UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
DANIELE CRISTINA POTULSKI
DENSIDADE E RETRATIBLIDADE DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi H.
E. Moore E Pinus taeda L.
CURITIBA
2010
DANIELE CRISTINA POTULSKI
DENSIDADE E RETRATIBLIDADE DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi H.
E. Moore E Pinus taeda L.
Trabalho de Conclusão apresentado à Disciplina
Estágio Profissionalizante em Engenharia Industrial
Madeireira - Departamento de Engenharia e
Tecnologia Florestal, do Curso de Engenharia
Industrial Madeireira, Setor de Ciências Agrárias, da
Universidade Federal do Paraná, como requisito
parcial para a obtenção do título de “Engenheiro
Industrial Madeireiro”.
Orientador: Umberto Klock.
Co-orientador: Alan Sulato de Andrade
CURITIBA
2010
Aos meus pais, Janete e Zeferino Potulski,
pelo amor e educação.
Ao meu noivo, Diogo, pelo apoio, carinho e compreensão,
dedico.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e oportunidades.
A Universidade Federal do Paraná pela oportunidade e disponibilidade dos
laboratórios.
Ao Professor Orientador Dr. Umberto Klock, pelos ensinamentos, confiança e
estímulo.
Ao Professor MSc. Alan Sulato de Andrade pelo apoio, disponibilidade e
colaboração, sempre procurando ajudar e ensinar.
A amiga e Mestre em Ciências Florestais Lívia Viana pelo companheirismo e
importante colaboração no desenvolvimento deste trabalho.
Aos colegas de turma, pelo convívio.
Aos Professores do curso de Engenharia Industrial Madeireira pelo
conhecimento e formação.
Aos servidores do Departamento de Tecnologia e Engenharia Florestal e
aqueles que direta ou indiretamente participaram da execução deste trabalho.
RESUMO
A crescente demanda de madeira para diversos fins e a escassez de madeiras
provenientes de florestas nativas incentivou o uso de espécies de reflorestamento de
rápido crescimento, como as do gênero Pinus. O uso de espécies de
reflorestamento com ciclos mais curtos, árvores de menores diâmetros e maiores
proporções de madeira juvenil, vêm despertando o interesse em pesquisas sobre as
propriedades tecnológicas deste tipo de lenho. Sendo assim, o presente estudo tem
por objetivo avaliar as correlações entre densidade, retratibilidade e a porcentagem
de lenho tardio na madeira juvenil de Pinus maximinoi H. E. Moore e Pinus taeda L..
As amostras de madeira juvenil para este estudo foram obtidas de 15 árvores de P.
maximinoi H. E. Moore e 15 de P. taeda L., provenientes de plantios com 11 anos de
idade, localizados no município de Ventania, Estado do Paraná. Com as amostras
foram determinadas as densidades básica e densidade aparente a 12% de umidade,
as propriedades de retratibilidade da madeira e a porcentagem de lenho tardio. Em
relação à porcentagem de lenho tardio, foram verificados 36% para o P. taeda e
12,17% para o P. maximinoi.Para a densidade básica e a densidade aparente a 12%
de umidade a espécie P. taeda apresentou valores médios de 0,42 e 0,50 g/cm³,
respectivamente, e a espécie P. maximinoi de 0,40 e 0,47 g/cm³. Em relação às
contrações volumétricas, tangencial e radial foram verificados para o P. taeda
valores de 10,56%, 6,77% e 3,85%, e para o P. maximinoi, 9,18%, 6,15% e 2,93. O
coeficiente de retratibilidade volumétrico foi igual para as duas espécies 0,40 %/%.
Os coeficientes de retratibilidade tangencial e radial foram, respectivamente, 0,25
%/% e 0,12 %/% para o P. maximinoi e 0,24 %/% e 0,15 %/% para o P. taeda. A
contração volumétrica apresentou elevados coeficientes de correlação com as
densidades básicas e aparentes das madeiras de Pinus maximinoi e taeda. As
correlações entre porcentagem de lenho tardio e as densidades básica e aparente
foram positivas e superiores para a madeira juvenil de P. taeda. Conclui-se que as
correlações entre a contração volumétrica e as propriedades de densidade básica,
densidade aparente a 12% de umidade e porcentagem de lenho tardio foram
superiores para a madeira juvenil de P. taeda em relação à de P. maximinoi.
Palavras-chave: Pinus. Densidade. Contração volumétrica.
ABSTRACT
The increasing wood demand for various purposes and the low wood supply from
native forests encouraged the use fast growth species, such as Pinus. The use of
reforestation species with shorter cycles, smaller diameter trees and larger
proportions of juvenile wood, has attracted interest on the technological properties
research of this wood type. Therefore, this study aimed to assess the correlation
between density, shrinkage and latewood percentage of Pinus maximinoi H. E.
Moore and Pinus taeda L. juvenile wood. The juvenile wood samples were obtained
from 15 trees of Pinus maximinoi H. E. Moore and 15 Pinus taeda L., 11 years old
plantation, situated in Ventania City, Paraná State. Latewood percentage was 36%
for P. taeda and 12.17% for P. maximinoi. With the samples were determined specific
gravity, apparent density, the wood shrinkage properties and latewwod percentage.
P. taeda wood showed values of 0.42 and 0.50 g/cm³, for the specific gravity and
apparent density respectively, and P. maximinoi wood 0.40 and 0.47 g/cm³. For the
volumetric, tangential and radial shrinkage were observed values of 10.56%, 6.77%
and 3.85%, for P. taeda, and for P. maximinoi, 9.18%, 6.15% and 2.93. Differently
the longitudinal shrinkage and anisotropy was higher for P. maximinoi. The
volumetric shrinkage coefficient was similar for the two species 0,40 %/%. The
tangential and radial shrinkage coefficients were, respectively, 0.25%/% and
0.12%/% for P. maximinoi and 0.24% /% and 0.15% /% for P. taedaThe volumetric
shrinkage showed high correlation coefficients with the specific gravity and apparent
densitiy for the P. maximinoi e P. taeda. Correlations between the latewood
percentage and the specific gravity and apparent density were positive and higher for
juvenile wood of P. taeda. The correlations between the shrinkage and specifc
gravity, apparent density and latewood percentage were higher for the juvenile wood
of P. taeda in relation to juvenile wood P. maximinoi.
Key words: Pinus. Specific gravity. Volumetric shrinkage.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - CORPO DE PROVA PARA DETERMINAÇÃO DA RETRATIBILIDADE DA MADEIRA, DE ACORDO COM A NORMA COPANT 462 (1972b). .................... 24
FIGURA 2 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE CONFIABILIDADE, VARIAÇÃO DA CONTRAÇÃO MÁXIMA VOLUMÉTRICA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE BÁSICCA DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda ................... 36
FIGURA 3 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE CONFIABILIDADE, VARIAÇÃO DA CONTRAÇÃO MÁXIMA VOLUMÉTRICA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE APARENTE A 12%, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda ... 37
FIGURA 4 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE CONFIABILIDADE, VARIAÇÃO DA CONTRAÇÃO MÁXIMA VOLUMÉTRICA EM FUNÇÃO DA PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda ....... 37
FIGURA 5 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE PROBABILIDADE, VARIAÇÃO DA DENSIDADE BÁSICA EM FUNÇÃO DA PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO E, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda ................................ 39
FIGURA 6 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE PROBABILIDADE, RELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE APARENTE A 12% E A PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda ..................... 40
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - VALORES MÉDIOS DA PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO PARA O Pinus maximinoi E Pinus taeda ................................................................................. 30
TABELA 2 - VALORES MÉDIOS DE DENSIDADE BÁSICA E DENSIDADE APARENTE A 12% DE UMIDADE PARA O Pinus maximinoi E Pinus taeda ........... 31
TABELA 4 - VALORES MÉDIOS DOS COEFICIENTES DE RETRATIBILIDADE VOLUMÉTRICA, TANGENCIAL E RADIAL PARA O Pinus maximinoi E Pinus taeda .................................................................................................................................. 35
TABELA 5 - EQUAÇÕES LINEARES E CORRELAÇÕES DETERMINADAS ENTRE CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA MÁXIMA E DENSIDADE BÁSICA, DENSIDADE APARENTE A 12% E PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda ........................................................... 38
TABELA 6 - EQUAÇÕES LINEARES E CORRELAÇÕES DETERMINADAS ENTRE LENHO TARDIO E DENSIDADE BÁSICA E DENSIDADE APARENTE A 12%, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda .......................................... 40
TABELA 7 - CARACTERÍSTICAS DAS ÁRVORES AMOSTRADAS – Pinus maximinoi. ................................................................................................................. 48
TABELA 8 - CARACTERÍSTICAS DAS ÁRVORES AMOSTRADAS - Pinua taeda. . 48
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9 1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 10
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .................................................................................... 10 2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 11 2.1 O GÊNERO Pinus NO BRASIL ........................................................................... 11
2.2 ESPÉCIES ESTUDADAS ................................................................................... 12 2.2.1 Pinus maximinoi H.E.Moore .............................................................................. 12 2.2.2 Pinus taeda L. ................................................................................................... 14
2.3 MADEIRA JUVENIL ............................................................................................ 16
2.4 LENHO TARDIO ................................................................................................. 18 2.5 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA ......................................................... 18 2.5.1 Densidade da Madeira ...................................................................................... 19 2.5.2 Retratibilidade da Madeira ................................................................................ 20
2.5.3 Coeficiente de Anisotropia da Madeira ............................................................. 21 3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 23
3.1 MATERIAIS ......................................................................................................... 23 3.2 MÉTODOS .......................................................................................................... 23
3.2.1 Amostragem e preparação do material ............................................................. 23 3.2.2 Características das árvores amostradas ........................................................... 24
3.2.3 Preparação dos corpos de prova ...................................................................... 24 3.2.4 Estudo das propriedades físicas e porcentagem de lenho tardio da madeira juvenil ........................................................................................................................ 25 3.2.5 Análise estatística ............................................................................................. 28 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 30 4.1 PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO .............................................................. 30
4.2 DENSIDADE DA MADEIRA JUVENIL ................................................................ 31 4.3 RETRATIBILIDADE DA MADEIRA JUVENIL ..................................................... 32
4.4 CORRELAÇÕES ENTRE A CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DA MADEIRA JUVENIL E A DENSIDADE BÁSICA E APARENTE A 12% E A PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO ....................................................................................................... 36 5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 42 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA .............................................................................. 43 ANEXO ..................................................................................................................... 48
9
1. INTRODUÇÃO
A crescente demanda de madeira para diversos fins e a escassez de
madeiras provenientes de florestas nativas incentivou o uso de espécies de
reflorestamento de rápido crescimento, como as do gênero Pinus, ocupando espaço
como importante matéria-prima no setor madeireiro.
