UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
JOANNE NAIR ALEXANDRE SILVA
PERCENTUAL DOS RECURSOS DO FUNDEB DESTINADO À REMUNERAÇÃO
DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E A FIDEDIGNIDADE DAS
INFORMAÇÕES PRESTADAS: um estudo dos municípios do Rio Grande do Norte.
Natal/RN
2018
JOANNE NAIR ALEXANDRE SILVA
PERCENTUAL DOS RECURSOS DO FUNDEB DESTINADO À REMUNERAÇÃO
DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E A FIDEDIGNIDADE DAS
INFORMAÇÕES PRESTADAS: um estudo dos municípios do Rio Grande do Norte.
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como requisito
parcial a obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.
Orientadora: Prof. Dra. Gilmara Mendes da
Costa Borges
Natal/RN
2018
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Silva, Joanne Nair Alexandre.
Percentual dos recursos do FUNDEB destinado à remuneração
dos profissionais da educação básica e a fidedignidade das
informações prestadas: um estudo dos municípios do Rio Grande do Norte / Joanne Nair Alexandre Silva. - 2018. 64f.: il.
Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis. Natal, RN, 2018. Orientador: Prof. Dra. Gilmara Mendes da Costa Borges.
1. Fundeb - Monografia. 2. Percentual mínimo - Monografia.
3. Remuneração - Monografia. 4. Fidedignidade das informações - Monografia. I. Borges, Gilmara Mendes da Costa. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/Biblioteca Setorial do CCSA CDU 37.014.543:657
JOANNE NAIR ALEXANDRE SILVA
PERCENTUAL DOS RECURSOS DO FUNDEB DESTINADO A REMUNERAÇÃO
DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E A FIDEDIGNIDADE DAS
INFORMAÇÕES PRESTADAS: um estudo dos municípios do Rio Grande do Norte.
Monografia apresentada à Coordenação do
Curso de Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como requisito
parcial a obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.
Aprovada em: de Junho de 2018.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof. Dra. Gilmara Mendes da Costa Borges – Orientadora
__________________________________________________
Prof. Dr. Erivan Ferreira Borges – Membro da Banca
__________________________________________________
Prof. Dr. José Jailson da Silva – Membro da Banca
Natal/RN
2018
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo, à Deus, por me dar a força e determinação necessárias para
chegar a esse momento e concluir essa fase tão importante da minha vida.
A minha Professora Orientadora, Dra. Gilmara Mendes da Costa Borges, pela
paciência e apoio despendidos sempre que necessitei. Bem como, a todos os
professores que me enriqueceram de conhecimentos nessa jornada.
Ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, seus servidores e
estagiárias que sempre me deram suporte.
Ao meu namorado, Carlos, pelo esforço em não me deixar desistir, pela
assistência sempre disponível e por estar ao meu lado em todos os momentos.
A minha mãe, Risomar, professora da rede pública básica do Rio Grande do
Norte, por demonstrar minha vida inteira o quanto sua profissão é importante e deve
ser valorizada.
“É no problema da educação que assenta o
grande segredo do aperfeiçoamento da
humanidade.”
(Immanuel Kant)
RESUMO
O presente estudo apresenta uma análise sobre a aplicação do percentual mínimo de 60% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação destinado as despesas com a remuneração dos profissionais da educação básica em atividade e se as informações a respeito do assunto são transmitidas fidedignamente nos municípios do estado do Rio Grande do Norte. O objetivo dessa monografia é investigar se o comportamento do percentual mínimo obrigatório e a transmissão dos dados concernentes às fontes oficiais estão de acordo com os ditames legais e constitucionais nas cidades do Rio Grande do Norte. A pesquisa se consubstancia em um estudo de caso exploratório, realizada por meio de análise qualitativa dos dados conseguidos através da Prestação de Contas Anual dos municípios, apresentada ao Tribunal de Contas do estado, e das informações passadas pelos gestores ao Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação, nos exercícios 2015 e 2016. A maioria dos municípios analisados atendeu ao disposto legal e constitucionalmente, aplicando o mínimo de 60% dos valores do Fundeb nos proventos dos educadores do ensino básico no Rio Grande do Norte. Relativamente a fidedignidade das informações, foi revelado com o este trabalho, que a maior parte dos municípios do RN remete informações divergentes, quanto a aplicação dos recursos do Fundeb, às bases de dados consultadas. Conclui-se, pois, que a maioria dos municípios do Rio Grande do Norte aplicou nos anos estudados o percentual mínimo de recursos do Fundeb na remuneração dos docentes, mas não atingem o nível adequado de transparência e fidedignidade nas informações prestadas a respeito. Palavras-chave: Fundeb. Percentual mínimo. Remuneração. Fidedignidade das informações.
ABSTRACT
The present study show an analysis of the application of the minimum percentage of 60% of the resources of the Fund for Maintenance and Development of Basic Education and of Appreciation of the Professionals of Education for the expenses with the remuneration of the professionals of basic education in activity and if the information about the subject are transmitted reliably in the municipalities of the state of Rio Grande do Norte. The objective of this monograph is to investigate whether the behavior of this mandatory minimum percentage and the transmission of data concerning the official sources are in accordance with the legal and constitutional dictates in the cities of Rio Grande do Norte. The research is based on an exploratory case study, carried out by means of a qualitative and quantitative analysis of the data obtained through the Annual Accounts of the municipalities, presented to the State Audit Court, and the information passed by the managers to the Information System on Public Budgets in Education, in the years 2015 and 2016. Most of the municipalities analyzed complied with the legal and constitutional provisions, applying a minimum of 60% of Fundeb's values to the earnings of primary educators in Rio Grande do Norte. Regarding the trustworthiness of the information, it was revealed with this work that most of the municipalities of the RN send divergent information regarding the application of Fundeb resources to the databases consulted. It is concluded, therefore, that most of the municipalities of Rio Grande do Norte applied in the years studied the minimum percentage of resources of Fundeb in the remuneration of teachers, but they do not reach the adequate level of transparency and trustworthiness in the information provided in this regard. Keywords: Fundeb. Minimum percentage. Remuneration. trustworthiness of information.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Resumo de estudos anteriores ............................................................... 33
Quadro 2 – Resultados aproximados (2015) ............................................................. 46
Quadro 3 – Resultados discrepantes mais acentuados (2015) ................................. 47
Quadro 4 – Resultados aproximados (2016) ............................................................. 48
Quadro 5 – Resultados discrepantes mais acentuados (2016) ................................. 48
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Resultado da aplicação percentual mínimo ............................................ 40
Gráfico 2 – Percentuais aplicados pelos municípios em 2015 .................................. 41
Gráfico 3 – Percentuais aplicados pelos municípios em 2016 .................................. 42
Gráfico 4 – Resultados Gerais: Comparação entre PCA e SIOPE ............................ 44
Gráfico 5 – Comparação entre os percentuais da PCA e do SIOPE em 2015 .......... 46
Gráfico 6 – Comparação entre os percentuais da PCA e do SIOPE em 2016 .......... 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Art. Artigo
CACS Conselhos de Acompanhamento e Controle Social
CRFB/88 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
EC Emenda Constitucional
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
FPE Fundo de Participação dos Estados
FPM Fundo de Participação dos Municípios
Fundeb Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais de Educação
Fundef Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IPIExp. Imposto sobre Produtos Industrializados proporcional as exportações
IPVA Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores
ITCMD Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação
ITR Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
LC Lei Complementar
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MEC Ministério da Educação
MDE Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
NBC TSP Norma Brasileira de Contabilidade Estrutura Conceitual do Setor
Público
PCA Prestação de Contas Anual
PCCR Plano de Cargos, Carreira e Remuneração
PNAD Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios
RN Rio Grande do Norte
RS Rio Grande do Sul
RREO Relatório Resumido de Execução Orçamentária
SIAI Sistema Integrado de Auditoria Informatizada
SIOPE Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação
TCE Tribunal de Contas do Estado
UF Unidade Federativa
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 15
1.2 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 16
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 16
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 16
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 19
2.1 FUNDOS EDUCACIONAIS: DO FUNDEF AO FUNDEB ...................................... 19
2.1.1 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério ......................................................................................... 20
2.1.2 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais de Educação .............................................................. 21
2.1.3 Receitas utilizadas na formação do Fundeb ..................................................... 22
2.1.4 Princípio da Não Vinculação ou Não Afetação das Receitas ........................... 23
2.1.5 Remuneração dos professores do ensino básico e o Fundeb .......................... 24
2.2 RESPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO DO FUNDEB ...................................... 25
2.2.1 O papel dos Conselhos de Acompanhamento e Controle Social ..................... 25
2.2.2 Atuação dos Tribunais de Contas .................................................................... 26
2.2.3 Atuação do Ministério Público .......................................................................... 27
2.3 FIDEDIGNIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS ....................................... 28
2.3.1 Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação ............... 29
2.3.2 Prestação de Contas Anual .............................................................................. 30
2.4 ESTUDOS ANTERIORES ................................................................................... 31
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 35
3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................ 35
3.2 DELIMITAÇÃO E COLETA DA AMOSTRA .......................................................... 36
3.2.1 Descrição dos dados coletados ........................................................................ 37
4 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS ............................................................ 40
4.1 APLICAÇÃO DO PERCENTUAL MÍNIMO ........................................................... 40
4.1.1 Inferências a respeito do percentual mínimo .................................................... 43
4.2 COMPARAÇÃO ENTRE PCA E SIOPE: RESULTADOS ALCANÇADOS ........... 44
4.2.1 Inferências sobre a comparação entre PCA e SIOPE ...................................... 49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54
APÊNDICE A – MODELO DE PLANILHA DE COLETA DE DADOS ...................... 58
APÊNDICE B – PLANILHA RESUMO DOS DADOS COLETADOS (PCA)............. 59
APÊNDICE C – PLANILHA RESUMO DOS DADOS COLETADOS (SIOPE) ......... 62
14
1 INTRODUÇÃO
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb) tem natureza contábil e foi
instituído pelo art. 1º, caput, da Lei Federal n. 11.494 de 2007, nos termos do art. 60
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), com regulamentação
dada pelo Decreto Lei n. 6.253 de 2007 e redação originária da Emenda
Constitucional (EC) n. 53 de 2006. Além disso, sua vigência não é indeterminada,
seu término é previsto para o 14º (décimo quarto) ano após a publicação da emenda
que lhe deu origem (BLIACHERIENE, 2016).
De acordo com Kohama (2016), o Fundeb tem como principal característica a
arrecadação das receitas previstas em lei que serão distribuídas entre os governos
estaduais, municipais e distritais, proporcionalmente, ao número de alunos
matriculados nas redes de ensino básico, público e presencial de cada um desses
entes.
Continuando, com o fim de entender a implantação do Fundeb, é oportuno
esclarecer sua origem, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
(CRFB/88), no caput do seu artigo 212, determinou que ao menos 25% das receitas
resultantes de impostos e transferências devem ser investidas em manutenção e
desenvolvimento do ensino, isso no âmbito municipal, percentual bem
representativo. Todo o exposto demonstra o quão relevante é o papel da educação
na Lei Magna e no Brasil, pois a essa esfera foi vinculado um quarto das principais
fontes de receitas dos municípios.
Por essa razão, viu-se a necessidade da criação de mecanismos garantidores
da efetivação do mínimo constitucional em educação. Com esse fim, inicialmente, foi
criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (Fundef), importante avanço no caminhar para a solução
do problema da distribuição de receitas tributárias federais e estaduais para os
municípios. O fundo em questão, focalizou seus recursos na solução dos problemas
do ensino fundamental público (BRASIL, 2004).
Posteriormente, foram iniciadas as políticas para a implementação do
Fundeb, em substituição ao Fundef, sendo este criado para se adequar melhor as
necessidades vigentes, através da Emenda Constitucional n. 53 (BRASIL, 2006).
Por meio do Fundeb, foi majorado o alcance dos recursos, atendendo, além do
15
ensino fundamental, o ensino médio, a educação infantil, a educação especial e a
educação de jovens e adultos (BRASIL, 2009), dependendo da responsabilidade do
ente federado. Dessa maneira, o Fundeb alcança de forma mais uniforme a
população escolar do país.
Importante ponto a ser tratado, é a maior proteção buscada pelo Fundeb à
remuneração do profissional da educação básica. Para tanto, foi determinado pelo
legislador, que ao menos 60% das receitas do Fundeb sejam destinadas aos
proventos dos professores. Em detrimento disso, a pesquisa em comento pretende
analisar como os municípios do Rio Grande do Norte estão aplicando esse
percentual mínimo.
Além da sua importância para educação, uma das áreas prioritárias de
políticas públicas, existem algumas fontes para transmissão dos dados da prestação
de contas do Fundeb. Deste modo, o presente estudo, também, busca verificar a
fidedignidade das informações disponibilizadas pelos gestores, quanto ao mínimo de
60%, em duas delas, que são: a Prestação de Contas Anual (PCA), apresentada ao
Tribunal de Contas; e o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
Educação (SIOPE), com os dados transmitidos ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE).
