UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
CONTRIBUIÇÕES DO PNAIC NA PRÁTICA DOS PROFESSORES DA ESCOLA
MUNICIPAL RAIMUNDO NONATO DA SILVA - PATU/RN
ADRIANA OLIVEIRA DUTRA
CARAÚBAS-RN
2016
ADRIANA OLIVEIRA DUTRA
CONTRIBUIÇÕES DO PNAIC NA PRÁTICA DOS PROFESSORES DA ESCOLA
MUNICIPAL RAIMUNDO NONATO DA SILVA - PATU/RN
Artigo Científico apresentado ao
Curso de Pedagogia, na modalidade à
distância, do Centro de Educação, da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como requisito parcial para obtenção
do título de Licenciatura em Pedagogia, sob
a orientação da professora Mes. Maria Iêda
da Silva.
CARAÚBAS-RN
2016
CONTRIBUIÇÕES DO PNAIC NA PRÁTICA DOS PROFESSORES DA ESCOLA
MUNICIPAL RAIMUNDO NONATO DA SILVA - PATU/RN
Por
ADRIANA OLIVEIRA DUTRA
Artigo Científico apresentado ao
Curso de Pedagogia, na modalidade à
distância, do Centro de Educação, da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como requisito parcial para obtenção
do título de Licenciatura em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Ma. Maria Iêda da Silva (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
Ma. Maria Francilene Câmara
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Ma. Francisca Francione Vieira de Brito
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte
CONTRIBUIÇÕES DO PNAIC NA PRÁTICA DOS PROFESSORES DA ESCOLA
MUNICIPAL RAIMUNDO NONATO DA SILVA - PATU/RN
Adriana Oliveira Dutra- UFRN
Orientadora Maria Iêda da Silva-UFRN
RESUMO: Este trabalho faz uma análise das contribuições que o Programa Pacto Nacional
pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) proporcionou aos professores da Escola
Municipal Raimundo Nonato da Silva, no município de Patu/RN. A pesquisa visa
compreender se de fato houve mudança positiva na prática dos professores e teve como
base de fundamentação teórica os aportes teóricos de Barbosa (2007), Martins (2004),
Zabala (1998) e Brasil (2003). A metodologia utilizada foi à pesquisa de campo, com coleta
de dados a partir de questionários e análises embasadas em pesquisa bibliográfica. Os
resultados foram positivos, apontando respostas unânimes no quesito de contribuições,
transformação e qualidade da prática, tendo como comprovação os números de IDEB
(Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da escola que subiu de 2.8 em 2011 para
4.0 em 2013, ano no qual foi adaptada a proposta do Pacto.
PALAVRAS-CHAVE: PNAIC; Contribuições; Professor.
ABSTRACT: This work is an analysis of the contributions that the National Pact
Programme for Literacy in Certain Age (PNAIC) provided to teachers of the School
Raimundo Nonato da Silva, in the city of Patu/RN. The research aims to understand if
indeed there was a positive change in the practice of teachers and had the theoretical
foundation of basic theoretical contributions of Barbosa (2007), Martins (2004), Zabala
(1998) and Brazil (2003). The methodology used was the field research with data collection
from questionnaires and informed analysis in literature. The results were positive, pointing
responses unanimous in the question of contributions, transformation and quality of
practice, having as proof the numbers of IDEB (Education Development Index Basic)
school which rose from 2.8 in 2011 to 4.0 in 2013, the year in which the proposed Pact was
adapted.
KEYWORDS: PNAIC; Contributions; Teacher.
5
INTRODUÇÃO
Neste trabalho, refletimos sobre a proposta do PNAIC – Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa, programa que busca aperfeiçoar a prática dos profissionais da
educação, com intuito de alfabetizar crianças entre seis e oito anos de idade, na perspectiva
do letramento. Em 2012, surgiu essa iniciativa do Governo Federal, o qual estava
preocupado com o grande índice de fracasso escolar, onde os estados e munícipios se
uniram em prol da alfabetização. Após a aprovação da Lei 11.274/2006, em 06 de fevereiro
do ano de 2006, o Ensino Fundamental passa a ser de nove anos e o Pacto instituiu os três
primeiros anos (1º a 3ºano) dedicados ao processo de alfabetização e para isso deu-se o
nome de ciclo, onde as crianças têm oportunidades de se desenvolver sem o medo da
“reprovação” e uma das prioridades é trabalhar embasado nos direitos de aprendizagem das
crianças e construir uma relação de compromisso com o fazer pedagógico.
Nesse sentido, pretende-se apresentar o ponto de vista dos professores do município
de Patu, os quais participaram da formação presencial, tendo orientadores capacitados, que
a cada encontro promovia discussões, indagações sobre o currículo, momento de estudo
teórico e ao mesmo tempo vivencias práticas, que contribuiriam para levar propostas
inovadoras para sala de aula. Assim, ao final dos 3º ano do ensino fundamental é esperado
que os alunos sintam-se preparados para o 2º ciclo (4º e 5ºano) e séries seguintes, daí
buscarmos verificar se de fato houve contribuições e quais mudanças ocorreram na prática.