Há alguns anos, o estudo do lenho juvenil era de pouco interesse, pois a
maior parte da madeira usada era procedente de indivíduos com maiores
porcentagens de lenho adulto. Contudo o uso de espécies de reflorestamento com
ciclos mais curtos, árvores de menores diâmetros e maiores proporções de madeira
juvenil, vêm despertando o interesse em pesquisas sobre as propriedades
tecnológicas deste tipo de lenho.
A utilização de Pinus na indústria madeireira brasileira tem sido crescente.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada
Mecanicamente (ABIMCI, 2008), as florestas plantadas no Brasil ocuparam em
2007, uma área próxima de 6,0 milhões de hectares. O pinus correspondeu a 30,2%
deste total, o equivalente a 1,808 milhões hectares. Portanto, trata-se de espécies
fundamentais para o fornecimento de matéria-prima, com destaque para as regiões
Sul e Sudeste (Ballarin & Palma, 2003).
A madeira juvenil é definida como a zona de madeira que se estende
radialmente da medula para fora, onde suas características apresentam mudanças
rápidas e progressivas em sucessivos anéis anuais de crescimento posteriores. A
madeira formada além do cilindro central de madeira juvenil tem sido chamada de
madeira adulta, madura, e externa (Larson et al., 2001).
É sabido que a madeira juvenil possui, em alguns casos, propriedades
diferentes da madeira adulta de uma mesma espécie. Isso porque apresenta menor
porcentagem de lenho tardio, menor densidade de massa, traqueóides mais curtos
com maiores ângulos microfibrilares, e ocasionalmente quantidades
desproporcionais de lenho de compressão, padrões distorcidos da grã, e depósitos
de resina (Larson et al., 2001).
A qualidade da madeira pode ser determinada através do estudo das suas
propriedades e do seu potencial de utilização final. As características anatômicas,
juntamente com as propriedades químicas e físicas, constituem-se num índice de
qualidade, compondo os fatores que, relacionados, alteram as propriedades da
10
madeira (Haygreen & Bowyer, 1982). As variações destas características fazem da
madeira um material altamente heterogêneo, apresentando mudanças nas suas
propriedades até dentro de um mesmo indivíduo. Klock (2000) ressalta a importância
do conhecimento aprofundado das propriedades da madeira como base para a
utilização racional e efetiva desta matéria-prima.
Devido à grande demanda de madeira do gênero Pinus, surge a
necessidade de estudar espécies alternativas que possuam características
semelhantes ou melhores que as já utilizadas.
1.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar as correlações entre densidade, retratibilidade e a porcentagem de
lenho tardio na madeira juvenil de Pinus maximinoi H. E. Moore e Pinus taeda L..
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Para atingir o objetivo geral, os seguintes objetivos específicos foram
propostos:
Avaliar e comparar a porcentagem de lenho tardio para a madeira
juvenil de Pinus maximinoi H. E. Moore e Pinus taeda L.;
Avaliar e comprar a densidade básica e a densidade aparente a 12%
de umidade entre a madeira juvenil de Pinus maximinoi H. E. Moore e
Pinus taeda L.;
Avaliar e comparar a retratibilidade da madeira juvenil entre as
espécies de Pinus maximinoi H. E. Moore e Pinus taeda L.;
Comparar as correlações entre as propriedades de retratibilidade com
a densidade básica, densidade aparente a 12% de umidade e a
porcentagem de lenho tardio entre a madeira juvenil de Pinus
maximinoi e Pinus taeda.
11
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O GÊNERO Pinus NO BRASIL
Segundo Marto (2006), que cita Ballarin & Palma (2003), o uso das espécies
do gênero Pinus como fonte para atender os diversos seguimentos do setor
madeireiro tem sido crescente. As estimativas indicam que 35% do volume de
madeira serrada produzida é formado por espécies desse gênero.
No que se refere à área de florestas plantadas no país, a maior
concentração está na região Sul que possui 1432 do 1,808 milhões de hectares, o
que corresponde a quase 80% do total (ABIMCI, 2008).
Marto (2006) cita também Cargnin (2005), que diz que a floresta de Pinus é
diferenciada pelo seu “multi-uso” porque, após o corte, sua madeira pode ser
destinada à indústria laminadora, que a utiliza para fabricação de compensados;
para a indústria de serrados, que a transforma em madeira beneficiada ou é
convertida em móveis; para a indústria de papel e celulose; para a indústria de MDF
e, mesmo o seu resíduo, tem sido aproveitado como biomassa para geração de
vapor e energia.
Segundo Dossa (2005), na década de 50, o governo estimulou o
investimento na indústria de papel e celulose. Com isso, plantios de Pinus passaram
a ser implementados com o objetivo de suprir a matéria-prima, em substituição à
madeira de Araucária. Para atender a crescente demanda de papel e celulose pelo
setor industrial, foi instituído, em meados dos anos 60, o incentivo fiscal para plantio
de florestas. Esse incentivo vigorou por 20 anos e, a partir de então, os plantios,
praticamente, cessaram, exceto nas rotinas das empresas verticalizadas como do
setor de celulose e papel.
Várias características de P. taeda, que têm reflexo direto no valor econômico
da madeira, estão sob controle genético moderado a alto e podem ser melhorados
através da seleção de matrizes e reprodução controlada entre elas. Assim, mediante
trabalhos básicos de seleção criteriosa e cruzamentos controlados, conseguiu-se
alterar as características das árvores, aumentando o valor das florestas de P. taeda.
Atualmente, com uso de semente geneticamente melhorada, não só aumentou a
produtividade de madeira, mas, também, melhorou, substancialmente, a qualidade
do fuste. Adotando-se o devido manejo, podem ser formados povoamentos de alta
12
qualidade, com árvores de fuste reto, baixa incidência de defeitos e ramos finos.
Além disso, características internas como a densidade da madeira também são
passíveis de melhoramento, seja no sentido de aumentar, de reduzir ou de
uniformizar entre as árvores. Essas características são fundamentais para a
formação de madeira de alta qualidade e de alto rendimento nas indústrias (Shimizu,
s/d).
A madeira de P. taeda é utilizada para processamento mecânico na
produção de peças serradas para estruturas, confecção de móveis, embalagens,
molduras e chapas de diversos tipos. Para esses usos, a qualidade da matéria-prima
aumenta à medida que aumenta a densidade da madeira, dentro dos limites normais
da espécie. No entanto, na produção de celulose de fibra longa pelos processos
mecânicos e semi-mecânicos, a madeira juvenil desta espécie, de baixa densidade,
é muitas vezes preferida (Shimizu, s/d).
Shimizu (s/d) completa que a madeira juvenil de Pinus apresenta muitas
características indesejáveis para a produção de peças sólidas e sua presença é
inevitável nas toras, pois é a madeira formada inicialmente, nos anéis de
crescimento mais próximos à medula. No entanto, a densidade não é a única
característica ligada à juvenilidade da madeira. As características dos traqueóides
(“fibras”) também se alteram na madeira adulta, em relação à juvenil. Trabalhos de
melhoramento genético têm indicado à possibilidade de se aumentar a densidade da
madeira juvenil mediante seleção de matrizes.
O potencial silvicultural das espécies de Pinus no Brasil é um fator
fundamental para a sustentação do parque industrial madeireiro, sendo as mais
plantadas e industrializadas o Pinus elliottii Engelm. e P. taeda. No entanto, existem
muitas outras espécies de Pinus com grande potencial de utilização, que devem ser
objetos de pesquisa tecnológica (IWAKIRI et al., s/d; IPEF, 2006).
2.2 ESPÉCIES ESTUDADAS
2.2.1 Pinus maximinoi H.E.Moore
Pinus maximinoi H.E.Moore, ocorre do México central à Nicarágua entre 700
e 2400 m de altitude. Em elevações mais altas, a espécie é encontrada em sítios
úmidos com solos profundos férteis em associação com Pinus tecunumanii,
13
Liquidambar styraciflua e num menor grau com Pinus oocarpa. A altitudes mais
baixas, particularmente no México, o Pinus maximinoi pode ocorrer em solos mais
pobres, rasos, com maior porcentagem de Pinus oocarpa e com Pinus michoacana
(Dvorak & Donahue, 1988; Klock, 2000).
