UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - CFCH
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS - DCG
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - PPGEO
ÍTALO D’ARTAGNAN ALMEIDA
NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE GEOGRAFIA: UM OLHAR SOBRE
O ENSINO PÚBLICO DE RECIFE
RECIFE
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - CFCH
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS - DCG
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - PPGEO
ÍTALO D’ARTAGNAN ALMEIDA
NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE GEOGRAFIA: UM OLHAR SOBRE
O ENSINO PÚBLICO DE RECIFE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Geografia da Universidade
Federal de Pernambuco, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre
em Geografia.
Orientador: Prof. Dr. Nilo Américo Rodrigues
de Lima Almeida
RECIFE
2016
Catalogação na fonte
Bibliotecária Maria do Carmo de Paiva, CRB-4 1291
A447n Almeida, Ítalo D’Artagnan Almeida.
Novas tecnologias digitais da informação e comunicação no ensino de Geografia : um olhar sobre o ensino público de Recife / Ítalo D’Artagnan Almeida. – 2016.
167 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Nilo Américo Rodrigues de Lima Almeida. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco,
CFCH. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Recife, 2016. Inclui referências, apêndices e anexos.
1. Geografia. 2. Geografia – Estudo e ensino. 3. Tecnologia. 4.
Professores. 5. Redes sociais on-line. I. Almeida, Nilo Américo Rodrigues de Lima (Orientador). II. Título.
910 CDD (22.ed.) UFPE (BCFCH2016-95)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - CFCH DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS - DCG
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - PPGEO
ÍTALO D’ARTAGNAN ALMEIDA
NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE
GEOGRAFIA: UM OLHAR SOBRE O ENSINO PÚBLICO DE RECIFE
Dissertação aprovada, em 15/03/2016, pela comissão examinadora:
____________________________________________________________
Prof. Dr. Nilo Américo Rodrigues Lima de Almeida (1º examinador – orientador – PPGEO/DCG/UFPE)
____________________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Dutra Gomes (2º examinador – PPGEO/DCG/UFPE)
____________________________________________________________
Prof. Dr. Adauto Gomes Barbosa (3º examinador – Geografia/IFPE)
RECIFE – PE 2016
Dedicatória
À Elisabeth, a quem dedico a
minha vida e minhas vitórias.
AGRADECIMENTOS
Inúmeras são as pessoas as quais agradeço, que porventura corro o risco de não me
lembrar ou mesmo não conseguindo individualizar ou direcionar o caráter de cada pessoa que
passou até hoje em minha vida. Porém, algumas em especial devem ser mencionadas
personalizando e evidenciando meus sinceros agradecimentos.
Aos meus familiares em especial, à minha mãe Elisabeth, à qual dedico minhas
vitórias e sempre me ajudou e me aconselhou me proporcionando ao longo desta trajetória
ensinamentos fundamentais a me tornar a pessoa que eu sou hoje. Ao Éder, ao qual sempre
acreditou e incentivou na minha trajetória profissional, acreditando na realização do meu
sonho, por vezes abrindo mão dos seus. Às minhas tias Terezinha e Bernadeth, que sempre
estiveram do meu lado me apoiando. Ao Artur, que me encorajou a superar os obstáculos e
incitou o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Com carinho aos meus primos Tatiane
e Matheus. E não menos importante, à minha avó Deusdeth e meu tio Vanju, que deixam em
mim o conforto do saudosismo.
Agradeço, ao grupo UFPE, ao programa de Pós-Graduação pela oportunidade de
crescimento pessoal, intelectual e profissional, compartilhando reflexões e experiências com
seus membros, professores e alunos.
Ao meu orientador Nilo Américo por me apresentar olhares e vertentes que nortearam
e esclareceram a direção de minha pesquisa, além do apoio e atenção nessa etapa de minha
vida em que percorremos juntos contribuindo para o meu crescimento intelectual e
acadêmico.
Aos professores e alunos, que fizeram parte do meu estudo e cederam seu valioso
tempo para contribuírem com a construção de minha pesquisa.
A todos os meus colegas de pós-graduação e de modo muito especial, a Thomas,
Jeissy e Yohanne, que através de sua amizade me apoiaram, incentivaram e contribuíram com
reflexões, debates e parcerias ao longo desses dois anos, sempre de forma descontraída,
arrancando sorrisos e gargalhadas.
A Luzineide Borges, ex-professora, amiga e parceira acadêmica que sempre me
estimulou a pesquisa, sendo pra mim um exemplo a seguir.
A todos os meus amigos que conquistei ao longo de minha vida, mas em lembrança
forte Juliana, Tainá, Taires, Isabel, Daiane e Priscila que fizeram dos meus dias mais felizes
com sua presença durante anos. A Andressa e Jaison que através de sua compreensão me
auxiliaram na realização de minha carreira acadêmica incentivando no meu crescimento como
pessoa e como profissional.
Aos meus amigos que em Recife me recepcionaram: Yuri P., Cristiano, Léo, Daniel,
Rodrigo e família, Marcelo entre outros. Em especial ao Augusto e José Luiz que sempre
estiveram presentes me acolhendo nesta cidade que adotei como minha.
Agradeço ainda ao CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico), pela bolsa de mestrado a mim fornecida durante o período do meu crescimento
acadêmico no programa de pós-graduação. O subsídio financeiro permitiu a minha estadia em
Recife, além de ter sido imprescindível para custear materiais bibliográficos, pesquisa de
campo e despesas importantes para manutenção diária.
E as demais pessoas que no ciberespaço ou no espaço geográfico cruzaram a minha
vida pessoal, acadêmica e profissional até o presente momento.
.
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se
jogar
(Gilberto Gil – Pela Internet)
RESUMO
As novas tecnologias digitais da informação e comunicação - NTDICs estão presentes no dia
a dia da sociedade contemporânea e a escola não pode mais evitar sua presença. O ensino de
Geografia assume, desde a reforma do ensino, um papel de responsabilidade na formação da
cidadania. Os PCNs abordam com especificidade estas questões referentes ao ensino de
Geografia. Contudo, a realidade escolar difere em muito do proposto pelos PCNs. A realidade
do professor, suas metodologias e suas experiências por vezes auxiliam ou prejudicam no
aprendizado dos alunos a partir de sua postura referente às NTDICs. Nesse contexto, o
presente trabalho insere-se na perspectiva da utilização das NTDICs mais especificamente nas
redes sociais digitais como ferramentas de ensino e aprendizagem em Geografia pelos
professores através de suas metodologias no ensino médio da rede pública de Recife. No
método, propõe-se a evidenciação das capacidades dos professores em utilizar as NTDICs no
ensino em Geografia e suas metodologias visando uma aula mais significativa. A carência de
metodologias, pesquisas e discussões dentro do ensino de Geografia e NTIDCs motiva e
inquieta na direção de tornar viável o avanço desta investigação. A análise sobre os
professores participantes deste trabalho e suas afeições sobre as redes digitais online para a
práxis pedagógica, nos mostrou uma realidade alarmante, o que conota a falta de capacitação,
interesse e aplicação no uso dos ambientes digitais para o aprendizado dos alunos.
Palavras – chave: NTDICs. Geografia. Professor. Redes Sociais. Tecnologia.
ABSTRACT
The new digital information and communication technology – NDICT is present in the
contemporary society routine and the school cannot avoid its presence. Since education
reform, Geography has assumed a share of responsibility in the citizenship development; the
PNCs addresses specifically all these questions regarding Geography teaching. However, the
actual school environment differs quite a lot from the PNCs proposal. The teacher
methodologies, experiences and reality may either assist or undermine the learning process to
the students as from the position of the teacher regarding NDICT. Therefore, this disertation
aims to study the NDICT uses regardin the teachers metholodogies in public schools inside
Recife, more specifically at the social media as teaching and learning tools for Geography.
Regarding the method, this work intends to show the teachers capability to use the NDICT
and its methodologies in the Geography teaching aiming a more meaningful class. The
motivation and concern to make this research possible is the lack of methodologies,
researches, and discussions in the Geography teaching attached to NDICT use. The analysis
about the teachers participation in this work and their empathies toward online digital
networks in teaching practice has shown an alarming reality, which implies the lack of
training, attention and dedication in the use of virtual environments for student learning.
Keywords: NDICT. Geography. Teaching. Virtual Networks. Technology.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Compreensão da Tecnologia Educacional ............................................................. 35
Figura 02 - Potencialidades da utilização da internet na educação .......................................... 42
Figura 03 - Limitações da utilização do uso da internet na educação ...................................... 45
Figura 04 - Questões-chave e conceitos que estruturam a Geografia escolar .......................... 59
Figura 05 - Perfil do professor antenado .................................................................................. 75
Figura 06 - Benefícios das redes sociais digitais na educação ................................................. 84
Figura 07 - Malefícios das redes sociais digitais na educação ................................................. 85
Figura 08 - Fórum de discussão sobre Aquecimento Global.................................................... 87
Figura 09 - Interações do fórum de discussão sobre “Quais são as principais causas do
aquecimento global" ................................................................................................................. 88
Figura 10 - Blog Suburbano Digital (blog profissional)........................................................... 92
Figura 11 - Blog pe-dri-nha (blog pessoal) .............................................................................. 93
Figura 12 - Blog do GreenPeace (blog organizacional) ........................................................... 94
Figura 13 - Blog do 8ºAno “B” (blog coletivo) ........................................................................ 95
Figura 14 - Google Maps .......................................................................................................... 99
Figura 15 - Google Maps Educação ....................................................................................... 100
Figura 16 - Universidade Federal de Pernambuco vista através do Google Earth ................. 101
Figura 17- YoutubeEDU - Geografia ..................................................................................... 105
Figura 18 - Página inicial do Wikipédia ................................................................................. 106
Figura 19 - Fontes, referências e links suplementares ............................................................ 108
Figura 20 - Criação de Grupo no Facebook ........................................................................... 110
Figura 21 - Página do Facebook: Geografia Criativa ............................................................. 111
Figura 22 - Página do Facebook: Acervo do Conhecimento Geográfico ............................... 112
Figura 23 - Página do Facebook: Professor de Geografia ...................................................... 113
Figura 24 e 25 - Perfis da rede social Twitter com temática Geográfica e Ambiental ........... 118
LISTA DE SIGLAS
ABT Associação Brasileira de Tecnologia Educacional
AOL American Online
AVA Ambientes Virtuais de Aprendizagem
BBS “Bulletin Board System”
CMC Comunicação Mediada pelo Computador
CVA Comunidades Virtuais de Aprendizagem
ENEM Exame Nacional do Ensino Médio
FTP “File Transfer Protocol” - Protocolo de Transferência de Arquivo”
HTML “Hyper-text Markup Language” - Linguagem de Marcação Hipertextual
LDB Lei de Diretrizes e Bases
LOE Lei Orgânica da Educação
NTDICs Novas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
NTICs Novas Tecnologias da Informação e Comunicação
OA Objetos de Aprendizagem
OCEM Orientações do Ensino Médio
OMC Organização Mundial do Comércio
PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
REDA Regime Especial de Direito Administrativo
SRS Sites de Redes Sociais
TE Tecnologia Educacional
TICs Tecnologias da Informação e Comunicação
URLS “Uniform Resource Locator” - Localizador Padrão de Recursos
WEB “World Wide Web” - Rede Mundial de Computadores
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01- Nível de ensino em que atua................................................................................123
Gráfico 02 - Tempo de experiência em sala de aula...............................................................124
Gráfico 03 - Formação Acadêmica Continuada......................................................................124
Gráfico 04 - Quais recursos utiliza no seu computadornotebooktablet..............................126
Gráfico 05 - Enquanto graduando em Licenciatura em Geografia, tiveram disciplina ou cursos
que incentivavam a utilização das NTDICs para o ensino e aprendizagem em Geografia?
.................................................................................................................................................127
Gráfico 06 - Como você consideraria seu domínio sobre as NTICs/NTDICs para o
ensino?....................................................................................................................................128
Gráfico 07 - Quais as ferramentas tecnológicas (computador, internet, Datashow...) utilizadas
em sala de aula?......................................................................................................................130
Gráfico 18 - Quais redes sociais digitais você utiliza cotidianamente em sua residência?.....130
Gráfico 09 - Utiliza as redes sociais digitais para manter uma relação interpessoal com seus
alunos fora da sala de aula? .................................................................................................... 129
Gráfico 10 - Quais ferramentas digitais utiliza para o ensino e aprendizado de
Geografia?.....................................................................................................................134
Gráfico 11 - Quais os conteúdos que poderiam ser potencializados pela utilização das
NTDICs? ................................................................................................................................135
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 15
2 A INDAGAÇÃO, A OBSERVAÇÃO E A CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA . 19
2.1 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................... 19
2.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA ................................................................................. 23
2.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................................... 23
2.3.1 Fases ................................................................................................................................ 25
3 TECNOLOGIA E AS NOVAS CONCEPÇÕES PARA A EDUCAÇÃO .................. 27
3.1 O QUE É TECNOLOGIA ............................................................................................... 27
3.2 TICS, NTICS E NTDICS COMO COMPREENDER .................................................... 30
3.3 NOVAS TECNOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO ......................................................... 31
3.4 INTERNET, A EVOLUÇÃO PARA A WEB 2.0 .............................................................. 37
3.5 LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES DE USO DA INTERNET PARA FIM DIDÁTICO
............................................................................................................................................41
3.6 HIPERTEXTO COMO RECURSO PARA A EDUCAÇÃO ........................................... 47
3.7 CIBERESPAÇO E CIBERCULTURA ............................................................................. 48
3.8 COMUNIDADES VIRTUAIS .......................................................................................... 51
4 GEOGRAFIA ESCOLAR E AS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ................................................................................. 57
4.1 NOVAS TECNOLOGIAS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM ............................. 60
4.2 NTDICS NO ENSINO DE GEOGRAFIA ........................................................................ 64
4.3 NOVAS TECNOLOGIAS, CURRÍCULO E A FORMAÇÃO DOCENTE .................... 69
5 AMBIENTES DIGITAIS E SUAS FERRAMENTAS ................................................. 77
5.1 REDES SOCIAIS NA INTERNET .................................................................................. 77
5.2 AS REDES SOCIAIS DIGITAIS COMO RECURSO PARA A EDUCAÇÃO .............. 82
5.3 REDES SOCIAIS E FERRAMENTAS DIGITAIS COM POSSIBILIDADES PARA
FINS EDUCATIVOS EM GEOGRAFIA ................................................................................ 86
5.3.1 Fóruns de discussão ........................................................................................................ 86
5.3.2 Blog (Weblog) ................................................................................................................. 89
5.3.3 E-mail .............................................................................................................................. 97
5.3.4 Mapas Digitais ................................................................................................................ 97
5.3.5 YouTube ........................................................................................................................ 102
5.3.6 Wikipédia (Enciclopédias Digitais) .............................................................................. 106
5.3.7 Facebook ....................................................................................................................... 108
5.3.8 Twitter ........................................................................................................................... 114
5.4 Algumas Considerações .................................................................................................. 119
6 ANÁLISES E RESULTADOS ..................................................................................... 121
6.1 PERFIS DOS PARTICIPANTES ................................................................................... 121
6.2 SOBRE AS NOVAS TECNOLOGIAS E SUAS FERRAMENTAS ............................. 124
6.3 NTDICS ........................................................................................................................... 127
6.4 OBSERVAÇÃO IN LOCUS ........................................................................................... 137
6.5 DAS COMPREENSÕES ................................................................................................ 141
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 144
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 147
APÊNDICES .......................................................................................................................... 154
Apêndice 1 Questionamento Aplicado Para Delinear O Perfil E Avaliação..........................154
Apêndice 2 Questionário Semi-Estruturado ........................................................................... 157
Apêndice 3 Termo De Consentimento Livre E Esclarecido................................................... 158
ANEXOS ................................................................................................................................ 160
Anexo 1 Parecer CES 492/2001 ............................................................................................. 160
Anexo 2 Conselho Nacional De Educação Superior Resolução CNE/CES, 14 de 13 de Março
de 2002....................................................................................................................................164
15
1 INTRODUÇÃO
Ainda existe uma série de questionamentos quanto à utilização das novas tecnologias
digitais, fazendo parte das discussões acadêmicas e principalmente juntos aos professores e os
alunos fora e dentro da sala de aula. As Novas Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (NTDICs) interligam, cada vez mais, as relações interpessoais e pessoais
através dos familiares, amigos, colegas de trabalho, entre outros, que utilizam de ferramentas
virtuais como fóruns, blogs e redes sociais digitais para expressarem suas ideologias,
sugestões, opiniões, críticas e conceitos em prol das temáticas que lhe são pertinentes. E é no
ciberespaço que as redes sociais digitais e as ferramentas virtuais se fundamentam e se
operacionalizam denotando uma maior conceituação das informações contidas fora e dentro
do espaço virtual.
Catapan (2001) aborda que o ciberespaço é um universo de informações e seres
humanos que o alimentam e não apenas um sistema material de comunicação digital. Para
tanto, Santos (2008) explicita que o ciberespaço nada mais é do que um espaço imaterial
através da junção de sistemas, objetos e ações imateriais. Sendo a Internet um espaço social e
de discussão, as possibilidades de interação são inúmeras, pois integram informações que
circundam por todo o mundo, o que pode ser chamada de comunicação global. Contudo,
mesmo o ciberespaço sendo imaterial como inúmeros autores afirmam, sua utilização não se
deixa implícita a conduta e a ética, vale ressaltar uma metáfora utilizada por Gonçalvez (2002,
p.227) onde ele afirma que mesmo o pássaro ao voar, longe do espaço físico, concreto,
material só consegue voar devido ao atrito de suas asas com o ar. A liberdade tem suas
responsabilidades e condutas, isto é, mesmo no ciberespaço a materialidade se encontra
presente em algum aspecto, não há como fugir da responsabilidade social.
Assim, no ambiente escolar também emergem inúmeros “novos termos” utilizados
pelos alunos em suas relações sociais intra e extraescolar, já que o ambiente virtual tão
comum atualmente interpõe com a realidade e adentra a sala de aula. Termos como Facebook,
Twitter, YouTube, blog, fóruns, homepages, sites entre outros são comuns a serem ouvidos a
todo o momento no ambiente escolar. Segundo Galli (2004), estas terminologias nada mais
são do que novas formas de socialização digital que se relacionam de forma síncrona com a
realidade.
16
Então, o professor deve acrescer a sua contínua formação a atualização no que se
refere aos saberes do ciberespaço e, consequentemente, as redes sociais digitais e suas
ferramentas, pois cada vez mais é comum encontrar alunos em sala de aula que utilizam as
redes de socialização virtualizadas e as novas tecnologias cotidianamente, utilizando-se de
novos vocábulos, gestos, ideologias e conhecimentos dotados pela cibercultura. Assim,
cibercultura trata-se de um amplo conjunto de práticas, técnicas, ideologias, valores e atitudes
que transpassam o espaço e o tempo à medida que a internet se desenvolve como um meio de
comunicação indispensável para a manutenção da comunicação global e aporte de
conhecimento (LÉVY, 1999).
A utilização das redes sociais digitais tem criado algumas aplicações úteis para a
educação, criando sinergias para a comunicação entre o corpo docente e a comunidade
educativa, como por exemplo: compartilhando informações sobre conteúdos, estudo em
grupo, divulgação de eventos, seminários, datas comemorativas, avisos, informativos,
compartilhamento de recursos (documentos, imagens, vídeos, links e hipertextos...), projetos e
principalmente o fortalecimento do envolvimento dos alunos e professores, criando um canal
de comunicação entre eles e outras instituições de educação. Tais fatos invocam interesse para
o desenvolver desta pesquisa não apenas através das redes sociais digitais, mas sim, abarcará
uma boa parte da temática, mas sem esquecer os sujeitos deste trabalho: os professores da
Educação Básica na disciplina em questão, Geografia.
Desta forma as redes sociais digitais, sendo elas um espaço fractal de colaboração,
denota ao professor de Geografia a aproximação para um relacionamento extraclasse com os
alunos através das ferramentas virtuais como disponibilização de documentos, links,
hipertextos, imagens, vídeos e áudios, criação de grupos de discussões para debates, entre
outros, pois, a Geografia sendo uma disciplina constantemente mutável, se dinamiza a partir
das informações trocadas em tempo real. Assim, a utilização das NTDICs fomenta a
aproximação entre alunos e professores, criando um relacionamento de experiência vivida e
virtual através da troca de saberes.
Portanto, a Geografia, por ser uma disciplina transversal e multidisciplinar, possibilita
também uma ampla diversidade de categorias que auxiliariam na aplicação dos conteúdos
didáticos através dos recursos digitais, já que, ela é influenciada pelas mudanças sociais,
naturais, antropológicas, culturais, políticas e econômicas. Outro aspecto importante a ser
mencionado é que a Geografia transforma-se através das mudanças sociocomportamentais e
naturais, influenciando, portanto, o espaço, tido como uma categoria de análise e de seus
conceitos-chave de estudo, não somente no aspecto físico, mas também na cultura digital,
17
tendo sido “virtualizada” para uma maior compreensão do que seriam as novas tecnologias da
comunicação que aproximam sujeitos, fenômenos e territórios.
Ao lançar olhares mais atentos a esta temática, foi possível perceber que há uma
pobreza relevante de pesquisas científicas em como essas redes sociais digitais e suas
ferramentas podem potencializar o ensino de Geografia. E assim, exemplifica uma
preocupação no que se refere às utilizações das novas tecnologias digitais por parte dos
professores as novas plataformas.
Deste modo, as novas tecnologias digitais da informação e comunicação serão o objeto
de estudo para investigar as possíveis maneiras de utilização das redes e suas ferramentas em
prol da disciplina de Geografia. Além disso, procurar vertentes para a atuação do professor de
Geografia na NTDICs tão bem creditadas pela mídia e pela sociedade atual. Neste estudo o
intuito não é condenar práticas pedagógicas, nem instituições, e sim de antemão buscar a
atenção das mesmas para as potencialidades do ciberespaço e da cibercultura, propondo assim
novas relações de aprendizagem online em Geografia através das NTDICs.
Nesse sentido, o objetivo geral desta pesquisa é: compreender como as redes sociais
digitais e suas ferramentas virtuais do ciberespaço mais acessadas atualmente, podem auxiliar
no ensino e aprendizagem na disciplina de Geografia. E como objetivos específicos, procuro:
1. identificar os prós e os contras da utilização das NTDICs no ensino de Geografia; 2.
verificar barreiras e bloqueios por parte dos professores de Geografia à utilização das
NTDICs; 3. promover medidas para a utilização das NTDICs pelos professores de Geografia
em sua práxis pedagógica.
Para atingir os objetivos através das reflexões e discussões ao decorrer desta
dissertação, a temática proposta foi estruturada em cinco (05) capítulos..
No capítulo inicial (primeiro), A indagação, a observação e a caracterização da
pesquisa destaca algumas considerações a respeito NTDICs no ensino de Geografia são
elencadas a fim de nortear o estudo. Neste capítulo evidenciamos os sujeitos da pesquisa, os
procedimentos metodológicos, as fases de como se deu este estudo e por último e não menos
importante abordamos sobre os principais textos que embasam a nossa pesquisa.
No segundo capítulo, Tecnologia e as novas concepções para a educação, abordamos
a definição de tecnologia no seu bojo trazendo sua concepção tecnológica para a educação.
Além disso, neste capítulo trazemos as possibilidades e limitações da utilização da internet
(WEB 2.0) na educação, a concretude do ciberespaço e da cibercultura, a utilização do
hipertexto como ferramenta digital importante para a aprendizagem e as definições sobre as
comunidades virtuais de aprendizagem.
18
O terceiro capítulo, Geografia escolar e as novas tecnologias da informação e
comunicação, pauta-se nas atribuições da formação da Geografia como disciplina até os
tempos atuais, na inserção das NTDICs no ensino de Geografia, na formação docente para
essa nova realidade virtual, abordando também suas dificuldades referentes às redes sociais
digitais.
O quarto capítulo, Ambientes digitais e suas ferramentas, pretende expor do que se
trata as redes sociais digitais, suas potencialidades para o ensino de Geografia e suas
ferramentas virtuais que dinamizam a interação do conhecimento auxiliando o professor no
ensino.
O quinto e último capítulo, Análise e resultados, contempla as concepções dos
professores participantes da pesquisa através da observação in locus, das entrevistas e do
questionário em prol das NTDICs no intuito da Geografia na Educação Básica.
19
2 A INDAGAÇÃO, A OBSERVAÇÃO E A CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
2.1 Problematização
As NTDICs1 e suas ferramentas digitais no ambiente escolar nos trazem a reflexão
sobre as novas formas de pensar, comunicar e agir perante a sociedade. Para fins desta
dissertação, vale lembrar que Moran (2000a); afirma que sempre que reflertirmos sobre
tecnologia automaticamente vêm à mente termos como computadores, vídeos e internet. As
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) podem ser definidas como conjunto de
recursos tecnológicos, utilizados para atingir um objetivo comum, podendo ser elas utilizadas
em diversas áreas da sociedade como: na indústria, no comércio, na economia, e
principalmente na educação.
Assim, a socialização do conhecimento foi condicionada através dos novos modos de
produção, comunicação e acesso às novas informações, causando transformações sociais
importantes. Neste ensejo, percebe-se uma relevância explícita da manifestação de grupos
sociais para difusão de conhecimento e informação, através de uma forma dinâmica de
compartilhamento independente de sua localização geográfica, organizando-se em redes.
A ressignificação das transformações socioculturais, das relações e do fluxo de
informação e comunicação é cada vez mais rápida e mutável, permeando a exigência de
acompanhá-las para o indivíduo não ser jogado às sombras da obsolescência. A informação
então se destaca devido a sua fluência, rapidez e acesso a sociedade, sendo ela comprometida
e desenvolvida junto às tecnologias. Compreender, interpretar, desenvolver e usar a
informação de maneira adequada é o papel da educação na formação do indivíduo.
Castells (1999 apud Almeida 2015, p. 2) defende que “A informação é o auge da nossa
organização social contemporânea e a transferência de informações são os enlaces sócios-
virtuais nos quais a sociedade se pauta”. Assim, as Novas Tecnologias da Informação e
Comunicação (NTICs)2 norteiam o desenvolvimento informacional da sociedade, alterando
todo o contexto em diferentes escalas.
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB)3 determina que as diretrizes e bases da educação,
claramente explicita que o objetivo da educação brasileira deve ser a formação absoluta do
1 Novas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.
2 Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, no caso refere-se principalmente ao computador e a
internet. 3 Lei de Diretrizes e Base da Educação Brasileira. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acessado em: 17 de nov. de 2015.
20
educando, bem como para o exercício da cidadania e sua inserção na sociedade; e também a
sua preparação para uma postura crítico-reflexiva para exercício da cidadania e fornecer
oportunidades para o progresso do educando.
Neste viés, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)4 prosseguem reafirmando os
fundamentos da LDB, quando explicitam que foram elaborados procurando, respeitar as
diversidades culturais, regionais e políticas existentes no país, e consideram a
imprescindibilidade de construir referências nacionais comuns em todo o ensino brasileiro,
condicionando ao aluno, um conjunto de conhecimentos educativos e sociais elaborados e
reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania (BRASIL, 1998).
Tanto os escritos da LDB quanto os dos PCNs, afirmam e pautam com veemência que
a educação nacional deve proporcionar acesso a conhecimentos elaborados e qualificar o
aluno para o trabalho. Onde na maioria das vezes, trabalho este, no qual a utilização da
tecnologia é indispensável e encontra-se presente em diferentes níveis, direta ou
indiretamente.
As novas tecnologias apresentam um papel importante na construção da escola que se
deseja nos ditos acima da própria lei. Primeiro não pode haver formação para a cidadania e do
trabalho sem a inserção, e lê-se também inclusão, das tecnologias na escola e no ensino e
aprendizado. Em segundo lugar, as novas ferramentas digitais podem agregar e contribuir
para competências fundamentais para a sociedade contemporânea, como capacidade de
trabalhar em grupo, autonomia na resolução de problemas, o pensamento crítico e a
curiosidade.
Ao se pensar as questões que se referenciam ao uso das NTDICs no ambiente escolar,
existe um conjunto de elementos que precisam ser analisados e considerados para que as
tecnologias possam auxiliar no ensino e aprendizagem com eficiência e eficácia. O ambiente
escolar, o equipamento, os alunos, a motivação, a linguagem e, principalmente, o professor e
suas metodologias, devem ser levados em consideração, pois, a tecnologia sozinha não
potencializa a aprendizagem, já que todos esses fatores são agregados ao que se refere à
educação. No entanto, as tecnologias podem transformar o ensino e aprendizagem,
renovando-a. Desta maneira, para essa renovação/transformação ocorra, é necessário que haja
infraestrutura adequada em sala de aula, caso não haja, que o professor não se deixe abater e
4 Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino
Fundamental em todo o País. Sua função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema
educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e
professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a
produção pedagógica atual (PCNs, p. 13)
21
sim, que o incentive a novas formas de inserção, como através da educação informal fora das
escolas, dispositivos eletrônicos que favoreçam o aprendizado dos alunos e professores
capacitados tecnicamente e pedagogicamente a utilizar essas novas tecnologias.
Em consonância com Moran (2000), só as tecnologias não transformam a relação
pedagógica, mas são detentoras de mudanças na vivência escolar, nos alunos e nos
professores. Ainda em Moran, a integralização das novas tecnologias as já tradicionais em
sala de aula facilitará a mudança do ensino, favorecendo o aprendizado dos alunos em sala de
aula e fora dela.
Para tanto, esta pesquisa focou-se nas NTICs oriundas da Terceira Revolução
Industrial, caracterizadas por horizontalizar e tornar menos palpável a informação e a
comunicação por meio da digitalização de informações e das redes de comunicações, através
da transmissão e distribuição de informação multimídia5, sendo aliadas fundamentais para a
Sociedade da Informação e Comunicação (SIC). E através das NTICs, desenvolveu-se e
utilizou-se NTDICs que dinamizam a interação da informação através de imagens, sons,
vídeos, hipertextos6, redes sociais digitais, entre outros, apropriadas através do
desenvolvimento da WEB 2.07.
Desta forma, este estudo inseriu-se no contexto das NTDICs, mais especificamente na
utilização das redes sociais digitais como ferramentas para o ensino e aprendizagem de
Geografia, indo além do ambiente físico escolar, adentrando as relações dos professores com
as ferramentas digitais e suas relações com o alunado nas escolas públicas de Recife.
Desenvolveu-se a pesquisa na análise dos professores de Geografia e das novas
tecnologias digitais como objeto de estudo, pois não adianta apenas as escolas fornecerem um
ambiente propício para a utilização das novas tecnologias e suas ferramentas sem o professor
estar apto para utilizá-las, ou mesmo utilizá-las sem explorar todo o seu potencial pedagógico,
que pode ser analisado sob o viés de sua formação acadêmica e realidade escolar.
5 Multimídia é a tecnologia caracterizada por permitir a junção, em um mesmo programa e sob forma
digitalizada, de diversas mídias como: textos impressos, imagens, sons, etc., em movimento. 6 É um texto em formato digital, reconfigurável e fluido. Ele é composto por blocos elementares ligados por links
que podem ser explorados em tempo real na tela. A noção de hiperdocumento generaliza, para todas as
categorias de signo (imagens, animações, sons, etc.), o principio da mensagem em rede móvel que caracteriza o
hipertexto (LÉVY, 1999, p.27). 7 É um termo popularizado em 2004, pela empresa O’Reailly Media para designar a segunda geração de serviços
e comunidades, tendo como plataforma o conceito WEB, envolvendo wikis, redes sociais, Blogs e Tecnologias
da Informação. "Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para
obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que
aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando
a inteligência coletiva" (Tim O’Reilly). Fonte: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/8980/web-
20-a-tendencia-da-internet>
22
Adotando o pressuposto de que a utilização das NTDICs não transformará a educação
e sim a forma com que ela é proposta, questiona-se: Os professores de Geografia utilizam as
NTDICs para o ensino e aprendizagem Quais as atividades que os professores de Geografia
desenvolvem com as NTDICs, mais precisamente com as redes sociais digitais Quais as
dificuldades encontradas pelos professores na utilização das ferramentas digitais Como as
redes sociais digitais podem auxiliar no desenvolvimento do conteúdo de Geografia Os
professores estão aptos a utilizar as novas tecnologias digitais para o ensino e
aprendizagem
Frente as tais questionamentos, não basta apenas verificar se as NTDICs estão
presentes nas escolas públicas de Recife e sim analisar as práticas dos professores de
Geografia que utilizam esses recursos tecnológicos, objetivando compreensão de como as
redes sociais digitais e suas ferramentas acessadas cotidianamente por alunos, e também por
alguns professores, podem contribuir para o ensino e aprendizagem na disciplina de
Geografia.
Evidenciam então, as relações entre o professor e as novas tecnologias junto às suas
ferramentas digitais, e também ao aluno. Analisando as relações e concepções através do
ensino e aprendizagem, e a aplicabilidade dessas ferramentas potencializadas para o ensino de
Geografia. Assim, Costa (2014, p. 11) afirma que “Integrar adequadamente tecnologia e
educação para que professores possam ensinar em um novo cenário e alunos possam aprender
melhor é um dos grandes desafios que enfrentamos nas últimas décadas (...)”.
Enquanto novas reformas metodológicas e, sobretudo nas práxis pedagógicas são
pautadas para o desenvolvimento do docente, não se pode deixar o sujeito aluno fora dos
enlaces da problemática, já que sua dispersão é reflexo, embora não em todas as vezes, dos
métodos com que o professor aplica sua didática em sala de aula, ora pela metodologia
tradicional adotada e pelas ferramentas retrógradas de ensino, ora pela linguagem e postura
inadequadas à nova conjuntura. Neste contexto, um dos fatores que contribui para a dispersão
escolar dos alunos é a forma com que os professores de Geografia apresentam os conteúdos a
serem ministrados em sala de aula para seus alunos, sendo em sua maioria das vezes utilizado
como ferramenta apenas o livro didático, adotando uma práxis pedagógica metódica,
tradicional e arcaica, que acarreta ao aluno uma posição passiva no ensino-aprendizagem,
ainda mais quando a Geografia, uma disciplina dinâmica, de movimentos perceptíveis possui
possibilidades e potencialidades para a utilização das novas tecnologias digitais para o
encantamento do aluno.
23
Para utilização pedagógica, existem inúmeros materiais didáticos que podem auxiliar o
professor em sua prática educativa através das novas tecnologias e suas ferramentas que
chamam a atenção dos alunos, como: filmes, imagens, slides, documentários, sites, redes
sociais digitais, vídeos, hipertextos, blogs, internet, mapas digitais, cartas cartográficas, entre
outros, o que fomenta inovação da educação.
Este estudo, além de identificar a importância e os inúmeros recursos que as redes
sociais digitais podem trazer para a educação geográfica, aborda como as instituições de
ensino estão utilizando essas ferramentas, os prós e contras para a sua utilização pelos
professores, a opinião dos alunos referentes a esta temática, além de trazer algumas
metodologias para a utilização dessas ferramentas digitais no ensino geográfico.
2.2 Participantes da pesquisa
Os participantes da pesquisa são professores de Geografia da rede pública de Recife,
Pernambuco. Totalizando 24 professores que lecionam em diversos níveis da educação básica
em 13 escolas. Alguns professores, oito no total, negaram-se a participar da pesquisa, por
questões particulares.
No que diz respeito aos professores, observa-se a idade, nível de formação, tempo em
atividade escolar, habilidades, as redes sociais digitais que utilizam e seus conhecimentos
sobre as mesmas, quantidade de turmas, turno, níveis educacionais que ensinam e
capacitação, que através destas informações nortearam o andamento do estudo.
Dos 24 professores ativos em sala de aula, 20 são efetivos “concursados”, 02
participam do REDA8 e 02 são professores substitutos.
Os nomes das escolas e dos participantes serão ocultados para não prejudicar ou inferir
no andamento da pesquisa e nem quaisquer outros pormenores a conclusão e não incitando
opinião pessoal sobre as atividades pedagógicas e gestão escolar das mesmas.
2.3 Procedimentos Metodológicos
De acordo com Ghedin e Franco (2008, p.7), a metodologia trata-se de “um processo
que organiza cientificamente todo o movimento reflexivo, do sujeito ao empírico e deste ao
8 Regime Especial de Direito Administrativo.
24
concreto, até a organização de novos conhecimentos”. Assim esta pesquisa não é adotada
como apenas procedimentos científicos categorizados, e sim como uma organização reflexiva
das ações durante o processo de desenvolvimento. É preciso ressaltar que Pádua (2002) nos
explica que a pesquisa possui uma intencionalidade, um fim; é uma atividade voltada à
solução de problemas, e, para tal, é necessário formular indagações, buscar e elaborar um
conjunto de conhecimentos com a finalidade do auxílio à compreensão de uma ou várias
realidades.
Neste sentido, visando alcançar os objetivos já pontuados, busquei na pesquisa
empírica que segundo Demo (2006), dedica-se à codificação de uma face mensurável da
realidade social, de cunho qualitativo e descritivo, onde Trivinos (1987) afirma que uma
grande parte das pesquisas em Educação é de cunho descritivo. E em consonância, Gil (2008,
p.42), as pesquisas descritivas possuem como objetivo primordial a descrição das
características de uma determinada população ou fenômeno. Contudo, nesta pesquisa não me
limitei apenas à descrição, fomentei os significados que essas descrições elucidaram,
delineando assim, a interpretação e análise de dados a base do fenômeno estudado, portando
assim coerência e lógica.
