UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA - UEFS
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DANIEL DE SOUSA JORGE DOS SANTOS
ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO-DE-OBRA NA EXECUÇÃO DE
ALVENARIA COM BLOCO ESTRUTURAL EM FEIRA DE SANTANA
FEIRA DE SANTANA- BA
2012
DANIEL DE SOUSA JORGE DOS SANTOS
ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE
ALVENARIA COM BLOCO ESTRUTURAL EM FEIRA DE SANTANA
Trabalho realizado como pré-requesito Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso Engenharia Civil na Universidade Estadual de Feira de Santana.
Orientador: Prof. MSc. Cristóvão César
Carneiro Cordeiro
FEIRA DE SANTANA- BA
2012
DANIEL DE SOUSA JORGE DOS SANTOS
ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE
ALVENARIA COM BLOCO ESTRUTURAL EM FEIRA DE SANTANA
Monografia submetida à banca examinadora como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de bacharel em engenharia civil na Universidade Estadual de Feira de Santana.
Feira de Santana, 27 de Março de 2012.
BANCA EXAMINADORA
Orientador: Prof. MSc. Cristóvão César Carneiro Cordeiro
Mestre pela Universidade Federal do Fluminense, Rio de Janeiro
Professor Carlos Antônio Alves Queirós Especialista em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Estadual de
Feira de Santana
Prof. MSc. Antônio Freitas da Silva Filho Mestre em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Dedico este trabalho a meus pais, família, amigos e namorada, pelo apoio, compreensão e confiança na conclusão do mesmo.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela vida, pela saúde, pelas oportunidades e
por tudo que tenho. Por ser meu guia e meu apoio nas horas mais difíceis.
Agradeço aos meus pais, Marino Jorge dos Santos e Hêuza Sinésio de Sousa
Santos, em primeiro lugar por terem me dado a vida; por terem me criado de
maneira a valorizar as conquistas; pelos ensinamentos morais, caráter, exemplos de
profissionais, cidadãos; e pelo apoio em todos os momentos, seja físico ou
psicológico.
Faço um agradecimento especial a Aline, Hudson e Patty. Aline e Hudson por
serem, para mim, um exemplo acadêmico, profissional e de construção familiar. A
Patty por estar sempre ao meu lado, me dando forças, carinho, amor, consolo, e
apoio em todos os momentos.
Agradeço a meus amigos de velha data e às amizades que criei na
Universidade, por compartilharem os momentos de dificuldade no estudo, as
brincadeiras, os “babas”, etc.
Aos professores da UEFS, por contribuírem não somente com conhecimento
acadêmico, mas também moral. Em especial ao professor Cristóvão, pela minha
orientação, conhecimento, e principalmente paciência na construção deste trabalho.
E por fim, agradeço à Empresa L. Marquezzo, onde comecei minha trajetória
na construção civil. Agradeço pelas oportunidades que me foram dadas, em especial
a oportunidade de realizar este trabalho. Muito obrigado a todos profissionais da
Obra Central Park que me ajudaram e apoiaram na confecção deste projeto.
Muito obrigado a todos!
“O homem fraco espera pela oportunidade;
O homem comum agarra-a quando ela vem;
O grande cria-a como ele a quer”
Adolf Tárnero
RESUMO
SANTOS, D. S. J. Análise da produtividade da mão de obra na execução de alvenaria com bloco estrutural em Feira de Santana. Feira de Santana, 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Feira de Santana. A crescente competitividade no setor da construção tem levado as empresas a buscarem melhorias nos seus processos e resultados. Uma avaliação da produtividade e do processo executivo fornece informações importantes para o planejamento e tomada de decisões, como o dimensionamento das equipes, os equipamentos utilizados, a tecnologia utilizada, etc. A alvenaria estrutural apresenta-se hoje como a principal alternativa para construções rápidas, principalmente financiadas pelo Governo Federal. Neste contexto este trabalho mede a produtividade da mão de obra no serviço de alvenaria com bloco estrutural de uma obra residencial localizada na cidade de Feira de Santana (BA), comparando os resultados entre equipes da própria obra e resultados obtidos em outros estudos. Baseando-se em outras publicações foi proposta uma metodologia para apropriação diária e uma avaliação de indicadores de desempenho, proposto por San Martin. No período de sete semanas de acompanhamento diário das equipes na obra encontraram-se valores para RUP, Razão Unitária de Produção, que variam de 0,69Hh/m² a 1,00Hh/m², valores estes, que em sua maioria, se apresentam dentro da faixa de valores de produtividade estabelecida pela Tabela de Composição de Preços e Orçamentos, TCPO 13 (2010). Além disso, foi observado o processo e cadastradas as etapas de execução em um diagrama de precedências, que serviu de base para a composição dos indicadores. Os resultados mostram uma igualdade quase que total no desempenho das alvenarias estruturais com bloco cerâmico e bloco de concreto, apresentando um resultado positivo para o bloco cerâmico no indicador relacionado ao peso dos elementos construtivos, enquanto que o bloco de concreto apresenta resultado positivo para o indicador grau de dependência por material.
Palavra chave: produtividade, alvenaria estrutural
ABSTRACT
SANTOS, D. S. J. Analysis of productivity of labor in the implementation of
structural masonry building block in Feira de Santana. Feira de Santana, 2012.
Completion of course work (graduate in Civil Engineering) - State University of Feira
de Santana.
The increasing competitiveness in the construction sector has led companies to seek improvements in its processes and results. An assessment of productivity and executive process provides important information for planning and decision making, as the design teams, equipment used, the technology used. The structural masonry presents itself today as the main alternative for building fast, mainly financed by the Federal Government. Therefore, this work measures the productivity of labor in the service of masonry building block of a residential project located in the city of Feira de Santana (BA), comparing the results between the teams own work and results obtained in other studies. Based on other publications a method was proposed for appropriation and a daily assessment of performance indicators, proposed by San Martin. Within seven weeks of daily monitoring of on-site teams met values for Reason Production Unitary, RPU ranging from 0,69 Hh/ m², to 1,00 Hh/m² these values, which mostly present within the range of productivity values established by Budgets Rates Composition Table, BRCT 13 (2010). Moreover, the process was observed and recorded the stages of implementation in a precedence diagram, which formed the basis for the composition of the indicators. The results show an almost total equality in the performance of masonry structural ceramic block and concrete block, showing a positive result for the ceramic block in the indicator related to the weight of construction elements, while the concrete block has a positive result for the indicator degree of dependence on material. Keyword: productivity, structural masonry
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Definição de produtividade em um processo. ............................................ 20
Figura 2: Delineamento da pesquisa ........................................................................ 34
Figura 3: Vista parcial do canteiro da obra. .............................................................. 38
Figura 4: Bloco de concreto utilizado. ....................................................................... 39
Figura 5: Bloco cerâmico utilizado. ........................................................................... 40
Figura 6: Bloco calha utilizado. ................................................................................. 40
Figura 7: Armazenamento de lajes no canteiro. ....................................................... 41
Figura 8: Pista de concretagem de lajes pré-moldadas. ........................................... 42
Figura 9: Blocos em processo de cura após fabricação. .......................................... 42
Figura 10: Visualização da fundação no formato "H". .............................................. 43
Figura 11: Laje sendo colocada com guindaste. ...................................................... 44
Figura 12: Exemplo de diagrama. ............................................................................ 54
Figura 13: Diferentes RUP da Equipe 1. .................................................................. 68
Figura 14: Diferentes RUP da Equipe 2. .................................................................. 70
Figura 15: Diferentes RUP da Equipe 3. .................................................................. 72
Figura 16: Diferentes RUP da Equipe 4. .................................................................. 74
Figura 17: Diferentes RUP da Equipe 5. .................................................................. 76
Figura 18: Diferentes RUP da Equipe 6. .................................................................. 78
Figura 19: Diferentes RUP das Equipes. .................................................................. 79
Figura 20: RUP alcançada pelas Equipes x RUP mínima estabelecida pelo TCPO. 80
Figura 21: RUP alcançada pelas Equipes x RUP máxima estabelecida pelo TCPO.
.................................................................................................................................. 80
Figura 22: RUP alcançada pelas Equipes x RUP média estabelecida pelo TCPO. . 81
Figura 23: Valores de RUP para cada tipo de bloco utilizado................................... 83
Figura 24: Índice de Variabilidade de Materiais. ....................................................... 88
Figura 25: Porcentagem de níveis de operação. ...................................................... 90
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dimensão dos apartamentos .................................................................... 36
Tabela 2: Dimensão dos pavimentos ........................................................................ 36
Tabela 3: Dimensão total do bloco ............................................................................ 36
Tabela 4: Dimensões de portas e janelas. ................................................................ 45
Tabela 5: Planilha de apropriação de serviço. .......................................................... 50
Tabela 6: Intervalo de índices de produtividade. ...................................................... 65
Tabela 7: RUP da Equipe 1. ..................................................................................... 68
Tabela 8: RUP da Equipe 2. ..................................................................................... 70
Tabela 9: RUP da Equipe 3. ..................................................................................... 72
Tabela 10: RUP da Equipe 4. ................................................................................... 74
Tabela 11: RUP da Equipe 5. ................................................................................... 76
Tabela 12: RUP da Equipe 6. ................................................................................... 78
Tabela 13: Resumo da produtividade das Equipes. .................................................. 79
Tabela 14: Tabela P3 - Dados dos diagramas de processos.................................... 84
Tabela 15: Tabela P5 - Resultado dos indicadores de desempenho para as
tecnologias. ............................................................................................................... 85
LISTA DE QUADRO
Quadro 1: Divisão dos blocos e área de lazer entre os módulos das etapas da obra.
.................................................................................................................................. 37
Quadro 2: Caracterísitcas de desempenho definidas por San Martin (1999). .......... 51
Quadro 3: Requesitos de desempenho correspondentes definidos por San Martin,
1999. ......................................................................................................................... 52
Quadro 4: Critérios de confecção do diagrama de precedências. ............................ 53
Quadro 5: Os indicadores de desempenho. ............................................................. 54
Quadro 6: Requesitos de desempenho para os indicadores. ................................... 55
Quadro 7: Comparação dos indicadores. ................................................................. 93
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 15
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo Geral: ........................................................................... 17
1.2.2 Objetivo Específico: .................................................................. 17
1.3 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ...................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 19
2.1 PRODUTIVIDADE .............................................................................. 19
2.1.1 Histórico ..................................................................................... 19
2.1.2 Conceito ..................................................................................... 19
2.1.3 Importância ................................................................................ 20
2.1.4 Mensuração ................................................................................ 22
2.1.5 Construção enxuta .................................................................... 25
2.1.6 Fatores que influenciam a produtividade ................................ 27
2.2 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE ALVENARIA ESTRUTURAL29
3 MÉTODO DE PESQUISA ......................................................................... 33
3.1 TIPO DE PESQUISA .......................................................................... 33
3.2 ESTRATÉGIA DA PESQUISA ........................................................... 33
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................. 35
3.4 CONTATO COM EMPRESA .............................................................. 36
3.5 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA ......................................................... 36
3.6 O SISTEMA CONSTRUTIVO ............................................................. 38
3.7 CARACTERIZAÇÃO DA ALVENARIA ............................................... 45
3.8 CARACTERIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA .......................................... 46
3.9 MÉTODO USADO PARA A APROPRIAÇÃO DO SERVIÇO ............. 47
3.10 MÉTODO USADO PARA AVALIAÇÃO DO FLUXO DO PROCESSO51
3.11 DIAGRAMA ADAPTADO DE PRECEDÊNCIAS ................................ 52
3.11.1 Indicador de Eficiência de Desenho de Processos ................ 55
3.11.2 Indicador de Flexibilidade de Robustez (FR) .......................... 56
3.11.3 Grau de Interdependência de Processos (GIP) ....................... 57
3.11.4 Grau de Habilidade Exigido de Mão de Obra (GHMO) ............ 57
3.11.5 Grau de Dependência de Materiais Específicos (GDM) .......... 58
3.11.6 Indicador de Variedade de Materiais (IVM) .............................. 59
3.11.7 Grau de Padronização e Agregação de Valor de Elementos
Construtivos (GPAE)........................................................................................ 59
3.11.8 Grau de Padronização de Operações ...................................... 60
3.11.9 Grau de Separação Física de Processos (GSP) ...................... 61
3.11.10 Peso dos Elementos Construtivos (PEC) ............................. 62
3.12 ROTEIRO PARA APLICAÇÃO DO MÉTODO .................................... 62
4 AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO .......................................... 65
4.1 PREVISÃO DE PRODUTIVIDADE ..................................................... 65
4.2 AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE ................................................... 66
4.2.1 Equipe 1 – Bloco cerâmico ....................................................... 66
4.2.2 Equipe 2 – Bloco cerâmico ....................................................... 69
4.2.3 Equipe 3 – Bloco cerâmico ....................................................... 71
4.2.4 Equipe 4 – Bloco cerâmico ....................................................... 73
4.2.5 Equipe 5 – Bloco de concreto ................................................... 75
4.2.6 Equipe 6 – Bloco de concreto ................................................... 77
4.3 PRODUTIVIDADE PREVISTA X PRODUTIIVIDADE REAL .............. 79
4.4 AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO .................... 83
4.4.1 Indicador de Eficiência de Desenho de Processos (EDP) ...... 85
4.4.2 Indicador de Flexibilidade de Robustez (FR) .......................... 86
4.4.3 Grau de Interdependência de Processos (GIP) ....................... 86
4.4.4 Grau de Separação Física de Processos (GSP) ...................... 87
4.4.5 Grau de Padronização de Operações ...................................... 87
4.4.6 Índice de Variabilidade de Materiais (IVM) ............................... 88
4.4.7 Grau de Dependência de Materiais Específicos (GDM) .......... 89
4.4.8 Grau de Habilidade Exigido de Mão de Obra (GHMO) ............ 89
4.4.9 Grau de Padronização e Agregação de Valor dos Elementos
(GPAE) ..................................................................................................... 90
4.4.10 Peso de Elemento Construtivo (PEC) ...................................... 91
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 92
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 95
ANEXOS ......................................................................................................... 99
14
1 INTRODUÇÃO
No século XXI, o setor da construção civil de habitações destinadas ao
mercado de baixa renda, sofreu um grande investimento governamental com o
intuito de amenizar a ruim situação do déficit habitacional, que chegava a 8 milhões,
segundo o governo federal (DUARTE, 2011). A combinação de uma grande
demanda reprimida com uma intensa carga de investimentos neste ramo do
mercado imobiliário (sobretudo devido a investimentos e programas do governo
federal) traz, para os próximos anos, boas expectativas. Por isso, as principais
incorporadoras e construtoras do mercado nacional estão se estruturando para atuar
neste segmento (SILVA et al., 2010). Sendo assim, muitas construtoras estão
buscando alternativas construtivas como solução para sua atuação no mercado de
baixa renda.
Todo este cenário de altos investimentos aliado ao desenvolvimento
tecnológico faz necessário um melhor emprego dos recursos naturais, humanos e
financeiros, podendo destacar a produtividade da mão de obra como parâmetro
essencial para a qualidade e competitividade na construção civil. A mão de obra,
além de ser um dos maiores custos da obra não é um recurso fácil de controlar, e
pode refletir no ritmo das atividades, no cronograma e, consequentemente na
entrega do empreendimento.
Dentre os recursos físicos de uma obra, a superestrutura é aquele que
demanda maior atenção, assim a escolha do método construtivo tende para o que
for mais racional, em busca de eficiência e produtividade (CARDOSO, 2010). Com o
objetivo de solucionar a construção habitacional do país, o processo de alvenaria
estrutural vem sendo muito utilizado em habitações populares, principalmente devido
a seu baixo custo (RODRIGUES et al., 2010). Além disso, por causa de suas
vantagens e facilidades, a alvenaria estrutural já está sendo utilizada em diversos
outros segmentos imobiliários, principalmente em condomínios residenciais.
Características como flexibilidade, velocidade e economia na construção e
racionalização, tornam a obra mais eficiente, e exige uma interação dos projetos
estruturais, arquitetônicos e de instalações (ALVES, 2008).
15
Desta forma, os fatores qualidade e produtividade tornam-se ferramentas
relevantes para que se possa alcançar melhores desempenho e competitividade. A
produtividade está também intimamente ligada ao lucro, sendo que, empresas com
maiores índices produtivos exigirão menores custos de produção, oferecendo
produtos mais baratos que os de seus concorrentes ou trabalhando com altas
margens de lucro (MARDER, 2001).
A produtividade da mão de obra tem sido alvo de pesquisas durante anos e
em várias fases da formação econômica e habitacional do País. Por todo esse
período de estudo, os pesquisadores sempre estiveram interessados em quantificar
a eficiência do processamento dos recursos materiais, tecnológicos e financeiros, e
boa parte dessas análises está direcionada à mão de obra, visto que no processo
produtivo da Construção Civil ela tem importância financeira devido a sua vasta
utilização nas obras (SOUZA, 2006 apud MATOS; PALIARI, 2010). Em geral define-
se produtividade como a razão entre o dinheiro produzido e a força de trabalho
necessária para produzi-lo. Assim, torna-se importante avaliar o nível de
produtividade dentro de uma obra e saber avaliá-lo. Desta forma, a empresa poderá
ter melhores resultados produtivos e consequentemente melhores retornos
financeiros.
Para expressar a eficiência da produtividade na construção civil, capacidade
em transformar os esforços dos operários em serviço executado, é utilizado o
indicador Razão Unitária de Produção (RUP). O indicador RUP auxilia no método de
previsão de produtividade, desenvolvido por Araújo (2000) apud Marder (2001), que
teve como base diversos levantamentos feitos em obras da cidade de São Paulo. As
tarefas de marcação e elevação dividiram o método (MARDER, 2001).
1.1 JUSTIFICATIVA
O crescimento da construção no setor de habitações populares fez com que
houvesse um aumento significativo na utilização de alvenaria estrutural como
alternativa para este tipo de empreendimento. A busca por cumprimento de
16
cronogramas muitas vezes apertados e por melhores resultados financeiros torna
importante uma análise da produtividade da mão de obra na execução.
