Um pouco de história
O centro de São Paulo desenvolveu-se amplamente em meados do século XIX, quando se
tornou um grande pólo da indústria brasileira do café, construindo a imagem de um centro com múltiplas
funções. Concomitantemente, ocorreu uma valorização imobiliária que gerou sucessivas tentativas dos
proprietários de fugirem dos altos preços, deslocando se para regiões mais afastadas em que as
propriedades ainda mantinham a mesma valoração.
Os donos dos terrenos deixam seus lotes vazios por algum tempo, até que se transformam em
espécies de garagens a céu aberto, ou seja, em áreas tão valorizadas o solo é subutilizado em relação ao
seu potencial construtivo. Esse tipo de movimento permitiu que os promotores públicos redesenhassem a
malha urbana, ampliando ruas antigas e abrindo novas, Tal fenômeno permitiu a “desintegração” de antigos
bairros caracterizando essas zonas chamadas de zonas de transição.
Na década de 40 a fisionomia urbana do centro velho começa a se modificar, um decreto - lei
n.92 de 1941estabeleceu limites de alturas maiores e desencadeou um deslocamento de construções
residenciais para essa região, começando um processo de adensamento que propiciaria, anos mais tarde,
a ocupação das funções administrativas próximas ao coração da cidade, já em áreas consideradas zonas
de transição. A partir de então o centro se tornava um ponto fértil para o terceiro setor. Até o final da
década de 50, do ponto de vista dos empreendedores, a legislação ainda limitava o potencial de
construtibilidade do terreno. Os vários edifícios galerias construídos nesse período preocupavam se em
aproveitar ao máximo o lote e a área da edificação, inclusive, nota-se a quantidade de edifícios verticais de
escritórios. Pensando o processo de verticalização e de metropolização de São Paulo, a tese de Aleixo
expõe a importância do papel da legislação nesse momento, referenciando a pesquisadora Maria Adélia de
Souza e suas reflexões acerca da identidade da metrópole. Até 1934, vigorava o código de obras "Arthur
Saboya". Este atuava de forma a preservar o núcleo histórico da cidade.
De uma forma geral, pode-se dizer que a legislação estava preocupada com as características
construtivas. O Código de Obras foi então atualizado, já demonstrando as preocupações com a volumetria
da edificação:
"como a altura, que era determinada em função da largura da rua em que o prédio
estava localizado, recuos e tratamentos de fachadas.“
Na década de 50, São Paulo vivia um intenso clima de otimismo desenvolvimentista e período
determinante na configuração da metrópole. A área urbana passa por um momento de grande expansão,
esta tem por um lado a ocupação periférica que se coloca como uma alternativa de moradia para as
populações de baixa renda, e por outro ocorre um significativo aumento do contingente de classes médias
estimuladas pelo aumento da capacidade produtiva. Este crescimento impulsiona uma reestruturação da
centralidade urbana.
"São Paulo se organiza como cidade policêntrica, com subcentros estruturados em
diferentes bairros (...) estavam em exuberância a Cinelândia, os restaurantes, os
hotéis e o comércio instalados no Centro Novo, quando a mudança de sede do
governo para Campos Eliseos atraia para suas proximidades outras repartições
publicas, o comercio de luxo começa a se deslocar do Centro Novo em direção a
região da Paulista e Jardins (...). O refluxo na renovação de estruturas físicas no
centro, que se inicia no final dos anos 1950, propicia nos bairros que o circundam a
consolidação de centros de comercio popular e de comercio atacadista (...)."
Feldman, 2004.
O desenvolvimento paulistano ocorreu conjuntamente com os investimentos na construção
civil, estes provinham principalmente dos fundos previdenciários, das companhias de capitalização, das
caixas econômicas e das empresas de seguros que ofereciam créditos e empréstimos principalmente para
edifícios comerciais e residências de alto porte, mas também de conjuntos populares e lotes vazios.
Inclusive nas áreas centrais um novo caráter de empreendimentos ganhou espaço – edifícios em sistema
de condomínio. Dessa forma, a década de 50 é marcada pela construção de edifícios multifuncionais, ou
seja, que incluíam em seu programa atividades outras como: cinemas, comércios, restaurantes, escritórios
etc.
