UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO INFANTIL EM CRECHES, NO AMBITO DA
ADMINISTRAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR
Alessandra Felix dos Reis Costa
ORIENTADORA: Professora MS Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro 2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO INFANTIL EM CRECHES, NO AMBITO DA
ADMINISTRAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR
Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes- Instituto a Vez do Mestre como requisito parcial para obtenção de especialista em Administração e Supervisão Escolar.
Por Alessandra Felix dos Reis Costa
Rio de Janeiro
2011
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DEDICATÓRIA
Carinhosamente, dedico este monografia, a
todas as pessoas que lutam com muita
dignidade para vencerem desafios.
Que sofrem com as decepções e as
dificuldades que surgem no dia a dia, mas, que
encontram na fé em Deus e na determinação,
forças para nunca desistirem de seus sonhos e
objetivos.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus familiares e amigos, pelo
carinho, amor incondicional, e por
compreenderem minha ausência, nos
momentos que se fizeram necessário.
Aos professores, que moldaram meus
conhecimentos, pelo caminho do saber.
Á Deus agradeço, por ter me dado forças para
não desistir de meus objetivos.
Agradeço por ter me permitido concluir este
trabalho com dedicação, paciência e
sabedoria, buscando sempre adquirir mais
conhecimento, para levar comigo nesta certa e
vindoura jornada que me espera. A dos
profissionais da área da Educação.
5
EPÍGRAFE
“Instrui o menino no caminho em que deva
andar; e até quando envelhecer não se
“desviará dele.”
Provérbios 22:6.
“Eduquemos meninos e não será necessário
castigar aos homens” Pitágoras
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RESUMO
A Educação Infantil no Brasil funciona em creches, pré-escolas, ou
núcleos de Educação Infantil como também em salas anexas a escolas de
Ensino Fundamental que atendem crianças de 0 até 6 anos de idade.
A expressão educação infantil e sua concepção com primeira etapa
da educação básica está agora na lei maior da educação do país, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), sancionada em 20 de
dezembro de 1996. A inserção da educação infantil na educação básica, como
sua primeira etapa, é o reconhecimento de que a educação começa nos
primeiros anos de vida e é essencial para o cumprimento de sua finalidade.
O supervisor faz a transposição da teoria para a prática escolar,
reflete sobre o trabalho em sala de aula, estuda e usa as teorias para
fundamentar o fazer e o pensar dos docentes. Um bom supervisor deve
apresentar em seu perfil as seguintes características: auxiliador, orientador,
dinâmico, acessível, eficiente, produtivo, apoiador, inovador, integrador,
cooperativo, criativo, colaborador, seguro, incentivador, atencioso, e amigo.
A construção de uma Proposta Pedagógica partiu de um repensar
sobre a prática educativa desenvolvida, buscando um embasamento teórico e
um planejamento da ação educativa. Procurando considerar algo que atende
famílias de diferentes classes sociais, raças e escolaridade e desencadeado
um trabalho que conte com a participação dos integrantes da comunidade da
escola infantil: professores, supervisores, pais e crianças.
Palavras-chave: educação infantil, supervisor escolar, proposta pedagógica.
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METODOLOGIA
A monografia tem por base metodológica a pesquisa bibliográfica,
sendo baseada na literatura, revistas científicas e especializadas, imprensa
escrita, e legislação vigente, na área da Educação.
Também foram feitas pesquisa na internet, buscando artigos
científicos, trabalhos acadêmicos, e produções independentes, sempre com a
preocupação de confrontar os dados relatados a fonte do trabalho; E assim
poder definir os assuntos de maior relevância a ser abordado nesta monografia
Trabalhando em creche também pude observar, in loco, as ações do
supervisor escolar, no dia a dia e uma instituição de ensino.
Tendo por objetivo contribuir para a qualidade do ensino na
formação de profissionais competentes e compromissados com uma atuação
voltada para a melhoria do ensino e aprendizagem, necessária para a
transformação social, realizou-se esta pesquisa no sentido de ampliar a visão
de conhecimento sobre a função que deve desempenhar o supervisor escolar
em creches.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I – Definição de Conceitos 11 CAPÍTULO II- Importância da Educação Infantil 16 CAPÍTULO III- A relação creche-família 25 CAPÍTULO IV- O papel da supervisão na Educação Infantil 30 CAPÍTULO V- Proposta pedagógica para Creche 36 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA 44 ÍNDICE 48 FOLHA DE AVALIAÇÃO 50
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INTRODUÇÃO
O trabalho dos profissionais da educação infantil em creches é
traduzir o novo processo pedagógico em cursos na sociedade mundial, elucidar
a quem ele serve explicitar suas contradições e, com base nas condições
concretas dadas, promover necessárias articulações para construir alternativas
que ponham a educação democrática, para desenvolver o trabalho idealizado.
O supervisor precisa ser um constante pesquisador, é necessário
que ele antecipe conhecimentos para grupos de auxiliadores. O supervisor faz
a transposição da teoria para a prática escolar, reflete sobre o trabalho em sala
de aula, estuda e usa a teoria para fundamentar seu trabalho.
Um bom supervisor deve apresentar em seu perfil a seguinte
característica: Auxiliador orientador dinâmico, eficiente, capaz, produtivo,
apoiador, inovador, integrador, cooperativo, facilitador, criativo, interessado,
colaborador, seguro, incentivador, atencioso, atualizado, com conhecimento e
amigo.
O papel social da educação infantil em creches e a supervisão
escolar passam então a ser uma ferramenta de atuação tem como princípio o
fazer, o agir, o movimentar, o envolver-se, o modificar e para isso é necessário
que esteja firmado em nossa ausência e querer moldar pessoas. Os
pequeninos vêm para nós como folha em brancos onde muito de nós irei fazer
parte de suas histórias e porque não dizer, fazer a própria diferença em seu
futuro.
Como é possível observar, a educação é uma tarefa e um encargo
coletivo no mundo de hoje. O trabalho oferecido nas creches, para uma melhor
qualidade de atendimento, de forma que não aja diferenciação entre as
unidades é: Prestar apoio, supervisionar, incentivar constantemente toda a
10 técnica, observando os resultados. Sendo respeitada a individualidade de cada
criança.
É preciso estar em um processo de simbiose onde passemos a
sentir o que nossos pequeninos sentem e compreender como podemos ser
instrumento de ajuste social no contexto que se apresenta na creche. Isto só é
possível se estivemos imbuídos de um espírito de altruísmo, já que nem
sempre a supervisão terá a seu dispor a estrutura necessária pra desenvolver
seus projetos e suas metas.
Logo chegamos ao entendimento que precisamos ser realmente
apaixonados por gente, amar as pessoas verdadeiramente, onde todo o
professor, educador, supervisor, gestor, precisa dessa característica. O
segredo do sucesso esta em ouvir os educandos em suas dificuldades e
necessidades, buscar estabelecer entre educando e educadores um canal de
comunicação que visse dar a eles a condição de serem ouvidos.
Procurar trazer a família a participar dos projetos a serem
desenvolvidos na creche, criando assim uma parceria entre creche e
comunidade. O papel hoje de uma creche é formar crianças fortalecidas,
orgulhosa do seu saber, emocionalmente corretas e solidárias com o mundo.