Diante da importância do programa, o referido trabalho possibilita compreendermos
de inicio o que é o PNAIC, como surgiu e por qual motivo foi criado. A partir daí,
buscamos compreender melhor as contribuições, o que mudou, se a metodologia utilizada
surtiu bons resultados. Por meio da pesquisa de campo, envolvendo relatos de professores
da E. M. Raimundo Nonato da Silva, pais de alunos e coordenação pedagógica, analisamos
as respostas a fim de verificarmos se o PNAIC contribuiu de forma satisfatória para
inovação nos processo de alfabetização e letramento e como era a rotina do professor antes
do PNAIC e após a capacitação.
O Procedimento metodológico utilizado foi à aplicação de um questionário com o
objetivo de aprofundar uma visão ampla e crítica com relação ao programa, buscando
averiguar, através das estratégias de pesquisa, todo o processo de desafios e conquistas que
permitiu mudanças e a consequente melhoria na qualidade do ensino. Embasamos as
análises do estudo nas ideias de teóricos, dando ênfase aos cadernos do PNAIC e, por
6
último, às considerações relacionadas à pesquisa realizada, destacando quais contribuições
que o referido programa trouxe para o campo de estudo, no caso de haver contribuições,
como elas se refletiram na vivência cotidiana entre alunos e professores. O programa
promoveu grande repercussão, valorizando os direitos de aprendizagem das crianças, o
trabalho com a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade o qual vai além das disciplinas
englobando o letramento crítico, conforme explicitação:
Visa enfatizar a ideia de que não basta formar usuários de várias
linguagens, numa perspectiva meramente instrumental, técnica e
pragamatista, mas é preciso que a formação vise ao desenvolvimento da
criticidade, no sentido de desvelar e/ou atribuir intencionalidade,
interesses e ideologias que cercam qualquer uso da(s) linguagem (ns).
(BARBOSA, 2007, p. 42)
O programa tem por finalidade envolver projetos e a ludicidade, quando o MEC
disponibilizou para cada escola dez jogos educativos, várias obras complementares para
incentivar os alunos a lerem, compreender, interagir na oralidade e ter o conhecimento de
mundo. Os cadernos de estudo de cada área de conhecimento auxiliam os professores
durante o planejamento, que ocorre de acordo com a proposta do PNAIC, a qual salienta a
importância de trabalhar com sequência didática, que é um trabalho minucioso. Dolz,
Noverraz e Scheneuwly (2004, p. 82) definem sequência didática como “conjunto de
atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual
oral ou escrito”; Zabala (1998, p. 18), por sua vez, explica que as sequências didáticas são
“um conjunto de atividades estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos
educacionais (...)”.
Para fundamentar e analisar o programa na condição de problema de pesquisa, as
referências bibliográficas de autores como Oliveira(2003), Brasil(1998), Silva(2003),
Moreira e Candau(2007), Barbosa(2007), Zabala(1998) e Libâneo(1994) foram pertinentes
para relatar seus posicionamentos dentro da perspectiva almejada, que nos dar uma base de
qualidade para dialogar sobre a alfabetização e letramento das crianças.
7
I. O PNAIC E SUAS IMPLICAÇÕES NO CURRÍCULO ESCOLAR
O currículo é o ponto de partida para elaborar a proposta a ser ensinada e não tem
uma definição exata e sim uma organização sobre as práticas escolares de modo que tais
práticas representem um direcionamento, garantindo o desenvolvimento dos alunos numa
dimensão que possibilite o aprendizado além dos conteúdos propostos, pois cada criança
tem uma realidade de vida que precisa ser levada em consideração, afinal há uma grande
diversidade que engloba ideias construtivas e relevantes, construindo assim uma ponte para
o fazer pedagógico. Não é fácil a construção de um currículo e por isso precisamos
compreender o quanto é importante discutir os processos de criação de currículo no
cotidiano da escola pela prática de professores.
1.1 Algumas abordagens teóricas: discutindo currículo.
Oliveira (2003), ao discutir sobre a criação de Currículo, mostra a importância de
evidenciar “artes de fazer” e assim pensar no currículo que acontece no cotidiano das
escolas, levando em consideração que:
O cotidiano [...] aparece como espaço privilegiado de produção curricular,
para além do previsto nas propostas oficiais. Especificamente no que diz
respeito aos processos de ensino aprendizagem, as formas criativas e
particulares através dos quais professoras e professores buscam o
aprendizado de seus alunos avançam muito além daquilo que poderíamos
captar ou compreender pela via dos textos que definem e explicam as
propostas em curso. Cada forma nova de ensinar, cada conteúdo
trabalhado, cada experiência particular só pode ser entendida junto ao
conjunto de vida dos sujeitos em interação, sua formação e a realidade
local especifica, com experiências e saberes anteriores de todos, entre
outros elementos da vida cotidiana. (OLIVEIRA, 2003, p. 68-69).
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (DCN/BRASIL
1998) propõem que é necessário “legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na
diversidade nacional” (Art. 3º inciso IV, p. 48). As DCNs orientam propostas curriculares
abrangendo várias áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Ciências Naturais e
Matemática e Linguagens. MOREIRA e CANDAU (2007, p. 19) afirmam que “o papel do
educador no processo curricular é, assim, fundamental. Ele é um dos grandes artífices,
queira ou não, da construção dos currículos que se materializam nas escolas e sala de aula”.
