Download pdf - Tribunal de Contas

Transcript
  • Tribunal de

    Contas

    Lisboa2011

    Tribunal de Contas

    ANURIO 2010

    Lisboa 2011

    AN

    URIO

    2010

  • ANURIO 2010

    Tribunal de Contas

    Lisboa 2011

  • DirecoGuilherme dOliveira MartinsPresidente

    Coordenao ExecutivaJos F. F. TavaresDirector-Geral

    Eleonora Pais de AlmeidaAuditora-Coordenadora do Departamentode Consultadoria e Planeamento

    Concepo da CapaPaginao e Composio Grfica

    Lcia Gomes Belo

    Execuo Grfica da Capa

    Grafiletra Artes Grficas, Lda.

    Execuo Grfica

    Augusto Antnio Maris dos Santos

    EdioTribunal de Contas 2011

    Tiragem50

    Depsito Legal90121/95

    ISSN0873-1381

    www.tcontas.pt

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    3

    Nota de Apresentao .................................................................................................. 5

    A Evoluo de uma Instituio Antiga ....................................................................... 9

    Quadro Normativo Fundamental .................................................................... 17

    Organizao e Funcionamento ........................................................................ 23

    Natureza do Tribunal de Contas .............................................................. 25

    Organizao do Tribunal de Contas ................................................................. 27

    Funcionamento do Tribunal de Contas ........................................................... 29

    Atribuies, jurisdio e competncia ............................................................ 33

    Publicidade dos actos ..................................................................................... 39

    Servios de Apoio ........................................................................................... 41

    Relaes Externas ............................................................................................. 45

    Enquadramento e objectivos ...........................................................................47

    Relaes Institucionais .....................................................................................47

    Relaes Internacionais ................................................................................... 51

  • 4Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    Os Juzes Conselheiros ................................................................................................ 55

    Os Procuradores-Gerais Adjuntos............................................................................. 109

    Os Dirigentes da Direco-Geral.................................................................... 113

    Vida Interna Nas Seces Regionais do Tribunal de Contas...................................... 175

    seco regional dos aores .................................................................. 177

    O Juiz Conselheiro e os Dirigentes.......................................................... 179

    seco regional da madeira .................................................................................... 193

    O Juiz Conselheiro e os Dirigentes.......................................................... 195

    Informaes teis............................................................................................... 205

    Organograma Geral......................................................................................... 211

    Nota De Actualizao.................................................................................... 213

    Publicaes Do Tribunal de Contas.................................................................. 219

    NOTA DE APRESENTAO

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    5

    NOTA DE APRESENTAO

    EX-LIBRIS DO TRIBUNAL DE CONTASGravura de Almada Negreiros1947

    Representa o Contador

  • Foto

    : Rod

    rigo

    Cs

    ar I

    Hom

    em M

    agaz

    ine

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    7

    Seguindo a linha adotada relativamente aos anteriores Anurios, tambm o Anurio de 2010 procura dar a conhecer a todos os seus leitores, no s as principais atribuies e funes do Tribunal de Contas, enquanto Instituio Superior de Controlo financeiro externo de Portugal,

    mas tambm a sua organizao, as suas relaes institucionais e internacionais.

    Por outro lado, considerando o capital humano o seu principal recurso, d-se

    nota dos currculos dos seus Juzes Conselheiros, Procuradores-Gerais Adjuntos

    e Dirigentes.

    De referir que no ano de 2010, o Tribunal deu continuidade s comemoraes

    iniciadas em 2009, do seu 160 Aniversrio e do 620 Aniversrio da Casa dos

    Contos, Instituio que originariamente o precedeu.

    Atendendo necessidade de despender racionalmente os recursos dis-

    ponveis, o presente Anurio ser publicado em verso digital, esperando-se

    assim continuar a contribuir para uma melhor informao aos cidados sobre a

    Instituio, o Tribunal de Contas.

    O Conselheiro Presidente

    Guilherme dOliveira Martins

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    9

    A EVOLUO DE UMA INSTITUIO ANTIGA

    Edifcio do Arsenal, na Praa do Municpio, em LisboaConstrudo aps o terramoto de 1755, todas as instituies que precederam o Tribunal de Contas permaneceram neste espao

    durante cerca de dois sculos

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    11

    SCULO XIIIOs primrdiosNos princpios deste sculo, atravs da anlise dos 4 livros de Recabedo Regni, verifica-se a existncia de uma contabilidade muito rudimentar e de manifestaes de uma certa preocupao com a

    fiscalizao.

    Na segunda metade deste mesmo sculo, d se a sedentarizao dos rgos da adminis trao pblica, da justia e da contabilidade, desenhando -se, com

    D. Dinis, o embrio de uma repartio contabilstica: a Casa dos Contos.

    SCULO XIVA Casa dos Contos

    No final do sc. XIV estabeleceu-se a distino entre os Contos de Lisboa e

    os Contos del Rei.

    A partir do reinado de D. Joo I consolidou-se a autonomia dos Contos,

    datando o seu mais antigo Regimento de 5 de Julho de 1389. O poder central

    visava, com este primeiro regimento e os que se lhe seguiram, dominar e disciplinar a burocracia que aumentava em nmero e em abusos.

    SCULO XVA Consolidao

    Cada novo regimento da Casa dos Contos (um em 1419 e outro em 1434) denota o objectivo de alcanar uma maior eficcia da contabilidade, bem como

    uma maior preciso e rapidez na liquidao e fiscalizao das contas.

    SCULO XVIA Unificao

    O Regimento e Ordenaes da Fazenda de D. Manuel, do ano de 1516, procedeu renovao e sistematizao de normas que orientaram durante mais

    de um sculo a contabilidade pblica. Como corolrio desta evoluo, D. Sebastio, por alvar de 1560, comeou o movimento de unificao da con-

    tabilidade pblica, tendo os Contos de Lisboa ficado assim ligados aos Contos

    do Reino e Casa.

  • 12Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    SCULO XVIIIO Errio Rgio

    O incndio que se seguiu ao terramoto de 1755 destruiu o edifcio da Casa dos Contos, seguindo -se a desorganizao e

    anarquia dos servios, que acabou por provocar a sua extino.

    Assim, a Casa dos Contos foi substituda pelo Errio Rgio, criado

    pela Carta de Lei de 22 de Dezembro de 1761.

    Foi o tempo da centralizao absoluta: o Inspector-Geral do

    Tesouro, que presidia ao Errio Rgio, foi Sebastio Jos de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e, posteriormente, Marqus de Pombal. Foi adoptada uma inovao no lanamento das receitas e despesas, que passaram a ser escrituradas em partidas dobradas. A estrutura adoptada era de tal forma centralizadora que s 4 pessoas estavam a par da situao econmica do Errio.

    SCULO XIX O Errio Rgio passou por vrias vicissitudes: a ocupao francesa, a revoluo liberal de 1820, a independncia do Brasil em 1822, a Guerra Civil entre liberais e absolutistas

    que se traduziram em reformulaes orgnicas e reestruturaes de funes. Entrou assim num processo de decadncia, que levou sua extino, em 16 de Maio de

    1832, mantendo-se, no entanto, em funcionamento, at entrada das tropas liberais

    na capital, no Vero de 1833.

    SCULO XVIIA Centralizao

    Durante o domnio filipino, atravs de um Regimento de Filipe II, de 1627, efectuou-se

    uma importante reforma dos Contos: centralizou-se nos Contos do Reino e Casa toda

    a contabilidade pblica. Como afirma a historiadora Virgnia Rau, estavam lanadas as normas que haviam de regular a Contabilidade do Estado Portugus at meados do Sculo XVIII.

    Jos Xavier Mouzinho da Silveira

    (1780-1849)Secretrio de Estado dos Negcios da Fazenda, Presidente do Errio Rgio (1823) e do Tribunal do Tesouro Pblico (1832). Desenvolveu intensa actividade legislativa no mbito da reforma da Justia, Admi-nistrao Pblica e Fazenda. Deputado em

    vrias legislaturas

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    13

    O Tesouro Pblico

    (1832-1844)

    Com o advento da Monarquia Constitucional, deu-se um perodo de

    instabilidade poltica, que levou sucessiva alterao da designao e

    contedo do rgo responsvel pelo controlo das finanas pblicas: foi criado o Tesouro Pblico contrariando o anterior secretismo, mediante a

    obrigatoriedade de publicitao das contas do Estado, alis j expressa

    na Constituio de 1822. Este novo rgo tardou a ser organizado, pelo

    que foram sendo constitudas vrias comisses encarregues do exame de

    sectores especficos, de entre as quais h que salientar a Repartio Central e a Comisso de Liquidao das Contas do extinto Errio. primeira

    sucedeu, em 1845, a Direco da Contabilidade Pblica, precursora da

    actual Direco Geral do Oramento. segunda, sucedeu a Comisso Fiscal

    Liquidatria que esteve na origem do designado Conselho Fiscal de Contas.

    O Conselho Fiscal de Contas

    (1844-1849)

    Em 1844, a nova organizao da Fazenda Pblica estabelece, pela primeira

    vez, uma distino clara entre a administrao das receitas e despesas pblicas e o seu exame, verificao e julgamento. ao Conselho Fiscal de Contas

    que compete a funo de controlo, embora este rgo no seja, ainda, nesta altura, independente uma vez que os seus membros eram nomeados pelo Governo. Passados cinco anos, o governo decreta nova reorganizao da Administrao Superior da Fazenda Pblica.

    O Conselho Fiscal de Contas, extinto em 10 de Novembro de 1849, no passou de um ensaio, ponte de passagem entre o nada da fiscalizao

    pombalina e a autntica instituio revedora de contas, ento criada e denominada Tribunal de Contas.

  • 14Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    O Tribunal de Contas A grande preocupao, neste momento histrico, foi a de garantir a independncia dos membros

    do Tribunal enquanto julgadores.

    Seguem-se vrios regimentos do Tribunal (1860,

    1869, 1878); em 1881 o novo regulamento da

    Contabilidade Pblica consagra a figura do visto

    prvio.

    Henrique da Gama BarrosPresidente do Tribunal de Contas.

    Nomeado em 27 de Julho de 1900, ocupou o cargo at 11 de Abril de 1911.

    SCULO XX

    O Conselho Superior de Administrao Financeira do Estado (1911-1919)

    O Conselho Superior de Finanas(1919-1930)

    O Tribunal de Contas

    Em Maro de 1907, uma nova organizao da Contabilidade Pblica, para alm

    de substituir o sistema de exerccio pelo de gerncia, determinou a sujeio

    de todas as ordens de pagamento ao visto da Direco-Geral da Contabilidade

    Pblica, retirando esta competncia ao Tribunal de Contas. A implantao da

    Repblica despoletou a extino deste Tribunal, que ocorreu em 11 de Abril de

    1911. Surge o Conselho Superior de Administrao Financeira do Estado cujos membros eram designados pela Cmara dos Deputados e por associaes de interesse, em representao da Propriedade, do Comrcio, da Indstria e da Agricultura. O Conselho acabou por ter uma curta existncia, sobretudo por

    no ter correspondido aos objectivos traados. assim que, em 1919, aparece,

    em sua substituio, o Conselho Superior de Finanas.

    Com este novo rgo pretendia-se no s retomar a fiscalizao preventiva,

    que entretanto tinha sido suprimida, como dotar os seus qua dros de pessoal

    especializado, cuja carncia havia sido uma das principais causa da falncia da funo de controlo.

