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INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresentado pelo Grupo ao Professor Ddo. Jean Carlos Moreno
tem como finalidade um breve estudo para a elaboração do projeto sobre as Tribos Urbanas.
Salientando a questão da(s) identidade(s) na nossa sociedade e mais precisamente os grupos
presentes no ambiente escolar.
Porém é necessário que voltemos a uma discussão de épocas anteriores que
permanecem até os nossos dias; a questão da construção das identidades ao longo da
formação de nossa nação até o presente século.
Para falar em identidade, recorremos à pesquisa do Professor Ddo. Jean Carlos
Moreno acima mencionado.
A discussão das identidades é uma questão de intensas problemáticas: para
MERCER “a identidade somente se torna uma questão quando está em crise, quando algo que
se supõem como fixo, coerente e estável é deslocada pela experiência da dúvida e da
incerteza.” (MERCER 1990 p. 43, Apud MORENO, 2011 p. 3)
A identidade de cada sujeito segue um reflexo como a cultura e se forma por um
sentimento de pertença, sendo assim está atrelada á formas de representações e símbolos de
um determinado grupo humano. “Para Hall, a identidade plenamente unificada, completa,
segura e coerente é uma fantasia.” (MORENO, 2011 p.5).
Para alguns pesquisadores como Stuart Hall, as identidades modernas sofreram um
deslocamento ou fragmentação. A ideia de identidade fixada no nascimento foi abandonada.
Elas deixam de ser compreendidas como entidades fixas, congeladas no tempo e no espaço.
Com isso na Contemporaneidade insurge uma percepção de um individuo com uma
identidade mutável em processo e não mais com uma identidade permanente. Bauman
também coloca a identidade como uma discussão permeada de conflitos, desse modo: “O
campo de Batalha é o lar natural da identidade.” (BAUMAN, 2005, p.83. Apud MORENO
2011, p.6).
As discussões sobre as identidades sempre foram alvos também de pensadores
brasileiros, as intensas analises sobre quem somos foram colocadas como pauta desde o
século XIX.
Em relação às identidades em detrimento da formação da nação, seria como
legitimação de um passado em comum a todos os sujeitos, desde a língua até cultura. Por isso
que, para formação das identidades se volta ao passado, visando que os sujeitos se sintam
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pertencentes a um país. Outro fator preeminente para construção das identidades dos
indivíduos são as construções discursivas e o discurso fundador.
O discurso fundador parte das imagens enunciadas dos discursos que transfiguram o
sem-sentido acrescentando-lhe sentido. “Sejam tratadas como mitos, discursos ou
representações, as narrativas da nação são constantemente presentificadas...” (MORENO,
2011 p. 21). Assim as identidades são construídas por meio da ida ao passado em busca de um
projeto. Na construção da nação algumas concepções marcaram os discursos e deixaram
resquícios que são repassados até os dias atuais. Essas representações estão inseridas em
temáticas como: grandezas naturais, democracia racial e uma sociedade harmônica, pacifica e
ordeira ainda fazem parte do imaginário de muitos cidadãos e repercutem na construção da
identidade. Muitos brasileiros tem orgulho da nação, ao serem feitas quaisquer indagações
sobre os temas relacionados às características naturais, ao povo e o país, as respostas são
quase sempre as mesmas. Um país sem discriminação racial, sem conflitos, povo hospitaleiro,
com liberdade de expressão, opinião, de religião, de democracia, desenvolvimento, com um
povo solidário, trabalhador, unido, cordial.
“Para CHAUÍ a crença na unidade, na identidade e na indivisibilidade da nação e do
povo brasileiro está no campo das representações já consolidadas, assim como o
orgulho do país pela natureza exuberante e a ausência de preconceitos de cor, raça,
credo e classe.” (CHAUÍ, 2000 p.8 apud MORENO, 2011 p. 27)
O fato de mencionar a fala discorrida a cima, apresentados muitas vezes pelos
indivíduos é uma maneira de suscitar estes discursos ainda presentes na construção das
identidades do povo brasileiro, herança da formação do Estado- Nação.