Conforme SANTOS (2000, p. 46):
8
Pode-se dizer, que diferentes olhares sobre o estudante, o professor, o
currículo e as instituições escolares levam hoje à valorização de saberes
da experiência social e cultural, do senso comum e da prática, como
elementos indispensáveis para o desenvolvimento de habilidades e
competências necessárias à resolução, tanto dos simples como dos
complexos problemas da vida pessoal e profissional dos indivíduos.
Como salienta o autor, a cultura faz parte do cotidiano do aluno, por isso, é
importante valorizá-la desenvolvendo as potencialidades dos mesmos, instigando-os a
produzir, experimentar e mostrar suas competências, não importando se o grau será
complexo ou simples.
SACRISTÁN (2000, p. 193), afirma que:
A formação, a cultura geral do professor, a interação que nele se
estabeleça entre o conhecimento de conteúdos e a diferenciação de
aspectos relativos à sua estrutura com outros conhecimentos e
valorizações pedagógicas serão as responsáveis pelo papel real de
mediação que o professor tem no currículo.
Mediante conceito citado pelo autor, existe toda uma estrutura para conceituar o
currículo, sendo que a formação do professor é fator pertinente no sentido de valorização do
cotidiano, não se detendo ao conhecimento “pronto”, mas consciente de seu papel enquanto
mediador e provedor de um leque de conhecimentos envolvendo o processo de interação.
1.2 A proposta do currículo de acordo com o PPP da escola pesquisada.
O PPP da escola foi construído em 2014 e tem como perspectiva o trabalho dentro
do aspecto construtivista, visando melhorar o ensino, transformando-o em um ensino de
qualidade. O referido documento foi elaborado coletivamente, no qual estão inclusos os
programas trabalhados na escola, que são: PNAIC, Mais Educação e o PIBID. Após analise
do documento foi possível perceber que está em consonância com experiências de ação e
reflexão, na qual professores e toda comunidade escolar devem estar unidos, porém uma
das maiores dificuldades é a colaboração da família para com o aprendizado de seu filho.
Para Giordani,
O homem é um projeto que em parte é definido e em parte é aberto.
Projeto Pedagógico significa, então, tomar a epistemologia humana como
fundamento da educação para o ser humano. Daí o termo Pedagógico que
significa desenvolver o homem capaz de compreender-se num contexto a
partir de sua constituição metafísica (essência) especificada em um espaço
9
e tempo (existencial). Assim, o homem possui um Projeto de ser humano
e partindo desse constrói-se o ato educativo, portanto, pedagógico
(GIORDANI, 2008, p. 71).
Entendemos, que o homem precisa primeiramente ter uma intenção, onde o instinto
humano e humilde se posicione para construir-se com base no interesse comum,
valorizando a identidade e interesse dos alunos para que assim, o agir de modo consciente e
inovador desenvolva ações educativas satisfatórias.
Na mesma linha de raciocínio de Giordani (2008), de um processo em construção,
com rupturas, Gadotti diz:
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro.
Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se
atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em
função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o
presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessas frente a
determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação
possível, comprometendo seus atores e autores (GADOTTI, 1994, p. 579).
Relacionando as ideias do autor com o PPP da escola pesquisada, vimos que o
currículo da instituição possui metas, objetivos a ser alcançado, por exemplo, melhoria na
qualidade de ensino, também valoriza o processo de ensino numa perspectiva de
construção, embasado na fundamentação teórica, assim como a realidade de vida dos
alunos, após a construção do PPP, os professores constroem projetos com mais frequência,
ainda fazem a culminância a partir das atividades desenvolvidas com os alunos, se reúnem
mais vezes para debater assuntos sobre avaliação, metodologia de ensino entre outros.
Muitas mudanças positivas ocorreram, inclusive na forma de avaliar o aluno, afinal o
mesmo é um ator social e a escola busca trabalhar estratégias para eles demonstrarem suas
potencialidades.
II- O PNAIC NA ESCOLA MUNICIPAL RAIMUNDO NONATO
O PNAIC iniciou no município de Patu/RN em 2013 e assim como nos demais
municípios, a primeira experiência foi com a etapa de Língua Portuguesa, que trabalha
leitura e escrita, na perspectiva da alfabetização e letramento. Participaram os professores
de 1º a 3º ano do ensino fundamental e a escola recebeu dez jogos educativos, cadernos de
estudo para complementar o planejamento. Os orientadores foram capacitados e levavam
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para os encontros exemplos de aulas criativas, reflexão com ideias de teóricos renomados,
inclusive muitos deles falando da importância do “jogo”, assim como Caillois (1990):
Uma atividade livre e voluntaria, fonte de alegria e divertimento. Nele o
jogador se entrega espontaneamente, de livre vontade e por exclusivo
prazer, tendo a cada instante a possibilidade de optar pelo retiro,
silêncio, recolhimento, solidão ociosa por uma atividade mais fecunda.
O jogo é essencialmente uma atividade separada do resto da existência e
é realizado em geral dentro de limites precisos de tempo e lugar (1990,
p. 26).
Segundo a gestora da Escola Raimundo Nonato, “grande parte da comunidade que
pertence à escola, são de origens carentes, muitas crianças nem possui brinquedos e
também os pais não têm condições de pagar aulas de reforço para ajudar e assim, a maioria
tem muita dificuldade de aprendizagem”. Nessa perspectiva, PNAIC possibilita que a
criança tenha contato com jogos, algo que para elas é prazeroso e ao mesmo tempo estimula
a aprendizagem, auxilia na compreensão de regras, ajuda-os a compreender que devemos
respeitar a vez de jogar dos colegas, também estimula a relação entre os alunos e facilita o
trabalho do professor que consequentemente terá bons resultados.