Estes novos complexos programas de edificação vertical, que incorporavam
galerias comerciais em ruas internas às quadras, se difundiram tanto na região central como em suas
proximidades, como na região do Espigão da Paulista. É nesse momento em que alguns marcos da
arquitetura paulistana da atualidade se impõem na paisagem, são exemplos destes: o Copan, na avenida
Ipiranga; o conjunto Metrópole, na avenida São Luis; a galeria Califórnia, na rua Barão de Itapetininga;
diversos edifícios localizados na praça Roosevelt; a Galeria Nações Unidas e Conjunto Nacional, na
avenida Paulista; edifício Paris Roma Rio, na Bela Vista; etc.
O estudo das galerias construídas em São Paulo na metade do Sec. XX nos informa que a
possibilidade de ocupação de toda área do lote facilitou o desenho de uma grande parte das galerias
comerciais, principalmente para as criadas em terrenos muito estreitos. A maior parte dessas galerias
possui uma estrutura central livre para o passeio, com pé direito elevado ou duplo e rodeado de lojas.
Algumas galerias possuem diferentes níveis, mantendo a secção original em cada um dos andares. Há
também a verificação de dois traçados recorrentes existente na planta dessa tipologia de edifícios, destes
o primeiro tem o percurso de uma reta, entre ruas paralelas, e o segundo constroí um caminho em L pelo
meio de quadra, entre ruas perpendiculares. Essas características são observadas nos casos das Galerias
Ipe e das Artes. (imagens das plantas das galerias) O diferencial na circulação destes edifícios fica por
conta do acesso a torre que no caso da galeria Ipe este e independente da área comercial. No caso da
galeria das Artes, a circulação vertical eh acessada já no interior da galeria.
O edifício galeria Rua Monteiro conecta de forma linear, mas não direta, duas ruas paralelas; a
rua 24 de maio e a rua Barão de Itapetininga, com uma segunda circulação entre o térreo e o mezanino
comercial através de escadas rolantes, sem perder a continuidade espacial, pois estão centralizadas em
relação ao edifício e sem barreiras, tornando a entrada ao edifício convidativa. Já a circulação vertical se
encontra no centro do lote, alterando o percurso direto da galeria e construindo dois percursos de galerias
que se encontram posteriormente para acessar a rua.
Outras referências arquitetônicas de galerias comerciais são as Grandes Galerias, como o
Centro Comercial Presidente, estes são configurados por uma circulação principal no meio do lote
vencendo os desníveis por rampas e escadas e uma circulação secundaria na lateral do lote. Os níveis da
galeria são marcados por rasgos nas lajes que conectam visualmente os vários andares.
Os edifícios galerias reproduzem características urbanas das edificações comerciais voltadas para a rua,
este é um primeiro ponto a ser considerado e que remete a preocupações projetuais como o acesso do
edifício e a relação entre galeria e rua. Os primeiros projetos de edifícios galerias na cidade de São Paulo
mantinham a escala das construções comerciais do centro velho, caracterizadas pelo pé direito alto e com
as aberturas definidas pelo esquema geral, sem um tratamento diferenciado. Com o aperfeiçoamento do
desenho das galerias comerciais modificações como a ampliação das dimensões das entradas, presença
de marquises revelando os acessos e aumentando a área de abrigo e ainda lajes recortadas e acessos
verticais diferenciados puderam ser observadas.
"Da Galeria Guatapará, anos 30, para a galeria Ipê e a Galeria das Artes, as
primeiras a serem construídas em meados dos anos 50, notamos uma continuidade
nas dimensões do acesso ao público, mas a marquise sobressaia ao conjunto
marcando definitivamente a entrada. Nos projetos seguintes, as galerias adquirem
pé direito duplo e uma presença maior na definição da fachada dos edifícios (...). No
projeto do edifício e galeria R. Monteiro, além de marquise, o pé direito duplo
marcado por dois pilotis na estrada para a galeria, as escadas rolantes e a
iluminação desse espaço não passariam desapercebidos (...) o projeto das
Grandes Galerias trabalha de forma diferente a relação de visibilidade entre
pedestre e edifício (...) as lajes do edifício recuam para o interior do lote garantindo
a proteção por um processo inverso."
