UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário
DIDÁTICA DAS ARTES VISUAIS I
Trabalho de Análise Comparativa Programas das Disciplinas Específicas do Secundário de Artes Visuais - Curso Científico-Humanístico de Artes Visuais -
Docente: Dr.ª Fátima Caiado Discente: Beatriz Lopes, nº 4775 Data: 08-11-2011
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Índice
Introdução…………………………………………………………………………………………………...……….pág.3
Programa de Geometria Descritiva – A……………………………………………………………….….pág.4
Programa de Desenho A………………………………………………………………………………………….pág.5
Programa de Oficina de Artes………………………………………………………………………………..pág.6
Programa de Oficina de Multimédia B…………………………………………………………………….pág.8
Programa de História e Cultura das Artes…………………………………………………………….pág.10
Conclusão…………..………………………………………………………………………………………….…….pág.11
Bibliografia…………………………………………………………………………………………………………….pág.12
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INTRODUÇÃO
Este é um trabalho que visa confrontar e analisar os vários programas dos
Planos de Estudos das várias disciplinas do Ensino Secundário – Artes Visuais,
de forma a conhecer os seus conteúdos e distribuição lectiva destes, bem
como apresentar questões que se achem impertinentes no que respeita á
composição dos programas que se apresentam em estudo.
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PROGRAMA DE GEOMETRIA DESCRITIVA – A
Durante a análise do programa da disciplina de Geometria Descritiva – A,
no que respeita á distribuição dos conteúdos pelos dois anos em que se
desenvolve o programa, sou da opinião que esta não se encontra equilibrada.
Uma vez que no 10º ano a matéria é de certa forma mais acessível, o
programa poderia ser “acelerado” nos conteúdos do módulo inicial, uma vez
que estes mesmos conteúdos serão sempre relembrados no inicio de cada
matéria, na maior parte dos casos, os alunos não se lembram o que foi
leccionado neste módulo inicial. No que respeita ao programa do 11º ano, este
é excessivamente extenso para se aprofundar e consolidar os conhecimentos
adquiridos pelos alunos nas aulas práticas necessárias, e uma vez que neste
ano a disciplina é terminal, seria uma mais-valia para o sucesso dos alunos a
diminuição dos conteúdos, pois assim teriam mais tempo de aulas para
consolidação de matérias para o exame que realizarão no final do ano, ou
então seria também pertinente repartir estes conteúdos em 3 anos em vez de 2
para obtenção de melhores resultados na compreensão e aplicação das
matérias.
Tendo ainda em conta que as competências a desenvolver são:
Percepcionar e visualizar no espaço;
Aplicar os processos construtivos da representação;
Reconhecer a normalização referente ao desenho;
Utilizar os instrumentos de desenho e executar os traçados;
Utilizar a Geometria Descritiva em situações de comunicação e
registo;
Representar formas reais ou imaginadas;
Ser autónomo no desenvolvimento de actividades individuais;
Planificar e organizar o trabalho;
Cooperar em trabalhos colectivos.
Posso dizer que as metodologias e actividades propostas no programa
são adequadas, no entanto, penso que a maioria das escolas não dispõe dos
recursos previstos, nomeadamente salas específicas para a disciplina, modelos
tridimensionais, vídeos didácticos, software de geometria dinâmica, CAD,
meios audiovisuais e computadores suficientes. Ou seja, na maior parte das
vezes na falta destes recursos que são propostos, o professor tem que criar os
seus próprios métodos de ensino, recorrendo a métodos mais precários uma
vez que na maior parte dos casos a sala de aula atribuída oferece pouco mais
que o quadro de giz e o projector.
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PROGRAMA DE DESENHO A
A disciplina de Desenho A responde, no leque curricular do 10º, 11º e 12º
anos, a objectivos globais de aquisição de uma eficácia pelo desenho a um
nível pré-profissional e intermédio. Dominar, perceber e comunicar, de modo
eficiente, através dos meios expressivos do desenho, serão as finalidades
globais deste programa.
Assim, são parte do Desenho e da sua didáctica, três áreas de exploração: a
percepção visual, a expressão gráfica e a comunicação.
A percepção visual debruça-se sobre as condicionantes biopsicológicas
presentes perante o que é percebido visualmente.
No estudo da expressão gráfica está incluído o domínio das convenções
sociais ou culturais no que respeita a recursos de comunicação; e, também, os
contributos que advêm directamente da capacidade tecnológica humana.
No que respeita ao estudo dos processos de comunicação, são inscritas
áreas que tomam como objecto a função semântica que o desenho encerra,
distinguindo-se os respectivos planos de expressão e de conteúdo.