    A principal novidade em relao aos organismos que o antecederam foi, no entanto, a conciliao entre os interesses polticos e econmicos do pas com

    a independncia exigida a um orga nismo com a sua natureza.

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    15

    Na sequncia da Revoluo de 28 de Maio de 1926, Antnio de Oliveira Salazar,

    Ministro das Finanas, inicia, a partir de 1928, reformas no sentido da reorganizao financeira do Estado, de que se salientam, a regulamentao geral da

    Contabilidade Pblica (Decreto n 18.381, de 24 de Maio de 1930) a criao do Tribunal de Contas (Decreto n 18.962, de 25 de Outubro de 1930) e sua reorganizao (Decreto com fora de lei n 22.257, de 25 de Fevereiro de 1933).

    com esta designao Tribunal de Contas que a instituio, embora com significativas alteraes no seu percurso histrico, se mantm at hoje.

    A CONSTITUIO DE 1976

    A instituio de um regime democrtico, iniciada com a revoluo de 1974 e

    configurada na cons tituio de 2 de Abril de 1976, veio conferir ao Tribunal de

    Contas uma nova dimenso, salientando o seu importante papel no Estado de Direito Democrtico. A sua consagrao constitucional, a par da sua concreta

    integrao no mbito dos tribunais, bem como a clara delimitao das suas competncias, e, muito em particular, a forma especial de nomeao do seu

    Presidente (da competncia do Presidente da Repblica, sob proposta do Go-

    verno) conferiram a esta instituio um papel mpar no pas e, por outro lado,

    aproximaram-no decisivamente da expresso que as instituies congneres

    europeias assumem nos respectivos pases.

    A partir daqui, o Tribunal de Contas constituiu -se, inequivocamente, como um

    tribunal financeiro integrado no aparelho judicirio, a par de todos os outros

    tribunais, dotandoo assim, pelo menos no plano dos princpios, das caractersticas de independncia e de superioridade das suas decises em relao s

    da Administrao, no tocante aplicao do Direito.

    Na verdade, no fcil aos governos aceitarem um controlo financeiro independente. S no final dos anos oitenta, com a necessidade de dar efectividade

    s necessidades de controlo financeiro resultantes da integrao europeia,

    a reviso constitucional de 1989 e a Lei de Reforma do Tribunal de Contas

  • 16Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    (Lei n 86/89, de 8 de Setembro) deram efectiva concretizao aos princpios cons-titucionais sobre este orgo.

    a partir desta data que se d uma verdadeira transio democrtica do

    Tribunal de Contas, iniciando uma reforma da instituio que permitiu a sua

    modernizao e actualizao.

    A Lei n 14/96, recentemente revogada, bem como o reforo das Seces Regionais da Madeira e dos Aores, e o novo regime de emolumentos (Decreto-Lei n 66/96), contriburam para o aprofundamento da funo de controlo das

    finanas pblicas exercida pelo Tribunal).

    Finalmente, saliente-se a revogao da Lei n 86/89 operada pela Lei n 98/97,

    de Agosto, e a alterao significativa desta, atravs das Leis nos 48/2006, de 29

    da Agosto e n 35/2007, de 13 de Agosto.

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    17

    QUADRO NORMATIVO FUNDAMENTAL

    Decreto n. 18 962, de 25 de Outubro de 1930que instituiu o novo Tribunal de Contas

    leo sobre tela.Jos Almada NegreirosAssinado: Almada, 1958

    Dims.: Altura 1380 x largura 2000 mm

  • Anurio 2010

    Quadro normativo fundamental

    19

    A Assembleia da Repblica aprovou a Lei de Organizao e Processo do Tribunal de Contas, Lei n 98/97, de 26 de Agosto,1 que veio reformular o quadro jurdico fundamental do Tribunal de Contas. Assim, na actualidade, o Tribunal de Contas rege-se, basicamente pela Constituio da Repblica

    Portuguesa2 (nomeadamente, pelos seus artigos 101, 105 a 107, 110, 111 116 e 117, 133, 162, 164, 165, 202 a 206, 209, 214, 216, 219 e 220), pela

    Lei de Organizao e Processo mencionada e ainda pelos seguintes instrumentos

    jurdicos:

    Decretos-Leis:

    Decreto-Lei n 290/82, de 26 de Julho (Revista do Tribunal de Contas).3

    Decreto-Lei n 66/96, de 31 de Maio (Emolumentos do Tribunal de Contas).4

    Decreto-Lei n 72/96, de 12 de Junho (Regime de Incentivos ao Exerccio de

    Funes nas Seces Regionais do Tribunal de Contas).

    Decreto-Lei n 440/99, de 2 de Novembro (Estatuto dos Servios de Apoio

    do Tribunal de Contas).5

    Decretos:

    Decreto n 27 327, de 15 de Dezembro de 1936 (despesas pblicas mapas).6

    Portarias:

    Portaria n 449/81, de 2 de Junho (microfilmagem de documentos).

    Portaria n 1100/99, de 21 de Dezembro (Quadros de pessoal da Direco- -Geral do Tribunal de Contas e seus Servios de Apoio Regionais).7

    1 Redaco dada pela Lei Constitucional n 1/97, de 20 de Setembro (Quarta Reviso Constitucional)2 Redaco dada pela Lei Constitucional n 1/97, de 20 de Setembro (Quarta Reviso Constitucional)3 Artigo 2.4 Com as alteraes introduzidas pela Lei n 139/99, de 28 de Agosto, e pelo artigo 95 da Lei n 3-B/2000, de 4 de Abril. 5 Com as alteraes introduzidas pelo Decreto-Lei n 184/2001, de 21 de Junho6 Revogados os artigos 1 e 2 pelo Decreto-Lei n 155/92, de 28 de Julho que, no entanto, se mantm em vigor para os

    servios e organismos da Administrao Pblica que no tenham tido uma adeso plena aos princpios definidos naquele diploma legal.

    7 Com as alteraes introduzidas pela Portaria n 43/2001, de 19 de Janeiro.

  • 20Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    Resolues/Regulamentos:

    Resoluo n 1/98 3 Seco Normas de funcionamento interno da 3

    Seco aprovada na sesso de 4 de Fevereiro de 1998.8

    Resoluo n 5/98 1 Seco Regulamento interno do funcionamento da

    1 Seco publicada no Dirio da Repblica, II Srie, n 61, de 13 de Maro de 1998.

    Resoluo n 3/98 2 Seco Regulamento da 2 Seco publicada no Dirio da Repblica, II Srie, n 139, de 19 de Junho de 1998.9

    Regulamento Interno do Tribunal de Contas, regulamento n 4/99, de 14 de

    Julho, aprovado pelo Plenrio Geral, na Seco de 28 de Junho de 1999, e

    publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 162, de 14 de Julho de 1999.10

    Regulamento de Organizao e funcionamento da Direco-Geral do Tribunal

    de Contas Sede, aprovado pelo Despacho n 46/2000-GP, de 27 de Abril,

    publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 108, de 10 de Maio de 2000, com o nmero 9675/2000.11

    8 Com as alteraes introduzidas pela Resoluo do Tribunal de Contas n 1/99 - 3 Seco, aprovada em sesso de 22 de Abril.9 Com as alteraes introduzidas pela Resoluo do Tribunal de Contas n 2/2002 - 2 Seco, de 17 de Janeiro, publicada

    no Dirio da Repblica, II Srie, n 28, de 02 de Fevereiro, e pela Resoluo do Tribunal de Contas n 3/2002 - 2 Seco, de 23 de Maio, publicada no Dirio da Repblica, II Srie, n 129, de 05 de Junho.

    10 Com as alteraes introduzidas pela Resoluo do Tribunal de Contas n 1/2010 - PG, de 14 de Abril, publicada no Dirio da Repblica, II Srie, n 95, de 17 de Maio, com o n 13/2010.

    11 Com as alteraes introduzidas pelo Despacho n 140/00-GP, de 20 de Dezembro, publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 7, de 9 de Janeiro 2001, com o nmero 292/2001, pelo Despacho n 10/2001-GP, de 6 de Fevereiro, publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 40, de 16 de Fevereiro, com o nmero 3340/2001, pelo Despacho n 71/2003-GP, de 18 de Dezembro, publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 5, de 7 de Janeiro de 2004, com o n 284/2004, pelo Despacho n 11/2005-GP, de 9 de Maro, publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 56, de 21 de Maro, com o n 6047/2005, e pelo Despacho n 47/2010-GP, de 29 de Dezembro, publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 06, de 10 de Janeiro de 2011, com o nmero 595/2011.

  • Anurio 2010

    Quadro normativo fundamental

    21

    Regulamento de Organizao e funcio namento dos Servios de Apoio Regionais dos Aores e da Madeira, aprovado pelo Despacho n 56/2000-GP, de 7

    de Junho, publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 142, de 21 de Junho de 2000, com o nmero 12 736/2000.

    Regulamento da Seco Regional dos Aores aprovado pela Resoluo n 2/2001-GP, de 28 de Maio, publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 165, de 18 de Julho de 2001, e na 2 Srie do Jornal Oficial da Regio Autnoma dos Aores, n 29, de 17 de Julho de 2001.

    Regulamento da Seco Regional da Madeira aprovado pela Resoluo n 3/2001-GP, de 28 de Maio, publicado no Dirio da Repblica, II Srie, n 165, de 18 de Julho de 2001, e na 2 Srie do Jornal Oficial da Regio Autnoma da Madeira, n 132, de 10 de Julho de 2001.

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    23

    ORGANIZAO E FUNCIONAMENTO

    Edifcio-Sede do Tribunal de Contas em Lisboa

  • Anurio 2010

    Natureza do Tribunal de Contas

    25

    A Constituio da Repblica Portuguesa (CRP) inclui o Tribunal de Contas no elenco dos Tribunais, que qualifica como rgos de soberania a par do Presidente da Repblica, da Assembleia da Repblica e do Governo.12A sua finalidade constitucional consiste na fiscalizao da legalidade das despesas pblicas e de julgamento das contas que a lei mandar submeter-lhe.13

    Na sequncia da Reviso Constitucional de 1989, este Tribunal foi dotado de um novo

    Estatuto orgnico, que ficou conhecido por Lei de Reforma do Tribunal de Contas

    (Lei n 86/89, de 8 de Setembro). Em 26 de Agosto de 1997, com a publicao da Lei n 98/97 Lei de Organizao e Processo do Tribunal de Contas (LOPTC) , aquela

    veio a ser revogada e, hoje, considerando ainda a Constituio, caracterizam este Tribunal, fundamentalmente, os seguintes aspectos:

    a) definido como um verdadeiro Tribunal: -lhe outorgado o estatuto de rgo

    independente; as suas decises, em matrias sujeitas sua jurisdio, so

    obrigatrias para todas as entidades pblicas e privadas, prevalecendo sobre

    as de quaisquer outras autoridades, sendo executrias nos termos da lei e

    sancionveis os actos ou factos que derem causa sua inexecuo;14

    b) como garantia da sua independncia: dotado de autogoverno; os seus

    juzes gozam de inamovibilidade e irresponsabilidade, salvo, quanto a esta, as excepes previstas na lei; as suas decises fundam -se exclusivamente

    na Constituio15 e na lei, sem sujeio a quaisquer ordens ou instrues de outros rgos de soberania;

    c) como corolrio da sua independncia: o seu Presidente nomeado e

    exonerado pelo Presidente da Repblica, mediante proposta do Governo,

    tomando posse e prestando compromisso de honra igualmente perante aquele rgo de soberania16; os seus juzes so recrutados mediante concurso

    12 V. arts. 203 e 205 da CRP e arts. 7, n.os 1 e 8 da LOPTC13 V. arts. 203 e 205 da CRP e arts. 7, n.os 1 e 8 da LOPTC14 V. arts. 203 e 205 da CRP e arts. 7, n.os 1 e 8 da LOPTC15 Nos pleitos submetidos a julgamento, o Tribunal de Contas pode apreciar a inconstitucionalidade das normas que tenha

    de aplicar, devendo recusar a aplicao das que, segundo o seu prprio juzo, infrinjam o disposto na Constituio ou contrariem os princpios nela consignados (artigo 204 da CRP).