O surgimento das galerias ao longo da Rua Augusta decorre do período demarcado pelas
décadas de 50 e 60 e sublinham a intensa vida urbana da região, juntamente com o surgimento dos
centros comerciais, dos bares, discotecas e cinemas. Porém esse apogeu sofreu um período de
decadência a partir dos anos 70 – causada em parte pelo surgimento dos shoppings e a preferência
daquele público por esses novos centros de entretenimento. Está intrínseco a este fluxo um processo de
esvaziamento dos espaços públicos e a propaganda de que as ruas eram perigosas, lugar de percurso de
marginais. Dessa forma o público se dispersou e o comércio perdeu a sua força.
Algumas décadas depois ocorreu um processo de renovação, em 1993 inaugurou-se ali o
espaço Unibanco de cinema, promovendo a modificação do perfil decadente da região, que em cerca de
dez anos foi ocupado por cinéfilos, grupos alternativos e boêmios. Tanto a rua Augusta do lado do jardins
como o Baixo Augusta estão ainda em intenso processo de renovação. A estrutura de transporte público,
bem consolidada pelas linhas de metrô e ônibus atrai jovens de diferentes grupos e níveis de renda -
vegans, emos, aficionados pelo universo da moda, GLS´s e roqueiros, entre outros personagens da cena
noturna como mulheres da noite e comerciantes informais. Neste sentido, o Baixo Augusta permite uma
“miscelânea” de estilos e acaba apresentando um caráter acolhedor. Esse fenômeno instigante de inserção
social na paisagem da cidade cria fluxos de referência que podem ou não ser potencializados. Assim os
espaços devem refletir áreas de convivência simbólica, recriando um circuito. Essas características são
visíveis nos freqüentadores da região, que opinam por vestimentas mais ousadas, maquiagens e
acessórios, sem excluir aqueles que não abandonam o básico conjunto calça jeans e camiseta.
Magnani, autor de Jovens na Metrópole – etnografias de circuitos de lazer, encontro e
sociabilidade (2007), entende a regiao como locais aonde se articulam circuitos diferentes, como sublinha
"(...) no caso dos freqüentadores da Rua Augusta, também vejo a existência de enlaces. Confirmando a
afirmação, a Profa. Dra. Yara Schreiber Dines escreveu, no artigo intitulado Rua Augusta - Imaginários
Urbanos em Diálogo, como sendo características desses enlaces o caso da estação Consolação de metrô
e da escadaria do Banco Safra:
"os grupos diferenciados de freqüentadores esperam para descer a Rua Augusta.
Há um enlace entre diferentes grupos sociais, sendo que cada um valoriza e se
sintoniza com o seu pedaço (...). Todos têm os seus próprios circuitos, mas circulam
- com os devidos cuidados - por points de outros grupos que funcionam como nós
de uma rede mais ampla"
Magnani e Dines utilizam o termo point para se referir a um único conjunto, como a Galeria do
Rock, a Galeria Ouro Fino, o Centro Cultural São Paulo, o Sesc Pompéia, a Estação Conceição do Metro,
entre outros. Mais especificamente na Rua Augusta esta noção de point pode indicar os bares existentes
na região como o Bar do Netão, Ibotirama, Inferno, Vitrine e Vegas. Locais aonde os grupos de jovens
sociabilizam. Nesse sentido de vida noturna intensa, entendemos como positiva a criação de novos points
que permitam a potencialização dessa vida noturna e revitalização da região. Nessa linha, Dines ainda
escreve:
"(...) novos bares e de casas de shows, inclusive alguns vindo da Vila Madalena,
acompanhando o movimento e o fervilhar da moçada notívaga que freqüenta a
Augusta, vem conduzindo uma revitalização do bairro, de modo “relativamente”
espontâneo mais pela parte do poder privado, do que do poder público.A mudança
do aspecto da Augusta é uma referência positiva do processo de revitalização do
centro. Diferentemente de outras áreas, como a Luz e República, há pessoas
circulando e trafegando pela rua o dia inteiro."
