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DEG Environment Consultoria Ambiental 1. CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO 1. DESCRIO DO EMPREENDIMENTO 1.1 Consideraes Iniciais A implantao do Aterro Sanitrio em Arroio do Meio vem atender a uma necessidade bsica de infra-estrutura para o municpio, que ainda no dispe de local adequado para a destinao final de seus resduos slidos, que representam cerca de 9,5 toneladas por dia. O municpio possui atualmente um lixo, a separao do lixo no realizada corretamente e no se d um destino final correto para esses resduos. A concepo do projeto do aterro fundamentou-se, essencialmente, em critrios de engenharia e normas especficas operacionais, objetivando minimizar os impactos ambientais e sociais causados pela disposio inadequada dos resduos no municpio, revertendo o quadro atual encontrado na disposio dos resduos slidos. A alternativa adotada para a destinao final dos resduos teve por objetivo a implantao de um aterro sanitrio projetado dentro da concepo da disposio do mnimo possvel de resduos, para atender demanda de lixo urbano da populao do municpio de Arroio do Meio por um perodo mnimo de 20 anos. 1.2 Escolha da rea do aterro Em resumo, pode-se dizer que um local adequado para a instalao de um aterro sanitrio deve satisfazer 5 (cinco) aspectos ambientais, a seguir detalhados: a) Segurana e sade pblica: O local deve contar com boas condies de acesso, por estrada(s) pavimentada de boa capacidade de trfego e desprovida(s) de rampas ngremes. O subsolo local deve possuir caractersticas geo-hidrolgicas que minimizem a disperso de eventuais contaminantes a jusante do local do aterro e que dificultem a contaminao dos recursos hdricos superficiais e subterrneos. Nesse sentido, o ideal que o solo onde o aterro ser implantado tenha permeabilidade inferior a 10-6 cm/s, com uma zona no

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DEG Environment Consultoria Ambiental saturada com espessura maior que 1,5 m, conforme dispe a NBR-13.896/97 da ABNT. b) Meio ambiente: Deve-se selecionar um local pouco explorado, dando-se preferncia a terrenos sem matas nativas e/ou nascentes e sem uso econmico definido, ou ento, em reas j degradadas que permitam a recomposio da rea. As caractersticas biticas devem ser adequadas, priorizando-se reas desprovidas de recursos naturais importantes, fauna e flora incipientes e/ou de pouca expresso e dotadas de baixo ndice pluviomtrico e alto ndice de evapotranspirao. Tambm, devem ser evitadas as reas onde a direo predominante dos ventos afete ncleos urbanos prximos. Se possvel, deve ser priorizada a utilizao de reas j ambientalmente impactadas, recuperando-as e ampliando-as adequadamente, evitando, assim, que novas reas venham a ser impactadas. c) Aspectos sociais: Devem ser evitadas reas localizadas junto a aglomeraes urbanas, devido aos problemas de odor, barulho e impacto visual que o aterro poder causar, quando no bem operados. Tambm, devem ser evitados locais prximos a aeroportos, pois os resduos depositados podem atrair urubus e outras aves, criando riscos de acidentes com aeronaves. d) Aspectos culturais: Devem ser evitadas reas localizadas junto a locais de expressivo patrimnio cultural e /ou arqueolgico. e) Custos: Devem ser priorizadas reas com titulao pblica, quer em nvel federal, estadual ou municipal e de propriedade privada, pois, em geral, quando pblicas, so reas onde se obtm maior facilidade de compra e menor preo de aquisio e, quando privadas, j possuem titulo de domnio ou de posse. Deve ser dada preferncia a reas que, por suas caractersticas geomorfolgicas, possibilitem a obteno interna de solo adequado para cobertura dos resduos, bem como reas localizadas, no mximo, a 40 km dos principais centros geradores de resduos.

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DEG Environment Consultoria Ambiental Devem ser evitadas reas cujo tamanho s viabilize a disposio dos resduos por um curto perodo de tempo, dando-se prioridade a locais que possibilitem a implantao de aterros com uma vida til de, no mnimo, 10 anos. Inicialmente, foi utilizado o software Google Earth, com indicao da rea urbana, para identificao das reas fisicamente favorveis, das eventuais reas de Proteo Permanente e de Preservao, do local atual de disposio e das mineraes abandonadas e/ou paralisadas. Aps a sobreposio de todas estas informaes, visualizaram-se os trechos da rea favorvel em razo de contar com boas condies de acesso, estar situada no muito distante dos principais centros geradores de resduos, estar fora de reas densamente urbanizadas e no apresentar restries de ordem legal para implantao de sistemas de disposio e/ou tratamento de resduos. De posse do mapa da rea, foram realizadas vistorias de campo, onde se procurou identificar as micro-reas consideradas mais adequadas para implantao de um sistema de tratamento e/ou disposio final de resduos slidos urbanos para o Municpio de Arroio do Meio. 1.2.1 Localizao O Aterro Sanitrio de Arroio do Meio ser implantado em uma rea total de 54064,2 m, localizada na Estrada Morro Vermelho, zona rural do municpio, a cerca de 1,7 km da RS 130 e 5,2 km do centro do municpio. O acesso principal se d pela Rua Presidente Vargas e pela RS 130. Ressalte-se que foi atendida integralmente a exigncia de reserva legal de 30%, em cumprimento Lei Federal 4.771/65 e alteraes.

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Localizao do Aterro Sanitrio de Arroio do Meio. Fonte: Google Earth

Detalhamento da rea Fonte: Google Earth

1.3 Concepo Tecnolgica A concepo do aterro sanitrio se embasou, fundamentalmente, na topografia original da rea em funo do escoamento superficial da gua, da vegetao existente e do alto nvel de degradao da rea. A disposio das clulas de lixo na rea ser realizada de forma que sua implantao dever

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DEG Environment Consultoria Ambiental atender, da forma mais natural possvel, as caractersticas originais do terreno sem interferncia em cursos dgua, em encostas e, ainda, fundamentando na proteo do atual processo erosivo que sofre a rea. O dimensionamento das etapas utilizadas para receber os resduos domiciliares e pblicos do aterro sanitrio baseou-se no principio de maior aproveitamento da rea para obteno de uma vida til de 20 anos, compatibilizando os tempos necessrios para os servios de escavao e aproveitamento dos solos locais (como material de cobertura) com os servios de disposio de resduos. O aterro sanitrio de Arroio do Meio ter, inicialmente, capacidade para receber 14 toneladas de lixo por dia, para uma vida til de 20 anos. O aterro dever contar com todos os sistemas e instalaes necessrios sua adequada operao e controle tcnico e ambiental, envolvendo: - reas especficas para disposio e tratamento de resduos; - Sistema de recirculao do lixiviado, compreendendo o chorume oriundo do processo de decomposio dos resduos; - Sistema de drenagem de guas pluviais; - Sistema de controle e proteo ambiental; - Dotaes de infraestrutura na rea, envolvendo a instalao de rede de energia eltrica, vias de acesso principais e secundrias e colocao de cerca em toda extenso do empreendimento, alm da logstica necessria para uma boa operao do aterro. - Planejamento de utilizao e plano de encerramento do Aterro Sanitrio. 1.4 Detalhamento do Projeto do Aterro 1.4.1 Conformao Geomtrica do Aterro O aterro sanitrio de Arroio do Meio ser implantado em uma rea total de 54064,2 m. A conformao topogrfica do terreno apresenta uma elevao na poro nordeste e declividade, no acentuada, tanto para sudeste como para noroeste da rea. Ser construdo um talude na poro da elevao nordeste onde ficar a rea de preservao, este ser coberto por vegetao rasteira para evitar

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DEG Environment Consultoria Ambiental eroso. No restante do terreno ser feita uma terraplanagem com declividade mnima para sudeste. Devido terraplanagem ser necessria a construo de um muro de conteno na divisa noroeste. A rea prevista para a disposio dos resduos ser tambm a rea limitada para a execuo dos servios de escavao, que consistiro na retirada de solo para conformao da fundao do aterro sanitrio, bem como para fornecimento de material de cobertura e demais servios inerentes operao do empreendimento. Prev-se, ainda, a proteo superficial com grama nas reas e taludes que ficarem expostos por longos perodos, principalmente em pocas de chuva. Os servios de escavao devero ser executados por todo o perodo de implantao e operao do aterro sanitrio, juntamente s etapas de disposio de resduos, otimizando as reas de estocagem de material de cobertura e, ao mesmo tempo, garantindo o seu fornecimento ininterruptamente. 1.4.2 Estimativa da produo de resduos slidos urbanos Para a definio da vida til do aterro sanitrio, torna-se fundamental estimar a quantidade de resduos que devero ser dispostos na rea. Os dados relativos populao foram obtidos do IBGE (2009) e atualizados at a presente data. Utilizou-se a taxa de crescimento populacional de 3,76 % por ano para a cidade de Arroio do Meio. O municpio possua, no ltimo estudo populacional (IBGE, 2009), uma populao de 19059 habitantes. Atualmente, o municpio, de acordo com a ltima estimativa do IBGE para o ano de 2011, conta com 20509 habitantes e segue com uma taxa mdia geomtrica de crescimento anual de 3,76% (IBGE). Desse modo, a populao inicialmente atendida pelo projeto do aterro sanitrio (20509 habitantes), aps um perodo de 20 anos, ser de 42930 habitantes. A TABELA 01 mostra a projeo da populao de Arroio do Meio, at 2031.

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TABELA 01 Projeo da populao entre 2009 at 2031

Com as informaes levantadas, foi possvel fazer a estimativa de produo de RSU, considerando-se a variao da populao e da taxa de produo per capita (0,5 kg/dia*hab) ao mesmo tempo, o que representa, de forma bastante realista, a evoluo da produo de RSU no municpio (TABELA 02). Para a obteno da produo de RSU em m, considerou-se a densidade do RSU igual a 1, 0 ton/m, considerou-se tambm um recalque de 30% devido compactao e decomposio.

