrinha &ue resgatou o

    instrumento de uma posi)o cruel e o $e- n)o somente independente e indispens"vel! mas descobriu

    nela uma individualidade caracter%stica! uma peculiaridade no colorido sonoro do &ual nenhum

    outro membro da $am%lia das cordas era dotadoF7B

    ?a segunda metade do sculo X1,,,! a cidade austr%aca de 1iena torna=se um dos principais

    centros culturais da Muropa uitos artistas como NaEdn e o-art $i(aram resid'ncia nesta cidade

    ou nas pro(imidades a $im de compartilhar das e(peri'ncias musicais l" germinantes NaEdn e!

    posteriormente! o-art tiveram $undamental import+ncia no desenvolvimento do g'nero sin$Snico

    no sculo X1,,, e por conse&@'ncia na escrita or&uestral pra viola Apesar de mais evidente! a parte

    destinada # viola permanece com uma $un)o coadjuvante em rela)o ao violino! normalmente

    dobrando a parte dos bai(os uma oitava acima ou preenchendo a harmonia

    6ontinuando o desenvolvimento do g'nero sin$Snico austro=germ+nico! podemos citar

    ;eethoven e suas nove sin$onias! onde a sec)o de cordas torna=se a base da edi$ica)o musical Mm

    linhas gerais! a condu)o da melodia $ica com os primeiros violinos! o contracanto ora comsegundos violinos ora com violoncelos! e a viola &uando recebe alguma melodia est" em un%ssono

    com violoncelos ou clarinetes ou possui $iguras de preenchimento harmSnico! como colcheias em

    divis Por e(emplo! a introdu)o do primeiro movimento da Sin#onia %er8icaem 9i bemol! onde

    violas e segundos violinos $a-em o acompanhamento em colcheias para o tema &ue apresentado

    nos violoncelos e continuado pelos primeiros violinos

    7BDTo the viola! the 6inderella o$ the string orchestra! luc Vas the $airE=godmother Who rescued the instrument $rom

    a mean position and made it not onlE independent and indispensable! but discovered in it an individualitE Vhich Vas&uite its oVn! a peculiaritE o$ tone=colour Vith Vhich no other member o$ the string $amilE Vas endoVed D Adam6arse! The NistorE o$ the Orchestration! p 7

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    9omente nas sin$onias de Q ;rahms 4733 U 7BH5 &ue percebemos uma parte

    completamente independente para cada naipe! raramente utili-ando oitavas ou dobramentos

    Podemos creditar esse est"gio da escrita para sec)o de cordas # e(acerba)o do contraponto na

    obra de ;rahms! onde o compositor con$ere a responsabilidade a cada naipe de condu-ir uma vo-

    di$erente das demais m *timo e(emplo da a$irma)o acima a introdu)o do primeiro

    movimento de sua 9in$onia n] ! Op B em i menor Mn&uanto o naipe de primeiro e segundo

    violino oitava uma melodia! violas e violoncelos complementam um a vo- do outro com colcheias

    :ichard Wagner 4773 U 735 o compositor conhecido como re$ormador da *pera! ou

    drama l%rico Pode=se di-er &ue ele rompeu com os c+nones vigentes na m/sica europia at meados

    do sculo X,X no &ue di- respeito # concep)o total da obra 4$ilos*$ica! harmSnica e $ormal5 ?a

    escrita de Wagner! os elementos &ue est)o em con$lito no drama s)o representados na or&uestra!

    $avorecendo a e(plora)o da individualidade de cada instrumento e contribuindo para a igualdade

    na atividade dentro da sec)o de cordas de uma $orma nunca vista O violino n)o mais o

    intang%vel detentor da melodia! tampouco a viola o encarregado de preencher a harmonia ou dobrar

    o bai(o Toda a or&uestra est" # merc' dos desdobramentos do enredo e para cada estado de esp%rito

    e(iste um timbre especi$ico &ue melhor o representa Mste o pren/ncio da m/sica &ue aconteceria

    no sculo XX e o conse&@ente aproveitamento de todas as $erramentas dispon%veis! onde cada

    instrumento tem seu momento de protagoni-ar alguma hist*ria

    2C

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    Cap8tulo )9 1ionel Tertis

    Lionel Tertis 47H> U 7BH

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    comum em institui.es de ensino musical da ,nglaterra o estudo de um instrumento principal e um

    secund"rio5?essa poca! Tertis sustentava=se com trabalhos eventuais como co=repetidor e chegou

    a trabalhar em um asilo! onde alm de tocar piano para o entretenimento dos en$ermos ajudava em

    tare$as rotineiras! como trocar de roupa e dar banho Atuando em empregos como este! Tertis havia

    guardado a &uantia de dinheiro su$iciente para se manter por mais tr's meses como aluno do *rinit9

