0
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA - CAEN
MESTRADO PROFISSIONAL EM ECONOMIA - MPE
BERTINO MEDEIROS DE LUCENA JÚNIOR
UMA ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS, DÍVIDA CONSOLIDADA
LÍQUIDA E RECEITA CORRENTE LÍQUIDA DOS ESTADOS BRASILEIROS NO
CICLO POLÍTICO DE 2002 – 2010
FORTALEZA
2013
1
BERTINO MEDEIROS DE LUCENA JÚNIOR
UMA ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS, DÍVIDA CONSOLIDADA
LÍQUIDA E RECEITA CORRENTE LÍQUIDA DOS ESTADOS BRASILEIROS NO
CICLO POLÍTICO DE 2002 – 2010
Dissertação submetida à Coordenação do
Curso de Pós-Graduação em Economia –
Mestrado Profissional – da Universidade
Federal do Ceará - UFC, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Economia. Área de Concentração: Finanças e
Seguros.
Orientador: Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge
Neto
FORTALEZA
2013
2
BERTINO MEDEIROS DE LUCENA JÚNIOR
UMA ANÁLISE DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS, DÍVIDA CONSOLIDADA
LÍQUIDA E RECEITA CORRENTE LÍQUIDA DOS ESTADOS BRASILEIROS NO
CICLO POLÍTICO DE 2002 – 2010
Dissertação submetida à Coordenação do
Curso de Pós-Graduação em Economia –
Mestrado Profissional – da Universidade
Federal do Ceará - UFC, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Economia. Área de Concentração: Finanças e
Seguros.
Aprovada em: 21 de janeiro de 2013
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge Neto (Orientador)
Universidade Federal do Ceará - UFC
_________________________________________
Prof. Dr. Guilherme Diniz Irffi
Universidade Federal do Ceará - UFC
_________________________________________
Prof. Dr. Pablo Urano de Carvalho Castelar
Universidade Federal do Ceará – UFC
3
AGRADECIMENTOS
A minha esposa, amor da minha vida, pelo incentivo, pela dedicação e pela paciência no
decorrer dos estudos;
Aos meus pais amados, pelo imenso amor e por acreditar em meu potencial;
As minhas irmãs amadas, pelo incentivo e pela paciência que me dedicaram;
A toda a turma que compartilha da mesma alegria da vitória alcançada;
Ao Professor Dr. Paulo de Melo Jorge Neto, pela excelente orientação na construção deste
trabalho;
Aos Professores participantes da Banca examinadora;
A todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para a construção deste trabalho.
4
RESUMO
A Lei de Responsabilidade Fiscal é um marco nas normas regulamentadoras das finanças
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Em seu conteúdo, além de
estabelecer normas de imposição aos limites de pessoal e endividamento, discorre sobre
operação de crédito, gastos em anos eleitorais, previsão de receitas e divulgação dos relatórios
fiscais e prevê punições para os que não cumprirem as normas. Em sua ausência, era evidente
que o gestor público não impunha os limites dos gastos com a despesa de pessoal, com o
endividamento público e com a transparência na gestão fiscal. Este trabalho busca
compreender o papel que o processo eleitoral desempenha quanto aos gastos públicos com o
investimento, a dívida consolidada líquida e a receita corrente líquida dos estados de todas as
regiões do Brasil, no período de 2002 a 2010 ao longo do ciclo político. Montou-se um painel
dinâmico com variáveis dummies representativas das diferentes fases do ciclo a partir do ano
da eleição (t1) para o ano pós-eleição, (t2) para o ano intermediário e (t3) para o ano pré-
eleitoral. O método de estimação usado foi o proposto por Arellano e Bond (1991).
Palavras-chave: Ciclo político. Lei de Responsabilidade Fiscal. Dados em painel.
5
ABSTRACT
The Fiscal Responsibility Law which became a landmark in regulatory standards of public
finance for accountability in fiscal management. In addition to establishing content standards
impose limits and personal indebtedness, discusses credit operation, spending in election
years, estimates, disclosure of tax reporting, and predict punishments to non compliance with
the rules. In their absence was evident that the manager had no public imposition of spending
limits to personnel expenses, with public debt and transparency in fiscal management. This
work seeks to understand the role that the electoral process has on the performance of public
expenditure on investment, consolidated net debt and net current revenue of states from all
regions of Brazil, in the period 2002 - 2010 throughout the political cycle. The methodology
used was the econometric model with panel data group with dummy variables representing
the different phases of the cycle from the election year, (t1) for the year after the election, (t2)
for the year and intermediate (t3) for the pre-election year. The estimation method used was
proposed by Arellano and Bond (1991).
Keywords: Political cycle. Fiscal Responsibility Law. Panel data.