Assim, como metodologia adotei para a construção deste estudo uma abordagem direta
extensiva, pois constitui-se através de técnicas empregadas para coletas de dados em campo,
no caso desta pesquisa utilizou-se de questionários e a história de vida; e também a
observação direta intensiva individual, por utilizar entrevistas utilizei uma abordagem
indireta, definido por Garnica (2008), sendo a sondagem das concepções não questionando
sobre as suas concepções e sim sobre as suas práticas. Para tanto, buscou-se na descrição de
um fenômeno que se manifesta através da prática efetiva na qual as concepções são
efetivamente evidenciadas.
De acordo com Duarte (2002), a delimitação dos critérios de seleção dos sujeitos da
pesquisa que comporão a investigação é indiscutível, pois é através da escolha do sujeito que
a análise será feita para uma compreensão da questão-problema que envolve o objeto de
estudo. Sendo assim, os professores de Geografia da Educação Básica pública de Recife,
Pernambuco inserem-se como sujeitos desta pesquisa, pois, são um dos agentes das mudanças
pedagógicas e tecnológicas em sala de aula.
Como instrumento para coleta de dados, utilizou-se questionários e entrevistas semi-
estruturadas e previamente agendadas, pois permitiu que o entrevistado falasse abertamente
sobre o assunto favorecendo a liberdade da informação, bem como espontaneidade nas
respostas. A entrevista semi-estruturada ou semi-directivas, possibilitou uma diversidade
25
informativa através das palavras e perspectivas dos sujeitos, possibilitando a elucidação de
alguns aspectos ao longo da entrevista e orientando ao decorrer da pesquisa a análise da
questão, pois não é tão rigída quanto uma entrevista formal e trata-se de um diálogo com o
entrevistado (QUIVY et al., 1992). Além disso, possibilita a recolha de dados qualitativos
comparáveis de confiança e permite a compreensão das questões mais relevantes e
significantes do estudo. Alguns pontos importantes devem ser ressaltados; este tipo de
entrevista necessita de mais tempo para a execução e no dispêndio dos dados e carece de uma
fiabilidade dos elementos escolhidos aos participantes.
Os questionários foram criados através do Google Forms9 e enviados aos e-mails dos
professores para a maior agilidade do estudo objetivando as respostas utilitárias e objetivas
para o conhecimento prático e teórico do “ser professor”. Valorizando esses fundamentos
metodológicos, elegi como questionamento norteador deste estudo a seguinte questão: Quais
as concepções dos professores de Geografia das escolas públicas de Recife sobre a utilização
das NTDICs no processo de ensino e aprendizagem da Geografia
2.3.1 Fases
Este estudo foi elaborado em fases para o melhor desenvolvimento e execução. Na
primeira fase, executou-se um levantamento bibliográfico através de documentos, sites, livros,
periódicos, teses e outros, que abordavam a referente temática e que proporcionou
conhecimento e saberes para o desenvolvimento deste estudo.
Na segunda fase, visitou-se 09 escolas públicas de Recife, localizadas respectivamente
nos bairros da Boa Vista, Torre, Casa Amarela, Cidade Universitária e Iputinga, para a
entrega da proposta do Termo de Comprometimento e Permissão para a captação dos sujeitos
para a pesquisa (a escolha das escolas foi de caráter de proximidade e flexibilidade de tempo e
locomoção). Após, o termo devidamente autorizado pela direção da escola e principalmente
pelos professores de Geografia, foram captados os e-mails para envio do questionário e
também para o contato direto com o professor para agendamento das entrevistas e observação.
Na terceira fase, criamos questionários para os professores, através do “Google
Forms”, com a elaboração de 13 questões objetivas (Apêndice 1), e enviado aos e-mails dos
9 Ferramenta digital da empresa internacional Google que facilita a criação de entrevistas e questionários
podendo ser enviadas via links para sites, redes sociais digitais, e-mails ou mesmo impressas. Fonte:
<https://www.google.com/intx/pt-BR/work/apps/business/>
26
professores a serem entrevistados os que lhe são direcionados e levados às escolas para
aplicabilidade, com total autorização da coordenação pedagógica e do professor de Geografia
regente ou substituto.
Realizamos entrevistas semiestruturadas (Apêndice 2) aos professores permitindo
assim uma relativa flexibilidade, podendo ser acrescentadas novas perguntas de acordo com o
andamento da entrevista, na quarta fase.
Na quinta fase, através da visita in locus das aulas dos professores entrevistados,
observamos suas metodologias, suas praticas, o exercício e a sua postura em sala de aula e
principalmente seu relacionamento com os alunos. A observação das escolas durou oito
meses, iniciando em março de 2015 e encerrando em novembro do respectivo ano. Foram
observados 24 professores que foram divididos em dois turnos, matutino e vespertino.
Inicialmente observou-se 10 professores nos primeiros quatro meses e nos meses restantes
observou-se 14 professores, contudo 2 desses professores substituíram outros professores que
tiraram licença por motivos pessoais numa mesma escola, ou seja, teria sido analisado apenas
22 professores, contudo em detrimento da substituição acresceu-se mais dois professores
como substitutos.
Na sexta fase, selecionamos os dados através de um exame minucioso, categorizando e
quantificando os dados para a tabulação dos mesmos com o propósito de sintetizar
favorecendo a compreensão das informações colhidas.
Após, na sétima fase, a análise e interpretação dos dados nos proporcionou respostas à
investigação permitindo a evidenciação do fenômeno estudado e outros fatores, procurando
dar significação às respostas dos entrevistados vinculando-se a outras abordagens. Na oitava
fase, construímos tabelas, gráficos e utilizamos figuras para auxiliar na apresentação
ilustrativa das diferenças, semelhanças e nas relações que envolvem a problemática.
Por último, chegamos à conclusão da pesquisa através da síntese das ideias essenciais
e dos resultados principais do estudo, apresentando possíveis problemas que nortearam o fim
da pesquisa e as possíveis soluções, apresentando os aspectos válidos e aplicáveis a outros
fenômenos.
A fim de garantir a confidencialidade dos dados, esta pesquisa só entrou na sua fase de
aplicação dos instrumentos após disponibilizar aos entrevistados e ter a devolutiva do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 3). Nele, constando o objetivo da pesquisa,
bem como o caráter ético do trabalho a ser desenvolvido.
27
3 TECNOLOGIA E AS NOVAS CONCEPÇÕES PARA A EDUCAÇÃO
3.1 O que é tecnologia
Para entender o que é tecnologia, devemos primeiramente lembrar que a história do
“homem” desenvolveu-se juntamente com a história das técnicas, através da utilização de
objetos que foram transformados e evoluídos de acordo com a necessidade e o
desenvolvimento das sociedades (VERASZTO, 2008; FREITAS & LEITE, 2011). Freitas e
Leite (2011) nos advertem de que “tecnologia é poder”, pois desde o primórdio dos tempos
que o homem ao dominar determinadas tecnologias e informações, distinguia-se de outros
animais e impunha sua supremacia sobre outras sociedades. Essa relação não se modificou,
pois o vínculo entre conhecimento, o poder e a tecnologia está associada ao acúmulo de
capital em todas as épocas e em vários modelos de relações sociais.
Desta maneira, é imprescindível conhecer a palavra no cerne do seu conceito, no
Latim, tictein significa criar, produzir, dar à luz, construir e téchne era o exercício prático do
conhecimento para um fim concreto (VERASZTO, 2008). Para Veraszto (2008), tecnologia
significa a razão de saber fazer, saber concretizar, em outras palavras o estudo da técnica, ou da
atividade de transformar, do modificar, do agir.
Logo:
(...) toda técnica é história embutida. Através dos objetos, a técnica é história no
momento da sua criação e no de sua instalação e revela o encontro, em cada lugar,
das condições históricas (econômica, socioculturais, políticas, geográficas), que
permitiram a chegada desses objetos e presidiram à sua operação. A técnica é tempo
congelado e revela uma história (SANTOS, 1997, p. 40).
Em consonância com Santos (1997) a técnica possui certa racionalidade devido às
relações sociais que a permeiam, não possuindo uma relação própria, além disso, alega ainda
que as novidades tecnológicas são histórias consolidadas geograficamente. Santos (1997)
difundiu o conceito “meio técnico-científico-informacional”, baseando-se que o espaço
natural do homem transformava-se através do uso das técnicas graças ao processo de
globalização e ao crescimento das novas tecnologias. Sendo assim, o meio técnico-cientifico-
informacional, representa contemporaneamente a realidade em que se encontra o complexo
28
capitalista atual estando relacionado principalmente com a Terceira Revolução Industrial10
,
sendo manifestada intensamente a partir da década de 70.
É preciso ressaltar que para Veraszto (2008), uma definição de tecnologia fica um
pouco complexa de ser definida, já que, ao longo do desenvolvimento das sociedades e da
evolução do homem o conceito é interpretado e utilizado de diversas formas, por diferentes
indivíduos e focadas em múltiplas teorias que por muitas vezes divergem entre si e
essencialmente em variados âmbitos sociais. Veraszto (2008, p. 03) alega que:
Em diferentes momentos a história da tecnologia vem registrada junto com a história
das técnicas, com a história do trabalho e da produção do ser humano. Assim, é
primordial a tentativa de apresentar um marco divisório para mostrar a tênue linha
que separa a técnica da tecnologia. (...) também deixar claro que a história das
técnicas e das tecnologias, não deve ser apenas entendida com uma descrição
sucessiva dos artefatos descobertos por artífices e engenheiros, mas também o
encadeamento das grandes circunstâncias sociais que ora favoreciam, ora
prejudicavam o esforço humano em desenvolver seus artefatos e modificar o mundo
ao seu redor, garantindo-lhes assim, melhores condições de vida.
Entretanto Costa (2014, p.27), afirma que o termo tecnologia “teve seu uso restrito a
partir da Revolução Industrial, significando apenas o aparato físico das máquinas”.
Atualmente, adota-se o termo tecnologia, compreendendo o sentido mais amplo do vocábulo,
no entanto ainda sofre impactos instrumentais. Sendo ressaltada na forma de produto e não
mais na forma de produção, sendo transformada no utilitarismo de instrumentos, perdendo
assim a questão subjetiva de sua dimensão (SENAC, 2001).
Sancho (1998, p.29) descreve que em meados do século XX, a tecnologia define-se
como sendo um corpo de conhecimentos que utiliza o método científico para criar e/ou
transformar bens e processos materiais. E no século XX, exatamente na década de 50, a
palavra tecnologia remetia a uma grande gama de meios, ideias e processos, além das mais
comuns como ferramentas e maquinário, surgindo, então, um novo conceito/paradigma onde
tecnologia significava os meios ou as atividades mediantes desses meios, as quais os
indivíduos tentam mudar ou manipular o seu ambiente. Ou seja, o termo tecnologia está
associado a transformações, ações e manipulações através do método científico que induzem a
consequências singulares e individuais para a ciência e para a sociedade. Sendo assim, a
interação do indivíduo com as tecnologias transforma o mundo e o próprio usuário de maneira
mais profunda.
10
Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnocientífica permitiu o desenvolvimento e aplicação das
tecnologias de ponta nas indústrias em todas as etapas produtivas, principalmente na produção de computadores,
softwares, microeletrônica, informática, robótica, destacando-se as telecomunicações, a internet, a biotecnologia
e demais inovações.
29
A tecnologia constitui não apenas uma esfera da realidade, mas uma ordem da
realidade, possuidora de sua própria racionalidade (...). As inovações técnicas se
encontram com a história portando suas próprias regras, às quais as demais escolhas
devem curvar-se (SANTOS, 1997, p.238).
Em Sancho (1998 p.34), percebe-se que a tecnologia constitui uma nova forma de
organização cultural, reestruturando socialmente de acordo com as escolhas tecnológicas, nos
tornando o que somos e reconfigurando o nosso futuro paradoxal. Semelhantemente, agrega
às tecnologias o progresso associando-se assim a valores culturais e históricos. Lévy (1999,
p.17), afirma que “poderíamos igualmente pensar que as tecnologias são produtos de uma
sociedade e de uma cultura”.
E quando se remete ao termo “cultura” falamos não apenas de tecnologias palpáveis,
visíveis e sim das tecnologias simbólicas, através da linguagem, dos sinais, da escrita, dos
desenhos, dos ícones e outros diversos sistemas de representações, que nos diferenciou dos
demais seres vivos por meio da capacidade evolutiva de criar e modificar a tecnologia. De
acordo com o SENAC (2001, p.56), “as realizações humanas constituem manifestações
culturais e são consideradas, portanto, produções tecnológicas”.
Contemporaneamente e culturalmente, as tecnologias como o rádio, o jornal, a -
televisão, o cinema e as atuais tecnologias digitais da SIC impuseram e ainda impõem
enormes transformações sociais e culturais, a ponto de serem catalisadoras de exclusão e
desigualdades sociais, estando inevitavelmente no centro de grandes discussões, sobre a
inclusão social, suas possibilidades, seus pontos negativos e positivos na sociedade e
principalmente na Educação. “As TICs são consideradas, atualmente, como um componente
essencial da educação no século XXI” (APARICI, 2012, p.270). Mas vale ressaltar que a
tecnologia e suas evoluções fazem parte de um processo histórico, político e econômico da
sociedade que vive em constante transformação.
Ao refletir sobre as tecnologias percebemos que o livro foi a mais importante
conquista tecnológica para a sociedade na Idade Média, onde livros enormes e pesados
permaneciam acorrentados e que apenas a minoria possuía acesso. Eram confeccionados em
papiro em um trabalho extremamente minudente e artesanal e através do advento da
impressão, os livros confeccionados em papel, tornaram-se acessíveis a todas as pessoas,
advindo da ascensão do Renascimento, a era da redescoberta e período de mudanças culturais,
sociais, econômicas, políticas e religiosas. Atualmente, a tecnologia mais importante que
revolucionou a estrutura global foi o computador e suas ferramentas que transformaram os
30
círculos econômicos, políticos e sociais de todas as sociedades em detrimento da informação e
comunicação e suas interconexões.
Se analisarmos sobre a inserção e distribuição dos escritos/livros/conhecimento na
sociedade, perceberemos que apenas aqueles que detinham riquezas ou sobrepujavam os seus
povos possuíam acesso – em alguns casos, os que detinham riqueza sobrepujavam a maioria
excludente -, o que categoriza o livro como uma tecnologia para o poder, de sobrepujação e
de conhecimento naquela época e adelante de libertação, de cultura, de saberes.
Contudo, o momento sociocultural que nos encontramos veridicamente é distinto de
outros momentos passados, pois cada fase de nossa construção sociocultural possui
características específicas (COSTA, 2014). Para tanto, as mudanças tecnológicas ocasionam
transformações em praticamente todas as esferas de nossa sociedade, principalmente no que
se qualifica no processo pedagógico que se insere na dinâmica tecnológica, sendo imensurável
a sua reflexão sobre as mudanças sociais, destacando assim a presença do professor frente às
novas tecnologias. Tomando parte de uma tríade importante na conjuntura social
contemporânea: Educação, Ciência e Tecnologia.
3.2 TICs, NTICs e NTDICs como compreender
Para melhor compreensão dessas siglas que fazem parte do contexto deste trabalho,
provém adentrar aos seus significados socioeducativos. As TICs11
são um conjunto de
recursos tecnológicos compostos entre si, que proporcionam, por intermédio de funções
tecnológicas, a simplificação da comunicação em diferentes setores inclusive de ensino e
aprendizagem, podendo ser ou não associadas em computadores ou em tecnologias
educacionais. Como exemplo podemos citar a lousa, o caderno, o lápis, a caneta, o diário de
classe, entre outros (COSTA, 2014).
No entanto, as NTICs12
tratam das tecnologias e métodos para comunicação oriundas
da Revolução Informacional13
, caracterizando-se por horizontalizar e agilizar tornando menos
palpável o conteúdo comunicacional, por instrumento da digitalização e da comunicação
através das redes de telecomunicações e distribuição da informação através da multimídia
(texto, imagem, som e vídeo), o que propiciou a emergência da sociedade da informação.
Exemplifica-se através do computador, da internet, o notebook, a internet, o e-mail, a internet.
11
Tecnologias da Informação e Comunicação 12
Novas Tecnologias da Informação e Comunicação 13
Alguns autores abordam essa nova nomenclatura para designar a Terceira Revolução Industrial.
31
Contudo, contamos com mais uma nomenclatura que aqui se faz importante
mencionar, pois norteia o objeto desta pesquisa, as NTDICs14
que compreendem o conjunto
de multimídias através do advento da Web 2.0 (será discutido adiante) que envolvem os
serviços de comunicação e interação envolvendo a internet, os wikis e as redes sociais digitais
mergulhadas na cibercultura e no ciberespaço (serão discutidos mais a frente).
3.3 Novas Tecnologias para a Educação
A tecnologia na educação oriunda desde a II Segunda Guerra Mundial a fim de
treinamentos militares e logo depois utilizada para meios acadêmicos nos Estados Unidos. A
partir da década de 50 então, desenvolveram pesquisas com a finalidade de procurar meios
eficientes para a facilitação do aprendizado, tornando-o mais eficaz, assim originou-se o
condutivismo (ou behaviorismo)15
bastante utilizado nas escolas militares. A partir do
desenvolvimento dos meios de comunicação de massa16
, em meados dos anos 60, houve uma
intensa discussão sobre a Educação e sobre os conceitos de comunicação, mas foi a partir dos
anos 70, que a informática induziria uma transformação na educação implementando e
ampliando olhares para possibilidades até então naquela época não pensadas (SENAC, 2001).
Costa (2014, p.28), afirma que:
Em meados de 1995, inaugurou-se uma nova revolução: a revolução digital, que
promoveu inúmeras vantagens, dentre elas, a inteligência em rede, onde os seres
humanos combinam criatividade, conhecimento e inteligência para produção de
riquezas e desenvolvimento social.
Definindo-se assim tecnologia educacional – TE , é uma maneira sistemática de
elaborar, utilizar e avaliar todo o processo de aprendizagem no que se refere aos objetivos
específicos, baseando-se na investigação da aprendizagem e da comunicação humana,
fazendo junção de recursos humanos e materiais para conseguir uma educação mais eficaz
(COSTA, 2014). Assim, como tecnologia educacional, podemos compreender a utilização de
14
Novas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação 15
Condutivismo ou behaviorismo constitui-se a concepção pedagógica a partir dos anos de 1930, onde o
aprendizado era pautado na memorização proveniente de repetições de ações práticas realizadas pelos
educandos. De acordo com esta concepção pedagógica, o educando é ensinado, na medida em que se engaja em
novas maneiras e comportamento em situações específicas. Com base nesse modelo, professor Burrhus Frederic
Skinner de Harvard, criou uma máquina de ensinar, onde o material ensinado era categorizado em módulos
sequenciais, onde cada módulo terminava com uma questão a ser interpretada e respondida pelo educando
(POZO, 1998). 16
Rádio, jornal, televisão e o cinema.
32
ferramentas da comunicação e informação como: computadores, televisão, rádio, vídeo,
áudio, DVD, impressos, quadrinhos, livro didático, globo, cartazes, folhetos, textos, mapas,
entre outros.
A utilização da TE, no caso deste trabalho das novas tecnologias (computadores e suas
ferramentas tecnodigitais midiáticas) está intrinsecamente ligada às práticas sociais e aos
objetivos educacionais, ou seja, proporcionar um ensino com qualidade através da tecnologia
em prol da coletividade, propiciando ao aluno cultura tecnológica contemporânea e o
desenvolvimento crítico e reflexivo ao uso das novas tecnologias digitais de informação e
comunicação (NTDICs).
As tecnologias podem transformar a relação entre o ensino e o aprendizado,
renovando-a. Seguindo o mesmo raciocínio e fundamentando essa ideia, Moran (2000a,
p.138) ressaltam importante a diversificação das formas de ministrar a aula, de realizar as
atividades e de avaliar. Além disso, afirma que:
Haverá uma integração maior das tecnologias e das metodologias de trabalhar com o
oral, a escrita e audiovisual. Não precisaremos abandonar as formas já conhecidas
pelas tecnologias telemáticas, só porque estão na moda. Integraremos as tecnologias
novas e as já conhecidas. As utilizaremos como mediação facilitadora do processo
de ensinar e aprender participativamente.(MORAN, 2000a, p.138).
De certo que a utilização da NTDICs não visa à substituição do professor, mas a
utilização por meio deste sujeito, das novas ferramentas e formas de interação, avaliação e
comunicação, aliando a sua metodologia aos recursos materiais e humanos.
As tecnologias educacionais vieram favorecer, contribuir e auxiliar o professor no
processo de ensino. Com essas novas ferramentas, o educador tem mais recursos
para a ministração de suas aulas, tornado-as mais interessantes, prazerosas e
interativas. Deve-se atentar para seu uso de forma que favoreça o aprendizado dos
alunos e uma aproximação maior entre as realidades cotidianas dos mesmos
(COSTA, 2014 p.30).
Contemporaneamente, desenvolveram-se dois tipos de concepçõesposicionamento
quanto à utilização das tecnologias na educação: a tecnofobia17
e a tecnofilia18
, o que insere
certa resistência por parte de diversos setores da educação: escolas, professores e até alguns
alunos. Certa resistência refere-se à utilização do computador, pois necessita que o professor
17
Aversão/medo da tecnologia moderna, podendo se manifestar como o receito de utilizar computador, celular
entre outros aparatos tecnológicos. (DEMO, 2009, p. 05) 18
Adesão crítica às tecnologias como elas sendo primordiais para a sobrevivência do indivíduo, sendo uma
atração tresloucada pela tecnologia. (op. cit, locus cit.)
33
reformule seus conteúdos, sua metodologia e procure adquirir novos conhecimentos,
tecnologia e formação continuada (COSTA, 2014).
Inúmeros autores trabalham com a concepção das NTDICs na educação, analisando as
suas potencialidades para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem, a formação docente e
suas capacitações e sua postura frente às novas tecnologias e suas metodologias. Não se pode
negar as inúmeras possibilidades que os aparatos tecnológicos vêm trazendo para a instituição
escolar e para o ensino e aprendizado do aluno, diante do avanço das técnicas, da ciência e da
sociedade. Contudo, também não se deve utilizar as novas tecnologias por modismo ou
influência sem antes adequar-se e pensar sobre os critérios para a utilização de determinada
tecnologia.
Qual é o intuito de utilizar as NDTICs no ensino e aprendizagem As NTDICs
favorecem, contribuem e auxiliam o professor no processo de ensino e aprendizagem, já que,
com essas novas ferramentas o professor possui mais recursos para ministrar suas aulas,
tornando-as mais agradáveis, interessantes e divertidas (COSTA, 2014, p.30). Além disso, o
acesso e os recursos das NTICs fornecem programas e matérias para dentro e fora da sala de
aula, deixando o ambiente físico ou virtual de aprendizagem mais rico e dinâmico (APARICI,
2012, p.271). Ainda em Aparici (2012), a utilização de conteúdos digitais de ótima qualidade
realça a aprendizagem através de imagens, hipertextos, simulações, vídeos, jogos, animações
entre outros, a fim de aprender conceitos e definições outrora um pouco complexas de
aprender apenas com a leitura.
Decerto que os impactos que as tecnologias educacionais vêm trazendo para a
educação são importantes e imprescindíveis para se chegar ao nível contextual contemporâneo
da educação moderna (LÉVY, 1999). A utilização delas perpassa a reflexão, ao desafio
perante toda a sociedade e a rede educacional.
Uma grande gama de informações é inserida e (pelo uso não formal da língua) por que
não dizer “vomitadas” na sociedade virtual aos olhos dos nossos alunos, e os mesmos as
utilizam sem mesmo verificar a verossimidade das informações ou mesmo compreendê-las de
maneira adequada. É nesse momento, que a transformação desse volume informacional – ou a
reciclagem – necessita de interferências e de outros elementos que facilitem a construção,
elaboração e reflexão do conhecimento adquirido (SENAC, 2001).
Para tanto, o desenvolvimento de conceitos e atitudes se configura num antigo debate,
que antes apenas voltado para o giz e o quadro, depara-se agora com uma realidade
modernizada envolvida por mídias digitais e aparatos eletrônicos que configuram a nova
realidade socioeducacional. A inserção das novas tecnologias deve ser implantada a partir de
34
um projeto no espaço escolar objetivando o máximo de rendimento escolar e economia no
tempo de aprendizagem e principalmente visando a extinção da monotonia em sala de aula
(COSTA, 2014).
Uma mudança qualitativa no processo pedagógico de ensino e aprendizagem acontece
quando integramos dentro de uma visão moderna e holística19
sobre todas as tecnologias: as
textuais, as audiovisuais, as orais, músicas, lúdicas, corporais e por último e não menos
importante as tecnodigitais. A mediação pedagógica e sua práxis é imprescindível para a
utilização das tecnologias na educação, desde as tradicionais (livro, lousa, giz etc.) como
também as NTDICs (internet,computadores, aparelhos de áudio e vídeo, ferramentas digitais
etc.) (MORAN, 2007).
Costa (2014, p. 39) afirma “A escola, e principalmente os professores, precisam
encarar as novas tecnologias de forma natural, buscando oportunidade de aperfeiçoar-se para
a operação dessas novidades tecnológicas”. Mesmo que a escola não ofereça ou possua aporte
para a inserção das NTDICs, o professor tem o dever, como mediador e agente de
transformação e formador de opinião, de conceder a seus alunos conhecimentos e interações
com essas tecnologias (COSTA, 2014). Valente (2002) relata a necessidade da formação dos
professores se posicionarem em relação da NTDICs no contexto educacional. Para tanto, ele
ainda afirma que cada tecnologia possui possibilidades, limitações, linguagens e
características que devem ser pensadas e discutidas antes de serem utilizadas como recursos
de aprendizagem.
Para Haetinger (2005 apud Costa. 2014) o professor continuar não interagindo as aulas
com as experiências de vida dos alunos, corre o grande risco de ficar obsoleto em sala de aula,
falando sozinho. Parafraseando, através das reflexões sobre as novas tecnologias é
significativo conceber três tipos de compreensões atreladas a sua utilização como visto no
Infográfico 01, abaixo: a compreensão tecnológica, pedagógica e disciplinar.
19
Grifos do autor.
35
Fonte: Elaborado pelo autor
A primeira, Compreensão Tecnológica, já trabalhada neste capítulo no subcapítulo
anterior sobre a sua definição, nos remota ao “conhecer para utilizar”, ou seja, é o emprego de
recursos tecnológicos como ferramenta para o ensino. Para isso, conhecer as tecnologias é
imprescindível para que possa utilizar de maneira adequada objetivando o uso completo de
suas possibilidades para o ensino e aprendizagem e tão importante quanto à identificação das
limitações e possibilidades para o uso delas. A segunda, que aqui denomino Compreensão
Pedagógica, vislumbra a inserção dos métodos e das técnicas que o professor utiliza para
mediar o conhecimento através das tecnologias; para isso observar e identificar singularidades
é imprescindível para escolher a melhor NTICs para determinado conteúdo ou determinada
Figura 01 – Compreensão da Tecnologia Educacional
36
turma, sua linguagem, seu manuseio prático, seus objetivos e até um “Plano B” caso
porventura a metodologia escolhida não seja apta para aquele momento.
E a Compreensão Disciplinar, que se aprofunda na concepção organizacional do
professor junto a estas novas ferramentas para o ensino, ou seja, organização e domínio do
conteúdo, se o conteúdo encaixa com aquela determinada ferramenta tecnológica, se a
linguagem adentra ao tempo de utilização, se o conteúdo é pertinente a ser mediado de
determinada maneira, a elaboração, o planejamento e a execução. A proposta então é a de
formar alunos que desenvolvam suas potencialidades a partir da utilização de um espaço de
aprendizagem que ultrapasse as paredes e os muros das escolas, alcançando sua casa, seu
smartphone, sua família e principalmente a rede mundial de computadores e todas suas
ferramentas (FREITAS e LEITE, 2011).
A Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT) 20
atua fortemente no que
se relaciona com as tecnologias para o ensino, pois possui como objetivo principal a expansão
do uso das TE nos processos de ensino e aprendizagem de todo o Brasil. De acordo com o
próprio órgão, ainda existe muita resistência por parte dos professores e gestores que possuem
aversão às tecnologias temendo serem substituídos, contudo resta-lhes saber que a tecnologia
é um apoio e não uma substituição do mediador.
Nesse viés, Costa (2014, p.40) expõe que:
A escola mudou, não se concebe mais aquele ensino metódico e puramente
mensurável, onde o professor detinha todo o conhecimento. A sociedade, seus
padrões e ritmos mudaram, vive-se no século XXI, na Pós-Modernidade, onde as
máquinas são responsáveis por grande parte do desenvolvimento mundial.
Necessita-se, então, que os educadores analisem como as NTICs podem ajudar a
favorecer a aprendizagem das crianças.
Decerto que, a tecnologia adicionada a sala de aula, como o computador, devido a sua
quantidade infinita de possibilidades junto às suas ferramentas digitais, permite uma nova
forma de aprender, de aprender a aprender, de ler, compreender gráficos e mapas, desenvolver
a espacialidade, contar e interpretar diversas realidades que antes eram limitada por vezes à
sua rua, seu bairro e sua cidade. Corrêa (2004, p.3) discorre “A tecnologia empregada
funciona como uma força impulsionadora da criatividade humana, da imaginação, devido à
20
A ABT - Associação Brasileira de Tecnologia Educacional é uma entidade não-governamental, de caráter
técnico-científico, filantrópico, sem fins lucrativos e de utilidade pública municipal. Seu objetivo é:
"impulsionar, no país, os esforços comuns e a aproximação mútua para o desenvolvimento qualitativo e
quantitativo da Tecnologia Educacional, em favor da promoção humana e da coletividade". Disponível em:<
http://www.abt-br.org.br/> Acessado em: 22 de out. de 2015.
37
visibilidade de material que circula na rede, permitindo que a comunicação se intensifique
(...)”; ou seja, permitem que as relações sociais ocorram e pessoas se comuniquem.
As transformações constantes das NTDICs, são obstáculos que por vezes fornecem
uma certa insegurança na formação dos professores, o que nos permite refletir até que ponto
as novas tecnologias podem auxiliar o ensino de Geografia, sem sermos fascinados pelas suas
facilidades, sem nos preocuparmos com as perspectivas pedagógicas.
Esse fascínio provoca e excita o educando a querer sempre mais, pois estamos tratando
com uma realidade vivenciada por ele, utilizar o computador, a internet ou as redes sociais
digitais para o ensino, insere o educando a uma prática por ele não antes vivenciada em
ambiente escolar ou para o ensino, a curiosidade é aguçada o que abre portas para as
possibilidades e acessibilidade para a mediação do conhecimento.
Lévy (1999) e Moran (2000) pautam que o uso das NTDICs elabora um novo modelo
escolar, pautado nos computadores e na internet, pois norteiam o fluxo informacional e de
conhecimento através da rapidez e da circulação diversificada dos saberes, diferentes do que
ocorre na escola tradicional.
3.4 Internet, a evolução para a Web 2.0
Antes, não tínhamos conhecimento sobre o nosso lugar no mundo, atualmente estamos
todos ligados, conectados online. O hábito de se manter cadernos com anotações, livros,
cartas entre outros escritos para guardar ou registrar conhecimento, lembrança ou saberes está
se perdendo com o tempo, sendo substituídos pela utilização de ferramentas digitais oriundas
da internet. A internet provocou transformações profundas e complexas em toda sociedade,
disponibilizando o acesso rápido e atualizado de informações e promovendo a comunicação
através de diversas ferramentas digitais.
Mas o que é internet21 De acordo com Costa (2014), trata-se de uma rede de
computadores interconectados compartilhando informações entre si sobre músicas, leituras,
jogos, ciências entre outros, por fim, uma fonte de informações e serviços. E sua aplicação em
diversos setores faz com que a escola promova o aprendizado diversificado através desta
ferramenta, procurando integrar as tecnologias e alterando os procedimentos de
aprendizagem. É na internet que surge uma nova concepção de espaço e tempo, o espaço
21
Nome reduzido de Internetwork System (Sistema de interconexão de rede e comunicação)
38
virtual – ciberespaço – um espaço que existe no mundo da comunicação, ou seja, não é
necessária a presença física, material para a constituição da comunicação.
Aparici (2012, p. 147) afirma que o desenvolvimento do ciberespaço é uma revolução
muito mais profunda do que o surgimento da imprensa escrita ou mesmo da explosão da
mídia, sendo assim, a nova ordem econômica, social e cultural globalizada não seria possível
sem a revolução das tecnologias digitais e sua linguagem hipermidiática.
Para tanto, a internet ao longo dos anos vem se expandindo nos meios sociais, sendo
considerada a mídia mais difundida e utilizada na sociedade, mais até do que a própria
televisão – marco na mudança de ver e ouvir as informações. Esta tecnologia está provocando
uma metamorfose no paradigma na divulgação e produção do conhecimento: não sendo mais
um monopólio das instituições tradicionais. Por que isso Porque a internet é uma mídia
pautada na descentralização, fazendo frente à hegemonia política e econômica, principalmente
após o surgimento da Web 2.022
. Lévy (1999, p. 147), afirma que:
A página Web é um elemento importante, uma parte do corpus intangível composto
pelo conjunto dos documentos da World Wide Web. Mas pelos links que lança em
direção ao restante da rede, pelos cruzamentos ou bifurcações que propõe, constitui
também uma seleção organizadora, um agente estruturador [...] a Web articula uma
multiplicidade aberta de pontos de vista, mas essa articulação é feita
transversalmente, em rizoma [...].
Na Web 1.0, precursora da Web 2.0, o usuário era um internauta passivo e de mãos
atadas a todo um mundo de informação, não possuía acesso às informações, poderia “seguir”
suas páginas favoritas, contudo sua interatividades limitava-se a isso, não detinha a inserção
de opiniões, comentários e não acrescia informações à rede. Com a evolução tecnológica, a
propagação de softtwares promoveu o acesso a novos usuários e principalmente a publicação
de informações. Atualmente, qualquer usuário pode produzir informação e disseminar pela
rede mundial de computadores através de publicações em blogs, sites, participar em redes
sociais digitais como Facebook e Twitter, publicar vídeos no YouTube, criar Podcasts,
colaborar com o crescimento do Wikipédia.
Conforme Primo (2006), podemos conjeturar que nos primórdios da difusão da
internet os sites eram construídos e trabalhados de forma isolada, enfatizando apenas a
22
World Wide Web ou WWW é uma função da internet que junta, em um único e imenso hipertexto ou
hiperdocumento (compreendendo imagens e sons), todos os documentos e hipertextos que a alimentam (LÉVY,
1999, p.27).
39
publicação de informações, baseado no modelo transmissionista23
. Nos estudos de Aparici
(2012), ele afirma que a Web 2.0 permitiu que na internet, haja a possibilidade de contribuir
colaborativamente para a construção de um conhecimento coletivo, a partir da comunicação
individual e coletiva podendo acontecer no ciberespaço e nos espaços reais. A relação
comunicativa então se apropria da infinidade de conexões entre todos os internautas24
.
As pessoas expõem suas teorias, ideias, oferecem serviços, conversam, conhecem
novos lugares, adquirem novos conhecimentos, compartilham fotos, imagens, textos, músicas,
vídeos, criam laços afetivos, conhecem pessoas, descontroem e constroem paradigmas,
investem capital, tempo entre outras nuances comportamentais. Não há como negar que a
internet atualmente é o principal entretenimento de crianças e jovens exercendo um papel de
destaque nas relações sociais (APARICI, 2012). Pois, muitas dessas crianças e jovens
preferem estar navegando na internet, a ir à escola, sair com os amigos, estar com a família,
entre outras atividades.
Aparici (2012) defende que a Web 2.0 insere-se no contexto do exibicionismo e da
comunicação, a partir da utilização das redes sociais digitais como ponto principal de sua
fundamentação informacional. Falar de si mesmos, tornar pública suas vidas particulares,
transformando o ciberespaço num vislumbre estético e ético através de uma teatralização da
vida pessoal. A Web 2.0 caracteriza e valoriza o viés social e interativo da internet, na qual os
usuários participam ativamente através da produção, divulgação e acesso à informação e
subsequentemente no processamento e gerenciamento de novos lugares e espaços
(PATRICIO; GONÇALVES, 2010).
Decerto, vale nos questionarmos: A internet pode ser considerada a maior, mais
completa e complexa ferramenta de aprendizado Certamente. Esta resposta se dá a partir do
momento que a própria sociedade aprendeu a aprender utilizando a internet, já que, através
dela, o indivíduo possui acesso aos mais avançados recursos de pesquisas do mundo. De
acordo com Moran (1997, p.9):
A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a
ritmos diferentes. A intuição, porque as informações vão sendo descobertas por
acerto e erro, por conexões “escondidas”. As conexões não são lineares, vão
“linkando-se” por hipertextos, textos interconectados, mas ocultos, com inúmeras
possibilidades diferentes de navegação. Desenvolve a flexibilidade, porque a maior
parte das sequências são imprevisíveis, abertas. A mesma pessoa costuma ter
dificuldades em refazer a mesma navegação duas vezes. Ajuda na adaptação a
23
Baseado apenas da interação como uma simples transmissão de mensagens, colocando a comunicação como
um fenômeno linear através de uma mensagem construída através de um código por um emissor até chegar ao
receptor. 24
Usuários da internet.
40
ritmos diferentes: a Internet permite a pesquisa individual, em que cada aluno vai no
seu próprio ritmo e a pesquisa em grupo, em que se desenvolve a aprendizagem
colaborativa.
A escola, um ambiente para as relações sociais e o aprendizado, não deve ficar alheio
a essas transformações sociais oriundas do avanço tecnológico nem mesmo ignorar as
influências que a internet traz a sociedade moderna. Pelo contrário, a escola pode utilizar a
internet como mais uma ferramenta (recurso) para facilitar e dinamizar a práxis pedagógica
incitando o aluno a aprender.