Então o supervisor pode estar ajudando muito neste sentido, desde
que todos os desenvolvidos contribuam com sua parcela de ajuda
comprometendo-se com o desenvolvimento social, educacional e familiar de
todos os educadores. Não podemos vislumbrar como nossas ações afetaram
todos que rodeiam ou que sonha com a educação infantil em creches mais
justas e mais humanas.
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CAPÍTULO I
CONCEPÇÃO DE CRIANÇA E DE PEDAGOGIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A criança é um sujeito social e histórico que está inserido em uma
sociedade na qual partilha de uma determinada cultura. É profundamente
marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também contribui com
ele (BRASIL, 1994a). A criança, assim, não é uma abstração, mas um ser
produtor e produto da história e da cultura (FARIA, 1999).
Olhar a criança como ser que já nasce pronto, ou que nasce vazio e
carente dos elementos entendidos como necessários à vida adulta ou, ainda, a
criança como sujeito conhecedor, cujo desenvolvimento se dá por sua própria
iniciativa e capacidade de ação, foram, durante muito tempo, concepções
amplamente aceitas na Educação Infantil até o surgimento das bases
epistemológicas que fundamentam, atualmente, uma pedagogia para a
infância. Os novos paradigmas englobam e transcendem a história, a
antropologia, a sociologia e a própria psicologia resultando em uma perspectiva
que define a criança como ser competente para interagir e produzir cultura no
meio em que se encontra.
Essa perspectiva é hoje um consenso entre estudiosos da
Educação Infantil, a interação a que se referem os autores não é uma interação
genérica. Trata-se de interação social, um processo que se dá a partir e por
meio de indivíduos com modos histórica e culturalmente determinados de agir,
pensar e sentir, sendo inviável dissociar as dimensões cognitivas e afetivas
dessas interações e os planos psíquico e fisiológico do desenvolvimento
decorrente (VYGOTSKI, 1986 e 1989).
12 Nessa perspectiva, a interação social torna-se o espaço de
constituição e desenvolvimento da consciência do ser humano desde que
nasce (VYGOTSKI, 1991). Muitas vezes vista apenas como um ser que ainda
não é adulto, ou é um adulto em miniatura, a criança é um ser humano único,
completo e, ao mesmo tempo, em crescimento e em desenvolvimento.
É um ser humano completo porque tem características necessárias
para ser considerado como tal: constituição física, formas de agir, pensar e
sentir. É um ser em crescimento porque seu corpo está continuamente
aumentando em peso e altura. É um ser em desenvolvimento porque essas
características estão em permanente transformação.
As mudanças que vão acontecendo são qualitativas e
quantitativas— o recém-nascido é diferente do bebê que engatinha, que é
diferente daquele que já anda, já fala, já tirou as fraldas. O crescimento e o
desenvolvimento da criança pequena ocorrem tanto no plano físico quanto no
psicológico, pois um depende do outro.
Embora dependente do adulto para sobreviver, a criança é um ser
capaz de interagir num meio natural, social e cultural desde bebê. A partir de
seu nascimento, o bebê reage ao entorno, ao mesmo tempo em que provoca
reações naqueles que se encontram por perto, marcando a história daquela
família. Os elementos de seu entorno que compõem o meio natural (o clima,
por exemplo), social (os pais, por exemplo) e cultural (os valores, por exemplo)
irão configurar formas de conduta e modificações recíprocas dos envolvidos.
Muitas vezes vista apenas como um ser que ainda não é adulto, ou
é um adulto em miniatura, a criança é um ser humano único, completo e, ao
mesmo tempo, em crescimento e em desenvolvimento. É um ser humano
completo porque tem características necessárias para ser considerado como
tal: constituição física, formas de agir, pensar e sentir. É um ser em
crescimento porque seu corpo está continuamente aumentando em peso e
13 altura. É um ser em desenvolvimento porque essas características estão em
permanente transformação. Embora dependente do adulto para sobreviver, a
criança é um ser capaz de interagir num meio natural, social e cultural desde
bebê. A partir de seu nascimento, o bebê reage ao entorno, ao mesmo tempo
em que provoca reações naqueles que se encontram por perto, marcando a
história daquela família.
Crianças expostas a uma gama ampliada de possibilidades
interativas têm seu universo pessoal de significados ampliado, desde que se
encontrem em contextos coletivos de qualidade. Essa afirmativa é considerada
válida para todas as crianças, independentemente de sua origem social,
pertinência étnico-racial, credo político ou religioso, desde que nascem.
Aliar uma concepção de criança à qualidade dos serviços
educacionais a ela oferecidos implica atribuir um papel específico à pedagogia
desenvolvida nas instituições pelos profissionais de Educação Infantil. Captar
necessidades que bebês evidenciam antes que consigam falar, observar suas
reações e iniciativas, interpretar desejos e motivações são habilidades que
profissionais de Educação Infantil precisam desenvolver, ao lado do estudo das
diferentes áreas de conhecimento que incidem sobre essa faixa etária, a fim de
subsidiar de modo consistente as decisões sobre as atividades desenvolvidas,
o formato de organização do espaço, do tempo, dos materiais e dos
agrupamentos de crianças.
Pesquisas realizadas desde a década de 1970 (HARDY; PLATONE;
STAMBACK, 1991) enfatizam que todas as crianças podem aprender, mas não
sob qualquer condição. Antes mesmo de se expressarem por meio da
linguagem verbal, bebês e crianças são capazes de interagir a partir de outras
linguagens (corporal, gestual, musical, plástica, faz-de-conta, entre outras)
desde que acompanhadas por parceiros mais experientes.
14 Apoiar a organização em pequenos grupos, estimulando as trocas
entre os parceiros; incentivar a brincadeira; dar-lhes tempo para desenvolver
temas de trabalho a partir de propostas prévias; oferecer diferentes tipos de
materiais em função dos objetivos que se tem em mente; organizar o tempo e o
espaço de modo flexível, são algumas formas de intervenção que contribuem
para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças.
As iniciativas dos adultos favorecem a intenção comunicativa das
crianças pequenas e o interesse de umas pelas outras, o que faz com que
aprendam a perceber-se e a levar em conta os pontos de vista dos outros,
permitindo a circulação das idéias, a complementação ou a resistência às
iniciativas dos parceiros. A oposição entre parceiros, por exemplo, incita a
própria argumentação, a objetivação do pensamento e o recuo reflexivo das
crianças. (MACHADO, 1998).
Ao se levar em conta esses aspectos, não se pode perder de vista a
especificidade da pedagogia da Educação Infantil, como afirma Rocha (1999):
Enquanto a escola tem como sujeito o aluno, e como objeto fundamental o
ensino nas diferentes áreas através da aula; a creche e a pré-escola têm como
objeto as relações educativas travadas num espaço de convívio coletivo que
tem como sujeito a criança de 0 até 6 anos de idade.
É importante destacar que essas relações educativas, na instituição
de Educação Infantil são perpassadas pela função indissociável do
cuidar/educar, tendo em vista os direitos e as necessidades próprios das
crianças no que se refere à alimentação, à saúde, à higiene, à proteção e ao
acesso ao conhecimento sistematizado.
Este último aspecto torna-se especialmente relevante no caso das
creches no Brasil, onde em muitas delas ainda predomina um modelo de
atendimento voltado principalmente à alimentação, à higiene e ao controle das
15 crianças, como demonstra a maioria dos diagnósticos e dos estudos de caso
realizados em creches brasileiras (CAMPOS; FULLGRAF; WIGGERS, 2004).