A questão das identidades esteve presente desde a constituição da nação perpetuada
pelos discursos ao longo dos tempos. Um fato importante para construção de uma identidade
onde tinha como base a unidade da nação e sua homogeneização, foi à criação em 1838 do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), teve como marco inicial a produção
historiográfica a dissertação do médico e botânico alemão Karl Von Martius, publicado em
janeiro de 1845. Em seu trabalho as três raças comporiam a história e a identidade brasileira.
Com o desenraizamento cultural e com rapidez nas transformações sociais e no
século seguinte posteriormente com movimentos sociais que surgiram na década de 60, como
o feminismo, as lutas dos negros, os movimentos de libertação nacional, dentre esses e outros
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episódios a questão das identidades estavam passando por crises e consequentemente por
mudanças nas suas construções. Ainda hoje na Contemporaneidade vemos refletidas as
constantes buscas pela construção das identidades, porém com a globalização e o crescimento
populacional essas identidades são marcadas por transformações.
Em suma a questão das identidades ainda é motivo de intensas discussões. As
mesmas começam a ser construídas nos grupos ao qual o sujeito está inserido, no seu lar, na
rua, na escola (alias a escola sempre contribuiu na construção das identidades dos sujeitos que
dela faziam e fazem parte). Assim as mudanças na constituição das identidades de cada
sujeito se darão de forma gradativa ao longo de sua vida. A escola tem papel fundamental
nesse processo, pois é nela que o individuo ira permear as suas decisões e determinar a sua
identidade, tendo em vista que muito a determinam a fim de se sentir pertencente a algo.
No caso das identidades dentro dos grupos das tribos urbanas foco do presente
trabalho além de sofrerem influencia do meio em que vive, ele vai começar a optar pelas suas
finalidades em um determinado grupo. Dessa maneira a identidade grupal destaca a
homogeneidade, a moda, as maneiras de falar (gírias), os gostos musicais, isso vai
contribuindo para a construção da identidade, está que durante toda a vida do individuo, ainda
passará por mudanças.
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FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
Desde a pré-história o homem tem a necessidade de se mantem em grupos, como
uma forma de sobrevivência. Porém varias transformações ocorrem em torno do modo de
vida do ser humano, que levaram a uma adaptação, uma nova forma de se socializar.
As mudanças mais significativas, se tratando do surgimento das tribos urbanas,
ocorrem no século XIX, quando surgem as cidades devido às transformações industriais que
modificavam o cenário mundial. O espaço urbano se caracteriza então como uma
oportunidade de emprego, principalmente para as mulheres que começam o seu processo de
independência, tendo em vista que agora passavam a estar mais ligadas com as finanças
familiares e se organizam em manifestações para se expressarem politicamente em prol de
uma mudança que as beneficia-se.
A nova forma de vida propôs também uma mudança interna dos ambientes, aonde
houve uma necessidade do individuo tem o seu lugar, quartos individuais e a propagação dos
diários para falar dos segredos se difundiram muito nesse período, como uma forma de ser
como se quer.
As grandes cidades ocasionaram na proliferação de cortiços, tendo em vista que
muitas pessoas não dispunham de condições financeiras para bancar uma residência somente
sua. Os médicos defendiam que essa forma de vivencia era um fator condicionante para a
proliferação de epidemias, sendo que esse grupo de profissionais eram os primeiros a
defender que todas as pessoas deveriam residir em local arejado, o banho com frequência, o
uso do leito individual e o uso de sanitários com saneamento adequado, o qual os cortiços não
poderiam oferecer pelo alto número de pessoas em espaços pequenos.