Sendo um recurso que facilita a motivação dos educandos devido as suas fontes
inesgotáveis de informação, à sua dinâmica e suas possibilidades, o professor ao motivar o
aluno a utilizar a internet deve proporcionar uma abertura para a confiança e o diálogo. Mais
que a tecnologia, o que facilita o processo de aprendizagem é a capacidade de comunicação
entre o professor e o aluno baseando-se no equilíbrio, competência e simpatia, fazendo com
que o aluno desenvolva a aprendizagem colaborativa, compartilhamento de saberes e o
trabalho em grupo. (MORAN, 1998)
É importante destacar que utilizar a internet necessita de bom senso, malícia, intuição
e um pouco de apreciação estética. Saber selecionar as páginas mais importantes para seu uso
necessita do bom senso. A intuição é para a pesquisa e suas categorias. Malícia para
compreender a intencionalidade da página encontrada. E apreciação estética para reconhecer
as páginas melhor elaboradas e contextualizadas.
Em “A Estrada do Futuro”, de Bill Gates (1995), o mesmo enfatiza a importância das
redes no processo educacional, já que tanto professores como alunos, ao utilizarem a internet,
aumentam e contribuem as oportunidades educacionais, inclusive para aqueles estudantes que
não puderam ingressar nas maiores universidades ou escolas. Contudo, Gates ressalta que os
benefícios da utilização das redes só serão alcançados quando a escola encarar a utilização
dos computadores e a utilização da internet e suas ferramentas no ensino e aprendizado.
A utilização da internet atrai os alunos, promovendo a curiosidade principalmente
àquele que gostam de estar sempre conectados, pois estão “por dentro” do que anda
acontecendo – alheio às suas limitações de interesse e de compreensão. Inúmeros são os
alunos que possuem uma página pessoal e a atualizam cotidianamente nas diversas redes
sociais digitais. Lembremos que a utilização da internet na educação não deve se restringir
aos muros da escola e muito menos às limitações infraestruturais e tecnológicas da instituição
escolar, a aprendizagem fora da escola, através da educação informal é uma maneira
contemporânea de atrair os alunos para um aprendizado dinâmico e colaborativo através do
41
contato entre professores e alunos e respeitando a temporalidade de cada um (MORAN,
1997). Para tanto, é um mundo complexo com inúmeras informações e por vezes o professor
tem que estar atento a participar junto dos alunos no aprendizado online, observando,
analisando, sempre auxiliando o aluno a não se perder na virtualização global das informações
sem ao menos analisá-las ou compará-las. O professor então porta-se como professor,
educador e mediador nessa nova concepção de aprendizagem.
3.5 Limitações e possibilidades de uso da internet para fim didático
As tecnologias educacionais mediadas pelo computador vêm se tornando cada vez
mais utilizadas no ensino. A utilização da internet, facilita o acesso do aluno a inúmeras
ferramentas digitais e informações de diversas fontes a qualquer momento de qualquer lugar
de forma inesgotável. Por certo, a aprendizagem se faz em tempo integral, mesmo quando o
aluno não está na instituição escolar. É possível então rever os conteúdos dados, buscar novas
fontes, ver vídeos e imagens sobre ou mesmo assistir um documentário, podendo parar e
continuar de acordo com seu bel-prazer. Assim, autores como Costa (2014), Aparici (2012),
Freire (2008), Recuero (2009) e Moran (2000), entre outros delineiam algumas vantagens e
limitações no uso da internet como ferramenta pra o ensino didático. (ver Figuras 02 e 03)
42
Fonte: Elaborado pelo autor.
Indubitavelmente, a internet permite o acesso a conteúdos diversos por inúmeras
fontes, hospedados em sites, blogs, entre outros. Além disso, é possível encontrar incontáveis
páginas educacionais que auxiliam no ensino através de pesquisas, documentários e
hipertextos como suporte para o ensino, sendo uma ferramenta hipermidiática importantíssima
na educação contemporânea (APARICI, 2012). A escrita e a comunicação ficam evidenciadas
a partir do momento que o aluno se predispõe a interagir nas redes unindo as imagens, a
linguagem digital, o raciocínio e suas ideologias que até pouco tempo atrás era um pouco
mais difícil de ser realizada (MORAN, 2000).
A comunicação nas redes através de chats, redes sociais digitais, blogs, fóruns etc.,
promove a interação social, a participação, a colaboração e principalmente a escrita e a
elaboração de textos, linguagens e signos. Junto a isso, a internet possibilita o aprendizado
Figura 02 - Potencialidades da utilização da internet na educação
43
colaborativo, além do individual do aluno devido a troca de experiências, saberes ou mesmo
de conteúdo (COSTA, 2014), afinal, são poucos os alunos que atualmente não se encontram
conectados em redes sociais digitais, não conversam em chats, participam de fóruns de
discussão ou mesmo possuem ou seguem um blog ou site de interesse (RECUERO, 2009)
Tais vantagens sobressaem-se para obsolescência da escola tradicional, galgada nas
metodologias retrógradas de transmissão de conhecimento, memorização e no repetitivo ler,
escrever e contar. A instituição escolar contemporânea necessita ser inclusiva,
problematizadora incentivando o desafio, a reflexão, a criticidade e a participação, permitindo
aos alunos a colaboratividade. Para tanto, a internet possibilita o ensino de estudantes com
necessidades especiais, tanto para o lazer quanto para a educação e até mesmo para os saberes
do professor em como promover o aprendizado consciente e coerente com a realidade do
aluno. Rondelli (2003) compreende a inclusão digital como a alfabetização digital, ou seja, a
aprendizagem imprescindível do indivíduo para que ele possa interagir no mundo globalizado
das mídias, seja como consumidor ou como produtor e transformador de informação e
conhecimento.
Costa (2014) defende que a internet é uma ferramenta poderosa de buscas de
informações para os alunos e professores, pois facilita o acesso às informações. Além disso,
afirma que a internet tornou-se a principal ferramenta para a interação no que se refere às
relações sociais através de suas potencialidades. Cada vez mais, é frequente ganharem
destaques textos, argumentos, imagens ou cenas difundidas por pequenos grupos ou
indivíduos que permaneciam em silêncio ou isolados ganhando voz ativa sobre suas
ideologias e opiniões (FREIRE e LEITE, 2008), isso incentiva a produção textual, a leitura, a
escrita, a criatividade, a argumentação e principalmente a comunicação através da
interatividade permitindo assim um aspecto de cidadania digital (APARICI, 2012).
Os usuários (internautas) navegam, divagam, debatem, compartilham e socializam
com tanta assiduidade e de forma perceptível que as redes tornaram-se reconhecidas como
espaço público contemporâneo. Aparici (2012) em seu livro Conectados no ciberespaço
pauta-se nos autores Jean Camp25
e Y. T. Chien26
da Universidade de Harvard para
fundamentar no que se refere ao espaço público virtual:
25
Professor na Universidade de Indiana em Informática e Computação, altamente conhecido pelos seus trabalhos
em segurança computacional e pelas ciências sociais, atuando fortemente no que se refere a internet e suas
políticas. 26
Doutor em Engenharia Elétrica e membro da Associação Americana de Inteligência Artificial (AAAI).
44
O papel da internet como espaço público para cada cidadão (contra um espaço
somente para profissionais, por exemplo) está sendo moldado por duas
características aparentemente contraditórias: a internet é, ao mesmo tempo,
onipresente e pessoal. O ciberespaço, diferente dos meios de caráter tradicional
(radiofusão, telefonias, indústria editorial, distribuição) e os tradicionais espaços
públicos do mundo físico (...) permitem que a cidadania encontre novas formas de
interagir econômica, política e socialmente (CAMP & CHIEN, 2000 apud
APARICI, 2012).
O empoderamento, ou como aqui nos arriscamos a dizer, a apropriação desses círculos
sociais, que flexionam perante a utilização da internet, explicita a necessidade do trabalho
educativo aliado às NTICs e suas ferramentas digitais através da pedagogia escolar.
Para Freire (2008, p.73):
Assim a prática pedagógica deve fazer uso de atividades pedagógicas nas quais os
alunos construam conhecimento, lendo e escrevendo textos variados, debatendo,
analisando, criticando, assistindo, contando, conversando, jogando, questionando,
dramatizando, cantando, copiando, sintetizando e etc. por meio da fala, da escrita e
da imagem.
Apesar das inúmeras vantagens, o acesso à internet também possui algumas
particularidades negativas (leem-se aqui limitações). O professor deve estar preparado não
somente a utilizar o que a internet traz de positivo, mas também saber lidar com as
negatividades, impedimentos e limitações impostas por ela (ver Figura 03). Algumas das
desvantagens estão relacionadas com as inquietudes em relação à confiança dos sites e
conteúdos acessados e principalmente pelo perigo de desorientação e dispersão dos alunos
devido às inúmeras quantidades de informação que estão inseridas no ciberespaço. Ou seja, a
confiabilidade e a qualidade de algumas informações de determinados sites enquanto fontes
de busca são bastante imprecisas e necessitam de avaliação. Deste modo cabe ao professor
orientar os alunos no sentido de filtrar os dados colhidos e verificar o que se está produzindo,
baseando-se na fonte e em sua credibilidade.
45
Fonte: Elaborado pelo autor.
A rede palco de interações sociais, espaço de socialização possibilita a estruturação de
uma linguagem virtualizada ou o internetês – considerando que toda linguagem é dinâmica e
não estática – que é acrescida constantemente de novas gírias, novos vícios de linguagens,
novas contrações e abreviações, dinamizando e variando o vocabulário dos jovens internautas.
Se pensarmos que apenas a norma culta da Língua Portuguesa é a única aceitável, se tratará de
um grande equívoco, já que a internet possui diversas particularidades e relevâncias,
possuindo uma linguagem distinta da comumente utilizada. Nos chats, nas SMS – Safety
Management System – ou em redes sociais digitais, é bastante comum o uso do internetês
pelos jovens (COSTA, 2014), ao qual se justifica devido ao encurtamento de palavras,
utilização de menos caracteres e economia de tempo. No entanto, a utilização descontrolada
Figura 03 - Limitações da utilização do uso da internet na educação
46
do “internetês27
” prejudica o desenvolvimento da criança, a partir do momento que as crianças
não aprendem a língua portuguesa corretamente, utilizando por vezes gírias, abreviações
escritas em situações e ambientes não específicos para essa linguagem. Costa (2014 p. 35)
afirma que:
“O internetês não pode ser inimigo dos professores, precisamos, como educadores,
conscientizar e educar nossos educandos para essa realidade, enfatizando que a
utilização desse tipo de linguagem é adequada para um ambiente específico, ou seja,
a internet. Não podemos recriminar nossos alunos, se a maioria de nós mesmo
utiliza cotidianamente esse Internetês nos bate-papos com os amigos e familiares.”
Os problemas ou limitações oriundos do uso da internet não deve se tornar um
desestímulo para o professor e os profissionais da educação, já que, observa-se que as
potencialidades justificam e promovem o empenho de todos (professores, alunos, escola...) na
superação dos obstáculos para o uso da ferramenta como apoio positivo para o processo de
ensino e aprendizagem crítica, reflexiva e colaborativa. Há necessidade de um comportamento
crítico diante da tecnologia na educação, ou seja, devemos buscar vertentes que conduzam o
professor a práxis pedagógica com qualidade em meio ás mudanças aceleradas e estruturais
do conhecimento, das práticas e dos saberes, principalmente no que se diz respeito ao
ciberespaço (FREIRE, 2008).
Este trabalho identifica-se com teorias da aprendizagem que percebem e consideram
importantes as dificuldades que o ensino sofre e principalmente na procura da motivação e no
despertar do aluno para o interesse em aprender. Além de todos os desafios e as problemáticas
que os professores podem criar, os ambientes de aprendizagem, o da aprendizagem não linear
possibilita a investigação para os conhecimentos (práticos e teóricos) indispensáveis para a
Geografia.
O professor enquanto mediador do conhecimento deve ficar atento às armadilhas que a
internet pode aplicar aos seus alunos para a dispersão e a livre navegação, limitando assim a
concentração e a interpretação exigida pela sua metodologia (Freitas e Leite, 2011). Outra
questão bastante relevante é a facilidade de obter informações formatadamente prontas e
utilizadas pelos alunos como reprodução de conhecimento, que por vezes, não se atêm a ler.
Poucos são os professores que debatem sobre este fato, em vez disso, ameaçam ou
esbravejam. Cremos que o mais correto seria um debate sem preconceito sobre este
27
Neologismo que designa a linguagem utilizada no ambiente digital em que as palavras são abreviadas à
expressões de no máximo cinco letras, não havendo pontuação, acentuação, nem fundamentam-se na etmologia
ou fonética das palavras e muito menos as regras gramáticas, como por exemplo: Abraço = abc; Falou = Flw;
Não= N; entre outros.
47
comportamento que caso deixado de lado, o aluno internacionaliza e leva para outros âmbitos
sociais.
Existe uma dialética sobre inclusãoexclusão que gesta as subjetividades sensíveis
entre o sentir-se incluso e o sentir-se discriminado. Refletir sobre a educação na sociedade da
informação permeiam aspectos pertinentes sobre as novas tecnologias de informação e
comunicação e principalmente pelo papel que exercem na sociedade para a ubiquidade social.
A exclusão digital faz parte de uns projetos e debates da ONU (Organização das Nações
Unidas) e em pormenores, quando se fala em exclusão digital se fala em pobreza e em
marginalidade. O Brasil possui projetos para inclusão digital que devem ser fomentados pelas
escolas e principalmente pelos professores através de seu incentivo e de suas práxis. Contudo,
os alunos ainda possuem acesso externo à escola, em lan house, telecentros e infocentros que
são de acesso gratuito a população.
3.6 Hipertexto como recurso para a educação
Um livro ou um romance em geral não é um hipertexto. Por que Porque novelas e
romances são criados pelos autores na contextualização de que eles leiam do primeiro ao
último capítulo de forma sequencial. Hipertexto nada mais é do que, palavras, frases, ou
trechos que quando selecionadas transportam o sujeito à outra página (site) ou mesmo para
outra parte do texto anteriormente selecionado, sendo um texto não-linear. A linguagem
HTML (Hyper-Text Markup Language) é a linguagem de construção das inúmeras páginas
web que a internet possui.
Não existe uma linearidade no hipertexto, ou seja, ele não é sequencial, não possui
uma ordem a ser seguida muito menos uma ordem de leitura. O autor do hipertexto possibilita
no hipertexto, inúmeras alternativas de leituras complementares que transportam o leitor para
outras concepções de leitura ou outras mídias, como vídeos e imagens. Para Dias (1999, p.
269):
(...) o hipertexto resgata e modifica antigas interfaces da escrita, como a
segmentação em módulos (capítulos e seções), o acesso seletivo e não-linear ao
texto ´(índices e sumários), as conexões a outros documentos (notas de rodapé e
referências bibliográficas), implementadas com novas tecnologias”.
De acordo com Lévy (1993) o hipertexto está pautado em seis concepções abstratas:
princípio da metamorfose (eterna construção e reconstrução); princípios da heterogeneidade
48
(as redes e os nós são heterogêneos); da multiplicidade (o hipertexto se fragmenta em um
infinito de redes que se interligam); exterioridade (a rede não possui uma organicidade, seu
crescimento depende de um exterior); da topologia (a rede não está no espaço, ela em si é o
próprio espaço); e da mobilidade dos centros (possui ramificações que possuem centros
móveis de acordo com a intencionalidade, esboçando um mapa com interconexões). Essas
concepções operacionalizam-se dando margens práticas ao conteúdo hipermidiático que
conhecemos.
Contemporaneamente o hipertexto permite a possibilidade de utilizar não apenas
textos em suas concepções estruturais e sim também imagens, vídeos, infográficos, sons entre
outros, o que denota a atribuição por alguns autores como hipermídia devido a sua
abrangência através das mídias. O hipertexto faz parte fundamental do que compreendemos
como NTICs e NTDICs, devido ao seu uso primordial através de um computador, smartphone
entre outros aparatos tecnológicos. Isso o fundamenta como uma importante ferramenta
educacional, devido as suas incontáveis potencialidades para a utilização no ensino, pois
garante acesso a uma gama infinita de informações.
A utilização do hipertexto possibilita uma navegação dinâmica e atrativa, pois
agregam imagens, sons, animações, vídeos criando documentos de acesso livre e que
permeiam um aprendizado facilitado do conteúdo. Sem esquecer que as inúmeras informações
contidas nos hipertextos são baseadas nos links que preenchem com conhecimento e saberes.
Contudo, a utilização de hipertextos deve ser bem fundamentada pelos professores,
vigorando como recurso didático para o ensino e aprendizado e observando as
particularidades dos alunos frente a essa ferramenta.
3.7 Ciberespaço e cibercultura
A contemporaneidade envolta pelas transformações tecnodigitais, involuntariamente
adere a terminologias como ciberespaço e cibercultura entre outras que definem a hodierna
reestruturação da informação, ainda não decretada, prescrita ou acabada e que se depara em
ininterrupta mutação. A sociedade complexifica-se cada vez mais, pois, os indivíduos
encontram-se imersos em um mundo virtualizado e interconectados da informação, onde o
conhecimento é disponibilizado em um fluxo contínuo através das redes (APARICI, 2012).
Como já dito em tópicos anteriores, o ciberespaço é um espaço oriundo da utilização
das tecnologias da informação e comunicação, um espaço não real, integrador e que não
possui limites do espaço físico, sendo atemporal. William Gibson utilizou este termo pela
49
primeira vez em seu livro Neuromancer28
, para afirmar que num futuro não tão distante, a
sociedade estaria repleta de aparatos tecnológicos e que a informação e comunicação seriam
uma mercadoria necessária para a transformação da sociedade. Contudo, foi através de Perry
Barlow29
(1996), na reunião da Organização Mundial do Comércio - OMC que a expressão
foi consentânea como uma esfera de inter-relações entre os sujeitos através do texto “A
Declaração de Independência do Ciberespaço”, texto este substancial para a interpelação de
outros temas em escala global (APARICI, 2012).
Alguns trechos podem ser aqui mencionados como reflexões oriundas de 8 de
Fevereiro de 1996, por Barlow em Davos, Switzerland. Assim, a Declaração da
Independência do Ciberespaço30
, diz:
Governos do Mundo Industrial, vós, cansados gigantes de carne e aço, venho do
Ciberespaço, o novo lar da mente. Em nome do futuro, peço-vos no passado que
nos deixeis em paz. [...] Não exerceis nenhuma soberania sobre o lugar onde nos
reunimos. Não elegemos nenhum governo, nem pretendemos tê-lo [...] Declaro o
espaço social global, que estamos construindo, independente por natureza das
tiranias que estais procurando nos impor. Não tende nenhum direito moral de nos
governar, nem possuís métodos para nos fazer cumprir vossa lei que devamos temer
verdadeiramente. [...] O Ciberespaço não se encontra dentro de vossas
fronteiras. [...] É um ato natural que cresce com ações coletivas. [...] Estamos
criando um mundo em que todos podem entrar, sem privilégios ou preconceitos
de raça, poder econômico, força militar ou lugar de nascimento. Estamos
criando um mundo em que qualquer um, em qualquer lugar, pode expressar
suas crenças, sem importar que sejam singulares, sem medo a ser coagido ao
silêncio ou ao conformismo. [...] Aqui não há matéria. [...] Em nosso mundo,
qualquer coisa que a mente possa criar pode ser reproduzido e distribuído
infinitamente, sem nenhum custo. [...] Devemos declarar nossos “eus” virtuais
imunes à vossa soberania, embora continuemos consentindo vosso poder sobre
nossos corpos. Nós nos espalharemos por todo o planeta para que ninguém
possa encarcerar nossos pensamentos. Criaremos a civilização da Mente no
espaço cibernético (BARLOW, 1996) (grifos meus).
Esta declaração desvela que o ciberespaço necessita ser compreendido como um
espaço habitado por bilhões de pessoas, o território e o universo de todos os internautas com
acesso a sua virtualidade, convivendo individualmente ou não prescritos pelas suas próprias
normatizações e informações.
Assim, Castells (1999) afirma que a informação é a zênite da nossa ordenação social
contemporânea e a transição dessas informações são os enlaces sócio-virtuais em qual a
sociedade se estrutura. Não existe um indivíduo que saiba “tudo sobre tudo”; o conhecimento
28
Neuromancer é um livro de ficção científica lançado em 1984 que introduzia novos conceitos para a sua época
como inteligências artificiais avançadas, e um cyberespaço quase que físico. 29
Co-fundador da Eletronic Frontier Foundation Fundação da Fronteira Eletrônica) 30
Declaração da Independência do Ciberespaço. Disponível em:< https://projects.eff.org/~barlow/Declaration-
Final.html>. Acessado em: 22 de dez. de 2015.
50
então se delineia por meio de agentes tecno-informacionais concernentes ao ciberespaço. Em
Freire (2008, p.81), o ciberespaço “é o ambiente e circulação de discussões pluralistas,
reforçando competências diferenciadas e aproveitando o caldo do conhecimento que é gerado
dos laços comunitários, podendo potencializar a troca de competências”. Portanto,
salientamos que o ciberespaço é um espaço de socialização e de discussão com inúmeras
possibilidades de interação através das informações que o envolvem, ou seja, ocorre uma
comunicação global na imaterialidade espacial, no virtual.
Para tantos, o virtual está ligado diretamente a algo impalpável, inexistente, que foge
as regras físicas, contudo o “virtual” dimensiona-se às características mais complexas dos
fluxos informacionais e do conhecimento. Sendo assim, Lévy (1996), em seu livro “O que é
virtual”, defende que o virtual não está em oposição com a realidade fractal e sim que existe
uma dependência vice-versa entre a realidade e o virtual. Além disso, Lévy caracteriza o
virtual sendo um espaço de produção e apropriação de saberes alimentado pelo conhecimento
segundo após segundo. No entanto, o virtual (o ciberespaço) justapõe a realidade, devido ao
seu dinamismo, fluidez e rapidez do conhecimento, a procura por informação a qualquer
momento de qualquer lugar através da estrutura física da escola, das folhas dos livros e das
estantes da biblioteca.
Além disso, uma série de fatores como a digitalização informacional, a evolução da
internet, as intervenções e inovações tecnovirtuais, as redes de computadores e suas conexões
permitem o acesso mais flexível ao ciberespaço e ao desenvolvimento da cibercultura.
Aprofundando nos estudos de Bergmann (2007, p.5), concebemos que a cibercultura é um
síncrono de técnicas, práticas, ideias, atitudes, valores que afloram com a evolução da internet
e da sua tecnologia.
A cibercultura constitui-se como o principal veículo de comunicação e armazenagem
(memória) da sociedade contemporânea e por que não dizer, da humanidade (LÉVY, 1999).
Baseia-se no campo dos problemas, na maneira ou modo como a sociedade realiza-se através
da rede digital, conexões em redes e relações informacionais sendo parte integrante da
humanidade contemporânea, necessitando da compreensão de sua espacialidade global e
colaborativa.
A cibercultura nada mais é do que a cultura contemporânea em sua interface com as
novas tecnologias de comunicação e informação, ela está ligada às diversas
influencias que estas tecnologias exercem sobre as formas e sociabilidade
contemporâneas, influenciando o trabalho, a educação, o lazer, o comércio, etc.
Todas as áreas da cultura contemporânea estão sendo reconfiguradas com a
emergência da cibercultura (LEMOS, 2003, p. 01).
51
Em outras palavras, fundamenta-se em Freire (2008, p.81) no sentido de entender que
“a cibercultura emerge com o ciberespaço constituído por novas práticas comunicacionais (e-
mails, listas, weblogs, jornalismo online, webcams, chats, etc) e novos empreendimentos que
aglutinam grupos de interesses”. Segundo Lemos (2003, p.12), é importante “(...) entender a
cibercultura como a forma sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a
cultura e as novas tecnologias de base microeletrônica que surgiram com a convergência das
telecomunicações com a informática na década de 70”.
Partindo da premissa, de que tudo que é atômico (com restrições físicas à mobilidade e
resistência), envolve-se na fluidez virtual, entrando num processo que aqui denominei como
“processo desenfreado”, na criação de novos territórios, desvinculação do cotidiano, o que
possibilita a vivência e experiência depara o compartilhamento de informações e
conhecimentos. Contemporaneamente, a desmaterialização é fundamental, pois os espaços
não mais delimitam e o tempo, torna-se fracionado em intervalos ínfimos e consecutivos para
ana construção.
A cultura contemporânea passa a ser caracterizada pela utilização progressiva das
tecnologias digitais, cria-se uma nova relação entre a vida social e a técnica, síncrono, o que
proporciona o despontar de novas formas e modos de agregação social espontânea no
ambiente virtual, com práxis culturais que constituem a cibercultura (CORRÊA, 2004).
Através de elementos que compõe a cibercultura é condizente criar condições que
possibilitem e facilitem a formação social e a construção do indivíduo. O multiculturalismo,
os processos organizacionais, as relações interpessoais, a cultura escolar ao serem
interpretadas pela mediação das TICsNTICs, são processos imprescindíveis para o
desenvolvimento intelectual e cultural dos educandos. Para Corrêa (2004, p. 3), “o
ciberespaço potencializa o surgimento de comunidades virtuais e de agregações eletrônicas
[...] delineadas em torno de interesses comuns, de traços de identificação, pois ele é capaz de
aproximar, de conectar indivíduos [...]”. Assim, comunidades virtuais são as novas interfaces
para o relacionamento digital através do comum interesse ou objetivos convergentes, isso nos
leva a refletir sobre sua utilização como uma ferramenta para o ensino e aprendizagem.
3.8 Comunidades Virtuais
O termo comunidade virtual foi difundido pela primeira vez por Howard Rheingold
em 1993. Para Rheingold (1993), comunidade virtual é definida como uma integração cultural
52
formada pela união de um grupo de indivíduos no ciberespaço, caracterizando-se pela co-
atuação de seus constituintes, os quais compartilham valores, interesses, objetivos e postura
através da interação virtual online. Assim, as comunidades virtuais são redes eletrônicas
interativas depara comunicação em torno de um interesse compartilhado abarcando todas as
formas de expressão e interesses devido a sua diversificação e versatilidade (SCHLEMMER,
2005).
Lévy (1999) em sua obra intitulada Cibercultura, nos reflexiona que a criação das
comunidades virtuais faz parte de um dos três princípios basilares do crescimento do
ciberespaço, aliado à inteligência coletiva e à interconexão. A interconexão constitui a
humanidade em consonância, sem interrupções, sem barreiras num contínuo crescimento
heterogêneo que se expande e desenvolve-se em fios sem totalidade definitiva ou
determinada. E a inteligência coletiva, por fim, como uma inteligência compartilhada através
da colaboração de diversos indivíduos distribuída por toda parte, desvelando a
desterritorialização, em que todo o conhecimento está na humanidade que resulta numa
mobilização efetiva das competências. Ainda em consonância com o autor, a comunidade
virtual é alicerçada sobre as afinidades, sejam elas de interesses, de conhecimento, de
objetivos, de ideologias, de teorias, de conflitos, de projetos em um processo de cooperação
ou permutação independente das proximidades geográficas tendo como moral implícita a
reciprocidade.
No entanto, Lévy (1999) invoca que “comunidade atual” seria a expressão melhor
utilizada e mais adequada para descrever os fenômenos da comunicação coletiva no espaço
virtual (ciberespaço) do que “comunidade virtual”. Com o desenvolvimento das NTDICs e
com a popularização da internet, uma nova forma de organização social, reunião de
indivíduos ocorre no ambiente virtual. Indivíduos com interesses em comum organizam-se a
nível mundial e em outras diversas escalas para relacionarem-se para troca de experiências,
ideologias, teorias, produzir e transformar conhecimento entre outras práticas. Este novo
costume, assim por dizer, nada mais é do que reflexo das possibilidades e características que
as NTDICs propiciam a sociedade. Com as novas abordagens de interação social através da
comunicação digital, alterações significativas podem ser baseadas na forma de
compartilhamento de informação e conhecimento, não tão menos importante a sua produção.
As comunidades virtuais estruturam subculturas digitais tão diversas que é
simplesmente inverossímil mapear e catalogar todos os tipos. Pois, o ritmo com que elas se
formam e se desfazem por vezes acompanham o mesmo de todos os grupos humanos. Poucas
53
são as comunidades virtuais que conseguem sobreviver por anos (COSTA, 2003). Sendo
efêmeras a sociedade.
A estruturação de comunidades virtuais é uma vertente social contemporânea devido
ao acesso cada vez maior dos indivíduos a internet e seus ambientes virtuais. Primo (1997)
alega que cada vez mais pessoas conectam-se aos ambientes virtuais para troca de mensagens,
relacionar-se virtualmente ou mesmo participar de debates de assuntos que lhe são de
interesse. Esta nova estrutura nos leva a crer e considerar que é possível cada vez mais atrair
os alunos, professores e simpatizantes interessados em Geografia para o avanço virtual desta
ciência, utilizando as comunidades virtuais para uma didática mais moderna através de
projetos e metodologias para o ensino e conteúdo da disciplina. Não obstante, inserindo assim
mais um canal ou ferramenta através de suas possibilidades aliada às redes e à internet para
fim de flexionar a didática de forma prazerosa e positiva.
Muitos chegam a confundir comunidades virtuais com redes sociais. Por meio deste
estudo, nos aproveitamos a elucidar tal questão: Poderíamos chamar o Facebook, Twitter,
Youtube de redes sociais digitais Sim. Pois nada mais simples de se explicar é que redes
sociais digitais são pessoas relacionando-se com pessoas virtualmente nas plataformas digitais
abertas. E o que pode se considerar como comunidades virtuais As comunidades virtuais
precisam de uma questão de sentimento, de pertencimento compartilhado onde delimitam e
percorrem uma linha de ação, ou seja, não se baseiam exclusivamente na união de
informações e sim na reunião de indivíduos, como exemplo: fóruns, chats, listas de discussões
(RECUERO, 2009; APARICI, 2012). Há diferença entre comunidades virtuais e redes
sociais Sim. Nas comunidades virtuais os indivíduos formam laços afetivos e unem-se em
prol de um bem comum, de um objetivo a ser conquistado. Todavia, nas redes sociais, as
pessoas são tidas como nós, que interagem entre si, com fluidez e independência, sem
necessidade de pertencimento ou mesmo de afetividade. Merece ressaltar que tanto a
utilização das comunidades virtuais quanto das redes sociais digitais e suas ferramentas, a
relação do aluno com o conteúdo e com o professor sofrerá uma transformação: da educação
verticalizada - o professor detém todo o conhecimento - para a educação horizontalizada, a
troca de conhecimento é mútuo, ambos – aluno e professor – possuem voz para troca de
experiências e colaboração no ensino e aprendizado.
Quando se remete às Comunidades Virtuais de Aprendizagem (AVA ou CVA) é
imprescindível que conceituemos aqui a definição de ensino e aprendizagem como sendo o
modo, a forma ou a maneira com que o indivíduo adquire conhecimento estimula suas
54
competências e desenvolve o seu comportamento. Para tanto, este processo adianta-se
mediante as metodologias prescritas através de inúmeras epistemologias abordando diversas
compreensões para então surgir práxis pedagógicas diferentes em seu exercício teórico e
prático. Freire e Faundez (1985) afirmam que o cerne fundamental que galga o processo de
educação é a integração do indivíduo em busca do autoconhecimento, pois possui sabedoria
de que é um ser inacabado em uma busca constante pelo crescimento intelectual.
Obviamente não podemos analisar os AVA apenas como ferramentas tecnológicas.
Ë necessário avaliar a concepção de currículo, de comunicação e de aprendizagem
utilizada pelos autores e gestores da comunidade de aprendizagem. Ë possível
encontrar no ciberespaço comunidades que utilizam o mesmo AVA com uma
variedade incrível de práticas e posturas pedagógicas e comunicacionais (SANTOS
E., 2003, p. 7).
Não tão complexo, as três concepções sobre aquisição de conhecimento: apriorista (a
origem do conhecimento está no indivíduo sem intervenção do meio); empirista (o
conhecimento possui o objeto como base, tendo de ser transmitido pelo professor como
transmissor e o aluno como receptor); e o mais importante, o interacionista ou construtivista
(o conhecimento se encontra na interação rompendo a hierarquia do relacionamento professor
e aluno atribuindo o conhecimento a construção e reconstrução através do dialogo, o professor
então é um mediador do conhecimento, orientando e sendo um articulador deste processo)
(NOVA ESCOLA, 2010, p. 237).
Sendo assim, o computador ao ser utilizado como uma máquina de ensinar, para uma
instrução programada ou mesmo para a educação à distância, abordará a concepção empirista.
Contudo, ao adotar a concepção construtivista visará à interação e a construção do
conhecimento utilizando os ambientes (comunidades) virtuais de aprendizagem (AVA ou
CVA).
As comunidades virtuais de aprendizagem (CVA) ou como também podem ser
conhecidas como ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), procedem-se através das
interações comunicativas, onde uma série de características é definida como, por exemplo:
normas, valores, comportamentos, linguagem, entre outros. Lévy (1999) afirma que a
colaboração e a cooperação é a direção mais promitente no que se refere à educação
traduzindo a inteligência coletiva.
As comunidades de aprendizagem ultrapassam as temporalidades regimentais
estabelecidas pela cultura educacional e vão além. Seu tempo é o tempo em que seus
membros se interessam em ali permanecerem em estado de troca, colaboração e
aprendizagem (KENSKI, 2004).
55
Os AVA foram estruturadas no ciberespaço, no espaço midiático da internet, e
possibilitam novas ferramentas para o ensino e aprendizagem tanto na educação formal
(escola tradicional) quanto para a educação não-formal (educação de vivência e educação
comunitária) (PASSARELLI, 2003). No entanto, considera-se AVA as redes digitais de
comunicação baseadas na interatividade, organizada em detrimento de um interesse comum
através de um processo de colaboração não atrapalhando o aprendizado em grupo.
Em Lévy (1996, p.18), o autor afirma que na realidade educacional podemos concluir
que quando interagimos com outros sujeitos e objetos técnicos, criando uma significação,
podemos tanto virtualizar quanto atualizar o processo. A atualização faz parte importante do
processo que vai da problematização à solução; contudo, quando virtualizamos o processo é
da solução para um problema sendo ele novo ou não.
Nesta perspectiva, me pego a perguntar se todo o ambiente virtual é um AVA Se
compreendermos a aprendizagem como um processo de interações e relações para a formação
de um espaço para troca de conhecimento e saberes, certamente. Então, um AVA pode não ser
necessariamente um ambiente que circunda a utilização das novas tecnologias digitais da
informação e comunicação (NTDICs Responderemos que sim, contudo, é possível atualizar
e virtualizar conhecimento sem estar utilizando aparatos tecnológicos. No entanto, a utilização
das NTDICs como AVA estruturam novas formas sociais de sociabilização e de novas
aprendizagens.
As NTDICs se caracterizam pela sua forma digitalizada de materialização. As
informações difundidas em construtos sólidos e atômicos (papiro, pedra, papel, corpo, rocha),
vêm sendo prognosticada através da difusão dos bits31
. Assim, as novas transformações
tecnológicas difunde a informação digitalizada em inúmeras interfaces e infinidades de
informações. Pallof e Pratt (1999) definem alguns pressupostos que circundam as
comunidades virtuais de aprendizagem do ciberespaço: o interesse em comum é base da
comunidade; todos os participantes podem participar igualmente; existem normas, valores,
comportamentos, linguagem na própria comunidade; a aprendizagem é colaborativa; o
educador torna-se orientador; há uma troca de conhecimento; o aluno torna-se ativo na
construção do seu conhecimento; interação permanente ou enquanto houver o interesse.
Os AVA utilizam técnicas adquiridas na web, criam weblogs, sites, ferramentas de
comunicação interativa entre outras ferramentas que ampliam o espaço de ação,
proporcionando uma educação independente do espaço escolar tradicional (educação formal).
31
Códigos digitais universais: 0 e 1
56
Devido aos diversos modos de aprender dos alunos, os ambientes de aprendizagem devem
possuir atividades variadas para que possibilitem aos alunos oportunidades de adquirir
conhecimentos sozinhos ou em colaboração. Em consonância com Pallof e Pratt (1999),
quanto mais o professor mantiver um ambiente virtual de aprendizagem sólido e bem
estruturado, mais atenderá com eficácia os diversos níveis de aprendizagens dos alunos.
Costa (2005) sobrepõe as expectativas dos outros autores ao propor a mudança do
conceito de comunidades virtuais em redes sociais. Para o autor supracitado, o conceito de
redes sociais indica a percepção das interações humanas de modo mais abrangente do que o
termo “comunidade”, fomentando o horizonte das redes pessoais de relações e interesses, e a
sua construção por cada indivíduo. Em suma, historicamente vivencia-se uma nova
estruturação de comunidade devido à evolução das novas tecnologias de informação e
comunicação, no poderio de um fenômeno social e educativo nas relações de ensinar e
aprender a aprender num novo contexto moderno e fractal.
Após estas observações, chegamos ao entendimento de que as comunidades virtuais de
aprendizagem seriam um agrupamento de indivíduos que possui relação, baseados na
colaboração e na cooperação, interagindo e contribuindo uns com os outros no processo de
ensino e aprendizagem. Distinguindo-se das outras comunidades virtuais por ter a presença de
um educador, um planejamento inicial, objetivos e características educativas voltadas para o
ensino.
57
4 GEOGRAFIA ESCOLAR E AS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
As discussões atuais (Como e por que ensinar Geografia) sobre o ensino escolar de
Geografia são consequências da implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB)32
de 1996 (MELO et al., 2006) que instituiu a educação básica (educação
infantil, ensino fundamental e ensino médio) como gratuita e obrigatória, declarando novas
reformulações na educação brasileira. A estruturação da base nacional comum é norteada por
um conjunto de competências organizadas por áreas de conhecimento, assim, a estrutura
básica da educação articula os estudos nas áreas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas
Tecnologias, a área de qual a Geografia é parte integrante (BRASIL, 2004) para a
compreensão, investigação, representação, comunicação e contextualização sociocultural
(MEC, 2009).