    16 V. arts. 214 e 133, alnea m), da CRP e arts. 16 e 22, n 1, da LOPTC).

  • 26Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    curricular17, realizado perante um jri constitudo pelo Presidente do Tribunal (que preside ao jri), pelo Vice-Presidente, pelo juiz mais antigo e por dois

    professores universitrios, um de Direito e outro de Economia, Finanas, Organizao e Gesto ou Auditoria, estes ltimos designados pelo Governo;

    o Vice-Presidente eleito pelos seus pares em plenrio geral por escrutnio

    secreto para mandatos de trs anos (podendo ser reeleito) e toma posse e presta compromisso de honra perante o Presidente18; os juzes19 so tambm nomeados pelo Presidente, perante quem igualmente tomam posse e prestam compromisso de honra;20

    d) como corolrio do autogoverno: o Tribunal (e as suas Seces Regionais)

    dotado de autonomia administrativa, competindo-lhe aprovar o projecto de

    oramento anual21, apresentar ao Poder Legislativo as sugestes legislativas necessrias ao seu funcionamento e dos seus servios de apoio e definir as linhas gerais de organizao e funcionamento destes22; o Presidente dispe dos poderes administrativos e financeiros necessrios administrao e gesto do Tribunal e dos seus servios de apoio idnticos aos que integram a competncia

    ministerial nos domnios da gesto financeira,

    dos recursos humanos e dos equipamentos23.

    17 V. arts. 18 e 20 da LOPTC.18 V. arts. 17 e 22, n 2, da LOPTC.19 Os juzes do Tribunal de Contas tm honras, direitos, categoria, tratamento, remuneraes e demais prerrogativas iguais

    aos juzes do Supremo Tribunal de Justia, aplicandoselhes, em tudo quanto no for incompatvel com a natureza do Tribunal, o disposto no Estatuto dos Magistrados Judiciais (artigo 24 da LOPTC); respondem disciplinarmente perante o Plenrio Geral do Tribunal (artigo 25 da LOPTC); quando em exerccio no podem desempenhar qualquer outra funo pblica ou privada, salvo as funes docentes ou de investigao cientfica de natureza jurdica no remuneradas (artigo 216 n 3 da CRP); e no podem exercer quaisquer funes em rgos de partidos, de associaes polticas ou de associaes com eles conexas, nem desenvolver actividades poltico-partidrias de carcter pblico (artigo 27 da LOPTC). V. ainda, o art. 24 da LOPTC.

    20 V. art. 23 da LOPTC21 V. arts. 31 e 32 alnea a) da LOPTC.22 V. arts. 6, alnea d), e 32 alneas b) e c) da LOPTC.23 V. art. 33 da LOPTC.

    Medalha do Tribunal de Contas

  • Anurio 2010

    Organizao do Tribunal de Contas

    27

    O Tribunal, na sede, composto pelo Presidente e por dezasseis juzes, e em cada seco regional, por um juiz, dispondo de servios de apoio24 indispensveis ao desempenho das suas funes, tanto na sede como nas Seces Regionais.25

    Para a prossecuo da sua misso constitucional o Tribunal est, ainda, estruturado

    em trs seces26 na sede, e duas seces de competncia genrica27, uma em cada Regio Autnoma.

    As seces especializadas exercem as seguintes competncias:

    a 1 Seco exerce as competncias de fiscalizao prvia, bem como a fiscalizao de actos e contratos, podendo, em certos casos, aplicar multas e relevar a responsabilidade financeira;

    a 2 Seco tem por finalidade o exerccio da fiscalizao concomitante e sucessiva de verificao, controlo e auditoria podendo, em certos casos, aplicar

    multas e relevar a responsabilidade financeira; e

    a 3 Seco procede ao julgamento dos processos de efectivao de responsabilidades financeiras e de multa.

    Junto do Tribunal de Contas funciona o Ministrio Pblico. Actua oficiosamente no mbito dos poderes que a lei lhe confere, sendo representado pelo Procurador-Geral

    da Repblica, na sede, que pode delegar as suas funes num ou mais procuradores gerais adjuntos e, nas Seces Regionais, pelo magistrado para o efeito designado pelo Procurador-Geral.

    24 V. arts. 203 e 205 da CRP e arts. 7, n.os 1 e 8 da LOPTC25 V. art. 14 da LOPTC.26 O nmero de juzes de cada Seco definido por deliberao do plenrio geral dos juzes do TC. De notar que os juzes

    da 3 Seco devem ser prioritariamente oriundos das magistraturas.27 V. infra, Seces Regionais.

  • 28Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    1 SecoVice-Presidente 2 Seco

    Carlos Morais Antunes

    Antnio Santos Soares

    Sec. Reg. Aores*3 Seco

    Nuno Lobo Ferreira

    Manuel Mota Botelho

    Guilherme dOliveira MartinsConselheiro Presidente

    Jos Pinto de Almeida

    Sec. Reg. Madeira*

    Alberto Fernandes Brs

    A Comisso Permanente teve em 2010 a seguinte composio:

    * Tem assento na Comisso Permanente, com direito a voto, quando esteja em causa matria da respectiva Seco Regional.

  • Anurio 2010

    Funcionamento do Tribunal de Contas

    29

    O Tribunal funciona na Sede:28 em Plenrio Geral, composto pelo Presidente e por todos os juzes, incluindo

    os das Seces Regionais, que tem lugar sempre que seja necessrio decidir sobre assuntos da sua competncia e s pode funcionar e deliberar com a presena de mais de metade dos seus membros;29

    em Plenrio de Seco especializada, composto por todos os juzes que lhe forem afectos, que se realiza, ordinariamente, pelo menos uma vez por semana e, extraordinariamente, sempre que o Presidente o convoque, por

    sua iniciativa ou por solicitao dos respectivos juzes s podendo funcionar e deliberar com a presena de mais de metade dos seus membros;30

    em Subseces, apenas para as 1 e 2 Seces, constitudas por trs juzes, sendo um o relator e adjuntos os dois seguintes na ordem anual de precedncia, que s podem funcionar e deliberar com a totalidade dos seus membros, sob a presidncia do Presidente que apenas vota em caso de empate;31

    em Sesses de Visto na 1 Seco, compostas por dois juzes, que tm lugar todos os dias teis, mesmo durante as frias judiciais, s podendo funcionar com a presena dos seus dois membros.32

    Para o funcionamento do Tribunal de Contas concorre ainda a Comisso Permanente, presidida pelo Presidente e constituda pelo Vice-Presidente e por um juiz

    de cada Seco, eleito pelos seus pares por um perodo de trs anos, cujas reunies so secretariadas pelo Director-Geral, sem direito a voto. Tm, ainda, assento nesta

    28 V. art. 71 da LOPTC.29 V. arts. 71, n 2 e 72, n.os 1 e 4, da LOPTC.30 V. arts. 71, n 3 e 72, n.os 2 e 4, da LOPTC.31 V. arts. 71, n 4 e 73, n.os 2, da LOPTC..32 V. arts. 71, n 5 e 73, n 3, da LOPTC.

  • 30Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    Comisso, com direito a voto, os juzes das Seces Regionais, sempre que esteja em causa matria da respectiva competncia.

    A Comisso convocada pelo Presidente e tem competncia consultiva e deliberativa

    nos casos previstos na lei (cfr. art. 76 da Lei n 98/97, de 26 de Agosto).

    Este rgo, em caso de urgncia, pode exercer as competncias do Plenrio Geral,

    com excepo das seguintes: a aprovao do relatrio e parecer sobre a Conta

    Geral do Estado, o

    exerccio do poder

    disciplinar sobre os juzes e a fixao

    de jurisprudncia e m re c u rs o ex traordinrio.

    Nas duas Seces Regionais, rene, ainda, um Colecti-vo, constitudo pelo Presidente do Tribunal e pelos juzes de ambas as Seces Regionais, com vista aprovao do parecer anual sobre as contas da respectiva Regio Autnoma.33

    Nos demais casos, cada Seco Regional funciona apenas com o respectivo juiz.

    Nos processos de fiscalizao prvia e sucessiva, em sesso ordinria semanal,

    participam para alm do juiz, o subdirector-geral e o auditor coordenador, como

    assessores, e assiste obrigatoriamente o Ministrio Pblico.34

    33 V. art. 42, n 1, da LOPTC.34 V. arts. 105, 106 e 107 da LOPTC.

    Composio do Plenrio Geral

  • Anurio 2010

    Funcionamento do Tribunal de Contas

    31

    O colectivo que aprova o relatrio e parecer sobre as contas das Regies Autnomas

    funciona e delibera com a totalidade dos respectivos membros, sob a presidncia

    do Presidente, que s vota em caso de empate.35

    No que respeita ao modo de exerccio da sua actividade, o Plenrio Geral do Tribunal elabora o programa trienal, at 30 de Outubro do ano imediatamente anterior ao incio do trinio, sendo o das Seces Regionais elaborado, autonomamente, pelo respectivo juiz, constando em anexo ao programa trienal da sede. Tratase de programas onde se definem os objectivos e as linhas de orientao estratgica e as

    aces de fiscalizao e controlo a efectuar pelo Tribunal durante aquele perodo

    de tempo.36

    De acordo com o programa trienal, a 1 e 2 Seces aprovam, at 15 de Dezembro

    de cada ano, os respectivos programas anuais, dos quais devem cons tar as relaes

    dos organismos ou servios a fiscalizar nesse ano ou dispensados de fiscalizao.37

    Por outro lado, tambm elaborado, pelo Presidente do Tribunal, um relatrio anual, que aprovado pelo Plenrio Geral e apresentado ao Presidente da Repblica, Assembleia da Repblica, ao Go verno e aos rgos de governo prprio das Regies

    Autnomas (no que concerne respectiva Seco Regional) at ao dia 31 de Maio

    do ano seguinte quele a que respeita.38

    Alm de constituir um indispensvel instrumento de gesto, a par do aludido pro-grama trienal, aquele relatrio, que ainda publicado no jornal oficial, constitui, tambm, um meio privilegiado de dar a conhecer aos cidados e aos seus rgos representativos as aces realizadas pelo Tribunal em cada ano.39

    35 V. art. 73, n 2, da LOPTC.36 V. art. 37 da LOPTC.37 V. arts. 38 e 40 da LOPTC.38 V. art. 43 da LOPTC..39 V. art. 9, n. 2, alnea c), da LOPTC..