Dados da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário
(Ademi-Ba) mostram que estão sendo erguidos na cidade de Feira de Santana, entre
casas e apartamentos, 47,34% dos imóveis em construção fora de Salvador, que
detém maior parte dos lançamentos em construção na Bahia (GAUTHIER, 2011).
Segundo a Ademi-Ba, em Feira de Santana, inúmeras obras financiadas pelo
programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida” foram realizadas. Estes
investimentos impulsionaram um crescimento do setor habitacional na cidade, não
só com obras de baixa renda, mas também com outros tipos de empreendimentos
residenciais. (GAUTHIER, 2011).
O estudo da produtividade da mão de obra no serviço alvenaria na construção
civil pode ser considerado primordial levando em consideração a importância desse
serviço para as obras, principalmente aquelas de HIS (Habitação de Interesse
Social). Segundo Alves (2008), a alvenaria estrutural custa em torno de 10% do valor
total de uma obra. A produtividade influencia diretamente em orçamentos, durações
de serviços e, por conseguinte, no empreendimento. Para a obra, o serviço de
alvenaria torna-se ainda mais importante, pois consome grande volume de recursos
humanos e matéria prima, além de ser atividade que antecede várias outras, abrindo
uma gama de opções de serviços. Pode ser destacado também o fato de a mão de
obra ser o recurso onde as maiores perdas são verificadas, de um grande número
de atividades em Construção Civil ter seu ritmo ditado pelo ritmo da mão de obra e
pelo fato de ser o recurso de mais difícil controle.
Diante da dificuldade em atingir bons valores de produtividade na construção
civil, e destacando-se a importância do serviço de alvenaria para o sistema
construtivo, vê-se importante um estudo da produtividade no serviço de alvenaria.
Com a identificação dos fatores que influenciam na produtividade da mão de obra
relacionados a este serviço nos canteiros de obra participantes do estudo, espera-se
que os gerentes técnicos das empresas possam adquirir informações valiosas para
futuras tomadas de decisões sobre seus processos produtivos, podendo aperfeiçoar
processos e melhorar a produtividade.
17
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral:
Avaliar o atual nível de produtividade em obra de empresa em Feira de
Santana por meio de estudo de caso no serviço de alvenaria estrutural, comparando
os resultados obtidos com outros estudos e outras obras, de modo a verificar
semelhanças e diferenças de contexto.
1.2.2 Objetivo Específico:
Obter dados com índices de produtividade da mão de obra no serviço de
alvenaria;
Identificar fatores que influenciam a produtividade;
Indicar possíveis melhorias para aplicação em futuras obras da empresa.
1.3 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
Este trabalho está dividido em cinco capítulos. O primeiro capítulo consiste
contém a introdução do tema, seguido da justificativa, objetivos gerais e específicos
e estrutura da monografia.
O segundo capítulo é a revisão teórica feita para embasar a monografia.
Apresenta conceitos básicos sobre produtividade, construção enxuta e alvenaria
estrutural.
O capítulo três refere-se ao método de pesquisa que foi utilizado no presente
trabalho, apresentando passo a passo como foi realizada a pesquisa.
O capítulo quatro apresenta a avaliação do sistema construtivo, aplicando os
métodos utilizados e analisando os resultados obtidos.
18
O capítulo cinco está presente a finalização do trabalho, no qual são
apresentadas as conclusões e sugestões de futuros trabalhos para a continuidade
de estudos na área.
19
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PRODUTIVIDADE
2.1.1 Histórico
Segundo Vicente (2004) apud Cardoso (2010), “a história da produtividade se
confunde com a trajetória da própria humanidade, quando o homem utilizava uma
ferramenta para proporcionar maior facilidade em suas tarefas, ele executava uma
atividade de produção”.
O conceito de produtividade passou a ser um importante indicador no início
do século XX, quando Ford e Taylor criaram a linha de montagem industrial em
série, e por meio de técnicas de gestão das atividades objetivou a melhoria produtiva
e inseriu conceitos de produção em larga escala (CARDOSO, 2010).
Historicamente a produtividade da mão de obra da construção civil no país é
baixa, comparada a de outros países. Inúmeros fatores influenciam para estes
baixos índices. Dentre eles podem ser destacados o baixo grau de escolaridade da
mão de obra, a ausência de treinamentos, o elevado número de vínculos
empregatícios irregulares, o caráter migratório da mão de obra e a alta rotatividade
existente no setor. Assim, definir como o operário distribui seu tempo durante o dia é
um dos passos iniciais para se avaliar um processo produtivo (SANTOS, 1995 apud
SOTZ; KURAWA; POZZOBON, 2006).
2.1.2 Conceito
Para isto é necessário que seja feita uma definição do que é produtividade,
sua importância, o tipo de serviço realizado, a mão de obra utilizada e uma análise
não só dos índices de produtividade dentro do canteiro de obra, mas também dos
fatores que o influem de forma positiva ou negativa.
Segundo Adrian (1987) apud Carraro e Souza (1998), “o termo ‘produtividade’
tem significados diferentes para pessoas diferentes”. Ele utiliza a proposta do
Departamento de Comércio dos Estados Unidos para definir o que considera
20
produtividade na construção, conceituando-a como a razão entre o dinheiro gerado e
a força de trabalho necessário para gerá-lo. Já Araújo (2000) define a produtividade
como uma relação de saídas e entradas de qualquer sistema produtivo, de forma
financeira. A produtividade é, geralmente, definida como sendo a razão entre os
recursos (físicos ou financeiros) que entram num processo e os resultados que saem
do mesmo (produtos, serviços, capital etc.).
Produtividade também pode ser conceituada como sendo o grau em que um
sistema atinge seu objetivo de produção, ou ainda como a eficácia na utilização de
recursos físicos variáveis: materiais e mão de obra (MARDER, 2001). Trata-se,
portanto, da relação entre saídas geradas por um processo produtivo e os recursos
empregados na obtenção de tais saídas.
Já, o Manual de Formação: Produtividade e Inovação (2010), do Programa
Formação PME (Pequenas e Médias Empresas), da ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL
DE PORTUGAL, define produtividade como “a procura incessante por melhores
métodos de trabalho e processos de fabrico, com o objetivo de se obter a melhor e
maior produção com o menor custo possível”.
Figura 1: Definição de produtividade em um processo. Fonte: Cardozo apud Souza (2006)
2.1.3 Importância
Na Construção Civil, para que se tenha uma gestão eficiente é preciso que se
conheça os níveis de desempenho possíveis de serem alcançados na utilização de
recursos físicos no canteiro de obras. Com o conhecimento desses níveis, os
21
gerentes de obra têm noção exata de eventuais problemas e sentido apurado para
tomarem as medidas corretivas necessárias, podendo justificar e viabilizar a adoção
de novas posturas (ARAÚJO, 2000).
Entender a produtividade significa conhecer sua grandeza e as razões para
seu estabelecimento, envolvendo não somente a capacidade de explicação de uma
produtividade verificada, mas também a previsão da produtividade para futuros
serviços executados (SOUZA, 2006).
A medição do consumo de mão de obra nas atividades do canteiro é uma das
principais medidas a serem lembradas quando da organização de uma empresa em
busca de qualidade e produtividade.
Dentre os benefícios possíveis de serem alcançados com o estudo da
produtividade da mão de obra pode-se enfatizar os seguintes (LEITE, 2002 apud
CARDOZO,2010) :
• Previsão do consumo da mão de obra;
• Previsão da duração dos serviços;
• Avaliação e comparação dos resultados;
• Desenvolvimento/aperfeiçoamento de métodos construtivos.
Dentre as justificativas para que se estude a produtividade destacam-se o fato
de a mão de obra ser o recurso onde as maiores perdas são verificadas, de um
grande número de atividades em construção civil ter seu ritmo ditado pelo ritmo da
mão de obra e pelo fato de ser o recurso de mais difícil controle (MARDER, 2001).
Além disso, são estas informações adquiridas com o estudo da produtividade
que se pode tomar uma decisão o mais concisa possível no canteiro de obra. A
tomada de decisão por um gestor envolve a disponibilidade de informações. Tais
informações dizem respeito ao planejamento, que é composto pela programação e
pelo controle. Enquanto o levantamento da produtividade diz respeito ao controle, a
previsão da mesma se associa à programação; ambos dizem respeito ao
planejamento, que alimenta a tomada de decisões. Assim, o estudo da produtividade
deve ser considerado um sistema de informações que pode subsidiar a tomada de
decisões. Quanto mais detalhadas forem as informações fornecidas, mais precisas
podem ser as decisões a serem tomadas (SOUZA, 2006).
22
2.1.4 Mensuração
Para relacionar a produtividade diária com as características do trabalho,
Thomas e Yiakoumis (1987) apud Carraro e Souza (1998) desenvolveram o Modelo
de Fatores, um modelo de medição e análise da produtividade da mão de obra,
concebido especificamente para esta indústria, e que assume a existência de uma
condição padrão de trabalho, sendo essa produtividade diária de referência (pode-se
ou não assumir a existência de aprendizado). Mudanças de conteúdo ou no contexto
do trabalho fazem a produtividade real variar em relação à de referência (MARDER,
2001).
Algumas das características que podem ser citadas a respeito deste modelo
são: barato, pois o sistema é de fácil e barata implantação; simples, pois os dados
requeridos são poucos e de fácil coleta; rápido, pois apresenta resultados num curto
espaço de tempo, e podem ser novamente alimentos sem qualquer problema;
comparativo, pois apresenta a possibilidade de comparar os dados obtidos com
dados de outros empreendimentos; apurado: os resultados refletem o que realmente
está acontecendo (ARAÚJO, 2000).
O Modelo dos Fatores se mostra diferente de outros modelos em alguns
aspectos, dentre estes se destacam o enfoco na produtividade no nível da equipe de
operários e a inclusão de vários outros fatores que podem ser considerados
(MARDER, 2001). A cada dia, a produtividade na execução de alvenaria estrutural
pode sofrer variação de acordo com fatores inerentes à obra, fatores inerentes ao
serviço, ou ainda, fatores eventuais, são os chamados imprevistos (CARRARO;
SOUZA, 1998).
Apesar de, na maioria das vezes, representarem medições de produtividade
como a razão entre entradas e saídas do processo avaliado, podem haver variações
quanto a sua abrangência, ao que se mede e à razão entre entradas e saídas.
Souza (2000) apud Araújo (2000), aponta que quando se discute a produtividade,
paira sempre uma grande dúvida sobre como foram calculados os indicadores
utilizados. O próprio autor diz que, para que isto possa ocorrer com solidez, é
23
necessária uma definição clara de como padronizar a mensuração da produtividade
da mão de obra.
RUP, razão unitária de produção, é uma relação de entradas e saídas,
representadas respectivamente por homens-horas (Hxh) disponíveis por quantidade
de serviço (QS). Pode ser avaliado de forma diária ou cumulativa. Enquanto a RUP
diária mostra a influência dos fatores que agem no dia de trabalho, a RUP
cumulativa serve para detectar fatores que afetam na produtividade a longo prazo
(ARAÚJO, 2000).
Para a coleta de informações dos dados de entrada podem ser utilizadas as
seguintes ferramentas. A forma de coleta para identificação de homens-horas pode
ser realizada por meio de cartão de ponto, observações regulares ou informações
obtidas pelos encarregados. Os tipos de homens-horas apropriados são obtidos
fazendo-se uma apropriação das horas trabalhadas por cada membro de uma
equipe. É importante saber também as horas trabalháveis, que são horas em que o
operário esteve disponível ao trabalho, atentando para o fato de que este valor não
necessariamente, e dificilmente será o mesmo valor de horas trabalhadas.
Com relação às equipes é importante distinguir o grupo de equipe de
produção direta e o grupo de equipe de produção indireta. Na primeira estão os
funcionários envolvidos diretamente na produção do serviço ou que dão apoio
próximo ao local do serviço. Na segunda estão contemplados os operários
envolvidos nas tarefas auxiliares à produção, mas distantes do local onde o serviço
de realiza (ARAÚJO, 2000).
As principais informações que devem ser obtidas quanto aos dados de saída
são: quantidade executada de serviço e características do serviço (ARAÚJO, 2000).
Inicialmente é fácil medir boa parte dos serviços completados, utilizando
medidas como metro quadrado, metro linear, unidades, etc. Em outros casos esta
quantificação não é tão simples quanto parece. Por exemplo, um serviço de armação
para ser concluído passa pelas etapas de corte dobra e montagem (ARAÚJO, 2000).
24
Nestes casos os serviços são, portanto, divididos em subtarefas. Thomas e
Kramer (1987) apud Araújo (2000) propuseram o conceito de “regras de crédito”
para que esta medição seja possível. Assim, se poderiam transformar quantidades
mensuradas em quantidades de serviços realizados.
Souza (1996) apud Araújo (2000) coloca que um ponto muito importante para
alcançar os valores mais exatos na medição das saídas são os fatores de conversão
que transforma quantidades de tarefas equivalentes em quantidades equivalentes de
serviço. Sabe-se que o esforço para completar uma tarefa pode sofrer variações por
inúmeros fatores. Para que se leve em consideração todos os fatores ele propõe que
se defina uma condição padrão e se calcule fatores de correção para “transformar
quantidades de tarefa feita sob qualquer outra condição em unidades equivalentes
do padrão.”
A caracterização do serviço é feita inicialmente levantando informações que
caracterizem o serviço, gerando um banco de dados que alimentará a seleção dos
fatores potenciais influenciadores da produtividade. Basicamente, destacam dois
grupos de fatores que influenciam a produtividade. Um deles é relativo ao trabalho
que precisa ser feito, e engloba os componentes físicos do trabalho, especificações,
detalhes de projeto, etc. O outro deles diz respeito ao ambiente de trabalho e como
ele se organiza, abrangendo aspectos gerenciais, condições ambientais,
disponibilidade de materiais e equipamentos, entre outros (ARAÚJO, 2000).
Enfim, é preciso então quantificar mão de obra, horas de trabalho, serviço e
tempo.
25
2.1.5 Construção enxuta
Baseado nos conceitos e princípios da produção enxuta que Koskela (1992)
apud Mello (2004) sugeriu um novo modelo da construção para o campo edificações,
a construção enxuta. Desta forma apresenta-se os princípios da construção enxuta:
- Reduzir a parcela das atividades que não agregam valor: construir
diagramas de fluxos para avaliá-los, visualizando e quantificando atividades que não
agregam valor;
- Aumentar o valor final através da consideração sistemática dos requisitos do
cliente: significa aproximar o cliente e suas condições, levar em frente um projeto de
andamento ordenado e definir o cliente em cada grau;
- Reduzir a variabilidade: significa tornar o processo padronizado, controlando
suas estatísticas, utilizando ferramentas de análise de produção e dispositivos a
prova de falha; utilizar.
- Reduzir o tempo de ciclo: eliminar trabalho em estoque, planejar o layout de
obra, aumentar quantidade de atividades em paralelo, reduzir tamanho dos pacotes
de produção.
- Simplificar através da minimização do número de passos, partes e
dependências: significa a redução no número de componentes por meio de
utilização de pré-moldados, por exemplo, fazer o processo informativo ser mais
rápido, padronizar partes, materiais e ferramentas, tornar as atividades o mais
independente de outras, diminuir a quantidade de informações a serem controladas.
- Aumentar a flexibilidade de saída: diminuir os pacotes de produção, para ter
produtos prontos o mais rápido possível, ter operários capazes de realizar várias
funções, tornar fácil os ajustes iniciais de cada atividade e de mudanças na
produção.
- Aumentar a transparência do processo: tornar o processo notório no layout
por meio de sinalização apropriada, tornar partes subjetivas do processo visíveis
utilizando medições, distribuir informações sobre o processo nas áreas de trabalho,
equipamentos e ferramentas; utilizar controle visual e permitir a qualquer pessoa a
identificação do padrão e qualquer diferença do mesmo.
26
- Focalizar o controle no processo completo: usar ferramentas de autocontrole
em pequenos lotes de produção.
- Introduzir melhoria contínua no processo: acompanhar o melhoramento por
meio de medição e controle, estabelecer metas longas, tornar todos os operários
responsáveis pelas melhorias,
- Balancear melhorias de fluxo (movimentação, espera e inspeção) com
melhorias de conversão: melhorar não apenas as atividades do fluxo, mas também
atividades como transporte e inspeção.
- Praticar Benchmarking: acompanhar o cumprimento das metas de produção
por meio de observação de resultados da própria empresa e de resultados para o
setor, tanto na região como em geral.
Esta concepção foi enriquecida com ideias referentes à administração de
operações, e foi levada até mesmo para interfaces de cadeias produtivas de
diferentes setores da indústria e de serviços (SAN MARTIN, 1999).
Como exemplo para este conceito Kostela (1999) apud San Matin (1999) usa
o carro, onde a aplicação dos ideais da produção enxuta são aplicados e trazem
benefícios, utilizando menos recursos na sua produção. Por exemplo, menor esforço
humano, menor espaço, menor investimento em ferramentas, menos horas de
engenharia para desenvolver produtos novos em um menor espaço de tempo.
Esta nova concepção é voltada completamente para o combate ao
desperdício, seja de material, tempo ou mão de obra, baseando-se no conceito de
que a produção é um fluxo de material trabalhado até o produto final. Durante este
processo o material é processado, inspecionado, fica em aguardo ou fica em
movimento. Estas são atividades diferentes de modo essencial. O processamento
retrata os aspectos de transformação, enquanto a inspeção, a movimentação e a
espera representam os aspectos de fluxo. Sendo que, as atividades que agregam
valor, em sua maioria, são as atividades de processamento (KOSTELA, 1992 apud
SAN MARTIN, 1999).
Koskela (1992) apud San Martin interpretou o mesmo direcionando ao sub-
setor edificações, propondo a criação de uma ideia com base principalmente nas
ideias de fluxos estabelecidos na teoria da produção enxuta.