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Os fatos narrados no item anterior demonstram como foi instituído e a
finalidade do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais de Educação, bem como, o seu papel quanto a
remuneração dos profissionais da educação básica.
Diante de todo o exposto, surgiu o questionamento central do estudo sob
enfoque: Os municípios do Rio Grande do Norte aplicam o mínimo de 60% das
receitas do Fundeb destinado as despesas com a remuneração dos
profissionais da educação básica e esses dados são transmitidos
fidedignamente?
16
1.2 OBJETIVO GERAL
Investigar se a aplicação do percentual mínimo de recursos do Fundeb,
destinado aos proventos dos profissionais da educação básica, bem como, a
transmissão das informações pertinentes ao tema, estão de acordo com o
preceituado legal e constitucionalmente nos municípios do Rio Grande do Norte.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para atingir o objetivo geral, foram traçados os seguintes objetivos
específicos:
a) Analisar a legislação vigente a respeito do tema;
b) Coletar os dados referentes ao valor das receitas de transferências
governamentais do Fundeb disponibilizadas para cada município
analisado;
c) Quantificar as despesas com proventos dos docentes da educação básica
pagas com os recursos do Fundeb;
d) Verificar se o mínimo de 60% dos recursos do Fundeb foi investido na
remuneração de profissionais do magistério;
e) Investigar a fidedignidade das informações apresentadas pelos municípios
do Rio Grande do Norte por meio de fontes de informações oficiais.
1.4 JUSTIFICATIVA
Em primeiro lugar, é crucial enfatizar a importância da valorização da
educação em uma sociedade, ainda mais ao se tratar de países em
desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Em 2016, ocorreu a Pesquisa Nacional
de Amostras por Domicílios contínua (PNAD contínua), realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através dela, chegou-se à conclusão de
que a taxa de analfabetismo no Brasil está no patamar de 7,2%, abrangendo 11,8
milhões de brasileiros. Além disso, vale destacar, que o Nordeste apresentou a
maior taxa de analfabetismo do país, no escalão de 14,8%.
Como é possível notar, a educação ainda é uma esfera deficiente e carece de
grandes investimentos no Brasil, mesmo porque, notadamente, é a base para o
17
crescimento e o desenvolvimento de qualquer nação. Por essa ração, a CRFB/1988
destinou recursos específicos para a área e criou o Fundeb, de acordo com a EC n.
53 (BRASIL, 2006), onde deverão ser investidas 20% das receitas de impostos e
transferências sob a responsabilidade de Estados, Municípios e Distrito Federal.
Diante disso, o conhecimento sobre como são empenhados os recursos
desse fundo contábil e educacional, cuja administração é fonte de informação e
controle quanto à transparência na gestão dos recursos públicos, para a viabilização
das políticas educacionais, é direito de todo cidadão.
Além disso, o Fundeb é crucial, precipuamente, ao se tratar da remuneração
dos profissionais de educação básica em atividade, já que, obrigatoriamente, 60%
de suas receitas devem ser investidas com esse fim.
O atual trabalho é relevante, acima de tudo, por trazer conhecimento
tempestivo acerca dos fatos relativos ao tratamento dos 60% do Fundeb, antes da
análise inicial do Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte (TCE/RN), que
atualmente está apreciando as contas dos gestores municipais do RN referentes ao
exercício 2014, o que inviabiliza uma ação corretiva eficaz por parte do TCE, em
razão da ausência de meios para agir tempestivamente.
Em virtude dos fatos mencionados, é notória a importância do tema sob
análise, se os recursos do Fundeb destinados a valorização do magistério realmente
são investidos de acordo com o determinado legal e constitucionalmente nos
municípios do RN. Dessa forma, e por ser a educação direito de todos e dever do
Estado, como o preconizado na Carta Magna de 1988 (art. 205, caput), o assunto
em foco é de interesse de todos e deve ser estudado mais profundamente.
Finalmente, o presente estudo, trará informação inovadora no tocante a como
são aplicados os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação destinados a
remuneração dos profissionais da educação básica no Rio Grande do Norte.
Outrossim, será investigada a fidedignidade das informações prestadas pelos
gestores municipais do RN ao Tribunal de Contas, órgão fiscalizador, e ao FNDE,
por meio do SIOPE, ferramenta eletrônica encarregada de dar acesso público às
informações referentes aos orçamentos de educação (FNDE, 2018d).
18
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
Além desta introdução, o trabalho apresenta três capítulos e uma seção de
considerações finais. No primeiro capítulo, foi feita a revisão bibliográfica e teórica
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais de Educação, destacando seus principais pontos e fatores
determinantes, juntamente, com sua forma de fiscalização e publicação das
informações aos entes fiscalizadores e ao público em geral, além dos estudos
anteriores a respeito do tema. No capítulo seguinte, foi abordada a metodologia
utilizada para a realização da pesquisa, coleta de dados e análise dos resultados.
No terceiro capítulo, foi feita a investigação dos resultados alcançados com o
estudo. Por último, foi realizada uma seção trazendo as considerações finais sobre o
assunto discutido.
19
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A presente fundamentação teórica divide-se em quatro seções, que tratam
sobre os fundos educacionais contábeis, a fiscalização e prestação de contas
desses fundos, a fidedignidade das informações prestadas a respeito do assunto e
os estudos anteriores que tratam do tema.
2.1 FUNDOS EDUCACIONAIS: DO FUNDEF AO FUNDEB
Martins (2011, p. 18), afirma em sua tese, que o Fundef e o Fundeb são “[...]
instrumentos capazes de assegurar o regime de colaboração entre os entes
federados, a eqüidade na distribuição dos recursos para os diferentes sistemas
(estaduais e municipais) e a autonomia na gestão da educação básica pública”. Em
outras palavras, esses fundos contábeis educacionais são essenciais para que todos
os entes federados contribuam com a educação básica, esses recursos sejam
distribuídos igualitariamente e ao mesmo tempo cada unidade federativa (município
ou estado) tenha liberdade de gerir as receitas da maneira mais adequada a sua
realidade.
A implantação do Fundef e, posteriormente, do Fundeb foi viabilizada e teve
origem no período da reforma do estado brasileiro através do Regime de
Colaboração, reformulado pela EC n. 14 de 1996, com isso começou a ocorrer uma
municipalização da educação brasileira, os municípios se tornaram os executores
das políticas educacionais básicas (SOUZA e FARIA, 2004).
Como é possível notar, a criação dos fundos contábeis educacionais foi parte
integrante da reforma educacional brasileira, que ocorreu após a promulgação da
Constituição Federal de 1988. Em meados dos anos 90, o campo educacional teve
grande destaque político, o que desencadeou na reforma da educação brasileira,
esse período foi nomeado de “Década da Educação” (RAMOS, 2009).
Com o intuito de aprofundar o conhecimento a respeito do financiamento da
remuneração dos profissionais da educação básica, por intermédio dos fundos
contábeis implantados no país após a Carta Magna de 1988, serão apresentados os
tópicos seguintes, pormenorizando individualmente os aspectos mais relevantes a
relativos ao assunto.
20
2.1.1 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
A criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério ocorreu em dezembro de 1996.
Inicialmente, em 1997, ele foi experimentalmente implantado no estado do Pará,
após isso, passou a funcionar em todo o Brasil, de janeiro de 1998 até dezembro de
2006(FNDE, 2018b).
O Fundef foi instituído em 1996, pela EC n. 14 de 12 de setembro, e sua
aplicação era exclusiva ao ensino fundamental (AMARAL, 2015). Por meio desse
fundo foram melhores definidas as responsabilidades da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios no que diz respeito ao financiamento do ensino público
(RAMOS e DI GIORGE, 2011).
Através do Fundef ocorreu a vinculação de parcela exclusiva da receita
destinada a educação para o ensino fundamental público, distribuída de acordo com
a quantidade de alunos matriculados, tudo isso devidamente previsto no orçamento
do ente (BRASIL, 2004). O Fundo era constituído por recursos dos Estados e
Municípios, e sua composição correspondia a 15% das seguintes receitas: Fundo de
Participação dos Estados (FPE); Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), incluída a desoneração
das exportações; e Imposto sobre Produtos Industrializados proporcional as
exportações (IPIexp. ou IPI exportação) (BRASIL, 2004).
Em complementação aos recursos já mencionados, existia participação
federal para a formação do fundo que tinha por objetivo garantir um valor mínimo por
aluno, caso os recursos próprios não fossem suficientes (BRASIL, 2004).
Além do já exposto, com o Fundef foi determinado que 60% dos recursos
desse fundo educacional fossem investidos na remuneração dos profissionais do
magistério atuantes no ensino fundamental (RAMOS, 2009). Afora isso, nos
primeiros cinco anos de aplicação do fundo em questão, parte do capital, destinado
precipuamente a remuneração, poderia ser investido na capacitação de docentes
leigos, com o propósito de se adequarem as exigências dos Novos Planos de
Carreira e Remuneração do Magistério (RAMOS, 2009).
21
Finalmente, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério foi o precursor do Fundeb, tema central
do presente trabalho, que será pormenorizado no tópico adiante.
2.1.2 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais de Educação é um fundo contábil especial, existe 1
para cada estado e Distrito Federal, totalizando 27 fundos (FNDE, 2018c).
De acordo com Gouveia e Souza (2011), o Fundeb, diferentemente do
Fundef, foi bastante debatido no Legislativo e na sociedade. Por essa razão, os
mesmos autores, afirmam que “De 2007 a junho de 2014, foram aprovadas 4
resoluções, 39 portarias e 2 decretos para organização do mecanismo do novo
fundo” (2011, p. 56).
Na legislação, mais precisamente, no artigo 48 da Lei 11.494 (BRASIL, 2007),
ficou estabelecido que o Fundeb vigerá até 31 de dezembro de 2020. Portanto,
ainda é um tema que afeta a sociedade na atualidade e a afetará até sua
substituição ou extinção.
Consoante o estabelecido no art. 60, caput, do ADCT (BRASIL, 1988) é
obrigatório que parte dos recursos de Manutenção e Desenvolvimento do ensino, de
que trata o artigo 212 da Constituição, sejam aplicados em educação básica,
principalmente, na remuneração dos profissionais de educação. A disposição
constitucional transitória em questão foi uma das novidades trazidas pela redação
dada ao art. 60 do ADCT através da EC 53 de 2006 (BRASIL), por onde foi instituído
o Fundeb, nas seguintes palavras:
Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as seguintes disposições I - a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e seus Municípios é assegurada mediante a criação, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, de natureza contábil; II - os Fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III
22
do art. 155; o inciso II do caput do art. 157; os incisos II, III e IV do caput do art. 158; e as alíneas a e b do inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos da Constituição Federal, e distribuídos entre cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica presencial, matriculados nas respectivas redes, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária estabelecidos nos §§
2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal; [...]
Adicionalmente, vale destacar, que o valor mínimo destinado a remuneração
dos profissionais não pode ser investido em fim diverso, nem na capacitação dos
mesmos, o que foi possibilitado pelo Fundef. Por essa razão, os 60% são de
aplicação exclusiva na remuneração dos professores. Dessa maneira, os gastos
com capacitação dos docentes podem ser retirados dos 40% restantes da totalidade
do fundo, percentual este, que não está amarrado a remuneração de maneira
obrigatória ou de outros recursos (RAMOS, 2009).
Dando prosseguimento, os 40% restantes do Fundeb podem incluir gastos
com outros profissionais das áreas de suporte ao ensino, ou seja, que não forem
docentes, além de poderem ser investidos em atividades típicas de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino (MDE) (QUEIROZ, 2015).
Nos pontos seguintes a essa seção serão esmiuçadas as receitas formadoras
do Fundeb e a remuneração dos docentes do ensino básico público por meio desse
fundo contábil educacional.