No entanto, lembremos que além da LDB nº 9.394, outro fator de grandes discussões
na educação brasileira foi a implantação dos PCNs em 1996 que fomentam diretrizes
norteadoras para professores, coordenadores e diretores na busca de novas metodologias e
abordagens para o ensino, adaptando as diretrizes para a realidade local. Segundo os PCNs, o
currículo é apoiado nas competências precípuas para a inserção dos jovens na vida adulta e
buscam na interdisciplinaridade o incentivo da capacidade de aprender e do raciocínio
(BRASIL, 1998).
Ao considerarmos o papel que a área de Ciências Humanas e suas Tecnologias – pois
estamos a tratar da Geografia – vigora ao adotar as relações tecnológicas com a cultura, o
novo currículo do Ensino Médio prevê uma posição mais determinada: a estruturação de um
currículo onde o estudo das ciências e o da humanidade se complemente ao invés de se
excluir. Assim, busca-se uma epítome entre humanismo, tecnologia e a ciência no que se
refere a ruptura do paradigma positivista, no ensejo da cultura, da história e da ciência (PCNs,
vol.4).
Os PCNs propiciam competências que a aprendizagem dessa área deve fomentar: O
eixo da comunicação e da representação: entender a importâncias das TICs para o
32
Lei Orgânica de nº 9.394 sancionada em 1996 que dita as diretrizes e as bases da organização do sistema
educacional brasileiro. Entre as principais considerações estão: “a União aplicará anualmente, nunca menos de
dezoito por cento da receita resultantes dos impostos para manutenção do ensino público (art.69); o Ensino
Fundamental passa a ser obrigatório e gratuito (art.4); e a educação infantil (creche e pré-escola) torna-se
oficialmente a primeira etapa da educação básica (art.4)”.
58
planejamento, organização, gestão e o fortalecimento do trabalho em equipe, ou seja, tratar a
questão do trabalho educacional num trabalho mais coletivo, pautado na colaboração e na
descentralização do conhecimento e das decisões a fim de superar uma postura engessada e
normatizada que nada contribui para a democratização social. No eixo da investigação e
compreensão: entender as concepções das tecnologias associadas ao conhecimento do sujeito,
da sociedade e da cultura: apenas os conhecimentos naturais não mais suprem a necessidade
da sociedade em se desenvolver, precisam-se de conhecimentos geográficos, jurídicos,
econômicos, políticos, socioantropológicos, históricos e psicológicos. De acordo com os
PCNs a Geografia somada a outras disciplinas como a História e a Sociologia, orienta a
formação do sujeito cidadão e democrático para a participação social efetiva. Já no eixo
contextualização sociocultural: aplicar as ciências sociais e humanas na escola, no trabalho e
em toda sua vida e entender o impacto das Ciências Humanas sobre a vida pessoal, o
desenvolvimento do conhecimento e a cultura social.
De forma geral, as transformações que a sociedade vem sofrendo no fim desde século
junto aos avanços das NTDICs, promovem a reavaliação do currículo do Ensino Médio ao se
basear nas competências, na autonomia, na contextualização, na interdisciplinaridade, na ação
e na diversidade como princípios fundamentais da educação. A escola não deve ficar alheia ao
“enxame” de oportunidades que as TICs e as NTICS e suas ferramentas digitais fornecem,
principalmente, no que se refere à disciplina de Geografia que por muitos anos pautava-se na
metodologia tradicional livresca e da memorização.
Pretto (2001) afirma que colocar velhas metodologias, conteúdos passados em novas
formas de transmitir não ajudará a educação, é preciso estruturar um projeto educacional que
vise a inserção das NTICs na escola como uma porta para um mundo de conhecimentos
pautado na horizontalização do saber e no ensino consciente. De acordo com os PCNs,
desmistificação da substituição do professor pelas tecnologias é o ponto principal para a sua
utilização eficiente, já que elas não são ameaças, e sim, ótimas formas de contribuir para
novas ações pedagógicas.
Afinal, as NTICs contribuem para um processo educativo contextualizado e
interdisciplinar na contemporaneidade auxiliando o desenvolvimento pessoal e das
competências para o exercício da cidadania Podemos responder que as NTICs e suas
ferramentas digitais – Novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (NTDICs) –
como blogs, sites, redes sociais digitais, e-mail entre outros -, auxiliam no processo educativo,
a partir do momento em que elas junto ao professor possuem o objetivo de mediar à
construção do ensino e aprendizado dos alunos, desenvolvendo habilidades para participação
59
na sociedade do conhecimento. Visto que não devem ser utilizadas apenas como máquinas ou
aparatos tecnológicos, e sim, como ferramentas pedagógicas no intuito de proporcionar um
ambiente de aprendizagem interativo.
Mediante as Orientações Curriculares do Ensino Médio (OCEM) incentivarem a
utilização das NTDICs, desde 2006, para todas as disciplinas do Ensino Médio, as instituições
escolares encontram-se despreparadas para o uso das NTDICs como recurso pedagógico
dentro e fora da sala de aula. É perceptível certo distanciamento por parte dos professores,
seja por falta de conhecimento, por falta de incentivo ou por falta de treinamento para o
desenvolvimento de competências e habilidades que são imprescindíveis para a educação
escolar contemporânea.
Devido à grande diversidade de escolas geográficas, correntes do pensamento e
principalmente dos paradigmas na educação, algumas similaridades transversais podem ser
pautadas como o núcleo consolidado da geografia escolar: uma geografia recentrada, com a
existência de inúmeros temas, conteúdos, tópicos e técnicas, a fim de elencar quais elementos
realmente são importantes à educação geográfica para desenvolver no educando a consciência
de como utilizar o espaço e agirem de forma consciente no mundo globalizado. Neste
contexto, a utilização de conceitos se faz de extrema importância e relevância na medida que
questões-chave são levantadas: “O quê Onde Como Porquê Para quê Que fazer” Uma
geografia social, ensinar a Geografia privilegiando o desenvolvimento dos problemas reais,
espaciais, sociais e dinâmicos, pois, os fatores que organizam a organização do espaço e da
paisagem são resultados de ações antrópicas, de suas técnicas e das relações de produção.
(CACHINHO, 2000) (ver Figura 04).
Figura 04 - Questões-chave e conceitos que estruturam a Geografia escolar
60
Fonte: Cachinho (2000, p. 08)
A Geografia aplica-se no desenvolvimento do trabalho pedagógico em cima da
disciplina onde parte do principio da experiência in locus para o global. É mais fácil do aluno
compreender um problema que ele vivencia em sua comunidade, em seu cotidiano que influi
em sua vivencia do que buscar esse mesmo “problema” numa cidade na Europa, por exemplo.
Cachinho (2000, p. 5), aborda a geografia global e sistêmica que norteia em sua
primeira concepção “analisar os problemas que são objetos de estudo enquanto um sistema,
decompondo-os mesmos em conjuntos de elementos e reações”. E por outro lado, observa e
investiga os problemas de maneira sistêmica agindo sobre o conflito através de análises em
distintas escalas. Além disso, o autor supracitado, afirma que a geografia ativa busca na
prática as concepções teóricas tornando os alunos participantes ativos e autores de sua própria
aprendizagem desenvolvendo-os através do método construtivista33
.
Para tanto, a Geografia escolar deve subentender que os alunos participem de sua
própria formação fortalecendo e fomentando a sua autonomia intelectual e a construção da
cidadania, priorizando a democracia, a liberdade e a justiça social, utilizando as reflexões
sobre o espaço geográfico e suas categorias de análise. Em suma, uma Geografia que pense
ontologicamente a partir do espaço vivido (KAERCHER, 2007).
Desta forma, os saberes do conteúdo geográfico precisam ser mediados de maneiras
apropriadas, condizentes, de forma que reproduza os saberes e conhecimentos construídos
culturalmente pela humanidade, recriando possibilidades de reconstrução ilimitada tanto pelo
aluno quanto pelo professor, no cotidiano da sala de aula e fora dela. E é através das NTDICs
como recurso didático que os alunos possuem autonomia para a participação e o
autoconhecimento desenvolvendo competências no que se refere à disciplina de Geografia e
as demais disciplinas.
4.1 Novas tecnologias para o ensino e aprendizagem
33
Inspirado nas ideologias de Jean Piaget, pesquisador da educação e da pedagogia, o método procura incitar a
curiosidade, já que o educando é levado a encontrar respostas a partir dos seus próprios conhecimentos e de sua
vivência social e de sua interação com os colegas. O construtivismo propõe que o educando, seja um participante
ativo do próprio aprendizado, mediante a experimentação, o estímulo à dubiedade, o desenvolvimento do
raciocínio entre outros procedimentos. O erro nesse método não é pautado como um tropeço e sim como uma
alavanca para a aprendizagem.
61
Em 2006, a legalidade vigente sancionou uma lei educativa, a LOE, Lei Orgânica da
Educação que ao seguir as diretrizes comunitárias e iniciadas pelos europeus, defendiam que
o currículo deve ser baseado em competências. Decerto que tanto a educação básica quanto a
normativa desenvolvida e defendida pela LOE recolhe como uma de suas competências a
“competência digital e o tratamento da informação”. Assim, espera-se que os cidadãos em
formação sejam capazes de procurar, conferir, comunicar a informação e transformá-la em
conhecimentos utilizando inúmeras estratégias como a oralidade, a escrita, o audiovisual,
digital ou mesmo a multimídia (APARICI, 2012).
Adentrando uma perspectiva mais profunda, a escola é o alicerce para o processo de
formação do aluno, pois faz parte da base fundamental da cidadania e formação do indivíduo
através da tríade indivíduo-família-sociedade (COSTA, 2014). Sabendo que a sala de aula é
um espaço definido pela sociedade como espaço para o saber e o conhecimento (FREITAS e
LEITE, 2011) e que a mesma se virtualiza junto a diversas relações sociais (LÉVY, 1999),
este ambiente deve proporcionar a comunicação, a troca de conhecimento e saberes.
Segundo Aparici (2012), as escolas são herdeiras da tradição livresca ligada aos
saberes institucionalizados, permitindo a dualidade de culturas: dentro da sala de aula
praticam a cultura oficial, estando desconectados e fora da sala de aula, conectados em suas
redes sociais, a seus amigos virtuais, ao aprendizado informal.
Para tanto Aparici busca em Downes:
(...) a escola de hoje, inclusive de agora, está dominada pelas salas de aula. É certo
que algumas dessas salas agora contam com computadores, mas o planejamento
continua sendo essencialmente aquele em que os estudantes se reúnem numa sala
para concentrar-se em atividades de aprendizado dedicadas, geralmente, a algum
tipo de conteúdo transmitido por um professor. Embora os currículos tenham
enfrentado desafios durante os últimos dez anos, sua estrutura básica não mudou, e
de fato, em alguns lugares, se tornou ainda mais arraigado, à medida que as escolas
se preocupam com o retorno das matérias básicas (APARICI, 2012, p.07 apud
DOWNES,sd).
As NTDICs possibilitaram a visibilidade das práticas comunicativas que imperam no
ensino: transmissivas e reprodutoras. Alguns professores ainda mantêm-se contundentes a
utilizar as novas tecnologias ora por medo, ora por falta de capacitação, por falta de
perspectivas para mudanças pedagógicas ou por falta de estrutura física e tecnológica da
escola. Muitos outros professores perpassam as paredes da sala de aula, os muros da escola
levando ao seu aluno conhecimento através das novas tecnologias e suas ferramentas digitais
62
em um caminho horizontal de conhecimento e saberes. Para tanto, Costa (2014) alega que
dominar as novas tecnologias significa estar integrado às transformações.
A sala de aula virtualiza-se a partir do momento que as NTICs propiciam a
virtualização do conhecimento desenvolvendo possibilidades de aprendizado virtual, o
relacionamento digital e a comunicação no ciberespaço, o que permite o acesso mundial às
informações.
Contudo, quando as tecnologias chegam à sala de aula, muitos alunos já possuem
conhecimento – de certo modo – altamente qualificado com a utilização da tecnologia da
informação e da comunicação para o lazer. Usuários experientes com a telefonia móvel
(smartphones), inseridos numa comunicação particular através das redes, chats, SMS; utilizam
jogos virtuais através da internet, ou consoles comerciais inseridos nas mais variadas
temáticas; possuem contas de e-mail; fazem download de músicas, filmes, programas,
aplicativos; são usuários intensos das redes sociais digitais como Facebook, Twitter e Blogs
aderindo às relações interpessoais e coletivas de colaboração no ciberespaço; e sem esquecer
os aparatos tecnológicos como câmeras digitais, reprodutores de MP3, smartphone, tablets,
consoles de vídeo games, jogos portáteis entre outros (APARICI, 2012, p. 235).
Logo, professores e alunos abrirão novas perspectivas para a troca de saberes, visto
que o aprendizado não encontra um fim “na sala de aula”, ou ao fim de um conteúdo, ou ao
sair da escola. Para tanto, a busca pelo aprendizado e suas concepções terão como base o
aprendizado colaborativo, já que a Geografia – a temática principal deste estudo – é uma
ciência que estuda as relações sociais e naturais sendo enfatizada pela sua transversalidade34
e
interdisciplinaridade35
.
Deste modo, a Geografia se insere num contexto mais profundo e ao mesmo tempo
amplo na educação brasileira, pois se preocupa com o desenvolvimento crítico e reflexivo do
aluno, a formação e a estruturação da ética e da cidadania. Sendo parte de um projeto maior
que é preparar o aluno para a efetividade cível e para o convívio social, com voz,
possibilidades, espaço e pensamentos críticos e independentes de fatos e informações de
massa.
34
Segundo o MEC são temas que abordam a compreensão e a construção da realidade social e das
responsabilidades e dos direitos com a vida pessoal e coletiva fazendo parte dos PCNs (Parâmetros Curriculares
Nacionais) para sendo trabalhados de forma cotidiana através de projetos curriculares. O MEC definiu então
alguns temas como: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo e Pluralidade
Cultural (BRASIL, 2004). 35
A interdisciplinaridade é uma forma de desenvolver um trabalho de integração dos conteúdos entre disciplinas
distintas, objetivando a formulação de um saber crítico-reflexivo no ensino e aprendizado, a fim de superar a
fragmentação entre as disciplinas sendo pautada pelos PCNs e fundamentada na Lei de Diretrizes e Bases - LDB
Nº 9.394/96 (BRASIL, 2004).
63
Moran (2008) discorre que o sistema bimodal (parte presencial e parte a distância) se
mostra o mais promissor para os alunos de quinta série em diante. Reuni-los em sala de aula e
reuni-los através de uma rede são os caminhos da educação para todos os níveis em diferentes
ênfases. Assim, Costa (2014) discorre que é imprescindível que o professor do século XXI
esteja “antenado” com as transformações e os avanços tecnológicos.
Para inquietude remete-se a pergunta: “Para que serve a sala de aula, o computador, a
internet e as redes sociais digitais” A resposta de antemão vem seguida de novas reflexões.
Todos esses elementos servem para ensinar o aluno a ter uma visão crítico social nos enlaces
do desenvolvimento afetivo com os círculos sociais, tornando-o parte da realidade
sociocultural de um determinado ponto no espaço através do seu eu-cidadão e do seu
conhecimento. Assim, a sociedade vive em constante mudança, na procura de tornar o ensino
mais atraente – leia-se interessante -, divertido e dinâmico, a busca por novas técnicas,
ferramentas, metodologias e propostas pedagógicas se fazem importantes para a renovação
escolar através da valorização de novas técnicas e sua utilização para motivar o aluno a
aprender.
Os alunos gostam da comunicação online, da pesquisa rápida, de saber tudo que está
acontecendo naquele momento. As salas de aulas precisam estar conectadas e bem equipadas
para exibir resultados rápidos de uma pesquisa em tempo real em sala de aula. Os alunos
precisam de mais laboratórios conectados, principalmente para os que não possuem acesso em
casa e os que possuem acesso a internet podem realizar parte do processo de ensino e
aprendizagem de sua residência e os mais carentes através dos laboratórios de informática
(MORAN, 2000, p. 10).
Dentro deste mesmo processo de ensino faz-se importante trazer a aprendizagem
colaborativacooperativa36
e significativa37
para o despertar da curiosidade e a construção do
conteúdo trazendo o aluno para enfrentar novos desafios e para isso a utilização do
computador, internet e suas ferramentas digitais são imprescindíveis nessa nova abordagem.
A internet favorece a construção colaborativa do aprendizado através do trabalho entre
professores e alunos, sendo próximos ou virtualmente. Vale ressaltar que quando falamos aqui
36
A aprendizagem colaborativa e cooperativa, consiste num conjunto de metodologias para o ensino e
aprendizagem que visam promover um ensino e aprendizagem ativo, promovendo o estímulo do pensamento
critico, a interação, o desenvolvimento de capacidades, a troca de informações e resoluções de problemas,
tornando-os alunos mais responsáveis, levando-os a assimilar conceitos e significados, estruturar conhecimentos
autônomos e o diálogo e experiências 37
Criada por David Paul Ausubel (1918-2008), a aprendizagem significativa pauta-se na ampliação e
reconfiguração de ideias e conhecimentos já existentes na estrutura mental e assim relacionar e acessar a novos
conhecimentos.
64
da utilização de novas técnicas, de maneira alguma incitamos a desvalorização do conteúdo,
ou mesmo se abster da utilização do livro didático, e sim, a renovação do mesmo, dar uma
nova roupagem ao conteúdo com novas possibilidades e potencialidades.
De acordo com Costa (2014, p.47), “A criatividade, especialmente no uso das NTICs,
é fundamental para criar e transformar novas ideias e conceitos nos alunos e professores
envolvidos no processo ensino e aprendizagem”. Sendo assim, as NTICs podem ser
potencializadoras da inovação das metodologias de ensino, principalmente com ênfase na
personalização das relações de ensino/aprendizagem e no trabalho colaborativo,
horizontalizando o conhecimento – ou seja, abandonar a hierarquia verticalizada -,
descentralizando as tomadas de decisões em sala de aula e privilegiando a comunicação e a
participação dos alunos e promovendo o uso das redes sociais digitais como novas
ferramentas de aprendizado.
Diversas entidades de estudo sobre as tecnologias na educação investigam e avaliam o
ensino em todo o mundo, já que a sociedade contemporânea cada vez mais está conectada –
ligada – as novas tecnologias na educação. Analisar o aproveitamento na
reformulação/renovação didática, a inserção do aluno aos seus elementos digitais, dentro e
fora da escola através do uso do computador (e seus demais similares) e a internet é um dos
fundamentos do PNUD38
– Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. De acordo
com o PNUD (2003), existe um aproveitamento positivo pelos alunos no que se refere à
utilização das tecnologias em sala de aula. Desta maneira, percebe-se que as NTICNTDICs,
fornecem subsídio para um desenvolvimento sociocultural aprofundando para o ensino e
aprendizado.
4.2 NTDICs no ensino de Geografia
Desta maneira, Stürmer (2011, p.6) assevera que: "A educação, primeiro ato no que se
refere às ações e atitudes da escola, se mostra evidenciada e bem conscrita no cerne da
instituição.” Desta maneira, repensar a escola em seu sentido contemporâneo de transição
através das reflexões modernas e de novas formas de agir e pensar buscar nos sujeitos
38
PNUD é uma rede de desenvolvimento global da Organização das Nações Unidas, parceira de indivíduos de
todas as instâncias na sociedade para auxiliar na construção de nações, sustentando e conduzindo o crescimento
capaz de melhorar a qualidade de vida para todos. Presente em mais de 170 países, oferece uma perspectiva
global aliada a visão local do IDH para contribuir com a construção de nações resistentes e resilientes.
Disponível em: < http://www.pnud.org.br/>.
65
participantes, professor e aluno, posturas e respostas sobre a melhor forma quanto à práxis do
ensino e aprendizagem.
O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na educação constitui
um desafio para as escolas públicas e particulares, não obstante os esforços do
Ministério da Educação, Secretarias da Educação e das Unidades Escolares e seus
professores no sentido de estimular a utilização das diferentes mídias na educação.
O incremento do ensino através das tecnologias educacionais nas escolas, seu uso e
aplicação pode, assim ser ampliados.
A utilização de recursos tecnológicos, como computadores, softwares, jogos virtuais,
sites, e outras ferramentas digitais permitem que a aula se torne mais dinâmica e cativante.
Infelizmente, não é uma realidade de todas as escolas no Brasil. No entanto, são inúmeros os
motivos que colaboram para essa situação: péssima estrutura, seja física ou tecnológica, falta
de suporte e manutenção qualificada e por último e não menos importante, uma formação
inadequada para os professores, o que dificulta e cria uma resistência por meio deles na
utilização das novas tecnologias (CASTELLAR et al., 2011, p.114).
No que diz respeito à inclusão digital e as políticas públicas nacionais para a educação,
no Brasil, apenas a estruturação física das escolas com aparatos tecnológicos não soluciona as
questões de inserção social e digital na sociedade (STÜRMER, 2011).
Nesse contexto, Castellar et al. (2011, p.114) considera que:
Apesar de um número significativo de pesquisas na área, mesmo que com ênfase nas
áreas de ciência e tecnologia, percebemos por meio da literatura especializada que a
Geografia muda pouco quando se trata da sala de aula, ou seja, o impacto das
pesquisas ainda é pequeno nas escolas. Como hipótese para as poucas mudanças
pode-se afirmar que há conduta ou postura de resistência do professor que acaba
revelando a concepção que ele tem sobre o ensinar e o aprender.
Devido aos poucos recursos didáticos para auxílio nas práxis pedagógicas dos
professores de Geografia, os laboratórios de informática e outras mídias ainda são úteis
quanto às suas funcionalidades e possibilidades. Mesmo com todos os obstáculos referentes à
qualidade tecnológica ou de infraestrutura, o computador ainda continua sendo uma
alternativa benéfica no que diz respeito a recurso pedagógico e também “da própria
necessidade de renovação do ensino de Geografia, a partir da mediação com as novas
tecnologias presentes no espaço geográfico” (STÜMER, 2011, p.7).
Propõe-se também trazer a contribuição de Callai (2002) e Cavalcanti (2012), onde
salientam que a Geografia é uma das bases para a construção do cidadão crítico, para saber
interpretar o seu espaço vivido junto às suas experiências, vincular fatos e eventos em
66
diferentes escalas geográficas e perceber a transformação do espaço geográfico. Callai (2002,
p.10) delimita que tendo a Geografia como base para o processo de formação do cidadão, “ele
próprio tem de assumir essas características no seu aprendizado e na sua formação”. Em
consonância com Cavalcanti (2012), em suas atividades cotidianas, tanto alunos e professores
contribuem para a construção da Geografia através de espacialidades e competências que são
desenvolvidas mediante a prática e a experiência e principalmente ao construir a Geografia,
constroem conhecimento e produzem conhecimentos geográficos.
Autores como Pretto (2001), Costa (2014), Aparici (2012), Freitas e Leite (2011)
consideram que muitos professores negligenciam a utilização das NTICsNTDICs no ensino
de Geografia. Este distanciamento que o professor, por vezes, explicita às novas tecnologias
de informação e comunicação permite o surgimento de um buraco no ensino e aprendizagem
devido ao desinteresse da realidade do aluno, nas atribuições do seu cotidiano e experiências.
Para tanto, a utilização do computador, do smartphone, de lan houses, de telecentros39
e
infocentros40
fazem parte da realidade do aluno, do seu cotidiano, o que facilita a inserção das
NTICsNTDICs no ensino.
Face ao exposto Aparici (2012), destaca que a juventude têm sido caracterizada a
partir de acontecimentos demográficos de grande importância no mundo. Sendo assim,
destacam-se quatro gerações principais: os baby boomers (nascidos após a Segunda Guerra
Mundial, entre 1946 a 1964, nesta época o televisor consolidou-se como tecnologia da
informação e comunicação); Geração X (engloba os nascidos entre 1965 e 1976, geração que
teve acesso a tv preto e branco, brincou de gude, peão, e até jogos de vídeo games e
computadores); Geração Y (nascidos entre 1980 a 1990, época de grandes avanços
tecnológicos) e a Geração Z ou Geração Net ou nativos digitais (nascidas na década de 90 até
o ano de 2010, acompanhou a inserção do World Wide Web, smartphones, Mp3 players).
Além disso, ainda existe a Geração Alpha, que nasceu a partir do ano de 2010, crianças que já
nascem tendo intenso contato com as tecnologias através de tablets, smartphones, notebooks,
tv digital entre outros.
39
O telecentro é um Ponto de Inclusão Digital – PID, sem fins lucrativos, de acesso público e gratuito, com
computadores conectados à internet, disponíveis para diversos usos. O objetivo do telecentro é promover o
desenvolvimento social e econômico das comunidades atendidas, reduzindo a exclusão social e criando
oportunidades de inclusão digital aos cidadãos. Os telecentros foram instalados por meio de parcerias entre
ministérios, prefeituras e entidades da sociedade civil. A ação é gerenciada pela Secretaria de Inclusão Digital.
(MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, 2014) 40
Os infocentros são salas públicas munidas de computadores, software e internet, onde ocorrem cursos
gratuitos de informática, diversas oficinas, acesso a internet e outras tecnologias digitais para a colheita de
informações, aprender, criar e comunicar-se com outras pessoas, focando-se no desenvolvimento comunitário
econômico, social e educacional através da utilização das novas tecnologias da educação.
67
Não inacabado, ainda se encontra entre essas gerações os “imigrantes digitais” que
são aqueles indivíduos que apesar de acrescer ao seu vocabulário a linguagem digital,
apresentam dificuldades, complexidades e receios em lidar com as tecnologias a ponto de
precisarem de manuais, tutoriais e de se sentirem inseguros e incomodados com a utilização
de novas ferramentas digitais e novos recursos tecnológicos (CASTELLAR et al., 2011). O
que acontece com muitos professores.
Dessa forma, os nativos digitais (inserindo-se na educação, os nossos alunos) que
utilizam tão bem os recursos tecnológicos, não devem apenas utiliza-los para brincar,
comunicar ou se relacionar com outras pessoas. Esses recursos tecnológicos devem ser
absorvidos como ferramentas para o ensino, assim, cabe à escola (CASTELLAR et al., 2011)
e principalmente ao professor dimensionar um novo olhar para este contexto. Tanto que
Moran (2000) afirma que a criança também é educada pelas ferramentas tecnológicas,
televisão, computador, internet, jogos digitais entre outros, aprendendo a conhecer o mundo, a
se conhecer, a se relacionar, a fantasiar e relaxar, pois a relação com as tecnologias é bastante
prazerosa, é uma relação feita pela exploração sensorial e emocional (COSTA, 2014).
De acordo com Castrogiovanni et al (2013, p. 37), “O aluno é um sujeito pós-
moderno, sendo assim, são lúdicos, práticos e concretos, adotam metalinguagens41
; só gostam
daquilo que os interessam.” Assim nas concepções do autor supracitado, o aluno vive
momentos com um tempo de concentração muito mais reduzido, além disso, afirma que os
alunos preferem imagens e sons, a fim de compartilhar um espaço sendo simultâneos e
multimidiáticos. A utilização da internet, televisão, escutar música, por vezes leitura e até
conversar no mesmo determinado momento é uma prática cada vez mais comum entre os
jovens (CASTELLS, 1999).
O ensino de Geografia sempre enfrentou dificuldades, ao estudar o espaço geográfico,
por vezes por carência de dados estatísticos verossímeis e atualizados, ou por falta de
produtos cartográficos ou mesmo por falta de sensoriamento remoto como fotografias aéreas,
imagens orbitais entre outras (STÜRMER, 2011, p.7). Com a utilização das NTDICs esses
obstáculos podem ser ultrapassados, através destas ferramentas podem-se encontrar áreas de
desertificação atualizadas, áreas de desmatamento, acidentes geográficos, o relevo de um
determinado local, monitoramento da urbanização, a observação de dados meteorológicos,
entre outros.
41
É uma linguagem utilizada para descrever algo sobre outra(s) linguagens, podendo se referir a terminologias ou
uma linguagem utilizada para descrever si mesma, uma descrição gramatical, ou uma discussão sobre o uso de
uma(s) determinada(s) linguagem.
68
A inovação, ou como aqui preferimos dizer “renovação” do ensino geográfico baseia-
se nas diretrizes e bases para direcionar o ensino para a contemporaneidade a fim de
compreender os desafios e as possibilidades para o ensino. O professor de Geografia ao criar
laços com as novas tecnologias provoca o aprendizado da linguagem digital, um dos fatores
primordiais para a inserção das novas tecnologias no ensino em Geografia (STÜRMER,
2011). O autor ainda afirma que “a difusão da linguagem digital se faz presente no cotidiano
das escolas e influencia professores de Geografia e seus alunos na aprendizagem dos
conteúdos das disciplinas escolares”. A Geografia então precisa utilizar as NTDICs como
suporte para a disciplina, já que os conteúdos geográficos necessitam de inúmeros recursos
digitais que facilitam a assimilação em meio as suas diversas potencialidades.
Stürmer (2011) pontua em seus estudos que a utilização das novas tecnologias no
ensino de Geografia possui três desafios principais:
1. A construção com o aluno dos conhecimentos geográficos, na perspectiva
global para o local, ou seja, interpretar o espaço geográfico na escala local,
enfatizando os efeitos externos, utilizando as NTICs e as NTDICs;
2. A incorporação das tecnologias ao cotidiano escolar, ao modo de contribuir
para o aprendizado e não apenas para ilustração, apropriando-se de produtos
cartográficos digitais e interpretação de imagens;
3. Estruturar conhecimentos geográficos através de uma visão holística por meio
das novas tecnologias de informação e comunicação, promovendo o
desenvolvimento de habilidades e competências.
Esses desafios podem ser superados através da utilização das NTDICs. O autor
delimita algumas ferramentas, como o computador, internet, sites, Google Earth42
etc. que
podem ser utilizados como recursos digitais educacionais. Contudo, nos arriscamos a elencar
aqui outras ferramentas como: hipertextos, blogs, redes sociais digitais, hiperlinks, vídeos,
chats, entre outros que trazem possibilidades diversificadas para o ensino.
Como pautado em Brasil (1998, p.113), a “(...) Geografia trabalha com imagens,
recorre a diferentes linguagens na busca de informações e como forma de expressar suas
42
Google Earth é um programa de computador desenvolvido e distribuído pela empresa estadunidense do
Google cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de mosaico de
imagens de satélite obtidas de fontes diversas, imagens aéreas (fotografadas de aeronaves) e GIS 3D. Desta
forma, o programa pode ser usado simplesmente como um gerador de mapas bidimensionais e imagens de
satélite ou como um simulador das diversas paisagens presentes no Planeta Terra. Com isso, é possível
identificar lugares, construções, cidades, paisagens, entre outros elementos (GOOGLE EARTH, 2016).
69
interpretações, hipóteses e conceitos”. Além disso, o dialogo, a libertação das barreiras
geográficas por meio da internet, as relações sociais digitais, os fóruns de discussões são
ferramentas importantes de educação, pois renovam o ensino atribuindo particularidades
escolares através de uma releitura dos conteúdos.
O ensino de Geografia e sua prática em sala de aula, bem como a utilização de
recursos tecnológicos e suas inovações, como os Objetos de Aprendizagem (OA), verte-se
para um maior interesse e estímulo dos alunos aos conteúdos dentro da sala de aula, tendo
como consequência uma maior contribuição do assunto trabalhado. Os Objetos de
Aprendizagem constituem ferramentas dinâmicas, lúdicas e interativas que auxiliam no ensino
através de ferramentas virtuais, facilitando a compreensão de determinados conteúdos.
Objetos de aprendizagem pode ser compreendidos como qualquer entidade, digital ou não
digital, que é utilizada ou referenciada durante o aprendizado através das NTDICs. Existem
inúmeros sites que utilizam os OAs como ferramentas educacionais que podem ser utilizadas
tanto online como off-line, podendo ser uma ótima alternativa para a consolidação do
conteúdo. Neste contexto, as redes sociais digitais predispõem de inúmeros OAs para a
aplicação educacional e informacional de grande valia.
4.3 Novas tecnologias, currículo e a formação docente
Os aparatos tecnológicos da informação e comunicação que encontram-se em toda a
sociedade e fazem partes das mudanças sociais, estão presentes cada vez mais na vida de
nossos alunos, o que não devemos ignorar. Atualmente as NTDICs são “meios” de grandes
transformações sociais, através de sua utilização pela sociedade, já que, o espaço geográfico é
composto por fios, nós e redes por quais transitam o fluxo de comunicação sem barreiras
físicas ou limites.
Ao passo que nosso estudo baseia-se na inserção das NTICsNTDICs no ensino de
Geografia e as mudanças nas práxis pedagógicas do professor a partir de sua utilização (ou
não), o currículo escolar precisa ser repensado e elaborado em prol da escola contemporânea
que possa efetivar e proporcionar um ambiente inclusivo na SIC.
Recorreremos em Freitas e Leite (2011) a definição de currículo:
Conjunto de atividades planejadas cuja elaboração almeja a implementação de um
objetivo educacional particular – ou um conjunto de objetivos educacionais – em
termos do conteúdo que deve ser ensinado bem como do conhecimento, das
habilidades e das atitudes que devem ser deliberadamente fomentadas.
70
Destarte, Freitas e Leite (2011) afirmam que algumas escolas ainda pautam o seu
currículo como “moldadores de cidadão para uma sociedade fabril”, em vez de procurar
incluir os cidadãos na sociedade da informação e do conhecimento. Os autores supracitados
defendem que a utilização das NTICs não são um “remédio” para os males da educação e
muito menos que conseguirão solucionar de imediato todas as incursões negativas na
educação, mas sim um recurso positivo para o ensino. Ao se falar em currículo trazemos este
pensamento: “(...) é a partir dele que obteremos a modelagem dos conteúdos e as formas de
trabalho que irão gerar a identidade que, neste espaço, se educa” FREITAS e LEITE (2011, p.
32).
Por certo que as NTDICs de uma forma ou de outra já se encontram dentro da sala de
aula, através dos smartphones, tocador de Mp3, da internet e das redes sociais. O que pode-se
debater é a utilização deles como recursos para o ensino e não apenas como forma de lazer.
As NTDICs fazem parte da evolução tecnológica global e precursora da interatividade do
novo espectador 43
na “sociedade em rede” através da criação, reprodução e compartilhamento
de novos conteúdos (FREITAS e LEITE, 2011).
Como a escola deve se portar referente às NTDICs na sociedade em rede Devemos
considerar que as escolas não devem desprezar a contingência de formação de cidadãos
incluídos na sociedade contemporânea dotados de conhecimentos sobre os meios
tecnológicos, sabendo que a inclusão digital e a experiência online no ciberespaço são
produtos fornecidos pelo meio e pelo desenvolvimento do meio tecno-científico. É preciso
considerar que as NTDICs são meios digitais que possibilitam a ampliação do ensino e a
produção de novos conhecimentos científicos, culturais e sociais, tanto por parte dos
professores como por parte dos alunos.
A transformação contemporânea da perspectiva escolar, só oportuniza os alunos, caso
os professores sejam qualificados para utilizarem as novas tecnologias – principalmente as
digitais – e a escola possua um currículo que ofereça vertentes para a interação das NTDICs
no ensino. Assim, uma das principais metas da escola é a participação dos alunos em práticas
sociais mediadas pela leitura e pela escrita nas diversas camadas do universo educacional.
Quanto mais se lê, mais se aprende sobre o mundo, quanto mais o professor utiliza as
NTDICs, mais contribuições contemporâneas e do cotidiano do aluno ele insere a educação na
43
Silva (2007) expõe o termo “novo espectador” deixa de ser um agente passivo e sim um agente ativo, “faz por
si mesmo” as ações motivadas tendo a seu favor as tecnologias hipertextuais (FREITAS e LEITE, 2011, p.27).
71
vivência do mesmo. Segundo Moran (2002), com as mudanças sociais e os avanços
tecnológicos as maneiras de ensinar também se transformam.
Diante desta perspectiva, Castells (1999) pauta que há uma necessidade da
generalização das NTDICs, de forma que, na escola ainda existam diferenças de classes
sociais, econômicas e culturais, inspirando a integração da sociedade através das tecnologias
exercitando a sua cidadania. Para tanto, alguns autores tratam as NTDICs no contexto escolar
como potencialidades para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem, na
imprescindibilidade da qualificação do profissional docente e principalmente nas práxis
pedagógicas desses profissionais ao trabalharem com essas tecnologias. Assim sendo, dentre
eles, são Coscarelli (2002), Costa (2014), Freire (2008) e Stürmer (2011), para os quais o
termo tecnologia não se refere apenas à utilização maquinária e prática da tecnologia e sim
como utilizar e potencializar essas ferramentas no ensino e aprendizagem.
Nos estudos de Valente (2002), o autor defende a necessidade da formação qualificada
dos professores referente às suas técnicas e metodologias pedagógicas referentes a utilização
das NTDICs na escola. Vale então ressaltar que cada tecnologia possui características
próprias, possibilidades e limitações e que essas particularidades devem ser discutidas para a
utilização das novas tecnologias para o ensino e aprendizado qualificado. Assim, as NTDICs
auxiliam na educação, pois possibilitam novos métodos e novas maneiras de transmitir o
conhecimento, seja através de links, hipertextos, multimídias, entre outros. Todo esse
conhecimento e métodos inovadores de ensino repercutem no ciberespaço, devido a isso há a
necessidade dos professores de adotarem as NTDICs como ferramenta para o ensino e a
renovação dos modos de ensinar e aprender (COSTA, 2014).