Nesse período também, surgem os registros instantâneos, que modificam a forma em
que a pessoa olha para si mesmo. Segundo Alain Corbin, “Ascender à representação e posse
de sua própria imagem é algo que instiga o sentimento de autoestima, que democratiza o
desejo do atestado social.” (2012, pág. 397)
Em consonância com a proliferação dos espelhos, que antes eram proibidos as
moças, estas passam a olham mais o seu corpo e se preocupar com a forma em que a
sociedade a olha, passando a se preocupar com a alimentação, como se vestir e até escolher a
forma de cortar os cabelos, conforme o seu jeito e se gosto. Os rapazes também começam a se
preocupar com a aparência, adotando diferentes tipos de barba e bigodes, além de se tornarem
adeptos das águas-de-colônia. O sexo passou a ser motivo de interesse em os jovens solteiros,
que passaram a se reuniram para falar de assuntos como este.
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Outra modificação foi no processo de escolarização das classes baixas que se tornou
necessária, tendo em vista que os operários dependiam de um lugar para deixar as crianças
durante o período em que trabalham. Vilas operárias eram construídas, com creches e escolas.
Essa escolaridade oferecida permitia aos alunos pensar o seu eu, entendiam seu nome e
sobrenome.
A identidade passou a ser fundamental a fim de se evitar que uma pessoa apropria-se
e usa-se da identidade de outra para cometer delitos. Dessa forma, “novas técnicas permitem
que se atribua a cada individuo uma identidade invariável e facilmente passível de
demonstração,” (COBIN, 2012, pág. 403). A identidade e a vida em grupos está presente a
muito tempo na forma de vida do homem, em cada período de uma forma com suas
especificidades e particularidades.
Ao falarmos em tribos urbanas podemos determinar como grupos que tem um
objetivo comum. Geralmente tem os mesmos estilos de roupas, corte e cor de cabelos,
maquiagem, entre outros componentes que distingui cada grupo. Há tribos que são formadas
por pessoas que contestam a ordem social e outras de pessoas com um sentimento ou ideal
semelhante.
A expressão tribos urbanas surge com o sociólogo francês Michel Maffesoli, que
começou a usar o termo em suas pesquisas na década de 80, onde ele estuda o fato de que o
que leva o individuo fazer parte de um determinado grupo é a necessidade ser notado, se
sentir parte de algo, ao pertencer a um grupo, além de não se sentir excluído pela sociedade ou
realmente ser excluído por ela. É a busca do individual dentro do grupo coletivo. As tribos
reforçam um sentimento de proxemia, ou seja, um sentimento de pertença, de se sentir
acolhido por pessoas de um determinado grupo.
José Guilherme Cantor Magnani, em seu artigo “TRIBOS URBANAS: METÁFORA
OU CATEGORIA?”, nos fala o seguinte:
“Como categoria, tribo quer dizer uma coisa; enquanto metáfora, é forçada a dizer
outras até mesmo contra aquele sentido original. Sendo metáfora, “tribo” evoca,
mais do que recorta. E evoca o que ? primitivo, selvagem natural, comunitário –
características que se supõe estarem associadas acertadamente ou não, ao modo de
vida dos povos que apresentam, num certo nível, a organização tribal.”
(MAGNANI, pág. 50)
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O termo tribo é utilizado então como semelhança ao conceito de tribo que
conhecemos como uma tribo de índios, neste caso o termo é usado para dar ideia de grupo de
pessoas, que possuem o mesmo objetivo. Diversos grupos se encontram em prol de algo, e são
denominados então tribos, elas estão presentes em todos os lugares, no trabalho, na escola, na
igreja, em musicas, entre tantos outros.
José Magnani fala sobre o significado destas tribos na sociedade e o que elas
representam.
