UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESDADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO
Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - HUGG
Definição:
São fraturas raras, mas sua crescente descrição na
literatura e sua provável associação com os bifosfonatos
trouxeram à tona uma série de aspectos ainda nebulosos no
tocante ao uso contínuo dessas drogas.
Atualmente sabe-se que outras drogas com
anticonvulsivantes e o próprio glicocorticoide também podem
produzir fraturas atípicas e demais drogas para osteoporose
Fisiopatologia:
Mecanismo de ação dos bifosfanatos envolve a inibição
seletiva da enzima farnesil difosfato sintase (FPP sintase) na
via do mevalonato da biossíntese do colesterol.
Isto resulta na redução da síntese de lipídios
isoprenoides e em um bloqueio da prenilação das proteínas
ligantes da guanosina trifosfato, o que interfere na ligação com
os osteoclastos.
Fisiopatologia:
Há redução da mobilidade e da função dos osteoclastos,
com consequentes indução à apoptose osteoclástica e redução
da reabsorção óssea.
No entanto, a perda da atividade osteoclástica mediada
pelos bifosfonatos, claramente benigna na interrupção da
doença osteoporótica, altera definitivamente o equilíbrio
celular entre as células de formação e de reabsorção óssea,
suprimindo o processo de remodelação.
Não interferido nos processos de neoformação óssea já
existentes e iniciados
Fisiopatologia:
Embora a formação óssea pelos osteoblastos
previamente existentes continue, essa não vai além de
preencher locais de remodelação criados anteriormente pelos
osteoclastos.
Esse biofeedback negativo gerado pela inibição
osteoclastogênica produz um efeito antirremodelante no
esqueleto, o que deve ter relação direta com as fraturas atípicas
atualmente vistas nos pacientes com longo tempo de uso
contínuo dos bifosfonatos.
Fisiopatologia:
A ação dos bifosfonatos são considerados os fatores
intrínsecos para a fisiopatologia destas fraturas
A angulação da cortical anterior e lateral do fêmur em
10° e as forças assimétricas sobre a região frequente destas
fraturas são considerados os fatores extrínsecos na
fisiopatologia destas fraturas
Sintomas Prodrômicos:
Dor leve e insidiosa na região anterior da coxa ou virilha
Ausência de trauma
Uso prolongado dos bifosfonatos
Epidemiologia:
Até o momento foram publicados mais de 25 casos
Incidência varia com os dados 0,9 à 78 / 100 mil
pessoas/ano
ASBMR estima 2 casos / 100 mil pessoas/ano em 2 anos
de bifosfanato e 78 casos / 100 mil pessoas/ano em 8 anos
de uso da medicação
Maior incidência em pessoas com mais de 65 anos com
mais de 5 anos de uso do bifosfonato
Pode-se existir pacientes assintomáticos
Em 28% á 44,2% podem ser bilaterais
Diagnóstico: ASBMRCritérios Maiores (*) Critérios Menores
Sem história marcada de trauma local ou
trauma de baixa energia
Espessamento do periósteo junto à
cortical lateral
Fratura localizada em qualquer região
distal ao trocanter menor e proximal à
área supracondiliana
Espessamento generalizado das corticais
do fêmur
Configuração transversa ou oblíqua curta < 30° Sintomas prodrômicos
Fratura simples, não fragmentada Associação com sintomas ou fraturas bilateral
Esporão medial nas fraturas completas e
envolvimento somente da cortical lateral
nas incompletas
Evidência de retardo de consolidação
Presença de comorbidades ou uso de
algum(ns) medicamento(s)(**)
(*) Há necessidades da presença de todos os critérios maiores associados ou não com algum critério
menor
(**) Exemplos de comorbidades e medicamentos são, respectivamente: artrite reumatoide, raquitismo,
osteomalácia e osteodistrofia renal; e bisfosfonatos, glicocorticoides e inibidores da bomba de prótons.
Características
Achados Clínicos e Radiológicos Comuns
Fraturas Atípicas Fraturas Osteoporóticas
Associação com Trauma Sem trauma ou baixa energia Baixa energia
Pródomos Dor na coxa Nenhum
Localização (Região)Entre as regiões subtrocantérica e
supracondiliana do fêmur
Colo, transtrocanteriana ou
subtrocanteriana do fêmur
Configuração da Fratura Transversa ou obliqua curta sendo < 30° Obliqua longa ou espiral
Fragmentação Nenhuma Possível
Morfologia da Cortical Relativamente expessada Fina
Outros SinaisReação perióstica localizada e retardo de
consolidação
Osteopenia generalizada e canal medular
alargado