“A ineficácia da utilização de técnicas de gestão de processos na construção deve, desse modo, reduzir na medida em que a competição pressionar as empresas a desperdiçar menos. A teoria
27
ainda em desenvolvimento da construção enxuta, por sua vez constitui um desafio, tanto para o âmbito acadêmico quanto para o empresarial, de viabilização concreta dessa gestão eficaz dos processos dos canteiros de obras e de outras partes, entre elas os processos de projeto e os de planejamento. Um dos pontos a serem melhorados com a adoção deste novo paradigma, por outro lado, é a credibilidade em técnicas e ferramentas de gestão de processos” (SAN MARTIN, 1999).
2.1.6 Fatores que influenciam a produtividade
Existem dois grupos de fatores principais que afetam a produtividade da mão
de obra em geral. Um deles diz respeito ao trabalho a ser feito, e engloba os
componentes físicos do trabalho, especificações exigidas, detalhes de projeto entre
outros; enfim, são os fatores que estão relacionados ao conteúdo do trabalho. O
outro grupo de fatores se relaciona ao ambiente de trabalho e como ele está
organizado e gerenciado; aspectos gerenciais, incluindo também condições
atmosféricas, disponibilidade de materiais e equipamentos, e sequência de trabalho,
são os chamados fatores de contexto do trabalho (ARAÚJO e SOUZA, 20--).
Analisar o projeto do produto é tarefa primordial para o entendimento do
serviço. A não uniformização dos projetos, característica marcante na construção
civil, gera produtos únicos. Assim, no levantamento da produtividade da mão de obra
devem ser levadas em consideração características inerentes a cada projeto, para
que as análises destes dados mostrem as particularidades dos resultados. Algumas
características relacionadas às alvenarias, como por exemplo, a localização e
caracterização geométrica das paredes, configuram fatores que podem ser possíveis
influenciadores da produtividade da mão de obra (ARAÚJO e SOUZA, 20--).
Há uma grande variedade de materiais e componentes utilizados durante o
serviço de execução de alvenaria. Em consequência, a combinação destas
variedades aumenta o grau de diversificação do modo como é realizado um mesmo
serviço. Araújo e Souza, (20--) acreditam que a utilização de materiais e
componentes diferentes seja um dos fatores que podem influenciar a produtividade
da mão de obra, daí a importância em conhecê-los.
A execução de um serviço, dentro de um mesmo sistema, permite o uso de
diferentes equipamentos e ferramentas, igualmente apropriados. É importante que a
28
escolha deste item leve a uma maior racionalização do serviço e garanta um melhor
conforto quanto às atividades para o trabalhador, seja esta escolha uma opção do
colaborador, procedimento da empresa ou imposição superior.
Nos últimos anos nota-se a utilização de diversos equipamentos e
ferramentas tecnológicas como forma de aprimorar a produtividade (ARAÚJO e
SOUZA, 20--). “Bisnaga”, “meia cana”, serra circular, gabaritos, são alguns exemplos
de equipamentos que simplificam a execução dos serviços de alvenaria, seja no seu
manuseio, no seu corte ou no seu assentamento. Podem ser destacados também a
implantação de novas tecnologias e a utilização de novas técnicas construtivas. A
modulação de projetos em alvenaria estrutural, por exemplo, facilita, agiliza,
aperfeiçoa e minimiza serviço e desperdício de material.
É também importante a formação e o dimensionamento das equipes que irão
executar determinado serviço. Como não há como definir uma equipe ideal para
cada serviço, a mão de obra é significativa influência na produtividade. Além disso,
segundo o IPCE (Índice PINI de Custos de Edificações) - São Paulo, (2011) a mão
de obra representa hoje algo em torno de 55% do custo do produto final, sendo
então um grande peso na construção civil. Portanto, é o maior custo, acima de
qualquer outro serviço ou material utilizado numa construção, o que explicaria
investimentos neste setor, o que não acontece ou ocorre raramente. Segundo
análises e pesquisas realizadas pelo MTE\CAGED\RAIS\SINDUSCPON-BA, (2011)
a mão de obra na construção civil brasileira é composta por cerca 2,7 milhões de
trabalhadores com carteira assinada e a mão de obra mais qualificada e remunerada
se apresenta nas empresas formais que pagam altos preços para manter os
melhores operários, e representam uma minoria na construção civil.
Quanto aos fatores do contexto do trabalho, pode-se dizer que estes
influenciam a produtividade sensivelmente, haja vista que incidem no serviço como
um todo. Por trás da figura do pedreiro assentando blocos está estruturado todo um
esquema de gestão e organização da produção para que tal serviço possa ser
realizado. O dimensionamento das equipes, como por exemplo o número de
ajudantes para cada pedreiro e a presença ou não de encarregado, são itens
importantes a serem considerados (ARAÚJO e SOUZA, 20--).
Juncler e Panzeter (1998) apud Marder (2001) destacam ainda o efeito da
aprendizagem, observando que a repetição, a familiaridade e a aquisição de
29
habilidade propiciam a manutenção do ritmo de trabalho mesmo com o aumento das
dificuldades à medida que vai elevando a edificação.
2.2 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE ALVENARIA ESTRUTURAL
Segundo Ramalho e Corrêa (2003) apud Zagonel (2010), a alvenaria é uma
estrutura extremamente tradicional que se mantém viva desde as primeiras
construções da civilização. Ela se resume basicamente na simples colocação e
sobreposição de pedras e outros materiais com a presença ou não de argamassa.
Além disso, alvenaria com blocos cerâmicos no Brasil ganhou força graças a
estabilização econômica, com o surgimento de fornecedores confiáveis, e com
produtos com maiores resistências.
Roman et al. (1999) apud Zagonel (2010) difere alvenaria de vedação de
alvenaria estrutural dizendo que a primeira além de ter função de separação de
ambientes resiste ao próprio peso, sem qualquer responsabilidade estrutural.
Enquanto que a segunda tem a função de resistir a todos os esforços verticais do
peso próprio, esforços de ocupação e cargas acidentais aplicadas.
Ramalho e Corrêa (2003) apud Zagonel (2010) lista algumas características
vantajosas para a utilização do sistema construtivo em alvenaria estrutural em
comparação às estruturas convencionais de concreto armado. São estas:
a) Economia de formas, já que as formas se limitam basicamente às
concretagens das lajes.
b) Redução significativa nos revestimentos, considerando que a aplicação de
gesso ou cerâmica pode ser feita diretamente na alvenaria.
c) Redução do desperdício de materiais e mão de obra, considerando que é
impedida a abertura de rasgos para instalações elétricas e hidráulicas.
d) Redução no número de profissionais especializados, já que armadores e
carpinteiros, por exemplo, são menos utilizados.
e) Flexibilidade no ritmo de construção da obra, utilizando-se peças pré-
moldadas, o desvincula o ritmo da obra ao tempo de cura das peças em
concreto armado.
30
A alvenaria estrutural possui a unidade, a argamassa, o graute e a armadura
como seus principais elementos. Além disso, alguns aspectos devem ser levados em
conta para a eficácia do sistema. Segundo Manzione (2004) apud Zagonel (2010) a
manutenção dos módulos dos componentes na vertical e na horizontal é
extremamente importante, assim como aspectos de compatibilização de projetos e
apresentação de detalhamentos nos desenhos. Ele ainda diz que são necessários
detalhes das posições dos blocos para os diferentes blocos, localização e tamanho
dos pré-moldados, cotas de vãos de portas e janelas, indicação de barras de aço na
vertical e na horizontal, indicação de pontos de graute e tabelas com resumos
quantitativos.
A alvenaria estrutural com blocos de concreto trata-se de um sistema
construtivo em que as próprias paredes possuem função estrutural, com isso
dispensa-se completamente ou parcialmente a utilização de vigas e pilares. A
parede estrutural compõe-se de blocos de concreto com resistência a partir de 4,5
MPa, argamassa de assentamento, armadura e grauteamento. (RAMALHO e
CORRÊA, 2003 apud ALVES, 2008).
Basicamente a alvenaria estrutural é constituída por componentes e
elementos. Os componentes de alvenaria estrutural compõem os elementos, que por
sua vez irão compor a estrutura. Os componentes principais são: bloco (ou unidade),
argamassa, graute e armadura. Os elementos são as partes compostas da estrutura,
sendo formados por pelo menos dois componentes como, por exemplo, as paredes,
pilares, cintas e vergas. (ALVES, 2008).
Os blocos são os principais componentes e definem as características
resistentes da estrutura. A definição das medidas dos blocos, comprimento e
espessura, é essencial para modulação da alvenaria, que se trata de projetar
utilizando-se de uma unidade modular. Estas medidas podem ou não ser múltiplas
umas das outras. Em caso negativo, é necessária a utilização de elementos
compensadores (ALVES, 2008).
Os blocos vazados de concreto devem atender quanto à resistência
característica à compressão e às classes de resistência mínima, conforme NBR
6136/2006, sendo a resistência mínima 4,5 MPa. Quanto às dimensões, a NBR
6136/2006 admite variações dimensionais de 3 mm para mais ou para menos com
relação a altura, e 2 mm com relação a largura. Segundo Alves (2008), o desrespeito
31
destas medidas pode gerar desalinhamentos e desaprumos das paredes, custos
adicionais com consumo de argamassa de revestimento e alteração da
excentricidade de cargas.
As argamassas de assentamento são de extrema importância na execução de
um projeto em alvenaria estrutural. Nesse tipo de projeto, são as paredes que
resistem aos carregamentos, por isso, parte dessas cargas age diretamente sobre a
argamassa, que deve estar preparada para que não apresente problemas
construtivos como fissuras, por exemplo (FIORITO, 1996 apud ALVES, 2008).
A argamassa possibilita a transferência uniforme das tensões entre os blocos,
já que esta compensa irregularidades e variações dimensionais dos mesmos. Além
disto, também une rigidamente os blocos e os ajuda a resistir a esforços laterais.
Para tanto, as propriedades mais importantes para argamassa são: trabalhabilidade,
retenção de água, tempo de endurecimento, aderência e resistência à compressão
(ALVES, 2008).
A armadura é o componente responsável por unir as unidades entre si,
transmitindo os esforços existentes na alvenaria, ao mesmo tempo, atua como
agente de acomodação das deformações. As armaduras são utilizadas verticalmente
nos pontos estabelecidos em projeto estrutural e horizontalmente nas cintas, vergas
e contravergas (ALVES, 2008).
Os grautes são microconcretos fluídos com a finalidade de solidarizar as
ferragens à alvenaria, preenchendo as cavidades onde elas se encontram. Além
disso, influi decisivamente na resistência mecânica à compressão das paredes com
vazios preenchidos, sendo inclusive utilizado como recurso dos calculistas para
aumentar a capacidade portante da parede sem aumentar a sua espessura (ABCI,
1990 apud ALVES, 2008).
O graute deve ser fluído para que o furo do bloco possa ser preenchido sem
falhas, sendo suficiente a compactação com a própria armadura do furo (se houver),
ou com vibradores de agulha de pequeno diâmetro, para adensá-lo
convenientemente (ROMAN, 2000 apud ALVES, 2008).
A elevação da alvenaria se divide basicamente em marcação e elevação. É
importante uma verificação preliminar para início dos serviços, com uma verificação
detalhada de itens técnicos como a existência e localização de pontos elétricos,
32
esquadrias e demais peculiaridades, e o estudo e localização dos eixos das
alvenarias.
Posterior às verificações, estando todos os detalhes em conformidade, inicia-
se a marcação da alvenaria. Nesta etapa devem ser verificados com bastante
cuidado nível, prumo, medidas e esquadro. É na etapa de marcação que possíveis
diferenças de nível na laje inferior ou de fundação são corrigidos. Além disso, as
distâncias entre os vão devem ser todas muito bem conferidos, o prumo com os
pavimentos inferiores devem também estar muito bem auferidos e o esquadro da
marcação deve estar perfeito.
A etapa de elevação vem logo em sequência à marcação, levantando-se a
parede levando em consideração aspectos como prumo, nível, alinhamento e
planicidade das paredes. (MANZIONE, 2004 apud ZAGONEL, 2010).
33
3 MÉTODO DE PESQUISA
Após as questões tratadas anteriormente, em seguida são apresentadas as
estratégias e procedimentos utilizados para a realização da monografia. Ela aborda
os métodos, as ferramentas e as técnicas usadas para a obtenção de dados, além
de discutir os modos de análise dos dados.
3.1 TIPO DE PESQUISA
Foi utilizado o estudo de caso como método de pesquisa para este trabalho.
Roesch (1996) afirma que o propósito deste tipo de projeto é a proposição de planos
para solucionar problemas da empresa já diagnosticados.
3.2 ESTRATÉGIA DA PESQUISA
O estudo de caso foi adotado como estratégia de pesquisa para realização do
trabalho. Segundo Yin (2001), o estudo de caso é uma verificação sem caráter
científico de um acontecimento recente dentro de seu contexto da vida real,
principalmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão
visivelmente determinados. Foi escolhida esta estratégia, tendo como objetivo a
concepção e melhor entendimento dos casos estudados.
O estudo de caso foi escolhido devido à possibilidade da pesquisa ser
efetuada com a Observação Participante, isto que é um método de coleta de dados
tradicional e caracteriza-se pelo fato do pesquisador fazer parte do processo em
questão. Neste caso o pesquisador já fazia parte do quadro de funcionários da
empresa.
34
Nessa pesquisa foi realizado um estudo de caso em uma obra da empresa. O
delineamento da pesquisa está esquematicamente representado na figura abaixo e
suas etapas serão explicadas na sequência.
Figura 2: Delineamento da pesquisa
A revisão bibliográfica foi realizada ao longo de toda a pesquisa,
proporcionando o embasamento teórico ao pesquisador. Roesch (1996) fala que a
revisão da literatura comporta levantar diferentes soluções para abordar uma
problemática, levantar métodos e ferramentas alternativas de análise, o que, garante
ao autor personalidade ao seu trabalho.
Na segunda etapa foi realizado o diagnóstico inicial através de estudos e
coletas de dados com auxilio de “check-list”, questionários, projetos, observação
direta e registro fotográfico, para estabelecer um conhecimento da realidade da
empresa e do empreendimento estudado. Nesta etapa ficou decidido o cronograma
de intervenção, qual seria a estratégia de pesquisa e quais métodos de Avaliação
seriam aplicados, de acordo com a realidade da empresa e as necessidades do
canteiro de obras em estudo.
Na terceira etapa foi feito um diagnóstico final, coletando dados através de
“check-list”, questionários com os operários, relatos dos envolvidos no processo, e
registro fotográfico para obtenção de informações relativas à produtividade da mão
de obra na atividade de alvenaria estrutural e ao processo de execução do serviço.
35
Por fim, foi feita uma avaliação final do trabalho para a apresentação dos
resultados, e propor soluções à empresa participante em um seminário de avaliação
do estudo de caso.
A avaliação foi feita analisando valores de Razão Unitária de Produção, RUP,
e avaliando os Indicadores de Desempenho. A RUP foi o fator de avaliação
quantitativa, enquanto os Indicadores de Desempenho foram os fatores de avaliação
qualitativa.
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Fundada em 1998, a empresa que participou da pesquisa tem seu escritório
central localizado na cidade de Feira de Santana.
Em seu inicio, a empresa desenvolveu projetos e construções residenciais
nos mais diferentes bairros de Feira de Santana. Com o crescimento e
reestruturação apresentados, a empresa iniciou construções de condomínios
residenciais em 2000. Lançou seu primeiro empreendimento fora de Feira de
Santana em 2008, em Jacobina. Hoje, atua ou já atuou nas cidades de Porto
Seguro, Ilhéus, Santo Antônio de Jesus, Alagoinhas, Campo Formoso e São
Gonçalo dos Campos.
A empresa possui atualmente as seguintes certificações:
• ISO 9001
• PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Habitação.
Os motivos da escolha desta empresa se referem à possibilidade da
realização de um estudo com um caráter de observação participante e da
possibilidade de fornecer informações que podem ajudar em intervenções no
processo.
36
3.4 CONTATO COM EMPRESA
Após realização de grande parte da revisão bibliográfica, já com os objetivos
traçados, a equipe de pesquisa se reuniu com engenheiro da obra e coordenador
para apresentar uma proposta de trabalho e poder aplicar a avaliação da
produtividade no serviço de alvenaria estrutural na obra de interesse. A proposta de
trabalho consta do anexo D.
3.5 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA
A obra na qual foi feito o estudo de caso trata-se de residências
multifamiliares, situada na cidade de Feira de Santana, no estado da Bahia. Tal obra
terá 94 prédios, com quatro pavimentos cada um, e quatro apartamentos por
pavimento, totalizando 1504 unidades habitacionais.
Tabela 1: Dimensão dos apartamentos
APARTAMENTO ÁREA PRIVATIVA (m²) ÁREA ÚTIL (m²)
42,91 36,4
Tabela 2: Dimensão dos pavimentos
ÁREA COMUM POR PAVIMENTO (m²)
PAVIMENTO TÉRREO 21,47
PAVIMENTO TIPO 14,79
Tabela 3: Dimensão total do bloco
ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA (m²)
PAVIMENTO TÉRREO 193,11
PAVIMENTO TIPO 186,43
BLOCO 752,4
A obra foi planejada para será entregue em 6 etapas, onde estão divididos os
blocos e área de lazer de acordo ao Quadro 1.
37
Quadro 1: Divisão dos blocos e área de lazer entre os módulos das etapas da obra.
QUADRA MÓDULO 1 MÓDULO 2 MÓDULO 3 MÓDULO 4 MÓDULO 5 MÓDULO 6
A --- --- --- --- 1, 2, 3 e 4 5, 6 e 7
B --- --- --- 5, 6 e 7 1, 2, 3 e 4 ---
C --- --- 5, 6 e 7 --- --- ---
D --- --- 2 e 3 1 ---
E --- --- 2 e 3 1 --- ---
F 1, 2 e 3 --- --- --- --- ---
G 1, 2, 3 e 4 --- --- --- --- ---
H 1 e 2 --- --- --- --- ---
I 1, 2 e 3 --- --- --- --- ---
J
1, 2, 3, 4, 5,
6, 7, 8, 9,
10, 11, 12,
13 e 14
--- --- --- --- ---
K 4, 5 e 6
1, 2, 3, 7, 8,
9, 10, 11, 12
e 13
--- --- --- ---
L --- --- 1, 2, 3 e 4 --- --- ---
M1, 2, 3, 4,
5 e 6--- --- --- --- ---
N ---1, 2, 3, 4,
5 e 6--- --- --- ---
O --- 1, 2, 3 e 4 --- --- --- ---
P 1, 2, 3 e 4 --- --- --- --- ---
Q --- 1, 2, 3 e 4 --- --- --- ---
ÁREA DE LAZER 1 --- --- 2 --- ---
38
Figura 3: Vista parcial do canteiro da obra.
