UNIVERSIDADE CASTELO BRANCOATUALIZA CURSOS
LENICE OLIVEIRA DE CARVALHO
VIVÊNCIA DA ENFERMEIRA NA MORTE DA CRIANÇA: um estudo bibliográfico
SALVADOR-BA2011
LENICE OLIVEIRA DE CARVALHO
VIVÊNCIA DA ENFERMEIRA NA MORTE DA CRIANÇA: um estudo bibliográfico
Monografia apresentada à Universidade Castelo Branco e Atualiza Associação Cultural, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Enfermagem Neonatal e Pediátrica sob a orientação do Prof. Dr Fernando Reis do Espiríto Santo
SALVADOR-BA
2011
C331v Carvalho, Lenice Oliveira de
Vivência da enfermeira na morte da criança: um estudo bibliográfico / Lenice Oliveira de Carvalho. – Salvador, 2011.
35f.; 30 cm.
Orientador: Prof. Dr. Fernando Reis do Espírito SantoMonografia (pós-graduação) – Especialização Lato Sensu
em Enfermagem Neonatal e Pediátrica, Universidade Castelo Branco, Atualiza Associação Cultural, 2011.
1. Enfermagem neonatal e pediátrica 2. Criança 3. Morte 4. Enfrentamento 5. Enfermeira I. Espírito Santo, Fernando Reis II. Universidade Castelo Branco III. Atualiza Associação Cultural IV. Título.
CDU 616-053
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Adriana Sena Gomes CRB 5/ 1568
LENICE OLIVEIRA DE CARVALHO
VIVÊNCIA DA ENFERMEIRA NA MORTE DA CRIANÇA: um estudo bibliográfico
Monografia para obtenção do grau de Pós-Graduado em Enfermagem
Pediátrica e Neonatal.
Salvador, 27 de abril de 2011.
EXAMINADOR:
Fernando Reis do Espírito Santo
Doutor em Educação
PARECER FINAL:_______________________________________________________________
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RESUMO
Esta pesquisa discute sobre uma questão presente, que é saber até onde a enfermeira está preparada para assistir ao paciente sem perspectivas de cura. Quando isso ocorre e o processo de morte se instala, constitui-se um grande desafio para esta profissional. A morte traz sentimentos como perda, sofrimento, tristeza, impotência e ineficiência para os profissionais cuidadores, podendo interferir diretamente na qualidade de vida destes e no desenvolvimento do seu trabalho. Quando o paciente é uma criança todas essas dificuldades se exarcebam somando-se a isso o envolvimento, a criação do vinculo afetivo e a relação com a família, pela necessidade da extensão da assistência. Este estudo tem como objetivo identificar a produção científica, através de artigos publicados relacionados à vivência da enfermeira durante o processo de morte da criança. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada nas bases de dados BIREME em língua portuguesa, e em periódicos brasileiros relacionados com a vivência da enfermeira frente à morte da criança. Os resultados deste estudo mostram, que a enfermeira se envolve e sofre com a criança em terminalidade, pois não está preparada pra enfrentar a morte e que há necessidade de maior produção e /ou divulgação do conhecimento produzido sobre o tema.
PALAVRAS-CHAVE: Morte; Enfrentamento; Criança; Enfermeira.
ABSTRACT
This research discusses a question on this, which is how far the nurse is pre-pared to assist the patient with no prospect of cure. When this occurs and the process of death is installed, it constitutes a major challenge for this work. The death brings feelings of loss, grief, sadness, helplessness and inefficiency for the professional carers, and can directly interfere with quality of life and devel-opment of their work. When the patient is a child all these difficulties exacerbate adding to this involvement, the creation of the emotional bond and relationship with the family, the need for extended service. This study aims to identify the scientific, through published articles related to the experience of nurses during the child's death. This is a literature search was undertaken on databases BIREME in Portuguese and Brazilian journals related to the experience of nurses facing the death of the child. The results of this study show that the nurse is involved and the child suffers from terminal because it is not prepared to face death and there is need for greater production and / or disseminating the knowledge produced on the subject.
KEY WORDS: Death; Grief; Child; Nurse.
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO 072 – REVISÃO DE LITERATURA 12
2.1 – REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE MORTE E NORRER 122.2 – O ENFERMEIRO VIVENCIANDO E ENFRENTANDO A MORTE 152. 3– SENTIMENTOS VIVENCIADOS NO CUIDADO À CRIANÇA COM MAU PROGNÓSTICO 192.4 – VIVENCIANDO A MORTE DA CRIANÇA JUNTO AOS PAIS 222.5 – O PREPARO EMOCIONAL DOS ENFERMEIROS DIANTE DO PROCESSO DE MORTE E MORRER DA CRIANÇA 25
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 29REFERÊNCIAS 33
1 – INTRODUÇÃO
O cuidado é inerente às espécies animais e em particular à humana.
Os homens em situação de desequilíbrio carecem de cuidados
especiais e estes podem ser atribuídos aos profissionais de saúde.
Todavia, para a enfermagem este atributo se faz genuíno e peculiar,
tornando-se objeto de trabalho, essência e a razão existencial desta
profissão. A enfermagem é uma profissão que cuida do ser humano
interagindo com ele e família, requerendo um conhecimento amplo,
tanto de natureza física como social e psicológica (WALDOW, 1995
apud NASCIMENTO).
O cuidar é definido como atenção, preocupação e zelo, envolve
crescimento e transcorre independente da cura. É intencional e
trabalha com objetivos e metas. Porém, por ser um processo, não há
preocupação com um fim. Esta ação implica em aliviar e ajudar e está
presente do nascimento à morte. Na história da enfermagem sempre
esteve presente a manutenção da vida, iniciada por Florence
Nightingale que propôs e demonstrou os efeitos do cuidado atrelado
ao ambiente de promoção da saúde, o cuidado como uma
necessidade humana e inerente à enfermagem (AGUIAR et al, 2006).
Hoga (2002) discorre que o cuidado de enfermagem de qualidade
depende do envolvimento e dedicação plenos do profissional
responsável. Este ato poderá trazer implicações desde quando se trata
de pessoas cuidando também de pessoas que possuem suas próprias
demandas e necessidades individuais.
Diariamente a equipe de enfermagem de unidades hospitalares se
depara com a angustia de cuidar de pacientes em processo de morrer
e lidar com as respectivas famílias envolvidas nesse processo. O
cuidado direcionado a pessoas em sofrimento, e em muitos casos em
processo de morte, constitui-se em determinante de sentimentos
contraditórios (prazer e satisfação x sofrimento e desgaste) para a
equipe. O prazer e a satisfação estão presentes quando o tratamento
do paciente é bem-sucedido; o desgaste e o sofrimento surgem muitas
vezes no profissional quando o processo de morrer se instala e
prolongam-se os recursos terapêuticos, muitas vezes considerados
desnecessários e agressivos ao paciente (GUTIERREZ e CIAMPONE,
2005).