Da mesma forma que defendemos uma perspectiva educacional
que respeite a diversidade cultural e promova o enriquecimento permanente do
universo de conhecimentos, atentamos para a necessidade de adoção de
estratégias educacionais que permitam às crianças, desde bebês, usufruírem
da natureza, observarem e sentirem o vento, brincarem com água e areia,
atividades que se tornam especialmente relevantes se considerarmos que as
crianças ficam em espaços internos às construções na maior parte do tempo
em que se encontram nas instituições de Educação Infantil.
Criando condições para que as crianças desfrutem da vida ao ar
livre, aprendam a conhecer o mundo da natureza em que vivemos,
compreendam as repercussões das ações humanas nesse mundo e sejam
incentivadas em atitudes de preservação e respeito à biodiversidade,
estaremos difundindo uma concepção de educação em que o ser humano é
parte da natureza e não seu dono e senhor absoluto (TIRIBA, 2005).
16
CAPÍTULO II
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
As instituições de Educação Infantil destinam-se às crianças,
brasileiras e estrangeiras, sem distinção de gênero, cor, etnia, proveniência
social, credo político ou religioso, com ou sem necessidades especiais.
Cabe às gestoras e aos gestores das instituições de Educação
Infantil permitirem a matrícula ao longo de todo o ano letivo, sempre que
houver vaga disponível. Entretanto, matricular ou não uma criança de 0 até 6
anos na instituição de Educação Infantil é um ato de livre vontade das mães e
dos pais e/ou responsáveis pelas crianças.
A Educação Infantil “tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança até 6 anos de idade em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (art.
29 da LDB). A Política Nacional de Educação Infantil parte dessa finalidade
para estabelecer como uma de suas diretrizes a indissociabilidade entre o
cuidado e a educação no atendimento às crianças da Educação Infantil
(BRASIL, 2005a).
No Brasil, a partir da década de 1980, no auge do processo de
redemocratização do país, o campo da Educação Infantil ganhou um grande
impulso, tanto no plano das pesquisas e do debate teórico quanto no plano
legal, propositivo e de intervenção na realidade.
A Educação Infantil no nosso país vem a mais de uma década
expandindo-se e ganhando expressão. Isto se dá em vista de muitas
17 discussões, integrações e interpretações de novas definições legais sobre a
Educação Infantil, falamos aqui da Constituição Federal de 1988, Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, Estatuto da Criança e
Adolescente de 1990 e a Lei Orgânica da Assistência Social de 1993.
Estas leis estabelecem e garantem a toda criança de zero a seis
anos de idade o direito a Educação Infantil em creches e pré-escolas.
A Constituição de 1980 doutrina a criança como sujeito de direito,
legaliza e define que os pais, a sociedade e o poder público têm que respeitar e
garantir os direitos das crianças definidos no artigo 227 que diz:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e
ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência
e opressão. Isto posto, nem o poder público nem sociedade civil podem tratar a
criança como bem entenderem, mas sim como cidadão em desenvolvimento.
A Constituição Federal ainda define que trabalhadores (homens e
mulheres) têm direito à assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até os seis anos de idade em creches e pré-escolas (art. 7°/XXV)
e, em seu artigo 208, inciso IV, o dever do Estado com a educação será
efetivada mediante a garantia de “atendimento em creches e pré-escolas às
crianças de zero a seis anos de idade”.
Ressalta-se também a presença no texto constitucional do princípio
da igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, avanços
fundamentais na perspectiva da qualidade e da ampliação dos direitos da
criança independentemente de sua origem, raça, sexo, cor, gênero ou
necessidades educacionais especiais.
18 Isto significa que o ingresso de crianças em creches e pré-escolas
é um direito da criança e também de seus pais e deve ser em instituições de
caráter educacional e não assistencial como vimos muitas vezes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, lei federal n° 8.069/1990
(ECA) explicita muito bem cada um dos direitos da criança e do adolescente
bem como os princípios norteadores às políticas de atendimento. Determina a
criação dos Conselhos da Criança e do Adolescente e dos Conselhos
Tutelares.
O Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente devem traçar
as diretrizes políticas e o Conselho Tutelar deve zelar pelo respeito aos direitos
das crianças e dos adolescentes, entre outros o direito à educação, que para a
criança entre zero e seis anos incluirá o direito a creche e pré - escola.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB, regulamenta em seu
artigo 21/1 da educação básica, e que tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade (art.29).
Entendemos que as creches e pré-escolas têm uma função de
complementar e não de substituir a família como na maioria das vezes é
entendido. Juntas, família, escola e comunidade poderão oferecer o que a
criança necessita para o seu pleno desenvolvimento e para a sua felicidade.
Com essas leis que acabei de citar avançaram também o empenho
teórico-científico para a elucidação dos conceitos e da prática pedagógica, às
ações técnicas administrativas com investimentos públicos e as da sociedade
civil organizada.
19
Para SABINI (1993) a Infância é um período especial do
desenvolvimento. Durante séculos não se atribuía direito à infância, ela era,
simplesmente, algo a margem da família, considerada como um vir a ser. Só
era considerado sujeito quando chegava à idade da razão (ARROIO, 1994).
Os primeiros anos de vida são anos verdadeiramente de educação.
Segundo as ciências que estudam o desenvolvimento infantil, a construção da
inteligência e a aquisição da aprendizagem, bem como a aquisição de
habilidades, de valores e das atitudes, são desenvolvidas nesta fase e servem
para toda a vida.
Sabemos que as creches na sua implantação serviam como espaço
de cuidado das crianças enquanto seus pais trabalhavam em atividades extra-
domiciliares para garantir o sustento de suas famílias e que felizmente as
disposições constitucionais trouxeram para os sistemas de ensino
precisamente por causa do seu papel educacional.
Entre 1994 e 1996, o MEC realizou vários seminários e debates, com
a participação de diferentes segmentos e organizações sociais, buscando
contribuir para a construção de uma nova concepção para a educação das
crianças de 0 até 6 anos. As discussões realizadas nesses eventos deram
origem a uma série de publicações que contaram com a colaboração de muitos
professores e pesquisadores, configurando uma produção intensa e rara entre
profissionais ligados à universidade e profissionais com responsabilidades
executivas.
Dois desses trabalhos merecem destaque por enfocarem diretamente
a questão da qualidade na Educação Infantil. O primeiro foi o documento sobre
critérios de qualidade, que compunha um conjunto formado também por um
20 cartaz contendo os 12 critérios para a unidade creche e por um vídeo – Nossa
creche respeita criança – acompanhado de um folheto com sugestões para
discussão em grupos de formação. Seu conteúdo baseou-se em uma
experiência de assessoria e intervenção em creches conveniadas do município
de Belo Horizonte, que contou com a parceria de diversas instituições e de
órgãos da prefeitura. Reflete, assim, a realidade encontrada nessas
instituições, que pela primeira vez contavam com uma supervisão sistemática
da prefeitura.