2.1.3 Receitas utilizadas na formação do Fundeb
As fontes de receitas para a formação do Fundeb foram descritas no art. 3º da
Lei 11.494 de 2007 (BRASIL, 2007), que será transcrito a seguir, in verbis:
Art. 3o Os Fundos, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, são
compostos por 20% (vinte por cento) das seguintes fontes de receita: I - imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos previsto no inciso I do caput do art. 155 da Constituição Federal; II - imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação previsto no inciso II do caput do art. 155 combinado com o inciso IV do caput do art. 158 da Constituição Federal; III - imposto sobre a propriedade de veículos automotores previsto no inciso III do caput do art. 155 combinado com o inciso III do caput do art. 158 da Constituição Federal; IV - parcela do produto da arrecadação do imposto que a União eventualmente instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo inciso I do caput do art. 154 da Constituição Federal prevista no inciso II do caput do art. 157 da Constituição Federal;
23
V - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade territorial rural, relativamente a imóveis situados nos Municípios, prevista no inciso II do caput do art. 158 da Constituição Federal; VI - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados devida ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal – FPE e prevista na alínea a do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal e no Sistema Tributário Nacional de que trata a Lei n
o 5.172, de 25
de outubro de 1966; VII - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados devida ao Fundo de Participação dos Municípios – FPM e prevista na alínea b do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal e no Sistema Tributário Nacional de que trata a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966; VIII - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados devida aos Estados e ao Distrito Federal e prevista no inciso II do caput do art. 159 da Constituição Federal e na Lei Complementar n
o 61, de 26 de dezembro de 1989; e
IX - receitas da dívida ativa tributária relativa aos impostos previstos neste artigo, bem como juros e multas eventualmente incidentes. § 1
o Inclui-se na base de cálculo dos recursos referidos nos incisos
do caput deste artigo o montante de recursos financeiros transferidos pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, conforme disposto naLei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. § 2
o Além dos recursos mencionados nos incisos do caput e no § 1
o deste
artigo, os Fundos contarão com a complementação da União, nos termos da Seção II deste Capítulo.
Como é possível notar, a vinculação das receitas de ICMS, FPE, FPM, IPI
Exportação, LC 87/96 (ICMS desoneração), IPVA, ITCMD e ITR amarra 20% das
receitas de impostos e transferências dos entes governamentais a educação básica,
portanto, “A primeira qualidade do Fundeb é a de obrigar - mais do que induzir - os
estados e respectivos municípios a exercerem a cooperação na oferta do ensino
público” (CHAGAS, 2009, p. 28).
2.1.4 Princípio da Não Vinculação ou Não Afetação das Receitas
O princípio da não afetação das receitas de impostos foi previsto no artigo
167, IV, da Constituição Federal, nas palavras transcritas a seguir:
Art. 167. São vedados: [...] IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; [...]
24
O dispositivo constitucional evidenciado acima demonstra a significância do
Fundeb pelo fato de que tal fundo vincula a receita de impostos, isso é uma das
exceções trazidas pela Lei Magna ao princípio da não afetação das receitas de
impostos.
O princípio em questão é orçamentário clássico e dita que todas as receitas
de impostos não podem ser vinculadas para possibilitar a flexibilidade na gestão do
setor público e evitar desperdícios (SENADO FEDERAL, 2018).
2.1.5 Remuneração dos professores do ensino básico e o Fundeb
Consoante Cardoso (2016), a valorização do magistério é composta por três
dimensões que são: a remuneração, a formação inicial e continuada e as condições
de trabalho. Tal afirmação tem como base o disposto na Conferência
Intergovernamental Especial sobre a Condição Docente (1966, p. 28), ocorrida em
Paris, essa Conferência estabeleceu, ainda, que a remuneração dos educadores
deverá, nas exatas palavras a seguir:
a) ser compatível com a importância atribuída pela sociedade à função educativa e, conseqüentemente, com todas as incumbências que são da responsabilidade do docente a partir do momento em que se investe dessa responsabilidade; b) ser comparável às demais profissões que exigem qualificação análoga ou equivalente; c) assegurar nível de vida satisfatório tanto para o docente quanto para seus familiares assim como meios de melhoria de sua qualificação profissional, desenvolvimento de seus conhecimentos e enriquecimento de sua cultura; d) considerar que determinados cargos exigem maior experiência, melhores qualificações e amplas responsabilidades.
Décadas após a Conferência citada anteriormente, o Brasil iniciou a busca por
uma remuneração digna para os educadores, ponto particularmente valorizado pelo
Fundeb. De acordo com a legislação vigente, devem ser aplicados ao menos 60%
dos recursos do Fundeb, do exercício, para esse fim, como já mencionado
anteriormente. Tal percentual mínimo deve ser investido exclusivamente na
remuneração de profissionais do magistério em pleno exercício de suas atividades
na educação básica e pública com vínculo temporário ou permanente com o ente
federado (BRASIL, 2009).
25
O tópico a seguir tratará da fiscalização e prestação de contas do Fundeb
pelos gestores aos órgãos fiscalizadores e a sociedade.
2.2 RESPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO DO FUNDEB
Quando se busca garantir um direito constitucional, como a educação,
existem programas e ações criados para viabilizá-lo. O Fundeb se enquadra nesse
perfil, esses programas devem ser fiscalizados e seus responsáveis obrigados a
prestar contas, bem como, a seguir as legislações vigentes.
Porém, para que tudo isso funcione corretamente, existem órgãos
fiscalizadores que têm o papel de verificar e acompanhar a atuação dos
administradores ao gerir o bem público. Em detrimento disso, o tópico atual tratará
das organizações responsáveis pela fiscalização do Fundeb.
2.2.1 O papel dos Conselhos de Acompanhamento e Controle Social
A Lei n.11.494 de 2007 (BRASIL, 2007), no caput do artigo 24, determinou a
criação e funcionamento dos Conselhos de Acompanhamento e Controle Social
(CACS), para que a sociedade civil possa acompanhar as movimentações e auxiliar
na fiscalização dos gastos com recursos dos fundos de educação. Segundo a Lei
em comento:
Art. 24. O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos dos Fundos serão exercidos, junto aos respectivos governos, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por conselhos instituídos especificamente para esse fim.
Nesse mesmo artigo foi estabelecida a forma como os CACS devem ser
compostos. No âmbito municipal, o conselho será formado por nove membros, com
representantes do Poder Executivo Municipal, dos professores, dos diretores, dos
servidores técnico-administrativos, dos pais e dos estudantes.
Segundo estudo de Silva (2013), os resultados obtidos quanto à capacitação
fornecida aos conselheiros revelaram-se preocupantes. Dos dez conselheiros
indagados, a totalidade afirmou que nunca recebeu capacitação para o exercício da
fiscalização. Além disso, é reconhecida entre eles a importância de uma capacitação
técnico-contábil para o exercício de suas funções.
26
Ainda em relação à pesquisa de Silva (2013), é necessário que haja
articulação entre Tribunais de Contas e CACS, a fim de viabilizar a formação dos
conselheiros, potencializando o funcionamento do órgão de controle social e, dentro
de seus limites, contribuir para a efetividade da fiscalização e controle que exercem,
embora com funções distintas.
2.2.2 Atuação dos Tribunais de Contas
Segundo Moraes (2017), o Tribunal de Contas é órgão auxiliar e essencial de
orientação do Poder Legislativo, embora a ele não subordinado, praticando atos de
natureza administrativa, concernentes, basicamente, à fiscalização com garantias de
autonomia e autogoverno.
Sua vinculação ao Poder Legislativo corresponde à tradicional e nobre missão
do Parlamento de fiscalizar o bom emprego, pelo Executivo, dos recursos oriundos
da sociedade (LIMA, 2015).
A Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu art. 70, estabelece que o
Congresso Nacional é o responsável pela “[...] fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas [...]”, esse é o chamado controle externo da
Administração Pública, não isentando o controle interno de cada poder por essas
áreas.
Por sua vez, o art. 71 da Carta Magna (BRASIL, 1988) definiu que o Tribunal
de Contas da União auxiliará o Congresso em suas competências de fiscalização.
Além disso, com base no princípio da simetria, o art. 75, também da Constituição
Federal, estipula que as normas estabelecidas para o controle externo na esfera
federal aplicam-se, no que couber, aos Tribunais de Contas dos Estados e do
Distrito Federal, bem como aos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios
(LIMA, 2015).
O texto da Lei Maior deixa claro que os Tribunais de Contas têm papel
fundamental na fiscalização, isso não é diferente quanto aos recursos destinados à
educação. Tal afirmação se consubstancia no que foi previsto na Lei n. 9.424 de
1996 (BRASIL), que trata das disposições sobre o Fundef, e, em seu art. 11, estipula
que “os órgãos responsáveis pelos sistemas de ensino, assim como os Tribunais de
27
Contas da União, dos Estados e Municípios, criarão mecanismos adequados à
fiscalização do cumprimento pleno do disposto no art. 212 da Constituição [...]”,
artigo este que prevê os percentuais mínimos de investimento em educação para os
entes federados.
O art. 26, II e III, da Lei n. 11.494/2007 (BRASIL, 2007) prevê o papel do
Tribunal de Contas como ente responsável pela fiscalização e controle do Fundeb,
que preceitua:
Art. 26. A fiscalização e o controle referentes ao cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal e do disposto nesta Lei, especialmente em relação à aplicação da totalidade dos recursos dos Fundos, serão exercidos: [...] II - pelos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, junto aos respectivos entes governamentais sob suas jurisdições; III - pelo Tribunal de Contas da União, no que tange às atribuições a cargo dos órgãos federais, especialmente em relação à complementação da União.
Segundo o Manual do Fundeb (BRASIL, 2009), os Tribunais editam
instruções sobre meios e frequência das prestações de contas, por essa razão é
primordial que os estados e municípios fiquem atentos as orientações advindas dos
tribunais nesse contexto. Ademais, compete aos Tribunais de Contas examinar,
julgar e propor a aprovação das contas dos gestores das entidades públicas e,
quando necessário, aplicar penalidades em razão de irregularidades.
2.2.3 Atuação do Ministério Público
O artigo 27 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) classificou o Ministério
Público (MP) como “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis”.
Segundo Moraes (2017), a Carta Magna de 1988 ampliou sobremaneira as
funções do Ministério Público, transformando-o em um verdadeiro defensor da
sociedade, da legalidade e da moralidade administrativa, isso o garantiu o título de
custos legis (fiscal da lei).
Com toda razão, para garantir suas prerrogativas constitucionais, o Ministério
Público não é subordinando a nenhum dos Poderes da República e está em plena
28
harmonia com o sistema de “freios e contrapesos” (checksand balances). Por esse
motivo, é um autêntico fiscal da nossa Federação, da separação dos Poderes, da
moralidade pública, da legalidade, do regime democrático e dos direitos e garantias
constitucionais (ALEXANDRINO e PAULO, 2015).
Dessa maneira, os incisos do artigo 129 da CRFB/88 (BRASIL, 1988)
estabeleceram um rol apenas exemplificativo de competências para o MP, para não
impossibilitar o exercício de outras funções que lhe forem conferidas. Uma dessas
funções, é a de fiscalizar a aplicação dos recursos do Fundeb, especialmente no
tocante às transferências de recursos federais, é uma das competências outorgada
pelo legislador ordinário ao Ministério Público, como previsto no artigo 29 da Lei n.
11.494 de 2007 (BRASIL, 2007), nesses termos:
Art. 29. A defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e individuais indisponíveis, relacionada ao pleno cumprimento desta Lei, compete ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal e Territórios e ao Ministério Público Federal, especialmente quanto às transferências de recursos federais. § 2o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados para a fiscalização da aplicação dos recursos dos Fundos que receberem complementação da União.
Dessa forma, o Ministério Público atua para garantir os direitos educacionais
que o Fundeb objetiva assegurar, em especial daqueles relacionados à promoção da
educação básica pública, gratuita e de qualidade, busca do cumprimento aos
ditames (BRASIL, 2009).
2.3 FIDEDIGNIDADE DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS
As informações contábeis necessitam da característica qualitativa da
fidedignidade para serem úteis aos usuários, com esse fim, devem estar completas,
neutras e livres de erro material, ou seja, os registros precisam representar fielmente
o fenômeno que deu origem à transação contábil, esse ditame é previsto na Norma
Brasileira de Contabilidade Estrutura Conceitual do Setor Público (NBC TSP
Estrutura Conceitual) do Conselho Federal de Contabilidade (2016).
Os dados do Fundeb, por ser um fundo contábil, necessitam ser apresentados
de maneira fidedigna às entidades fiscalizadores e à sociedade como um todo, essa
é uma característica essencial que será analisada na pesquisa corrente.
29
Outra característica primordial das informações das entidades públicas é a
publicidade, obrigação constitucional prevista no art. 37, caput e §1º, da Carta
Magna brasileira (BRASIL, 1988), que possui “[...] caráter educativo, informativo ou
de orientação social [...]”. Dessa maneira, o princípio em comento, determina que a
população tem direito ao conhecimento sobre os atos administrativos públicos, com
o fim de viabilizar o controle social (PLATT NETO, 2007).
Diante do exposto, com o intuito de dar continuidade ao estudo, existem
alguns mecanismos de transmissão obrigatória sobre as informações referentes ao
Fundeb e eles serão tratados mais detalhadamente nos pontos seguintes.
2.3.1 Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação
O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (SIOPE)
é gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O atual
FNDE surgiu após a reformulação do Ministério da Educação (MEC) ocorrida em
1997 e é uma autarquia federal, seu principal fim é recolher recursos e utilizá-los
para o financiamento da educação, em todas as suas áreas (CASTRO, 2001).