A tecnologia moderna amplamente utilizada nos hospitais tem a
finalidade de evitar a morte e prolongar a vida ao extremo, levando os
profissionais da saúde a acreditar que somente o restabelecimento e a
cura do paciente são resultados de um bom cuidado. Para eles,
encarar a morte é pôr em cheque uma formação que ressalta a
onipotência e a eficiência, é sentir-se incompetente e impotente, é
aceitar o fracasso, é “perder” para a doença (AGUIAR et al, 2006).
Durante a prática do cuidado, a interação entre pacientes e a equipe
de enfermagem, leva a formação de laços afetivos. O tempo de
internação atrelado às singularidades de cada paciente, principalmente
quando crianças, também são aspectos intensificantes do
estabelecimento de vínculos que vai além da relação profissional. No
estagio terminal, a enfermagem pode estabelecer uma comunicação
mais estreita com o paciente, a partir da relação do cuidado,
conhecendo melhor o paciente como pessoa, pois se encontra
presente a maior parte do tempo. Desta forma, na situação da morte
iminente da criança, o profissional de enfermagem assume um papel
de destaque por permanecer 24 horas junto desta (CARDIM et al,
2004).
Estes profissionais, além de lidar com seus próprios sentimentos e
valores, precisam aprender a conviver com os anseios e reações da
família desta criança, e com o reflexo deste mau prognóstico nos
familiares dos outros pacientes internados na mesma unidade. Assim,
as enfermeiras que trabalham na área da pediatria precisam integrar-
se profundamente às crianças, seres especiais e diferenciados no
cuidado, e suas famílias. Porém, devem ter capacidade para saber
distinguir seus próprios sentimentos e necessidades, sentindo-se
seguras emocionalmente para lidar com o sofrimento causado pela
doença e morte desses pacientes (POLES e BOUSSO, 2004).
Elizabeth Kubler Ross identificou e descreveu em seus estudos os
cinco estágios que um paciente terminal pode vivenciar durante sua
terminalidade: negação, raiva, depressão, e aceitação, podendo ou
não ocorrer nesta ordem. A autora dispõe estas fases como
mecanismos de defesa para o enfrentamento de algo desconhecido, o
morrer, que traz inúmeros conflitos para os seres humanos,
preparados sempre para o culto da vida. Todo este conflito surge e
afeta diretamente o relacionamento paciente-equipe cuidadora. Porém,
sendo este paciente uma criança, todos estes aspectos serão
vivenciados pelos familiares acompanhantes (SUSAKI et al, 2006).
Embora a morte faça parte do cotidiano da enfermagem no ambiente
hospitalar, esses profissionais possuem dificuldades para relacionar-se
com pacientes vivenciando esse processo. Assim como o enfermo, o
cuidador tende a criar mecanismos de defesa para seu auxílio no
enfrentamento do processo de morrer e morte. Sempre preparados
para a manutenção da vida a qualquer custo, estes apresentam
sentimentos reveladores de um despreparo e constantemente
afastam-se da situação, numa tentativa de autoproteção (GUTIERREZ
e CIAPONE, 2006).
Neste sentido, a enfermeira ao prestar assistência ao paciente
terminal, sofre com o sentimento de impotência, o que a leva a tornar-
se inconformada com a iminência da morte, além de desequilibrada
emocional e psicologicamente. Quando o paciente é uma criança, as
dificuldades são maiores, fazendo-se necessário um relacionamento e
interação também com a família. Esta será afetada pela doença e mau
prognóstico e, por conseqüência, demandará cuidados do pessoal de
enfermagem assim como o enfermo (ROLIM e CARDOSO, 2006).
O término da vida de uma criança é algo inimaginável por sua família,
pois o natural seria seus pais morrerem antes na perspectiva do ciclo
vital. Esse fato muitas vezes é responsável pela não aceitação desta
morte tanto pelos seus parentes, quanto por parte dos profissionais de
enfermagem que projetam a si e seus familiares naquela situação.
Entretanto, enfrentar este sofrimento pode tornar-se construtivo, desde
que o profissional tenha boa auto-estima, equilíbrio e maturidade para
dar continuidade ao cuidado nesse processo, orientado pela
responsabilidade e ética profissional (SUSAKI et al, 2006).
A praticidade técnica aplicada pela enfermeira nos procedimentos
desenvolvidos diariamente não deve ser desprovida da racionalidade
atrelada à sensibilidade, que possibilitam e determinam a ação do
cuidar através de diagnósticos construídos, em muitos momentos,
através da comunicação não verbal; e uma interação com o paciente e
acompanhantes que facilita e otimiza o desenvolvimento da
terapêutica definida (NASCIMENTO, 2004).
O cuidado de enfermagem de qualidade está intimamente associado à
percepção de melhoria da qualidade de vida do paciente, assim como
ao fato da equipe perceber que contribuiu para amenizar o sofrimento
deste e sua família no processo de morte (GUTIERREZ, e CIAPONE,
2006).
Assim, é importante ressaltar que embora muitas vezes a morte da
criança não possa ser evitada, o papel da enfermeira é promover uma
assistência abrangente a esta e sua família, demonstrando
compromisso, habilidade, conhecimento e, sobretudo, percepção das
necessidades físicas, psicológicas e espirituais destes seres. Nesse
sentido, o cuidado à criança no processo de morte deve ser voltado ao
conforto físico e emocional desta e da família, considerando-se que o
vínculo estabelecido entre o cuidador e estes dois últimos torna o
cuidado da criança menos técnico, enquanto que mais pessoal e
humano. Além do preparo para manipular aparatos técnicos em
diversas áreas, a enfermeira deve possuir bases que lhe possibilitem
equilíbrio para o enfrentamento dos processos de morte, sempre
presente no seu cotidiano de trabalho hospitalar (POLES e BOUSSO,
2004).
Este é um estudo bibliográfico realizado por meio de uma busca de
artigos nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saude - Bireme
(Medline, Bdenf, Scielo e Lilacs), assim como à Revista da Sociedade
Brasileira de Enfermeiros Pediatras e aos volumes da Revista Acta
Paulista de Enfermagem dos anos de 2006 a 2010 para a obtenção de
artigos pertinentes ao objetivo da pesquisa em língua portuguesa.
O estudo bibliográfico recebe mérito em suas diversas finalidades,
servindo de base para realização de outros estudos, assim como,
sendo fonte de informações para a vida acadêmica ou para o
desenvolvimento da pratica profissional, e também gerando novas
questões para ulteriores investigações (MINAYO, 2000).