Após a formação, a rotina mudou, pois, as aulas são iniciadas com o momento da
leitura deleite, a qual pode ser uma parlenda, conto adivinha poema e muitos outros gêneros
textuais, ainda de acordo com a mudança o professor trabalha com jogos uma vez por
semana, tem momentos de recontação de história, uso de material concreto com mais
frequência, brincadeiras e na sexta-feira é realizado uma revisão do que foi visto durante a
semana.
2.1. Sujeitos da pesquisa: professores, pais de alunos e coordenação da escola.
Para realização da pesquisa, com o intuito de compreender as contribuições do
PNAIC, foi escolhido como corpus três professores alfabetizadores da E. M. Raimundo
Nonato da Silva para relatarem suas experiências, dois pais de alunos e coordenação
pedagógica para destacar os pontos de vista, desafios e possíveis contribuições para escola.
O resultado não pode ser analisado envolvendo o programa no geral, mas sim, numa
investigação local, utilizando como instrumento questionários, onde foram levantadas
questões a respeito do programa. Os dados obtidos foram analisados, cada questionário em
si mesmo, para entender melhor o ponto de vista dos educadores.
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O estudo envolve o método qualitativo, que segundo MARTINS (2004, p. 295) “A
metodologia qualitativa, mais do que qualquer outra, levanta questões éticas,
principalmente, devido à proximidade entre pesquisador e pesquisados”. Dessa forma,
compreende-se que é fundamental e necessário levantar tais proposições no sentido
construtivo e investigativo, valorizando a opinião dos envolvidos nesse programa.
2.2. Análises do ponto de vista dos sujeitos envolvidos
2.2.1. Visão dos professores
O processo desta pesquisa tem em vista compreender as contribuições do programa
PNAIC, os impactos, as transformações no campo educacional, na E. M. Raimundo Nonato
da Silva. Por isso, fez-se necessário conversar com alguns educadores para entendermos
melhor a repercussão que o programa trouxe. Os pesquisados foram denominados: Profª. 1;
Profª. 2 e Profª. 3, que responderam às seguintes perguntas:
1. Como você avalia o PNAIC em relação a sua prática em sala de aula?
Profª. 1: “É uma formação indispensável ao professor, principalmente em meio aos
desafios que encontramos no nosso dia-a-dia do campo escolar”
Profª. 2: “O PNAIC é um programa nacional que visa desenvolver o sistema de escrita
alfabética e que veio contribuir de forma efetiva na nossa prática”.
Profª.3: “É uma formação continuada que favorece ao professor trabalhar de maneira
prazerosa no dia-a-dia”.
2. Com relação ao aluno, considera que o programa melhora a aprendizagem? De que
forma?
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Profª. 1: “Sim, uma vez que este programa nos prepara para avaliar passo a passo o
processo de alfabetização destes alunos, permitindo uma visão ampla das principais
dificuldades de aprendizagem dos alunos”.
Profª 2: “ Sim, os alunos tem muito mais contato com todos os gêneros textuais e muito
mais oportunidades de garantir seus direitos de aprendizagem.”
Profª. 3:“ Sim, instigando o aluno a ler e produzir textos através de brincadeiras lúdicas que
envolvem a aprendizagem.”
3. Como era sua prática antes da formação do PNAIC?
Profª 1: Fazendo uma breve retrospectiva, considero que minha prática seguia o modelo
pelo qual fui alfabetizada (tradicional), preso às tabelas, tabuadas e outros métodos. Depois
da formação do PNAIC, passei a ser totalmente diferente e trabalhar de forma construtiva
para ambos professor/aluno.
Profª 2: “ Sempre trabalhei com vistas ao desenvolvimento do aluno na leitura e escrita,
mas posso afirmar que o PNAIC nos trouxe grandes subsídios para o desenvolvimento da
nossa prática.”
Profª 3: “Minha prática era um pouco tradicional e através do PNAIC melhorou a forma de
agir, interagir e planejar, contudo percebi que minha prática se transformou, pois passei do
tradicional para o construtivismo.”
4. Quais foram os maiores desafios encontrados para trabalhar com a proposta do PNAIC?
Profª. 1: “Muitos, mas a principal delas foi a aceitação dos novos métodos de ensino o qual se
associava a teoria e prática como jogos matemáticos, que até a formação não eram conhecidos e
passei a adotar em minhas aulas, que por sinal tiveram ótimos resultados. E os trabalhos com
avaliação individual dos alunos que é essencial, porém, exige muito tempo, dedicação e atenção por
parte do professor alfabetizador, entre outros”.
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Profª.2: “ Primeiro, foi a adaptação, depois foi a introdução desse programa na minha rotina, em
seguida a adequação a minha sala de aula.”
Prof.3: “Toda proposta apresenta seus desafios no qual vamos procurando supera-las e tirarmos
deles boas experiências e aprimora-las no decorrer das situações realizadas, assim foi com a
proposta do PNAIC, no trabalho com os jogos, novas práticas que procuramos inserir no nosso
trabalho cotidiano.”