3.6 O SISTEMA CONSTRUTIVO
Sequência de execução de alvenaria estrutural:
Fundação do tipo laje radier;
Alvenaria portante de blocos de concreto;
Blocos de concreto especiais em forma de U, que possibilitavam a
concretagem de vergas e cintas sem fôrma no local;
Instalações elétricas embutidas na alvenaria;
Instalações hidráulicas com “kits” (dependentes ou independentes da
alvenaria);
Lajes pré-moldadas em concreto armado com eletrodutos embutidos
Sistema de telhado tradicional em madeira, com uso de beirais pré-moldados
em concreto.
39
O sistema construtivo se trata da produção de blocos com quatro pavimentos
utilizando bloco estrutural de concreto. Há também a utilização do bloco estrutural
cerâmico, que será usado para comparação. O processo construtivo se dá pela
montagem de fundação, posicionamento de pontos grauteados, levante de
alvenaria, vergas e contravergas, cintamento com bloco calha, e laje pré-moldada.
Alguns destes elementos são fabricados separadamente, por exemplo, as lajes.
São utilizados blocos de concreto, cerâmica e calha com dimensões,
14X19X39; além disso, lajes de concreto armado já com as instalações necessárias,
hidráulicas e elétricas.
Figura 4: Bloco de concreto utilizado.
40
Figura 5: Bloco cerâmico utilizado.
Figura 6: Bloco calha utilizado.
Em seguida serão apresentados alguns subsistemas e etapas da obra.
41
Produção em fábrica: As lajes são fabricadas em uma pista de concretagem
na própria à obra (Figura 8), e são transportadas por meio de um caminhão “munck”.
São utilizadas matérias como: tela de aço, eletrodutos corrugados, tubulações de
PVC, além disso, concreto dosado em central. As lajes são moldadas utilizando
estruturas metálicas (metalon), com espessura de 8 cm, e recebem desmoldantes
antes das concretagens, que é realizada com auxílio de vibradores. É importante
durante o processo manter a atenção no posicionamento das instalações elétricas e
hidráulicas. São realizados rastreabilidade e controle tecnológico do concreto. Para
realização de tal serviço são utilizados 2 armadores, 2 ajudantes de elétrica, 4
pedreiros e 5 serventes, com uma produtividade da equipe de 1 laje de pavimento
por dia.
Figura 7: Armazenamento de lajes no canteiro.
42
Figura 8: Pista de concretagem de lajes pré-moldadas.
Os blocos de concreto também são construídos em fábrica de blocos, uma
vibro prensa, lotada na própria obra, e são transportados internamente por meio de
caminhões, carro de mão ou paletizados. São realizados ensaios de compressão,
cisalhamento, e controle tecnológico do concreto para os blocos, por empresa
terceirizada.
Figura 9: Blocos em processo de cura após fabricação.
43
Construção e/ou montagem em canteiro de obra: Durante a fabricação
destes componentes em paralelo, uma equipe prepara o local de montagem
(fundação).
Subsistema fundações: A fundação das edificações são em forma laje
radier, composta por uma viga de cintamento externa que apoia a laje de fundação
composta por telas de aço e concreto, já apresentando as instalações elétricas e
instalações hidráulicas.
Subsistema estrutura: A estrutura da edificação caracteriza-se por alvenaria
estrutural com blocos de concreto e blocos cerâmicos grauteados em pontos
estratégicos. Formato no perfil “H”.
Figura 10: Visualização da fundação no formato "H".
Subsistema envelope: O fechamento da alvenaria já é realizado pelo
sistema estrutura, que trata-se de uma estrutura autoportante.
Subsistema divisórias: As divisórias são feitas pela mesma estrutura, que é
autoportante.
Subsistema piso: A preparação do piso é feita com aterro das fundações e
compactação, nivelamento e concretagem do contrapiso. A espessura dele é de
44
aproximadamente 7 cm, e recebe revestimento em piso cerâmico em todos os
ambientes.
Subsistema instalações elétricas: A entrada de energia é feita por meio de
tubulações embutidas, com eletroduto corrugado.
Subsistema instalações hidrossanitárias: As instalações são feitas com
tubulações PVC.
Subsistema cobertura: Lajes pré-moldadas fabricadas na obra. Içadas por
meio de guindaste, segundo a Figura 11, e transportadas por meio de caminhão do
tipo “munck”.
Figura 11: Laje sendo colocada com guindaste.
Revestimento e acabamento: Revestimentos e acabamentos internos são
com gesso nas áreas sociais e aposentos, reboco nas áreas molhadas.
45
3.7 CARACTERIZAÇÃO DA ALVENARIA
Conforme o Memorial da Obra, as paredes devem ser executadas em
alvenaria estrutural com bloco cerâmico e/ou de concreto, nas dimensões de
14x19x29 e 14x29x39 cm, respectivamente, assentados com argamassa mista de
cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, no traço 1:2:8, em volume. Essas
alvenarias devem estar perfeitamente alinhadas e aprumadas, com juntas de
espessura regular, por volta de 12 mm.
Também nesse Memorial estão contempladas as vergas e contra-vergas que
devem ser executadas com blocos tipo calha apropriadas e grauteadas com
concreto de resistência igual a 20MPa. Além disso, as empenas e algumas paredes
hidráulicas devem ser executadas em alvenaria de bloco cerâmico simples, não
estrutural.
A alvenaria apresentará aberturas referentes às portas e janelas, cujas
medidas estão no Quadro.
Tabela 4: Dimensões de portas e janelas.
Os blocos cerâmicos empregados são armazenados próximo ao prédio onde
haverá a elevação da alvenaria estrutural; são transportados através de carrinho de
mão, dumper ou da retro escavadeira, conforme a necessidade, e deslocados para o
pavimento por meio do carrinho de mão (térreo), foguetinho, manipulador telescópico
ou de “mão em mão” (caso haja imprevistos com os equipamentos).
A argamassa e o graute são transportados da betoneira para o prédio através
de carrinho de mão, dumper ou retro escavadeira, conforme a necessidade, e
AMBIENTE PORTA JANELA
SALA 0,80 X 2,10 m 1,20 x 1,70 m
QUARTO 1 0,70 x 2,10 m 1,00 x 1,20 m
QUARTO 2 0,70 x 2,10 m 1,20 x 1,20 m
BANHEIRO 0,60 x 2,10 m 0,60 x 0,40 m
ENTRADA DO PRÉDIO 1,00 x 2,20 m ---
SERVIÇO --- 1,20 x 0,60 m
46
deslocados para o pavimento por meio do carrinho de mão (térreo), manipulador
telescópico, foguetinho ou na pá (caso haja imprevistos com os equipamentos).
As ferragens utilizadas na alvenaria estrutural são transportadas para o prédio
na mão e deslocadas para o pavimento por meio de guincho ou na mão.
3.8 CARACTERIZAÇÃO DA MÃO DE OBRA
Os funcionários recebem treinamentos sobre a Política de Qualidade e as
Instruções de Trabalhos dos serviços que estão envolvidos, conforme o Sistema de
Gestão da Qualidade. Além disso, novos funcionários são treinados em relação à
Segurança e ao Meio Ambiente de Trabalho.
A jornada de trabalho é de 9h/dia, sendo a sexta feira com 8h, com direito ao
café da manhã e almoço. A forma de pagamento dos funcionários é por quinzena e
a produção no meio do mês. Como já citado anteriormente, as equipes de produção
são dimensionadas conforme o serviço, porém, eventualmente, os funcionários
podem ser deslocados para realização de outros serviços, se assim for necessário.
No caso do serviço de alvenaria estrutural, o mesmo pode ser dividido em 4
partes: marcação da alvenaria, execução da 1ª fiada da alvenaria, elevação de
alvenaria e enchimento das calhas do cintamento.
Costuma-se empregar 3 pedreiros (oficiais) e 1 servente (ajudante direto)
para a marcação da alvenaria por pavimento, acrescidos da equipe de apoio, ou
seja, betoneiro, operador de foguetinho, operador de manipulador telescópico,
ajudantes para abastecimento dos materiais, etc., que variam de acordo com a
necessidade.
A 1ª fiada da alvenaria é executada pela equipe da marcação. Também deve
ser acrescentada a mão de obra que constitui a equipe de apoio, que varia conforme
a necessidade. Na elevação da alvenaria estrutural, que é o objeto de estudo deste
trabalho, costumam-se ser empregados 6 pedreiros (oficiais) e 3 servente (ajudante
direto) por pavimento. Essa atividade também apresenta equipe de apoio variando
de acordo com a necessidade. O enchimento das calhas do cintamento superior,
47
geralmente é feito pela mesma equipe que realiza o levante, tanto mão de obra
direta quanto equipe de apoio.
3.9 MÉTODO USADO PARA A APROPRIAÇÃO DO SERVIÇO
Apropriação pode ser definida como o cômputo dos serviços realizados
visando obter quantidade de material, mão de obra e tempo empregado na
execução dos serviços. As informações colhidas servem de base para composições
de custo unitário, avaliação de produtividade, controle de custos, elaboração de
cronogramas e planejamento da obra (MORIEL E RODRIGUES, 2008 apud
CARDOSO, 2010).
Para dar crédito à apropriação do serviço de elevação de alvenaria estrutural
é essencial determinar alguns aspectos que guiam a metodologia deste trabalho.
Par efeito de cálculo da produtividade da mão de obra das 11 equipes apresentadas,
portanto, é importante que se façam as seguintes observações:
A quantificação do serviço será feita com base na área plana vertical,
calculada levando em consideração os materiais utilizados para execução do
serviço de elevação (blocos, argamassa de assentamento e calhas usadas
nas vergas, contravergas e cintamento);
Serão considerados apenas os colaboradores envolvidos diretamente no
serviço de elevação da alvenaria estrutural, ou seja, apenas os pedreiros que
estão executando a alvenaria;
Os ajudantes diretos e os ajudantes de apoio não farão parte do cálculo da
produtividade, pois se pressupõe que estes se comportam regularmente,
realizando basicamente os mesmos serviços para todas as equipes de
alvenaria. Observação: Mesmo que faltem alguns funcionários da equipe de
apoio ou ajudantes diretos, outros funcionários são deslocados para suprir
essa necessidade, de forma a não atrapalhar a realização do serviço;
Embora haja diferenças entre os materiais, na quantificação do serviço serão
considerados como parte integrante da elevação da alvenaria estrutural, além
dos blocos cerâmicos estruturais, os blocos de cimento estruturais, as calhas
48
para as vergas, as contravergas e o cintamento, incluindo a ferragem
grauteada;
A marcação da alvenaria, a execução da 1ª fiada e a alvenaria central da
escada não serão consideradas no cálculo da produtividade;
O shaft é executado posteriormente por outros funcionários, portanto não fará
parte do cálculo da produtividade;
A alvenaria das áreas molhadas, que são realizadas com bloco de cerâmico
de vedação, não fará parte do cálculo de produtividade;
As medições do serviço realizado serão verificadas diariamente;
Pressupõe-se que os blocos cerâmicos estruturais e não estruturais, assim
como as calhas utilizadas no serviço de elevação da alvenaria, apresentam
dimensões constantes e formas regulares;
A espessura da argamassa de assentamento dos blocos e das calhas é
considerada constante com valor de 12 mm;
As faces da calha de concreto e do bloco cerâmico estrutural apresentam as
mesmas dimensões, portanto serão contabilizadas da mesma forma;
A Tabela 5 apresenta a ficha de pesquisa utilizada no canteiro de obra para
obtenção dos dados necessários para o cálculo dos índices de produtividade. A
seguir está explicado o preenchimento dessa tabela:
· A coluna 1 consta os dias trabalhados, ou seja, dia 1, dia 2, dia 3 e assim
por diante;
· Na coluna 2 identifica o local de trabalho da equipe, ou seja, em qual quadra
e bloco estão executando o serviço.
· Na coluna 3 é colocada a data na qual o serviço foi executado, para que
desta forma possa ser verificada a sequência do mesmo e a interferência de feriados
e finais de semana. Também é registrado o dia da semana em que é executado o
serviço, ou seja, se é segunda, terça, quarta, quinta, sexta ou, porventura, sábado e
domingo; é importante tal registro já que a sexta feira, por exemplo, por norma da
empresa, possui 8 horas de trabalho.
· A coluna 4 apresenta o nome completo dos funcionários responsáveis pela
execução da elevação da alvenaria estrutural, tanto do oficial, quanto do seu
ajudante direto;
49
· A coluna 5 identifica a função do operário, sendo que cada equipe é
constituída normalmente por seis pedreiros e 3 serventes
· Na coluna 6 consta se o colaborador é um oficial (o que executa fisicamente
a alvenaria) ou um ajudante direito (servente que abastece com os materiais no
pavimento);
· Na coluna 7 está registrado o horário em que o funcionário iniciou sua
jornada de trabalho no canteiro de obra, enquanto que a coluna 8 tem o horário em
que o mesmo concluiu sua jornada (registro feito através das informações contidas
no cartão de ponto e setor pessoal). O resultado contido na coluna 9 é obtido
através do somatório das horas da jornada de trabalho, abatendo o intervalo do
almoço (das 12h às 13h);
· Na coluna 10 está o registro das horas que o serviço ficou parado por
motivos diversos, tais como: mudança do colaborador para outro setor de trabalho,
treinamento do funcionário, entre outros;
· Na coluna 11 estão computadas apenas as horas disponíveis para a
execução do serviço, desconsiderando as horas empregadas em outros serviços
(coluna 10). As horas paradas por falta de material podem ser indícios de problemas
de gestão da obra e estas horas estão consideradas no cálculo da RUP e analisadas
posteriormente;
· Na coluna 12 está computado apenas o tempo em que o serviço ficou
parado por não haver materiais necessários para execução do mesmo;
· Conforme dito anteriormente, neste trabalho está considerada apenas a
quantidade líquida do serviço, ou seja, estão desconsiderados os vãos de aberturas.
A medição do serviço executado está na coluna 13, considerando a quantidade em
metros quadrados de levante executado, valores estes obtidos pelo número de
blocos cerâmicos estruturais e não estruturais, assim como a quantidade de calhas
assentadas por dia, ou em caso de paredes planas, sem vãos, por medição direta.
Considerando o acima exposto, conclui-se os principais esclarecimentos da
metodologia proposta dessa pesquisa, levando-se em conta que as apropriações do
serviço são por observação direta das atividades desenvolvidas em canteiro, com o
preenchimento de planilhas, registros fotográficos e consultas a documentos.
51
3.10 MÉTODO USADO PARA AVALIAÇÃO DO FLUXO DO PROCESSO
Após estudo das características de qualidade e dos requisitos de
desempenho propostos por inúmeros autores e por entrevistas de especialistas, San
Martin (1999) propôs a avaliação de treze características de qualidade:
Quadro 2: Caracterísitcas de desempenho definidas por San Martin (1999).
San Martin (1999) adotou em seus estudos cinco princípios originados do
paradigma da construção enxuta:
Redução das atividades que não agregam valor – Que envolve a
eliminação ou diminuição das atividades de espera, inspeção e transporte. Redução
da variabilidade – Que objetiva uniformizar produtos, serviços e procedimentos.
Redução do tempo de ciclo – Que busca encaminhar o sistema de produção como
um todo numa ampliação genérica da eficiência. Simplificação – Que almeja a
redução do número de componentes atrelada ou não à redução do número de
etapas em fluxo de material ou informação. Por fim, Aumento da transparência –
Que procura transformar o sistema produtivo em processo de fácil identificação e
entendimento (REBOUÇAS, 2008).
Após a definição das características de qualidade a serem avaliados, San
Martin (1999) relacionou estas características com requisitos de desempenho,
objetivando determinar de forma mais objetiva o que as tecnologias de edificação
deveriam apresentar.
52
Quadro 3: Requesitos de desempenho correspondentes definidos por San
Martin, 1999.
3.11 DIAGRAMA ADAPTADO DE PRECEDÊNCIAS
Para avaliar a tecnologia é preciso fazer o mapeamento dos processos
necessários para a execução de um ciclo básico de produção, que segundo Mello
(2004), é o conjunto de atividades que seja repetida configurando um ciclo de
produção, que se repetirá na maior parte do tempo durante a execução do sistema
construtivo.
San Martin (1999) optou entre as técnicas de mapeamento de processos por
um diagramada de precedências adaptado. O diagrama de precedência baseia-se
53
apenas no fluxo de processos, desconsiderando as atividades de fluxo (transporte,
espera e inspeção), que estão relacionadas a configurações dos canteiros e
distancias dentro da unidade produtora. Segundo Mello (2004), esse tipo de
mapeamento “viabiliza o processamento dos dados das cadeias de processos mais
longas e, ao mesmo tempo, torna-se mais curto e específico o mapeamento dos
fluxos de processos, sem a necessidade de medição de tempos de duração e de
distâncias”.
Quadro 4: Critérios de confecção do diagrama de precedências. (SAN
MARTIN, 1999)
54
Figura 12: Exemplo de diagrama. (SAN MARTIN, 1999)
Para análise e avaliação da gestão do processo, San Martin (1999)
apresentou dez indicadores de desempenho para serem avaliados, que se
relacionam com os requisitos de desempenho apresentados pelo mesmo. No quadro
abaixo estão os indicadores.
Quadro 5: Os indicadores de desempenho.
.