Procurou abordar os problemas concretos observados nessas
creches e as dificuldades que as equipes de educadoras sem formação
enfrentavam em seu cotidiano, comum à maioria das instituições que atendem
crianças pequenas das classes populares pelo país afora. O segundo foi um
estudo sobre propostas pedagógicas e currículo que realizou um levantamento
nacional dos documentos elaborados por secretarias estaduais e de municípios
de capital, desenvolvendo uma metodologia de análise e avaliação desses
documentos e fornecendo um modelo orientador para a elaboração e a
implementação de propostas pedagógicas ou curriculares para unidades ou
sistemas de educação infantil, (BRASIL, 1996).
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº
9.394/96) foi promulgada, contribuindo de forma decisiva para a instalação no
país de uma concepção de Educação Infantil vinculada e articulada ao sistema
educacional como um todo. Na condição de primeira etapa da Educação
Básica, imprime-se uma outra dimensão à Educação Infantil, na medida em
que passa a ter uma função específica no sistema educacional: a de iniciar a
formação necessária a todas as pessoas para que possam exercer sua
cidadania.
Por sua vez, a definição da finalidade da Educação Infantil como
sendo o “desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade, em seus
21 aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade” evidencia a necessidade de se tomar a criança como
um todo para promover seu desenvolvimento e implica compartilhamento da
responsabilidade familiar, comunitária e do poder público. A avaliação na
Educação Infantil é definida a partir dessa concepção de desenvolvimento
integrado, e assim deve ser processual acontecendo de forma sistemática e
contínua. Seu acompanhamento e registro têm objetivos de diagnóstico e não
de promoção ou retenção, exigindo a redefinição das estratégias
metodológicas utilizadas com as crianças de 0 até 6 anos de idade.
Em decorrência da inserção da Educação Infantil na Educação
Básica, a formação exigida para o profissional que atua com essa faixa etária
passa a ser a mesma daquele que trabalha nas primeiras séries do Ensino
Fundamental: nível superior em curso de licenciatura, admitindo-se, como
formação mínima, a oferecida em nível médio na modalidade normal.
Considerando que o professor tem um papel extremamente
importante na garantia da qualidade do trabalho realizado na educação, além
de tratar da formação inicial dos profissionais de Educação Infantil, a LDB
estabelece que os sistemas promoverão a valorização desses profissionais,
assegurando-lhes nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do
magistério público, ingresso exclusivamente por concurso de provas e títulos,
formação continuada, piso salarial profissional, progressão funcional, período
reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga horária, e
condições adequadas de trabalho.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação trouxe ao princípio jurídico
o sentido dinâmico do princípio equalizador, seja indicando ações para superar
as desigualdades sociais, seja para estabelecer critérios com objetivos de dar
oportunidades iguais às pessoas.
22
A Educação Infantil organiza-se em creches e pré-escola de forma
que dos zero aos três anos e onze meses haja uma articulação de políticas
sociais que acompanhadas pela educação integram, social e cultural
oportunizando as mais diversas formas de expressão e construção do
conhecimento e para as crianças de quatro e seis anos haja uma progressiva e
prazerosa articulação das atividades de comunicação, ludicidade com um
ambiente letrado no qual desenvolvimento, socialização e construção da
identidade singulares, afirmativas protagonistas das próprias ações, possam
relacionar-se gradualmente (ASSIS, R. parecer de 22/98/ CNE). Atendendo
assim um princípio do Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil que
é o binômio cuidar/educar.
Ao definir que a Educação Infantil é a primeira etapa da educação
básica a LDB, ressignificou o ensino e, por outro lado deixou grandes lacunas
no que diz respeito a garantias de recurso para esta fase da educação que
certamente complementa a ação da família e da sociedade, no que tange o
pleno desenvolvimento da criança pequena.
Os esforços da sociedade para amparar a infância tem sido
significativos, especialmente no tocante a criação de creches, mas mesmo
assim têm sido insuficiente para atender a real demanda ou necessidade das
famílias, especialmente aquelas que se encontram em situação de
vulnerabilidade ou risco social.
A Constituição Federal define e deixa claro a responsabilidade do
poder público para com a educação de crianças de zero a seis anos em
creches e pré-escolas, vem então a LDB e transfere essa responsabilidade
para os municípios (art.11), que na maioria das vezes não tem orçamento para
tanto, aliás, a maioria atende precariamente o ensino fundamental que é
obrigatório.
Frente a estas questões podemos destacar que muitas leis e
tratados foram aprovados, mas precisam ser implementados, precisam ser
23 inseridos na realidade concreta do dia a dia. A legislação por si só não garante
as mudanças sociais. Segundo BOBLIO vive-se na sociedade contemporânea
um grave problema com relação aos direitos, uma vez que a questão não é
elaborar declarações cada vez mais específicas e detalhadas, mas sim como
viabilizar a proteção desses direitos.
Tais reflexões permitem afirmar que pouco tem sido feito para mudar
efetivamente a dura realidade da situação de muitas crianças. É necessário o
desenvolvimento de uma política social que interfira nesse contexto,
combatendo a exclusão econômica, cultural e social.
É preciso entender que é nos primeiros anos de vida que a criança
aprende a aprender. É quando o cérebro humano estrutura seu raciocínio,
portanto investir na primeira infância é um ato inteligente de um bom
administrador e um passo estratégico para melhoria da Educação em nosso
país.
Nossas crianças precisam viver a infância em ambientes
enriquecedores que favoreçam o brincar, o descobrir, o aprender, nos quais
possam interagir com brinquedos e objetos do conhecimento físico e social, me
refiro aqui, principalmente, a crianças com idade entre zero e seis anos.
Aos poucos a Educação Infantil está sendo implementada em nosso
país, porém com muito pouco recurso até o momento. Precisamos de práticas
específicas para esta faixa etária. Se por um lado o Brasil pode comemorar
conquistas legais para a Educação Infantil por outro precisa também tomar
iniciativas que tornem concretos esses ideais.
É importante reafirmar que a história da construção de uma
Educação Infantil de qualidade no Brasil já percorreu muitos caminhos, já
24 contou com muitos protagonistas, já alcançou resultados significativos e já
identificou obstáculos a serem superados.
Aprender com essa história e retomá-la, nesse momento, é a tarefa
que nos aguarda em mais essa etapa de um processo dinâmico e coletivo.
Para tanto, faz-se necessário obter consensos a serem sempre revistos e
renovados, de forma democrática, contemplando as necessidades sociais em
constante mudança e incorporando os novos conhecimentos que estão sendo
produzidos sobre as crianças pequenas, seu desenvolvimento em instituições
de Educação Infantil, seus diversos ambientes familiares e sociais e suas
variadas formas de expressão.
Na última década do século XX, o discurso sobre a qualidade da
educação ocupou um espaço significativo no debate educacional e direcionou
políticas implantadas no quadro das reformas educacionais nos diversos
países. Sucedendo a um período de significativa expansão de matrículas na
Educação Básica, com a crescente presença de alunos das classes populares
nas escolas.
No Brasil, iniciativas nesse sentido têm sido realizadas por
administrações municipais que adotaram a concepção de “qualidade social” e
por grupos que militam na área educacional. Um dos exemplos é a Consulta
sobre qualidade da educação na escola (2002), pesquisa realizada em dois
estados brasileiros com apoio da Campanha Nacional pelo Direito à Educação,
que procurou ouvir o que diretores, professores, funcionários, alunos, pais e
pessoas da comunidade pensam sobre qualidade da escola.