De acordo com o sítio eletrônico do FNDE, o SIOPE é uma ferramenta
eletrônica criada para coleta, processamento, disseminação e acesso público às
informações sobre os orçamentos de educação dos entes federados, se destina a
sociedade e quem fornece seus dados são os gestores estaduais e municipais
(2018d).
Além do já exposto, a portaria n. 844 de 2008 (BRASIL), do MEC, definiu os
objetivos do SIOPE, que são os seguintes:
I. constituir base de dados nacional detalhada sobre receitas e investimentos públicos em educação de todos os entes federativos; II. estabelecer padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, visando assegurar ensino de qualidade para todos os brasileiros, em atenção ao disposto no artigo 74 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996; III. permitir o planejamento e dimensionamento das ações supletivas da União em educação, em respeito ao comando do parágrafo 1º do artigo 211 da Constituição Federal; IV. subsidiar a elaboração de políticas educacionais em todos os níveis de Governo; V. produzir indicadores de eficiência e eficácia dos investimentos públicos em educação; VI. assegurar transparência e publicidade à gestão dos recursos públicos destinados à educação, incrementando os mecanismos de controle legal e social.
30
Como é possível notar, um desses objetivos é assegurar transparência na
gestão dos recursos destinados à educação, fomentando o controle legal e social.
Dessa forma, para que isso seja efetivado, as informações transmitidas ao SIOPE
pelos dirigentes das entidades públicas devem ser fidedignas, pois, se não retratam
a realidade, não há como ocorrer o controle efetivo e os usuários não terão
informação útil.
Ademais, consoante a Portaria n. 844 (BRASIL, 2008) “Os Poderes
Executivos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de acordo com suas
respectivas competências, serão responsáveis pela exatidão e fidedignidade das
informações prestadas no SIOPE”. Diante disso, nota-se novamente a significância
da fidedignidade.
Outrossim, o SIOPE se consubstancia no anexo oito do Relatório Resumido
de Execução Orçamentária (RREO), que trata de Receitas e Despesas com
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, exigência atualmente trazida pelos
artigos 52 e 53 da Lei n. 101 (BRASIL, 2000), mais conhecida como Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige a publicação bimestral desses dados.
2.3.2 Prestação de Contas Anual
Os gestores públicos, por força do art. 70, parágrafo único, da CRFB/88
(BRASIL, 1988), têm o dever constitucional de prestar contas aos Tribunais de
Contas competentes. No caso dos gestores públicos municipais do Estado do RN, a
prestação de contas será feita perante o Tribunal de Contas do Estado do Rio
grande do Norte.
O TCE/RN tem, também, a competência de estabelecer a maneira como as
informações serão prestadas pelos jurisdicionados dessa Corte de Contas, nos
termos dos arts. 60, § 2º, II e, 63, caput, da Lei Orgânica do próprio Tribunal (RIO
GRANDE DO NORTE, 2012).
Além do mais, a Resolução n. 12 do TCE/RN (RIO GRANDE DO NORTE,
2016) regulamentou como serão transmitidos os dados. No Anexo II, dessa
Resolução, é apresentada a relação de documentos que devem compor a prestação
de contas dos prefeitos. Entre esses documentos, encontram-se: o Anexo 06, que
estabelece o programa de trabalho; o Anexo 10, que compara a receita prevista com
a arrecadada; o Anexo 11, que compara a despesa fixada com a realizada; além de
31
demonstrativos específicos que tratam dos recursos aplicados em educação e dos
restos a pagar não processados do período.
Dessa forma, conforme demonstrado, a prestação de contas anual dos
gestores municipais enviada ao TCE/RN é outra fonte de dados capaz de fornecer
informações sobre a aplicação dos recursos públicos sobre educação e,
consequentemente, a respeito do Fundeb.
2.4 ESTUDOS ANTERIORES
Neste ponto do estudo serão apresentados outros trabalhos publicados a
respeito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais de Educação que tratam sobre a aplicação do
percentual de mínimo na remuneração dos docentes, da fidedignidade das
informações prestadas e dos aspectos contábeis do fundo.
O trabalho de Barbosa, T. L. A. (2011) procurava saber se os municípios do
estado da Paraíba cumprem os ditames do artigo 22 da Lei n. 11.494 (BRASIL,
2007), objetivando, com os percentuais coletados no SIOPE, investigar o
comportamento dos municípios da Paraíba na educação. Tal estudo, teve como
resultado, que todos os municípios da Paraíba respeitaram ao percentual mínimo de
60% do Fundeb direcionado à remuneração dos profissionais da educação básica, o
que ocasionou na melhoria do ensino.
Gomes (2015), em seu exame, buscou conhecer o financiamento e observar
a qualidade de três redes municipais de ensino na Fronteira Oeste do Rio Grande do
Sul, por meio de um estudo de caso. Na coleta de dados, utilizou questionários e
sites institucionais, inclusive o SIOPE. Os resultados alcançados foram que os
municípios estudados respeitaram o mínimo de 60% em pagamento de profissionais
do magistério.
Outra abordagem dada por Barbosa, J. L. (2014) ao Fundeb, em sua
dissertação, discutiu o vencimento e a remuneração dos professores quanto a
implantação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
Valorização dos Profissionais do Magistério, na rede municipal de ensino de Natal,
utilizou dados dos anos 2007 a 2010. O trabalho objetivou analisar como o Fundeb
repercute na remuneração dos professores. Ademais, as variáveis usadas na
pesquisa foram matrículas, remuneração, receita e despesa, conseguidos através
32
dos microdados do Censo Escolar (INEP/MEC), SIOPE/FNDE e o PCCR do
município (LC nº 058/2004), em comparação a remuneração e salário mínimo
nacional.
Dessa maneira, Barbosa J. L. (2014) teve como resultados de seu estudo que
a remuneração dos docentes vinha sendo ajustada anualmente, com maior reajuste
em 2007, porém, as correções foram inferiores às ocorridas com o salário mínimo.
Quanto aos docentes em início de carreira, houve o mesmo percentual de
crescimento dos salários para os profissionais, independentemente do nível de
instrução, graduação, especialização ou mestrado, que corresponde a 14,7%,
excetuando-se os que possuem doutorado, o que gerou correção no patamar de
33,9%. No caso dos profissionais com mais tempo de serviço, os percentuais
aumentavam em decorrência do nível de formação. Por fim, concluiu-se que o
Fundeb trouxe avanços, mas não configurou um progresso na política salarial dos
professores.
Martins (2015), em seu artigo, tratou das limitações das políticas do Fundeb
no intervalo temporal de 2007 a 2013, no que concerne à valorização do Magistério
Público da rede municipal de São Luís no Maranhão, principalmente quanto à
remuneração salarial. A conclusão conseguida com o trabalho foi que houve a
diminuição do percentual de recursos aplicados na remuneração dos docentes,
apesar do aumento das receitas do Fundeb, o que acarretou na desvalorização da
profissão do magistério público.
No que diz respeito a fidedignidade das informações apresentadas, Santos
(2012) examinou em seu Trabalho de Conclusão de Curso a divergência entre os
dados da educação apresentados no SIOPE frente aos obtidos pelo Tribunal de
Contas do Rio Grande do Sul (TCE/RS), no exercício 2010. Na metodologia utilizada
houve a comparação das informações mostradas no SIOPE com as expostas ao
Tribunal de contas. Como conclusão do estudo, Santos inferiu que o TCE/RS tem
entendimento diferente do SIOPE, quanto ao cômputo de gastos com inativos, o que
resulta em dados divergentes para as fontes utilizadas, portanto, não pôde concluir
se o estado do Rio Grande do Sul cumpria ou não o mínimo constitucional em
educação.
Por fim, é fundamental apresentar trabalho que aborde os aspectos contábeis
do Fundeb. Oliveira Neto (2015) discorreu sobre o tema em seu artigo, destacando a
Contabilidade Pública aplicada ao fundo em questão. Diante disso, seu estudo teve
33
como objetivo analisar o Fundeb e propor melhorias técnicas e operacionais aos
seus aspectos contábeis. Também, tentou demonstrar como a Contabilidade pode
contribuir para a gestão dos recursos do fundo. Finalmente, os resultados do seu
trabalho, demonstraram que a confiabilidade do Fundeb depende de boas práticas
contábeis, bem como, os elementos da Contabilidade assessoram na fiscalização da
gestão dos recursos do fundo.
O quadro a seguir resume os estudos anteriores com seus respectivos
resultados:
Quadro 1 – Resumo de estudos anteriores
Autor Título do Estudo Jornal/Revista da publicação
Resultados
BARBOSA T. L. A. (2011)
Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação: um estudo do cumprimento dos limites de investimento na remuneração do magistério nos municípios do estado da Paraíba de 2008 a 2011
Revista Cadernos de
Economia
Os municípios da Paraíba respeitaram ao percentual mínimo de 60% (sessenta por cento) do Fundeb direcionado à remuneração dos profissionais da educação básica, o que ocasionou na melhoria do ensino.
BARBOSA J. L.
(2014)
O vencimento e a remuneração do magistério público municipal de Natal/RN: repercussões da implementação do Fundeb (2007-2010)
Dissertação de Mestrado
O Fundeb trouxe avanços, mas não configurou um progresso na política salarial dos professores.
GOMES (2015)
O fundeb e a remuneração dos profissionais do magistério em três redes municipais: algumas ponderações
Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão
Os municípios estudados respeitaram o mínimo de 60% em pagamento de profissionais do magistério.
MARTINS (2015)
Fundeb e a valorização da educação pública: limites na remuneração do magistério de São Luís–MA.
Revista HISTEDBR
On-line
Ocorreu a diminuição do percentual de recursos aplicados na remuneração dos docentes, apesar do aumento das receitas do Fundeb, o que acarretou na desvalorização da profissão do magistério público.
34
SANTOS (2012)
Manutenção e desenvolvimento da educação do Estado do Rio Grande do Sul: análise sob o prisma do Siope e do parecer prévio de contas do TCE/RS, no ano de 2010
Trabalho de Conclusão de
Curso
Inferiu que o TCE/RS tem entendimento diferente do SIOPE, quanto ao computo de gastos com inativos, o que resulta em dados divergentes para as fontes utilizadas, portanto, não pôde concluir se o estado do RS cumpria ou não o mínimo constitucional em educação.
OLIVEIRA NETO (2015)
Aspectos Contábeis do Fundeb
Revista Controle
A confiabilidade do Fundeb depende de boas práticas contábeis e os elementos da Contabilidade assessoram na fiscalização da gestão dos recursos do fundo.
Fonte: Elaborado pelo autor.
35
3 METODOLOGIA
O atual estudo foi realizado em três momentos: revisão de literatura e
construção da fundamentação teórica; exação, tabulação e processamento dos
dados e; análise e interpretação dos resultados, após o tratamento das informações.
Neste ponto do trabalho, é abordada a metodologia utilizada na pesquisa, tais
como, tipologia da pesquisa, técnicas e procedimentos utilizados na coleta dos
dados e etapas para o tratamento dos mesmos. A seguir, há o detalhamento do
capítulo.
3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA
A investigação do presente tema trata de como são investidos nos municípios
do Rio Grande do Norte os recursos do Fundeb destinados a valorização dos
profissionais da educação básica, igualmente, como são transmitidos seus dados a
população em geral e as entidades fiscalizadoras. Para tanto, quanto aos objetivos,
é uma pesquisa descritiva, pois busca estabelecer relação entre as variáveis
trabalhadas e utiliza técnica padronizada de coletas de dados com o fim de
observar, registrar, analisar e interpretar os fatos apresentados pelos chefes do
poder executivo municipal a respeito do assunto.
Ademais, a pesquisa em questão foi realizada por intermédio de levantamento
bibliográfico e documental de dados, com análise qualitativa e quantitativa. Além
disso, foram abordados os aspectos históricos que embasam o contexto trabalhado
e analisadas as legislações pertinentes ao caso.
O trabalho corrente, também, pode ser classificado, quanto aos
procedimentos, como um estudo de caso com pesquisa exploratória. Isso se
consubstancia através de duas fontes de informações: o banco de dados do Tribunal
de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Prestação de Contas
Anual, e o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação.
Portanto, haverá a coleta de informações dispersas, distribuídas em documentos
diversos, e para esses dados será buscado sentido e conferida importância.
Por fim, o universo amostral selecionado para a concretização do estudo em
evidência compreende os municípios do estado do Rio Grande do Norte que
possuem mais de 10 mil habitantes, no interstício temporal dos anos de 2015 e
36
2016, que correspondem à base de dados mais recente disponível no período de
realização do trabalho.
Vale acrescentar, que a intenção inicial do estudo era também analisar o
exercício financeiro 2017, porém, os dados não estavam disponíveis à época da
pesquisa. Inclusive, foi editada pelo TCE/RN a Resolução n. 16 de 2018 (RIO
GRANDE DO NORTE) prorrogando o prazo para a apresentação da Prestação de
Contas Anual dos municípios de 30 de abril de 2018 para 28 de junho de 2018.