Resultados de experimentos internacionais de introdução de espécies
indicam que a espécie tem potencial nos sítios em que tem sido plantado Pinus
elliottii na África do Sul, Pinus oocarpa e Pinus patula na América do Sul. Ao mesmo
tempo, populações de Pinus maximinoi estão sob severa pressão na América
Central e México por pequenos produtores de café e serrarias, particularmente na
província de Chiapas no México, nordeste da Guatemala e Nicarágua (Dvorak &
Donahue, 1988; Klock, 2000).
O Pinus maximinoi é uma espécie de rápido crescimento, podendo atingir 20
a 40 m de altura e 40 a 100 cm de diâmetro no DAP (Carbajal & Mcvaugh, 1992;
Perry, 1991; López-Upton & Donahue, 2003).
Segundo Klock (2000) poucas informações são encontradas a respeito da
qualidade da madeira de Pinus maximinoi crescendo no seu ambiente nativo e mais
raro ainda, nas plantações exóticas, entretanto Dvorak & Donahue (1988), citam
algumas informações a respeito dos valores de densidade da madeira desta
espécie. Dvorak (1982) obteve densidade de 0,430 g/cm³ para madeira juvenil (15
primeiros anéis de crescimento) e de 0,490 g/cm³ para a madeira adulta, (valores
médios sem extração de resina e não balanceados) determinados para baguetas
extraídas com trados de Pressler de 12 mm.
Klock (2000) cita também que Ladrach (1985) obteve para árvores com oito
anos de idade plantadas na Colômbia, em regiões com 1750 m de altitude, valores
médios de 0,390 g.cm-3 para a densidade. Sendo esta uma das poucas informações
que se dispõe da madeira de Pinus maximinoi como espécie exótica, talvez pela
confusão taxonômica que ainda persiste entre o verdadeiro Pinus pseudostrobus e
Pinus maximinoi.
Dvorak & Donahue (1988), sugerem que a qualidade da madeira de ambas
as espécies é provavelmente similar em ambientes exóticos, entretanto, o Pinus
maximinoi com sua ramificação mais fina, possui provavelmente menos madeira de
compressão e menos nós que a madeira de Pinus pseudostrobus, que apresenta
galhos grossos e pesados, sendo que esta característica poderia resultar em melhor
rendimento em celulose e melhor qualidade da madeira serrada.
14
Wright & Malan (1991), em estudo com 10 árvores de Pinus maximinoi de
10,5 anos de idade, com características dominantes, oriundas de teste de progênies
na África do Sul, determinaram porcentagens de lenho tardio baixas para a espécie,
com variação entre árvores na faixa de 1,4 a 7,8 %, com média de 4,5%. As
características dos traqueóides, como a espessura das paredes, foram
determinadas e os autores obtiveram média de 7,16 m para a espessura dupla da
parede celular, diâmetro radial médio do lume de 31 m e diâmetro tangencial de 28
m. As medições foram realizadas em faixas radiais de amostras à altura de 1,40 m
do solo (DAP), nos anéis anuais de crescimento 1, 4 e 7, onde foram verificadas
diferenças estatísticas significativas entre os anéis de crescimento.
Wright & Wessels (1992), em complementação ao estudo de Wright & Malan
(1991), apresentaram o volume médio das árvores de Pinus maximinoi utilizadas,
igual a 0,153 m3 e densidade aparente média de 0,456 g/cm³, variando de 0,399 a
0,505 g/cm³. Outro estudo apresenta que, a densidade da madeira de Pinus
maximinoi oriundos de experimentos na Colômbia variou 0,32 a 0,51 g/cm³ e os
oriundos de experimentos na África do Sul variaram de 0,49 g/cm³ a 0,50 g/cm³
(Wright & Baylis, 1993; Wright & Osorio, 1993; Wright & Wessels, 1992; López-Upton
& Donahue, 2003).
2.2.2 Pinus taeda L.
Pinus taeda é uma espécie de pinheiro nativo do Sul dos Estados Unidos
(Costa Atlântica do Sudeste e Golfo do México). O nome “taeda” refere-se a palavra
ancestral que denominava os pinheiros resinosos (Klock, 2000).
Segundo Lorenzi (2003) as árvores podem atingir de 25 a 30 metros de
altura possuindo tronco com casca marrom-avermelhado, fendida com cristas
escamosas. Ramos novos azulados, depois marrom amarelados com muitas cristas.
Acículas em número de três por fascículo, rijas, finas, agudas, com margens
finamente denteadas, torcidas, persistentes por vários anos. Frutos (cones) laterais
ou quase terminais, decíduos, quase sésseis, de escamas alongadas com uma
saliência transversal e um espinho triangular, recurvado no ápice. Sementes aladas,
de cor marrom-escura, manchadas de preto. É semelhante ao Pinus elliottii Engelm,
diferindo principalmente pela seção transversal triangular das acículas, as quais são
15
também mais curtas e mais escuras, e pelos cones que são quase sésseis e
acinzentados.
O alburno da madeira de Pinus taeda é amarelado claro, enquanto que o
cerne é de coloração marrom avermelhada. O alburno é usualmente largo quando
em crescimento secundário. O cerne começa a se formar em árvores com cerca de
vinte anos. Em árvores velhas de crescimento lento o alburno chega a ter apenas 2
a 5 cm de largura (Usda Forest Service, 2000; Klock, 2000).
Nisgoski (2005) cita Beckwith & Shackelford, apud Schultz (1997) que
comenta que os traqueóides axiais compõem a estrutura básica da madeira de
Pinus taeda, atuando nas atividades de condução e sustentação do vegetal,
ocupando um volume de até 95%. Estas células formam os anéis de crescimento
que são claramente delineados por faixas distintas de lenho inicial claro (células de
parede fina) e lenho tardio escuro (células de parede espessa), produzidos a cada
ano. Estas faixas podem variar de menos de 0,25 a mais de 1,50 cm em largura.
Klock (2000) encontrou uma média de comprimento dos traqueóides de
2,934 mm no lenho inicial e 2,979 mm no lenho tardio para Pinus taeda de plantios
com 11 anos de idade em Ventania, Paraná. Já, Nisgoski (2005) cita Hassegawa
(2003) que observou média de 3,6 mm no lenho inicial e tardio de plantios efetuados
em Santa Catarina, de sementes provindas da África do Sul.
Em geral, o diâmetro dos traqueóides varia de 20 a 60 μm, sendo que para o
Pinus taeda são encontrados valores entre 35 e 45 μm (Brown et al., 1949; Kollman
& Côté, 1968; Wheeler, 2005; Nisgoski, 2005).
Muñiz (1993) estudando Pinus taeda com 30 anos obteve valores de
diâmetro do traqueóide de 32,5 a 72,5 μm e Klock (2000), em árvores com 11 anos
de idade, encontrou diâmetros dos traqueóides de 17,5 a 75μm, média de 42,4μm
para o lenho inicial e de 38,5 μm no lenho tardio.
Zobel & Mcelwee (1958) obtiveram valores médios de densidade de 0,450
g/cm³ para madeira juvenil e de 0,590 g/cm³ para a madeira adulta, estudando 2000
árvores de Pinus taeda. Em outro trabalho, Zobel (1972) encontrou que a densidade
básica para a madeira de Pinus taeda variou de 0,360 a 0,450 g/cm³ para madeira
juvenil e de 0,420 a 0,640 g/cm³ para a madeira adulta. Wood Handbook (1987)
relata que a madeira de Pinus taeda, possui densidade básica de 0,470 g/cm³. Bem
como Schultz (1997) que descreve valores de densidade média para a espécie
variando de 0,470 a 0,510 g/cm³.
16
Francelino et al. (2009) estudando Pinus taeda encontraram uma média de
densidade aparente da madeira de 0,583 g/cm³ sendo que para a madeira adulta o
valor foi de 0,623 g/cm³ e 0,543 g/cm³ para a madeira juvenil.
2.3 MADEIRA JUVENIL
A madeira juvenil corresponde a uma região central cilíndrica na árvore, com
diâmetro mais ou menos uniforme, estendendo-se desde a base até o topo da
árvore, podendo formar parte do alburno ou do cerne no tronco, se este último já
estiver presente na árvore (Krahmer, 1986; Zobel & Buijtenen, 1989; Cown, 1992;
Evans et al., 2000; Ballarin & Palma, 2003).
O período de tempo de formação de madeira juvenil é variável entre
diferentes espécies e entre árvores da mesma espécie. A quantidade de madeira
juvenil, em comparação com a madeira adulta, depende da extensão das condições
de crescimento e de fatores genéticos (Chies, 2005).
Em um estudo com o Pinus taeda L. com 37 anos de idade, Ballarin & Palma
(2003) definiram, utilizando inspeção visual da tendência do comprimento dos
traqueóides, a região de madeira juvenil desde o centro da árvore até 14º anel e a
região de madeira adulta desde o anel 18º até o anel 37º.
A madeira juvenil, de modo geral, caracteriza-se por menor densidade, maior
ângulo das microfibrilas na camada S2, traqueóides mais curtos, contração
transversal menor, maior contração longitudinal, maior proporção de lenho de
reação, menor porcentagem de lenho tardio, paredes celulares mais finas, maior
conteúdo de lignina e hemicelulose, menor conteúdo de celulose e menor
resistência, em relação à madeira mais adulta (Bendtsen, 1978; Zobel, 1984; Senft
et al., 1985; Rowell et al., 2000; Ballarin & Palma, 2003).
Em resumo, a madeira juvenil difere da madeira adulta nos seguintes
aspectos: apresenta menor porcentagem de lenho tardio, menor densidade de
massa, traqueóides mais curtos com maiores ângulos microfibrilares, e
ocasionalmente quantidades desproporcionais de lenho de compressão, padrões
distorcidos da grã, e depósitos de resina (Larson et al., 2001).