55
Quadro 6: Requesitos de desempenho para os indicadores.(SAN MARTIN,
1999)
3.11.1 Indicador de Eficiência de Desenho de Processos
Este indicador representa uma medida quantitativa, baseando-se na análise
do mapeamento dos processos com o diagrama adaptado de precedências. Seu
valor faz uma relação entre o número de atividades inerentes e permanentes de
cada nível de produção, com o número total de níveis de produção encontrados. A
expressão a seguir define o indicador:
Onde:
EDP = valor do indicador de eficiência do desenho de processos
n = número total de níveis de produção do ciclo básico de produção (CBP)
56
Este indicador tem seu valor variando de zero a um. Valores próximos a um,
indicam que há um elevado número de fluxos simultâneos durante o processo. Em
contrapartida, valores próximos a zero, indicam que há um baixo número de fluxos
ocorrendo de forma simultânea. San Martin (1999) afirma que quanto mais estreita e
longa a configuração do desenho de processos de uma tecnologia, envolverá
grandes cadeias de precedências e poucos fluxos simultâneos. Desta forma, o
mesmo afirma que quanto mais largo e curto o desenho de processos, mais fluxos
simultâneos estarão envolvidos, diminuindo as dependências e propiciando uma
gestão de processos mais eficiente.
3.11.2 Indicador de Flexibilidade de Robustez (FR)
Este é um indicador com base quantitativa, construído a partir da análise do
mapeamento dos processos com o diagrama de precedências. Seu valor é
encontrado baseado no número total de vezes que as atividades mapeadas podem
variar entre os níveis de produção durante os fluxos mapeados sem interferir no
número total de níveis de produção do CBP.
Onde:
FR = valor do indicador de flexibilidade de robustez;
n = número total de níveis de produção do ciclo básico de produção (CBP)
NPA = somatório do número de possibilidades de alternância das atividades
de cada fluxo entre diferentes níveis de produção sem o aumento final de n.
O valor deste indicador varia também entre zero e um, e tem como objetivo
mostrar a capacidade que a tecnologia tem em modificar a sequência de tarefas sem
que altere o número total de etapas de produção. Um valor próximo a um mostra
uma tecnologia com grande flexibilidade de robustez e capaz de resistir à mudanças
no fluxo sem alterar a quantidade de níveis de produção, ou seja, a tecnologia tem
57
uma boa capacidade em absorver atrasados determinadas atividades, sem que
altere o resultado final do processo.
3.11.3 Grau de Interdependência de Processos (GIP)
Este indicador é obtido por meio do mapeamento do ciclo básico de produção
com o diagrama adaptado de precedências. Ele estabelece a relação direta entre o
número total de atividades dos fluxos de processos (NTA) e o número total de
dependências estabelecidas (NTD).
Este indicador se limita a avaliar apenas as interdependências do processo, e
seu valor também varia de zero a um, sendo que o valor próximo a um indica uma
menor dependência das atividades internas com relação ao número total de
atividades, enquanto que o número próximo a zero indica a condição inversa.
3.11.4 Grau de Habilidade Exigido de Mão de Obra (GHMO)
O grau de habilidade exigido pela mão de obra é obtido de forma qualitativa,
por meio da classificação das operações de fluxo de operários que seguem os
processos essenciais da tecnologia avaliada. Rosso (1980) apud San Martin (1999),
estabeleceu cinco níveis crescentes de complexidade das atividades dos operários:
a) Transporte: nível mais simples, que exige habilidades físicas e motoras não
refinadas do operário;
b) Locação: exige noções espaciais, de localização e de eventuais
verificações com o uso de ferramentas;
c) Conformação: exige noções de locação e de habilidades motoras mais
específicas para a função desempenhada;
d) Ajuste: exige noções de locação, conformação e de entendimento das
funções da tarefa realizada de forma global, visando a harmonização dos materiais
processados;
58
e) Acabamento: nível mais complexo, que exige habilidades de ajuste, o
domínio da técnica e o conhecimento das propriedades dos materiais utilizados.
Para encontrar este indicador é preciso quantificar todas as operações do
fluxo de operários de cada nível de habilidade descrito. Com base nas atividades do
ciclo básico de produção, este indicador é indicado para avaliar a homogeneidade
da habilidade exigida pelas operações do processo. Quanto mais baixo o nível
exigido pelas operações, mais facilmente pode-se treinar operários polivalentes, já
que o processo de treinamento pode ser mais curto. É importante frisar que este
indicador é de caráter subjetivo, já que depende da avaliação e interpretação do
observador para classificar cada atividade.
3.11.5 Grau de Dependência de Materiais Específicos (GDM)
Este indicador é encontrado por meio de uma análise qualitativa, baseada na
identificação dos insumos essenciais para o desempenho dos fluxos dos processos
mapeados. O GDM objetiva avaliar a capacidade de adaptação da tecnologia
analisada em diferentes regiões. O resultado é uma lista com diferentes insumos, na
qual, quanto maior a quantidade maior também a dependência da tecnologia a
materiais específicos, o que torna difícil a adaptação em regiões diferentes.
Dentre estes insumos devem estar presentes apenas materiais que não
podem ser substituídos por motivos técnicos e que são utilizados em atividades
destacáveis do mapeamento realizado do ciclo básico de produção. Estas são
atividades que possuem relação de dependência com as demais de forma a
provocar um atraso global de todos os fluxos subsequentes, aumentando o tempo
de ciclo. É preciso considerar também a importância financeira de cada material, e
atentar-se ao gerenciamento do seu estoque.
Enfim, os insumos a serem considerados são aqueles que caso faltem na
obra, atrasam os processos, não permitem a formação de estoques de segurança,
fazem parte da tecnologia avaliada e que dependem do consumo regular junto ao
fornecedor de cada região.
59
3.11.6 Indicador de Variedade de Materiais (IVM)
Este indicador de caráter quantitativo baseia-se no diagrama adaptado de
precedências do ciclo básico de produção e da listagem dos diferentes materiais
utilizados pela tecnologia durante o processo. Seu valor é encontrado por meio de
uma relação entre o número total de atividades dos processos contidos no
mapeamento do ciclo básico de produção e o número total de diferentes insumos
materiais requeridos.
Onde:
IVM = valor do indicador de variedade de materiais
NTA = quantidade total de atividades de todos os fluxos no mapeamento do
ciclo básico de produção (CBP);
NTM = quantidade total de diferentes materiais requeridos pela tecnologia no
ciclo básico de produção (CBP).
San Martin (1999) diz que quanto maior o número de diferentes insumos,
mais complexo pode ser o gerenciamento destes suprimentos, tornando o sistema
vulnerável a atrasos por falta de material. Assim, quanto maior o indicador, melhores
são os resultados de desempenho relacionados ao mesmo.
3.11.7 Grau de Padronização e Agregação de Valor de Elementos Construtivos
(GPAE)
Trata-se de um indicador que propõe uma análise qualitativa dos elementos
construtivos em nível crescente de uniformidades dos elementos e de compactação
de etapas de produção que os mesmo propiciam. Quanto maior o número de
60
elementos construtivos classificados em um nível de uniformidade e aglutinação de
etapas, maior será o grau de padronização e agregação de valor da tecnologia.
San Martin (1999) sugere três níveis de classificação dos elementos
construtivos com relação ao grau de aglutinação de etapas de uniformidade dos
elementos:
Nível 1: elementos construtivos que não aglutinam etapas em relação a
tecnologias de edificação tradicionais e que não precisam ser necessariamente
uniformes. Exemplos: blocos cerâmicos de diferentes tamanhos, lajes, pilares e
vigas confeccionados em concreto armado, com sistema de formas e de tamanhos
variados;
Nível 2: elementos construtivos que aglutinam mais de uma etapa em relação
a tecnologias de edificação tradicionais e que não precisam ser necessariamente
uniformes. Exemplos: vigas, lajes, pingadeiras pré-moldadas em concreto armado de
diferentes tamanhos, argamassas pré-misturadas de tipos variados e kits elétricos
ou hidráulicos de tamanhos variados;
Nível 3: elementos construtivos que aglutinam mais de uma etapa em relação
a tecnologias de edificação tradicionais e que necessariamente têm dimensões
predeterminadas. Exemplos: lajes, vigas ou pilares pré-moldados em concreto
armado, de tamanho único, portas prontas, de dimensões constantes, painéis pré-
moldados de paredes em tamanhos constantes e painéis de revestimento em
tamanhos constantes.
Desta forma, quanto maior o grau de padronização e agregação de valor dos
elementos construtivos empregados pela tecnologia, melhor ela atenderá aos
requesitos de padronizar componentes e métodos de trabalho, de empregar
elementos com maior valor agregado e de reduzir o número de etapas da obra.
3.11.8 Grau de Padronização de Operações
Este indicar possui base quantitativa, e se baseia na análise das atividades
dos operários. Trata-se de uma relação entre o número total de operações que se
repetem no canteiro e o número total de operações.
61
Onde:
GPO = Grau de Padronização de Operações;
NOR = número total de atividades dos operários exigidas pelos processos
intrínsecos e constantes do CBP que se repetem;
NTO = número total de atividades dos operários exigidas pelos processos
intrínsecos e constantes do CBP.
Seus valores variam entre zero e um, e valores próximos a um mostram uma
maior repetição de operações e por consequência um maior grau de padronização
das operações.
3.11.9 Grau de Separação Física de Processos (GSP)
Este indicador se trata de uma relação entre a quantidade de atividades de
fluxos e conversão que podem ser realizadas fora ou distante do local de aplicação,
e a quantidade total de atividades de fluxos e conversão dos processos do ciclo
básico de produção.
Onde:
GSP = valor do indicador do grau de separação física de processos
NAS = quantidade de atividades de todos os fluxos no mapeamento do CBP
que pode ser realizada distantes do local final de conformação do elemento ou
subelemento;
NTA = quantidade total de atividades de todos os fluxos no mapeamento do
CBP;
Seus valores variam entre zero e um, e valores próximos a um mostram que
parte das atividades inerentes ao ciclo básico de produção podem ser realizadas
62
separadamente do canteiro ou em locais variados do mesmo, o que diminui o grau
de dependência entre as atividades.
3.11.10 Peso dos Elementos Construtivos (PEC)
O peso dos elementos construtivos está relacionado com as condições
ergonômicas de trabalho. Este indicador mede de forma qualitativa o atendimento
aos requesitos de utilizar elementos construtivos mais leves. O indicador propõe a
medição ou estimativa do peso dos elementos utilizados durante o ciclo básico de
produção.
Concomitantemente, é preciso verificar a disponibilidade e a utilização de
equipamentos adequados ao transporte e manuseio dos materiais em geral que são
empregados, já que estes podem anular complicações ergonômicas sem interferir na
segurança.
3.12 ROTEIRO PARA APLICAÇÃO DO MÉTODO
Para aplicação do método de avaliação de sistemas construtivos deve-se
seguir o seguinte roteiro (REBOUÇAS, 2008).
a) definir as prioridades competitivas em operações;
b) realizar uma entrevista inicial com o responsável que concebeu ou que
gerencia o uso da tecnologia de edificação utilizada. É importante que esta
entrevista colete informações sobre as principais características da tecnologia e
identifique o ciclo básico de produção.
c) aplicar a tabela P1 de listagem dos serviços da tecnologia, que apresenta
algumas das informações obtidas da primeira entrevista feita. São informações sobre
as principais cadeias de processos relacionados aos elementos e etapas
identificadas na entrevista inicial. Os campos da tabela são o código do serviço,
descrição do subproduto derivado, principais atividades envolvidas e observações;
63
d) determinar os fluxos de processo do ciclo básico de produção por meio de
análise da tabela P1 e lista de verificação aplicada junto à entrevista inicial;
e) aplicar a tabela P2, para a análise específica de cada um dos fluxos de
processos das cadeias listadas na tabela P1 ou de cada atividade desses fluxos de
processos. Está presente nesta tabela os campos de código da atividade ou
processo, local de execução (discriminando ou não o local de acomodação final do
subelemento produzido), código das atividades ou processos precedentes (seguindo
os critérios do diagrama de precedências), código das atividades ou processos
subsequentes, descrição das operações envolvidas diretamente e código de
fotografias relacionadas. Deve-se considerar na aplicação dessa tabela os seguintes
casos:
- no caso da tecnologia de edificação já estar sendo utilizada: a análise da
tabela P1, a observação dos processos no canteiro, o registro de imagens
(fotografias e filmagens) dos processos e operações e entrevistas informais com os
operários para o esclarecimento de detalhes das técnicas construtivas aplicadas;
- no caso da tecnologia de edificação não estar sendo utilizada ou em fase de
concepção: a análise da tabela P1, da entrevista inicial com o especialista e de
entrevistas com os encarregados pelo desenvolvimento ou aplicação da tecnologia,
de forma a prever as técnicas construtivas e as operações específicas da tecnologia.
f) fazer mapeamento de todos os processos ou atividades (de acordo com
grau de detalhamento da análise) do ciclo básico de produção da tecnologia utilizada
com o diagrama adaptado de precedências.
g) aplicar a tabela P3, que resume todos os quantitativos que devem ser
determinados pela análise direta do mapeamento com esse diagrama;
h) calcular os indicadores EDP, IFR, GIP com os dados da tabela P3;
i) aplicar o indicador GDM, determinando a listagem dos materiais críticos
utilizados no ciclo básico de produção através da realização de orçamento hipotético
e da análise da entrevista inicial e do mapeamento realizado com o diagrama
adaptado;
j) aplicar o indicador GHMO por meio de análise da tabela P2, quantificando e
classificando as habilidades exigidas, conforme a classificação apresentada
anteriormente;
64
k) calcular os indicadores GSP e GPO através da análise da tabela P2 e dos
dados da tabela P3;
l) aplicar a tabela P4, que lista todos os diferentes materiais utilizados no ciclo
básico de produção, analisar a tabela P3 e calcular o indicador IVM;
m) analisar a entrevista inicial, a tabela P1, a tabela P2 e aplicar o indicador
GPAE, quantificando os elementos de cada um dos níveis apresentados e utilizados
pela tecnologia;
n) aplicar a tabela P5, que resume todos os dados obtidos com a aplicação
dos indicadores;
65
4 AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO
4.1 PREVISÃO DE PRODUTIVIDADE
Intervalos de produtividade são apresentados pela Editora PINI na13ª Edição
das Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos (TCPO) (2010), de
acordo com as características da obra em pesquisa, para o serviço de alvenaria de
blocos para alvenaria estrutural.
Tabela 6: Intervalo de índices de produtividade. Fonte: TCPO 13 (2010).
As condições apresentadas no serviço de elevação de alvenaria estrutural no
canteiro de obra se assemelham ao valor médio, por apresentarem condições
compatíveis aos valores máximo e mínimo, portanto será adotado como parâmetro
de produtividade prevista o valor de 0,74 Hh/m².
Não preenchimento de juntas verticais Preenchimento de juntas verticais
Densidade média da alvenaria/m² de parede/m² de pisoDensidade alta ou baixa da alvenaria/m² de parede/m²
de piso
Presença quase que exclusiva de paredes na altura
usualPresença significativa de paredes altas ou baixas demais
Pouco tempo para executar um pavimento (prazos
enxutos)
Muito tempo para executar um pavimento (prazos
extensos)
Paredes de espessuras pequenas Paredes de espessuras grandes
Baixa rotatividade Alta rotatividade
Pagamento conforme acordado Falha no pagamento dos operários
Material disponível Falta de material
Equipamento de transporte vertical disponívelQuebras ou indisponibilidade de equipamento de
transporte vertical
PRODUTIIVIDADE PEDREIRO (Hh/m²)
Min = 0,51 Med = 0,74 Máx = 0,98
66
4.2 AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE
Como foi evidenciado na revisão bibliográfica, o processo construtivo da
alvenaria estrutural engloba características peculiares e fatores externos que
influenciam na produtividade da mão de obra. Durante a pesquisa foram
evidenciados alguns destes aspectos, que podem ser considerados relevantes para
o desfecho dos índices encontrados na obra.
A princípio, é preciso destacar as individualidades presentes neste estudo de
caso, ou seja, os dados obtidos transcrevem a realidade de uma obra com
características próprias (mão de obra, equipamentos, ferramentas, materiais,
processo construtivo, etc.), e, portanto, também inclui especificidades como
gerenciamento, tecnologias e clima da época, próprios da cidade de Feira de
Santana, Bahia.
É preciso também esclarecer o período da pesquisa em campo. As primeiras
observações ocorreram em novembro, porém as apropriações dos serviços foram
obtidas no período de 01 de dezembro de 2011 à 20 de janeiro de 2012. Durante
este tempo, foi verificada a elevação da alvenaria estrutural de dez pavimentos em
prédios distintos, mas de mesmo projeto.
Com base nos dados apontados durante o trabalho, calculou-se a quantidade
de serviço diária e acumulada (em m²), homens-horas diária e acumulada, RUP
diária e acumulada, e a RUP potencial para oficiais.
A seguir, é feita a análise dos resultados da pesquisa em campo.
4.2.1 Equipe 1 – Bloco cerâmico
A primeira etapa da execução foi referente à elevação de 4 apartamentos, ou
seja 1 pavimento, no pavimento térreo do Bloco 2, na Quadra G.
A equipe 1 iniciou as atividades de elevação da alvenaria estrutural às 7h, no
dia 1º de dezembro de 2011, quinta-feira, e concluiu às 16 h, do dia 9 de dezembro
de 2011, concluindo a execução do pavimento num total de 7 dias.
67
Durante a execução o fornecimento de material era por meio de carros de
mão, “dumper” e retroescavadeira, que por sua vez eram abastecidos pelos
ajudantes indiretos, que conduziam argamassa, graute e blocos até estes
equipamentos.
A equipe trabalhou durante todo o período com 4 pedreiros e 3 ajudantes.
Durante os 7 dias trabalhados não houve ociosidade da equipe por falta de material,
ao contrário, a presença de 3 ajudantes fez com que a distribuição de material fosse
mais que suficiente.
É importante frisar que as equipe já faziam execução deste serviço, portanto
não sofreram qualquer problema de adaptação durante este período, e este bloco foi
feito com alvenaria de bloco estrutural cerâmico. Além disso, não está sendo
contabilizado o levante das áreas molhadas, que são feitos com alvenaria de
vedação, e após o assentamento da laje. Isto vale para todos os pavimentos.