CONSIDERAÇÕES
Com os estudo realizado acerca dos processos de transformações que ocorrem nas áreas
próximas a zonas centrais, vinculadas a mudança do perfil da região, abandono de edifícios, processos de
esvaziamentos urbanos e posterior reestruturação de áreas depois de um tempo de pura especulação
imobiliária, traço paralelos na malha urbana de regiões como a Bela Vista. Mas com características muito
peculiares como a mudança do perfil do personagem urbano na famosa Rua augusta. Creio ser esta rua
uma importante eixo em potencial de ligação entre a Avenida Paulista (de intensa vida urbana) e o centro
(próximo a Praça Roosevelt). Tal elo formariam um circuito de intensa vida noturna e diurna, estando ainda
a região cercada por residências, comércios e serviços.
Um dado novo no perfil da região são os conjuntos residênciais de luxo. Estes estão tomando
conta do espaço urbano de forma criticável, afastando os pequenos edifícios, comércios e serviços. Sendo
assim, questiono a viabilidade desse tipo de empreendimento, pois homogenizam o perfil de uma zona
conhecida por sua multiplicidade de funções, usos, usuários.
Retomo a discussão de edifícios que são permeados pela cidade como os edifícios galerias,
que tiveram sua fase auge entre as décadas de 50 e 60, mas que ainda hoje são grandes referências da
arquitetura e funcionam no meio urbano.
Escolhi uma quadra da rua Augusta, onde se instalavam antigos bordéis e por tal motivo, ainda
se encontra degradada e merece uma série de tratamento para que as pessoas que já passam pela rua
continuem descendo a partir da Avenida Paulista, podendo chegar até a Praça Roosevelt, onde podem
desfrutar de mais lazer e cultura com a grande quantidade de grupos teatrais que ali se encontram, tanto
em teatros fechados como áreas abertas.
A partir do centro do terreno, entra as ruas Bela Cintra – Augusta – Rua Costa – Da Antônia de
Queiros, o novo edifício se desenvolve em duas direções principais – rua augusta e rua bela Cintra, como
uma rua que corta o meio de uma quadra promovendo uma passagem pelo térreo de um edifício e ao
mesmo tempo uma passagem que se abre para outros espaços de permanência. Assim como a galeria
Presidente, a passagem entrecorta os níveis do edifício galeria.
Recuos liberarão mais espaço na cota das calcadas para a livre circulação dos transeuntes
reforçando o caráter público e de vida urbana do interior desta quadra. Um rico e complexo programa de
uso ocupara todo o conjunto, focando na possibilidade de intervenção do usuário nos espaços do interior
do edifício, alem da criação áreas de estar, assim o projeto tem por objetivo promover atividades de caráter
publico de convivência, que deverão permear todo o conjunto.
A proposta se baseia na idéia de espaços de passagem e espaçòs de permanência. Sendo que
estes espaços, em alguns momentos se cruzam, como por exemplo no auditório/ circulação.
MAPA DOS ARREDORESfonte: mapa das zonas de interesse especial da Subprefeitura da Sé, 2007
Área de intervenção
Fonte: GOOGLE MAPS
AI
CROQUI DO VIÁRIO COM SENTIDOS DAS RUAS
Rua Augusta.
Rua Bela Cintra.
CROQUI DE DIMENSÕES DAS RUAS E CALÇADAS
Comparando os fluxos existentes nas duasruas: a rua Augusta apresenta maiorintensidade de pedestres, e de carros eônibus. Apesar desta diferença, as calçadasda rua augusta são mais estreitas einclinadas.
Vias de fluxo baixo
Vias de fluxo alto
Curvas de nivel
Acesso carga e descarga
Acesso de autos
CROQUI DE CURVAS DE NÍVEL
MAQUETE DE ESTUDO TOPOGRÁFICO DO RECORTE DE INTERVENÇÃO
MAQUETE DE ESTUDO TOPOGRÁFICO DO RECORTE DE INTERVENÇÃO
CROQUI DE TIPOLOGIAS VERIFICADAS NA AI
CROQUI DE ACESSOS PRINCIPAIS NA A.I.
Em azul, a passagem de pedestres e em vermelho, pontos de vistas a serem provilegiados.