6
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Gastos de investimento - Região Norte.......................................................... 27
Gráfico 2 - Gastos de investimento - Região Nordeste..................................................... 27
Gráfico 3 - Gastos de investimento - Região Sul.............................................................. 28
Gráfico 4 - Gastos de investimento - Região Sudeste....................................................... 28
Gráfico 5 - Gastos de investimento - Região Centro-Oeste.............................................. 29
Gráfico 6 - Receita corrente líquida - Região Norte......................................................... 30
Gráfico 7 - Receita corrente líquida - Região Nordeste.................................................... 31
Gráfico 8 - Receita corrente líquida - Região Sudeste...................................................... 32
Gráfico 9 - Receita corrente líquida - Região Sul............................................................. 32
Gráfico 10 - Receita corrente líquida - Região Centro-Oeste............................................. 33
Gráfico 11 - Dívida consolidada líquida - Região Norte.................................................... 34
Gráfico 12 - Dívida consolidada líquida - Região Nordeste............................................... 34
Gráfico 13 - Dívida consolidada líquida - Região Centro-Oeste........................................ 35
Gráfico 14 - Dívida consolidada líquida - Região Sudeste................................................. 35
Gráfico 15 - Dívida consolidada líquida - Região Sul........................................................ 36
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Resultados das regressões feitas de acordo com a equação (5)........................ 21
8
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EA Efeitos aleatórios
EF Efeitos fixos
IGP-DI Índice Geral de Preço – Disponibilidade Interna
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MQO Mínimos quadrados ordinários
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10
2 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................. 12
2.1 Ciclo político............................................................................................................. 12
2.2 Lei de Responsabilidade Fiscal............................................................................... 14
2.3 Evolução das variáveis orçamentárias................................................................... 16
2.3.1 Receita corrente líquida............................................................................................ 16
2.3.2 Dívida consolidada líquida........................................................................................ 16
2.3.3 Investimento público................................................................................................. 17
3 ESTUDO ECONOMÉTRICO............................................................................... 19
3.1 Modelo econométrico............................................................................................... 19
3.2 Resultados................................................................................................................. 21
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 23
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 25
APÊNDICES............................................................................................................ 27
10
1 INTRODUÇÃO
Um dos grandes problemas da economia é conseguir maximizar os recursos que
são escassos, e as necessidades são sempre ilimitadas. No setor público, há muito tempo
verifica-se que, no Brasil, os gastos públicos dos Entes Federados apresentam crescimentos
ininterruptos. De encontro a esses gastos, surge a necessidade cada vez maior de se obterem
recursos financeiros suficientes para atender a essa demanda, quase sempre sem controle e
efetuar os gastos públicos para resultar em maior eficiência e satisfação.
Segundo Ferreira Neto, Fonte e Lima (2007), muito se tem discutido a respeito
dos efeitos-eleições sobre a estabilidade da economia. Os fatores político-eleitorais e seus
impactos sobre a economia têm-se tornado assunto de suma importância no debate
econômico, assim como as manipulações de variáveis macroeconômicas para a obtenção de
resultados eleitorais favoráveis, o que gera constante preocupação em impor limites para
aqueles que não utilizem instrumentos de política econômica, visando resultados favoráveis
nas eleições.
Os gestores públicos, com a aproximação da disputa eleitoral, podem modificar as
execuções das políticas fiscais e monetárias do orçamento público, para que tenham efeito
imediato na economia e sejam reeleitos ou mantenham seu grupo político no poder. Após as
eleições, determinam medidas contracionistas a fim de reverter os efeitos da política
expansionista adotada anteriormente. Esse instrumento se repete a cada período eleitoral,
provocando constantes flutuações na economia.
Ao longo do tempo, as contas públicas do Brasil passaram por mudanças para que
se adequassem aos outros que conseguiram impor normas de controle de gastos públicos. No
início do ano 2000, entrou em vigor a lei complementar nº 101, que estabelece normas de
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e busca resgatar a
importância e o verdadeiro papel das peças orçamentárias.
Nesse contexto, a receita corrente líquida, apesar de ser conceituada no parágrafo
3º do artigo 2º da LRF, na visão de Carvalho (2004), serve como base de cálculo de todos os
limites impostos, como os relativos à despesa de pessoal, por nível de governo e de poder, dos
gastos previdenciários e de endividamento. É apurada mês a mês, ou seja, somando-se as
receitas arrecadadas no mês da apuração, em referência, aos onzes anteriores. Também dessa
forma será apurada a despesa total com pessoal de maneira similar, no final de cada
quadrimestre, o montante da dívida consolidada. Com isso, uniformizam-se os valores
11
acumulados e se neutralizam os efeitos da sazonalidade anual do comportamento das receitas
e das despesas.
A dívida consolidada no pensamento de Schwarzbach (2008) é uma instituição da
vida econômica quase tão antiga quanto o próprio Estado, que integra o conjunto de
instrumentos gradativamente criados para financiar suas atividades. Os conceitos trazidos com
a LRF motivaram as mudanças de comportamento e atitude em relação à gestão do dinheiro
público e fortaleceram a necessidade de equilíbrio orçamentário e financeiro e da gestão
prudente da dívida pública.
O investimento público tem relação direta com o nível de crescimento econômico
de uma nação, estado ou município, que contribui para melhorar as condições de vida da
população e é um instrumento de indução dos investimentos privados. No entanto, é
imprescindível que a sociedade discuta quais são as ameaças e as dificuldades a serem
vencidas para que o setor público possa alavancar um novo patamar de desenvolvimento
econômico e social.