    $ollege! mudando de$initivamente para o violino O jovem violinista decide aper$eioar=se em seu

    novo instrumento na cidade de Leip-ig Porm! segundo ele! o desinteresse dos pro$essores alem)es

    pelos alunos ingleses era tamanho &ue sua perman'ncia na cidade $oi abreviada para seis meses

    Mm 7B< sua estada na Alemanha havia acabado e! de volta # Londres! ele ingressa noo9al

    $ollege o# sicestudando violino com Nans WesselE com &uem! apesar da a$inidade! ele muito

    pouco aprendeu sobre tcnica violin%stica oi neste mesmo ano &ue Lionel tem o contato decisivo

    com a viola &ue trans$orma o rumo de sua carreira8

    DRuando eu tinha 7B anos! um amigo estudante de violino! PercE Nilder iles! veio at mim

    com a sugest)o de &ue eu tocasse viola Mle &ueria $ormar um &uarteto de cordas e n)o havia se&uer

    um estudante de viola na Academia_ T)o por acaso $oi a descoberta de minha miss)o para a vida!

    da&uela linda! $uturamente amada viola! para a &ual eu devotaria o resto de meus diasF22

    Apesar de mudar de instrumento! continuou orientado pelo mesmo pro$essor e! cada ve-

    mais insatis$eito com a $alta de $amiliaridade deste com a viola! Tertis optou pelo mtodo autodidata

    de aprendi-ado 9egundo ele! o melhor meio de aprender era assistindo aos e(%mios instrumentistas

    na plata$orma de concerto

    Mm 7BC7 Tertis torna=se membro o$icial do &uarteto ;essel9 ao lado de Nans! seu antigo

    pro$essor de violino Ao mesmo tempo passou a integrar a or&uestra de NenrE Wood 4eens %all

    6rc!estra! mais tarde passou a se chamarAlbert %all 6rc!estra5 ainda como violinista! ocupando a

    ultima estante do naipe dos segundos violinos m epis*dio curioso de sua vida! &ue descrito em

    um cap%tulo de sua autobiogra$ia! $oi sua passagem da /ltima estante dos segundos violinos para a

    che$ia do naipe de violas! ap*s ter sido ouvido por NenrE Mste $ato $oi base para $ormula)o depiadas na posterioridade! &uali$icando o DmelhorF dos violista t)o bom &uanto o DpiorF dos

    violinistas

    Mm 7BC em rea)o a problemas administrativos! os m/sicos da or&uestra do eens %all

    articularam=se e(igindo melhores condi.es de trabalho 9em acordo entre as partes! os m/sicos

    puseram um $im # contenda retirando=se da or&uestra e $undando a 9in$Snica de Londres23 Tertis!22DWhen , reached the age o$ nineteen a $elloV violin studE! PercE Nilder iles! came to me Vith the suggestion that ,should tae up the viola Ne Vanted to $orm a string &uartet! and there Vas not one viola student at the AcademE_ 9o

    casual Vas the GiscoverE o$ mE mission li$e! o$ that beauti$ul! soon=to=be=loved viola! to Vhich , Vas to devote the resto$ mE daEsF Tertis! p"gina 7

    de maro de 7BC no eens %all de Londres sob a reg'ncia de W N :eed Mm julho de 7B23

    Tertis viaja para os Mstados nidos para $a-er apremi@redo concerto A cr%tica americana do jornal

    orning Post$oi e(tremamente receptiva tanto com o compositor &uanto com o intrprete8

    DMle parece ter uma predile)o pela viola! tendo completado duas sonatas para o

    instrumento! tambm um dueto para *rg)o e viola e um &uarteto para &uatro violas uito moderno

    em esp%rito! uma partitura admir"vel! com e$eitos a&ui e ali &ue lembram algo de GebussE O

    instrumento solista tratado com muito e$eito e com conhecimento! e se o primeiro movimento

    parece um 'ouco invertido"o Andante muito e(pressivo e o inale singular e animado A parte

    solo $oi soberbamente e(ecutada por Lionel TertisF2

    :alph 1aughan Williams!&los $ampiU uma su%te para viola solo! or&uestra e coro oiestreada dia 7C de outubro de 7B2< no eens %allde Londres! sob reg'ncia de NenrE Wood A

    tradu)o para seu t%tulo latino D$lor do campoF e tem como tem"tica o antigo testamento! mais

    especi$icamente 9alom)o oi recebida pela cr%tica com opini.es diversas por emprego de materiais

    n)o muito apreciados na ,nglaterra da poca! como a bitonalidade! ou seja! a sobreposi)o de

    tonalidades distintas! como no dueto inicial entre a viola e o obo2DNe appears to have a predilection $or the viola! having completed tVo sonatas $or the instrument! also a duet $ororgan and viola and a &uartet $or $our violas 1erE modern in spirit! it is admirable scored! Vith e$$ects here and there

