Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 1
UNIDADE 1
ANTIGUIDADE ORIENTAL
As primeiras sociedades que surgiram no Oriente
Próximo se organizaram através do Modo de
Produção Asiático. Todas as terras pertenciam ao
Estado e a servidão coletiva era a forma utilizada pela
população como pagamento pelo usufruto dessas. O
estado se apropriava do excedente agrícola dos servos e
distribuía-o entre a nobreza e a classe sacerdotal.
Nos períodos em que não estavam ocupados
com atividades agrícolas, os servos eram utilizados na
realização de grandes obras públicas, as quais iam de
pirâmides e zigurates a dique, represas e canais de
irrigação. Tais obras não só serviam para exaltar seus
reis e faraós, como garantiam a ampliação das áreas
cultiváveis, o que deu a tais povos a denominação de
Sociedades Hidráulicas.
Com exceção dos Hebreus, criadores da
primeira religião monoteísta, as sociedades daquela
região eram politeístas e seus governos teocráticos. Os
governantes (reis, imperadores ou faraós) eram
considerados verdadeiros deuses. Assim a população
era levada a acreditar que esses eram responsáveis pela
fertilidade da terra e pela prosperidade de suas
comunidades.
Egito Entre 5.000 a.C. e 4.000 a.C., formaram-se os
primeiros Nomos, pequenos agrupamentos humanos
às margens do rio Nilo. Em 3.500 a.C., devido à
insuficiência de mão-de-obra para construções
necessárias à ampliação das áreas cultiváveis, esses
nomos uniram-se em dois reinos: Alto Egito, ao norte,
e Baixo Egito, ao sul. O responsável pela unificação
desses reinos foi Menés que, em 3.200 a.C., deu início
ao que chamamos Império Egípcio.
A sociedade egípcia estava dividida em
várias camadas, sendo o faraó a autoridade máxima,
chegando a ser considerado um deus na Terra. Abaixo
do faraó encontravam-se sacerdotes e burocratas. As
camadas superiores eram sustentadas pelo trabalho e
impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos
comerciantes. Embora a mão-de-obra comumente
utilizada fosse a servidão coletiva, havia também
escravos.
A economia egípcia era baseada
principalmente na agricultura, realizada
principalmente nas margens férteis do rio Nilo. Os
egípcios também praticavam o comércio de
mercadorias e o artesanato.
A religião egípcia era politeísta e
antropozoomórfica. Seus deuses formavam um
complexo sistema mitológico. Muitos animais
também eram considerados sagrados pelos egípcios,
de acordo com as características que apresentavam:
chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro
(reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos),
serpente (poder de ataque), águia (capacidade de
voar), escaravelho (ligado a ressurreição).
A civilização egípcia destacou-se muito nas
áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos
importantes na área da matemática, usados na
construção de pirâmides e templos. Na medicina, os
procedimentos de mumificação, proporcionaram
importantes conhecimentos sobre o funcionamento do
corpo humano.
Mesopotâmia
A Mesopotâmia localiza-se entre os rios Tigre e
Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente situa-se o
Iraque. Entre os povos que habitaram essa região
podemos destacar: sumérios, acádios, babilônicos
(amoritas), assírios e neobabilônicos (caldeus). Vale
dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões
férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas
comunidades. Dentro desta perspectiva, a região da
mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia à
população: água para consumo, rios para pescar e via
de transporte pelos rios. No geral, eram povos
politeístas com economia baseada na agricultura e no
comércio nômade de caravanas.
Sumérios
Escrita cuneiforme
Construções hidráulicas
Zigurates
Cidades-Estado
Acádios
Primeiro Império da Mesopotâmia (Rei Sargão)
Amoritas
Cidade da Babilônia
Código de Hamurabi
Astronomia
Assírios
Cultura militar.
Extremamente cruéis com os povos inimigos
Conquista do Egito
Caldeus
Jardins Suspensos da Babilônia (Nabucodonosor)
Torre de Babel.
Hegemonia e esplendor
Dominados pelos Persa (539 a.C.)
Exercícios de Sala
1. Sobre o Egito antigo, é correto afirmar que:
01. a construção das pirâmides atendia às
necessidades da vida após a morte dos faraós.
Esse tipo de construção foi característica da
arquitetura funerária durante todo o período do
Egito antigo e só foi possível graças à enorme mão-
de-obra escrava existente desde o Antigo Reino.
02. a despeito da influência islâmica, o Egito atual
mantém as mesmas crenças religiosas do Egito
antigo.
04. os egípcios antigos acreditavam em vários deuses
que se relacionavam entre si e formavam seu
sistema mitológico.
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Pré-Vestibular da UFSC 2
08. o rio Nilo foi de suma importância em vários
aspectos da vida dos antigos egípcios. Não só a
agricultura foi possível devido ao seu ciclo de
cheias, como também a noção de tempo cíclico,
base do pensamento egípcio, levou à crença na vida
após a morte.
2. Na Antiguidade Oriental, o Modo de Produção
Asiático caracterizou-se fundamentalmente pelo(a):
a) fracionamento da propriedade fundiária em partes
entregues a nobres da Casa Real;
b) concentração do controle da produção num partido
político;
c) apropriação formal da terra pelo Estado e efetiva
pela comunidade camponesa, cujos membros
deveriam pagar impostos e prestar serviços ao
Estado;
d) emprego da força de trabalho escravo, com um
comércio operoso, controlado por uma burguesia
ativa e numerosa.
e) industrialização acentuada, calcada sobre uma farta e
barata força de trabalho servil, amplamente
dominada pela aristocracia fundiária.
Tarefa Mínima
3. As sociedades que, na Antiguidade, habitavam os
vales dos rios Nilo, Tigre e Eufrates tinham em comum
o fato de:
01. terem desenvolvido um intenso comércio marítimo,
que favoreceu a construção de grandes civilizações
hidráulicas.
02. serem povos orientais que formaram diversas
cidades-estado, as quais organizavam-se e
controlavam a produção de cereais.
04. haverem possibilitado a formação do Estado a
partir da produção de excedentes, da necessidade de
controle hidráulico e da diferenciação social.
08. possuírem, baseados na prestação de serviços dos
camponeses, imensos exércitos que viabilizaram a
formação de grandes impérios.
4. Sobre as civilizações da Antiguidade Oriental, é
correto afirmar:
01. Entre os egípcios, embora a prática de mumificar
cadáveres tivesse contribuído para o estudo do
corpo humano, o respeito que essa civilização tinha
pelos mortos proibia a dissecação de cadáveres
unicamente para estudos.
02. Entre os hebreus, os escribas constituíam-se num
grupo social que, aprendendo a ler e a escrever,
desempenhou importantes funções religiosas, na
conversão de fiéis ao monoteísmo.
04. Os persas acreditavam que o bem e o mal viviam
em incessante luta até o dia do juízo final, quando
todos os homens seriam julgados por suas ações.
08. A invenção do alfabeto pela civilização fenícia
esteve ligada à necessidade que seus mercadores
tinham de firmar contratos comerciais com povos
distantes.
16. Hamurabi foi um rei babilônico que se tornou
famoso por mandar elaborar o primeiro código
jurídico com leis escritas.
5. Leia com atenção as afirmativas abaixo sobre as
condições sociais, políticas e econômicas da
Mesopotâmia.
I. As condições ecológicas explicam porque a
agricultura de irrigação era praticada através de
uma organização individualista.
II. Na economia da baixa Mesopotâmia, as fomes e
crises de subsistência eram frequentes, causadas
pela irregularidade das cheias e também pelas
guerras.
III. Na Suméria, os templos e ziggurats foram
construídos graças à riqueza que os sacerdotes
administravam à custa do trabalho de grande parte
da população.
IV. A presença dos rios Tigre e Eufrates possibilitou o
desenvolvimento da agricultura e da pecuária e
também a formação do primeiro reino unificado da
História.
Sobre as afirmativas acima, é correto afirmar:
a) I e II são verdadeiras;
b) III e IV são verdadeiras;
c) I e IV são verdadeiras;
d) I e III são verdadeiras;
e) II e III são verdadeiras.
6. Em relação aos povos da Antiguidade, é correto
afirmar que:
a) os assírios foram submetidos por Nabucodonosor,
originando o episódio conhecido como o Cativeiro
da Babilônia.
b) os fenícios foram os criadores do alfabeto,
posteriormente aperfeiçoado pelos gregos e latinos.
c) os hebreus criaram um quadro religioso
caracterizado pelo politeísmo e a mumificação.
d) os egípcios estabeleceram, em 300 a.C., o
importante Código de Hamurabi, um dos primeiros
códigos jurídicos escritos.
e) os persas, após derrotarem as tropas de Alexandre,
conseguiram anexar o território grego ao seu
império.
7. Se tomarmos como referência a antiguidade oriental,
é correto afirmar-se sobre a sociedade egípcia que
01. os faraós, apesar de estarem no topo da hierarquia
social, deviam obediência aos sacerdotes, que
detinham o poder teocrático.
02. a alta nobreza era constituída pelos parentes do
faraó, pelos altos funcionários do palácio, pelos
oficiais superiores do exército, pelos chefes locais
da administração e pelos sacerdotes.
04. os escribas, homens letrados, eram considerados os
"olhos e ouvidos" do faraó.
08. os camponeses e os artesãos constituíam uma
camada social dinâmica que controlava a economia
agroindustrial egípcia.
16. os escravos não recebiam proteção dos seus
senhores e eram maltratados em todas as situações.
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Pré-Vestibular da UFSC 3
8. “Bagdá - O famoso tesouro de Nimrud,
desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado
em boas condições em um cofre no Banco Central do
Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto,
segundo informaram autoridades do exército norte-
americano. Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do
Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que
seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão
anglo-americana.
Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente
900 a.C. e foram descobertos por arqueólogos
iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na
cidade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país.
Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram
encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá,
dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede
de esgoto.
Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais
significativos do século 20, não eram expostos ao
público desde a década de 90. Uma equipe de
pesquisadores do Museu Britânico chegará na próxima
semana a Bagdá para estudar como proteger os
objetos.” (O ESTADO DE SÃO PAULO. Versão eletrônica. São Paulo: 07
jun. 2003. Disponível em www.estadao.com.br.)
Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) em relação às
sociedades que se desenvolveram naquela região na
Antiguidade.
01. A região compreendida entre os rios Tigre e
Eufrates, onde hoje se localizam os territórios do
Iraque, do Kweite (Kwait) e parte da Síria, era
conhecida como Mesopotâmia.
02. A religião teve notável influência na vida dos
povos da Mesopotâmia. Entre eles surgiu a crença
em uma única divindade (monoteísmo).
04. Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os
quais podemos destacar os sumérios, acádios,
assírios e babilônios.
08. Os babilônios ergueram magníficas construções
feitas com blocos de pedra, das quais são exemplos
as pirâmides de Gisé.
16. Os povos da Mesopotâmia, além da significativa
contribuição no campo da Matemática, destacaram-
se na Astronomia e entre eles surgiu um dos mais
famosos códigos de leis da Antiguidade, o de
Hamurábi.
32. Muitos dos povos da Mesopotâmia possuíram
governos autocráticos. Entre os caldeus surgiu o
sistema democrático de governo.
UNIDADE 2
ANTIGUIDADE OCIDENTAL
GRÉCIA
Idade Antiga: Os mais importantes aspectos da Grécia
antiga: o antropocentrismo, o escravismo e a
democracia. Considerada como a mais expressiva
civilização da antiguidade e fonte da cultura ocidental,
devido ao seu rico legado artístico, sua Filosofia e
Política. As reformas de Clístenes institucionalizaram
a democracia em Atenas, após diferentes formas de
governo (monarquia, oligarquia e tirania), atingindo
seu apogeu no governo de Péricles (século V a.C.). A
democracia ateniense era direta, enquanto a atual é
representativa. A religião era politeísta e
antropomórfica. Nas artes destaca-se a exaltação do
equilíbrio, harmonia e proporção.
Período Pré-Homérico (XX – XII a.C.)
Civilização Cretense
Formação e povoamento da Península
Balcânica(Dórios, Jônios, Aqueus, Eólios)
Período Homérico (XII – VIII a.C.)
Genos (unidade básica de produção, sem
propriedade privada e sem classe social, membros
ligados por laços consanguíneos)
Desagregação da unidade gentílica
Período Arcaico (VII – VI a.C.)
Formação das Cidades-Estado
Atenas: Comércio, Cultura e Democracia
Esparta: Militarismo, Autoritarismo, Aristocracia
Período Clássico (VI – IV a.C.)
Guerras Médicas ou Grego-Pérsicas
Ofensiva grega – Liga militar de Delos (liderança
ateniense, com o fim das lutas Atenas transforma a
Liga em instrumento de poder)
Guerra do Peloponeso
Oposição grega liderada por Esparta à hegemonia
ateniense
Liga do Peloponeso X Atenas
Vitória de Esparta e início de sua hegemonia
Nova guerra interna, devido à oposição à
hegemonia espartana
Os resultados das guerras internas e externas são o
enfraquecimento das cidades-Estado e a invasão
macedônica.
ROMA
A FUNDAÇÃO A versão lendária da fundação de Roma foi-nos legada
por Virgílio, na célebre Eneida. Segundo o autor,
Roma teria sido obra dos irmãos Rômulo e Remo, que
a criaram em 753 a.C. Mas há a versão histórica,
segundo a qual Roma teria sido fundada pelos latinos e
sabinos por volta de 1000 a.C., nas proximidades do rio
Tibre.
MONARQUIA (753 a.C – 509 a.C.)
Seguindo os passos da tradição, Roma teve sete reis:
Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio,
Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo.
Na sociedade, havia uma divisão social
composta da seguinte maneira: Patrícios; Plebeus;
Clientes e Escravos.
Em 509 a.C., uma revolta patrícia, apoiada
pelos plebeus, depôs o rei etrusco de Roma (Tarquínio,
o Soberbo).
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Pré-Vestibular da UFSC 4
A REPÚBLICA (509 a.C. – 27 a.C.)
O Senado era o órgão com maior poder, composto por
300 senadores vitalícios
A população pobre da cidade (os
plebeus) não possuía quaisquer direitos políticos,
econômicos ou sociais. Durante as guerras de
conquistas, somente os patrícios eram privilegiados.
Os patrícios, interessados em conquistar o Lácio,
precisavam dos plebeus, propondo, assim, a criação de
um pretório que protegesse a plebe: o Tribunato da
Plebe. A Lei das Doze Tábuas, criada em 450 a.C.,
constituiu um dos fundamentos do direito romano.