Portanto, nesse sentido a madeira juvenil depende fundamentalmente das
características genéticas da árvore. Contudo, ao se considerar a influência da
atividade fisiológica dos ramos na árvore, o número de anéis de madeira juvenil vai
17
depender também das características da plantação (florestas plantadas ou naturais,
tipo de sítio, fertilização etc.) e dos tratos silviculturais que serão feitos (Ballarin &
Palma, 2003).
Olson et al. (1947), citados por Bendtsen (1978), Klock (2000) e Chies
(2005), estudaram sete espécies do gênero Pinus para avaliar a densidade e a
resistência da madeira com e sem a inclusão da medula e verificaram que as
amostras que continham a medula forneceram resultados inferiores tanto em
densidade como em resistência.
Segundo Klock (2000), a madeira juvenil é particularmente importante em
coníferas de rápido crescimento, podendo ocupar grande parte do volume dos fustes
delgados em indivíduos cultivados em rotações curtas.
18
2.4 LENHO TARDIO
Segundo Chies (2005) a proporção entre os lenhos inicial e tardio é uma
variável freqüentemente observada em numerosos estudos sobre a qualidade da
madeira. Muitos autores determinaram esta proporção, mostrando correlações
significativas com a densidade específica, propriedades de resistência entre outros
fatores.
O lenho inicial corresponde ao incremento da árvore no período vegetativo,
quando a atividade vital do vegetal é intensa. As células apresentam paredes finas e
lumes grandes e adquirem no conjunto uma coloração clara. O lenho tardio se forma
no final do período vegetativo, quando as árvores diminuem suas atividades vitais.
As células são de paredes espessas e lumes reduzidos e, no conjunto, apresentam
um aspecto mais escuro (Chies, 2005).
A madeira juvenil apresenta baixa porcentagem de lenho tardio, pois a
formação de lenho inicial é favorecida durante o período de crescimento juvenil
devido à influência predominante da copa viva da árvore (Larson et al., 2001).
Em madeiras de coníferas, a proporção de lenho tardio e a espessura da
parede do lenho tardio exercem forte influência na densidade básica (Santos &
Sansígolo, 2007).
Francelino et al. (2009) encontrou, estudando o Pinus taeda, valores médios
da porcentagem de lenho tardio de 36% e a quantidade média de anéis presentes
em 25 mm medidos radialmente foi de 4,9. O número de anéis de crescimento na
madeira adulta foi 42% superior ao da madeira juvenil e a porcentagem de lenho
tardio na madeira adulta foi maior que na madeira juvenil em aproximadamente 36%.
2.5 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA
Segundo Klock (2000), a madeira, que é composta por agregações de
células vegetais, é uma das principais matérias-primas industriais, apresenta
características tais como anisotropia (propriedades distintas nos diferentes sentidos
de crescimento), higroscopicidade (capacidade de perder ou adquirir umidade
dependendo das condições ambientais) e variabilidade nas propriedades.
19
A variabilidade da madeira ocorre de diferenças estruturais desde a
ultraestrutura da parede celular, as geográficas, sendo que a fonte de variação que
ocorre dentro da árvore talvez seja a mais significativa (Cown, 1974).
A utilização intensiva da madeira como matéria-prima para fins industriais ou
construtivos só pode ocorrer a partir do conhecimento adequado de suas
propriedades. Por ser um elemento orgânico heterogêneo, composto basicamente
de celulose, polioses, lignina e extrativos, apresenta uma versatilidade enorme de
usos para obtenção de uma série de produtos (Klock, 2000).
2.5.1 Densidade da Madeira
A densidade da madeira é talvez o critério mais antigo e mais amplamente
utilizado para avaliar a qualidade da madeira e suas propriedades de resistência
(Larson et al., 2001).
Segundo Rezende et al. (1995) a densidade da madeira está intimamente
ligada ao seu teor de umidade por conseqüência das variações de massa e de
volume. Sabe-se também, que a retratibilidade total da madeira aumenta com sua
densidade (Kollman & Côté, 1968), sendo importante relacionar essas duas
propriedades. A densidade por sua vez, é uma das propriedades da madeira que,
quando analisada em função da espécie, variedade, povoamento, idade, árvore, e
até mesmo dentro de uma amostra ou disco, apresenta diferentes valores.
Hein (2008) cita Kollmann & Côté (1968) que afirmam que as variações na
densidade da madeira são o resultado das diferenças anatômicas nas fibras, vasos,
canais resiníferos, raios e por suas dimensões, especialmente a espessura das
paredes celulares.
Larson et al. (2001) comenta ainda, que devido à utilidade da densidade
como preditor da qualidade e das propriedades de resistência da madeira,
pesquisadores tem procurado ao longo dos anos de alguma forma definir a relação
entre a densidade e as condições de crescimento das árvores.
Dias (2000), citou Oliveira (1997), “dependendo da condição de umidade da
amostra, a densidade pode ser descrita de várias formas. As duas formas mais
usuais de determinação são a densidade básica e a densidade aparente. A primeira
forma, densidade básica, relaciona a massa da madeira completamente seca em
estufa, com o seu respectivo volume saturado, ou seja, acima do ponto de saturação
20
das fibras (PSF). A segunda, que do ponto de vista prático, é maior o interesse na
sua determinação, devido ao fato desta ter influência da porosidade da madeira, é
feita com determinação de massa e volume a um mesmo valor de teor de umidade,
para as condições internacionais é de 12%.
2.5.2 Retratibilidade da Madeira
Quando a madeira entra em contato com a umidade, as moléculas de água,
seja no estado de vapor ou líquido, penetram na parede da célula e, pela união com
as moléculas de hidrogênio, passam a fazer parte dos seus componentes. Dessa
forma é que a madeira poderá aumentar ou diminuir seu volume em razão do ganho
ou perda de água até o ponto de saturação das fibras (PSF) (Galvão & Jankowsky,
1985; Costa et al. 2001).
Na madeira, estão presentes dois tipos de água: a água capilar ou livre –
localizada nos vasos, nos canais e no lúmen, que evapora inicialmente quando a
madeira é exposta à diferentes condições de umidade, até esta atingir o PSF – e a
água de adesão ou higroscópica – localizada no interior das paredes celulares, que
é liberada quando o teor de umidade da madeira está abaixo do PSF.
A contração e o inchamento, em última análise, correspondem às alterações
na quantidade de água de impregnação, isto é, a secagem ou o ganho de umidade
abaixo do ponto de saturação das fibras, ou cerca de 28% de teor de umidade em
base seca. A maior alteração dimensional da madeira se manifesta no sentido
tangencial aos anéis de crescimento, seguida pela dimensão radial, sendo
praticamente desprezível no sentido longitudinal (Silva & Oliveira, 2003).
Dentre os principais componentes da madeira, a hemicelulose é o material
mais hidrófilo e higroscópico, à qual tem sido atribuída grande parte dos fenômenos
de adsorção e inchamento da madeira. A celulose, por sua vez, é acessível à água
somente nas áreas amorfas e nas superfícies das áreas cristalinas, enquanto a
lignina é considerada uma substância altamente hidrófoba, pouco contribuindo para
a aquisição de água na madeira (Moreschi, 1975; Costa et al. 2001).
Silva & Oliveira (2003) cita Kollman & Côté (1968), que diz que a diferença
entre a retratibilidade tangencial e a radial pode ser explicada pela influência
restritiva dos raios na direção radial e também pelo arranjo helicoidal diferente das
microfibrilas nas paredes tangenciais e radiais.
21
O termo retratibilidade volumétrica total refere à perda total de água desde a
amostra totalmente saturada até secagem completa em estufa a 103 ± 5 °C
(Rezende et al., 1988)
Rezende et al. (1988) completa que a variação em volume na madeira se
processa praticamente para umidades inferiores a 28% aproximadamente, sendo a
madeira praticamente estável, com pequenas variações volumétricas, para
umidades acima deste valor. Este valor crítico para a umidade é denominado ponto
de saturação das fibras (PSF).
2.5.3 Coeficiente de Anisotropia da Madeira
Segundo Durlo & Marchiori (1992) e Silva & Oliveira (2003) as variações
dimensionais provocadas pela contração e pelo inchamento da madeira, constituem,
conjuntamente com a anisotropia, características indesejáveis da madeira, limitando
o seu uso para diversas finalidades ou, ainda, exigindo técnicas específicas de
utilização.
Segundo Durlo & Marchiori (1992) e Chies (2005), o mais importante índice
para se avaliar a estabilidade dimensional da madeira é o coeficiente ou fator
anisotrópico, definido pela relação entre as contrações tangencial e radial (T/R).
Garbe (2008) também define a anisotropia de contração como a relação entre a
contração máxima tangencial e a contração máxima radial.
O coeficiente de anisotropia, segundo Nock et al. (1975) e Logsdon et al.
(2008), é usado na indicação da qualidade da madeira quanto aos defeitos oriundos
da secagem.
Uma das causas das propriedades anisotrópicas da madeira é a orientação
das micelas, fibrilas e fibras que formam o tecido lenhoso. Segundo os autores, o
volume dos raios, a dimensão radial das fibras e as diferenciações químicas entre as
paredes radiais e tangenciais são responsáveis pela anisotropia da madeira. (Silva &
Oliveira, 2003).
Uma anisotropia de contração igual a 1 representa uma alteração igual de
dimensões nos sentidos radial e tangencial, situação considerada ideal e que não
provocaria formação de tensões internas (Durlo & Marchiori, 1992; Chies, 2005).