Após analisar a opinião dos professores, apesar de cada um ter suas particularidades,
todos foram unanimes ao enfatizar os benefícios que o programa proporcionou a prática,
como também a aprendizagem das crianças, foi possível perceber que o rendimento de
resultado foi positivo, o que pode ser comprovado comparando o IDEB de 2011 e 2013.
O mais importante que essa pesquisa promoveu foi a analise verídica, pois a
Professora 1 relatou que antes de introduzir as metodologias do programa , sua prática era
tradicional, principalmente pelo fato dela ter sido alfabetizada nessa perspectiva,
evidenciando que as contribuições do PNAIC foram relevantes, oportunizando tanto os
professores a refletir sobre sua didática, como as crianças a sentir interesse para aprender,
pois o Pacto trabalha com a perspectiva do lúdico, envolvendo brincadeiras e jogos, como
também muitas obras complementares que possuem leituras variadas que promovem os
subsídios para o professor alfabetizador desenvolver .
Conforme relato das professoras, o planejamento com a sequência foi peça
fundamental para desencadear o ensino, as formações aperfeiçoava não só a parte teórica,
mas também a prática, onde os professores apreendiam e levavam para suas salas de aula,
podemos compreender que a partir das falas dos professores houve mudanças favoráveis,
exemplo disso, é o planejamento que passou a ser desenvolvido por meio de sequências
didáticas. E para entendermos melhor o seu conceito, autores como Zabala, Lerner e Nery
nos esclarecem que sequências didáticas são “um conjunto de atividades ordenadas,
estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um
princípio e um fim, conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos” (ZABALA,
1998, p. 18).
De acordo com (LERNER, 2002, p. 89), “as sequências de atividades estão
direcionadas para se ler com as crianças diferentes exemplares de um mesmo gênero ou
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subgênero, diferentes obras de um mesmo autor ou diferentes textos sobre um mesmo
tema”. Por sua vez, (NERY, 2007, p. 114), afirma que “as sequências didáticas pressupõem
um trabalho pedagógico organizado em um determinado período estruturado pelo professor,
criando-se assim, uma modalidade de aprendizagem mais orgânica.”.
Diante das indagações dos autores, percebemos que os mesmos salientam que o
trabalho com sequência didática promove estruturação e organização durante as atividades,
tendo em vista que é um trabalho minucioso que necessita de uma pesquisa, onde os
objetivos estejam definidos e organizados dentro de um contexto.
2.2.2 Na visão dos pais dos alunos
É importante conversar com os pais para identificar se os mesmos observaram
diferença e evolução no processo de ensino aprendizagem de seus filhos e também como os
alunos relatam ou relatavam as aulas ao chegar a casa.
Pergunta 1: A senhora conhece o PNAIC? Em caso afirmativo, considera a
proposta importante? Por quê?
Mãe 1: “Sim, pois o meu filho foi alfabetizado através desse programa que visa transformar
o futuro de muitas crianças.”
Mãe 2: “ Sim, porque ajuda no desenvolvimento do aluno”.
Pergunta 2: O Pacto proporcionou contribuição na aprendizagem de seu filho? Cite
exemplos.
Mãe 1: “Sim o exemplo disso é o gosto pela leitura e modo como a aprendizagem ficou
mais eficaz.
Mãe 2: “Sim, a caixa da matemática ajudou bastante no desenvolvimento do meu filho para
aprender mais matemática”.
Pergunta 3: Em sua opinião, qual foi a mudança mais interessante que o Pacto
promoveu na vida do seu filho?
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Mãe 1: “ A maior mudança foi a qualificação do aluno a série e idade e também a limitação
da quantidade de alunos numa sala de aula.”
Mãe 2: “Os jogos, mais contato com a leitura e aulas interessantes”
Assim, observamos que as mães perceberam que o Pacto proporcionou melhoria na
aprendizagem de seus filhos, inclusive a Mãe 1 relatou que seu filho foi alfabetizado por
meio da metodologia do programa. Sabemos que a participação da família na educação de
uma criança é fundamental para proporcionar uma base sólida. Já a Mãe 2 enfatizou a
construção da caixa da matemática ter contribuído para seu filho aprender melhor
matemática, são essas e outras mudanças que vai transformando a educação, tornando
mensurável essa aprendizagem adquirida.
2.2.3. Visão da coordenadora de planejamento.
A coordenadora auxilia o planejamento dos professores e está em contato direto
com os mesmos, discutindo e interagindo com ideias interessantes para levar a sala de aula
e por isso, considera-se pertinente a opinião da coordenação visando discutir se de fato o
PNAIC trouxe resultados positivos para o campo a ser pesquisado. Solicitamos à
coordenadora de planejamento, que é graduada em Pedagogia, especialista em Educação
Infantil e atua há 8 anos na coordenação, a colaboração para responder um questionário de
pesquisa sobre a proposta do PNAIC.
Iniciamos perguntando se ela considera que os professores desenvolvem em sala de
aula a proposta do PNAIC e de que forma colocam em prática as atividades do programa.
“Sim, porque eles buscam embasamento teórico para o aperfeiçoamento das metodologias e
isto influenciou de forma positiva na prática docente dos mesmos”. “Sobre as principais
mudanças na prática dos professores, após a formação do PNAIC”.