A Crise da República: Foi o período iniciado com as
lutas dos irmãos Graco contra o Estado romano
(Tibério, que propôs uma lei de Reforma Agrária, e
Caio, responsável por criar a lei frumentária, para
vender trigo a preço mais baixo ao povo), estendendo-
se até o conflito entre os cônsules Mário e Sila.
Primeiro Triunvirato – Dividiu o poder político de
Roma entre Pompeu, Crasso e Júlio César. Pompeu
ficou responsável pelos governos de Roma e do
Ocidente; Crasso, pelo Oriente; Júlio César, pelas
Gálias. Assassinato de Júlio César (em 44 a.C.).
Segundo Triunvirato – Foi formado por Otávio,
Marco Antônio e Lépido que, em seguida, dividiram
o mundo romano para melhor governá-lo: Otávio ficou
com Roma e o Ocidente; Marco Antônio recebeu o
Oriente (Egito / Cleópatra); Lépido ficou com a África,
porém foi deposto em 36 a.C.
Otávio assumiu sozinho o poder, tornando-se senhor
absoluto de Roma. Recebeu do Senado vários títulos,
entre eles o de Imperador, o de César (primeiro
general) e o de Augusto (sagrado). Iniciava-se, assim, o
Império Romano.
IMPÉRIO (27 a.C. – 476 d.C.)
Otávio Augusto desenvolve a “política do pão e
circo” e a “Pax Romana”.
Dinastias:
1. Dinastia Júlio-Claudiana (do ano 14 ao 68).
2. Dinastia dos Flávios (do ano 69 ao 96).
3. Dinastia do Antoninos (do ano 96 so 192).
4. Dinastia dos Severos (do ano 193 ao 235).
Crise e Decadência do Império: O império Romano,
no século III, foi afetado pela crise geral do
escravismo, iniciada nos reinados dos últimos
Antoninos.
Desses fatores, resultou a diminuição da arrecadação
de tributos, levando o Estado a dificuldades de manter
a máquina administrativa, principalmente o exército, o
que culminou com as invasões bárbaras.
Em 313, Constantino assumiu o poder e
restabeleceu a unidade imperial. Estabeleceu, em 330,
a capital do Império Romano na antiga colônia grega
de Bizâncio, rebatizada com o nome de
Constantinopla. Além disso, instituiu o Edito de
Milão, no qual reconheceu a religião cristã,
transformando-a na mais importante de Roma. Ainda
no século IV, os bárbaros iniciaram as invasões em
busca de terras férteis.
Teodósio foi o último imperador uno,
instituindo o Edito de Tessalônica, em 380, pelo qual
a religião cristã tornava- se oficial do Império.
Por ocasião da morte de Teodósio (395), o
Império foi divido em Ocidente, governado por
Honório, e Oriente, governado por Arcádio – ambos
filhos do Imperador.
O Império Romano decaiu em 476, invadido pelos
hunos.
Exercícios de Sala
1. Sobre a religião grega, é correto afirmar que:
01. Baseava-se em dogmas rigorosos e seus fieis
deveriam crer em verdades absolutas.
02. Cada cidade-Estado tinha sua divindade protetora.
04. Heróis como Perseu, Jasão, Édipo e Hércules eram
divinizados.
08. As orações dirigidas aos deuses imploravam
principalmente a salvação da alma dos homens.
16. As aventuras dos deuses e heróis são narradas em
um conjunto de mitos, o qual se denomina
"Mitologia Grega".
2. O Império Romano expandiu-se pelo Mar
Mediterrâneo durante o período republicano; isso
gerou, no decorrer do século II d. C., várias
repercussões, entre as quais não podemos destacar.
01. surgimento da classe média de pequenos
proprietários rurais e desaparecimento dos
latifundiários.
02. aumento da população rural na Itália e consequente
declínio da população urbana.
04. crescimento do número de escravos e grande fluxo
de riquezas.
08. criação de grande número de pequenas
propriedades e fortalecimento do sistema
assalariado.
16. difusão do Cristianismo e proscrição das
manifestações culturais de outras regiões.
Tarefa Mínima
3. A navegação e o comércio marítimo foram
desenvolvidos pelos gregos. Dentre os vários fatores
que os levaram a isso, podemos citar como causa
inicial:
a) a pobreza do solo grego e a necessidade de novas
terras para suprir suas necessidades.
b) o desejo de difundir a cultura grega.
c) o fato de serem constantemente molestados por
povos bárbaros.
d) o seu amplo conhecimento geográfico e marítimo
que despertava em seu povo a busca do
desconhecido.
e) o fato de os mercadores gregos precisarem de novos
mercados consumidores.
4. "A pólis se faz pela autonomia da palavra, não mais
a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos deuses
e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do
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conflito, da discussão, da argumentação. O saber deixa
de ser sagrado e passa a ser objeto de discussão." (M. Lúcia de Arruda Aranha e M. Helena Pires Martins)
A partir do texto anterior, é correto afirmar que:
01. o advento da pólis e, portanto, da vida política,
estabelece uma possibilidade de ruptura com o
universo heróico-mítico de explicações das coisas
mundanas;
02. o nascimento da pólis (séc. VIII e VII a.C.) coloca
na ordem do dia as discussões sobre os destinos dos
homens por eles mesmos e não mais por desígnios
de caráter mítico;
04. a experiência política exigiu que as explicações
míticas fossem afastadas e que a causa/razão das
coisas mundanas tivesse preexistência;
08. a experiência política instaura, entre os gregos, o
uso da argumentação/razão como instrumento de
solução de conflitos;
16. o nascimento da pólis possibilita a recuperação do
saber mítico pela argumentação e reinstaura o
sagrado em detrimento da razão.
5. "Usamos a riqueza mais como uma oportunidade
para agir que como um motivo de vanglória; entre nós
não há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é
não fazer o possível para evitá-la... olhamos o homem
alheio às atividades públicas não como alguém que
cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um
inútil... decidimos as questões públicas por nós
mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por
compreendê-las claramente, na crença de que não é o
debate que é o empecilho à ação, e sim o fato de não se
estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da
ação".
Esta passagem de um discurso de Péricles, reproduzido
por Tucídides, expressa:
a) os valores ético-políticos que caracterizam a
democracia ateniense no período clássico.
b) os valores ético-militares que caracterizaram a vida
política espartana em toda a sua história.
c) a admiração pela frugalidade e pela pobreza que
caracterizou Atenas durante a fase democrática.
d) o desprezo que a aristocracia espartana devotou ao
luxo e à riqueza ao longo de toda a sua história.
e) os valores ético-políticos de todas as cidades gregas,
independentemente de sua forma de governo.
6. Sobre a civilização grega, afirma-se:
01. A Grécia se organizava politicamente em cidades-
Estado, sendo as mais influentes Esparta e Atenas.
02. Em 560 a.C., em Atenas, Psístrato tomou o poder
apoiado pelos pequenos proprietários, dando início
ao período das tiranias.
04. Em 509 a.C., em Atenas, Clístenes organizou um
governo baseado nos princípios da igualdade
política dos cidadãos e da participação de todos nas
decisões do governo.
08. Esparta e Atenas entraram em choque, devido às
suas rivalidades políticas, econômicas e sociais,
numa guerra que ficou conhecida como Guerra
Médica, cabendo a vitória a Atenas, que passou a
dominar toda a Grécia.
7. A expansão de Roma durante a República, com o
consequente domínio da bacia do Mediterrâneo,
provocou sensíveis transformações sociais e
econômicas, dentre as quais não podemos incluir:
01. marcado processo de industrialização, êxodo
urbano, endividamento do Estado.
02. fortalecimento da classe plebeia, expansão da
pequena propriedade, propagação do cristianismo.
04. crescimento da economia agro-pastoril,
intensificação das exportações, aumento do
trabalho livre.
08. enriquecimento do Estado romano, aparecimento
de uma poderosa classe de comerciantes, aumento
do número de escravos.
16. diminuição da produção nos latifúndios, acentuado
processo inflacionário, escassez de mão-de-obra
escrava.
8. O Edito de Milão (313), no processo de
desenvolvimento histórico de Roma, reveste-se de
grande significado, tendo em vista que:
a) combateu a heresia ariana, acabando com a força
política dos bispados de Alexandria e Antioquia.
b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo
Império Romano, terminando com a concepção de
rei-deus.
c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então
dominavam a vida religiosa.
d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de
intenso combate à expansão do cristianismo.
e) proclamou a liberdade do culto cristão passando
Constantino a ser o protetor da Igreja.
9. A religião romana era essencialmente politeísta, e o
culto ao imperador era de grande significado pelo fator
da unidade que representava. Durante um período
determinado, teve início o questionamento dessa ideia.
Esse grupo, que não reconhecia a divindade do
Imperador, era de:
a) bárbaros invasores
b) primeiros cristãos
c) bons espíritos familiares
d) escravos e estrangeiros
e) judeus vindos da Palestina
10. Várias razões explicam as perseguições sofridas
pelos cristãos no Império Romano, entre elas
a) a oposição à religião do Estado Romano e a negação
da origem divina do Imperador, pelos cristãos.
b) a publicação do Edito de Milão que impediu a
legalização do Cristianismo e alimentou a
repressão.
c) a formação de heresias como a do Arianismo, de
autoria do bispo Ário, que negava a natureza divina
de Cristo.
d) a organização dos Concílios Ecumênicos, que
visavam promover a definição da doutrina cristã.
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e) o fortalecimento do Paganismo sob o Imperador
Teodósio, que mandou martirizar milhares de
cristãos.
UNIDADE 3
ALTA IDADE MÉDIA
É costume dividir o período medieval em duas grandes
fases: a Alta Idade Média, que se estende do século
V ao século XI e a Baixa Idade Média, do século XII
ao século XV.
FEUDALISMO A história da Idade Média Ocidental é basicamente a
história dos Reinos Bárbaros que se formaram a partir
do século V, com a desintegração do Império Romano
do Ocidente.
Os povos bárbaros germânicos, ao invadirem a
Europa, trouxeram consigo sua própria maneira de
viver, na qual a economia tipicamente agrária era um
dos traços fundamentais. Outra característica
germânica muito importante foi o Comitatus, que
expressava o comprometimento recíproco entre líderes
de tribos. Essa realidade em contato com o processo
da ruralização do Império Romano, caracterizado pelo
surgimento de uma nova forma de organização
econômica e social conhecida como Colonato, que
teve início ainda no século III, fez com que o
alinhamento de forças rumo ao Feudalismo se tornasse
bastante claro. Sendo assim, podemos afirmar que as
grande parte das origens do feudalismo encontram-se
na união do comitatus germânico com o colonato
romano.
Ao invadirem o Império Romano, os povos
germânicos apresentavam uma organização tribal, na
qual a guerra era a atividade fundamental de todos os
homens livres; as atividades produtivas da terra
(agricultura e criação de animais) eram de
responsabilidade das mulheres e dos escravos. Dentre
as atividades agrárias, o pastoreio era a principal, e a
existência de boas pastagens era condição de fixação
de uma tribo em determinado espaço. Em outras
palavras, os povos germânicos eram seminômades:
fixavam-se em um local enquanto lá existissem boas
pastagens para o seu rebanho.
Dada a condição de seminomadismo, é fácil
entender que a terra era considerada como propriedade
comunal. Só a partir de sua penetração no Império
Romano é que começaram a surgir as primeiras formas
de propriedade privada do solo; mesmo assim, esta
coexistia com a propriedade comunal. O que
basicamente aconteceu foi que as áreas de pastagem
passaram a ser consideradas como propriedade privada,
enquanto as de cultivo continuaram sendo propriedades
comunitárias.
Em função das constantes guerras na ação de
ocupação das terras do Império Romano, verificamos a
formação, nas tribos germânicas, de verdadeiras
nobrezas guerreiras, às quais todos os demais
elementos da tribo tendiam a se sujeitar.
A estrutura familiar dos germânicos era
tipicamente patriarcal, sendo que uma tribo era um
agregado de famílias. As tribos eram unidades
politicamente independentes e só se uniam em função
da necessidade gerada por uma guerra ou para um fim
específico; logo, não existia entre eles a ideia de Estado
centralizado.
As uniões temporárias entre tribos eram
fundamentadas em obrigações recíprocas entre os seus
chefes, que se uniam, sendo que para uma tribo, a
autoridade do chefe era incontestável; logo, as
obrigações por ele assumidas eram válidas para todos
os membros da tribo.
O Feudalismo, como qualquer modo de
produção, não surgiu de forma rápida. É o resultado de
um longo processo de formação, que se estende do
século IV ao século IX, sendo que só a partir de então
passou a ser o modo de produção dominante nas
formações sociais europeias, perdurando até o século
XII. Entre o século XII e o século XVIII, o modo de
produção feudal conheceu profundas transformações,
que resultaram na formação de outro modo de
produção, o Capitalismo.
Podemos afirmar que o Feudalismo surgiu
através de um processo de integração de uma série de
instituições romanas com uma série de instituições
bárbaras germânicas, sendo que esse processo
estrutural foi catalisado pela ação conjuntural de
diversos fatores, tais como o expansionismo
muçulmano pelo Mediterrâneo e as invasões dos
normandos, húngaros e eslavos.
A sociedade feudal deve ser classificada como
sendo uma Sociedade Estamental, ou seja, uma
sociedade na qual seus membros estão hierarquizados
em função do seu “status” (posição na sociedade),
sendo que o “status” de cada um era fixado pelo fato de
dever ou receber determinadas obrigações. Uma
sociedade estamental tem como uma de suas
características fundamentais a de apresentar reduzidos
veículos de mobilidade social.
Notável exemplo desse fato é o de a Igreja
haver proibido o lucro e a usura e, em consequência
disso, os poucos comerciantes que existiam não eram
cristãos, (na maioria, eram judeus), pois assim não
havia o peso da interdição da Igreja em relação àquelas
atividades.
EXPANSÃO ISLÂMICA
Maomé (570 - 632) nasceu em Meca, membro de uma
família pobre da tribo coraixita, e foi responsável pelo
surgimento de uma nova religião, o islamismo, que
garantiu a unidade política à Arábia.
Sua doutrina condenava o politeísmo idólatra, fonte de
disputas entre os árabes, e defendia o monoteísmo
fundado na submissão a Alá e na leitura rigorosa do
Corão, livro sagrado dos muçulmanos.
Maomé foi perseguido e expulso de Meca em
622 (início do calendário islâmico), dirigindo-se para a
cidade de Yatreb, episódio conhecido como Hégira.