Outro exemplo é o projeto Indicadores da Qualidade na Educação
(2004), realizado por Ação Educativa, Unicef, PNUD e Inep, com participação
ampla, que buscou desenvolver um instrumento flexível para ajudar a
comunidade escolar a avaliar e a melhorar a qualidade da escola.
25
CAPÍTULO III
A RELAÇÃO CRECHE-FAMÍLIA
Apesar das transformações ocorridas no papel social do homem e
da mulher, ainda continua na mentalidade das pessoas a idéia de que compete
somente à família o cuidado e a educação da criança. Isso se reflete na
relutância por arte da família ao decidir colocar seu filho na creche (OLIVEIRA
et al., 2001).
Para estes autores, o dilema é ainda maior para a mãe, visto que ela
é ensinada desde pequena a valorizar a maternidade, onde deve acompanhar
com zelo o crescimento e desenvolvimento de seus filhos. Devido a esta
função atribuída à mulher mãe, existe sempre um sentimento de culpa, quando
algo não vai bem com o bebê ou quando necessita compartilhar com outros
uma função que julga ser sua.
Muitas vezes, a creche e a família travam verdadeira luta para
determinar qual das duas está tendo maior competência em relação à
educação e cuidados dispensados às crianças. Esta conduta é prejudicial a
todos os atores envolvidos neste processo: família, educadores e
principalmente a criança.
A abertura da creche para a participação da família significa
reconhecer que ela é um dos contextos em que ocorre o desenvolvimento da
criança, que deve ser compartilhado com a família. Isto implica compartilhar os
sucessos e as dificuldades que se apresentam e, acima de tudo, compartilhar o
processo de cuidar e educar a criança em sua etapa de vida, visando o seu
crescimento e desenvolvimento saudável, formando cidadãos responsáveis
pelo seu viver em sociedade.
26
Para a participação da família, como parte do planejamento e
realização de suas atividades, deve desenvolver um trabalho de preparo tanto
dos profissionais como das famílias.
Para isso faz-se necessária uma inter-relação no cotidiano dessas
duas instituições, por meio do diálogo e da cooperação mútua. Trabalhar com a
participação direta da família pode parecer tarefa complexa, pois a mãe pode
achar que o educador está cuidando melhor de outra criança do que de seu
filho e passa a tratá-lo de forma negativa, quando, então, o educador passa a
ver a mãe como pessoa ingrata.
Por outro lado, pode-se tornar difícil para a família saber que o
educador foi o primeiro a ver as novidades e conquistas realizadas por seu
filho, como o nascimento do primeiro dentinho, a primeira palavra, o primeiro
passo, o que gera sentimentos negativos como raiva, ciúme, inveja, culpa.
Estes sentimentos podem estar presentes na relação família/creche, sendo
necessário saber trabalhá-los para que não gerem desentendimentos,
julgamentos e grandes conflitos.
É fundamental que a educadora de creche se coloque como
profissional junto à família, porquanto ambas têm funções importantes e
diferentes na assistência a ser prestada à criança. A interação adequada e
harmônica dos profissionais de creche e da família só beneficiará este
processo, pois o bom relacionamento entre elas muito contribui para a eficácia
do trabalho a ser realizado com as crianças, relacionamento no qual as
dificuldades surgidas podem ser resolvidas mais facilmente, havendo maior
segurança nas decisões que são tomadas em relação a elas. Educador e
família estão ligados por afeto comum à criança; a creche é seu lugar de
desenvolvimento.
27
Para Hernandez & Morales (1997), a creche pode provocar diferente
impacto nas famílias que dela se utilizam e isto depende do contexto cultural de
cada família, ou seja, do seu estilo de vida, valores, costumes e hábitos.
Para pais que foram cuidados por suas mães, deixar seus filhos na
creche, aos cuidados de pessoa estranha do convívio familiar, pode tornar-se
conflitivo e estressante, provocando sentimentos de culpa e abandono. Para
este autor, independentemente das circunstâncias, a creche pode provocar
impacto positivo na família, desde que sejam levadas em conta a qualidade do
serviço que ela oferece e a relação harmoniosa entre os pais e as pessoas que
atendem a seus filhos.
Isto demonstra que esta instituição deve realizar um trabalho em
conjunto com a família, não querendo ser sua substituta, mas complemento.
Para que uma creche preste serviço de qualidade, ela deve respeitar as
características de cada criança e criar vínculo com a família.
A introdução da criança na creche pode ser considerada um rito de
passagem, que marca a primeira verdadeira separação da criança de seu
ambiente familiar e sua entrada no universo social. Trata-se de um momento
inicial de exercício da autonomia para ela, que vai aprendendo a governar-se.
Evidentemente, isso não acontece repentinamente: é um processo de apego e
separação. Alguns aspectos, ainda, são importantes destacar no que concerne
à vida na creche: a amizade que nasce entre as crianças inicia um processo de
disposição social, que está na base da colaboração e da comunicação; esse
novo relacionamento fornece à criança a possibilidade de ela se conhecer e
conhecer os outros e o mundo.
Estudos recentes nas creches confirmam que a interação entre pares
– desenvolvendo-se em uma relação de iguais – comporta, no plano cognitivo,
uma diversidade de informações e conhecimentos, bem como, no plano afetivo,
enfrentamentos e possibilidades de identificações diversas. Tais estudos,
28 realizados por meio de observações, demonstram que entre as crianças existe
colaboração, interesse pelos coetâneos, curiosidade intelectual e capacidade
de compartilhar a atenção.
As creches e os demais serviços integrados destinados aos três
primeiros anos de vida da criança, em virtude da grande experiência de
relacionamento, podem fornecer instrumentos importantes no sentido de
interpretar a cotidianidade familiar, pois trabalhadores e trabalhadoras das
creches já elaboraram sofisticadas competências, tornando-se hábeis no que
temos chamado de “arte do diálogo” com a família.
A importância do envolvimento de pais nesta fase é então auto-
explicativa: família e escola/creche, juntas, podem promover situações
complementares e significativas de aprendizagem e convivência que realmente
vão de encontro às necessidades e demandas das crianças e de ambas
instituições. Apesar de haver diferenças distintas entre as obrigações da família
e da escola, há também responsabilidades e objetivos comuns entre elas.
Criar condições, ambientes e atividades favoráveis para o
desenvolvimento da criança é um dos objetivos (e desejos) comuns de ambas
as instituições. A família e a escola dividem e partilham suas responsabilidades
no que diz respeito à educação e a socialização das crianças (Oliveira, 1999).
Desta forma, o envolvimento de pais na escola/creche é, atualmente,
considerado um componente importante e necessário para o sucesso das
crianças. Pais que estão envolvidos na escolaridade dos filhos desenvolvem
uma atitude mais positiva com relação à escola e com relação a si mesmos,
tornando-se mais ativos na sua comunidade e melhorando seu relacionamento
com os filhos.
A noção de parceria entre pais e creche constitui o cerne de qualquer
programa de participação dos pais na vida diária da instituição e tem sido
identificada como um componente essencial da reforma educativa, visando a
29 melhoria da qualidade da escola e a igualdade de oportunidades para todos,
incluindo os mais desfavorecidos.
A iniciativa, porém, parece ser delegada à instituição, oportunizando o
surgimento de laços de amizade, confiança, troca, ajuda e segurança até a
cisão do envolvimento com os pais. Muitas vezes, a iniciativa para o
envolvimento dos pais com a creche é desenvolvida sem levar em
consideração que ambos podem traçar metas semelhantes e que o que uma
parte faz pode compensar o que a outra não consegue fazer.
