O ENSINO VIA RÁDIO POR MEIO DAS INICIATIVAS EDUCATIVAS DA
UNIVERSIDADE DO AR (1941-1945) E DO PROJETO MINERVA (1970-1989)
Rosa Maria Garcia Monaco
Programa de Pós-Graduação em Educação (Doutorado) – UERJ
Niely Natalino de Freitas Leyendecker
Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado) – UERJ
Resumo
O presente trabalho apresenta um estudo a respeito da inserção do rádio como veículo
propiciador da expansão de conhecimento, em especial, a partir de dois programas
radiofônicos, a Universidade do Ar (1941-1945) e o Projeto Minerva (1970-1989). Com
suas especificidades, essas iniciativas tinham o objetivo de levar formação aos
professores secundários do magistério público e privado, bem como elevar o número de
alunos concluintes no ensino básico, respectivamente. Os programas vinham como
medidas decorrentes de políticas educacionais para atender às demandas de formação
específica de professores secundários, na década de 1940 e de equacionamento de
distorções idade/série na educação básica na década de 1970. Voltavam-se aos docentes
e discentes em contextos históricos distintos, porém, em comum, com governos
coercitivos no cenário político. O olhar aqui proposto tem como base o histórico de
chegada do rádio ao Brasil e as suas possibilidades de usos educativos, com aporte teórico
na discussão de: Calabre (2002), Pimentel (2009), Andrelo (2009) (2012), Camara e
Rangel (2017), entre outros. As fontes das quais partimos para a análise, contam com as
correspondências trocadas entre professores e alunos da Universidade do Ar, trabalhos
discentes e documentos da Rádio Nacional, bem como fascículos das aulas promovidas
pelo Projeto Minerva.
Palavras-chave: Ensino via rádio. Ensino Secundário. Ensino Supletivo. Ensino a
distância.
Notícias introdutórias
A busca pela melhoria da educação brasileira vem ao longo do tempo, ocupando
lugares de discussões, tanto entre os ocupantes do poder, os quais sentiam-se impelidos a
acreditar que as mudanças econômicas no país se dariam por meio dos avanços
educacionais; quanto entre os professores, com sua maestria na atuação direta junto aos
alunos nas escolas; como pelo próprio alunado, parte que mais se beneficiaria com um
bom sistema educativo em funcionamento. Certamente, o ideal para a educação brasileira
seria a minimização das desigualdades sociais, frente aos desníveis de escolaridade
notados nas pesquisas dos Censos Demográficos do século XIX do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Afinal, para a população acima de 15 anos, em 1920, a
taxa de analfabetismo era de 65,0%; em 1940, a taxa era de 56,1%; e em 1970, 33,7%
ainda eram analfabetos. Perseguia-se o ensino para todos, com quantidade de vagas
suficientes e com o melhoramento na qualidade do ensino-aprendizagem.
Com a intenção de o processo educacional alcançar lugares que a escola não
conseguiria chegar, a partir da década de 1920, o rádio transformou-se em um poderoso
meio educativo. Ele era o meio de comunicação mais popular e, por causa disso, foi
visado para à missão de levar conhecimentos à lugares onde instituições governamentais
e/ou privadas não conseguiriam alcançar (PIMENTEL, 2009, p. 15). Sob esse foco,
programas e projetos via rádio foram sendo implementados no país. Para a participação
do público adulto pudemos vislumbrar que: ora destinavam-se à formação de professores,
que seriam os responsáveis pela docência na educação secundária, ora investiam no
ensino para jovens e adultos na educação básica, e por vezes ainda ofereciam na
programação radiofônica, momentos instrutivos para a população ouvinte em geral.
Desde a chegada do rádio ao Brasil, o contato do público com conhecimentos,
antes oferecido somente a um pequeno número de pessoas, passou a se expandir e
abranger grande parte da população. Em 1923, com a chegada da Rádio Sociedade Rio
de Janeiro (PRA-2), pioneira na radiodifusão no Brasil, os expectadores passaram a ter
acesso a cursos, palestras, aulas, concertos musicais em uma programação totalmente
educativa e cultural. A exemplo dela, outras emissoras passaram a integrar o cotidiano
dos ouvintes, levando uma programação educativa a todos eles.