Em pouco tempo, Maomé conquistou uma legião de
adeptos que, em 630, se dirigiu e conquistou Meca. Em
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 7
632, o profeta Maomé morreu e foi sucedido pelos
Califas (seguidores do profeta)..
A Expansão Islâmica: Segundo os preceitos
islâmicos, todo seguidor de Maomé deve ser um
soldado encarregado de levar a fé a todos os
“infiéis”(djihad = Guerra Santa). Tal motivação levou
os árabes, comandados pelos califas, à expansão por
vastas áreas do Mediterrâneo.
Durante quase mil anos, os árabes-muçulmanos
controlaram a navegação e o comércio no
Mediterrâneo, bloqueando o acesso dos europeus ao
comércio com o Oriente.
A Cultura Islâmica: Ciências: campo em que os
muçulmanos mais se desenvolveram; na matemática,
aprimoraram a Álgebra e a Geometria; dedicaram-se
também à Astronomia e à Química (alquimia);
Medicina: grande foi a importância de Avicena
que, entre várias descobertas, diagnosticou a
varíola e o sarampo e descobriu a natureza
contagiosa da tuberculose;
Literatura: contamos com vasta produção, com
destaque para a coletânea As mil e uma noites e o
poema Rubaiyat, de Omar Khayam.
Exercícios de Sala
1. O Feudalismo europeu apresentava características
particulares de acordo com a localidade. Apesar das
diferenças regionais, podemos afirmar que sua origem
está relacionada com
01. o renascimento das cidades.
02. o ressurgimento do comércio.
04. a ruralização da sociedade.
08. o fortalecimento do poder imperial.
16. a descentralização política.
2. Sobre a forma de pensar e de agir do homem da
Europa Ocidental durante o período medieval, é
correto afirmar que:
01. Deus ocupava o centro de todas as coisas,
condicionando pensamento e ação dos homens.
02. A história dos homens consistia numa marcha do
povo de Deus em direção a Ele, cabendo à Igreja o
papel de guia.
04. A relação entre o senhor e seus vassalos era de
dependência pessoal, ou seja, de homem a homem.
08. Nas atividades econômicas, a influência da Igreja
impôs princípios que condenavam a especulação e a
usura, bem como gerou a ideia de justo preço.
16. O dinamismo da economia feudal se fundamentava
na concepção de que o comércio era o único
gerador de riquezas.
Tarefa Mínima
3. São características do período conhecido como Alta
Idade Média Europeia:
01. Surgimento dos Feudos.
02. Centralização política.
04. Início da ocupação da Península Ibérica pelos
muçulmanos.
08. Formação do sistema capitalista.
4. (UFSC) São características do período conhecido
como Alta Idade Média Europeia:
01. Surgimento dos Feudos.
02. Centralização política.
04. Início da ocupação da Península Ibérica pelos
muçulmanos.
08. Formação do sistema capitalista.
5. (UFBA) Em relação à organização social da Idade
Média, pode-se afirmar:
01. A utilização em grande escala da mão-de-obra
escrava, no Império Romano, modificou as
condições de trabalho dos camponeses, motivando
a ampliação das obrigações do Estado, em
decorrência do crescimento demográfico das áreas
urbanas.
02. A pregação religiosa de Maomé atraiu
significativamente os árabes pobres, que a
utilizaram como motivação para uma guerra civil
contra os mercadores judeus da Arábia.
04. A estrutura agrícola da sociedade feudal
fundamentou-se na grande concentração de terras e
no trabalho servil.
08. A atividade urbana, na sociedade feudal, resultava
da livre iniciativa dos banqueiros, artesãos e
comerciantes e era regulada por uma rígida divisão
social, nas relações de trabalho, definida pelo
Estado.
16. A Igreja, no período medieval, tentou mostrar a
harmonia da sociedade, formulando o princípio das
"três ordens", segundo o qual todos eram iguais,
porque recebiam uma missão de Deus e a
cumpriam de forma fraterna.
UNIDADE 4
BAIXA IDADE MÉDIA
Chamamos de Baixa Idade Média o período que se estende
do século XII ao século XV. Durante essa fase, as
estruturas socioeconômicas da Europa Ocidental e Central
passaram por profundas mudanças. Tais transformações
foram consequência da união de dois elementos básicos: a
crise do Feudalismo e o reaquecimento das atividades
comerciais que, séculos depois, resultaram na
caracterização plena do Modo de Produção Capitalista.
De uma produção voltada para a auto-
suficiência, passamos a verificar uma produção cada vez
mais voltada para o mercado. As trocas monetárias
começam a substituir as trocas em espécie. Começam a
surgir a organização empresarial, o espírito de lucro e o
racionalismo econômico. Em suma, num linguajar técnico,
o Modo de Produção Feudal vai perdendo sua dominância
nas formações sociais europeias em favor dos modos de
produção pré-capitalistas.
Do século V ao século X, a Europa,
convulsionada por uma série de invasões, (germânicos,
muçulmanos, normandos, magiares e eslavos) viveu em
permanente estado de belicosidade. Esta realidade
provocava uma significativa elevação nos índices de
Inclusão para a Vida História A
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mortalidade e, nessa medida, funcionava como elemento
importante do não-crescimento demográfico significativo
na Europa. Por volta do ano 1000, as invasões cessaram e
tendeu-se a uma acomodação política e militar da Europa
em torno da vida dos feudos. Com isso, as taxas de
mortalidade diminuíram e, consequentemente, a população
cresceu. O aumento demográfico não era acompanhado
pelo aumento da produção. Em termos práticos: passou a
ser difícil para os feudos manter a auto-suficiência de seus
habitantes. Por outro lado, a volta da paz fez com que
fosse restabelecida a segurança nas vias de comunicação e,
consequentemente, pudessem ser retomadas as trocas
inter-regionais na Europa.
Muitos servos eram expulsos dos Domínios ao
cometerem as menores infrações e um grande número de
vilões começou a deixar os feudos espontaneamente em
busca de melhores oportunidades, já que não dependiam
mais da proteção dos senhores feudais. Esses contingentes
populacionais tenderam a emigrar, provocando o
povoamento de novas áreas, principalmente no leste
Europeu.
Com a escassez se feudos, nobres saíam pela
estrada em busca de alguma oportunidade. A belicosidade
era a marca desse tempo de crise, sendo evidenciada, por
exemplo, através da proliferação dos torneios de cavalaria,
torneios nos quais os senhores se enfrentavam em
verdadeiras batalhas campais que duravam vários dias.
Para conter a belicosidade da nobreza, a Igreja proclamou
a Paz de Deus, isto é, a proteção aos cultivadores da terra,
aos viajantes e às mulheres. Essa medida foi reforçada pela
Trégua de Deus, que limitava a noventa o número de dias
do ano em que se podia combater.
AS CRUZADAS
O nome “Cruzadas” é dado a um conjunto expedições
militares de cristãos do Ocidente que se dirigiram ao
Oriente com o objetivo de libertar o Santo Sepulcro das
mãos dos muçulmanos. Todavia, outros interesses também
estavam em jogo: expansão territorial e reabertura das
rotas comerciais do Mar Mediterrâneo.
O Papa Urbano II, ao receber do Imperador bizantino
Alexandre Clemont-Ferrand um pedido de ajuda militar
contra os muçulmanos, convocou, para 1095, o Concílio
de Clermont, no qual exortou os fiéis par uma guerra santa
contra o Islão.
Principais Cruzadas:
Em 1096, partiram oficialmente os cavaleiros da Primeira
Cruzada (1096-1099). Seus chefes foram Roberto da
Normandia, Godofredo de Bulhão, Balduíno de Flandres,
Roberto II de Flandres, Raimundo de Tolosa, Boemundo
de Tarento e Tancredo, este um chefe normando do sul da
Itália. Como se vê, era uma Cruzada da nobreza, sem a
participação de um rei sequer.
A Terceira Cruzada (1189-192) foi organizada em
consequência da conquista de Jerusalém pelo Sultão
Saladino, fato ocorrido em 1187. Esta expedição é
conhecida como “A Cruzada dos Reis”, pelo fato de ter
sido chefiada por Ricardo Coração de Leão (Rei da
Inglaterra), Felipe Augusto (Rei da França) e Frederico
Barba Ruiva (Imperador do Sacro Império). O Papa
Inocêncio III foi o grande pregador desta Cruzada.
A Quarta Cruzada (1202-1204), organizada pori
Henrique VI, Imperador do Sacro Império, que contou
com o apoio de diversos nobres franceses, tais como
Bonifácio de Mont-Ferrat e Balduíno de Flandres. Após
desavenças com o imperador do Império Bizantino, os
cruzados tomaram Constantinopla, cujo governo foi
entregue a Balduíno de Flandres, tutelado pelos
venezianos. Satisfeitos com o saque de Constantinopla e
com o monopólio comercial para Veneza, os cruzados
abandonaram seus objetivos e voltaram para a Itália.
Em 1212 foi organizada a chamada Cruzada das
Crianças, que consistiu em um exército formado por
jovens, que teria o objetivo de retomar Jerusalém. Os
cristão acreditavam que os jovens, inocentes e sem
pecados, conseguiriam, com a ajuda de Deus, vencer os
muçulmanos. Esse exército aportou em Alexandria e os
jovens foram todos aprisionados e vendidos como
escravos.
Principais Consequências:
De um modo geral, a expansão europeia contribuiu para
dinamizar as relações comerciais entre o Oriente e o
Ocidente. Após séculos do bloqueio muçulmano, os
cruzados reabriram parcialmente o Mediterrâneo para o
comércio europeu.
O desenvolvimento dessas atividades
comerciais mediterrâneas deu vida a vários portos do
Ocidente, dentre os quais destacaremos os seguintes:
Gênova, Pisa, Nápoles, Amalfi, Bari, Veneza e Marselha.
Através desse comércio as mercadorias do
Oriente se espalharam por todo o mundo ocidental. O
contato estreito com as civilizações bizantinas e
muçulmanas despertou nos cristãos do Ocidente um gosto
mais apurado e um maior refinamento no modo de vida.
Esse fato fez com que o mercado consumidor para
produtos orientais se visse ampliado. Os cristãos
aprenderam também novas técnicas de irrigação, de
fabricação de tecidos e de produção de aço. Outros
elementos importantes foram as práticas financeiras como
a letra de câmbio, o cheque e a contabilidade.
O renascimento das atividades comerciais
provocou o crescimentos das cidades, o desenvolvimento
de uma classe de comerciantes, a difusão do espírito de
lucro e o racionalismo econômico.
RENASCIMENTO ARTÍSTICO
CULTURAL E CIENTÍFICO
CARACTERÍSTICAS GERAIS
O Renascimento exprime, sobretudo, os novos valores
e ideais da burguesia, classe ascendente na transição
para o capitalismo.
Principais Características:
Antropocentrismo;
Racionalismo;
Individualismo;
Universalismo;
Humanismo.
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FORAM FATORES DO RENASCIMENTO
O Renascimento Comercial e Urbano da Baixa Idade
Média, que alterou os valores da época feudal e
favoreceu um maior intercâmbio intelectual. O
mecenato , isto é, a proteção aos escritores e artistas,
que muito estimulou o movimento renascentista. Os
primeiros mecenas pertenciam à burguesia, mas houve
também papas, reis e príncipes que praticaram o
mecenato. A burguesia fazia-o como forma de
investimento financeiro ou para adquirir status; os
governantes, porém, tornavam-se mecenas com o
objetivo de aumentar seu prestígio e,
consequentemente, legitimar o novo poder que
estavam implantando: o absolutismo.
A invenção da imprensa, que
permitiu uma maior divulgação das novas
ideias.
PRINCIPAIS RENASCENTISTAS
na Pintura: Leonardo da Vinci, Michelangelo,
Rafael e Ticiano, na Itália; El Greco, na Espanha.
na Escultura: Michelangelo e Donatello, na Itália.
na Literatura: Camões, em Portugal; Cervantes, na
Espanha; Rabelais e Montaigne, na França;
Shakespeare, na Inglaterra.
na Astronomia: Copérnico, na Polônia; Kepler, na
Alemanha; Galileu, na Itália.
Exercícios de Sala
1. (UFSC) Os relatos sobre o período histórico
conhecido como Idade Média revelam a ocorrência de
conflitos bélicos, pestes e fome. Sabe-se, porém, que
no mesmo período houve desenvolvimento econômico
e cultural. Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) nas
suas referências à cultura medieval.
01. O caráter religioso predominou nas artes
medievais, pois um dos seus objetivos era a
glorificação de Deus.
02. Na literatura, além de Dante Alighieri, destacaram-
se os trovadores, responsáveis pela divulgação da
poesia popular e das canções de gesta.
04. O crescimento urbano e o comércio foram
responsáveis pela decadência intelectual verificada
na Idade Média, por dificultarem a criação de novas
universidades.
08. Entre os pensadores medievais, destacou-se Santo
Tomás de Aquino que, com a "Suma Teológica",
tentou resolver a controvérsia entre fé e razão.
16. Na arquitetura medieval predominaram dois estilos:
o românico e o gótico.
32. Durante a Idade Média, as línguas nacionais foram
denominadas "vulgares". O latim foi a língua falada
pelos eruditos.
2. (UFSC) Numa sexta-feira, 8 de agosto de 1998, dois
atentados aterrorizaram o mundo. Bombas explodiram
nas embaixadas dos Estados Unidos em Nairobi e Dar
es-Salaan, deixando 248 mortos. Os atentados foram
reivindicados pelo grupo "Exército de Libertação dos
Santuários Islâmicos".
Sobre o Islão e os grupos islâmicos fundamentalistas
que aterrorizam o ocidente, assinale a(s)
proposição(ões) verdadeira(s).
01. O Islão surgiu a partir das pregações de Maomé.
02. No "Alcorão", que segundo a tradição foi
transmitido a Maomé, estão as leis e ensinamentos
da religião islâmica.
04. Os fundamentalistas islâmicos pretendem um
Estado dirigido pelas leis do Alcorão.
08. Um número expressivo de fundamentalistas
islâmicos prega a guerra santa contra a sociedade
ocidental, principalmente contra os Estados Unidos.
Tarefa Mínima
3. (UEPG) Sobre a sociedade feudal, assinale o que for
correto.
01 Os direitos de suserania e soberania eram
igualmente partilhados por toda a classe senhorial.
02. As monarquias feudais caracterizaram-se pela
ruptura dos laços feudo-vassálicos e a emergência
de um poder pessoal e supremo do soberano.