CROQUIS
CROQUI DA RUA AUGUSTA
Edificio comercial
Casa NoturnaAcademia
Área de Intervenção
Boates masculinas Casarões antigos
“A especulação imobiliária na região conhecida como Baixo Augusta, no centro de São Paulo, e a mudança no perfil dos frequentadores da região estão expulsando os clubes masculinos do local(...) A boate Maison será a 12ª do
gênero "drinks & bar" ou "american
bar" a desaparecer da Augusta
desde 2007
(...)
No lugar da Maison, e de outros três
imóveis contíguos, será construído
um edifício residencial, segundo um
corretor da rua Paim. Hoje há pelo
menos 11 edifícios em projeto e
execução na área.
O metro quadrado ali sai, em média,
por R$ 6.000.
O perfil dos frequentadores também
mudou. Hoje, a juventude tomou
conta da rua. O público é eclético:
gays, héteros, roqueiros, indies,
pobres, ricos e famosos circulam
por lá.”
fonte: FOLHA (fev/2011)c
Foto da parte esquerda da área de intervenção, voltada para rua Augusta.Fonte: Vídeo Guerrilha
A Baixo Augusta ficou muito famosa aalguns ano atrás por reunir uma série decasas de prostituição, saunas, bares dogênero etc, porém o perfil da área estaem plena mudança.Como confirma os dados: até 2007existiam ainda 21 clubes noturnomasculinos, e até o começo de 2011restavam apenas 9, sendo que destasmuitas estão abandonadas, a espera denovos investimentos.
O Vídeo Guerrilha foi um projeto deintervenção artística na arquitetura deSão Paulo, sendo seus criadores sãocoletivos artísticos de diferentes partes doBrasil. Eles buscam explorar aspossibilidades de modificação no espaçourbano através de instalações, grafitti eprojeção gigantes. As atrações principaisnão estarão confinadas em palcos,tendas ou salas de concertos e sim, aprópria rua e os prédios forão palcoprincipal durante três dias (nov/2010).
Objetivos Gerais:
- Fixar a Rua Augusta como grande pólode arte de rua e cultura urbana.- Divulgar e promover a arte comoparte do cotidiano da cidade,transformando os arredores em umagaleria de arte ao ar livre.- Promover atividades e debatespúblicos ligados a temas como Arte deRua e Cultura Urbana.
Foto da parte esquerda da área de intervenção, voltada para rua Augusta.Fonte: Vídeo Guerrilha
Foto da parte direita da área de intervenção, voltada para rua Augusta.Fonte: Vídeo Guerrilha
CROQUIS DE INTENÇÕES DE PROJETOAssim como no projeto de casas de Álvaro Siza, tentar criar uma marcação do volume voltado
para a Rua Augusta, sendo acessível como passagem e cirando novos pontos de vista da cidade.
RASCUNHOS DE PLANTA E VOLUMETRIA
Croqui de Propostas para intervenção
- Edificios selecionados para pensarpreservação e modos de intervir
- Recuo lateral do lote anterior setransformaria em um acesso verdeque interligaria o dentro e o forada edificação
- Jardins (um mais interiorizado,espaço de reflexão, e outro degrande dimensão voltado para arua, mesclando passagem edescanso e demarcando de certamaneira o acesso principal)
- Volume com acesso direto as duasáreas verdes, voltado para acultura.
- Acesso visual dos diferentes níveisda galeria. Mobiliário diferenciado,compondo desenho com plano depiso e definindo lugares de estar.
CROQUI - CORTE DO VOLUME PROPOSTO
Trabalho de meio piso, fazendo o acesso da Agusta em nível.
CROQUI DE ACESSO PELA RUA BELA CINTRA.
CROQUI DE ACESSO PELA RUA BELA CINTRA.
CROQUI DE ACESSO PELA RUA BELA CINTRA.
Alguns tópicos foram levantados em relação a primeira fase do procesode TGI – 1, entre eles estão:
- Edifício-galeria e a questão da permeabilidade urbana-Proposta ainda pouco imaginativa, muito burocratizado ehierarquizado será que atrairia o público que você almeja? As funções eelementos podem se tornar mais propositivos para o sítio.- Jardins ainda estao pouco articulados com o espaço urbano (ruas)- Qual o mix de uso?- Qual é o público nessa área que está sofrendo com as transformaçõesde uso?