Durante os 3 anos são abordados os mesmos conteúdos, sendo estes os
seguintes:
Visão;
Materiais;
Procedimentos;
Sintaxe;
Sentido.
Embora com temáticas diferentes, os objectivos são os mesmos, tendo
como finalidades:
Desenvolver as capacidades de observação, interrogação e
interpretação.
Desenvolver as capacidades de representação, de expressão
e de comunicação.
Promover métodos de trabalho individual e colaborativo,
observando princípios de convivência e cidadania.
Desenvolver o espírito crítico face a imagens e conteúdos
mediatizados e adquirir, com autonomia, capacidades de
resposta superadoras de estereótipos e preconceitos face ao
meio envolvente.
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Desenvolver a sensibilidade estética, formando e aplicando
padrões de exigência.
Desenvolver a consciência histórica e cultural e cultivar a sua
difusão.
Tendo o 10º, 11º e 12º anos os conteúdos, objectivos e métodos de
ensino propostos em comum, cabe ao 10º de Desenho A, despertar e
sensibilizar os alunos para as várias matérias, e ao 11º e 12º anos ao
aprofundamento destas, sendo abordadas com temáticas diferentes.
No que respeita à avaliação das metodologias propostas no programa: a
operacionalização da componente prática/ experimental parecem certas. Mas
penso que consoante as turmas e as suas características, os tempos poderão
ser ajustados.
No que respeita às condições que se dizem indispensáveis, tal como já foi
referido no Programa da disciplina de Geometria Descritiva - A, nem sempre as
Escola dispõem de todas as condições, mais uma vez, as salas com
estiradores e computadores com os programas de edição de imagem, bem
como os manequins á escala 1:1 ou modelos de gesso, são recursos ainda fora
da nossa realidade escolar do Ensino Secundário.
Quanto à produção de instrumentos de avaliação, uma vez que,
abrangem um leque alargado tanto a nível de conceitos como na concretização
de práticas, os propostos parecem os mais acertados.
Respectivamente á Bibliografia proposta, uma vez que os conteúdos são
os mesmos durante os três anos, esta também é comum desde o 10º ao 12º
ano.
PROGRAMA DE OFICINA DE ARTES
A disciplina de Oficina de Artes integra o plano de estudo do Curso
Científico-Humanístico de Artes Visuais – componente de formação específica
– e constitui-se como disciplina de opção do 12º ano com uma carga horária de
3 unidades lectivas de 90 minutos semanais. Quanto a este facto, sou da
opinião que esta prática oficinal deveria constar também na formação do 10º e
11º anos, com a mesma carga horária, uma vez que seria benéfico para o
aluno aprofundar conhecimento nos vários campos das artes, como a
escultura, a pintura, a fotografia, bem como explorar as várias técnicas para a
execução dos trabalhos plásticos, pois um ano lectivo apenas dá para uma
pequena abordagem á disciplina, em vez de se explorar as potencialidades que
esta oferece (os conteúdos programáticos propostos são extensos, não sendo
possível a sua total execução, levando muitas vezes a uma abordagem
superficial de algumas tecnologias).
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A inserção de Desenho A no plano de estudo do Curso de Artes Visuais,
como disciplina estruturante e trienal da componente de formação específica,
permitiu que alguns dos conteúdos formativos anteriormente propostos pela
Oficina de Artes fossem reintegrados nessa disciplina. Deste modo, à Oficina
de Artes compete abordar as áreas de expressão e concretização plásticas bi -
e tridimensionais, associadas aos fenómenos da comunicação visual.
O programa de Oficina de Artes pretende proporcionar aos alunos a
aquisição e o desenvolvimento de saberes no âmbito das artes visuais, através
da prossecução das seguintes finalidades:
Desenvolver a sensibilidade e a consciência crítica, mediante
a mobilização do aluno para os conteúdos específicos das
diferentes áreas das artes visuais.
Fomentar a capacidade de manipulação sensível e técnica
dos materiais, dos suportes e dos instrumentos, visando um
melhor entendimento do espaço bidimensional e
tridimensional em vários domínios da expressão plástica.
Incentivar e desenvolver a criatividade, hábitos de pesquisa e
métodos de trabalho experimental.
Proporcionar aos alunos o acesso aos fundamentos e
pressupostos científicos essenciais que determinam grande
parte da fenomenologia das artes visuais, desde o acto
criativo em si à perspectiva crítica e de intervenção no âmbito
da comunidade.
Como áreas de desenvolvimento do projecto o programa apresenta:
Desenho;
Pintura;
Escultura;
Design Gráfico;
Design de Equipamento;
Fotografia;
Videografia;
Intervenção em espaços culturais.