TABELA 02 Estimativa da produo de RSU

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DEG Environment Consultoria Ambiental 1.4.3 Dimensionamento das clulas de destinao final Aps a estimativa de produo de RSU pode-se proceder ao clculo do volume que ser aterrado nas clulas de disposio final. A geometria final dos taludes de um aterro sanitrio est intimamente ligada s condies de controle da estabilidade dos taludes, de drenagem interna de gases e de lixiviado, alm dos critrios operacionais e construtivos, considerando-se, adicionalmente, a grande deformabilidade do macio de resduos slidos. necessrio estimar o volume de solo que ser usado na cobertura final, bem como a diminuio do volume da massa de resduos com o passar do tempo, por conta do recalque. Estima-se para a quantidade de solo a ser utilizada no aterro um percentual da ordem de 6% sobre a produo total do RSU. A movimentao de terra (cortes/aterro) necessria para conformao da rea da base do terreno ser de forma a no afetar os volumes calculados das clulas. Estabeleceu-se um recalque mdio de 30%, totalizando em 20 anos 65328,8 m de material depositado nas quatro clulas. Assim, as clulas devero ser executadas com 7 metros de altura, 22 metros de largura na borda, 15 metros de largura na base, 130 metros de comprimento e com taludes externos na inclinao mxima de 1:0,5 (ver:hor). Essa geometria poder vir a ser ajustada em etapas subseqentes, principalmente nas etapas operacionais iniciais em funo do diagnstico do monitoramento geotcnico especfico do empreendimento. Quatro clulas, que sero operadas por fases ou em etapas, foram definidas para este projeto. O estudo do volume das clulas foi realizado com base na geometria das clulas e calculado por meio do programa AutoCAD. A Planta 01 mostra a concepo do layout final das clulas aps as diferentes fases de operao. 1.4.4 Estimativa da vida til A estimativa da vida til do aterro foi calculada com base na mdia mensal da quantidade de resduos slidos a ser aterrada e na capacidade das clulas, admitindo-se que o aterro operar 365 dias por ano.

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DEG Environment Consultoria Ambiental 1.4.5 Drenagem de guas pluviais O sistema de drenagem superficial ter a funo de recolher e desviar as guas pluviais para fora da clula, reduzir o volume de lixiviado, melhorar as condies de operao do aterro durante chuvas intensas e evitar eventuais eroses e deterioraes nos taludes e acessos. A drenagem de escoamento ser em superfcie livre, por ser mais econmica e mais eficiente na soluo dos problemas com obstrues, que so facilmente identificadas e solucionadas. O sistema de drenagem estar desvinculado do lixo disposto nas clulas e, dessa forma, a gua coletada por esse sistema estar totalmente separada, podendo ser descartada no sistema natural de drenagem pluvial. Devero ser realizadas anlises peridicas de amostras dessas guas, de maneira a verificar a eficincia do sistema de proteo ambiental. 1.4.6 Impermeabilizao do Fundo A impermeabilizao de base com a implantao de uma camada de argila compactada e com geomembranas ter por finalidade evitar a contaminao das guas subterrneas, controlada pelo monitoramento peridico de sua qualidade, que indicar a possibilidade de ocorrncia de vazamentos do lixiviado. Na base das clulas ser colocada uma camada de 50 cm de argila compactada, com permeabilidade de 10-6 cm/s, com a finalidade de prevenir qualquer infiltrao. As mantas em PEAD tero espessura de 2,0mm e recobriro toda a superfcie definida pelo projeto com base nas dimenses das clulas. 1.4.7 Sistema Virio As vias de acesso sero destinadas ao trnsito de equipamentos e veculos em operao, de modo a assegurar o acesso seguro s reas de disposio de lixo e a interligao entre todas as outras unidades existentes no aterro sanitrio sob quaisquer condies climticas. A via principal dar acesso ao centro administrativo, galpo de triagem, clulas e s vias secundrias que, por sua vez, sero utilizadas para o acesso s reas entre as edificaes, entre as clulas e

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DEG Environment Consultoria Ambiental para movimentao de materiais dentro da planta. As vias secundrias sero construdas conforme plano de operao do aterro, podendo ser substitudas e modificadas em funo dessa operao. Essas vias no sero dimensionadas pelos mtodos tradicionais, por se tratarem de vias provisrias e que tero o lixo como subleito do pavimento. importante ressaltar que a declividade longitudinal da via no dever ser superior a 10% e a largura da pista ter, no mnimo, 8 m, sendo 7 m para faixa de rolamento (3,5 m por sentido) e 1 m para drenagem pluvial (0,5 m em cada lateral). Todas as vias, principal e secundrias, tero um sistema de manuteno visando, principalmente, manter as caractersticas de largura, declividade longitudinal e transversal da via, pavimentao e drenagem existentes, quando da implantao da mesma. Proteo superficial dos taludes Tanto para os taludes de deposio dos resduos, como para os taludes em solo resultante das atividades de escavao, ser necessria a execuo de proteo superficial dos mesmos, com o propsito de manter a sua integridade, sem que ocorram riscos de instabilidade ou incidncia de eroso. Os taludes em solo resultantes dos servios de escavao, que permanecero expostos por um grande perodo de tempo, devero ser protegidos por elementos de drenagem provisrios, como canaletas, canais e descidas hidrulicas em concreto e alvenaria, alm do plantio de grama. 1.4.8 Plano de Avano do Aterro Conforme definido no modelo tecnolgico proposto para o aterro sanitrio, o mesmo ser operado em duas fases distintas: a) Fase de Implantao Fase I: A fase de implantao do aterro sanitrio consistir na instalao de toda infra-estrutura fsica e operacional necessria para dar suporte operao do mesmo. Nessa fase, sero realizadas as seguintes obras: - Cercamento da rea; - Construo da 1 clula;

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DEG Environment Consultoria Ambiental - Construo da cobertura mvel da clula; - Construo do centro administrativo; - Construo do galpo para triagem; - Construo da cobertura da rea para deposio de matria orgnica; - Construo de guarita de segurana; - Construo da drenagem do aterro; - Calamento dos acessos dos caminhes para transporte. Esta fase inicial de implantao dever ter durao de cerca de seis meses. A FASE II, definida aqui como a fase de operao, ser executada em seguida. b) Fase de Operao Fase II: A operao do aterro sanitrio se dar em etapas. Primeiramente ocupando a regio prxima divisa sul, a primeira clula ter a profundidade de 7 metros, seguindo as dimenses descritas para as clulas. A primeira etapa da operao dever ocupar uma rea de cerca de 2860 m, prevendo a disposio de cerca de 16296 m de resduos durante 6 anos e 8 meses. Durante a execuo dessa primeira etapa, se dar a implantao dos sistemas de proteo ambiental na rea onde ser construda a segunda clula, contando com a execuo da camada de solo argiloso compactado na fundao, instalao da geomembrana com respectiva camada superior de proteo mecnica em solo, alm dos acessos operacionais e ptios de descarga necessrios. Ao trmino da primeira etapa e com os servios de implantao concludos, inicia-se a disposio de resduos na segunda clula. A segunda etapa da operao dever ocupar uma rea de cerca de 2860 m, prevendo a disposio de aproximadamente 16296 m de resduos durante 5 anos e 8 meses. Da mesma forma que a primeira etapa, durante a execuo dessa segunda etapa se dar a execuo dos servios necessrios para a terceira etapa. Ao trmino da segunda etapa e com os servios de implantao da terceira etapa concludos, inicia-se a disposio de resduos na terceira clula. A terceira etapa da operao dever ocupar uma rea de cerca de 2860

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DEG Environment Consultoria Ambiental m, prevendo a disposio de aproximadamente 16296 m de resduos durante 4 anos e 6 meses. Durante a operao da terceira etapa, se dar a implantao da quarta etapa. A quarta e ltima etapa da operao dever ocupar uma rea de cerca de 2860 m, prevendo a disposio de cerca de 16296 m de resduos durante 3 anos e 2 meses. Durante a operao da ltima clula, devero ser iniciados os servios de fechamento do aterro sanitrio, contando com camadas de cobertura mais espessas e demais sistemas que devero ser apresentados e discutidos com os rgos de controle ambiental. Essa logstica operacional visa minimizar a ocupao da rea de disposio de resduos, garantindo, entretanto, uma vida til adequada para o empreendimento. A TABELA 04 resume as etapas de implantao e operao do aterro sanitrio de Arroio do Meio.

TABELA 04 Etapas de Implantao e Operao

importante ressaltar que o excedente do material escavado nas etapas dever ser utilizado, tanto para execuo das camadas de solo das vias principais e secundrias do aterro, quanto para cobertura definitiva dos resduos. 1.4.9 Unidades de Apoio As unidades de apoio so componentes do projeto que dizem respeito segurana, ao controle, a manuteno, ao estoque de materiais, ou seja, a todas as instalaes que apoiaro a atividade fim de destinao final dos resduos. Sistema de Proteo e Segurana Como unidades de proteo e segurana do aterro sero implantadas cerca e muro em alvenaria. O muro em alvenaria ser implantado na entrada da

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DEG Environment Consultoria Ambiental guarita, afastando-se 60 metros para cada lado, com 2,50 metros de altura. Cerca de Proteo A cerca a ser construda ser de arame galvanizado e ter estacas de concreto com ponta virada e 2,60 metros de comprimento, espaada a cada 2,50 metros e assentadas sobre fundao em pedra de areia. O muro em alvenaria ter uma extenso total 100 metros e a cerca em estacas pr-moldada ter uma extenso de aproximadamente 833 m. A principal finalidade deste elemento impedir o acesso de pessoas no autorizadas, veculos e animais, ao interior do aterro sanitrio. Cobertura mvel para a clula Ser construda uma cobertura mvel, apoiada sobre trilhos, que servir para abrigar o material depositado na clula com o objetivo de evitar o acmulo de guas pluviais e conseqentemente o aumento do volume de lixiviado produzido. Essa cobertura ter uma rede de proteo em suas laterais para dificultar o acesso de aves e outros animais clula. A cobertura ser deslocada conforme o andamento da disposio dos resduos nas clulas. A mesma ser construda em ao e ter as seguintes dimenses: 25 metros de largura x 30 metros de comprimento, p direito de 4 metros e declividade do telhado de 25%. Cobertura para a rea de deposio da matria orgnica A cobertura para a rea de deposio da matria orgnica ser construda na poro norte da rea (Ver planta 01). Est rea servir para o depsito temporrio do material separado na triagem e que ser encaminhado posteriormente para decomposio. O aterro de Arroio do Meio no contar com rea para decomposio de matria orgnica, por isso este processo ser feito em outro local e o controle deste dever ser feito pela empresa responsvel, a qual ficar encarregada de remover esse material do aterro.