Os mesmos autores estabeleceram a seguinte classificação da madeira em
função dos seus coeficientes de anisotropia:
22
1,2 a 1,5 - considerada excelente, ocorrendo em madeiras como cedro,
sucupira, mogno, balsa, entre outras espécies;
1,5 a 2,0 - considerada normal, ocorrendo em madeiras como ipê, pinus,
peroba rosa, teca, entre outras espécies;
Acima de 2,0 – considerada como ruim, que poderá ocorrer em madeiras de
araucária, imbuia, álamo, jatobá, entre outras espécies.
Segundo Chies (2005) o fator anisotrópico, tomado de forma isolada,
no entanto, não caracteriza uma madeira como sendo estável, causando, ao
contrário, uma falsa sensação de estabilidade. Coeficientes de anisotropia de
contração baixos, oriundos de contração tangencial e radial elevadas, revelam uma
madeira com alta instabilidade dimensional (Rocha, 2000; Chies 2005).
23
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
As amostras de madeira juvenil para este estudo foram obtidas de 15
árvores de Pinus maximinoi H. E. Moore e 15 de Pinus taeda L., coletados,
provenientes de plantios com 11 anos de idade, localizados na Fazenda Moquém,
de propriedade da PISA - Papel de Imprensa S.A, no município de Ventania, Estado
do Paraná.
As árvores de Pinus maximinoi, são oriundas de sementes de teste de
progênies, implantados em 1988 pelo Programa CAMCORE (Central America and
México Coniferous Resources), sendo representantes dos programas de melhor
desenvolvimento em diâmetro, altura e forma.
A espécie Pinus maximinoi foi escolhida para o estudo por se destacar pelo
ritmo e vigor de crescimento na região e pela necessidade de se conhecer a
qualidade da madeira produzida pela espécie.
A escolha da espécie Pinus taeda, por sua vez, justifica-se por ser uma das
duas espécies do gênero Pinus mais plantadas e utilizadas industrialmente no país e
especificamente pelo plantio estar localizado em talhão contíguo ao teste de
progênies de Pinus maximinoi.
3.2 MÉTODOS
3.2.1 Amostragem e preparação do material
As árvores de Pinus maximinoi foram selecionadas ao acaso dentro das
famílias, classificadas pelo maior desenvolvimento em diâmetro, altura e forma nos
respectivos programas, cujas circunferências ao nível do peito variaram de 73 a 102
cm. Para Pinus taeda, selecionou-se a partir de um ponto e direção aleatória,
árvores com circunferências ao nível do peito variando na mesma classe de DAP.
Das 15 árvores por espécie, foram cortadas toras de 2,50 m de
comprimento, a partir da altura do DAP (1,30 m), para preparações das amostras
para determinação das propriedades físicas da madeira.
24
As toras selecionadas foram devidamente codificadas e serradas,
selecionando-se a seguir as pranchas centrais, que por sua vez seguiram para
secagem e preparação dos corpos de prova de pequenas dimensões e livres de
defeitos, segundo as normas técnicas específicas, para realização dos diferentes
ensaios.
3.2.2 Características das árvores amostradas
Foram medidos na amostragem, a circunferência à altura do peito (CAP, a
1,30 m do solo) com casca e as alturas total e comercial, conforme descrito nas
TABELAS 7 e 8, no Anexo.
3.2.3 Preparação dos corpos de prova
Os corpos de prova para a determinação das propriedades de retratibilidade,
densidade básica, densidade aparente a 12% de umidade e determinação da
porcentagem de lenho tardio foram confeccionados nas dimensões de 2,5 x 2,5 x
10,0 cm, de acordo com a norma COPANT 462 (1972b), conforme ilustrado na
FIGURA 1, sendo orientados nos planos transversal, radial e tangencial. Foram
selecionados 240 corpos de prova para Pinus maximinoi e 228 para Pinus taeda,
obtidos das 15 árvores amostradas por espécie, livre de defeitos.
FIGURA 1 - CORPO DE PROVA PARA DETERMINAÇÃO DA RETRATIBILIDADE DA MADEIRA, DE ACORDO COM A NORMA COPANT 462 (1972b).
25
3.2.4 Estudo das propriedades físicas e porcentagem de lenho tardio da madeira
juvenil
Utilizando-se os corpos de prova orientados e com as dimensões descritas
anteriormente, foram determinadas as seguintes características e propriedades da
madeira juvenil de Pinus maximinoi e de Pinus taeda:
Porcentagem de lenho tardio;
Densidade básica;
Densidade aparente a 12% de umidade;
Propriedades de retratibilidade da madeira.
3.2.4.1 Determinação da porcentagem de lenho tardio
Após a determinação das propriedades de retratibilidade os corpos-de-prova
foram lixados e preparados para a determinação da porcentagem de lenho tardio.
Para a determinação da porcentagem do lenho tardio dos corpos de prova
mediu-se a dimensão total, na face transversal, perpendicularmente aos anéis de
crescimento, e somou-se as faixas correspondentes ao lenho tardio, e por fim foi
calculado a porcentagem em relação a dimensão total. O procedimento foi realizado
nas duas faces transversais, obtendo-se a média para cada corpo de prova.
A porcentagem de lenho tardio foi determinada através da relação:
(%)
Onde:
% LT = porcentagem de lenho tardio (%)
lt = somatória das faixas de lenho tardio no corpo de prova
DT = dimensão total da face transversal do corpo de prova, no
sentido perpendicular aos anéis de crescimento.
A porcentagem de lenho tardio média de cada espécie foi determinada
através da média da porcentagem de lenho tardio dos corpos-de-prova.
3.2.4.2 Determinação da densidade da madeira
A densidade da madeira juvenil foi determinada de duas formas:
26
a. Densidade básica dos corpos-de-prova utilizados na determinação das
propriedades de retratibilidade da madeira;
b. Densidade aparente a 12% de umidade dos corpos de prova utilizados
na determinação das propriedades de retratibilidade da madeira, após
acondicionamento em ambiente climatizado até atingirem a umidade de
equilíbrio de 12%.
3.2.4.3 Determinação da densidade básica da madeira juvenil
A densidade básica foi determinada pela relação entre a massa seca dos
corpos-de-prova (Ms) e o volume saturado dos mesmos.
Para a determinação do volume saturado, os corpos-de-prova foram
medidos com auxílio de micrômetro e paquímetro digital. Após a determinação do
volume os corpos de prova foram colocados em estufa com temperatura de 103 ±
2°C para secagem até peso constante, obtendo-se o peso completamente seco,
com auxílio de uma balança analítica.
A densidade básica foi calculada através da relação:
(g.cm-3)
onde:
b = densidade básica (g.cm-3)
Ms = massa do corpo de prova seco em estufa a 103 ± 2°C (g)
Vu = volume do corpo de prova em estado saturado (cm3).
A densidade básica média de cada espécie foi determinada através da
média da densidade básica dos corpos-de-prova.
3.2.4.4 Determinação da densidade aparente a 12% de umidade da madeira
juvenil
A densidade aparente foi determinada com os corpos de prova usados na
determinação da retratibilidade da madeira juvenil de Pinus maximinoi e de Pinus
taeda, pela relação massa (Map) e volume (Vap) após acondicionamento em câmara
27
climatizada com temperatura de 20 + 3ºC, e umidade relativa de 65 + 3%, para se
obter umidade de equilíbrio da madeira próximo a 12%.
Para a determinação do volume, os corpos-de-prova foram medidos com
auxílio de micrômetro e paquímetro digital. E para determinação da massa foi
utilizada balança analítica.
A densidade aparente a 12% de umidade foi determinada através da
relação:
(g.cm-3)
onde:
ap = densidade aparente (g.cm-3).
Map = massa do corpo de prova após climatização (g).
Vap = volume do corpo de prova após climatização (cm3).
A densidade aparente média a 12% de umidade para cada espécie foi
determinada através da média da densidade básica dos corpos-de-prova.
3.2.4.5 Determinação das propriedades de retratibilidade
Foram determinados os coeficientes de contração máxima volumétrica e
linear (tangencial, radial, e longitudinal), anisotropia de contração e coeficientes de
retratibilidade volumétrico, tangencial e radial.
Foram realizadas medições nos corpos-de-prova nas direções tangencial e
radial, com micrômetro digital, e a longitudinal com paquímetro digital, nas condições
verdes (U > 30%); após acondicionamento em câmara climatizada com temperatura
de 20 + 3ºC, e umidade relativa de 65 + 3% e após secagem em estufa a 103 ± 2ºC
até peso constante, sempre na mesma posição que foi previamente marcada no
corpo de prova.
Todas as medidas foram anotadas em formulários próprios, e digitados em
planilha eletrônica. Os cálculos foram realizados através das seguintes fórmulas:
Contração volumétrica
(%)
28
Contração linear
(%)
Anisotropia de contração
Coeficiente de retratibilidade volumétrico
(%/%)
Coeficiente de retratibilidade linear
(%/%)
Onde:
ßv = coeficiente de contração máxima volumétrica (%)
ß(t,r,l) = coeficiente de contração máxima linear (%)
CR = coeficiente de retratibilidade (%/%)
AC = anisotropia de contração
Lu = dimensão no estado verde (mm)
Lac = dimensão após acondicionamento (mm)
Lo = dimensão após secagem em estufa a 103 ± 2ºC (mm)
Mac= massa do corpo de prova após acondicionamento (g)
Mo = massa do corpo de prova seco em estufa a 103 ± 2ºC (g)
Vac = volume do corpo de prova após acondicionamento (mm3)
Vu = volume do corpo de prova no estado verde (mm3)
Vo = volume do corpo de prova seco em estufa a 103 ± 2ºC
(mm3)
v = volumétrica
t = direção tangencial
r = direção radial
l = direção longitudinal
3.2.5 Análise estatística
Na análise estatística dos dados obtidos através dos ensaios realizados,
considerou-se o efeito das espécies de Pinus (tratamentos) sobre as propriedades
avaliadas. Os resultados foram avaliados por meio da análise de variância e teste de
29
Tukey,a 95% de probabilidade para identificar médias que diferiram entre si,
utilizando-se o programa Statgraphs.