Dentre inúmeras radionovelas, programas de notícias, ministração de aulas e
momentos de conhecimentos que o rádio proporcionou por meio de suas estações,
destacamos duas iniciativas do Ministério da Educação, que entendemos como tendo sido
de grande relevância às suas épocas de vigência: a Universidade do Ar (1941-1945) e o
Projeto Minerva (1970-1989). Sendo assim, o objetivo deste trabalho é o de compreender
dois programas educativos via rádio, em prol da formação docente e discente no país, a
Universidade do Ar (1941-1945) e o Projeto Minerva (1970-1989), respectivamente, com
suas especificidades de forma, método e público-alvo.
O rádio como meio de comunicação de massa foi o veículo que alcançou mais
diretamente os indivíduos, devido à agilidade na produção dos programas e à facilidade
na recepção (PIMENTEL, 2009, p. 15). Por conta disso, os dois programas selecionados,
foram tomados por uma grande repercussão de participação do público, levando-se em
conta que um fora direcionado à formação de professores já atuantes no ensino secundário
e o outro dirigia-se ao jovens e adultos acima de 17 anos, sem a certificação do 1º Grau
(2ª fase). Em comum, os dois programas foram concebidos em períodos de autoridade
coercitiva no país: a Universidade do Ar fora criada e transmitida na vigência do Estado
Novo (1937-1945) e o Projeto Minerva acontecera no período do regime militar (1964-
1985). Pode-se considerar que o regime autoritário via nos projetos educativos uma forma
de implementar as suas ideias.
A Universidade do Ar (1941-1945), projeto do Ministério da Educação, foi
irradiado pela Rádio Nacional (PR-8), com grande abrangência em território brasileiro.
Os cursos totalmente gratuitos, representavam uma forma de equacionar a situação dos
professores bacharéis em exercício no magistério. Essa preparação para o ensino
secundário era deficitária por inúmeros motivos, dentre eles, a grande distância entre os
professores e os centros universitários, responsáveis pela formação necessária para o
efetivo trabalho na educação secundária.
Quanto ao objetivo geral do Projeto Minerva (1970-1989) esse era o de
“transmitir, através do rádio, programas educativos e culturais, aperfeiçoando o homem
dentro da sua própria comunidade, e permitindo o seu desenvolvimento individual e
coletivo” (PIMENTEL, 2009, p. 67). O Projeto foi concebido como uma proposta
popular, no sentido de alcançar a camada adulta que necessitava da escolarização. O
método consistia de o aluno ouvir as aulas pelas emissoras de rádio, que eram compelidas
à transmissão com dias e horários fixos, ao mesmo tempo em que os mesmos
acompanhavam a evolução dos conteúdos programáticos em conjunto à leitura dos
módulos impressos.
A construção do trabalho foi realizada em cinco partes: a parte introdutória
anuncia o objetivo do trabalho dando um norte ao tema; a segunda historiciza o rádio
como um elemento de comunicação, tendo sido utilizado com propósito educativo; a
terceira e a quarta esmiúçam as duas experiências educacionais via rádio, a Universidade
do Ar e o Projeto Minerva, respectivamente; e a última expõe aproximações e
distanciamentos dos dois programas, esboçando reflexões e considerações finais.
Era uma vez o histórico do rádio
O início do século XX marca um momento de intensas transformações sociais
vivenciadas no Brasil em diversos contextos. A República recém estabelecida no país,
veio pôr fim ao monopólio das velhas oligarquias dominantes, vislumbrando a
possibilidade de transformações sentidas não só no cotidiano político, mas também
educacional e cultural do país. Alguns eventos e criações de instituições marcaram esse
período dentro de um processo que visava a atender as demandas sociais de um país que
caminhava para a modernidade. Dentre as ações que marcaram este momento estão a
Semana de Arte Moderna, em 1922 na capital paulista, e a fundação da Associação
Brasileira de Educação (ABE), em 1924, como um espaço de pesquisa e discussão a
respeito da educação.
O movimento renovador percebido em diferentes frentes, demonstra que a década
de 1920 trouxe os contornos da efervescência política e cultural vivida no país. Dentro
desses contextos político e cultural, em 1922, em meio às comemorações do centenário
da Independência, o Brasil teve o seu primeiro contato com as transmissões radiofônicas.