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DEG Environment Consultoria Ambiental Portaria A portaria que ser implantada para permitir o controle de entrada das pessoas e veculos ao empreendimento constar de uma edificao composta por uma sala de operao da balana, uma sala para controle administrativo e um banheiro para atender aos porteiros e fiscais de pesagem e uma balana rodoviria eletrnica. Balana de entrada e sada de veculos Ser implantada uma balana rodoviria eletrnica, com capacidade de carga de 60 toneladas, sendo esta para pesagem de entrada dos resduos slidos e para pesagem na sada dos veculos, aps o descarregamento. A balana dever ser aferida a cada ano, pelo rgo responsvel INMETRO. Unidade de manuteno de mquinas e equipamentos Ser construdo um galpo modulado e pr-fabricado para suporte a manuteno das mquinas e equipamentos do empreendimento. Esse galpo contar com uma sala de controle para almoxarifado, refeitrio com capacidade para 30 pessoas, sala gerencial e um conjunto de banheiros. Sua implantao ser de forma modulada e ser aumentado em funo da necessidade a poca da implantao. 1.4.10 Equipamentos Os equipamentos operacionais do aterro sanitrio de Arroio do meio foram dimensionados para uma taxa de rendimento de 14 ton/dia, com operao de 24 horas/dia. Retroescavadeira Ser necessria a utilizao de duas mquinas retroescavadeira, para as atividades de espalhamento e compactao dos resduos e cobertura dos mesmos com solo, para as operaes de escavao e carregamento de solo, abertura de valas e drenos.

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DEG Environment Consultoria Ambiental Caminho caamba Um caminho caamba, com capacidade para 3,5 toneladas ser utilizado para o transporte interno de resduos e tambm para a movimentao de terra dentro da rea do aterro. Bombas de drenagem Como suporte operao do empreendimento, ser necessrio um sistema de bombas para drenagens em eventuais necessidades.

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DEG Environment Consultoria Ambiental 2. DIAGNSTICO AMBIENTAL 2.1 Meio Fsico 2.1.1 Clima Os estudos climatolgicos so de fundamental importncia no Diagnstico Ambiental de qualquer projeto, no somente para a identificao do clima da regio, como tambm, para a quantificao dos recursos hdricos de superfcie. Os dados climatolgicos utilizados no presente estudo foram obtidos do Centro de Informaes Hidrometeorolgicas do Centro Universitrio Univates CIH UNIVATES, referentes ao perodo de Janeiro a Novembro de 2010 e de Janeiro e Fevereiro de 2011. O Vale do Taquari/RS, onde est localizado o municpio de Arroio do Meio, apresenta dois tipos climticos mais gerais, o clima subtropical ou virginiano (Cfa), significando clima temperado moderado chuvoso, apresentando as quatro estaes do ano bem definidas. Caracteriza-se por apresentar pluviosidade regular, bem servida por precipitaes nas quatro estaes do ano, e o clima temperado mido com vero temperado (Cfb), apresentando veres midos, com altas temperaturas e invernos mais secos e frios, conforme classificao climtica de Kppen-Geiger.

Fonte: Site Tempo Agora

Podemos validar as afirmaes acima atravs dos levantamentos histricos

Fonte: Site Tempo Agora, 2008 18

DEG Environment Consultoria Ambiental de temperaturas, umidade relativa do ar e de pluviometria da regio. A temperatura mdia no ano de 2010, para o municpio de Arroio do Meio foi de 19,3C, apresentando picos de at 38,9 (temperatura mxima absoluta) no ms de Fevereiro e chegando a 1,8C no ms de Agosto. O acompanhamento feito no ano de 2011 contempla apenas os meses de Janeiro e Fevereiro, nos quais podemos observar temperaturas mximas em torno dos 37C e temperaturas mnimas em torno dos 18C.

Fonte: Site http://coralx.ufsm.br/ifcrs/clima.htm

Ano de 2010Ms Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Temperatura (C) Mdia 24,9 26,1 23,7 19,8 16,6 15 14,6 14,8 17,7 Mxima Absoluta 35,3 38,9 35,4 34,8 26,8 27,6 30,4 33,2 28,4 Mnima Absoluta 16,9 14,2 13,6 11,1 9,9 5,6 2,3 1,8 7,7

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DEG Environment Consultoria AmbientalOutubro Novembro Fonte: CIH UNIVATES 18,4 21,1 29,7 36,3 8 9,6

Ano de 2011Ms Janeiro Fevereiro Fonte: CIH UNIVATES Temperatura (C) Mdia 25,9 24,5 Mxima Absoluta 37,2 34,9 Mnima Absoluta 18,8 17

Os histricos de Umidade Relativa do Ar claramente apresentam a intensidade desse fator na regio, atingindo mdias de 80% de umidade no ar. Ano de 2010Ms Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Fonte: CIH UNIVATES Umidade Relativa do Ar (mdia - %) 74 72 73 75 80 78 75 74 74 71 68

Ano de 2011Ms Janeiro Fevereiro Fonte: CIH UNIVATES Umidade Relativa do Ar (mdia - %) 71 77

Abaixo, tabelas apresentando o histrico pluviomtrico da regio. Caracterstica de climas temperados, a chuva uma constante, tendo seus picos

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DEG Environment Consultoria Ambiental de precipitao mxima nos meses de Janeiro e Fevereiro e sendo

predominantemente do tipo frontal. Ano de 2010Ms Precipitao pluviomtrica total (mm) Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Fonte: CIH UNIVATES 308,4 236,5 178,3 145,5 140,2 113,5 273,8 23,1 287,8 63 88,4 Dias de precipitao (n de dias) 14 11 16 18 24 15 19 16 17 13 10

Ano de 2011Ms Precipitao pluviomtrica total (mm) Janeiro Fevereiro Fonte: CIH UNIVATES 140 209,3 Dias de precipitao (n de dias) 17 16

A instalao de um aterro sanitrio deve levar em conta os histricos de ventos predominantes na regio e a direo deles, uma vez que se geram odores e gases como metano por resultado do acmulo de resduos e sua degradao. Abaixo segue histrico de ventos da regio do Vale do Taquari, sendo que nesta regio os ventos predominantes sopram a noroeste.

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DEG Environment Consultoria Ambiental Ano de 2010Ms Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Fonte: CIH UNIVATES Velocidade Mdia do vento (Km/h) 3,8 3,9 3,6 3,1 2,3 3,2 3,5 3,7 4,4 3,9 4,2

Ano de 2011Ms Janeiro Fevereiro Fonte: CIH UNIVATES Velocidade Mdia do vento (Km/h) 4,2 3,8

2.1.2 Aspectos Geolgicos A seguir, sero apresentados os estudos geolgicos e geomorfolgicos da regio do Vale do Taquari, bem como da rea compreendida para a ocupao para a implantao do aterro sanitrio. 2.1.2.1 Formao Geolgica da regio A rea em questo est situada em uma zona de contato da Formao Serra Geral com a Formao Botucatu.

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DEG Environment Consultoria Ambiental Formao Botucatu A formao Botucatu, constituda por arenitos bimodais, mdios a finos, localmente grossos e conglomerticos, com gros arredondados ou subarredondados, bem selecionados. Apresentam cor cinza-avermelhada e frequente a presena de cimento silicoso ou ferruginoso. A principal caracterstica destes arenitos a ausncia de variao litolgica, constituindo montona sucesso de corpos, nos quais persistem de um modo geral, as mesmas propriedades texturais, estruturais e mineralgicas. A estratificao cruzada tangencial, de mdio a grande porte a feio mais comum nestes arenitos. As caractersticas litolgicas e sedimentares da unidade indicam deposio elica em ambiente desrtico. Esta unidade tem idade Jurssica e est situada abaixo da Formao Serra Geral e acima da Formao Rosrio do Sul.

Formao Serra Geral A Formao Serra Geral constituda por uma sucesso de lavas predominantemente bsicas, contendo tambm domnios de composio intermediria e cida. O conjunto de rochas vulcnicas representado por uma sequncia de at 10 derrames de lavas, cuja espessura da ordem de 70 metros. A gnese destas rochas vulcnicas est associada a vulcanismo fissural, correspondendo ao encerramento da evoluo gondwnica na Bacia do Paran, que gerou derrames sucessivos de lavas. Este pacote vulcnico mesozoico apresenta-se suportado pela Formao Botucatu, com idade de aproximada de 110 a 160 milhes de anos, indicando que essa formao se originou em tempos juracretcicos. A Formao Serra Geral pode ser dividida em duas pores, a Sequncia Bsica e a Sequncia cida. A Sequncia Bsica da Formao Serra Geral compreende derrames de basalto, andesito e basalto com vidro, alm de brechas vulcnicas e sedimentares, diques e soleiras de diabsio e corpos de arenitos interderrames. Os arenitos interderrames, sob a forma de camadas descontnuas de arenitos elicos, mais raramente fluviais, representam a persistncia, poca Serra Geral,

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DEG Environment Consultoria Ambiental de condies desrticas semelhantes quelas que perduravam por ocasio da deposio da Formao Botucatu. A Sequncia cida da Formao Serra Geral, que corresponde a reas de relevo menos dissecado e menos arrasado, compreende derrames de dacitos prfiros, dacitos felsticos, riolitos felsticos, riodacitos felsticos, basaltos prfiros e fenobasaltos vtreos. Ainda h nesta regio depsitos aluviais, compostos por sedimentos atuais e sub-atuais depositados ao longo da calha dos rios e plancies de inundao, formando por vezes barras de pontal e diques marginais. Estes depsitos ocorrem nas reas adjacentes ao Rio Taquari e seus afluentes, desde a foz at aproximadamente o municpio de Estrela. Estes so constitudos por cascalho, areias grossas e finas, silte e argila.

Fonte: Mapa Geolgico RADAM Brasil - Grupo So Bento Formao Serra Geral

2.1.2.2 Formao Geolgica do local No municpio de Arroio do Meio afloram rochas da Formao Serra Geral e Botucatu, alm de serem encontrados depsitos aluviais. Na rea em questo no foram encontrados afloramentos de rochas, no entanto foram localizados blocos e mataces de rocha vulcnica intemperizadas oriundas de escavaes realizadas nas reas em torno. A ocorrncia destes blocos, a presena de seixos de rocha vulcnica nos

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DEG Environment Consultoria Ambiental perfis de solo existentes no local da obra e nas reas circunvizinhas, bem como, as caractersticas do solo encontrado no local sugerem que o substrato rochoso da rea seja composto por rochas gneas vulcnicas da Formao Serra Geral. 2.1.3 Geomorfologia

2.1.3.1 Geomorfologia da Regio A rea encontra-se na Unidade Geomorfolgica Patamares da Serra, subdiviso da Regio Geomorfolgica Planalto das Araucrias. Esta unidade resultante do recuo da linha da escarpa que se desenvolveu nas sequncias vulcnicas e sedimentares da Bacia do Paran. So superfcies cujas cotas altimtricas situam-se entre 300m e 500m e nas quais desenvolveram-se principalmente Terras Roxas Estruturadas eutrficas, juntamente com Brunizm Avermelhado e um complexo de Solos Litlicos e Camibiassolos eutrficos. O relevo varia de suave ondulado a forte ondulado, estando a maior expresso da Terra Roxa Estruturada localizada em relevo suave ondulado, prximo a Estrela e Lajeado.