Por isso a creche não pode excluir a família do processo de
educação da criança, pois é a família que faz a primeira inserção da criança no
mundo social e objetivo, promovendo a aprendizagem da linguagem, de
hábitos, costumes, valores, padrões de comportamento e atitudes, ou seja, é a
família que promove a formação das estruturas básicas da personalidade e
identidade.
Portanto, quanto maior a continuidade do processo de interação da
creche com a família no decorrer da socialização secundária, maior será a
facilidade que a criança terá para aprender novos conteúdos, novas atitudes e,
principalmente, novas maneiras de aprender a aprender. Isto demonstra a
importância da interação harmônica que deve existir entre creche e família.
30
CAPÍTULO IV
O PAPEL DA SUPERVISÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
4.1- Breve Histórico
A biblioteca do escritor e professor Mário de Andrade, na segunda
metade da década de 1930, guardava uma coleção que pareceria estranha
para quem visitasse a casa do intelectual das letras naquela época: um acervo
com mais de mil desenhos produzidos por crianças.
O educador começou a coleção quando foi responsável pela criação
de parques infantis na cidade de São Paulo em 1935, ocasião em que ocupou
o cargo de chefe do Departamento de Cultura da prefeitura da capital paulista.
Neles, o escritor promovia concursos de desenhos e incentivava outras
atividades artísticas entre os pequenos.
Apesar do interesse e esforço isolados de educadores como Mário de
Andrade, a Educação Infantil levou muito tempo para se desvencilhar do
caráter que a pontuou desde o início: a assistência social. Essa demora foi de
quase um século – o primeiro jardim da infância foi inaugurado em 1895, em
São Paulo. Mudanças estruturais começaram somente na década de 1970,
quando o processo de urbanização e a inserção da mulher no mercado de
trabalho levaram a um aumento significativo na demanda por vagas em escolas
para as crianças de 0 a 6 anos.
Como não havia políticas bem definidas para o segmento, a
expansão de instituições de Educação Infantil nessa época foi desordenada e
31 gerou precarização no atendimento, feito, em geral, por profissionais sem
nenhuma formação pedagógica.
Muitos dos problemas que se colocam atualmente no exercício da
Supervisão pedagógica tem sua explicação na origem mesa da configuração
formal da função, “associada ao controle”. Embora tenhamos no Brasil rastros
da função supervisora desde o século XVI, com a influência dos Jesuítas, o
modelo de supervisão que teve a maior influencia no nosso pais, é a dos
Estados Unidos, que surgiu no século XVIII como inspeção Escolar, no auge do
processo da industrialização. Já na década de 70, a supervisão ganhou força e
contorno legal, num contexto nada favorável.
Sabe-se que a supervisão Educacional foi criada num contexto de
ditadura. Alei n 5.692/71 a institui como serviço específico da Escola de 1º e 2º
graus. A função era basicamente controladora, e correspondia a ditadura
escolar.
A introdução da supervisão Escolar Educacional traz para o interior
da escola a divisão social de trabalho, ou seja, a divisão entre os que pensam,
decidem, mandam, e os que executam; até então, o professor era, em muito
maior medida, o ator e autor de suas aulas, e a partir disto passa a ser
expropriado de seu saber, colocando-se entre ele e o seu trabalho a figura do
técnico.
Comprometido com a estrutura de poder burocratizada de onde
emana a fonte de sua própria autoridade individual, o supervisor escolar tende
a “idiotizar” o trabalho do professor porque, tal como na situação industrial, não
se pode confiar num operário de uma fabrica.
A incompetência do professor, era a garantia perversa da
continuidade da posição de supervisor, de vez que inviabiliza a discussão
32 sobre sua competência presumível e sobre a validade de sua contribuição
especifica.
E função dessa origem profissional ligada ao poder e controle
autoritários, há necessidade de o coordenador, que assume uma postura
diferenciada, conquistar a confiança dos educadores.
Em 1975, o Ministério da Educação começou a assumir
responsabilidades ao criar a Coordenação de Educação Pré-Escolar para
atendimento de crianças de 4 a 6 anos. Ainda assim, o governo continuou
promovendo, em paralelo, políticas públicas descoladas da Educação. Em
1977, foi criada, no Ministério da Previdência e Assistência Social, a Legião
Brasileira de Assistência (LBA), com o objetivo de coordenar o serviço de
diversas instituições independentes que historicamente eram responsáveis pelo
atendimento às crianças de 0 a 6 anos.
Essas instituições eram divididas em: comunitárias, localizadas e
mantidas por associações e agremiações de bairros; confessionais, mantidas
por instituições religiosas; e filantrópicas, relacionadas a organizações
beneficentes. A LBA foi extinta em 1995, mas o Governo Federal continuou a
repassar recursos para as creches por meio da assistência social.
Nesse mesmo período, se intensificou uma separação entre o
atendimento nas creches, de 0 a 3 anos, visto como algo destinado às
camadas populares, e a pré-escola, segmento voltado para as classes média e
alta.
As creches, totalmente financiadas pela assistência social, eram
vistas como uma alternativa de subsistência para crianças mais pobres e
estavam orientadas para cuidados em relação à saúde, higiene e alimentação.
Já a pré-escola passou a ser encarada como a porta de entrada das crianças
ricas na Educação.
33
4.2- Papel da Supervisão
A Coordenação ou supervisão pedagógica é a articuladora do
projeto político pedagógico de uma instituição de ensino, e captadora dos
meios para realizá-lo, criando métodos de análise para detectar a realidade e
gerar assim estratégias para agir, pois como afirma Silva (1985, p.68):
É o Supervisor Educacional um criador de cultura e de
aprendizagens não apenas intelectual e/ou técnica, mas também afetiva, ética,
social e política, que se questiona e questiona o circunstancial, definindo e
redefinindo propriedades em educação no momento histórico brasileiro.
A escola de Educação Infantil, não é mais a mesma, deixou para
trás o papel de cuidadora que assumiu por muito tempo, para assumir a
infância como uma etapa de crucial importância para o desenvolvimento
humano. Esta perspectiva exige mudanças na prática pedagógica, pois a
educação da primeira infância deve pautar-se principalmente pelo direito ao
conhecimento, a reflexão, a investigação, a estabelecer relações afetivas, a
agir com responsabilidade crescente em relação ao meio, a obter
conhecimento pessoal, a construir experiências físicas, sociais, lúdicas e a
expressá-las por meio de diferentes linguagens.
Neste sentido a prática supervisava se constitui num dos elos
fundamentais no processo de reconstrução da escola, estimulando a todos os
participantes a empregarem novos processos de ação, desestimulando o
prosseguimento de práticas rotineiras e comodistas.
A concepção do supervisor como mediador, implica em promover o
diálogo entre as pessoas que convivem numa instituição, intervindo de forma
que todos cultivem o respeito pela idéia do outro, possibilitando, assim um
contexto equilibrado, onde a dinâmica da escola seja entendida, conhecida e
34 compartilhada por todos, contemplando as necessidades da comunidade.
Enfim, o supervisor assume uma perspectiva de continuidade, não impondo
verdades, mas construindo verdades com o grupo.