Outra ferramenta utilizada para avaliação dos resultados foi a realização de
regressão linear entre as propriedades de contração volumétrica, densidade básica,
densidade aparente a 12% de umidade e porcentagem de lenho tardio.
30
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO
Os valores médios, máximos e mínimos e desvio padrão obtidos para a
porcentagem de lenho tardio das duas espécies estudas estão apresentados na
TABELA 1, juntamente com os respectivos testes de média.
TABELA 1 - VALORES MÉDIOS DA PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO PARA O Pinus maximinoi E Pinus taeda
ESPÉCIES
L.T (%)
Pinus maximinoi
MÉDIA 12,17 A
MIN 0,00
MAX 25,13
DESV.PAD 4,36
Pinus taeda
MÉDIA 36,00 B
MIN 12,00
MAX 70,00
DESV.PAD. 13,00 Em que: L.T = Porcentagem de lenho tardio (%). Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de probabilidade de 5% pelo teste de Tukey.
Os valores médios de porcentagem de lenho tardio obtidos variaram de
12,17% para o Pinus maximinoi a 36% para o Pinus taeda, sendo as espécies
estatisticamente diferentes entre si para esta característica anatômica, como pode
ser observado na TABELA 1.
Ressalta-se que o Pinus taeda, provavelmente, apresentou maior
porcentagem de lenho tardio por ser uma espécie melhorada geneticamente. O
melhoramento tem por objetivo o desenvolvimento de árvores de maior resistência,
ou seja, para isso é necessário que a madeira contenha maior porcentagem de
lenho tardio em relação ao lenho inicial, pois o lenho tardio apresenta maior
densidade, proporcionando a madeira melhores propriedades de resistência.
O Pinus maximinoi, provavelmente, apresentou menor porcentagem de
lenho tardio por ser uma espécie de maior variabilidade, sem melhoramento
genético.
A baixa porcentagem de lenho tardio em Pinus maximinoi foi também
observada por Wright & Malan (1991), no estudo com 10 árvores de Pinus maximinoi
de 10,5 anos de idade, com características dominantes, oriundas de teste de
31
progênies na África do Sul, com variação entre árvores na faixa de 1,4 a 7,8 %, com
média de 4,5%, bem inferiores aos verificados neste estudo, provavelmente, por
terem condições de crescimento diferentes.
Já para Pinus taeda, Hasegawa (2003), por exemplo, estudando árvores de
Pinus taeda, obteve valores médios de porcentagem de lenho tardio à altura do
peito, de 27,1 %. Esses resultados são inferiores também aos obtidos por outros
autores, como Wright & Sluis-Crémer (1992), que em um estudo com árvores de
Pinus taeda de 17 anos, encontraram porcentagem de lenho tardio à altura do peito
igual a 34,1 %, valor bem próximo ao verificado no presente estudo.
4.2 DENSIDADE DA MADEIRA JUVENIL
Os valores médios, máximos e mínimos e desvio padrão obtidos para
densidade básica e densidade aparente a 12% de umidade, para o Pinus maximinoi
e Pinus taeda, estão apresentados na TABELA 2, juntamente com os respectivos
testes de média.
TABELA 2 - VALORES MÉDIOS DE DENSIDADE BÁSICA E DENSIDADE APARENTE A 12% DE UMIDADE PARA O Pinus maximinoi E Pinus taeda
ESPÉCIES
ρb (g/cm³) ρap (g/cm³)
Pinus maximinoi
MÉDIA 0,40 A 0,47 A
MIN 0,31 0,35
MAX 0,54 0,65
DESV.PAD 0,05 0,06
Pinus taeda
MÉDIA 0,42 B 0,50 B
MIN 0,31 0,37
MAX 0,54 0,66
DESV.PAD. 0,06 0,07 Em que: ρap = Densidade aparente (g/m³); ρb = Densidade básica (g/m³). Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de probabilidade de 5% pelo teste de Tukey.
Para a madeira juvenil de Pinus taeda, os valores de densidade básica
(0,420 g/cm³) e densidade aparente a 12% de umidade (0,500 g/cm³) foram maiores
e estatisticamente diferentes em relação ao Pinus maximinoi, que apresenta
densidade básica de 0,400 g/cm³ e densidade aparente a 12% de umidade de 0,470
g/cm³.
32
Ressalta-se que a variação observada para a densidade entre as espécies
estudadas está relacionada às diferentes porcentagens de lenho tardio, pois o lenho
tardio apresenta maior densidade por apresentar paredes celulares mais espessas e
lumes menores, ao contrário do lenho inicial que é formado por celular de paredes
mais finas e lumes maiores. O lenho tardio apresenta também maior quantidade de
lignina em sua estrutura celular, o que contribui para o aumento de densidade nesta
região da madeira, e consequentemente o aumento de densidade da árvore.
Santini et al. (2000), encontrou densidade básica de 0,410 g/cm³ para o
Pinus taeda. Valor superior ao determinado por Hassegawa (2003), em seu estudo
sobre Pinus taeda de procedência da África do Sul, com 25 anos de idade, no qual
encontrou densidade básica média de 0,392 g/cm³.
López-Upton & Donahue (2003) descreveram que a densidade básica da
espécie de Pinus maximinoi apresentou valores médios em experimentos da
Colômbia e África do Sul, respectivamente 0,415 g/cm³ e 0,495 g/cm³, valores
numericamente superiores aos obtidos no presente estudo
Melchioretto & Eleotério (2003) trabalhando com espécies de Pinus
verificaram para o Pinus taeda, com 25 anos de idade, densidade básica de 0,370
g/cm³ e densidade aparente igual a 0,450 g/cm³.
Oliveira et al. (2006), em um estudo sobre as propriedades da madeira de
Pinus taeda, conferiram valores médios de densidade aparente a 12% de umidade
iguais a 0,430 g/cm³, 0,490 g/cm³ e 0,560 g/cm³, para árvores de 9, 13 e 20 anos de
idade, respectivamente.
Comparando-se os resultados com os observados na literatura, pode-se
afirmar que a densidade básica de ambas as espécies encontram-se próximos aos
observados por outros autores e algumas pequenas variaçõs devem-se,
provavelmente, as diferentes condições de crescimento e idades das árvores
estudadas.
4.3 RETRATIBILIDADE DA MADEIRA JUVENIL
Os valores médios, máximos, mínimos e desvio padrão obtidos para as
contrações volumétricas total e lineares (tangencial, radial e longitudinal) e a
anisotropia de contração para as espécies de Pinus maximinoi e Pinus taeda estão
apresentados na TABELA 3, juntamente com os respectivos teste de médias.
33
TABELA 3 - VALORES MÉDIOS DE CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA, TANGENCIAL RADIAL E LONGITUDINAL, E ANISOTROPIA DE CONTRAÇÃO PARA O Pinus maximinoi E Pinus taeda
ESPÉCIES
βv βt βr βl βt/βr
Pinus maximinoi
MÉDIA 9,18 A 6,15 A 2,93 A 0,31 A 2,24 A
MIN 4,61 2,58 0,65 0 1,32
MAX 13,63 9,52 5,67 1,46 5,65
DESV.PAD 1,88 1,3 0,93 0,24 0,59
Pinus taeda
MÉDIA 10,56 B 6,77 B 3,85 B 0,23 B 1,85 B
MIN 6,64 3,42 1,61 0,02 1,3
MAX 13,76 8,49 6,05 1,01 3,99
DESV.PAD. 1,7 1,01 1,02 0,16 0,42 Em que: βv = Contração volumétrica máxima (%); βt = Contração tangencial (%); βr = Contração radial (%); βl = Contração longitudinal (%); βt/βr = Anisotropia de contração. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de probabilidade de 5% pelo teste de Tukey.
Com base na TABELA 3, observa-se que os valores de contração
volumétrica máxima, contração tangencial e radial para as árvores de Pinus taeda
foram de 10,56%, 6,77%, e 3,85%, respectivamente. Estes valores foram superiores
e estatisticamente diferentes aos encontrados para o Pinus maximinoi (βv=9,18;
βt=6,15 e βr=2,93 %). Ao contrário disto, a relação entre a contração tangencial e a
contração radial, ou seja, a anisotropia de contração, bem como a contração
longitudinal foi menor para o Pinus taeda em relação ao Pinus maximinoi e
diferenciaram-se estatisticamente entre si.
O Pinus taeda, provavelmente, apresentou, no geral, contrações maiores por
ter apresentado maior densidade, devido às paredes mais espessas, o que promove
maior contração com a liberação da água de impregnação que está presente na
parede celular. Ou seja, espécies que apresentam maior porcentagem de lenho
tardio, maior quantidade de paredes celulares mais espessas, apresentam também
maior densidade, o que gera maior contração da madeira. Já o Pinus maximinoi
apresentou contrações inferiores, provavelmente, por ter apresentado menor
densidade e menor porcentagem de lenho tardio, pois tem menor quantidade de
paredes de maior espessura.