É preciso acentuar que trabalhar com NTDICs, possui o lado positivo da concepção de
novas possibilidades para a educação, rompimento da escala de tempo e distância e a
promoção da interação social. Para tanto, Tajra (2001 apud Costa 2014) alega que existem
dois fins fundamentais para a utilização das novas tecnologias, fins pedagógicos e fins sociais.
“A utilização das NTICs (...) precisa fundamentalmente ter esses dois fins incutidos na prática
pedagógica do professor” (COSTA, 2014). De acordo com Lévy (1999), os alunos cada vez
mais estão propensos a dispersarem de aulas rígidas e insertadas no tradicionalismo e
preferindo o dinamismo das novas tecnologias contextualizadas na horizontalização dos
saberes.
Em consonância com os autores Lévy (1999) e Moran (2002), as possibilidades
oferecidas pelas novas tecnologias da informação e comunicação tornam as informações
globalizadas num fluxo contínuo e veloz, sendo atraentes e atreladas a formas diversificadas
72
de comunicação e conteúdo. Nesta conjuntura, a prática pedagógica busca no domínio dos
conteúdos, e no desenvolvimento das habilidades, estratégias que auxiliem a aprendizagem
em qualquer nível de ensino, o que exige uma postura diferente pelo docente.
Com o intuito da utilização das NTDICs, o professor além dos materiais tradicionais
como, lousa, giz, piloto e livros, terá a sua disposição – na maioria dos casos – recursos
tecnológicos dentro e fora da sala de aula que permitirão o ensino e aprendizagem mais eficaz
como: computador, e-mail, redes sociais digitais, ambientes virtuais de aprendizagem, fóruns,
blogs, entre outros. Para tanto, Silva (2007) afirma que cada vez mais, se tem exigido a
formação de profissionais inovadores, criativos e sintonizados com as necessidades sociais e
aptos a utilizar as novas ferramentas promovidas pelos avanços tecnológicos atuais. Os
autores supracitados delineiam que cada vez mais se torna imprescindível a direção da
atenção para a formação dos professores em Geografia num mundo em que as transformações
são rápidas e contínuas. “E o profissional docente da área de Geografia não pode ficar alheio
às transformações em curso ou ao que vem sendo produzido e difundido pelas transformações
tecnológicas”.
O autor supracitado alega que com a reforma na educação brasileira, um novo modelo
de formação do professor de Geografia traz no seu bojo a lógica da sociedade contemporânea.
Ou seja, na incorporação das tecnologias como elemento significativo na educação básica
presente nos parâmetros e diretrizes da educação. Em consonância com o autor, as Diretrizes
Curriculares (1997), remodelariam a formação do professor, em uma formação mais sólida,
baseada em competências e habilidades para as transformações da sociedade e para o mercado
de trabalho. E no que se refere à Geografia, “a referencia está na formação de um profissional
que tenha domínio amplo de conteúdos, métodos, processos e de instrumentalização técnica
que leve a análise geográfica” (SILVA, 2007, p.20).
Para tanto, as Diretrizes Curriculares Nacionais pautaram que o novo modelo de
formação de professor de Geografia se estruturou sob o Parecer 492200144
e sob a Resolução
14200245
(ANEXO 1 e 2). Sendo assim, as Diretrizes Curriculares para os cursos de
Geografia incitam o desenvolvimento dos profissionais visando a abertura para novas
metodologias, caminhos teóricos e técnicos que favoreçam a compreensão da sociedade
contemporânea (SILVA, 2007, p.23). Cabe ressaltar aqui, um trecho do Parecer 4922001:
44
BRASIL. MEC (2001). Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES0492.pdf> Acessado
em: 26 de jan. 2016. 45
BRASIL. MEC (2002). Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES142002.pdf>
Acessado em: 26 de jan. 2016.
73
A Geografia vem evoluindo, nos últimos anos, tanto pela introdução e
aprofundamento de metodologias e tecnologias de representação do espaço
(geoprocessamento e sistemas geográficos de informação, cartografia automatizada,
sensoriamento remoto etc.) quanto no que concerne ao seu acervo teórico e
metodológico em nível de pesquisa básica (campos novos ou renovados como geo-
ecologia, teoria das redes geográficas, geografia cultural, geografia econômica,
geografia política e recursos naturais, etc.), quanto em nível de pesquisa aplicada
(planejamento e gestão ambiental, urbana e rural). Assim sendo, devemos admitir
que essas transformações no campo dos conhecimentos geográficos vêm colocando
desafios para a formação não apenas do geógrafo-pesquisador (técnico e planejador)
como também para o geógrafo-professor do ensino fundamental, médio e superior
(BRASIL, 2004, p. 10).
Nesta perspectiva, este novo modelo de formação visa o perfil do profissional docente
que saiba interpretar e compreender os elementos do meio natural por meio de bases
filosóficas, tecnológicas, teóricas e metodológicas e dominar e desenvolver abordagens
científicas ao conhecimento geográfico.
E através do Ministério da Educação foi traçado um novo modelo de formação para o
professor de Geografia, pautando-se no domínio sobre competências e habilidades gerais e
específicas que constam no Parecer 4922001 (ver Anexo 1). “Além disso, um currículo que
se pretende consoante à atualidade não pode ignorar os novos modos de funcionamento da
mente humana, as novas exigências de aprendizagem e as novas tecnologias informáticas
associadas à concepção de inteligência” (SILVA, 2007, p.26).
Convém observar que, a formação do professor de Geografia contemporâneo se
contextualiza em meio à economia, evoluções tecnológicas, sentimentos e afirmação dos
direitos e cidadania e principalmente pela difusão das tecnologias informacionais. Sendo
assim, uma série de mudanças deve ocorrer em seu comportamento, em suas práticas, em seus
saberes e em seus conhecimentos, pois modificam-se velozmente em todos os âmbitos da
sociedade.
A identidade do professor atualmente constitui-se de três dimensões inseparáveis: um
especialista que domina um instrumento de trabalho e faz uso dele; um pensador critico-
reflexivo sobre sua prática e o seu campo de atuação e um cidadão que faz parte de uma
sociedade. Nisso nos leva a pensar que os educadores nos tempos atuais precisam ter o
domínio do conteúdo de sua área, compreender os processos de aprendizagem de seus alunos,
saber ensinar e dar sentido ao aluno do que e por que está estudando, conhecer e saber utilizar
as novas tecnologias disponíveis no sistema escolar e entender as mídias como parte do
processo de ensino e aprendizagem.
Neste sentido formar o geógrafo-educador (SILVA, 2007) na SIC , manifesta dotá-lo
de habilidades para a utilização das NTDICs e renovações em seu modo de pensar, fazer e
74
lecionar os saberes geográficos através das tecnologias educacionais. E “formar profissionais
não significa apenas formar pessoas de bom senso. É mais que isso! É formar pessoas dotadas
de conhecimentos sistematizados em base científica, filosófica e tecnológica” (KULLOK,
2000, p.108 apud SILVA, 2007, p.29). Além disso, a exigência mercadológica exige que os
profissionais estejam sempre se atualizando e capacitando-se e em constante adaptação às
novas realidades educacionais da SIC. Para tanto, Freitas e Leite (2011, p. 35) através de
Freire (1977) alegam que capacitar-se profissionalmente é buscar o desenvolvimento da
consciência crítica.
Em seu livro Com giz e laptop, Freitas e Leite define que para a formação completa do
professor, é imprescindível que sejam integradas em seu curso de formação “as imagens, os
processos de produção, de materiais audiovisuais, as diferentes formas de recepção e uso das
informações, narrativas e interpelações de programas de televisão, filmes, vídeos e jogos”.
Com base em Freitas e Leite (2011, p.37) formar o docente é:
Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o
pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de pesquisa, a
imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura e análise de textos e
de imagens, a representação de redes, de procedimentos e de estratégias de
comunicação.
O professor deve estar sempre vigilante às necessidades da contemporaneidade, tendo
como finalidade “contribuir significativamente para a concretização desse papel fundamental
da Educação e da escola” para a atuação de cidadãos críticos e ativos na sociedade (FREITAS
e LEITE, 2011, p.39). Isto posto, defendem a necessidade de uma alfabetização tecnológica
do professor, como capacitação profissional para as novas práxis pedagógicas recursando as
novas tecnologias.
Nesse caso, o professor precisa estar aberto à interação com as tecnologias no intuito
da formação do cidadão ativo socialmente e com competências e habilidades para leitura
crítica de sua realidade. Para a preparação desse novo cidadão, é imprescindível que se
adquira as NTICs e conhecimento para sua interação com seus alunos para a criação de
atividades pedagógicas não lineares e sim, hipertextuais. É necessário um professor antenado
(ver Figura 05), já que, com a tecnologia o professor pode interagir com os alunos em tempo
real.
Para progredir, o professor ter que ser também aluno, necessitam acompanhar as
mudanças para se adaptar, não só com o objetivo de adquirir conhecimento, mas também de
captar as perspectivas dos alunos. O professor para se desenvolver como bom profissional
75
precisa crescer profissionalmente e estar aberto a atualizações, participar de atividades e
projetos da escola e escolher didáticas que promovam a aprendizagem e não a exclusão
(SILVA, 2007)
O “professor antenado”, de acordo com a Figura 05, possui competências importantes
para o seu desenvolvimento individual, seu autoconhecimento e seu crescimento profissional:
estar sempre atualizado com o que há de mais moderno, descobrir as potencialidades das
tecnologias para a educação, admitir que não é o detentor de todas as respostas, permitir a
troca de conhecimento entre aluno e professor e continua mantendo a autoridade sem ser
autoritário.
Fonte: Revista Veja Disponível em: http://veja.abril.com.br/educacao/o-papel-do-professor-guiar-o-
aprendizado/ . Acesso em: 10 out. 2015.
Figura 05 - Perfil do professor antenado
76
A utilização de chats, links, redes sociais digitais, comunidades online, e-mail, fórum,
fotos digitalizadas, blogs, hipertextos etc. são umas das inúmeras possibilidades que o
professor antenado têm a suas mãos. Além de todas essas ferramentas e competências é
imprescindível que o professor escolha a didática que promova a inclusão de todos os alunos e
que respeite a particularidade dos mesmos para a utilização de distintas maneiras de avaliação
da aprendizagem.
Conforme Lévy (1999), não se trata de utilizar as tecnologias a qualquer custo, mas
sim de forma consciente acompanhar suas transformações e principalmente sociais e adequar-
se a nova realidade. O professor conteudista e tradicional está dando lugar ao professor
participativo e mediador que interage com o aluno através dos novos recursos tecnológicos
digitais na construção do conhecimento. Para tanto, novos espaços de informação e
comunicação surgem fora do ambiente escolar, pertinente aos professores e principalmente
aos alunos que encontram-se fascinados com as redes digitais: Facebook, Twitter, blog, chats,
fóruns, lista de discussões, wikis etc.
Nesta conjuntura, requer a reconstrução da práxis pedagógica do professor, assim o
conhecimento prático é um processo que emerge na concepção do aprender a aprender.
Não esquecendo-se das mídias de massa como televisão, jornal e rádio, o professor
precisa manter-se atualizado no que acontece em sua cidade, estado e país, para assim poder
discutir sobre as posições e contradições das informações junto às novas mídias. Se
familiarizar com as NTDICs ajuda a contextualização de suas utilidades para o dia a dia e
principalmente para o processo de ensino e aprendizagem. Direcionar a educação para uma
compreensão ampla e dinâmica no exponencial sociocontemporâneo desmistifica a educação
brasileira como retrógrada e o professor como defasado.
77
5 AMBIENTES DIGITAIS E SUAS FERRAMENTAS
5.1 Redes Sociais Na Internet
Primeiramente, o intuito deste capítulo não é abordar as especificidades topográficas
da estrutura de rede e muito menos adentrar as suas caracterizações técnicas mais complexas.
E sim, olhar as redes sociais digitais como um viés das relações pessoais através de suas
conexões, principalmente por meio de suas ferramentas digitais e das comunidades virtuais.
Para isso, utilizaremos os estudos de Machado e Tijiboy (2005), Recuero (2009), Araújo
(2009), Primo (2008), entre outros.
A internet nos trouxe inúmeras mudanças sociais, sendo algumas delas fundamentais,
devido a sua inserção no cotidiano de toda a sociedade por meio das relações sociais e da
capacidade de sociabilização e expressão. Essa comunicação ocorre através da Comunicação
Mediada pelo Computador (CMC)46
e sua rede. Essas ferramentas possibilitam que os atores
construam, interajam e se comuniquem com outros atores. Neste sentido atores são o
primeiro elemento de uma rede social, representados pelos nós. Trata-se de pessoas
envolvidas na rede que se observa. Como parte integrante do sistema, os atores atuam de
forma a moldar as estruturas sociais, por meio das interações e da construção de laços sociais,
através das redes sociais na internet, podendo ser defenidos como representações de atores
sociais, ou construções identidárias do ciberespaço (RECUERO, 2009, p. 25)
Assim, Castells (1999, p. 498), define que as redes são estruturas:
“abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que
consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos
códigos de comunicação (por exemplo, valores e objetivos de desempenho).”
Buscamos em Recuero (2009, p.29) outro delineamento sobre redes:
Rede social é gente, é interação, é troca social. É um grupo de pessoas,
compreendido através de uma metáfora de estrutura, a estrutura de rede. Os nós da
rede representam cada indivíduo e suas conexões, os laços sociais que compõem os
grupos. Esses laços são ampliados, complexificados e modificados a cada nova
pessoa que conhecemos e interagimos.
Nos estudos de Costa & Ferreira (2012, p.65) despertamos para uma confusão por
muitos cometidos, a diferença entre redes sociais, mídias sociais e mídias digitais:
46
De acordo com Recuero (2009), CMC é um conjunto de práticas sociais decorrente das apropriações
comunicativas das ferramentas digitais como ambiente comunicacional, ou seja, a comunicação que ocorre
através da instrumentalidade dos computadores.
78
(...) é importante ressaltar a diferença conceitual entre redes sociais, mídias sociais e
mídias digitais. As redes sociais são para Loiola e Moura (1997), estruturas
informais que articulam indivíduos que passam a interagir por áreas de interesse, e
que também podem desenvolver relações afetivas. Já as mídias sociais abrangem
muito mais, e são típicas da Web 2.0, pois, (...) as mídias sociais são um grupo de
aplicações para Internet, construídas com base nos fundamentos ideológicos e
tecnológicos da Web 2.0, e que permitem a criação e troca de conteúdos. (...), mídias
sociais são “tecnologias e práticas que as pessoas usam para compartilhar conteúdo,
opiniões, insights, experiências, perspectivas e multimídia. Ou seja, em outras
palavras, Social Media consiste nos conteúdos gerados por redes sociais” (...) Já o
termo mídias digitais é muito mais abrangente e designa qualquer meio de
comunicação que se utilize de tecnologia digital, ou seja, toda rede social é uma
mídia social que, por sua vez, também é uma mídia digital.
Sendo assim, as redes sociais podem ser definidas como mídias sociais, pois
proporcionam trocas de informação e comunicação através de ideias e interesses e relacioná-
las a educação torna-se extremamente fácil, pois as mídias são consideradas agentes de
socialização, de educação, já que, desenvolvem uma função educativa na contemporaneidade
social, transmitindo instâncias de valores e normas comportamentais e referências
identidárias.
Os primeiros passos rumo às redes sociais digitais como conhecemos hoje, encontra
seus primeiros relatos em 1969, nos EUA, com o desenvolvimento do dial-up e o
CompuServe, serviço comercial para conexão de internet. E foi em 1971 que o primeiro e-
mail foi enviado. Mas foi em 1978 que o Bulletin Board Systems (BBS)47
usando linhas
telefônicas e modem para a transmissão de dados. Após isso, em meados da década de 90 os
avanços tecnológicos desenvolveram os sistemas de informação e comunicação, permitindo
que a empresa America Online (AOL) fornecesse ferramentas para que os usuários criassem
perfis digitais onde podiam se descrever e criar comunidades para a comutação de
informações e debates sobre determinados assuntos. E no ano de 1994, os primeiros traços de
redes sociais surgem com o lançamento do GeoCities48
, tendo como conceito fornecer
ferramentas para que seus usuários pudessem criar páginas web pessoais de acordo com sua
localização, sendo adquirido mais tarde pela empresa Yahoo! E por volta dos anos 2000, com
o desenvolvimento da internet e com o acesso facilitado a população, as redes sociais
desenvolveram-se potencialmente a ponto de adquirir uma grande massa de usuários. As redes
sociais digitais que conhecemos contemporaneamente, desenvolveram-se em 2003, como
47
Sistema informático que permite a ligação via linha telefônica a um sistema através do computador, eram
bastante utilizados por empresas que necessitavam integrar seus funcionários externos. 48
Criado em 1994, por David Bohnett e John Rezner com a finalidade de ser um serviço de hospedagem de sites
do portal Starmedia. A ideia principal era agrupar os sites em “cidades”, com recursos como FTP – File Transfer
Protocol - e editor de imagens online.
79
algumas já falecidas redes como MySpace, Orkut, Live Space e as recentes e renovadas como
Facebook, Twitter, LinkedIn entre outras que fazem parte da sociedade em rede
contemporânea.
Parafraseando sobre rede, Ebeling (2014) em seus estudos insere que o termo
”sociedade em rede” possui seu alicerce na sociedade construída e difundida em torno das
novas tecnologias e no desenvolvimento de sistemas computacionais que conectam o mundo
através da internet. E que nossa cultura cada vez mais está inserida na contemporaneidade
digital e nas perspectivas das novas tecnologias, agregando indivíduos nos ambientes virtuais.
Para tanto Ebeling (2014) afirma que o indivíduo possui uma necessidade de pertencimento a
grupos sociais para o partilhamento de informações e ideias sendo cada vez mais corrente.
Esse pertencimento é pautado na interação49
, nas relações e nos laços sociais como elemento
de conexão (RECUERO, 2009). Para tanto Recuero (2009 p. 24): “Uma rede social é definida
como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede)
e suas conexões (interações ou laços sociais)”.
Sendo assim, há um processo permanente de construção e de expressão de identidade
por parte dos atores no ciberespaço, por este motivo as páginas de weblogs50
, por exemplo,
trabalham este aspecto como “a construção do seu eu”. Neste contexto Recuero (2009, p. 26):
“(...) alguns weblogs trabalham aspectos da “construção de si” e da “narração do
eu”. A percepção de um weblog como uma narrativa, através de uma personalização
do Outro, é essencial para que o processo comunicativo seja estabelecido. (...) Esta
percepção se dá através da construção do site, sempre através de elementos
identidários e de apresentação de si.
Recuero (2009) define que a nossa sociedade atual se encontra imersa num
“imperativo de visibilidade”, ou seja, com uma necessidade da exposição pessoal,
consequência direta da globalização, que exacerba o individualismo. “É preciso ser (visto)
para existir no ciberespaço” (EFIMOVA, 2005 apud RECUERO, 2009). Os atores podem ser
representativos através de weblogs, links51
, sites, perfis nas redes sociais digitais etc. Em
sistemas como Facebook, Twitter, YouTube, entre outros, os atores são identificados de
49
A interação compreende sempre o alter e o ego como elementos fundamentais onde um constitui-se em
elemento de orientação para outro. A ação de um depende da reação do outro, e há orientação com relação às
expectativas.(RECUERO, 2009, p.31). 50
Publicação virtual associada a uma estrutura digitalizada de pequenos textos através de ordem cronológica,
onde os mais recentes apresentam-se primeiro, possuindo interatividade de outros usuários através de
comentários. 51
São elementos que conectam o internauta a sítios eletrônicos (endereços), documentos, imagens, vídeos e
outras informações no ciberespaço.
80
acordo com os seus perfis, pois, só pode utilizar a plataforma através de um login e senha que
vincula a pessoa ao ator, continuamente de acordo a qualquer ação.
Aguiar (2007) afirma que:
As facilidades de criação de uma identidade virtual nesses sites – com a inserção de
dados que não passam por nenhum processo de validação além do endereço de e-
mail – possibilitam a montagem de diferentes personas e o estabelecimento de
vínculos interpessoais não obrigatoriamente baseados nos relacionamentos pré-
existentes. “Rede de amigos” inclui conhecidos eventuais ou mesmo “estranhos”
(ainda que sejam celebridades15), visando capitalizar para o indivíduo o status e os
atributos dos agregados (mulheres bonitas, jovens “sarados”, profissionais
respeitados, etc.).
A autora supracitada informa sobre uma dimensão que envolve desde os perfis reais
como os fictícios, onde a possibilidade de formas de relacionamentos baseados no
conhecimento pode ser fracionada no interesse, na aproximação, no individualismo após um
agrupamento. Devido ao desenvolvimento das TICs, houve mudanças na comunicação e nas
interações humanas, o que denominaria como cultura digital. Os ambientes no ciberespaço
são virtuais e mesmo assim ainda possuem o poder de criar grupos, comunidades e redes
sociais, de relacionamento ou de compartilhamento. Por muitas vezes, as redes sociais digitais
aglomeram muitos agrupamentos que produzem saberes e conhecimentos diariamente
baseados na interação social. Essas interações por serem mediadas pelo computador podem
ser migratórias, espalhando-se entre as inúmeras plataformas digitais de comunicação e
informação, o que possibilita a percepção sobre a multiplexidade52
das relações (RECUERO,
2009).
Uma rede social digital modifica-se em sua relação com o tempo. Pois, as redes sociais
digitais não são meramente estáticas, não estão paradas no tempo. A autora supracitada afirma
que essas mudanças são dependentes das interações entre os indivíduos que participam dela e
principalmente influenciam categoricamente em sua estrutura. As redes devem ser sempre
observadas como elementos que vivem em constante transformação. De acordo com a autora
supracitada, as transformações em uma rede social são influenciadas pelas interações, que por
vezes somam a construção de um laço social e por vezes enfraquecem ou mesmo obliterem
um laço social já construído.
Um dos elementos primordiais quando se fala em redes sociais digitais e sua utilização
é o dinamismo da cooperação, da competição e do conflito como os processos principais que
influenciam a rede e sua comunicação (RECUERO, 2009, p.81). A cooperação é o processo
52
Refere-se à medida dos diferentes tipos de relação social que existem em uma determinada rede (RECUERO,
2009).
81
de formação das estruturas sociais, sem ela não existe uma sociedade, podendo ser gerada por
interesses individuais, pelas finalidades de um grupo ou pelo capital social53
. A competição é
pautada como a forma fundamental de luta social (RECUERO, 2009, p. 238). A competição
gera a cooperação entre os autores de uma rede social no intuito de sobrepujar outras redes e o
conflito, por vezes, pode acarretar na hostilidade, na ruptura social, no desgaste chegando ao
ponto da agressão.
Cada um desses processos tem, assim, impacto diferenciado na estrutura social.
Enquanto a cooperação é essencial para a criação e a manutenção da estrutura, o
conflito contribui para o desequilíbrio. A competição, por outro lado, pode agir no
sentido de fortalecer uma estrutura social, gerando cooperação para atingir um fim
comum, proporcionar bens coletivos de modo mais rápido, ou mesmo gerar conflito,
desgaste e ruptura nas relações (RECUERO, 2009, p.83).
Para tanto, o estudo dos sites de redes sociais (SRSs) faz-se importante para entender
que sites de redes sociais são espaços utilizados para a expressão das redes sociais na internet,
ou seja, as redes sociais digitais. De acordo Recuero (2009), os sites de redes sociais foram
conceituados como sistemas que permitem a construção de um “eu” como uma página
pessoal, a interação entre comentários e a exposição pública de cada membro.
Sites de redes sociais propriamente ditos são aqueles que compreendem a categoria
dos sistemas focados em expor e publicar as redes sociais dos atores. São sites cujo
foco principal está na exposição pública das redes conectadas aos atores, ou seja,
cuja finalidade está relacionada a publicização dessas redes. É o caso do Orkut54
, do
Facebook55
, do Linkedin56
e vários outros. São sistemas onde há perfis e há espaços
específicos para a publicização das conexões com os indivíduos. (RECUERO, 2009,
p.104)
Um mesmo ator pode utilizar diversos SRSs, de acordo com a finalidade. Para muitos
dos usuários das redes sociais digitais, as redes possibilitam a criação de um espaço pessoal; a
interação, o compartilhamento de conhecimento, o desenvolvimento da autoridade e da
popularidade. No entanto, com a participação dos atores nas redes sociais, alguns valores são
difundidos devido a apropriação: visibilidade (visibilidade social, mais visíveis nas redes);
reputação (percepção construída de alguém pelos outros indivíduos, por vezes ligada a
53
Segundo Putnam (2000), o capital social refere-se à conexão entre os indivíduos e que está intimamente
ligada a virtude cívica, a moralidade e às relações de reciprocidade. 54
O Orkut foi uma rede social filiada ao Google, criada em 24 de janeiro de 2004 e desativada em 30 de
setembro de 2014. 55
Facebook é um site e serviço de rede social que foi lançado em 04 de fevereiro de 2004, operado e de
propriedade privada da Facebook Inc. 56
LinkedIn é uma rede social de negócios fundada em dezembro de 2002 e lançada em 05 de maio de 2003. É
comparável a redes de relacionamentos, e é principalmente utilizada por profissionais.
82
quantidade de conexões em uma rede); a popularidade (associado a audiência, número de
comentários, visitas ao perfil, quantidade de links etc.) e a autoridade (o poder de influência)
(RECUERO, 2009). Esses elementos somados difundem a ideia da amplitude de “líder” na
rede social de acordo com suas categorias. Os atores estão publicamente preocupados em
serem vistos e percebidos a todo o momento em busca da interação e da comunicação. E a
geração que mais utiliza estas redes sociais digitais são a geração Net, que participam
arduamente, de debates, de compartilhamento de fatos, ideologias, imagens, vídeos, onde a
interação faz-se importante tanto para o indivíduo como para a sua própria página pessoal.
5.2 As redes sociais digitais como recurso para a educação
Utilizada principalmente pelos jovens (os nativos digitais, a Geração Z) as redes
sociais digitais são um meio simples e eficaz em romper com as escalas geográficas do
espaço, aproximando indivíduos, conhecendo culturas ou participando de grupos de
interesses. Por anos, as potencialidades das redes sociais digitais ficaram esquecidas no que se
referia à educação. Com a expansão das redes sociais digitais, dos smartphones, da difusão da
internet, dos projetos de inclusão digital, algumas escolas resolveram dar certa atenção a esses
novos recursos de compartilhamento de informações. De acordo com Lévy (1999), o sistema
educacional está intrinsecamente conectado a sua formação na cibercultura e a sua constante
mutação cultural, transformando o antigo internauta num criador e colaborador de conteúdo.
Os indivíduos perceberam que as redes sociais digitais desenvolvem sinergia através
do compartilhamento de informações da escola, de um grupo de alunos, de uma turma, de
uma disciplina, de um professor dentro e fora da sala de aula (CASTELLS, 1999), facilita o
estudo em grupo ou mesmo individual, possibilita à divulgação de eventos, datas
comemorativas, panfletos virtuais, banners etc., compartilhamento de recursos como áudio,
vídeos, links, hipertextos e projetos e principalmente enriquece a relação aluno e professor,
horizontalizando o ensino, trazendo um novo diálogo criando assim um canal de
comunicação. As redes sociais digitais permitem compreender o perfil de um novo professor,
já que podem infundir novas possibilidades pedagógicas como estudo em grupo, trocas de
conhecimentos e a aprendizagem colaborativa.
Parece claro em Lévy (1998, p. 27):
83
Antes mesmo de influir sobre o aluno, o uso dos computadores obriga os professores
a repensar o ensino de sua disciplina. [...] A transmissão de informações e a notação
dos exercícios deixam de ser a principal função do professor. Guiando a procura do
aluno por informações nos programas, nos banco de dados e nos livros, ajudando-o a
formular seus problemas, torna-se um animador do aprendizado.
Através deste espaço de colaboração, o professor de Geografia – e de outras
disciplinas – poderá analisar a capacidade de elaboração textual, o desenvolvimento da
argumentação, a busca sobre um determinado tema, o debate, as fontes do embasamento
teórico que os alunos utilizam para fundamentar suas ideologias e a comunicação. Utilizar as
redes sociais digitais como recursos para o ensino e aprendizagem favorece o crescimento do
relacionamento entre professor e aluno.
Kenski (2004, p.74) delimita que:
(...) o ensino via redes pode ser uma dinâmica motivadora. Mesclam-se nas redes
informáticas – na própria situação de produção de conhecimento – autores e leitores,
professores e alunos. As possibilidades comunicativas e a facilidade de acesso às
informações favorecem a formação de equipes interdisciplinares de professores e
alunos, orientadas para a elaboração de projetos que visem a superação de desafios
ao conhecimento; equipes preocupadas com a articulação do ensino com a realidade
em que os alunos se encontram, procurando a melhor compreensão dos problemas e
das situações encontradas nos ambientes em que vivem ou no contexto social geral
da época em que vivemos.
Além disso, os professores ao utilizarem as redes sociais digitais podem criar
comunidades virtuais de aprendizagem para a turma (MACHADO e TIJIBOY, 2005), para a
disciplina, ou sobre um determinado assunto, divulgar suas metodologias, seus projetos, seus
programas, informações extras, links de vídeos, comunicar-se com outros professores, criando
um relacionamento didático virtual entre professores e alunos. As possibilidades de interação
das redes sociais digitais para o ensino de Geografia são inúmeras, desde ao
compartilhamento de documentários, a visualização de imagens, criação de enquetes,
divulgação de exercícios, trabalhos ou entrega dos mesmos.
Pauta-se como desafio principal da educação contemporânea unir o interesse da
Geração Z ao ensino e aprendizagem através dos recursos pedagógicos escolares. Assim, as
redes sociais digitais são utilizadas por milhares de jovens e cabe a pensarmos nela como
aliada na educação.
Na Figura 06, pontuou-se alguns benefícios que concluí que sejam pertinentes para a
educação.
84
Fonte: Elaborado pelo autor.
As redes sociais podem ser definidas como uma espécie de canal de contato entre pais
e alunos, ou mesmo empresas colaboradoras da instituição ou mesmo parceira dos projetos
educativos. Para tanto, servem para organizar eventos, convidar, transmitir, interagir, receber
feedbacks entre outros. O aprendizado não fica preso ao espaço formal escolar, nisso se faz
importante a participação dos alunos através de uma rede social digital mediada por um
professor para criar um ambiente de aprendizagem que complementem a formação dos
estudantes. Para isso, o professor ao se comprometer a utilizar as redes digitais, devem se
adaptar as novas ferramentas e principalmente aos objetivos do ensino, pois, cada rede social
possui especificidades importantes para que se chegue a uma finalidade, o ensino e
aprendizado do aluno.
Contudo, este trabalho baseia-se na utilização das redes sociais digitais na educação e
como tudo, possui seus prós e contras na Figura 07, elencaram-se alguns aspectos negativos
em sua utilização por parte dos alunos e da falta de observação na utilização destas
ferramentas.
Figura 06 - Benefícios das redes sociais digitais na educação
85
Figura 7 - Malefícios das redes sociais digitais na educação
Fonte: Elaborado pelo autor
Não podem ser consideradas aqui como muitas as desvantagens das redes sociais
digitais ao serem aplicadas no ensino e aprendizagem. Contudo, é importante levar em
consideração certos aspectos em consideração como: informações coerentes devido a uma
gama de informações encontradas no ciberespaço podendo atrapalhar a aprendizagem do
aluno devido a uma má escolha da fonte de pesquisa e leitura. O cyberbullying57
que pode
ocorrer devido a uma divergência de ideias, conceitos e preceitos que ao extremo somado a
falta de respeito e a injúria podem caluniar o estudante alvo do agressor. Outros riscos que se
podem ser aqui mencionados é a dispersão digital, o afastamento físico devido à virtualidade,
levando o aluno a comunicar-se melhor e mais espontaneamente pelo meio digital do que
pessoalmente; este aspecto carece de uma observação mais atenciosa pelo professor quando
57
Maltratos, provocações e agressões ocorridas pelos meios de comunicação virtual como redes sociais digitais,
smartphones e demais mídias digitais.
86
perceber tal cenário. Além disso, há também os links maliciosos que levam a conteúdos
impróprios para a idade dos alunos e vírus e também o uso do internetês de forma excessiva.
5.3 Redes sociais e ferramentas digitais com possibilidades para fins educativos em
Geografia
Os professores de Geografia possuem desafios a serem ultrapassados e para isso a
incorporação desses recursos digitais faz-se necessário para o ensino e aprendizado da
disciplina longe das paredes escolares, como um complemento, como um desenvolvimento
informal. Armazenagem de vídeos, de textos, imagens, hiperlinks, hipertextos, troca de e-
mails, download, criação de documentos, acesso a páginas de sites, blogs, fóruns de
discussões, comunidades e grupos virtuais são alguns dos recursos que nossos alunos estão
integrados e interagindo cotidianamente. Os professores então podem usufruir esses recursos
para o ensino e aprendizado em Geografia, pauta-se aqui então os principais meios digitais
utilizados pelos nossos alunos e por alguns professores e formas de como podem ser
utilizados pelos professores desta disciplina.
5.3.1 Fóruns de discussão
Os fóruns de discussão são ferramentas destinadas para o debate ou discussão sobre
um determinado assunto através de um espaço web dinâmico de caráter colaborativo. Oliveira
(2007, p.23) define como:
(...) um elemento assíncrono de envio de mensagens em rede, destinadas na maioria
das vezes, a um grupo de pessoas habilitadas ao acesso das mesmas, cujos “direitos”
são definidos por um organizador, participante ou não das interações promovidas
designer, em algum nível, eou administrador (...).
A discussão é livre, pautando em uma questão e nas respostas em sequência, podendo
ser também iniciado um novo debate, ou acompanhar um que já tenha se iniciado. Oliveira
(2007) afirma que o espaço definido para o fórum pode estar dividido em subníveis para
centralizar o debate em torno de um assunto. Assim, as perguntas “provocadoras” aparecem
como uma lista de hipertextos como títulos de cada debate. O usuário então clica no link para
ter acesso ao conteúdo e continuar a leitura, podendo engajar-se através de novas respostas e
assim por diante. Neste contexto, o fórum pode ser utilizado como instrumento para
87
aprofundamento crítico-reflexivo dos alunos sobre um determinado assunto, exigindo por
vezes uma leitura adequada, pesquisas, organização do pensamento, referências pertinentes,
colaborando e agregando ideias, valorizando o conhecimento com opiniões pessoais e a
discussão sobre as mesmas (ver Figura 08)58
.
Fonte: Fórum Yahoo! Disponível em:
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070223044137AAdqP95 Acesso em: 14 de dez. de 2015.
Neste caso, o tema central “Aquecimento Global” gerou perguntas provocadoras que
iniciaram debates através de um questionamento que incita a participação de outros
indivíduos. Percebe-se que a interação é diversificada, de acordo com o interesse de cada um,
uma das questões possui 20 interações “Quais são as principais causas do aquecimento
global’”, outras apenas 05 respostas como “Se cada um de nós fizéssemos nossa parte, para
contribuir para um mundo com menos alterações no clima resolveria59”. Independente, da
quantidade todas as interações são válidas e enriquecedoras desde que pertinentes a proposta.
Segundo Kenski (2002, p.258):
Interagir com o conhecimento e com as pessoas para aprender é fundamental. Para a
transformação de um determinado grupo de informações em conhecimentos é
58
Imagem retirada do Fórum Yahoo!, ortografia, abreviação, acentuação ou concordância errôneas não nos é de
responsabilidade. 59
Transcrição feita copiando todos os carácteres utilizados na postagem, incluindo os erros ortográficos.
Figura 08 - Fórum de discussão sobre Aquecimento Global
88
preciso que estes sejam trabalhados, discutidos, comunicados. As trocas entre
colegas, os múltiplos posicionamentos diante das informações disponíveis, os
debates e as análises críticas auxiliam a sua compreensão e elaboração cognitiva.
Fonte: FórumYahoo! Disponível em:
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070223044137AAdqP94. Acessado em: 22 de out. de 2015.
Percebemos que algumas interações são mais simples, outras mais elaboradas as que
conotam a questão da pesquisa e a busca do conhecimento para elaboração da resposta a
pergunta. Para tanto, viabilizar a utilização de fóruns no ensino de Geografia, pode-se indicar
a participação dos alunos diretamente ou apenas incitá-los à leitura.
Diversos temas podem ser utilizados para este fim, meio ambiente, população, demografia,
geopolítica, economia, transportes, entre outros. O professor pode entre estes temas
abordados e vários outros, construir um exercício pedagógico de interação virtual entre seus
alunos, buscando exercitar a participação online através desta ferramenta, a exposição de
ideias e opiniões sobre determinado conteúdo. O aprendizado ocorre através do diálogo, da
investigação, buscando as prováveis respostas, o que evidencia a utilização dos fóruns de
Figura 09 - Interações do fórum de discussão sobre “Quais são as principais causas do
aquecimento global"
89
discussão como ambientes virtuais de diálogos, conhecimento científico e da troca de saberes
entre os usuários.
Neste contexto, Kenski (2004) destaca que o professor deve saber utilizar diversos
saberes não apenas pedagógicos e tecnológicos, mas também para os novos formatos sociais,
comunicacionais e psicológicos que se destacam na sociedade contemporânea, como: saber
diversas linguagens, fazer parcerias com professores de outras áreas, saber lidar com valores
sociais e capitais, boa articulação com alunos e professores, identificação de sua capacidade
de liderança e cooperação, respeitabilidade pelas diferenças e boa postura perante os desafios.
Contudo, devido às inúmeras possibilidades dos fóruns é necessário ponderar as suas
limitações que se expõe através das propostas realizadas, nas contribuições e na organização
deste espaço e principalmente no uso excessivo deste espaço, nem na ausência ou na sua
pouca utilização. Discutir através dos fóruns de discussão os conteúdos estudados, investindo
uma maior autonomia na aprendizagem é uma das propostas desta ferramenta, assim os
alunos devem ter a liberdade de criar tópicos, interagir através das contribuições de sites,
links, blogs fortalencendo o debate em grupo ampliando a discussão.