“um primeiro significado mais geral, de tribo urbana, tem como referente
determinada escala que serve para designar uma tendência oposta ao gigantismo das
instituições e do Estado nas sociedade modernas: diante da impessoalidade e
anonimato destas ultimas, tribo permitiria agrupar os iguais, possibilitando-lhes
intensas vivencias comuns, o estabelecimentos de laços pessoais e lealdade, a
criação de códigos de comunicação e comportamento particulares”. (MAGNANI,
pág. 50)
Podemos observar que existem grupos, que lutam contra a estrutura do governo ou
sociedade, por uma ideal em comum, que são leais entre si e se preocupam com o bem social
de alguém. Alguns grupos criam gírias para se comunicar, além de particularidades citadas
anteriormente, tudo com o intuito de caracterizar a qual grupo determinada pessoa participa,
ou seja, que leva a construção de uma identidade, da tribo. Essas modificações são vistas para
alguns como um “refugio” na procura de uma identidade que lhes satisfaçam. Segundo
Magnani:
“‘tribos urbanas’: sob esta denominação costuma-se designar grupos cujos
integrantes vivem simultânea ou alternadamente muitas realidades e papéis,
assumindo sua tribo apenas em determinados períodos ou lugares.”(MAGUANANI,
pág.51)
Os integrantes dessas tribos a vivem em seu dia-a-dia ou apenas fazem parte dela no
momento que saem para reunir-se com os demais integrantes da sua tribo. Tratando então uma
espécie de pacto de lealdade entre os participantes.
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Com o intuito de se sentir mais a vontade, a escola, assim como as igrejas, bares,
entre outros locais de agrupamentos populacionais, promovendo um ambiente de socialização
de indivíduos, que se relacionam e interagem uns com os outros, onde se formam grupos de
estudantes, ou mesmo de outros sujeitos que fazem parte do meio escolar, a partir de diversos
fatores como sexo, idade, status, interesses em comum, etc.
É na busca por identificação que os jovens participam de determinados grupos, como
meio de serem percebidos pela sociedade, sendo um mecanismo utilizado para evitar a
sensação de exclusão. Esses agrupamentos são perceptíveis nas escolas, principalmente dentro
da sala de aula, onde se começam a formam algumas tribos.
No artigo “TRIBOS NA SALA DE AULA: UM ESTUDO SOBRE “CULTURAS
JUVENIS” NA ESCOLA”, de parceria entre Darlan Carlos Dias e Rita de Cássia Marchi, eles
trazem definições abordadas pelo sociólogo Antônio Cândido, o qual determina que os
agrupamentos no ambiente escolar se organizam de acordo com os padrões ideais de
comportamento. De acordo com o autor existem cinco tipos de grupo: Grupos de idade,
formados pelos adultos e crianças ou jovens; Grupos de sexo, onde as relações entre gêneros
opostos variam de acordo com a idade; Grupos associativos, socialização propiciada por
atividades realizadas em comum; Grupos de status, hierarquia entre os membros da escola;
Grupos de ensino, estabelecidos pela própria organização escolar na sala de aula.
Os grupos denominados “associativos” são os que se aproximam ao que Michel
Maffesoli entende como tribo. Segundo Cândido, os grupos associativos se dividem em três
tipos: os recreativos, ligados às práticas lúdicas (brincadeiras, jogos); os intelectuais,
formados por indivíduos que buscam o aperfeiçoamento do ensino escolar (grêmios
estudantis, grupos de estudo); os cooperativos, que buscam através do auxílio mútuo algo em
comum (prazer, prestígio, arruaça, etc).
Na sala de aula, o jovem age em função do grupo em que ele está inserido, trazendo a
ideia de persona que Maffesoli aborda, onde fala sobre a existência de “máscaras” mutáveis
que permitem integração a diferentes ambientes e tribos, ou seja, o individuo assume padrões
de comportamento distintos de acordo com o local e as pessoas com que este se relaciona.
O tempo que os jovens se relacionam no espaço escolar determina suas atividades e
formas de perceber o mundo, criando-se um ethos (visão de mundo coletiva), que caracteriza
o grupo, permitindo diferenciá-lo de outros grupos.
As tribos estão presentes dentro das escolas, com mais ou menos intensidade. Muitos
alunos não se reconhecem talvez como pertencentes a uma, principalmente como é o caso de
escolas mais afastadas de grandes centros urbanos. Nesses locais, a presença de tribos está
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limitada a grupos de amigos que se dividem devido à condição social em comum, religião em
comum, devido as reuniões em suas igrejas e/ou grupos de jovens que participam, opções
culturais limitadas, que fazem muitos frequentarem os mesmos locais, moda, e estilo musical.