ANOTAÇÕES BANCA INTERMEDIÁRIA TGI - I
CRITICAS LEVANTADAS
A idéia de preservação doscasarões antigos não semanteve por conta dademolição dos mesmo emfinalização.
A área abrigará, segundoa idéia dos investidoresconjuntos residenciais dealto padrão.
Observamos a mudançado perfil da região e aintenção de que o passadodegradado que remete àscasas de prostituição eponto de drogas sejasuperado.
CROQUI DA RUA AUGUSTA
Edificio comercial
Casa NoturnaAcademia
Área de Intervenção
Boates masculinas
PROJETO DE CONJUNTO RESIDENCIAL EXISTENTE NA ÁREA DE INTERVENÇÃO
O projeto oferecido pela imobiliáraLopes, chamado BelaCintra estaligado a esse novo carater deedificações residenciais. Conjuntosque agregam em seu interior umacomplexa diversidade de funções,além do habitual morar, elesincorporam o lazer, o espaço deEncontros e em muitos casos otrabalho e infraestruturas comocomércios e serviços. No caso doBelaCintra, o enfoque é dado nasáreas de lazer e na imagem de luxodo edifício. A questão do desenhodo edifício é a principal a que meoponho, pois o edifício que rasga aquadra e se volta completamentepara seu interior, com acesso aapenas uma das ruas, além dedemonstrar um claro descolamentoda cidade.
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO BELACINTRA
Dado o desnível da rua Bela cintra para a rua Augusta e o acesso quase que emnível para a área de lazer voltado para a rua Augusta, verificamos aconfiguração de uma grande empena, que o projeto desenha como um painelem sua fachada. Além de a existência dos jardins laterais e da frente Augusta semostrar como uma barreira vegetal, esvaziando um dos eixos culturaisimportantes da região.
IMAGENS DE DIVILGAÇÃO DO PROJETO BELACINTRA
DADOS OFERECIDOS PELA SUBPREFEITURA DA SEEm destaque para o enquandramento da A.I
Mapeamento
TEATROS
localização
- TEATRO RUTH ESCOBAR
RUA INGLESES, 209
- ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DOTEATRO AUGUSTA
RUA AGUSTA, 943
- CIA DE TEATRO CRIANDOCONDIÇÕES –RUA CONSOLAÇÃO, 1233
- TUSP – TEATRO DA USPRUA MARIA ANTONIA, 294
- TEATRO SESC ANCHIETARUA DR. VILA NOVA, 245
- TEATRO ARENA EUGENIO KUSNETRUA DR. TEODORO BAIMA, 94
- COOPERATIVA PAULITA DE TEATROPÇA FRANKLIN ROOSEVELT, 82
OBS: O alfinete roxo demarca a área deintervenção, enquanto que os alfinetesvermelhos demarcam os teatros existentes naregião.
Mapeamento
CINEMAS
localização
- MATILHA CULTURALREGO FREITAS, 542
- CINEMA ARTEPLES ASFREICANECA, 569
- CENTRO CULTURAL POPULARCONSOLAÇAO
CONSOLACAO, 1897
- ASSOCIAÇAO BRASILEIRA MOSTRAINTERNACIONAL DE CINEMARUA ANTONIO CARLOS, 288
- ESPAÇO UNIBANCO CINEMARUA AUGUSTA, 1475
- CINEMA MULTIPLEXBISTOLAV. PAULISTA 2064
- CINEBOMBRIL-CONJ. NACIONALRUA PADRE MANUEL , 100
- CINESECRUA AUGUSTA, 2075
OBS: O alfinete roxo demarca a área deintervenção, enquanto que os alfinetesvermelhos demarcam os teatros existentes naregião.