Com a apresentação extensa destas áreas, mais uma vez se verifica que
não é possível abordar todas as propostas de desenvolvimento apenas num só
ano lectivo, bem como, mais uma vez se verifica a possibilidade de falta de
recursos nas escolas para a leccionação de áreas como a fotografia ou
videografia por falta de equipamento ou por falta de laboratórios para o trabalho
de revelação fotográfica o que por vezes torna complicado desenvolver alguns
conteúdos de exploração prática.
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As metodologias e actividades propostas no programa são aceitáveis bem
como os parâmetros de avaliação sugeridos.
PROGRAMA DE OFICINA DE MULTIMÉDIA B
A disciplina de Oficina de Multimédia B enquadra-se, no contexto da
formação específica dos alunos do Curso Científico-Humanístico de Artes
Visuais, na perspectiva de dotar os alunos das ferramentas e conhecimentos
fundamentalmente práticos mas com suporte em conceitos nucleares de base.
Após o domínio de alguns conceitos de base técnica, a aprendizagem de
multimédia deve passar por aprender a integrar conteúdos – gerados das mais
diversas formas (desenhos a carvão, aguarelas, pintura a óleo, fotografia,
desenhos animados em papel, etc.) – no contexto digital e dar-lhes um sentido
multidisciplinar integrado.
As finalidades podem assim apresentar-se da seguinte forma:
Apreender e desenvolver os conceitos de base técnica de
suporte ao desenvolvimento multimédia;
Desenvolver a capacidade de integrar conhecimentos
“tradicionais” no contexto de multimédia digital;
Desenvolver a capacidade de interligar meios diferenciados
num todo com significação e narrativa multimédia;
Desenvolver as capacidades individuais e colectivas de
interrogação e compreensão dos meios de produção visual e
audiovisual em oposição, complemento e integração com os
meios multimédia;
Promover a capacidade de análise e de crítica de produtos e
trabalhos existentes no sentido de treino e aprofundamento
das capacidades de melhoria de padrões de qualidade
existentes.
Tendo como objectivos fazer com que o aluno:
Domine os conceitos base nucleares associados aos
diferentes componentes multimédia de modo a desenvolver
uma autonomia de conhecimento, independente de
aplicações específicas e particulares, gerando uma
capacidade de adaptação a diferentes ambientes e processos
de trabalho;
Conheça, domine e utilize as ferramentas de tratamento e
geração de material digital para multimédia nas suas
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diferentes vertentes (imagens, gráficos, sons, vídeos,
animações...);
Desenvolva as suas capacidades de organização e
desenvolvimento de projectos multimédia;
Oriente e desenvolva projectos de pequena dimensão
(projectos individuais) ou de média dimensão (projectos em
grupo);
Explore e reutilize material de áreas afins e complementares
(desenho, pintura, escultura, vídeo, animação...), fazendo o
seu aproveitamento e integração no contexto de material
digitalizado para promoção e desenvolvimento de projectos
multimédia;
Aprenda a analisar e criticar trabalhos, os seus e de terceiros,
numa perspectiva de melhoria de formas e conteúdos;
Desenvolva formas de colaboração em equipa que permitam
levar a cabo os objectivos traçados na prossecução de um
projecto.
No que diz respeito ás unidades temáticas a leccionar, pode-se dizer que
é um programa com alguma extensão para apenas um ano lectivo. Por
exemplo, nas unidades de Imagem Digital e Animação 2D/3D o tempo proposto
para as aulas práticas é, na minha opinião, insuficiente dada a complexidade
destas áreas e dos programas que são utilizados para a sua aprendizagem.
Mais uma vez, e como já fora referido na análise dos programas das disciplinas
anteriormente expostas neste documento, no que respeita a recursos
didácticos, as escolas nem sempre estão munidas de salas de informática com
as condições pedidas, como por exemplo:
Mesa digitalizadora com caneta sem fios e sensível a pressão
e nível de inclinação (uma mesa por cada posto de trabalho)
Scanner formato A4, com ligação USB que inclua a ligação de
energia (Power) para evitar cabos/transformadores extra
(o desejável: Um scanner por posto de trabalho)
Câmara de vídeo digital miniDV ou Digital8 com ligação por
FireWire (i-Link ou IEEE 1394) e cabos FireWire nas variantes
4-4, 4-6 e 6-6
A realidade actual é que nas escolas que não tenha existido a prática
anterior de audiovisuais ou de ensino de cursos onde a prática de CAD,
desenho vectorial ou ilustração assistida por computador tenha sido
leccionada, estas condições que se dizem “indispensáveis” não poderão ser
oferecidas.