    Vhich remind one o$ GebussE The solo instrument is throughout treated Vith great e$$ect and through noVledge! andi$ the $irst movement seems a little undlE spun out! the Andante is verE e(pressive and the inale verE &uaint andanimated The solo part Vas superblE plaEed bE Lionel TertisF White! Tertis 1iola 1irtuoso! p 7B orning Post

    3B

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    William Walton! $oncerto para viola e or'estraU a obra $oi inicialmente dedicada a Lionel

    Tertis! porm $oi recusada pelo violista por sua sonoridade Ddemasiado modernaF Walton acabou

    atribuindo a 6hristabel cLaren! uma dama da nobre-a inglesa O concerto possui tr's movimentos

    e en&uadra=se na esttica neo=rom+ntica A estria $oi $eita em 3 de outubro de 7B2B pelo violista

    Paul Nindemith! no eens %allde Londres Tertis e(ecutou pela primeira ve- este concerto no dia

    de setembro de 7B3C! na ;lgica ap*s ter $eito algumas edi.es na partitura Mm 7B3C! Tertis

    con$essou ter se e&uivocado ao re$utar o concerto e admitiu ser um bel%ssimo concerto

    6..2 :illiam 9rimrose

    Gentre as obras &ue William Primrose encomendou ou inspirou a cria)o destacam=se as

    seguintes8

    Arthur ;enjamin! Sonata para /iola e PianoU Arthur ;enjamin 47B3 U 7B>C5 $oi um

    m/sico australiano &ue se mudou para Londres na primeira dcada de 7BCC 6om $orte in$lu'ncia de

    GebussE! sua sonata para viola e piano! composta em 7BXX! re$lete muito da aura &ue estava imerso

    na poca! de uma m/sica sombria A obra $oi originalmente chamada DMlegia! 1alsa e TocataF e

    ap*s ser denominada Sonata cada um desses momentos passou a constituir um movimento

    Primrose! &ue estava impressionado com a bele-a e virtuosismo elevado da sonata! pediu ao

    compositor &ue a or&uestrasse! porm n)o gostou do resultado pelo e(agero no uso de sopros!

    especialmente clarinete! &ue por ter timbre semelhante # viola obscureceu a vo- solista

    ;ela ;ar*! $oncerto para /iola e 6r'estraU Antes de encomendar este concerto ao

    compositor! Primrose havia solicitado a ,gor 9travinsE uma obra para viola e or&uestra! porm sem

    sucesso! devido a sobrecarga de trabalho ;ela ;arto morreu antes de concluir a or&uestra)o do

    concerto! trabalho &ue $icou # cargo de Tibor 9erlE! violista intimamente ligado ao compositor

    $alecido 9ua estria $oi no dia 2 de de-embro de 7BB

    ;enjamin ;ritten, "ac!r9mae para viola e or'estraU ;ritten pertencente # terceiragera)o de compositores da D:enascena ,nglesaF ocorrida no sculo XX A pea"ac!9mae$oi

    escrita em 7BB e estreada em 7B

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    6.6 9u4lica7es 'eda5?ci5as

    C0/C1S70

    Para melhor compreender a import+ncia dos violistas Lionel Tertis e William Primrose no

    desvelar da viola como instrumento solista no sculo XX $oi necess"rio retornar ao long%n&uo

    sculo X1, e #s origens da $am%lia do violino 6om o resgate hist*rico do pouco uso da viola no

    repert*rio or&uestral! de c+mara e como solista conseguimos entender alguns dos motivos pelos

    &uais a viola $oi pouco e(plorada! dentre eles a di$iculdade de manusear as violas de grande porte!

    e(cedendo cm de corpo e a pre$er'ncia pelas caracter%sticas sonoras do violino no sculo X1,,

    O levantamento de obras or&uestrais e de c+mara com a participa)o da viola ajudou a

    perceber &ue este instrumento era conhecido e at certo ponto e(plorado por m/sicos e

    compositores esmo assim! a participa)o da viola restringia=se a $un.es coadjuvantes se

    comparadas ao violino! sendo a di$iculdade tcnica de sua escrita sempre a&um dos demais

    instrumentos

    O sculo XX $oi palco de pes&uisa e e(perimentos em todos os +mbitos da m/sica e desse

    esp%rito deve=se a ascens)o da viola e seu potencial como solista Aliado a curiosidade por