5.3.2 Blog (Weblog)
O weblog é uma rede social digital interconectada que possui inúmeras finalidades,
principalmente para a educação, como um espaço dinamizador para o ensino e aprendizagem
em Geografia (ALMEIDA et al., 2015). Para adentrarmos a esta questão, primeiramente é
necessário conceituarmos o blog:
De acordo com Gomes (2005, p. 311):
O termo “blog” é a abreviatura do termo original da língua inglesa “weblog”. O
termo weblog parece ter sido utilizado pela primeira vez em 1997 por John Barger60
.
Na sua origem e na sua acepção mais geral, um weblog é uma página na Web que se
pressupõe ser atualizada com grande frequência através da colocação de mensagens
– que se designam “posts” – constituídas por imagens e/ou textos normalmente de
pequenas dimensões (muitas vezes incluindo links para sites de interesse e/ou
comentários e pensamentos pessoais do autor) e apresentadas de forma cronológica,
sendo as mensagens mais recentes normalmente apresentadas em primeiro lugar.
O blog é uma das ferramentas mais difundidas nas redes, pela sua alta versatilidade de
apropriação para diferentes setores e segmentos como um campo de possibilidades para a
60
John Barger foi o editor do blog original intitulando weblog.
90
criação, utilização e divulgação de ideias, serviços, produtos, seja de cunho pessoal ou
empresarial. Apropriar-se de um blog e tornar-se um blogueiro61
, fazer publicações, que
chamamos de post, organizados cronologicamente inverso que possibilita a interação de
terceiros através dos comentários facilita o feedback e a colaboratividade por meio dos
leitores diários ou esporádicos do blog. O blog não possui apenas textos, eles podem ser
compostos por imagens, sons e links para outros endereços eletrônicos de maneira dinâmica e
fácil.
Araújo (2009) delimita que os blogs, em sua estrutura de publicação, apresentam-se na
forma de uma página web composta de pequenos parágrafos de forma cronológica, como um
jornal ou página de notícias, seguindo uma linearidade de um fato após o outro. Além disso,
pauta que todos os textos são seguidos de data e horário de postagem, e de link para acesso
direto para aquele texto específico, o que possibilita a troca de comentários, que de acordo
com a configuração do blog pode ser escrito por qualquer pessoa ou por pessoas de uma
determinada rede.
Em consonância com Araújo (2009, p. 54) ainda afirma que o blog pode ser utilizado
“como um laboratório de escrita virtual em que todos os membros possam agir, interagir,
trocar experiências sobre assuntos de mesmo interesse, gerando ambientes colaborativos”.
Ainda com a autora, se faz importante identificar duas formas variantes de blogs: os
individuais e os coletivos. No primeiro, apenas o autorcriador possui total autonomia e
controle sobre as postagens, conteúdo, edição, personalização da página web. E no segundo,
os coletivos, mais de uma pessoa possui controle e acesso a página, o que possibilita uma
múltipla manutenção do weblog.
Nos escritos de Gomes (2005), pode-se compreender que existem duas vertentes para
a utilização do blog como recurso pedagógico (ambiente de acesso a informações e
conhecimento especializados e disponibilização de conteúdo por parte do professor), neste
caso, o blog estaria centrado no professor e caberia ao aluno apenas a leitura; e como
estratégia pedagógica, ou seja, na utilização do blog como espaço de interatividade,
colaboração, debate e integração, o que faria o aluno deixar de ser apenas um mero leitor para
transformar-se em um produtor textual, um colaborador.
61
Blogueiro refere-se ao ator que faz publicações cotidianamente em blogs interconectados nas redes.
91
Recorremos então a Gomes (2005, p. 313):
A criação e dinamização de um blog com intuitos educacionais pode, e deve, ser um
pretexto para o desenvolvimento de múltiplas competências. O desenvolvimento de
competências associadas à pesquisa e seleção de informação, à produção de texto
escrito, ao domínio de diversos serviços e ferramentas da web são algumas das mais
valias associadas a muitos projetos de criação de blogs em contextos escolares.
Desta maneira, compreendemos que utilizar o blog como recurso didático tanto em
sala de aula, como fora dela é uma importante ferramenta para o ensino e aprendizado de
Geografia, viabilizando a produção da escrita, a criação, a interação, a colaboração,
estimulando a comunicação através das novas mídias digitais. Ao analisarmos os estudos de
Primo (2008), o autor categorizou o blog através da observação do número de colaboradores,
o impacto profissional e estilo dos textos (informativos ou reflexivos) em quatro arquétipos
principais. Os quatro tipos de blogs são: pessoal, profissional, coletivo, e organizacional.
“Pode ser usado de diversas formas, por diversos usuários e para diversos fins” (ARAÚJO,
2009, p. 54).
O blog profissional geralmente é individual, escrito por um autor com especialização
em determinada área, sendo profissional na mesma, onde impacta através de seus posts não
importando se possui educação formal na área (ARAÚJO, 2009). Trazemos como exemplo, o
blog Suburbano Digital do professor Gabriel Egídio do Carmo62
formado em Geografia, que
como temática possui a Geografia, a educação e o meio ambiente em seus posts, criado desde
novembro de 2010. Nele, o professor e blogueiro aborda conteúdos sobre a Geografia, planos
de aula, exercícios, jogos geográficos, jogos online, mapas, livros, vídeos, curiosidades,
eventos de Geografia e questões de concursos, sendo um blog riquíssimo tanto para
professores quanto para alunos (ver Figura 10).
62
Gabriel Egídio do Carmo, formado em Geografia pela Universidade Federal de Viçosa – MG.
92
Fonte: www.suburbanodigital.blogspot.com.br Acesso em: 13 de out. de 2015.
Percebe-se que no blog Suburbano Digital, ele possui suas categorias divididas em
abas, o que facilita a transição pelo site, também possui inúmeros links para outros
hipertextos, sites, download de arquivos e demais serviços, informamos aqui também, que
suas postagens são baseadas em cunho científico contando com os links de referências de
artigos, livros e periódicos científicos. Este blog torna-se um exemplo viável de como um
professor pode fazer a diferença no ciberespaço utilizando as NTDICs, aprendendo com a tela
dinâmica do computador online e dos ambientes digitais de aprendizagem, e produzindo
conhecimento e acesso dinâmico a eles de forma sistematizada e ao mesmo tempo leve, onde
professores e alunos podem usufruir para o bem comum do ensino e aprendizado em
Geografia.
Já blog pessoal, produzido individualmente, diferencia-se do blog profissional por não
se ater a objetivos ou estratégias definidas e consolidadas com o trabalhoprofissão do autor
(ARAÚJO, 2009). Na maioria das vezes o prazer de escrever e expor suas ideias e a interação
é o que motiva a produção web deste blogueiro. Exemplifica-se este blog, através do blog Pe-
dri-nha, criado em 2009 que seu próprio slogan, define a temática da sua página web “de
receitas de bolo de fubá a contos de mistério” (ver Figura 11). Este tipo de blog é uma ótima
Figura 010- Blog Suburbano Digital (blog profissional)
93
forma de incentivar o desenvolvimento da escrita do aluno, da reflexão, da criticidade e da
curiosidade para a participação sociovirtual, visto que, os PCNs, vêm defender a ideia de que
a escola deve inserir a utilização das novas tecnologias no ensino, pois as mesmas se
encontram extremamente presentes no cotidiano social do educando (BRASIL, 1998).
Fonte: http://pe-dri-nha.blogspot.com.br/. Acesso em: 05 de dez. de 2015.
No entanto, o blog organizacional são os blogs coletivos, onde os blogueiros possuem
extremo cuidado com seus posts, pois serão assinados como membros de uma organização, ou
seja, tudo que for escrito não será tomado como uma postura individual e sim de uma
organização, o que de forma errônea pode comprometer a imagem da organização e postura
de seus colaboradores. De acordo com Primo (2008) são escritos por indivíduos cujos os posts
incorporam uma visão oficial da organização. Para exemplificar, recorro ao blog do
Greenpeace, uma organização global presente em 43 países, cuja missão é proteger o meio
ambiente, promoção da paz e a inspiração de mudanças e atitudes para um futuro mais verde e
limpo. Esse blog pode ser uma ótima ferramenta para o professor de Geografia que deseja que
seus alunos se familiarizem com o acesso a blogs de conteúdos ambientais e compartilhe
notícias, imagens e vídeos em outras redes digitais.
Figura 11 - Blog pe-dri-nha (blog pessoal)
94
Fonte: GreenPeace. Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/. Acesso em: 17 de out. de 2015.
E por último, o blog grupal (coletivo), produzido por no mínimo duas pessoas, tendo
seu foco voltado para algo em comum interesse. Seus posts, tanto podem ser escritos de forma
individual – onde cada participante escreve seu texto – ou por todos os membros. Nem
sempre o blog grupal terá uma sincronia de ideias ou apenas um viés de reflexão. O blog do 8º
Ano “B” EPJM é uma página web coletiva com a interação dos alunos no blog através de
posts de imagens, textos, vídeos e projetos.
Figura 12 - Blog do GreenPeace (blog organizacional)
95
o
Fonte: http://blogdo8anobepjm.blogspot.com.br/ Acesso em: 11 de nov. de 2015.
Inúmeros são os provedores para a criação do blog, o que se deve levar em
consideração é a facilidade do acesso, de manuseio, a gratuidade, a fácil personalização o que
garante a decisão pela escolha da página web: Wordexpress, Blogger, Uol entre outros. Para a
Geografia, podem-se conferir diversas possibilidades para trabalhar o blog entre os
professores e alunos com o intuito da troca de saberes, informações experiências,
possibilitando um ensino formal e não-formal dinâmico e colaborativo e também para a
interação entre a instituição e a sociedade. Convém observar que as possibilidades para a
disciplina são inúmeras, dentre elas se encontram:
Incitar o desenvolvimento de um blog da turma sobre conteúdos geográficos;
Figura 13 - Blog do 8ºAno “B” (blog coletivo)
96
Criar um projeto que fundamente a utilização de um blog para a interação da escola
com os alunos, com os pais e toda a sociedade;
O professor pode criar um blog para o compartilhamento de links, vídeos,
documentários, imagens e conteúdos hipertextuais a fim de complementar o conteúdo dado
em sala de aula;
Promover e encorajar exercícios virtuais no blog, levando em consideração um texto
postado e incentivando seus alunos a participarem através de comentários sobre o mesmo;
Criação de blogs para produções textuais, narrativas, análise de obras literárias,
atualidades, relatórios de visitas e excursões, publicação de fotos e vídeos;
Preparar e fomentar a produção escrita e a reflexão;
Desenvolver trabalhos em dupla ou em grupo, para a criação de blogs, separando-os
por temáticas delimitadas pertinentes ao ano letivo e entre outros;
As leituras dos blogs, a troca de comentários, o acesso aos links para outras páginas
webs fizeram com que fossem constituídas comunidades interconectadas de blogs, formando
entre si uma rede de comunicação e interação. Percebemos que as NTDICs sempre avançam
em direção à educação e cada vez mais alunos mostram-se virtualizados, ora sendo leitores
assíduos de blogs, participantes ativos em redes sociais, ora aprofundando seus
conhecimentos nas linguagens técnicas da informática como HTML, JAVA entre outros.
É necessário que os professores se apropriem da linguagem e explorem com seus
alunos as potencialidades do blog, já que, seu fácil acesso e sua facilidade de publicação
possibilita o interesse dos jovens nesse novo ambiente de aprendizagem. Araújo (2009) alega
que os blogs possuem grande poder de comunicação, já que os alunos tornam-se autores e
leitores de suas publicações, desenvolvendo assim “diários eletrônicos” para desenvolver
trabalhos em grupo e elaboração de projetos, potencializando a construção de redes sociais e a
comunicação.
Convém ressaltar, que ao longo do ano, professores e alunos desenvolvem inúmeros
textos, exercícios, projetos, palestras, imagens, apresentação de trabalhos, sínteses fontes
inesgotáveis de produções que por vezes encontram-se engavetados ou amarrotados em pastas
e gavetas. Isso nos possibilita uma nova forma de transpor o físico através do conhecimento
construído e produzido. Então, porque não desenvolver essa produção a nível virtual
Desengavetar essas produções e digitalizá-las possibilita um registro sistemático e acessível a
todos os membros do grupo, dando significado a construção de seu conhecimento. A
97
produção virtual então desenvolve a produção artística, a escrita e a hipertextualidade,
facilitando o diálogo, a reflexão crítica, a interpretação e a comunicação (ARAÚJO, 2009;
PRIMO, 2008).
5.3.3 E-mail
A utilização do e-mail tão comumente por todos pode ser uma ótima ferramenta para o
ensino visando à distribuição de material de estudo, link entre outras formas de conteúdo. É
um método que permite compor, enviar e receber mensagens eletrônicas rompendo com as
barreiras geográficas. Com a popularização da internet, desenvolverem-se inúmeros
provedores gratuitos que forneciam e-mail grátis desvinculados de demais serviços, podendo
ser acessados através de um navegador de internet – brownser, o que favorece a sua utilização
já que não é necessário possuir um programa específico. É possível criar pastas, editar por
cores, categorias, unir documentos, salvar endereços e outros serviços que cada provedor de
e-mail pode fornecer ao seu usuário.
Tanto os professores quanto os alunos podem utilizar o e-mail como uma forma de
comunicação, envio de arquivos, anotar compromissos, cadastrar contatos, trabalhos,
imagens, links, compartilhar hipertextos, contato com a escola e com os colegas da instituição.
Outra utilização é criar um e-mail para a turma, onde o professor de Geografia pode enviar
material extra como slides, imagens, vídeos, hipertextos, links e avisos, é uma forma de
comunicar-se com toda a turma.
5.3.4 Mapas Digitais
Para o professor de Geografia trabalhar com mapas seja dentro ou fora da sala de aula,
mais do que usar os livros didáticos como suporte educacional, os mapas digitais favorecem
maior compreensão do espaço. Pois, através dos mapas digitais e as imagens via satélites, as
concepções de espaço e orientação permitem aos usuários novas perspectivas de ângulos
diversos, com excelente qualidade, possibilitando a manipulação da imagem para as áreas de
interesse (ALMEIDA et al., 2015).
Dessa maneira, a empresa Google possibilita a utilização de inúmeros recursos e
aplicativos na plataforma web gratuitamente, podendo ser utilizadas em sala de aula para o
desenvolvimento de habilidades e competências importantes para os educandos, tais como,
desenvolvimento da escrita, da linguagem cartográfica, aprender a aprender através das
98
inúmeras fontes, a criticidade, o conhecimento geográfico, a reflexão etc. As principais
ferramentas para a interação dos mapas são o Google Maps e o Google Earth, que já são
bastante utilizados pelos jovens quando necessitam encontrar algum local ou visualizar uma
trajetória.
Essas duas ferramentas digitais são de extrema importância para a didática escolar,
pois por meio delas, o professor propicia uma visão da realidade, desde o local até o global,
em diversos níveis escalares. Assim, a educação cartográfica trata de uma metodologia que
estuda as diversas formas de construção de conceitos e procedimentos, para o
desenvolvimento da leitura do mundo, através das representações e simbologias. Os
conhecimentos cartográficos, por deveras deve ser utilizado na Geografia e sua práxis
pedagógica por objetivo de promover ao aluno a orientação, a autonomia e a lateralidade para
aprender sobre o espaço.
Almeida et al. (2015a, p. 5) afirmam que:
(...) estas ferramentas estão cada vez mais sendo utilizadas, pois permitem encontrar
determinados lugares (ruas, cidades, bairros, países...), através de dispositivos
conectados à internet, calcular trajetórias, distância e tempo para que se chegue à
determinada localidade, sendo originada do ponto em que o usuário esteja ou não.
O Google Maps permite ao utilizador a localização de qualquer ponto geográfico, seja
ele um bairro, rua, cidade, monumento, ponto turístico, ou até mesmo uma loja desde que
sejam inseridas as coordenadas corretas, seja a rua, o bairro ou mesmo a cidade. Face ao
exposto, possibilita a visualização de informações via mapas, satélite (visualiza o mapa
através de uma imagem de satélite) ou terreno (exibe o relevo como principal informação do
mapa) (ver Figura 14).
A utilização do Google Maps na disciplina de Geografia favorece o dinamismo do
aprendizado, já que pode ser linkado o endereço da localidade que se quer estudar ou mesmo
fazer o download para apresentação tanto em notebook como no smartphone. Os mapas
digitais podem ser compartilhados e trabalhados em diversas outras ferramentas digitais como
Twitter, blog, Facebook ou mesmo por e-mail, a fim de proporcionar acesso e integração entre
os usuários das redes.
99
Fonte: Google Maps. Disponível em: www.google.com.br/maps. Acesso em: 14 de dez. de 2015.
Nesse sentido, o Google Maps é um recurso digital divertido, moderno e interativo que
o professor de Geografia possui para apropriar-se para o ensino da disciplina, ensinando sobre
latitude, longitude, distância, perspectiva, a investigação espacial, o desenvolvimento da
linguagem cartográfica e dos símbolos. Além disso, a própria empresa – Google – fornece
tutoriais e cursos online gratuitos para professores, por meio do Google Maps Educação (ver
Figura 15).
Figura 14 - Google Maps
100
Fonte: Google Maps Educação. Disponível em: https://www.google.com/intl/pt-BR/maps/about/. Acesso em: 20
de dez. de 2015.
No que tange à práxis pedagógica, este recurso digital potencializa a inteligência
cartográfica (ALMEIDA, 2015a) permitindo ao professor diversas possibilidades de interação
e exercícios com e para seus alunos: indicar pistas para a localização de determinados pontos
no espaço geográfico; que analisem os elementos geográficos contidos no mapa; a descoberta
de uma melhor rota de um ponto A a um ponto B num determinado mapa; inserção de
fotografias nos mapas digitais para referência in locus; planejamento de uma viagem por meio
do transporte público; adicionar ou editar lugares em um determinado ponto; desenvolver a
escrita, a leitura simbológica, comparar cidades, desenvolver a produção e interpretação
textual, criar mapas colaborativos, entre outros.
No que se diz respeito ao Google Earth, faz-se importante ressaltar que Almeida et al.
(2015a, p. 7) afirma que a utilização da imagem em alta resolução, permite a visualização de
diversas informações com precisão através de elementos gráficos que podem compor áreas
rurais, urbanas, agrícolas, rodovias, relevo e hidrografia. Gonçalves et al. (2007, 32) define
que:
Figura 15 - Google Maps Educação
101
(...) a utilização de mapas é fundamental para contextualizar o aluno no âmbito
espacial, proporcionando o dimensionamento de proporção, de direção, de distância.
Entretanto, a utilização de recursos cartográficos permite ao aluno identificar fatores
relacionados ao meio, contudo a cartografia é apenas uma representação gráfica da
realidade (...) já a imagem de satélite (...) mostra a real face da superfície terrestre
em determinado momento, isto é, a representação contida na imagem de
sensoriamento remoto de alta resolução propicia ao aluno visualizar o mundo real,
através de associações cognitivas presentes no seu cotidiano.
Sendo assim, tais ferramentas propiciam ao professor e ao aluno um dinamismo não
propiciado pelos recursos tradicionais como mapas, cartas, imagens impressas, plantas entre
outras. O professor através desta ferramenta possui uma série de recursos para observar o
mundo como explorar construções em 3D, monumentos, oceanos, terrenos e as belezas
naturais, observar o dinamismo da urbanização, pontos de concentração populacional, belezas
turísticas, arquitetura entre outras, as possibilidades são infinitas (ver Figura 16).
Fonte: Google Earth. Disponível em: https://www.google.com.br/maps g Acesso em: 16 de nov. de 2015.
Desta forma o Google mapeou alguns pontos do espaço, em especial, a Lua e Marte,
podendo ser visualizados alguns pontos de sua geoforma, como crateras, cadeias de
montanhas, rios congelados que foram mapeadas por grandes expedições científicas através
Figura 16 - Universidade Federal de Pernambuco vista através do Google Earth
102
de parcerias. Ademais, mapeou boa parte dos oceanos, corais e até os dutos de Veneza. Tudo
isso, são ferramentas importantes para o ensino, uma metodologia integradora dessas
tecnologias a um professor “antenado”, pois abre um leque de vertentes que encantam e
atraem o interesse dos alunos para o ensino geográfico e cartográfico.
5.3.5 YouTube
O YouTube foi lançado em junho de 2005 pelos fundadores Steve Chen, Jawed Karin
e Chad Hurley, não sendo apenas um site exclusivo para visualização de vídeos, mas sim, de
compartilhamento de vídeos na internet, tencionando a melhor qualidade no serviço de vídeos
online (YOUTUBE, 2015).
Em seu livro “YouTube e a Revolução Digital”, Burgess e Green (2009)
compreendem que o YouTube insere-se nas ideias de cultura popular participativa, onde
indivíduos de áreas diferentes (educação, ciência, culinária, tecnologia, artes...) unem-se num
mesmo veículo midiático com a finalidade de compartilhar conhecimentos, saberes, opiniões,
ideologias, debates ou mesmo críticas a algo que lhe são de interesse. Os autores supracitados
ainda afirmam que em 2008, o YouTube era um dos sites de entretenimento mais visitados do
mundo, hospedando mais de 86 milhões de vídeos, que ressignificou o YouTube, como um
site colaborativo e multiparticipativo, o que fascina inúmeros usuários até hoje de diversos
locais do mundo.
O YouTube e todos os portais de vídeos online constituíram uma nova maneira de
criar e absorver conteúdo, criando um ápice nesta ação, fomentando o uso da
imagem, onde se dá quando nós mesmos tornamo-nos a própria mensagem. Este site
tornou-se fascinante, pois, expor a opinião, produzir informação, debates, conteúdos
científicos, educacionais, humorístico, entre outros fazem parte do que podemos
chamar atualmente de cultura popular, o que o torna útil para a compreensão das
relações sociais, evolução das tecnologias e das mídias, auxiliando na práxis escolar
(ALMEIDA et al, 2015b, p. 04).
A comunicação através das redes sociais digitais proporciona vertentes inovadoras
para a integração que antes por devido a barreiras geográficas eram limitadas e que,
contemporaneamente, mostra-se livre e propícia às novas relações sociais. Mediante a isso, o
YouTube pode ser linkado a outras redes sociais digitais como Facebook, Twitter, blog e
outras mais ou dispositivos eletrônicos como smartphones, tablets e notebooks, sendo
compartilhado em grande escala para milhões de usuários.
Almeida et al. (2015, p. 5) delineia que a escola é um ambiente que concretiza-se
diariamente para as práticas educativas e as relações sociais entre todos os membros da
103
instituição. A utilização do YouTube como um canal de vídeos seja para a turma ou mesmo
para a escola, ou como ferramenta didática seria um acréscimo positivo e construtivo para
todos os envolvidos no ambiente escolar, pois, conotaria um maior envolvimento e
comunicação entre todos e dinamismo na aquisição de saberes. Para tanto, o autor supracitado
busca em Veen e Vrakking (2009) concepções afirmativas para o intuito educacional, assim,
afirmam que o YouTube trata-se de uma ferramenta importante para a transição da escola
tradicional, galgada no modelo arcaico de ensino, para a escola moderna que busca nas
NTDICs, conhecimento ilimitado sem as barreiras do espaço físico, oportunizando inúmeras
vertentes para o aprendizado.
A produção ou compartilhamento do conhecimento faz do professor um usuário
particular das redes sociais digitais, tornando-se apto e comum a utilizar e interagir com os
alunos no meio virtual, criando uma relação extraclasse. Em consonância com Teruya (2009),
várias pesquisas asseguram que a linguagem midiática é imprescindível para o processo de
ensino, pois como uma ferramenta digital media o conhecimento atraindo o interesse e a
atenção dos alunos devido as suas particularidades de áudio e vídeo. Neste intuito, o autor
ainda alega que a educação transpôs alguns patamares cognitivos, e, contemporaneamente,
observar para compreender e aprender torna-se mais fácil e divertido através de imagens e
sons.
As perspectivas educacionais vão além de uma mudança de políticas escolares, a
práxis pedagógica deve ser reformulada e cabe ao professor habilidades e competências para o
uso e a compreensão desta ferramenta como recurso didático intra e extraclasse. Destarte, o
professor deve estar apto a poder escolher o melhor vídeo, a linguagem mais adequada,
perceber a abertura dos alunos e compreender os impactos que a informação contida na mídia
proporcionará aos seus alunos.
Podemos aqui elencar alguns pontos positivos e negativos que devem ser pertinentes
ao professor ao utilizar a ferramenta YouTube como suporte pedagógico a fim de obter os
melhores resultados: analisar o enredo do vídeo; observar se o vídeo despertará o interesse
dos alunos; se desenvolverá a criticidade e a reflexão; verificar a linguagem do vídeo; a faixa
etária dos alunos; contextualização do vídeo com o conteúdo proposto; duração do vídeo,
geralmente vídeos muitos longos cansam os alunos; verificar a qualidade de áudio e imagem
do vídeo; evitar a utilização de vídeos em sala de aula apenas para preencher carga horária;
aprofundar os conhecimentos adquiridos no vídeo através de debates ou exercícios.
A utilização desta ferramenta digital como recurso para o ensino de Geografia auxilia
no desenvolvimento de novos saberes e conhecimentos devido à reeducação audiovisual,
104
dinamizando o olhar, a criticidade, estimulando a pesquisa e as competências sejam elas
individuais ou em grupos (ALMEIDA et al., 2015). A Geografia como disciplina
interdisciplinar e transversal que atêm-se a diversos ramos das ciências, possui o auxílio do
audiovisual para a compreensão dos alunos, exemplificando um aluno que aprende ou lê sobre
os movimentos migratórios em sala de aula, perceberá melhor essas correntes migratórias ao
observarem um vídeo mostrando o fluxo e seus movimentos, o trajeto e a distância.
Pensando na educação, o YouTube, possui um projeto junto com a Fundação Lemann,
que proporciona um canal específico para vídeos educacionais, esse canal denominado
YouTubeEdu disponibiliza vídeos de qualidade em diversas disciplinas – inclusive Geografia
- com parceria de professores de todo o Brasil. Para participar desse canal, o Youtube e a
Fundação Lemann intitularam curadores para avaliarem os vídeos de acordo com o seu
conteúdo, linguagem e qualidade, assim os aptos são adicionados a esse canal. (YOUTUBE,
2015) (ver figura 17).
105
Fonte: YoutubeEdu Geografia. Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCs_n045yHUiC-CR2s8AjIwg
Acesso em: 22 de nov. de 2015.
Pertinentemente, o Youtube Edu trabalha com conteúdos para o Ensino Médio e
Fundamental, atribuindo à disciplina de Geografia em especial, subvertentes como:
Biogeografia, Cartografia, Categorias Geográficas, Climatologia, Geociências, Geografia
Agrária, das Indústrias, entre outras. Esse recurso pode ser um “plus” para o professor ao
disponibilizar esses vídeos em formatos de links como material extra para a compreensão de
conteúdos ou mesmo como inspiração para as suas aulas. Além disso, diversas atividades
Figura 17- YoutubeEDU - Geografia
106
podem ser proporcionadas pelo professor de Geografia como: filmes, documentários, aulas
expositivas, infográficos, imagens 3D, entre outros. Somando a isso, o professor deve atentar
a disponibilizar e trabalhar esses vídeos como um acréscimo ao que foi estudado em sala de
aula, ou mesmo como um material complementar no sentido de lazer como a indicação de
filmes ou documentários e em cima disso trabalhar atividades como resenhas, resumos, ideias
principais abordadas, fichamentos, descrições e narrativas.
5.3.6 Wikipédia (Enciclopédias Digitais)
O Wikipédia (Wiki63
) como modalidade de escrita hipertextual colaborativa na web é
um dos recursos pouco comentados e mesmo assim, que mais sofre preconceito por parte dos
professores e da academia. Esta ferramenta digital permite que qualquer internauta possa
colaborar acrescer e alterar um conteúdo no site. Essa edição prévia, não necessita de que
aprovação do antigo editor e mesmo, passa por uma avaliação, para verificar a verossimidade
das informações (PRIMO e RECUERO, 2002). (ver Figura 18)
Fonte: Wikipédia. Disponível em: www.wikipedia.com Acesso em: 11 de nov. de 2015.
63
Wiki é um termo utilizado para identificar um tipo específico de coleção de documentos em hipertexto ou
software colaborativo utilizado para criá-lo. Permite que documentos sejam editados coletivamente através de
uma linguagem de marcação simples e eficiente através de um brownser.
Figura 18 - Página inicial do Wikipédia
107
A construção colaborativa teve um grande avanço a partir do ano de 2001, com o
lançamento do Wikipédia (www.wikipedia.org), uma das mais famosas enciclopédias virtuais
do mundo. Sua inovação busca no seu aporte digital e na sua criação e formatação por
qualquer um e não por um corpo de especialistas. Segundo Primo e Recuero (2002, p. 6):
O objetivo do projeto é produzir uma enciclopédia que reúna o conhecimento
humano em profundidade e abrangência. Pode-se encontrar raízes do ideal de coletar
e organizar o conhecimento disponível na construção da biblioteca de Alexandria e
no trabalho dos enciclopedistas do século XVIII. Com a invenção da imprensa, as
enciclopédias ganharam a possibilidade de melhor distribuição. E, com a ampliação
de títulos publicados, passaram a ter uma função cada vez mais necessária: “a de
guiar os leitores através da sempre crescente floresta – para não dizer selva – do
conhecimento impresso”
De acordo com o Centre for Learning & Performance Technologie64
s, o Wikipédia
ficou entre o 11º lugar no que se refere às ferramentas digitais para aprendizagem. Dentre
todas as facilidades como acesso, atualização constante, inserção de verbetes, formato digital,
artigos integrados com a realidade através de horas ou mesmo minutos, permitindo uma
ampla cobertura, algumas desvantagens emergem nesse mar de possibilidades, por vezes
alguns textos não passam de rascunhos mal fundamentados, informações imprecisas, verbetes
vandalizados, falta de garantia na produção textual, artigos pessimamente redigidos e com
erros ortográficos ou de concordância.
No que tange à discussão, a Wikipédia não possui uma versão finalizada, muito menos
uma antiga, pois a todo o momento ela está sendo atualizada por centenas de pessoas. Ou seja,
um mesmo texto é domínio de todos e não apenas de uma pessoa, o único compromisso que
se espera é do aporte da informação mais fidedigna. De certo que o trabalho coletivo promove
o choque de ideias, a falta de senso comum, por vez um texto bem escrito e bem
fundamentado é alterado por divergências de autores, opiniões ou fatos. Para tanto, por não
existir uma equipe responsável pelas informações e a avaliação de sua fidedignidade, os
textos de mais valia são aqueles que são fundamentados e referenciados através de fontes ao
final da página, links externos, discussão de textos alheios e de sua própria revisão (PRIMO e
RECUERO, 2002) (ver Figura 19).
64
Centro de Aprendizagem e Desempenho Tecnológico
108
Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_da_Educa%C3%A7%C3%A3o
Acesso em: 12 de nov. de 2015.
Para a educação, professores e alunos não devem abster-se desta ferramenta e sim,
utilizá-la como ponto de partida para a pesquisa (e não como ponto final), no entanto, explorar
os links, os assuntos correlatos, as referências indicadas são a melhor forma de credibilizar as
informações nele inclusas acrescendo outras fontes de estudo para somar a produção textual e
reflexiva.
Negar a existência e a facilidade desta ferramenta digital seria uma tolice, pois o
professor de Geografia tem de saber lidar com a possibilidade de sua utilização pelos seus
alunos, devido à facilidade de respostas aos seus questionamentos, a procura de material de
estudos e saberes acadêmicos, ou leitura base para aplacar a sua curiosidade. É imprescindível
que o professor trabalhe com seus alunos a questão da verossímidade das informações,
ensinando-os a procurar as fontes com embasamento e referenciamento acadêmico e também
constatar que as informações condizem com outras fontes.
5.3.7 Facebook
Primeiramente, vale ressaltar que o Facebook é a rede social mais expressiva na
contemporaneidade. Criada por quatro estudantes da Universidade de Harvard, Mark
Figura 19 - Fontes, referências e links suplementares
109
Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Chris Hugues e Eduardo Saverin, em 2004. A plataforma
inicialmente era destinada apenas aos discentes da instituição, e foi a partir de 2006 que abriu-
se para usuários chegando ao total de mais de um bilhão de usuários65
. O Facebook funciona
através de perfis e comunidade virtuais podendo em cada perfil agrega informações pessoais,
aplicativos, ferramentas que facilitam o acesso e sua utilização (RECUERO, 2009).
Tanto o Facebook como outras redes sociais permanecem ativas entre os usuários,
substituindo tarefas que antes feitas por outros meios, como compartilhamento de ideias,
notícias e opiniões, diversão através dos jogos online, atualização de fatos, divulgação
comercial de produtos e de serviços, lazer entre muitos dos aplicativos que circundam a rede e
por último e não menos importante, a comunicação que muitos fomentam ser a mais
importante da rede social, que pode-se dar através de chat de mensagens, grupos de discussão
ou páginas específicas, o que “ Um espectro novo de relações sociais” (RECUERO, 2009,
p.184).
De acordo com Caritá et al (2011, p.4), “uma grande vantagem do uso do Facebook é
que ele tem como característica a centralização das informações, o que permite ao usuário
navegar em busca de diversos assuntos sem sair de sua página na rede”. Isso transforma a
maneira de obter informação e se relacionar com as tecnologias de informação e
comunicação, as informações ficam mais participativas e opinativas entre todos os usuários,
se manifestar de acordo com sua ideologia, torna-se imprescindível para a interação social.
Além disso, o Facebook como outras redes sociais, possui a acessibilidade móvel através do
smartphone, o que difunde e dinamiza o seu uso, seja de onde estiver, o que permite o
dinamismo da informação, e fazendo do Facebook um excelente disseminador de informações
e conteúdos o que viabiliza sua utilização para a educação (CARITÁ et al., 2011).
Segundo, Phillips et al. (2011 apud Ebeling 2014, p.25), o Facebook possui cinco
principais recursos: a linha do tempo e a página inicial que aparece o “feed” de notícias e as
atualizações dos amigos; o perfil mostra a foto, informações e interesses pessoais delimitados
e autorizados pelo próprio usuário; grupos (recurso que possibilitam os trabalhos e projetos
em colaboração entre professor e alunos, podendo ser abertos ou fechados e as páginas que
são os espaços públicos de interesse), (ver Figura 20). As páginas permitem a interação com
um grupo de pessoas que a possuem como interesse. Isso possibilita a interação entre
professores e alunos através do compartilhamento de links, hipertextos, imagens, vídeos,
65
Dados da empresa disponível em: <http://newsroom.fb.com/company-info/>. Acessado em: 04 de fev. de
2016.
110
vídeos online, posts de blogs seja da classe, da escola, do professor, as perspectivas são
imensas.
Fonte: Facebook. Disponível em: www.facebook.com Acesso em: 28 de nov. de 2015.
As inúmeras possibilidades para a educação se molda tanto para o professor de
Geografia quanto para o aluno, ambos podem utilizar dos inúmeros aplicativos ou páginas
direcionadas as disciplinas de Geografia como um recurso educacional para o ensino. Existem
diversas páginas e aplicativos voltados para a Geografia, como por exemplo, a página
Geografia Criativa66
que apresenta publicações de atividades, exercícios e projetos criativos
para o ensino de Geografia, com o intuito de compartilhar e divulgar ideias inovadoras e
experiências docentes (ver Figura 21), seus usuários possuem a possibilidade de aprender e
compartilhar informações das mais diversas categorias sobre práticas educacionais que
fomentem o desenvolvimento do aprendizado do aluno.
Além disso, as páginas do Facebook podem conter recursos como “notas” e
comentários que possibilitam a interatividade individual e em grupo através da comunicação,
66
Página Geografia Criativa, com quase 26 mil pessoas inscritas com intuito de promover práticas docentes
criativas para o aprendizado geográfico.
Figura 20- Criação de Grupo no Facebook
111
aliado a isso todas as atualizações podem chegar aos professores e alunos enquanto eles
estiverem fora da sala de aula, através de plataformas mobiles, ou seja, a aprendizagem pode
chegar onde eles estiverem (EBELING, 2014).
Fonte: Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/geografiacriativa/. Acesso em: 12 de dez. de
2015.
Outra página interessante, Acervo do Conhecimento Geográfico67
, proporciona ao
professor e aos alunos acesso a diversos materiais digitais (hipertextos, PDF, e-books68
entre
67
Página da rede social digital Facebook voltada para o compartilhamento de materiais digitais referente a
Geografia com quase 21 mil membros que a acompanham.. 68
Livro em formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos como computadores, notebooks,
PDAs, leitor de livros digitais ou mesmo smartphones.
Figura 21- Página do Facebook: Geografia Criativa
112
outros) referente a Geografia e possibilita a interação, debate e busca de materiais de interesse
através de uma tabela com todas as produções colaborativamente anexadas pelos usuários da
página, tendo essa tabela atualizada semanalmente (ver Figura 22).
Fonte: Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/acervogeograficoAcesso em: 22 de dez. de
2015.
Outro exemplo, a ser relatado é a página Professor de Geografia (ver Figura 23), que
permite a interação e debate sobre conteúdos geográficos e práticas docentes, o que fortalece a
colaboratividade e o enriquecimento para os estudos de Geografia e os debates que podem ser
produzidos em sala de aula. A aprendizagem colaborativa através das páginas de interesse em
comum e grupos do Facebook tem a intenção da construção de algo em comum, ao passo que
Figura 22- Página do Facebook: Acervo do Conhecimento Geográfico
113
a aprendizagem cooperativa permeia a utilização das ferramentas de comunicação e também
para os controles do acesso a documentos (EBELING, 2014).
Fonte: Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/Professor-de-Geografia-
408484415890920/?fref=ts Acesso em: 12 de nov. de 2015.
Neste cenário, o professor e os alunos podem utilizar o Facebook como ferramenta de
interação e compartilhamento de ideias, conteúdos, informações e saberes, podendo ocorrer
debates que podem e devem ser resgatados para dentro da sala de aula, desde que sejam
pertinentes e adequados à discussão.
Uma questão bastante discutida entre os professores e os alunos é a junção do meio
escolar com o meio pessoal. Muitos professores não gostam de adicionar alunos à sua rede
pessoal, devido ao acesso às informações pessoais o que caracteriza uma barreira
Figura 23- Página do Facebook: Professor de Geografia
114
(protecionismo) a certas brincadeiras alunos maledicentes. Outrora, muitos professores que
gostam da interação e utilizam de tal ferramenta digital para potencializar o ensino e
aprendizagem, criam páginas e até perfis direcionados para o ensino de uma determina escola
ou mesmo turma.
Utilizar a página do Facebook para postar vídeos, links, imagens baseados nos
conteúdos dados em sala de aula ou mesmo sobre atualidades é uma forma de estar
conectando os alunos ao aprendizado virtual, o aprendizado extraclasse. Propor atividades que
criem um vínculo entre o intraclasse e o extraclasse promove a junção e a liberdade de
expressão (já que muitos adolescentes se expressam melhor no mundo virtual) sobre
determinada temática. Um exemplo que aqui podemos citar é trabalhar o conteúdo sobre a
economia brasileira em sala de aula e propor aos alunos que interajam na página do Facebook
criada pelo professor numa postagem de um vídeo, imagem ou hipertexto e acordando para
que opinem sobre o material compartilhado. A interação proposta é mediada e promovida
tanto pelo professor quanto pelos alunos, é uma forma de sair do tradicionalismo do conteúdo
geográfico passado dentro da sala de aula e sendo levado às redes sociais digitais dos alunos
de forma dinâmica e colaborativa.
5.3.8 Twitter
O Twitter69
é um site de relacionamento, permitindo a interação dos usuários através
pequenos textos de até 140 caracteres, baseando-se na pergunta: “O que está acontecendo”.
Recuero (2014, p. 186) afirma que é “o Twitter estruturado com seguidores e pessoas a seguir,
onde cada twitter pode escolher quem deseja seguir e ser seguido por outros. Há também a
possibilidade de enviar mensagens em modo privado para outros usuários”.
O uso do Twitter identifica-se entre a conversação, o compartilhamento de
informações, as URLs70
e a promoção de notícias e fatos (ARAÚJO, 2010), fazendo o Brasil
um dos países que mais utilizam o Twitter diariamente, por ser uma rede de informações em
tempo real.
É importante destacar que Seixas (2009, p.5) afirma que o Twitter:
69
Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams criaram o Twitter em 2006, como projeto da empresa Odeo.
(TWITTER). Disponível em: <www.twitter.com>. Acessado em 22 de jan. de 2016. 70
Uniform Resource Locator, refere-se ao endereço de rede que pode ser de internet ou do próprio computador.
115
(...) foi o precursor, aquele que definiu o conceito, as novas possibilidades e a nova
forma de irrigar o mundo com conteúdo. Permitiu que uma verdadeira legião de
programas, sites e mash-ups71
pudessem proporcionar formas diferentes de publicar
e interagir com a quantidade colossal de mimi-conteúdos já disponível nesse
pequeno, e crescente, universo. Já se percebe que ao redor dessa plataforma se forma
uma economia própria, onde ela própria é o início e o fim, o meio e o objetivo.
De forma geral, a estrutura desta rede social, viabiliza a educação informal, pois
difunde as informações diretas e rápidas devido a sua limitação de 140 carácteres. E para que
se compreenda a educação informal Araújo (2010), aborda que a educação informal ocorre
durante as atividades cotidianas ou profissionais, sem organização e sem estruturação por
currículos ou programas de ensino. Outros autores pautados por Araújo (2010) declaram que
para que a educação informal se concretize basta apenas que o controle esteja nas mãos do
aprendiz sem controles ou critérios externos.
No Brasil é recente a utilização do Twitter ou mesmo os debates sobre a utilização dos
mesmos na educação. As autoras Grosseck e Holotescu, em 2008, em seu artigo intitulado
“Can we use Twitter for educational activities72
” conota a lentidão do Brasil no que se refere
uma temática há tempos já abordada. Diante de tal situação, as autoras defendem a
necessidade “twittar73
” dentro e fora da sala de aula, o que favorece a discussão e o debate de
temas e conteúdos reforçando a imprescindibilidade da utilização do Twitter como uma
ferramenta de ensino e aprendizagem.
De acordo com Grosseck e Holotescu (2008) o compartilhamento de vídeos de
aprendizagem, reenvio de tweets instigantes, interessantes e curiosos, divulgação de links de
sites importantes, de blog, entre outros, são uma boa forma de complementar de forma
interativa a educação através dessa ferramenta. Outras potencialidades são a criação de
debates, enquetes, troca de experiências, despertar o poder de síntese dos alunos e a reflexão.
Baseando-se nos estudos de Grosseck & Holotescu (2008), Araújo (2010), Moran
(2010), podemos aqui pautar referências pedagógicas para os professores como base para o
uso do Twitter no ensino de Geografia, visto que suas possibilidades (pontos positivos) são
inúmeras:
71
Mash-up é um site ou mesmo uma aplicação digital que utiliza conteúdo de mais de uma fonte para criar um
novo serviço mais amplo. 72
Podemos utilizar o Twitter para atividades educacionais (tradução nossa) 73
Ato de postar no Twitter.
116
Explorar a escrita colaborativa (promover a escrita como um exercício
divertido, promovendo a habilidade edição, sintetização, trabalhando a cognitividade e
a reflexão);
Os alunos podem utilizar o Twitter para enviar questões, observações e
inquietações a um grupo específico;
Utilizar o Twitter aliado a um blog, oportunizando aos alunos utilizarem a
atividade assíncrona utilizando-se da voz, de uma proposta, da audiência, da ideia, da
reflexão, das notas, repostagens, do gerenciamento e da curiosidade;
Utilizar o Twitter como descoberta para novos conteúdos ou notícias que mais
estão sendo pautadas no Brasil e no mundo referente a Geografia e seus conteúdos;
Gerenciar projetos criados e gerenciados tanto pelo professor como pelos
alunos;
O professor pode buscar no Twitter uma forma fácil de expressão de opinião de
seus alunos sobre um conteúdo, um determinado fato, ou situação;
Uma nova forma de comunicação bidirecional;
Toda a blogosfera atualmente permanece conectada através do Twitter;
Cria uma experiência de aprendizagem virtual;
Envolver a educação e a prática do professor;
Construção de uma comunidade educativa virtual;
Os alunos utilizarem o Twitter como uma ferramenta para a reflexão;
Os professores se tornam disponíveis;
Alunos mais tímidos podem ser ouvidos no mundo virtual;
Ferramenta útil para o desenvolvimento profissional do professor e construção
de projetos;
Utilização do smartphone dentro da sala de aula para interação de maneira
adequada no momento permitido pelo professor;
Localização de materiais, fontes originais, citações, atualização imediata da
aula, gerenciamento de um perfil da turma com postagens atualizadas sobre os
conteúdos dados, notícias, eventos etc.;
Construção de confiança entre professor e alunos;
Tanto os alunos como os professores, podem postar suas reflexões sobre
determinado conteúdo dados na aula para revisão posterior.
117
A utilização do Twitter como uma NTDICs para a educação transforma o professor e
sua dinâmica dentro e fora da sala de aula, objetivando-a num meio de analisar os conteúdos,
sua práxis pedagógica, a demanda educacional e principalmente conectando pessoas com
interesse em comum, que geograficamente não teriam se conhecido devido as suas barreiras e
limites. As possibilidades se abrem através da diversão de oportunizar aos alunos mais formas
de conhecimento, links, vídeos numa linguagem mais dinâmica e informal como o internetês,
tendo este recurso como uma forma de anunciar rapidamente alguma questão pertinente às
atividades escolares ou mesmo a algum fato importante para a disciplina.
Contudo, não devemos aqui esquecer os pontos negativos que a utilização deste recurso,
sendo mal utilizado pode trazer à educação:
O tempo perdido no Twitter: tem que haver um controle e foco na atividade e
no uso do Twitter como recurso educacional;
Prestar atenção no conteúdo e no professor e não manter-se conectado e
postando no Twitter: é preciso delimitar muito bem a utilização e a hora certa das
postagens;
O Twitter permite apenas que sua rede possua acesso aos seus tweets: a criação
de hashtags (#) como precursores de assuntos e debates que facilitam o acesso;
Utilizar o perfil pessoal como aporte educacional pode induzir a interpretação
errônea de certas informações sobre a vida profissional do professor pelos alunos.
Neste caso, melhor criar uma conta privada;
Distração dos alunos;
Pode ser por vezes viciante;
Utilização incorreta do smartphone dentro da sala de aula.
Torna-se evidente que para o Twitter funcionar como uma NTDICs na educação é
necessário o professor compartilhar com os alunos suas intenções, a linguagem a ser adotada,
a reflexão do que será escrito, os objetivos, a retwittar74
uma notícia ou informação e a ser
flexível ao direcionamento que seus tweets irão levar (GROSSRECK e HOLOTESCU, 2008).
Isto posto, o professor deve atentar-se à utilização do Twitter como um projeto piloto, não se
esquecendo de perceber os pontos positivos e negativos desta prática; adotando como
aprendizado tanto para os alunos quanto para si e principalmente saber mesclar esta nova
74
Replicar um tweet feito, ou seja, compartilhar uma postagem já feita pelo próprio usuário ou por outros.
118
ferramenta educacional com as antigas, buscando na avaliação abordagens positivas para a
participação e colaboração dos alunos.
Não se pode deixar de citar aqui alguns perfis de Twitter, com temáticas geográficas e
ambientais que potencializam o ensino e aprendizagem, fomentando notícias de cunho
geográfico e ambiental por toda sua rede, sendo retweetados, por diversos usuários sendo
umas das principais redes de compartilhamento de conteúdo.
Fonte: Twitter. Disponível em: https://twitter.com/ngbrasil. Acesso em: 02 de dez. de 2015.
Fonte: Twitter. Disponível em: https://twitter.com/greenpeacebr. Acesso em: 02 de dez. de 2015.
Figura 24 e 25 - Perfis da rede social Twitter com temática Geográfica e Ambiental
119
Percebe-se que nos perfis de Twitter acima: National Geographic (@ngbrasil) e
Greenpeace Brasil (@greenpeaceBR), o primeiro possui 151 mil seguidores e o segundo
possui em torno de 1,35 mil seguidores que interagem, compartilham (retwittam) e visualizam
as notícias, notas, links e imagens postados por eles. Esses perfis possuem potencial para a
educação na disciplina de Geografia, pois ambos trabalham a questão do meio ambiente como
foco principal de sua página. Utilizar esses perfis como ferramentas para o ensino e
aprendizado dos alunos é uma forma de dinamizar os saberes antes apenas galgados nas
páginas dos livros didáticos e na lousa. Inúmeros são os perfis e temáticas que os professores
e alunos podem utilizar, seguir e retwittar para acrescer os recursos didáticos dentro e fora da
escola. A educação informal é altamente fomentada pela utilização de redes de informação
rápida como o Twitter e o Facebook. É mais fácil, o aluno internauta ler um conteúdo que está
sendo compartilhado e discutido nas redes sociais digitais, do que pedir para que esse aluno
leia, o capítulo 5 de um livro que aborda a mesma temática em sua casa.
5.4 Algumas Considerações
Neste capítulo, abordamos como as redes sociais digitais e suas ferramentas podem ser
recursos potencializadores para o ensino e aprendizado em Geografia. Por vezes, o professor
de Geografia possui a seu dispor inúmeras ferramentas virtuais que propiciam um ensino
eficaz e eficiente utilizando a educação formal e informal. Contudo, poucos são os casos em
que os professores utilizam tão bem esses novos recursos para auxílio na práxis didática, ora
por falta de metodologias, ora por receio, ora por falta de oportunidade ou mesmo por falta de
capacitação.
Diante dessa realidade, nossos alunos passam inúmeras horas conectados nas redes
sociais digitais como Facebook, Twitter, YouTube entre outras, cotidianamente interagindo,
conversando, compartilhando, debatendo, lendo e escrevendo sobre as mais diversas
categorias de temas que a rede pode proporcionar naquele determinado momento.
Negligenciar as potencialidades destas ferramentas digitais é um equívoco que por vezes
exprime falta de comprometimento, medo e receio de adentrar o mundo das NTDICs na
educação.
Fóruns de discussão, e-mail, mapas digitais, Facebook, Wikipédia, Twitter, YouTube,
Blog, são algumas das inúmeras redes e ferramentas digitais que foram abordadas neste
capítulo. A quantidade de ferramentas e possibilidades são inúmeras, no entanto, buscamos
abordar as principais e mais comumente utilizadas por nossos alunos em seu cotidiano,
120
explicitando sua possibilidade educacional e demonstrando as potencialidades para sua
utilização no ensino.
Destaca-se, por fim, que as redes sociais digitais e suas ferramentas necessitam de
acompanhamento permanente por estarem sempre em evolução constante, agregando
serviços, extinguindo-os, ou transformando-os e principalmente verificar a aplicabilidade para
fins educacionais. Caso haja, o professor deverá atentar-se para os pontos positivos e
negativos de sua utilização, elaboração de projetos, metodologias, linguagem, objetivos, da
necessidade de capacitação dos alunos, se eles já estão familiarizados e principalmente do
acompanhamento constante de feedback de todos os envolvidos devido às expectativas de sua
utilização.
121
6 ANÁLISES E RESULTADOS
6.1 Perfis dos participantes
Após o levantamento bibliográfico e do planejamento, era importante traçar o perfil
dos participantes da pesquisa, com o objetivo de direcionar as observações e perspectivas para
o decorrer do estudo. Os instrumentos de coleta de dados foram o questionário, a observação
in locus e a entrevista semiestruturada, composta de perguntas abertas que foram respondidas
por 24 professores do ensino público de Recife. Para uma maior compreensão, os dados foram
tabulados e transformados em gráficos apresentados de forma decorrente abaixo.
No Gráfico 01, percebemos que 24 professores pesquisados atuam na educação
pública especificadamente no Ensino Médio, 12 deles no Ensino Fundamental, ou seja,
muitos professores atuam nas duas categorias de ensino. Além disso, 13 enquadram-se em
demais categorias da educação brasileira, sendo ensino técnico (01), ensino superior (07) e 05
enquadram-se em demais categorias como cursinhos pré-vestibulares e técnicos que no
gráfico podem ser identificados em “Outros”.
Gráfico 01- Nível de ensino em que atua.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Vale ressaltar que todos os professores são formados em Licenciatura em Geografia,
lecionando entre 01 a 15 anos. Sendo que dos 24 professores, seis trabalham respectivamente
a 3 anos. E apenas dois professores possuem o maior tempo de sala de aula, 10 e 15 anos.
5
1
7
24
12
Outros
Técnico
Superior
Médio
Fundamental
0 5 10 15 20 25 30
122
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5 7 8 10 15
Qu
an
tid
ad
e d
e P
rofe
sso
res
Tempo de Experiência em Sala de Aula (em Anos)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observamos ainda que a formação continuada como especialização (lato sensu)
mestrado (stricto sensu) e doutorado está presente em uma pouca parcela dos pesquisados (ver
Gráfico 03). De acordo com alguns professores, eles ainda não se propuseram a continuar a
vida acadêmica por falta de interesse, falta de recursos financeiros para arcar com os custos de
uma especialização, por não terem sido captados nas seleções acadêmicas e outros por
necessidade de optarem por trabalhar pelo seu subsídio.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Replicando algumas falas com exímia exatidão, resguardo o anonimato para maior
liberdade das entrevistas dos interlocutores aqui relatadas:
6
5
1
0
Especialização (Lato Sensu)
Mestrado (Stricto Sensu)
Doutorado
Pós-Doutorado
0 2 4 6 8
Gráfico 02 - Tempo de experiência em sala de aula
Gráfico 03 - Formação Acadêmica Continuada
123
Professor A - “Não me interessei em entrar mestrado ainda, por falta
de tempo para estudar para a seleção e também por ter que trabalhar
para ajudar em casa e estudar pra concursos públicos na área de
ensino”.
Professor R - “Até pretendia fazer uma pós-graduação quando
acabasse a graduação, mas fui protelando e protelando e nisso já
ensino a três anos e não iniciei ainda”.
Professor C - “Procurei fazer logo uma pós-graduação para não
parar de estudar, porque muitos me falaram que quando se para de
estudar, fica muito difícil voltar”.
Professor P - “Ingressei no mestrado, logo após minha formação
acadêmica em Licenciatura em Geografia e depois de mestre, fiz a
seleção para o doutorado na mesma área. Nisso já me encontro no
segundo ano do doutorado na UFPE”.
Percebe-se que nas falas dos professores A e R que a formação continuada em alguns
aspectos entra em conflito com a realidade de muitos que ingressam no mercado de trabalho
após sua graduação. Realmente prioridades devem ser categorizadas pelos profissionais para a
estabilidade social e familiar. Contudo, na fala do professor C e P, sua reflexão sobre não
parar a sua formação mostra uma preocupação com o seu contínuo crescimento profissional.
Outro tipo de atualização e crescimento profissional que deve ser elencado para o
profissional educador é a formação horizontal através de cursos, mini-cursos, palestras e
outras atividades que buscam o desenvolvimento profissional de forma rápida e dinâmica.
Dos 24 professores, 18 já fizeram cursos complementares de formação, seja por livre escolha
ou por formação e capacitação oferecido pelo governo de Pernambuco aos professores das
escolas públicas e 6 ainda recentes na educação irão participar até o ano desta pesquisa de
cursos de extensão para professores.
124
6.2 Sobre as novas tecnologias e suas ferramentas
De certo que mensurar o quanto a tecnologia faz parte do cotidiano dos professores
pesquisados se faz necessário a partir do momento que através dessas informações a
compreensão sobre sua utilização na educação formal ou informal ficaria evidenciada de
acordo com sua prática. Para tanto, algumas perguntas foram feitas no intuito de descobrir o
quão esses professores do ensino público de Recife utilizam as novas tecnologias e suas
ferramentas digitais. Sobre a utilização do computador em casa em seu cotidiano, foi
unânime entre os entrevistados a sua utilização, para diversos fins (ver Gráfico 04).
Fonte: Elaborado pelo autor.
Fica evidenciado no gráfico acima que os professores utilizam muitas das inúmeras
ferramentas digitais que a internet e o computador podem oferecer ao seu usuário. A
comunicação através de chats e as redes sociais digitais são umas das ferramentas mais
utilizadas por eles com o intuito de comunicar-se e manter-se informado através das redes e
dos fluxos. Outra ferramenta que se faz presente também e participante das atividades virtuais
dos professores entrevistados são a utilização do e-mail (ferramenta importante para a
comunicação e envio de anexos), o brownser (utilizado para acesso das incontáveis páginas
13
18
22
17
20
20
12
20
16
22
0 5 10 15 20 25
Outros
Editor de Textos
Redes Sociais Digitais
Software de Apresentação
Brownser (Navegador de Internet)
Hipertextos, Links, Vídeos...
Download de mídias
Softwares de Edição de Imagem e Vídeos
Comunicação (Chats)
Gráfico 04 - Quais recursos utiliza no seu computadornotebooktablet
125
web e pesquisas), e o download de mídias digitais como fotos, vídeos, imagens e sons que
podem ser utilizados para as mais diversas modalidades.
Nas entrevistas feitas, as respostas evidenciam que todos os professores utilizam o
computadornotebooktablet, como ferramenta de estudo e como ferramenta de trabalho para
preparar as aulas a serem ministradas. As aulas são preparadas através de pesquisas de outras
fontes bibliográficas para acrescer no conhecimento a ser ministrado ou como correto dizer
mediado.
Vale ressaltar que questionou-se se estes professores enquanto graduandos tiveram
alguma disciplina que fomente a utilização das NTICsNTDICs no ensino e aprendizado em
Geografia através de algum curso ou mesmo disciplina (ver Gráfico 05).
Fonte: Elaborado pelo autor.
Dos 24 professores, 13 responderam que Sim de forma categórica, informando que
tiveram disciplinas que incentivavam a utilização das NTDICs ou que também participaram
de palestras e cursos que direcionavam a educação para a utilização das novas tecnologias de
informação e comunicação no ensino. O restante, nove professores, informaram que nunca
tiveram disciplinas ou participaram de cursos com essa vertente em sua graduação. Outros
dois professores, não souberam ou não quiseram responder a questão. Isso aprofunda na
13
9
Sim Não
0
2
4
6
8
10
12
14
Gráfico 05 - Enquanto graduando em Licenciatura em Geografia, tiveram disciplina ou
cursos que incentivavam a utilização das NTDICs para o ensino e aprendizagem em
Geografia?
126
questão da familiaridade com as ferramentas ao longo do seu trajeto acadêmico e a descoberta
de suas potencialidades para o ensino.
Quando questionados se os professores possuíam conhecimentos suficientes para a
utilização do computador, internet e suas ferramentas para o ensino de Geografia, 22
professores responderam que possuíam conhecimentos e apenas dois professores responderam
que não. Nesse sentido, referimo-nos a uma classificação pessoal sobre o domínio das
NTICsNTDICs:
Fonte: Elaborado pelo autor.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Satisfatoriamente, 14 professores consideram-se bons para a utilização das novas
tecnologias de informação e comunicação no ensino de Geografia, dois consideram-se
excelentes, um ruim, e três consideram-se ótimos (ver Gráfico 06). Ao questionarmos ao
professor que aqui o chamaremos de Professor V, o porquê dele considerar o seu domínio das
novas tecnologias ruim, ele nos respondeu:
Professor V - “Nunca me interessei pelas tecnologias, sempre fui um
pouco avesso à utilização dessas ferramentas no ensino. Até que as
1
4
14
3
2
Ruim
Regular
Bom
Ótimo
Excelente
Gráfico 06 - Como você consideraria seu domínio sobre as NTICs/NTDICs
para o ensino?
127
utilizo em casa, mas quando é para utilizar em sala de aula, acabo me
atrapalhando e nunca dá certo ou acabo perdendo muito tempo”.
A observação dessa fala, nos remonta a realidade escolar da sala de aula e
principalmente da metodologia tradicional de ensino ou mesmo o medo em ultrapassar os
obstáculos que a evolução tecnológica pode criar. “Antenar-se”, ou não deixar-se tornar
obsoleto na educação é uma forma e um dever para com a educação e para consigo como
profissional. Acompanhar todas as mudanças de certo que é uma tarefa árdua, se formos
refletir sobre todo o cotidiano de trabalho, família, lazer e outros afazeres, mas deve estar
intrínseco no “eu docente”. O desinteresse deve ser o primeiro obstáculo a ser transpassado
pelo educador, além dos obstáculos físicos, estruturais e financeiros que a educação e as
instituições escolares andam sofrendo.
6.3 NTDICs
Neste contexto, o questionário posicionou-se na interação das NTICsNTDICs com os
professores e seus conteúdos norteando a observação que será pautada adiante.
Dos 24 professores, apenas 06 utilizam o computador e o datashow em sala de aula e
explicito aqui que os mesmos ao responderem isso, informaram que a utilização de
tecnologias como computador, internet, data show e outros recursos, são agendados
previamente, pois as escolas não possuem ferramentas tecnológicas suficientes para todas as
salas. Cinco professores utilizam os ambientes de aprendizagem como demonstração através
de jogos e exercícios virtuais. E doze responderam “Outros” que na entrevista informaram
que não utilizam tecnologias como computador e internet, mas sim o livro e a lousa, pois a
escola em si, não possui computadores para acesso do professor ou mesmo da turma, e os
laboratórios de informática encontram-se “sempre” em manutenção (ver Gráfico 07).
128
Fonte: Elaborado pelo autor.
Nesta baila, ao indagarmos quais redes sociais digitais, os professores utilizam
cotidianamente para o seu lazer, comunicação, trabalhar e estudar, as quatro principais redes
Facebook, Twitter, Blog e Youtube estavam entre as principais respostas dos professores, por
serem as mais difundidas e detentoras de conexões entre suas ferramentas digitais e
compartilhamentos.
Fonte: Elaborado pelo autor.
12
5
4
8
5
6
Outros
Softwares Educacionais (AVA)
Softwares da Escola
Internet, YouTube e outras ferramentas
Software de Apresentação
Computador e Data Show
0 5 10 15
23
20
8
10
6
Facebook YouTube Blog Twitter Outros
0
5
10
15
20
25
Gráfico 07 - Quais as ferramentas tecnológicas (computador, internet, Datashow...)
utilizadas em sala de aula?
Gráfico 28 - Quais redes sociais digitais você utiliza cotidianamente em sua
residência?
129
Observa-se que as redes sociais digitais com maior números de usuários entre os
professores são o Facebook e o YouTube, vindo depois o Twitter e por último o Blog. O
Facebook é uma das redes mais acessadas e difundidas entre os brasileiros devido ao seu
poder de interação e compartilhamento de informações. Nela pode-se conversar, compartilhar
informações, interagir, promover debates, criar grupos de conversação, páginas públicas ou
limitadas apenas aos interessados, ou seja, é uma rede de caráter social proeminente nas
relações virtuais. Suas ferramentas para o ensino são inúmeras, possibilidades incontáveis
para sua utilização no ensino de Geografia. O YouTube não é diferente, já que seu formato
permite a conexão com outras redes como Facebook, Twitter, Blog e outras mais através do
compartilhamento de vídeos através de links que podem ser disponibilizados até por
mensagens. No que se refere à educação informal questionamos aos professores sobre alguns
itens que aqui fomentam o objeto de estudo da pesquisa, a utilização das redes sociais digitais
e suas ferramentas como suporte pedagógico.
Fonte: Elaborado pelo autor
Dos sujeitos da pesquisa – 24 professores –, apenas sete possuem redes sociais digitais
com seus alunos entre a rede de amigos e dezessete não possuem seus alunos em suas redes.
Algumas observações por alguns professores se fazem pertinentes aqui para compreendermos
esta relação.
17
7
Não
Sim
0 5 10 15 20
Gráfico 3- Utiliza as redes sociais digitais para manter uma relação interpessoal com
seus alunos fora da sala de aula?
130
Professor E - “Possuo sete turmas com mais ou menos de 25 a 32
alunos em cada uma delas, imagina se eu fosse ter todos os alunos em
minhas redes. Nem me interesso nisso”.
Professora F - “Até tenho alguns alunos nas minhas redes sociais
digitais, mas apenas aqueles com quem me simpatizo”.
Professora U - “Possuo todos os meus alunos, pelo menos os que
possuem Facebook e me querem em suas redes, rs. Mas eu tenho um
perfil “Professor G.75
” no Facebook só para adicionar os meus
alunos, assim fica mais fácil de administrar e principalmente limitar
acesso à minha vida pessoal”.
Professor H - “Tenho uma página no Facebook e um blog para
compartilhar informações, de provas, trabalhos, reuniões,
compartilhar links de vídeos, imagens interessantes, nada muito
regrado a dia ou horário e sim quando posso atualizar, o que vem
ocorrendo com pouca frequência.”
Professor I - “Já tive alunos em minhas redes, mas ocorreu uma série
de problemas e brincadeiras de péssimo gosto ou más interpretações
de contextos pessoais, o que me fez a não mais adicionar alunos em
redes sociais”.
Compreende-se nas falas de alguns professores que as experiências podem ser tanto
positivas como negativas ao interagir com os alunos fora da sala de aula, que a forma como se
permite relacionar virtualmente com os mesmos carece de um objetivo específico em
detrimento do aprendizado. Vale ressaltar que muitos dos alunos encontram-se na faixa etária
de crescimento e amadurecimento intelectual e que nem sempre percebem a permissividade
com que agem, falam, criticam ou relacionam-se com terceiros.
Professor C - “Possuo redes sociais como Twitter e Facebook,
direcionadas aos meus alunos. Nelas eu publico conteúdos referentes
75
Nome fictício para a página do Professor G. a fim de confidencializar as informações.
131
ao que foi dado em sala de aula, links para outros materiais como
vídeos do YouTube, textos em blogs ou sites interessantes. Como estou
dando aula para o 2º e 3º ano, eles estão muito ligados as atualidades
e principalmente aos conteúdos propícios a caírem no ENEM76
,
muitos me pedem material de apoio para estudo, principalmente
quando sentem dificuldade”.
Professora J - “Só possuo um Twitter para trocar mensagens rápidas
com meus alunos ou a quem interessar. Meu tweets são para
temáticas de atualidade, Geografia e meio ambiente.”
Professora K - “Possuo dois grupos de conversa no Facebook, um do
2º e outro do 1º ano, com a maioria dos alunos, que utilizo para
informar sobre trabalhos, projetos, atividades, passar material extra
através de links, sites, vídeos entre outros. E isso me ajuda muito,
porque a informação se difunde mais rapidamente e os alunos podem
ir lá relembrar qualquer instrução passada a qualquer momento”.
Professora T - “Não possuo alunos em meu Facebook, mas possuo
um blog sobre Geografia que atualizo com uma certa frequência com
materiais de ensino, planos de aulas, metodologias, jogos lúdicos,
textos meus e de colegas acadêmicos, vídeos do YouTube entre outros.
Alguns alunos o acessam e até comentam comigo que leram alguma
matéria, me perguntam, tiram dúvidas. Logo quando iniciei a
trabalhar nessa escola procurei logo criar uma fonte de informação
extra para que eles possam acessar e interagir na internet ou aqui na
sala”.
A utilização de recursos digitais para interação didática entre professor e aluno auxilia
na educação formal e informal, a partir do momento que os professores disponibilizam
subsídios para que isso ocorra. Exemplos como dos professores C, H, J, K e T que utilizam as
redes sociais digitais para conversar, informar, disponibilizar materiais extras e outros acessos
à informação potencializam o ensino de Geografia por meio do ciberespaço. Disponibilizar
76
Exame Nacional do Ensino Médio.
132
conteúdos, incitar o diálogo e a produção textual são uns dos fundamentos para a
acessibilidade digital no ensino.
Destacamos ainda, quais as ferramentas digitais mais utilizadas pelos professores que
possuem e utilizam as redes e suas ferramentas digitais para o ensino e aprendizado em
Geografia (ver Gráfico 10). Podemos dizer que dos 24 professores, que apenas 7 professores
utilizam as ferramentas digitais e as redes sociais para promover o aprendizado de Geografia,
o que equivale apenas a 29% dos pesquisados.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quais as atitudesações que os professores de Geografia desenvolvem com as
NTDICs De acordo com o Gráfico 10, observamos que a utilização dos vídeos do YouTube e
o compartilhamento de links são os mais utilizados como recursos digitais para o ensino de
Geografia, isso conota o dinamismo das mídias digitais para a fomentação do conteúdo
geográfico. Outras ferramentas merecem destaque como o e-mail - utilizado para a
comunicação e envio de arquivos -, a utilização de hipertextos, o compartilhamento de mídias
como áudio, vídeo e imagens e a criação de páginas específicas no Facebook da turma ou do
professor.
0
6
6
4
6
7
7
4
5
6
5
2
3
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Outros
Páginas no Facebook
Compartilhamento de mídias
Tweets (Twitter)
Compartilhamento de hipertextos
Compartilhamento de links
Compartilhamento de vídeos (YouTube)
Blogs
Mapas digitais
Grupos no Facebook
Fóruns de Discussão
Chats
Gráfico 4- Quais ferramentas digitais são utilizadas para o ensino e aprendizado de
Geografia?
133
Ao indagarmos se “Os professores de Geografia utilizam as NTDICs para o ensino e
aprendizagem” podemos responder afirmativamente que são poucos os professores que
utilizam as NTDICs para o ensino e aprendizagem em Geografia, por vezes não tão frequentes
ou com intuitos bastante específicos. Os professores quando as utilizam promovem a
utilização de forma a ocupar o tempo em sala de aula com filmes, documentários sem
promover um uso consciente trabalhando e elaborando contextualizações participativas e
colaborativas entre os alunos e a temática exposta.
Completando esta análise, o Gráfico 11 (abaixo) ilustra quais conteúdos seriam
facilitados pela utilização das redes e de suas ferramentas digitais, os conteúdos aqui
arrolados foram mencionados pelos próprios professores como vertentes.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Como as redes sociais digitais e suas ferramentas podem auxiliar no desenvolvimento
do conteúdo de Geografia De acordo com o gráfico 11, os conteúdos que mais seriam
auxiliados pela utilização das NTDICs eleito pelo professores para o ensino de Geografia
seriam: Cartografia com 70%, Globalização e Desenvolvimento com 62% e Urbanização com
50%. Esses conteúdos seriam potencializados através da utilização das ferramentas digitais
8
10
11
6
6
17
8
12
15
9
6
Economia Brasileira
Transporte e Comunicação
Clima
Relevo Brasileiro
Política
Cartografia
População
Urbanização
Globalização e Desenvolvimento
Geografia Brasileira
Outros
Gráfico 11 - Quais os conteúdos que poderiam ser potencializados pela utilização das
NTDICs?
134
através de links, hipertextos, vídeos do YouTube, envio de materiais através de e-mail, criação
de fóruns de discussões entre outros. Aproveitando esta questão questionamos quais
ferramentas digitais seriam utilizadas para potencializar o aprendizado desses conteúdos.
Abaixo, encontram-se as respostas de alguns professores.
Professora T – “Creio que ensinar Cartografia utilizando os mapas
digitais como Google Mapas ou cartas digitais, fotos de satélites,
ajudaria bastante, tanto dentro como fora da sala de aula; mesmo
porque, a maioria dos alunos utilizam constantemente o Google
Mapas para se locomover e se localizar através dos celulares. O caso
é criar uma metodologia para a utilização fora da sala de aula pelos
alunos no intuito do ensino de Geografia. Até já postei em meu blog
um texto sobre a utilização dos mapas digitais e sua leitura há um
tempo.”
Professora K – “A Globalização e o Desenvolvimento é um conteúdo
bem amplo, creio que utilizar as ferramentas virtuais como vídeos do
YouTube, links para outros textos, não apenas aqueles pautados nos
livros didáticos ou em nossa fala, ajuda bastante os nossos alunos a
ter uma outra visão do todo. O professor hoje em dia tem que ser
bastante ligado nas inovações e renovações da tecnologia, nas
informações, nas redes sociais. Infelizmente, não dá para fechar os
olhos pra tudo e sei que como professora temos muitas dificuldades
de acompanhar tudo isso, mas é importante tentar e criar
possibilidades”.
Professor M – “Utilizaria o YouTube e principalmente o Google
Mapas para trabalhar o processo de urbanização do Brasil, porque
essas ferramentas nos permitem ter uma visão real e ao mesmo tempo
animado o que prenderia bastante a atenção deles. Tem inúmeros
vídeos no YouTube, que mostra a evolução da urbanização e do
desenvolvimento industrial, acho que seria uma boa possibilidade”.
135
Nesse contexto, trabalhar certos conteúdos com a utilização das mídias digitais facilita
a aprendizagem na disciplina de Geografia. Compreender o movimento das placas tectônicas
através de um vídeo, visualizar o sistema solar através do Google Earth, aprender a
cartografia através do Google Maps, filmes que explorem o tema da aula, compartilhar
hipertextos, links, imagens de satélites para mostrar a divisão política e econômica, vídeos e
imagens que abordem a questão ambiental como desertificação e o desmatamento, desastres
naturais, entre outros, são possibilidades dinâmicas e flexíveis que possibilitam o melhor
desenvolvimento do aluno buscando sua colaboração no aprendizado.
Corroborando com a nossa reflexão, a utilização das mídias digitais insere-se no
contexto fundamental do ensino, ou seja, engajar o aluno, atraindo a sua curiosidade e
ativando a sua compreensão sobre os conteúdos (FREIRE, 2008). Sendo assim, as
potencialidades da utilização das NTDICs são uma realidade que batem de frente com a do
ensino público que pouco fornece ferramentas para a utilização em sala de aula. Nos relatos
abaixo identificamos tais aspectos que tornam-se um fator importante para a utilização ou não
dessas ferramentas.
Professor D – “E se formos observar as escolas públicas, poucas são
as que possuem computadores para acesso dos alunos, internet, que
possuem um Datashow funcionando, ou mesmo que incentivam a
utilização desses recursos como ocorre aqui na escola. Para eles, o
importante é o conteúdo dado e a prova feita. E nos dias de hoje, já
basta as provas e trabalhos que levo pra casa”.
Professora S – “Já tentei passar um filme sobre a evolução dos
transportes e da urbanização na sala de aula três vezes e não
consegui, porque precisa de uma conexão de internet decente e a
escola não tem”.
Esta dissertação não busca aqui apontar falhas no sistema público ou mesmo na
metodologia utilizadas pelos professores e sim se existe a utilização dessas novas ferramentas
digitais pelos mesmos em suas aulas e sua postura em relação a essa nova realidade digital,
essa fluidez informacional.
Quais as dificuldades encontradas pelos professores na utilização das ferramentas
digitais Indubitavelmente, a realidade do ensino público traz inúmeros obstáculos para o
136
ensino, infraestrutura precária da sala de aula, dos equipamentos tecnológicos, péssima
qualidade da internet (quando possui), falta de incentivo de projetos por parte da coordenação,
falta de comprometimento dos alunos e isso acaba influenciando em como o professor se
porta em sala de aula e em suas metodologias. Decerto que Costa (2014) afirma que o
professor mesmo com todos os obstáculos deve procurar vertentes para poder trazer um
ensino de qualidade para seus alunos.
A utilização das NTDICs no ensino de Geografia, segundo Schümer (2011), seria uma
forma de transpassar as barreiras e limitações da sala de aula, levando conteúdos que
acresceriam o aprendizado pautado intraescolar. Observa-se ainda que a utilização das redes
sociais digitais mereça um comprometimento através de projetos, objetivos e intuitos bem
fundamentados pelos professores que contribuiriam como recurso de ensino através de
ambientes de aprendizagem no ciberespaço. Das escolas analisadas entre seus projetos
educacionais, nenhuma insere a utilização das NTDICs como ponto fundamental ou mesmo
explícita a informação e comunicação digital como relevante para as concepções educacionais
contemporâneas. Além disso, promove-se apenas de forma tácita a contextualização de vídeos
em sala de aula como uma das NTICs sem sugestionar ou designar como uma das ferramentas
informais e extraclasse para o aprendizado no ambiente virtual.
No que se refere à questão “Caso você nunca tenha utilizado tais ferramentas para o
ensino em Geografia e viesse a utilizar, você acreditaria que haveria melhora na relação
aluno-professor e principalmente no desenvolvimento dos conteúdos“. Explicita-se abaixo
algumas das respostas.
Professor Z – “Não tenho opinião formada sobre o assunto”.
Professor C – “Sim, pois uma característica das novas tecnologias é
possibilitar que o aluno recorra a mais sentidos para perceber o
assunto. Quanto mais sentidos envolvidos, maiores as condições de
aprendizagem. Quanto mais sentidos de percepção do ambiente
utilizado em favor do conteúdo, mais o aluno tenderá a se concentrar
na aula”.
Professor H - “O ensino se tornaria mais interessante até porque é
impossível não trazer coisas novas pra os alunos que tem um chip
inserido no cérebro, mesmo que não possa ser dentro da sala de aula,
137
o importante é poder contribuir com outras concepções dos
conteúdos".
Professora Y – “Acredito que sim, principalmente nos conteúdos de
geografia física, onde é necessária a explicação de fenômenos de
realidades por vezes distantes do cotidiano dos alunos, e a melhor
forma de fazer isso é utilizar a internet e suas ferramentas”.
O ponto de vista do Professor Z chama a atenção devido a sua negação irrefutável
sobre as novas tecnologias digital somado as suas intervenções anteriores. Crava portanto, um
contrassenso com os professores C, H e Y aqui mencionados que exploram as NTDICs e
refletem sobre sua utilização em sala de aula em prol do ensino e aprendizado para uma
renovação dos conteúdos.
O que estes relatos evidenciam Uma das respostas que pensamos é a divergência de
concepções metodológicas. Contudo, reflete-se também que essas concepções provêm do bojo
de sua formação acadêmica e das perspectivas de crescimento como profissional e educador.
Freitas e Leite (2011) neste sentido alegam que a renovação da educação é conduzida de
acordo com as mudanças sociais e tecnológicas que transformam a sociedade em todos os
seus âmbitos. Promover a reformulação de novas práxis pedagógicas através da utilização das
NTDICs é e faz parte das perspectivas para um ensino com propostas reflexivas e dinâmicas
no ensino geográfico contemporâneo. Para Machado e Tijiboy (2005), as redes sociais digitais
e suas ferramentas podem contribuir para a mobilização e flexibilização dos saberes, para
tanto, o reconhecimento das diferentes concepções tecnológicas, a articulação da
compreensão, a colaboratividade são aspectos importantes em suas possibilidades.
Analisando ainda, o gráfico 11 (pág. 135), percebe-se que os professores possuem
perspectivas dos conteúdos que seriam facilitados pela inserção das NTDICs em sua
metodologia de ensino. Desde os conteúdos da Geografia Humana à Geografia Física, as
NTDICs potencializariam através das redes sociais digitais e suas ferramentas o aprendizado
dentro e fora da sala de aula através de mapas digitais (Google Maps e Google Earth), links,
sites, fóruns de discussões, Facebook, Twitter, blogs, entre outras diversas ferramentas.
6.4 Observação in locus
138
A observação das escolas apontou a precariedade do ensino público recifense no que
diz respeito à inserção das NTICsNTDICs. A péssima infraestrutura das escolas visitadas
provocou inquietudes quanto à realização dos objetivos propostos pelos PCNs e pela LDB à
educação dos alunos.
Das 09 escolas visitadas, apenas 04 possuíam laboratórios de informática com
computadores e internet “funcionando” podendo proporcionar uma educação pautada nos
novos recursos de informação e comunicação. Contudo, a percepção dos professores frente às
tecnologias tornava a utilização limitada no que se refere ao aproveitamento desses recursos
para o ensino geográfico.
Cabe frisar que nas outras escolas, os laboratórios de informática ou encontravam-se
desativados por falta de manutenção ou não existiam (três escolas não possuíam laboratório
de informática). Em 6 o serviço de internet não era de acesso dos professores e os
equipamentos eletrônicos como Datashow e retroprojetor, tinham que ser agendados com
antecedência, pois as escolas apenas possuíam de um a dois aparelhos para todos os
professores, o que demonstrava uma incoerência devido a quantidade de professores e alunos
em sala de aula.
Diante dessas considerações, a observação das aulas de Geografia ao longo de sete
meses decorreram através da práxis pedagógica tradicional baseada nas velhas tecnologias
como livros e lousa e em alguns momentos utilizava-se da televisão para expor filmes e
documentários; assim, 19 professores utilizam essa metodologia e apenas essas ferramentas.
Suas aulas, por vezes, delineavam a concepção tradicionalista do ensino, buscando na
utilização exacerbada das TICs como livro e lousa e esquecendo-se das plataformas digitais
tão comuns para os alunos. O uso da televisãofilmesdocumentários ficavam condicionados
ao agendamento, pois na maioria das escolas não eram todas as salas que possuíam seu
equipamento multimídia pronto para uso. De acordo com Costa (2014), as TICs ou
tecnologias tradicionais são as formas mais presentes de tecnologias encontradas nas escolas,
a forma que as utiliza é o que diferencia a inércia ao o dinamismo da aprendizagem.
Esperançosamente, 07 professores com todos os obstáculos provenientes da estrutura
física, tecnológica e educacional, empregaram as NTDICs para contribuir com o ensino de
Geografia agregando valores e saberes aos conteúdos dados em sala de aula.
Dois professores se propuseram a compartilhar em seus blogs, links¸ materiais extras e
vídeos sobre o conteúdo dado em sala de aula. A Professora T, diante da complexidade do
conteúdo de Globalização afirmou que assim que estivesse em sua residência postaria em seu
blog, um vídeo que ajudaria a compreender as mudanças socioeconômicas provenientes da
139
globalização e indicaria o link do filme Babel de Alejandro Inârritu para que os alunos
pudessem assistir online. Ao passo que, outro professor, o Professor H se predispôs a atualizar
a página do Facebook da turma (3º ano do EM) semanalmente com questões de Geografia e
atualidades para auxiliar nos estudos para o ENEM77
, visto que, muitos alunos encontravam-
se com dificuldades de compreender alguns aspectos dos conteúdos dado em sala de aula e
principalmente sobre atualidades.
É necessário sublinhar aqui que outro professor, que chamaremos de Professor O
utiliza o e-mail para compartilhar informações, links, hipertextos e mídias (vídeos, imagens,
áudio) aos seus alunos. Em quatro de suas aulas, ele encaminhou para o e-mail dos alunos
através de seu smartphone material para a prova que ocorreria na próxima semana. Então
questionei sobre a atitude da utilização do e-mail e se ele tinha captado o endereço eletrônico
de todos os alunos:
Professor O – Conversei com a turma que gostaria de enviar
materiais extras como auxílio para os conteúdos dados em sala de
aula e argumentei a possibilidade deles criarem um e-mail da turma,
onde todos teriam acesso porque seria trabalhoso demais pra mim,
pegar todos os e-mails. Até então não tivemos problemas com o e-
mail. É uma forma de sair do conteúdo engessado do livro didático e
da lousa e até trabalhar os eventos do cotidiano.
Uma observação importante pautada pela Professora K“(...) a princípio acho mais
fácil compartilhar um vídeo do YouTube com eles no Facebook e debater na nossa página
particular (da turma) no do que tentar isso no fervor de uma manhã calorosa em sala de
aula”. A professora ainda argumenta “(...) óbvio que, essa predisposição ao debate é
provinda de uma boa conversa e condições de avaliação de participação, afinal estamos
lidando com alunos não é mesmo”. Além de outras contribuições que são dimensionadas de
acordo com o conteúdo dado em sala de aula pelos outros professores que utilizam as
NTDICs.
Aparici (2012) compreende que os alunos estão imersos diariamente nas NTDICs,
utilizando-as para o lazer, a comunicação e estudos. É importante destacar que diversos
alunos passam horas conversando no Facebook em chats, pesquisam em sites, utilizam o
77
Ambos os professores não permitiram que fosse veiculado nesse estudo imagens de seus blogs e páginas do
Facebook.
140
Twitter, visitam ou possuem blogs, utilizam o Google Maps para se localizar ou visitam
fóruns para debates de conteúdos que lhe são de interesses seja por smartphones ou pelo
computador e cabe ao professor não fechar os olhos para essa realidade. De forma geral, a
absorção das NTDICs para o ensino de Geografia não causariam impactos profundos no que
se refere à adaptação dos alunos com as mesmas, pois elas já estão familiarizadas com as
mesmas.
Diante dessa realidade é preciso ressaltar que a utilização das NTDICs, quando aliada
à educação, provoca uma transformação no comportamento dos professores e dos alunos,
promovendo um melhor conhecimento e aperfeiçoamento sobre o conteúdo estudado, desde
que se encontrem abertos para essas mudanças (KENSKI, 2015). Sendo assim, “Os
professores do ensino público de Recife estão aptos a utilizar as novas tecnologias digitais
para o ensino e aprendizagem” De forma geral, não. Os professores do ensino público de
Recife não estão aptos. É pertinente afirmar que algumas concepções e perspectivas faltam-
lhe para a utilização de tais ferramentas. Eles ainda encontram-se absortos nas velhas
tecnologias e muitas vezes em sua utilização para preenchimento de horário, o que torna-se
um perigo para o aprendizado do aluno.
Os resultados evidenciam que apenas sete professores, ou seja, 29% dos sujeitos da
pesquisa utilizam as redes sociais digitais e suas ferramentas. No que refere-se à utilização das
NTDICs, a maioria às utilizam sem objetivos bem definidos e sem planejamento para o
ensino geográfico; as possibilidades do uso desses recursos pelos professores ficam então
limitadas. Há uma necessidade da criação de planos de aula extraclasse para a utilização
desses recursos digitais para o aprendizado dos alunos e compreensão das contradições e das
possibilidades de emancipação, para não pensar apenas nas NTDICs como meras
instrumentalidades através de discursos vazios. Porque Pra que Qual o intuito O que
espero Vai complementar em que Esses questionamentos se fazem pertinentes aos
professores ao utilizar as NTDICs no ensino seja intra ou extraclasse.
Face ao exposto, há uma primordialidade para uma postura mais crítica à frente dessa
nova realidade, da relação entre a educação e as novas tecnologias digitais, ou seja, buscar
vertentes que norteiem o professor a exercer um ensino de qualidade dentro dos fluxos e
transformações cada vez mais velozes nos círculos dos conhecimentos e dos saberes na
contemporaneidade.
Em Freire (2008), a atitude do professor deve mudar, ele passa de um mero
transmissor de conhecimento a um formulador de problemas, interrogações, coordenador de
141
equipes, sistematizador, valorizando o diálogo, a interatividade e o construtivismo. Desta
forma, o professor deve oferecer múltiplas informações através de sons, textos, imagens,
vídeos, ensejar e enredar inúmeras conexões e estimular os alunos a serem colaboradores e
contribuírem com o processo educacional, sendo co-autores do saber.
6.5 Das compreensões
Torna-se evidente que há uma inexistência quase que total das três compreensões
pautadas no Capítulo 1 na pág. 36. Dentre os sujeitos deste estudo, poucos foram os
professores capazes de despertar algumas das três compreensões eleitas como bases para a
utilização das NTDICs no ensino. Ao passo que os professores sabem e percebem a existência
das tecnologias, principalmente devido a sua utilização em seu cotidiano e através da
observação dos seus alunos que as utilizam vorazmente, o professor precisa agregar reflexões
pertinentes sobre alguns pontos primordiais nesse contexto. O que são as tecnologias e como
podem ser utilizadas no ensino de Geografia Quais são as suas limitações para o ensino E
suas possibilidades Quais metodologias posso utilizar Irei conseguir chegar aos meus
objetivos com a utilização das novas tecnologias digitais Possuo domínio suficiente para
utilizar essas novas tecnologias para a sala de aula Qual o melhor modo de ensinar
Essas questões são reflexões que pertencem às três compreensões: tecnológica,
disciplinar e pedagógica. E através dos resultados aqui postulados evidencia-se a negligência
dessas concepções para o ensino. Novas metodologias devem ser desenvolvidas, novas
perspectivas devem ser concebidas principalmente para a ubiquidade dos conteúdos e da
perspectiva educacional contemporânea.
Na Compreensão Disciplinar, busca-se no professor a organização, a elaboração, o
domínio e a reflexão dos conteúdos a serem ministrados, procurando por novas perspectivas
de ensino que atraiam o interesse do aluno e facilite a aprendizagem. A sua capacidade de
manifestar-se através das redes sociais digitais e de dispor das ferramentas como subsídio para
o seu crescimento profissional e interpessoal com os alunos e com outros membros do corpo
escolar são alguns dos aspectos que o professor “antenado” ou conectado deve propor a si.
Muitos dos professores analisados não conseguem desenvolver essa compreensão, pois não
favorecem a utilização do meio virtual como um subsídio de aprendizagem para seus alunos,
isso pode caracterizar uma visão inebriada para a educação contemporânea.
142
Para tanto, a Compreensão Pedagógica reflete sobre as concepções metodológicas e
sobre as perspectivas das potencialidades e limitações das novas tecnologias na educação
visto que a inserção delas promovem um novo modo de pensar e educar. A utilização desses
novos recursos incita o aprender a aprender, liberando o professor do monopólio do ensino,
distribuindo e compartilhando saberes e experiências e principalmente a práxis pedagógica
fora da sala de aula, no ciberespaço. Essa compreensão passa despercebida em muitos dos
professores, pois ao se negarem ou fugirem da utilização dessas novas ferramentas digitais
eles se negam ao aprendizado e ao próprio crescimento pessoal e profissional. Por vezes,
alguns professores recifenses presentes neste estudo manifestam a compreensão pedagógica
através da utilização das redes sociais digitais com fins pedagógicos, mas se distanciam ao
não definir um objetivo para a sua utilização ou não utilizarem de forma correta.
Ao pontuar a Compreensão Tecnológica como um dos princípios fundamentais da
utilização das NTDICs no ensino, foca-se na interpretação e no conhecimento sobre essas
novas ferramentas digitais. Poucos são os professores que não as conhecem ou não estejam
familiarizados com elas devido à sua utilização pessoal. Costa (2014) para tal afirma que as
tecnologias utilizadas para o ensino e aprendizagem trazem uma nova concepção de educação,
uma nova roupagem. Uma das ferramentas que menos é desenvolvida pelos professores em
geral é o Twitter devido a sua concepção jovem de interação instantânea de informação.
Apenas um professor não se interessa por nenhum tipo de tecnologia digital estando inerte na
evolução sociocontemporânea enquanto os demais pesquisados conhecem e desenvolvem em
algum aspecto seja de forma pessoal ou educacional as NTDICs.
Pode-se perceber que evidencialmente, uma nova modalidade de educação está em
pauta no sistema escolar atual, uma nova modalidade de ensino e aprendizagem traçado nas
NTDICs promovidos pelos PCNs e pela LDB. Contudo, nem todas as instituições escolares
ou professores mantêm-se abertos a estas inovações. O professor atual “antenado” que busca a
colaboratividade e a interatividade dos alunos preconiza o conhecimento e não apenas o
impõe ou o transmite, ele remodela-se num formulador de problemas, num questionador, num
colaborador do conhecimento.
143
144
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Particularmente, no âmbito escolar as NTDICs propiciam transformações importantes
na maneira com que os alunos e professores relacionam-se com os saberes e principalmente
como se relacionam socialmente. Nesse sentido, o professor então não é mais o detentor do
conhecimento e sim o mediador, um elo que articula o conhecimento, promovendo o
desenvolvimento da reflexão e a criticidade do aluno.
Na conjuntura atual, marcada pela revolução do meio técnico-científico-informacional,
a informação fica a pequenos passos de qualquer indivíduo, bastam alguns cliques e uma boa
fonte de informação, e a pessoa terá um mundo para explorar. Dessa forma, estar conectado se
faz necessário uma boa utilização das NTDICs no ensino e aprendizado escolar, pois sua
utilização pode render bons resultados. Esse dinamismo das redes e da conexão contribui e
potencializa o ensino a partir do momento que em um segundo podemos saber de
acontecimentos que estão se sucedendo do outro lado do mundo, o fluxo informacional é o
ponto chave da rapidez das informações e do conhecimento.
É oportuno frisar que a Geografia escolar não deve ficar de fora desse enlace
tecnológico, deve apropriar-se das NTDICs para a produção de aulas contextualizadoras,
dinamizadoras e criativas para uma práxis pedagógica eficiente. O sistema escolar público
brasileiro ainda é precário no que diz respeito às novas tecnologias devido a todos os
obstáculos como falta de infraestrutura física, tecnológica, de capacitação de profissionais,
incentivo por parte da coordenação e principalmente das metodologias utilizadas pelos
próprios professores.
Na medida em que a pesquisa se desenvolveu, o olhar das NTDICs e sua utilização
pelos professores ficou evidente que todos eles utilizam as redes sociais digitais e suas
ferramentas em seu cotidiano, mormente pessoal. Alguns professores até utilizam algumas
ferramentas digitais e redes sociais, contudo percebe-se que essa utilização ocorre de uma
maneira desapegada, sem uma perspectiva para o ensino e aprendizado dos alunos, pois
faltam objetivos específicos na sua utilização, a criação de um projeto que paute a inserção da
tecnologia no ensino mesmo que a priori na educação informal, ou como contribuição para os
conteúdos dados em sala de aula para o aprender Geografia.
Constatou-se, que através da observação in locus que o diálogo e a práxis pedagógica
em sua maioria pauta-se somente nos conteúdos dados em sala de aula, negligenciando toda
145
uma realidade cibercultural que por vezes estão presentes em sala de aula através dos alunos e
de seus smartphones. Das escolas visitadas, algumas possuem aparatos tecnológicos, outras
estão danificadas ou mesmo não possuem acesso a uma internet de qualidade, o que
impossibilitava a utilização das inúmeras ferramentas digitais e suas potencialidades. Na
maioria das aulas dos professores, percebia-se uma negligência de ótimos recursos
tecnológicos para alguns conteúdos dados em sala de aula, mesmo que a princípio para a
utilização em suas residências.
Face ao exposto, o professor deve construir uma rede, não apenas como uma rota ou
uma vertente, mas sim como uma escala de territórios a explorar através da aprendizagem e
da experiência dos alunos, modificando principalmente seu posicionando tradicional em sala
de aula, destituindo o monopólio do conhecimento e favorecendo o envolvimento e a
intervenção dos alunos na produção dos saberes, uma educação horizontalizada. Mesmo que
não haja tecnologias digitais dentro da sala de aula, o investimento em multiplicidades e
conexões através dos hipertextos e roteiros em rede oferece uma oportunidade de exploração e
possibilidades para a interatividade de casa, do trabalho, da lan house ou dos infocentros.
Considerando que a maioria dos professores em sua graduação tiveram disciplinas e
cursos que incentivaram a utilização das NTDICs no ensino geográfico, faltam-lhe
perspectivas para o desenvolvimento de novas habilidades e capacidades para o uso de tais
ferramentas, principalmente no que diz respeito a utilizá-las de forma adequada pautando o
seu melhor uso para um determinado fim, a educação crítica e reflexiva do aluno na
contemporaneidade aliado às tecnologias.
Capacitação e fomento para a utilização das NTDICs no ensino escolar, independente
das barreiras que a realidade escolar recifense possui, é um viés que pode ser pensado para o
desenvolvimento do profissional, para o aprendizado e contribuição através dos objetivos para
a aprendizagem. Saber escolher quais as tecnologias digitais, a linguagem e o momento para
utilizar tais recursos é uma forma adequada de utilização dessas potencialidades.
Percebe-se que as escolas necessitam de melhorias em sua estrutura física e
tecnológica, além de capacitação e incentivo dos professores para a utilização destes novos
recursos no ensino em Geografia. Faltam equipamentos básicos tecnológicos como Datashow,
televisor e aparelhos de som, e principalmente acesso à internet de qualidade nas escolas para
utilização pelos professores e não apenas da coordenação.
A necessidade de uma capacitação voltada para as NTDICs se faz necessária para a
formação continuada da maioria dos professores. Explorar as capacidades e a construção do
conhecimento através destes recursos necessita dos professores abertura a mudanças, estar
146
acessível a inovações e a novas experiências na utilização das novas tecnologias na educação
para o melhor aprendizado dos seus alunos.
Para concluir, é pertinente aqui afirmar a inevitabilidade de uma formação docente
norteada na nova realidade social e educativa, onde nossos alunos estão imersos totalmente no
ciberespaço e principalmente na imprescindibilidade do professor contemporâneo,
permanecer-se conectado não apenas no uso pessoal das NTDICs, e sim, também na
utilização profissional para a potencialização do ensino e aprendizagem da Geografia,
disciplina esta, tão completa e versátil que precisa de recursos dinamizadores de seus saberes.
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<http://informática.terra.com.br/interna/0,,OI218911-EI553,00.html>. Acessado em 10 de Set.
de 2015.
OCEM. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf>. Acessado em: 22
de Dez. de 2015.
PNUD. Disponível em: <http://www.pnud.org.br>. Acessado em: 18 de Jun. de 2015.
REVISTA NOVA ESCOLA. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/inatismo-empirismo-
construtivismo-tres-ideias-aprendizagem-608085.shtml>. Acessado em: 22 de set. de 2015.
SENAC. Referenciais para a Educação Profissional – Utilização de Recursos
Tecnológicos, Rio de Janeiro: SENAC. 2001. Disponível em: <
http://www.oei.es/etp/referenciais_educacion_profesional_senac.pdf>. Acessado em: 28 de
Dez. de 2015.
154
APÊNDICES
Apêndice 1
QUESTIONÁRIO APLICADO PARA DELINEAR PERFIL E AVALIAÇÃO
Caro professor de Geografia: Estamos pesquisando a aplicação e a
frequência do uso de recursos tecnológicos, computador e internet, no
processo de ensino e aprendizagem de Geografia no Ensino Médio
das Escolas Públicas de Recife e a realidade dos professores de
Geografia no uso das redes sociais digitais como ambiente de
aprendizagem com seus alunos. Agradecemos a sua colaboração
preenchendo esse questionário.
Ítalo D’Artagnan Almeida (Mestrando)
Nilo Américo Lima de Almeida (Orientador)
1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
2. Nível de ensino em que atua: ( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Técnico ( )Superior
( ) Outro.:_______________________________________________________________________
3. Tempo de experiência em sala de aula: _________________________________________
4. Formação Acadêmica Continuada: ( ) Especialização ( ) Mestrado ( )Doutorado
( )Pós-Doutorado
5. Utiliza computadornotebooktablet em seu cotidiano? ( )Sim ( )Não
6. Quais recursos utiliza no seu computadornotebooktablet :
( ) Comunicação (chats)
( )Editores de texto
( ) Brownser (navegador de internet)
( ) Redes sociais digitais
( ) Softwares de apresentação
( ) Download de mídias
( ) Software de edição de imagens e vídeos
( )Hipertextos, links, vídeos...
( )Outros. Quais?
_______________________________________________________________________________
155
7. Enquanto graduando em Licenciatura em Geografia, tiveram disciplina ou cursos que
incentivavam a utilização das NTDICs para o ensino e aprendizado em Geografia?
( ) Sim ( ) Não
8. Como você consideraria seu domínio sobre as NTICsNTDICs para o ensino:
( ) Ruim ( ) Regular ( )Bom ( )Ótimo ( )Excelente
9. Quais as ferramentas tecnológicas (computador, internet, datashow...) utilizadas em sala de
aula?
( ) Computador e datashow
( ) Software de Apresentação
( ) Internet, YouTube e outras ferramentas digitais
( ) Software da escola
( ) Software Educacionais (AVA)
( ) Outros
10. Quais redes sociais digitais você utiliza cotidianamente em sua residência?
( )Facebook ( )YouTube ( )Blog ( ) Twitter ( )Outros
11. Utiliza as redes sociais digitais para manter uma relação interpessoal com seus alunos fora da
sala de aula ( ) Sim ( ) Não
12. Quais ferramentas digitais utiliza para o ensino e aprendizado de Geografia
( )Fóruns de discussão
( ) Grupos no Facebook
( )Mapas digitais
( ) Blogs
( ) Compartilhamento de vídeos (YouTube)
( ) Compartilhamento de links
( ) Compartilhamento de hipertextos
( ) Compartilhamento de mídias
( ) Tweets (Twitter)
( ) Páginas do Facebook
156
( ) Chats
( ) Outros. Quais?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
13. Quais os conteúdos que poderiam ser potencializados pela utilização das
NTDICs
( ) Economia Brasileira
( ) Transporte e comunicação
( ) Clima
( ) Relevo Brasileiro
( ) Política
( ) Cartografia
( ) População
( ) Urbanização
( ) Globalização e desenvolvimento
( ) Geografia Brasileira
( ) Outros
Ítalo D’Artagnan Almeida
Obrigado.
157
Apêndice 2
Questionário semi-estruturado
1. O que você compreende sobre as NTDIC para o ensino de Geografia
2. Utiliza as redes sociais digitais para manter uma relação interpessoal com seus alunos
fora da sala de aula
3. Enquanto graduando em Licenciatura em Geografia, tiveram disciplina ou cursos que
incentivavam a utilização das NTDIC para o ensino e aprendizagem em Geografia
4. Como você consideraria seu dominío sobre as NTICNTDIC para o ensino
5. Como as redes sociais digitais e suas ferramentas podem auxiliar no desenvolvimento
do conteúdo de Geografia
6. Caso você nunca tenha utilizado tais ferramentas para o ensino de Geografia e viesse a
utilizar, você acreditaria que haveria melhora na relação aluno-professor e
principalmente no desenvolvimento dos conteúdos
158
Apêndice 3
Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação em Geografia – PPGEO
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Pesquisador: Ítalo D’Artagnan Almeida
Orientador: Prof. Dr. Nilo Américo Rodrigues de Lima Almeida
Esta pesquisa destina-se aos professores que ensino na rede de ensino público de Recife, do
estado de Pernambuco, que tem como proposta a análise sobre as Novas Tecnologias Digitais
de Informação e Comunicação – NTDICs – no ensino e aprendizado em Geografia.
Desde já, grato.
Prezados professores,
Para a elaboração da dissertação, com enfoque na Geografia escolar no ensino
público, utilizando as novas tecnologias digitais e suas ferramentas, necessitamos de
informações acerca da sua experiência como professor em sala de aula.
Sua colaboração será de extrema importância, pois dela decorrerá o êxito de nosso
estudo. Contudo, sua participação é voluntária, mas esclareço que seu anonimato será
preservado, o que não lhe acarretará nenhum mal-estar
Acrescemos ainda, que as informações aqui tomadas, por questionário, observação
ou entrevista serão apenas utilizadas neste estudo a que me referencio.
159
TÍTULO: NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
NO ENSINO DE GEOGRAFIA: UM OLHAR SOBRE O ENSINO PÚBLICO DE RECIFE
Aluno pesquisador: Ítalo D’Artagnan Almeida
Orientador: Prof. Dr. Nilo Américo Rodrigues de Lima Almeida
Eu, ______________________________________________________, declaro ter sido
informado (a) que estarei participando de forma voluntária de um estudo de cunho acadêmico,
para o crescimento de estudos acadêmicos na área de Geografia do Programa de Pós-
graduação em Geografia. Entendo que possuo livre árbitrio para recusar minha participação
nesta pesquisa ou para desistir a qualquer momento, por qualquer motivo, bastando isso
informar minha decisão ao pesquisador em questão.
Encontro-me ciente de que a coleta de dados através de questionários e entrevistas e os
resultados gerais obtidos por meio deste estudo serão utilizados para alcançar os objetivos
propostos neste trabalho, incluindo sua publicação na literatura científica especializada por
demais meios, impressos ou eletrônicos.
Mantenho-me ciente também de meu anonimato por questões éticas e confirmo estar sendo
informado (a) dos objetivos deste estudo científico. Assim, este termo encontra-se em duas
cópias devidamente assinado por mim e pelo pesquisador, onde cada cópia mantém-se em
posse de ambas as partes.
Recife, _______ de ______________________ de _________.
________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
________________________________
Assinatura do Aluno-pesquisador
160
ANEXOS
Anexo 1
Parecer CES 492/2001
DIRETRIZES CURRICULARES PARA OS CURSOS DE GEOGRAFIA
Introdução
A geografia, em seu processo de desenvolvimento histórico como área do conhecimento, veio
consolidando teoricamente sua posição como uma ciência que busca conhecer e explicar as
múltiplas interações entre a sociedade e a natureza. Isso significa dizer que possui um
conjunto muito amplo de interfaces com outras áreas do conhecimento científico. Assim,
coloca-se a necessidade de buscar compreender essa realidade espacial, natural e humana, não
de uma forma fragmentada, mas como uma totalidade dinâmica.
A geografia vem evoluindo, nas últimas décadas, tanto pela introdução e aprofundamento de
metodologias e tecnologias de representação do espaço (geoprocessamento e sistemas
geográficos de informação, cartografia automatizada, sensoriamento remoto etc.) quanto no
que concerne ao seu acervo teórico e metodológico em nível de pesquisa básica (campos
novos ou renovados como geo-ecologia, teoria das redes geográficas, geografia cultural,
geografia econômica, geografia política e recursos naturais, etc.), quanto em nível de pesquisa
aplicada (planejamento e gestão ambiental, urbana e rural).
Assim sendo, devemos admitir que essas transformações no campo dos conhecimentos
geográficos vêm colocando desafios para a formação não apenas do geógrafos-pesquisador
(técnico e planejador) como também para o geógrafo-professor do ensino fundamental, médio
e superior.
A atual dinâmica das transformações pelas quais o mundo passa, com as novas tecnologias,
com os novos recortes de espaço e tempo, com a predominância do instantâneo e do
simultâneo, com as complexas interações entre as esferas do local e do global afetando
profundamente o quotidiano das pessoas, exige que a Geografia procure caminhos teóricos e
metodológicos capazes de interpretar e explicar esta realidade dinâmica.
Dessa forma, os Departamentos ou Colegiados de Curso de Geografia, enquanto instâncias
responsáveis pelo dinamismo e implementação das mudanças que se façam necessárias no
currículo, não podem desconhecer novas possibilidades abertas pela LDB na perspectiva de
flexibilização das estruturas curriculares, transformando conteúdos e técnicas em percursos
161
possíveis para a formação do pesquisador e profissional em Geografia. Devem buscar, então,
caminhos para superar a “cultura da cartilha” e para assumir a liberdade da crítica e da
criação, como uma área do conhecimento que tem seu objeto específico, sem abrir mão do
rigor científico e metodológico. Esses são pressupostos que norteiam a atual proposta das
Diretrizes Curriculares para o curso de Geografia
Diretrizes curriculares
1. Perfil do Formando
Compreender os elementos e processos concernentes ao meio natural e ao construído,
com base nos fundamentos filosóficos, teóricos e metodológicos da Geografia .
Dominar e aprimorar as abordagens científicas pertinentes ao processo de produção e
aplicação do conhecimento geográfico
2. Competências e Habilidades
A) Gerais
Os cursos de Graduação devem proporcionar o desenvolvimento das seguintes
habilidades gerais:
a. Identificar e explicar a dimensão geográfica presente nas diversas manifestações do
conhecimentos;
b. Articular elementos empíricos e conceituais, concernentes ao conhecimento
científico dos processos espaciais;
c. Reconhecer as diferentes escalas de ocorrência e manifestação dos fatos, fenômenos
e eventos geográficos;
d. Planejar e realizar atividades de campo referentes à investigação geográfica;
e. Dominar técnicas laboratoriais concernentes a produção e aplicação dos
conhecimentos geográficos;
f. Propor e elaborar projetos de pesquisa e executivos no âmbito de área de atuação da
Geografia ;
g. Utilizar os recursos da informática;
h. Dominar a língua portuguesa e um idioma estrangeiro no qual seja significativa a
produção e a difusão do conhecimento geográfico;
i. Trabalhar de maneira integrada e contributiva em equipes multidisciplinares.
162
B) Específicas
a. Identificar, descrever, compreender, analisar e representar os sistemas naturais:
b. identificar, descrever, analisar, compreender e explicar as diferentes práticas e
concepções concernentes ao processo de produção do espaço;
c. selecionar a linguagem científica mais adequada para tratar a informação
geográfica, considerando suas características e o problema proposto;
d. avaliar representações ou tratamentos ;gráficos e matemático-estatísticos
e. elaborar mapas temáticos e outras representações gráficas.
f. dominar os conteúdos básicos que são objeto de aprendizagem nos níveis
fundamental e médio;
g. organizar o conhecimento espacial adequando-o ao processo de ensino-
aprendizagem em geografia nos diferentes níveis de ensino.
3. Organização do Curso
Os colegiados das instituições poderão estruturar o curso em 4 níveis de formação (de
bacharéis, aplicada-profissional, de docentes e de pesquisadores) e devem indicar sua
organização modular, por créditos ou seriada. O curso de licenciatura deverá ser orientado
também pelas Diretrizes para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica em
cursos de nível superior.
4. Conteúdos Curriculares
Os conteúdos básicos e complementares da Geografia organizam-se em torno de: . núcleo
específico – conteúdos referentes ao conhecimento geográfico; núcleo complementar –
conteúdos considerados necessários à aquisição de conhecimento geográfico e que podem ser
oriundos de outras áreas de conhecimento, mas não excluem os de natureza específica da
Geografia; . núcleo de opções livres – composto de conteúdos a serem escolhidos pelo próprio
aluno. No caso da licenciatura deverão ser incluídos os conteúdos definidos para a educação
básica, as didáticas próprias de cada conteúdo e as pesquisas que as embasam.
5. Estágios e Atividades Complementares
Os estágios e atividades complementares fazem parte da necessidade de que haja articulação
entre a teoria e a prática, e entre a pesquisa básica e a aplicada. Para que esta articulação se
processe no âmbito do currículo é necessário que o entendamos como “qualquer conjunto de
atividades acadêmicas previstas pela IES para a integralização de um curso” e, como
atividade acadêmica, “aquela considerada relevante para que o estudante adquira, durante a
163
integralização curricular, o saber e as habilidades necessárias à sua formação e que
contemplem processos avaliativos”.
Neste contexto, são consideradas atividades integrantes da formação do aluno de Geografia,
além da disciplina: estágios, que poderão ocorrer em qualquer etapa do curso, desde que seus
objetivos sejam claramente explicitados; seminários; participação em eventos; discussões
temáticas; atividades acadêmicas à distância; iniciação à pesquisa, docência e extensão;
vivência profissional complementar; estágios curriculares, trabalhos orientados de campo,
monografias, estágios em laboratórios; elaboração de projetos de pesquisa e executivos, além
de outras atividades acadêmicas a juízo do colegiado do curso.
Caberá aos colegiados de curso organizar essas atividades ao longo do tempo de
integralização curricular.
6. Conexão com a Avaliação Institucional
Os cursos deverão criar seus próprios critérios para avaliação periódica, em
consonância com os critérios definidos pela IES à qual pertencem.
164
Anexo 2
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
RESOLUÇÃO CNE/CES 14, DE 13 DE MARÇO DE 2002.(*)
Estabelece as Diretrizes Curriculares para os cursos de Geografia.
O Presidente Câmara de Educação Superior, no uso de suas atribuições legais e tendo
em vista o disposto na Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995, e ainda o Parecer CNE/CES
492/2001, homologado pelo Senhor Ministro de Estado da Educação em 9 de julho de 2001, e
o Parecer CNE/CES 1.363/2001, homologado em 25 de janeiro de 2002, resolve:
Art. 1º As Diretrizes Curriculares para os cursos de Geografia, integrantes dos
Pareceres CNE/CES 492/2001 e 1.363/2001, deverão orientar a formulação do projeto
pedagógico do referido curso.
Art. 2º O projeto pedagógico de formação acadêmica e profissional a ser oferecido
pelo curso de Geografia deverá explicitar:
a) o perfil dos formandos nas modalidades bacharelado, licenciatura e
profissionalizante;
b) as competências e habilidades – gerais e específicas a serem desenvolvidas;
c) a estrutura do curso;
d) os conteúdos básicos e complementares e respectivos núcleos;
e) os conteúdos definidos para a Educação Básica, no caso das licenciaturas;
f) o formato dos estágios;
g) as características das atividades complementares;
h) as formas de avaliação.
Art. 3º A carga horária do curso de Geografia, bacharelado, deverá obedecer ao
disposto em Resolução própria que normatiza a oferta de cursos de bacharelado e a carga
horária da licenciatura deverá cumprir o determinado pela Resolução CNE/CP 2/2002,
integrante do Parecer CNE/CP 28/2001.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
ARTHUR ROQUETE DE MACEDO
Presidente da Câmara de Educação Superior
165
(*) CNE. Resolução CNE/CES 14/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abril de 2002.
Seção 1, p. 33
166