Os primeiros cem anos do Brasil independente foram festejados com uma grande
exposição artística, com eventos em diversos pontos da capital do país. No alto do Morro
do Corcovado, foram montados alto-falantes que transmitiam, ainda de forma discreta, o
som do concerto da Orquestra regida pelo maestro Carlos Gomes, entoando “O Guarani”,
diretamente do Teatro Municipal:
No Brasil, o rádio fez sua primeira aparição pública e oficial em 1922, na
Exposição Nacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil.
A montagem de exposições nacionais era uma prática comum na época.
Eventos de projeção internacional, as exposições serviam de vitrine, na qual os
países participantes exibiam, entre outras coisas, as novidades tecnológicas.
Para o Brasil, a “Exposição Nacional de 1922”, era de fundamental
importância, era o momento do país mostrar-se próspero, saudável,
desenvolvido, e, acima de tudo, moderno frente aos olhos dos países europeus
(CALABRE, 2002, p. 48).
Seguindo a tendência de um país próspero e moderno, a exposição seria o
momento ideal para as primeiras experiências via rádio. Vários locais receberam os
aparelhos da Westinhouse, empresa pioneira na fabricação de equipamentos para
radiodifusão em prol da transmissão dos eventos da Exposição do Centenário. Dias após
o término da exposição, os aparelhos emprestados retornaram para os Estados Unidos.
Naquela ocasião, Edgar Roquette-Pinto, sócio da Academia de Ciências, ao ter contato
com o advento do rádio em solo brasileiro, viu no novo meio de comunicação, um campo
fértil para a integração do país, em especial na área educativa, proporcionando a difusão
de cultura e conhecimento dos centros e das capitais do país para toda a extensão
territorial.
No pensamento social de Roquette-Pinto, os conceitos de cultura e civilização passariam a integrar a ordem do dia da modernidade. O mundo civilizado era
mais que um espelho de narciso, era uma possibilidade concreta, real, em que
se edificaria a obra de reconstrução nacional. Por esta concepção, o rádio e o
cinema educativos seriam os ativadores dos sentidos da nacionalidade e da
civilização moderna, constituindo-se como meio auxiliar da educação.
Instrumentos de superação das imensas distâncias territoriais, o rádio e o
cinema prestariam um serviço à institucionalização das instituições da
sociedade, articulando o binômio povo-nação (RANGEL, 2010, p. 19).
Interessante observar que desde suas experiências nas expedições etnográficas
pelo país, junto a Candido Rondon, anos antes do aparecimento do rádio, Roquette-Pinto
já via no Brasil a necessidade de integração de suas regiões através do conhecimento.
Sendo assim, Roquette-Pinto imbuído nessa visão, em 1923, portanto um ano após a
chegada do rádio ao Brasil, juntamente com Henrique Morize, ambos da Academia
Brasileira de Ciências, fundam a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (PRA-2). A
emissora, com fins científicos e culturais, funcionava na modalidade Rádio Clube, ou
seja, associações mantidas por seus associados. Toda a programação, seus produtores,
difusores culturais eram voluntários que contribuíam para dar vida à emissora:
O surgimento da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (PRA-2), em 1923 representou
um divisor de águas na medida em que direcionou as atividades radiofônicas para o
âmbito da educação popular e não apenas para o divertimento, sendo a primeira experiência de rádio-escola a tentar unir o erudito e o popular dentro de uma
programação semanal (CAMARA; RANGEL, 2017, p. 157).
A programação da Rádio Sociedade era totalmente cultural e educativa. Todos os
dias, seus ouvintes recebiam palestras educativas, aulas variadas, cursos, e ainda música
e teatro. Na visão de seu fundador, a base da programação da nova rádio deveria articular
arte e ciência por serem importantes na formação da população brasileira, o que
contribuiria para as transformações necessárias na direção de modernização que o país já
viria a trilhar na década seguinte. A partir de 1930, os anos foram de impulso para a
radiodifusão no país, principalmente após a legislação voltada para a regulamentação da
radiodifusão, que marcou um novo momento para a história do rádio no Brasil. Em 1931,
os decretos nº 20.047 e nº 21.111, regulamentaram a profissionalização do rádio e a
propaganda comercial nas emissoras. A partir de então, com a comercialização do rádio,
seguindo o modelo americano, concedia-se canais a particulares e permitia-se a
comercialização de produtos (OLIVEIRA, 2012, p. 341), associada à exigência do
governo federal de aumentar a potência dos transmissores de todas as emissoras do país.