04. Em algumas regiões da Europa Medieval ocorreu
uma síntese equilibrada e espontânea entre
elementos romanos e germânicos.
08. Foi marcada pela predominância da vida urbana
sobre a rural.
16. Havia uma estreita relação entre laços de
dependência pessoal e uma hierarquia de direitos
sobre a terra.
4. Apesar de não terem alcançado seu objetivo -
reconquistar a Terra Santa -, as Cruzadas provocaram
amplas repercussões, porque:
a) favoreceram a formação de vários reinos cristãos no
Oriente, o que permitiu maior estabilidade política
à região.
b) consolidaram o feudalismo, em virtude da
unificação dos vários reinos em torno de um
objetivo comum.
c) facilitaram a superação das rivalidades nacionais
graças à influência que a Igreja então exercia.
d) uniram os esforços do mundo cristão europeu para
eliminar o domínio árabe na Península Ibérica.
e) estimularam as relações comerciais do Oriente com
o Ocidente, graças à abertura do Mediterrâneo a
navios europeus.
5. (UNIOESTE) Com relação ao Período Medieval,
pode-se afirmar que:
01. o começo da Idade Média se caracteriza por uma
rápida urbanização da Europa Ocidental.
02. o romanismo, o germanismo e o cristianismo
contribuíram para a formação da Civilização
Ocidental e da Europa Medieval.
04. o Feudalismo foi um sistema social, político e
econômico voltado para a produção e para o
consumo locais.
08. os servos eram homens livres que vendiam sua
força de trabalho e habitavam, normalmente, os
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subúrbios das cidades e os mestres de ofício
cultivavam a terra.
16. a cultura do período clássico foi preservada nos
mosteiros medievais, donde emanavam princípios
da mentalidade cristã.
32. as Cruzadas ocorreram no início do Feudalismo e
propiciaram a invasão dos povos bárbaros de terras
dos germanos.
UNIDADE 5
IDADE MODERNA
REFORMA RELIGIOSA
FATORES
A doutrina da Igreja, através da teoria do preço justo,
da condenação da usura, do menosprezo às atividades
comerciais e manufatureiras, impedia o
desenvolvimento do capital.
Havia ainda uma profunda contradição entre
as necessidades econômicas dos diversos grupos
sociais e o fiscalismo, a simonia (venda de cargos
eclesiásticos) e a venda de indulgências (perdão para
os pecados), que a Igreja realizava como um Estado
opressor.
REFORMA LUTERANA
Martinho Lutero (1483 - 1546) era monge agostiniano,
professor de Teologia na Universidade de Wittemberg,
quando o Papa Leão X renovou a indulgência para a
obtenção de fundos necessários à construção da
Basílica de São Pedro. O descontentamento geral com
o Papado aumentou na Alemanha quando o frade
Tetzel lá chegou para pregar a indulgência.
Em 1517, Lutero publicou suas “95 Teses”
onde, entre outras coisas, pregava que a salvação se
dava exclusivamente pela fé, condenando a venda de
indulgências. Por ter negado o pedido papal de
retratação, Lutero foi excomungado pelo Papa e
declarado fora da lei por Carlos V e pelo Édito de
Worms, sendo, no entanto protegido pelo duque
Frederico da Saxônia. Em 1522, retornou a
Wittemberg, onde permaneceu até a morte.
REFORMA CALVINISTA
O movimento reformista ocorrido na Suíça, de maior
profundidade e maior influência, foi aquele liderado
por Calvino. João Calvino (1509 - 1564) era francês e
fez estudos humanísticos. Após sua conversão ao
luteranismo, foi obrigado a fugir de seu país para a
Suíça em consequência das perseguições religiosas a
que foi submetido. Um dos principais pontos do
Calvinismo é a Teoria da Predestinação.
REFORMA ANGLICANA
A insatisfação com a Igreja era muito grande na
Inglaterra desde o fim do século XIV, quando Wyclif
(tradutor da Bíblia para o Inglês) apresentou uma das
doutrinas precursoras do protestantismo.
O fator que desencadeou a Reforma na Inglaterra foi a
negativa do Papado em atender ao pedido de divórcio
do rei Henrique VIII (1509 - 1547), que era casado
com Catarina de Aragão, tia de Carlos V.
CONTRA-REFORMA CATÓLICA
As reformas protestantes provocaram um movimento
de reforma interna na Igreja Católica que inicialmente
decorreu de iniciativas isoladas como a mudança das
Regras das ordens religiosas, bem como a formação de
novas ordens como a dos Capuchinhos, das Ursulinas,
dos Barnabistas e dos Jesuítas.
Os Jesuítas (a Companhia de Jesus) foram
organizados por Inácio de Loyola, autor de uma obra
intitulada “Exercícios Espirituais”, antigo oficial do
exército espanhol, sendo que sua organização foi
aprovada pela Papa Paulo III em 1540.
A Inquisição, criada no período feudal para o
combate às heresias, foi muito utilizada na Espanha,
desde o século XV, contra os mouriscos e os judeus.
Para o combate aos protestantes, ela foi restabelecida,
em 1542, como órgão oficial da Igreja, dirigida de
Roma pelo Santo Ofício, que era um órgão presidido
pelo Grande Inquisidor.
Em 1543, a Igreja criou outro órgão, a
Congregação do Index, que recebeu a função de
examinar todas as obras que viessem a ser publicadas,
editando uma relação periódica dos livros considerados
perigosos à doutrina e à moral dos fiéis.
O Concílio de Trento (1545 - 1563) foi convocado pelo
Papa Paulo III para garantir a unidade da fé católica e
da Igreja.
Exercícios de Sala
1. Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de
junho de 1494, pode-se afirmar que não objetivava:
01. demarcar os direitos de exploração dos países
ibéricos, tendo como elemento propulsor o
desenvolvimento da expansão comercial marítima.
02. estimular a consolidação do reino português, por
meio da exploração das especiarias africanas e da
formação do exército nacional.
04. impor a reserva de mercado metropolitano, por
meio da criação de um sistema de monopólios que
atingia todas as riquezas coloniais.
08. reconhecer a transferência do eixo do comércio
mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois
das expedições de Vasco da Gama às Índias.
16. reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a
exploração colonial, após a destruição da
Invencível Armada de Felipe II, da Espanha.
2. Assinale as datas corretas.
01. 1212 - Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa
Esperança
02. 1492 - Colombo chegou ao continente americano
04. 1494 - Assinatura do Tratado de Tordesilhas entre
Portugal e Espanha
08. 1500 – Pedro A. Cabral chegou na América
16. 1532 - São Vicente foi fundada por Martin Afonso
de Sousa
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Tarefa Mínima
3. A respeito da cultura grega, leia as sínteses
filosóficas abaixo.
I - A ciência, a moral e os credos religiosos eram
criações humanas válidas para determinados grupos
sociais em um determinado período.
II - Sua principal contribuição filosófica foi a Teoria
das Ideias, segundo a qual as ideias são a essência
dos conceitos e das coisas e, portanto,
transcendentes ao homem, que delas tem apenas um
pálido reflexo.
III - Defendia a existência de um conhecimento estável
e válido para todos. Sua grande preocupação era o
autoconhecimento que poderia ser obtido através da
ironia e da maiêutica.
As sínteses que você acabou de ler podem ser
associadas, respectivamente, a:
a) Platão, Aristóteles e Sócrates
b) Platão, Sofistas e Aristóteles
c) Sócrates, Sofistas e Platão
d) Sofistas, Platão e Sócrates
e) Platão, Sofistas e Sócrates
4. Assinale o que for correto a respeito da mulher na
sociedade democrática ateniense, na Antiguidade.
a) Além de cuidar da administração interna das
residências, cabia à mulher fazer pessoalmente as
compras no mercado.
b) Naquela organização social, a mulher estava
excluída da cidadania que era reservada aos
homens.
c) A mulher podia ser repudiada pelo marido desde que
este apresentasse motivo justo e devolvesse o dote
ao pai da esposa.
d) As mulheres passavam boa parte do tempo fora de
casa, nos locais públicos com amigas e mesmo
estabelecendo relações íntimas com outros homens.
e) No espaço do lar a mulher exercia o poder, cabendo
a ela decidir pela rejeição ou não dos filhos recém-
nascidos.
5. A Civilização Grega atingiu extraordinário
desenvolvimento. Os ideais gregos de liberdade e a
crença na capacidade criadora do homem têm
permanente significado. Acerca do imenso e
diversificado legado cultural grego, é correto afirmar
que:
a) a importância dos jogos olímpicos limitava-se aos
esportes.
b) a democracia espartana era representativa.
c) a escultura helênica, embora desligada da religião,
valorizava o corpo humano.
d) os atenienses valorizavam o ócio e desprezavam os
negócios.
e) poemas, com narrações sobre aventuras épicas, são
importantes para a compreensão do período
homérico.
UNIDADE 6
EXPANSÃO MARÍTIMO-COMERCIAL
EUROPEIA
A necessidade de metais preciosos para a cunhagem de
moedas, indispensáveis ao desenvolvimento comercial,
bem como de novas áreas fornecedoras de mercadorias
que abastecessem o mercado europeu, determinaram a
expansão marítima a partir do século XV.
Sua viabilização foi favorecida por diversos
fatores, entre os quais se destacam: o avanço
tecnológico, responsável pela melhoria das condições
de navegação (elaboração de mapas, aprimoramento de
instrumentos de orientação, construção de embarcações
mais rápidas e seguras).
Nesse processo de expansão, Portugal
desempenhou papel pioneiro por ter, durante a Baixa
Idade Média, criado as condições necessárias à sua
efetivação:
privilegiada posição geográfica;
desenvolvimento das técnicas de navegação,
sobretudo após a fundação da Escola de Sagres;
presença de uma burguesia forte e com
disponibilidade de capitais para a empresa
marítima;
paz interna e externa;
centralização política em mãos do rei.
A conquista de Ceuta pelos portugueses, em 1415, é
considerada o marco inicial da expansão ultramarina
europeia. O Tratado de Tordesilhas assegurou a
presença portuguesa no recém-descoberto continente
americano.
Com o objetivo de consolidar o domínio
lusitano sobre a rota das especiarias orientais, o rei D.
Manuel organizou uma poderosa esquadra que se
dirigiu às Índias, percorrendo a rota inaugurada por
Vasco da Gama. A esquadra contava com duas
caravelas, dez naus e 1500 homens e era comandada
pelo navegador Pedro Álvares Cabral. A embarcação
em que se achava o comandante, porém, afastou-se da
costa africana em direção a oeste e, a 22 de abril de
1500, avistou terra. Após rápido desembarque,
suficiente para oficializar a posse sobre o novo
território, Cabral seguiu viagem em direção ao Oriente.
Uma nau, no entanto, retornou a Portugal para dar a
notícia da descoberta ao rei.
Os navegadores das outras nações europeias,
que não Portugal e Espanha, tiveram que se contentar
em explorar o Atlântico Norte, sendo responsáveis pela
exploração e ocupação da América do Norte. A
pirataria foi também uma atividade desempenhada
pelos ingleses e franceses.
ABSOLUTISMO
As características do Estado absolutista foram:
a grande centralização representada pelo grande
poder do soberano, que não era controlado por outras
instituições políticas ou por leis limitativas de sua
autoridade.
Inclusão para a Vida História A
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a política econômica mercantilista, que intervinha
na estrutura econômica sob diversas formas, ampliou o
estabelecimento de relações capitalistas de produção e
foi um dos aspectos da acumulação primitiva de
capital.
Os principais pensadores do poder absoluto foram:
Nicolau Maquiavel (1469-1527) - em suas obras O
Príncipe e Discursos sobre a primeira década de Tito
Lívio, fundamentava a necessidade de um Estado
Nacional forte e independente da Igreja e encarnado na
pessoa do chefe do governo (o “príncipe”) para a
aplicação da razão do Estado, fortalecimento da nação
e o benefício coletivo, considerando válidos todos os
meios utilizados para o alcance desses objetivos.
Jean Bodin (1530-1595) - em Da República,
argumentava que a soberania do Estado personificada
no rei tinha origem divina, não havendo impedimento à
autoridade real.
Bossuet (1627-1704) - Política Tirada da Sagrada
Escritura reforçou a doutrina do direito divino, que
legitima qualquer governo, justo e injusto;
Thomas Hobbes (1588-1679) - no Leviatã (1651),
abandonou a ideologia religiosa para justificar o
absolutismo.
Exercícios de Sala
1. Sobre as características do Absolutismo na Idade
Moderna é correto afirmar que
01. foi um tipo de regime republicano e democrático.
02. procurou legitimar-se no "Direito Divino dos Reis".
04. foi a expressão do poder político descentralizado.
08. implementou o Estado burocrático e nacional.
16. baseou-se no poder autocrático do soberano.
2. Jacques Bossuet utilizou argumentos extraídos da
Bíblia para justificar o poder absoluto e de direito
divino da realeza, com o lema: "Um rei, uma lei, uma
fé". São características do absolutismo na França:
01. A concentração dos mecanismos de governo nas
mãos do rei.
02. A identificação entre Nação e Coroa.
04. A influência do racionalismo iluminista como
justificativa do poder absoluto e do "direito divino".
08. A criação de exército nacional permanente.
16. A ampla liberdade de expressão e de fé.
Tarefa Mínima
3. No conjunto de importantes viagens e expedições
marítimas dos século XVI, as quais chamamos de
"Grandes Navegações", nota-se clara preponderância
dos países Ibéricos. A esse respeito, é correto afirmar:
01. As navegações do período se faziam com recurso
exclusivo à bússola, uma vez que ainda não se
havia iniciado o estudo da navegação astronômica,
isto é, orientada através da observação dos astros.
02. As embarcações adotadas pelos portugueses e
espanhóis - as galeras - eram semelhantes àquelas
utilizadas pelos navegantes genoveses e
venezianos.
04. Por sua localização geográfica, Portugal tornava-se
particularmente indicado para promover
explorações marítimas: seu litoral se encontra a
meio caminho entre o Mediterrâneo e o Mar do
Norte, e bastante próximo da costa africana e das
ilhas atlânticas.
08. Tanto Portugal quanto Espanha podiam contar com
o apoio financeiro de vários comerciantes às
expedições, interessados em reatar relações diretas
com o Oriente desde a queda de Constantinopla
(1453).
16. A Espanha entrou com relativo atraso na disputa
com os portugueses pela descoberta de novas terras,
em função de sua luta contra os muçulmanos pela
reconquista de territórios ibéricos.
32. A precoce centralização monárquica, a
consolidação do poder central e a aliança com uma
nova classe mercantil possibilitam a Portugal desde
o início do século XV estimular a expansão
comercial e as expedições marítimas.
4. O descobrimento do Brasil foi parte do plano
imperial da Coroa Portuguesa, no século XV. Embora
não houvesse interesse específico de expansão para o
Ocidente:
a) a posse de terras no Atlântico ocidental consolidava
a hegemonia portuguesa neste Oceano.
b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio
português no Oriente.
c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma
inspiração de Colombo para chegar às Índias.
d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de
Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava
da América.
e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas
intempéries que desviaram a esquadra da rota da
Índia.
5. Principalmente a partir do século XVI vários autores
passam a desenvolver teorias, justificando o poder real.
São os legistas que, através de doutrinas leigas ou
religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é
Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do
governante é manter o poder e a segurança do país que
governa. Para isso deve usar de todos os meios
disponíveis pois que "os fins justificam os meios."
Professou suas ideias na famosa obra:
a) "Leviatã"
b) "Do Direito da Paz e da Guerra"
c) "República"
d) "O Príncipe"
e) "Política Segundo as Sagradas Escrituras"
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 13
UNIDADE 7
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
FATORES
A Revolução Industrial é um processo histórico de
radical transformação econômica e social, através do
qual o modo de produção capitalista assumiu a
dominância de certas formações sociais.
Para o desencadeamento da Revolução Industrial,
certas pré-condições tiveram de ser preenchidas:
a substituição do processo artesanal de
produção pelo processo mecânico exige a realização de
um significativo investimento e uma considerável
imobilização inicial de capital. Logo, é necessária a
preexistência desse capital acumulado.
a Revolução Industrial demanda um crescente
consumo de mão de obra urbana. Neste sentido, a
existência de abundante disponibilidade de mão de
obra é condição fundamental para a ocorrência do
próprio processo.
Uma Balança Comercial altamente favorável e
a abundância dos metais preciosos eram os indícios da
prosperidade. Essa hegemonia marítimo-comercial da
Inglaterra conferia-lhe uma condição singular em
termos de acumulação de capital. Por exemplo, a essa
hegemonia a Inglaterra deve o fato de haver podido
assinar com Portugal, em 1703, o Tratado de Methuen,
em função do qual uma grande parte do ouro explorado
no Brasil, no século XVIII, foi acabar nos cofres
ingleses.
ASPECTOS TECNOLÓGICOS
O aparecimento das máquinas não significa apenas um
progresso técnico, através do qual se verificou um
aumento da produtividade. A introdução das máquinas
na produção industrial significou uma substituição do
tipo de equipamento que era utilizado até então, ou
seja, as ferramentas, e uma liberação da mão de obra.
ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS
a Burguesia Capitalista, que é a classe dos
proprietários dos meios de produção.
o Proletariado, que é a classe que reúne os
trabalhadores diretos, cuja única propriedade é a sua
força de trabalho, vendida à Burguesia Capitalista em
troca de um salário.
Exercícios de Sala
1. Entre os efeitos da Revolução Industrial ocorrida em
meados do século XVIII, pode-se incluir:
01. a afirmação do Estado liberal-burguês, triunfante
sobre o Antigo Regime.
02. a divisão técnica do trabalho, permitindo celeridade
no processo produtivo.
04. a configuração da dicotomia básica das sociedades
capitalistas: burguesia e proletariado.
08. o acirramento da luta de classes, com eclosão de
movimentos contestatórios à ordem burguês-
capitalista.
16. a consolidação da concepção metalista,
estimulando a procura e a posse de metais preciosos
como fator de riqueza.
32. o incentivo ao protecionismo estatal, visando a
alcançar um superávit comercial necessário à
proteção da indústria nascente.
64. a acumulação de capitais na esfera da produção de
mercadorias e consequente hegemonia política e
social da burguesia.
2. A era da industrialização na Europa foi
acompanhada por transformações no processo de
trabalho, entre as quais podemos citar:
01. Passagem do sistema doméstico ao sistema fabril
de produção.
02. Concentração de trabalhadores em unidades fabris,
desenvolvendo a divisão social do trabalho e a
especialização em determinados ramos de
produção.
04. Manutenção da estrutura corporativa de trabalho,
organizando os trabalhadores em corporações de
ofícios.
08. Promoção de um novo modelo de trabalho, pronto
a aceitar a disciplina do trabalho fabril e
constituindo mão de obra assalariada.
16. Utilização frequente de mão de obra feminina e
infantil, submetida ao mesmo regime de trabalho,
durante longas jornadas.
Tarefa Mínima
3. Sobre a inovação tecnológica no sistema fabril na
Inglaterra do século XVIII, é correto afirmar que ela
a) foi adotada não somente para promover maior
eficácia da produção, como também para realizar a
dominação capitalista, na medida que as máquinas
submeteram os trabalhadores a formas autoritárias
de disciplina e a uma determinada hierarquia.
b) ocorreu graças ao investimento em pesquisa
tecnológica de ponta, feito pelos industriais que
participaram da Revolução Industrial.
c) nasceu do apoio dado pelo Estado à pesquisa nas
universidades.
d) deu-se dentro das fábricas, cujos proprietários
estimulavam os operários a desenvolver novas
tecnologias.
e) foi única e exclusivamente o produto da genialidade
de algumas gerações de inventores, tendo sido
adotada pelos industriais que estavam interessados
em aumentar a produção e, por conseguinte, os
lucros.
4. A Revolução Industrial Inglesa só foi possível pelo
processo histórico de acumulação primitiva criador
tanto do CAPITAL quanto do TRABALHO. A
liberação da mão de obra e formação do proletariado
ocorreu com:
a) os cercamentos dos campos e a expulsão dos
camponeses das terras comuns.
b) o intenso cultivo de algodão nos campos ingleses.
c) o processo de reforma agrária na Inglaterra.
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 14
d) o intenso processo de imigração de trabalhadores de
outras nações europeias para as indústrias inglesas.
e) a produção agrícola organizada em técnicas feudais.
5. Dentre as consequências sociais forjadas pela
Revolução Industrial, pode-se mencionar
a) o desenvolvimento de uma camada social de
trabalhadores, que destituídos dos meios de
produção, passaram a sobreviver apenas da venda
de sua força de trabalho.
b) a melhoria das condições de habitação e
sobrevivência para o operariado, proporcionada
pelo surto de desenvolvimento econômico.
c) a ascensão social dos artesãos que reuniram seus
capitais e suas ferramentas em oficinas ou
domicílios rurais dispersos, aumentando os núcleos
domésticos de produção.
d) a criação do Banco da Inglaterra, com o objetivo de
financiar a monarquia e ser também, uma
instituição geradora de empregos.
e) o desenvolvimento de indústrias petroquímicas
favorecendo a organização do mercado de trabalho,
de maneira a assegurar emprego a todos os
assalariados.
UNIDADE 8
REVOLUÇÃO FRANCESA – 1789-1799
A Revolução Francesa transformou a política do
mundo moderno. Os motivos que desencadearam seu
início se originam na própria estrutura social da França
durante a Idade Moderna. Nesse período a sociedade
dividia-se em três estados:
1º Estado - Clero
2º Estado – Nobreza
3º Estado – Uma mistura heterogênia onde eram
encontrados burgueses, sans-culottes, camponeses
entre outros.
Tanto o primeiro quanto o segundo estado eram
isentos do pagamento de impostos, cabendo ao terceiro
estado “patrocinar” a riqueza do clero e da nobreza.
O absolutismo monárquico mantinha o
terceiro estado completamente afastado das decisões
políticas da França.
O aumento demográfico não fora
acompanhado do aumento na produção de alimentos, o
que resultou em alta dos preços. Com isso os setores
mais empobrecidos da população passaram enfrentar
um temido inimigo: a fome.
Diante das reclamações constantes do terceiro
estado, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos
Estados Gerias.
ETAPAS DA REVOLUÇÃO
ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE
(1789/1791)
Por determinação do Rei, ao longo do processo
eleitoral para os Estados Gerais, foram elaborados os
chamados “Cadernos de Queixas”, nos quais os
representantes dos três estados sociais registravam suas
pretensões e reivindicações.
Diante desses fatos, o Terceiro Estado, sob a
liderança da burguesia, tomou a iniciativa: em 13 de
julho foi organizada uma milícia popular que recebeu o
nome de Guarda Nacional e foi organizado um Comitê
Permanente de direção da insurreição (este comitê
daria origem à Comuna de Paris); em 14 de julho de
1789, após intensas manifestações de rua com forte
apoio popular, o Terceiro Estado, através de seus
deputados e na liderança de um movimento popular,
marchou sobre a prisão da Bastilha que era um
verdadeiro símbolo do Absolutismo e de suas
arbitrariedades, sendo que após várias horas de sítio, a
fortaleza capitulou.
Foi aprovada uma Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, que proclamava a liberdade e
igualdade de todos diante da lei.
MONARQUIA CONSTITUCIONAL (1791/1792)
Os Jacobinos, que representavam a esquerda política e
eram partidários de uma democracia burguesa; Diante
dessa estrutura política da Assembleia Legislativa, o rei
Luís XVI apoiava os Jacobinos de Brissot na esperança
de que a política extremista deles levasse a França à
guerra e à catástofre e, com isso, ficasse viabilizada a
contrarrevolução.
Os “sans-culottes”, articulados em torno da
Comuna Insurreicional, pressionaram a Assembleia,
que se viu obrigada a votar a suspensão do Rei e a
convocar eleições, por sufrágio universal, para uma
nova Constituinte, que receberia a designação de
Convenção Nacional. Enquanto a Convenção não foi
instalada, o poder executivo foi exercido por um
Conselho Executivo Provisório, onde se destacou a
figura de Danton.
A REPÚBLICA JACOBINA (1792/1795)
O primeiro ato importante da Convenção Nacional foi
tomado em 21 de setembro de 1792: a abolição da
Monarquia.
Os deputados da Convenção agregavam-se
nos seguintes partidos:
- os Girondinos (160 deputados), que eram partidários
da legalidade e da liberdade econômica, pretendiam
limitar a influência do povo de Paris, cuja ação
julgavam excessivamente radical.
- os Montanheses (140 deputados) que se apoiavam,
basicamente, nos “sans-culottes” (a maior parte desses
deputados havia sido eleita pelos votos de Paris),
defendiam uma forte radicalização do processo
revolucionário e seus principais líderes eram Carnot,
Saint-Just, Marat, Danton e Robespierre.
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 15
- Centro (também conhecido como Planície ou Pântano
e que agregava o restante dos deputados) inicialmente
apoiava os Girondinos, mas aos poucos, tendeu para os
Montanheses.
Por pressão dos Montanheses, foi
desencadeado um processo contra o Rei que, apesar da
oposição dos Girondinos, acabou por condenar o
soberano à morte. Luís XVI foi executado em 21 de
janeiro de 1793.
O ápice das medidas de exceção foi atingido
em junho de 1794 com o chamado Grande Terror. Em
menos de três meses, cerca de duas mil pessoas foram
executadas, dentre elas o poeta André Chenier e o
químico Lavoisier.
Quando, em 8 do Termidor (06 de julho de
1794), Robespierre anunciou que faria uma nova
depuração da Convenção e nos Comitês, Tallien e
Fouché, dois líderes moderados, conseguiram reunir
em torno de si a maioria dos deputados da Planície e,
em 9 do Termidor (27 de julho), conseguiram fazer
com que a Convenção aprovasse a prisão de
Robespierre, sendo executado no dia seguinte.
GOVERNO DO DIRETÓRIO (1795/1799)
Napoleão, a frente de trinta e oito mil soldados, seguiu
para o Egito em maio de 1798, tomou Alexandria e o
Cairo, mas, em agosto, o Almirante Nelson, da
Inglaterra, destruiu a frota francesa na Batalha de
Aboukir. Em agosto de 1799, Napoleão deixou o
comando das tropas de ocupação para Kleber e
embarcou secretamente para a França.
Os golpistas precisavam de um militar de
prestígio para que o golpe contasse com o apoio do
exército, encontraram-no na pessoa de Napoleão
Bonaparte.
Em 18 Brumário (09 de novembro de 1799),
foi desfechado o golpe de Estado que é conhecido pelo
nome de Golpe do 18 Brumário: Bonaparte foi
nomeado comandante das tropas de Paris e os três
diretores, que se mantinham fiéis ao regime,
neutralizados. No dia seguinte, a resistência do
Conselho dos Quinhentos foi quebrada graças à ação
conjugada de seu presidente (Luciano Bonaparte,
irmão de Napoleão) e das tropas de Paris.
O Diretório foi suprimido e substituído por
três cônsules provisórios: Bonaparte, Sieyés e Roger
Ducos.
Exercícios de Sala
1. A Revolução Francesa representou um marco da
história ocidental pelo caráter de ruptura em relação ao
Antigo Regime. Dentre as características da crise do
Antigo Regime, na França, não podemos incluir:
01. a crescente mobilização do Terceiro Estado,
liderado pela burguesia contra os privilégios do
clero e da nobreza.
02. o desequilíbrio econômico da França, decorrente da
Revolução Industrial.
04. a retomada da expansão comercial francesa,
liderada por Colbert.
08. o apoio da monarquia às sucessivas rebeliões
camponesas contrárias à nobreza.
16. o fortalecimento da monarquia dos Bourbons, após
a participação vitoriosa na guerra de independência
dos E.U.A.
2. A "Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão", da Revolução Francesa, traz o seguinte
princípio: "Os homens nascem e se conservam livres e
iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter
por fundamento o proveito comum". Tal princípio não
é decorrente:
01. da incorporação das reivindicações da classe média
por maior participação na vida política.
02. do reconhecimento da necessidade de assegurar os
direitos dos vencidos, sem distinção de classes.
04. da incorporação dos camponeses à comunidade dos
cidadãos com direitos sociais e políticos
reconhecidos na lei.
08. da crença popular na perspectiva liberal burguesa
de que a Revolução fora feita por todos e em
benefício de todos.
16. da determinação burguesa de levar avante um
processo revolucionário de distribuição da
propriedade privada.