Este tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição
científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno.
Estudar as idéias de outros pesquisadores é um exercício de
apreensão da mensagem transmitida, tentando-se uma aproximação
da percepção encontrada sobre um determinado tema. Dessa forma,
existe uma grande dificuldade em cumprir-se esta tarefa que não é
simples, desde quando o conhecimento recebe influências histórico-
sociais, não sendo produzido a partir de apenas uma reflexão do
fenômeno (OLIVEIRA, 1998).
Para Marconi e Lakatos (2006),
A pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi dito, escrito, ou filmado sobre determinado assunto. Esta oferece meios de definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas. Dessa forma ela não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadas.
Para a busca bibliográfica foram utilizados os unitermos: criança,
morte, enfermeira e enfrentamento.
Procedeu-se, inicialmente, à leitura dos resumos para identificar a
pertinência ao objeto estudado e, posteriormente, fez-se a busca dos
artigos na íntegra, os quais foram lidos e analisados buscando-se
responder a seguinte pergunta: Como a enfermeira vivencia o
processo de morte da criança?
A justificativa deste trabalho se dá através da afinidade e proximidade
do tema criança desde o período acadêmico. Considerando os
aspectos mencionados, esta pesquisa tem como objetivo Identificar os
estudos relacionados à vivência da enfermeira durante o processo de
morte da criança.
2- REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – Reflexões sobre o processo de morte e morrer
A evidência da morte é uma constante em nossas vidas, e essa noção
exerce efeito transformador na associação com o viver. É inevitável e
faz parte do ciclo da vida de todo ser humano, mas nunca é aceitável,
principalmente quando envolve os sentimentos de todo o grupo
familiar (SILVA et al, 2006).
A morte, apesar de inevitável em algum momento da vida do ser
humano, não é uma questão simples de ser discutida, uma vez que,
em nossa cultura, muitas vezes é representada pelo pavor e pela não
aceitação. O homem não tende a encarar abertamente o seu fim de
vida no plano terrestre, o que só eventualmente vem ocorrer quando
sua vida encontra-se ameaçada por uma certa doença, existindo um
receio intenso em lidar com a morte o que está intimamente ligado ao
instinto de sobrevivência humana (POLES e BOUSSO, 2006).
A negação da morte é perceptível em todos os setores da sociedade,
até mesmo entre os profissionais da saúde, que, na linguagem do dia-
a-dia, comumente referem-se à mesma como óbito. Nos últimos
séculos, a morte ainda tem sido vista como um tabu, às vezes como
tema interditado, podendo representar um sinônimo de fracasso
profissional na sociedade ocidental, onde as pessoas procuram negá-
la como se existencialmente a vida fosse desintegrada desta (AGUIAR
et al, 2006).
Dentro do hospital a equipe de saúde encobre a morte, dissimulando
esta situação até mesmo para a família, fazendo rapidamente o
preparo do corpo e este novo status social é legitimando por meio do
atestado de óbito. A humanização do morrer apóia a concepção de
que a morte não é um inimigo a ser combatida, ela faz parte do ciclo
da vida e do adoecimento; e os cuidados paliativos têm por objetivo o
bem estar da pessoa, mesmo quando a cura é impossível
(SULZBACHER et al, 2009).
Com o passar do tempo, com o chegar da cultura, dos pensadores, da
individualização humana, das ciências médicas e da modernização, a
visão sobre a morte sofreu sérias transformações. A morte então
colocou o homem numa situação não imaginada, numa situação de
sofrimento ao decretar que para ele havia um fim. A partir de então, o
homem passou a enxergar a morte como inimiga. Voltou muito de sua
atenção no sentido de aniquilá-la. Aquele que antes falecia em casa,
junto da família e dos amigos, passou a morrer em um leito hospitalar,
longe das pessoas queridas, mas perto de pessoas desconhecidas,
que têm como objetivo adiar o tenebroso fim de tudo (HADDAD, 2006).
A sociedade ocidental compreende a morte como sendo um tabu, um
tema interditado e sinônimo de fracasso, impotência e vergonha para o
profissional da área da saúde. Parece preferível deixar velado e na
escuridão um assunto que nos sentimos despreparados para
enfrentar. Assim, entender tais mecanismos defensivos se torna de
grande importância para que se possa entender as necessidades
daqueles que vivenciam o processo de morte, proporcionando-lhe
melhor conforto (ALMEIDA, 2005).
Resgatar o humano dentro do processo de morte e do morrer, embora
essencial a perspectiva do cuidado à pessoa e não apenas ao corpo
biológico, não se apresenta como tarefa fácil. O cuidado holístico
envolve uma relação de acolhimento e confiança, vínculo entre
profissional e paciente, porém muitas vezes o profissional de saúde
não tem estrutura para oferecer tal cuidado por não ter conhecimento
sobre estratégia de enfrentamento. O medo da morte acompanha o
existir humano desde o seu alvorecer e a morte está presente na vida
do ser humano em todas as idades. No entanto, o homem normalmente
não encara o seu fim na terra tranqüilamente, evitando falar sobre a
temática. A morte na sociedade atual tornou-se um tabu, banido da
sociedade, dissociado da vida (ROLIM et al, 2008).
Dentre os seres vivos, o homem é o único que sabe que vai morrer, o
que o leva a experimentar vários sentimentos, dentre eles o medo.
Relatos da bíblia e escritos desde a criação do mundo apontam que o
homem possui medo do desconhecido, incluindo questões relacionadas
à morte e ao morrer. No desenvolvimento da sociedade, o homem foi
realizando descobertas e aperfeiçoando-se; porém, aspectos referentes
à morte e ao morrer continuam sendo objeto de reflexões e ações,
influenciados por diversos fatores, incluindo a subjetividade das
pessoas (ALMEIDA, 2005).
No campo da medicina, estudos acerca das enfermidades,
prognósticos e modalidades de tratamento contribuem para o
prolongamento da vida e adiamento da morte. No entanto, a morte
mantém-se, ainda, como um mistério a ser desvendado. Por herança
cultural ou formação pessoal, cada ser humano carrega dentro de si
uma representação individual da morte. A esta são atribuídas
influências do convívio social, meios de comunicação e
particularidades de cada indivíduo que contribuem para sua
mistificação própria (COSTA; LIMA, 2005).