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Fonte: Mapa Geomorfolgico RADAM Brasil -Planalto das Araucrias Serra Geral

2.1.3.2 Solos da regio O solo existente no local apresenta uma composio argilosa, com uma colorao que varia de vermelho claro a vermelho escuro. Nos locais onde existe vegetao, as camadas superficiais do solo apresentam grande quantidade de matria orgnica. H predominncia de Solos Litlicos, na escarpa verificam-se os solos Litlicos eutrficos, a terra roxa estruturada eutrfica e Brunizm Avermelhado Nos perfis de solo mais profundos observou-se uma variao na colorao do solo, indo de vermelho escuro nos extratos mais superficiais ao vermelho claro

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DEG Environment Consultoria Ambiental nos extratos mais profundos. Observou-se tambm uma variao na mineralogia, quanto maior a profundidade maior a presena de estruturas da rocha-me e de materiais menos intemperizados. O local formado pelos seguintes tipos de solo:- Brunizm vermelhos: So solos minerais no hidromrficos (no se modificam

com a gua), pouco profundos, com horizonte textural avermelhado, com argila de atividade alta e saturao por bases superior a 50%. So solos que dispem de elevado potencial nutricional, provenientes do basalto, de drenagem moderada. - Terra Roxa Estruturada Eutrfica: So solos hidromrficos, profundos, bem drenados, geralmente com textura muito argilosa. Sua consistncia dura ou ligeiramente dura quando seco e firme ou frivel quando mido. Tem como substrato o basalto da Formao Serra Geral e apresentam elevadas quantidades de xido de ferro e titnio. Acontecem em relevos variveis de suave ondulado a forte ondulado. So solos com bom potencial agrcola. - Solos Litlicos Eutrficos: So solos rasos, pouco desenvolvidos, geralmente com muito material de rocha em decomposio. Sua ocorrncia se d em reas de relevo desde ondulado at montanhoso, aparecendo usualmente associados a Cambiassolos e Brunizm Avermelhado. Apresentam-se em maior proporo utilizados com pastagens naturais, de mdia e baixa qualidade, sendo utilizados para culturas anuais como milho, feijo e outras. So solos bem drenados e com caractersticas morfolgics, fsicas e qumicas muito variveis em funo do material originrio.

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Fonte: Mapa de Solo RADAM BRASIL

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DEG Environment Consultoria Ambiental 2.1.3.2 Solos do local O solo da rea em questo apresenta cor avermelhada e estrutura argilosa, provenientes de alteraes do basalto e dos solos caractersticos a regio. Sobrepostos encontram-se latossolos e neossoloslitlicos, onde os fragmentos resistentes so formados por seixos de gatas e nos taludes visualizamse seixos oriundos da cascalheira do rio Taquari. A presena de saibro, camada intermediria entre rocha e solo, facilmente perceptvel no local, alm de basaltos altamente intemperizados. Observando a estratificao do solo exposto observam-se seixos de calcednia e camadas escuras nas rochas locais oriundas do xido de ferro e mangans.

Fonte: Autores

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DEG Environment Consultoria Ambiental 2.1.4 Relevo Pelas observaes feitas, associadas aos estudos realizados no Projeto RADAM BRASIL constatou-se que o Vale do Taquari/RS localiza-se em uma regio denominada Domnio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares, que abrange rochas da Bacia do Paran, onde esto inseridas nas Unidades Geomorfolgicas Patamares da Serra Geral e Serra Geral. A transio entre a depresso e a rea planltica feita por escarpamentos pronunciados em alguns trechos, enquanto em outros simples, sem quebra de topografia. A Unidade Geomorfolgica Serra Geral desenvolve-se, segundo Magna (1997, p. 41), sobre rochas vulcnicas bsicas em especial e mais restritamente em rochas cidas da Formao Serra Geral, onde o entalhamento da drenagem foi capaz de seccionar as vrias sequncias de derrames, expondo as rochas basais e arenticas da Formao Botucatu. A unidade geomorfolgica Patamares da Serra Geral engloba formas em colinas com pequeno aprofundamento dos vales fluviais, formas de relevo que apresentam forte controle estrutural e, localizadamente, acontecem formas planares. Dentro desta seo cave destacar reas de relevo suave ondulado a ondulado nas proximidades de Estrela e Lajeado, sendo utilizadas principalmente com trigo, soja, aveia, feijo e erva-mate. No restante da rea o relevo encontrase mais acidentado e os solos so bastante utilizados com milho, feijo, cana-deacar para forragem, banana, soja e trigo.

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Fonte: Mapa de Relevos - RADAM Brasil

Abaixo, podemos observar nos mapas de Clinografia que no municpio de Arroio do Meio encontram-se cotas clinogrficas de 0 3% (Plano), de 3 8% (suave ondulado) e de 8 13% (moderado ondulado), caracterizando o relevo como pouco acidentado, onde predominam as reas planas. Quanto s observaes feitas no tocante s classes hipsomtricas, pode-se concluir que o municpio est em sua grande poro situada em altitudes que variam de 006 a 100 metros, com pequenas pores situadas em altitudes que variam de 100 a 300 metros e, em reas afastadas da zona urbana do municpio, chegam a apresentar reas com altitudes de at 400 metros.

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Fonte: Eckhardt, Rafael R.

2.1.4.1 Relevo do local Em um perodo anterior a rea serviu como base de extrao de argila. Devido a essa atividade pode ser vista na rea uma clareira que outrora correspondia ao local de lavra, formando taludes e crateras no solo de relevo plano. O local est situado a uma altitude de aproximadamente 80 metros, o que caracteriza o entorno como relevo suave ondulado. As propriedades que circunvizinham a rea esto em altitudes mais baixas e planas, favorecendo o cultivo de culturas como o milho e plantio de espcies exticas como os eucaliptos. Visualizam-se reas bastante erodidas, intemperizadas, devido ao antrpica.

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Fonte: Autores

2.1.5 Vegetao da regio Para Bruxel e Jasper (2005, p. 71) a regio pode ser considerada uma rea extremamente representativa da flora rio-grandense, uma vez que apresentava originalmente uma riqussima cobertura vegetal, inserida, na sua maior parte, na Formao da Floresta Estacional Decidual.

Fonte: Eckhardt, Rafael R.

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DEG Environment Consultoria Ambiental A composio da Regio da Floresta Estacional Decidual representada por dois estratos arbreos distintos. O primeiro estrato, o emergente, aberto e decduo, com altura entre 25 e 35m. O segundo estrato, dominado e contnuo, apresenta espcies cuja altura no superior a 20m (Teixeira e Neto, 1986). As espcies do estrato emergente da Floresta Estacional Decidual so de origem tropical, apresentando dois perodos fisiolgicos. Um hidrfito, quando os elementos arbreos esto com folhas, de alta transpirao. O outro, xerfito, quando os elementos arbreos no esto com folhas e sem transpirao. Segundo Teixeira e Neto (1986, p. 581), as variaes nos gradientes ecolgicos fundamentais permitiram a individualizao de trs unidades fitosionmicas distintas, uma delas, de formao Aluvial, a formao Submontana e formao Montana. A primeira unidade, a Formao Aluvial, reveste os terraos aluviais longo dos rios da Depresso Central Gacha, onde se encontra o Rio Taquari. Nesta formao, uma grande parte j foi suprimida, dando lugar s culturas cclicas e pastagens. A Floresta Montana limita-se nas cotas superiores com a Floresta Ombrfila Mista, apresentando formas de relevo conservado e dissecado, com altitudes que variam entre 500 a 1.800m acima do nvel do mar. A formao recobre basaltos e efusivas cidas associadas do Juracretceo, onde a espcie Araucaria angustifolia, o pinheiro, a mais comum. Quanto vegetao, a bacia do rio Taquari-Antas apresenta quatro regies fitoecolgicas associadas Mata Atlntica e consideradas como zona de transio: Savana, Floresta Ombrfila Mista, Floresta Estacional Decidual e reas de Tenso Ecolgica. Ainda podem ser observados diversos ambientes onde a vegetao natural encontra-se em satisfatrio nvel de preservao, localizados nas encostas ngremes dos vales, de difcil acesso e imprprios a prticas agrcolas. De acordo com (LEITE & KLEIN, 1990), nos solos derivados do basalto, acompanham geralmente o grupo de espcies j referidas para o estrato emergente da regio: figueira-branca (Ficus insipida), rabo-de-mico (Lonchocarpus muehlbergianus), angico-vermelho (Paraptadenia rigida), agua (Crysophyllum gonocarpum), canelo (Ocotea cf. acutifolia), sobrasil (Colubrina

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DEG Environment Consultoria Ambiental glandulosa), canela-de-veado (Helietta apiculata) e jeriv (Syagrus

romanzoffiana). No estrato contnuo, ainda no basalto, eram bastante frequentes: canelapreta edulis). (Nectandra megapotamica), guajuvira (Patagonula americana), cangerana (Cabralea canjerana), cedro (Cedrela fissilis) e o palmiteiro (Euterpe

Fonte: Mapa de vegetao - RADAM Brasil

2.1.5.1 Vegetao do local Por se tratar de uma rea anteriormente degradada, pode-se averiguar na rea a existncia de vegetao secundrio em estgio de regenerao, bem como gramneas diversas, entre elas vassouro, e espcimes exticos como eucalipto. No entorno da rea pode-se observar apenas a existncia de gramneas e de culturas anuais como milho.