Em cidades onde à presença de apenas uma escola em nível básico e outra em nível
fundamental/médio, é inevitável que todos se relacionem com todos.
As tribos, que vivem nos grandes centros urbanos estão sempre em busca de que a
sociedade volte os olhos para eles e para os problemas que eles buscam resolver, nas cidades
menores, apesar de existirem problemas na sociedade, a presença desses grupos é bem menor
e, quando existem, não são tão engajados, tem pouca força e consequentemente, eles não
sofrem tanta repressão, como acontece com alguns grupos que vivem nas grandes cidades.
Essa fase de escolarização em que os jovens se encontram é um período em que eles
ainda estão firmando a identidade pessoal, o estar em grupo, se relacionar e viver entre e
dentro deles faz parte desse processo de autoafirmação. A escola é palco onde esses grupos se
encontram, muitos veem a escola como ponto de encontro, como evento social, não é só o
local pra onde vão aprender ou buscar o conhecimento, vão também para se conhecer, se
mostrar e conhecer a outras pessoas.
“O universo escolar é vivenciado pelos jovens por uma multiplicidade de
sentidos: ao mesmo tempo que valorizam o estudo como uma promessa de
inserção social ou uma forma de garantir um lugar no mercado de trabalho
por meio do acesso ao diploma, a escola também significa a construção de
um círculo de amizades e de experimentação de afetividades. A escola
assume, nas projeções desses jovens, um valor referencial, dado que
muitos afirmam que a escolarização é uma possibilidade de situar-se melhor
no mundo.” (Raggi Nathalia, 109.)
É na escola também, longe de casa e dos pais, o espaço que muitos encontram para
serem subversivos. E o método de ensinar, as regras definidas pela escola acaba sendo
encarada pelos alunos como uma forma de reprimi-los e a forma como os alunos encontram
para se manifestar é criando resistência, sendo avessos a certas aulas e professores, não
colaborando com a aula. Assim como as tribos se manifestam nos grandes centros urbanos,
dentro da escola não é diferente, os alunos encontram sua própria maneira de se manifestarem
contra uma regra imposta, vista por eles como injusta. A escola e os professores tem que
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aprender também a lidar com essas situações, e com como agem certos grupos de alunos
dentro da escola, sem rotula-los. Os grupos que mais ouvimos falar dentro das escolas,
principalmente de escolas pequenas são os apontados como playboys, patricinhas, nerds, etc,
rotulados pelos colegas de sala e também pelos próprios professores.
Os grupos dentro de escolas pequenas geralmente têm linhas tênues e maleáveis. Não
são grupos fechados à aproximação de outros, e convivem entre um grupo e outro, agregando
características de vários e sem ver isso como um problema. O que todas essas tribos têm em
comum, sejam as tribos que vivem nas ruas, ou os grupos as que estão dentro das escolas, é
que todas elas buscam se identificar, entender e mostrar qual é o seu lugar na sociedade. O
objetivo de estar em grupos não é só o interesse e preferencias em comum, é isso, mas
também é mais; Os ser humano, assim como os animais, entendem que o estar em grupo é ser
menos frágil perante os outros. Estar em grupo, significa ter força, ter voz, com isso atingir
seus interesses e objetivos, que são não só pessoais, mas de todo o grupo.
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PESQUISA NA ESCOLA
Visando saber o nível de conhecimento dos alunos da rede básica de ensino acerca
do tema proposto pelo grupo, realizou uma pesquisa com 18 alunos da turma do 3º ano B do
ensino Médio do Colégio Estadual “João Marques da Silveira” – EFEM, localizado na Praça
Expedicionário Eurides do Nascimento, nº 214 – centro, na cidade de Quatiguá, no Paraná.