Nesse novo cenário da radiodifusão no Brasil, Roquette-Pinto viu se perder seu
maior objetivo com as transmissões radiofônicas, o de oferecer cultura e educação sem
barreiras geográficas. As rádios estritamente culturais não se mantinham financeiramente,
sendo dependentes de seus associados, o que as colocavam em desvantagem em relação
ao alcance e à audiência, frente às propagandas comerciais. Diante disso, o caminho para
manter viva a Rádio Sociedade com fins culturais, foi a doação da emissora para o
Ministério da Educação e Saúde Pública. Em 1936, Roquette-Pinto realizou a doação da
Rádio Sociedade ao Ministério, entretanto, a exigência feita foi a de manter a emissora
com programação estritamente cultural, dando nascimento, então, à Rádio Ministério da
Educação e Cultura com o prefixo PRA-2, atual Rádio MEC.
A partir de então, na nova legislação da radiodifusão vigente no Brasil, novas
rádios foram criadas e a propaganda passou a patrocinar os grandes espetáculos
radiofônicos. Novelas, concertos e grande difusão cultural educativa passaram a fazer
parte do cotidiano dos brasileiros nas décadas seguintes. Especificamente os anos de 1940
ficaram marcados na história como a Era de Ouro do rádio e a Rádio Nacional foi uma
das grandes vertentes desse momento. A Rádio Nacional, como afirma Romero (2014),
ocupou destaque na formação e informação do Brasil em sua programação diária que
continha: radionovelas, jornais, programas culturais e educativos. Ao mesmo tempo em
que difundia informações, propagava traços de um discurso nacionalizador, em voga
durante o governo repressor do Estado Novo. Desse modo, o rádio não apenas levava
entretenimento, como também auxiliava no avanço de uma comunicação voltada para o
ensino, para a cultura e para a informação.
A partir da década de 1950, “especialistas em educação começaram a se
aprofundar nas possibilidades do rádio como meio de ensino e elaboraram uma série de
planos para um melhor aproveitamento da radiodifusão educativa” (PIMENTEL, 2009,
p. 42). Dentre muitos debates, cursos e metodologias apresentados por estudiosos
interessados na propagação do uso do rádio na educação, que em 1958 o Sistema Rádio-
Educativo Nacional (SIRENA), proposto pelo Ministério da Educação, iniciou suas
atividades. Fizeram parte das ações do SIRENA, principalmente a produção, gravação e
distribuição de Cursos Básicos, irradiados pelas emissoras do sistema, além de gerar
incentivo a outros sistemas nas esferas regionais, quer fossem oficiais ou particulares
(PIMENTEL, 2009, p. 45).
De acordo com o convênio firmado entre o SIRENA e a diocese de Aracaju,
capital do estado de Sergipe, ao final da década de 1950 foi montado um sistema de rádio-
educativo com toda a estrutura necessária para a produção de programas e treinamento de
recursos humanos, transmissão e recepção organizada, dando origem, com isso, em 1961,
a um novo organismo, o Movimento de Educação de Base (MEB). O objetivo geral do
MEB girava em torno da ampla assistência educacional de adolescentes e adultos
(PIMENTEL, 2009, p. 48). Tendo ocorrido o Golpe de 1964 com a instalação do regime
militar no poder, o MEB perdeu força sendo substituído pelo maior programa radiofônico
educativo de todos os tempos, o Projeto Minerva, com destaque para a obrigatoriedade
da transmissão por todas as emissoras de rádio, públicas e privadas, da época.
De acordo com Calabre (2002), o rádio ocupou no Brasil um papel social
importante, desde o seu surgimento em 1923, inclusive no cotidiano das famílias
brasileiras. Esteve presente nos mais diferentes contextos sociais, assumindo um lugar de
destaque em momentos históricos de grande relevância. Ele continua sendo fundamental
para a comunicação de massas ao longo dos anos, e mesmo após avanços tecnológicos
que trouxeram a inserção de novos aparelhos de comunicação, o rádio ainda ocupa sua
importância na comunicação e difusão de informações.
Alô, alô, a Universidade do Ar chegou!