O ponto inicial deste trabalho é de compreender o papel que o processo eleitoral
exerce sobre o desempenho dos gastos públicos com o investimento, a dívida consolidada
líquida e a receita corrente líquida dos estados de todas as regiões do Brasil, no período de
2002 a 2010 ao longo do ciclo político. Os dados utilizados estão disponíveis on line, por
meio da Secretaria do Tesouro Nacional, que foram colhidos no Balanço Patrimonial, no
Relatório da Execução Orçamentária e no Relatório de Gestão Fiscal dos estados brasileiros,
os quais foram deflacionados pelo IGP-DI com o ano base de 2010. Um painel foi montado
para esse período com todos os estados-membros e foi feita uma estimativa com a
metodologia desenvolvida por Arellano e Bond (1991).
Esta dissertação foi estruturada em quatros capítulos, incluindo esta introdução. O
Capítulo 2 apresenta uma revisão da literatura empregada no desenvolvimento da pesquisa; no
Capítulo 3, é feito estudo econométrico e, no Capítulo 4, são feitas algumas considerações
acerca do que se concluiu na pesquisa.
12
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Ciclo político
Distintos modelos foram estudados para representar o comportamento da
economia durante o período eleitoral, numa tentativa de identificar a presença de movimentos
cíclicos. Assim, considerar os ciclos econômicos como politicamente determinados é uma
maneira alternativa de observá-los. Alguns deles se situam na motivação política, isto é, são
ciclos políticos. (REICHENVATER, 2007).
Em um estudo realizado por Preussler (2001) sobre a Teoria dos Ciclos Político-
econômicos, ele contesta a concepção tradicional de que os governantes são indivíduos
solidários que buscam maximizar o bem-estar social, pois há diferentes interpretações quanto
à motivação dos governantes ao escolherem determinadas políticas públicas. Enquanto um
grupo de modelos supõe que os políticos sejam movidos por alguma ideologia, outros partem
da premissa de que eles agem por puro oportunismo, almejando apenas a vitória nas urnas.
Na literatura econômica pesquisada, destacam-se diversos textos científicos
relacionados à Teoria dos Ciclos Político-econômicos, como os de Nordhaus (1975), de
Rogoff e Sibert (1988), Alesina e Tabellini (1990) e Persson e Svenson (1989), que compõem
as tipologias dos ciclos políticos, em que os governantes têm uma atitude oportunista ou
partidária, e os eleitores se comportam como um ser racional ou não racional.
Para Nordhaus (1975), o ciclo político oportunista tradicional é evidenciado pela
literatura como um modelo em que os eleitores são, sistematicamente, enganados por políticos
oportunistas, que manipulam a política de modo a provocar um crescimento econômico de
curto prazo no período próximo às eleições e, assim, aumentam suas chances de reeleição.
Passadas as eleições e com o intuito de combater a inflação gerada pela política econômica
anterior, o gestor eleito adota uma política monetária mais apertada para provocar uma
redução na taxa de crescimento. Portanto, os impactos sobre o crescimento econômico são
temporários. (SILVA, 2010).
Rogoff e Sibert (1988) apresentam reformulações no modelo oportunista original,
expandindo-o para incorporar e substituir alguns pressupostos. Substituem as expectativas
adaptativas por expectativas racionais e incorporam ao modelo uma assimetria de informação
que passa a ser dada ao nível de competência do governo em fornecer serviços públicos. O
governo mais competente é aquele que necessita de menos receita para prover uma dada
quantidade de serviços, e os eleitores preferem o governo mais competente. Entretanto, as
13
informações não são perfeitas, pois o administrador público tem um conjunto de informações
de momento maior do que o conjunto dos eleitores. Essa assimetria de informação possibilita
manobras eleitorais, uma vez que sinaliza para o gestor a possibilidade de omitir informações
atuais que possam comprometer o seu nível de competência (ARAÚJO, 2010).
Os modelos de Alesina e Tabellini (1990) e de Persson e Svenson (1989) foram
construídos na mesma época e por motivações diferentes. Ambos consideram que, na
presença de discordância entre o policymaker presente e futuro, a dívida pública será utilizada
por cada policymaker para influenciar as escolhas de seus sucessores: o partido titular, ao
perceber que será sucedido pela oposição, tenderá a elevar o nível da dívida pública, deixando
pouca liberdade e comprometendo a estratégia/plataforma do governo sucessor. A dívida
pública deixada tende a ser menor quando o partido atual sabe que será reeleito. (ARAÚJO
JÚNIOR; SHIKIDA; SILVA, 2003).
No estudo realizado por Bittencourt (2002), analisa-se a existência de ciclo
político orçamentário nas finanças públicas dos estados no período de 1983-2000. As
variáveis estudadas foram: a receita corrente, por ser a principal receita agregada dos
Estados; sua subdivisão – a receita tributária – que é capaz de captar os efeitos das eleições
sobre o nível de impostos, e a receita de capital, onde constam recursos oriundos das
privatizações e das operações de crédito. Pelo lado da despesa, estudaram a despesa corrente
e sua principal subdivisão - pessoal e encargos - que é o mais expressivo gasto dos estados e
integra as despesas de custeio, e as despesas de capital contabilizadas em investimentos e
inversões, onde o espaço para a atuação discricionária do Estado é maior. Quanto às despesas
por função, devido à disponibilidade de dados, a aplicabilidade do modelo e ao desejo de
analisar como elas se comportam diante das variáveis eleitorais escolhidas, optou-se por:
agricultura, comunicação, defesa nacional e segurança pública, desenvolvimento regional,
educação e cultura, energia e recursos minerais, habitação e urbanismo, indústria, comércio
e serviços, saúde e saneamento, assistência e previdência, trabalho e transporte. Portanto, de
acordo com o resultado, constatou-se que há um crescimento da receita nos anos eleitorais e
não há evidência de ciclo político. Ao invés de ser utilizada para manipular a eleição através
do bem-estar do contribuinte. Em relação a despesa pública, foi significativa a existência do
ciclo político. Ressalta-se que, entre todas as variáveis de despesas analisadas, apenas uma
despesa na função de comunicação parece não ser afetada pelas eleições.