Amparar o ser humano que parte é um dos maiores desafios impostos
aos familiares e profissionais de saúde, principalmente os que
diuturnamente convivem com esta perspectiva no cotidiano da
hospitalização, pois nos parece que a maior necessidade das pessoas
que experienciam o processo do morrer é se sentirem cuidados até o
final de sua existência. A morte constitui ainda um acontecimento de
medo, pavor, um medo universal, mesmo sabendo que podemos
dominá-lo em vários níveis. A mudança ocorrida está relacionada com
o nosso modo de conviver e lidar com a morte, com o morrer e com os
pacientes sem perspectivas com os quais lidamos diariamente
(RIBEIRO et al , 2009).
2.2 – O enfermeiro vivenciando e enfrentando a morteSabe-se que os enfermeiros, desde o período acadêmico, almejam
prestar um cuidado humanizado aos pacientes terminais, assim como
às famílias que acompanham este processo, porém, grande parte
sente dificuldades em lidar com tal situação, sem saber como abordar
os familiares e menos ainda como lidar com os próprios sentimentos.
Diante da concordância de opiniões, entendemos que o enfermeiro
além de possuir um conhecimento técnico – científico, ele necessita de
compreender o paciente com um ser holístico, avaliando não somente
a patologia como também seu aspecto psíquico (CARVALHO et al,
2006).
O enfermeiro ao presenciar o processo de morte ele dispõe de todas
suas forças para apoiar a família, participando do sofrimento sentido
pela mesma, com o intuito de amparar, tentando compreender os
sentimentos envolvidos. Durante a despedida propor um ambiente
tranqüilo, privacidade, acatar ao tempo de despedida, comunicar
sutilmente o óbito, favorecer uma experiência menos dolorosa à
família diante da perda (COSTA; LIMA, 2005).
É notório, que o enfermeiro se preocupa com o cuidado da pessoa em
uma variedade de momentos associado à saúde. O investimento na
humanização proporciona uma qualidade no atendimento aos
pacientes e familiares, dispondo uma maneira melhor em saber lidar
com os sentimentos dos outros e com suas próprias emoções (SUSAKI
et al, 2006).
A morte é algo freqüente em um hospital, principalmente em UTI.
Sabendo disso, Sulzbacher et. al. (2009) falam do despreparo dos
profissionais de enfermagem para lidar, enfrentar e aceitar o sofrimento
e a dor do paciente. Como o contato da equipe é constante e por
vezes duradouro com esse paciente, há duas possibilidades que
interferem no cuidado: o sofrimento intenso ou a banalização.
O morrer pode ser encarado como um processo em que várias
funções relacionadas à vida se perdem, contudo, vários sentimentos o
permeiam. A morte normalmente permanece entre os biombos,
escondida nas enfermarias, desconhecida, assustadora. Além disso,
os profissionais da saúde, de modo geral, ao se depararem com ela,
normalmente a percebem como um sinal de fracasso, gerando
sentimentos de frustração e impotência (NASCIMENTO, 2004).
A morte é frequente no espaço hospitalar, em especial em Unidades
de Terapia Intensiva (UTI), e há certo despreparo dos profissionais
para enfrentá-la e lidar com a dor e o sofrimento do outro. Neste
cenário, o enfermeiro tem contato permanente com a pessoa que está
morrendo, podendo ser este um elemento que interfere no cuidado, de
um lado pela possibilidade de banalização e, de outro, pelo sofrimento
imposto ao trabalhador (GUTIERREZ, CIAMPONE, 2007).
Observa-se que a morte constitui-se em uma vivência cotidiana para a
equipe, de difícil aceitação. Vivenciar a morte remete o cuidador a
pensar na sua finitude, daí a dificuldade em lidar com situações que a
envolvem. Aliada a isso, a banalização pode emergir como mecanismo
de enfrentamento. A morte de um paciente causa um grande impacto
na identidade pessoal e profissional de toda a equipe de enfermagem
envolvida no seu cuidado direito, em especial para a enfermeira. O
modo como a enfermeira compreende o conceito de morte, bem como
a forma que relaciona este conceito com seu próprio existir, e as suas
vivencias pessoais de perdas anteriores dentro e fora do âmbito
profissional, são aspectos que influirão na sua atuação diante da morte
(CARDIM et al, 2004).
E é neste cenário de diversidade com relação à morte que se
encontram os profissionais de enfermagem, vivendo em constante
desafio, uma vez que diariamente permanecem em conflito, lutando
pela vida e contra a morte, tomando para si a responsabilidade de
salvar, curar ou aliviar, procurando sempre preservar a vida, já que a
morte, na maioria das vezes, é vista por estes profissionais como um
fracasso, sendo, desta forma, duramente combatida.O fim da vida
material é negado tanto pela equipe de saúde como pela família e isso
provavelmente está associado à dificuldade de enfrentamento do tema
“morte” (CARVALHO et al, 2006).
No decorrer da formação profissional, há ênfase na intervenção
profissional para preservar a vida e obter a cura dos pacientes.
Concorda-se que é difícil para o enfermeiro lidar com a morte, uma vez
que ele se encontra pouco apto para atuar frente a ela, e sim,
qualificado para lidar com o paciente doente, realizar técnicas e
procedimentos. Na verdade, a maioria dos profissionais da saúde tem
compromisso com a vida e experimenta dificuldades em lidar com a
morte (SULZBACHER et al, 2009).
Ás vezes, a enfermagem encontra-se sozinha com o paciente
morrendo, sem saber o que fazer. Em geral, o fato de segurar sua mão
com respeito e compreensão, ou um gesto de carinho, pode
representar um elemento terapêutico, humanizando a assistência.
Nesta perspectiva, em estudo sobre o significado do cuidar de
crianças e adolescentes com câncer, sem perspectivas terapêuticas,
surgiram caminhos para a ação do cuidar no processo de morrer que
vão além do conhecimento técnico-científico, implicando em empatia,
escuta, paciência, zelo, controle da dor e autonomia. Em relação ao
preparo para o trabalho os profissionais de enfermagem buscam em
crenças religiosas e na espiritualidade força, na tentativa do alívio dos
seus próprios sentimentos e dos pacientes (ZORZO et al, 2004).
Silvestre (2006) em sua dissertação questiona os padrões de
comportamento da equipe de enfermagem, percebendo que em
situações corriqueiras nas atuações práticas podem padronizar as
ações do cuidado, fazendo com que o profissional atue sem sequer
disponibilizar atenção, agindo por vezes de forma automática. A
função do enfermeiro perante o paciente é de cuidado e atenção
buscando manter um ambiente tranqüilo, mesmo a morte fazendo
parte de seu cotidiano, o enfermeiro sente-se impotente vivenciando
tal situação. Baseado em atitudes éticas, o cuidar do paciente terminal
exige a presença do enfermeiro com um olhar direcionado e atento,
incluindo zelo e cuidados especiais.