Tarefa Mínima
3. A Constituição da França de 1791, a partir dos
princípios preconizados por Montesquieu, consagrou,
como fundamento do novo regime,
a) a subordinação do Judiciário ao Legislativo, que
passou a exercer um poder fiscalizador sobre os
tribunais.
b) a identificação da figura do monarca, com a do
Estado, que a partir desse momento se tornou
inviolável.
c) a supremacia do Poder Legislativo, deixando de ser
o rei investido de poder moderador.
d) o poder de veto monárquico, que se restringiu a
assuntos fiscais, limitando, assim, a soberania
popular.
e) a separação dos poderes até então concentrados,
teoricamente, na pessoa do soberano.
4. Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a
Revolução Francesa, que:
a) teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e
apropriada por uma só classe social, a burguesia,
única beneficiária da nova ordem.
b) fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não
conseguiu impedir o retorno das forças sócio-
políticas do Antigo Regime.
c) nela coexistiram três revoluções sociais distintas:
uma revolução burguesa, uma camponesa e uma
popular urbana, a dos chamados “sans-culottes”.
d) foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao
garantir as pequenas propriedades aos camponeses,
atrasou, em mais de um século, o progresso
econômico da França.
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 16
e) abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa,
tanto do ponto de vista da riqueza, quanto do ponto
de vista político, impediu que a burguesia a
concluísse.
5. Na Revolução Francesa, foi uma das principais
reivindicações do Terceiro Estado:
a) a manutenção da divisão da sociedade em classes
rigidamente definidas.
b) a concessão de poderes políticos para a nobreza,
preservando a riqueza dessa classe social.
c) a abolição dos privilégios da nobreza e instauração
da igualdade civil.
d) a união de poderes entre Igreja e Estado, com
fortalecimento do clero.
e) o impedimento do acesso dos burgueses às funções
políticas do Estado.
UNIDADE 9
IDADE CONTEMPORÂNEA
Imperialismo; o novo colonialismo partilha
África e Ásia
A colonização portuguesa e espanhola do século XVI
havia se limitado à América. Com raras exceções, as
terras africanas e asiáticas não foram ocupadas. Ali, os
europeus limitaram-se ao comércio, principalmente o
de especiarias. Por isso, no século XIX, havia grandes
extensões de terras desconhecidas nos dois continentes.
Começou então nova corrida colonial de outras
potências europeias, sobretudo as que haviam passado
por uma transformação industrial, como Inglaterra,
Bélgica, França, Alemanha e Itália.
Os motivos do neocolonialismo
No século XVI, o objetivo colonialista era encontrar
metais preciosos e mercados abastecedores de produtos
tropicais e consumidores de manufaturas europeias.
Todavia, os motivos que geraram o renascimento
colonialista do século XIX são mais. Havia, sobretudo,
interesses econômicos; mas a eles se juntaram outros,
sociais, políticos e até religiosos e culturais.
Nessa época, vários países europeus passavam
pela Revolução Industrial. Precisavam encontrar fontes
de matéria-prima (carvão, ferro, petróleo) e de produtos
alimentícios que faltavam em suas terras. Também
precisavam de mercados consumidores para seus
excedentes industriais, além de novas regiões para
investir os capitais disponíveis construindo ferrovias ou
explorando minas, por exemplo.
Tal mecanismo era indispensável para aliviar
a Europa dos capitais excedentes. Se eles fossem
investidos na Europa, agravariam a Grande Depressão
e intensificariam a tendência dos países europeus
industrializados de adotar medidas protecionistas,
fechando seus mercados e tornando a situação ainda
mais difícil. Some-se a tudo isso o crescimento
acelerado da população europeia, necessitada de novas
terras para estabelecer-se.
No plano político, cada Estado europeu estava
preocupado em aumentar seus contingentes militares,
para fortalecer sua posição entre as demais potências.
Possuindo colônias, disporiam de mais recursos e mais
homens para seus exércitos. Tal era a política de
prestígio, característica da França, que buscava
compensar as perdas na Europa, especialmente a
Alsácia-Lorena, para os alemães. Ter colônias
significava ter portos de escala e abastecimento de
carvão para os navios mercantes e militares
distribuídos pelo planeta.
Os missionários religiosos desejavam
converter africanos e asiáticos. Havia gente que
considerava um dever dos europeus difundir sua
civilização entre povos que julgavam primitivos e
atrasados. Tratava-se mais de um pretexto para
justificar a colonização. É importante notar o
desenvolvimento de ideologias racistas que, partindo
das teorias de Darwin, afirmavam a superioridade da
raça branca.
A Europa ocupa tudo
Em 1914, 60% das terras e 65 % da população do
mundo dependiam da Europa. Suas potências tinham
anexado 90% da África, 99% da Oceania e 56% da
Ásia.
A partilha
Os continentes asiático e africano não foram
partilhados de forma igual entre as principais nações
europeias. Enquanto países como França e Inglaterra
conquistaram muitas áreas de influências, Itália e
Alemanha, que na segunda metade do século XIX
enfrentavam seus processos de unificação, foram
menos privilegiadas. Essa “distribuição irregular”
gerou diversos conflitos entre as nações. Assim foram
construídos os alicerces da Primeira Guerra Mundial.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL –
1914 - 1918
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito militar
(1914-1918), iniciado por um confronto regional entre
o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, em 28 de julho
de 1914.
A causa imediata do início das hostilidades
entre a Áustria-Hungria e a Sérvia foi o assassinato do
arquiduque Francisco Fernando de Habsburgo,
herdeiro do trono austro-húngaro, cometido, em
Sarajevo no dia 28 de junho de 1914, por um
nacionalista sérvio. Entretanto, os verdadeiros fatores
determinantes do conflito foram: o espírito nacionalista
que crescia por toda a Europa durante o século XIX e
princípios do XX e a rivalidade econômica e política
entre as diferentes nações, o processo de militarização
e a corrida armamentista que caracterizaram a
sociedade internacional dos últimos anos do século
XIX, raiz da criação de dois sistemas de alianças que
se diziam defensivas: a Tríplice Aliança e a Tríplice
Entente. A primeira nasceu do pacto firmado entre a
Alemanha, Áustria-Hungria e Itália contra a ameaça de
ataque da França. A Tríplice Entente era a aliança entre
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 17
a Grã-Bretanha, França e Rússia para contrabalançar a
Tríplice Aliança.
1914-1915: A GUERRA DE MOVIMENTO As operações militares na Europa se desenvolveram
em três frentes: a ocidental ou franco-belga, a oriental
ou russa e a meridional ou sérvia.
1915-1917 – GUERRA DE TRINCHEIRAS
1917: ENTRADA DOS ESTADOS UNIDOS E O
ARMISTÍCIO COM A RÚSSIA
A política de neutralidade americana mudou quando a
Alemanha anunciou, em janeiro de 1917, que a partir
de fevereiro recorreria à guerra submarina.
Várias nações latino-americanas, entre elas o
Peru, o Brasil e a Bolívia apoiariam esta ação. O
afundamento de alguns navios levou o Brasil, em 26 de
outubro de 1917, a participar da guerra, enviando uma
divisão naval em apoio aos aliados. Aviadores
brasileiros participaram do patrulhamento do Atlântico,
navios do Lóide Brasileiro transportaram tropas
americanas para a Europa e, para a França, foi enviada
uma missão médica.
Representantes da Rússia, Áustria e Alemanha
assinaram o armistício em 15 de dezembro, cessando
assim a luta na frente oriental.
1918: ANO FINAL
República de Weimar, cujo governo enviou uma
comissão para negociar com os aliados. Em 11 de
novembro foi assinado o armistício entre a Alemanha e
os aliados, baseado em condições impostas pelos
vencedores.
O Tratado de Versalhes (1919), que pôs fim à
guerra, estipulava que todos os navios aprisionados
passassem a ser de propriedade dos aliados. Em
represália a tais condições, em 21 de junho de 1919, os
alemães afundaram seus próprios navios em Scapa
Flow. As potências vencedoras permitiram que
deixassem de ser cumpridos certos itens estabelecidos
nos tratados de paz de Versalhes, Saint-Germain-en-
Laye, Trianon, Neuilly-sur-le-Seine e Sèvres, o que
provocaria o ressurgimento do militarismo e de um
agressivo nacionalismo na Alemanha, além de
agitações sociais que se sucederiam em grande parte da
Europa.
Exercícios de Sala
1. Tema recorrente da política contemporânea, o
nacionalismo tem-se constituído em foco permanente
de conflito. Sobre ele, é correto afirmar que:
01. A Primeira Guerra foi precedida pelo confronto de
diferentes projetos expansionista. É o caso da
Rússia, que pretendia avançar sobre territórios do
Império Austro-Húngaro e do Império Turco,
dizendo-se protetora dos povos eslavos. Ou da
Sérvia, que, ao pretender unificar os eslavos do
Sudeste da Europa, formando a Grande Sérvia,
também se chocava com os interesses desses
Impérios.
02. A Segunda Guerra, igualmente, foi precedida de
discursos nacionalistas, embora com novas feições.
É o caso do fascismo italiano, embalado nos sonhos
de reconstrução das glórias do Império Romano, ou
do nazismo alemão, defensor da unificação dos
povos germânicos e da reconstrução do seu
Império, então denominado III Reich.
04. A vitória do nacionalismo indiano (1947) e o
fracasso franco-britânico na guerra contra o Egito
(1956) desencadearam uma onda de nacionalismo
nas antigas colônias europeias na África e na Ásia.
Aliando-se a outros países de passado colonial,
como os latino-americanos, formaram uma terceira
força internacional - Terceiro Mundo, situado entre
o Capitalismo e o Socialismo.
08. Nos anos 80-90, novamente os movimentos
nacionalistas abalam a política internacional. O já
frágil "império" soviético vê sua unidade desfazer-
se diante do separatismo das Repúblicas Bálticas -
Letônia, Estônia e Lituânia. A partir de então,
outras repúblicas assumem o mesmo propósito,
pondo fim à URSS. Entre os "eslavos do sul", as
disputas de croatas e sérvios lançam a Iugoslávia
numa violenta guerra civil.
2. O clima de tensão oriundo da expansão imperialista
na Ásia e determinador do 1º Conflito Mundial não
pode ser avaliado pelas:
01. rivalidades entre franceses e ingleses na Indochina,
entre ingleses e russos na Ásia Central e entre
russos e japoneses na Mandchúria e Coreia.
02. políticas de alianças entre russos e japoneses para
bloquear as pretensões inglesas e francesas no
sudeste asiático.
04. tensões entre o Império Inglês e o Império Chinês
em torno da Coreia e da Mandchúria com o apoio
da França à Inglaterra.
08. rivalidades entre ingleses e franceses no sudeste
asiático, entre belgas e alemães em Port-Arthur e
entre russos e poloneses na Ásia Europeia.
16. tensões entre o Império Austro-Húngaro e a Grécia
na região do sudeste asiático com o apoio da
Inglaterra aos gregos.
3. Os Estados Unidos emergiram como grande
potência econômica mundial após a Primeira Guerra
Mundial porque:
a) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a
Inglaterra.
b) liderou a criação da ONU (Organização das Nações
Unidas).
c) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e
suprimentos à Entente, enquanto as potências
europeias tiveram suas economias arrasadas após o
conflito.
d) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes,
para enfraquecer a Alemanha, a grande potência
industrial do início do século.
e) se manteve afastado do conflito direto com as
potências europeias, concentrando seus esforços no
desenvolvimento interno.
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 18
4. A respeito do envolvimento dos E.U.A. na Primeira
Grande Guerra é incorreto afirmar que:
a) foi influenciado pela intenção germânica de atrair o
México, prometendo-lhe ajuda na reconquista de
territórios perdidos para os E.U.A.
b) os E.U.A. financiaram diretamente a indústria bélica
franco-inglesa e enviaram um grande contingente
de soldados ao fronte.
c) uma possível derrota da França e Inglaterra colocaria
em risco os investimentos norte-americanos na
Europa.
d) contrariando o Congresso, o presidente dos E.U.A.
rompeu a neutralidade, declarando guerra às forças
do Eixo.
e) a adesão dos E.U.A. desequilibrou as forças em luta,
dando um novo alento à Entente.
5. Ao término da Primeira Grande Guerra, as potências
vencedoras responsabilizaram a Alemanha pela guerra
e foi-lhe imposto um tratado punitivo, o Tratado de
Versailles, que teve como consequências:
a) degradação dos ideais liberais e democráticos,
agitações políticas de esquerda - como o
movimento espartaquista, crise econômica e
desemprego.
b) enfraquecimento dos sentimentos nacionais,
militarização do Estado Alemão, recuperação
econômica e incorporação de Gdansk.
c) anexação das colônias de Togo e Camarões, a
afirmação dos ideais liberais e democráticos e a
valorização do marco alemão.
d) prosperidade econômica, rearmamento alemão,
desmembramento da Alemanha e fortalecimento
dos partidos liberais.
e) surgimento da República Democrática Alemã e da
República Federal Alemã, fortalecimento do
nazismo, militarismo e diminuição do desemprego.
UNIDADE 10
ENTRE GUERRAS
Revolução Russa
A industrialização da Rússia ocorreu com atraso de
mais de um século em relação à Inglaterra, mas foi
favorecida pelo fim da servidão, que liberou mão de
obra, e pelos investimentos estrangeiros.
A Primeira Guerra Mundial enfraqueceu ainda
mais o governo Nicolau II. Em dois anos de luta, seu
exército sofreu 7 milhões de baixas, entre mortos,
feridos e desertores. A população civil padeceu com a
fome e o desemprego.
Em fevereiro de 1917, o czar abdicou e foi
instalada uma república liderada por Kerensky. Em
novembro, os bolcheviques comandados por Lênin e
Trotsky tomam o poder. Logo após, assinam a paz com
a Alemanha, efetuam uma radical reforma agrária e
nacionalizam bancos, indústrias e meios de transportes.
Depois de duas guerras, a economia russa
estava arrasada. Para recuperá-la, Lênin adotou a NEP,
afrouxando alguns controles sobre os investimentos
estrangeiros, o excedente agrícola e as pequenas
empresas (menos de vinte funcionários).
Em 1924, Lênin morreu e foi substituído por
Stálin, que passou a perseguir todos os seus adversários
(principalmente os adeptos de Trotsky), condenando
centenas de milhares à morte e milhões ao exílio na
Sibéria. Suprimiu A NEP e adotou os planos
quinquenais. A URSS tornou-se, assim, uma grande
potência.
Crise de 1929
Ao final da Primeira Guerra, a indústria dos EUA era
responsável por quase 50% da produção mundial.
O país criou um novo estilo de vida: o american way
of life. Esse estilo de vida caracterizava-se pelo grande
aumento na aquisição de automóveis, eletrodomésticos
e toda sorte de produtos industrializados.