14
2.2 Lei de Responsabilidade Fiscal
No início dos anos 2000, foi sancionada a Lei Complementar nº 101 – LRF - Lei
de Responsabilidade Fiscal, um marco nas normas regulamentadoras das finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Em sua ausência, ficava evidente que o
gestor público não impunha os limites dos gastos com despesa de pessoal, com endividamento
público e com transparência na gestão fiscal.
A lei Complementar nº 101/2000 – LRF - surgiu em um contexto em que era
necessário impor limites e metas numéricas aos gestores da política fiscal, nos vários níveis de
governo, a fim de se gerarem menores déficits fiscais e menor acúmulo de dívida, entre outros
resultados sinalizadores de uma atitude fiscal responsável. (GLAUBER, 2010).
Essa mesma lei foi criada para moralizar a atuação de todos os administradores
públicos, com o estabelecimento de normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, na tentativa de disciplinar os gastos de forma eficaz.
Significa dizer que, gradativamente, o país deixará de ter governantes tradicionais para ter
gerentes do interesse público. Sabe-se que gerenciar é mais do que exercitar o poder, é exercê-
lo com base em regras bem definidas, objetivando compromissos claros que proporcionem
resultados. Para isso, o Gestor público deve trabalhar com planos e estabelecer metas, e o
primeiro passo é atribuir cargos a profissionais qualificados, em condições de conduzir o
desenvolvimento do bem público de maneira eficaz e eficiente. (RODRIGUES; ALVES,
2001).
Nascimento e Debus et al. (2002 apud MENDES et al., 2009) entendem que a
dívida pública é o principal motivo invocado para elaborar uma lei como a LRF e comentam
que “a dívida pública é o principal problema de ordem macroeconômica enfrentada pelo País
nos últimos tempos, em todos os níveis de governo”. Essa lei trouxe o conceito de gestão
fiscal responsável, que é exigido a partir de sua vigência a todas as esferas de governo –
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Esse conceito pressupõe um novo
comportamento da gestão pública governamental por meio da transparência de suas ações, do
cumprimento de metas e de limites e do equilíbrio das contas públicas, evitando futuros
problemas de endividamento. (MENDES, 2009).
A lei complementar, além de estabelecer normas de imposição aos limites de
pessoal e endividamento, discorre sobre operação de crédito, criação de despesas
permanentes, gastos em anos eleitorais, previsão de receitas, transferências, transparência nos
15
procedimentos de elaboração e divulgação dos relatórios fiscais, prevê punições aos que não
cumprirem as normas.
No que diz respeito ao controle da dívida e do endividamento público, isso é
tratado com bastante relevância na Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece as
definições da dívida pública consolidada, a dívida pública mobiliária, a operação de crédito, a
concessão de garantia e o refinanciamento da dívida mobiliária, que o Governo Federal
submeterá ao Senado Federal para propor limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos Estados e dos Municípios e ao Congresso nacional para estabelecer
limites da dívida mobiliária federal.
Na linha de pesquisa deste trabalho, avalia-se o comportamento do grupo de
receita corrente líquida, da dívida consolidada líquida e da despesa de investimento no ciclo
político de 2002 a 2010. Foram colhidos conceitos desses grupos da Lei de Responsabilidade
Fiscal.
A receita corrente líquida que foi instituída pela LRF é uma ferramenta que serve
de referência para a gestão da administração pública que é constituída pelo somatório das
receitas tributárias, de contribuições patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, de
transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidas: (i) – na União, os
valores transferidos para os estados e os municípios por determinação constitucional ou legal,
e as contribuições citadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da
Constituição; (ii) – nos estados, as parcelas entregues aos municípios por determinação
constitucional; (iii) – na União, nos estados e nos municípios, a contribuição dos servidores
para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da
compensação financeira supracitada no parágrafo 9º do art. 201 da Constituição.
A dívida consolidada líquida é o montante total apurado sem duplicidade das
obrigações financeiras do ente da federação assumidas em virtudes de leis, contratos,
convênios, tratados, da realização de operações de crédito para amortizações em prazo
superior a doze meses, ou com prazo inferior em que as receitas tenham constado nos
orçamentos e os precatórios judiciais emitidos a partir de cinco de maio de 2000 e não pagos
durante a execução do orçamento em que havia sido incluído (ver art. 29, I e § 3º e art. 30, §
7º da LRF e art. 2º, III da RSF 43/01).