Muitos enfermeiros reconhecem que trabalhar em oncologia exige
muito, tanto fisicamente, quanto psicologicamente, levando a um
desgaste físico e existencial. Admite a necessidade de ajuda buscando
meios para minimizar esse sofrimento, como terapias, reuniões,
discussões e reconhecem que deveria haver um acompanhamento por
parte dos hospitais (ALMEIDA, 2005).
É de extrema importância que os profissionais procurem meios para
minimizar seus sofrimentos, buscando principalmente o apoio
psicológico para uma melhor qualidade de vida.
O fato de alguns enfermeiros reportarem-se à crença religiosa e a
sentimentos de missão cumprida pode ser considerado um mecanismo
de defesa. Nesta mesma direção, as religiões e filosofias têm se
constituído em estratégias explicativas dos significados da existência e
da finitude. A busca de conhecimento sobre a morte, aliada à
experiência de acompanhar pessoas morrendo e à utilização da
religiosidade, foram elencadas pelos enfermeiros como formas de
enfrentamento da morte, no intuito de entendê-la como parte do
processo de viver. Assim, falar sobre morte contribui para
compreender o seu significado e, conseqüentemente, aceitá-la com
menos sofrimento (RIBEIRO et al , 2009).
2.3 – Sentimentos vivenciados no cuidado à criança com mau prognóstico
O medo da morte é um sentimento inerente ao ser humano e tem
várias facetas, pois se trata do medo do desconhecido, somado ao
medo da própria extinção. Estes sentimentos são comuns também nos
profissionais da saúde que, ao lidar com o morrer cotidianamente,
refletem sobre o seu existir e a sua finitude. No que tange à sensação
de “perder vidas”, ela será distinta se a perda for de algum parente ou
pessoa próxima. Perde-se, assim, com o investimento afetivo, uma
parte de si. Em suma, a reação e o efeito do processo de morte na vida
dos indivíduos dependem do contexto em que ele está inserido,
podendo ser oportuno ou não em determinado momento (POLES e
BOUSSO, 2004).
Na maioria das vezes os profissionais trabalham buscando o melhor
para seus pacientes. Cuidando para que eles melhorem, sem deixar
seqüelas. O enfermeiro se sente realizado quando seu paciente
recebe alta da UTI, sai sorrindo e agradecido por ainda estar vivo
(ALBUQUERQUE, 2007).
Pauli e Bousso (2003) acreditam que vendo a criança não melhorar e
não reagir o profissional é abalado diretamente, ainda mais quando a
criança já esta há algum tempo na UTI. Esse contato faz com que a
enfermeira se envolva, exigindo um esforço maior do profissional para
que haja continuidade no empenho do cuidado. A equipe de
enfermagem, por estar em contato constante com o paciente, na
maioria das vezes, estabelece vínculos afetivos com as crianças e
seus familiares, podendo sofrer com perdas e manifestar esperanças.
Pode haver a sensação de incapacidade, de não ter feito tudo que
poderia e de não conseguir reparar a vida tanto para profissionais
quanto para a família (GONÇALVES, J.R., 2007).
A partir dos relatos, verificou-se que freqüentemente os enfermeiros
vivenciam sensações de frustração, incapacidade, fragilidade, dor,
medo, dificuldade de aceitação, tristeza e luto em decorrência da
morte de pacientes sob seus cuidados. Em relação ao luto, quando
mal elaborado, pode perpetuar a perda e desencadear depressão
crônica. Já, do contrário, quando elaborado, pode oferecer a
oportunidade de ver a vida sob outra perspectiva, entendendo a morte
como uma etapa do viver (SOUSA et al, 2009).
Estudos recentes trazem que o sentimento de medo e insegurança,
em muitas ocasiões, é referenciado como uma lacuna no ensino de
graduação, que muitas vezes não prepara o profissional para a dura
rotina dos hospitais, local em que se convive constantemente com o
sofrimento alheio, fazendo com que o enfermeiro deixe de assumir
uma postura terapêutica nestas situações, sendo raro encontrar nos
hospitais enfermeiros capazes de dialogar com a família e o paciente
terminal, assistindo-os em suas necessidades gerais nos momentos
que antecedem à morte (AGUIAR et al, 2006).
Percebe-se que o envolvimento da enfermeira no processo de morte e
morrer está diretamente ligado ao tempo de permanência do paciente
sob internamento. O sentimento da enfermeira torna se mais intenso
na morte de pacientes que permaneceram mais tempo hospitalizados
sob seus cuidados, com os quais conseqüentemente formou-se um
maior vinculo. O sentimento de perda em relação ao paciente torna-se
mais profundo quando o paciente é uma criança, onde há um
envolvimento maior da enfermeira, talvez por se considerar esta perda
como uma morte prematura (GUTIERREZ e CIAPONE, 2007).
Frente ao contato muito próximo com situações que revelam à
possibilidade de morte iminente, esses profissionais se vêem presos
unicamente à perspectiva de que sua função é curar e restabelecer a
saúde de todos os que lhes procuram, perdendo de vista a realidade
de que a morte é inerente à condição humana. Os profissionais se
tornam incapazes de dar àqueles que morrem ajuda e afeição porque
a morte do outro é uma lembrança de nossa própria morte e estamos
mais preparados para trabalhar com a vida do que com as suas
possibilidades de interrupção (SILVA et AL, 2006).
Shimizu (2007) relata que, como forma de neutralizar o sofrimento e a
angústia causada pelo processo de morrer e a morte no dia-a-dia de
trabalho, os profissionais criam e utilizam alguns mecanismos e
estratégias de defesas individuais ou coletivos, que podem ser
negação, naturalização e criação de rotinas.
Gutierrez e Ciampone (2006) relatam que muitas vezes o profissional
ao chegar no seu limite ao cuidar do paciente com mau prognóstico, se
depara com o sofrimento. Um elevado grau de estresse diário pode
induzir a um esgotamento físico e mental, que geralmente leva ao
desgaste a ao pessimismo, pensamentos e atitudes que podem levar a
condições desfavoráveis na rotina de trabalho e á queda do
desempenho.
2.4–Vivenciando a morte da criança junto aos paisDiante do processo de morte e morrer da criança, muitas vezes, a
enfermeira mantém maior contato com os pais. Isso se dá porque ela
fica mais próxima do sofrimento dos pais, vivenciando junto com eles o
sofrimento e a perda da criança, além de enxergar neles sua própria
dor. A função do enfermeiro perante a família do paciente é de cuidado
e atenção para manter o ambiente tranqüilo. Apesar de a morte ser
uma realidade em seu dia-a-dia, nota-se um obstáculo dos
profissionais enfermeiros ao lidar com tal situação (HADDAD, 2006).
