Teoria política feminista e seus “nós” “a” política e “o” político (re)pensados a partir da construção dos saberes políticos
do Norte/Sul Global
Breno Henrique Ferreira CyprianoDCP/UFMG
Orientadora: Prof. Dra. Marlise Matos
ESTRUTURA DA TESE• PRÓLOGO – REALIDADES LATINAS/E/AMERICANAS: OS ENCONTROS COM
OS FEMINISMOS DO NOSSO SUL
• INTRODUÇÃO – ENTENDENDO OS “NÓS”: DIMENSÕES SIGNIFICANTES PARA SE COMPREENDER O SABER FEMINISTA
• ESPELHOS DISTORCIDOS SOBRE AS MULHERES NO CONHECIMENTO POLÍTICO: A BUSCA POR “NÓS”
• CONHECIMENTOS POLÍTICOS NA PERSPECTIVA FEMINISTA: ENTRELAÇANDO OS “NÓS”
• A “TEORIA POLÍTICA FEMINISTA” ENTENDIDA ATRAVÉS DOS SEUS “NÓS”: AS DIMENSÕES, CONEXÕES E RUPTURAS
• CONSIDERAÇÕES FINAIS – DESATANDO “NÓS”: O CONHECIMENTO FEMINISTA E A BUSCA POR UM CONCEITO NOVO DE “POLÍTICA”
podersaber
política
ativistas
acadêmica/o/s
política/o/s/burocratas
práxis
-conh
ecim
ento
Discurso-poder
histórico-narrativo
NÓSFEMINISTAS
EMARANHADO NODAL FEMINISTA
TEORIA POLÍTICA FEMINISTA
O que é teoria política feminista?
Seria uma estratégia discursiva e de produção de conhecimento, que informa e é informada pela práxis do ativismo político e das múltiplas e diferentes experiências e relações entre as/os atrizes/atores dentro desse campo, que busca, ainda que na sua acomodação disciplinar dos campos que faz parte, a saber, a filosofia e a teoria política, o reconhecimento definitivo destas áreas por poder informar outra visão e entendimento sobre “a” política. Esse esforço deve ser ampliado, inclusivo e informado, já que o saber é consequência de articulações locais e globais, envolvendo disputas de poder, como também abrange uma multiplicidade política de atrizes/atores em esferas variadas.
POLÍTICA COMO TRADUÇÃOAnálise conceitual de “a” política: o conceito central; os conceitos-fronteiras; o eixo de deslocamento; e os conceitos de interlocução.
1.Partindo da lógica patriarcal do entendimento em que o sistema de poder patriarcal define as práticas de coesão, subordinação e dominação por e através das estruturas, operando tanto na esfera pública e privada, um modo proposto de “a” política de tradução é repensar a noção estrutura/sujeito, entendo a estrutura como dinâmica. Dessa forma, a partir das noções de despatriarcalização (PAREDES, 2011; MATOS; PARADIS, 2014), propostas pelas dinâmicas dos saberes comunitários e pós(des)coloniais, propõe-se uma subversão das ordens comunais, familiares e estatais.
2.Entendendo as relações entre a esfera pública e a esfera privada, “a” política feminista entendida como tradução procura reposicionar os sujeitos em dinâmicas igualitárias e democráticas em ambas as esferas, como nos diz Lamas (2000), por “[...] inclinar a balança política a favor do valor de uso e não da transformação, introduzindo um princípio democrático em cada esfera da vida para construir uma sociedade mais humana.”. Dessa forma, o binômio público/privado não significaria a configuração de espaços com dinâmicas estáticas, fronteiras estanques, separados um do outro; entende-se que as fronteiras são mais fluidas e são afetadas pelas dinâmicas das relações sociais do dentro/fora, democratizando, principalmente, a esfera privada.
POLÍTICA COMO TRADUÇÃO3. A dinâmica do poder é entendida através da “tradução” como uma forma de horizontalidade, multiplicidade de vozes e policêntrica. “A” política como reflexão de relações de poder, passa a transferir a lógica do sidestream, da cooperação, do resgate aos laços afetivos e solidários. Resgata-se uma concepção ontológica de “o” político para além das lógicas pensadas através do Sistema colonial de poder.
4. “A” política como tradução resgataria os conceitos políticos e politizados para repô-los numa nova lógica; aberto aos pontos nodais, aos encontros que produzem o múltiplo, a contingência. Cabe ressaltar que o conceito de tradução está aberto às novas modalidades de saberes, aos conceitos politizados.
OBRIGADO!
“[...] para rebelar-se deve-se ter consciência da falta de correspondência entre teoria (postulados) e realidade concreta; de como é essa realidade e o que os ‘colchões ideológicos’ que se interpõem entre ambos os termos (que inventa a ordem). A rebelião, para Camus, é ‘o fato do homem informado’; assim, a rebelião do feminismo é o fato das mulheres informadas que tornam consciência de seus direitos como um grupo e decidem atuar.” (KIRKWOOD, Julieta)