A Universidade do Ar vem no bojo de uma série de programas radiofônicos
implementados a partir da década de 1930, com o objetivo de levar conhecimento através
do rádio. Com sua primeira transmissão em 19 de abril de 1941, o programa permaneceu
no ar até o ano de 1945. Sua inauguração foi um oferecimento especial do diretor da Rádio
Nacional, Gilberto de Andrade e da diretora da Divisão do Ensino Secundário, Lúcia
Magalhães em comemoração ao aniversário do presidente Getúlio Vargas. Nas ondas da
Rádio Nacional, (PR-8), a Universidade do Ar teve como objetivo principal, oferecer
formação pedagógica aos professores atuantes no ensino secundário de todo o país.
A formação docente para o ensino secundário era, à época, uma discussão bastante
presente no cenário educacional. Como já previa a exigência da Lei 19.890/31, conhecida
como reforma educacional Francisco Campos, essa formação deveria ser em nível
superior e ofertada pela Faculdade de Educação. Assim como afirma Dias (2011, p. 2),
“a função pragmática da Faculdade de Educação, Ciências e Letras, determinada pela
reforma do ensino superior, consistia, portanto, em oferecer as disciplinas necessárias ao
exercício do magistério secundário em todos os seus ramos”. No entanto, a realidade do
corpo docente da educação secundária era distante do que previa a reforma, não tendo os
professores, em muitos casos, formação pedagógica para atuarem no regimento das
turmas, por diversos fatores, dentre eles, por lecionarem em regiões distantes das
instituições de ensino superior. Nesse aspecto, o uso do rádio como instrumento capaz de
encurtar as distâncias geográficas de um país de dimensões continentais, foi de extrema
valia.
Sendo assim, a Universidade do Ar instituiu-se como um projeto educacional
dentro do Estado Novo (1937-1945), momento repressor do governo de Getúlio Vargas,
em que o rádio e a Educação tiveram papel fundamental na difusão dos ideais políticos
voltados para o fortalecimento da imagem de Vargas como estadista. Nesse contexto, a
educação era o terreno em que o governo colocava-se como “amigo” e “protetor” da
nação. Uma das atribuições do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão
regulador da veiculação artística e cultural ligado diretamente à presidência, era a criação
e distribuição de cartilhas escolares que traziam o presidente Getúlio Vargas como o “pai”
da nação.
Foi nesse cenário que os professores das mais diversas regiões do Brasil,
partícipes como ouvintes pelo rádio da Universidade do Ar, obtiveram o aprendizado por
meio das vozes de renomados professores que gozavam de grande prestígio entre uma
elite intelectual do governo. O corpo docente do programa contava com profissionais da
Faculdade de Filosofia e com catedráticos do Colégio Pedro II. O curso oferecia as mais
novas metodologias no ensino das matérias escolares. Conforme afirma Salgado (1946,
p. 87), todos imbuídos do desejo de:
Impulsionar a formação pedagógica dos professores atuantes nas instituições
escolares com os seguintes objetivos: apresentar ao aluno a disciplina
discutindo os meios de dirigir e reter a sua atenção; constituir-se como meios
de intensificar o interesse do aluno pela matéria; “1) constituir os meios de
verificar o aproveitamento do aluno e despertar nele o desejo de aprofundar a
matéria; 2) Bibliografia para o professor”.
A divulgação da Universidade do Ar pela imprensa ficou a cargo do jornal A
Noite, levando ao público o novo programa que iria ao ar, diariamente, das 18:45 às 19:00
horas. Professores secundaristas foram convocados através de discursos empolgantes dos
professores do projeto, publicados no jornal, dias antes da inauguração do programa. Na
semana em que antecedeu a inauguração do programa, o jornal trouxe em suas edições
diárias, um espaço para que os organizadores, bem como os representantes dos docentes
pudessem colocar suas impressões sobre o empreendimento que ali tomava seu início.
De acordo com Horta (1972), foi grande a procura, por parte dos professores
secundaristas, pelo curso de aperfeiçoamento oferecido pelo rádio. Em 1942, o número
de matrículas chegou a 4.929, o que demonstra o interesse na certificação oferecida pela
Universidade do Ar aos bacharéis que atuavam no ensino. A metodologia de
desenvolvimento do curso consistia na inscrição, que os professores de qualquer região
do país poderiam realizar através dos correios, ou na sede da Rádio Nacional, no Rio de
Janeiro. Os scripts dos programas eram enviados aos alunos e os mesmos poderiam
encaminhar suas dúvidas para serem tiradas no ar, durante o programa. Ao final de cada
disciplina, os alunos deveriam entregar um trabalho de conclusão, o que garantiria o
certificado do curso.