Com a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Senado Federal editou a
Resolução nº 40/2001, a qual estipula o seguinte: a partir de 2016, as dívidas consolidadas
líquidas não poderão ser superiores a 200% das receitas correntes líquidas, no caso dos
estados, ou a 120%, dos municípios. Até aquele exercício, eventuais excessos em relação ao
16
limite fixado deverão ser reduzidos na proporção de, no mínimo, 1/15 por ano. Depois dessa
data, os entes subnacionais, cujas dívidas superaram os limites estipulados, não poderão
realizar operação de crédito ou receber transferências voluntárias (ROCHA, 2007).
Os gastos públicos com investimentos compreendem as dotações para o
planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis
considerados necessários à realização dessas últimas, bem como para os programas especiais
de trabalhos, aquisição, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do
capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
2.3 Evolução das variáveis orçamentárias
2.3.1 Receita corrente líquida
A receita corrente líquida dos estados, no período de análise de 2002 a 2010,
houve tendência de crescimento nominal dela em todos os estados. Porém, a crise financeira
dos Estados Unidos da América, em 2008, teve consequência na economia brasileira e
repercutiu nominalmente de forma negativa em 2009, na apuração da receita corrente líquida
(APÊNDICE – B) em apenas oitos estados - quatros na Região Norte: Amapá (-6,91%),
Amazonas (-3,69%), Rondônia (-0,77%) e Tocantins (-1,28%); na Região Centro-oeste: Goiás
(-3,21%); na Região Sudeste: Minas Gerais (-0,43%) e Rio de Janeiro (-8,97%); e na Região
Sul: Santa Catarina (-0,15%). Destaca-se que, na Região Nordeste, em 2009, nenhum estado
teve crescimento nominal negativo da sua receita corrente líquida.
2.3.2 Dívida consolidada líquida
No período de análise de 2002 a 2010, a dívida consolidada líquida dos estados
teve uma redução nominal (APÊNDICE – C) em todos os estados. Com a exigência imposta
pela Resolução nº 40/2001 do Senado Federal, em 2002, apenas oito unidades da federação
estavam 200% acima da receita corrente líquida a sua dívida consolidada líquida. Destaca-se
que, naquele mesmo ano, o Mato Grosso do Sul era o estado mais endividado, com 310,34 %
de sua receita corrente líquida, seguido pelos seguintes estados do Rio Grande do Sul (279,23
%), Goiás (275,19 %), Minas Gerais (262,65 %), Rio de Janeiro (234,76 %), Alagoas (233,00
%), Maranhão (231,39 %) e São Paulo (227,37 %). Contudo, salientam que a média geral, em
2002, da dívida consolidada líquida era 153,37 % de todos os estados. Apenas os estados da
17
Região Norte não ultrapassaram o limite imposto pela citada resolução. Em 2010, o único que
não teve a recondução da sua dívida consolidada líquida ao limite da Resolução nº 40 do
Senado Federal foi o Rio Grande do Sul, mas se obteve redução em outros estados, o que
significa um aumento da sua capacidade de investimento ou endividamento.
2.3.3 Investimento público
Os investimentos públicos dos estados, no período de 2002 a 2010, mantiveram
uma tendência de crescimento nominalmente (APÊNDICE – C). Observa-se que, na Região
Norte, o Amazonas, que se destacou em relação aos demais estados, teve investimento na
ordem de 500 milhões, em 2002, para 1,7 bilhão em 2010, um crescimento de 211% nesse
período. Esse aumento no investimento acompanha o crescimento observado da sua receita
corrente líquida, que cresceu 167% no mesmo período. O crescimento dos demais estados da
região foi menos acentuado.
Na Região Nordeste, inicialmente, os investimentos dos estados eram muito
próximos uns dos outros, na ordem de 300 milhões de reais. Observa-se que o Ceará, em
2002, encontrava-se na terceira posição, na ordem de maior investimento entre os seus
membros. Em 2006, o estado se destacou para a primeira posição da região, com investimento
de 1,6 bilhão de reais com 60% a mais do segundo colocado (Bahia). A partir de 2008, o
crescimento do estado do Ceará acentuou-se mais em relação aos demais da região, chegando
a uma cifra de 3,2 bilhões de reais de investimento, enquanto a média da região era de 1,2
bilhão de reais.
Na Região Sul, os três estados mantiveram os valores de investimentos muito
próximos uns dos outros, com a média de 500 milhões de reais. Observa-se que o Rio Grande
do Sul, apesar de ser o mais endividado dentre os demais, consegue acompanhar o ritmo de
investimento pelos estados do Paraná e de Santa Catarina, que apresentam uma capacidade de
investimento maior em virtude do baixo endividamento. Em 2010, o Rio Grande do Sul,
mesmo ultrapassando o limite da dívida imposto pela legislação, investiu 1,8 bilhão de reais
com 50% a mais do que o Paraná, que foi o segundo colocado.
Na Região Sudeste, os quatros estados mantiveram investimentos de acordo com
o nível de sua economia. Observa-se que, entre os demais, o estado do Espírito Santo
apresenta uma capacidade de investimento maior por apresentar baixo nível de
endividamento. De 2002 a 2007, os estados dessa região mantiveram os investimentos de
forma mais linear do que de 2007 a 2010 no estado de São Paulo, que apresentou um
18
crescimento acima da média, na ordem de 234,97% nesse período, enquanto a média da
região foi de 165,85%.