Logo após, será apresentada a metodologia utilizada para a coleta dos dados
com maiores detalhes.
3.2 DELIMITAÇÃO E COLETA DA AMOSTRA
Como já foi mencionado, o período selecionado para a efetivação do presente
estudo foram os exercícios 2015 e 2016 da administração dos mais populosos
municípios do RN.
A população escolhida para o estudo foram os municípios do Estado do Rio
Grande do Norte, porém, em razão da dificuldade na coleta dos dados e da limitação
do tempo para realizar o estudo, foi inviável trabalhar a totalidade da população. Em
detrimento disso, foi selecionada uma amostra de conveniência com todos os
municípios com mais de 10 mil habitantes, em virtude de sua maior
representatividade populacional sobre o todo.
Inicialmente, no sítio online do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(CENSO, 2010), foram colhidas as informações a respeito de quantitativo,
nomenclatura e número de habitantes dos municípios existentes no Rio Grande do
Norte, com o fim de selecionar as populações superiores a 10 mil habitantes, o que
totalizou em 66 municípios para cada ano estudado.
Nos anos de 2015 e 2016, quanto ao percentual de aplicação na
remuneração dos professores, foram obtidas informações de 50 e 46 municípios,
respectivamente, o que resultou em 96 observações. No que se refere ao estudo da
fidedignidade, foi possível comparar 47 e 45 municípios em 2015 e 2016, na devida
ordem, totalizando 92 observações.
A fim de verificar os valores e percentuais destinados ao Fundeb pelos
municípios investigados foi necessária consulta ao banco de dados interno do
TCE/RN, através do Sistema Integrado de Auditoria Informatizada (SIAI), por
37
intermédio dele, os chefes do Poder Executivo transmitem a Prestação de Contas
Anual. Todos os dados constantes na PCA e necessários ao estudo foram retirados
dos anexos 6, 10 e 11 da prestação.
Posteriormente, a título comparativo e com a intenção de viabilizar o estudo
no tocante a fidedignidade dos dados apresentados pelos dirigentes municipais,
foram recolhidas as informações transmitidas pelos gestores ao FNDE e
disponibilizadas ao público através do SIOPE, no anexo 8 do Relatório Resumido de
Execução Orçamentária que demonstra as receitas e despesas com manutenção e
desenvolvimento do ensino.
Em seguida, após a coleta de todos os dados, foram cruzadas as informações
das Prestações de Contas Anuais de 2015 e 2016 com as constantes no SIOPE,
referentes ao mesmo período, com o fim de analisar se existe igualdade entre os
fatos transmitidos para as duas fontes.
Além do mais, é necessário mencionar, que todos os dados juntados com o
propósito de oportunizar a realização desta pesquisa foram organizados por meio do
Microsoft Excel 2016®, pelo respectivo nome do município e pela fonte utilizada.
Finalmente, durante o desenrolar da coleta dos dados, foram encontradas
limitações ao estudo hora realizado e elas serão elencadas a seguir: Alguns dos
municípios pesquisados não enviaram as informações necessárias para alguma das
fontes utilizadas ou para ambas (PCA e SIOPE); outros municípios enviaram dados
sintetizados, dos quais não há como extrair os conhecimentos indispensáveis à
análise.
Pelas razões acima descritas, fatalmente, não foi possível analisar, quanto ao
percentual de aplicação, 16 municípios em 2015, e, 20 unidades jurisdicionadas em
2016, cuja fonte de informações utilizada foi a PCA. Ainda, no que diz respeito à
fidedignidade das informações prestadas pelos gestores às duas fontes consultadas,
fez-se necessário retirar da observação, 19 e 21 municípios, em 2015 e 2016,
respectivamente.
A posteriori, serão descritos os elementos coletados no atual trabalho.
3.2.1 Descrição dos dados coletados
Os dados utilizados no estudo foram coletados individualmente, por município
e ano, além da coleta de informações sobre receitas, despesas e deduções do
38
Fundeb. É oportuno esclarecer, que o quadro modelo, utilizado na coleta de dados,
consta no Apêndice A do presente trabalho, com a nomenclatura das informações
colhidas.
Inicialmente, no que diz respeito aos dados da Prestação de Contas Anual, as
Receitas do Fundeb foram retiradas do Anexo 10, que trata do comparativo entre a
receita prevista e a realizada. Quanto às transferências de recursos do Fundeb e a
complementação da união ao Fundeb, utilizaram-se as rubricas 1724.01 e 1724.02,
respectivamente, ambas pertencem à categoria econômica das receitas correntes,
cuja origem é classificada como transferências correntes. Já, ao tratar dos
rendimentos de aplicações financeiras do Fundeb, utilizou-se a rubrica 1325.01,
essa receita pertence à categoria econômica das receitas correntes, cuja origem é
classificada como patrimonial.
Ao mesmo tempo, foram colhidas as informações relativas às Despesas do
Fundeb, encontradas no Anexo 6, que contém os programas de trabalho do
exercício, ou, quando ausente ou sintético o Anexo 6, no Anexo 11, que trata do
comparativo da despesa autorizada com a realizada.
Quanto as despesas com educação infantil, os dados foram retirados do
programa de trabalho dos municípios (Anexo 6 ou 11), Função 12 (Educação) e
Subfunção 365 (Educação Infantil), nas rubricas que demonstrassem as despesas
realizadas com recursos do Fundeb para pagamento do magistério do ensino
infantil.
Quanto aos gastos com ensino fundamental, os dados foram retirados do
programa de trabalho dos municípios (Anexo 6 ou 11), Função 12 (Educação) e
Subfunção 361 (Educação Fundamental), nas rubricas que demonstrassem as
despesas realizadas com recursos do Fundeb para pagamento do magistério do
ensino fundamental.
Por fim, em relação às deduções de restos a pagar não processados e
despesas custeadas com o superávit financeiro do exercício anterior, os dados
foram obtidos através de relatórios complementares enviados pelos municípios ao
TCE/RN.
Por outro lado, ao se tratar do SIOPE, os dados constam no sítio eletrônico do
FNDE (2018a), em que é possível escolher o ano, o período, a Unidade Federativa
(UF) e o Município que se deseja consultar.
39
No SIOPE, as receitas do Fundeb de transferências de recursos,
complementação da união e rendimentos de aplicações financeiras têm localizadas
suas informações nos pontos 11.1, 11.2 e 11.3, respectivamente, na coluna das
receitas realizadas até o bimestre, do relatório do SIOPE (Anexo 08 do RREO).
Quanto às despesas do Fundeb, no mesmo sistema, as informações dos
gastos com educação infantil e com ensino fundamental, são encontradas nos
pontos 13.1 e 13.2, respectivamente, na coluna das despesas empenhadas, do
relatório do SIOPE.
Por fim, quanto às deduções, dos restos a pagar não-processados e das
despesas Custeadas com o superávit financeiro do exercício anterior, é possível
encontrar as informações nos pontos 16.1 e 17.1, do relatório do SIOPE, nessa
exata ordem.
Ademais, o percentual aplicado na remuneração dos docentes, é obtido
através da divisão do valor líquido pago aos profissionais do magistério pelo total
das receitas recebidas do Fundeb. Além disso, o valor líquido em questão se
configura através do total das despesas do Fundeb, subtraído das deduções
porventura existentes.
40
4 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS
A interpretação dos dados e resultados foi dividida de acordo com os dois
enfoques estabelecidos para o estudo. Na primeira parte, foram avaliados os
percentuais aplicados pelos municípios da amostra na remuneração dos
profissionais da educação básica, a partir das receitas recebidas do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais de Educação. Posteriormente, foi feita a análise da fidedignidade das
informações prestadas a respeito Fundeb de acordo com as duas bases de dados
consultadas, PCA e SIOPE.
4.1 APLICAÇÃO DO PERCENTUAL MÍNIMO
Essa parte do estudo foi elaborada de acordo com as informações
apresentadas, pelos municípios, a base de dados do Tribunal de Contas do Estado
do Rio Grande do Norte, por meio da Prestação de Contas Anual.
O estado do RN, atualmente, é composto por 167 unidades municipais, com,
aproximadamente, 3,2 milhões de habitantes. O presente trabalho, investigou uma
amostra com as 66 maiores populações, em torno de 83% do total do estado
(CENSO, 2010). Abaixo está exposto o Gráfico 1, onde constam os resultados
obtidos nesse ponto da pesquisa:
Gráfico 1 – Resultado da aplicação do percentual mínimo
Fonte: Prestação de Contas Anual (PCA)
4643
4 3
1620
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2015 2016
Qu
an
tid
ad
e d
e M
un
icíp
ios
Visão Geral dos Dados
Cumpriu Não Cumpriu Não enviou dados suficientes
41
No ano de 2015, houve 50 observações, pois 16 dos municípios pesquisados
não enviaram dados suficientes para a análise. Dessas observações, 46 municípios
atenderam ao determinado pelo Fundeb quanto à remuneração dos professores da
educação básica, investindo mais de 60% do valor do fundo para esse fim. Por outro
lado, 4 jurisdicionados não cumpriram ao mínimo, ou seja, ficaram abaixo do
percentual exigido.
Enquanto isso, em 2016, ocorreu 46 observações, pois 20 municípios da
amostra não enviaram dados bastantes para o estudo. Das observações sob análise
neste ano, 43 satisfizeram a exigência mínima de 60% do Fundeb destinados aos
proventos dos professores em atividade. De outra parte, 3 jurisdicionados não
cumpriram a imposição legal mínima.
No Gráfico 2, em seguida, estão demonstrados os percentuais do Fundeb
aplicados na remuneração dos docentes de todos os municípios verificados na
amostra em 2015.
Gráfico 2 – Percentuais aplicados pelos municípios em 2015
Fonte: Prestação de Contas Anual (PCA)
Através do Gráfico 2 acima, é possível se ter uma visão geral dos percentuais
de aplicação dos 60% do Fundeb em 2015. Diante disso, o percentual máximo
aplicado foi de 116,89%, no município de Pau dos Ferros, enquanto o mínimo foi de
56,74%, em Espírito Santo, o que acarreta em uma amplitude de dados no total de
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
0 10 20 30 40 50 60 70 80
% d
e A
pli
ca
çã
o d
os
Re
cu
rso
s
Municípios
Situação dos Municípios - 2015
42
60,15%. Além disso, a média dos percentuais aplicados por todos os municípios
analisados foi de 82,97%.
Ademais, por meio do gráfico no alto, nota-se a presença de 4 municípios
abaixo do limite mínimo exigido, são eles, na seguinte ordem: Espírito Santo, com
56,74%; Arês, com 56,99%; Lajes, com 57,82% e; Areia Branca, com 59,53%.
Outro aspecto visualizado, é que 7 municípios gastaram mais de 100% dos
valores referentes ao Fundeb disponíveis para o exercício 2015, em despesas com a
remuneração dos professores. Tais municípios foram: Macaíba (102,01%); Angicos
(102,22%); Santana do Matos (107,28%); Afonso Bezerra (109,70%); Currais Novos
(110,89%); Lagoa Nova (116,49%) e; Pau dos Ferros (116,89%).
Por sua vez, o Gráfico 3, traz os percentuais de recursos do Fundeb aplicados
em 2016, quanto aos ordenados dos professores, isso pode ser visualizado a seguir:
Gráfico 3 – Percentuais aplicados pelos municípios em 2016
Fonte: Prestação de Contas Anual (PCA)
O Gráfico 3 possibilita a visualização dos percentuais do Fundeb aplicados
em 2016. Dessa forma, o percentual máximo encontrado foi de 116,63%, no
município de Parnamirim, enquanto o mínimo foi de 58,55%, em Lajes, o que
provocou uma amplitude de dados no total de 58,12%, bem próxima da ocorrida em
2015, com uma diferença de dois pontos percentuais. Ademais, a média dos
percentuais aplicados pelos municípios investigados foi de 86,58%,
aproximadamente quatro pontos percentuais acima do ocorrido em 2015.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
0 10 20 30 40 50 60 70 80
% d
e A
pli
ca
çã
o d
os
Re
cu
rso
s
Municípios
Situação dos Municípios - 2016
43
Além disso, através do gráfico 3, constata-se a existência de 3 municípios que
não cumpriram o limite mínimo imposto, são eles: Lajes (58,51%); Espírito Santo
(59,63%) e; Ipanguaçu (59,90%).
Vale frisar, que em 2016, um total de 10 municípios investiu mais de 100% da
quantia total do Fundeb somente na remuneração dos professores. Tais municípios
foram: Tibau do Sul (102,63%); Santana do Matos (103,56%); Currais Novos
(103,72%); Macaíba (104,91%); Umarizal (107,44%); Lagoa Nova (111,01%);
Afonso Bezerra (111,85%); Jardim do Seridó (112,63%); Extremoz (115,32%) e;
Parnamirim (116,63%).