A coordenadora pontuou ainda:
“Houve mudanças satisfatórias após o PNAIC, pois eles inovaram a dinâmica de planejarem,
repensarem e conduzirem a prática pedagógica; o PNAIC proporcionou um novo olhar, valoriza o
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educando na sua individualidade, respeitando a forma de como eles aprendem e o tempo que
necessita para acontecer de fato à aprendizagem” (Coordenadora).
Com relação à elevação do IDEB da Escola após a adesão ao Pacto, a Coordenadora
respondeu que:
“Com certeza houve elevação significativa na IDEB de nossa escola, pois no ano de 2011 o
IDEB era 2.8, dois anos depois em 2013 quando a proposta do PNAIC foi implementada o
IDEB elevou significativamente para 4.0”.
Quanto aos recursos (material) recebidos pela escola para auxiliar os professores na
sala de aula ela elencou:
“Os materiais que os nossos professores receberam foram: manuais do professor com os livros
didáticos entregues pelo PNLD, jogos pedagógicos de apoio à alfabetização, obras de literatura,
acervos de dicionários de língua portuguesa entre outros”.
Questionamos se os professores de 1 º ao 3º ano do ensino fundamental utilizam os
cadernos do PNAIC para planejar. A coordenadora afirmou:
“sim, planejam de acordo com as sequências didáticas disponibilizadas pelo PNAIC”.
Diante das respostas da coordenadora percebe-se que o Pacto de fato impactou a
metodologia dos professores e trouxe resultados eficazes, exemplo disso, é o elevado índice
do IDEB, que no ano de 2011 estava 2.8 e em 2013 subiu para 4.0, assim salientamos que,
a proposta de planejamento do pacto proporcionou melhoria na prática dos professores,
assim como evolução na aprendizagem das crianças, quando a coordenadora salienta que o
PNAIC proporcionou um novo olhar e revela que antes o planejamento não possuía
dinamicidade, e após essa proposta os educadores perceberam que:
“O “novo” faz toda diferença, valoriza o educando na sua individualidade, respeitando a forma
como eles aprendem e o tempo que necessita para de fato acontecer à aprendizagem. Antes do
programa, havia uma grande distorção de série e idade, onde alunos repetentes de 12 anos de idade
estudam na mesma sala que tinham crianças de 8 anos, dessa forma, o programa tem por intuito
suprir essa carência e estipular 3 anos para o processo de alfabetização sem reprovação, com isso
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também surgiu o controle da quantidade de alunos numa sala , que até então, era formada turmas
com até 40 crianças, hoje só é permitido 25 no máximo para as turmas de 1º ao 3º ano do ensino
fundamental.” (Coordenadora)
Conforme a visão da coordenadora, o papel do professor é de mediador, onde o
mesmo deve respeitar as individualidades dos alunos, assim como a questão da idade, e a
proposta do PNAIC busca organizar a quantidade de alunos na sala de aula, como também
a as fases dos processos de alfabetização e letramento, oportunizando dessa forma, um
ensino e qualidade. Nesta perspectiva, Veiga, fundamentado em Demo, observa que a
qualidade de ensino tem por desafio “manejar os instrumentos adequados para fazer a
história humana” (VEIGA, 2007, p. 16), Assim as duas dimensões conceitua a qualidade do
ensino.
A escola de qualidade tem obrigação de evitar de todas as maneiras
possíveis a repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa do
desempenho satisfatório de todos. Qualidade para todos, portanto, vai
além da meta quantitativa e acesso global, no sentido de que as crianças,
em idade escolar, entrem na escola. É preciso garantir a permanência dos
que nela ingressarem. Em síntese, qualidade “implica consciência critica e
capacidade de ação, saber e mudar” (DEMO, 1994, p. 19).
Ainda falta muito para chegarmos ao patamar de ensino desejado, porém ao longo do
tempo já foi alcançado muitas mudanças positivas, e o que pode fazer a diferença é a ação didática
do professor, sem preocupar-se com a quantidade, mas sim com a qualidade.
III. O PNAIC E AS MUDANÇAS OCORRIDAS NA PRÁTICA DOS
PROFESSORES
3.1. Transformação do planejamento e da rotina
O planejamento sempre foi desenvolvido de forma muito superficial, mas após o
surgimento do Pacto, os educadores começaram a refletir sobre sua didática e a sequência
didática passa a ser utilizada, mudando a rotina, quando a leitura passou a ser trabalhada
todos os dias, segundo depoimento dos sujeitos da pesquisa.
A leitura deleite ocorre no momento inicial da aula, a roda de conversa, ideias
interessantes como a sugestão do caderno 3 do PNAIC que se refere à construção da caixa
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da Matemática, foram determinantes para essa mudança. Cada aluno construía sua própria
caixa, mas daí o que colocar dentro da caixa? Simples, algo que toda casa tem e que
trabalha quantidade, operações, números, entre outros, materiais como palitos de picolé,
tampinhas de garrafa, canudos, dado, fita métrica, régua, relógio, ligas elásticas, dinheiro o
qual já vem no próprio livro didático, são recursos como esses que facilitam a
aprendizagem das crianças.
O trabalho com Gêneros Textuais, o Cantinho da leitura e o Cantinho da matemática
foram estratégias eficazes que contribuíram para aumentar o interesse dos alunos em
aprender. O trabalho com projetos desenvolveu melhor a interdisciplinaridade, dentro da
contextualização, respeitando os direitos e aprendizagem das crianças como também
conciliando com o conteúdo do livro didático.