Observando a produtividade diária desta equipe percebe-se que as piores
RUP foram do 1º e 3º dia. O primeiro dia, talvez por se trabalhar numa altura muito
baixa, o que dificulta a execução. O terceiro dia por ser uma segunda-feira, e a volta
ao ritmo de trabalho após o final de semana pode ser mais lenta para alguns. Em
contrapartida, os melhores valores de RUPd ocorreram nas sextas-feiras, na qual foi
feita algum tipo de compensação em tarefa, já que se trata de um dia com 8 h de
trabalho, e a quantidade produzida pela equipe manteve uma média.
Considerando-se a quantidade total de serviço executado e a quantidade
disponível de homens-horas ao longo do serviço, ou seja, levando-se em
consideração o ciclo de produção, tem-se uma RUPcic de 0,69 Hh/m². Com relação
à meta estabelecida que pode ser comparada com a RUPd, tem-se a RUPpot de
0,66 Hh/m².
68
Tabela 7: RUP da Equipe 1.
DATA LOCAL QSd (m²)
Hhd RUPd
(Hh/m²) QS cum
(m²) Hh cum
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
01/12/11 quinta
QUADRA G BLOCO 02 PAV. 01
48,90 36,00 0,74 48,90 36,00 0,74 0,66
02/12/11 sexta
QUADRA G BLOCO 02 PAV. 01
48,50 32,00 0,66 97,40 68,00 0,70
05/12/11 segunda
QUADRA G BLOCO 02 PAV. 01
49,60 36,00 0,73 147,00 104,00 0,71
06/12/11 terça
QUADRA G BLOCO 02 PAV. 01
51,50 36,00 0,70 198,50 140,00 0,71
07/12/11 quarta
QUADRA G BLOCO 02 PAV. 01
51,70 36,00 0,70 250,20 176,00 0,70
08/12/11 quinta
QUADRA G BLOCO 02 PAV. 01
53,80 36,00 0,67 304,00 212,00 0,70
09/12/11 sexta
QUADRA G BLOCO 02 PAV. 01
51,40 32,00 0,62 355,40 244,00 0,69
Figura 13: Diferentes RUP da Equipe 1.
0,56
0,58
0,60
0,62
0,64
0,66
0,68
0,70
0,72
0,74
0,76
1 2 3 4 5 6 7
RU
P
DIA
RUP da EQUIPE 1
RUPd (Hh/m²)
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
69
4.2.2 Equipe 2 – Bloco cerâmico
A segunda etapa da execução foi referente à elevação de 4 apartamentos, ou
seja 1 pavimento, no pavimento térreo do Bloco 3, na Quadra G, com bloco
estrutural cerâmico.
A equipe 2 iniciou as atividades de elevação da alvenaria estrutural às 7h, no
dia 1º de dezembro de 2011, quinta-feira, e concluiu às 16 h, do dia 9 de dezembro
de 2011, concluindo a execução do pavimento num total de 7 dias.
Durante a execução o fornecimento de material era por meio de carros de
mão, “dumper” e retroescavadeira, que por sua vez eram abastecidos pelos
ajudantes indiretos, que conduziam argamassa, graute e blocos até estes
equipamentos.
A equipe trabalhou durante todo o período com 4 pedreiros e 3 ajudantes.
Durante os 7 dias trabalhados não houve ociosidade da equipe por falta de material,
mas no 3º dia, não contou com a presença de um dos ajudantes, fatos este que não
fez influência na produtividade dos oficiais, pois qualquer pior resultado não foi por
falta de material.
Avaliando a produtividade diária percebe-se que as piores RUP foram no 3º e
5º dia. O terceiro dia a equipe não produziu bem por motivos de baixa produtividade,
não houve nenhum fato relevante que justificasse este resultado. No 5º dia, a equipe
já trabalhava em andaime, em uma altura considerável, e isto pode ter acarretado no
resultado. Os melhores resultados mais uma vez ocorreram nas sextas-feiras, onde
provavelmente houve algum tipo de compensação com tarefa, e apesar de ter 8 h de
trabalho a produtividade se manteve constante.
Esta equipe apresentou uma inconstância muito grande durante o período,
apresentando uma RUPcic de 0,69 Hh/m², e uma RUPpot de 0,66 Hh/m².
70
Tabela 8: RUP da Equipe 2.
DATA LOCAL QSd (m²)
Hhd RUPd
(Hh/m²) QS cum
(m²) Hh cum
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
01/12/11 quinta
QUADRA G BLOCO 03 PAV. 01
51,60 36,00 0,70 51,60 36,00 0,70 0,66
02/12/11 sexta
QUADRA G BLOCO 03 PAV. 01
49,10 32,00 0,65 100,70 68,00 0,68
05/12/11 segunda
QUADRA G BLOCO 03 PAV. 01
50,10 36,00 0,72 150,80 104,00 0,69
06/12/11 terça
QUADRA G BLOCO 03 PAV. 01
52,10 36,00 0,69 202,90 140,00 0,69
07/12/11 quarta
QUADRA G BLOCO 03 PAV. 01
53,10 36,00 0,68 256,00 176,00 0,69
08/12/11 quinta
QUADRA G BLOCO 03 PAV. 01
50,30 36,00 0,72 306,30 212,00 0,69
09/12/11 sexta
QUADRA G BLOCO 03 PAV. 01
49,10 32,00 0,65 355,40 244,00 0,69
Figura 14: Diferentes RUP da Equipe 2.
0,60
0,62
0,64
0,66
0,68
0,70
0,72
0,74
1 2 3 4 5 6 7
RU
P
DIA
RUP da EQUIPE 2
RUPd (Hh/m²)
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
71
4.2.3 Equipe 3 – Bloco cerâmico
A terceira equipe de execução elevou 4 apartamentos, ou seja 1 pavimento,
no pavimento térreo do Bloco 2, na Quadra H, com bloco estrutural cerâmico.
A equipe 3 iniciou as atividades de elevação da alvenaria estrutural às 7h, no
dia 15 de dezembro de 2011, quinta-feira, e concluiu às 11 h, do dia 23 de dezembro
de 2011, sexta-feira, concluindo a execução do pavimento num total de 6 dias e 4
horas.
Durante a execução o fornecimento de material era por meio de carros de
mão, “dumper” e retroescavadeira, que por sua vez eram abastecidos pelos
ajudantes indiretos, que conduziam argamassa, graute e blocos até estes
equipamentos.
A equipe trabalhou durante todo o período com 6 pedreiros e 3 ajudantes.
Durante os dias trabalhados não houve ociosidade da equipe por falta de material.
Observando a produtividade diária da equipe, os valores mostram a pior RUP
no 6º dia. Os operários trabalhavam em altura de andaime, e provavelmente este
fato tenha dificultado a execução. O melhor resultado mais uma vez ficou por parte
da sexta feira. Desta vez a agilidade do serviço ocorreu pelo fato de ser véspera do
período natalino, e os trabalhos neste dia só acontecerem até o meio dia. Assim,
provavelmente, foi feito um esforço maior para cumprir a meta estabelecida antes do
final de semana.
Esta equipe apresentou uma regularidade rara, salvo os últimos dias,
praticamente trabalhou numa linha de produtividade constante. A RUPcic
apresentada foi de 0,96 Hh/m², e RUPpot foi de 0,92 Hh/m².
72
Tabela 9: RUP da Equipe 3.
DATA LOCAL QSd (m²) Hhd RUPd
(Hh/m²) QS cum
(m²) Hh cum
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
15/12/11 quinta
QUADRA H BLOCO 02 PAV. 01
54,40 54,00 0,99 54,40 54,00 0,99 0,92
16/12/11 sexta
QUADRA H BLOCO 02 PAV. 01
49,50 48,00 0,97 103,90 102,00 0,98
19/12/11 segunda
QUADRA H BLOCO 02 PAV. 01
53,60 54,00 1,01 157,50 156,00 0,99
20/12/11 terça
QUADRA H BLOCO 02 PAV. 01
58,30 54,00 0,93 215,80 210,00 0,97
21/12/11 quarta
QUADRA H BLOCO 02 PAV. 01
59,20 54,00 0,91 275,00 264,00 0,96
22/12/11 quinta
QUADRA H BLOCO 02 PAV. 01
51,00 54,00 1,06 326,00 318,00 0,98
23/12/11 sexta
QUADRA H BLOCO 02 PAV. 01
29,40 24,00 0,82 355,40 342,00 0,96
Figura 15: Diferentes RUP da Equipe 3.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1 2 3 4 5 6 7
RU
P
DIA
RUP da EQUIPE 3
RUPd (Hh/m²)
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
73
4.2.4 Equipe 4 – Bloco cerâmico
Esta equipe de execução elevou 4 apartamentos, ou seja 1 pavimento, no
pavimento térreo do Bloco 4, na Quadra G, com bloco estrutural cerâmico.
A equipe 4 iniciou as atividades de elevação da alvenaria estrutural às 7h, no
dia 16 de dezembro de 2011, sexta-feira, e concluiu às 11 h, do dia 26 de dezembro
de 2011, segunda-feira, concluindo a execução do pavimento num total de 6 dias e 4
horas.
Durante a execução o fornecimento de material era por meio de carros de
mão, “dumper” e retroescavadeira, que por sua vez eram abastecidos pelos
ajudantes indiretos, que conduziam argamassa, graute e blocos até estes
equipamentos.
A equipe trabalhou durante todo o período com 6 pedreiros e 3 ajudantes.
Durante os dias trabalhados não houve ociosidade da equipe por falta de material.
Analisando a produtividade da equipe, os piores valores estão no 3º e 5º dia.
Não houve qualquer fato relevante para se chegar neste resultado. Provavelmente
foi uma variação normal dentro da jornada de trabalho. O melhor resultado ficou para
o 7º dia. Foi deixado para este dia, por se tratar de uma segunda feira, apenas
fechamento, com os cantos prontos de paredes e calhas cortadas, serviços estes
que demandam mais tempo, por isto o melhor resultado.
A equipe apresentou neste período uma RUPcic de 0,95 Hh/m², e uma
RUPpot de 0,86 Hh/m².
74
Tabela 10: RUP da Equipe 4.
DATA LOCAL QSd (m²)
Hhd RUPd
(Hh/m²) QS cum
(m²) Hh cum
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
16/12/11 sexta
QUADRA G BLOCO 04 PAV. 01
55,70 48,00 0,86 55,70 48,00 0,86 0,86
19/12/11 segunda
QUADRA G BLOCO 04 PAV. 01
56,30 54,00 0,96 112,00 102,00 0,91
20/12/11 terça
QUADRA G BLOCO 04 PAV. 01
52,20 54,00 1,03 164,20 156,00 0,95
21/12/11 quarta
QUADRA G BLOCO 04 PAV. 01
55,20 54,00 0,98 219,40 210,00 0,96
22/12/11 quinta
QUADRA G BLOCO 04 PAV. 01
53,50 54,00 1,01 272,90 264,00 0,97
23/12/11 sexta
QUADRA G BLOCO 04 PAV. 01
53,20 48,00 0,90 326,10 312,00 0,96 0,86
26/12/11 segunda
QUADRA G BLOCO 04 PAV. 01
29,30 24,00 0,82 355,40 336,00 0,95 0,86
Figura 16: Diferentes RUP da Equipe 4.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1 2 3 4 5 6 7
RU
P
DIA
RUP da EQUIPE 4
RUPd (Hh/m²)
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
75
4.2.5 Equipe 5 – Bloco de concreto
Esta equipe de execução elevou 4 apartamentos, ou seja 1 pavimento, no
pavimento térreo do Bloco 12, na Quadra K, com bloco estrutural de concreto.
A equipe 5 iniciou as atividades de elevação da alvenaria estrutural às 7h, no
dia 05 de janeiro de 2012, quinta-feira, e concluiu às 17 h, do dia 12 de janeiro de
2012, quinta-feira, concluindo a execução do pavimento num total de 6 dias.
Durante a execução o fornecimento de material era por meio de carros de
mão, “dumper”, manipulador telescópico e retroescavadeira, que por sua vez eram
abastecidos pelos ajudantes indiretos, que conduziam argamassa, graute e blocos
até estes equipamentos. A introdução do equipamento manipulador telescópico
ocorreu ao fato de já possuir na obra elevação em pavimentos superiores, por isso
este equipamento passou a ser utilizado.
A equipe trabalhou durante todo o período com 6 pedreiros e 3 ajudantes.
Durante os dias trabalhados não houve ociosidade da equipe por falta de material.
Analisando a produtividade diária da equipe durante o ciclo deste pavimento
percebe-se que os piores resultados de RUP estão nos últimos dias. Este fato pode
ser justificado pelo fato de se tratar do primeiro levante com bloco de concreto, mais
pesado, e por isso, a equipe deve ter apresentado um cansaço nos últimos dias do
ciclo. O melhor resultado de RUPd foi apresentado no 2º dia, no qual provavelmente
estavam marcados os cantos de paredes.
A RUPcic apresentada neste período foi de 0,89 Hh/m², e a RUPpot foi de
0,84Hh/m².
76
Tabela 11: RUP da Equipe 5.
DATA LOCAL QSd (m²)
Hhd RUPd
(Hh/m²) QS cum
(m²) Hh cum
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
05/01/12 quinta
QUADRA K BLOCO 12 PAV. 01
60,60 54,00 0,89 60,60 54,00 0,89 0,84
06/01/12 sexta
QUADRA K BLOCO 12
PAV. 02 60,50 48,00 0,79 121,10 102,00 0,84
09/01/12 segunda
QUADRA K BLOCO 12
PAV. 03 59,70 54,00 0,90 180,80 156,00 0,86
10/01/12 terça
QUADRA K BLOCO 12
PAV. 04 59,40 54,00 0,91 240,20 210,00 0,87
11/01/12 quarta
QUADRA K BLOCO 12
PAV. 05 57,80 54,00 0,93 298,00 264,00 0,89
12/01/12 quinta
QUADRA K BLOCO 12
PAV. 06 57,40 54,00 0,94 355,40 318,00 0,89
Figura 17: Diferentes RUP da Equipe 5.
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1 2 3 4 5 6
RU
P
DIA
RUP da EQUIPE 5
RUPd (Hh/m²)
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
77
4.2.6 Equipe 6 – Bloco de concreto
Esta equipe de execução elevou 4 apartamentos, ou seja 1 pavimento, no
pavimento térreo do Bloco 11, na Quadra K, com bloco estrutural de concreto.
A equipe 6 iniciou as atividades de elevação da alvenaria estrutural às 7h, no
dia 09 de janeiro de 2012, segunda-feira, e concluiu às 14 h, do dia 17 de janeiro de
2012, terça-feira, concluindo a execução do pavimento num total de 6 dias e 6 horas.
Durante a execução o fornecimento de material era por meio de carros de
mão, “dumper”, manipulador telescópico e retroescavadeira, que por sua vez eram
abastecidos pelos ajudantes indiretos, que conduziam argamassa, graute e blocos
até estes equipamentos.
A equipe trabalhou durante todo o período com 6 pedreiros e 3 ajudantes.
Durante os dias trabalhados não houve ociosidade da equipe por falta de material.
Avaliando a produtividade diária da equipe, os piores resultados estão nos
últimos dias, e pode ser justificado pelo fato de estar se fazendo a cinta de
amarração com bloco calha, que por ser de concreto, possui uma maior dificuldade
no corte. O melhor resultado se apresentou no 3º dia, pelo fato da equipe estar
numa etapa de execução das paredes que possuíam boa altura para execução do
levante.
Enfim, foi apresentado um valor de RUPcic de 1,00 Hh/m², e um valor de
RUPpot de 0,97 Hh/m².
78
Tabela 12: RUP da Equipe 6.
DATA LOCAL QSd (m²)
Hhd RUPd
(Hh/m²) QS cum
(m²) Hh cum
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
09/01/12 segunda
QUADRA K BLOCO 11 PAV. 01
53,40 54,00 1,01 53,40 54,00 1,01 0,97
10/01/12 terça
QUADRA K BLOCO 11 PAV. 01
55,70 54,00 0,97 109,10 108,00 0,99
11/01/12 quarta
QUADRA K BLOCO 11 PAV. 01
56,70 54,00 0,95 165,80 162,00 0,98
12/01/12 quinta
QUADRA K BLOCO 11 PAV. 01
53,80 54,00 1,00 219,60 216,00 0,98
13/01/12 sexta
QUADRA K BLOCO 11 PAV. 01
48,80 48,00 0,98 268,40 264,00 0,98
16/01/12 segunda
QUADRA K BLOCO 11 PAV. 01
53,80 54,00 1,00 322,20 318,00 0,99
17/01/12 terça
QUADRA K BLOCO 11 PAV. 01
33,20 36,00 1,08 355,40 354,00 1,00
Figura 18: Diferentes RUP da Equipe 6.
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
1 2 3 4 5 6 7
RU
P
DIA
RUP da EQUIPE 6
RUPd (Hh/m²)
RUP cum (Hh/m²)
RUP pot (Hh/m²)
79
4.3 PRODUTIVIDADE PREVISTA X PRODUTIIVIDADE REAL
Tabela 13: Resumo da produtividade das Equipes.
EQUIPE QSacum
(m²) Hhacum
RUPd mín
RUPd máx
RUP cic RUP pot
1 355,4 244 0,62 0,74 0,69 0,66
2 355,4 244 0,65 0,72 0,69 0,66
3 355,4 342 0,82 1,06 0,96 0,92
4 355,4 336 0,82 1,03 0,95 0,86
5 355,4 318 0,79 0,94 0,89 0,84
6 355,4 354 0,95 1,08 1,00 0,97
Figura 19: Diferentes RUP das Equipes.