Conforme estudo de Lorençon (1998), o prognóstico de estado
terminal e óbito leva a vivência e reflexão de sentimentos fortes e
extremos, pois há o envolvimento emocional, que por vezes ultrapassa
o limite desejável, para isso torna-se importante o preparo especial do
profissional.
Estudo realizado em 2007 por Gutierrez & Ciampone relata que o
aparecimento de uma doença grave, sem possibilidade de cura
mobiliza o paciente a enfrentá-la, os familiares a aceitá-la e aos
profissionais conviverem constantemente com essa situação. É
essencial que o enfermeiro reexamine sua atuação diante da morte e
do morrer para estar disposto e aberto a tratar com tranqüilidade e
acolhimento a família em suas necessidades.
Nesta perspectiva, a enfermagem, além de atender as necessidades
do paciente, deve considerar a necessidade de apoiar e reconfortar os
familiares. Não é incomum o enfermeiro envolver-se afetivamente,
tanto com o paciente quanto com familiares, estabelecendo vínculo
afetivo, percebido como base de segurança que, ao ser interrompido
pela morte, desencadeia sofrimento, sentimento de perda e luto frente
à separação. Trabalhar com doentes sem perspectivas terapêuticas
pode desencadear na equipe de saúde vários sentimentos, dentre eles
culpa, tristeza e ansiedade. O contato com pacientes morrendo leva o
profissional a um desgaste emocional, em que os sentimentos se
expressam de forma confusa (HOGA, 2002).
A morte de uma criança é interpretada como interrupção no seu ciclo
biológico, ficando o profissional mais fragilizado por não aceitá-la.
Entretanto, embora a morte e o morrer sejam aspectos inerentes à
nossa condição humana, parece-nos que esta possibilidade é mais
dolorosa, quando se estende à população infantil. Admitir a morte de
uma criança ou adolescente parece retirar a esperança, colocando-nos
diante do fim prematuro de uma existência. Diante das limitações e
confrontos de nossa própria finitude e a dos outros, fica evidente a
necessidade de cuidado ao cuidador, seja este o profissional ou o
familiar que acompanha o desenlace (SUSAKI et al, 2006).
A enfermeira é quem geralmente está próximo nos momentos difíceis,
é quem o paciente e a família busca quando necessitam de
esclarecimentos, ou de cuidados imediatos. Assim este profissional
tem que lidar com o sofrimento, com a angústia e com os temores que
podem surgir em diversas situações que envolvem esse cuidar. Ao
assistir o paciente com mau prognóstico em seu processo de morte e
morrer, a enfermeira vivencia situações permeadas por sofrimento,
angustia, medo dor e revolta por parte do paciente e de seus
familiares, e como um ser humano dotado de emoções e sentimentos,
manifesta em alguns momentos estas mesmas reações diante deste
processo (COSTA et al, 2008).
O enfermeiro é o profissional mais procurado pelos familiares de
pacientes terminais. Muitas vezes sente-se inseguro confuso, e
angustiado em lidar com a situação já que precisa mais que de
conhecimentos técnicos para lidar com a morte, exigindo-lhe
competência na dimensão física, emocional e espiritual.
A maternidade, dom da vida, modifica o olhar da enfermeira diante do
processo de morte e morrer da criança. Elas se colocam em situações
antes e depois da maternidade e percebem que a experiência de ter
um filho as tornam mais sensitivas, mais fragilizadas, colocando-se
sempre no lugar dos pais, como se a perda daquela criança fosse a
perda da sua própria criança. As enfermeiras, principalmente aquelas
que já têm filhos, tendem a se projetar no papel da mãe da criança,
aproximando-se mais desta e apoiando-a, evidenciando que a empatia
ocorre neste momento com uma relação de consolo e ajuda mútua
(HADDAD, 2006).
Caso a família do paciente em fase terminal não seja considerada, não
será possível ajudar esse paciente nesse momento de crise. No
período da doença, os familiares desempenham papel preponderante,
e suas reações influenciam diretamente as próprias reações do
enfermo, podendo trazer benefícios ou não ao seu estado (POLES e
BOUSSO, 2006).
Nos hospitais, cotidianamente, encontram-se pessoas em processo
de morrer. Daí a necessidade de os profissionais de saúde estar
preparados para receber e cuidar dessas pessoas e de suas famílias,
além de compreender reações e comportamentos que elas
apresentam. Na UTI, comumente, a enfermagem substitui a família.
No entanto, muitas vezes os profissionais não estão preparados, não
dispõem de tempo e de condições internas para se envolverem com o
paciente (HADDAD, 2006).
Assim, lidar com o paciente em processo de morte e com a sua família
constitui-se uma tarefa árdua e difícil. Isso exige o acompanhamento
da equipe de enfermagem e um grande apoio, além do
desenvolvimento do trabalho técnico no cuidado. A vivência desta
perda e a dificuldade de aceitá-la são maiores quando a criança
permanece longo período no hospital, havendo tempo para a
construção do envolvimento emocional entre a enfermeira, a criança e
a família (INACIO et AL, 2008).
Trabalhos analisados demonstraram a existência do envolvimento da
enfermeira e família no processo de morte da criança e julgam
imprescindível que esta profissional abrace, no seu cuidado, esta
família que vive o processo de morte de um filho. Neste sentido, ao se
dissiparem todos os recursos para a manutenção da vida, é necessário
que a enfermeira perceba que suas atividades devam ser mais
abrangentes, com a finalidade de atender as demandas da família
(POLES e BOUSSO, 2006).
Assim, a aproximação da enfermeira á família possibilita a
identificação de recursos que contribuem para a amenização do
processo de morte da criança. Esta relação pode ser tão intensa que
a enfermeira chega a ver a criança como um ente querido e sentir a
morte desta como se fosse um ser da sua família (COSTA E LIMA,
2005).
2.5 - O preparo emocional dos enfermeiros diante do processo de morte e morrer da criança
Tratar de uma criança hospitalizada requer da enfermagem uma
atenção ativa e dinâmica. O desenvolvimento harmonioso do trabalho
só se dá quando o profissional está bem em seu local de trabalho nos
aspectos operacionais, sociais e psicológicos. Por ser criança, esse
tipo de paciente tem quase um dom de cativar as pessoas. Com a
enfermeira isso não é diferente. Ela, muitas vezes, se envolve com as
crianças que passam pelo processo de morte e morrer, vivenciando
com ela, com seus familiares, a dor desse momento, além de
confrontar sua própria dor (HOGA, 2002).