Entretanto, os EUA sofreram grande abalo em
1929, quando mergulharam numa terrível crise, de
repercussão mundial.
Por sua vez, Inglaterra, França e Alemanha
foram atualizando rapidamente seus métodos
industriais. Isso colaborou para aumentar o
desequilíbrio entre o excesso de mercadorias
produzidas e o escasso poder aquisitivo dos
consumidores. Configurava-se assim uma conjuntura
econômica de superprodução capitalista.
O crack da Bolsa de Valores de Nova York A crise de superprodução teve como um de seus
grandes marcos o dia 29 de outubro de 1929, dia do
crack da Bolsa de Valores de Nova York, que
representava o grande termômetro econômico do
mundo capitalista.
O crack da Bolsa de Valores de Nova York
abalou o mundo inteiro. Os Estados Unidos não
podendo vender também deixaram de comprar e isso
afetou também o Brasil, que dependia das exportações
de café para os Estados Unidos.
New Deal: a reação à crise Nos primeiros anos do governo do presidente Franklin
Roosevelt, os Estados Unidos adotaram o New Deal,
um conjunto de medidas destinadas à superação da
crise. O New Deal foi inspirado nas ideias do inglês
John Keynes. O Keynesianismo defende um Estado
mais interventor, que deveria evitar os riscos de
superprodução, além de aumentar o poder de consumo,
mas preservando a economia de mercado. Dentre as
principais medidas adotadas pela política econômica do
New Deal, destacam-se:
Controle governamental dos preços de diversos
produtos industriais e agrícolas.
Concessão de empréstimos aos proprietários
agrícolas.
Realização de um grande programa de obras
públicas.
Criação de um seguro-desemprego.
Recuperação industrial.
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 19
Com a Crise de 29 e a adoção do New Deal, o
liberalismo clássico de Adam Smith foi superado pelo
neocapitalismo.
Regimes Totalitários
A Crise de 29 arruinou a economia americana, mas
teve reflexos em todo o mundo. Nações como a
Alemanha, que após o final da Primeira Guerra
reconstruía-se com recursos oriundos principalmente
dos estados Unidos da América, passaram a enfrentar
aguda crise econômica. Grandes banqueiros, temendo a
ameaça representada pelos partidos de orientação
marxista, passaram a apoiar a ascensão de regimes
totalitários, que prometiam estabelecer a ordem e a
disciplina social. Exemplos marcantes desse processo
foram o desenvolvimento do fascismo na Itália e do
nazismo na Alemanha.
Principais Características
Totalitarismo: absoluta supremacia estatal
Governo ditatorial
Partido único
Nacionalismo
Racismo
Militarismo
Expansionismo
Culto ao líder
Sociedade hierarquizada
Corporativismo: estado mediando as relações entre
patrões e empregados.
Exercícios de Sala
1. O período de 1919 a 1939, pelos componentes que o
constituíram, marcados por esperanças e frustrações, é
tido como um dos mais críticos da época
contemporânea. Dos esforços para superar a devastação
da Primeira Guerra Mundial, se encaminha para a
recuperação e logo em seguida para o novo conflito
mundial.
A respeito desse período é correto afirmar que:
01. A frustração e o inconformismo do alemães,
submetidos às cláusulas do Tratado de Versalhes,
levaram - nos a chamar esse acordo de "Diktat".
02. A Liga das Nações (ou Sociedade das Nações),
criada após a Primeira Guerra Mundial, recebeu
apoio de todas as potências e teve atuação decisiva
para evitar todas as crises internacionais da década
de 1930.
04. A URSS participou ativamente da política
internacional europeia na década na década de
1920.
08. Nesse período houve a vitória das ditaduras do tipo
nazi - fascista na Itália e na Alemanha, além de
regimes autoritários em diversos países, como
Portugal e Espanha.
16. A crise de 1929 e a grande depressão econômica
que ela gerou, desencadearam também crises
políticas, reacenderam nacionalismos econômicos e
políticos, facilitaram a ascensão de ditaduras e
contribuíram para o advento da Segunda Guerra
Mundial.
2. O período de entre guerras (1919-1939) foi
caracterizado pelo aparecimento de regimes
autoritários na Europa. A esse respeito, é correto
afirmar que:
01. Esses regimes podem ser entendidos como uma
alternativa tanto à ordem liberal tradicional quanto
ao regime comunista.
02. No período em questão, acentuaram-se as
dificuldades dos regimes democráticos e acentuou-
se o fracionamento político, o que dificultava o
estabelecimento de maiorias parlamentares que
pudessem garantir a continuidade administrativa.
04. A incapacidade dos regimes de democracia liberal
de contornarem a crise econômica dos anos
1920/30, também contribuiu para abrir espaços para
a expansão dos regimes autoritários.
08. Parte importante no projeto do nazismo de
unificação das vontades coletivas foi a ênfase na
liberdade de expressão e na igualdade entre as
raças.
16. A expansão dos regimes autoritários se fez com
base num acentuado internacionalismo e
cosmopolitismo, rejeitando-se qualquer ênfase em
temas nacionalistas.
32. A tomada do poder pelos nazistas e fascistas teve
uma significativa participação popular, inclusive
com grandes manifestações de massa.
Tarefa Mínima
3. "... derrota na guerra, deserções, motins militares
contra os superiores, greves nas fábricas, falta de
gêneros alimentícios e combustíveis nas principais
cidades, queda na produção, aviltamento dos salários,
incapacidade governamental e crescente miséria das
massas."
O quadro descrito no texto conduziu à
a) derrota dos franceses no Vietnã em 1954.
b) descolonização Afro-Asiática em 1945.
c) rebelião Boxer na China em 1900.
d) Segunda Guerra Mundial em 1939.
e) Revolução Russa em 1917.
4. "A guerra atual é, por parte de ambos os grupos
potências beligerantes, uma guerra (...) conduzida pelos
capitalistas pela partilha das vantagens que provêm
domínio sobre o mundo, pelos mercadores do capital
financeiro (bancário), pela submissão dos povos fracos
etc." ("Resolução sobre a Guerra", publicada no jornal PRAVDA em abril
de 1917.)
O texto oferece uma interpretação característica dos
bolcheviques sobre a
a) Guerra Russo-Japonesa.
b) Guerra da Coreia.
c) Guerra da Crimeia.
d) Primeira Guerra Mundial.
e) Primeira Guerra Balcânica.
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 20
5. Sobre fatos antecedentes à Segunda Guerra
Mundial, assinale a alternativa incorreta.
a) Os E.U.A. cortaram o envio de ferro, aço, petróleo e
borracha e bloquearam capitais japoneses na
América do Norte por causa da invasão da
Manchúria pelo Japão.
b) Passando por cima das disposições dos tratados do
pós-guerra, em 1938, Hitler, com o apoio de
fascistas austríacos, ordenou a ocupação da Áustria.
e) Em 1936, um grupo de generais, chefiados por
Franco, iniciou uma revolta contra o governo de
esquerda, legalmente constituído, na Espanha.
d) A euforia econômica decorrente da valorização da
Bolsa de Nova Iorque em 1929 favoreceu a
recuperação econômica e a consolidação das
democracias na Europa.
e) Em 1939, Stálin conseguiu-se aproximar da
Alemanha através do Pacto Germano-Soviético,
negociado por Ribbentrop e Molotov.
UNIDADE 11
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL –
1939-1945
A humilhação sofrida pela Alemanha com o Tratado de
Versalhes cria as condições ideais para a germinação
do nacional-socialismo - nazismo - alemão e a
ascensão de Hitler ao poder, em 1933. O nacional-
socialismo toma o poder pela violência, elimina as
dissensões internas com métodos violentos e combate a
divisão do mundo produzida pela 1a Guerra.
Reação mundial ao nazismo - As potências ocidentais
têm uma posição dúbia em relação ao nazismo.
Pressentem o perigo representado por Hitler, mas
permitem o crescimento da Alemanha nazista como
forma de bloquear a União Soviética. A invasão da
Polônia, em 1o de setembro de 1939, por tropas e
aviões alemães, não surpreende a Europa. Todos estão
à espera da guerra.
Origens do Eixo - Itália e Alemanha têm regimes
políticos semelhantes, mas o que mais as aproxima é o
limitado espaço territorial de que dispõem e a acirrada
competição pelos mercados internacionais. Stalin
percebe que as anexações alemãs caminham em
direção à União Soviética e firma com Hitler o Pacto
Germano-Soviético, em 1939, pelo qual anexa a
Lituânia, Letônia, Estônia e parte da Polônia e
Finlândia.
COMEÇA A GUERRA NA EUROPA
Em abril de 1939 Hitler exige a anexação de Dantzig, o
"corredor polonês", e a concessão de uma rede
rodoviária e ferroviária que cruze a província polonesa
da Pomerânia. A Polônia, sem condições de resistir, é
invadida por tropas nazistas no dia 1o de setembro. O
Reino Unido, comprometido com a defesa da Polônia
em caso de agressão, declara guerra à Alemanha. Horas
depois, é seguida pela França. Até junho de 1940,
quando a Itália declara guerra à França e ao Reino
Unido, o conflito está restrito aos três países. A
Alemanha invade e ocupa a Noruega, a Bélgica, a
Holanda e a França.
Domínio alemão - O domínio alemão na Europa fica
patente com a expulsão dos ingleses de Dunquerque e
os armistícios assinados pela França com a Itália e
Alemanha, em junho de 1940, que dividem o território
francês em duas partes.
Na Batalha da Inglaterra, no verão de 1940, a aviação
inglesa, RAF (Royal Air Force), consegue rechaçar os
ataques da Luftwaffe (aviação alemã).
Defesa de Moscou - Em fins de 1941 a defesa de
Moscou marca uma das mais decisivas vitórias aliadas.
Ataque a Pearl Harbor - O ataque japonês à base
norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de
dezembro de 1941, leva os Estados Unidos a
declararem guerra ao Eixo e alastra o conflito a quase
todo o mundo. As duas facções beligerantes estão
definidas: os países do Pacto Anticomintern (o Eixo) -
Alemanha, Itália e Japão - contra os Aliados -
Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China. A
China já se encontra em guerra contra o Japão desde
1931.
Kamikazes - É como são chamados os aviões
japoneses carregados de explosivos e dirigidos por um
piloto suicida que com ele se atira sobre o alvo
inimigo.
SEGUNDA FASE DA GUERRA
É quando o conflito se torna uma guerra de desgaste. O
Eixo tenta subjugar a Inglaterra, cortando suas linhas
de abastecimento no Atlântico e no Mediterrâneo.
Contra-ofensiva na África e Itália - Em julho de
1943 os Aliados desembarcam na Sicília e, em
setembro, avançam até Nápoles. Mussolini é destituído
em julho e a Itália muda de lado.
Dia D - Em 6 de junho de 1944, chamado de "Dia D"
pelos Aliados, sob o comando do general Einsenhower,
é feito o ataque estratégico que daria o golpe mortal
nas forças nazistas que ainda resistem na Europa.
Cinquenta e cinco mil soldados norte-americanos,
britânicos e canadenses desembarcam nas praias da
Normandia, noroeste da França, na maior operação
aeronaval da História, envolvendo mais de 5 mil navios
e mil aviões.
Guerra no Pacífico - No Pacífico, a situação também
se inverte com a vitória das tropas norte-americanas na
batalha naval de Midway e em Guadalcanal, em 1942.
Ataque a Hiroshima e Nagasaki - Em 6 de agosto os
Estados Unidos lançam a primeira bomba atômica
sobre Hiroshima, deixando mais de 100 mil mortos e
100 mil feridos. A partir de 8 de agosto tropas
soviéticas expulsam os japoneses da Mandchúria e da
Coreia e ocupam as ilhas Kurilas e Sakalina. Em 9 de
agosto é lançada a segunda bomba atômica, dessa vez
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 21
sobre Nagasaki, com saldo de vítimas semelhante ao de
Hiroshima.
Final da guerra - Hitler suicida-se em 30 de abril,
com a chegada das tropas soviéticas a Berlim, e o
almirante Doenitz forma novo governo e pede o fim
das hostilidades. A capital alemã é ocupada em 2 de
maio. A Alemanha se rende incondicionalmente em 7
de maio, em Reims. A capitulação do Japão acontece
em 2 de setembro, em Tóquio. A 2a Guerra Mundial
deixa um saldo de 50 milhões de mortos e custa cerca
de US$ 1,40 trilhão.
JULGAMENTO DE NUREMBERG
Terminado o conflito, os vitoriosos decidem julgar os
líderes nazistas num inédito tribunal internacional de
crimes de guerra. A iniciativa contribui para a
descoberta dos campos de concentração e extermínio.
A sede escolhida é a cidade alemã de Nuremberg, que
nos anos 30 havia sido palco dos maiores comícios
nazistas.
Exercícios de Sala
1. A Segunda Guerra Mundial alterou a correlação de
forças no mundo. Entre as modificações ocorridas,
destacam-se:
01. O declínio da influência europeia cuja hegemonia
já havia sido comprometida desde a Primeira
Guerra Mundial.
02. A ascensão dos Estados Unidos e da União
Soviética, liderando blocos de interesses
divergentes e originando a chamada "bipolarização"
do mundo.
04. Após a Segunda Guerra Mundial e até
recentemente, nenhuma potência europeia ou os
Estados Unidos participaram de qualquer conflito
bélico.
08. Após a Guerra - e por causa dela -, houve
intensificação das manifestações anticolonialistas,
acelerando-se o processo de descolonização das
colônias europeias na África e na Ásia.
16. O final da Segunda Guerra Mundial decretou o
desaparecimento dos Estados autoritários,
reorganizando-se o mundo em bases inteiramente
democráticas.
32. Como tentativa de resolver os problemas
internacionais, criou-se em 1945 a Organização das
Nações Unidas (ONU).
2. Sobre a História Contemporânea, é correto afirmar
que:
01. a Primeira Guerra Mundial (1914-18) resultou,
dentre outros motivos, da concorrência comercial,
da disputa por colônias e da luta pela hegemonia
dos mares.
02. a grande vencedora da Primeira Guerra Mundial foi
a Alemanha, o que motivou a reação da Itália e do
Japão no final dos anos 30, dando inicio à Segunda
Guerra Mundial.
04. o Tratado de Versalhes foi imposto pela Alemanha
aos países europeus, com o apoio dos Estados
Unidos.
08. a ideologia nazista enaltecia o nacionalismo e o
militarismo, visando conquistar as massas e o
exército, e pregava o anti-comunismo, visando
conquistar a alta burguesia.