Conforme os resultados as Equipes 1 e 2 apresentaram os melhores
desempenhos. Estas foram equipes que trabalharam com bloco estrutural cerâmico
e foram os primeiros levantes a serem feitos. É provável que o principal motivo que
levou a este desempenho foi o dimensionamento das equipes. Estes dois grupos
trabalharam com equipes de quatro profissionais e três ajudantes. Desta forma, os
profissionais ficaram melhor distribuídos no espaço do pavimento, diminuindo
problemas de espera por material e falta de frente de serviço, ou seja, atividades que
não agregam valor.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1 2 3 4 5 6
EQUIPES
RUPd mín
RUPd máx
RUP cic
RUP pot
80
Figura 20: RUP alcançada pelas Equipes x RUP mínima estabelecida pelo
TCPO.
Figura 21: RUP alcançada pelas Equipes x RUP máxima estabelecida pelo
TCPO.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1 2 3 4 5 6
EQUIPES
RUP cic
TCPO MÍN.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1 2 3 4 5 6
EQUIPES
RUP cic
TCPO MÁX.
81
Figura 22: RUP alcançada pelas Equipes x RUP média estabelecida pelo
TCPO.
Fazendo uma avaliação da produtividade real obtida pelas equipes com um
valor médio estabelecido pelo TCPO (PINI), observa-se que, ao comparar os
resultados com os valores mínimos estabelecidos pelo TCPO (PINI), nenhuma
equipe obteve resultado abaixo do previsto (Figura 20). Ao comparar os resultados
com os valores máximos, apenas a Equipe 6 não obteve resultado abaixo do
previsto, e as equipes 1 e 2 apresentaram resultados bem abaixo do esperado.
(Figura 21). Entre os critérios avaliados pelo TCPO (PINI), a obra em questão
apresenta: preenchimento de juntas verticais; densidade baixa ou alta das paredes
por metro quadrado; apresenta prazos extensos; paredes de espessura pequena;
baixa rotatividade; pagamento conforma acordado; material disponível; e
equipamento de transporte disponível. Pode-se perceber que segundo a figura 19,
estes critérios variam entre situações de produtividade mínima e máxima, por isso,
de forma aproximada, considerou-se para a obra, apenas como parâmetro
comparativo, o valor médio de 0,74 Hh/m². Ao avaliar as equipes com relação a este
valor, segundo a figura 22, apenas as equipes 1 e 2 obtiveram resultados abaixo que
os previstos, logo um pequeno percentual das equipes alcançou a produtividade
estimada para a obra.
Ao analisar as equipes pelo tipo de material utilizado, observa-se que para
execução com o bloco cerâmico foi alcançado um valor médio de RUPcic de 0,82
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1 2 3 4 5 6
EQUIPES
RUP cic
TCPO MÉD.
82
Hh/m², enquanto que para o bloco de concreto um valor médio de RUPcic de 0,95
Hh/m².
Ao avaliar as equipes pelo seu dimensionamento, percebe-se que para
execução com equipes compostas por 4 profissionais foi obtido um valor médio de
RUPcic de 0,69 Hh/m². Por outro lado, para equipes com 6 profissionais, foi obtido
valor médio de RUPcic de 0,95 Hh/m².
O valor médio de RUP alcançado na execução de bloco cerâmico foi mais
eficiente que o valor encontrado para execução com bloco de concreto, mas isto se
deve muito em conta ao dimensionamento de duas equipes na utilização de bloco
cerâmico terem sido com 4 profissionais, situação esta que obteve melhor resultado.
Para fazer uma comparação entre a produtividade com os dois tipos de bloco,
é preciso observar os valores médios das equipes de mesmo dimensionamento, ou
seja, 6 profissionais. Na Figura 23 estão os valores alcançados para cada tipo de
bloco. A execução com bloco cerâmico obteve valor médio de RUPcic de 0,96
Hh/m². As equipes de execução com bloco de concreto obtiveram valor médio de
0,95 Hh/m² (Figura 24). Se avaliar-se qual foi o melhor desempenho, observa-se que
o melhor valor entre as equipes compostas por 6 profissionais foi alcançado no
serviço de levante com bloco de concreto, RUPcic de 0,89 Hh/m² (Figura 23). Enfim,
por se tratar de uma amostra pequena, podemos concluir que a produtividade com
os dois tipos de blocos é a mesma, e a diferença na produtividade, neste estudo de
caso ficou no dimensionamento das equipes.
83
Figura 23: Valores de RUP para cada tipo de bloco utilizado.
Figura 24: Valores médios de RUP cíclico para as equipes de acordo com o
bloco utilizado e o dimensionamento das equipes.
4.4 AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO
Após coleta de dados foram identificados os principais fluxos de produção
para as tecnologias, descritos na tabela P1, que se encontram no anexo 2 deste
0,69 0,69
0,96 0,95 0,89
1,00
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
EQUIPES
RUP cic
0,69
0,955 0,945
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
CERÂMICO COM 4 PROFISSIONAIS
CERÂMICO COM 6 PROFISSIONAIS
CONCRETO COM 6 PROFISSIONAIS
EQUIPES
RUP cic
RUP cic
84
trabalho. É importante salientar que em termos de estrutura do ciclo básico de
produção, a tecnologia bloco estrutural de concreto e bloco estrutural cerâmico
apresentam a mesma cadeia. Os dois sistemas construtivos apenas substituem um
material pelo outro, bloco de concreto, por bloco cerâmico. As diferenças estarão
justamente nas peculiaridades de cada material. Dando seguimento ao
preenchimento da tabela P2, também presente no anexo 2, são detalhados os fluxos
de produção e as atividades que são realizadas em cada um dos fluxos, tal como as
operações desenvolvidas em cada atividade.
O diagrama adaptado de precedências baseia-se na tabela P2, e ilustra o
ciclo básico de produção. Alguns dos indicadores propostos são calculados por meio
do diagrama, já que o mesmo permite um reconhecimento da sequência de
atividades da tecnologia. O diagrama do ciclo básico de produção se encontra no
anexo 3. Com base na tabela P2 e no diagrama de precedência foram preenchidas
as tabecas P3 e P4 para auxílio no cálculo dos indicadores, que são resumidos na
tabela P5 e analisados a seguir.
Tabela 14: Tabela P3 - Dados dos diagramas de processos.
QUANTITATIVO BLOCO DE CONCRETO
BLOCO CERÂMICO
n TOTAL DE NÍVEIS DE PRODUÇÃO 27 27
NPA TOTAL DE POSSIBILIDADES DE ALTERNÂNCIA DE ATIVIDADES ENTRE NÍVEIS
74 74
NTD QUANTIDADE TOTAL DE DEPENDÊNCIAS
52 52
NTA QUANTIDADE TOTAL DE ATIVIDADES
40 40
NTO QUANTIDADE DE OPERAÇÕES NA TABELA P2
78 78
NOR QUANTIDADE DE OPERAÇÕES QUE SE REPETEM
32 32
NAS QUANTIDADE DE OPERAÇÕES FEITAS SEPARADAS
11 11
NTM QUANTIDADE DE DIFERENTES MATERIAIS UTILIZADOS
24 24
85
Tabela 15: Tabela P5 - Resultado dos indicadores de desempenho para as
tecnologias.
4.4.1 Indicador de Eficiência de Desenho de Processos (EDP)
O resultado deste indicador mostra a capacidade da tecnologia em
estabelecer fluxos de atividades concomitantes, em que várias atividades são
realizadas ao mesmo tempo. Quanto mas próximo de um for o valor do indicador
maior a quantidade de atividades realizadas simultaneamente. O quadro 5 apresenta
relação do indicador com os requesitos de desempenho: a) empregar elementos de
maior valor agregado; b) separar processos em unidades de produção focalizadas; e
c) reduzir o número de processos em série.
COD
EDP
FR
GIP
GSP
IVM
GPO
GDM
Tipo de operação Quantidade
%sobre
total de
operações
Quantidade
%sobre
total de
operações
Operações de
transporte 17 21,79% 17 21,79%
Operações de
locação 10 12,82% 10 12,82%
Operações de
conformação 24 30,77% 24 30,77%
Operações de
ajuste 19 24,36% 19 24,36%
Operações de
acabamento 8 10,26% 8 10,26%
Elementos de
nível 1
Elementos de
nível 2
Elementos de
nível 3
PEC
Eficiência de desenho de processos
Flexibilidade de robustez
Grau de interdependência de processos
Grau de separação de processos
Indicador de variedade de materiais
VER ITEM 4.4.10
0,2340
0,2571
0,7692
0,2750
1,6667
0,4103
1,6667
Grau de habilidade
exigido de mão de obra
GHMO
Grau de padronização e
agregação de valor dos
elementos
GPAE
VER ITEM 4.4.9
VER ITEM 4.4.9
VER ITEM 4.4.9
Grau de padronização de operações
INDICADOR
Grau de dependênciapor materiais VER ITEM 4.4.7 VER ITEM 4.4.7
Peso dos elementos construtivos
0,4103
VER ITEM 4.4.9
VER ITEM 4.4.9
VER ITEM 4.4.9
VER ITEM 4.4.10
Bloco cerâmicoBloco de concreto
0,2340
0,2571
0,7692
0,2750
86
Os valores encontrados para as duas tecnologias é o mesmo, e próximo a
zero. Este valor reflete o fato de a maior parte das atividades das tecnologias
ocorrerem no local final de acomodação. Se analisar-se o diagrama adaptado de
precedências das tecnologias, percebe-se que são estreitos, logo apresentam
poucas variações na quantidade de fluxos simultâneos. No entanto, o fato de
estudar apenas o serviço de alvenaria levou a baixos valores deste indicador, já que,
caso fossem considerados outros serviços não ligados à alvenaria haveriam mais
fluxos de atividades.
4.4.2 Indicador de Flexibilidade de Robustez (FR)
Este indicador se baseia em quantas vezes as atividades mapeadas no ciclo
básico de produção podem se alternar entre os níveis de produção sem alterar o
número total de níveis. Esta mudança de níveis de produção pode ser vista na figura
12 na qual as atividades M1 e M2 podem alternar em três níveis de produção sem
aumentar a quantidade de níveis de produção final. Este indicador relaciona a
possibilidade de uma maior flexibilidade de fluxos de processos e uma maior
possibilidade de frentes de trabalho. Portanto, um número próximo a um indica que
há uma boa quantidade de atividades que ao atrasarem não afetam o tempo total do
ciclo. Nos resultados encontrados os valores são próximos a zero, logo existem
poucas atividades que podem ocorrer em momentos mais próximos às atividades
sucessoras sem que ocorram atrasos na produção, para ambas tecnologias.
4.4.3 Grau de Interdependência de Processos (GIP)
Este indicador determina a relação entre o número de atividades dependentes
e o número total de atividades. Valores próximos a um demonstram menor
dependência, ou seja, as atividades em geral são mais independentes umas das
outras, o que reduz o número de processos em série, e por consequência o tempo
87
do ciclo de produção. Os valores do indicador para as tecnologias são próximos a
um, ou seja, ambas as tecnologias apresentam independência de processos, logo,
maior quantidade de atividades realizadas paralelamente ao processo de
levantamento da parede.
4.4.4 Grau de Separação Física de Processos (GSP)
Este indicador evidencia o quanto as atividades do ciclo básico de produção
podem ser realizadas fora do local de acomodação final. Valores próximos a um
demonstram que boa parte das atividades é realizada em local diferente do produto
final. O requesito de separar os processos em locais diferentes, enfocando as
atividades de cada fluxo de produção, se relaciona com o indicador.
Os resultados encontrados foram os mesmos para as tecnologias, valores
próximos a zero, e mostram que estas tecnologias apresentam boa parte das
atividades ocorrendo no local de execução da parede. Isto é comprovado pelo fato
de se tratar de uma alvenaria autoportante, e por si só, apresentar as características
de estrutura, além de compor as vergas e formas incorporadas à alvenaria pelos
blocos calha.
4.4.5 Grau de Padronização de Operações
O grau de padronização de operações trata-se da relação entre a quantidade
de operações realizadas no processo e a quantidade de operações que se repetem.
Valores próximos a um indicam uma maior repetição de operações, portanto, um
maior grau de padronização de operações.
O valor encontrado é o mesmo para ambas as tecnologias, mediano, só que
mais próximo de zero que de um. Isto indica que os processos ainda não
apresentam uma grande repetição nas operações realizadas, ou seja, ainda não
apresentam um bom grau de padronização.
88
4.4.6 Índice de Variabilidade de Materiais (IVM)
Este indicador relaciona o número de diferentes materiais aplicados e
quantidade total de atividades. Quanto menor o número de materiais diferentes
utilizados, melhores são os resultados requeridos por este indicador. Portanto,
quanto maior o indicador, maiores são as possibilidades de formação de parcerias
com fornecedores.
Figura 25: Índice de Variabilidade de Materiais.
O valor encontrado para as duas tecnologias é o mesmo, razoável, não é
próximo a zero e é maior que um. Isto significa que há mais materiais que atividades,
logo uma boa repetição de materiais. Entretanto é um número que dificilmente será
melhorado, tendo em vista que boa parte dos materiais utilizados é essencial para
execução, ou é inerente à tecnologia.
1,6667
0,0000
0,2000
0,4000
0,6000
0,8000
1,0000
1,2000
1,4000
1,6000
1,8000
BLOCO DE CONCRETO E BLOCO CERÂMICO
valo
r d
e IV
M
89
4.4.7 Grau de Dependência de Materiais Específicos (GDM)
Por meio deste indicador, é possível avaliar o grau de adaptação da
tecnologia à região. Trata-se de um indicador qualitativo, e seu valor é encontrado
pela identificação de materiais essenciais para o desempenho do fluxo de processo.
Este quesito apresentará diferença entre as tecnologias, justamente por
apresentar uma peculiaridade entre as tecnologias, bloco estrutural de concreto e
bloco estrutural cerâmico. A princípio ambos dependem de fornecedores na região,
mas no caso específico desta obra, por possuir um volume elevado de elevações, foi
viabilizada uma fábrica de blocos no próprio canteiro. Desta forma, o bloco estrutural
de concreto, apresenta total facilidade de acesso à obra, já que é fabricado na
mesma, e pode ter sua produção controlada. Em contrapartida, o bloco estrutural
cerâmico, apesar de possuir bons fornecedores, fica em desvantagem por depender
do transporte do mesmo. Portanto, a tecnologia com bloco estrutural de concreto
leva vantagem no quesito grau de dependência de materiais específicos.
4.4.8 Grau de Habilidade Exigido de Mão de Obra (GHMO)
Trata-se de um indicador qualitativo, que avalia o nível de complexidade das
operações realizadas com o total de operações realizadas. Quanto mais baixa for a
complexidade das operações envolvidas no processo, mais homogêneo é o
processo de produção, e mais fácil torna-se o processo de treinamento e a
disponibilidade de mão de obra.
90
Figura 26: Porcentagem de níveis de operação.
Conforme mostra a figura 23, percebe-se que há uma baixa percentagem de
operações de acabando, o grau mais complexo. Mas isto não quer dizer que em
geral a complexidade das operações é baixa, pois as maiores quantidade
encontram-se nas operações de conformação e ajuste. Portanto, de uma maneira
ampla, as tecnologias apresentam o mesmo resultado, não possuem um processo
homogênio, logo não é tão fácil treinamento e disponibilidade de mão de obra.
4.4.9 Grau de Padronização e Agregação de Valor dos Elementos (GPAE)
Este indicador, de caráter qualitativo, é encontrado por meio da comparação
entre a tecnologia avaliada e os métodos tradicionais de construção, relacionando
em três níveis de classificação os elementos construtivos com relação ao grau de
compactação de etapas de uniformidade.
Os blocos estruturais de concreto e cerâmico apresentam aglutinação de
etapas pelo elemento dos blocos em si e dos blocos calha, já que eliminam etapas
de formas para produção de vergas, grautes e cintas de amarração. Assim, estas
21,79%
12,82%
30,77%
24,36%
10,26%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
TRANSPORTE LOCAÇÃO CONFORMAÇÃO AJUSTE ACABAMENTO
% s
ob
re t
ota
l de
ativ
idad
es
91
tecnologias apresentam o mesmo resultado, bom desempenho neste indicador,
portanto padronizam e agregam valor aos elementos e componentes de trabalho.
4.4.10 Peso de Elemento Construtivo (PEC)
Este indicador, que está ligado aos requesitos ergonômicos, é analisado por
meio da medição do peso dos elementos construtivos.
Apesar de não ser possível a medição dos elementos, as entrevistas e
observações diretas permitiram concluir que o bloco estrutural de concreto é mais
pesado que o bloco estrutural cerâmico. Portanto, a tecnologia de bloco estrutural
cerâmico leva vantagem no indicador peso de elemento construtivo com relação ao
bloco estrutural de concreto.
92
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há diversas maneiras para planejar e gerenciar um canteiro de obra, e todas
elas apresentam vantagens e desvantagens mediante situações particulares. Neste
trabalho foram utilizados índices de produtividade e indicadores de desempenho
para avaliar a mão de obra e os processos na execução de alvenaria estrutural.
Para avaliar a produtividade foi feito um acompanhamento diário das equipes
de trabalho apurando várias informações que interferem no processo executivo e na
produtividade de cada equipe em seu respectivo local de trabalho.
Alcançando o primeiro objetivo específico, foi possível obter os seguintes
valores de índices de produtividade para as seis equipes: 0,69 Hh/m² para as duas
equipes dimensionadas com 4 profissionais; 0,96 Hh/m², 0,95 Hh/m², 0,89 Hh/m² e
1,00 Hh/m² para as equipes dimensionadas com 6 profissionais.
Pôde-se perceber que dentre os fatores que influenciam a produtividade os
mais evidentes, atingindo ao segundo objetivo específico, foram:
Dimensionamento das equipes
Utilização de diferentes equipamentos
Dia da semana (há dias em que a produtividade é melhor que outros).
É importante ressaltar a diferença entre produção e produtividade. Quando se
aumenta a quantidade de operários numa equipe provavelmente resultará em uma
maior produção em área executada, mas não necessariamente numa maior
produtividade. Este fato deve-se, além da necessidade em redimensionar-se a mão
de obra indireta, como também a mão de obra direta, que possui um ponto ótimo
para quantidade de operários por ambiente, para que seja alcançado o melhor
desempenho de cada um. Esta situação foi muito bem evidenciada no estudo feito.