Em sua maioria os alunos conseguem identificar a termo tribo urbana como um
agrupamento de pessoas e são capazes até de citar exemplos de algumas tribos urbanas, porém
eles não se consideram pertencentes a nenhuma tribo e muito também não identificam a
presença desses grupos no ambiente escolar em que estão inseridos.
O colégio é seriado e atende uma população de classe média e média baixa e teve
médio 4,7 no ultimo IDEB, realizado em 2011, aumento 9% em relação ao de 2009. É uma
das cinco escolas do Estado que possui piscina, e está em condições a apresentar uma boa
qualidade de ensino, tendo um novo pavimento com oito salas ainda em processo de
inauguração para atender as turmas que estão acomodadas em um pavimento ao lado do
colégio, onde funciona aos sábados o centro catequético da Igreja Católica do município, no
qual o Governo está pagando aluguel à igreja até o as salas estejam prontas.
O mesmo foi contemplado com o projeto “mais educação”, oferecido pelo MEC, no
qual deverá oferecer a partir do ano de 2014, atividades em período integral para os alunos
que tiverem necessidade de permanecer na escola.
O histórico da instituição também apresenta varias mudanças, começando em 1935
quando foi criada pelo decreto nº 2743 de 31 de maio de 1935, com o nome de Grupo escolar
de Quatiguá, funcionando apenas com o ensino fundamental.
Pela Resolução nº 6104 de 01 de junho de 1970, o Grupo escolar de Quatiguá,
passou a denominar-se Grupo Escolar “Silvio Zanini”, mantendo apenas o ensino
fundamental.
Em paralelo, de 1935 a 1954, existia o Curso Normal Regional, que em 1954 passou
a se denominar Escola Normal Ginasial Dr. Rui Barbosa. Tendo uma necessidade de
reorganização no ensino, a Escola Normal Ginasial Dr. Rui Barbosa, passou a designar-se
Colégio João Volpato – Ensino de 2º grau pelo decreto nº 5125/78 de 14 de junho de 1978 (há
pouca informação sobre essa instituição).
Sendo o Grupo Escolar “Silvio Zanini” de 1º grau e o Colégio João Volpato de 2º
grau, passaram a constituir uma única instituição pela Resolução nº 699/81 de 10 de abril de
1981, com o nome de Colégio Estadual João Marques da Silveira – Ensino de 1º e 2º grau.
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Pela Resolução nº 5724/93 de 21 de março de 1993 foram suspensas as atividades de
1ª a 4ª série passando a ser responsabilidade da Escola Municipal Bom Pastor – Ensino
Infantil e Fundamental, e as atividades de 5ª a 8ª série ficando com o Escola Estadual Pedro
Gonçalves Lopes – Ensino Fundamental, devido ao baixo numero de alunos que atende-se
duas escolas. Passando a denominar-se Colégio Estadual João Marques da Silveira – ensino
de 2º grau.
A instituição continuou a funcionar no prédio cedido pela prefeitura junto com escola
Municipal Bom Pastor até o ano de 2008. No inicio de 2009, por determinação da SEED –
Secretaria Estadual de Educação, passou a funcionar nas dependências da Escola Estadual
Pedro Gonçalves Lopes e em 2010, pelo decreto nº 321/10 houve a cessação da Escola
Estadual Pedro Gonçalves Lopes – Ensino Fundamental que passou a denominar-se Colégio
Estadual “João Marques da Silveira” – Ensino Fundamental e Médio.
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ROTEIRO
O roteiro tem por finalidade apresentar uma prévia do vídeo que será elaborado para a
o evento da Semana de História de 2013, que ocorrerá em Outubro na Universidade Estadual
do Norte do Paraná – UENP, campus de Jacarezinho.
Para confecção desde trabalho será utilizado a música “Independência” interpretada
pelo grupo Capital Inicial.
Independência – Capital Inicial
Toda essa curiosidadeQue você tem pelo que eu façoEu não gosto de me explicarEu não gosto de me explicar...