Para Hermandez e Ventura, projeto significa:
Definitivamente, a organização de projetos de trabalhos se baseia
fundamentalmente numa concepção da globalização entendida como um
processo muito mais interno que externo, no qual as relações entre os
conteúdos e áreas de conhecimento têm um lugar em função das
necessidades que traz consigo o fato de resolver uma série de problemas
que subjazem na aprendizagem. (HERMANDEZ E VENTURA, 1998, p.
63).
Como salientam os autores, os projetos proporcionam trabalhar a
interdisciplinaridade, contextualizando com o conteúdo de práxis, onde as situações
cotidianas dos alunos, incluindo os problemas também estejam presentes nesta organização,
por isso, percebemos que o projeto em si desenvolve uma gama de sugestões nas quais
alunos e professores criam e recria o saber fazer. O ato de planejar é imprescindível, pois
visa organizar a maneira como vamos trabalhar, é um guia de momentos que serão
realizados com nossos alunos de forma contextualizada, dinâmica e flexível. Libâneo
contribui explicando o conceito de planejamento:
O planejamento é um processo de racionalização, organização e
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a
problemática do contexto social. A escola, os professores e os alunos são
integrantes da dinâmica das relações sociais; tudo o que acontece no meio
escolar está atravessando por influências econômicas, politicas e culturais
que caracterizam a sociedade de classes. Isso significa que os elementos
do planejamento escolar-objetivos, conteúdos, métodos- estão recheados
de implicações sociais, têm um significado genuinamente político.
(LIBÂNEO, 1994, p. 222).
19
Neste contexto, entende-se que o ato de planejar é uma decisão séria, onde possui passos a
ser seguidos, para evidentemente conseguir atingir nossos objetivos almejados, e tais ações devem
ser conscientes e criativas, pois, atividades mecanizadas são enfadonhas e desestimulam os alunos.
O planejamento consciente é embasado de reflexão e ação e os projetos surgem a partir de algumas
problemáticas do cotidiano escolar.
3.2. Avaliação: diagnóstico por meio da psicogênese da língua escrita
O modo de avaliar também passou por transformação, pois os cadernos do PNAIC e
as orientações dos orientadores de estudo foram fundamentais, quando o método criado por
Emilia Ferreiro começa a ser utilizado e o que antes parecia ser um simples ditado de
palavras, hoje é uma forma de diagnosticar as fases do pré-silábico, silábico, silábico
alfabético e alfabético, identificando se a criança já tem noção do som, de sílaba,
predominância do som mais forte como vogal ou consoante, se faz correspondência do som
a grafia, enfim é um método de avaliar prático e fácil. A partir disto, Emília afirma que:
A construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica
individual, embora aberta a interação social, na escola ou fora dela. No
processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar
do código linguístico e dominá-lo. O tempo necessário para o aluno
transpor cada uma das etapas é muito variável. Duas das consequências
mais importantes do construtivismo para a prática de sala de aula são
respeitar a evolução de cada criança e compreender que um desempenho
mais vagaroso não significa que ela seja menos inteligente ou dedicada do
que as demais. (REVISTA NOVA ESCOLA, p.77).
Compreendemos que dessa forma, as crianças de modo geral passam por essas
fases, cada uma com seu desenvolvimento, algumas com mais habilidades e outras com
mais dificuldades, mas que é um processo que precisa ser avaliado com muita
autenticidade, cautela e dedicação.
Outra forma de avaliar criada pelo programa foi à prova ANA (Avaliação Nacional
da Alfabetização) que é aplicado com alunos do 3º ano do ensino fundamental, ou seja, que
estão no final do ciclo de alfabetização, tem por intuito analisar o nível de desenvolvimento
da alfabetização, letramento e matemática. A avaliação acontece uma vez ao ano e ajuda a
compreender quais dificuldades precisam ser sanadas e verificar se os alunos sabem
interpretar, por exemplo, este tipo de avaliação mostra o nível geral do desenvolvimento do
processo de ensino aprendizagem dos alunos.
20
Outro quesito que necessita ser levado em consideração são os direitos de
aprendizagens das crianças, os quais permitem ao professor reconhecer os saberes
necessários que os educandos devem construir ao longo do ciclo de alfabetização, no
contexto do processo de alfabetizar letrando:
Considerar as potencialidades e permitir uma abertura para novas
capacidades requer mudança de postura do professor, que irá investir mais
nos alunos. Isso repercutirá no modo como concebe a avaliação que
auxiliará no diagnóstico, no acompanhamento e em novas propostas para
o desenvolvimento dos alunos, diversificando as estratégias utilizadas
para melhorar a aprendizagem. No paradigma educacional centrado nas
aprendizagens significativas, a avaliação é concebida como
processo/instrumento de coleta de informações, sistematizações e
intepretação das informações, julgamento de valor do objeto avaliativo
através das informações tratadas e decifradas, e por fim, tomada de
decisão (como intervir para promover o desenvolvimento das
aprendizagens significativas). (SILVA, 2003, P. 12-13).