    $erramentas diversas! estavam os instrumentistas entusiastas de seus meios de e(press)o 6onstatou=

    se &ue a rela)o entre instrumentista e compositores $oi de e(trema import+ncia para o

    desenvolvimento do repert*rio viol%stico! aliando ambas as $oras no intuito de cativar o p/blico e

    consolid"=la nas salas de concerto

    Gesta $orma! conclu%mos &ue a divulga)o da viola por parte de Lionel Tertis e William

    Primrose $oi $undamental para o crescimento da popularidade e aumento de repert*rio deste

    instrumento O objetivo de disseminar o gosto pelo seu instrumento $oi e$etivo m ind%cio desta

    a$irma)o o $ato da e(tensa bibliogra$ia &ue o sculo XX construiu para viola Ambos os m/sicos

    tinham rela.es estreitas com compositores e artistas de sua poca! o &ue $acilitava seus prop*sitos

    de populari-ar a viola e! mais do &ue isso! tinham como principal $erramenta a e(ecu)o primorosa

    do seu instrumento

    7

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    &.&1.0G-A4.A

    Os e(emplares &ue comp.em a ;ibliogra$ia devem ser apresentadas em ordem al$abtica!

    sem subtitulos ou divis)o em se.es! com $onte Times ?eV :oman 72! espaamento 7!C!

    alinhamento apenas # es&uerda e recuo de 7!2< cm da segunda linha em diante M(emplo8

    ;INAM! erard OsVald! Mnri&ue ,n8 9AG,M! 9tanleE 4Md5 @e rove ictionar# of Dusicand Dusicians.London8 acmillan! 7BC! v 7! p 7=7 ed

    9)o Paulo8 Mditora Atlas! 2CC7P:AGO! Antonio :e-ende de Almeida Cartas celestes(para piano Partitura Garmstadt8 Tonos!7BH

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    9O;:M?OM! Prenome4s5 do 6ompositor 8tulo da o4ra em ne5rito ou it/lico(subt%tulo sehouver edi)o se n)o $or a primeira ,ncluir a palavra Partitura no idioma da cita)oLocal de publica)o8 Mditora! ano

    M(emplos8;A6N! 6arl Philipp Mmanuel reat ;e#4oard 3onatas. 9eries , and ,, 9core ?eV or8 Gover

    Publications! 7BBoriod" 'iano( 1ingt regards sur lKMn$ant Qsus! Petites es&uissesdKoiseau(!Nuit prludes! Ruatre tudes de rEthme 6ompact Gisc Mglise ?otre=Game duLiban! Paris rance8 Mrato Gis&ues! 7BB

    Para a listagem de livro de mesmo autor da cita)o anterior8

    8tulo do tra4al%o em ne5rito ou it/lico(subt%tulo se houver Tradu)o de se $oro caso edi)o se n)o $or a primeira Local de publica)o8 Mditora! ano

    M(emplos896NOM?;M:! Arnold un7es estruturais da %armonia.9)o Paulo8 1ia Lettera! 2CC undamentos da com'osio musical.9)o Paulo8 Mdusp! 7BB7

    Para a listagem de livros de mesmo autor e mesmo ano da cita)o anterior8

    8tulo do tra4al%o em ne5rito ou it/lico(subt%tulo se houver Tradu)o de se $oro caso edi)o se n)o $or a primeira Local de publica)o8 Mditora! ano a! b! c etc

    M(emplos 4lembramos &ue a cita)o no corpo do te(to ser" 4essiaen 7Bb8 35! por e(emplo58

    M99,AM?! Olivier 8ec%niue de mon lan5a5e musical. 7er 1olume Te(te Paris8 AlphonseLeduc! 7Ba 8ec%niue de mon lan5a5e musical. 2e1olume M(emples usicau( Paris8

    Alphonse Leduc! 7Bb

    Para a listagem de e(emplos dispon%veis na ,nternet8

    Mndereo = ,n$orma.es complementares Gata de acessoM(emplo8

    http8VVVjstororg = Jstor( Qournal 9torage8The 9cholarlE Qournal Archive.Acesso em23C72CC

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    AP

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    A/E=0

    Os ane(os s)o numerados 4Ane(o 7! Ane(o 2 etc5 Tra-em in$orma.es concebidas por

    otro atore complementares ao corpo do te(to