Na seção seguinte, serão feitas as considerações acerca das informações
colhidas.
4.1.1 Inferências a respeito do percentual mínimo
Com base no evidenciado acima, de acordo com os dados da PCA, nota-se
que a grande maioria dos municípios da amostra atenderam ao mínimo de 60% de
aplicação do Fundeb na remuneração dos profissionais do magistério em 2015 e
2016, de acordo com a PCA, mais precisamente, 92% e 93% dos lugares
analisados, respectivamente. Porém, diferentemente do que ocorreu nos estudos de
Barbosa, T. L. A. (2011), nos municípios do estado da Paraíba, nem todas as
unidades municipais do Rio Grande do Norte atenderam ao percentual mínimo.
Além do exposto, 7 municípios em 2015 e 10 em 2016, ultrapassaram o total
dos recursos disponíveis do Fundeb, para cada exercício, com gastos exclusivos na
remuneração dos profissionais da educação básica, o que indica investimento de
outros recursos para esse fim. Mesmo porque, o percentual a maior não pode ser
em razão de despesas custeadas com o superávit financeiro do exercício anterior do
Fundeb ou de restos a pagar inscritos no exercício sem disponibilidade financeira de
recursos do mesmo fundo, pois, em ambos os casos, o valor seria deduzido do total
das despesas antes do cálculo do percentual aplicado.
Ademais, o quadro de Arês melhorou em 2016, se comparado a 2015,
passando a atender ao percentual mínimo exigido, investindo 65,54%, quase 10
pontos percentuais acima do ano anterior. Enquanto isso, Areia Branca, em 2015,
não cumpriu os 60%, e, em 2016, não enviou dados suficientes para a análise, o que
impossibilita fazer inferência a respeito de sua situação. Nesse meio tempo, Espírito
44
Santo e Lajes se mantiveram abaixo dos 60%. Por fim, Ipanguaçu, que em 2015
respeitava a exigência, não aplicou o percentual mínimo em 2016.
Em virtude de todo o exposto, é perceptível que em 2016 houve uma piora no
quadro de envio das informações ao TCE RN, com 4 abstenções a mais, se
comparado a 2015. Além disso, houve a diminuição da quantidade de municípios
que cumpriram a determinação do percentual mínimo para a mesma amostra,
caindo de 46 para 43 municípios cumpridores.
4.2 COMPARAÇÃO ENTRE PCA E SIOPE: RESULTADOS ALCANÇADOS
Inicialmente, é importante demonstrar, de maneira breve, como seriam os
resultados do estudo sobre o percentual mínimo caso a base de dados utilizada para
a análise fosse o SIOPE, não a PCA, que foi a fonte usada para a análise acima
realizada. Nesse caso, o quadro foi igual para os exercícios 2015 e 2016, onde 62
municípios respeitaram ao percentual de 60% e 4 não enviaram os dados. A partir
daí, já são notórias as diferenças com relação à PCA, que foi tratada no tópico
anterior.
Dando prosseguimento, os resultados da pesquisa, quanto a comparação
entre as informações prestadas ao Tribunal de Contas do RN, através da Prestação
de Contas Anual, e, as enviadas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação, por meio do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
Educação, são representados no Gráfico 4, a seguir:
Gráfico 4 – Resultados Gerais: Comparação entre PCA e SIOPE
Fontes: PCA e SIOPE
4340
19 21
4 5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2015 2016
Qu
an
tid
ad
e d
e M
un
icíp
ios
Resultados Comparativos - 2015 e 2016
NÃO Ausência de Dados para a Análise SIM
45
No ano de 2015, houve 47 observações, pois 19 dos municípios pesquisados
não enviaram dados suficientes para a análise comparativa. Desse total de
abstenções, Caraúbas não transmitiu as informações para nenhuma das fontes,
enquanto isso, dos restantes, 15 deixaram de passar os dados adequados para a
PCA e 3 para o SIOPE.
Como é possível observar no Gráfico 4, das observações conseguidas por
meio da amostra, no ano de 2015, apenas 4 municípios apresentaram os mesmos
resultados percentuais para as duas fontes da pesquisa, o que não ocorreu nos
outros 43 municípios investigados.
Por outro lado, no exercício 2016, ocorreram 45 observações, já que 21
municípios não transmitiram dados bastantes para a comparação. Desse total de
abstenções, 3 cidades não enviaram informações para ambas as fontes. Enquanto
isso, dos restantes, 17 deixaram de passar os dados adequados para a PCA e 1
para o SIOPE.
Continuando com as constatações a respeito do Gráfico 4, das observações
formadas através da amostra, no ano de 2016, apenas 5 municípios apresentaram
os mesmos resultados percentuais para as duas fontes utilizadas na pesquisa, o que
não aconteceu com os 40 municípios restantes, que demonstraram resultados
distintos.
Dando prosseguimento, para deixar as distinções entre os resultados mais
claras, foram criados os Gráficos 5 e 6, abaixo, que demonstram a comparação
entre os percentuais apresentados na PCA e SIOPE, para os mesmos municípios,
no período de 2015 e 2016, respectivamente.
É oportuno enfatizar, que foram colhidas as mesmas informações para a
formação de ambos os percentuais, são as seguintes: receitas de transferência de
recursos, complementação da união e rendimentos de aplicações financeiras do
Fundeb; despesas com a remuneração dos profissionais da educação básica da
educação infantil e do ensino fundamental; e deduções de restos a pagar não-
processados e despesas custeadas com o superávit financeiro do exercício anterior,
ambos do Fundeb.
Em seguida, consta o Gráfico 5, que demonstra o percentual por município no
SIOPE e na PCA em 2015:
46
Gráfico 5 – Comparação entre os percentuais da PCA e do SIOPE em 2015
Fontes: PCA e SIOPE
É visível, através do Gráfico 5 acima, que somente 4 municípios
apresentaram o mesmo resultado percentual na PCA e no SIOPE em 2015, foram
os seguintes: Jardim de Piranhas; Upanema; Serra do Mel e Rio do Fogo.
Além do mais, vale acrescentar, que algumas cidades tiveram valores
bastante aproximados, com diferenças percentuais inferiores a um ponto percentual,
isso é demonstrado no Quadro 2, a seguir:
Quadro 2 – Resultados aproximados (2015)
Município Percentual - PCA Percentual - SIOPE Diferença
São Paulo do Potengi 80,66% 80,65% 0,01%
Natal 95,08% 95,09% 0,01%
Parelhas 97,06% 96,73% 0,33%
Assu 79,08% 78,74% 0,34%
Apodi 96,55% 97,24% 0,69% Fonte: Dados da Pesquisa
Como é possível notar, os municípios de Natal, Assu, Apodi, Parelhas e São
Paulo do Potengi apresentaram valores percentuais semelhantes entre as fontes
estudadas.
Por outro lado, também, ocorreram diferenças percentuais elevadas. As mais
alarmantes constam no Quadro 3, abaixo, que demonstra as dessemelhanças
superiores a 30%:
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
% d
e A
pli
ca
çã
o
Municípios
PCA vs. SIOPE - 2015
Percentual - PCA Percentual - SIOPE Idêntico
47
Quadro 3 – Resultados discrepantes mais acentuados (2015)
Município Percentual - PCA Percentual - SIOPE Diferença
Pau dos Ferros 116,89% 60,25% 56,63%
Angicos 102,22% 61,74% 40,48%
Areia Branca 59,53% 100,00% 40,47%
Lagoa Nova 116,49% 76,34% 40,16%
Tibau do Sul 97,31% 62,35% 34,96% Fonte: Dados da pesquisa
É demonstrado acima que as cidades de Pau dos Ferros, Areia Branca,
Lagoa nova, Angicos e Tibau do Sul apresentam valores inconsistentes em
patamares elevados em 2015.
Adiante, iremos analisar os resultados da comparação das cidades em 2016,
por intermédio do Gráfico 6, a seguir:
Gráfico 6 – Comparação entre os percentuais da PCA e do SIOPE em 2016
Fontes: PCA e SIOPE
Como é possível visualizar, por meio do Gráfico 6 acima, apenas 5 municípios
demonstraram resultados percentuais iguais na PCA e no SIOPE em 2016, foram os
seguintes: Natal; Touros; São Miguel; Jardim de Piranhas e Upanema.
Em 2016, somente duas cidades, Mossoró e Tangará, apresentaram
percentuais de distinção inferiores a um ponto percentual, isso é demonstrado no
Quadro 4, a seguir:
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
% d
e A
pli
ca
çã
o
Municípios
PCA vs. SIOPE - 2016
Percentual - PCA Percentual - SIOPE Idêntico
48
Quadro 4 – Resultados aproximados (2016)
Município Percentual - PCA Percentual - SIOPE Diferença
31 - Tangará 70,58% 70,66% 0,09%
02 - Mossoró 93,06% 93,49% 0,44% Fonte: Dados da Pesquisa
Finalmente, aconteceram desigualdades superiores ao percentual de 30%. O
Quadro 5, abaixo, demonstra esse fato:
Quadro 5– Resultados discrepantes mais acentuados (2016)
Município Percentual - PCA Percentual - SIOPE Diferença
Extremoz 115,32% 60,70% 54,62%
Afonso Bezerra 111,85% 60,00% 51,85%
Parnamirim 116,63% 74,78% 41,85%
Caicó 99,30% 60,03% 39,27%
Angicos 99,57% 61,91% 37,66%
Alexandria 99,20% 62,88% 36,32%
Lagoa Nova 111,01% 75,00% 36,01%
Acari 92,16% 60,72% 31,44%
Umarizal 107,44% 76,99% 30,45% Fonte: Dados da Pesquisa
De acordo com os dados acima, as cidades de Extremoz, Afonso Bezerra,
Parnamirim, Caicó, Angicos, Alexandria, Lagoa Nova, Acari e Umarizal apresentam
valores inconsistentes em patamares elevados em 2016 na comparação entre PCA
e SIOPE.
Outro aspecto interessante, percebido na coleta de dados foi o fato dos
valores das receitas, de maneira geral, serem correspondentes nas fontes
analisadas. Em 2015, 33 municípios da amostra, que correspondem a 70% do total
analisado, apresentaram receitas iguais no SIOPE e na PCA. Da mesma maneira,
em 2016, 33 cidades demonstraram o mesmo valor de receita para as duas bases
de dados, isso equivale a 73% da amostra do período. Essa proximidade entre os
valores das receitas demonstra que o maior problema dos municípios está em
demonstrar o que de fato foi gasto na remuneração dos docentes.
No próximo ponto, serão feitas as ponderações a respeito dos dados
coletados.
49
4.2.1 Inferências sobre a comparação entre PCA e SIOPE
De acordo com o demonstrado acima, quanto às informações colhidas na
Prestação de Contas Anual e no Sistema de Informações sobre Orçamentos
Públicos em Educação, nota-se que a grande maioria das cidades analisadas na
amostra demonstrou resultados percentuais diferentes de aplicação dos recursos do
Fundeb nos proventos dos docentes da educação básica, ou seja, não há
correspondência entre os dados. Para demonstrar em números, nos anos 2015 e
2016, respectivamente, 91% e 89% dos lugares analisados não apresentou valores
percentuais iguais na PCA e no SIOPE.
Além do mais, de acordo com os dados descritos no ponto anterior, é notável
que o número de abstenções é superior na PCA, em ambos os exercícios
estudados. Isso ocorreu, provavelmente, em razão da documentação mais robusta
exigida pela Prestação de Contas Anual, já que no SIOPE o preenchimento é feito
diretamente pelos administradores do fundo.
Além disso, Jardim de Piranhas e Upanema demonstraram percentuais iguais
nas duas bases de dados e em ambos os anos analisados. Além desses municípios,
Natal, apresentou resultado igual em 2016 e em 2015 ficou com uma diferença de
valores de 0,01%. Dessa maneira, os municípios citados tiveram os melhores
resultados gerais da presente análise.
Ademais, ocorreram percentuais de diferença bastante elevados, como
ocorreu nas cidades de Pau dos Ferros, Areia Branca, Lagoa nova, Angicos e Tibau
do Sul, em 2015, e, nos municípios de Extremoz, Afonso Bezerra, Parnamirim,
Caicó, Angicos, Alexandria, Lagoa Nova, Acari e Umarizal, no ano 2016, fora os
demais casos de valores diferentes não citados de maneira específica. Essa
situação acarreta em incerteza sobre o os fatos publicados, não há como saber qual
das fontes, ou se alguma delas, possui dados que condizem com a realidade de
gasto na remuneração do pessoal da educação básica dos municípios, nem que
seja de maneira aproximada.