Para tanto o pressuposto do trabalho do supervisor escolar, deve
basear-se num olhar crítico-reflexivo, fazendo constantemente uma leitura da
realidade que o cerca, tornando-se parte desta conexão, possibilitando através
de sua ação um espaço tempo transacional, investigando junto ao professor,
caminhos que conduzam o processo de ensino-aprendizagem de forma a
reafirmar a proposta construída e vivenciada pelo grupo.
Deste modo, torna-se fundamental considerar como a comunidade
escolar percebem o cotidiano para então buscar diferentes abordagens que
garantam a construção de uma escola viva, onde os sujeitos sejam constantes
aprendizes. Compete aos supervisores, se quiserem ser líderes, fazer a leitura
dos percursos de vidas institucionais, provocarem a discussão e a negociação
de idéias, rendibilizar a reflexão e a aprendizagem em grupo, organizar o
pensamento e a ação do coletivo das pessoas individuais.
O grande sucesso que o supervisor escolar terá em sua vida pessoal
será a certeza de ter contribuído para o sucesso de muitas vidas que cruzarão
seu caminho no decorrer dos anos da docência.
Não há nada de mais belo do que ver uma vida desabrochando
como uma flor na sua plenitude, e exalando o agradável aroma de ser
chamado de cidadão. A creche tem, portanto a obrigação de fazer o melhor a
seus alunos que buscam neste local o pote no fim do arco-íris. Trabalhando em
equipe o supervisor escolar e todos os profissionais envolvidos terão não as
melhores condições para desenvolver suas metas mais com certeza terão o
apoio moral que faz toda a diferença nos dias atuais.
35 Diante das diferentes e diversificadas funções do supervisor
escolar, podemos citar como a de maior relevância a de coordenador, onde a
organização do trabalho é comum, onde a unificação dos alunos, professores,
equipe pedagógica e direção da escola.
Muitos dizem que ensinar é uma arte e que servir é um dom. Para
os Supervisores Escolares é muito mais que isto. É um modo de vida ,é o
modo como escolhemos viver. Com suas dificuldades e seus desafios com
suas recompensas e suas frustrações.
Se pensarmos que será um mar de rosas é melhor para aqui. Mas
se quiser entrar nesta nave chamada “Conhecimento Humano”, não se
arrependerá. Pois trará um enorme beneficio a sua vida e a de todos que o
rodeiam.
O desafio para o profissional da Supervisão Escolar é enorme, ele
terá que muitas vezes ser um visionário, já que o reflexo de suas ações poderá
acontecer talvez no futuro e a construção do educando só será sentida no
decorrer dos anos, já que o trabalho de supervisores e professores é feito
coletivamente.
36
CAPÍTULO V
PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA CHECHE
Para ajudar neste processo amplo acredito que através da parceria
entre os indivíduos que compõem a escola sejam eles supervisores,
orientadores, professores, diretores. Poderá se efetivar um lugar realmente
aberto a reflexão e ao diálogo.
Já existe um conhecimento acumulado, a partir de pesquisas
empíricas, sobre os fatores associados a resultados obtidos por crianças em
seu desempenho cognitivo e socioemocional que estão ligados a
características dos estabelecimentos de Educação Infantil freqüentados.
Essas pesquisas procuram controlar os demais fatores ligados às
condições e às características das famílias e do meio social e cultural das
crianças e suas características individuais, no sentido de identificar o peso dos
fatores escolares na avaliação dos resultados obtidos pelas crianças em
diversos momentos, desde o final da etapa pré-escolar até as primeiras séries
do Ensino Fundamental.
Esses resultados são importantes no sentido de sugerir quais
seriam as dimensões de qualidade estratégicas a serem priorizadas para se
obter os resultados mais positivos no desempenho presente e futuro das
crianças. É importante dizer que investimentos em Educação Infantil de boa
qualidade produzem resultados positivos a longo prazo, inclusive do ponto de
vista econômico.
37
Desta maneira faz-se necessário revisitar o projeto político
pedagógico da instituição, desengavetando-o e/ou (re) construindo-o, para que
sirva de fomento, possibilitando que a creche tenha sua identidade reconhecida
e trabalhada por todos em função de todos.
É importante salientar a preocupação que se deve ter de significar
este documento como um processo, distanciando-se de uma visão documental
e burocrática. Gadotti (1994) observa que fazer um projeto significa lançar-se
para frente, antever o futuro.
O projeto é, pois, um planejamento em longo prazo, atividade
racional, consciente e sistematizada que as instituições de ensino realizam
para traçarem a sua identidade como organização educativa. E deve ser visto
como um processo permanente de reflexão e de discussão dos problemas da
creche, tendo por base a construção de um processo democrático de decisões
que visa superar as relações competitivas, corporativas e autoritárias,
rompendo com a rotina burocrática no interior da escola.
Em síntese, para propor parâmetros de qualidade para a Educação
Infantil, é imprescindível levar em conta que as crianças desde que nascem
são:
• cidadãos de direitos;
• indivíduos únicos, singulares;
• seres sociais e históricos;
• seres competentes, produtores de cultura;
• indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral.
Por sua vez, as crianças encontram-se em uma fase de vida em que
dependem intensamente do adulto para sua sobrevivência (MACHADO, 2001).
Precisam, portanto, ser cuidadas e educadas, o que implica:
• ser auxiliadas nas atividades que não puderem realizar sozinhas;
38 • ser atendidas em suas necessidades básicas físicas e psicológicas;
• ter atenção especial por parte do adulto em momentos peculiares de sua vida.
Além disso, para que sua sobrevivência esteja garantida e seu
crescimento e desenvolvimento sejam favorecidos, para que o cuidar/educar
sejam efetivados, é necessário que sejam oferecidas às crianças dessa faixa
etária condições de usufruírem plenamente suas possibilidades de apropriação
e de produção de significados no mundo da natureza e da cultura. As crianças
precisam ser apoiadas em suas iniciativas espontâneas e incentivadas a:
• brincar;
• movimentar-se em espaços amplos e ao ar livre;
• expressar sentimentos e pensamentos;
• desenvolver a imaginação, a curiosidade e a capacidade de expressão;
• ampliar permanentemente conhecimentos a respeito do mundo da natureza e
da cultura apoiadas por estratégias pedagógicas apropriadas;
• diversificar atividades, escolhas e companheiros de interação em creches,
pré-escolas e centros de Educação Infantil.
A criança parte de uma sociedade, vivendo em nosso país, tem direito:
• à dignidade e ao respeito;
• autonomia e participação;
• à felicidade, ao prazer e à alegria;
• à individualidade, ao tempo livre e ao convívio social;
• à diferença e à semelhança;
• à igualdade de oportunidades;
• ao conhecimento e à educação;
• a profissionais com formação específica;
• a espaços, tempos e materiais específicos.
Aprender é apaixonante; a criança é naturalmente curiosa. Isto
significa que ela é espontaneamente motivada à aprendizagem. O desinteresse
39 da criança resulta de situações em que foi agredida em seu desejo de
investigar o mundo. Cabe ao educador manter e alimentar esta curiosidade
inata.
Cabe ao educador provocar o aluno a aplicar seu conhecimento, levá-
lo a fazer. Conhecimento que não tem aplicação prática não é conhecimento.