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Fonte: Autores

2.1.6 Recursos Hdricos da regio 2.1.6.1 Bacia Hidrogrfica do Taquari-Antas A bacia hidrogrfica do sistema Taquari-Antas situa-se na regio nordeste do estado do Rio Grande do Sul, abrangendo uma rea de 26.428 km2, equivalente a 9% do territrio estadual, e 98 municpios, inseridos total ou parcialmente. Limitase ao norte com a bacia do rio Pelotas, a oeste e ao sul com a bacia do rio Jacu e a leste com as bacias dos rios Ca e Sinos. Trata-se do principal afluente do rio Jacu, maior formador do Guaba. composta pelos Rios Taquari (principal recurso hdrico da Bacia), das Antas, Buriti, Tainhas, Camisas, da Telha, Ituim, Turvo, da Prata, Carreiro, Guapor, Forqueta e o Arroio de Fo. Devido sua magnitude, esta bacia possui caractersticas fsicas e antrpicas diferenciadas: reas de alto ndice de industrializao, reas com predomnio de produo primria, zonas intensamente urbanizadas e riscos de ocorrncia de enchentes, entre outras. Uma das regies mais desenvolvidas do Estado, o Aglomerado Urbano do Nordeste, encontra-se nesta bacia hidrogrfica. O trecho mais significativo em termos de uso e ocupao do solo est compreendido entre os municpios de Antnio Prado e Veranpolis, concentrando 50% da populao e 57% das indstrias da bacia. Quanto ao uso agrcola, destacam-se em rea cultivada as bacias de drenagem dos rios Carreiro, Forqueta e das Antas, predominando as culturas de milho e soja. Alm

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DEG Environment Consultoria Ambiental destas culturas, o arroz tambm cultivado nas partes mais planas, ao sul da bacia. Em relao aos usos da gua, destacam-se o abastecimento pblico, o abastecimento industrial, a irrigao, a dessedentao de animais, a navegao comercial, a recreao, a pesca comercial e a gerao de energia eltrica. Os principais usos consuntivos so os seguintes, por ordem de importncia: irrigao, concentrada no primeiro trimestre do ano, abastecimento pblico domstico a partir de guas superficiais e subterrneas e dessedentao de animais.

Bacia Hidrogrfica Taquari-Antas

Bacias Hidrogrficas do RS Fonte: site http://coralx.ufsm.br/ifcrs/hidrografia.htm

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Bacia Hidrogrfica Taquari-Antas Fonte: http://www.taquariantas.com.br/

2.1.6.1.1 Rio Taquari Segundo Eckhardt et al (2007), no Vale do Taquari/RS, observa-se uma ampla e densa rede hidrogrfica, que corresponde a 2,35% da rea total da regio, foco do estudo. A Bacia Hidrogrfica do Rio Taquari, conforme classificao do Departamento Nacional de guas e Energia Eltrica DNAEE considerada como mediana, pois ocupa 13,08m por hectare, onde h predominncia de arroios com largura de 10m. O Rio Taquari, principal rio da bacia, possui uma extenso de 156.547,16m e 41,77 km de rea, e os demais rios de terceira ordem correspondem a 64,55%, considerando a rea coberta por lmina de gua (Eckhardt et al, 2007). Conforme estudos realizados por Justus; Machado e Franco (1986, p.335), o Rio Taquari (...) nasce nas superfcies elevadas da Unidade Geomorfolgica Planalto dos Campos Gerais, em cotas altimtricas por vezes superiores a 1.000 m. O rio Taquari nasce no extremo leste do Planalto dos Campos Gerais com a denominao de rio das Antas. Com traado de direo geral leste-oeste, apresenta vale em V profundo. Descreve no seu curso sinuosidades de ngulos

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DEG Environment Consultoria Ambiental bem fechados. A partir da confluncia com o rio Carreiro, nas imediaes de Bento Gonalves, passa a denominar-se rio Taquari, apresentando seu curso fluvial com uma orientao geral nordeste - sudoeste iniciada a montante, logo aps a confluncia com o rio Lajeado Grande. Os principais afluentes do Rio Taquari so, na margem direita, os rios Guapor, Forqueta e Taquari-Mirim. J na margem esquerda, so os arroios Boa Vista e Estrela. O Rio Taquari desemboca no Rio Jacu, na cidade de Triunfo (Bruxel e Jasper, 2005). Hidrologicamente pode ser caracterizado por regimes torrenciais, de escoamentos superficiais rpidos e bruscas variaes de descargas, por apresentar declividade mdia elevada, rede de drenagem densa com tendncia radial, pouca cobertura vegetal, pouca profundidade e baixa permeabilidade dos solos. Quanto qualidade das guas, segundo estudos da FEPAM, o trecho do rio Taquari que vai de Encantado at a foz, possui qualidade na faixa "Regular", exceto a foz que em alguns perodos alcana qualidade "Boa".

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Mapa Hidrogrfico do Vale do Taquari Fonte: Eckhardt, Rafael R.

2.1.6.2 Recursos Hdricos do local O local escolhido para o empreendimento no apresenta recursos hdricos em suas proximidades, sendo que o recurso mais prximo o Rio Taquari que est localizado h dois quilmetros de distncia. O local popularmente chamado de Cascalheira.

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Cascalheira s margens do Rio Taquari Fonte: Google Earth

2.1.6.3 Recursos Hdricos Subterrneos Um ponto importante a se considerar, a poluio das guas subterrnea, sendo difcil sua identificao. Neste contexto entende-se a poluio das guas subterrneas como qualquer deteriorao na qualidade natural das guas, resultante de atividades humanas provocadas ou acidentais. Quanto rea afetada pela contaminao das guas subterrneas, pode ter origem em dois tipos de fontes: pontuais e difusas (Foster & Hirata,1993). A contaminao difusa dos recursos hdricos subterrneos ocorre em funo da falta de saneamento de reas residenciais urbanas e do uso agrcola do solo com a disposio de agrotxicos e/ou fertilizantes J como exemplo de fontes pontuais de contaminao tem-se os lixes, os aterros controlados e os aterros de disposio de resduos industriais, fossas spticas, vazamentos de produtos qumicos, alm de cemitrios. Com a finalidade de proteger os recursos hdricos subterrneos que possam existir no local, este estudo indicar medidas de monitoramento constante dos lenis freticos, bem como destacar as medidas a serem seguidas para a implantao segura das valas do aterro.

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DEG Environment Consultoria Ambiental 3. MEIO BITICO O levantamento bitico da rea tem grande importncia para a preservao das espcies de grande interesse econmico e ecolgico, bem como de espcies raras ou ameaadas de extino.

3.1 Flora Em termos de vegetao, Arroio do Meio est situado na Regio Fitoecolgica da Floresta Estacional Decidual, com unidades fitofisionmicas variando de aluvial, (terras baixas) a sub-montanha, no ocorrendo altitudes superiores a 400 metros. Sua estrutura da Floresta Estacional Decidual representada por dois estratos arbreos distintos: um estrato emergente, aberto e decduo, variando entre 25 e 30 metros, e outro, de altura no superior a 20 metros, formado principalmente por espcies perenifoliadas, alm de um estrato de arvoretas. A denominao de Floresta Estacional refere-se dependncia da vegetao em relao s estaes do ano, e a denominao decidual justificase pelo fato de 50% dos indivduos perderem as folhas no outono/inverno. So as espcies ditas caducas ou caduciflias, como o caso da cabriva (Myrocarpus frondosus Fr. Allem.) e do cedro (Cedrella fissilis Vell.). Segundo Teixeira e Neto, 1986, o estrato emergente composto por leguminosas caduciflias, como a grpia (Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr.) e o angico (Parapiptadenia rigida (Benth) Brenan). Os elementos arbreos que formam o estrato emergente desta floresta so de origem tropical, apresentando, portanto, dois perodos fisiolgicos distintos: um perodo higrfito, de alta transpirao, quando as plantas esto com folhas, e outro xerfito, sem transpirao, quando da senescncia foliar. No territrio sul brasileiro, o carter de estacionalidade do clima para esta regio florestal determinado pelo perodo de baixas temperaturas, que exercem sobre as plantas o mesmo efeito da seca. (Teixeira e Neto, 1986). Em referncia a Teixeira e Neto, 1986, na regio dos vales do Taquari-Antas e Ca, o estrato dominado apresenta um acentuado predomnio do mata-olho (Pachystroma longifolium (Nees) I. M. John.) associada batinga (Eugenia

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DEG Environment Consultoria Ambiental rostrifolia Legr.). Estas duas espcies correspondem a mais de 50 % dos indivduos do estrato dominado. Ocorrem variaes ambientais neste estrato, influenciadas por questes litolgicas, geomorfolgicas, edficas e climticas. O estrato das arvoretas, com alta freqncia de indivduos formado pelos exemplares de pau-rainha (Actinostemon concolor (Spreng.) Muell. Arg), cincho (Sorocea bonplandi (Baill.) Burg, Land et Boer) e catigu (Trichilia sp.), alm de indivduos jovens formadores do dossel superior. Epfitas e lianas, apesar de abundantes na floresta, no representam um grande nmero de espcies. As palmeiras so representadas pelo jeriv (Syagrus romanzoffianum (Cham.) Becc.), podendo ocorrer outras espcies com menor freqncia, como o tucum (Bactris lindmaniana Drude ex Lind.). Este tipo de floresta possui trs tipos de unidades fitofisionmicas distintas: Floresta Aluvial, Floresta Submontana e Floresta Montana. Devido localizao da rea em questo, a vegetao envolvida pode ser considerada como Floresta Estacional Decidual Submontana. A rea referida caracterizada como Floresta Estacional Decidual de Formao Submontana, limitada s cotas altimtricas entre 30 metros e 400 metros, ocupando formas de relevo que variam de suavemente ondulado a dissecado. Grande parte da cobertura florestal desta formao fitogeogrfica foi gradativamente erradicada durante a ocupao antrpica decorrente ao longo do tempo, pelo intenso desmatamento da floresta, seguido de uma ocupao agrcola e pecuria intensas, atualmente a maior parte das reas menos acidentadas so ocupadas por culturas perenes e anuais. Em estudos realizados por Teixeira e Neto, 1986, estruturalmente, esta formao florestal caracteriza-se por apresentar um extrato arbreo emergente, onde predominam; angico (Parapiptadenia rigida Benth.), grpia (Apuleia leiocarpa), louro (Cordia trichotoma), cabreva (Myrocarpus frondosus) e umbu (Phytolacca dioica); Um estrato dominado constitudo por; guajuvira (Patagonula americana L.), aoita-cavalo (Luehea divaricata Mart.), canela preta (Nectandra megapotamica), clausseni), batinga (Eugenia rostrifolia) e mata-olho (Pachystroma (Sorocea longifolium) um extrato de arvoretas formado por quebra-machado (Trichilia laranjeira-do-mato (Actinostemon concolor), cincho

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DEG Environment Consultoria Ambiental bonplandii), alm da regenerao de espcies dos extratos superiores. A composio florstica dos extratos emergentes e dominado sofrem variaes nas diferentes reas de ocorrncia desta formao.

3.1.2 Cobertura vegetal atual A ocupao antrpica mencionada anteriormente, nesta regio, deu-se dentro de pequenas propriedades rurais, onde os colonizadores promoveram o desmatamento da floresta para implantao da policultura de trigo, milho, feijo, videiras e pequenas reas de pastagens, utilizando o manejo rudimentar do solo. Assim por se tratar de solos poucos profundos, distrficos, pedregosos e de alta eroso, passou a ocorrer uma degradao destes terrenos, ocasionando a diminuio dos rendimentos agrcolas. A soluo encontrada pelos colonizadores foi o desbravamento de novos trechos de florestas, em que aps cultivos sucessivos, eram abandonadas. encostas mais Atualmente, com o abandono das reas, passou a predominar a vegetao secundria onduladas. Considerando-se a totalidade da rea proposta, mais de 90% da mesma, encontra-se desprovida de vegetao arbreo-arbustiva nativa, haja vista a retirada da totalidade dos espcimes durante o tempo para implantao de culturas cclicas e anuais, alm da explorao e extrao de basalto/argila. Na propriedade existem espcimes introduzidos de eucaliptos, plantas exticas que foram ali plantadas visando a venda da madeira, e gramneas diversas. diversos estgios sucessionais, ocupando

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Fonte: Autores

3.2 Fauna Os levantamentos faunsticos constituem uma das primeiras e principais ferramentas para o conhecimento da fauna de uma regio. O conhecimento da fauna de uma determinada rea imprescindvel para a realizao de trabalhos com abordagem ecolgica. Assim o levantamento de determinados grupos faunsticos, como rpteis, peixes, aves e mamferos, por exemplo, so prioritrios para o conhecimento dos ambientes estudados. Para registrar as espcies que compem a fauna da regio foram adotados mtodos diretos e indiretos de observao em campo, no qual foram utilizados os seguintes mtodos: Registro visual; Registro auditivo; Registro de vestgios de animais (pegadas, fezes, ninhos, tocas, outros); Consulta bibliogrfica. A fauna condicionada diretamente pelos fatores biticos e abiticos do ecossistema, bem como da ao antrpica que atua diretamente nestes dois fatores. H poucas informaes cientficas sobre a diversidade e abundncia dos representantes da fauna regional, porm, so citados como ocorrentes na regio do entorno do empreendimento principalmente mamferos de pequeno porte

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DEG Environment Consultoria Ambiental como o pre (Cavia aperea), camundongo (Mus musculus), ratazana (Rattus novergicus) e rato-cinza (Rattus rattus). Tambm h relatos da presena de tatus (Dasypus novemcintus e Euphractus sexcinctus), gamb-de-orelha-branca (Didelphis albiventris ), furo (Galictis cuja) e graxaim-do-mato (Cerdocion thous). Quanto avifauna local, citada a ocorrncia de joo-de-barro (Furnarius rufus), sabi-laranjeira (Turdus rufiventris), (Milvago pica-pau-do-campo chimachima), jaan (Colaptes (Jacana campestroides), bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus), jacana), gavio-carrapateiro (Tyrannus suiriri-comum melancholicus), maarico-da-cara-pelada

(Phymosus infuscatus), canrio-da-terra (Sicalis flaveola), tico-tico (Zonotrichia capensis), tico-tico-rei (Coryphospingus cucullatus), pomba-rola (Columbia picui), anu-preto (Crotophaga ani), rabo-de-palha (Guira guira), pula-pula (Basileuterus culicivorus), pula-pula-assobiador (Basileuterus leucoblepharus), alma-de-gato (Piaya cayana), caturrita (Myopsitta monachus), corrura (Troglodytes aedon), quero-quero (Vanellus chilensis), aracu (Ortalis guttata), entre outros.

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DEG Environment Consultoria Ambiental 4. MEIO ANTRPICO 4.1 Arroio do Meio Arroio do Meio est localizado no Vale do Taquari/RS, entre os municpios de Lajeado e Encantado, distante 126 km da capital Porto Alegre, e um tpico municpio do Vale: ao p da serra, rodeado por grandes elevaes, os chamados morros, e, para realar a beleza local, irrigado por vrios rios e arroios de todos os portes que descem das encostas e da Serra Gacha. A cidade recebeu este nome por estar situada junto ao Arroio com este nome, cuja denominao devido a seu posicionamento entre o arroio Forqueta e o arroio Grande. um municpio de pequeno-mdio porte, com rea total de 157,955 km.

Localizao do municpio de Arroio do Meio Fonte: Eckhardt, Rafael R.

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DEG Environment Consultoria Ambiental Os acessos rodovirios ao municpio so a BR386 e a RS130, tendo como limites geogrficos: - Norte: municpios de Capito e Travesseiro - Sul: municpios de Estrela e Colinas -Leste: municpios de Encantado e Roca Sales - Oeste: municpio de Lajeado A primeira explorao do territrio ocorreu no ano de 1653 por Padres Jesutas. Em 1853 o capito Francisco Silvestre Ribeiro, descendente de portugueses, inicia a colonizao da margem direita do Rio Taquari, a qual foi conhecida como Fazenda So Caetano. Estas terras ento pertenciam ao municpio de Taquari. Em 1860, Joo Gerhardt e seus filhos, imigrantes germnicos compraram a fazenda So Caetano e aqui se estabeleceram. Logo aps chegaram as famlias Brentano e Korb. No entanto, somente no ano de 1870 iniciou o povoamento do que hoje o centro da cidade. Em 1872 chegam mais colonos no municpio, a sua maioria de origem alem, mas tambm de outras etnias, como italianos, portugueses e remanescentes de africanos, desencadeando assim o processo de colonizao. Com a chegada dos imigrantes, o povoado de Nossa Senhora do Auxlio de Arroio do Meio comea a crescer e em 28 de novembro de 1934, Arroio do Meio se torna municpio autnomo, desmembrando-se do municpio de Lajeado, sendo emancipado em 02 de janeiro de 1935.

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Municpio de Arroio do Meio Fonte: www.arroiodomeiors.com.br/

4.1.1 Dados demogrficos Conforme o Censo 2010 do IBGE, a populao total de Arroio do Meio de 18.783, sendo destes 9.430 mulheres e 9.353 homens. A densidade demogrfica de 118,16 hab/km, o ndice de Desenvolvimento Humano 0,837, considerado elevado. A populao em sua grande maioria urbana, tendo apenas 4.120 habitantes na zona rural, porm bem estruturada e desenvolvida, dando ao municpio caractersticas econmicas voltadas agricultura. 4.1.2 Stios Arqueolgicos Segundo o Historiador e Pesquisador Marcos Rogrio Kreutz, o municpio de Arroio do Meio possui vrios stios arqueolgicos, localizados margem direita do Rio Taquari, formando o Microssistema Arroio do Meio, sendo que, no Stio RS-T 113 o Setor de Arqueologia do Museu de Cincias Naturais do Centro Universitrio Univates desenvolve pesquisas. Na dcada de 1960, o arquelogo Pedro I. Schmitz realizou coletas superficiais em trs stios deste microssistema. As primeiras pesquisas foram realizadas nos municpios de Arroio do Meio e Muum, na dcada de 1960, pelo arquelogo Dr. Pedro Igncio Schmitz, do Instituto Anchietano de Pesquisas IAP - UNISINOS, de So Leopoldo/RS.

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DEG Environment Consultoria Ambiental Em Arroio do Meio, Schmitz catalogou os stios RS-27, RS-28, RS-29, e RS-30 todos situados na localidade de So Caetano. Stio Arqueolgico: RS-T 113 - Localizao: So Caetano - Arroio do Meio - Coordenadas UTM 411860 L e 6748117 N (Folha SH. 22-V-D) - Acesso ao stio: na RS 130, direo Arroio do Meio Encantado, tomar a rua que d acesso ao Bairro So Caetano - Compartimento topogrfico: terrao fluvial - Vegetao: Floresta Estacional Decidual - rea do stio: aproximadamente 10.000m - Descrio e cultura material encontrada: os artefatos encontrados por meio de coleta superficial so pertencentes a horticultores Guarani (Machado, 2007).

Microssistema Arroio do Meio Fonte: Kreutz, Marcos Rogrio (2006)

4.1.3 Saneamento Bsico Por ser uma cidade nova e de pequeno porte, encontram-se muitas reas

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DEG Environment Consultoria Ambiental verdes em Arroio do Meio, com fauna e flora bem diversificadas. A cidade no conta com coleta seletiva de lixo. A coleta feita por caminho, sem separao de resduos reciclveis e/ou orgnicos, sendo que todos os resduos so despejados em um lixo. A nica separao de materiais reciclveis feita pelos catadores, que recolhem principalmente garrafas pet e papelo. Toda a rea urbana conta com sistema de saneamento bsico, onde o principal tratamento do esgoto realizado atravs de fossas spticas e sumidouros, j que a cidade no possui uma estao de tratamento. Na zona urbana a gua para consumo provm do Rio Taquari, e passa pelo tratamento da CORSAN. J na zona rural a gua provm de poos, sem tratamento prvio.

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DEG Environment Consultoria Ambiental 5. PROGNSTICO E AVALIAO DE IMPACTOS Diante dos resultados do diagnstico realizado, a equipe tcnica tratar dentro da especificidade de cada rea, numa primeira etapa, com base nas caractersticas do empreendimento, de prever e estimar os provveis impactos ambientais decorrentes da sua implantao. Estas estimativas, de maneira geral, sero realizadas dentro daquilo que foi levantado nas respectivas reas, envolvendo os meios fsico, bitico e antrpico. Cada tcnico dever exercitar a habilidade de prever quais efeitos o empreendimento causar ao meio. Esta previso ser baseada no conhecimento tcnico especfico e nas caractersticas do empreendimento. Como tais caractersticas so conhecidas e fazem parte do anteprojeto ou do projeto da instalao, a equipe ter condies de determinar quais sero as consequncias da execuo de cada etapa do projeto, desde a preparao do canteiro de obras at as etapas de instalao e operao. Empreendimentos com vida til determinada permitem prever os impactos a serem causados tambm na fase de desativao. Previso de Impactos: De acordo com o tipo de projeto, a equipe tcnica dever prever com o mximo de preciso todos os impactos a serem gerados. Estas previses devem levar em conta as informaes obtidas na fase de diagnstico e as caractersticas especficas do empreendimento em questo. Um estudo minucioso dos impactos e sua relao com o meio servir de base para a avaliao, a partir da qual sero propostas as medidas mitigadoras e/ou compensatrias visando a reduo, o controle ou eliminao do impacto. Principais Impactos a Serem Avaliados:

Meio

Componente Caracterstica

Impacto Positivo Aproveitamento da mo-

Impacto Negativo

Antrpico Populao

de-obra local na realizao Trabalho e Renda dos levantamentos de campo.