Quanto aos métodos de avaliação estes parecem ser razoáveis, tendo em
conta que a disciplina é teórica e prática, tem toda a lógica que esta deva ser
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forma contínua e de forma escrita, para se poder avaliar a aplicação dos
conteúdos e do conhecimento das bases adquiridas pelo aluno em contexto de
aula.
PROGRAMA DE HISTÓRIA E CULTURA DAS ARTES
A disciplina de História da Cultura e das Artes insere-se na componente
de formação específica dos Cursos Científico-Humanísticos de Artes Visuais e
de Línguas e Literaturas, nos 11º e 12º anos, apresentando uma carga horária
de três tempos lectivos de 90 minutos por semana.
O presente programa procura consagrar a interacção entre as artes e a
cultura ou entre a cultura e as artes. Esta procura de consagração faz com que
o programa de Historia da Cultura e das Artes se revele inadequado à
formação do Curso Cientifico Humanístico das Artes Visuais, quer em termos
de distribuição de carga horária nos indicadores das Áreas Artísticas, quer a
estruturação destes com os conteúdos narrativos.
Este programa é muito superficial no que respeita à abordagem da
História da Arte, ou seja, os seus conteúdos baseiam-se mais para o
conhecimento de cultura geral do que do estudo e aprofundamento da origem e
das várias fases da Arquitectura, Pintura e Escultura, o que seria muito mais
interessante e benéfico para um aluno do curso de Artes, bem como deveria
também ser de carácter obrigatório e não uma disciplina de opção, pois no
formato actual nem todos os alunos têm acesso a ela por terem optado pela
Matemática. Este é um dos factores que faz com que os alunos cheguem ao
12º sem conhecimentos teóricos a disciplinas práticas como Oficina de Artes.
No que respeita a distribuição dos conteúdos pela carga lectiva, em vez
de três tempos lectivos de noventa minutos por semana durante dois anos,
deveria ser de dois tempos lectivos durante os três anos.
Quanto aos objectivos penso que estão adequados para o grau de ensino, bem
como os métodos de avaliação ao contrário dos recursos onde sugerem “Sala
com suportes informáticos disponíveis, ligados em rede e com acesso à
Internet”, recurso que nem sempre é possível de ter, devido á possibilidade das
salas de TIC estarem ocupadas com outras turmas (geralmente são as únicas
salas que conseguem reunir as características mencionadas), ou seja, mais
uma vez o professor terá que “fabricar” os seu próprios meios para poder
leccionar a disciplina.
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CONCLUSÃO
Após a análise dos vários programas das disciplinas aqui expostas,
verifiquei que existem algumas falhas comuns, principalmente no que respeita
a apresentação de recursos e distribuição de carga lectiva pelos três anos do
Ensino Secundário.
Observei que poderia haver sugestão de interdisciplinaridade entre as várias
disciplinas, para que o aluno pudesse aplicar por exemplo, os conhecimentos
de Geometria Descritiva em Desenho, ou os de História e Cultura das Artes em
Oficinas de Multimédia, de forma a encontrar uma aplicação útil para os
conteúdos que lhe é administrado nas aulas pelo professor.
No que respeita aos recursos didácticos, muitos deles não fazem parte da
realidade das escolas portuguesas, por exemplo salas de desenho com
estiradores e computadores para Desenho A, ou mesas digitais para as
Oficinas de Multimédia.
Não sei se quem realiza os programas tem noção do que sugere ou se
está a par das condições que maioria das escolas secundárias podem oferecer,
mas podiam ser um pouco mais realistas na “sugestão” dos recursos
didácticos.
No que respeita à distribuição dos conteúdos pela carga lectiva, no caso das
Oficinas de Artes, Geometria Descritiva A e História e Cultura das Artes
deveriam estar distribuídas pelos tês anos devido á sua extensão de
conteúdos, e no caso das Oficinas de Multimédia no mínimo dois anos (11º e
12º anos), pelo mesmo motivo.
Bibliografia
Programa de Desenho A - 11º e 12º Anos – Homologação 25/03/2002
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Programa de Desenho A -10º ano - Curso Científico - Humanístico de Artes Visuais / Cursos Artísticos Especializados de Artes Visuais e Audiovisuais
Programa de História da Cultura e das Artes - Cursos Científico -Humanísticos de Artes Visuais e de Línguas e Literaturas - 11º e 12º anos – Homologação 14/09/2004
Oficina de Multimédia B - Programa 12º ano - Curso Geral de Artes Visuais
Programa de Oficina de Artes - 12º Ano - Curso Científico - Humanístico de Artes Visuais – Homologação 15/11/2005
Geometria Descritiva A - 10º e 11º ou 11º e 12º anos - Curso Científico - Humanístico de Ciências e Tecnologias / Curso Científico - Humanístico de Artes Visuais – Homologação 22/02/2001