Na Região Centro-oeste, onde a economia se destaca pelo agronegócio, os estados
mantiveram os investimentos muito próximos um dos outros, com a média de 2,7 bilhões de
reais. O Distrito Federal se destacou em relação aos demais, com um investimento na ordem
de quinhentos milhões de reais, em 2002, para 1,04 bilhões de reais, em 2010, um
crescimento de 101,34% nesse período. Esse aumento no investimento acompanha o
crescimento observado de sua receita corrente líquida, que cresceu 187,92%. Os demais
estados da região tiveram crescimento menos acentuado.
19
3 ESTUDO ECONOMÉTRICO
Para determinar a existência de ciclos políticos eleitorais nas variáveis
orçamentárias: Receita Corrente Líquida, Dívida Consolidada Líquida e Despesa de
Investimento, este estudo utilizou a metodologia semelhante à de outros autores como
Bittencourt (2002) e Queiroz (2010). Assim, usa-se um grupo de variáveis dummies,
representando as diferentes fases do ciclo a partir do ano da eleição, ou seja, (t1) para o ano
pós-eleição, (t2) para o ano intermediário e (t3) para o ano pré-eleitoral, visando captar os
efeitos da data da eleição sobre as variáveis orçamentárias. Cada dummy assume um valor
para o ano a que se refere, e zero, para os demais.
Além disso, empregam-se defasagens das variáveis dependentes com a finalidade
de detectar, na estrutura dinâmica da política fiscal, a possível ocorrência de ajustamento
político que impossibilita o gasto público de se alterar de um período para o outro.
3.1 Modelo econométrico
Devido à defasagem na variável dependente, tem-se um modelo dinâmico. Dados
em painel são amplamente utilizados na estimação desse tipo de modelo, afinal, não se podem
estimar modelos dinâmicos com informações de um único ponto no tempo e é raro para uma
pesquisa cross-section prover informações anteriores para que relações dinâmicas sejam
investigadas. Além disso, oferece oportunidade para investigar a heterogeneidade na dinâmica
de ajuste entre os diferentes tipos de pessoas, famílias ou empresas (BOND, 2002). Logo,
montou-se um painel dinâmico com as variáveis da política fiscal, já citadas, deflacionadas
pelo IGPDI para o ano de 2010 com todos os estados brasileiros do ano de 2002 até 2010.
O método de estimação utilizado foi proposto por Arellano – Bond (1991), que é
indicado para situações com período curto de tempo e muitos indivíduos; função linear nos
parâmetros; uma variável do lado esquerdo que é dinâmica, dependendo de suas próprias
realizações passadas; variáveis independentes que não são estritamente exógenas, ou seja,
estão correlacionadas com realizações passadas; efeitos fixos, isto é, efeitos específicos
correlacionados com os regressores: heterocedasticidade e autocorrelação dentro dos
indivíduos, mas não entre eles (ROODMAN, 2009).
O modelo geral é o seguinte:
20
(1)
Sendo que:
com
Em que é o efeito especifico, é o choque idiossincrático e ambos não estão
correlacionados.
Por causa da variável defasada, o método dos Mínimos Quadrados Ordinários é
viesado e inconsistente, mesmo se não for correlacionado serialmente. Afinal, se é
uma função de , também será. Portanto, o estimador de efeitos fixos será viesado. A
within transformation retira , mas apresenta problemas, porque continua
correlacionado com por construção (como essa média contém ). O estimador de
efeitos aleatórios também será viesado, porque ( será correlacionado com
( .
Assim, a principal dificuldade em modelos dinâmicos é a correlação existente
entre o termo de erro e a variável defasada. Arellano e Bond (1991) sugerem que se tome a
primeira diferença para se livrar dos efeitos individuais e usar todas as informações do
passado de como instrumentos. Dessa forma, tem-se:
(2)
O primeiro período que se pode usar como instrumento é t=3, ou seja:
(3)
Aqui, não é correlacionado com o erro e é um instrumento válido, pois é
correlacionado com e não correlacionado com .
Adiantando um período (t=4), tem-se:
(4)
Tal que, e são instrumentos válidos, pelos mesmos motivos já explicados.
No período T, o conjunto de instrumentos válidos será: Após a construção
21
da matriz de instrumentos, aplica-se o método dos momentos generalizados, pois os
instrumentos são ortogonais ao erro.
Portanto, a equação a ser estimada é dada por:
(5)
onde: “ ” representa as variáveis orçamentárias escolhidas, enquanto a variável “ ” é
usada para captar tendências.
3.2 Resultados
Como já dito antes, como se tem um painel dinâmico, o método de estimação
utilizado foi o mesmo proposto por Arellano e Bond (1991) em dois estágios. Utilizaram-se
erros robustos, método adequado devido à presença de heterocedasticidade. Os resultados são
descritos na tabela abaixo:
Tabela 1 – Resultados das regressões feitas de acordo com a equação (5)
Variáveis Dívida consolidada líquida Receita corrente líquida Despesa investimento
0.79659* 1.086122* 1.101259*
(0.000) (0.000) (0.000)
-5.54478* -9.60E+08* -3.44E+08*
(0.000) (0.000) (0.000)
-6.52817* -3.08E+08* 9.11E+07*
(0.000) (0.000) (0.001)
-7.50489* -5.12E+08* 6.24E+07*
(0.000) (0.000) (0.000)
-1.17364 1.73E+07* 5.04E+07*
(0.660) (0.008) (0.000)
Nota: Valor-p entre parênteses. * indica significância ao nível de 1%.