Keinert Jr et al.(1993), estudaram a relação entre a contração e o teor de
umidade da madeira de Pinus taeda e Pinus eliottii, em vários ângulos de grã, e
obtiveram, por meio da equação de regressão linear, contração volumétrica de
12,19%, contração tangencial de 6,95% e contração radial de 5,24% para o Pinus
taeda, verifica-se assim, valores superiores, aos encontrados neste estudo, em
34
1,63% para a contração volumétrica total e 1,39% para a contração radial. Ao
contrário da contração tangencial que se apresentou menor à obtida por Keinert Jr et
al. (1993).
As contrações máximas volumétrica, tangencial e radial, para ambas as
espécies desse estudo, são inferiores às encontradas por Bortoletto Júnior (1999),
para a madeira adulta de espécies do gênero Pinus, de maior densidade. Este autor
trabalhando com dez árvores de Pinus taeda de densidade aparente média igual a
0,580 g/cm3, com 23 anos de idade, localizados na região de Guarapuava-PR,
encontrou para as contrações volumétrica, tangencial e radial valores de 12,40%,
7,66% e 4,95%, respectivamente. Já a anisotropia de contração descrita por este
autor foi menor que as encontradas neste estudo com madeira juvenil.
Santini et al. (2000), estudando as propriedades físicas e mecânicas de três
espécies de coníferas, verificaram para o Pinus taeda com 13 anos, valores de
contração volumétrica, tangencial e radial de 10,9 %, 6,5% e 4,4 %. Em comparação
com este estudo, os valores se apresentados por Santini et al. se mostraram
numericamente inferiores. Klock (2000) relata que devido à dificuldade na
determinação da contração longitudinal e as diminutas mudanças nas dimensões
longitudinais, que exigem alta acuracidade nas medições para se obter resultados
precisos, são motivos pelos quais na prática a contração longitudinal é
desconsiderada por muitos autores.
Outros autores obtiveram em seus estudos valores próximos aos
determinados neste estudo, contudo com algumas variações, por exemplo:
Chies (2005), estudando a espécie de Pinus taeda, determinou para a
contração volumétrica máxima, tangencial, radial, longitudinal e anisotropia de
contração, respectivamente, 10,36%, 6,89%, 3,55%, 0,20% e 2,04.
Um estudo com a madeira de árvores de Pinus maximinoi, com idades entre
28 e 34 anos, realizado pelo Centro Técnico De Evaluacion Forestal (1972),
apresentou valores de 10,8% para a contração volumétrica máxima, 8,0% para a
contração tangencial; 3,8% para a contração radial, 0,1% para a contração
longitudinal, e 2,146 para a anisotropia de contração. Em comparação com o
presente estudo observa-se que a madeira juvenil de Pinus maximinoi apresenta
contrações volumétricas e lineares inferiores enquanto que a anisotropia é
ligeiramente superior, estas diferenças, possivelmente podem estar relacionadas à
idade das árvores amostradas naquele trabalho.
35
Tomaseli (1980); Klock (1989); Muñiz (1993), Lara Palma & Ballarin (2003) e
Chies (2005), observaram essa tendência em espécies do gênero Pinus, nas quais a
madeira juvenil apresenta contrações menores que a madeira adulta, com exceção
da contração longitudinal na qual ocorre o contrário, e maior anisotropia de
contração.
A TABELA 4 apresenta os valores médios, máximo e mínimos e desvio
padrão dos coeficientes de retratibilidade volumétrico, tangencial e radial, para as
espécies de Pinus maximinoi e Pinus taeda, estão apresentados na TABELA 4,
juntamente com os respectivos testes de média.
TABELA 4 - VALORES MÉDIOS DOS COEFICIENTES DE RETRATIBILIDADE VOLUMÉTRICA, TANGENCIAL E RADIAL PARA O Pinus maximinoi E Pinus taeda
ESPÉCIES
Qv Qt Qr
Pinus maximinoi
MÉDIA 0,40 A 0,25 A 0,12 A
MIN 0,11 0,08 0,00
MAX 0,70 0,46 0,20
DESV.PAD 0,09 0,05 0,03
Pinus taeda
MÉDIA 0,40 A 0,24 B 0,15 B
MIN 0,21 0,13 0,07
MAX 0,53 0,34 0,23
DESV.PAD. 0,07 0,04 0,04 Em que: Qv = Coeficiente de retratibilidade volumétrica (%/%); Qt = Coeficiente de retratibilidade tangencial (%/%); Qr = Coeficiente de retratibilidade radial (%/%). Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de probabilidade de 5% pelo teste de Tukey.
Os valores médios gerais dos coeficientes de retratiblidade volumétrica,
tangencial e radial para a madeira de Pinus maximinoi, foram de 0,40%/%, 0,25%/%,
e 0,12 %/%, respectivamente. O Pinus taeda apresentou para as mesmas
propriedades nesta ordem, valores de 0,40%/%, 0,24%/% e 0,15%/%. Observa-se
pelo teste de Tukey que o coeficiente de retratibilidade volumétrico (0,40%/%) foi
estatisticamente igual para as duas espécies. Já o coeficiente de retratibilidade
tangencial foi menor para o Pinus taeda, ao contrário do coeficiente de retratibilidade
radial que se apresentou numericamente inferior para o Pinus maximinoi.
Os valores dos coeficientes de retratibilidade desse estudo são semelhantes
aos apresentados na literatura para espécies do gênero Pinus, para madeira juvenil
de espécies do gênero (Klock, 1989 e Muñiz, 1993).
36
4.4 CORRELAÇÕES ENTRE A CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DA MADEIRA
JUVENIL E A DENSIDADE BÁSICA E APARENTE A 12% E A PORCENTAGEM
DE LENHO TARDIO
As FIGURAS 2, 3 e 4 apresentam as regressões lineares simples, a 95% de
confiabilidade, realizadas entre a contração volumétrica e a densidade básica,
densidade aparente a 12% de umidade e a porcentagem de lenho tardio da madeira
juvenil de Pinus maximinoi e de Pinus taeda. Os dados foram plotados com as
mesmas escalas entre as propriedades das duas espécies, de tal forma que
permitam visualizar a amplitude de distribuição dos dados para cada espécie, e da
diferença entre as espécies.
Pinus maximinoi Pinus taeda
FIGURA 2 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE CONFIABILIDADE, VARIAÇÃO DA CONTRAÇÃO MÁXIMA VOLUMÉTRICA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE BÁSICCA DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda
Contração Volumétrica Máxima x Densidade Básica
Densidade Básica (g/cm³)
Con
traç
ão V
olu
mét
rica
Máx
ima
(%)
0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6
4,6
6,6
8,6
10,6
12,6
14,6
Contração Volumétrica Máxima x Densidade Básica
Densidade Básica (g/cm³)
Con
tração V
olu
métr
ica M
áxim
a (
%)
0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6
4,6
6,6
8,6
10,6
12,6
14,6
37
Pinus maximinoi Pinus taeda
FIGURA 3 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE CONFIABILIDADE, VARIAÇÃO DA CONTRAÇÃO MÁXIMA VOLUMÉTRICA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE APARENTE A 12%, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda
Pinus maximinoi Pinus taeda
FIGURA 4 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE CONFIABILIDADE, VARIAÇÃO DA CONTRAÇÃO MÁXIMA VOLUMÉTRICA EM FUNÇÃO DA PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda
A TABELA 5 apresenta as equações lineares e as correlações determinadas
entre a variação da contração volumétrica máxima e a densidade básica, densidade
aparente a 12% de umidade e porcentagem de lenho tardio, a 95% de
confiabilidade.
Contração Volumétrica Máxima x Densidade Aparente 12%
Densidade Aparente 12% (g/cm³)
Co
ntr
ação
Vo
lum
étr
ica M
áx
ima (
%)
0,37 0,42 0,47 0,52 0,57 0,62 0,67
4,6
6,6
8,6
10,6
12,6
14,6
Contração Volumétrica Máxima x Densidade Aparente 12%
Densidade Aparente 12% (g/cm³)
Con
tração V
olu
métr
ica M
áxim
a (
%)
0,37 0,42 0,47 0,52 0,57 0,62 0,67
4,6
6,6
8,6
10,6
12,6
14,6
Contração Volumétrica Máxima x Lenho Tardio
Lenho Tardio (%)
Con
tração V
olu
métr
ica M
áxim
a (
%)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
4,6
6,6
8,6
10,6
12,6
14,6
Contração Volumétrica Máxima x Lenho Tardio
Lenho Tardio (%)
Con
trção V
olu
métr
ica M
áxim
a (
%)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
4,6
6,6
8,6
10,6
12,6
14,6
38
TABELA 5 - EQUAÇÕES LINEARES E CORRELAÇÕES DETERMINADAS ENTRE
CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA MÁXIMA E DENSIDADE BÁSICA, DENSIDADE
APARENTE A 12% E PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO, DA MADEIRA
JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda
Pinus maximinoi Pinus taeda
Equação Correlação Equação Correlação
βv=0,663609+21,2128*ρb r=0,5775 βv=0,802963+23,2554*ρb r= 0,7934
βv=0,280373+18,8467*ρap r=0,6310 βv=1,07426+18,8704*ρap r=0,8239
βv=7,26372+15,7724-2*L.T r=0,3668 βv=7,77753+77,6659-3*L.T. r=0,5919
Em que: βv = Contração volumétrica máxima (%); ρap = Densidade aparente (g/m³); ρb = Densidade básica (g/m³); L.T = Porcentagem de lenho tardio (%).