  • Anurio 2010

    Atribuies, Jurisdio e Competncia

    33

    Como j se referiu, o Tribunal tem por misso constitucional a fiscalizao da legalidade financeira e o julgamento das contas pblicas. Tais atribuies so realizadas atravs de uma jurisdio prpria que abrange: no mbito material (lato sensu), o poder de controlo financeiro em toda a ordem

    jurdica portuguesa; no mbito territorial, todo o territrio nacional e o estrangeiro;

    no mbito pessoal, em geral, todas as entidades que administram dinheiros pblicos

    (independentemente da sua natureza jurdica) e, em especial, os servios e organismos que integram a Administrao Pblica central, regional e local autrquica inclusive as empresas pblicas, as empresas de capitais maioritariamente pblicos e as privatizaes.40 41

    O Tribunal de Contas assegura, ainda, no mbito nacional, a fiscalizao da aplicao dos recursos financeiros oriundos da Unio Europeia, de acordo com o direito

    aplicvel e em cooperao com as competentes instituies da Unio, designadamente o Tribunal de Contas Europeu.42

    Para o exerccio das suas atribuies, o Tribunal dispe de poderes funcionais ou

    competncia, que a lei distribui pelas diversas instncias de funcionamento.

    Assim, atento o enquadramento fornecido pela Constituio da Repblica e pela

    Lei de Organizao e Processo do Tribunal de Contas, para alm de algumas competncias de natureza meramente instrumental ou acessria (onde pontuam, a ttulo exemplificativo, as competncias consultiva e regulamentar), o Tribunal dispe

    de competncias fundamentais que, tendo em conta o critrio funcional, podem distinguir-se em:43

    a) competncias relativas fiscalizao prvia: visto;

    b) competncias relativas fiscalizao concomitante: de auditoria a actos ou

    contratos e actividade financeira antes de encerradas as gerncias;

    40 V. arts. 1, 2, 4 e 5 da LOPTC.41 V. arts. 1, 3 e 4 da Lei n 14/96, de 20 de Abril 42 V. art. 5, n 1, alnea h), da LOPTC.43 V. art. 5, da LOPTC.

  • 34Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    c) competncias relativas fiscalizao sucessiva: de verificao interna e externa de contas e de auditorias gesto financeira; e

    d) competncia relativa efectivao da responsabilidade financeira: reintegratria e/ou sancionatria e de aplicao de multas.

    A competncia atinente ao exerccio da fiscalizao prvia ou a priori exercida mediante a concesso ou a recusa do visto nos actos jurdicos a ela sujeitos ou atravs de declarao de conformidade.44

    O visto consiste no exame da legalidade financeira de certos actos (tipificados na lei) da Administrao Pblica, bem como de outras entidades elencadas no n 1 do

    artigo 2 da LOPTC45, que feito pelo Tribunal antes da sua execuo, constituindo,

    por isso, condio ou pressuposto da produo dos seus efeitos financeiros.46

    A competncia para a concesso do visto exercida pela 1 Seco em sesses dirias de visto, cabendo subseco decidir nos casos em que houver fundamento de recusa de visto ou no se verifique acordo dos juzes de turno na seco diria do visto. A fim de assegurar a unidade do direito, quando a importncia jurdica da

    questo, a sua novidade, as divergncias suscitadas ou outras razes ponderosas o justifiquem, o Presidente pode alargar a discusso e votao da deliberao aos

    restantes juzes, sendo essa deliberao publicada no Dirio da Repblica, se o Tribunal assim o entender.47

    A declarao de conformidade ser feita pelos Servios de Apoio do Tribunal e ter lugar apenas nos casos em que no haja dvidas sobre a legalidade do acto ou contrato, gozando dos mesmos requisitos de exequibilidade referidos para o visto.48

    44 V. arts. 44. e 83. da LOPTC.45 Entidades de qualquer natureza criadas pelo Estado ou por quaisquer outras entidades pblicas, para desempenhar

    funes originariamente a cargo da Administrao Pblica, com encargos suportados por transferncia do oramento da entidade que as criou, sempre que da resulte a subtraco de actos e contratos fiscalizao do Tribunal de Contas..

    46 V. art. 45 da LOPTC..47 V. art. 15, n 1 alnea a) da LOPTC48 V. art. 45, n 1, da LOPTC.

  • Anurio 2010

    Atribuies, Jurisdio e Competncia

    35

    Nas Regies Autnomas dos Aores e da Madeira a competncia para o exerccio

    da fiscalizao prvia cabe s respectivas Seces Regionais, de cujas decises cabe

    recurso para o plenrio da 1 Seco.49

    A fiscalizao prvia incide sobre actos jurdicos geradores de despesa ou representativos de responsabilidades financeiras directas ou indirectas50, documentados nos termos da lei, e tem por finalidade e critrio verificar a legalidade financeira,

    entendida esta como obedincia ao bloco das disposies legais aplicveis (sejam de Direito Financeiro, sejam de outros ramos de Direito) potenciadoras da produo de efeitos jurdico-financeiros desses actos.51

    A fiscalizao concomitante, da competncia da 1 Seco, dirige-se aos actos e

    contratos dos servios e organismos que no devam ser remetidos para fiscalizao

    prvia52, bem como execuo de contratos visados e a competncia da 2 Seco incide sobre a actividade financeira exercida antes do encerramento da respectiva

    gerncia.53

    A fiscalizao sucessiva ou a posteriori consubstancia se em operaes e actos de apreciao.54

    A principal modalidade dos actos de simples apreciao consiste no Relatrio e Pa-recer sobre a Conta Geral do Estado e nos pareceres sobre as contas das Regies Autnomas, cuja emisso compete, no primeiro caso, ao Plenrio Geral do Tribunal e, no segundo, a um Colectivo que para o efeito se rene na sede de cada Seco

    Regional.55

    Esta competncia de apreciao tambm pode exercer-se atravs da verificao de

    contas e da realizao de auditorias, nomeadamente nas matrias em que o Tribunal tem competncia para verificar as contas das entidades sujeitas ao seu controlo

    49 V. arts. 105, n 1, e 106, da LOPTC.50 V. arts. 5, n 1, al. c) e 46, n 1 da LOPTC.51 V. art. 44, n.os 1 e 2 da LOPTC52 V. arts. 38, n 1 alnea b) e 49 n 1 alnea a) da LOPTC.53 V. art 49, n 1 alnea b) da LOPTC.54 V. art. 50 da LOPTC.55 Respectivamente arts. 41 e 42 da LOPTC.

  • Anurio 2010

    Atribuies, Jurisdio e Competncia

    36

    com vista a efectuar a avaliao dos respectivos sistemas de controlo interno, apreciando a legalidade, eficincia e eficcia da sua gesto financeira e assegurando a

    fiscalizao da comparticipao nacional nos recursos prprios comunitrios e da

    aplicao dos recursos financeiros oriundos da Unio Europeia.56

    A competncia para a verificao externa e para a homologao da verificao

    interna exercida pela 2 Seco.57

    3 Seco cabe o julgamento dos processos de efectivao das responsabilidades

    financeiras e ainda o julgamento dos recursos das decises proferidas em 1 instncia

    na sede e nas regies autnomas, bem como os recursos em matria emolumentar.58

    A responsabilidade financeira, que efectivada em processos tipicamente jurisdicionais, pode assumir as formas de responsabilidade financeira reintegratria ou de responsabilidade sancionatria ou punitiva.59 60

    A responsabilidade reintegratria efectivada mediante a instaurao de processos de julgamento de contas,61 em caso de alcance, de desvio de dinheiros ou outros valores, de pagamentos indevidos e de infraces de que resulte a obrigao de indemnizar, bem como a no arrecadao de receitas, neste caso desde que com dolo ou culpa grave, e traduzse na condenao dos responsveis na reposio nos cofres do Estado das importncias abrangidas pela infraco, competindo o exerccio

    desta competncia 3 Seco.62

    No mbito da responsabilidade financeira reintegratria o Tribunal avalia o grau

    de culpa de harmonia com as circunstncias do caso, tendo em considerao as competncias do cargo ou a ndole das principais funes de cada responsvel, o 56 V. arts. 5, n 1, alnea h), 53, 54 e 55 da LOPTC.57 V. arts. 15, n 1 alnea b) e 78 da LOPTC.58 V. arts. 15, n 1 alnea c) e 79 da LOPTC.59 Nos casos sujeitos apreciao do Tribunal vigora o princpio do contraditrio, de acordo com o qual queles sobre

    quem recai a suspeita da prtica de uma infraco financeira assegurado o direito de ser ouvido antes da formulao de juzos pblicos, devendo as alegaes, respostas ou observaes dos responsveis ser expressamente apreciadas nos documentos em que sejam comentadas ou nos actos que os julguem ou sancionem.

    60 V. arts. 57 e segs. e 79 da LOPTC..61 Os processos de julgamento de contas visam tornar efectivas as responsabilidades financeiras evidenciadas em relatrios

    de verificao externa de contas.62 Em 1. instncia so decididos por um s juiz, havendo recurso das decises deste para o plenrio da 3. Seco.

  • Anurio 2010

    Atribuies, Jurisdio e Competncia

    37

    volume dos valores e fundos movimentados, o montante material da leso dos dinheiros ou valores pblicos, o grau de acatamento de eventuais recomendaes do Tribunal e os meios humanos e materiais existentes no servio, organismo ou

    entidade sujeitos sua jurisdio.63 64

    A responsabilidade sancionatria ou punitiva65 efectivada mediante a instaurao de processos de julgamento de responsabilidade financeira nos casos em que ocorrem infraces financeiras previamente tipificadas na lei e traduz-se na aplicao

    de multas de natureza no criminal, para as quais a lei fixa um limite mnimo e um limite mximo e manda graduar o seu montante em funo da gravidade do facto

    e as suas consequncias, o grau de culpa, o montante material dos valores pblicos lesados ou em risco, o nvel hierrquico dos responsveis, a sua situao econmica e a existncia de antecedentes.66 67 68

    Note-se, porm, que a efectivao da responsabilidade financeira, em qualquer das

    suas formas, no prejudica a efectivao da responsabilidade criminal e disciplinar a

    que igualmente haja lugar.69 Por outro lado, so punveis com a pena correspondente ao crime de desobedincia qualificada os responsveis que, depois de condenados

    para em prazo razovel procederem entrega ao Tribunal, de contas ou de outros documentos, persistam na posio de no cumprimento daquelas determinaes, cabendo ao Ministrio Pblico a instaurao do respectivo procedimento no tribunal competente.70

    63 Em caso de negligncia, o Tribunal pode reduzir ou relevar a responsabilidade em que houver incorrido o infractor.64 V. arts. 59 e segs. da LOPTC.65 V. arts. 65 e segs. da LOPTC.66 Ao julgar a responsabilidade financeira, o Tribunal de Contas detm o poder de, justificadamente, reduzila ou relevla

    quando o infractor tenha agido com negligncia, cfr. art. 64, n 2, da LOPTC.67 A efectivao da responsabilidade sancionatria no impede a efectivao simultnea da reintegratria, verificados

    que sejam os pressupostos de ambas. Da que a aplicao de multas no impea que simultaneamente se determine a efectivao das reposies devidas, cfr. art. 65, n 5, da LOPTC.

    Alm disso, quando no haja dolo dos responsveis, o Tribunal pode converter a reposio em pagamento de multa de montante pecunirio inferior, cfr. art. 65, n 6 da LOPTC.

    68 A negligncia sempre punida sendo, porm, neste caso, o mximo da multa aplicvel reduzido a metade, cfr. art. 65, n 4 da LOPTC.