Fonte: Elaboração própria.
Analisando os resultados obtidos para a Receita Corrente Líquida, essa variável
apresenta todos os parâmetros significantes ao nível de 1%. Todas as dummies temporais
apresentam um coeficiente negativo, o que indica uma queda dos anos a que se referem se
comparadas com os anos de eleição. No entanto, pode-se observar que, no ano intermediário
(t2), essa diminuição é menor. Bittencourt (2002 apud NAKAGUMA, 2006) salienta que esse
comportamento ressalta uma contradição com a teoria e a evidência empírica internacional.
Além disso, explica que as receitas tributárias têm como componente as transferências
22
voluntárias da União que aumentam em anos eleitorais. Isso pode explicar os sinais
observados pelas dummies.
Ainda com respeito a essa variável, Schuknecht (1998) apud Bittencourt (2002)
aponta para o fato de que essa dinâmica é justificada por afetar o comportamento do eleitor,
em países em desenvolvimento, e é mais eficiente no sentido de conseguir mais votos e
aumentar os gastos públicos do que cortar impostos.
No que diz respeito à Dívida Consolidada Líquida, tem-se que apenas o
coeficiente da variável “ano” não é estatisticamente significante. As dummies para os
períodos pós-eleitorais (t1), intermediários (t2) e pré-eleitorais (t3) apresentam um sinal
negativo indicando que há uma diminuição de tal variável nesse intervalo. Esse
comportamento não pode ser caracterizado como um ciclo político, afinal, a Dívida
Consolidada Líquida representa investimentos de longo prazo que apresentam mais tempo de
maturação. Vale ressaltar que a LRF impõe que a Divida Consolidada Líquida deve atingir,
no máximo, 200% da Receita Corrente Líquida, portanto, ambas são diretamente
proporcionais.
Quanto às Despesas com Investimentos, todos os coeficientes são significantes.
Portanto, para o primeiro ano pós-eleitoral (t1), o sinal negativo sugere que, no primeiro ano
de mandato, os governantes diminuem esse tipo de despesa. Para que se tenha caracterizado
um ciclo político, seria necessário que as Despesas com Investimentos aumentassem no
período que antecede as eleições, porquanto esses investimentos são de longo prazo, o que
ocorre de fato, pois o sinal dos coeficientes das dummies (t2) e (t3) é positivo.
23
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou verificar a existência de ciclos políticos orçamentários após a
Lei de Responsabilidade Fiscal, no período de 2002 até 2010, analisando os gastos públicos
com investimento, dívida consolidada líquida e receita corrente líquida. Para isso, foram feitas
análises gráficas e econométricas.
A existência de um ciclo político-econômico se dá, basicamente, com um
aumento das despesas e uma redução das receitas do governo nos anos pré-eleitorais e
eleitorais. Com isso, o governante visa aumentar sua popularidade e ter mais probabilidade de
se reeleger ou eleger um aliado. Por outro lado, nos primeiros anos de mandato e nos anos
intermediários, espera-se que as receitas aumentem, e as despesas diminuam.
Quanto à análise econométrica, estimou-se um modelo dinâmico que, além da
variável dependente defasada, incluía três dummies temporais que buscam capturar o efeito de
cada ano do mandato do governante. O método de estimação utilizado foi proposto por
Arellano e Bond (1991).
Analisando os resultados obtidos para a Receita Corrente Líquida, pode-se afirmar
que essa variável não obedece a um ciclo político, visto que a estimação aponta para uma
diminuição de tal receita nos anos pós-eleitoral, intermediário e pré-eleitoral. Schuknecht
(1998 apud BITTENCOURT, 2002) justifica essa dinâmica alegando que, para afetar o
comportamento do eleitor, em países em desenvolvimento, é mais eficiente aumentar os
gastos públicos do que cortar impostos.
De acordo com os resultados obtidos nas estimações, a Dívida Consolidada
Líquida diminui em todos os anos. Como já foi dito, essa conduta não pode ser caracterizada
como um ciclo político, porque tal variável representa investimentos de longo prazo que
apresentam maior tempo de maturação. Esse resultado pode apontar um erro no timing do
ciclo, afinal, era de se esperar que tal variável tivesse seu pico no ano pré-eleitoral. Além
disso, há uma associação entre ela e Receita Corrente Liquida imposta pela LRF.
Analisando os resultados obtidos para a Despesa com Investimentos, pode-se
afirmar que essa variável obedece a um ciclo. Essa é uma despesa de longo prazo, que exige
mais tempo de maturação. Portanto, sua dinâmica de diminuição, no primeiro ano pós-
eleitoral, e o aumento nos anos seguintes caracterizam-se como um ciclo político.
24
Logo, para o período estudado, duas variáveis orçamentárias não apresentam as
características de um ciclo político orçamentário. Tal fato coincide com a introdução da Lei
de Responsabilidade Fiscal, cujo principal objetivo é de impor normas de controle de gastos
públicos.