Os fatos narrados trazem insegurança quanto à veracidade das informações
transmitidas. Essa situação não é razoável, pois a Contabilidade é uma ciência que
registra fatos e deve ser fiel a realidade da transação que busca representar. Mesmo
porque, como afirmou Oliveira Neto (2015), as boas práticas contábeis são
fundamentais para a confiabilidade do Fundeb, enquanto política pública e fundo
50
contábil. Por essa razão, informações divergentes sobre idêntico fato no mesmo
período indicam a existência de dados inverídicos, em uma ou ambas as fontes do
caso em estudo.
Dessa forma, a divulgação de dados diferentes a respeito de aplicações e
origem de recursos do Fundeb é uma situação que traz insegurança quanto a
veracidade do informado para a população. Mesmo porque, ele é um fundo
composto exclusivamente de verbas públicas e, por natureza, seus gestores têm o
dever principiológico constitucional de publicidade, porém, publicar informações
inconsistentes não atende a esse princípio.
Diante disso, o controle social é uma possível maneira de atenuar a
ocorrência de inconsistências na transmissão das informações do Fundeb e
mecanismo fundamental de fiscalização. Em virtude de a sociedade interessada ter
maior capacidade de acompanhar de perto como os recursos do Fundeb são
investidos e verificar se a atuação dos responsáveis pela implementação do fundo
está de acordo com o preceituado legal e constitucionalmente.
51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou a análise de como foi
realizada a aplicação do percentual mínimo obrigatório de 60% destinado a
remuneração dos professores da educação básica, nos exercícios 2015 e 2016, do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais de Educação, nos municípios do RN. O Fundeb é um fundo
contábil utilizado para garantir a melhor distribuição das receitas direcionadas a
educação entre os entes federados e utiliza como parâmetro para seu cálculo a
quantidade de alunos matriculados.
Além disso, foram investigados os resultados percentuais do Fundeb em duas
fontes, a Prestação de Contas Anual e o Sistema de Informações sobre Orçamentos
Públicos em Educação, com o fim de comparar as informações transmitidas, a
ambas, pelos gestores responsáveis, e verificar se são compatíveis entre si.
De um modo geral, os municípios analisados, em sua grande maioria,
atenderam ao disposto legal e constitucionalmente, aplicando o mínimo de 60% dos
valores do Fundeb nos proventos dos educadores do ensino básico no Rio Grande
do Norte nos anos 2015 e 2016, respectivamente, 92% e 93% estão em
conformidade. Porém, ao comparar os dados da PCA com os do SIOPE, percebeu-
se que a maior parte das cidades do RN, contidas na amostra, não divulga as
mesmas informações nas bases de dados estudadas nos exercícios analisados,
com divergências no patamar geral de 91% em 2015 e 89% em 2016 do total das
amostras.
Vale acrescentar, que o estudo aconteceu, inicialmente, com a consulta a
legislação vigente a respeito do tema, por meio disso foram definidos os critérios a
serem investigados. Logo após, procedeu-se a coletada de informações quanto aos
valores das receitas do Fundeb disponíveis, bem como, quanto desse total foi
despendido pelos prefeitos nos proventos dos docentes da educação básica, em
cada município analisado. Posteriormente, com os dados colhidos, foi feito o cálculo
individual dos percentuais e verificado se o mínimo de 60% dos recursos do Fundeb
foi investido na remuneração de profissionais do magistério. Finalmente, ocorreu a
análise comparativa quanto a fidedignidade das informações prestadas pelos
municípios do Rio Grande do Norte, por meio de fontes de informações oficiais, PCA
52
e SIOPE. Diante disso, os objetivos propostos na introdução foram de fato
alcançados.
Além do exposto, o desenrolar da pesquisa se deu, precipuamente, por meio
da elaboração de planilha de dados individual, para cada município analisado, de
acordo com o modelo apresentado no Apêndice A, juntado ao final do trabalho. Em
seguida, todas as informações coletadas nas planilhas individuais foram compiladas
e separadas consoante a fonte utilizada. No caso da PCA, na forma do Apêndice A.
quanto aos dados do SIOPE, conforme o Apêndice B, ambos também foram
acrescentados ao término do estudo.
Ademais, dada à importância do assunto, faz-se necessária a continua
atualização dessa análise com o fim de averiguar a evolução do tratamento dos
recursos do Fundeb destinados a remuneração dos professores nos municípios do
Rio Grande do Norte, quanto ao percentual mínimo e a transmissão das informações
pertinentes ao tema pelos gestores municipais. Por fim, é oportuno enfatizar, que a
intenção inicial da pesquisa era analisar, além dos anos 2015 e 2016, o exercício
2017, porém, os dados ainda não estavam disponíveis no período da observação.
Tendo em vista os aspectos observados no decorrer do estudo, a maioria das
cidades do RN destinam ao menos 60% dos recursos do Fundeb aos vencimentos
dos profissionais do magistério, mas, em geral, não transmitem as informações
pertinentes ao assunto de maneira uniforme. Tal situação, deixa as seguintes
perguntas em aberto: Como, com a utilização dos mesmos dados e igual
metodologia de cálculo, chega-se a resultados diferentes? É possível que os
resultados divergentes sejam em razão do caráter punitivo da Prestação de Contas
Anual? Essa característica tornaria a PCA mais fidedigna que o SIOPE, em razão do
sistema ser uma fonte informativa para a sociedade, sem repercussão coercitiva?
Em razão de todo exposto, é possível concluir que, só por haver os
questionamentos acima levantados, os municípios estudados, em sua maioria, não
atingem o nível adequado de transparência e fidedignidade nas informações
prestadas respeito do Fundeb e, portanto, não seguem os padrões e normas
contábeis que, prioritariamente, devem ser observados por todos os gestores. Diante
disso, deve existir uma fiscalização mais incisiva por parte da sociedade e dos
órgãos de controle, CACS, Tribunal de Contas e Ministério Público, com o fim de
prevenir e corrigir as possíveis falhas existentes na aplicação dos recursos do Fundo
53
em estudo, mesmo porque, ele é apenas uma parte de um todo, que são as verbas
públicas destinadas a educação.
54
REFERÊNCIAS
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58
APÊNDICE A – MODELO DE PLANILHA DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados individual dos municípios foi feita por ano e ocorreu por
meio da planilha exemplificativa abaixo:
RECEITAS DO FUNDEB PCA SIOPE
1. RECEITAS RECEBIDAS DO FUNDEB
1.1. Transferência de Recursos do Fundeb
1.2. Complementação da União ao Fundeb
1.3. Rendimentos de aplicações financeiras do Fundeb
DESPESAS DO FUNDEB
2. PAGAMENTO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO
2.1. Com Educação Infantil
2.2. Com Ensino Fundamental
3. DEDUÇÕES
3.1. Restos a pagar não-processados
3.2. Despesas Custeadas com o Superávit Financeiro do Exercício Anterior
4. VALOR LÍQUIDO PAGO AOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO
5. PERCENTUAL APLICADO NA REMUNERAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO
59
APÊNDICE B – PLANILHA RESUMO DOS DADOS COLETADOS (PCA) (Valores em milhares de reais-R$)
Município Ano Receita Despesa Deduções Valor Líq. Percentual
Natal 2015 162.067 155.093 996 154.096 95,08%
Mossoró 2015 65.796 63.740 0 63.740 96,87%
Parnamirim 2015 81.376 67.980 0 67.980 83,54%
São Gonçalo do Amarante 2015 39.676 26.463 0 26.463 66,70%
Macaíba 2015 29.461 30.052 0 30.052 102,01%
Ceará-Mirim 2015 38.905 28.831 0 28.831 74,11%
Caicó 2015 18.562 17.604 587 17.017 91,68%
Assu 2015 18.638 14.739 0 14.739 79,08%
Currais Novos 2015 16.652 18.465 0 18.465 110,89%
São José do Mipibu 2015 22.967 20.767 0 20.767 90,42%
Santa Cruz 2015 10.595 9.503 0 9.503 89,69%
Nova Cruz 2015 16.579 0 0 0 0,00%
Apodi 2015 10.478 10.117 0 10.117 96,55%
João Câmara 2015 0 0 0 0 0,00%
Touros 2015 0 0 0 0 0,00%
Canguaretama 2015 0 0 0 0 0,00%
Macau 2015 0 0 0 0 0,00%
Pau dos Ferros 2015 6.217 7.267 0 7.267 116,89%
Areia Branca 2015 11.592 6.901 0 6.901 59,53%
Extremoz 2015 14.833 13.079 0 13.079 88,17%
Baraúna 2015 0 0 0 0 0,00%
Nísia Floresta 2015 15.171 11.292 0 11.292 74,43%
Goianinha 2015 20.804 15.722 0 15.722 75,57%
Santo Antônio 2015 11.306 7.280 0 7.280 64,38%
São Miguel 2015 14.308 12.600 0 12.600 88,07%
Monte Alegre 2015 0 0 0 0 0,00%
Parelhas 2015 7.171 6.961 0 6.961 97,06%
Caraúbas 2015 0 0 0 0 0,00%
Jucurutu 2015 8.515 5.946 0 5.946 69,83%
São Paulo do Potengi 2015 8.552 6.897 0 6.897 80,66%
Tangará 2015 7.977 6.712 91 6.621 83,00%
Pedro Velho 2015 9.114 7.702 581 7.121 78,14%
Lagoa Nova 2015 9.961 11.604 0 11.604 116,49%
Poço Branco 2015 7.176 0 0 0 0,00%
Ipanguaçu 2015 7.994 5.176 0 5.176 64,75%
Santana do Matos 2015 5.966 6.401 0 6.401 107,28%
Jardim de Piranhas 2015 7.355 5.530 0 5.530 75,19%
Alexandria 2015 0 0 0 0 0,00%
Pendências 2015 7.044 5.925 0 5.925 84,12%
Upanema 2015 5.212 4.100 0 4.100 78,67%
Arês 2015 8.880 5.060 0 5.060 56,99%
60
Guamaré 2015 11.651 9.552 0 9.552 81,99%
Gov. DixSept Rosado 2015 6.212 0 0 0 0,00%
São José do Campestre 2015 7.975 5.227 0 5.227 65,55%
Alto do Rodrigues 2015 7.957 6.785 0 6.785 85,27%
Ielmo Marinho 2015 9.164 6.742 0 6.742 73,56%
Jardim do Seridó 2015 4.288 4.168 117 4.051 94,47%
Patu 2015 4.504 0 0 0 0,00%
Taipu 2015 6.872 4.310 0 4.310 62,71%