Para o mesmo serviço utilizando os mesmos materiais e nas mesmas condições,
equipes dimensionadas com menor quantidade de profissionais obtiveram resultados
melhores que equipes com maior quantidade.
Chegando ao terceiro objetivo específico, os índices obtidos podem ser
utilizados para futuros orçamentos da empresa, compondo um banco de dados. É
importante que para isto, os índices sejam aprimorados, apontando-se mais equipes
na mesma obra estudada, ou até mesmo, obter índices de outras empresas com
93
obras de mesmas características. Assim, a empresa poderá tomar decisões o mais
real e coerente possíveis.
Ao avaliarem-se os processos envolvidos na execução de levante com bloco
de alvenaria estrutural, os blocos cerâmicos e os blocos de concreto apresentam
desempenho igual na maioria dos indicadores avaliados. Tal resultado mostra que
quanto à gestão dos processos, o bloco cerâmico apresenta desempenho
semelhante ao bloco de concreto.
O bloco estrutural de concreto apresenta melhor desempenho apenas no
indicador relacionado a grau de dependência por materiais específicos, que está
relacionado com a facilidade de disponibilidade do material na obra, para esta
situação específica, já que a obra estudada apresenta uma fábrica de blocos própria
lotada no canteiro. Concomitantemente, o bloco estrutural cerâmico possui melhor
desempenho apenas no indicador relacionado ao peso de elementos construtivos,
que estão relacionados com as condições ergonômicas de trabalho.
Indicador de Desempenho Melhor Desempenho
Eficiência de desenho de processos (EDP) Igual
Flexibilidade de Robustez (FR) Igual
Grau de interdependência de processos (GIP) Igual
Grau de separação de processos (GSP) Igual
Indicador de variedade de materiais (IVM) Igual
Grau de padronização de operações (GPO) Igual
Grau de dependência por materiais específicos (GDM) Bloco estrutural de concreto
Grau de habilidade exigido de mão de obra (GHMO) Igual
Grau de padronização e agregação de valor dos elementos (GPAE) Igual
Peso de elementos construtivos (PEC) Bloco estrutural cerâmico
Quadro 7: Comparação dos indicadores.
Atividades de outros fluxos de produção existentes como telhado,
revestimento cerâmico, acabamento não foram consideradas, no entanto quando
analisados todos os fluxos de produção dentro da construção poderia ter sido
encontrado resultados diferentes, tendo em vista que poderiam ser acrescentados
94
outros fluxos ou algumas atividades poderiam estar localizadas em níveis diferentes
no processo.
O método de avaliação pode ter também a finalidade de servir como
ferramenta para a melhoria no processo de produção, o que possibilita uma
avaliação das atividades que podem ser otimizadas dentro de um ciclo básico de
produção.
Fica então a sugestão para realização de futuros trabalhos: avaliar o fluxo de
produção considerando outras atividades, como cobertura em telhado, revestimento
cerâmico e acabamentos. Desta forma seria possível obter um resultado mais
preciso a cerca do processo executivo da tecnologia utilizada, podendo-se tomar
decisões mais embasadas.
95
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produtividade e inovação – Programa Formação PME. Disponível
em:<http://pme.aeportugal.pt/Aplicacoes/Documentos/Uploads/2004 -10-15_16-33-
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PRONACI Produtividade. Disponível em:
<http://pme.aeportugal.pt/Aplicacoes/Documentos/Uploads/2005-03-08_15-34-
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96
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Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Brasil, 2010.
ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio do curso de administração: guia para
pesquisas, projetos, estágios e trabalhos de conclusão de curso. São Paulo:
Atlas, 1996.
SAN MARTIN, A. P. Método de avaliação de sistemas construtivos para a
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Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
1999 140 p.;
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Escola Politécnica – Universidade de São Paulo – USP, 2010.
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STOLZ C. M.; KURZAWA D. R.; POZZOBON C. E. Produtividade da mão-de-obra
na execução de alvenaria estrutural com blocos de concreto: Um estudo de
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Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos (TCPO). São Paulo: Editora
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Taquari. 2010. 87f. Trabalho de Diplomação (Graduação em Engenharia Civil) –
Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre.
99
ANEXOS
ANEXO A – Roteiro de entrevistas
1. Informações Gerais
1.1 Nome da Empresa:
1.2 Nome do Responsável Técnico
1.3 Quando começou a utilizar o sistema construtivo?
2. Descrição do Sistema Construtivo
2.1 Nome do sistema construtivo:
2.2 Qual o método de construção:
2.3 Quais os usos da tecnologia (tipo de construção, restrições, quantidade de
pavimentos, etc.)
2.4 Qual a modulação existente (dimensões de peças)?
2.5 Qual a modulação mais utilizada?
2.6 Existe padronização no sistema de construção?
3. Técnica Construtiva
OBS: para cada um dos processos deve ser descrito quais as etapas de produção e
quais as operações envolvidas em cada uma dessas etapas, e qual o
sequenciamento de cada uma das etapas.
3.1: Fundação: Como se caracteriza as fundações do sistema utilizado?
3.2 Estrutura: Como se caracteriza a estrutura do sistema (Amarração de paredes e
elementos resistentes do sistema)
3.3 Fechamento: Como se caracteriza o fechamento das paredes externas
3.4 Divisórias: Como se caracteriza as divisórias internas
3.5 Revestimento de parede: Como se caracteriza o revestimento das paredes
3.6 Instalações Hidráulicas e Elétricas: Como se caracteriza as instalações na
parede? Quando se iniciam as instalações?
3.7 Esquadrias: Como se caracteriza as Esquadrias? Qual o tipo adequado para ser
utilizado e em que momento ele deve ser executado?
4. Componentes
4.1 Quais são os componentes básicos principais para a produção da alvenaria?
4.2 Aonde são utilizados esses componentes?
100
5. Produção dos elementos
5.1 Quais elementos da alvenaria são pré-fabricados (além do tijolo)?
5.2 Quais equipamentos são utilizados para a fabricação desses elementos,
incluindo os tijolos?
5.3 Há a necessidade de mão de obra especializada para a fabricação?
6. Produção do sistema
6.1 Como é realizado o transporte dos componentes até o local de construção da
alvenaria?
6.2 Quais os equipamentos de transporte utilizados?
6.3 Como é feita a montagem dos componentes?
6.4 O sistema necessita de mão de obra especializada?
7. Materiais utilizados
7.1 Quais o principais materiais utilizados no processo de produção da alvenaria?
7.2 Quais desses materiais são insubstituíveis (que não tem similares que podem
substituí-los)?
7.3 Quais destes materiais, em caso de falta na obra atrasam o processo global?
7.4 Quais destes têm grande relevância financeira?
7.5 Quais que pode-se ter dificuldade de obtenção em regiões diferentes?
7.6 Se possível, fornecer uma lista de todos os materiais que são utilizados no
processo.
8. Peso dos elementos
8.1 qual a estimativa do peso de cada elemento construtivo?
101
ANEXO B – Tabelas de mapeamento de ciclo básico de produção de alvenaria
estrutural com blocos de concreto e cerâmica.
TABELA P1 – Listagem de serviços
COD DESCRIÇÃO DO SERVIÇO DESCRIÇÃO DO SUBPRODUTO
DERIVADO
PRINCIPAIS ATIVIDADES ENVOLVIDAS
M MARCAÇÃO FUNDAÇÕES LOCAÇÃO DE FUNDAÇÕES
E ALVENARIA
F FUNDAÇÕES VIGAS BALDRAMES CONCRETO MAGRO, CONFECÇÃO E
MONTAGEM DE FÔRMAS, CONFECÇÃO E
MONTAGEM DE ARMADURAS, PRODUÇÃO
DE CONCRETO, LANÇAMENTO
E CURA, REATERRO DE FUNDAÇÕES
AL EXECUÇÃO DE ALVENARIA PAREDE COLOCAÇÃO DE BARRAS DE AÇO,
ASSENTAMENTO DE PRIMEIRA FIADA,
LEVANTE DE BLOCO DE CONCRETO
ESTRUTURAL, GRAUTEAMENTO DA
AMARRAÇÃO, ASSENTAMENTO DE VERGAS
E CONTRA VERGAS PRÉ-MOLDADAS,
ASSENTAMENTO DE ÚLTIMA FIADA DE
BLOCO CALHA, COLOCAÇÃO DE BARRAS DE
AÇO DE BLOCO CALHA, CONCRETAGEM DE
BLOCO CALHA
IH INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS SISTEMA DE TUBULAÇÕES
E SAÍDAS DE ÁGUA
ASSENTAMENTO DE TUBULAÇÕES,
ASSENTAMENTO DE PONTOS DE SAÍDA
DE ÁGUA
IE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ELETRODUTOS, FIAÇÃO ELÉTRICA
E
TOMADAS
COLOCAÇÃO DE ELETRODUTOS, PASSAGEM
DE FIOS ELÉTRICOS, ASSENTAMENTO DE
TOMADAS E INTERRUPTORES
R REVESTIMENTOS PAREDE REBOCADA (OU GESSO) APLICAÇÃO DE REBOCO (OU GESSO)
102
TABELA P2 – Detalhes dos processos intrínsecos
TE
CN
OLO
GIA
DE
EDIF
ICA
ÇÃ
O: A
LVEN
AR
IA E
STR
UTU
RA
L C
OM
BLO
CO
EST
RU
TUR
AL
SER
VIÇ
O: F
UN
DA
ÇÃ
O
CO
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ESC
RIÇ
ÃO
DO
S
PR
OC
ESSO
S
LOC
AL
PR
OC
ESSO
S
PR
ECED
ENTE
S
PR
OC
ESSO
S
SEG
UIN
TES
DES
CR
IÇÃ
O D
AS
OP
ERA
ÇÕ
ES
ENV
OLV
IDA
S
F1EX
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105
TABELA P3 – Listagem de materiais utilizados no ciclo básico de produção
CODDESCRIÇÃO DO
SERVIÇOMATERIAIS UTILIZADOS
Nº TOTAL DE DIFERENTES
MATERIAIS UTILIZADOS
M MARCAÇÃOGUIAS DE MADEIRA, LINHA
DE NYLON, PREGO3
F FUNDAÇÃO
BLOCO CERÂMICO DE 6 FUROS,
CIMENTO, AREIA, BRITA,
BARRAS DE AÇO, TÁBUAS DE
MADEIRA, ARAME RECOZIDO,
SARRAFO
8
AL ALVENARIA
BLOCO ESTRUTURAL DE
CONCRETO, BLOCOS CALHA,
BARRAS DE AÇO, CIMENTO, AREIA,
BRITA
2
IH INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
TUBULAÇÕES HIDRÁULICAS,
CONEXÕES, COLA, LÂMINA
DE SERRA
4
IE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
ELETRODUTOS FLEXÍVEIS,
CAIXAS DE PASSAGEM, FIOS,
TOMADAS,
INTERRUPTORES,TAMPAS DE
CAIXAS
6
R REVESTIMENTO GESSO, SARRAFO 1
106
ANEXO C – Tabelas de mapeamento de ciclo básico de produção da alvenaria
de bloco estrutural.
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1
3
4
2
3 4
1
5
5
2
107
ANEXO D – Plano de trabalho apresentado à empresa para realização de
estudo de caso.
PLANO DE TRABALHO PARA A EMPRESA
Realização da pesquisa
Equipe de pesquisadores Função
Cristóvão César Carneiro Cordeiro Coordenador –DTEC/UEFS
Daniel de Sousa Jorge dos Santos Pesquisador - DTEC/UEFS
1 OBJETIVOS
1.1 Objetivo geral
Avaliar o atual nível de produtividade em obras de HIS (Habitação de
Interesse Social) de empresa em Feira de Santana por meio de estudo de caso no
serviço de alvenaria estrutural, comparando os resultados obtidos com outros
estudos e outras obras, de modo a verificar semelhanças e diferenças de contexto.
1.2 Objetivos específicos
Os objetivos deste trabalho são:
Compor banco de dados com valores de produtividade da mão-de-obra no
serviço de alvenaria;
Identificar fatores que influenciam a produtividade;
Propor possíveis melhorias para aplicação em futuras obras da empresa.
Com a realização deste trabalho espera-se que sejam alcançados os
seguintes resultados:
Avaliação dos valores de produtividade atingidos na obra;
Fornecer informações pertinentes para o planejamento da obra;
Identificar quais os pontos do processo executivo influenciam de forma mais
expressiva na produtividade;
Fornecer à empresa informações importantes para análise de produtividade
de outras obras da empresa.
108
2 ETAPAS DO TRABALHO E RESPONSABILIDADE DA EQUIPE
Etapa 1 –
A primeira etapa do trabalho consiste na escolha dos métodos de avaliação e
a caracterização da tecnologia selecionada. Por meio de revisão bibliográfica, serão
feitas avaliações dos valores de produtividade utilizando-se o modelo dos fatores
desenvolvido por Araújo (2000) e também uma análise qualitativa na gestão do
processo, utilizando-se indicadores de desempenho desenvolvidos por San Martin
(1999).
Etapa 2 –
Já definidos os métodos avaliativos será realizada a caracterização e
descrição do método construtivo utilizado, alvenaria estrutural com bloco de
concreto, e os processos envolvidos no seu desenvolvimento. Para isto serão
realizadas observações diretas, análises de documentos e projetos, e interrogação
das pessoas envolvidas. Além disso, esta etapa compreende o apanhado de
informações diretas sobre a produtividade, com um indicador de mensuração da
mesma, chamado razão unitária de produção (RUP). Para obtenção destes valores
será observada a produtividade da equipe de trabalho diariamente, dando ênfase à
quantidade de serviço executada, e quantos homens-hora fora necessários para
realização do mesmo, assim poder-se-á obter valores de produtividade para o
pacote de trabalho definido.
Etapa 3 –
A terceira etapa compreende a avaliação dos resultados. Qualitativamente
serão aplicados os indicadores de desempenho, analisando a gestão do processo
na execução do serviço de alvenaria estrutural com bloco de concreto, que trarão
resultados ligados, em sua parte, aos princípios da construção enxuta.
Quantitativamente serão avaliados os valores de produtividade obtidos e
comparados com valores de outras obras, valores já existentes na literatura ou em
outros estudos realizados.
109
2.1 ESCOLHA DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO
O método de avaliação dos valores de produtividade propostos por Araújo
(2000), o modelo dos fatores, consiste na obtenção da RUP para a realização de um
lote de alvenaria definido. Para chegar a estes resultados será necessária coleta de
dados de entrada (quantidade de homens-hora) e dados de saída (quantidade de
serviço executado), comparando-os com valores já existentes na literatura, valores
de outras obras ou valores encontrados em outros estudos realizados.
O método dos indicadores de desempenho consiste na aplicação de dez
indicadores propostos por San Martin (1999), que foram desenvolvidos após estudos
e entrevistas com especialistas e determinando dez características de qualidade,
das quais algumas delas partindo dos princípios da construção enxuta. San Martin
(1999) considerou para os seus indicadores os seguintes princípios:
Redução das atividades que não agregam valor
Redução da variabilidade
Redução do tempo de ciclo
Simplificação
Aumento da transparência
Para esta avaliação é necessário o mapeamento dos processos para a
execução de um ciclo básico de produção, que constitui um conjunto de fluxos que
seja repetido, configurando um ciclo de produção o qual se repetirá na maior parte
do tempo na aplicação do sistema construtivo analisado. Após toda a avaliação e
estudo, San Martin (1999) estabeleceu dez indicadores de desempenho para
avaliar-se a gestão do processo construtivo.
2.2 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MÉTODO CONSTRUTIVO
Nesta etapa será realizada identificação do método construtivo e os
processos que estão envolvidos ao mesmo. Para isto é preciso definir um ciclo
básico de produção, que será identificado por meio de observação direta, análise de
documentos e entrevista aos profissionais responsáveis pelos processos. É preciso
identificar os fluxos, as tarefas que compõem o ciclo e a interdependência entre as
atividades. Destrinchado o método executivo, suas características e suas
peculiaridades, pode-se então aplicar os indicadores de desempenho. Em seguida
110
ou em paralelo serão apanhados os valores de produtividade atingidos (RUP) na
execução do serviço para um objeto de estudo que será definido, caracterizando um
pacote de trabalho.
2.3 Análise dos dados e resultados
Nesta etapa será realizado um diagnóstico final da gestão de processo e da
produtividade do serviço de alvenaria estrutural com bloco de concreto na obra. Uma
vez feita a análise e aplicação dos indicadores de desempenho atrelados aos
valores de produtividade, a equipe de pesquisadores irá avaliar de que forma os
resultados identificados pelos indicadores de desempenho podem influenciar nos
valores de produtividade obtidos.
A equipe de pesquisadores será responsável pelo processamento e análise
dos dados podendo participar também a alta administração da empresa e as
gerências da obra e outros, uma vez que seja preciso esclarecimentos.
Para o encerramento do estudo de caso será programado o seminário de
apresentação dos resultados à empresa objetivando avaliar os resultados
alcançados pela equipe.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É importante destacar a especificidade desse estudo de caso, em função de
seu caráter avaliativo. O trabalho apresenta objetivos diferentes conforme o ponto de
vista, seja este da universidade ou da empresa, podendo ou não atingir aos
objetivos da empresa. Contudo, é importante estabelecer uma relação de parceira
entre as entidades, para que os objetivos sejam atingidos. O êxito do trabalho levará
benefícios à empresa, fornecendo informações importantes para o planejamento das
obras, além da identificação de fatores que influenciam a produtividade.
111
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ATIVIDADES DEZEMBRO
2011
JANEIRO
2012
FEVEREIRO
2012
CARACTERIZAÇÃO DO
SITEMA CONSTRUTIVO X
COLETAS DE DADOS
RELATIVOS AO CANTEIRO X
DIAGRAMA DE FLUXOS X
COLETA DE VALORES
DE PRODUTIVIDADE X X
APLICAÇÃO DOS
INDICADORES DE
DESEMPENHO
X
APLICAÇÃO DO
MODELO DOS FATORES X
ANÁLISE DOS
RESULTADOS X X
APRESENTAÇÃO DE
RESULTADOS X