MAPEAMENTO DA RUA AUGUSTA
Citarei a etnografia realizada pelaProfa. Dra. Yara Schreiber Dines,que buscou fazer um exercício nosentido de recorte e diferenciaçãode uma antropologia urbana evisual na Rua Augusta. Suaproposta foi observar tanto osatores sociais com suasparticularidades quanto o espaçocom o qual interagem, garantia desua inserção no espaço.
a Augusta do Centro é um lugarfreqüentado por diversos tipos depessoas, de diferentes classes sociais,profissões, idades. Acho que essa é uma
de suas virtudes: está ao alcance detodos, tem opções para todos, pode ser
usufruída por todos.
Andando pela rua Augusta, na frente do Del
Gusta e do Ibotirama , amontoam-se grupos
de jovens heterosessexuais e GLS, esperando
os amigos e fazendo o “esquenta”. Na frente do
Del Gusta, assim como no Hotseria, ficam as
lanchonetes e, na parte detrás, tem balada.
Para Giovanna Rossi Ferragut, o Hotseria “é
um lugar mais bacana, tem umas árvores
dentro e grafites na parede. Um pouco de tudo.
Tem gente da minha idade, até pessoal de 40
anos. Cada dia da semana tem um evento. No
Hotseria como no Del Gusta há predominância
do público GLS. Também há fast-foods, como o
Yoi! Rolls & Temaki e o Tollocos,
especializados em comida mexicana, iguais
aos de shopping-centers, que são locais
freqüentados, antes ou depois das baladas.
A música é realmente uma referência muito
relevante para os agrupamentos que
frequentam a Rua Augusta. Esta muitas vezes
atua como forma de organização de
identidades e estilos de vida. As identificações
não representam somente escolhas simbólicas
perante a grande oferta que a metrópole
dispõe, mas são resultados de relações de
indivíduos e grupos que estão em posições
específicas no contexto de classes
socioeconômico. Assim, os espaços de balada
são referências importantes no contato entre
indivíduos e na construção de gostos em
diferentes baladas da cidade de São Paulo.
Outro local bastante citado pelos
freqüentadores, espaço fechado e pago, é o
Comedians, em que se assiste aos stand-up’s -
show de comedia. Esta programação apresenta
ligação com as Terças Insanas, realizada em
outro pedaço da cidade, no bairro de Pinheiros.
Na Augusta, também encontramos uma loja
típica de outras épocas, a Maurice Plas, cujo
dono vende chapéus e boinas dos mais
diferentes tipos, de fabricação própria. A
Maurice Plas é como um símbolo de uma
época áurea, quando a rua apresentava lojas
elegantes para homens e mulheres de
camadas mais abastadas.
Mais pra cima temos o Bar Z Carniceria que
apresenta um aspecto bem particular, pois
como o nome já diz, procura lembrar o
açougue que havia lá. Já na porta, visualiza-se
esta diferença, pois as maçanetas são dois
cutelos. Nas vitrines, ao lado da porta, vemos
caveirinhas mexicanas e também correntes.
Dentro do ambiente, foram mantidos os
azulejos azul piscina na parede, há reboco
exposto e os garçons usam aventais como os
de um açougue. Nas paredes há ganchos
pendurados de prender carne, caveira de touro,
além de retratos, uma espingarda, dentre
outras quinquilharias. É freqüentado por um
pessoal que trabalha nas redondezas, nos
happy-hour.
Tabela de tipos de serviços ofertados aolongo da Rua Bela Cintra.
%
Restaurantes 30
Lojas 25
Bares / cafés 15
Estética 5
saúde 5
Bancos/ Imobiliárias 5
Hotéis 5
educação 5
Teatro 2
Cinema / Espaços de eventos 2
Animais 2
Outros 2
MAPEAMENTO DE SERVIÇOS
Rua Bela CintraJardim Paulista - São Paulo
CEP: 01415-000 01415-001 01415-002 01419-002
Spa L'OccitaneAjí Restaurante
Cervejaria Devassa
Fun H
ouse
Th
e H
ub
Sã
o P
au
lo
Jam Jardins
CROQUIS DE VOLUMETRIA COM RECORTES
CROQUIS DE VOLUMETRIA COM RECORTES
CROQUIS DE VOLUMETRIA COM RECORTES
CROQUIS DE PLANTAS DO VOLUME
CROQUI PERSPECTIVA DO VOLUME
CROQUI PERSPECTIVA DO VOLUMEPretendo ainda ressaltar com este desenho as linha que irão sobressair no volume geral. A base apoiada na
horizontalidade das linha estruturais das lajes e as verticais em maior ritmo equilibrando a horizontalidade, estatambem ocorre com
CROQUI PERSPECTIVA DO VOLUME
CROQUIS DE PLANTAS DO VOLUME MAIS VERTICAL
CROQUI PERSPECTIVA DO INTERIOR DO VOLUMEProponho neste desenho a intercomunicação visual e sonora entre níveis do edifício, que acabam por funcionar como
pontos de luz diferentes em cada parte da área.