Brejinho 2015 6.225 4.513 0 4.513 72,50%
Angicos 2015 3.524 3.602 0 3.602 102,22%
Montanhas 2015 6.963 5.585 0 5.585 80,21%
Tibau do Sul 2015 8.328 8.104 0 8.104 97,31%
Passa e Fica 2015 8.039 0 0 0 0,00%
Acari 2015 4.620 0 0 0 0,00%
Cerro Corá 2015 7.773 5.987 0 5.987 77,02%
Afonso Bezerra 2015 4.896 5.371 0 5.371 109,70%
São Tomé 2015 6.887 6.193 209 5.985 86,90%
Vera Cruz 2015 7.266 0 0 0 0,00%
Umarizal 2015 4.362 3.247 0 3.247 74,44%
Espírito Santo 2015 3.781 2.145 0 2.145 56,74%
Maxaranguape 2015 9.704 0 0 0 0,00%
Lajes 2015 5.397 3.120 0 3.120 57,82%
Serra do Mel 2015 6.303 5.474 0 5.474 86,84%
Campo Redondo 2015 7.041 5.058 0 5.058 71,84%
Rio do Fogo 2015 10.122 7.666 0 7.666 75,74%
Natal 2016 177.915 175.389 0 175.389 98,58%
Mossoró 2016 70.719 66.800 991 65.809 93,06%
Parnamirim 2016 79.875 93.159 0 93.159 116,63%
São Gonçalo do Amarante 2016 41.145 0 0 0 0,00%
Macaíba 2016 30.400 31.894 0 31.894 104,91%
Ceará-Mirim 2016 39.583 29.592 0 29.592 74,76%
Caicó 2016 18.545 18.851 435 18.415 99,30%
Assu 2016 18.678 12.620 0 12.620 67,57%
Currais Novos 2016 15.770 16.368 11 16.357 103,72%
São José do Mipibu 2016 24.850 20.907 0 20.907 84,14%
Santa Cruz 2016 11.240 9.926 0 9.926 88,31%
Nova Cruz 2016 0 0 0 0 0,00%
Apodi 2016 0 0 0 0 0,00%
João Câmara 2016 0 0 0 0 0,00%
Touros 2016 20.863 14.901 0 14.901 71,42%
Canguaretama 2016 0 0 0 0 0,00%
Macau 2016 0 0 0 0 0,00%
Pau dos Ferros 2016 6.444 0 0 0 0,00%
Areia Branca 2016 0 0 0 0 0,00%
Extremoz 2016 14.653 16.897 0 16.897 115,32%
Baraúna 2016 0 0 0 0 0,00%
61
Nísia Floresta 2016 16.683 12.377 0 12.377 74,19%
Goianinha 2016 21.295 15.663 0 15.663 73,55%
Santo Antônio 2016 11.192 7.354 0 7.354 65,71%
São Miguel 2016 13.673 13.506 0 13.506 98,78%
Monte Alegre 2016 13.524 11.312 0 11.312 83,64%
Parelhas 2016 7.405 0 0 0 0,00%
Caraúbas 2016 0 0 0 0 0,00%
Jucurutu 2016 0 0 0 0 0,00%
São Paulo do Potengi 2016 8.483 7.642 0 7.642 90,09%
Tangará 2016 8.594 6.065 0 6.065 70,58%
Pedro Velho 2016 9.755 8.833 0 8.833 90,55%
Lagoa Nova 2016 10.236 11.362 0 11.362 111,01%
Poço Branco 2016 8.821 0 0 0 0,00%
Ipanguaçu 2016 9.123 5.465 0 5.465 59,90%
Santana do Matos 2016 6.277 6.501 0 6.501 103,56%
Jardim de Piranhas 2016 7.520 5.854 0 5.854 77,84%
Alexandria 2016 6.338 6.287 0 6.287 99,20%
Pendências 2016 0 0 0 0 0,00%
Upanema 2016 5.483 4.284 0 4.284 78,13%
Arês 2016 8.823 5.782 0 5.782 65,54%
Guamaré 2016 12.215 9.582 0 9.582 78,45%
Gov. DixSept Rosado 2016 6.221 0 0 0 0,00%
São José do Campestre 2016 0 0 0 0 0,00%
Alto do Rodrigues 2016 0 0 0 0 0,00%
Ielmo Marinho 2016 9.220 7.358 0 7.358 79,80%
Jardim do Seridó 2016 4.005 4.505 0 4.505 112,47%
Patu 2016 4.571 3.948 0 3.948 86,37%
Taipu 2016 7.143 5.204 0 5.204 72,85%
Brejinho 2016 6.002 4.775 0 4.775 79,55%
Angicos 2016 3.926 3.909 0 3.909 99,57%
Montanhas 2016 7.709 5.653 0 5.653 73,34%
Tibau do Sul 2016 8.451 8.674 0 8.674 102,63%
Passa e Fica 2016 7.802 0 0 0 0,00%
Acari 2016 4.685 4.317 0 4.317 92,16%
Cerro Corá 2016 8.103 0 0 0 0,00%
Afonso Bezerra 2016 5.056 5.655 0 5.655 111,85%
São Tomé 2016 6.556 5.695 0 5.695 86,87%
Vera Cruz 2016 7.191 5.332 0 5.332 74,15%
Umarizal 2016 3.753 4.033 0 4.033 107,44%
Espírito Santo 2016 3.744 2.233 0 2.233 59,63%
Maxaranguape 2016 8.944 0 0 0 0,00%
Lajes 2016 5.986 3.502 0 3.502 58,51%
Serra do Mel 2016 6.274 6.063 0 6.063 96,64%
Campo Redondo 2016 7.676 5.436 0 5.436 70,81%
Rio do Fogo 2016 9.751 7.783 0 7.783 79,82%
62
APÊNDICE C – PLANILHA RESUMO DOS DADOS COLETADOS (SIOPE) (Valores em milhares de reais-R$)
Município Ano Receita Despesa Deduções Valor Líq. Percentual
Natal 2015 162.057 155.093 996 154.096 95,09%
Mossoró 2015 65.796 60.077 0 60.077 91,31%
Parnamirim 2015 80.310 68.084 0 68.084 84,78%
São Gonçalo do Amarante 2015 39.676 33.557 0 33.557 84,58%
Macaíba 2015 29.461 23.493 0 23.493 79,74%
Ceará-Mirim 2015 41.987 30.651 0 30.651 73,00%
Caicó 2015 18.562 12.426 587 11.838 63,78%
Assu 2015 18.638 14.676 0 14.676 78,74%
Currais Novos 2015 26.091 25.352 0 25.352 97,16%
São José do Mipibu 2015 23.041 18.211 0 18.211 79,04%
Santa Cruz 2015 10.595 6.557 0 6.557 61,89%
Nova Cruz 2015 16.579 12.477 0 12.477 75,26%
Apodi 2015 10.404 10.117 0 10.117 97,24%
João Câmara 2015 17.837 15.172 0 15.172 85,06%
Touros 2015 20.800 16.083 0 16.083 77,32%
Canguaretama 2015 20.829 14.064 0 14.064 67,52%
Macau 2015 10.973 14.242 3.454 10.789 98,32%
Pau dos Ferros 2015 6.706 4.041 0 4.041 60,25%
Areia Branca 2015 11.592 11.592 0 11.592 100,00%
Extremoz 2015 14.801 9.092 0 9.092 61,43%
Baraúna 2015 15.707 16.004 454 15.550 99,00%
Nísia Floresta 2015 15.171 10.012 0 10.012 65,99%
Goianinha 2015 20.804 14.040 0 14.040 67,49%
Santo Antônio 2015 11.306 6.945 0 6.945 61,42%
São Miguel 2015 14.308 12.140 308 11.832 82,70%
Monte Alegre 2015 15.075 10.828 0 10.828 71,83%
Parelhas 2015 7.171 6.937 0 6.937 96,73%
Caraúbas 2015 0 0 0 0 0,00%
Jucurutu 2015 8.515 6.534 0 6.534 76,74%
São Paulo do Potengi 2015 8.512 6.865 0 6.865 80,65%
Tangará 2015 7.977 6.545 91 6.454 80,91%
Pedro Velho 2015 9.114 6.825 581 6.245 68,52%
Lagoa Nova 2015 9.961 7.604 0 7.604 76,34%
Poço Branco 2015 7.176 5.150 0 5.150 71,77%
Ipanguaçu 2015 7.994 4.990 0 4.990 62,42%
Santana do Matos 2015 5.959 5.959 0 5.959 100,00%
Jardim de Piranhas 2015 7.355 5.530 0 5.530 75,19%
Alexandria 2015 6.984 4.377 0 4.377 62,68%
Pendências 2015 7.044 4.722 0 4.722 67,04%
Upanema 2015 5.212 4.100 0 4.100 78,67%
Arês 2015 0 0 0 0 0,00%
63
Guamaré 2015 11.651 6.990 0 6.990 60,00%
Gov. DixSept Rosado 2015 6.187 5.123 0 5.123 82,81%
São José do Campestre 2015 0 0 0 0 0,00%
Alto do Rodrigues 2015 0 0 0 0 0,00%
Ielmo Marinho 2015 9.142 7.230 0 7.230 79,08%
Jardim do Seridó 2015 4.303 4.046 117 3.929 91,31%
Patu 2015 4.504 3.794 0 3.794 84,24%
Taipu 2015 6.853 5.405 0 5.405 78,87%
Brejinho 2015 6.209 4.419 0 4.419 71,17%
Angicos 2015 3.524 2.176 0 2.176 61,74%
Montanhas 2015 6.963 4.337 0 4.337 62,29%
Tibau do Sul 2015 8.328 5.192 0 5.192 62,35%
Passae Fica 2015 7.917 5.695 0 5.695 71,94%
Acari 2015 4.620 3.203 40 3.162 68,45%
Cerro Corá 2015 8.165 5.282 0 5.282 64,69%
Afonso Bezerra 2015 4.896 4.670 0 4.670 95,38%
São Tomé 2015 6.887 5.332 209 5.123 74,39%
Vera Cruz 2015 7.245 5.893 0 5.893 81,33%
Umarizal 2015 4.351 4.237 0 4.237 97,38%
Espírito Santo 2015 3.848 2.536 0 2.536 65,90%
Maxaranguape 2015 9.669 6.078 0 6.078 62,87%
Lajes 2015 5.397 3.435 0 3.435 63,64%
Serra do Mel 2015 6.303 5.474 0 5.474 86,84%
Campo Redondo 2015 7.041 5.252 0 5.252 74,60%
Rio do Fogo 2015 10.122 7.666 0 7.666 75,74%
Natal 2016 177.915 175.389 0 175.389 98,58%
Mossoró 2016 70.762 67.150 991 66.159 93,49%
Parnamirim 2016 79.714 59.614 0 59.614 74,78%
São Gonçalo do Amarante 2016 41.145 36.761 0 36.761 89,34%
Macaíba 2016 30.400 24.473 0 24.473 80,50%
Ceará-Mirim 2016 39.583 34.454 0 34.454 87,04%
Caicó 2016 18.545 11.515 382 11.133 60,03%
Assu 2016 18.678 13.874 0 13.874 74,28%
Currais Novos 2016 15.797 15.797 11 15.786 99,93%
São José do Mipibu 2016 24.850 19.438 0 19.438 78,22%
Santa Cruz 2016 11.240 8.850 0 8.850 78,73%
Nova Cruz 2016 17.526 10.803 0 10.803 61,64%
Apodi 2016 10.731 10.215 0 10.215 95,20%
João Câmara 2016 16.485 12.732 0 12.732 77,23%
Touros 2016 20.863 14.901 0 14.901 71,42%
Canguaretama 2016 20.424 16.563 0 16.563 81,09%
Macau 2016 10.531 7.152 0 7.152 67,91%
Pau dos Ferros 2016 6.434 4.009 0 4.009 62,31%
Areia Branca 2016 0 0 0 0 0,00%
Extremoz 2016 14.613 8.870 0 8.870 60,70%
Baraúna 2016 15.042 14.685 0 14.685 97,63%
64
Nísia Floresta 2016 16.683 10.079 0 10.079 60,41%
Goianinha 2016 21.295 17.609 0 17.609 82,69%
Santo Antônio 2016 11.192 7.613 0 7.613 68,02%
São Miguel 2016 13.673 13.506 0 13.506 98,78%
Monte Alegre 2016 13.538 9.881 0 9.881 72,99%
Parelhas 2016 7.405 7.640 426 7.214 97,42%
Caraúbas 2016 10.393 8.305 0 8.305 79,91%
Jucurutu 2016 8.639 7.001 0 7.001 81,04%
São Paulo do Potengi 2016 8.483 6.196 0 6.196 73,03%
Tangará 2016 8.582 6.065 0 6.065 70,66%
Pedro Velho 2016 9.755 7.041 0 7.041 72,17%
Lagoa Nova 2016 10.236 7.677 0 7.677 75,00%
Poço Branco 2016 8.778 6.983 0 6.983 79,55%
Ipanguaçu 2016 9.120 5.853 0 5.853 64,18%
Santana do Matos 2016 6.290 6.277 0 6.277 99,78%
Jardim de Piranhas 2016 7.520 5.854 0 5.854 77,84%
Alexandria 2016 6.338 3.985 0 3.985 62,88%
Pendências 2016 7.235 5.303 0 5.303 73,29%
Upanema 2016 5.483 4.284 0 4.284 78,13%
Arês 2016 0 0 0 0 0,00%
Guamaré 2016 12.215 7.329 0 7.329 60,00%
Gov. DixSept Rosado 2016 6.221 5.009 0 5.009 80,51%
São José do Campestre 2016 0 0 0 0 0,00%
Alto do Rodrigues 2016 0 0 0 0 0,00%
Ielmo Marinho 2016 9.220 7.037 0 7.037 76,33%
Jardim do Seridó 2016 4.005 3.958 0 3.958 98,82%
Patu 2016 4.571 3.350 0 3.350 73,29%
Taipu 2016 7.136 6.034 0 6.034 84,55%
Brejinho 2016 5.989 5.959 0 5.959 99,49%
Angicos 2016 3.862 2.391 0 2.391 61,91%
Montanhas 2016 7.709 4.730 0 4.730 61,36%
Tibau do Sul 2016 8.451 6.577 0 6.577 77,83%
Passae Fica 2016 7.734 4.683 0 4.683 60,55%
Acari 2016 4.685 2.844 0 2.844 60,72%
Cerro Corá 2016 7.789 6.206 0 6.206 79,67%
Afonso Bezerra 2016 5.056 3.033 0 3.033 60,00%
São Tomé 2016 6.556 4.403 0 4.403 67,16%
Vera Cruz 2016 7.191 4.581 0 4.581 63,71%
Umarizal 2016 3.753 2.890 0 2.890 76,99%
Espírito Santo 2016 3.744 2.307 0 2.307 61,61%
Maxaranguape 2016 8.944 6.232 0 6.232 69,68%
Lajes 2016 5.986 3.949 0 3.949 65,97%
Serra do Mel 2016 6.274 5.218 0 5.218 83,17%
Campo Redondo 2016 7.676 6.367 0 6.367 82,95%
Rio do Fogo 2016 9.751 9.477 0 9.477 97,18%