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DEG Environment Consultoria AmbientalA Expectativas populao fica na A populao no sabe se seus terrenos sofrero ambientais impactos desvalorizaro. Com a notcia da realizao da obra, h uma Usos do Solo desvalorizao dos terrenos adjacentes terreno. A melhoria das vias de acesso ao local do aterro Sistema Virio Scio Economia resultar em melhores condies para circulao de veculos e transporte na rea. Os servidores pelo para pblicos aterro novas a responsveis assimilaro Tecnologia Setor Pblico tecnologias resduos slidos. Ocorre um aumento da no rea do

expectativa se sua casa ser atendida pela rea de coleta de lixo do municpio.

(cheiros e/ou vetores) e se

destinao adequada de

desmatamento desordenado assim Flora Vegetao desmatamento rea, um como

necessrio

para a abertura das vias de Bitico acesso e para a abertura das trincheiras. A circulao de veculos e mquinas, Fauna Terrestre e Alada poeiras aterro, os rudos e da o resultantes assim como

instalao e operao do

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DEG Environment Consultoria Ambientaldesmatamento de animais da das rea reas

causaro a afugentao adjacentes.

A como Insetos / Roedores

compactao o controle

e de

recobrimento de lixo, assim chorume, faro com que haja diminuio de insetos e roedores no aterro sanitrio.

Com o descarregamento do lixo e a liberao de odores ser de inevitvel insetos a e presena

roedores de pequeno porte no aterro sanitrio. O desmatamento contribui para eroso o incremento do solo. uma de da Ocorre maior material

Eroso

tambm, retirada

terrestre da rea. Solo Alteraes na superfcie do terreno para Topografia Fsico sero a necessrias das abertura

trincheiras, para a aberturas das vias de acesso e para a compactao recobrimento do lixo As alteraes na superfcie do terreno implicam em e

Drenagem

mudanas no escoamento da gua. A eroso do solo poder resultar no carreamento de materiais para os corpos

gua Superficial

d'gua, podendo causar a elevao da turbidez da gua e o assoreamento dos

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DEG Environment Consultoria Ambientalrecursos hdricos.

Mesmo com a execuo de medidas de controle O sistema de do das coleta e (impermeabilizao controle poder eventualmente, contaminao de do do fundo e sistema de coleta e lixiviado), ocorrer, a guas

tratamento qualidade

lixiviado guas

Subterrnea garantir a proteo da superficiais e subterrneas.

superficiais e subterrneas, por chorume e percolado. Durante as atividades de Poeira e Rudos A dos Gases queima resduos dos gases o a do implantao ocorrer a emisso de poeira e rudos. gerados na decomposio evitar para causador lanamento (principal Ar Gases sero dutos gerados emitidos coletores para ou na a dos por

decomposio dos resduos atmosfera, atravs

atmosfera do gs metano efeito estufa).

outros meios (superfcie). Ser inevitvel a liberao de odores desagradveis para a atmosfera, com o transporte de lixo para o aterro, o descarregamento

Odores

de

lixo

na

clula,

a

drenagem de gases e a estao de tratamento do chorume resultante da decomposio da matria

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DEG Environment Consultoria Ambientalorgnica.

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DEG Environment Consultoria Ambiental 6. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATRIAS A partir da avaliao e valorao dos impactos, a equipe tcnica passa para a fase seguinte do estudo. Esta consiste na proposio de medidas mitigadoras e compensatrias, buscando apresentar um escopo das medidas possveis de aplicao visando reduo, mitigao, eliminao ou at a impossibilidade de controlar determinado impacto. Trata-se da etapa na qual, diante de todas as informaes e dados levantados, buscam-se solues para a aceitao de determinada alternativa. Cabe equipe tcnica esclarecer os pontos onde a soluo invivel ou de difcil execuo. O resultado desta etapa ser o argumento para a possvel defesa da alternativa proposta, seja junto ao rgo ambiental, seja junto aos interessados por ocasio da audincia pblica. Apresentam-se a seguir, exemplos de medidas mitigadora e compensatrias visando controlar os impactos anteriormente identificados. Procurou-se aqui contemplar medidas relativas aos meios fsico, bitico e antrpico, com o objetivo de informar os aspectos relevantes a serem observados nas diversas reas envolvidas no EIA. - Meio Fsico Gerao de Poeiras e Gases: Utilizao de filtros, sistemas de abatimento de p, umedecimento de acessos, otimizao de processos, reduo das fontes geradoras de gs; Gerao de Rudos: Utilizao de sistemas de abafamento, emprego de confinamento de equipamentos, controle de perodos de operao adequados, inovaes tecnolgicas (caminhes e retroescavadeiras modernos); Riscos de Contaminao: Sistemas de tratamento de efluentes, sistema de confinamento de resduos txicos (pilhas e baterias), controle de processos, emprego de filtros nas sadas de gases; - Meio Bitico Supresso da Cobertura Vegetal: Transplante de indivduos arbreos, emprego de hidrossemeadura, reflorestamento nativo, alternativa locacional, criao de reas de proteo;

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DEG Environment Consultoria Ambiental Afugentamento da Fauna: Reduo de rudos, preservao da vegetao nativa, controle da caa, implantao de espcies frutferas; - Meio Antrpico: Destruio do Patrimnio Histrico e Arqueolgico: Campanhas de salvamento de stios, alternativas locacionais, catalogao e armazenamento de achados; Migrao Populacional e Outros Impactos: Campanhas de esclarecimento e conscientizao, campanhas de educao ambiental, integrao da comunidade, treinamento e emprego da mo de obra local;

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DEG Environment Consultoria Ambiental 7. PLANOS DE RECUPERAO AMBIENTAL Vencidas todas as etapas anteriores, e dependendo do tipo de empreendimento, o EIA pode contemplar os planos de recuperao das reas degradas. Estes planos contemplam a recuperao das reas afetadas, seja pela implantao, seja pela operao do empreendimento. Podem ser planos setoriais ou um nico plano que abranja toda rea do stio. Estes ltimos normalmente so elaborados para empreendimentos de vida til determinada, tais como: reas de minerao, aterros sanitrios, entre outros. Normalmente so projetos executivos e assim, contemplados em uma fase posterior ao licenciamento prvio, ou seja, na fase de requerimento da licena de instalao. Dependendo do empreendimento, o documento tcnico necessrio para a solicitao da LI o Plano de Controle Ambiental PCA. Quando fazem parte do EIA/RIMA, normalmente constam como um captulo especfico do estudo e para sua elaborao, novamente so utilizadas as informaes de todas as fases do estudo. Devem fazer parte do Plano de Recuperao as aes a serem executadas para preparar o uso futuro da rea degradada. A aplicao de medidas de segurana, preparao para a instalao de novos usos ou outras que permitam devolver a vocao original do stio. Como exemplo das aes a serem planejadas tem-se: - Suavizao e estabilizao de taludes - Terraplenagem - Revegetao - Cercamento - Interdio de setores A rea destinada para a instalao e operao do aterro municipal de Arroio do Meio trata-se de uma rea j degradada por ao antrpica. A implantao do aterro vem para a instalao do empreendimento. As aes de recuperao de degradao sero realizadas nas reas onde j se constatam alteraes como remoo de cobertura vegetal, movimentao de encontro s necessidades de recuperao desta rea, visando a preservao das demais reas potenciais

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DEG Environment Consultoria Ambiental de terra, eroso, e, onde houve retirada de solo utilizado para a

cobertura/compactao dos resduos na clula. Ser realizado aterramento, a fim de nivelar o solo e torn-lo apto instalao do empreendimento (reas administrativas e de operao), e tambm para que a rea esteja apta instalao da clula de aterro, evitando desmoronamentos de terras para dentro da clula, controlando a eroso. Nas reas de entorno ao galpo de triagem, do prdio administrativo e demais reas livres, ser realizada a recomposio e proteo do solo, com o plantio de gramneas e tambm o plantio de espcimes arbreos, a fim de conter odores e realizar a recuperao paisagstica do local.

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DEG Environment Consultoria Ambiental

8. PLANOS DE MONITORAMENTO 8.1 Monitoramento de guas Subterrneas A realizao do monitoramento peridico das guas subterrneas e superficiais possibilitar a avaliao fsico-qumica das guas existentes. Atravs de anlises se verificar e eventualmente quantificar contaminaes oriundas do aterro. Devero ser implantados poos de monitoramento onde, a cada duas semanas se faro as coletas. Os poos devem ser instalados para contemplar pontos jusante e montante ao aterro, a fim de se obter comparativos dos dados reais com os dados obtidos a partir da instalao do aterro. Esses poos sero de executados Poos de em conformidade e com a NBR 13895/97(Construo Monitoramento Amostragem:

Procedimento). A NBR 13896/97 (Aterros de resduos no-perigosos: critrios para projeto, implantao e operao) recomenda que as anlises de todos os parmetros a serem monitorados sejam realizadas pelo menos quatro vezes ao ano, em cada poo, durante o perodo de vida ativa do sistema. Os parmetros a serem analisados sero: turbidez, cor, temperatura, pH, alcalinidade, nitrognio amoniacal, fsforo, oxignio dissolvido (OD), demanda bioqumica de oxignio (DBO), demanda qumica de oxignio (DQO), slidos, sulfatos, cloretos, dureza, coliformes e metais pesados (Ferro, Zinco, Mangans, Chumbo, Cromo). 8.2 Monitoramento do Sistema de Tratamento de Lixiviado O sistema de tratamento de lixiviado ser monitorado mensalmente, por meio da coleta de amostras. O plano de monitoramento proposto consiste na determinao de parmetros a serem analisados no local e em laboratrio, tais como: turbidez, temperatura, pH, alcalinidade, nitrognio, fsforo, oxignio, dissolvido OD, demanda bioqumica de oxignio DBO, demanda qumica de oxignio DQO, slidos, sulfatos, coliformes termotolerantes, metais pesados. Os locais de coleta devem ser fixados e caracterizados usando-se marcos