16. apesar das guerras do século XX, a Europa
manteve sempre sua hegemonia econômica e
política sobre o mundo.
Tarefa Mínima
3. Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh! não se esqueçam
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume
Sem rosa, sem nada
"Rosa de Hiroshima" (Gerson Conrad e Vinícius de Moraes)
Podemos considerar que o texto acima debate:
a) a herança terrível das bombas atômicas atiradas em
Hiroshima e Nagasaky, no final da 2ª Guerra
Mundial, levantando a necessidade de sua
lembrança para defendermos a paz.
b) a poesia não trata dos problemas relativos à bomba
atômica, a guerra e a paz.
c) as armas atômicas nunca seriam usadas como forma
de poder entre as potências mundiais.
d) a paz só será garantida com a utilização de armas
atômicas.
e) as armas atômicas deixaram poucas heranças
culturais e políticas durante o período da Guerra
Fria.
4. Na II Guerra Mundial, as bombas atômicas de
Hiroshima e Nagazaki foram consideradas crimes de
guerras, porque:
a) o conflito já tinha terminado em agosto de 1945 e a
resistência japonesa era mínima em Pearl Harbor.
b) as bombas faziam parte de um esquema de testes
militares.
c) os E.U.A. queriam impor o seu domínio à
Alemanha.
d) os E.U.A. pretendiam deter o avanço dos soviéticos
na Ásia.
e) as bombas tinham um único alvo: os japoneses no
Pacífico.
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 22
5. Foi o encontro do primeiro ministro inglês Winston
Churchill e dos presidentes Roosevelt, dos Estados
Unidos e Stálin, da União Soviética onde confirmou-se
o desmembramento da Alemanha e da Coreia:
a) Conferência do Cairo.
b) Conferência de Teerã.
c) Conferência de Ialta.
d) Conferência de Potsdam.
e) Conferência de Bandung.
UNIDADE 12
IDADE CONTEMPORÂNEA: GUERRA
FRIA
Bipolarização entre EUA (capitalismo) e URSS
(socialismo), estado de constante hostilidade entre as
duas superpotências e seus aliados e corrida
armamentista e tecnológica, mas sem conflito armado
direto, caracterizaram a Guerra Fria, que vigorou entre
o fim da Segunda Guerra Mundial e a crise do
socialismo real no final dos anos 1980.
Tradicionalmente as fases da Guerra Fria são a
Guerra Fria “Clássica” (1945 – 1953), o período do
Degelo ou da Coexistência Pacífica (1953 – 1968) e a
política da Détente ou da Distensão (1968 – 1989).
Marcos iniciais da Guerra Fria
Bloco Capitalista Em 1946, Churchill discursa nos EUA e pede para que
estes se tornem os protetores do “mundo livre”, pois a
Grã-Bretanha, não poderia mais manter tal papel.
Doutrina Truman (1947) – o presidente Truman
responde Churchill através de sua Doutrina e pede ao
Congresso Americano ajuda econômica e militar para
os governos europeus. Os EUA passaram a assumir a
tarefa de “protetores” da democracia, reagindo,
imediatamente, ao menor sinal de avanço socialista. A
Doutrina Truman pode ser considerada marco inicial
da Guerra Fria.
Plano Marshall (1947) – ajuda econômica para a
Europa e considerado “braço econômico” do Bloco
Capitalista no início da Guerra Fria.
Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) 1949 – força político-militar com objetivos
“defensivos”, inicialmente composta por países da
Europa Ocidental, EUA e Canadá.
Bloco Socialista
Tratado de Assistência Mútua da Europa Oriental
(Pacto de Varsóvia) 1955 – aliança militar do Bloco
Socialista e formada por países da Europa Oriental e a
URSS.
Principais acontecimentos
Crise ou Bloqueio de Berlim (1948-49) – com o fim
da Segunda Guerra, o Acordo de Potsdam (1945)
dividiu a derrotada Alemanha nazista e sua capital em
quatro zonas de ocupação entre URSS, EUA, Grã-
Bretanha e França.
República Federal da Alemanha (capital Bonn), sob o
governo capitalista.
República Democrática Alemã, inspirada no modelo
soviético, com capital em Berlim Oriental.
Guerra da Coreia (1950-53) – a derrota japonesa na
Segunda Guerra Mundial (1945) permitiu a libertação
da Coreia pelas tropas aliadas, mas o país foi dividido
em dois setores de ocupação (norte-americano e
soviético), pelo paralelo 38º. A divisão do país, as
tensões relacionadas com a Guerra Fria e a vitória
comunista de Mao Tsé-tung na Revolução Chinesa, em
1949, desencadearam a Guerra da Coreia, iniciada após
a invasão do sul pelos norte-coreanos, em 1950. A
Coreia do Sul recebeu apoio militar dos Estados
Unidos, enquanto a do Norte da China e da URSS. O
conflito terminou com a assinatura do Armistício de
Panmunjom (1953), que ratificou a divisão da Coreia
efetuada anteriormente.
Guerra do Vietnã (1960-75) – a luta pela
descolonização da Indochina começou no Vietnã e foi
liderada por Ho Chi Minh - Guerra da Indochina
(1946-54). Na Conferência de Genebra (1954), a
França reconheceu a independência do Laos, Camboja
e Vietnã – este dividido em Norte (socialista) e Sul
(capitalista). As eleições que reunificariam o Vietnã em
1956, não aconteceram, devido ao golpe de Estado de
Ngo Dinh Diem (Sul) que estabeleceu uma ditadura
militar em 1955, apoiado pelos Estados Unidos. A
resistência ao governo golpista gerou a formação da
Frente de Libertação Nacional, cujo braço armado
eram os vietcongues, e a Guerra do Vietnã. Nos anos
1960, auge da Guerra Fria, a guerra no Sudeste asiático
ampliou-se com a intervenção militar norte-americana.
A saída dos Estados Unidos e o avanço das tropas
comunistas levaram à rendição do Sul, em 1975,
permitindo a reunificação do país, em 1976, e o
nascimento da República Socialista do Vietnã.
Muro de Berlim (1961) – o interesse soviético em
bloquear fugas para o lado capitalista de Berlim e
enfraquecer as expectativas reunificadoras, levou a
Alemanha Oriental a erguer o muro em 1961. O “muro
da vergonha” dividiu famílias e ideologias,
transformando-se em um dos principais símbolos da
Guerra Fria.
Crise dos mísseis (1962) – em 1959, Fidel Castro e
alguns companheiros, contando com o apoio
camponês, derrubaram o ditador cubano Fulgêncio
Batista. O governo revolucionário demonstrou, desde o
início, uma grande preocupação com a justiça social. A
reação americana foi imediata, merecendo destaque, o
embargo comercial e a pressão para que Cuba fosse
expulsa da OEA. Isolada política e economicamente,
Cuba aproxima-se da URSS, ampliando o Bloco
Socialista. Mas, o momento de maior tensão aconteceu
em 1962, quando os EUA descobriram que mísseis
soviéticos estavam sendo instalados em Cuba – Crise
dos Mísseis. A conscientização das graves
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 23
consequências de um confronto armado direto levou os
líderes das superpotências ao entendimento. A URSS
concordou em retirar seus mísseis e os EUA aceitaram
a perda do monopólio político-ideológico no
continente.
Primavera de Praga (1968) – as intenções de
modernizar a economia e o Estado, buscando uma via
independente e mais humanizada de socialismo, pelo
presidente, da então Tchecoslováquia, Dubcek,
provocou a imediata reação soviética, que a fim de
manter seu controle sobre a Europa Oriental, enviou
tropas do Pacto de Varsóvia, reprimindo a “Primavera
de Praga”.
Maio de 1968 – “é proibido proibir’’ e “paz e amor’’
foram palavras de ordem de uma geração, nascida em
plena Guerra Fria, e que viveu os “anos rebeldes’’ – a
década de 1960. Na França, em 1968, os estudantes
protestaram contra as reformas educacionais, além de
pedirem maior liberdade, criticando abertamente o
conservadorismo.
Corrida espacial – as pesquisas espaciais tiveram
destacado papel na tensão entre Estados Unidos e
URSS, transformando a eficiência tecnológica em uma
importante arma político-ideológica. A corrida espacial
começou em 4 de outubro de 1957, quando foi lançado
o primeiro satélite em órbita da Terra pela União
Soviética, o Sputnik-1. A competição aumentou
quando os soviéticos, um mês depois do Sputnik-1,
enviaram o Sputnik-2. Em 1961 a URSS comemorou o
primeiro vôo tripulado, transformando Iúri Gagárin no
primeiro astronauta da história. Apenas em 20 de julho
de 1969, os norte-americanos conseguiram impor-se,
enviando a Apolo-11, com os primeiros astronautas, à
Lua.
Fim da União Soviética
Em 1991, em meio a uma grave crise do que se passou
a chamar “socialismo real”, a União Soviética deixava
oficialmente de existir. Era mais um fato de uma época
de mudanças radicais – queda do Muro de Berlim,
reunificação da Alemanha, queda dos regimes de
esquerda do Leste Europeu etc.
No final dos anos 80, o presidente soviético Mikhail
Gorbachev estava ciente dos problemas que o país
atravessava e decidiu adotar dois conjuntos de
reformas. A Perestroika, ou Reestruturação, visava a
mudar as condições econômicas do Estado – na
realidade, permitia a volta da propriedade privada e do
capitalismo. Já a Glasnost, ou Transparência, tinha
como objetivo mudar a estrutura política e abrir
caminho para o surgimento de mecanismos de
expressão democrática. Gorbachev queria diminuir a
burocracia e a corrupção, que eram alarmantes nos
órgãos estatais naquela época.
As guerras do Golfo Pérsico
Guerra Irã-Iraque (1980-88): vitória militar não
conclusiva do Iraque. Amos os países se debilitaram
Guerra do Kuwait (1990-91): o Iraque foi obrigado a
retirar-se do Kuwait pela Operação Tempestade no
Deserto liderada pelos EUA.
Guerra anglo-americana contra o Iraque (2003):
ocupação anglo-americana do Iraque, dissolução do
regime de Saddam Hussein.
Exercícios de Sala
1. Em 6 de junho de 1944, a Europa começou a se
render aos Estados Unidos da América, iniciando o
período da "Pax Americana" (sem os americanos, não
haveria Dia D). Apesar do nome "pax", os últimos 50
anos foram uma época recheada de "pequenas guerras"
–[ ... ] o mesmo havia acontecido com a mais famosa
"Pax Romana". Roma, gestora da chamada Civilização
Ocidental, soube resistir a invasões bárbaras, mantendo
as características básicas da civilização que chegou aos
brasileiros pós-1500. (BONALUME NETO, p. 2)
Indique as proposições que confirmam o conteúdo do
texto anterior:
01. As alianças político-militares representadas pela
OTAN e pelo Pacto de Varsóvia configuraram o
esforço americano no sentido da preservação da paz
mundial.
02. Assim como os romanos, durante a vigência da sua
Pax, tiveram que enfrentar os ataques bárbaros, os
americanos rechaçaram os ataques de Hitler, o
"bárbaro" moderno.
04. Após a Segunda Grande Guerra, ocorreu a
redefinição da ordem mundial, com a hegemonia
dos Estados Unidos no bloco capitalista e o declínio
da influência política, econômica e cultural da
Europa.
08. As "pequenas guerras" empreendidas pelos Estados
Unidos, na Coreia, no Vietnã, no Afeganistão e no
Golfo Pérsico, evidenciam o caráter contraditório
da Pax Americana.
16. A Pax Americana dependia da aquiescência da
Alemanha, que passou a reivindicar áreas coloniais
e a contestar a hegemonia internacional anglo-
americana.
32. Os acordos entre Estados Unidos e União Soviética
dão origem à política de Coexistência Pacífica, de
resultados mais aparentes que reais e permanente
competição militar.
2. No período imediatamente após a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), ocorre o(a):
01. estabelecimento da bipolaridade nas relações
internacionais, com os Estados Unidos e a União
Soviética liderando os blocos capitalistas e
socialistas, respectivamente.
02. declínio da Europa como centro do poder mundial,
de que a descolonização afro-asiática foi exemplo
marcante.
04. criação da Organização das Nações Unidas, em
cujo Conselho de Segurança manifesta-se o
Inclusão para a Vida História A
Pré-Vestibular da UFSC 24
princípio de absoluta igualdade entre os Estados
participantes.
08. refluxo no processo de expansão socialista, em
parte determinado pelo fracasso militar soviético
durante a guerra.
Tarefa Mínima
3. No início da década de 60, o arsenal nuclear à
disposição das grandes potências era suficiente para
destruir a humanidade, caso fosse utilizado em uma
situação de confronto. Ao assumir o governo, o
Presidente Kennedy (1961-63) defendeu a substituição
da política externa norte-americana de confronto por
uma de entendimento com a URSS, cujo objetivo era o
desarmamento gradual das duas superpotências. Esse
programa do governo Kennedy foi conhecido como:
a) Doutrina Drago.
b) Doutrina Monroe.
c) Corolário Roosevelt
d) Nova Fronteira.
e) Política de Boa Vizinhança.
4. Não é característica da Guerra Fria:
a) confronto ideológico que pressupõe equilíbrio
nuclear entre as potências.
b) polarização do mundo em dois blocos político-
militares.
c) distensão política e alinhamento internacional entre
E.U.A. e U.R.S.S.
d) desconfiança entre americanos e soviéticos e disputa
de áreas de influência.
e) criação das alianças militares O.T.A.N. e Pacto de
Varsóvia.
5. As duas Guerras Mundiais, marcadas pelo
expansionismo europeu, deixaram consequências
profundas. A implosão do Império Soviético está
contribuindo para frear o perigoso confronto Leste-
Oeste. O cotidiano europeu, no entanto, ainda
apresenta cenas sombrias. A Guerra Civil na ex-
Iugoslávia, entremeada da brutalidade que gera
indignação, tem raízes remotas e profundas porque:
a) expressa ressentimentos étnico-nacionalistas e
diferenças culturais nos Bálcãs.
b) o Pacto Nazista-Soviético colocou os Estados do
Báltico sob domínio russo.
c) o colapso do comunismo abriu caminho para a
transição capitalista bem sucedida.
d) na federação multinacional iugoslava, o comunismo
foi edificado sobre base camponesa, e não operária.
e) o Tratado de Paz, que consagrou o desmembramento
do Império Austro-Húngaro, pôs fim ao velho
antagonismo que dera origem à Primeira Guerra
Mundial.