25
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Jevuks Matheus; LEITE FILHO, Paulo Amilton Maia. Ciclos político-econômicos:
uma análise de comportamento dos gostos públicos nos estados brasileiros no período de
1995 a 2008. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA – ANPEC, 38., 2010, Salvador.
Anais... Niterói-RJ: ANPEC, 2010. Disponível em:
<http://www.anpec.org.br/encontro2010/inscricao/arquivos/000-
137e0a2e5c8515bca4e4fbb5791d6cb.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2012.
ARELLANO, M.; BOND, S. Some tests of specification for panel data: Monte Carlo
evidence and an application to employment equations. The Review of Economic Studies, v.
58, n. 2, p. 277-297, abr. 1991.
BITTENCOURT, Jeferson Luis. Evidência de ciclo político na economia brasileira: um
teste para a execução orçamentária dos governos estaduais – 1983/2000. 2002.
Dissertação (Mestrado em Economia) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
DUARTE, Patrícia Cristina; LAMOUNIER, Wagner Moura; TAKAMATSU, Renata Turola.
Modelos econométricos para dados em painel: aspectos teóricos e exemplos de aplicação à
pesquisa em Contabilidade e Finanças. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA, 7.;
CONGRESSO USP DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM CONTABILIDADE, 4., 2007, São
Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2007. Disponível em:
<www.congressousp.fipecafi.org/artigos72007/523.pdf>. Acesso em: 04 ago. 2012.
FERREIRA NETO, José; FONTES, Rosa; LIMA, José Eustáquio. Teoria dos ciclos políticos:
um estudo empírico para Minas Gerais. In: CONGRESSO DA SOBER, 42., 2004, Cuiabá.
Anais... Brasília: SOBER, 2004. Disponível em:
<http://www.sober.org.br/palestra/12/06O329.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2012.
LOUREIRO, André Oliveira Ferreira; COSTA, Leandro Oliveira. Uma breve discussão sobre
os modelos com dados em painel. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará –
IPECE, Fortaleza, Nota técnica, nº 37, 2009.
MENDES, Roger da Fonseca. Gestão fiscal e crescimento econômico: o caso dos governos
estaduais do Nordeste a partir da vigência da lei de responsabilidade fiscal. 2009. 55f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Economia) – Faculdade de Economia, Administração,
Atuária e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2009.
NOJOSA, Glauber Marques. A lei de responsabilidade fiscal e a relação entre receitas e
despesas para os municípios brasileiros. 2008. 51f. Dissertação (Mestrado em Economia) –
Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Universidade Federal do
Ceará, Fortaleza, 2008.
PREUSSLER, Athos Prates da Silveira. Um estudo empírico dos ciclos político-econômicos
no Brasil. 2001. Dissertação (Mestrado em Economia) - Programa de Pós-Graduação em
Economia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2001.
26
QUEIROZ, Mário César Lemos. Ciclos políticos orçamentários no estado do Ceará, 1986
– 2006. 2009. 58f. Dissertação (Mestrado Profissional em Economia) – Faculdade de
Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, 2009.
RODRIGUES, Nilza; ALVES, Rita de Cássia Almeida. A dívida pública segundo a lei de
responsabilidade fiscal – lei complementar nº 101/2000. Lato & Sensu, Belém, v. 2, n. 3-4, p.
90-92, dez. 2001. Disponível em:
<http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/69.pdf>. Acesso em: 21 jul.
2012.
SALVATO, Márcio Antônio; ANTUNES, Pietro Calixto; ARAÚJO JÚNIOR, Ari Francisco;
SHIKIDA, Cláudio D. Ciclos políticos: um estudo sobre a relação entre flutuações
econômicas e calendário eleitoral, 1985-2006. Disponível em:
<http://www.ceaee.ibmecmg.br/wp/wp42.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2012.
SILVA, Sibele Leandra Penna. Ciclo político-orçamentário: um estudo em municípios do
estado de Minas Gerais – 2000/2008. 2010. 192f. Dissertação (Magister Scientiae) -
Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-
MG, 2010.
27
APÊNDICES
APÊNDICE A – Gráficos 1 a 5
Gráfico 1 – Gastos de investimento - Região Norte
Fonte: Elaboração do autor
Gráfico 2 – Gastos de investimento - Região Nordeste
REGIÃO SUL
Fonte: Elaboração do autor
28
Gráfico 3 – Gastos de investimento - Região Sul
Fonte: Elaboração do autor
Gráfico 4 – Gastos de investimento - Região Sudeste
Fonte: Elaboração do autor
30
APÊNDICE B – Gráficos 6 a 10
Gráfico 6 – Receita corrente líquida - Região Norte
Fonte: Elaboração do autor
32
Gráfico 8 – Receita corrente líquida - Região Sudeste
Fonte: Elaboração do autor
Gráfico 9 – Receita corrente líquida - Região Sul
Fonte: Elaboração do autor
34
APÊNDICE C – Gráficos 11 a 15
Gráfico 11 – Dívida consolidada líquida - Região Norte
Fonte: Elaboração do autor
Gráfico 12 – Dívida consolidada líquida - Região Nordeste
Fonte: Elaboração do autor
35
Gráfico 13 – Dívida consolidada líquida - Região Centro-Oeste
Fonte: Elaboração do autor
Gráfico 14 – Dívida consolidada líquida - Região Sudeste
Fonte: Elaboração do autor