No entanto, mesmo diante do caráter inovador do programa, em 1943, portanto
um ano após sua inauguração, o número de inscrições decaiu bastante, sendo entregues
somente 286 certificados. Esse fato, de acordo com Salgado (1946), pode ser atribuído a
uma possível falta de adaptação dos professores à aula via rádio, ou seja, a uma
metodologia que, de certo modo, deveria ser diferenciada a um público que já estava em
exercício da docência. Assim, o programa chegou ao fim em 1945, ano que marca também
o encerramento do Estado Novo e do governo Vargas.
“É tempo de aprender e saber mais... Projeto Minerva”
Os anos conhecidos como o “Milagre Brasileiro” (1969-1973) haviam trazido para
o país, incentivo às exportações de produtos industriais e agrícolas, atraindo fortes
investimentos de grandes empresas. Ao buscar a solução para o aumento das vagas de
empregos nas fábricas, indústrias e comércio, foi que se chegou à tentativa de agilizar a
escolarização da população economicamente ativa no país. Neste decurso, surgia a
proposta do Fórum da Educação (1968), sediado na Pontifícia Universidade Católica
(PUC), do Estado da Guanabara, apesar de algumas resistências, para a educação dos
adultos. Sob a égide de duas premissas, pode-se observar: “(a) a construção de um projeto
educacional que atendesse ao Mercado de Trabalho e ao empresariado e (b) a ação do
movimento estudantil nacional e internacional” (CARVALHO, 2007; RAMIREZ, 2005
apud PIRES, 2014, p. 403).
Entende-se, com isso, que a “proposta básica era de que a Educação deveria estar
voltada para a produtividade e para a formação de mão de obra especializada, que
favorecesse o crescimento econômico” (PIRES, 2014, p. 403). Voltados para esta
alegação, um ousado acontecimento marcou o ano de 1970: o início do programa
educacional para adultos via rádio, chamado Projeto Minerva (1970-1989). O mesmo
fora criado pelo Serviço de Radiodifusão Educativa (SER) do Ministério da Educação e
Cultura (MEC), com transmissão obrigatória pelas empresas de rádio, públicas,
comerciais e privadas, logo após a “Hora do Brasil”. De segunda à sexta-feira as aulas
eram transmitidas das 20h às 20h:30min, aos sábados das 13h às 14h:15min e aos
domingos das 8h:30min às 9h:45min, entoando na canção de abertura o verso: “[...] É
tempo de aprender e saber mais... Projeto Minerva”. A receptividade dos programas pelos
alunos se dava de duas formas, basicamente:
A recepção aberta, tanto de forma isolada, sem nenhum vínculo dos alunos
com o sistema, como de forma controlada, onde os alunos ouviam os programas individualmente, mas se mantinham em contato com os monitores,
recebiam o material de apoio e realizavam exercícios e testes de aprendizagem;
A recepção organizada, na qual os alunos iam diariamente aos radiopostos
[sic], onde ouviam os programas sob a orientação direta dos monitores, para a
fixação dos conceitos abordados durante as aulas (PIMENTEL, 2009, p. 73).
O rádio na década de 1970 e nas décadas anteriores fora a tecnologia mais
avançada para alcançar pessoas (ouvintes). O país já havia experimentado audaciosos
projetos e programas de governo voltados para o ensino supletivo. Em torno do período
do Golpe de 1964, o Movimento de Educação de Base (MEB) desenvolvido pela Igreja
Católica era o que estava em voga. Entretanto, não demorou muito para o MEB ser posto
de lado e o MEC, então, elaborar o Projeto Minerva. A partir do Decreto nº 25.239 de 26
de dezembro de 1969: “criou a estrutura técnica e administrativa para a elaboração de um
Sistema Avançado de Tecnologias Educacionais”, além de “fixar as diretrizes gerais de
uma política integrada de aplicação de novas tecnologias educacionais no País”. A
Portaria Interministerial nº 408 foi assinada em 01 de setembro de 1970, compreendendo
os Ministérios da Educação, da Indústria e Comércio e das Comunicações. A primeira
transmissão foi em 04 de outubro de 1970.