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DEG Environment Consultoria Ambiental de identificao. As amostras coletadas devero ser acondicionadas, transportadas e manipuladas criteriosamente, de modo que no haja alterao de suas caractersticas. Cada amostra dever ser devidamente identificada e ser coletada em recipiente apropriado. 8.3 Monitoramento de Gases A amostragem de gases permitir, por meio da medida de sua composio, presso e temperatura, avaliar o estgio de decomposio dos resduos no aterro. Sero feitos ensaios mensais nas sadas dos principais drenos de gases. importante que o monitoramento dos gases seja realizado desde o incio da operao do aterro, para se observar as variaes de concentrao dos principais gases gerados na decomposio dos resduos (metano - CH4, dixido de carbono - CO2 e oxignio - O2). 8.4 Acompanhamento da Recomposio Vegetal A recomposio vegetal dever ser feita nas reas atualmente degradadas e que no sero ocupadas pelas clulas de lixo, incluindo a mata ciliar, as quais integraro a rea de reserva legal. Tambm, compreender aes de recomposio paisagstica dos taludes e da superfcie final do aterro sanitrio, aps o seu encerramento. A recomposio vegetal ser feita observando as recomendaes constantes no item de Recuperao de reas degradadas e seu acompanhamento ser feito durante seguintes atividades: - Preparao / aquisio de mudas para reflorestamento. - Plantio de mudas nas reas a serem recuperadas. - Acompanhamento do desenvolvimento das plantas. - Replantio de mudas que no obtiverem bom desenvolvimento. - Controle de pragas, se necessrio. - Proteo da rea contra as aes degradadoras.

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DEG Environment Consultoria Ambiental 8.5 Acompanhamento da Desativao do Aterro O encerramento do Aterro Municipal de Arroio do Meio dever ser realizado gradualmente. O Programa de Acompanhamento da Desativao do Aterro Municipal dever compreender as seguintes atividades: - Anlises de amostras do lixiviado (chorume + percolado); - Anlises de amostras do efluente da estao de tratamento de lixiviados; - Acompanhamento, por meio de anlises de amostras, da qualidade da gua do corpo receptor do efluente tratado; - Monitoramento da qualidade dos gases produzidos no aterro; - Acompanhamento das aes de recobrimento total dos resduos depositados no aterro; - Acompanhamento das aes de revegetao da rea aterrada; - Anlise da viabilidade econmico-financeira do aproveitamento dos gases gerados no aterro.

8.6 Monitoramento Geotcnico O monitoramento do comportamento geomecnico de um aterro de resduos slidos urbanos ser efetuado mensalmente por meio de inspeo visual e de leitura de instrumentos nele instalados. Basicamente, o estudo de estabilidade geotcnica ser executado por meio dos seguintes instrumentos: - Marcos Superficiais (placas de recalque); - Piezmetros; - Sondagens a percusso (SPT); - Termmetros. O projeto de monitoramento ter como objetivo obter informaes de setor (ou camadas de lixo) do aterro sanitrio, tanto em sua rea quanto em sua profundidade ao longo do tempo, para acompanhar as mudanas que ocorrerem nas vrias fases do processo de decomposio dos resduos. Para tanto, a instrumentao ser distribuda em diferentes cotas (camadas) do aterro sanitrio, de forma a abranger toda a sua rea.

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DEG Environment Consultoria Ambiental a) Recalques: A necessidade de se determinar os recalques remanescentes est no fato de se projetar a utilizao do aterro depois de encerrada sua vida til. A importncia da previso dos recalques diferenciais reside em fatos operacionais, como danificao dos sistemas de drenagem de gases e lquidos no interior do aterro. As principais causas de recalques em aterros de resduos slidos urbanos podem ser influenciadas pelos seguintes fatores: compactao, deformao devido ao carregamento esttico ou dinmico, degradao biolgica da matria orgnica, drenagem dos lquidos e gases, alm da composio e idade do lixo. Os principais fatores que influenciam no processo de decomposio da matria orgnica, so: o teor de umidade, a composio dos resduos, o teor de slidos volteis, a temperatura, o grau de compactao e o oxignio presente no meio. Para efetuar esse monitoramento sero implantados, fora da rea do aterro, marcos fixos, irremovveis, de referncia de nvel e de posio relativa. Baseados nos mesmos sero observados, por levantamento topogrfico, os deslocamentos verticais e as velocidades de recalque de cada clula que compe o aterro, aps o encerramento de sua operao. O acompanhamento dos recalques superficiais em cada camada de lixo no aterro sanitrio ser realizado por meio da instalao de 10 placas de recalque. As leituras sero realizadas mensalmente, basicamente, a referncia de nvel, os pontos de passagem e estaes de nivelamento. Dentre as 10 placas de recalques, 6 estaro situadas nos taludes do aterro sanitrio e 4 na camada final do aterro, que devero ser instaladas aps o encerramento da operao do aterro. Parmetros a serem registrados no monitoramento dos recalques: - Recalque Total: Esses deslocamentos baseiam-se na cota de leitura topogrfica atual e na cota de leitura topogrfica inicial. So observados desde o incio da instalao dos instrumentos, servindo como um histrico do mesmo, o que possibilita analisar, em conjunto com o restante do monitoramento das camadas, em que fase de decomposio o aterro se encontra e se estes caminham para uma situao estvel ou se possuem movimentos considerados

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DEG Environment Consultoria Ambiental de risco. - Recalque Parcial: Estes deslocamentos baseiam-se na cota de leitura topogrfica atual e na cota de leitura topogrfica anterior. So observados em perodos menores, semanalmente, o que permite a avaliao dos deslocamentos verticais em situaes imediatas s suas ocorrncias, permitindo, assim, a definio de aes de carter emergencial no caso da ocorrncia de deslocamentos que se julguem serem anormais para o local. b) Piezmetro: Para a garantia da estabilidade de um aterro de fundamental importncia que no existam presses neutras de grande magnitude, pois elas diminuem as tenses efetivas e favorecem os mecanismos de escorregamento. O nvel de lquido no interior do aterro ser acompanhado por meio de 4 piezmetros de 3 dimetro, em PVC rgido. Este dimetro permite que a coleta de lquidos da clula seja realizada com um amostrador especfico para coleta de lixiviado, e que as leituras do nvel do lixiviado no sejam falseadas devido a formao de bolhas de gs. O lixiviado coletado no piezmetro dever ser submetido aos mesmos ensaios fsico-qumicos citados anteriormente para a estao de tratamento delixiviado. Tais parmetros so de grande importncia para avaliar as condies de degradao dos resduos ao longo do tempo. c) Sondagens SPT: Por ser um ensaio de baixo custo, pode ser realizado de maneira peridica, podendo-se avaliar de modo qualitativo a variao da resistncia do aterro em relao ao tempo, bem como coletar amostras de solo (abaixo da camada de lixo) e lixo para ensaios de laboratrio (umidade, teor de slidos volteis e pH). Os furos de sondagens tambm serviro para a instalao dos piezmetros e dos medidores de temperatura. Um total de 10 furos de sondagem SPT ser executado at atingir a camada de solo de base do aterro. Nesses furos sero realizados ensaios de perda de gua, coleta de amostras de lixo ao longo da profundidade e do solo abaixo da camada de lixo, para realizao de ensaios. Vale ressaltar que todos os furos sero aproveitados posteriormente para instalao dos piezmetros. Durante a realizao da sondagem SPT, ser coletado o solo abaixo da camada de lixo no prprio amostrador do SPT. Nessas amostras sero realizados

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DEG Environment Consultoria Ambiental ensaios microbiolgicos, fsico-qumicos, incluindo ensaios para determinao de metais, com o objetivo de verificar o nvel de contaminao provocada pelo lixiviado. d) Temperatura: A temperatura tem importante significado no processo de decomposio de resduos, pois atua na cintica das reaes bioqumicas responsveis pela converso de resduos em gases, lquidos e compostos bioestabilizados. Poucos estudos prticos, em condies de campo, foram conduzidos no sentido de uma melhor compreenso, apesar da evidncia da importncia da temperatura no processo. O monitoramento da temperatura do interior da massa de lixo ser realizado medindo-se a temperatura do lquido (lixiviado) e da massa slida. A temperatura do lquido ser medida coletando-se lixiviado do piezmetro, enquanto que para a medida da temperatura da massa slida ser instalado o equipamento de medio de temperatura (termopares) no furo de sondagem SPT, em profundidades diferentes.

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DEG Environment Consultoria Ambiental Referncias: - Site FEPAM (http://www.fepam.rs.gov.br/qualidade/taquariantas.asp) Acesso em 21/05/2011 Site Site: FEPAM http://eta.fepam.rs.gov.br:81/doclics/77692.pdf Acesso Acesso em em 21/05/2011 http://jasper.rc.unesp.br/corumbatai/vd/cp07/7.4.htm 26/05/2011 - Projeto RADAM BRASIL Folha SH.22 Porto Alegre e parte das folhas SH.21 Uruguaiana e SI.22 Lagoa Mirim - IBGE - Site: (http://coralx.ufsm.br/ifcrs/relevo.htm) - Acesso em 30/05/2011 Site: http://www.seplag.rs.gov.br/atlas/atlas.asp?menu=591 Acesso em 23/03/2011 - Site: http://coralx.ufsm.br/ifcrs/vegetacao.htm#semidecidual Acesso em 23/03/2011 Site Bacia Taquari-Antas http://www.taquariantas.com.br/ - Acesso em 23/03/2011 12:51hrs - Site IBGE ftp://geoftp.ibge.gov.br/ - Acesso em 23/03/2011 - NETO, J. Gerao de percolado em aterro sanitrio no semi-rido nordestino: uma abordagem quantitativa, Engenharia Sanitria e Ambiental, vol. 4, pp. 160 167, 1999. - SEMA: Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul. Unidades de Conservao: Proteger os ecossistemas e conservar a biodiversidade. Porto Alegre, 2009. - SILVA, F. Mamferos Silvestres: Rio Grande do Sul. 2.ed. Porto Alegre, Fundao Zoobotnica do Rio Grande do Sul, 246p. 1994.

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