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Breve introdução
5 De Outubro de 1910
No dia 5 de outubro de 1910 deu-se a implantação da República em Portugal. Esta ação foi
levada a cabo por um movimento de cidadãos apoiantes do republicanismo nacional e que não
concordavam que Portugal fosse governado pela monarquia. Chefiados por Teófilo Braga, os
cidadãos procederam a um golpe de estado, destituíram a monarquia constitucional e
implantaram o regime republicano.
Iniciada no dia 2, foi vitoriosa na madrugada do dia 5 de Outubro de 1910.
Após a proclamação da República foi criado um governo provisório chefiado por Teófilo Braga.
Em agosto de 1911 foi aprovada uma nova Constituição, tendo início a Primeira República
Portuguesa.
O primeiro Presidente da República foi Manuel de Arriaga, eleito pelo Parlamento a 24 de agosto
de 1911.
Com esta mudança foram alterados alguns símbolos do país como o hino e a bandeira nacional
(passou de azul e branca para verde e vermelha).
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CONCEITO DE REPÚBLICA
A República (do latim res publica, "coisa pública") é uma estrutura política de Estado ou
forma de Governo em que, segundo Cícero, são necessárias três condições
fundamentais para caracterizá-la: um número razoável de pessoas (multitudo); uma
comunidade de interesses e de fins (communio); e um consenso do direito (consensus
iuris). Nasce das três forças reunidas, entre, uma mistura da libertas do povo, da
auctoritas do Senado e da potestas dos magistrados. Assim, os soberanos oferecem-nos
o amor paternal; os grandes, o sábio conselho; o povo, a liberdade.
O conceito de república não é isento de ambiguidades, confundindo-se às vezes com
democracia, às vezes com liberalismo, às vezes tomado simplesmente no seu sentido
etimológico de "bem comum". Hoje em dia, o termo república refere-se, regra geral, a
um sistema de governo cujo poder emana do povo, ao invés de outra origem, como a
hereditariedade ou o direito divino. Ou seja, é a designação do regime que se opõe à
monarquia.
No entanto, res publica, como sinónimo de administração do bem público ou dos
interesses públicos, foi frequentemente utilizada pelos escritores romanos para se
referir ao Estado e ao governo, mesmo durante o período do Império Romano. A palavra
república foi, com o mesmo significado, também frequentemente usada no Reino de
Portugal. D. João II, por exemplo, numa carta ao rei de França, escreveu: "obrigação é
do bom Príncipe e prudente, não somente galardoar seus vassalos com honras, cargos
e dignidades merecidas, mas castigar com rigor, severidade e justiça aos que são
prejudiciais em sua república, para que os bons com o exemplo do prémio sejam
melhores e os maus ou com castigo se emendem, ou com as maldades pereçam".
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No final do séc. XIX, início do séc. XX Portugal atravessava uma grande crise económica. A taxa de
desemprego era grande e as condições de vida da população, em particular da classe média, agravavam-se.
Por sua vez, a Coroa gastava mais do que devia.
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A moeda desvalorizava, alguns bancos faliam e a dívida pública aumentava. O governo pediu apoio ao
exterior (particularmente à Inglaterra) e aumentou os impostos.
As manifestações e greves aumentaram.
Desde 1820 que Portugal vivia num regime de Monarquia Constitucional, no qual oscilavam duas forças
políticas:
O Partida Regenerador e o Partido Progressista.
O país pouco ou nada mudava e os partidos tudo faziam para se manter no poder.
Rafael, Bordalo Pinheiro, António Maria,
1880
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A contestação à monarquia aumentava e ganhou particular expressividade com a criação do Partido
Republicano (1873) e do Partido Socialista Operário (1875), os quais utilizaram diversas formas de
propaganda não só para criticar a situação em que o país se encontrava, mas também para apresentar
as suas ideias e conseguir apoiantes.
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O descontentamento aumentou com o Ultimato inglês a Portugal, considerado por muitos como uma
verdadeira humilhação.
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O Partido Republicano aproveitou este clima de descontentamento para intensificar a sua propaganda,
fazendo passar a mensagem de que a solução para o país estava na mudança de regime.
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Cada vez mais portugueses aderiram à ideia da República como garante da felicidade, liberdade e
democracia para o país.
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Apesar de muito divulgado, o ideal socialista de uma sociedade mais justa e com melhores
condições para os operários, não ganhou muitos seguidores em Portugal, talvez devido à pouca
expressividade do operariado.
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O descrédito da Monarquia aumentava e a mudança de regime estava eminente.
A primeira tentativa de implantação da república surgiu na guarnição militar do Porto, na
madrugada de 31 de Janeiro de 1891.
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Esta revolução foi rapidamente controlada pelas tropas leais ao rei Dom Carlos e os revoltosos presos. A
Monarquia sentiu-se ameaçada e a República ganhou adeptos.
Na sequência desta revolta, Dom Carlos entrega o governo a João Franco e instala-se a ditadura.
Rei Dom Carlos I, acabara por assinar um Decreto que conferia ao ditador poderes de exceção,
permitindo-lhe perseguir e deportar sumariamente – sem processo judicial – qualquer pessoa suspeita
de republicanismo ativo, ou de mera insubmissão ao regime ao governo.
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A ditadura de João Franco viria aumentar o descontentamento geral face ao regime Monárquico.
1908 – Regicídio
O Rei Dom Carlos e o seu filho Filipe foram assassinados no Terreiro do Paço.