Com base nas FIGURAS 2, 3 e 4 e na TABELA 5, observa-se que as
equações geradas para a espécie Pinus maximinoi tiveram menores coeficientes de
correlação em relação ao Pinus taeda para a contração volumétrica máxima, com a
densidade básica, densidade aparente a 12% de umidade e a porcentagem de lenho
tardio.
O Pinus taeda, apresentou alta correlação entre a contração volumétrica
máxima e a densidade básica (r = 0,7931) e entre a densidade aparente a 12% de
umidade (r = 0,8240), demonstrando existir um alto grau de interação entre as
propriedades em questão. Já em relação ao lenho tardio a correlação pode ser
considerada moderada (r = 0,5920).
Para o Pinus maximinoi as equações apresentaram valores de correlação
iguais a 0,3669, entre contração volumétrica máxima e porcentagem de lenho tardio
e 0,5775 entre contração volumétrica e densidade básica apenas a correlação entre
contração volumétrica e densidade aparente a 12% de umidade apresentou
coeficiente de correlação considerado alto (r = 0,6310).
De maneira geral a contração volumétrica apresentou elevados coeficientes
de correlação com as densidades básicas e aparentes das madeiras de Pinus
maximoni e taeda, mostrando que existe relação positiva entre estas características.
Kollman & Côté (1968) explicam que a retratibilidade total da madeira aumenta com
sua densidade. A existência de altas correlações entre a densidade básica permite
prever o comportamento dimensional de uma madeira para determinado uso final.
Embora os valores de correlação entre a contração volumétrica e lenho
tardio não terem sido altos, a correlação positiva indica que quanto maior a
39
porcentagem de lenho tardio, maior será a densidade e a contração volumétrica de
uma peça de madeira.
O Pinus taeda apresentou um valor médio de 36% para lenho tardio e maior
densidade básica (0,420 g/cm3) e consequente maior contração volumétrica
(10,56%), ao contrário da do Pinus maximinoi, que apresentou em média 12,17% de
lenho tardio em sua estrutura e menor densidade básica (0,400 g/cm3) e contração
volumétrica (9,18%).
Autores (Panshin & Zeeuw, 1980) explicam que em madeiras de coníferas, a
proporção de lenho tardio e a espessura da parede das células que o compõem
exercem influência na densidade básica, isso porque o lenho tardio apresenta fibras
de paredes mais espessas quando comparadas as do lenho inicial.
As FIGURAS 5 e 6 apresentam as regressões lineares simples, a 95% de
confiabilidade, realizadas entre a densidade básica, a densidade aparente a 12% de
umidade e a porcentagem de lenho tardio da madeira juvenil de Pinus maximinoi e
de Pinus taeda. Os dados foram plotados com as mesmas escalas entre as
propriedades das duas espécies, de tal forma que permitam visualizar a amplitude
de distribuição dos dados para cada espécie, e da diferença entre as espécies.
Pinus maximinoi Pinus taeda
FIGURA 5 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE PROBABILIDADE, VARIAÇÃO DA DENSIDADE BÁSICA EM FUNÇÃO DA PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO E, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda
Lenho Tardio x Densidade Básica
Lenho Tardio (%)
Den
sida
de
Bás
ica
(g/c
m³)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0,3
0,35
0,4
0,45
0,5
0,55
0,6
Lenho Tardio x Densidade Básica
Lenho Tardio (%)
Den
sidad
e B
ásic
a (g
/cm
³)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0,3
0,35
0,4
0,45
0,5
0,55
0,6
40
Pinus maximinoi Pinus taeda
FIGURA 6 - REGRESSÕES LINEARES, A 95% DE PROBABILIDADE, RELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE APARENTE A 12% E A PORCENTAGEM DE LENHO TARDIO, DA MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda
A TABELA 6 apresenta as equações lineares e as correlações determinadas
entre a densidade básica, densidade aparente a 12% de umidade e porcentagem de
lenho tardio, a 95% de confiabilidade.
TABELA 6 - EQUAÇÕES LINEARES E CORRELAÇÕES DETERMINADAS ENTRE
LENHO TARDIO E DENSIDADE BÁSICA E DENSIDADE APARENTE A 12%, DA
MADEIRA JUVENIL DE Pinus maximinoi E Pinus taeda
Pinus maximinoi Pinus taeda
Equação Correlação Equação Correlação
ρb=0,357778+36,0339-4* L.T r=0,3078 ρb=0,295171+34,7215-4* L.T r=0,7759
ρap=0,414907+4,7232-3* L.T r=0,3281 ρap=0,344162+44,2489-4* L.T r=0,7724
Em que: L.T = Porcentagem de lenho tardio (%); ρap = Densidade aparente (g/m³); ρb = Densidade básica (g/m³).
Observando as FIGURAS 5 e 6 e a TABELA 6 é possível verificar que as
correlações entre porcentagem de lenho tardio e a densidade básica e a
porcentagem de lenho tardio e a densidade aparente a 12% de umidade são altas
para a espécie de Pinus taeda, enquanto que para a espécie de Pinus maximinoi, os
coeficientes de correlação são numericamente inferiores, considerando assim baixa
correlação entre as variáveis estudadas.
Barrichelo & Brito (1977) encontraram, estudando as correlações entre
porcentagem de lenho tardio e densidade básica de espécies do gênero Pinus, um
coeficiente de correlação de 0,9310, para a espécie de Pinus taeda, valor superior
Lenho tardio x Densidade Aparente 12%
Lenho tardio (%)
Den
sid
ad
e A
pare
nte
12
% (
g/c
m³)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0,3
0,35
0,4
0,45
0,5
0,55
0,6
Lenho Tardio x Densidade Aparente 12%
Lenho Tardio (%)
Den
sid
ad
e A
pare
nte
12
% (
g/c
m³)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0,3
0,35
0,4
0,45
0,5
0,55
0,6
41
ao observado por Hassegawa (2003), que verificou em seu estudo sobre o Pinus
taeda, um coeficiente de correlação de 0,8544. Os dois autores encontraram em
seus estudos coeficientes numericamente superiores aos verificados no presente
trabalho (0,7760).
Segundo Panshin & Zeeuw (1980), a densidade e a porcentagem de lenho
tardio estão intimamente relacionadas devido às características das fibras de lenho
tardio - em especial o diâmetro externo e a espessura da parede -, as quais
contribuem com o aumento na densidade proporcionalmente ao aumento na
porcentagem de lenho tardio.
42
5. CONCLUSÃO
A porcentagem de lenho tardio da madeira juvenil de Pinus taeda foi
estatisticamente superior a de Pinus maximinoi;
A densidade básica e a densidade aparente a 12% de umidade da madeira
juvenil de Pinus taeda foi estatisticamente superior a de Pinus maximinoi;
Os valores médios de contração volumétrica, tangencial e radial, da madeira
juvenil de Pinus taeda, foram estatisticamente superiores a de Pinus maximinoi;
A contração longitudinal e a anisotropia de contração da madeira juvenil de
Pinus taeda foram estatisticamente inferior a de Pinus maximinoi;
O coeficiente de retratibilidade volumétrica foi estatisticamente igual para as
duas espécies estudadas;
O coeficiente de retratibilidade tangencial da madeira juvenil de Pinus taeda
foi estatisticamente inferior a de Pinus maximinoi, ao contrário do coeficiente de
retratibilidade tangencial que foi estatisticamente inferior para a madeira de Pinus
maximinoi;
As correlações entre a contração volumétrica e as propriedades de
densidade básica, densidade aparente a 12% de umidade e porcentagem de lenho
tardio foram positivas e superiores para a madeira juvenil de Pinus taeda em relação
à de Pinus maximinoi;
A correlação entre a contração volumétrica e a densidade aparente a 12%
de umidade é positiva e superior a correlação entre contração volumétrica e as
outras propriedades para as duas espécies estudadas;
A correlação entre contração volumétrica e lenho tardio foi positiva e inferior
em relação as correlações entre contração volumétrica e as outras propriedades
para as duas espécies estudadas;
As correlações entre porcentagem de lenho tardio e as densidades básica e
aparente a 12% de umidade foram positivas e superiores para a madeira juvenil de
Pinus taeda em relação a de Pinus maximinoi.
43
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
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ANEXO
TABELA 7 - CARACTERÍSTICAS DAS ÁRVORES AMOSTRADAS – Pinus maximinoi.
PROGRAMA CAP (cm) ALTURA (m) ALTURA COMERCIAL (m)
295 99 22,9 17,8 362 90 23,7 17,5 39 81 20,8 16,0
477 83 23,2 17,3 424 89 23,1 17,6 479 89 23,4 16,8 452 92 22,2 18,8 250 99 22,7 18,0
426 88 23,6 15,7
46 79 22,0 16,5 361 76 22,8 16,0 28 91 20,9 16,4
464 92 22,6 18,7 482 73 20,0 15,8 262 102 24,3 20,5
CAP = circunferência à altura do peito (1,30 m).
TABELA 8 - CARACTERÍSTICAS DAS ÁRVORES AMOSTRADAS - Pinua taeda.
PROGRAMA CAP (cm) ALTURA (m) ALTURA COMERCIAL (m)
TA 85 16,2 12,50 TA 87 15,9 11,40 TA 87 13,6 10,40 TA 100 15,2 10,95 TA 99 15,9 11,75 TA 94 15,2 11,75 TA 90 15,6 12,75 TA 96 15,8 12,38
TA 79 12,9 9,30
TA 90 14,3 10,97 TA 81 15,7 11,84 TA 92 15,6 11,20 TA 79 15,2 11,20 TA 86 13,6 10,15 TA 75 13,7 11,60
CAP = circunferência à altura do peito (1,30 m).
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