Ao praticar o aluno tem a oportunidade de confrontar a ilusão do conhecimento
com a realidade efetivamente conhecida. Aproximar estas duas dimensões do
saber é efetivamente conhecer.
Desta forma, oferecer aos nossos alunos a possibilidade de uma
aprendizagem dinâmica, global e significativa, norteando nossa ação educativa
tendo por base a própria realidade do educando, partindo do princípio de que
através de estímulos e desafios ele é capaz de agir sobre o meio,
compreendendo a ação realizada e construindo, assim, seu próprio
conhecimento.
E o Supervisor como líder atua possibilitando o progresso de todos
os envolvidos na instituição escolar. Isto inclui não apenas alunos, professores
e funcionários, mas também os pais e toda comunidade em geral. Contribui de
forma a desenvolver as potencialidades dos profissionais da instituição que, por
sua vez, somado aos esforços e a dedicação de cada um, se pode atingir uma
melhoria na qualidade do processo ensino aprendizagem de seus alunos.
A Supervisão Escolar é um exercício de cidadania, amor,
altruísmo e abnegação onde só os fortemente determinados terão êxito. Não
como todos acham como riqueza, mas sucesso na sua vida emocional. Na sua
psique, pois nada dá mais prazer na vida do que ver seres humanos crescendo
no seu Saber e se transformando seus sonhos em realidade.
Cabe ao Supervisor Escolar criar, portanto condições próprias
para este grande projeto de vida que será o seu sacerdócio durante sua vida
profissional. Podemos com certeza construir grandes valores no espaço da
escola criando uma onda de relacionamento com as famílias, comunidade,
40 Escola, governo e envolve-los na problemática da escola que irá com isto
atender os pressupostos básicos para a qual foi criada
.
Os desafios são enorme, falta de estrutura, recursos escassos, má
vontade dos educadores, dos alunos dos funcionários administrativos, enfim
uma serie de coisas que dificultam o trabalho do Supervisor, mas que não
impedem que o mesmo possa criar na sua atividade profissional meios de
mudar esta realidade e fazer com que a escola mude sua cara, e se transforme
na escola de nossos sonhos.
As condições para mudar estão em nossas mãos. O diferencial
passa então, pelo respeito às escolhas e depois a influencia positiva que
podemos ter sobre as pessoas. Temos que ser como uma pequena pedra
atirada no rio que provoca pequenas ondas e que depois vão se tornando
grandes até o ponto de causar grandes transformações em todos que fazem
parte da sociedade.
Se quisermos podemos ser os agentes desta transformação se
começarmos a colocar em prática os conteúdos aprendidos em sala de aula e
tão debatidos na construção da nova escola, a escola que queremos para
nossos filhos e para todos. Como agentes da transformação cabe a nos
Supervisores Escolares dar o ponta pé inicial deste desejo nacional de
mudanças e que só precisa começar e para não mais parar, não podemos nos
conformar com este estado de coisas, não existe o não consigo existe sim o
não quero.
O supervisor, na atual realidade, é capaz de pensar e agir com
inteligência, equilíbrio, liderança e autoridade, valores esses que requerem
habilidade para exercer suas atividades de forma responsável e comprometida.
Na década de 90, a supervisora é apontada como instrumento necessário para
mudança nas escolas.
41 Cabe, portanto ao supervisor escolar estar sintonizado com as
necessidades da comunidade e propor projetos que atendam aos anseios de
todos que almejam futuro melhor. Muita coisa pode ser feita no contexto
escolar, podemos desenvolver atividades que aproximem a comunidade da
escola, da família e dos objetivos para a qual ela existe.
A creche como espaço social e publico deve ter esta característica
de servir a todos os que a procuram, bem como envolver outros segmentos da
sociedade em suas atividades. Supervisor Escolar deve, portanto ser esta
ponte de acesso entre todos, possibilitando um maior conhecimento entre os
participantes desta grande aventura que é a formação de pessoas para a
sociedade.
Somente sendo um profissional antenado com estas características
e com as necessidades de todos os envolvidos tendo um forte senso de
responsabilidade e de iniciativa não esperando por quem não vem é que
seremos profissionais de sucesso e cidadãos realizados.
42
CONCLUSÃO
Durante toda a vida, mas na infância de forma muito especial, o ser
humano passa por grandes transformações em termos de atividades, gestos e
postura. É preciso conhecer e entender cada passo desta transformação para
podermos compreender as necessidades da criança, estimulá-la e, acima de
tudo, contribuir para que se desenvolva harmonicamente, guardando para a
vida adulta uma imagem positiva de si mesmo.
Tal como uma planta que fica limitada em seu crescimento se lhe
comprimimos as raízes, é difícil para um adulto ser feliz se na sua infância lhe
for negado o amor e o direito de poder se desenvolver, com todas as condições
que a lei lhe assegura. E por sua vez, o supervisor isolado, de pouco vale,
porém articulado co todo corpo escolar, provoca resultados qualitativos.
Na forma da Lei, o supervisor educacional tem como objetivo de
trabalho articular crítica e construtivamente o processo educacional, motivando
a discussão coletiva da comunidade escolar acerca da inovação da prática
educativa cujo fim é garantir a qualidade do ensino, o ingresso, a permanência
e o sucesso dos alunos.
A história do profissional, de grupo e da instituição nos ajuda a
perceber o que acontece no presente Concluo este trabalho convencida de que
somente através de políticas públicas que garantam o atendimento de crianças
de zero a seis anos em institutos de ensino de qualidade é que teremos a
certeza do pleno desenvolvimento do ser humano.
É importante que o profissional da educação contribua de forma
decisiva para resolução de problemas e enfrentamento de desafios na
educação infantil em creches. Apontando o primeiro passo, que é o querer,
43 passamos para outro, o fazer, para se construir sociedades humanas é preciso
enteressar-se em pessoas, já que pessoas são mais importantes que coisas,
precisamos criar uma cultura do fazer, do preocupar-se, do incomodar com
este sistema que aja e se faz presente. A diferença está em aceitar como as
crianças vêm, mais não deixá-las sair da mesma forma que entraram.
A sensibilidade é uma das grandes virtudes da função supervisora, a
capacidade de perceber o outro, reconhecer seu potencial, valores, evitar
generalizações, passar confiança, conquistar a confiança dos profissionais que
estão a sua volta, sem se valer de autoritarismo, as buscando construir uma
pratica pedagógica transformadora, humanista, libertadora, livre, solidária e
justa.
44
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VYGOTSKI, L. S. Lezioni di PsicologiaPsicologiaPsicologiaPsicologia. Roma: Editore Riuniti, 1986. .
48
ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 EPÍGRAFE 05 RESUMO 06 METODOLOGIIA 07
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Definição de Conceitos 11 CAPÍTULO II Importância da Educação Infantil 16 CAPÍTULO III A relação creche-família 25 CAPÍTULO IV O papel da Supervisão na Educação Infantil 30 4.1- Breve Histórico 30 4.2- Papel da Supervisão 33 CAPÍTULO V Proposta pedagógica para Creche 36
CONCLUSÃO 42
50
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: EDUCAÇÃO INFANTIL EM CRECHES, NO
AMBITO DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
Autor: ALESSANDRA FELIX DOS REIS COSTA Data da entrega: _____ DE JANEIRO DE 2011 Avaliada por: MARY SUE PEREIRA Conceito: