UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
CURSO DE ZOOTECNIA
JARDESON DE SOUZA PINHEIRO
MANEJO GERAL E BIOTÉCNICAS REPRODUTIVAS APLICADAS A VACAS
HOLANDESAS E MESTIÇAS EM CONFINAMENTO
FORTALEZA
2017
JARDESON DE SOUZA PINHEIRO
MANEJO GERAL E BIOTÉCNICAS REPRODUTIVAS APLICADAS A VACAS
HOLANDESAS E MESTIÇAS EM CONFINAMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Zootecnia do Departamento de
Zootecnia da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Zootecnia.
Orientador: Profª. Drª. Elzania Sales Pereira.
FORTALEZA
2017
JARDESON DE SOUZA PINHEIRO
MANEJO GERAL E BIOTÉCNICAS REPRODUTIVAS APLICADAS A VACAS
HOLANDESAS E MESTIÇAS EM CONFINAMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Zootecnia do
Departamento de Zootecnia da Universidade
Federal do Ceará, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.
Aprovada em: 27/11/2017
BANCA EXAMINADORA
A Deus
Aos meus pais, Alzira e Ednaldo
E a Zootecnia.
AGRADECIMENTOS
A Deus, minha força, meu guia, meu tudo. Acredito que dificilmente eu
conseguiria concluir a minha graduação sem Deus em minha vida. Logo muito cedo conheci a
Cristo e foi a melhor experiência que um humano pode viver ainda em vida e apenas quem
passou por isso sabe do que estou falando. A fé nEle me motivou e me impulsionou a
continuar a caminhada nesses últimos quatro anos e apesar de tantas pessoas pensarem que
graduando não tem responsabilidades, eu e Deus sabíamos das dificuldades que enfrentei e
que tantas vezes só Ele me ouviu reclamar, chorar, murmurar e mesmo com tudo isso Ele
resolveu me amar ainda mais. Se eu pudesse voltar atrás e mudar algumas coisas no passado,
não pensaria muito e logo tentaria mudar tantos erros cometidos com o senhor, quantas vezes
preferi amigos, filmes, uma saída ou qualquer outra coisa que não fosse estar a sós contigo.
Perdão! Eu espero ser alguém que leve o teu amor a quem eu conhecer e aonde eu puder,
porque ainda que eu escrevesse 100000000000 de páginas sobre tu, seria pouco. Eu te amo
mais que minha própria vida. Obrigado Deus, tu és o cara. A gente fecha junto!
À Universidade Federal do Ceará, por abrir portas em tantos outros lugares e por
ser esse lugar que chamamos de nossa casa.
À CAPES, pelo apoio financeiro com a manutenção das bolsas de Iniciação
Científica, um direcionamento em minha vida.
À Profª. Drª. Ana Claudia Nascimento Campos, por ter me orientado, quando
bolsista de Iniciação Cientifica e aconselhado em tantos momentos extra acadêmico, a
senhora é uma mãe para mim, amo você e serei grato eternamente.
A Professora Carla Renata Gadelha por tantos momentos divertidos no
laboratório, pelos ensinamentos incríveis e por nos deixar chamar o Murilo de John Snow até
hoje, amo muito.
A Profª. Drª. Elzania Sales Pereira por confiar em meu trabalho e pela paciência
de orientar-me com amor no final da minha graduação e aceitar ser minha orientadora
pedagógica, além de se tornar essa pessoa maravilhosa que quero levar em toda minha vida.
Gratidão!
À Marilia Pereira, por participar da minha banca, por tantos almoços, tantas
conversas e conselhos. Você é muito transparente, aquela pessoa que aprendi a amar bastante.
Bem que podíamos ter nos conhecido no início da minha graduação.
Ao Departamento de Zootecnia - DZO da UFV por ser esse lugar dos sonhos de
qualquer zootecnista, além de contar com uma equipe eficiente e tão simpáticos, que me
auxiliou em todo o período de estágio. O corpo profissional do DZO é incrível!
A Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite – UEPE-GL, que
me proporcionou uma das melhores experiências com animais que já tive na vida. Quero
trabalhar com Gado de Leite para sempre.
Ao Profª. Drª. Marcos Marcondes por ter aceitado ser meu orientador técnico e a
Profª. Drª. Polyana Pizzi Rotta, por ser minha coorientadora e pelos incríveis ensinamentos e
experiências compartilhadas.
A todos que constituem o programa família do leite na UEPE – GL, obrigado pela
parceria e disponibilidade em ensinar a sistemática do estábulo, em especial aos meus
queridos amigos mineiros Gabriela (Gaby), Patricia (Paty), Pietra, Tomás, Camila, Rodrigo
(Gago), Juliana (Jú), Laura, Andreia, Lucas, Guilherme, Teónes e Luce.
A galera da pós-graduação da UFV, Marcelinho, Ana, Daiana, Jéssiquinha, e a
futura pós Lethiane. Vocês são top!
Aos meus amigos de estágio e que conviveram três meses me suportando, Dhones
(que já homenageei bastante rsrs), caio (homenageei too) e Jander ”o gigante” (obg pela
amizade).
Ao Laboratório de Estudos em Reprodução Animal – LERA, pelos três anos de
aprendizado e pela amizade que me proporcionou com todos os integrantes, pelas nossas mães
cientificas que nos alimentavam de conhecimento e de bolos ao fim das tardes, afinal o Lera é
uma família.
Aos meus amigos do LERA, Dhones (irmão), Caio (irmão), Tutis ( um cara de
coração enorme, que me escuta quando eu preciso, companheiro de farra, ingênuo algumas
vezes e um dos seres humanos de maior coração que eu já conheci até hoje, love U cara), Di (
a nossa eterna venenis, mas não só isso, essa garota de mente tão madura, boa ouvinte,
parceira de farra e que faz leitura do meu olhar quando não podemos falar alto), Vits ( minha
dupla musical do lab, garota super direta, fala o que pensa, parece durona, mas é um ser
humano tão doce), Pam ( minha witch, minha conselheira amorosa, aquela que te dá um moral
e te faz pensar ser o cara mais bonito e incrível do mundo...<3), Elô ( obrigado pelos
ensinamentos acadêmicos e pra vida. Fico feliz pela sua nova fase, mestranda, empregada na
área de suínos e conhecedora do maior amor, o de Cristo Jesus), Gadis (o riso mais
contagiante, o cara mais apaixonado por pão kkkkk obrigado pela sua amizade, você é
especial.), JP (o cara de coração grande e abraço apertado), Saulo (o pivete mais prestativo da
UFC), Jud (aquela que calou a boca de muitos, você cresceu hein garota?!), eu amo muito
vocês, são todos incríveis, e obrigado pelos conselhos, farras e cumplicidade em todo esse
tempo de laboratório. E a toda galera nova do lera (Gaby, Samuka, Bia e Gabriel), espero que
cresçam muito no Lera...Sucesso gente!
Ao meu filho (dog), Valadão eu sei que você não sabe ler, mas sei que você pode
entender quando eu falo com você. Eu sempre fui um pouco contra o que a ciência diz, porque
para mim os animais compreendem algumas coisas sim. Enfim... quero te agradecer meu
filhão, por ser minha melhor companhia, meu melhor ouvinte, aquele que melhor sabe me
lamber e sujar, aquele que late as 5h da manhã me derrubando da cama para ver o que estar
acontecendo, aquele que rasgou meu sofá, minha blusa, a sandália nova da mamãe, que
comeu todo o meu almoço que estava sobre a mesa, enquanto eu estava no banho. Te
agradeço por me propiciar tantos momentos incríveis. Queria poder te fazer imortal, mas
infelizmente vai chegar uma hora que precisarei te dizer adeus... mas espero que tenhamos
muitos anos juntos, se Deus quiser. É meu amigo, só entende aquela velha frase, “ o cão é o
melhor amigo do homem”, quem tem um. Te amo!
À minha melhor amiga, que eu digo a todos que é minha irmã, Edna Costa, você
que é esse exemplo para mim e pra muitos com a sua história de vida. Obrigado por me
compreender tantas vezes e ser ouvido para me ouvir e ombro para eu me apoiar. Já reparou o
quanto a gente se entende? Isso é incrível! É uma sintonia sobrenatural. Sei que posso confiar
em você cegamente, porque nunca me decepcionou (então não me decepcione, você já me
conhece). Obrigado por saber quando eu estou falando a verdade e quando eu estou mentindo
só para não te preocupar, obrigado por sempre dizer sim quando te chamo para algo, obrigado
por morar longe, mas quando nos vemos, parece que é como na primeira vez, obrigado pela
paciência com esse seu irmão cabeça dura. Eu te amo Edna, intensamente. Me promete nunca
sair de minha vida? #parceria
Ao meu melhor amigo, Dhones você foi uma surpresa para mim, nunca imaginei
que seriamos tão amigos, além, irmãos. Aquele cara que eu não ia muito com a cara no
primeiro semestre por ser “tão para frente”, mas algumas coisas aconteceram que nos
aproximou, um ajudando o outro nas disciplinas que nos deterioravam kkkkk. Então você
começou a se tornar um membro da minha família, meus pais te consideram como um filho,
meu irmão de sangue gosta muito de você e até o meu cachorro ganhou o seu respeito (e isso
é quase impossível). Irmão obrigado por me escutar sempre, por topar fazer algumas doideiras
que se passa na minha cabeça, por se preocupar comigo, por tantos conselhos preciosos e
enriquecedores, por me defender, por ter zelo pela nossa amizade e por ser esse exemplo que
90% da Zootecnia admira. Peço muito a Deus que ele te abençoe de uma forma que nós não
podemos imaginar, a sua história de vida é incrível e são poucos que se submetem a tantas
dificuldades e até mesmo humilhações para tentar ser alguém melhor na vida, vale ressaltar
que o proposito disso tudo é dar uma melhoria para sua família e nem tanto a você (que
sentimento nobre). Saiba que sempre que precisar eu vou estar aqui para te ajudar, não porque
você precisa, e sim porque você merece. Eu sei que grandes coisas da parte de Deus estão por
vir em sua vida e outra, nunca deixe dizer que você é um perdedor ou incapaz, você é mais
que vencedor em Cristo Jesus. E quero finalizar com esse versículo que diz muito sobre nossa
amizade: ”Em todo o tempo ama o amigo e na angústia nasce o irmão” (Provérbios 17:17). Te
amo.
Ao meu irmão mais pegador da UFC, esse gringo viado (cabra de sorte). Caio
meu parceiro, o cara mais pensador que você respeita, já dizia ele mesmo, “só tenho cara de
trouxa, mas de trouxa não tenho nada”. Meu brother, você que foi premiado com um
ejaculado do carneiro na cara, mas não só por isso, por ter a mim como amigo também. O cara
que todos desejam que entre para o vale... mas conhecendo você, não tem nem perigo (vez ou
outra que toca K.O... ai já era) kkkkk. Caio, você é um cara muito maduro e de grande
potencial, bom ouvinte, frio e caloroso ao mesmo tempo. Obrigado pela sua amizade... nunca
imaginei que seriamos tão amigos, além, irmãos mesmo. Quem diria hein?! Do colégio
Piamarta para a vida.
À Danyla (DanDan), Thaynar (thay) e Akila (Kilinha), obrigado pela paciência da
minha ausência devido a universidade, pela cumplicidade, pela sinceridade, pelas orações, e
por ser essas pessoas que me fazem tão bem e que a gente sente que se importa com você de
verdade. Amor, respeito e gratidão são os sentimentos que tenho por vocês.
As minhas amigas do cme, Belle, Bia, Amanda e Evelyn. Obrigado por tantos
momentos incríveis, vocês conseguem me fazer esquecer os problemas quando estamos
juntos... cada um com seu jeito diferente, porém encantador. Amo vcs!
À minha família, todas as tias e tios, primas e primos, avós que amo muito e que
acreditaram no meu potencial.
Ao meu irmão de sangue, Jonathan (maninho), que apesar dos conflitos normais
de irmãos, sempre me apoiou, te amo.
Ao meu pai, Ednaldo, esse homem forte, empreendedor, arquiteto, engenheiro,
policial, mecânico, empresário, advogado, meu financiador e investidor, meu resmungão, meu
murmurador, aquele que não fica satisfeito com nada, que reclama de tudo, que fala que não
sei de nada, que nasci agora e que ainda vou apanhar muito na vida... a esse “homem perfeito”
e que “nunca erra”, eu quero deixar aqui um dos maiores obrigado do mundo. Papai além de
amigo, você é meu exemplo, meu herói... meu SUPER HERÓI, até porque eu mesmo “bixão”
como tu me chama, me escondo atrás do senhor em tantas situações. Te amo, cabra nojento
kkkkk.
À minha mãe, Alzira, essa mulher bonita, atraente, guerreira, perfumada,
descabelada, arrumada, sincera, perfeita, complicada, feminina, educada, interessada,
apaixonada, feia, linda, estudiosa, ansiosa, medrosa, romântica, gulosa e bote gulosa nisso,
talentosa, orgulhosa, fofoqueira, engraçada, atrasada, apressada, lerda, chata, boba, teimosa,
bagunceira, estupida, desorganizada, organizada, desonesta, honesta, relaxada, bondosa,
malvada, cuidadosa, sincera, trabalhadora, preguiçosa, ativa, discreta, afobada, generosa,
gasguita, fitness, fiel, estressada, simpática e principalmente, mulher de Deus. E ainda que
haja mais adjetivos, vou parar por aqui para não aumentar muito a bola da senhora kkkkkk.
Mamãe a senhora é muito incrível, como pode ser tão perfeita assim? Tirando umas chatices
sua, eu quero me casar com alguém igual a senhora. Obrigado pelas surras (mereci 80%
delas), por sempre orar por mim e meu irmão, nos apoiar nas decisões, lutar conosco, chorar e
se alegrar também. Nunca vou esquecer dos furtos que a senhora fazia na carteira do pai para
dar a eu e meu irmão, e quando ele se dava conta, fazia ele acreditar que perdeu o dinheiro... a
senhora é uma gênia mafiosa kkkkk. Eu não só quero, como vou fazer de tudo pela senhora e
meu pai até o último dia de suas vidas... minha mulher que suporte (fica aqui a dica para
alguém que esteja lendo isso e seja minha futura esposa), aaaah, só não vou deixar colocar
silicone (fique logo ciente disso, só com aquela condição que a senhora sabe...). Eu te amo
mulher da minha vida!
RESUMO
A raça Holandesa, entre os bovinos, é considerada a maior produtora de leite e para isso faz-se
necessária a manutenção de um plantel de elite para sustentar os altos níveis de produção. A
Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite (UEPE-GL) é uma das maiores
produtoras de leite na cidade de viçosa, que conta com um rebanho de aproximadamente110
animais e 40 vacas em lactação com uma média de 26 L/animal/dia, além de ter grande
relevância nas biotécnicas reprodutivas do rebanho leiteiro. O estágio ocorreu no estábulo da
UEPE-GL da Universidade Federal de Viçosa-UFV situada no município de Viçosa – MG na
zona da mata mineira, durante os meses de agosto a outubro de 2017. Durante esse período,
foram desenvolvidas atividades na área de manejo geral, alimentar, sanitário e reprodutivo,
ordenha, análises laboratoriais, participações em experimentos e treinamentos com o enfoque
nas biotécnicas reprodutivas, como: práticas de inseminação artificial (IA), protocolo de
inseminação artificial em tempo fixo (IATF) e observação de cio. As experiências adquiridas
durante o estágio supervisionado foram importantes e enriquecedoras para a minha formação
acadêmica e profissional, onde pude vivenciar a realidade de um núcleo de produção. A
solidificação do conhecimento teórico com a prática tornou me mais preparado para enfrentar
as divergências e os desafios que a vida profissional nos impõe, além de me direcionar à área
específica dentre os vastos campos de atuação da Zootecnia.
Palavras-chave: Biotécnicas Reprodutivas. Cio. Inseminação Artificial. Produção de Leite.
Vaca Holandesa.
ABSTRACT
The Holstein cow is considered the largest milk producer among bovines and because of that
it is necessary to maintain an elite squad to sustain the high levels of production. The Unit of
Teaching, Research and Extension in Dairy Cattle (UEPE-GL) is one of the largest milk
producers in the city of Viçosa which has a herd of approximately 110 animals and 40
lactating cows with an average of 26 L/animal/day. Moreover, it has a lot of relevance in the
reproductive biotechniques of the dairy cattle. The internship occurred in the UEPE-GL stable
in the county of Viçosa, Minas Gerais, Brazil, during the months of August to October 2017.
During this period were developed activities in the areas of general, food, sanitary and
reproductive management, milking, laboratory analyses, participation in experiments and
training with focus on reproductive biotechniques such as: artificial insemination (AI),
artificial insemination protocol by fixed time (AIFT) and estrus observation. The experiences
accomplished during the supervised internship were important and enriching for my academic
and professional training, where I was able to experience the reality of a production nucleus.
The solidification of theoretical knowledge with practice has made me more prepared to face
the differences and the challenges that professional life imposes us on, besides guiding me to
a specific area of the vast fields of professional action of animal science.
Keywords: Artificial Insemination. Holstein Cow. Milk Production. Reproductive
Biotechniques. Rut.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Galpão do tipo free stall para as vacas.....................................................................16
Figura 2 - Pesagem do bezerro após o nascimento...................................................................18
Figura 3 - Colostragem após o nascimento...............................................................................21
Figura 4 - Fornecimento de silagem de milho e ração concentrada para as vacas....................25
Figura 5 - Descorna cirúrgica em novilha.................................................................................26
Figura 6 - Passagem do aplicador pela cérvix da vaca.............................................................29
Figura 7 - Esquematização do protocolo de IATF utilizado no estabulo..................................31
Figura 8 - Roda reprodutiva......................................................................................................34
Figura 9 - Relatório reprodutivo referente ao mês de setembro...............................................35
Figura 10 - Ordenha das vacas..................................................................................................36
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1 - Composição do concentrado das vacas de maior produção (lote desafio) ..............24
Tabela 2 - Atividades realizadas no setor reprodutivo em bovinos leiteiros durante o período
de estágio................................................................................................................................ ...33
Quadro 1 - Consumo de volumoso e concentrado/animal/dia em vacas e novilhas dos lotes
pré-parto, pós-parto, desafio e vaca seca..................................................................................24
Quadro 2 - Cronograma de vacinação anual dos animais da UEPE – GL ...............................27
Quadro 3 - Protocolo para tratamento de cisto.........................................................................30
Quadro 4 - Protocolo para tratamento de metrite. ....................................................................30
Quadro 5 - Protocolo para transferência de embrião................................................................32
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 11
3 DESCRIÇÃO DO LOCAL E PERÍODO DE ESTÁGIO .......................................... 11
4 INSTALAÇÕES .......................................................................................................... 12
4.1 Setor Cria .................................................................................................................... 12
4.2 Setor Recria ................................................................................................................. 13
4.3 Setor Vacas .................................................................................................................. 13
5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA UEPE-GL ................................................... 13
5.1 Manejo Geral .............................................................................................................. 14
5.1.1 Setor Cria ...................................................................................................................14
5.1.2 Setor Recria................................................................................................................16
5.1.3 Setor Vacas ................................................................................................................16
5.2 Manejo Nutricional ..................................................................................................... 16
5.2.1 Setor Cria ...................................................................................................................16
5.2.1.1 Bezerras .................................................................................................................17
5.2.1.2 Bezerros .................................................................................................................18
5.2.1.3 Desmama ..............................................................................................................18
5.2.2 Setor Recria................................................................................................................19
5.2.3 Setor Vacas ................................................................................................................19
5.2.3.1 Lote Pré-Parto: Novilhas e Vacas ............................................................................20
5.2.3.2 Lote Pós-Parto: Novilhas e Vacas ............................................................................20
5.2.3.3 Lote de vacas de alta produção-desafio: Novilhas e Vacas ......................................20
5.2.3.4 Lote Vaca Seca .......................................................................................................21
5.3 Manejo Sanitário ........................................................................................................ 21
5.3.1 Setor Cria ...................................................................................................................22
5.3.2 Setor Recria ...............................................................................................................22
5.3.3 Setor Vacas................................................................................................................23
5.4 Manejo Reprodutivo ................................................................................................... 23
5.4.1 Setor Recria ...............................................................................................................23
5.4.2 Setor Vacas................................................................................................................24
5.4.3 Inseminação Artificial ................................................................................................24
5.4.3.1 Etapas da Inseminação Artificial .............................................................................25
5.4.4 Diagnóstico de Gestação ...........................................................................................25
5.4.5 Protocolo para Cistos ................................................................................................26
5.4.6 Análise de Metrite .....................................................................................................26
5.4.7 Protocolo de IATF ......................................................................................................27
5.4.8 Transferência de Embrião ..........................................................................................27
5.4.9 Controle da Reprodução ............................................................................................30
5.4.9.1 Roda Reprodutiva ...................................................................................................30
5.4.9.2 Planilhas ................................................................................................................31
5.5 Ordenha ...................................................................................................................... 32
6 OUTRAS ATIVIDADES ............................................................................................. 33
6.1 Participação em Experimentos de Gado de Leite ...................................................... 33
6.2 Análises Laboratoriais ................................................................................................ 34
6.3 Participação em Palestras, Seminários e Treinamentos da Família do Leite............ 34
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 36
10
1 INTRODUÇÃO
Os bovinos foram domesticados por volta de 2.000 a.C., na Europa, por apresentar
boa produção leiteira (ALVES, 2005). De acordo com Paula (2009), dentre as diversas raças
leiteiras, a raça Holandesa destaca-se por apresentar a maior produção de leite dentro da
espécie bovina, constituindo a maioria dos rebanhos leiteiros. Ainda segundo Paula (2009),
em sua pesquisa ele constatou que existe interação genótipo x ambiente para produção em
bovinos da raça Holandesa. Apesar de ser uma característica intrínseca dessa raça, a
produtividade pode sofrer impactos negativos em resposta aos diversos tipos de estresse (DA
SILVA, 2002).
Então, alguns métodos têm sido implementados no manejo desses animais na
tentativa de diminuir esses impactos negativos, tais como, adoção de instalações mais
confortáveis (RASGDALE, 1961), melhor manejo das pastagens para garantir alimento de
alto valor nutricional, atendendo à exigência do animal (PÁSCOA, 2007) e adoção de um
manejo sanitário mais eficaz na prevenção de doenças e controle de epidemias no rebanho
(OLIVEIRA, 2006). Técnicas de manejo mal executadas podem acarretar problemas nos
processos vitais dos animais: mantença, produção de leite e reprodução (HEAD, 1995).
Como a produção de leite é o que mais interessa ao produtor, é de suma
importância o uso de técnicas que visem aprimorar a eficiência reprodutiva, assim, mantendo
vacas em lactação em todos os períodos do ano, além do aumento na produção de bezerras de
grande potencial genético para compor o rebanho futuro (BARUSELLI et al., 2007). Em
grandes propriedades é comum o uso das biotécnicas reprodutivas como a inseminação
artificial (IA), inseminação artificial em tempo fixo (IATF), transferência de embriões (TE) e
fertilização in vitro (FIV), dentre outras técnicas, porque intensifica a multiplicação de
rebanhos de elite e o retorno econômico da atividade (BARBOSA, 2008).
A inseminação artificial (IA) foi considerada a biotecnologia reprodutiva aplicada
ao melhoramento genético dos animais mais antiga. Consiste na observação do cio e
aproximadamente doze horas depois, a deposição de espermatozoides no trato reprodutivo da
fêmea por meios artificiais (BARBOSA, 2008). Mesmo com a nova biotécnica, outros
problemas precisariam ser solucionados, como a detecção do cio e a sincronização da
ovulação. Com o passar dos anos, pesquisadores desenvolveram uma nova tecnologia que foi
implementada nos rebanhos até os dias atuais, este é um protocolo que reduziu os problemas
de detecção do cio e pôde induzir a sincronização da ovulação em todos os animais do
11
rebanho. A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) faz uso de protocolos que visam
induzir ondas de crescimento folicular, regulando o período do crescimento do folículo até o
seu estágio pré-ovulatorio, além de harmonizar a inserção e a retirada do dispositivo
intravaginal (fonte de progesterona exógena) e da prostaglandina F2α (BARUSELLI et al.,
2007).
Outras biotécnicas foram desenvolvidas com a evolução da tecnologia. Entre elas
tem-se a transferência de embriões (TE). Essa técnica consiste na produção em massa de
embriões em vacas de alta genética, através da estimulação por hormônios, seguido da
inseminação artificial da vaca doadora e da coleta e transferência dos embriões para as vacas
receptoras ou barriga de aluguel (BERTOLINI et al., 2002). Também há a fertilização in
vitro, que após maturar por 24 h o cumulus oophorus, é retirado por pipetagem e os oócitos
são lavados em meio de fecundação. Os espermatozoides após sofrerem o protocolo de
capacitação são condicionados às gotas de fecundação e as placas são incubadas por 17 h a
39ºC para concretização do procedimento (SIMPLÍCIO, 2007).
2 OBJETIVOS
Objetivou-se deste estágio aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo do
curso de Zootecnia, realizando as atividades de análises laboratoriais para determinação da
composição química dos alimentos, manejo produtivo geral, monitoramento e observação de
cio, práticas de inseminação artificial e uso de protocolos de IATF.
3 DESCRIÇÃO DO LOCAL E PERÍODO DE ESTÁGIO
A UEPE-GL foi criada no ano de 2000 e está localizada a 3,4 km das quatro
pilastras da Universidade Federal de Viçosa, sendo esta uma unidade de produção de bovinos
de leite em sistema de confinamento, com objetivo de proporcionar aos alunos e estagiários
um ambiente de estudos práticos no campo, além da realização de pesquisas com gado de leite
para melhor conhecimento desse animal de grande impacto no mercado agropecuário
brasileiro.
O estábulo é composto de aproximadamente 110 animais, sendo 40 vacas em
lactação, distribuídas em lotes de vacas secas, vacas de baixa, média e alta produção, além de
novilhas e bezerros. Os volumosos utilizados para a alimentação dos animais são silagens de
12
milho (SM), sorgo, cana-de-açúcar picada, milheto, aveia, azevém, capim elefante e capim
Mombaça.
O estágio foi realizado na Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de
Leite (UEPE-GL) na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, no campus da
cidade de Viçosa, situada na região sudeste do Brasil (20º 45’ 14” S e 42º 52’ 55” W), a uma
altitude de aproximadamente 648 m e 300,2 km2 de área, no período de 01 de Agosto a 06 de
Outubro, totalizando 384 horas de Estágio Curricular Obrigatório.
4 INSTALAÇÕES
As instalações em uma propriedade devem facilitar o manejo dos animais
propiciando o máximo de conforto a estes. O estábulo, sala de ordenha, bezerreiro, cercas,
balança, cochos e embarcadouros são alguns dos principais componentes dentro de uma
propriedade e devem ser construídos dentre as normas que atendem ao bem-estar
(RODRIGUES FILHO, 2006).
A unidade da UEPE-GL conta com instalações para cria, recria e vacas, duas salas
de leite, uma sala de ordenha do tipo espinha de peixe 6x2, comportando 12 animais por vez,
tanque de resfriamento de leite com capacidade de 2000 L, tronco de contenção com seringa,
corredor, balança e curral acessório, esterqueira, sala de máquinas, almoxarifado, farmácia,
cozinha, banheiros, depósito de ração, três silos, armazém de adubos e herbicidas, piquetes e
capineiras, sete silos do tipo trincheira para conservação de forragens, laboratório de
bromatologia, sala de freezers e estufas, salas de reuniões, sala da diretoria e sala de aulas
para palestras e seminários.
4.1 Setor Cria
O bezerreiro encontra-se em área ampla, localizada na região mais elevada do
estábulo, contendo 13 casinhas do tipo tropical com local para baldes com água, concentrado
e silagem. Uma sala para manipulação do alimento, para posterior fornecimento, balança para
pesagem dos bezerros, balança para pesagem dos alimentos e área para limpeza e lavagem dos
utensílios. No setor de cria, há ainda um galpão pequeno no modelo free stall para os bezerros
recém desaleitados e o bezerreiro do tipo tie stall contendo bebedouros e comedouros,
comportando 28 camas para os bezerros, porém ainda encontra - se inativo.
13
4.2 Setor Recria
Após o desaleitamento as novilhas são alocadas no setor de recria. Os galpões do
setor de recria são do tipo free stall, onde são formados grupos em função do peso corporal e
da idade. As novilhas gestantes permaneciam no free stall até 21 dias antes do parto.
Posteriormente eram conduzidas para o galpão do tipo loosing house para o lote pré-parto e
permaneciam nessa instalação durante toda a lactação.
A instalação do tipo free stall onde as vacas permaneciam durante toda lactação
conta com uma armação de ferro e colunas de concretos, telhados de alumínio e cobertura no
modelo lanternim, ventiladores para regulação da temperatura, camas, bebedouros e cocho
para sal mineral.
4.3 Setor Vacas
As vacas em lactação eram divididas em lotes de produção nos galpões free stall e
loosing house (Figura 1). Ambos os galpões disponibilizavam ventiladores em toda sua
extensão, bebedouros e comedouros, cocho para sal mineral.
Figura 1 - Galpão do tipo free stall para as vacas
Fonte: Autor
5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA UEPE-GL
14
As principais atividades realizadas diariamente no estábulo consistiram de:
acompanhamento do manejo alimentar, sanitário e reprodutivo dos animais, além de análises
laboratoriais e participação no programa família do leite.
As atividades foram desenvolvidas da seguinte maneira:
De segunda a sexta-feira pela manhã eram realizadas as atividades laboratoriais,
no turno da tarde foram realizadas as atividades de manejo geral dos animais estabulados. Aos
sábados eram oferecidos treinamentos para o aperfeiçoamento dos alunos e estagiários nas
áreas de produção de leite. Eventualmente, durante o período noturno ocorriam reuniões,
palestras e treinamentos com auxílio do software Excel.
5.1 Manejo Geral
Há processos que correlacionam a produção com a resposta do animal, isso é de
extrema importância para determinar padrões de produtividade, desde as mais simples ações
de manejo até o uso das mais modernas tecnologias e insumos na produção animal
(CARVALHO, 2006). Alguns cuidados devem ser tomados nas fases de cria, recria e vacas,
para evitar danos aos animais e prejuízos na produção. O êxito da produção é complexo e
requer qualificação dos profissionais para a atuação no manejo dos animais e no
conhecimento de técnicas e equipamentos, para que os resultados de produção sejam
maximizados.
Na UEPE – GL o manejo era organizado de maneira que os alimentos eram
pesados no período da manhã para serem ofertados no período da tarde. O mesmo
procedimento era conduzido para os animais serem alimentados no período da manhã. A
raspagem das fezes dos animais nos corredores de circulação era realizada diariamente, bem
como a manutenção da limpeza do tronco de contenção.
5.1.1 Setor Cria
No setor de cria alguns cuidados eram tomados durante o nascimento dos
bezerros, como a desobstrução das vias aéreas pela retirada dos restos placentários nas narinas
e boca. Depois de seco, o animal era submetido a pesagem e mensuração da altura de cernelha
15
(Figura 2). Essas informações eram registradas no livro de nascimento, bem como a raça
pertencente, informações paternas e maternas e finalmente conduzidos para as casinhas
tropicais. O corte do umbigo era realizado conforme protocolo usual, usando tesoura cega. O
corte era realizado em uma altura média de 2 a 3 cm abaixo da inserção. Em seguida, curava-
se o umbigo com uma solução de álcool iodado de 5 a 10% por 1 minuto, esse procedimento
foi realizado duas vezes ao dia, por dois dias consecutivos. Na ocorrência de teto
extranumerário procedia se a remoção.
O procedimento de descorna na UEPE-GL era realizado aos 35 dias de vida, com
auxílio de ferro quente. Após esse procedimento era feito um tratamento com unguento e uso
de sprays repelentes. Na UEPE-GL o cal hidratado era aplicado sobre as fezes dos animais
como alternativa do controle de parasitas e outros microrganismos. A rotação das casinhas no
piquete era realizada esporadicamente. Diariamente era realizada a observação sistemática dos
animais para registros de diarreia, fezes sanguinolentas, corizas e alguma alteração na pele ou
pelos. Esse procedimento tinha objetivo de prevenção ou tratamento imediato dos animais
para minimizar a morbidade e mortalidade no rebanho da cria.
Figura 2 - Pesagem do bezerro após o nascimento
Fonte: Autor
16
5.1.2 Setor Recria
No sistema free stall, tinha se a preocupação de não usar 100% da ocupação para
prevenir casos de mastite. A instalação contava com um piso de concreto que facilitava a
lavagem do chão do galpão pelo sistema de lâmina d’água, além disso, os bebedouros eram
limpos nas segundas, quartas e sextas-feiras e raspavam-se as camas dos animais e aplicavam
se cal hidratado na terças e quintas-feiras.
5.1.3 Setor Vacas
O manejo das vacas era bem similar aos da recria, além disso, esses animais eram
pesados mais vezes que os demais grupos, durante todo o período da gestação, no pós-parto e
a cada cem dias. As vacas recém paridas eram observadas até a expulsão da placenta. Caso a
placenta ficasse pendurada mais de 12h no animal, era comunicado ao setor de sanidade ou
reprodutivo para cortar a placenta próximo a vulva, sem tracioná-la e aplicava-se o antibiótico
oxitetraciclina na dose de 1 mL/10 kg via intramuscular. Caso necessário, aplicava-se o
antibiótico novamente após 48 h e era observado se houve a liberação dos restos placentários.
Todas as informações relacionadas à vaca eram anotadas em suas fichas referentes. Os
estagiários do setor de vacas ficavam responsáveis pela aplicação de BST (somatotropina
bovina recombinante), realização de escore de condição corporal (ECC) e a avaliação do
consumo voluntario (escore de cocho).
5.2 Manejo Nutricional
O manejo nutricional é um pilar importante na produção dos animais domésticos,
que influencia o ganho de peso e a produção de leite do animal, bem como um fator que mais
onera o sistema de produção. A alimentação tem a importância de 50 a 60% nos gastos de
uma fazenda (OLIVEIRA et al.,2007), nesse contexto, o custo de produção ou obtenção de
alguns alimentos, pode ser um fator limitante na alimentação do rebanho, forçando o produtor
a buscar outras alternativas de menor custo (SIGNORETTI et al., 1996).
5.2.1 Setor Cria
17
Os bezerros recebiam manejos diferenciados até o aleitamento conforme sexo,
idade e peso corporal. O leite consumido por esta categoria era proveniente do leite de
descarte de vacas com mastite ou qualquer outra impureza que impossibilitasse o consumo
humano e que não causasse malefícios às suas crias.
5.2.1.1 Bezerras
Ao nascerem, as bezerras recebiam o colostro imediatamente em mamadeiras, em
uma quantidade equivalente a 10% do seu peso corporal (PC) e fracionados duas vezes
durante o dia (Figura 3). Nos três dias seguintes, as crias recebiam o leite de transição em
baldes. Até o 30º dia de vida o leite era fornecido aos animais a uma média de 20% do seu
peso corporal (8 L/d), sendo que o concentrado já era ofertado a partir do quinto dia de vida,
aproximadamente 50 g/d. A oferta de concentrado aumentava conforme a quantidade de
sobras no balde.
Do 31º ao 50º dia, os animais recebiam em média 10% do seu peso corporal (6
L/d). Aos 31 dias de vida o animal já estava consumindo por volta de 500 g de concentrado
por dia e iniciando o consumo de silagem de milho (± 100 g/d), que era aumentado
gradativamente conforme o seu consumo. Quando estes animais atingiam a marca de 400 g de
silagem pura/d, iniciava-se o fornecimento de concentrado misturado ao volumoso.
Do 51º a 80º dia, próximo ao desaleitamento, os animais recebiam 4L/d de
quantidade de leite, visto que o consumo de concentrado das bezerras era em média de
1,2Kg/d e 3 Kg de silagem de milho. A ração total era fornecida da seguinte maneira: se o
animal estivesse consumindo 1,2 kg de concentrado por dia, metade dessa quantidade era pura
e colocada em um balde, enquanto a outra metade era misturada com a quantidade de silagem
de milho correspondente ao consumo do animal. Isso ocorria como uma forma de estimular o
consumo de silagem. Caso o animal não consumisse a mistura de volumoso e concentrado,
aumentava-se em 20% a quantidade de concentrado puro no balde separado.
18
Figura 3 - Colostragem após o nascimento
Fonte: Autor
5.2.1.2 Bezerros
Como em todas as fazendas produtoras de leite, o bezerro não é a finalidade
produtiva da propriedade, sendo o macho leiteiro descartado logo após o nascimento (FILHO,
2000). No bezerreiro da UEPE-GL, os bezerros recebiam quase o mesmo manejo alimentar
das bezerras até o desaleitamento, a diferença estava na quantidade ofertada, a qual era menor
o que era ofertada as bezerras. Os bezerros consumiam aproximadamente 1 kg de
concentrado/d na semana do desaleitamento, ou seja, próximo aos oitenta dias. As sobras
oriundas dos bezerros eram destinadas ao lote de touros os quais seriam utilizados
futuramente em experimentos científicos, as sobras também eram destinadas para as vacas
secas.
5.2.1.3 Desmama
O processo de desmama era realizado apenas quando os animais alcançavam em
média 80 kg de peso corporal e consumo médio de 1,2 kg de concentrado/d/fêmeas. No caso
dos machos estes deveriam estar consumindo em torno de 1 kg de concentrado/d. Nesta
19
ocasião ambos deveriam apresentar um consumo médio de 3 kg de silagem de milho/d.
Quando os animais atingiam o peso à desmama, estes ainda permaneciam por uma
semana no bezerreiro. Posteriormente, esses animais eram transferidos do bezerreiro com
casinhas tropicais para os lotes de bezerros no galpão menor, do tipo free stall.
5.2.2 Setor Recria
A alimentação para os animais da recria era fornecida duas vezes ao dia. A oferta
ocorria às 6:30 e ás 15:30h. Alguns lotes da recria recebiam as sobras dos lotes das vacas de
alta produção no período da manhã. Os principais alimentos usados no padrão alimentar eram
volumosos de silagem de milho e/ou cana-de-açúcar. Na ocasião o consumo médio de matéria
seca (CMS) estava em torno de 3.8% do PC. Os animais consumiam em média 1,5 kg de
concentrado/d, sendo esse à base de milho grão moído e farelo de soja, ureia, além de fosfato
bicálcico, calcário e outras fontes que forneciam os microminerais.
5.2.3 Setor Vacas
O arraçoamento das novilhas e vacas em lactação era estabelecido conforme o
estágio reprodutivo e a produção de leite, respectivamente (Quadro 1). Na UEPE-GL os
animais eram divididos em lotes: de vacas em período seco (vaca seca) e as vacas em lactação
eram alocadas como lotes de baixa, média e alta produção, além do lote de maior produção
denominado de lote vaca desafio. Assim a ração totalmente misturada (RTM) eram
formuladas conforme os requerimentos das vacas para atendimento da mantença e produção
de leite.
Quadro 1 - Consumo de volumoso e concentrado/animal/dia em vacas e novilhas dos lotes pré-parto, pós-parto,
desafio e vaca seca
Lotes: Silagem de milho Feno tifton-85 Concentrado Sal
Pré-parto Novilhas/Vacas 30kg/30 a 35kg --- 3kg/3kg Sal mineral/Dieta aniônica
Pós-parto Novilhas/Vacas 30kg/35 a 40kg --- 6kg/6kg DCAB
Desafio Novilhas/Vacas 30kg/30 a 35kg 3kg/3kg 13kg/13kg Sal mineral
Vaca seca Sobras --- --- Sal mineral
DCAB: Dieta Cátion-Aniônica Balanceada
Fonte: Adaptado da UEPE – GL
20
5.2.3.1 Lote Pré-Parto: Novilhas e Vacas
As novilhas recebiam silagem de milho, em média 30 kg/animal/dia e
aproximadamente 3 kg de concentrado/animal/dia, além de sal mineral a vontade. As vacas
recebiam silagem de milho, em média 30 a 35 kg/animal/dia e concentrado pré-parto,
aproximadamente 3 kg/animal/dia. Esses animais não recebiam sal mineral, pois a ração
concentrada era DCAB, entre -10 a -15 Meq.
5.2.3.2 Lote Pós-Parto: Novilhas e Vacas
No pós–parto as novilhas paridas eram alimentadas com silagem de milho e ração
concentrada, sendo 30 kg de SM /animal/dia e 6 kg de concentrado/animal/dia, além de sal
mineral a vontade. As vacas do pós-parto recebiam em média de 35 a 40 kg de silagem de
milho/animal/dia, e concentrado em média 6 kg/animal/dia.
5.2.3.3 Lote de vacas de alta produção-desafio: Novilhas e Vacas
As novilhas de maior produção leiteira (lote desafio) recebiam em média 30 kg de
silagem de milho/animal/dia juntamente com 3 kg de feno tifton-85 picado. O concentrado
fornecido em média, 13 kg/animal/dia, e os animais recebiam sal mineral a vontade. As vacas
recebiam em média 30 a 35 kg de silagem de milho/animal/dia juntamente com 3 kg de feno
tifton-85 picado (Figura 4). O concentrado (Tabela 2), 13 kg/animal/dia, e os animais
recebiam sal mineral à vontade.
Tabela 2 - Composição da ração concentrada das vacas de maior produção (lote desafio)
Ingredientes
Quantidade(%)
Milho Fubá
44,46
Farelo de Soja
38,74
Caroço de Algodão
12,7
Fosfato Bicálcico
0,6351
Calcário Calcítico
1,4
Bicarbonato de sódio
1,27
Oxido de magnésio
0,3176
Cloreto de sódio
0,3176
Flor de enxofre
0,127
Monensina
0,0191
Sulfato de zinco
0,0064
Sulfato de cobre
0,0007
21
Iodato de potássio
8,89163E-05
Selenito de sódio
8,25652E-05
Sulfato de cobalto
2,85802E-05
Vitaminas
0,0064
Fonte: UEPE-GL (PB: 26% e NDT: 82%)
5.2.3.4 Lote Vaca Seca
Esse lote recebia geralmente cana-de-açúcar com ureia. Na ausência de cana-de-
açúcar, era fornecida silagem de milho e não ofertavam ração concentrada. No caso do
fornecimento sal mineral esse era fornecido até 21 dias antes do parto. Dos 21 dias pré-parto
ao parto os animais eram transferidos para o lote de animais de transição, onde recebiam
dietas aniônica.
Figura 4 - Fornecimento de silagem de milho e ração concentrada para as vacas
Fonte: Autor
5.3 Manejo Sanitário
Toda e qualquer decisão a ser tomada pelos profissionais que lidam com os
animais diariamente devem ser baseadas em observações que possam reduzir as situações de
risco que comprometa sua sobrevivência. Decisões precisas são a chave para alcançar o
objetivo esperado, tanto na prevenção e erradicação de doenças como no controle de
epidemias (DEL FAVA, 2003).
22
5.3.1 Setor Cria
No setor de cria eram realizadas a limpeza das baias individuais do tipo casinha
tropical, nos baldes de água e de ração. Os animais que apresentavam diarreia ou
desidratação, eram hidratados com soro contendo 40 g de sal comum, 20 g de bicarbonato de
sódio, 10 g de cloreto de potássio, 75 g de dextrose para 10 L de água, utilizando-se a
mamadeira ou balde.
Era realizada a limpeza contra vermes e aplicado sprays repelentes e sprays
contendo antibióticos sobre os locais infeccionados. Em casos de descornas mal sucedidas e
com alguma infecção na região do procedimento, era higienizado e aplicado antibiótico e
spray repelente. Quando observadas formações de hérnias no umbigo do animal, realizava-se
cirurgia para remoção.
5.3.2 Setor Recria
Os animais da recria eram vermifugados quando o seu teste de Ovos Por Grama
(OPG) estava acima de 300 OPG’s. Os animais também passavam por casqueamento
preventivo ou de correção para evitar problemas de casco futuros. No período do estágio
pode-se acompanhar a descorna cirúrgica (Figura 5) em uma novilha mestiça que foi
descornada inadequadamente. Além desses procedimentos, realizou-se também a drenagem de
abcessos que se formavam devido a lesões, aplicação incorreta de remédios e/ou uso de
seringas contaminadas.
Figura 5 - Descorna cirúrgica em novilha
Fonte: Autor
23
5.3.3 Setor Vacas
O manejo sanitário das vacas era semelhante ao dos animais da recria. As vacas
observadas com diarreia devido acidose, eram hidratadas com soro composto por 20 L de
água, 220 g de sulfato de magnésio, 220 g de fosfato de sódio ou bicarbonato de sódio
(tamponante), 110 g cloreto de potássio e 500 g de propionato de cálcio. Outras doenças eram
observadas, como: a tristeza parasitária bovina, filariose, bernes e miíases, pneumonia e a
laminite. Os animais fistulados eram submetidos à limpeza na região da cânula diariamente.
Os animais eram vacinados conforme o controle de vacinação anual do estábulo (Quadro 2).
Quadro 2 - Cronograma de vacinação anual dos animais da UEPE – GL
Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Verminose x x x x x x x x x x x x
Aftosa x x
Brucelose x x x
Leptospirose x x x x
Carbúnculo/Clostridiose x x x x x x x x x x x x
Ceratoconjuntivite x R x R
Raiva x R
R: Reforço
Fonte: UEPE –GL
5.4 Manejo Reprodutivo
Quando se deseja multiplicar o rebanho em uma propriedade, muitos profissionais
utilizam ferramentas que possam maximizar com eficiência a taxa de prenhez nos animais,
essas são conhecidas como biotécnicas reprodutivas. Para isso, não basta apenas um bom
protocolo, o animal exige outros quesitos para gestar um bezerro.
Além de bons aspectos sanitários, uma vaca necessita de uma boa condição de
escore corporal para que possa emprenhar e manter uma gestação (SANTOS, 2009). Desse
modo, a nutrição parte como propulsor de uma boa gestação, principalmente em vacas
leiteiras, pois esses animais têm alto requerimento energético e a falta dessa energia pode
comprometer negativamente a atividade reprodutiva da fêmea (BARUSELLI, 2007).
5.4.1 Setor Recria
As novilhas eram observadas diariamente pela equipe do setor reprodutivo e até
24
mesmo pelos estagiários que atuavam na UEPE – GL, pois as novilhas com 250 kg de PC já
deveriam estar em atividade cíclica ovariana luteal. Quando isso não acontecia, um médico
veterinário era solicitado para fazer uma avaliação mais precisa. As novilhas holandesas ao
atingirem 330 kg e já estarem com aproximadamente 13 ou 14 meses de idade eram
inseminadas. Já para as novilhas girolandas, a inseminação se dava aos 16 meses e com um
peso médio de 315 kg.
As novilhas com 14,5 meses de idade que não foram inseminadas, eram
submetidas ao protocolo de IATF, definido pelo médico veterinário responsável do estábulo.
Eram usadas em cada novilha, três dosagens de sêmen, sendo um sexado e duas
convencionais, e se ainda não fosse efetivado a prenhez, essa novilha ficava com o touro de
repasse. O sêmen convencional alternava entre Holandês e Gir, essa decisão era tomada pelo
Diretor do estábulo.
5.4.2 Setor Vacas
Após a parição, as vacas passavam pelo período voluntário de espera (PVE), que
durava em torno de trinta dias. Portanto, aos 30 dias pós-parto as vacas eram inseminadas. As
vacas com oitenta dias de lactação que ainda não estavam inseminadas, eram submetidas a um
protocolo de IATF. Nas vacas, a ordem do sêmen utilizados era decidido pelo diretor do
estábulo, sendo geralmente três vezes de holandês, duas vezes gir e caso não fosse
diagnosticado gestação, essas fêmeas seriam levadas até a baia do touro de repasse.
5.4.3 Inseminação Artificial
Para a inseminação artificial eram considerados alguns critérios visualizados nos
animais, como as vacas aceitarem monta pelo touro ou outra fêmea, apresentarem muco
vaginal, viscoso e transparente e sem características purulentas, inquietação do animal e baixo
consumo de alimentos, bem como a queda na produção de leite. Os animais que apresentavam
essas características eram inseminados 12 h após a observação do cio. Os animais que
apresentavam metrite deveriam ser melhor acompanhados para a realização da IA, além disso
os animais que tiveram diagnóstico de gestação positivo e as que estavam no PVE, deviam ser
avaliados quanto a prenhez ou não prenhez novamente para não serem confundidos com o cio
de encabelamento que ocorriam por volta do 5°ou 6° mês de gestação.
25
5.4.3.1 Etapas da Inseminação Artificial
Primeiramente era realizada a montagem da mesa e dos equipamentos necessários.
O animal era conduzido para o tronco de contenção e sua cauda amarrada para facilitar a
manipulação no reto do animal. A vaca era palpada pelo veterinário, que usava luva de
palpação e o seu muco era analisado, logo em seguida a vulva era lavada e seca. Era olhado
na planilha do touro a ser utilizado, em qual canister a palheta se encontrava. O sêmen era
descongelado entre 35º-37ºC /30 segundos e em seguida a palheta era enxugada com papel
toalha. Cortava-se em bisel a extremidade oposta à bucha na palheta e encaixava-a na bainha
de plástico até ficar firme. Após isso, o aplicador era encaixado na bainha de plástico (o
aplicador devia estar montado a uma distância de 15 cm entre o êmbolo e a bainha de
plástico) e introduzido a 45º na vulva da vaca. A mão do inseminador entrava pelo reto para
passar o aplicador pela cérvix (Figura 6), até sentir a ponta do aplicador no corpo do útero e
empurrar o êmbolo metálico. Ao final desse processo, retirava-se o aplicador e massageava o
clitóris do animal. Para concluir o procedimento, o aplicador certificava-se se o sêmen havia
sido totalmente depositado na vaca.
Figura 6 - Passagem do aplicador pela cérvix da vaca
Fonte: Autor
5.4.4 Diagnóstico de Gestação
26
O diagnóstico de gestação (DG) era realizado pelo médico veterinário nos animais
inseminados após trinta dias da inseminação com o auxílio de um aparelho de ultrassom e a
confirmação era realizada acima de cem dias de gestação ou com a palpação acima de
quarenta dias.
5.4.5 Protocolo para Cistos
Os animais que apresentavam corpo lúteo (CL), mas estavam com DG negativo,
recebiam 2 mL de sincrocio (prostaglandina), e os animais que foram observados com cisto,
recebiam o tratamento apresentado no Quadro 3.
Quadro 3 - Protocolo para tratamento de cisto
Fonte: UEPE – GL
5.4.6 Análise de Metrite
A análise de metrite era realizada aos 15 dias pós-parto com o auxílio de um
espéculo vaginal e os dados coletados eram anotados em uma planilha de controle do
puerpério. Se observado infecção, esses animais eram submetidos ao protocolo descrito no
Quadro 4.
Quadro 4 - Protocolo para tratamento de metrite.
METRITE
PROTOCOLO GRAU MATERIAL OBSERVAÇÕES
1 Gentrin 60 mL
Manter o animal em observação até a PVE.
Após a PVE, realizar infusão de Gentrin 60
mL. Se o animal apresentar cio, pode-se fazer
infusão uterina até 24h após a inseminação.
Infusão 2 Gentrin 60 mL
Protocolo hormonal
3
Protocolo hormonal
(colocado abaixo da tabela)
Dia 1: aplicar 5 mL de ECP (cipionato de
estradiol) por via instramuscular;
Dias 2, 3 e 4: aplicar 5 mL de ocitona por via
subcutânea; Dia 5: fazer antibioticoterapia com
oxitetraciclina 1mL/10kg.
Sistêmico 4 ou 5
Ceftioufur 1
mL/50kg ou
Oxitetraciclina
1mL/10kg
Presença de sinais sistêmicos, febre, apatia ou
desidratação. Continuar observando o animal.
Fonte: UEPE-GL
CISTO
Tipo Protocolo
Luteínico 2 mL de prostaglandina
Folicular 4 mL de GNRH ou realizar IATF
27
Aos 15 dias pós-parto verificava-se a presença de corpos lúteos nos ovários. Se
houvesse corpo lúteo, devia ser aplicado 2 mL de prostaglandina (sincrocio, ciosin, lutalyse)
por via intramuscular 3 dias antes do início do protocolo hormonal.
5.4.7 Protocolo de IATF
O protocolo de IATF foi definido pelo médico veterinário do estábulo, conforme a
Figura 7. Esse protocolo era utilizado nos animais que estavam repetindo o cio, nas vacas que
tinham um DEL alto, mas não estavam prenhes e nas vacas com baixa detecção de cio ou em
anestro. Mesmo não sendo necessária a detecção de cio para a IATF, faziam-se o uso de
bastões colorimétricos. Os animais eram marcados na região sacro-caudal, logo depois da
retirada dos implantes. As fêmeas que apresentavam a mancha apagada, eram devido a cios
intensos, e que possivelmente fossem fertilizadas com maior avidez. Outros critérios
utilizados para IATF eram o de animais sem infecção uterina, sem mastite e infecção de casco
e outras doenças.
Figura 7 - Esquematização do protocolo de IATF utilizado no estábulo
Fonte: UEPE-GL
5.4.8 Transferência de Embrião
A transferência de embrião (TE) foi realizada apenas uma vez no estábulo.
Inicialmente, foi calculado e planejado um protocolo para os animais doadores e receptores
(Quadro 5). Foram utilizados dois animais, uma vaca e uma novilha, para serem os doadores e
dezenove animais para serem os receptores. Previamente, doadoras e receptoras foram
28
avaliadas e classificadas como aptas ou inaptas para o processo. Foram utilizados dispositivos
com progesterona (DIP), estrogin, sincrocio, novormon, folltropin e gestran plus para o
protocolo de TE nos animais. Após dezesseis dias as fêmeas receptoras eram reavaliadas para
continuação do procedimento de inovulação dos embriões. A TE não teve bons resultados ao
final de todos os procedimentos, pois as receptoras não conseguiram levar a gestação adiante.
As causas ainda são desconhecidas, mas o médico veterinário associou a ineficiência a má
qualidade dos embriões transplantados.
29
Quadro 5 - Protocolo para transferência de embrião
Mês: MAIO JUNHO
Dia: 15 20 21 22 23 25 31 1
DOADORAS Lote 1:
1. 9024
2. 3040
D0 - 09:00
Inserir DIP
de primeiro
uso e aplicar
3 mL de
Estrogin
D5 - 07:00
Primeira
dose de
Folltropin:
4.0 mL
D6 - 07:00
Terceira
doses de
Folltropin:
3.0 mL
D7 - 07:00
Quinta dose de
Folltropin: 2.0 mL
D8 - 07:00
Setima dose de
Folltropin: 1.0
mL . Retirar
DIP e aplicar
2mL de
Sincrocio
D10 - 07:00
Aplicar 3.0 mL
de Gestran Plus
INSEMINAR
TE
08:00
19:00
Segunda dose de
Folltropin:
4.0 mL
19:00
Quarta doses de
Folltropin:
3.0 mL
19:00
Sexta dose de Folltropin: 2.0 mL .
E Aplicar 2 mL de
Sincrocio
19:00
Oitava doses de Folltropin: 1.0
mL
19:00
INSEMINAR
RECEPTORAS Lote 1: 19
Animais: 1. 2009 (L-2) 2.
3008 (L-3) 3. 3018 (L-4) 4.
5025 (L-5) 5. 4044 (L-5) 6.
5021 (L-5) 7. 5026 (L-5) 8.
5029 (L-5) 9. 5022 (L-8) 10.
5065 (L-8) 11. 5014 (L-8) 12.
5067 (L-8) 13. 5034 (L-8) 14.
028 (L-81) 15. 012 (L-81) 16.
025 (L-81) 17. 029 (L-81) 18. 5028 (L-81) 19
2030 (L- )
D0 - 10:00
Inserir DIP
e aplicar 2
mL de
Estrogin
D6 - 08:00
Aplicar 2
mL de
Sincrocio
D8 - 08:00
Retirar DIP,
aplicar 2 mL de
Sincrocio, aplicar 2
mL de
NOVORMON e
aplicar 1 mL de
Estrogin
D -16
Avaliar
Receptoras
D - 17
Inovulação
das
receptoras
TE: Transferência de embriões
L: Lote
Fonte: UEPE-GL
30
5.4.9 Controle da Reprodução
O controle do manejo reprodutivo era realizado diariamente por um setor
composto por quatro graduandos e um médico veterinário que se revezavam no
monitoramento dos animais (Tabela 3). Os dados, protocolos e observações dos animais eram
anotados em cadernos do setor reprodutivo, nas planilhas do excel e em materiais individuais
para cada membro ter o acesso e poder manipular mesmo fora do estábulo.
Tabela 3 - Atividades realizadas no setor reprodutivo em bovinos leiteiros durante o estágio
Casos Clínicos e
Procedimentos Quantidade Percentual
Ultrassonografia para DG 88 47,06%
Inseminação artificial 30 16,04%
Protocolos de IATF 22 11,76%
Palpação Retal para DG 40 21,39%
Partos distócicos 2 1,07%
Abortamento 4 2,14%
Metrite 1 0,53%
Retenção de placenta 0 0,00%
Total 187 100%
Fonte: Autor
5.4.9.1 Roda Reprodutiva
A roda reprodutiva foi criada na UEPE-GL pelos estagiários e diretores. É uma
forma esquematizada da real situação das vacas do estábulo (Figura 8). Nessa ferramenta
eram colocadas as numerações das vacas recém paridas, vacas secas, vacas em lactação e
novilhas prenhes. Os animais eram representados na roda reprodutiva por ímãs de diferentes
cores, ou seja, animais de imãs vermelhos eram vazias, de ímãs amarelo eram as inseminadas,
de ímãs azuis eram as vacas prenhes e lactantes, as de ímãs verdes eram prenhes e secas e as
de ímãs brancos eram as novilhas com DG (+).
A roda reprodutiva também era dividida por cores, a parte vermelha indicava o
PVE, a parte amarela indicava o intervalo que a vaca tinha para ser inseminada, a parte azul
indicava a parte que estava gestante e lactante e a parte verde indicava o período que a vaca
estava gestante e seca. À medida que uma vaca fosse passando pelas diferentes fases de
gestação e produção de leite, o ímã contendo o seu respectivo número era movimentado na
roda reprodutiva para a fase correspondente ao seu estágio.
31
Figura 8 – Roda reprodutiva
Fonte: Autor
5.4.9.2 Planilhas
Os dados dos animais eram inseridos em planilhas de controle da reprodução do
estábulo (Figura 9), diariamente.
32
Figura 9 - Relatório reprodutivo referente ao mês de setembro
Fonte: UEPE – GL
5.5 Ordenha
Os animais em lactação eram submetidos a duas ordenhas durante o dia, a
primeira às 6:30 e a segunda às 15:30h (Figura 10), estes eram ordenhados por categorias de
produção, primeiramente as vacas mais produtivas, seguidas dos animais de menor volume de
leite. Antes de serem ordenhadas, estas tinham suas tetas higienizadas pelo pré-dipping e ao
final da ordenha pelo pós-dipping. Ainda antes de serem ordenhadas, era realizado o teste de
mastite em todos os tetos dos animais com o auxílio de uma caneca de fundo preto, se fosse
positivo para a doença, esses animais eram submetidos ao tratamento pelo setor da ordenha.
Vale ressaltar que o ordenhador e seus auxiliares deveriam estar com a mão higienizada,
33
desprovidos de anéis, pulseiras e qualquer objeto que seja um agente contaminante e era
obrigatório o uso de luva de látex para manipulação dos tetos. Após serem ordenhados, os
animais eram conduzidos aos seus respectivos lotes e ao final de toda ordenha, era lavada toda
a área que os animais ficavam e transitavam, além da limpeza dos equipamentos da sala de
ordenha com água quente e sanitizantes.
Figura 10 – Ordenha das vacas
Fonte: Autor
6 OUTRAS ATIVIDADES
Além das atividades previstas no início do estágio, outras práticas foram
realizadas durante o período do estágio na unidade de ensino e pesquisa de gado de leite em
Viçosa – MG, como a participação em experimentos da área, análises laboratoriais, além da
participação em palestras, seminários e treinamentos da família do leite.
6.1 Participação em Experimentos de Gado de Leite
Durante o estágio, dois experimentos aconteceram simultaneamente. Um dos
experimentos era com dez novilhas, cinco Holandesas e cinco mestiças Girolandas. Os
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animais estavam em sistema de pastejo rotacionado do pasto de aveia e azevém e eram
suplementados com silagem de milho e concentrado.
O segundo experimento foi realizado com vacas Holandesas, divididas em dois
lotes, um lote com seis animais, consumindo silagem de milho e concentrado e o outro com
sete animais, consumindo cana-de-açúcar e concentrado contendo ureia. A cada vinte e cinco
dias, eram coletadas diariamente amostras de leite de cada vaca e submetidas a diferentes
níveis de solução de alizarol e sangue da base da cauda dos animais para posteriores análises.
6.2 Análises Laboratoriais
Foram coletadas amostras de ingredientes, rações concentrada, volumoso e fezes
para posteriores análises bromatologicas. As análises foram realizadas no laboratório da
UEPE-GL. Foram determinados os teores de PB, EE, FDN, FDNi e cinzas. Ainda na UEPE-
GL, foram realizadas coletas de sangue para análises dos metabólitos sanguíneos, bem como a
biópsia de músculo e fígado para análises de expressões gênicas.
6.3 Participação em Palestras, Seminários e Treinamentos da Família do Leite
No período da noite e aos fins de semana, eram realizados seminários sobre
assuntos gerais da Zootecnia, como: manejo sanitário de bezerros, manejo reprodutivo em
novilhas e vacas, ordenha, parições, cultivo de forragens e análises químicas de solo.
Eventos e palestras das empresas parceiras da UEPE-GL eram rotineiros durante o
mês, com a finalidade de apresentar aos estagiários e estudantes as tendências e novidades de
alimentos, medicamentos e produtos em gerais para produção animal.
Os treinamentos geralmente ocorriam aos sábados e eram obrigatórios para os
estagiários da 1º e 2º fase do programa família do leite. Esses treinamentos eram uma maneira
de ensinar aos integrantes do programa, como desenvolver as atividades de cada setor com
eficiência e como reagir diante de algumas situações de patologias do rebanho, parto,
detecção de cio, além de outras situações rotineiras.
35
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, a execução eficiente dos manejos aplicados aos animais da
UEPE-GL é o fator de maior impacto na produção do leite. O controle dos índices zootécnicos
permite que a propriedade tenha o conhecimento preciso de seu rebanho, possibilitando
perceber se a manutenção da atividade produtiva é viável.
Estar em contato direto com os animais, em um sistema de produção de leite,
trouxe a certeza de qual área trabalhar, além de me propiciar a sistemática da troca de
informações entre universidade e produtores.
Em suma, as atividades desenvolvidas durante o estágio resultaram em grandes
experiências associadas ao conhecimento adquirido durante a vida acadêmica e maiores
conhecimentos sobre os manejos aplicados aos animais. Novos planos e pontes foram
construídas, além da ampliação do horizonte profissional.
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