Conforme Silva, vimos que o professor tem papel fundamental, pois sua postura é
determinante para avaliar, ensinar e acompanhar seu aluno, pois, se uma determinada
estratégia não está sendo significativa é imprescindível buscar outras formas significativas
para trabalhar.
Ainda, buscando refletir sobre a perspectiva do pacto foi realizado reflexões a cerca
da avaliação, das principais mudanças que o PNAIC trouxe para prática dos educadores,
dessa forma, foi possível compreender a transformação que ocorreu para combater o
fracasso escolar, com uma visão contextualizada, dando ênfase aos direitos de
aprendizagens dos alunos numa vasta dimensão, assim, sinto-me realizada, pois não é fácil
fazer uma pesquisa e encontrar respostas para responder as hipóteses levantadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada sobre o PNAIC foi relevante para minha formação profissional
e pessoal, pois a área escolhida deve-se à curiosidade de descobrir se a proposta do Pacto,
programa que propõe uma mudança necessária na prática pedagógica dos professores do
Ensino Fundamental, de fato, contribui para a melhoria da prática dos professores e a
aprendizagem dos alunos, analisando se houve mudanças após a formação ofertada pelo
PNAIC.
21
Tendo em vista ser algo novo e que proporciona mudanças na rotina, para pesquisa
de campo, utilizamos questionários como instrumento para analisar a repercussão do
programa, da qual participaram pais de alunos, professores e coordenação da escola, que
responderam às questões propostas e consideramos que as hipóteses levantadas foram
comprovadas, pois os professores foram unanimes no quesito de contribuições do
programa, assim como na mudança de postura e de prática pedagógica na sala de aula.
A pesquisa junto às mães de alunos também corroborou a hipótese de que houve
mudanças positivas com relação à aprendizagem dos alunos, que segundo depoimentos
foram alfabetizado por meio da metodologia do programa. A mudança também se
confirmou com a coordenadora, quando salientou que “houve mudanças no planejamento e
na rotina na sala de aula, o IDEB aumentou de 2,8 em 2011 para 4.0 em 2013”. Diante
dessa notável elevação de Ideb, percebe-se que de fato o programa contribuiu
significativamente, pois trouxe novas ideias, material de qualidade e jogos educativos os
quais foram essenciais.
Durante o decorrer do trabalho, foi possível concluir que o Pacto contribuiu
bastante, as perspectivas foram supridas diante das analises dos questionários, os
envolvidos foram objetivos e responderam com clareza nossos anseios, dessa forma,
compreende-se que apesar dos percalços a educação está evoluindo aos poucos. Claro que
necessita de investimento e dedicação para transformar a realidade, garantir os direitos de
aprendizagem dos alunos e melhorar a qualidade da prática dos professores.
Portanto, foi imprescindível conhecer de perto a proposta do programa, suas
ideologias, pressupostos metodológicos e teóricos que contribuíram significativamente para
a educação, tendo em vista que considera a realidade cotidiana do aluno, sua identidade,
subjetividade, produzindo assim um real significado para criar e recriar o fazer pedagógico,
respeitando a cultura, os saberes dos alunos, as relações sociais, e oportunizando os alunos
aprender de forma produtiva, levando-o ao processo da alfabetização e letramento.
REFERÊNCIAS
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Educação a Distância. Áreas do conhecimento no ensino fundamental. Salto para o
Futuro: TV Escola-SEED-MEC: Boletim 18, outubro de 2007.
22
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Educação Básica. Brasília, 1998.
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23
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ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da Rosa – Porto
Alegre: ArtMed, 1998.
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ANEXOS
1- Questionário de pesquisa aplicado com professor
2- Questionário de pesquisa aplicado com pais de alunos
3- Questionário de pesquisa aplicado com a coordenação da escola
25
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
SEDIS- SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
POLO CARAÚBAS/RN
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA APLICADO COM PROFESSORES
1. Nome Completo:
2. Série em que atua:
3. Tempo de sala de aula:
4. Como você avalia o PNAIC em relação à sua prática em sala de aula?
5. E com relação ao aluno, considera que o programa melhora a aprendizagem? De que
forma?
6. Como era sua prática antes da formação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa - PNAIC?
7- Quais foram os maiores desafios encontrados para trabalhar com a proposta do PNAIC?
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
SEDIS- SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
POLO CARAÚBAS/RN
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA APLICADO COM PAIS DE ALUNOS
1. Nome completo:
3. Você conhece o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC?
4. Em caso afirmativo, considera a proposta do PNAIC importante? Por quê?
5. O pacto proporcionou contribuição na aprendizagem de seu filho (a)? Cite exemplos.
6. Em sua opinião, qual foi à mudança mais interessante que o pacto promoveu?
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
SEDIS- SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
POLO CARAÚBAS/RN
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA APLICADO COM A COORDENAÇÃO DA
ESCOLA
1. Há quantos anos você atua como coordenadora pedagógica?
2. Gosta de atuar auxiliando o planejamento dos professores?
3. Considera que os professores desenvolvem em sala de aula a proposta do PNAIC? De
que forma?
4. Quais as principais mudanças na prática dos professores, após a formação do PNAIC?
5. Houve elevação do IDEB da Escola após a adesão ao Pacto?
6. A escola recebeu recursos (material) para auxiliar os professores na sala de aula? Quais?
7. Os professores de 1º ao 3º ano do ensino fundamental utilizam os cadernos do PNAIC
para planejar?