Ao Conselho Federal de Educação (CFE) coube a aprovação final do projeto, das
matérias e do curso em geral. O público alvo era constituído por pessoas acima de 17 anos
evadidos da escola. Segundo Andrelo (2012, p. 147), a programação era gerada via
Embratel pela Rádio MEC, do Rio de Janeiro, para todo o país; com “exceção apenas das
áreas não cobertas pela rede de telecomunicações. Nesses locais, as emissoras recebiam
os programas gravados em fitas”. O intuito maior do Projeto Minerva era para que os
alunos pudessem estar preparados para submeterem-se aos exames supletivos oficiais,
oferecidos pelos estados federativos, duas vezes por ano.
Entretanto, o nível de aprovação do Projeto não se mostrara razoável: teria sido
por causa da metodologia diferenciada? O curso era dividido em três etapas distintas:
período preparatório com 5 aulas de 30 minutos de duração; o curso propriamente dito
com 100 aulas de 15 minutos de Língua Portuguesa, 100 de Matemática, 110 de Estudos
Sociais, 110 de Ciências, 46 de Moral e Cívica, 43 de Informação Ocupacional e 42 de
12 minutos de Educação Artística e Educação Física; e o plano reforço com aulas de
Língua Portuguesa e Matemática. Houve uma renovação do programa em 1973: iniciado
o curso em agosto do ano, sua conclusão seria em dezembro do ano seguinte. Em 1974
eram em torno de 80.534 inscritos e em 1975 contou aproximadamente com 150.000
inscritos (NISKIER, 1996, p. 451).
Críticas não faltaram ao maior programa educativo via rádio de todos os tempos
na história do ensino brasileiro. Almeida (1974, p. 147) criticou o Projeto colocando em
dúvida sua competência, pelo fato de não haver o acompanhamento daquelas pessoas que
seguiam as aulas. Os monitores, quando existiam, eram escolhidos muitas vezes entre os
próprios participantes das salas dos rádio-postos, formadas com grupos de 30 a 50
pessoas. O autor também relatou quanto a falta de opção para aqueles que não precisavam
assistir as aulas e por conta da obrigatoriedade da transmissão em rede nacional, se
vinham impelidos a desligarem seus receptores.
Dois programas, duas práticas: considerações finais
Destacamos alguns aspectos de aproximações entre os dois programas, a
Universidade do Ar (1941-1945) e o Projeto Minerva (1970-1989), com duas realidades
e características diferenciadas. Apesar do programa aplicado na década de 1940 ser de
caráter formador para o docente atuante no ensino secundário brasileiro, e do Projeto de
1970 focar na formação do discente jovem ou adulto com o 1º Grau incompleto, ambos
acolhiam um público que se tornara vítima da falta de infraestrutura da educação
brasileira. Diante da realidade que foi gerada pela carência de investimentos na educação
básica e universitária, a contento, o rádio tornou-se um grande aliado às questões
educativas.
No que diz respeito à Universidade do Ar, o programa colocou-se como um
paliativo ante à necessidade de uma formação exigida já na legislação educacional de
1931, a qual tornava exigência em curso universitário, a graduação dos professores
secundários. Em um momento em que as universidades não atendiam à demanda
necessária para o cumprimento da exigência da lei e, tendo em vista a apropriação do
rádio e da educação pelo governo do Estado Novo como meio de difusão dos ideais
Varguistas, unificar professores do Brasil ao discurso sobre metodologias de ensino, pode
ter sido mais uma oportunidade de propagação de um modelo nacionalizador, através do
ensino. Por causa disso, Romero (2014) afirma que a Universidade do Ar veio como uma
medida paliativa, alternativa ao sistema oficial, para suprir a falta de formação de
professores do ensino secundário que estava em plena expansão no período.