CROQUI PERSPECTIVA DO VOLUME
CROQUI PERSPECTIVA DO INTERIOR DO VOLUME
IMAGEM DAS ESCADARIA DO AUDITÓRIO
IMAGEM DO PISO ENTRE O PISO BELA CINTRA E O PISO AUGUSTANiveis integrados
IMAGEM DO PISO ENTRE O PISO BELA CINTRA E O PISO AUGUSTANiveis integrados
IMAGEM DO BELA CINTRAAcesso direto da visao ao piso Augusta
CROQUI PERSPECTIVA DA LATERAL DIREITA DA A.I.A Idéia é de que lateralmente ao volume principal estejamos bares/ cafés sob uma cobertura contínua ao volume. Um pergolado interliga essa cobertura ao muro divisor de lote.
CROQUI DA LATERAL DIREITA DA A.I.Neste croqui chamo a atenção para o muro divisor de lote, quedeve receber um tratamento vegetal e desenho que se conectediretamente com o plano de piso, mantendo a continuidade doespaço e criando volumes na vertical que configurem nossassensibilidades.
IMAGEM DOS BARES /CAFÉS SOB O PERGOLADOAcesso direto pela rua Augusta, lateral direita da divisa de lote.
IMAGEM BARES / CAFÉS
IMAGEM editada faz referência ao projeto do escritório Diller Scofidio. Traz a idéia de auditório a céu aberto para projeçõese eventos variados.
IMAGEM PISO AUGUSTA Acesso principal.
IMAGEM PISO AUGUSTA Acesso principal
IMAGEM PISO AUGUSTA Circulação vertical e auditório aberto.
CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS
Os croquis apresentados nasequência acrescentam aopartido arquitetônico umapreocupação com o mobiliárioque potencializa a fruição eprodução de alguns espaços,como o espaço mídias. A idéiadeste lugar é permitir que ousuário esteja em sintonia comas novas linguagens e com onovo tempo comunicativo.Neste espaço as pessoaspoderão se conectar com outraspessoas e lugares através dainterconexão e multimediação,da integração de linguagens eda formação de novas entre ascomunidades sociais, ampliandoas possibilidades imediatas decomunicação não presenciais.
Idéia de mobiliário com modulação hexagonal, conectados e construindoum relevo com suas diferentes alturas. Estas funcionam como encosto,apoio de braço, apoio para os pés, ou mesmo uma espécie de mesa. CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS
O espaço mídias também possuiuma áreas mais reservada paragrupos, que buscam lugarespara realizar reuniões,atendimentos etc.
CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS
CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS
CROQUI DO ESPAÇO MÍDIASA idéia embutida neste croqui é de que o mobiliário contínuo ao apoio da monitor, mas
diferentemente do croqui, ele faria parte da vedação vertical.
CROQUI DO ESPAÇO MÍDIASAlém de mobiliários para estudos, pesquisas mais individuais. Nessesentido as mesas contínuas fluem espacializando o lugar e propondointegrações sociais.
Ainda do espaço mídias prevejoáreas de maior conforto edescaso, em que o relaxamentoimpera em grande puffs quetem suas formas delineadas peloformato do corpo.
CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS
CROQUI DO ESPAÇO MÍDIAS onde o sossego tem forma
CROQUI da laje de coberturaIdéia de um estar em área aberta e elevada com acesso visual a rua de um ponto de vista diferenciado da calçada.
CROQUI da laje de coberturaNessa área há a proposta de se instalarem restaurantes com espaço de convivência comum.
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