Assim, quando acontece de a criança morrer, a enfermeira sofre sua
morte. Sofre por ver nela sua finitude, por ser apenas uma criança que
não teve tempo de desfrutar os prazeres da vida e por não ter passado
pelo ciclo de vida estipulado pela sociedade, que é nascer, crescer,
procriar, envelhecer e morrer.
Há profissionais que não se sentem preparados para lidar com
situações extremas e inesperadas, por isso, deve haver apoio de
profissional qualificado para tais trabalhadores após o ingresso no
mercado de trabalho, em vista que não é dada a atenção especial para
esse assunto ainda na graduação (HADDAD, 2006).
Tratando de sentimentos, relata Shimizu (2007) que possivelmente os
profissionais que possuem maior experiência, estejam mais
preparados para lidar com o processo de morte. O profissional que se
depara constantemente com o sofrimento, a morte e o processo de
morrer podem construir defesas próprias contra as reações
depressivas.
Costa e Lima (2005) definem o envolvimento do profissional com o
paciente como um contato autêntico e vital na relação terapêutica,
pois só assim promove a empatia e permite que o profissional
conheça cada vez mais o paciente, atendendo melhor suas
necessidades. Porém existem referências que acreditam que o
envolvimento com o paciente deve ser na maioria das vezes racional.
Para Filizola e Ferreira apud Travelbee(1979), o não envolvimento
com o paciente tem alcançado os princípios da enfermagem, e os que
utilizam esses princípios se justificam considerando que quanto maior
é seu envolvimento com o paciente menor é o profissionalismo, e
assim sucessivamente. O profissional que permite o envolvimento e a
irracionalidade com o paciente é taxado como inapto e incapaz.
Quando ocorrem várias mortes em um curto período, a equipe torna-se
temporariamente sobrecarregada com o sentimento de tristeza que
enfrentam ao presenciarem uma morte após a outra. Surgem
sentimentos e comportamentos de negação, tristeza, raiva, medo e
ansiedade que são reações de luto normais e cada profissional têm a
sua maneira de reagir (CARDIM et al, 2004).
Segundo Couto (2008), durante o período de graduação de
enfermagem, há carência de algo voltado para aspectos psicológicos e
sociais. Esse despreparo evolui com a falta de apoio seja por parte da
instituição, do gestor ou até de um confidente no local de atuação. Já
Shimizu e Ciampone (2002), sugerem a necessidade de existência de
profissionais capacitados para trabalhar com o lado psicológico e
saúde mental dos trabalhadores de enfermagem.
O processo de morrer que envolve crianças e jovens comumente
constitui-se em uma situação aguda, enquanto que as pessoas idosas
geralmente são acometidas de transtornos crônicos que podem levar à
morte. Portanto, a morte de crianças e jovens é compreendida pela
sociedade e pelos profissionais cuidadores como a cessação de vidas
que poderiam ser promissoras, interrompendo o ciclo vital. Crianças
traduzem expectativas positivas e prazerosas, representam
corporificação da vida, denotando necessidade de manter a vida
intacta e protegida (RIBEIRO et al, 2006).
A morte da criança e do adolescente, interpretada como interrupção no
seu ciclo biológico, provoca na enfermagem inúmeros sentimentos,
incluindo impotência, fracasso, frustração, tristeza, dor, sofrimento,
angústia. Neste contexto, morrer na velhice passa a ser considerada a
forma natural de morte. Por conseqüência, todas as outras maneiras
de morrer são consideradas contra a natureza e, por isso,
desnecessárias. Assim, a morte é de certa forma, associada à velhice,
indicando que a pessoa já cumpriu uma jornada e estaria “pronta” para
morrer (COSTA et al, 2005).
O profissional destinado a cuidar de pacientes em fase terminal deve
ser preparado para enfrentar situações de extremo sofrimento e de
morte, pois a morte reflete um limite da capacidade do profissional.
Porém, apesar das enfermeiras conviverem diariamente com situações
de sofrimento diante do processo de morte de seus pacientes,
percebe-se que ainda emergem reações diversas destas enfermeiras
frente a esta vivência, já que o estresse, a ansiedade e a fuga como
mecanismos de defesa durante a assistência profissional se
mostraram evidentes neste processo (POLES e BOUSSO, 2006).
A maior angústia manifestada por parte das enfermeiras diante da
morte da criança acontece quase sempre porque a criança está no
início de sua vida, por interromper seu ciclo vital ainda na infância, não
participando das mudanças que envolvem o crescer e o desenvolver,
não passando pela fase de trabalho, casamento, filhos, e não poder
aproveitar uma boa velhice. Enfim, não desfrutar de uma vida cheia de
sonhos e esperanças (COSTA et al, 2008).
Porém, em contrapartida, por estar intimamente envolvido com o
paciente a quem presta cuidados, a morte, algumas vezes, pode ser
vista como alívio para o sofrimento, uma vez que por mais que a
enfermeira sofra com a morte do seu paciente, ela também não se
sente à vontade ao visualizar o sofrimento do paciente fora de
possibilidades terapêuticas (INACIO et AL, 2008).
Ao tomar consciência de sua fundamental importância no
desenvolvimento de atividades que proporcionem conforto e bem-
estar físico e mental à pacientes, fora de possibilidades terapêuticas,
as enfermeiras encontram-se diante do paradoxo existente entre o
cuidar de forma humanizada e suas convicções sócio-culturais que
envolvem o medo, a angústia e as dificuldades diante do prognóstico
do paciente oncológico. A morte faz parte do decurso normal da vida,
mas as enfermeiras geralmente não estão preparadas
emocionalmente para enfrentar a morte e nem lidar com seus
próprios sentimentos, como também sentem dificuldades em assistir
os pacientes que irrevogavelmente, de forma lenta ou brusca,
evoluirão para morte (SULZBACHER et al, 2009).
O medo e as tensões que a morte provoca no ser humano, seja em
relação a sua própria pessoa, ou de um ente querido, deixa em
evidência o sentimento de impotência, raiva, tristeza e negação, que
precisam ser mais propriamente discutidos e analisados de modo a
propiciar um enfrentamento mais adequado tanto pessoal, como
profissional na situação de morte. Têm-se como pressuposto que os
profissionais de saúde vivenciam friamente a morte e a encaram como
um fato desagradável. Nesse enfoque é comum que sejam vistos
como “frios”, mas a verdade é que mascaram e negam seus
sentimentos e emoções ao lidar com a morte (SOUSA et al, 2009).
3 - CONSIDERAÇÕES FINAISCompreendemos que o enfermeiro no processo de morte e morrer, se
defrontam com obstáculos ao lidar com o paciente fora de
possibilidades terapêuticas, incluindo também seus familiares, ficando
evidente a dificuldade do enfermeiro ao lidar com tais paciente devido
às lacunas existentes no conhecimento defasado adquirido na
instituição de ensino.
Estudar a morte é algo que pode ajudar a trabalhar com sua constante
presença, surgindo daí a necessidade do profissional tornar-se
familiarizado com a morte desde a graduação, com vistas a um
preparo pessoal e profissional de forma a reduzir o estresse e a
ansiedade ao se discutir e conviver diariamente com essas situações
de sofrimento. Isto poderá proporcionar ao profissional a elaboração e
o esclarecimento de suas preocupações frente ao desconhecido, para
que seja capaz de manter uma relação interpessoal de ajuda, a qual é
a essência do ato de cuidar, tanto com o paciente que necessita ser
ajudado nesta fase de sua vida, quanto para com seus familiares.
Além disso, muitas vezes a formação desses profissionais é voltada às
ações técnicas e práticas, mesmo tendo conhecimento sobre as
necessidades reais do paciente e da família. Assim procurarem
realizar as tarefas da melhor maneira possível, mas apresentam
dificuldades para apoiar e confortar esse núcleo.
Dessa forma, a enfermeira deve refletir e permitir que o paciente, em
iminência de morte, mantenha seu direito à cidadania como um ser
que raciocina que tem capacidades e que percebe seu corpo. Porém,
para que essas atitudes se concretizem, faz-se necessário, talvez, que
o enfermeiro recupere dentro de si a pessoa que é, e que em atitude
de autodefesa muitas vezes é sufocada, devendo superar seus
temores e assim contribuir para a plena humanização, abastecendo-se
com toda carga dos mais nobres sentimentos, em especial, o amparo
e o conforto, a solidariedade e a compaixão, provocando mudanças e
transformando seu serviço de atendimento de enfermagem em algo
especial, verdadeiro e indispensável.
Embora tenha ocorrido um aumento no úmero de livros e artigos sobre
o tema, a morte é um desafio para o enfermeiro, pois nem todas as
escolas de Enfermagem dedicam-se atentamente a oferecer ao
estudante formação mais acurada relativa ao morrer. É aparente a
falta de preparo do profissional para lidar com a morte, alicerçada em
uma falta de elementos técnicos para lidar com situações que
despertam fortes emoções. Essa carência de técnicas é conseqüência
de um tipo especial de formação profissional, onde parece que a morte
está excluída dos currículos de Medicina e Enfermagem.
Conforme o estudo de Lima e Teixeira (2007), o cuidador é sempre
afetado, portanto deve haver uma preocupação com o estado
emocional do profissional e sua forma de viver, pois isto pode interferir
em suas atividades de trabalho. Assim, cuidar então também implica
em investimento e atenção ao profissional.
Em suas repostas, os entrevistados dos artigos estudados relatam a
dificuldade em perceber o quanto o desgaste emocional lhes
ocasionam danos a saúde física. Por estarem expostos ao constante
enfrentamento do sofrimento, sabemos que muitas vezes o profissional
não consegue perceber o quanto está desgastado também
emocionalmente, por esse motivo é importante o cuidado institucional
e pessoal na forma de acompanhamento psicológico.
Os artigos estudados mostraram que o processo de morte e morrer da
criança traz ao profissional de enfermagem, sentimentos de derrota,
tristeza, frustração e desapontamento. Nos depoimentos presentes
nestes, a enfermeira coloca que estes sentimentos estão relacionados
ao vínculo afetivo que se constrói entre ela e a criança, através do
tempo de internação. Elas descrevem a perda como algo difícil de ser
vivenciada e, assim como a família, enlutam-se quando a criança
morre.
Outro aspecto observado é o comportamento de alguns profissionais
que procuram se proteger desses sentimentos, atuando com postura
mais técnica julgando-se imunes àquelas situações. Porém, sabe-se
que além de profissional este também é um ser humano que acaba se
pondo no lugar do paciente e da família e, mesmo inconscientemente,
sofre com aquele acontecimento.
A morte da criança é fonte de estresse e interfere diretamente na
qualidade de vida dos cuidadores podendo, conseqüentemente, levar
a uma baixa na qualidade do cuidado. A situação de vida/morte gera
sofrimento da equipe de enfermagem, principalmente pelo caráter
humano dessa profissão, em que o envolvimento afetivo com as
pessoas assistidas é inevitável. Este envolvimento se constitui algo
bom e ruim ao mesmo tempo para o profissional: é bom quando
permite uma relação autêntica e promove empatia e um maior
conhecimento do paciente para melhor atendimento de suas
necessidades; por outro lado, a formação de vínculo com o paciente
terminal leva a um sofrimento psicológico e sentimentos dolorosos.
Entretanto, não há como não desenvolver vínculos com o paciente já
que o envolvimento é vital em uma relação terapêutica e necessária
para uma assistência de qualidade
Este estudo concluiu que na morte da criança os sentimentos de perda
que ocorrem na equipe estão relacionados à existência de vínculo
afetivo, envolvimento, e ao caráter humano da profissão de
enfermagem que na maioria das vezes sofre a perda e se enluta junto
com a família na ocorrência do óbito.
Deste modo, percebe-se que os profissionais estão sofrendo e
precisam ser ajudados a compreender a morte como uma etapa que
precisa ser vivida, e o luto como uma resposta necessária à perda das
crianças que estavam cuidando. Este assunto não se apresenta na
pauta de discussões da academia. Como não se tem interesse em
desenvolver pesquisas sobre o tema, formam-se profissionais sem
preparo algum para trabalhar com o risco iminente de morte ou mesmo
com o processo de morrer já instalado.
Este estudo bibliográfico demonstrou que a imagem da morte para a
enfermeira está associada a sentimentos de frustração, tristeza e
sofrimento, porém esta considera que pode contribuir para o bem-estar
da criança; a família passa a ser foco dos cuidados junto com a
criança em terminalidade havendo uma grande necessidade de
interação enfermeira-família-criança nessa situação; o profissional
enfermeiro não está preparado para lidar com a morte, especialmente
da criança, necessitando de melhor capacitação e maior apoio
psicológico.
Neste sentido, as propostas de melhora devem ocorrer nas instituições
de ensino nas quais os alunos devem incluir momentos de vivência de
reflexão acerca do “cuidar”, tanto na vida quanto na morte, visando a
um cuidado mais sensível, tanto às crianças quanto aos seus
familiares. Ressalta-se, ainda, que a criação de núcleos de ajuda aos
profissionais, onde o processo de morte fosse recorrente, poderia
contribuir para que os trabalhadores com dificuldades com o tema
recebessem ajuda psicológica e buscassem formas de conviver com a
morte/morrer, sem prejuízos para si e para o desenvolvimento de suas
atividades.
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