Mantendo-se as proporções, o ensino supletivo no período do governo militar,
apresentava o cálculo de cerca de 21.000.000 pessoas na faixa etária de 15 a 39 anos,
dentre elas 14.000.000 adolescentes e adultos, entre 15 e 24 anos, com necessidades de
escolarização a nível de 1º Grau, segundo dados do Censo de 1970, pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A escolarização completa era requerida para
novas vagas de emprego em indústrias e comércios, o que fazia com que a emergência na
qualificação para o mercado de trabalho se fizesse presente. Para isso, além do ensino
supletivo via rádio, também se investiu na teleducação e também no ensino
semipresencial por meio dos Centros de Estudos Supletivos (MONACO, 2017).
Sobre os programas fazerem parte dos projetos de nação no poder autoritário,
percebe-se que aumentar o número de inscritos nas formações docentes e discentes, não
caracterizou grande quantidade de certificações ao final dos processos de estudos. Na
Universidade do Ar, em 1942, o número de matrículas chegou a 4926. Já no ano de 1943,
foram emitidos apenas 286 certificados, ou seja, somente 5,8% conseguiram a
certificação, o que nos leva a inferir que muitos alunos evadiam do curso. Da mesma
forma, durante os dezenove anos de vigência do Projeto Minerva (1970-1989), a
aprovação ficara comprometida, onde pela análise de Andrelo et al (2009, p. 86), os
alunos participantes apresentaram baixos índices de aprovação, ou seja, apenas 23%
lograram êxito na certificação do 1º Grau.
Grosso modo, o aumento do número de inscritos sem, com isso, alcançar a devida
conclusão do curso foi uma retórica nos modelos de educação dos governos militares.
Suspeita-se que a autonomia demandada por parte do aluno para a leitura do material
didático, conjuntamente com a atenção no rádio, pode ter sido um fator de dificuldade
para um grande número de inscritos em ambos os projetos. A disciplina pessoal requerida,
tanto para manter os estudos em dia, quanto para preservar a disponibilidade em relação
aos dias e horários fixos das aulas, também pode ter sido impeditivo para a retenção dos
cursistas no método via rádio.
Numa perspectiva histórica, Coelho (2012) ao analisar os programas educativos
via rádio no século XX, observa que alguns desses não usavam qualquer elemento de
linguagem radiofônica como a música, o silêncio, a entonação de voz. As leituras eram
longas, em voz alta e ocupavam uma aula inteira. Essa prática, de certo modo, pode ter
influenciado na evasão dos alunos e no desfecho dos programas aqui analisados. É
possível que na década de 1970 já houvesse mais preocupação na preparação das aulas,
contudo, o Projeto Minerva sofreu da mesma evasão que a Universidade do Ar foi
acometida.
Diante disso, podemos observar como duas iniciativas de ensino pelo rádio,
iniciaram-se como projetos de expansão da educação, tanto em aperfeiçoamento, quanto
em formação sem, no entanto, finalizaram seus processos com certificação satisfatória.
Universidade do Ar e Projeto Minerva marcam a história da educação como duas medidas
paliativas na tentativa de equacionar as grandes distâncias, com o rádio como meio de
conectar pessoas ao ensino, com suas especificidades e particularidades. Não podemos,
com isso, desprezar os beneficiários dos programas, ou seja, aqueles que perseveraram e
chegaram ao diploma, mesmo que em poucos números.
Sem tratar pejorativamente a iniciativa que ocorreu por parte dos governantes de
buscar soluções para a expansão do sistema de ensino apostando no método a distância
via rádio, esses dois programas não se converteram em certificações na mesma medida
das matrículas alçadas, como visto, nem tampouco em qualidade no ensino. Mediante
isso, algumas reflexões suscitam-nos neste momento. Teria sido uma falta de adequação
de conteúdo e forma à serem utilizados a distância? Ou mesmo a intencionalidade, por
parte dos governos coercitivos, teria sido, realmente, a providência em caráter paliativo?
Profissionais despreparados para a jornada radiofônica?
Não seria nossa proposição, precipitadamente, a de responsabilizar o método
aplicado pelo rádio, o corpo docente ou a falta de habilidade dos alunos-cursistas, a fim
de alcançar as respostas perseguidas. Faz-se necessário reportarmo-nos, de igual modo, a
todas as questões mais amplas de infraestrutura do país nos períodos abordados, e à
intencionalidade do regime autoritário de passar os seus ideais por meio dos projetos
educativos, retoricamente, sem o investimento maciço em escolas e universidades para
uma educação permanente, de qualidade e quantidade para o povo brasileiro.
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