    69 V. art. 59, n 1 da LOPTC.70 V. art. 68 da LOPTC.

  • Anurio 2010

    Publicidade dos actos

    39

    De acordo com o disposto no art. 9 da Lei n 98/97, de 26 de Agosto, os actos produzidos pelo Tribunal esto, em regra, sujeitos ao princpio da publicidade. A se estabelece o regime da sua publicao, atendendo sua natureza.

    Assim, so publicados na I SrieA do Dirio da Repblica os acrdos do Tribunal de Contas que fixem jurisprudncia e na II Srie do mesmo Jornal Oficial o Relatrio e

    Parecer sobre a Conta Geral do Estado, o Relatrio Anual de Actividades do Tribunal,

    as instrues e regulamentos do Tribunal, os valores e as relaes das entidades

    dispensadas de fiscalizao prvia em cada ano e as que sero objecto de fiscalizao concomitante de despesas emergentes dos actos e contratos dispensados de fiscalizao prvia e, finalmente, os relatrios e decises que o Tribunal entenda

    deverem ser publicados.71

    So tambm publicitados, com periodicidade mensal, os despachos proferidos pelo Ministrio Pblico que declarem no requerer procedimento jurisdicional, isto , visem o arquivamento de processos de efectivao de responsabilidades financeiras.

    Do mesmo modo, so publicados no respectivo jornal oficial os seguintes actos das

    Seces Regionais: o relatrio e parecer sobre as contas das respectivas Regies

    Autnomas, as instrues e regulamentos, os valores e as relaes das entidades dispensadas de fiscalizao prvia e as que sero objecto de fiscalizao concomitante

    de despesas emergentes dos actos e contratos dispensados de fiscalizao prvia

    e ainda os relatrios e decises que o Tribunal entenda deverem ser publicados.72

    Relativamente aos processos para julgamento na 3 Seco, afixada semanalmente

    a respectiva tabela de julgamentos a efectuar, funcionando as sesses desta Seco

    de porta aberta durante a leitura da deciso de cada processo. Aps a sesso afixada a tabela com o sentido da deciso.73

    71 A Resoluo n 1/98 3 Seco, de 4 de Fevereiro de 1998, determina que a Direco-Geral do Tribunal de Contas, no ltimo dia til de cada semana, procede afixao, no trio do Tribunal de Contas, da tabela de processos para julgamento na 3. Seco, relativas sesso plenria e s audincias de julgamento em 1. instncia. As sesses desta Seco so pblicas. No entanto, apenas podero ser efectuadas gravaes e/ou captao de imagens e som quando devidamente autorizadas por quem presidir audincia.

    72 V. art. 9, n.os 1 e 2, da LOPTC.73 V. art. 9, n 3, da LOPTC.

  • 40Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    Quanto aos demais actos, o Tribunal goza da faculdade de decidir sobre a sua publi-

    cao, aps a notificao das entidades interessadas.

    Tambm so veculos de publicitao dos actos do Tribunal a Revista do Tribunal de Contas (de publicao semestral) e o web site www.tcontas.pt

  • Anurio 2010

    Servios de Apoio

    41

    Como corolrio da sua independncia e autogoverno, o Tribunal de Contas dispe de Servios de Apoio tcnico e administrativo, constitudos pelo Gabinete do Presidente e pela Direco-Geral, incluindo os Servios de Apoio das Seces Regionais. A organizao e estrutura da Direco-Geral, incluindo

    os Servios de Apoio das Seces Regionais, encontram-se definidas no Decreto-Lei

    n 440/99, de 2 de Novembro, publicado ao abrigo do artigo 30 da Lei n 98/97,

    de 26 de Agosto.

    De acordo com o artigo 5 daquele Decreto-Lei n 440/99, de 2 de Novembro, a

    competncia material, a organizao e o funcionamento dos Servios de Apoio so definidos por regulamento interno aprovado por despacho do Presidente do Tribunal, sob proposta do Director-Geral e tendo em conta as linhas gerais de organizao

    e funcionamento aprovados pelo Plenrio Geral do Tribunal.

    No decurso do ano 2000, a Comisso Permanente do Tribunal aprovou a Resoluo

    n 1/00 CP, onde so definidas as linhas anuais de organizao e funcionamento

    dos Servios de apoio tcnico e administrativo.

    Subsequentemente, atravs do Despacho n 46/00-GP, de 27 de Abril de 2000, (com

    as alteraes introduzidas pelos Despachos n.os 140/00-GP, de 20 de Dezembro,10/01-GP, de 6 de Fevereiro) e 71/03-GP, de 18 de Dezembro foi aprovado o Regulamento de Organizao e Funcionamento da Direco-Geral do Tribunal de Contas

    (Sede).

    Nessa medida, tendo por misso assegurar o apoio tcnico-operativo e instrumental

    ao Tribunal de contas, a Direco-Geral est estruturada em duas grandes reas: a

    de apoio tcnico-operativo e a instrumental.

    A rea de apoio tcnico-operativo que executa as suas funes de natureza operativa na dependncia funcional directa dos juzes conselheiros, encontrase estruturada do seguinte modo:

  • 42Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    Nove Departamentos de Auditoria (DA)

    Os Departamentos de Auditoria esto especializados num ou mais domnios de controlo consoante a rea de responsabilidade a que esto afectos, garantindo

    assim o apoio tcnico-operativo s actividades de fiscalizao concomitante e

    sucessiva da 2 Seco, dependendo funcionalmente do Juiz Conselheiro da

    respectiva rea.

    As reas de responsabilidade a que esto adstritos os nove Departamentos de Auditoria so:

    DA I Execuo do OE Despesa, Dvida Pblica e Patrimnio Financeiro;

    DA II Execuo do OE Receita, Benefcios Fiscais, Patrimnio Imobilirio, Operaes de Tesouraria e Ministrio das Finanas;

    DA III PIDDAC Global, Funes Econmicas e Fundos Comunitrios;

    DA IV Funes Gerais da Soberania;

    DA V Cincia, Inovao e Ensino Superior, Educao, Cultura e Desporto;

    DA VI Sade;

    DA VII Segurana Social, Trabalho, Emprego e Formao Profissional incluindo a execuo do oramento da Segurana Social e Parecer sobre a Conta da Segurana Social;

    DA VIII Administrao Local e Sector Pblico Empresarial Autrquico;

    DA IX Sector Pblico Empresarial e das Despesas de Pessoal e de Funcionamento da Administrao Central.

    O Departamento de Verificao Interna de Contas (DVIC) que tem por misso a verificao interna das contas prestadas ao Tribunal, nos termos da lei, cabendo- lhe ainda a anlise dos relatrios oriundos dos rgos de controlo interno,

  • Anurio 2010

    Servios de Apoio

    43

    bem como de participaes, exposies, queixas ou denncias relacionadas

    com a funo de controlo sucessivo do Tribunal.

    O Departamento de Controlo Prvio e Concomitante (DCPC) que assegura o apoio tcnico-operativo s actividades de fiscalizao prvia e concomitante

    da 1 Seco do Tribunal.

    O Departamento de Consultadoria e Planeamento (DCP) que tem por misso assegurar as funes de natureza consultiva de estudo e de investigao para

    apoio aos sistemas de fiscalizao e controlo, de apoio ao planeamento das

    actividades e s relaes internacionais do Tribunal, a gesto e tratamento

    da informao jurdico-financeira.

    Integrado neste Departamento funciona o CEMAC Centro de Estudos e Metodologias de Auditoria e Controlo.

    A rea de apoio instrumental compreende os seguintes departamentos:

    O Departamento de Gesto Financeira e Patrimonial (DGFP) que tem por misso a gesto dos recursos financeiros e patrimoniais afectos ao Tribunal

    de Contas e sua Direco-Geral.

    O Departamento de Gesto e Formao de Pessoal (DGP) que assegura a gesto de recursos humanos de acordo com os instrumentos previsionais e as orientaes definidas superiormente e planeia e executa os programas

    de formao.

    O Departamento de Sistemas e Tecnologias de Informao (DSTI) que responsvel pela concepo e permanente adaptao dum sistema integrado de gesto e informao no Tribunal e Direco-Geral e pelos respectivos

    suportes informticos.

    O Departamento de Arquivo, Documentao e Informao (DADI) que tem por misso assegurar a organizao e gesto do sistema integrado de Arquivos do Tribunal de Contas e respectiva Direco-Geral, bem como a organizao

    e gesto da Biblioteca/Centro de Documentao e Informao.

  • 44Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    O Departamento das Relaes Externas (DRE) cuja misso assegurar o apoio no mbito das relaes externas, tanto de mbito nacional como

    comunitrio e internacional, bem como as relaes com os meios de comunicao social.

    A Secretaria do Tribunal (ST) que garante o apoio administrativo e processual inerente ao funcionamento do Plenrio Geral, da Comisso Permanente e

    das Seces especializadas, e gere o sistema de gesto de entidades.

    Na dependncia do Director-Geral funciona ainda o Gabinete de Auditoria Interna (GAI) que o servio de auditoria interna de apoio gesto atravs do acompanhamento, com independncia tcnica, da organizao e funcionamento da Direco-Geral.

    No que respeita s Seces Regionais dos Aores e da Madeira, a organizao dos respectivos Servios de Apoio foi definida pelo Despacho n 56/2000-GP,

    de 7 de Junho.

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    45

    RELAES EXTERNAS

    O L A C E F S

  • Anurio 2010

    Relaes Externas

    47

    ENQUADRAMENTO E OBJECTIVOS

    O Tribunal de Contas de Portugal estabelece relaes de colaborao e cooperao com os restantes rgos de soberania, bem como com os rgos do Sistema de Controlo Interno.Tambm as relaes internacionais tm vindo a ser desenvolvidas e reforadas, tanto em termos bilaterais como multilaterais.

    1.RELAES INSTITUCIONAIS

    1.1. Relaes com o Parlamento

    Nos termos da Constituio e da Lei, o Parlamento constitui o destinatrio

    privilegiado da actividade do Tribunal de Contas.

    Esta realidade surge desde logo evidenciada no facto de, nos termos da Constituio da Repblica, o Parlamento s poder tomar a Conta Geral do

    Estado mediante Parecer do Tribunal de Contas.74

    No mbito desta sua actuao, o Tribunal assiste tecnicamente o Parlamento.

    Na verdade, e embora se trate de um acto tipicamente consultivo, o Parecer

    do Tribunal de Contas constitui um importante instrumento de anlise da

    Conta do Estado, na medida em que contm uma apreciao da respectiva

    actividade financeira, que culmina com a emisso de um juzo sobre a regularidade e a legalidade da execuo oramental, bem como sobre a economia,

    a eficincia e a eficcia da gesto efectuada e a fiabilidade dos sistemas de

    controlo interno.

    No mbito desta sua actuao, o Tribunal assiste tecnicamente o Parlamento.

    Em moldes idnticos se coloca a relao de colaborao que entre estes dois

    rgos pode surgir ao abrigo do n 2 do art. 36 da Lei n 98/97, o qual con

    74 Cfr. al. d) do art. 162 da CRP.

  • 48Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    sagra a possibilidade de o Tribunal comunicar ao Parlamento as informaes por ele obtidas, quer durante a execuo oramental quer at ao momento

    da publicao da Conta Geral do Estado.