Toda essa intensidadeBuscamos identidadeMas não sabemos explicarMas não sabemos explicar...
Se paro e me perguntoSerá que existe alguma razãoPrá viver assimSe não estamosDe verdade juntos...
Procuramos independênciaAcreditamos na distância entre nósProcuramos independênciaAcreditamos na distância entre nós...
Toda essa meia verdadeA qual temos nos conformado
Só conseguimos nos afastarNós aprendemos a aceitar...
Tantas coisas pela metadeComo essa imensa vontadeQue não sabemos explicarQue não sabemos saciar...
Se paro e me perguntoSerá que existe alguma razãoPrá viver assimSe não estamosDe verdade juntos...
Procuramos independênciaAcreditamos na distância entre nósProcuramos independênciaAcreditamos na distância entre nós...(2x)
Toda essa curiosidadeToda essa intensidadeToda essa meia verdadeTantas coisas pela metadeToda essa curiosidadeToda essa intensidade...
Disponível em: http://letras.mus.br/capital-inicial/44846/ acesso em: 11/06/2013.
Também serão utilizadas as imagens e as frases que estão listadas abaixo:
http://casaquieta.blogspot.com.br/2009/09/sou-um-mundo-sozinho.html acesso em 05/06/2013
14
http://www.sadia.com.br/vidasaudavel/76_seja%2Bmais
%2Bativo/161_saia%2Bdo%2Bsedentarismo
%2Bcaminhando/167_saia%2Bdo%2Bsedentarismo
%2Bcaminhando acesso em : 06/05/2013.
http://jornalocal.com.br/site/educacao/ee-francisco-barreto-
leme-recebe-o-programa-escola-da-familia/
acesso em: 06/05/2013.
http://mdemulher.abril.com.br/familia/reportagem/
filhos/como-escolher-melhor-escola-meu-filho-641625.shtml
http://gapyearpixel.weebly.com/grupos-sociais.html
http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/especiais_indice.asp?
EditeCodigoDaPagina=5151
15
http://sarau-da-ademar.blogspot.com.br/2011/09/
projeto-dahun-otito-sarau-da-ademar-as.html
http://gapyearpixel.weebly.com/grupos-sociais.html
http://camarimcultural.blogspot.com.br/2011/02/cultura-punk-e-sua-
influencia.html
http://telaazulfobia.wordpress.com/tag/metaleiros/
http://metalsamsara.blogspot.com/2012/10/psique-do-
headbanger-brasileiro-materia.html
16
http://gospel.znoticias.com/acre-e-o-primeiro-
estado-do-brasil-a-ensinar-budismo-e-islamismo-em-escolas-publicas
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/budismo.html
http://www.roraimahoje.com.br/home/especial/
10857-banzinga-hoje-e-dia-mundial-dos-nerds.html
http://www.brasilescola.com/sociologia/os-grupos-
sociais.htm
http://teatroidentidade.blogspot.com.br/2012/03/ultima-semana-
de-inscricoes-para-escola.html
17
http://www-nt.ufms.br/events/view/id/799
http://abcdaindentidade.blogspot.com.br/2009/11/
multiculturalismo.html
REFERÊNCIAS
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MAGNANI, José Guilherme Cantor; Tribos urbanas: metáfora ou categoria?. Acesso em: 02/05/2013. Disponível em: http://revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/40303
MORENO, Jean Carlos; O problema das identidades. In: QUEM SOMOS NÓS? Apropriações e representações sobre a(s) identidade(s) brasileira(s) em manuais didáticos de História (1971-2008). Assis – SP. 2011
MORENO, Jean Carlos; VIEIRA, Sandro; História: Cultura e sociedade – Ensino Médio Volume 3 - O contemporâneo: mundo das rupturas. Curitiba – PR. Editora Positivo. 2010.
RAGGI, Nathália; Identidades nômades: as “tribos urbanas” e o contexto escolar. São Paulo. 2010. Acesso em: 02/05/2013 Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000778717