    Ainda no mbito da execuo do Oramento do Estado, e tendo em vista um

    maior estreitamento das relaes com o Parlamento, principal destinatrio

    da actividade do Tribunal, a Lei prev que aquele rgo possa solicitar ao

    Tribunal relatrios intercalares sobre os resultados da fiscalizao do Oramento ao longo ano, bem como a prestao de quaisquer esclareci-mentos necessrios apreciao do Oramento do Estado e do relatrio sobre a Conta Geral do Estado,75 ou, ainda, a comunicar-lhe informaes, relatrios ou pareceres relacionados com as respectivas funes de controlo

    financeiro.76

    Fora do domnio estrito da execuo oramental, o Parlamento tambm pode

    solicitar ao Tribunal a realizao de auditorias actividade desenvolvida por

    qualquer das entidades, pblicas ou privadas, sujeitas aos seus poderes de

    controlo.77 Igualmente importante a participao do Tribunal de Contas na elaborao de projectos legislativos sobre matria financeira mediante

    a solicitao pelo Parlamento de pareceres de carcter consultivo.78

    1.2. Relaes com o Executivo

    Outro dos rgos de soberania com o qual o Tribunal de Contas tem especiais relaes o Governo.

    Com efeito, prev a Lei que, a solicitao deste, o Tribunal possa realizar, a

    qualquer momento, auditorias de qualquer tipo ou natureza a determinados

    actos, procedimentos ou aspectos da gesto financeira desenvolvida por

    quaisquer das entidades sujeitas aos seus poderes de controlo.79

    75 Nos termos do n 3 do art. 36 da LOPTC76 Conforme previsto no n 4 do art. 11 da LOPTC.77 Cfr. al. g) do n 1 do art. 5 e n 1 do art. 55, ambos da LOPTC.78 Cfr. n 2 do art. 5 da LOPTC.79 Cfr. al. g) do n 1 do art. 5 da LOPTC.

  • Anurio 2010

    Relaes Externas

    49

    Por outro lado, e semelhana do que acontece no mbito das suas relaes com o Parlamento, o Tribunal pode ser chamado pelo Governo a pronunciar- se, mediante a emisso de parecer, sobre o contedo de projectos legislativos de natureza financeira.

    O Tribunal pode ainda, por sua iniciativa, propor ao Governo a adopo das

    medidas legislativas que considere necessrias ao exerccio das suas competncias.80

    1.3. Relaes com o Ministrio Pblico

    Em conformidade com o disposto na Constituio da Repblica81 e na respectiva Lei Orgnica do Ministrio Pblico, prev a Lei n 98/97 a interveno deste rgo junto do Tribunal de Contas, representado, na Sede, pelo

    Procurador-Geral da Repblica (que pode delegar as suas funes num ou

    mais dos procuradoresgerais adjuntos), e, nas Seces Regionais, pelo magistrado para o efeito designado pelo Procurador Geral da Repblica, o qual

    substitudo, nas suas faltas e impedimentos, pelo seu substituto legal.82

    O Ministrio Pblico intervm oficiosamente nas 1 e 3 Seces, devendo

    ser-lhe entregues, conforme dispe o n 4 do art. 29 da Lei n 98/97, todos os relatrios e pareceres aprovados na sequncia de aces de verificao,

    controlo e auditoria; e pode assistir s sesses da 2 Seco, devendo ser--lhe previamente dado conhecimento dos processos, a fim de poder emitir

    parecer sobre a legalidade das questes neles levantadas.

    Recordese que o Ministrio Pblico detm, em primeira linha, a competncia para requerer julgamento para efectivao de responsabilidades financeiras,

    sendo que as demais entidades investidas desta competncia os rgos

    de controlo interno (Inspeces, Auditorias), em relao aos respectivos

    80 Cfr. al. d) do art. 6 da LOPTC.81 Cfr. n.os 1 e 2 do art. 29 da LOPTC.82 Cfr. art. 21 do Regulamento de Organizao e Funcionamento da Direco-Geral do Tribunal de Contas, aprovado pelo

    Despacho n 46/00-GP, de 27 de Abril.

  • 50Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    relatrios; e os rgos de direco, superintendncia e tutela sobre os visados, no caso de relatrios do Tribunal de Contas s o podem fazer subsidiariamente, isto , quando o Ministrio Pblico no requeira o julgamento.

    Nesta medida, a relao do Tribunal de Contas com o Ministrio Pblico assume uma especial e significativa relevncia.

    Para assegurar o apoio tcnico e administrativo necessrio ao exerccio da

    competncia do Ministrio Pblico, e mediante solicitao do mesmo, a Direco -Geral destaca pessoal e presta outros apoios especficos, nomea-

    damente, a elaborao de estudos e pareceres.83

    1.4. Relaes com os rgos de controlo interno

    O controlo da actividade financeira pblica igualmente exercido por ou-

    tras instncias de controlo, enquanto entidades externas relativamente s

    entidades fiscalizadas mas integrantes do conceito e da aco de controlo

    interno da Administrao.

    Este tipo de controlo est legalmente estruturado por forma a ser tecnicamente independente. Contudo, e porque se encontra dependente do poder executivo, o qual est comprometido, em parte, com essa gesto pblica,

    no propriamente independente perante o Estado e a sociedade civil.

    Nestes termos, torna-se imperioso que sejam clarificadas e delimitadas as

    funes inerentes ao Tribunal de Contas e aos rgos de controlo interno, de modo a que a actividade de controlo do primeiro possa ser enquadrvel

    pela complementaridade dos segundos, obtendo-se ganhos de eficcia e

    racionalidade nesse amplo controlo financeiro global, que tende para um

    sistema integrado e coordenado.

    83 Cfr. n.os 1 e 2 do art. 29 da LOPTC.

  • Anurio 2010

    Relaes Externas

    51

    Tendo em vista este objectivo, a Lei n 98/97 estabelece um quadro de relacionamento com os rgos de controlo interno, cujos aspectos essenciais so os seguintes84:

    A comunicao ao Tribunal de Contas dos seus programas anuais e plurianuais de actividades e respectivos relatrios de actividades;

    O envio dos relatrios das suas aces de fiscalizao sempre que contenham matria de interesse para a aco do Tribunal, compreendendo a obrigao de, nesses relatrios, concretizar, nos termos definidos no art. 12 da LOPTC, as situaes geradoras de eventuais responsabilidades;

    A realizao de aces a solicitao do Tribunal, tendo em conta os critrios e objectivos por este fixados.

    Importa ainda ter presente que, a partir das altera-es introduzidas na Lei n 98/97, de 26 de Agosto, pela Lei n 48/2006, de 29 de Agosto, os

    rgos de controlo interno passaram a ter direito de aco, embora com carcter subsidirio, no domnio dos processos de julgamento de contas e de responsabilidade financeira.

    O Presidente do Tribunal de Contas assume o papel de coordenador na promoo do intercmbio de informaes quanto aos respectivos programas

    anuais e plurianuais de actividades e na harmonia de critrios de controlo

    externo e interno.85

    2. RELAES INTERNACIONAIS

    2.1. Relaes com outras Instituies Superiores de Controlo

    Especialmente na ltima dcada, o Tribunal de Contas tem desenvolvido

    relaes com instituies nacionais de controlo com o objectivo de estabe-

    84 Cfr. art. 21 do Regulamento de Organizao e Funcionamento da Direco -Geral do Tribunal de Contas, aprovado pelo Despacho n46/00-GP, de 27 de Abril.

    85 Nos termos do n 3 do art. 11 da LOPTC

  • 52Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    lecer colaborao recproca, confrontar sistemas e permutar experincias no

    domnio dos mtodos e procedimentos de controlo financeiro.

    A Lei n 98/97, no n 3 do seu art. 11, veio, alis, sublinhar a importncia

    dessa articulao e cooperao ao inserir as aces do Tribunal num sistema

    de controlo ao nvel nacional e comunitrio, sem prejuzo da sua independncia face s demais instituies.

    Estas exigncias so to mais fortes quanto a complexidade, as mutaes

    e a dimenso da actividade financeira pblica nos Estados de hoje, na qual

    rele-vam as experincias de controlo de cada pas, bem como as relaes, a

    cooperao e o intercmbio mtuo, acadmico e tcnico entre as Instituies

    Superiores de Controlo.

    Deste modo, no mbito internacional, o Tribunal de Contas tem mantido

    relaes bilaterais com instituies congneres dos Estados membros da

    Unio Europeia e com os Tribunais de Contas da Comunidade dos Pases de

    Lngua Portuguesa, mantendo igualmente contactos regulares com outras

    instituies de controlo externo da Amrica Latina, da Europa de Leste e do

    extremo oriente.

    O Tribunal de Contas tem ainda cooperado com os rgos de controlo financeiro da NATO, da OCDE e da UEO e, ainda, com o Banco Mundial.

    2.2. Relaes com organizaes internacionais de controlo financeiro

    O Tribunal de Contas tem igualmente desenvolvido relaes com organizaes internacionais de controlo financeiro.

    Atravs da troca de ideias, experincias, informaes e a realizao de aces

    conjuntas aos nveis internacional e comunitrio visase, no fundo, contribuir para que o Tribunal de Contas, atravs do exerccio das suas funes, possa

    contribuir para uma melhor vida financeira pblica.

  • Anurio 2010

    Relaes Externas

    53

    O Tribunal de Contas membro de diversas organizaes internacionais, sendo, nomeadamente:

    Membro fundador da organizao de mbito mundial das Instituies

    Superiores de Controlo Financeiro International Organization of Supreme Audit Institutions (INTOSAI);

    Membro fundador da Organizao das ISCs da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa;86

    Membro fundador da European Organization of Supreme Audit Institu-tions (EUROSAI), criada em 1990, sendo actualmente membro observador do seu Conselho Directivo;

    Membro associado da a European Organization of Regional Audit Institutions (EURORAI);

    Membro aderente da Organization Latino Americana y Del Caribe de Entidades Fiscalizadoras Superiores (OLACEFS);

    Membro da European Evaluation Society (EES), desde 1995.

    O Tribunal de Contas tambm auditor das seguintes organizaes internacionais:

    Agncia Espacial Europeia (ESA);

    Unio da Europa Ocidental(UEO).

    86 Da qual fazem parte as ISC de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau e S. Tom e Prncipe

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    55

    OS

    OS JUZES CONSELHEIROS DO TRIBUNAL DE CONTAS

    Modelo de colar, aprovado pelo plenrio geral do Tribunal de Contas em 10 de Maro de 1998,

    que os juzes conselheiros (incluindo os jubilados) e procuradores-gerais adjuntos usam em ocasies especiais.

  • 57 Anurio 2010

    Nasceu em 1952. Casado. 3 filhos

    Licenciado e Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de

    Lisboa

    Funes actuais

    Presidente do Tribunal de Contas

    Presidente do Centro Nacional de Cultura

    Professor Catedrtico Convidado da Universidade Lusada

    Auditor Geral da Assembleia da UEO Unio Europeia Ocidental (designado

    em 5 de Maio de 2008 por um mandato de 3 anos) Primeiro Vice -Presidente da

    EUROSAI (desde 5 de Junho de 2008) Presidente do Conselho de Preveno da

    Corrupo (desde 4 de Setembro de 2008)

    Funes exercidas

    Ministro da Presidncia (2000 -2002)

    Ministro das Finanas (2001 -2002)

    Ministro da Educao (1999 -2000)

    Secretrio de Estado da Administrao Educativa (1995 -1999)

    Deputado Assembleia da Repblica (II, III, VI, VII, IX, X e XI Legislaturas)

    Vice -Presidente do Grupo Parlamentar do PS (X e XI Legislaturas)

    CONSELHEIRO PRESIDENTE

    Guilherme dOliveira Martins

  • 58Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    Vice -Presidente da Comisso Nacional da UNESCO (1988 -1994)

    Presidente da SEDES Associao para o Desenvolvimento Econmico e Social (1985 -1995)

    Assessor Poltico da Casa Civil do Presidente da Repblica (1985-1991)

    Chefe de Gabinete do Ministro das Finanas (1979)

    Assistente da Faculdade de Direito de Lisboa (1977- 1985)

  • 59 Anurio 2010

    CONSELHEIRO VICE-PRESIDENTE

    Carlos Alberto Loureno Morais Antunes*

    Nasceu a 5 de Julho de 1953.

    Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa em 1975. Ingressou em 16 de

    Maro de 1977 na Magistratura do Ministrio Pblico como Delegado do Procurador da Repblica efectivo, na comarca de Lisboa. Exerceu funes como Delegado

    do Procurador da Repblica no Tribunal de Trabalho de Lisboa, entre Maro de

    1977 e 1983, e nos Juzos Cveis de Lisboa desde 1983 a 5 de Dezembro de 1988.

    Promovido a Procurador da Repblica em 5 de Dezembro de 1988. Exerceu funes

    como Procurador da Repblica Coordenador do Departamento de Investigao e

    Aco Penal (DIAP) de Lisboa, desde 5 de Dezembro de 1988 a 14 de Novembro

    de 1995. Promovido a Procurador-Geral Adjunto em 14 de Novembro de 1995

    e colocado no Tribunal de Contas desde essa data. Desde 19 de Janeiro de 1998

    exerce funes de Juiz Conselheiro do Tribunal de Contas. Em 4 de Maro de 2008

    foi eleito, pelo Plenrio Geral do Tribunal, Vice-Presidente do Tribunal de Contas,

    funes que assumiu, por Acto Solene de tomada de posse, no dia 27 de Maro de 2008. Coautor da obra Despedimentos e outras Formas da Cessao do Contrato

    Livraria Almedina, 1985. Bolseiro do Conselho da Europa, tendo apresentado um

    estudo sobre A Suspenso do Contrato de Trabalho. No mbito dos estudos sobre

    as disposies anticorrupo nos Estados Membros e na sequncia de convite da

    Comisso das Comunidades Europeias, apresentou, em Junho de 1994 um estudo sobre O Ordenamento Jurdico Penal Portugus; A estruturao do aparelho judicirio e dos organismos especialmente vocacionados para a deteco e combate corrupo. Autor de variadas comunicaes em conferncias e seminrios de ndole

    * Colocado na 3. Seco

  • 60Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    jurdica, designadamente sobre: Corrupo e Fraudes antieconmicas (C.E.J. 25 e

    26 de Fevereiro de 1993); Oramento Comunitrio e a Proteco dos Interesses

    Financeiros da Unio Europeia (I.G. Finanas 13 a 24 de Novembro de 1995);

    Justia, Tribunais e Comunicao Social (C.E.J. e Observatrio da Imprensa 11 e 18

    de Abril de 1996); A Gesto do Inqurito (U.C.L.A.F. Unidade de Luta AntiFraude

    da Unio Europeia 14 a 16 de Maro de 1996); Os rgos de Controlo Externo e

    o Combate Corrupo (1 Congresso Internacional da Associao de Entidades

    Oficiais de Controlo Pblico do MERCOSUL 29 de Novembro a 2 de Dezembro);

    Interfaces do Sector das Obras Pblicas (Ordem dos Engenheiros 1.as Jornadas de Direco e Gesto da Construo, Lisboa, 23.10.01).

    Membro do Conselho Consultivo da Revista de Finanas Pblicas e Direito Fiscal.

    Por despacho do Excelentssimo Presidente coordenou a Comisso para a Reviso

    do Regulamento Interno do Tribunal de Contas. Foi designado, em 22 de Fevereiro de 2010, e por unanimidade do Plenrio Geral, Coordenador do Plano Trienal 2011- -2013. No mbito da VI Assembleia Geral da Organizao das Instituies Superiores de Controlo da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa, realizada

    em Outubro de 2010 em S. Tom, proferiu uma palestra subordinada ao seguinte

    tema O Julgamento do Tribunal de Contas no mbito da Responsabilizao Financeira.

  • 61 Anurio 2010

    CONSELHEIRO

    Ernesto Lus Rosa Laurentino da Cunha*

    1. Nasceu a 10 de Setembro de 1953.

    2. licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clssica de

    Lisboa em 1976. Desempenhou funes como tcnico superior e consultor- -jurdico na Secretaria Geral da Presidncia do Conselho de Ministros (1976- 1977), na Auditoria Jurdica do Ministrio da Agricultura e Pescas (19771979) e na Direco-Geral do Tesouro (1979-1981); como director de servios na

    Direco-Geral do Patrimnio (1981-1985) e como subdirector-geral e director- -geral no Tribunal de Contas (1986-1990).

    3. desde 17 de Setembro de 1990 Juiz Conselheiro do Tribunal de Contas, tendo

    desde essa data desempenhado funes na Seco Regional da Madeira do Tribunal de Contas, como juiz residente e presidente da respectiva comisso

    instaladora at 28 de Fevereiro de 1994.

    4. Como juiz residente assegurou as sesses dirias de visto e a presidncia das sesses semanais da Seco Regional.

    4.1. Enquanto relator foi responsvel pela elaborao do Parecer do Tribunal de

    Contas sobre a Conta da Regio Autnoma da Madeira (durante o seu mandato

    foi emitido o primeiro parecer sobre a Conta da Regio) e, pelo julgamento/

    parecer de/sobre as contas da Assembleia Legislativa Regional da Madeira e,

    em geral, pela fiscalizao prvia, sucessiva e concomitante de contratos, ac

    tos originadores de despesa, contas (certificao e julgamento de infraces),

    * Em comisso de servio no International Board of Auditors da Nato

  • 62Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    programas de investimento e, pela auditoria de gesto actividade financeira

    e operacional dos servios da Administrao Regional Autnoma e Autrquica

    sedeada na Regio tendo para o efeito sido aprovadas pela Seco Regional

    instrues relativas fiscalizao prvia

    4.2. Como presidente da comisso instaladora assegurou a presidncia e a direco

    do rgo colegial responsvel pela gesto financeira (oramental de tesouraria e

    patrimonial) e de recursos humanos, no mbito das competncias prprias e no

    mbito das competncias que lhe foram delegadas pelo Presidente do Tribunal.

    5. Em 3 de Maro de 1994 foi colocado por permuta, na 2 Seco do Tribunal de

    Contas tendo sido responsvel pela fiscalizao sucessiva, auditoria e verificao de contas dos servios e organismos do Ministrio da Sade, Mar, Defesa e dos Programas dos Investimentos do Plano.

    6. Em 1 de Agosto de 1997, foi designado pelo Conselho do Atlntico Norte, sob

    proposta do Governo Portugus, para um mandato de 4 anos, como membro

    do International Board of Auditors for Nato.

    6.1. Nessa qualidade foi responsvel pelas auditorias financeiras operacionais e de

    boa gesto ao Comando Aliado Europeu (CAE/ACE, envolvendo contas consoli

    dadas de um total de 2 comandos regionais e onze sub comandos em todo o

    territrio europeu, num total de despesa pblica entre 20 a 22 bilies BF, inclu

    indo as intervenes da NATO na Bsnia e no Kosovo, e as entidades de natureza

    no governamental que asseguravam os servios de aco social nos diferentes

    comandos, agncias civis, militares e de produo logstica da NATO.

    6.2 Foi igualmente responsvel pelas auditorias financeiras, operacionais e de boa

    gesto agncia de produo logstica res ponsvel pela gesto dos oleodu

    tos NATO em todo o territrio europeu (CEPMA), envolvendo quatro divises

    nacionais, Frana Blgica Alemanha e Holanda num total de despesa pblica de

    7 bilies BF.

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    63

    6.3 Igualmente assegurou a direco e conduo de cerca de vinte auditorias finan

    ceiras, operacionais e de boa gesto a vrios programas de investimento em

    infra-estruturas militares co-financiadas pela NATO e por vrios pases membros,

    designadamente Portugal, Alemanha, Reino Unidos, Turquia, Blgica, Holanda,

    Frana, Itlia e Canada, e no mbito das intervenes da NATO na Bsnia e no

    Kosovo.

    7. Em 1 de Agosto de 1999 , sob proposta unnime dos seus pares foi designado tambm pelo Conselho do Atlntico Norte, para um mandato de 2 anos,

    presidente (Chairman) daquele rgo internacional de auditoria externa e

    independente da Organizao do Tratado do Atlntico Norte (NATO), tendo

    terminado o seu mandato em 31 de Agosto de 2001.

    7.1 Nessa qualidade teve a responsabilidade pela superviso da preparao do

    relatrio anual de actividades do Board of Auditors relativos a 1999 e 2000, do

    plano estratgico a mdio prazo (2000-2004 e do relatrio especial ao Conselho

    do Atlntico Norte sobre as limitaes de recursos humanos para aquele rgo

    de auditoria externa e independente da NATO prosseguir as suas misses, par

    ticularmente no que diz respeito auditoria da boa gesto, e que veio a merecer

    acolhimento favorvel do Conselho e do Comit de Oramento Civil, relativamente

    s propostas de alargamento ao quadro do pessoal (dotaes de auditores).

    7.2 Sob a sua presidncia, e por proposta sua, o Board of Auditors decidiu realizar

    duas importantes auditorias operacionais e da boa gesto a dois significativos

    projectos de investimento, ainda durante as fases de planeamento desenvolvi

    mento e posterior implementao dos mesmos.

    7.2.1. Foi o caso da auditoria ao novo sistema informtico da NATO (NAFS) que

    envolveu a produo de v rios relatrios intercalares e de um relatrio final, tendo em alguns casos o Comit de Oramento Militar determinado

    a suspenso de execuo dos projectos at que fossem supridas as deficincias assinaladas e adoptadas as adequadas providncias correctivas).

  • 64Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    7.2.2. Foi tambm o caso da auditoria construo do novo edifcio sede da

    NATO.

    7.2.3. Em ambas as situaes o Board recorreu pela primeira vez, sob proposta sua, ao recurso a consultores externos especializados em gesto de projectos informticos e em gesto de projectos de obras pblicas.

    7.2.4. Relativamente auditoria de gesto construo do novo edifcio sede

    foi para o efeito convidado pelo Secretrio Geral da NATO, Lord Robertson of Port Ellen a apresentar perante o Conselho do Atlntico Norte os

    respectivos termos de referncia, na sua vertente de auditoria financeira

    anual (certificao de contas) e de auditorias operacionais adequadas aos

    diferentes ciclos de gesto do projecto e com identificao dos diferentes

    tipos de consultadoria externa que se justificavam para as diferentes fases

    do mesmo.

    7.2.5. Igualmente assegurou em estreita articulao com a Direco Geral de

    Administrao e Pessoal da NATO e com interveno activa de todos os

    membros do Board e das respectivas chefias operacionais de primeiro e

    segundo nvel a reorganizao dos servios de apoio administrativo e de

    secretariado.

    7.3 O Secretrio Geral da Nato Lord Robertson of Port Ellen avaliou o seu desempenho nos seguintes termos:

    Your period of service as Chairman has been marked by important developments in the Organization, and under your leader ship the Board has begun to reorganise and modernise accordingly. At this time I should like to take the opportunity to convey to you how much your professional approach to the demanding workload, your efficient management style and your ability to pursue and reach consensus have been appreciated at all levels.

    8. Em 1 Agosto de 2002 reassumiu funes no Tribunal de Contas, tendo sido colocado na 2 Seco com responsabilidade da fiscalizao sucessiva, auditoria e verificao de contas da rea da Educao, Cultura, Cincia e Tecnologia e

    Desporto.

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    65

    9. Foi responsvel pela superviso e preparao do Relatrio de Actividades da 2

    Seco do ano de 2001 e pela superviso e preparao do Plano de Fiscalizao

    para o ano de 2003.

    10. Em Outubro de 2002 foi eleito Vice-Presidente do Tribunal de Contas, para um

    mandato de 3 anos, tendo recebido delegao de poderes do Presidente do Tribunal de Contas para presidir 1 Seco do Tribunal.

    11. Na qualidade de Vice-Presidente, assegurou no impedimento do Presidente do

    Tribunal de Contas, a presidncia do Jri de concurso para seleco de Juzes do Tribunal (Sede 3 Seco).

    12. Durante o ano de 2004 foi designado pela Comisso Permanente do Tribunal de

    Contas como co-relator dos Objectivos Estratgicos para o Trinio 2004-2007,

    de parceria com o Conselheiro Jos Lus Pinto Almeida, tendo igualmente sido

    designado relator do Plano Trienal consolidado do Tribunal para o referido horizonte temporal, posteriormente elaborado, tendo por base os planos trienais elaborados pelas seces especializadas da sede e pelas seces regionais dos Aores e da Madeira.

    13. Em Junho de 2004 foi colocado, a seu pedido, na 3 Seco do Tribunal de

    Contas, mantendo o seu cargo de Vice-Presidente do Tribunal de Contas e a

    presidncia delegada da 1 Seco.

    14. Durante o perodo de convalescena do Presidente do Tribunal, entre Novembro de 2004 e Fevereiro de 2005, assegurou em regime de subs tituio, a plenitude

    das funes da presidncia do Tribunal, quer no que diz respeito conduo dos trabalhos do Plenrio Geral, incluindo a votao do Parecer sobre a Conta

    Geral do Estado, e os relatrios de todas as auditorias preparatrias e instrumentais do mesmo, da 1, da 2 e da 3 Seces, e bem assim o exerccio de

    todas as competncias administrativas e financeiras do Presidente do Tribunal.

    Neste contexto, em estreita articulao com o Presidente do Tribunal e com

  • 66Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    as diversas seces do Tribunal e respectivos Magistrados, conduziu todo o processo de nomeao das novas chefias dos servios de apoio (direco geral,

    e servios de apoio das seces regionais dos Aores e da Madeira), em virtude de o respectivo mandato ter terminado em 31 de Dezembro de 2004.

    15. Participou em representao do Presidente do Tribunal em vrias reunies

    do Conselho Directivo da INTOSAI e do Comit de Contacto dos Presidentes dos Tribunais de Contas dos Pases Membros da Unio Europeia. Nesta funo assegurou a assuno por parte do Tribunal de Contas de Portugal das responsabilidades como Agente de Ligao no mbito do Comit de Normas

    de Conduta Profissional, no mbito do Objectivo Estratgico 1 do Plano Estratgico da INTOSAI., tendo recebido delegao de competncias do Presidente do Tribunal para assegurar o acompanhamento dessa misso internacional do Tribunal. Neste contexto o Tribunal de Contas de Portugal organizou uma reunio conjunta dos Agentes de Ligao do Objectivo Estratgico 1 e 2 do

    Plano Estratgico da INTOSAI com a presena de representantes dos Estados Unidos, de Marrocos e da Dinamarca, em ordem fixao de normas e procedimentos de relato, acompanhamento, difuso de informao atravs de sistemas electrnicos que permitam a qualquer momento a qualquer membro da INTOSAI ter acesso a essa informao e do mesmo modo responsabilizar os diferentes Comits, Sub comits e Grupos Regionais pela prestao de contas

    do trabalho desenvolvido de acordo com a programao e calendarizao inicialmente estabelecida, em ordem plena consecuo dos objectivos estratgicos e operacionais de cada um dos Comits e Sub comits, designadamente a aprovao de novas normas de auditoria financeira, de regularidade e de boa

    gesto, de contabilidade, de controlo interno, cdigos de tica, entre outros.

    16. Na sequncia de deciso do Conselho da Agencia Espacial Europeia em convidar Portugal a apresentar candidatos Comisso de Verificao de

    Contas daquela agencia, foi proposto pelo Gover no Portugus para ocupar o

    cargo de Comissrio Auditor o que veio a merecer a concordncia do Comit

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    67

    Administrativo e Financeiro na sua reunio de 21 de Abril de 2005. O mandato

    em questo vigorar no perodo de 1 de Outubro de 2005 a 30 de Setembro

    de 2006.

    17. Foi designado pelo Presidente do Tribunal para chefiar a delegao do Tribunal de Contas, integrada pelos respectivos Conselheiros Relatores, durante a

    audio realizada pela Comisso Parlamentar de Oramento e Finanas, sobre o Relatrio e Parecer do Tribunal relativos Conta Geral do Estado do ano

    econmico de 2003.

    18. Foi designado pelo Presidente do Tribunal para chefiar a delegao do Tribunal

    de Contas ao Congresso da EUROSAI a realizar em Bona de 29 de Maio a 3 de

    Junho, subordinado ao tema Auditoria das Receitas Pblicas.

  • Anurio 2010 68

    CONSELHEIRA

    Maria Adelina S Carvalho*

    Nacionalidade: Portuguesa

    Naturalidade: Moambique

    Data de nascimento: 17 de Maio de 1942

    Estado: casada, quatro filhos

    Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa

    Ps-graduao em Direito Laboral pela Universidade de Luxemburgo

    Carreira:

    Tcnico Superior na rea das relaes de trabalho, de 1966 a 1971.

    Chefe de Diviso de Contratao Colectiva do Ministrio do Trabalho, de 1971

    a 1974.

    Director de Servios do Trabalho substituta, em Julho de 1974.

    Directora Geral da Funo Pblica de Maro de 1975 at Maio de 1981.

    Directora Geral dos Recursos Humanos da Administrao Pblica e, em acumulao, Directora Geral do Gabinete Tcnico-Jurdico do Ministrio da Reforma

    Administrativa, de Maio de 1981 a Maio de 1982.

    Vice-Presidente do Conselho Superior da Reforma Administrativa, de Maio de

    1982 a Maro de 1983.

    Secretria Adjunta para a Administrao e Justia do Governo de Macau, de

    Maro de 1983 a Junho de 1986.

    * Em comisso de servio na Assembleia da Repblica

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    69

    Assessora do Ministro da Educao em 1987.

    Secretria Geral do Ministrio da Educao, de Janeiro de 1988 a Dezembro de

    1990.

    Coordenadora do Processo de Descentralizao do Ministrio da Educao e da instalao das Direces Regionais de Educao.

    Coordenadora do Grupo Ministerial incumbido da negociao e elaborao do

    Estatuto do Pessoal Docente do Ensino No Superior, em 1988 a 1989.

    Presidente do Conselho de Gesto da Editorial do Ministrio da Educao.

    Juza Conselheira do Tribunal de Contas desde Dezembro de 1990.

    Secretria Geral da Assembleia da Repblica, em comisso de servio, de 1 de

    Janeiro de 1996 a 5 de Maio de 2002.

    Membro do Conselho de Administrao da Assembleia da Repblica.

    Membro do Comit Executivo da Associao dos Secretrios Gerais dos Parlamentos da UIP (Abril de 2002).

    Presidente da Associao dos Secretrios Gerais dos Parlamentos da Unio Interparlamentar, eleita por unanimidade em Jakarta, em Outubro de 2000.

    Em 6 de Maio de 2002 reassumiu funes de Juiz Conselheiro no Tribunal de

    Contas, tendo sido colocada na 1 Seco.

  • Anurio 2010 70

    CONSELHEIRO

    Jos Fernandes Farinha Tavares*

    Nascimento 06 de Junho de 1956.

    Licenciatura em Direito (1980) pela Faculdade de Direito de Lisboa.

    Mestre em Direito (Cincias Jurdico -Polticas) pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

    Conselheiro do Tribunal de Contas.

    Director -Geral do Tribunal de Contas, desde 6 de Fevereiro de 1995 at presente

    data, sendo, por inerncia, Presidente do Conselho Adminis trativo do Tribunal

    de Contas.

    Director do Gabinete de Estudos do Tribunal de Contas.

    Responsvel, desde 1986, pelas Relaes Comunitrias e Internacionais do Tribunal de Contas, em especial, com a INTOSAI, EUROSAI, OLACEFS, FEE, EES, CPLP,

    Banco Mundial, OCDE e NATO.

    Docente Universitrio nas reas da Administrao Pblica e Direito Administrativo

    e das Finanas Pblicas e Direito Financeiro.

    Exerceu funes em gabinetes ministeriais.

    Presidente e vogal de conselhos fiscais de empresas do ex -Grupo BFE.

    Coordenador da Revista do Tribunal de Contas.

    Fundador e Director da Revista Jurdica do Urbanismo e do Ambiente (Revista criada em 1994).

    Conferencista em vrios colquios, congressos e seminrios, em Portugal e no estrangeiro.

    * Exerce as funes de Director-Geral do Tribunal de Contas

  • Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    71

    Colaborador do Conselho Econmico e Social.

    Autor de diversas publicaes, com especial incidncia nas reas de Administrao Pblica e Direito Administrativo, Finanas Pblicas e Direito Financeiro.

    Membro do International Institute of Public Finance.

    Membro do Conselho Consultivo da Revista de Finanas Pblicas e Direito Fiscal (IDEFF -FDL).

    Membro do Conselho Cientfico da RFFP Revue Franaise de Finances Publiques.

    Membro do Conselho Consultivo da Revista de Direito Regional e Local (Universidade do Minho);

    Membro da Comisso de Fiscalizao do Ins tituto Universitrio Europeu (2002--2006);

    Presidente do Conselho de Fiscalizao da Agncia Espacial Europeia.

    Condecoraes:

    Grande Oficial da Ordem do Mrito (Repblica Portuguesa);

    Comendador da Ordem de Rio Branco (Brasil)

    Grande Colar do Mrito do Tribunal de Contas da Unio do Brasil;

    Colar de Mrito da Corte de Contas Ministro Jos Maria de Alkmin (Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais Brasil);)

    Acto honorfico n 3/96 do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins Brasil;

    Medalha de Mrito Ministro Miguel Seabra Fagundes (Associao dos Tribunais de Contas do Brasil ATRICON).

    BIBLIOGRAFIA:

    Da delegao de poderes em Direito Administrativo, in Boletim Trimestral do Tribunal de Contas, n 18, 1984; Revogao anulatria (ex tunc) de uma nomeao. Reembolso dos emolu mentos do Tribunal de Contas (Parecer), in Boletim Trimestral do Tribunal de Contas, n 19, 1984, pags. 25 e segs; O Tribunal

  • 72Anurio 2010

    Tribunal de Contas

    de Contas portugus no contexto comunitrio, in Boletim Trimestral do Tribunal

    de Contas, n 28, 1986; Estudo da organizao da Admi nistrao Pblica portuguesa face s Comunidades Europeias, in Boletim Trimestral do Tribunal de


Recommended